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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS DE IRATI ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO IRATI - PR 2010

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EDUCAÇÃO DE JOVENS … · 6.6.PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS ... Entende-se que a elaboração coletiva de um Documento é de profunda referenciação

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E

ADULTOS DE IRATI

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

IRATI - PR

2010

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SumárioI APRESENTAÇÃO..............................................................................................................52.1.IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA....................................................................................62.2.ASPECTOS HISTÓRICOS.............................................................................................62.3.ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO........................................................................92.4.OFERTA DE CURSOS E MODALIDADES................................................................112.5. ORGANIZAÇÃO..........................................................................................................12

2.5.1. ORGANIZAÇÃO COLETIVA.............................................................................122.5.2.ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL..........................................................................132.5.3.NÍVEL DE ENSINO..............................................................................................132.5.4.AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS............................................142.5.5.FREQÜÊNCIA.......................................................................................................142.5.6.EXAMES SUPLETIVOS.......................................................................................14

5.1.CURRICULO.................................................................................................................275.2.MATRIZ CURRICULAR..............................................................................................28

5.2.1.ENSINO FUNDAMENTAL - FASE II.................................................................285.2.2.ENSINO MÉDIO...................................................................................................295.2.3.ORGANIZAÇÃO DA HORA-ATIVIDADE........................................................305.2.4.CALENDÁRIO ESCOLAR...................................................................................30

5.3.REGIME ESCOLAR.....................................................................................................355.4.EDUCAÇÃO ESPECIAL..............................................................................................365.5.DIVERSIDADE:............................................................................................................40

5.5.1 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS.......................................415.6. AVALIAÇÃO...............................................................................................................43

5.6.1.DA RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS...................................................................455.6.2.DA PROMOÇÃO...................................................................................................455.6.3.DA CLASSIFICAÇÃO..........................................................................................465.6.4.DA RECLASSIFICAÇÃO.....................................................................................475.6.5. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL........................................................................475.6.6. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO................................49

6.1. RECURSOS HUMANOS.............................................................................................496.2. ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO................................................................................536.3.PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA – GESTÃO 2006 – 2008........................................556.4.PROFESSOR PEDAGOGO E COORDENAÇÕES......................................................576.5.BIBLIOTECA ESCOLAR.............................................................................................626.6.PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS................................................................63

6.6.1. DO SETOR ADMINISTRATIVO - SECRETARIA............................................636.6.2. DO SETOR DE INTRA-ESTRUTURA E ALIMENTAÇÃO ESCOLAR..........65

6.7.PROJETOS DESENVOLVIDOS PELA ESCOLA.......................................................676.8. CONSELHO DE CLASSE...........................................................................................686.9.CONSELHO ESCOLAR...............................................................................................686.10.A.P.A.F. (ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES, ALUNOS E FUNCIONÁRIOS)....696.11. CONSELHO DE AVALIAÇÃO.................................................................................706.12.MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO........................................................................706.13.LABORATÓRIO.........................................................................................................706.14.RECURSOS TECNOLÓGICOS..................................................................................726.15.EDUCAÇÂO TECNOLÓGICA..................................................................................726.16.ESTAGIÁRIOS............................................................................................................73

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6.17.AÇÕES DO ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO.........................................................73PROPOSTA PEDAGÓGICO-CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS...........................................................................................................................761 OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS......................77

1.1 PERFIL DO EDUCANDO........................................................................................781.2 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO..........................................................................79

Organização Coletiva..................................................................................................80Organização Individual...............................................................................................80

1.3 NÍVEL DE ENSINO.................................................................................................811.3.1 Ensino Fundamental – Fase II............................................................................811.3.2 Ensino Médio.....................................................................................................81

1.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL.........................................................................................811.5 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS...............................................821.6 FREQUÊNCIA..........................................................................................................831.7 EXAMES SUPLETIVOS..........................................................................................831.8 CONSELHO ESCOLAR ..........................................................................................831.9 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO......................................................................841.10 BIBLIOTECA ESCOLAR......................................................................................841.11 LABORATÓRIO.....................................................................................................851.12 RECURSOS TECNOLÓGICOS.............................................................................86

2 FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS..........................................863 INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS.......................................................904 MATRIZ CURRICULAR ................................................................................................91

4.1 Ensino Fundamental – Fase II...................................................................................914.2 Ensino Médio ...........................................................................................................92

5 CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................................................936 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO.........................94

6.1 Concepção de Avaliação............................................................................................946.2 Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas.................................................956.3 Recuperação de Estudos............................................................................................976.4 Aproveitamento de Estudos.......................................................................................976.5 Classificação e Reclassificação ................................................................................97

7 REGIME ESCOLAR........................................................................................................987.1 ORGANIZAÇÃO......................................................................................................987.2 FORMAS DE ATENDIMENTO..............................................................................99

7.2.1 Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio.................................................997.3 MATRÍCULA...........................................................................................................997.4 MATERIAL DIDÁTICO........................................................................................1017.5 AVALIAÇÃO.........................................................................................................1017.6 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS...........................................................................1037.7 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO ..................................................................................................1047.8 ÁREA DE ATUAÇÃO...........................................................................................1047.9 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO..........................................................................104

8 RECURSOS HUMANOS...............................................................................................1048.1 Atribuições dos Recursos Humanos........................................................................104

8.1.1 Direção.............................................................................................................105 8.1.2 Professor Pedagogo.........................................................................................108

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8.1.3 Coordenações...................................................................................................1138.1.4 Docentes...........................................................................................................1178.1.5 Secretaria e Apoio Administrativo ..................................................................121

9 BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................12510-PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO.....................................128ANEXO A PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR...............................................130

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I APRESENTAÇÃO

O presente documento, é uma produção realizada no coletivo, embasado

em reflexões com toda a comunidade escolar, através de reuniões e encontros

pedagógicos,para a organização do trabalho educativo.

Entende-se que a elaboração coletiva de um Documento é de profunda

referenciação para a EJA, apresentando uma opção política e constitui, também,

no desafio de garantir que todas as ideias e concepções presentes no cotidiano

da escola fossem manifestadas pelos educadores, participantes e representantes

da comunidade escolar, para que no debate e na reflexão coletiva,

construíssemos e definíssemos a direção político - pedagógica que queremos

para a Educação de Jovens e Adultos.

O Projeto Político Pedagógico norteará todas as ações deste

estabelecimento de ensino, com a intenção de formar cidadãos críticos, atuantes

e responsáveis, capazes de viver em sociedade, exercendo sua cidadania.

A proposta de trabalho do Centro Estadual de Educação Básica para

Jovens, Adultos e Idosos visa à formação humana e o acesso à cultura geral, de

modo que os educandos venham a participar política e produtivamente das

relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do

desenvolvimento da autonomia intelectual.

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II INTRODUÇÃO

2.1.IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA

CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E

ADULTOS DE IRATI – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

CURSOS AUTORIZADOS E RECONHECIDOS: ENSINO FUNDAMENTAL, FASE

I E II E ENSINO MÉDIO

Autorização nº. 5126/1986

Reconhecimento nº. 2977/2001

Parecer de Aprovação do Regimento Escolar pelo NRE nº. 72/2001

Distância da Escola – NRE – 500m

2.2.ASPECTOS HISTÓRICOS

Na história recente, foram várias as tentativas para enfrentar o desafio da

escolarização da população jovem e adulta. No Paraná, o atendimento a essa

faixa etária foi institucionalizada em 1972, com a criação do Departamento de

Educação Complementar que veio a se transformar no Departamento de Ensino

Supletivo. Em acordo com pressupostos tecnicistas, adequado aos moldes da

época, se encontrava na escolarização de adultos, concebida como suplência,

uma estratégia para potencialização da preparação de mão-de-obra e sua

inserção no mercado de trabalho.

Ampliando a rede estadual de ensino público para jovens e adultos, foram

criados na década de 80 os primeiros Centros de Estudos Supletivos, nas

principais cidades do Paraná: Curitiba, Cascavel, Ponta Grossa, Londrina e

Maringá.

Tinham como proposta o ensino seriado, atendimento individualizado,

flexibilidade nos horários para os alunos e requeriam uma prática quase

autodidata. O CES oferecia monitoramento e acompanhamento ao aluno.

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Durante a década de 90, as exigências de escolarização e de melhor

qualificação da mão-de-obra dos trabalhadores fizeram crescer a procura nos

Centros de Estudos Supletivos, que foram respondidas, em parte, pela criação de

outros Centros e pela ampliação do número de professores.

Buscou-se responder a esse novo quadro também com mudanças na

forma de atendimento dessas escolas: maior presença dos alunos na escola,

organização de horários de estudos, combinação de momentos individuais e

coletivos no atendimento ao aluno, atendimento ao alunado com necessidades

especiais e atendimento descentralizado. Desse último, vale registrar que a

proximidade da residência e a ocupação de espaços escolares ociosos, em

parceria com prefeituras, empresas e instituições possibilitaram a oferta e a

escolarização de milhares de pessoas, seja no processo de alfabetização, seja na

conclusão do Ensino Fundamental.

Com a Lei 5692/71 foi atribuído um capítulo para o ensino supletivo e o

Parecer 699/72, do Conselho Nacional de Educação (CNE) regulamentou os

cursos supletivos seriados e os exames com certificação. A organização curricular

e a matriz do ensino supletivo seguiam a proposta curricular do ensino regular,

porém de forma compactada, não denotando qualquer especificidade à população

jovem e adulta neste processo de escolarização.

O ensino supletivo foi apresentado, a princípio, como uma modalidade

temporária, de suplência, para os que necessitavam comprovar escolaridade no

trabalho e para os analfabetos. Porém, se tornou uma forma de ensino

permanente, necessária para atender uma demanda que veio aumentando a cada

ano. Essa modalidade foi considerada como uma fonte de soluções, se ajustando

cada vez mais, às mudanças da realidade escolar.

Tendo em vista a política de continuidade e inovação da mantenedora, ou seja,

manutenção do atendimento no local/região, otimização na gestão e

reorganização para atendimento com maior qualidade e ampliação da oferta, o

Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos do Estado do

Paraná, entende que a oferta de oportunidades educacionais apropriadas às

características do aluno, de seus interesses de suas propostas de vida e de

trabalho, deve marcar esta nova fase de atuação do Centro que, ao realizar o

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processo de ensino-aprendizagem, executa ações calcadas nos princípios de

qualidade e aprimoramento constante do processo.

Apesar de estar vigente uma legislação que garante o acesso e a

permanência à educação para todos os cidadãos, dados estatísticos demonstram

que a grande maioria da população, principalmente as camadas populares, não

temesse acesso garantido, devido à ausência de políticas públicas eficientes e

adequado à diversidade e às necessidades do atual público jovem e adulto.

O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati

(CEEBJA) iniciou suas atividades em 1986, como NAES (Núcleo Avançado de

Ensino Supletivo), passando a CES (Centro de Estudos Supletivos), com o

objetivo de atender a demanda de jovens e adultos que necessitavam concluir

seusestudos para ampliar seus horizontes no mercado de trabalho e/ou para

conhecer melhor o mundo letrado através da alfabetização.

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2.3.ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO

PLANTA BAIXA 1º PAVIMENTO

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PLANTA BAIXA 2º PAVIMENTO

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2.4.OFERTA DE CURSOS E MODALIDADES

Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de

escolarização para jovens e adultos que buscam dar continuidade a seus estudos

no Ensino Fundamental e Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas,

consideradas suas características, interesses, condições de vida e de trabalho,

mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.

Portanto, este Estabelecimento Escolar faz a opção pela oferta de

Educação de Jovens e Adultos Presencial, que contempla o total de carga horária

estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio,

com avaliação no processo.

Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de

modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como:

Pesquisa e problematização na produção do conhecimento;

Desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

Registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,

ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e

socialização dos conhecimentos;

Vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos,

bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos

planos de estudos e atividades. Tanto no atendimento individual como no coletivo,

os educandos receberão um Guia de Estudos.

Nesse sentido, a escolarização, em todas as disciplinas, será organizada

de forma coletiva e individual, ficando a critério do educando escolher a maneira

que melhor se adapte às suas condições e necessidades, ou mesmo mesclar

essas formas, ou seja, cursar algumas disciplinas organizadas coletivamente e

outras individualmente.

Atualmente, este estabelecimento é responsável pelo programa

PROJOVEM Campo – Saberes da Terra, o qual foi instituído pela Medida

Provisória nº411/07, onde a mesma representa um indutor de políticas públicas da

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juventude nas diferentes esferas e tem por objetivo promover a reintegração de

jovem ao processo educacional, sua qualificação profissional e seu

desenvolvimento humano.

Dessa forma, a escolarização fundamental dos jovens agricultores/as

familiares integradas à qualificação social e profissional torna-se uma estratégia

político-pedagógica para garantir os direitos educacionais dos povos do campo

por meio da criação de políticas públicas nos sistemas de ensino que sejam

estimuladoras da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável como

possibilidades de vida, trabalho e constituição dos sujeitos do campo.

2.5. ORGANIZAÇÃO

O corpo de funcionários do Centro Estadual de Educação Básica para

Jovens e Adultos é composto por uma Diretora, uma Diretora Auxiliar, três

Pedagogas, cinco Coordenadores (APEDse Exame de Suplência), uma

Secretária, quatro Agentes Educacionais I, oito Agentes Educacionais II e o corpo

docente conta com vinte e um Professores, na sede. Todos os professores estão

devidamente habilitados e a maioria já concluiu pós-graduação. O total de alunos

em 2010 é de317 na SEED e 389 nas APEDs.

Os conteúdos escolares estão organizados por disciplinas. As disciplinas

referentes ao Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio estão dispostas nas

Matrizes Curriculares, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais,

contidas nos pareceres nº2 e 04/98 – CEB/CNE para o Ensino Fundamental e

Resolução nº 03/98 e Parecer nº 15/98 – CEB/CNE, para o Ensino Médio.

2.5.1. ORGANIZAÇÃO COLETIVA

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de

início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização

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do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos

conteúdos de forma coletiva, na relação professor - educando e considerando os

saberes adquiridos na história de vida de cada educando.

2.5.2.ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, contemplando mais

intensamente a relação pedagógica personalizada e o ritmo próprio do educando,

nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.

A educação de jovens e adultos não pode ser reduzida às necessidades

restritas do mercado de trabalho, nem pode ser alheia às necessidades de

sobrevivência dos jovens e às exigências da produção econômica, como campo

de onde os sujeitos sociais retiram sua sobrevivência. Em conseqüência, os

estudos locais, a identificação das oportunidades ocupacionais não é um dado

desprezível, pelo contrário, é parte do processo educativo.

2.5.3.NÍVEL DE ENSINO

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este

estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais

e Estaduais, que consideram os conteúdos como meios para que os educandos

possam produzir bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.

Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e

possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

ENSINO MÉDIO

O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua

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oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02

de 07 de abril de 1998/CNE e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação

de Jovens e Adultos.

2.5.4.AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS

Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas

descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a

grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de

escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e

o regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios

estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.

2.5.5.FREQÜÊNCIA

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de

100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental - Fase II e no Ensino

Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta

e cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em

sala de aula.

2.5.6.EXAMES SUPLETIVOS

Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao

disposto na Lei n.º. 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria

de Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de

Educação de Jovens e Adultos.

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III. OBJETIVOS

O Centro Estadual de Educação para Jovens e Adultos oferta aos

educandos, serviços educacionais com base nos princípios emanados das

Constituições Federal, Estadual e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, na sua Proposta Pedagógica, buscando os seguintes objetivos:

• Propiciar uma escola de qualidade, oferecendo um ambiente favorável para

que o aluno desenvolva-se plenamente, respeitando às diferenças

individuais, no que diz respeito à raça, credo, ideologia política, valorizando

os limites e o desempenho de cada um, reforçando a inclusão social e

educacional dos indivíduos portadores de necessidades especiais,

conforme Deliberação 002/2003 da Educação Especial;

• Possibilitar que a avaliação seja contínua, cumulativa, formativa,

informativa e diagnóstica do desempenho do aluno, com prevalência dos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A mesma deve ser entendida

como um dos meios do ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os

dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as finalidades de

acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem

como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes nota, conforme a

Deliberação 007/99;

• Ofertar matrícula de ingresso por transferência, classificação e

reclassificação, às adaptações, a revalidação e equivalência de estudos

feitos no exterior e regularização de vida escolar na modalidade de Ensino

Fundamental – Fase II – e Ensino Médio, no Sistema Estadual do Paraná,

conforme Deliberação 009/2001;

• Garantir a elaboração do P.P.P. envolvendo todos os segmentos da

comunidade, bem como sua plena execução, zelando pela aprendizagem

dos alunos, adaptando o currículo, à função social da escola conforme a

Deliberação 014/99;

• Garantir a unidade filosófica, política, estrutural e funcional do

estabelecimento, conforme Deliberação 016/99, que trata do regimento

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Escolar.

• Garantir o direito à Educação, a Cultura, ao Esporte e ao Lazer, conforme o

artigo 53 do capítulo IV do Estatuto da Criança e Adolescente, lei nº

8069/90, que diz: “a criança e o adolescente têm direito a educação,

visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício

da cidadania e qualificação para o trabalho”.

IV. MARCO SITUACIONAL

Em toda a história do Brasil, a partir da colonização portuguesa constata-se

a emergência de várias políticas de educação de jovens e adultos, focadas e

restritas principalmente aos processos de alfabetização, sendo muito recente a

conquista, reconhecimento e definição desta modalidade enquanto política pública

de acesso e continuidade à escolarização básica.

Historicamente, a educação formal e não formal dos diferentes grupos

sociais de trabalhadores tem buscado habilitá-los técnica, social e

ideologicamente para o trabalho, tratando a função social da educação de forma

controlada para responder às necessidades de produção.

O paradigma atual para a Educação de Jovens e Adultos busca superar

esta relação direta da educação com a demanda do trabalho, passando a ter

como finalidades e objetivos o compromisso com a formação humana e como

acesso à cultura geral, de modo que os educandos aprimorem sua consciência

crítica e adotem atitudes éticas e compromisso político, para o desenvolvimento

de sua autonomia intelectual.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN nº 9394/96), em

seu artigo 37 prescreve que “a Educação de Jovens e Adultos será destinada

àqueles não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental

e Médio na idade própria”. Isto mostra que o caráter supletivo da Educação de

Jovens e Adultos já foi superado, e hoje é característica dessa Modalidade de

Ensino a diversidade do perfil dos educandos com relação à idade, ao nível de

escolarização em que se encontram, à situação socioeconômica e cultural, às

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ocupações e a motivação pela qual procuram a escola.

E, especialmente no Estado do Paraná, a Educação de Jovens e Adultos,

através dos Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos,

CEEBJAs tem um papel fundamental na socialização dos sujeitos, agregando

elementos e valores que levam os educandos jovens, adultos e idosos à

emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.

O CEEBJA de Irati, pelas características próprias dos educandos que

atende: jovens e adultos que procuram a escola por que tem a necessidade da

educação formal, seja pelas necessidades pessoais, seja pelas exigências do

mundo do trabalho; pessoas idosas que buscam a escola para desenvolvimento

ou ampliação de seus conhecimentos e oportunidade de convivência; a mulher

que durante anos sofreu e por diversas vezes ainda sofre as consequências de

uma sociedade desigual com o predomínio da tradição patriarcal, que a impediu

de práticas educacionais e escolarização em algum momento de sua história de

vida e ainda os educandos com necessidades educacionais específicas, procura

de todas as formas priorizar ações educacionais específicas que oportunizem o

acesso, a permanência e o êxito destes, no espaço escolar e sua valorização

como seres humanos e agentes históricos.

O CEEBJA de Irati, inserido num município de economia basicamente

agrícola, com industrialização incipiente, assume processos e propostas

pedagógicas próprias e diferenciadas, que valorizam experiências e

conhecimentos adquiridos por meios formais e informais, possuindo uma

organização temporal própria da modalidade para a obtenção da certificação do

educando, porém tendo como objetivo maior a construção da autonomia

intelectual e moral destes educandos através da educação escolar, com base em

valores como o respeito mútuo, solidariedade e justiça.

As transformações políticas, econômicas, sociais e culturais da sociedade

brasileira nos últimos anos, as contribuições de pesquisadores em educação, o

perfil dos educandos jovens e adultos, assim como os diagnósticos e as

considerações das escolas sobre a Educação de Jovens e Adultos - EJA no

Estado do Paraná desencadearam reflexões que culminaram na necessidade de

se rever as políticas educacionais de EJA e, mais especificamente, a organização

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curricular de suas escolas.

A educação de jovens e adultos objetiva criar situações de ensino-

aprendizagem adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos,

realizando suas funções reparadora, equalizadora e permanente, conforme o

determinado no Parecer 11/00-CEB/CNE. A restauração do direito negado (o

direito e uma escola de qualidade e o reconhecimento de igualdade de todo e

qualquer cidadão); a possibilidade de reentrada no sistema educacional, e da

atualização permanente de conhecimentos, norteiam a proposta aqui

apresentada. Nossos alunos são, na sua grande maioria, trabalhadores,

assalariados, que procuram a EJA em busca da escolarização formal; seja pelas

necessidades pessoais, seja pelas exigências do mundo do trabalho.

Esses educandos possuem uma bagagem de conhecimentos adquiridos

em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de

produção e de socialização do saber; estas experiências de vida são significativas

ao processo educacional, as quais devem ser consideradas pelos educadores.

A EJA contempla também, o atendimento a educandos com necessidades

educacionais especiais.

Outra demanda atendida pela EJA é a de pessoas de várias faixas etárias

que buscam a escola para o desenvolvimento ou ampliação de seus

conhecimentos, bem como outras oportunidades de convivência. Inclui-se aqui o

convívio social e a realização pessoal. São pessoas que possuem uma

temporalidade específica no processo de aprendizagem.

A EJA contempla a Educação no campo, pois considera que o “campo”

retrata uma diversidade sócio-cultural, que se dá a partir dos sujeitos que nele

habitam. É sem dúvida, um desafio para a educação escolar, pensar em organizar

em seu currículo as relações com a educação do campo, sem perder de vista os

conhecimentos e a cultura historicamente acumulada na sociedade de um modo

geral.

Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens e adultos, não se

refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta

modalidade com a diversidade sócio-cultural, de seu público, que demandam uma

educação a qual considere o tempo/espaço, trabalho e a cultura desses grupos.

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Faz-se necessário, proporcionar aos alunos saberes significativos

relacionados com o seu cotidiano, onde com dignidade possam transformar-se e

transformar a sociedade onde estão inseridos.

Organização do tempo escolar destes educandos, viabilizando a conclusão

de seus estudos.

Considerando o perfil diferenciado dos educandos da EJA e suas

necessidades, assim como, as características próprias desta modalidade de

ensino, deve-se garantir o retorno e permanência destes educandos à

escolarização formal, pela manutenção da oferta da Educação de Jovens e

Adultos.

Hoje, um dos grandes desafios para que haja ensino de qualidade é a

necessidade de profissionais competentes, com atitudes, comportamentos e

conhecimentos. Considerando-se que a sociedade passa por transformações

cada vez mais profundas, a formação docente é condição básica para se garantir

a qualidade da educação.

Uma das exigências para os educadores da EJA é compreender a

realidade da parcela de educandos que atende não devendo restringir- se apenas

aos procedimentos didáticos e conteúdos a serem ensinados, pois trata – sede

refletir também sobre a capacidade de mobilização na busca de seus direitos e

objetivos próprios.

É importante ressaltar a respeito da valorização dos professores pelo poder

público, uma vez que estes se sentem desvalorizados no que se refere a salários

e no aspecto humano.

V. MARCO CONCEITUAL

Segundo a LDB, em seu artigo 2º, a Educação é dever da família e do

Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade

humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo

para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Em seu artigo 3º, contempla o ensino ministrado com base nos seguintes

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princípios:

• Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

• Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

pensamento, a arte e o saber;

• Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

• Respeito à liberdade e apreço à tolerância;

• Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

• Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

• Valorização do profissional da educação escolar;

• Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da Legislação

dos sistemas de ensino;

• Garantia de padrão de qualidade.

• Valorização da experiência extraescolar;

• Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

A LDB 9394/96 tem como principal objetivo formar o cidadão.

Na visão democrática, no artigo 14, serão trabalhados os problemas e as

diferenças, buscando soluções criativas com a comunidade escolar e os

envolvidos, entendendo-se que o bem comum e o objetivo primordial que são os

educandos será preservado e zelado, garantindo o funcionamento eficiente e

eficaz da instituição, respeito e observância de normas vigentes.

Conforme o artigo 15 da LDB resgataram-se as preocupações

pedagógicas, oportunizando as escolas uma autonomia mais concreta: financeira,

administrativa e pedagógica, com espaços pautados pelo diálogo, análise, crítica,

aprimoramento das ações da gestão pedagógica e administrativa, onde os

envolvidos no processo se coloquem como agentes transformadores, o que passa

pela busca do aprimoramento das ações, fazendo acontecer uma educação de

qualidade. Considerando que o Diretor, a Equipe Pedagógica, juntamente com o

corpo docente e funcionários são os principais responsáveis pela efetivação do

processo educativo, cabendo-lhes cumprir as orientações e determinações de

segmentos hierarquicamente superiores, fazendo acontecer na prática o que se

propõe no plano de ação da escola, efetivando o Projeto Político Pedagógico.

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Nesta perspectiva serão realizadas reuniões para estudos, debates, análise

e tomada de decisões coletivas, envolvendo a Direção, Equipe Pedagógica,

Corpo Docente e Discente e Órgãos Colegiados desta instituição.

A escola pública, segundo as diretrizes curriculares nacionais, está pautada

na contextualização sócio-histórica, tendo como centro do processo didático a

prática social historicamente situada. Atualmente, a realidade social traz para a

escola um grande desafio de transmitir os conteúdos historicamente produzidos

pela humanidade, superando assim, o esvaziamento da consciência humana.

Desta forma, o conhecimento liberta e edifica, constrói o ser humano que

pode ser capaz de modificar as sociedades. Assim o CEEBJA torna-se um

espaço privilegiado para a formação da consciência humana, fornecendo

embasamento para que o aluno torne-se consciente, reflexivo e ativo, para ter

condições de fazer escolhas que não sejam benéficas somente a ele, mas à

sociedade como um todo.

Dentro deste contexto o CEEBJA possui as seguintes concepções que

norteiam a educação.

SOCIEDADE

Hoje, os meios de comunicação de massa e os meios mais modernos de

informação, mostram a todo instante que os recursos naturais estão se

esgotando, que o índice de desemprego é alarmante no mundo todo, que a fome

ainda não foi saciada, que os conflitos sociais, políticos e religiosos ainda não

foram resolvidos, e que em muitos países a miserabilidade alcança estatísticas

degradantes, apesarde toda a tecnologia e desenvolvimento científico.

As condições sócio-econômicas do país refletem nas relações

estabelecidas na família, na escola, no trabalho, gerando na maioria das vezes,

violências e revoltas que levam pais a abandonarem seus filhos e crianças a

abandonarem seus lares e acabam fazendo das ruas, a sua morada.

A sociedade apresenta uma realidade complexa e difícil que deve ser

sistematicamente analisada e interpretada, levando em consideração a sua

historicidade e as relações estabelecidas entre os indivíduos. É nesta sociedade

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que nossos alunos encontram-se inseridos, portanto devemos ter compreensão

do modo de viver, pensar, sentir e agir das pessoas.

Neste contexto temos a intenção de contribuir na construção de uma

sociedade justa,socialmente eqüitativa e solidária, politicamente democrática,

culturalmente pluralista e religiosamente ecumênica, pautada pelos princípios

éticos, estéticos e políticos, onde todos sejam verdadeiramente reconhecidos e

respeitados em sua dignidade humana e em suas diferenças; tenham a

possibilidade de desenvolver as suas potencialidade; contribuam para que a

autoridade, o saber, os bens naturais e os produzidos pelo esforço comum

estejam a serviço do crescimento e sejam partilhados coletivamente; tenham a

liberdade e o direito de se associar; onde todos tenham a liberdade de

pensamento, de expressão e consciência; tenham acesso ao conhecimento

científico e recursos tecnológicos.

MUNDO

É no mundo que ocorrem as interações homem - homem e homem - meio

social, caracterizado pelas diversas culturas e pelo conhecimento. O mundo

concebido é resultado do processo de estabelecimento das relações entre a

subjetividade individual do homem e a realidade objetiva. É na integração destas

duas dimensões da natureza humana que o indivíduo vai se permitir e conseguir

viver com a grandiosidade da pluralidade da sua capacidade, transcendendo sua

subjetividade.

Devido à rapidez do processo de produção das informações e pela

globalização é necessário proporcionar ao homem condições para que ele

alcance objetivos materiais, políticos, culturais e espirituais, que venham ao

encontro da superação da injustiça, diferenças, distinções, divisões e de todos os

entraves que o detém na sua jornada de aperfeiçoamento, na tentativa de se

formar o ser humano que se imagina e deseja. É neste ponto que a escola pode

ser um espaço que contribua para a efetiva mudança social.

Historicamente a sociedade se transforma heterogenicamente contínua e

“rápida”, de tal forma que nem ao menos os registros dos acontecimentos

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conseguem se atualizar.

A educação por sua vez busca receber e respeitar essas mudanças e suas

consequências, com tolerância e democracia, abrindo espaço para as

manifestações dos crescentes esforços em busca do melhoramento humano.

Nessa leitura de mundo, os valores em que cada um acredita têm hoje uma

leitura, amanhã é acrescida de outras, se tornando outro sujeito, dessa forma

compreende que ninguém é melhor que ninguém, todos possuem experiências

diferenciadas, que podem contribuir para uma convivência respeitosa e

democrática.

Portanto, homem e mundo estão entrelaçados, pois o entendimento da

escola, em seu PPP, sobre esta temática deverá evidenciar um ideal de Homem

inserido no Mundo.

HOMEM

Partindo do que nos traz Morin (2001: 40) ao se referir sobre a

complexidade do ser humano: “ser, ao mesmo tempo, totalmente biológico e

totalmente cultural", entendemos que o homem, no processo educacional é, ao

mesmo tempo, educador e educando, num acontecimento que poderíamos dizer,

com Paulo Freire, dialético.

O homem é um ser inacabado, inconcluso, em construção.

A partir desta concepção de homem não é difícil que entendamos a

educação como o processo pelo qual o homem se constrói, na sua relação com o

outro, com o mundo, e com o saber acumulado de sua espécie, de sua cultura, de

sua localidade.

Desta forma, o homem não é uma tábula rasa, onde se escreve o que se

quer, mas um ponto no infinito, um ponto em expansão. Negar-lhe esta expansão

é negar-lhe o ser. Ao entender o sujeito tanto físico como social, temos a intenção

de desenvolver no aluno a consciência e o sentimento de pertencer a Terra, de

modo que possa compreender a interdependência entre os fenômenos e seja

capaz de interagir de maneira crítica, criativa e consciente com seu meio natural e

social.

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Nesta perspectiva, acreditamos ser possível formar um cidadãoque sabe

mediar conflitos, propondo soluções criativas em favor da solidariedade humana e

do equilíbrio ambiental.

EDUCAÇÃO

A educação é um fator de suma importância na passagem de formas

primitivas de consciência para a consciência crítica, que por sua vez, não é um

produto acabado, mas um processo contínuo. Assim, é por meio da educação que

se torna possível a formação de um ser humano, o que irá lhe possibilitar, tornar-

se um cidadão pleno e consciente de suas responsabilidades, para que atue com

seriedade e compromisso para a formação de uma sociedade mais justa e

humana.

A instituição escolar deve socializar o saber sistematizado, historicamente

acumulado, como patrimônio universal da humanidade, fazendo com que esse

saber seja criticamente apropriado pelos estudantes, que já trazem consigo o

saber popular o saber da comunidade em que vivem e atuam.

A qualidade da educação, não acontece sozinha, está vinculada à

comunidade escolar, pais, professores e gestores comprometidos, a participarem

de forma conjunta e democrática na condução das ações que acontecem na

escola. Assim, o CEEBJA ao atender jovens, adultos e idosos, possibilita uma

vivência grupal a qual, permite a melhora da aprendizagem, solidificando uma

educação de qualidade.

ESCOLA

A escola é o espaço social responsável pela apropriação do saber

universal e pela socialização deste saber, ou seja, responsável pela apropriação

crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento de compreensão da

realidade social e democrática para a transformação desta realidade.

É de responsabilidade da escola não permitir que o aluno permaneça no

mesmo nível (compreensão e visão de mundo) de quando iniciou o processo de

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aprendizagem, pois sua prática social precisa ser compreendida e reelaborada

pela via do conhecimento real.

O trabalho pedagógico deve fundamentar-se no compromisso de que a

escola deve levar seus alunos para além, do senso comum e chegar ao

conhecimento mais elaborado sobre a realidade. Isso é garantir o acesso ao

conhecimento.

A principal função social e pedagógica da escola é a de assegurar o desenvolvimento das capacidades cognitivas, operativas, sociais e morais pelo seu empenho na dinamização do currículo, no desenvolvimento dos processos de pensar, na formação da cidadania participativa e na formação ética. Para isso, faz-se necessário superar as formas conservadoras de organização e gestão, adotando formas alternativas, criativas, de modo que aos objetivos sociais e políticos correspondam estratégias adequadas e eficazes de organização e gestão. (LIBÂNEO, 2004, p.137)

Numa perspectiva crítica, cabe ao docente fornecer aos alunos o

instrumental teórico e os meios necessários para entender os desafios impostos

pela vida social, propiciar a reflexão e o questionamento contínuo sobre as

questões sociais, a relação entre a ciência, tecnologia e sociedade. O professor é

indispensável no processo de ensino e aprendizagem, cabe a este profissional o

papel de mediador, ou seja, de desenvolver procedimentos adequados para

viabilizar a apropriação desse conhecimento aos alunos. É necessário que o

professor domine os fundamentos explicativos dos objetos do conhecimento,

inclusive os fundamentos da própria prática pedagógica e,com este domínio

viabilize o método e as estratégias para que o processo de ensino e

aprendizagem se efetive com sucesso.

CONHECIMENTO

O conhecimento é a base que serve de estrutura para a educação, a

escola e a sociedade. É real, porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com

toda forma de existência que se manifesta de algum modo. O conhecimento,

portanto, é resultado de um processo de construção, modificação e reorganização

utilizados pelos educandos para assimilarem e interpretar os conteúdos

escolares. Assim, a ação pedagógica deve se ajustar ao que os educandos

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conseguem realizar em cada momento de sua aprendizagem, para se construir

em verdadeira ação educativa. Conceber o processo de aprendizagem como

propriedade do sujeito implica valorizar o papel determinante da interação com o

meio social e, particularmente com a escola. O conhecimento dessa cultura não

se faz de uma só vez, mas é um processo que precisa ir sendo cuidadosamente

sistematizado. Como tal, constituir-se-á numa constante reflexão para a

adequação dos conteúdos aos educandos, condição primeira para a

aprendizagem efetiva.

O CEEBJA tem por objetivo proporcionar meios para a formação de

educandos críticos, criativos, independentes, que dominem uma gama de

conhecimentos, para refletirem as problematizações encontradas no contexto

social e possam contribuir para o desenvolvimento social como um todo.

AVALIAÇÃO

A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual

se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de

acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos,

diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em

função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica.

Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de

reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve

ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza

uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.

A avaliação educacional, neste Estabelecimento Escolar, seguirá

orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os

seguintes princípios:

• investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações

necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;

• contínua: permite a observação permanente do processo ensino-

aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;

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• sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,

utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;

• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-

escola do educando;

• permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo

educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho

pedagógico da escola.

Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser

respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação

contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações

que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação

formal, como durante o atual processo de escolarização.

A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais

como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e

pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades

complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de

aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.

É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma

única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas será

analisado pelo educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os

seus avanços e necessidades, e as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a

prática pedagógica.

5.1.CURRICULO

Os conteúdos curriculares estão organizados por:

• Disciplinas

A organização dos componentes curriculares seguirá o disposto a seguir:

• A Fase II do Ensino Fundamental, por disciplinas;

• O Ensino Médio, por disciplinas.

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Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos

ao longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, tanto na forma

presencial individual quanto na presencial coletiva, conforme a matriz curricular

em anexo, sendo avaliados presencialmente ao longo do processo ensino-

aprendizagem.

A escola garantirá cem por cento dos conteúdos que integram cada

disciplina.

Do total de carga horária distribuída na matriz curricular do Ensino

Fundamental – Fase II e do Ensino Médio é obrigatória a freqüência de 75%

(setenta e cinco por cento) na organização coletiva e 100% (cem por cento) na

organização individual em cada disciplina, conforme legislação vigente.

O material de apoio didático adotado pelo DEJA/SEED é um dos recursos

para o desenvolvimento da escolarização na EJA.

As ações pedagógicas descentralizadas serão solicitadas pela comunidade

ao Estabelecimento de Ensino, conforme regulamentação em instrução própria,

ficando sujeitos a aprovação do DEJA/SEED.

5.2.MATRIZ CURRICULAR

5.2.1.ENSINO FUNDAMENTAL - FASE II

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE IIESTABELECIMENTO: CEEBJAENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: IRATI NRE: IRATIANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2007 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1452 HORAS-AULA ou 1200/1210 HORAS

DISCIPLINASTotal deHoras

Total dehoras/aula

LÍNGUA PORTUGUESA 226 272

ARTES 54 64LEM - INGLÊS 160 192

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EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64

MATEMÁTICA 226 272

CIÊNCIAS NATURAIS 160 192

HISTÓRIA 160 192

GEOGRAFIA 160 192

ENSINO RELIGIOSO* 10 12

TOTAL 1200/1210 1440/1452

*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

5.2.2.ENSINO MÉDIO

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO MÉDIOESTABELECIMENTO: CEEBJAENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do ParanáMUNICÍPIO: IRATI NRE: IRATIANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2007 FORMA: SimultâneaCARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS

DISCIPLINASTotal deHoras

Total dehoras/aula

L. PORTUGUESA ELITERATURA

174 208

LEM – INGLÊS 106 128

ARTE 54 64FILOSOFIA 54 64

SOCIOLOGIA 54 64EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64

MATEMÁTICA 174 208

QUÍMICA 106 128

FÍSICA 106 128

BIOLOGIA 106 128

HISTÓRIA 106 128

GEOGRAFIA 106 128

Língua Espanhola* 106 128

TOTAL 1200/1306 1440/1568

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*Língua Espanhola, disciplina de oferta obrigatória e de matrícula facultativa o educando.

5.2.3.ORGANIZAÇÃO DA HORA-ATIVIDADE

O Centro Estadual de Educação Básica Para Jovens e Adultos, dentro da

hora-atividade, oportuniza ao professor momentos de estudos, permite que o

mesmo acesse o Sistema de Acompanhamento (SABI), proporciona reavaliação

da prática pedagógica para uma ação educativa qualificada. O professor deverá

valorizar e promover o crescimento contínuo de seus alunos, conhecendo seu

potencial de desenvolvimento, oferecendo-lhes um ambiente próprio à

aprendizagem.

Ainda incentiva a participação dos professores e funcionários em eventos e

cursos de capacitação oferecidos pelo NRE e SEED.

5.2.4.CALENDÁRIO ESCOLAR

O Calendário Escolar será elaborado, anualmente, por este

Estabelecimento de Ensino, apreciado e aprovado pelo Conselho Escolar e após,

enviado ao órgão competente para análise e homologação, ao final de cada ano

letivo, anterior à sua vigência.

Atenderá ao disposto na legislação vigente, funcionando no mínimo 200

(duzentos) dias letivos, bem como as normas baixadas em instrução específica

sobre calendário, organizada pela Secretaria de Estado da Educação, fixando:

• Início e término das atividades docentes;

• Reuniões pedagógicas e/ou administrativas;

• Feriados e/ou antecipações;

• Recessos escolares;

• Capacitação de docentes;

• Período de férias;

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• Atividades culturais.

As alterações do Calendário Escolar, determinadas por motivos relevantes,

serão comunicadas à autoridade competente, em tempo hábil, para as

providências cabíveis.

O artigo 56, da Lei Complementar nº 07, de 23/12/1976 estabelece o

período de férias dos professores que será adotado por este Centro, conforme o

estabelecido para a rede Estadual de Educação Básica.

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32

Janeiro Fevereiro MarçoD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6

3 4 5 6 7 8 9 7 8 910 11 12 13 15 7 8 9 10 11 12 13 23

10 11 12 13 14 15 16 14 15 1617 18 19 20

dias 14 15 16 17 18 19 20

dias

17 18 19 20 21 22 23 21 22 2324 25 26 27 21 22 23 24 25 26 27

24 25 26 27 28 29 30 28 28 29 30 31 31

1 Dia Mundial da Paz

Abril Maio JunhoD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 1 1 2 3 4 54 5 6 7 8 9 10 20 2 3 4 5 6 7 8 21 6 7 8 9 10 11 12 21

11 12 13 14 15 16 17dias 9 10 11

12 13 14 15

dias 13 14 15 16 17 18 19

dias

18 19 20 21 22 23 24 16 17 1819 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26

25 26 27 28 29 30 23 24 2526 27 28 29 27 28 29 30

30 31

2Paixão / 21 Tiradentes 1 Dia do Trabalho3 CorpusChristi / 8 OBMEP – 1ª fase

Julho Agosto SetembroD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 12 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4

4 5 6 7 8 9 10dias

8 9 1011 12 13 14 15 5 6 7 8 9 10 11 21

11 12 13 14 15 16 17 15 16 1718 19 20 21

dias 12

13 14 15 16 17 18dias

18 19 20 21 22 23 24 22 23 2425 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25

25 26 27 28 29 30 31 29 30 31 26 27 28 29 30

7 Independência / 11 OBMEP – 2ª fase

Outubro Novembro DezembroD S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4

3 4 5 6 7 8 9 19 7 8 910 11 12 13 20 5 6 7 8 9 10 11 16

10 11 12 13 14 15 16dias 14 15 16

17 18 19 20

dias 12 13 14 15 16 17 18

dias

17 18 19 20 21 22 23 21 22 2324 25 26 27 19 20 21 22 23 24 25

24 25 26 27 28 29 30 28 29 30 26 27 28 29 30 31 31

12 N. S. Aparecida 2Finados 19 Emancipação Política do PR

15 Dia do Professor 15 Proclamação da República 25 Natal

20 Dia Nacional da Consciência NegraFérias Discentes Férias/Recessos/Docentes

Feriado Municipal 1 dia Janeiro 31 janeiro / férias 30NRE Itinerante 2 dias Fevereiro 7 julho/agost./reces. 23

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Dias letivos 200 julho/agosto 28 dez/reces. 9dezembro 9 Total 75 Total 62

Início/Término Formação Continuada

Planejamento e Replanejamento Reunião Pedagógica

Férias Feriado Municipal

Recesso Semana Cultural

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5.3.REGIME ESCOLAR O CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos –

Ensino Fundamental e Médio - funciona de segunda à sexta-feira, no período

matutino (das 8 às 12 horas), vespertino (das 13 às 17 horas) e no período

noturno (das 18 às 22 horas), de acordo com o estabelecido pela mantenedora.A

organização da oferta dos cursos, conforme as matrizes curriculares da Proposta

Pedagógica deste Estabelecimento de Ensino apresentam características

especificas, vinculadas ao perfil dos educandos jovens, adultos de EJA,

adequadas às normatizações vigentes.

Os educandos com necessidades educacionais especiais serão atendidos

por este Estabelecimento de Ensino, segundo os pressupostos da inclusão,

necessários no processo pedagógico, com adequação às necessidades dos

educandos, e corresponderá a um ensino socialmente significativo, conforme a

legislação vigente e regulamentação da SEED.

A Educação neste Estabelecimento de Ensino será ofertada de forma

presencial, organizada individual e coletivamente dependendo da condição e

disponibilidade de tempo do educando.

O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas,

que o receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as

orientações metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes

itens que compõem o Guia de estudos:

• a organização dos cursos;

• o funcionamento do estabelecimento; Horários, calendário, regimento

escolar;

• a dinâmica de atendimento ao educando;

• a duração e a carga horária das disciplinas;

• avaliação.

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5.4.EDUCAÇÃO ESPECIAL

A EJA contempla, o atendimento a educandos com necessidades

educacionais especiais.

As Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica

(2001) em seu artigo 2° orientam que: “Os sistemas de ensino devem matricular

todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos

educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições

necessárias para uma educação de qualidade para todos.” O Plano Nacional de

Educação (2001) destaca no capítulo da Educação Especial que: “o grande

avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma

escola inclusiva que garantisse o atendimento à diversidade humana”. Esse

processo exige mudanças, adaptações nos currículos e nas ações educacionais.

Os serviços e apoios especializados de acordo com as Diretrizes de

Educação Especial na Educação Básica (Brasil 2001) destinam-se ao

atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais decorrentes

das deficiências intelectuais, visuais, física-neuromotoras e surdez, das condutas

típicas de quadros neurológicos e psiquiátricos e psicológicos graves e das altas

habilidades/superdotação.

Assim, o CEEBJA conta com um professor itinerante, que é um serviço

ofertado por profissional especializado em educação especial, no ensino

fundamental e médio. Esse profissional participa do processo de desenvolvimento

e aprendizagem nas atividades escolares, avalia e ajuda a elaborar objetivos,

delineia os conteúdos, as estratégias e procedimentos relativos à dinâmica da

sala de aula e de toda a rotina escolar. O professor itinerante auxilia e dá

encaminhamento pedagógico necessário á aprendizagem, à comunicação e

locomoção do aluno. Ajuda nas adaptações curriculares orientando professores,

alunos, equipe pedagógica, família.

A flexibilização do currículo para oferecer respostas educativas às

necessidades especiais dos alunos, no contexto escolar, são denominadas

adaptações curriculares, conforme pode se constatar na definição de estudiosos

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da área:

“podemos definir as adaptações curriculares como modificações que são necessárias realizar em diversos elementos do currículo básico para adequar as diferentes situações, grupos epessoas para as quais se aplica. As adaptações curriculares são intrínsecas ao novo conceito de currículo. De fato, um currículo inclusivo deve contar com adaptações para atender à diversidade das salas de aula, dos alunos” (LANDÍVAR, 1999, p. 53).

O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos de Irati –

CEEBJA foi contemplado com os materiais para a Sala de Recursos

Multifuncionais, razão pela qual a escola usufruirá dos recursos e materiais da

referida sala.

De acordo com a nota técnica – SEESP/GAB/ Nº 11/2010 que orienta a

escola para a Institucionalização da Oferta do Atendimento Educacional

Especializado – AEE em Salas de Recursos Multifuncionais, observa-se que a

educação inclusiva, fundamentada em princípios filosóficos, políticos e legais dos

direitos humanos, compreende a mudança de concepção pedagógica, de

formação docente e de gestão educacional para a efetivação do direito de todos à

educação, transformando as estruturas educacionais que reforçam a oposição

entre o ensino comum e especial e a organização de espaços segregados para

alunos público-alvo da educação especial.

Dessa forma, garante-se, que a inclusão educacional se realize,

assegurando o direito à igualdade com igualdade de oportunidades. Isso não

significa o modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e

serviços especializados para que cada um aprenda, respeitando as diferenças e

limitações.

“As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando um sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos” (CARVALHO, 2004, p. 26).

Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial é definida

como uma modalidade de ensino transversal a todos os níveis, etapas e

modalidades, que disponibiliza recursos e serviços e realiza o atendimento

educacional especializado.

O atendimento educacional especializado (AEE) é um conjunto de

atividades e recursos pedagógicos organizados institucionalmenteà formação dos

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alunos; integra a proposta pedagógica da escola, envolvendo a participação da

família e a articulação com as demais políticas públicas.

As Salas de Recursos Multifuncionais são definidas como ambientes

dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos para a oferta do

atendimento educacionalespecializado – AEE de forma complementar ou

suplementar à formação dos alunos público-alvo da educação especial.

Os alunos público-alvo do Atendimento Educacional Especializado são:

Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de

natureza física, intelectual, mental ou sensorial; Alunos com transtornos globais

do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no

desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na

comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com

autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Ret, transtorno

desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra

especificação; Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que

apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas de

conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança,

psicomotora, artes e criatividade.

A implantação das Salas de Recursos Multifuncionaisé efetuada sem

prejuízo das parcerias da Secretaria de Educação com os demais órgãos

responsáveis pelos serviços de saúde, trabalho, assistência e outros que têm por

finalidade o acesso a recursos e atendimentos clínicos e terapêuticos, às

atividades ocupacionais e de recreação, a programação de geração de renda

mínimos, entre outros.

É atribuição do professor do atendimento educacional especializado:

• Elaborar, executar e avaliar o Plano de AEE do aluno, contemplando: a

identificação das habilidades e necessidades educacionais específicas dos

alunos; a definição e a organização das estratégias, serviços e recursos

pedagógicos e de acessibilidade; o tipo de atendimento conforme as

necessidades educacionais específicas dos alunos; o cronograma do

atendimento e a carga horária, individual ou em pequenos grupos;

• Programar, acompanhar e avaliar a funcionalidade e a aplicabilidade dos

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recursos pedagógicos e de acessibilidade no AEE, na sala de aula comum

e nos demais ambientes da escola;

• Produzir materiais didáticos e pedagógicos acessíveis, considerando as

necessidades educacionais específicas dos alunos e os desafios que estes

vivenciam no ensino comum, a partir dos objetivos e das atividades

propostas no currículo;

• Estabelecer a articulação com os professores da sala de aula comum e

com demais profissionais da escola, visando à disponibilização dos

serviços e recursos e o desenvolvimento de atividades para a participação

e aprendizagem dos alunos nas atividades escolares; bem como as

parcerias com as áreas intersetoriais;

• Orientar os demais professores e as famílias sobre os recursos

pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno de forma a ampliar

suas habilidades, promovendo sua autonomia e participação;

• Desenvolver atividades próprias do AEE, de acordo com as necessidades

educacionais específicas dos alunos: ensino da Língua Brasileira de

Sinais- Libras para alunos com surdez; ensino da Comunicação

Aumentativa e alternativa- CAA; ensino do sistema Braille, do uso do

soroban e das técnicas para a orientação e mobilidade para alunos cegos;

ensino da informática acessível e dos recursos de Tecnologia Assistiva- tá;

ensino de atividades de vida autônoma e social; orientação das atividades

de enriquecimento curricular para as altas habilidades/superdotação; e

promoção de atividades para o desenvolvimento das funções mentais

superiores.

Para os alunos público – alvo da educação especial são prestados de

forma complementar, atividades e recursos pedagógicos, tais como: avaliações e

outros trabalhos com tempo maior para os alunos que necessitam, e com número

reduzido de atividades; quando o educando (a) apresenta lentidão na escrita, são

oferecidos conteúdos para que o mesmo (a) possa colar em seu caderno e

apenas responder; auxílio pedagógico na sala de recursos com uso de material

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concreto, de forma que o aluno possa aprender o conteúdo explanado; trabalhos

em grupo e em dupla em sala de aula; atividades realizadas no computador para

alunos que necessitam desse recurso, etc.

Hoje a educação Especial tem papel fundamental na inclusão, visto que os

professores das disciplinas não possuem formação específica para atender as

diferenças, sentindo dificuldades em desenvolver seu trabalho. Assim, a

educação especial possui uma estrutura suficiente para subsidiá-los.

5.5.DIVERSIDADE:

A SEED, desde 2007, instituiu o Departamento da Diversidade que discute

e define as políticas para o atendimento a todos os sujeitos que historicamente,

encontrava-se excluídos do processo de escolarização e/ou da pauta das políticas

educacionais. Destacamos, aqui, as populações do campo, faxinalenses,

agricultores familiares, trabalhadores rurais temporários, quilombolas,

acampados, assentados, ribeirinhos, ilhéus, negras e negros, povos indígenas,

jovens, adultos e idosos não alfabetizados, pessoas lésbicas, gays, travestis e

transexuais. Bem como, assumiu a continuidade das discussões etnicorraciais.

Faz-se necessário que a escola identifique e reconheça os diferentes

sujeitos (educadores e educandos) e os condicionantes sociais que determinam o

sucesso ou o fracasso escolar, de forma que possa criar mecanismos de

enfrentamento aos diversos preconceitos existentes e para que possa garantir o

direito ao acesso e a permanência com qualidade no processo educacional.

Considerando o Parecer n° 04/09 do Ministério Público/Paraná e o Parecer

CP/CEE n° 01/09, que recomendam às instituições do Sistema Estadual de

Ensino do Paraná, por meio de seus colegiados, a promoção de amplo debate

sobre a inclusão do nome social do aluno e/ou da aluna travesti ou transexual nos

documentos escolares internos,a Superintendência da Educação e a Diretoria de

Administração Escolar no uso de suas atribuições, instrui: Que o nome civil,

constituído por prenome e sobrenome é um dos principais direitos de

personalidade ou direitos personalíssimos, e estes, segundo o Código Civil, são

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intransmissíveis e irrenunciáveis. O nome social é o nome pelo qual os travestis e

transexuais, femininos ou masculinos se reconhecem e preferem ser chamados.

1. Os Estabelecimentos do Sistema Estadual de Ensino do Paraná deverão

incluir, a partir do ano letivo 2010, o nome social do aluno e/ou aluna travesti ou

transexual, maior de 18 anos, que requeira, por escrito, esta inserção, nos

documentos escolares internos das escolas, tais como: espelho do Livro Registro

de Classe, Edital de Nota e Boletim Escolar. No espelho do livro de Registro de

Classe, Edital de Nota e Boletim, será emitido, automaticamente, do Sistema

SERE WEB, apenas o nome social pelo qual o aluno e/ou aluna travesti ou

transexual se identificam.

2. A declaração de solicitação de inserção do nome social do aluno e/ou da

aluna travesti ou transexual nos documentos escolares internos deverá ficar

arquivada na Pasta Individual do Aluno e/ou da aluna.

3. Os documentos escolares oficiais, tais como: Histórico Escolar,

Certificado, Diploma, Ficha individual, relatório Final e Edital de Classificação para

ingresso nos cursos técnicos profissionais, deverão permanecer inalterados.

4. As decisões tomadas sobre os procedimentos a serem adotados

referentes ao contido na presente Instrução deverão ser regimentados.

5. No Sistema SERE/SEJA será criada uma nova função de Cadastro do

Aluno para inclusão do nome social. O Sistema emitirá automaticamente no

espelho do Livro Registro de Classe, Edital de Notas e Boletim Escolar, apenas o

nome social.

5.5.1 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS

Discutir os Desafios Contemporâneos na Escola Publica, hoje, envolve

uma compreensão de currículo e das políticas e documentos oficiais divulgados

nas reformas da década de 1990, no Brasil, os quais apontam a educação como

redentora dos problemas sociais e econômicos. Tal contexto nos revela dois

caminhos como necessários: um, na reestruturação produtiva e o segundo, é

reflexo desta demanda aparece como superação da “rigidez tradicional das

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disciplinas” para a resolução de situações problemas das mais diversas naturezas

como opção inovadora. Sendo assim, ao discutir os Desafios Sociais

Contemporâneos na escola, devemos ter clareza de que a intencionalidade de

seu surgimento é a responsabilização da escola no sentido de se organizar para

reparar males das novas configurações do capital (inclusão, sustentabilidade,

cidadania, meio ambiente, etc.).

Portanto numa perspectiva progressista, esta discussão não pode se

reduzir à legitimação da lógica capitalista se o desenvolvimento econômico

impulsiona a produção e com isso a poluição ambiental, a escola poderia então

transversalizar seu conteúdo com o tema meio ambiente ou mesmo realizar

projetos com o fim de preservação humana, respeito e pluralidade cultural, se a

competitividade econômica exclui milhares de pessoas do processo produtivo e

da vida social, a escola poderia desenvolver competências e habilidades

genéricas que pudessem em tese capacitar o indivíduo para o mercado ou para a

vida, seu desenvolvimento tecnológico trouxe consigo a era da informação ou do

conhecimento, o papel da escola prescindiria tanto do conteúdo a ser ensinado

como do próprio mediador desse processo (SEED/PR 2008, s/p).

Se estas demandas forem colocadas na escola em formato de “projeto” ou

“tema transversal” descolado de um projeto de sociedade, de escola e de aluno,

numa visão utilitária e pontual, será uma opção de fragmentação do próprio ato de

ensinar, privilegiando a construção individual e a-histórica do conhecimento

(Duarte, 2001) e negação de sua totalidade, além da própria função social da

escola: apropriação dos conhecimentos produzidos historicamente pela

humanidade. Neste sentido, a discussão dos desafios educacionais

contemporâneos na escola não passará de uma cortina de fumaça que

escamoteia para o entendimento das condições concretas da escola capitalista.

Alem da dificuldade do resgate da função social da escola, temos

acompanhado a incompreensão do papel do conteúdo, que tem sido

contemporaneamente substituído por discursos. Porem cabe ressaltar que, é

somente a partir da compreensão do conteúdo em sua totalidade e a partir do

necessário movimento dialético que as questões apontadas como “demandas”

podem e devem ser discutidas. Para tal, a primeira reflexão ou suporte

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necessário, seria pensar em que medidas essas demandas podem ou não passar

pelo Currículo e, neste sentido, convergem com a intencionalidade da escola,

permitindo ou não a formação crítica dos sujeitos (SEED, 2008, s/p).

Desse modo, “se o conhecimento não supera o senso comum, não é

conhecimento; são suposições desagregadas que seduzem os trabalhadores [...]

por se aproximarem de sua realidade, mas o mantém subordinados aos desígnios

do esponaneísmo. Esta educação é conservadora” (RAMOS, 2003 p. 11).

Portanto, não cabe aqui uma defesa da teoria em si mesma, mas a defesa

de que a consciência dos sujeitos se dá pela práxis, a qual não pode ser

entendida como somo de partes de partes fragmentadas, dadas pela teoria e pela

prática, mas como condição numa perspectiva de totalidade. É necessário

pontuar ainda que alguns dos Desafios Educacionais Contemporâneos inseridos

na escola e nas políticas educacionais, hoje são marcos legais que tem seus

princípios e história determinados pela cobrança da sociedade civil organizada e,

mais pontualmente, dos movimentos sociais – entre outros. Sendo assim, tais leis

e lutas históricas e coletivas da humanidade não serão negadas pela escola, mas

são chamadas ao currículo quando fazem parte da totalidade de um conteúdo

nele presente, portanto, fazendo parte do recorte do conteúdo e com necessidade

para explicação de fatos sociais, seja por questões da violência, das relações

etnicorraciais da educação ambiental, do uso indevido de drogas ou dos Direitos

Humanos, Cidadania e Educação Fiscal.

5.6. AVALIAÇÃO

A avaliação é compreendida como uma prática reflexiva e diagnóstica que

orienta a intervenção pedagógica, bem como dá indicativos para acompanhar e

aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos.

A avaliação será realizada em função dos conteúdos, utilizando técnicas e

instrumentos diversificados, com as finalidades educativas, expressas na

Proposta Pedagógica.

É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma

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única oportunidade de aferição.

A verificação do rendimento escolar dar-se-á por meio de Avaliações

realizadas no decorrer do processo ensino-aprendizagem, por meio de variados

instrumentos elaborados pelos professores de cada disciplina.

Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02(duas) a

06(seis) notas por disciplina que corresponderão às provas individuais escritas e a

outros instrumentos avaliativos adotados a que, obrigatoriamente, o educando se

submeterá na presença do professor:

• as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática do Ensino

Fundamental–Fase II, Língua Portuguesa e Literatura e Matemática do

Ensino Médio, constituir-se-ão de 06(seis) registros de notas;

• as disciplinas de História, Geografia, Ciências Naturais, LEM – Inglês do

Ensino Fundamental – Fase II, constituir-se-ão de 04(quatro) registros de

notas;

• as disciplinas de História, Geografia, Química, Física, Biologia, Inglês e

Espanhol do Ensino Médio, constituir-se-ão de 04(quatro) registros de

notas;

• Filosofia, Sociologia, Arte do Ensino Médio e Fundamental e Educação

Física do Ensino Médio e Fundamental, constituir-se-ão de 02(dois)

registros de notas, de acordo com a Proposta Pedagógica;

A avaliação como parte do processo ensino-aprendizagem, terá os

registros de notas expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero),

de acordo com os seguintes critérios:

• para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), de acordo com a resolução n.º 3794/04 – SEED;

• o educando deverá atingir, pelo menos 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário e também como

acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos, o educando

terá direito à recuperação de estudos, conforme explicitada na Proposta

Pedagógica e Regimento Escolar;

• a cada avaliação processual, em caso de não concordância com o

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resultado, o educando terá direito a recurso, desde que solicitado com

prazo máximo de 72 horas após sua divulgação;

• para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a

Média Final (MF) corresponderá à média aritmética das Avaliações

Processuais (A), ou seja, a soma das notas de cada avaliação, divididas

pelo número de avaliações efetuadas, devendo os mesmos atingir no

mínimo a nota 6,0 (seis vírgula zero);

Média Final ou MF = soma das avaliações processuais (A)

Número de avaliações processuais

Os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando.

O educando portador de necessidades educacionais especiais será

avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de

desenvolver.

O resultado das atividades avaliativas será analisado pelo educando e pelo

professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e

as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.

5.6.1.DA RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A oferta da recuperação de estudos dar-se-á concomitantemente ao

processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos mesmos.

A recuperação será individualizada, organizada com atividades

significativas, com estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, com

indicação de roteiro de estudos, para melhor diagnosticar o nível de apropriação

dos conhecimentos de cada educando e com novos instrumentos de avaliação.

5.6.2.DA PROMOÇÃO

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Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0(seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04 – SEED.

A idade mínima para obtenção do certificado de conclusão do Ensino

Fundamental e do Ensino Médio é a estabelecida na legislação vigente.

5.6.3.DA CLASSIFICAÇÃO

O Estabelecimento de Ensino poderá realizar a classificação, dentro dos

seguintes critérios:

• por promoção, para os educandos que cursaram com aproveitamento

suficiente, projetos das ações descentralizadas e ações pedagógicas do

próprio Estabelecimento de Ensino, de acordo com as normas regimentais.

• por transferência, para os educandos procedentes de outras escolas, do

país ou do exterior, desde que tenha levado em conta sua experiência e

nível de aprendizagem;

• será de responsabilidade do educando o número inicial de disciplinas, para

matrícula na Fase II do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, sendo

permitido o ingresso em no máximo quatro disciplinas concomitantes;

• no ato de matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o

educando será orientado pela equipe de professores-pedagogos sobre: a

organização dos cursos, o funcionamento do estabelecimento: horários,

calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das disciplinas;

• o educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas,

que os receberão individualmente ou em grupos agendados, efetuando as

orientações metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os

seguintes itens que compõe o Guia de Estudos: organização dos cursos;

funcionamento do estabelecimento (horários, calendário, regimento

escolar); dinâmica de atendimento do educando, a duração e carga horária

das disciplinas, conteúdos e encaminhamentos metodológicos, materialde

apoio didático; sugestões bibliográficas para consulta; avaliação e outras

informações necessárias;

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• será considerado desistente o educando que se ausentar por mais de 02

(dois) meses consecutivos, devendo efetuar nova matrícula, para dar

continuidade aos estudos.

5.6.4.DA RECLASSIFICAÇÃO

Este Estabelecimento de Ensino poderá reclassificar os educandos

matriculados, avaliando o grau de estudos adequado à sua experiência e

desempenho independente do que registre o seu histórico escolar, considerando:

• a idade para a conclusão do nível de ensino, de acordo com a legislação

vigente;

• que o educando matriculado no Ensino Fundamental - Fase I poderá ser

reclassificado somente para a Fase II do Ensino Fundamental, devendo

iniciar os estudos nesta Fase;

• que o educando seja aprovado em prova aplicada pela escola, com base

nos conteúdos essenciais de cada disciplina constante na proposta

pedagógica;

• o parecer de uma comissão de três professores ou especialistas que ateste

o grau de desenvolvimento e maturidade do educando, bem como indicar

quais os conteúdo que deverá cursar em cada disciplina.

Para participação no processo de reclassificação, o educando deverá ter

cursado, no mínimo, 25% do total da carga horária estipulada para cada

disciplina, exceto para o Ensino Fundamental - Fase I.

O processo de reclassificação poderá reposicionar o educando, devendo

cursar ainda 50% ou 25% da carga horária total de cada disciplina do Ensino

Fundamental Fase II ou do Ensino Médio.

5.6.5. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

A avaliação institucional, cuja finalidade é ser construída de forma coletiva,

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social e pública tem grande relevância para a comunidade escolar e sociedade,

pois contribui para que estas lutem pela melhoria da qualidade da escola.

A avaliação institucional se constitui em um instrumento capaz de

identificar os destaques e as fragilidades da escola pública, além de estabelecer a

relação da instituição com o sistema e a comunidade usuária deste serviço.

Em primeira instância se inicia o trabalho de sensibilização envolvendo

alunos de todos os níveis e modalidades de ensino, professores, funcionários e

pais.

Assim mobilizada, a comunidade escolar realiza discussões permanentes

decorrentes dos resultados da avaliação, para propor e implementar as mudanças

necessárias, aperfeiçoar o que se deve ser aperfeiçoado e construir o que deve

ser construído.

Este processo faz parte da gestão democrática e serve para que os

gestores orientem ações na busca de resultados satisfatórios contribuindo para a

formação de cidadãos críticos, autônomos e socialmente participativos.

O projeto político pedagógico será avaliado para que se estabeleçam

novos rumos e para que a comunidade escolar se coloque como parte do

processo, comprometendo-se com ações inovadoras, visando atingir os objetivos

delineados no plano de ação.

A modalidade EJA não participa de algumas das avaliações promovidas

pelo governo federal como, por exemplo, a Prova Brasil. Os alunos do ensino

médio têm a possibilidade inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),

pois ele é utilizado como critério de seleção para os estudantes que pretendem

concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Além

disso, algumas universidades usam o resultado do exame como critério de

seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo

o vestibular.

Como o CEEBJA não está envolvido diretamente em algumas avaliações,

não possuindo nem mesmo um índice do IDEB (índice de desenvolvimento da

educação básica), as avaliações são realizadas no dia-a-dia na sala de aula,

refletidas em reuniões pedagógicas visando aperfeiçoar diariamente a qualidade

do ensino-aprendizagem, pois o nesta modalidade o índice de aprovação é de

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100%, consta no Regimento Escolar.

5.6.6. AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Sendo o PPP uma construção coletiva da Escola, tem se constituído numa

forma de garantir que as diferentes maneiras de pensar sejam compartilhadas e

respeitadas pelo corpo docente, funcionários e alunos.

Como norteador das ações deste estabelecimento o PPP tem garantido

também a formação de cidadãos responsáveis e atuantes no mercado de trabalho

e na sociedade, visto que o acesso à cultura eleva a alta estima, a confiança e a

autonomia do cidadão.

Observa-se que tal documento tem servido de parâmetro para que a

prática pedagógica transcorra de forma ética de acordo com a legalidade como

fundamentação das ações da comunidade escolar.

O desafio da escola ainda se encontra no “fazer acontecer” amplamente o

que é proposto no PPP.

VI. MARCO OPERACIONAL

Todos os segmentos da instituição de ensino devem planejar suas ações a

curto, médio ou longo prazo para proporcionar melhorias na qualidade da

educação ofertada pela mesma.

6.1. RECURSOS HUMANOS

FUNCIONÁRIO FORMAÇÃO FUNÇÃO

Isabel Cristina de Almeida Teixeira

Lic. Pedagogia Esp.Metodol. Ens. Superior Direção

Josiane FilipczakGadens Lic. Pedagogia Direção Auxiliar

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Esp.Psicopedagia

Dirce de Fátima Pereira Bem Magistério SecretariaAna Márcia Kaliberda Lic. Pedagogia Equipe pedagógica

Celso Eliel van der Waal

HistóriaEsp. História e historiografia Paranaense

Coord. Itinerante de APED

Gilda Maria Carneiro Azilieiro Duda Lic. Pedagogia Equipe pedagógica

Gisele Simone KovalskiPrimon

Lic. PedagogiaLic. Letras Português-

InglêsEsp. Língua Portuguesa Coord. Exames Supletivos

Ida Irene ScheifferRegalio Lic. Pedagogia Especialização em EJA Coord. Geral de APED

Maria de Lourdes GráciaLic. Pedagogia

Espec. Alfabetização Equipe pedagógica

Martha Elisa Koch Fernandes de Souza

Lic. Ciências - Compl. Biologia

Esp. Proc.Ens. Aprendizagem

Espec. Instrumentalização no

Ens. de Ciênc. e Biologia

Coord. Itinerante de APED

Rita Zanlorenzi Lic. Pedagogia Equipe pedagógica

Adélia Abib de AlmeidaLic. Ciências.

Compl. Matemática Professora

Adriane Teixeira Remes

Lic. Arte – EducaçãoLic. Letras – Português

Esp. Educação do Campo Professora

Ana Alair Fernandes

Lic. Letras Português – Inglês

Esp. Tecnologia da Inform. e da

AdministraçãoEsp. Literatura de língua

Portuguesa Professora

Ana Gabriela Koch LeiteLic. Ed. Física

ProfessoraAndréa Luiza Gontarz Lic. Geografia

Lic. Língua PortuguesaLic. Artes Visuais

Esp.Metod. do Ensino

Professora

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daAprendiz. da língua Portuguesa

Crislaine Vieira MonteiroLic. Português, Inglês e

Espanhol Professora

Davi Firmo de OliveiraLic. Educação FísicaEsp. Morfofisiologia aplicatividade Física Professor

Ederson de Lima PachecoLic. Biologia

Esp. Em Química Professor

Elza Luiza FilusBernaski

Lic. PedagogiaEsp. Ed. Especial – DMEsp. Em Tecnologias e

da comunicação na Promoção da Aprendizagem Professora Itinerante

Ernani Pedro de RamosLic. em Ciências, compl.

Física.Esp. em Matemática Professor

Gilberto Ivan Dias Soares

Lic. Em HistóriaEsp. Met. Do

Ens.Aprend. no Processo Educacional Professor

Janete HeppnerCidre

Lic. em HistóriaLic. GeografiaEspec.História Professora

Josiane de Fátima de Andrade Lic. CiênciasEsp. Psicopedagogia Professora

Leila Célia WodonosLic. História

Esp. Historiografia em História do Paraná Professora

Lélia

Lic. Letras Anglo Portuguesas e

Literaturas AfinsEsp. Literatura Infantil Professora

Leoni MalinoskiFillos

Lic. Ciências – Compl. Matemática

Espec. emMatemática Professora

Lidalcir Tadeu Puquevicz

Lic. FilosofiaEspec. Gestão e

Auditoria de Negócios Professor

Loren Julia França ReckLic. Português – Inglês

Espec. Leitura e Produção Escrita

Professora

Lucélia Blem da Silva Fillus Lic. Português – InglêsEsp. Concordância Nominal – Língua

Professora

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PortuguesaEsp. Língua Inglesa

Luciane do P. S. VenturaLic. Educação ArtísticaEspec. Met. do Ensino

da Arte Professora

Márcia Aparecida Pires da Silva

Lic. Ciências comp. Biologia

Esp. Orientação Supervisão e Gestão

EscolarGestão Ambiental:

Análise e Gerenciamento

Ambiental ProfessoraMarcos José Nunes Lic. Biologia

Maria do Carmo A. T. da MottaLic. Português – InglêsEsp. Ética e Cidadania/

Gestão de Pessoas Professora

Marialva do Prado Horstch

Lic. Ciências–compl. Matem.

Esp. Metod. do Ensino-Aprendiz. de Matemática

no ProcessoEducativoEns. Prática Docente: Trabalho e Cidadania Professora

Marins Danczuk

Lic. QuímicaMestre em Ciência, área

de concentração Fisicoquímica Professor

Marisa FlorianiLetras – Port./ Inglês

Espec. Educ. Especial Professora

Odária Baran Cabral

Pedagogia e GeografiaEspec. Metod. Ens.

Geografia ProfessoraRosilene Cochaim Lic. História Professora

Vanessa Cristina Horstch

Lic. Ciências - Compl. Física

Esp. Metodologia do Ens. Aprend. de

Ciências no Proc. Educativo Professora

Vera Maria Borges de Carvalho

Lic. PedagogiaEsp. Psicopedagogia

Institucional Professora

Walmor Antunes Filho Lic. em Educação Física Professor

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Espec. MetodologiaEns. 1º e 2º Graus

Ana Paula Flescher da Luz Lic. Geografia Técnica Administrativa

Arlete de Souza Rocha BeherMagistério

Curso Técnico Florestal Técnica Administrativa

Cyntia Luzia Floriani

Engenharia CivilEspec. Em

Psicopedagogia Técnica AdministrativaGiselda Gonçalves Heraki

Marques Lic. Pedagogia Técnica Administrativa

Giselle Cláudia Razera Téc.Contabilidade Técnica AdministrativaKelsy Graciela Horstch

Lic. Educação Física Técnica AdministrativaSônia Maria Dias Lic. Pedagogia Técnica Administrativa

Maria Gegin Ensino Médio Auxiliar operacionalMaria de Lourdes Souza de Lara Ensino Médio Auxiliar operacional

SorliBreitenbouchCrovadorEnsino Médio

Auxiliar operacionalSueli de Macedo da Silva Ensino Médio

Auxiliar operacional

6.2. ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO

A inserção do estágio não obrigatório no Projeto Político-Pedagógico da

escola não pode contrapor-se à própria concepção de escola pública, ainda que o

estágio seja uma atividade que vise à preparação para o trabalho produtivo,

conforme Lei n° 11788/2008. a função social da escola vai para além do

aprendizado de competências próprias da atividade profissional e, nesta

perspectiva, vai para além da formação articulada às necessidades do mercado

de trabalho.

Conceber trabalho como princípio educativo pressupõe oferecer subsídios,

a partir das diferentes disciplinas, para se analisar as relações e contradições

sociais, as quais se explicam a partir das relações de trabalho. Isto implica em

oferecer instrumentos conceituais ao aluno para analisar as relações de

produção, de dominação, bem como as possibilidades de emancipação do sujeito

a partir do trabalho.

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Formar para o mundo do trabalho, portanto, requer o acesso aos

conhecimentos produzidos historicamente pelo conjunto da humanidade, a fim de

possibilitar ao futuro trabalhador se apropriar das etapas do processo de forma

conceitual e operacional. Isto implica em ir para além de uma formação técnica

que secundariza o conhecimento, necessário para se compreender o processo de

produção em sua totalidade.

Os conhecimentos escolares, portanto, são a via para se analisar esta

dimensão contraditória do trabalho, permitindo ao estudante e futuro trabalhador

atuar no mundo do trabalho de forma mais autônoma, consciente e crítica.

Para tanto, o acesso aos conhecimentos universais possibilita ao aluno

estagiário, não somente sua integração nas atividades produtivas, mas a sua

participação nela, de forma plena, integrando as práticas aos conhecimentos

teóricos que as sustentam.

Nesta perspectiva, o estágio pode e deve permitir ao estagiário que as

ações desenvolvidas no ambiente de trabalho sejam trazidas para a escola e vice-

versa, relacionando-as aos conhecimentos universais necessários para

compreendê-las a partir das relações de trabalho.

Assim, cabe ao pedagogo acompanhar as práticas de estágio

desenvolvidas pelo aluno, ainda que em via não presencial, para que este possa

mediar a natureza do estágio e as contribuições do aluno estagiário com o plano

de trabalho docente, de forma que os conhecimentos transmitidos sejam

instrumentos para se compreender de que forma tais relações se estabeleçam

histórica, econômica, política, cultural e socialmente. Cabe ao pedagogo, também,

manter os professores das turmas, cujos alunos desenvolvem atividades de

estágio, informados sobre as atividades desenvolvidas, de modo que estes

possam contribuir para esta prática.

Portanto, com base nestas reflexões, as quais carecem de mais

aprofundamento conceitual, a CGE orienta, a priori, cumprimento da Lei em

questão. Com base nas considerações destacadas, ressalta-se que a inserção do

estágio não obrigatório, no Projeto Político-Pedagógico, deve tomar como

referência o papel do estagiário a partir das relações de trabalho, o papel do

pedagogo na mediação do estagiário, o papel do aluno estagiário em relação à

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instituição e às escolas e o papel do conhecimento escolar na compreensão das

relações de trabalho diante da contraditória sociedade atual.

6.3.PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA – GESTÃO 2006 – 2008

OBJETIVO GERAL

Agir e interagir com o coletivo na perspectiva democrática, construindo o

espaço ensino–aprendizagem através do diálogo, da participação e da

responsabilidade com ações que permitam acontecer a educação significativa e

de qualidade.

AÇÕES

Promover espaços pautados pelo diálogo, a análise, a crítica, o surgimento

e aprimoramento das ações da gestão pedagógica e administrativa, onde os

envolvidos no processo se coloquem como agentes transformadores, o que passa

pela busca do aprimoramento das ações fazendo acontecer uma educação de

qualidade. Considerando-se que o Diretor, a Equipe Pedagógica juntamente com

o Corpo Docente e Funcionários, são os principais responsáveis pela efetivação

do processo educativo no espaço escolar, cabendo-lhes cumprir as orientações e

determinações de segmentos hierarquicamente superiores e fazendo acontecer

na prática o que se propõem no presente Plano de Ação, efetivando a Proposta

Pedagógica do CEEBJA. Nesta perspectiva, serão realizadas reuniões para

estudo, debates, análise e tomadas de decisões coletivas, envolvendo dentro de

cada especificidade, e à luz da legislação vigente, a comunidade escolar: Diretor,

Equipe Pedagógica, Corpo Docente, Conselho Escolar, APAF, Corpo Discente,

Funcionários e Pais.

A convivência entre pessoas é marcada por diferenças individuais, tais

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diferenças quase sempre são causa do surgimento de conflitos e a escola, muitas

vezes, é o espaço onde se evidenciam estes conflitos. Na visão democrática,

serão trabalhados os problemas e as diferenças, buscando soluções criativas com

a comunidade escolar e os envolvidos, entendendo-se que o bem comum e o

objetivo primordial, que são os educandos, será preservado e zelado garantindo o

funcionamento eficiente e eficaz da instituição, respeito e observância de normas

vigentes.

O que propõe é continuar oferecendo o atendimento a uma comunidade

específica que é o jovem e o adulto que por diferentes trajetórias de vida não lhes

foi possível realizar seus estudos na idade que se convencionou nominar

adequada.

A característica de nosso trabalho é a acolhida aos alunos que buscam

essa instituição e que na sua grande maioria foram privados de escolaridade em

tempo adequado e hoje procuram resgatá-la pelo imperativo da sobrevivência.

Com essa visão e conhecimento da realidade do aluno, busca-se trabalhar

coletivamente, respeitando as diferenças do seu espaço e vislumbrar outras

possibilidades que o conduzam à realidade transformadora de si próprio e da

sociedade na qual está inserido. O conhecimento constitui a essência da

mediação e das relações professor-aluno. Neste sentido, a educação formal

proporcionada e direcionada pela Escola, serve de ponte para ligar o

conhecimento já apropriado em outros espaços e experiências de vida,

transpondo-os para o contexto de vida pessoal e social.

O ensino de qualidade está intimamente ligado à competência dos

profissionais da educação. Considerando-se que a sociedade atual encontra-se

marcada por mudanças cada vez mais velozes e profundas, nós educadores,

somos freqüentemente flagrados por mudanças que alteram e transformam

conceitos estabelecidos e nos fazem sentir desatualizado e até mesmo

anacrônico.

O aprimoramento profissional é o caminho para fazermos frente a esta

realidade. A formação continuada dos profissionais da educação constitui um dos

grandes desafios da sociedade e desta instituição. Busca- se respondê-lo

proporcionando e incentivando os educadores e funcionários a participarem de

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cursos, simpósios, grupos de estudos, reuniões, debates promovidos pela SEED,

escola e outros. Entendendo-se que o primeiro e principal agente de formação é a

própria pessoa, sem seu envolvimento pouco se atinge. É indispensável e

fundamental este aprimoramento para alcançar uma educação de qualidade.

Educar com competência e compromisso ético é questão de justiça para

com os alunos e sociedade.

A Escola é detentora de uma autonomia relativa, hierarquicamente

subordinada a outros setores, seu espaço físico e pedagógico será pautado pelo

exercício da democratização das ações e posturas compreendendo compromisso

ético num espaço que é público.

A qualidade do espaço físico é uma das condições fundamentais para que

o trabalho pedagógico e administrativo aconteça com condições adequadas e de

dignidade proporcionando o devido respeito à comunidade educativa. Tal espaço

compreende questões de dimensão de área, conservação, manutenção e higiene.

Neste sentido busca-se interagir com nossos parceiros e mantenedores

visando à ocupação de um espaço que melhor atenda nossas necessidades e

promover conscientização e envolvimento da comunidade escolar, preservando e

zelando pelo patrimônio físico e moral da escola.

AVALIAÇÃO

Avaliar é prática inerente a toda proposta de ação. As ações pedagógicas e

administrativas descritas no presente Plano de Ação serão avaliadas pela

observação dos resultados daquilo que se estabelece como objetivos a serem

alcançados.

A avaliação formal ou informal acontecerá pela verificação do rendimento

escolar dos jovens, adultos e idosos, pela inserção deste indivíduo na sociedade,

pelo envolvimento e compromisso dos profissionais da educação e pelo retorno

das ações da comunidade.

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57

6.4.PROFESSOR PEDAGOGO E COORDENAÇÕES

Plano de ação do Professor Pedagogo e da Coordenação

Justificativa

O professor pedagogo e a coordenação do CEEBJA trabalham de forma

integrada como apoio pedagógico, priorizando a relação PROFESSOR / ALUNO,

mediada pelo conteúdo; seu trabalho visa ainda informar o aluno, enfatizando a

relação homem – trabalho, homem – mundo, trabalhado pelo desenvolvimento

moral, espiritual, físico-intelectual e emocional do ser (vir a ser) mediada pela

realidade social.

Sua ação se dá de maneira interdisciplinar com professores e demais

funcionários de outras áreas afins que prioriza a organização escolar utilizando-se

de várias experiências dos elementos envolvidos no processo ensino-

aprendizagem para melhor servir ao educando.

Professor Pedagogo

O professor pedagogo deve ser o articulador das relações aluno-professor-

aprendizagem. Sendo assim, sua função é de trabalhar juntos (professor, aluno,

direção, pais e comunidade escolar) na elaboração de práticas educativas para

melhorar o trabalho escolar.

A organização do trabalho pedagógico escolar é uma atividade do

pedagogo que passa pela direção.

O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no

administrativo, tais como:

• orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada

disciplina;

• coordenar e acompanhar Ações Pedagógicas Descentralizadas e exames

supletivos quando, no estabelecimento, não houver coordenação (ões)

específica(s) dessa(s) ação (ões);

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• executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.

Coordenações

As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação

Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames

Supletivos, têm como finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento

Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela mantenedora.

Cabe ao(s) Coordenador (es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:

Coordenação Geral

• receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas

Descentralizadas;

• organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE;

• elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação;

• digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da Direção

do Estabelecimento;

• acompanhar o funcionamento de todas as turmas de Ações Pedagógicas

Descentralizadas vinculadas ao Estabelecimento;

• acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no

Sistema;

• organizar a documentação dos educandos para a matrícula;

• organizar a lista de freqüência e de notas dos educandos;

• enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas

Descentralizadas;

• responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas;

• organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o

atendimento aos educandos de todas as turmas;

• orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas

durante as horas-atividade dos professores;

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• realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de

experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino-

aprendizagem;

• elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em

comunidades que necessitam de escolarização;

• acompanhar a ação dos coordenadores itinerantes;

• tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente;

• prestar à Direção, à equipe pedagógica do estabelecimento e ao NRE,

quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da

escolarização pela Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua

coordenação;

• executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.

Coordenador itinerante

• Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas

Descentralizadas;

• atender e / ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos;

• verificar o cumprimento de horário de funcionamento das turmas;

• observar e registrar a presença dos professores;

• atender à comunidade nas solicitações de matrícula;

• solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico;

• solicitar e distribuir as listas de freqüência e de notas dos educandos;

• encaminhar as notas e freqüências dos educandos para digitação;

• acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação geral

qualquer problema neste procedimento;

• solicitar e organizar a documentação dos educandos para matrícula;

• acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as

turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua

responsabilidade;

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• participar das reuniões pedagógicas e da hora-atividade, juntamente com

os professores;

• executar a avaliação institucional conforme orientação da mantenedora.

Coordenador de Exame Supletivo

• Tomar conhecimento do edital de exames;

• fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital;

• verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames

possam ser executados;

• digitar, no Sistema, a inscrição dos candidatos;

• conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema, por meio da

emissão de Relatório de Inscritos;

• solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário,

para execução dos exames;

• solicitar por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em

Braille e as ampliadas, das etapas a serem realizadas, quando for o caso;

• solicitar por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o DEJA /

SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas especiais;

• comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos

Exames;

• receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs;

• capacitar a(s) equipe de trabalho do Estabelecimento para a realização dos

Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em

especial à organização e o preenchimento dos cartões-resposta;

• acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança

e tranqüilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos

Exames;

• divulgar as Atas de Resultado.

Cronograma

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O Plano de Ação será executado no transcorrer do ano letivo.

Avaliação

A avaliação será diagnóstica, analisando os envolvidos no processo

educativo dando-se ênfase ao bom senso, senso crítico, responsabilidade,

companheirismo, respeito e cidadania.

Por se tratar de um projeto de longa duração, será feito um

acompanhamento rigoroso, no sentido de detectar falhas e saná-las.

O Plano de Ação, sempre que necessário, será reavaliado e readaptado às

necessidades relevantes que ocorrerem durante o transcorrer do ano letivo.

A ação da Equipe Pedagógica e da Coordenação deve estar voltada para

promover um relacionamento agradável e de cooperação entre os membros da

escola, ajudar na resolução de problemas, mas, principalmente, realizar um

trabalho preventivo.

6.5.BIBLIOTECA ESCOLAR

Plano de ação da Biblioteca

A Biblioteca da escola deve ser um espaço silencioso e agradável, onde o

leitor possa ter tranqüilidade para ler, estudar e pesquisar, dependendo do que

necessita no momento.

A Biblioteca do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e

Adultos de Irati – CEEBJA – funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h;

das 13h às 17h e das 18h às 22h e a escola dispõe de doisresponsáveis por este

setor.

Além dos livros de leitura e de pesquisa que compõe o acervo da

biblioteca, a Escola assina os jornais O Estado do Paraná, Irati Centro Sul e as

revistas: Época, Veja, Super Interessante, Saúde e Nova Escola.

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As atendentes da biblioteca utilizam-se de metodologias diferenciadas para

auxiliar o aluno na hora da pesquisa, recorrendo muitas vezes à internet, que já é

uma realidade em nossa escola.

Quanto ao empréstimo de livros, o controle é feito através do programa de

computador MAXBIBLIOTECA; o prazo é de uma semana, podendo ser renovado

por mais uma semana se for entregue na data prevista.

Fazendo uma análise geral sobre a Biblioteca do CEEBJA, pode-se notar

que precisam ser adquiridos mais livros de pesquisa, tanto para o Ensino

Fundamental como para o Ensino Médio.

Os usuários precisam ser conscientizados da necessidade de conservação

do acervo pertencente à Biblioteca e que nem um livro ou revista deve sair da

biblioteca sem a autorização dasresponsáveis.

6.6.PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

6.6.1. DO SETOR ADMINISTRATIVO - SECRETARIA

A Secretaria é o setor que tem em seu encargo, todo registro de

escrituração escolar e correspondência do Estabelecimento de Ensino. É o

suporte fundamental para o bom andamento desta Unidade Escolar, através de

seus relatórios, dos seus registros e de sua organização, dando assim, um valor

legal à ação da escola.

A Secretaria deve manter um trabalho eficiente, dinâmico e racional, capaz

de fornecer, no mínimo espaço de tempo, qualquer informação ou documento

solicitado.

A função de Secretário Escolar é exercida por um Agente Educacional II

indicado pela direção do estabelecimento e designado por Ato Oficial, conforme

normas da Secretaria de Estado da Educação – SEED. O serviço da Secretaria é

coordenado e supervisionado pela direção.

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Cabe ao Secretário (a) desenvolver relações diretas e permanentes com as

diferentes áreas de atuação da escola, sendo que para atingir seus objetivos faz-

se necessário o trabalho e interação com o coletivo escolar.

De acordo com a Lei Complementar Nº 123 – 09/09/2008, segue as

atribuições dos profissionais que ocupam o cargo de Agente Educacional II:

Realizar atividades administrativas e de secretaria da instituição escolar

onde trabalha; auxiliar na administração do estabelecimento de ensino, atuando

como educador e gestor dos espaços e ambientes de comunicação e tecnologia;

manter em dia a escrituração escolar: boletins estatísticos; redigir e digitar

documentos em geral e redigir e assinar atas; receber e expedir correspondências

em geral, juntamente com a direção da escola; emitir e assinar, juntamente com o

diretor, históricos e transferências escolares; classificar, protocolar e arquivar

documentos; prestar atendimento ao público, de forma pronta e cordial; atender

ao telefone; prestar orientações e esclarecimentos ao público em relação aos

procedimentos e atividades desenvolvidas na unidade escolar; lavrar termos de

abertura e encerramento de livros de escrituração; manter atualizados dados

funcionais de profissionais docentes e não docentes do estabelecimento de

ensino; manter atualizada lista telefônica com os números mais utilizados no

contexto da escola; comunicar à direção fatos relevantes no dia-a-dia da escola;

manter organizado e em local acessível o conjunto de legislação atinente ao

estabelecimento de ensino; executar trabalho de mecanografia e de reprografia;

acompanhar os alunos, quando solicitado, em atividades extraclasse ou

extracurriculares; participar de reuniões escolares sempre que necessário;

participar de eventos de capacitação sempre que solicitado; manter organizado o

material de expediente da escola; comunicar antecipadamente à direção sobre a

falta de material de expediente para que os procedimentos de aquisição dos

mesmos sejam realizados; executar outras atividades correlatas às ora descritas;

catalogar e registrar livros, fitas, DVD, fotos, textos, CD; registrar todo material

didático existente na biblioteca, nos laboratórios de ciências e de informática;

manter a organização da biblioteca, laboratório de ciências e informática;

restaurar e conservar livros e outros materiais.de leitura; atender aos alunos e

professores, administrando o acervo e a manutenção do banco de dados; zelar

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pelo controle e conservação dos documentos e equipamentos da Biblioteca;

conservar, conforme orientação do fabricante, materiais existentes nos

laboratórios de informática e de ciências; reproduzir material didático através de

cópias reprográficas ou arquivos de imagem e som em vídeos, “slides”, CD e

DVD; registrar empréstimo de livros e materiais didáticos; organizar agenda para

utilização de espaços de uso comum; zelar pelas boas condições de uso de

televisores e outros aparelhos disponíveis nas salas de aula; zelar pelo bom uso

de murais, auxiliando na sua organização, agir como educador, buscando a

ampliação do conhecimento do educando, facilitada pelo uso dos recursos

disponíveis na escola; quando solicitado; participar das capacitações propostas

pela SEED ou outras de interesse da unidade escolar; decodificar e mediar o uso

dos recursos pedagógicos e tecnológicos na prática escolar; executar outras

atividades correlatas às ora descritas.

6.6.2. DO SETOR DE INTRA-ESTRUTURA E ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

Os profissionais que ocupam o cargo de Agente Educacional I são

responsáveis pela manutenção de infra-estrutura escolar e preservação do meio

ambiente, alimentação escolar e interação com o educando. Portanto, cabe a

estes as seguintes atribuições, de acordo com a Lei Complementar Nº 123 –

09/09/2008:

Zelar pelo ambiente escolar, preservando, valorizando e integrando o

ambiente físico escolar; executar atividades de manutenção e limpeza, tais como:

varrer, encerar, lavar salas, banheiros, corredores, pátios, quadras e outros

espaços utilizados pelos estudantes, profissionais docentes e não docentes da

educação, conforme a necessidade de cada espaço; lavar, passar e realizar

pequenos consertos em roupas e materiais; utilizar aspirador ou similares e

aplicar produtos para limpeza e conservação do mobiliário escolar; abastecer

máquinas e equipamentos, efetuando limpeza periódica para garantir a segurança

e funcionamento dos equipamentos existentes na escola; efetuar serviços de

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embalagem, arrumação, remoção de mobiliário, garantindo acomodação

necessária aos turnos existentes na escola; disponibilizar lixeiras em todos os

espaços da escola, preferencialmente, garantindo a coleta seletiva de lixo,

orientando os usuários – alunos ou outras pessoas que estejam na escola para

tal; coletar o lixo diariamente, dando ao mesmo o destino correto; executar

serviços internos e externos, conforme demanda apresentada pela escola;

racionalizar o uso de produtos de limpeza, bem como zelar pelos materiais como

vassouras, baldes, panos, espanadores, etc.; comunicar com antecedência à

direção da escola sobre a falta de material de limpeza, para que a compra seja

providenciada; abrir, fechar portas e janelas nos horários estabelecidos para tal,

garantindo o bom andamento do estabelecimento de ensino e o cumprimento do

horário de aulas ou outras atividades da escola; guardar sob sua responsabilidade

as chaves da instituição, quando for o caso, ou deixar as chaves nos locais

previamente estabelecidos; zelar pela segurança das pessoas e do patrimônio,

realizando rondas nas dependências da instituição, atentando para eventuais

anormalidades, bem como identificando avarias nas instalações e solicitando,

quando necessário, atendimento policial, do corpo de bombeiros, atendimento

médico de emergência devendo, obrigatoriamente, comunicar as ocorrências à

chefia imediata; controlar o movimento de pessoas nas dependências do

estabelecimento de ensino, cooperando com a organização das atividades

desenvolvidas na unidade escolar; encaminhar ou acompanhar o público aos

diversos setores da escola, conforme necessidade; acompanhar os alunos em

atividades extraclasse quando solicitado; preencher relatórios relativos à sua

rotina de trabalho; participar de cursos, capacitações, reuniões, seminários ou

outros encontros correlatos às funções exercidas ou sempre que convocado; agir

como educador na construção de hábitos de preservação e manutenção do

ambiente físico, do meio-ambiente e do patrimônio escolar; efetuar outras tarefas

correlatas às ora descritas; preparar a alimentação escolar sólida e líquida

observando os princípios de higiene, valorizando a cultura alimentar local,

programando e diversificando a merenda escolar; responsabilizar-se pelo

acondicionamento e conservação dos insumos recebidos para a preparação da

alimentação escolar; verificar a data de validade dos alimentos estocados,

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utilizando-os em data própria, a fim de evitar o desperdício e a inutilização dos

mesmos; atuar como educador junto à comunidade escolar, mediando e

dialogando sobre as questões de higiene, lixo e poluição, do uso da água como

recurso natural esgotável, de forma a contribuir na construção de bons hábitos

alimentares e ambientais; organizar espaços para distribuição da alimentação

escolar e fazer a distribuição da mesma, incentivando os alunos a evitar o

desperdício; acompanhar os educandos em atividades extracurriculares e

extraclasse quando solicitado; realizar chamamento de emergência de médicos,

bombeiros, policiais, quando necessário, comunicando o procedimento à chefia

imediata; preencher relatórios relativos à sua rotina de trabalho; comunicar ao (à)

diretor (a), com antecedência, a falta de algum componente necessário à

preparação da alimentação escolar, para que o mesmo seja adquirido; efetuar

outras tarefas correlatas às ora descritas.

PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

Os funcionários, dentro da especificidade de sua área de atuação, têm um

papel fundamental no processo educativo, por meio da vivência e da observação

de atitudes corretas e respeitosas no cotidiano da escola. Deve zelar pelo respeito

às diversidades tendo uma postura que busque minimizar discriminações de

qualquer natureza no ambiente escolar. Deve orientar, aconselhar e informar os

alunos, agindo como educadores.

Visando uma melhor organização do trabalho, pretende-se desenvolver

ações adequadas a realidade da escola e a especificidade da Modalidade de

Ensino a que atende.

Desempenhar ações que visem atender as necessidades da instituição de

ensino, prestando atendimento ao público de forma rápida, eficiente e eficaz.

Arquivar a documentação legal da escola, de alunos, professores, equipe

pedagógica e funcionários. Desenvolver de forma ágil toda a rotina administrativa,

auxiliando na administração da escola.

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6.7.PROJETOS DESENVOLVIDOS PELA ESCOLA

• Janelas para a cultura

• Diferenças Étnico Cultural – História e Cultura Afro

• Cidadania em ação – Educação Fiscal

• Resgate da Cultura Indígena

• Uma nova leitura do campo – Educação do Campo

• Semana cultural

• 20 de Novembro – Dia da Consciência Negra

• Projetos PDE

• Educador ou trabalhador?

• O Gênero feminino nos gêneros discursivos: novas percepções

• EJA/Literatura Infantil- Meio para a compreensão de Língua Inglesa

• TC 6- Teste de Caminhada de 6 Minutos

6.8. CONSELHO DE CLASSE

Na modalidade EJA o conselho de classe ocorre de forma diferenciada do

ensino regular, pois nem todos os alunos estão matriculados nas mesmas

disciplinas, e por cursarem em sua maioria no sistema individual, quando há

alguma dificuldade ou problema, o professor procura a coordenação pedagógica

que em comum acordo tomam as devidas providências, e se necessário for, o

aluno é chamado até a coordenação e orientado para que tenha um melhor

aproveitamento.

6.9.CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar, órgão colegiado de natureza deliberativa, consultiva e

fiscal, tem como principal atribuição estabelecer e garantir a implementação da

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Proposta Pedagógica, eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida.

Ele será constituído de acordo com o princípio da representatividade,

devendo abranger toda a comunidade escolar, cujos representantes nele terão,

necessariamente, voz e voto.

Poderão participar do Conselho Escolar os representantes dos movimentos

sociais organizados, comprometidos com a escola pública, assegurando-se que

sua representação não ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado.

O Presidente do Conselho Escolar será o Diretor do estabelecimento, na

qualidade de dirigente da Posposta Pedagógica.

O Conselho Escolar do CEEBJA de Irati será constituído pelas seguintes

categorias:

• Diretor;

• representante da Equipe Pedagógica;

• representante da Equipe Administrativa;

• representante de Professores para cada segmento do Ensino Fundamental

e do Ensino Médio, com atividade na Sede do Estabelecimento;

• representantes dos Coordenadores das Ações Pedagógicas

Descentralizadas;

• representante dos educandos para cada fase do Ensino Fundamental e do

Ensino Médio, com matrículas ativas.

• representante(s) indicado(s) pelos segmentos organizados da sociedade,

composto por, no máximo, 1/5 da somatória das alíneas anteriores,

designados pelo Núcleo Regional de Educação, em ato próprio.

6.10.A.P.A.F. (ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES, ALUNOS E FUNCIONÁRIOS)

A Associação de Professores, Alunos e Funcionários deste

Estabelecimento de Ensino é pessoa jurídica, de direito privado, órgão de

representação do corpo docente e discente da escola, de utilidade pública, não

tendo caráter partidário, religioso, de raça, e nem fins lucrativos, não sendo

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remunerados seus dirigentes e conselheiros, tratando-se de trabalho voluntário.

A A.P.A.F. tem a função de planejar, acompanhar, aplicar e gerenciar os

recursos financeiros, bem como proporcionar condições aos educandos, de

participar de todo o processo escolar.

A associação participa, também, da elaboração do Projeto Político

Pedagógico da escola.

6.11. CONSELHO DE AVALIAÇÃO

O Conselho de Avaliação é um órgão colegiado de natureza consultiva em

assuntos didático-pedagógicos, com atuação dirigida a cada educando do

Estabelecimento de Ensino, tendo por objetivo avaliar o processo de ensino-

aprendizagem.

A finalidade do Conselho de Avaliação é analisar os dados resultantes do

processo de ensino e de aprendizagem, constantes nesta proposta, propondo o

aperfeiçoamento do mesmo, de tal forma que vise assegurar o desempenho

escolar do aluno.

6.12.MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICOSerão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação de

Jovens e Adultos – DEJA, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como

material básico.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, poderão

utilizar outros recursos didáticos.

6.13.LABORATÓRIO

Ciência e tecnologia são elementos essenciais para a transformação e o

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desenvolvimento da sociedade atual. Esta, por sua vez, tem exigido um volume

de informações muito maior do que em qualquer época do passado, quer seja

para o acesso ao mundo do trabalho, quer para o exercício consciente da

cidadania e para as atividades do cotidiano.

Em qualquer área de estudo, faz-se necessário unir o conhecimento teórico

com a prática. Em algumas áreas essa relação teoria-prática é mais permanente.

A apropriação significativa do conhecimento científico, de modo a contribuir

para a compreensão dos fenômenos do mundo natural, em diferentes espaços e

tempos do planeta, como um todo dinâmico, como elementos em permanente

interação, do corpo humano e da sua integridade, da saúde como dimensão

pessoal e social, do desenvolvimento tecnológico e das transformações

ambientais causadas pelo ser humano, são os resultados esperados na área de

Ciências do Ensino Fundamental e Médio.

As atividades de laboratório, quando bem implementadas, assumem papel

de suma importância, auxiliando o professor no encaminhamento metodológico de

temas ou assuntos, propiciando a participação ativa dos educandos,

potencializando as atividades experimentais e facilitando a compreensão de

conceitos ou fenômenos.

Assim, seguindo o entendimento do Conselho Estadual de Educação,

expresso no parecer nº “095/99”... “indubitavelmente, um conceito novo para o

espaço denominado laboratório acompanha uma educação científica nova,

espaço que passará a incluir também o pátio da escola, a beira do mar, o bosque

ou a praça pública...” explicitam a não obrigatoriedade de espaço específico e

materiais pré-determinados, para a concretização de experimentos nos

estabelecimentos de ensino, reforçando o princípio pedagógico da

contextualização, que se quer implementar neste Centro Estadual de Educação

Básica para Jovens e Adultos.

O CEEBJA conta com laboratório integrado de ciências, física, química e

biologia, contando com um microscópio, materiais relacionados ao corpo humano,

mapas de anatomia e fisiologia humana, morfologia vegetal, maquete da célula

eucariótica, vidrarias e suportes para experiências químicas, etc.

Conta também com laboratório de informática, com acesso a internet para

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uso dos alunos e professores.

6.14.RECURSOS TECNOLÓGICOS

Vivemos em um tempo de “globalização do conhecimento”, quando o

cidadão deve dominar as tecnologias existentes. Assim sendo, a informática na

escola é possibilidade de construir estratégias e habilidades necessárias para

compreensão e inserção no mundo atual com novas formas de expressão e

comunicação. Neste enfoque será tratada como um recurso e estratégia para

garantir e ampliar a qualidade do processo ensino-aprendizagem.

É preciso ensinar o aluno a trabalhar a informação, utilizando-a para

colaborar na solução dos problemas da realidade. Dessa forma, o uso da

tecnologia (informática, TV e Vídeo-cassete) possibilita ensinar de formas

diferentes, transformando a aula em investigação.

A escola é o lugar da organização dos conhecimentos. E é preciso que

jovens e adultos sejam preparados para lidar com a informação.

A escola conta com laboratório de informática, com acesso a internet, para

uso dos professores e alunos. Todas as salas de aula são equipadas com

televisores, conta também com aparelhos de DVD, aparelhos de som, projetor,

etc., equipamentos estes usados diariamente pelos professores durante as aulas.

6.15.EDUCAÇÂO TECNOLÓGICA

O eixo estrutural comum à educação, escola e sociedade é o

conhecimento.

Para exercer a cidadania plena é necessário ter acesso à informação e à

tecnologia, sabendo utilizá-la. Desta forma, o conhecimento é o mais eficiente

instrumento do homem, sem o qual não é possível alcançar o êxito pessoal e

coletivo.

Compete ainda a todos os envolvidos com a educação responder pela

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dimensão ética, quer dizer, pela formação de valores das atitudes e dos

procedimentos para que os alunos sejam membros ativos e úteis à sua

comunidade. Valores estes que orientam o uso correto do saber científico,

estético e tecnológico.

A reflexão e o questionamento contêm sobre as questões sociais, a relação

entre a ciência, tecnologia e sociedade, possibilitam o avanço da ciência e a

construção do pensamento permanente.

6.16.ESTAGIÁRIOS

Sabendo-se da importância da realização de estágio para a formação

acadêmica, nossa escola abre seu espaço para acolher e acompanhar estagiários

da UNICENTRO.

Os novos recursos didáticos (apresentados pelos acadêmicos), juntamente

com os mecanismos de comunicação, formam o núcleo por meio do qual o agente

de ensino e os agentes de aprendizagem entram em contato.

Considerando-se que a escola é por excelência espaço onde se ensina e

aprende, e fundamentada nessa concepção, essa comunidade escolar aproveita

a inovação, novas práticas pedagógicas e a disposição de estagiários para

melhorar a qualidade de ensino.

6.17.AÇÕES DO ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO

Esta instituição proporciona aos alunos a possibilidade de desenvolver o

estágio não-obrigatório com objetivo de permitir ao estudante e futuro trabalhador

ampliar seus conhecimentos escolares, bem como atuar no mundo do trabalho de

forma mais autônoma, consciente e crítica, possibilitando ao aluno estagiário não

somente sua integração nas atividades produtivas, mas a sua participação nela,

de forma plena, relacionando as práticas com o conhecimento científico.

Assim, serão encaminhados às instituições cedentes de estágio os alunos

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que estiverem matriculados nesta instituição, com freqüência escolar satisfatória e

que tenham interesse em realizar o devido estágio.

VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica

para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.

BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São

Paulo: Cortez, 1997.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA).

Conselho Estadual de Educação - PR

Deliberação 011/99 – CEE.

Deliberação 014/99 – CEE.

Deliberação 09/01 – CEE.

Deliberação 008/00 – CEE

Deliberação 07/01 _ CEE

Deliberação 02/03 _ CEE

Deliberação 016/99 _ CEE

Indicação 004/96 – CEE.

Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).

Conselho Nacional de Educação

Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.

Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.

Parecer 015/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

Resolução 03/98 – CEB.

Constituição Brasileira – Artigo 205.

DELORS, J.Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo:Cortez; Brasília, DF:

MEC: UNESCO, 1998.

DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP: Papirus,

1997.

DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros.

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74

Nível de Escolarização da População.mimeog.

DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.

DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a

Educação de Jovens e Adultos. mimeog.

Decreto 2494/98 da Presidência da República.

Decreto 2494/98 da Presidência da República.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

2005.

LDBEN nº 9394/96.

OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos).

Curitiba: SEED – PR, 2004.

Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.

Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.

SILVA, Eurides Brito da.A Educação Básica Pós-LDBEN.

SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a

nova LDBEN.

SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da.Como entender e

Aplicar a Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.

Estatuto da criança e do adolescente. Lei nº 8069 de 13 julho 1990.

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PROPOSTA PEDAGÓGICO-CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

IRATI

2010

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1 OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

As transformações políticas, econômicas, sociais e culturais da sociedade

brasileira nos últimos anos, as contribuições de pesquisadores em educação, o

perfil dos educandos jovens, adultos e idosos, assim como os diagnósticos e as

considerações das escolas sobre a Educação de Jovens e Adultos - EJA no

Estado do Paraná desencadearam reflexões que culminaram na necessidade de

se rever as políticas educacionais da EJA e, mais especificamente, a organização

curricular de suas escolas.

Essas transformações são norteadas, sobretudo, pelos valores

apresentados na Conferência Internacional de Hamburgo, na lei 9394/96 e no

Parecer 011/00, do Conselho Nacional de Educação, que estabelece as Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.

Respondendo aos desafios apresentados para esta modalidade de ensino,

nossa escola elege três concepções as quais edificarão a sua ação:

A primeira constitui-se como princípio de direito: a Educação é direito de

todos. Portanto a proposta pedagógica aqui apresentada mostra-se como um

instrumento para a efetiva universalização desse direito à Jovens, Adultos e

Idosos, que, nas palavras de Jamil Cury, é “tão direito quanto a educação (...)

para a idade apropriada dos 7 aos 14 anos”.

A segunda concepção parte de que a Educação de Jovens e Adultos é

uma modalidade da Educação Básica, conforme estabelece a LDBEN 9394/96,

ofertada para cidadãos que não tiveram e/ou não puderam se beneficiar da

escolarização básica na idade convencional.

A terceira concepção estabelece que o adulto não é uma criança crescida,

portanto, há que se estabelecer uma pedagogia e correspondente metodologia

para a garantia do direito à Educação, nesta modalidade de ensino.

De fato, a educação de Jovens e Adultos objetiva criar situações de ensino-

aprendizagem adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos,

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realizando sua função reparadora, equalizadora e permanente, conforme o

determinado no Parecer 011/00-CEB/CNE. A restauração do direito negado (o

direito e uma escola de qualidade e o reconhecimento de igualdade de todo e

qualquer cidadão); a possibilidade de reentrada no sistema educacional, e da

atualização permanente de conhecimentos, norteiam a proposta aqui

apresentada.

1.1 PERFIL DO EDUCANDO

Nossos alunos são na sua grande maioria trabalhadores assalariados,

os quais procuram a EJA em busca da escolarização formal; seja pelas

necessidades pessoais, seja pelas exigências do mundo do trabalho.

Esses educandos possuem uma bagagem de conhecimentos adquiridos

em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de

produção e de socialização do saber; estas experiências de vida são significativas

ao processo educacional.

Há na EJA uma grande presença da mulher, que durante muitos anos

sofreu e por diversas vezes ainda sofre as consequências de uma sociedade

desigual com predomínio da tradição patriarcal, que a impediu das práticas

educativas em algum momento de sua história de vida.

A EJA contempla também, o atendimento a educandos com

necessidades educacionais especiais.

Uma outra demanda atendida pela EJA é a de pessoas idosas que

buscam a escola para o desenvolvimento ou ampliação de seus conhecimentos,

bem como outras oportunidades de convivência. Inclui-se aqui o convívio social e

a realização pessoal. São pessoas que possuem uma temporalidade específica

no processo de aprendizagem.

A EJA contempla a Educação no campo, pois considera que o “campo”

retrata uma diversidade sócio-cultural, que se dá a partir dos sujeitos que nele

habitam. É, sem dúvida, um desafio para a educação escolar, pensar em

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organizar em seu currículo as relações com a educação do campo, sem perder de

vista os conhecimentos e a cultura historicamente acumulada na sociedade de um

modo geral.

Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens, adultos e idosos,

não se refere exclusivamente a uma característica etária, mas à articulação desta

modalidade com a diversidade sócio-cultural, de seu público, que demandam uma

educação a qual considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO

Este Estabelecimento de Ensino tem como uma das finalidades, a oferta de

escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus

estudos no Ensino Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades

apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e

de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.

Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e

Adultos – Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na

legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no

processo.

Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos

de modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como:

1. pesquisa e problematização na produção do conhecimento;

2. desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

3. registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,

ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e

socialização dos conhecimentos;

4. vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos,

bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de

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estudos e atividades. O estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o Guia

de Estudos aos educandos, a fim de que este tenha acesso a todas as

informações sobre a organização da modalidade.

Organização Coletiva

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de

início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização

do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos

conteúdos de forma coletiva, na relação professor-educandos e considerando os

saberes adquiridos na história de vida de cada educando.

A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm

possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma

pré-estabelecido.

Organização Individual

A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que

não têm possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, devido às

condições de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados

mediante classificação, aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados

ou desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é reativada,

turma organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada pela

escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula o

período, dias e horário das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas

suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.

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1.3 NÍVEL DE ENSINO

1.3.1 Ensino Fundamental – Fase II

Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este

estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais

e Estaduais, que consideram os conteudos ora como meios, ora como fim do

processo de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam

produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruirem.

Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e

possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

1.3.2 Ensino Médio

O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua

oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução nº02 de

07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de

Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica.

1.4 EDUCAÇÃO ESPECIAL

A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades

educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização

coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, a

permanência e o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação

em que se encontram individualmente estes educandos.

Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de

educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles

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que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar,

a legislação assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos

educandos que apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de:

1. deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva;

2. condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou

psiquiátricos;

3. superdotação/altas habilidades.

É importante destacar que, “especiais” devem ser consideradas as

alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover

barreiras para a aprendizagem e participação de todos os alunos.[1]

Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o

enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem

características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências mas,

também, de condições sócio-culturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles

terão direito a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos

pela educação escolar.

Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se,

assegurando o direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não

significa o modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e

serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas

singularidades.

1.5 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS

Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas

descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a

grupos

[1] CARVALHO. R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17.

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sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de

escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e

o regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios

estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.

1.6 FREQUÊNCIA

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de

100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental - Fase II e no Ensino

Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta

e cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em

sala de aula.

1.7 EXAMES SUPLETIVOS

Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao

disposto na Lei nº.9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria

de Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de

Educação e Trabalho, através da coordenação da Educação de Jovens e Adultos.

1.8 CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar, órgão colegiado de natureza deliberativa, avaliativa,

consultiva e fiscalizadora, sobre a organização e a realização do trabalho

pedagógico e administrativo do Estabelecimento de Ensino tem como principal

atribuição estabelecer e garantir a implementação da Proposta Pedagógica, eixo

de toda e qualquer ação a ser desenvolvida.

O Conselho Escolar será constituído de acordo com o princípio da

representatividade, devendo abranger toda a comunidade escolar, cujos

representantes nele terão necessariamente, voz e voto.

Poderão participar do Conselho Escolar, representantes dos movimentos

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sociais organizados, comprometidos com a escola pública, assegurando-se que

sua representação não ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado.

O Conselho Escolar será presidido pelo Diretor do Estabelecimento, na

qualidade de dirigente da Proposta Pedagógica.

O Conselho Escolar do CEEBJA de Irati será constituído pelas seguintes

categorias:

a) Diretor;

b) Representante da Equipe Pedagógica;

c) Representante da Equipe Docente;

d) Representante da Equipe Técnico-Administrativa;

e) Representante da Equipe Auxiliar Operacional;

f) Representantes dos discentes;

g) Representante dos pais ou responsáveis pelo aluno;

h) Representante dos movimentos sociais organizados da comunidade.

1.9 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO

Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e

Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná, como material de apoio.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, deverão

utilizar outros recursos didáticos.

1.10 BIBLIOTECA ESCOLAR

A Biblioteca constitui-se em espaço pedagógico, cujo acervo estará à

disposição dos educandos jovens, adultos e idosos da modalidade de Educação

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de Jovens e Adultos ofertada pela escola, assim como a toda comunidade

escolar.

Estará a cargo de um profissional qualificado de acordo com a legislação

vigente e/ou um profissional disponível da escola com conhecimento necessário

ao cargo.

A biblioteca deverá ter regulamento próprio onde estarão explicitados sua

organização, funcionamento e atribuições do responsável.

1.11 LABORATÓRIO

Ciência e tecnologia são elementos essenciais para a transformação e o

desenvolvimento da sociedade atual. Esta, por sua vez, tem exigido um volume

de informações muito maior do que em qualquer época do passado, quer seja

para o acesso ao mundo do trabalho, quer para o exercício consciente da

cidadania e para as atividades do cotidiano.

Em qualquer área de estudo, faz-se necessário unir o conhecimento teórico

com a prática. Em algumas áreas essa relação teoria-prática é mais permanente.

A apropriação significativa do conhecimento científico, de modo a contribuir

para a compreensão dos fenômenos do mundo natural, em diferentes espaços e

tempos do planeta, como um todo dinâmico, como elementos em permanente

interação, do corpo humano e da sua integridade, da saúde como dimensão

pessoal e social, do desenvolvimento tecnológico e das transformações

ambientais causadas pelo ser humano, são os resultados esperados na área de

Ciências do Ensino Fundamental e Médio.

As atividades de laboratório, quando bem implementadas, assumem papel

de suma importância, auxiliando o professor no encaminhamento metodológico de

temas ou assuntos, propiciando a participação ativa dos educandos,

potencializando as atividades experimentais e facilitando a compreensão de

conceitos ou fenômenos.

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Assim, seguindo o entendimento do Conselho Estadual de Educação,

expresso no parecer nº “095/99”... indubitavelmente, um conceito novo para o

espaço denominado laboratório acompanha uma educação científica nova,

espaço que passará a incluir também o pátio da escola, a beira do mar, o bosque

ou a praça pública... explicitam a não obrigatoriedade de espaço específico e

materiais pré-determinados, para a concretização de experimentos nos

estabelecimentos de ensino, reforçando o princípio pedagógico da

contextualização, que se quer implementar neste Centro Estadual de Educação

Básica para Jovens e Adultos.

1.12 RECURSOS TECNOLÓGICOS

Vivemos em um tempo de “globalização do conhecimento”, quando o

cidadão deve dominar as tecnologias existentes. Assim sendo, a informática na

escola é possibilidade de construir estratégias e habilidades necessárias para

compreensão e inserção no mundo atual com novas formas de expressão e

comunicação. Neste enfoque será tratada como um recurso e estratégia para

garantir e ampliar a qualidade do processo ensino-aprendizagem.

É preciso ensinar o aluno a trabalhar a informação, utilizando-a para

colaborar na solução dos problemas da realidade. Dessa forma, o uso da

tecnologia (informática, TV, pendrive e DVD) possibilita ensinar de formas

diferentes, transformando a aula em investigação.

A escola é o lugar da organização dos conhecimentos é preciso que jovens

e adultos sejam preparados para lidar com a informação.

2 FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS

A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do

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diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional

que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o

compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a

que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações

sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do

desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação

na qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente e

refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do

trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a

dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo

soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização

metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-

históricos.[1]

Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e

pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o

processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente

com:

a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e

valores que os levem à emancipação e à afirmação de sua

identidade cultural;

[1] KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.

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b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo

cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito

mútuo, solidariedade e justiça;

c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens,

adultos e idosos – cultura, trabalho e tempo;

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre

cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica

pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural,

tornando-a mais próxima da realidade e garantindo sua função socializadora –

promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do

educando – e, sua função antropológica - que considera e valoriza a produção

humana ao longo da história.

A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do

trabalho e que, através deste, busca melhorar a sua qualidade de vida e ter

acesso aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização

curricular, as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana.

É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos

diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA,

considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do

mundo do trabalho, face à diversidade de suas características.

E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de

Jovens e Adultos no Estado do Paraná:

I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um

tempo diferenciado de aprendizagem e não um tempo único

para todos os educandos, bem como os mesmos possuem

diferentes possibilidades e condições de re-inserção nos

processos educativos formais;

II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no

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processo educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo

à escola cabe superar um ensino de caráter enciclopédico,

centrado mais na quantidade de informações do que na relação

qualitativa com o conhecimento;

III. Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar

articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio-

histórica, vinculada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas

tecnologias, dentre outros;

IV. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem

a capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu

mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação da escola será

de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o

mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de

transformação de sua realidade social;

V. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia

tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o

hierarquiza nas matérias escolares, mas sim, como uma forma

de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais

relevantes estão articulados à realidade na qual o educando se

encontra, viabilizando um processo integrador dos diferentes

saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas/disciplinas

do conhecimento.

Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante, incluirá o

desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que

busquem chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:

- Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são

atrasados em seu processo de formação, mas são sujeitos

sócio-histórico-culturais, com conhecimentos e experiências

acumuladas, com tempo próprio de formação e aprendizagem;

- Contribuir para a re-significação da concepção de mundo e dos

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próprios educandos;

- O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese

entre a objetividade das relações sociais e a subjetividade, de

modo que as diferentes linguagens desenvolvam o raciocínio

lógico e a capacidade de utilizar conhecimentos científicos,

tecnológicos e sócio-históricos;

- Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na

referência, nos interesses do educando e nos conteúdos

necessários ao exercício da cidadania e do trabalho;

- Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos,

criativos, críticos e democráticos;

Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos,

não se refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta

modalidade com a diversidade sócio-cultural de seu público, composta, dentre

outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades

educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógica-

curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos.

3 INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS

Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do

Ensino Fundamental – Fase II e do Médio a jovens, adultos e idosos que não

tiveram o acesso ou continuidade em seus estudos.

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4 MATRIZ CURRICULAR

4.1 Ensino Fundamental – Fase II

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4.2 Ensino Médio

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5 CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade

de ensino da Educação Básica, cuja concepção de currículo compreende a escola

como espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a

compõem, ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e

aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico,

constitui-se no elemento principal de mediação entre educadores e educandos e

deve ser organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela

estrutura curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tornar os

conhecimentos significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento

se constitui em núcleo estruturador do conteúdo do ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser

pensada em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure

o acesso aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas

especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação

Básica, a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade

da Educação Básica, passa adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos

por essas diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores

propostos nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e

Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a apropriação do

conhecimento que não deve se restringir à transmissão/ assimilação de fatos,

conceitos, idéias, princípios, informações etc., mas sim compreender a aquisição

cognoscitiva e estar intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos

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curriculares propostos para Educação Básica.

6 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO

6.1 Concepção de Avaliação

A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual

se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de

acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos,

diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em

função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica.

Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de

reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve

ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza

uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.

A avaliação educacional, neste Estabelecimento Escolar, seguirá

orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os

seguintes princípios:

• investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter

informações necessárias para propor atividades e gerar novos

conhecimentos;

• contínua: permite a observação permanente do processo ensino-

aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática

pedagógica;

• sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,

utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;

• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no

tempo-escola do educando;

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• permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos

conteúdos pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem

como do trabalho pedagógico da escola.

Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos

ao longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a

matriz curricular, com oferta diária de 04 (quatro) horas -aula por turno, com

avaliação presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem.

Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser

respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação

contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações

que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação

formal, como durante o atual processo de escolarização.

A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais

como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e

pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades

complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de

aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.

É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma

única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas será

analisado pelo educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os

seus avanços e necessidades, e as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a

prática pedagógica.

6.2 Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas

α) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados,

sempre com finalidade educativa;

β para fins de promoção e certificação, serão registradas 02 (duas) a

06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas

individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos

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adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o

educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito

no regimento escolar. Na disciplina de Ensino Religioso as avaliações

realizadas no decorrer do processo ensino-aprendizagem não terão

registro de notas para fins de promoção e certificação.

χ) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,

sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez

vírgula zero) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima

exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a

Resolução n° 3794/04-SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e

cinco por cento) do total da carga horária de cada disciplina na

organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização

individual;

δ) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero)

em cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito

a recuperação de estudos. Para os demais a recuperação será

ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos

conhecimentos;

ε) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da

disciplina, a média final corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a

nota 6,0 (seis vírgula zero);

φ os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados

em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a

regularidade e autenticidade da vida escolar do educando;

γ) o educando portador de necessidades educativas especiais, será

avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de

desenvolver.

η) na disciplina de Língua Espanhola, as avaliações serão realizadas no

decorrer do processo ensino-aprendizagem, sendo registradas 04

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(quatro) notas para fins de cálculo da média final;

ι ) no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso

será avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo

registro de notas na documentação escolar, por não ser objeto de

retenção.

6.3 Recuperação de Estudos

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese

de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da

aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará

concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a

apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos,

independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor

diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos

conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de

exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos

instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.

6.4 Aproveitamento de Estudos

O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito,

aomparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento

Escolar, por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula

inicial, transferência e prosseguimento de estudos.

6.5 Classificação e Reclassificação

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Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino

utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento

Escolar.

7 REGIME ESCOLAR

O Estabelecimento Escolar funcionará, preferencialmente, no período

noturno, podendo atender no período vespertino e/ou matutino, de acordo com a

demanda de alunos do estabelecimento de ensino e com expressa autorização do

Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação.

As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão

registradas no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da

Educação do Paraná.

O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo

estabelecimento de ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na

matriz curricular.

Este Estabelecimento Escolar poderá executar ações pedagógicas

descentralizadas para atendimento de demandas específicas - desde que

autorizado pelo Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado

da Educação – em locais onde não haja a oferta de EJA e para grupos ou

indivíduos em situação especial, como por exemplo, em unidades sócio-

educativas, no sistema prisional, em comunidades indígenas, de trabalhadores

rurais temporários, de moradores em comunidades de difícil acesso, dentre

outros.

7.1 ORGANIZAÇÃO

Os conteúdos escolares estão organizados por áreas do conhecimento e

por disciplinas no Ensino Fundamental – Fase II e Médio. Conforme dispostas nas

Matrizes Curriculares, em concordância com as Diretrizes Curriculares Nacionais,

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contidas nos Pareceres nº 2 e 04/98 - CEB/CNE para o Ensino Fundamental e

Resolução n.º03/98 e Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE, para o Ensino Médio e com

as Deliberações n°01/06, n°04/06, n° 07/06 e n°03/08, todas do Conselho

Estadual de Educação.

7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO

A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com as

seguintes ofertas:

a) organização coletiva e individual para o Ensino Fundamental – Fase II e

Ensino Médio, em todas as disciplinas, sendo priorizadas as vagas para

matrícula na organização coletiva.

b) a disciplina de Língua Espanhola será ofertada somente na organização

coletiva.

7.2.1 Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio

No Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio considerar-se-á a

oferta de 100% da carga horária total estabelecida.

7.3 MATRÍCULA

Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e

Adultos:

a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;

b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela

mantenedora;

c) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio,

poderá matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente;

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d) no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso é de

matrícula facultativa para o educando;

e) no Ensino Médio, a disciplina de Língua Espanhola é de matrícula

facultativa para o educando e entrará no cômputo das quatro

disciplinas que podem ser cursadas concomitante;

f) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com

êxito por meio de cursos organizados por disciplina ou de exames

supletivos, série(s) e de período(s)/etapa(s)/semestre(s)

equivalente(s)à conclusão de série(s) do Ensino Regular mediante

apresentação de comprovante de conclusão conforme regulamentado

no Regimento Escolar;

g) para os educando que não participaram do processo de escolarização

formal/escolar; bem como o educando desistente do processo de

escolarização formal/ escolar, em anos letivos anteriores, poderão ter

seus conhecimentos aferidos por processo de classificação, definidos

no Regimento Escolar;

h) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar

por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu

retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus

estudos, aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas

obtidos, desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois)

anos, a partir da data de matrícula inicial;

i) o educando desistente, por mais de 02 (dois) anos, a partir da data de

matrícula inicial na disciplina, no seu retorno deverá fazer rematrícula

na disciplina, podendo participar de processo de reclassificação.

j) educando desistente da disciplina de Língua Espanhola, por mais de

02(dois) meses consecutivos ou por mais de dois anos, a contar da

data de matrícula inicial, no seu retorno, deverá reiniciar a disciplina

sem aproveitamento da carga horária cursada e os registros de notas

obtidos, caso opte novamente por cursar essa disciplina.

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No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o

educando será orientado por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização

dos cursos, o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento

escolar, a duração e a carga horária das disciplinas.

O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas,

que os receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as

orientações metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes

itens que compõem o Guia de Estudos:

• a organização dos cursos;

• o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento

escolar;

• a dinâmica de atendimento ao educando;

• a duração e a carga horária das disciplinas;

• os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;

• o material de apoio didático;

• as sugestões bibliográficas para consulta;

• a avaliação;

• outras informações necessárias.

7.4 MATERIAL DIDÁTICO

O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos

recursos de apoio pedagógico do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do

Estado do Paraná de Educação de Jovens e Adultos.

7.5 AVALIAÇÃO

a) avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente e

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permanente;

b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre

com finalidade educativa;

c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06

(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais

escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se

submeterá na presença do professor, conforme descrito no regimento

escolar;

d) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,

sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez

vírgula zero);

e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0

(seis vírgula zero) em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º

3794/04 – SEED e frequência mínima de 75% (setenta e cinco por

cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização

coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;

f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero)

em cada registro da avaliação processual, caso contrário terá direito à

recuperação de estudos. Para os demais a recuperação será ofertada

como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos;

g) a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a

nota 6,0 (seis vírgula zero);

h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados

em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a

regularidade e autenticidade da vida escolar do educando;

i) o educando portador de necessidades educativas especiais, será

avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de

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desenvolver.

j) para fins de certificação e acréscimo da carga horária da carga horária

da disciplina de Língua Espanhola, o educando deverá atingir a média

mínima de 6,0 (seis vírgula zero) e frequência mínima de 75%

( setenta e cinco por cento) do total da carga horária da disciplina;

k) Para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino

Religioso, na documentação escolar, o educando deverá ter

frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da

carga horária da disciplina.

l) No Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será

avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de

notas na documentação escolar por não ser objeto de retenção.

7.6 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese

de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da

aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará

concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a

apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos,

independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor

diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos

conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de

exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos

instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.

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7.7 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO

Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação, e

reclassificação estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o

disposto na legislação vigente.

7.8 ÁREA DE ATUAÇÃO

As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta

a Educação de Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do

Núcleo Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas

descentralizadas, desde que autorizadas pela mantenedora.

7.9 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO

Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da

SEED, oportunizará o estágio não obrigatório, como atividade opcional,

desenvolvido no ambiente de trabalho, conforme a Lei Federal n°11.788, de 25 de

setembro de 2008.

8 RECURSOS HUMANOS

8.1 Atribuições dos Recursos Humanos

De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico

neste Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos,

exigir-se-á o profundo conhecimento e estudo constante da fundamentação

teórica e da função social da EJA, do perfil de seus educandos jovens, adultos e

idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA; bem como as

legislações e suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à

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Educação de Jovens e Adultos.

8.1.1 Direção

À direção cabe a gestão dos serviços escolares no sentido de garantir o

alcance dos objetivos educacionais do Estabelecimento de Ensino definidos no

Projeto Político Pedagógico.

O Diretor deve administrar a escola juntamente com o Conselho Escolar,

coordenando a execução de um plano de trabalho, construído coletivamente no

sentido de elevar os padrões de qualidade do Estabelecimento Escolar.

O diretor exerce a função de liderança na Escola e deverá ser capaz de

dividir o poder de decisão dos assuntos escolares com toda a equipe, criando e

estimulando a participação de todos, o que requer um profissional que possua:

comunicação ética, empreendedorismo, capacidade de informação,

acessibilidade, construção de cadeias de relacionamento, motivação,

compromisso, agilidade.

Compete ao Diretor:

Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;

Responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da

posse;

Coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto

Político-Pedagógico da escola, construído coletivamente e aprovado pelo

Conselho Escolar;

Coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da

educação;

Implementar a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, em

observância às Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

Coordenar a elaboração do Plano de Ação do estabelecimento de ensino e

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submetê-lo à aprovação do Conselho Escolar;

Convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando

encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;

Elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade,

consultando a comunidade escolar e colocando-os em edital público;

Prestar contas dos recursos recebidos, submetendo-os à aprovação do

Conselho Escolar e fixando-os em edital público;

Coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em consonância

com a legislação em vigor, submetendo-o à apreciação do Conselho

Escolar e, após, encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para a

devida aprovação;

Garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste com

os órgãos da administração estadual;

Encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações no

ambiente escolar, quando necessárias, aprovadas pelo Conselho Escolar;

Deferir os requerimentos de matrícula;

Elaborar, juntamente com a equipe pedagógica, o calendário escolar, de

acordo com as orientações da Secretaria de Estado da Educação,

submetê-lo à apreciação do Conselho Escolar e encaminhá-lo ao Núcleo

Regional de Educação para homologação;

Acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente e o

cumprimento das reposições de dias letivos, carga horária e de conteúdo

aos discentes;

Assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas-atividade

estabelecidos;

Promover grupos de trabalho e estudos ou comissões encarregadas de

estudar e propor alternativas para atender aos problemas de natureza

pedagógico-administrativa no âmbito escolar;

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Propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional de

Educação, após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta de

ensino e abertura ou fechamento de cursos;

Participar e analisar da elaboração dos Regulamentos Internos e

encaminhá-los ao Conselho Escolar para aprovação;

Supervisionar o preparo da merenda escolar, quanto ao cumprimento das

normas estabelecidas na legislação vigente relativamente a exigências

sanitárias e padrões de qualidade nutricional;

Definir horário e escalas de trabalho da equipe técnico-administrativa e

equipe auxiliar operacional;

Articular processos de integração da escola com a comunidade;

Solicitar ao Núcleo Regional de Educação suprimento e cancelamento de

demanda de funcionários e professores do estabelecimento, observando as

instruções emanadas da Secretaria de Estado da Educação;

Organizar horário adequado para a realização da Prática Profissional

Supervisionada do funcionário cursista do Programa Nacional de

Valorização dos Trabalhadores em Educação – Profuncionário, no horário

de trabalho, correspondendo a 50% (cinqüenta por cento) da carga horária

da Prática Profissional Supervisionada, conforme orientação da Secretaria

de Estado da Educação, contida no Plano de Curso;

Participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a

serem inseridos no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de

ensino, juntamente com a comunidade escolar;

Cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância

sanitária e epidemiológica;

Viabilizar salas adequadas quando da oferta do ensino extracurricular

plurilinguístico da Língua Estrangeira Moderna, pelo Centro de Línguas

Estrangeiras Modernas – CELEM;

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Disponibilizar espaço físico adequado quando da oferta de Serviços e

Apoios Pedagógicos Especializados,nas diferentes áreas da Educação

Especial;

Assegurar a realização do processo de avaliação institucional do

estabelecimento de ensino;

Zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,

funcionários e famílias;

Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, pais e com os demais segmentos da comunidade

escolar;

Assegurar o cumprimento dos programas mantidos e implantados pelo

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação/MEC – FNDE;

Cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

8.1.2 Professor Pedagogo

O professor pedagogo deve ser o articulador das relações aluno-professor -

aprendizagem. Sendo assim, sua função é de trabalhar juntos (professor, aluno,

direção, pais e comunidade escolar) na elaboração de práticas educativas para

melhorar o trabalho escolar.

A organização do trabalho pedagógico escolar é uma atividade do

pedagogo que passa pela direção.

Cabe ao Professor Pedagogo:

coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto

Político-Pedagógico e do Plano de Ação do estabelecimento de ensino;

orientar a comunidade escolar na construção de um processo pedagógico,

em uma perspectiva democrática;

participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho pedagógico

escolar, no sentido de realizar a função social e a especificidade da

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educação escolar;

coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Pedagógica

Curricular do estabelecimento de ensino, a partir das políticas educacionais

da Secretaria de Estado da Educação e das Diretrizes Curriculares

Nacionais e Estaduais;

orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto

ao coletivo de professores do estabelecimento de ensino;

promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para

reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico

visando à elaboração de propostas de intervenção para a qualidade de

ensino para todos;

participar da elaboração de projetos de formação continuada dos

profissionais do estabelecimento de ensino, que tenham como finalidade a

realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;

organizar, junto à direção da escola, a realização dos Conselhos de

Avaliação, de forma a garantir um processo coletivo de reflexão-ação sobre

o trabalho pedagógico desenvolvido no estabelecimento de ensino;

coordenar a elaboração e acompanhar a efetivação de propostas de

intervenção decorrentes das decisões do Conselho de Avaliação;

subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores

do estabelecimento de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de

experiência, debates e oficinas pedagógicas;

organizar a hora-atividade dos professores do estabelecimento de ensino,

de maneira a garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho

pedagógico;

proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a

desencadear um processo de reflexão sobre esses dados, junto à

comunidade escolar, com vistas a promover a aprendizagem de todos os

alunos;

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coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do

Regimento Escolar, garantindo a participação democrática de toda a

comunidade escolar;

participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento,

subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca

da organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar;

orientar e acompanhar a distribuição, conservação e utilização dos livros e

demais materiais pedagógicos, no estabelecimento de ensino, fornecidos

pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação/MEC – FNDE;

coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção

de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir

do Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;

participar da organização pedagógica da biblioteca do estabelecimento de

ensino, assim como do processo de aquisição de livros, revistas,

fomentando ações e projetos de incentivo à leitura;

acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Química,

Física e Biologia e de Informática;

propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua

participação nos diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;

coordenar o processo democrático de representação docente de cada

turma;

colaborar com a direção na distribuição das aulas, conforme orientação da

Secretaria de Estado da Educação;

coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e

disciplinas, a partir de critérios legais, didático-pedagógicos e do Projeto

Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;

acompanhar os estagiários das instituições de ensino quanto às atividades

a serem desenvolvidas no estabelecimento de ensino;

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acompanhar o desenvolvimento do Programa Nacional de Valorização dos

Trabalhadores em Educação– Profuncionário, tanto na organização do

curso, quanto no acompanhamento da Prática Profissional Supervisionada

dos funcionários cursistas da escola e/ou de outras unidades escolares;

promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas

as formas de discriminação, preconceito e exclusão social;

coordenar a análise de projetos a serem inseridos no Projeto Político

Pedagógico do Estabelecimento de Ensino;

acompanhar o processo de avaliação institucional do estabelecimento de

ensino;

participar na elaboração do Regulamento de uso dos espaços

pedagógicos;

orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos didático-

pedagógicos referentes à avaliação processual e aos processos de

classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos, conforme

legislação em vigor;

organizar e acompanhar, juntamente com a direção, as reposições de

horas e conteúdos aos discentes;

orientar, acompanhar e visar periodicamente os Livros Registro de Classe

e a Ficha Individual de Controle de Nota e Frequência, sendo esta

específica para Educação de Jovens e Adultos;

organizar registros de acompanhamento da vida escolar do aluno;

organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica dos

profissionais do estabelecimento de ensino;

solicitar autorização dos pais ou responsáveis para realização da Avaliação

Educacional do Contexto Escolar, a fim de identificar possíveis

necessidades educacionais especiais;

coordenar e acompanhar o processo de Avaliação Educacional no

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Contexto Escolar, para os alunos com dificuldades acentuadas de

aprendizagem, visando encaminhamento aos serviços e apoios

especializados da Educação Especial, se necessário;

acompanhar os aspectos de sociabilização e aprendizagem dos alunos,

realizando contato com a família com o intuito de promover ações para o

seu desenvolvimento integral;

acompanhar a frequência escolar dos alunos, contatando as famílias e

encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário;

acionar serviços de proteção à criança e ao adolescente, sempre que

houver necessidade de encaminhamentos;

orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos com

necessidades educativas especiais, nos aspectos pedagógicos,

adaptações físicas e curriculares e no processo de inclusão na escola;

manter contato com os professores dos serviços e apoios especializados

de alunos com necessidades educacionais especiais, para intercâmbio de

informações e trocas de experiências, visando à articulação do trabalho

pedagógico entre Educação Especial e Ensino Regular;

assessorar os professores do Centro de Línguas Estrangeiras Modernas e

acompanhar as turmas, quando o estabelecimento de ensino ofertar o

ensino extracurricular plurilinguístico de Língua Estrangeira Moderna;

orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos dos alunos para

cada disciplina, na modalidade Educação de Jovens e Adultos;

coordenar e acompanhar ações descentralizadas e Exames Supletivos, na

modalidade Educação de Jovens e Adultos (quando no estabelecimento de

ensino não houver coordenação específica dessa ação, com a devida

autorização);

assegurar a realização do processo de avaliação institucional do

estabelecimento de ensino;

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manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas,

alunos, pais e demais segmentos da comunidade escolar;

zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,

funcionários e famílias;

elaborar seu Plano de Ação;

cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

O professor pedagogo tem funções no contexto e também no

administrativo, tais como:

• orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada

disciplina;

• coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e

exames supletivos quando, no estabelecimento, não houver

coordenação(ões) específica(s) dessa(s) ação(ões).

• Acompanhar o estágio não obrigatório;

• organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de

Conteúdos por Disciplina.

• executar a Avaliação Institucional conforme orientação da

mantenedora.

8.1.3 Coordenações

As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação

Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames

Supletivos, têm como finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento

Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela mantenedora.

Cabe ao(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:

Coordenador Geral

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Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas

Descentralizadas.

Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE.

Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação.

Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção

do Estabelecimento.

Acompanhar o funcionamento de todas turmas de Ações Pedagógicas

Descentralizadas vinculadas ao Estabelecimento.

Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no

Sistema.

Organizar a documentação dos educandos para a matrícula.

Organizar as listas de frequência e de notas dos educandos.

Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas

Descentralizadas.

Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas.

Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o

atendimento aos educandos de todas as turmas.

Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas

durante as horas-atividade dos professores.

Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de

experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino-aprendizagem.

Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em

comunidades que necessitam de escolarização.

Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes.

Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente.

Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE,

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quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da

escolarização pelas Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua

coordenação.

Coordenador Itinerante

• Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas

Descentralizadas.

• Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos

educandos.

• Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas.

• Observar e registrar a presença dos professores.

• Atender à comunidade nas solicitações de matrícula.

• Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico.

• Solicitar e distribuir as listas de frequência e de nota dos

educandos.

• Encaminhar as notas e frequências dos educandos para digitação.

• Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação

Geral qualquer problema neste procedimento.

• Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a

matrícula.

• Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas

as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua

responsabilidade.

• Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente

com os professores.

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Coordenador de Exames Supletivos

• Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames

Supletivos.

• Tomar conhecimento do edital de exames.

• Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no

edital.

• Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os

exames possam ser executados.

• Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos.

• Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por

meio da emissão de Relatório de Inscritos.

• Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando

necessário, para execução dos exames.

• Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as

provas em Braille e as ampliadas, das etapas a serem realizadas,

quando for o caso.

• Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o

DET/CEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas

especiais.

• Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização

dos Exames.

• Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs.

• Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a

realização dos Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos

procedimentos, em especial a organização e o preenchimento dos

cartões-resposta.

• Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com

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segurança e tranquilidade, em conformidade com os procedimentos

inerentes aos Exames.

• Divulgar as atas de resultado.

• Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On

Line.

8.1.4 Docentes

Os docentes devem estar conscientes de que a Educação de Jovens e

Adultos requer metodologias próprias e inovadoras que respondam às novas

exigências de uma sociedade em transformações, devendo para isto ter algumas

características consideradas básicas para esta modalidade de ensino: espírito

inovador; compromisso com a proposta da EJA; objetividade; disponibilidade;

espírito de coletividade; visão global; postura interdisciplinar e contextualizada;

planejamento de estratégias pedagógicas; busca de aprimoramento profissional

constante.

Aos docentes cabe também:

• definir e desenvolver seu plano de ensino, conforme orientações das

Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da Proposta

Pedagógica deste Estabelecimento Escolar.

• conhecer o perfil de seus educandos, jovens, adultos e idosos.

• Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos

disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de

ensino que respeite o processo de aquisição de connhecimento de cada

jovem, adulto, idoso deste Estabelecimento.

participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político-

Pedagógico do estabelecimento de ensino, construído de forma coletiva e

aprovado pelo Conselho Escolar;

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elaborar, com a equipe pedagógica, a Proposta Pedagógica Curricular do

estabelecimento de ensino, em consonância com o Projeto Político-

Pedagógico e as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

participar do processo de escolha, juntamente com a equipe pedagógica,

dos materiais didáticos de apoio, em consonância com o Projeto Político-

Pedagógico do estabelecimento de ensino;

elaborar seu Plano de Trabalho Docente;

desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão

crítica do conhecimento pelo aluno;

proceder à reposição dos conteúdos, carga horária e/ou dias letivos aos

alunos, quando se fizer necessário, a fim de cumprir o calendário escolar,

resguardando prioritariamente o direito do aluno;

proceder à avaliação contínua, cumulativa e processual dos alunos,

utilizando-se de instrumentos e formas diversificadas de avaliação,

previstas no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;

promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os

alunos, estabelecendo estratégias diferenciadas de ensino e

aprendizagem, no decorrer do período letivo;

participar do processo de avaliação educacional no contexto escolar dos

alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, sob coordenação e

acompanhamento do pedagogo, com vistas à identificação de possíveis

necessidades educacionais especiais e posterior encaminhamento aos

serviços e apoios especializados da Educação Especial, se necessário;

participar de processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da

escola, com vistas ao melhor desenvolvimento do processo ensino e

aprendizagem;

Participar de reuniões, sempre que convocado pela direção;

assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento discriminatório em

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decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero e orientação sexual,

de credo, ideologia, condição sócio-cultural, entre outras;

viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na escola,

respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de

cada aluno, no processo de ensino e aprendizagem;

participar de reuniões e encontros para planejamento e acompanhamento,

junto ao professor de Serviços e Apoios Especializados, da Sala de Apoio à

Aprendizagem, a fim de realizar ajustes ou modificações no processo de

intervenção educativa;

estimular o acesso a níveis mais elevados de ensino, cultura, pesquisa e

criação artística;

participar ativamente dos Conselhos de Avaliação, na busca de alternativas

pedagógicas que visem ao aprimoramento do processo educacional,

responsabilizando-se pelas informações prestadas e decisões tomadas, as

quais serão registradas e assinadas em Ata;

propiciar ao aluno a formação ética e o desenvolvimento da autonomia

intelectual e do pensamento crítico, visando ao exercício consciente da

cidadania;

zelar pela frequência do aluno à escola, comunicando qualquer

irregularidade à equipe pedagógica;

cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e horas-

atividade estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos

dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

cumprir suas horas-atividade no âmbito escolar, dedicando-as a estudos,

pesquisas e planejamento de atividades docentes, sob orientação da

equipe pedagógica, conforme determinações da Secretaria de Estado da

Educação;

manter atualizados os Registros de Classe, conforme orientação da equipe

pedagógica e secretaria escolar, deixando-os disponíveis no

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estabelecimento de ensino;

participar do planejamento e da realização das atividades de articulação da

escola com as famílias e a comunidade;

dar cumprimento aos preceitos constitucionais, à legislação educacional

em vigor e ao Estatuto da Criança e do Adolescente, como princípios da

prática profissional e educativa;

participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a

serem inseridos no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de

ensino;

comparecer ao estabelecimento de ensino nas horas de trabalho ordinárias

que lhe forem atribuídas e nas extraordinárias, quando convocado;

zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,

funcionários e famílias;

manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da

comunidade escolar;

participar da avaliação institucional, conforme orientação da Secretaria de

Estado da Educação;

cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos

disponíveis, como meios para implementar uma metodologia de ensino

adequada à aprendizagem de cada jovem, adulto e idoso;

atuar no estabelecimento de ensino sede, nas organizações coletiva e

individual, como também nas Ações Pedagógicas Descentralizadas,

autorizadas pela Secretaria de Estado da Educação;

participar da aplicação dos Exames Supletivos autorizados pela Secretaria

de Estado da Educação, quando docente da Educação de Jovens e

Adultos.

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conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.

utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos

disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de

ensino que respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada

educando jovem, adulto e idoso deste Estabelecimento.

organizar os conteúdos a serem abordados de forma interdisciplinar.

implementar projetos de recuperação de conteúdos para assegurar o

sucesso a todos os discentes.

organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos

por Disciplina.

executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na

sede e nas ações pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames

supletivos. Deverá atuar em todas as formas de organização do curso: aulas

presenciais coletivas e individuais.

8.1.5 Secretaria e Apoio Administrativo

A secretaria é o setor que tem em seu encargo, todo registro de

escrituração escolar e correspondência do Estabelecimento de Ensino. Este

serviço é coordenado e supervisionado pela direção, ficando a ela subordinado.

O cargo de Secretário é exercido por um profissional devidamente

qualificado para o exercício desta função. Portanto a organização, a minúcia, a

seriedade daqueles que ocupam este ambiente têm, obrigatoriedade, que fazer

parte de todas as suas ações.

Aos profissionais que ocupam esta função cabe a tarefa de :

• utilizar somente as matrizes autorizadas pelo órgão competente;

• participar de reuniões, encontros e/ou cursos sempre que convocados e

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por iniciativa própria com intuito de aprimoramento profissional;

• auxiliar em todas as atividades desenvolvidas pela escola;

• atender às solicitações do Diretor;I. conhecer o Projeto Político-

Pedagógico do estabelecimento de ensino;

cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da

Secretaria de Estado da Educação, que regem o registro escolar do aluno

e a vida legal do estabelecimento de ensino;

distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos demais

técnicos administrativos;

receber, redigir e expedir a correspondência que lhe for confiada;

organizar e manter atualizados a coletânea de legislação, resoluções,

instruções normativas, ordens de serviço, ofícios e demais documentos;

efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à matrícula,

transferência e conclusão de curso;

elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem

encaminhados às autoridades competentes;

encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que devem

ser assinados;

organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o inativo,

de forma a permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da

regularidade da vida escolar do aluno e da autenticidade dos documentos

escolares;

responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação escolar do

aluno, respondendo por qualquer irregularidade;

manter atualizados os registros escolares dos alunos no sistema

informatizado;

organizar e manter atualizado o arquivo com os atos oficiais da vida legal

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da escola, referentes à sua estrutura e funcionamento;

atender a comunidade escolar, na área de sua competência, prestando

informações e orientações sobre a legislação vigente e a organização e

funcionamento do estabelecimento de ensino, conforme disposições do

Regimento Escolar;

zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e equipamentos da

secretaria;

orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro de

Classe com os resultados da freqüência e do aproveitamento escolar dos

alunos;

cumprir e fazer cumprir as obrigações inerentes às atividades

administrativas da secretaria, quanto ao registro escolar do aluno referente

à documentação comprobatória, aproveitamento de estudos, classificação,

reclassificação e regularização de vida escolar;

organizar o livro-ponto de professores e funcionários, encaminhando ao

setor competente a sua freqüência, em formulário próprio;

secretariar os Conselhos de Avaliação e reuniões, redigindo as respectivas

Atas;

conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos;

comunicar imediatamente à direção toda irregularidade que venha ocorrer

na secretaria da escola;

participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por

iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao

aprimoramento profissional de sua função;

organizar a documentação dos alunos matriculados no ensino

extracurricular e pluringuístico de Língua Estrangeira Moderna;

fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da secretaria escolar,

quando solicitado;

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participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de

Estado da Educação;

zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,

funcionários e famílias;

manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da

comunidade escolar;

participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as

específicas da sua função.

Compete ao apoio administrativo que atuam na secretaria dos

estabelecimentos de ensino, sob a coordenação do(a) secretário(a):

cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria,

quanto ao registro escolar do aluno referente à documentação

comprobatória, necessidades de adaptação, aproveitamento de estudos,

classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;

atender a comunidade escolar e demais interessados, prestando

informações e orientações;

cumprir a escala de trabalho que lhe for previamente estabelecida;

participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por

iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao

aprimoramento profissional de sua função;

controlar a entrada e saída de documentos escolares, prestando

informações sobre os mesmos a quem de direito;

organizar, em colaboração com o(a) secretário(a) escolar, os serviços do

seu setor;

efetivar os registros na documentação oficial como Ficha Individual,

Histórico Escolar e outros, garantindo sua idoneidade;

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organizar e manter atualizado o arquivo ativo e conservar o arquivo inativo

da escola;

classificar, protocolar e arquivar documentos e correspondências,

registrando a movimentação de expedientes;

realizar serviços auxiliares relativos à parte financeira, contábil e

patrimonial do estabelecimento, sempre que solicitado;

coletar e digitar dados estatísticos quanto à avaliação escolar, alimentando

e atualizando o sistema informatizado;

executar trabalho de mecanografia, reprografia e digitação;

participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de

Estado da Educação;

zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,

funcionários e famílias

manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da

comunidade escolar;

exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e aquelas

que concernem à especificidade de sua função.

Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando,

considerando a organização da EJA prevista nesta proposta.

9 BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica

para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição.

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Deliberação 014/99 – CEE.

Deliberação 09/01 – CEE.

Deliberação 06/05 – CEE

Indicação 004/96 – CEE.

Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).

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Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.

Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino

Fundamental.

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DELORS, J. Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília,

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KUENZER,Acácia Zeneida. Ensino Médio:construindo uma proposta para os

que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.

OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos

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SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a

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10-PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO

A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma

que esta “deve ser construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as

qualidades e as fragilidades das instituições e do sistema, subsidiando as

políticas educacionais comprometidas com a transformação social e

aperfeiçoamento da gestão escolar e da educação pública ofertada na rede

Estadual.” (SEED,2004,p.11)

Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também

gestores da SEED e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a

todos a identificação dos fatores e aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a

permanência dos educandos numa educação pública de qualidade.

Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o

compromisso e a efetiva implementação das mudanças necessárias.

Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto

responsabilidade coletiva a clareza das finalidades essenciais da educação, dos

seus impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, bem como a

reelaboração e a implementação de novos rumos que garantam suas finalidades

e impactos positivos à população que demanda escolarização.

A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógica-curricular,

abrange todas as escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e

Adultos, ou seja, tanto a construção dos instrumentos avaliação quanto os

indicadores dele resultantes envolverão, obrigatoriamente, porém de formas

distintas, todos os sujeitos que fazem a educação na Rede Pública Estadual. Na

escola – professores, educandos, direção, equipe pedagógica e administrativa, de

serviços gerais e demais membros da comunidade escolar. Na SEED, de forma

mais direta, a equipe do departamento de Educação de Jovens e Adultos e dos

respectivos NRE's.

A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes

instrumentos para avaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas

realcionadas à capacitação continuada dos profissionais da educação, bem como

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estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de contribuir para a reflexão e as

mudanças necessárias na prática pedagógica.

Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares

Estaduais de EJA que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis e

deve estar votado para atender as necessidades dos educandos, considerando

seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel na formação da cidadania

e na construção da autonomia”. (SEED, 2005, p. 44), esta avaliação-institucional

da proposta pedagógico-curricular implementada, deverá servir para a reflexão

permanente sobre a prática pedagógica e administrativa das escolas.

Os instrumentos avaliativos da avaliação institucional, serão produzidos em

regime de colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos,

considerando as diferenças entre as diversas áreas de conteúdo que integram o

currículo, bem como as especificidades regionais vinculadas basicamente ao

perfil dos educandos da modalidade. Os instrumentos avaliativos a serem

produzidos guardam alguma semelhança com a experiência acumulada pela EJA

na produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem o caráter de composição

da nota do aluno para fins de conclusão. A normatização desta Avaliação

Institucional da proposta pedagógico-curricular por meio de instrução própria da

SEED.

Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional”,

“cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que

relativa, mas dinâmica, única, interdependente e inserida num sistema

maior de educação. Todo o esforço de melhoria da qualidade da educação

empreendido por cada escola deve estar conectado com o esforço

empreendido pelo sistema ao qual pertence. (SEED. 2005, p. 17)

Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo,

especificamente na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da

Educação de Jovens e Adultos na oferta qualitativa da escolarização de jovens,

adultos e idosos.

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11. Formação Continuada

A formação continuada dos profissionais da educação constitui um dos

grandes desafios da sociedade e desta instituição. Busca- se respondê-lo

proporcionando e incentivando os profissionais da educação a participarem da

Semana Pedagógica e Reuniões Pedagógicas, previstas em calendário escolar ,

Grupos de Estudos, Cursos, Reuniões, Debates, GTR, PDE, CADEP,

Profuncionário, Simpósios e Seminários, promovidos pela SEED, onde há

reflexões sobre as práticas pedagógicas e aprofundamento das dimensões

científicas, teóricas e práticas do trabalho de todos os profissionais da escola,

Itinerante um grande espaço de formação continuada que conta com a interação

entre os profissionais da rede estadual de ensino, Professores – Pedagogos

poderão realizar a sua Produção Pedagógica, trata-se de um artigo voltado para a

Organização do Trabalho Pedagógico, o qual se consubstanciará, em mais um

espaço de formação continuada das equipes pedagógicas. Entendendo-se que o

primeiro e principal agente de formação é a própria pessoa, sem seu

envolvimento pouco se atinge. É indispensável e fundamental este aprimoramento

para alcançar uma educação de qualidade.

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ANEXO A PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

Anexo 01/2011 Data: 10/03/2011.

O Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos(CEEBJA), município de Irati,

manterá a Matriz Curricular vigente em 2010 até o educando concluir disciplinas iniciadas

em 2010 com terminalidade prevista par 2011.

A partir do ano de 2011 e amparados na Deliberação Nº 05/2010 e na

Instrução 032/2010 – SUED/SEED, este Estabelecimento seguirá a carga horária de

1600/1610 h ou 1920/1932h/a para o curso do Ensino Fundamental Fase II, nas matrículas

de novas disciplinas com a seguinte distribuição de carga horária, conforme consta na

Matriz Curricular:

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II

ESTABELECIMENTO: CEEBJA

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO: IRATI NRE:IRATI

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 h ou 1920/1932 h/a

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DISCIPLINAS TOTAL DE HORAS TOTAL DE HORAS/AULA

LÍNGUA PORTUGUESA 280 336

ARTE 94 112

LEM-INGLÊS 213 256

EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112

MATEMÁTICA 280 336

CIÊNCIAS NATURAIS 213 256

HISTÓRIA 213 256

GEOGRAFIA 213 256

ENSINO RELIGIOSO* 10 12

TOTAL DE CARGA HORÁRIA DO CURSO 1600/1610 Horas ou 1920/1932 Horas/aula

*DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

_________________________________________Assinatura do(a) Diretor(a) e carimbo da Direção

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

COORDENAÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR/

ASSESSORIA DA SUPERINTENDÊNCIA

NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO

Parecer Nº 09/2011

Estabelecimento de Ensino: Centro Estadual de Educação Básica (CEEBJA) de Irati

Município: Irati

Assunto: Alteração da carga horária do curso do Ensino Fundamental Fase II

O Núcleo Regional da Educação de Irati no uso das atribuições que lhe são

conferidas, emite o presente PARECER, resultado da análise do anexo da Proposta

Pedagógica Curricular da EJA do Estabelecimento de Ensino.

O Estabelecimento de Ensino fez a adequação da carga horária e da Matriz

Curricular do curso do Ensino Fundamental Fase II – EJA, a partir das matrículas

do ano de 2011, de acordo com a Deliberação nº 05/2010 e a Instrução nº 032/2010 –

SUED/SEED.

Irati, 04 de março de 2011.

______________________________ ______________________________

Equipe Pedagógica e Disciplinar Coordenação da EJA

NRE de Irati NRE de Irat

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

COORDENAÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR/

ASSESSORIA DA SUPERINTENDÊNCIA

NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO

Parecer Nº 32/2010

Estabelecimento de Ensino: Centro Estadual de Educação Básica (CEEBJA) de Irati

Município: Irati

Assunto: Implantação da Língua Espanhola

O Núcleo Regional da Educação de Irati no uso das atribuições que lhe são

conferidas, emite o presente PARECER, resultado da análise do anexo da Proposta

Pedagógica Curricular da EJA do Estabelecimento de Ensino.

A alteração da Proposta Pedagógica Curricular, em relação a implantação do

ensino da Língua Espanhola no curso do Ensino Médio, a partir do ano letivo de

2010 está de acordo com o Parecer 638/10.

Irati, 13de outubro de 2011.

______________________________ ______________________________

Equipe Pedagógica e Disciplinar Coordenação da EJA

NRE de Irati NRE de Irati

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ANEXOS

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DISCIPLINA DE ARTE1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Da Antiguidade à Renascença, a aprendizagem dos conhecimentos

artísticos se dava pela imitação. Na Renascença passou a ser realizado em

ateliês e o futuro artista adquiriu conhecimentos sobre geometria, perspectiva e

anatomia, o que deu origem às Academias de Arte.

No Brasil, o ensino das artes teve início com a vinda de D. João VI que

criou uma Academia de Belas - Artes, além de escola de educação superior. Até a

proclamação da República, o ensino da arte nas escolas oficiais concentrou-se

naquelas destinadas à produção de bens, incluindo aí o desenho técnico e

geométrico. Tais escolas destinavam-se à classe trabalhadora ou à burguesia

com as chamadas “belas - artes” ensinadas em escolas, academias e

conservatórios especiais.

Segundo estudiosos, nossa visão educacional procurava conciliar e

sintetizar correntes de pensamento diversas e distintas, o que resultou numa

concepção de educação, especialmente em arte, de contornos muito imprecisos.

A semana de Arte Moderna de 22 trouxe uma proposta renovadora, o que

significou a descoberta de novas maneiras de entender a expressão artística. No

período entre a Semana de 22 e a Reforma Educacional de 1971, a arte

continuou a ocupar lugar subalterno. Nas décadas de 40 e 50, educadores e

artistas procuraram, paralelamente ao ensino oficial, a valorização da arte criando

“Escolinhas de Arte”, sendo a primeira fundada em 1948 por Augusto Rodrigues.

Nos anos 60, a ditadura militar desmonta as escolas experimentais e a

condição brasileira de dependência mostra a nossa despersonificação como

nação e como projeto histórico-cultural. A censura abateu-se com rigor sobre a

produção artística nacional. A partir da década de 60, as produções e movimentos

artísticos se intensificaram: nas artes plásticas com as Bienais e os movimentos

contrários a elas; na música com a Bossa Nova e os festivais; no teatro, com o

teatro oficina e o teatro de arena de Augusto Boal e no cinema, com o Cinema

Novo de Glauber Rocha.

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Ao longo dos anos, muito se tem falado e escrito sobre a necessidade da

inclusão da arte na escola de forma mais efetiva. Com a reforma educacional de

1971 (Lei no. 5692), a Educação Artística tornou-se obrigatória nos currículos de

1° e 2° graus. No currículo escolar, a Educação Artística passou a compor a área

de Comunicação e Expressão, o ensino foi direcionado para as artes plásticas

com os trabalhos manuais e técnicas e o ensino de música, enfatizando a

execução de hinos pátrios e de festas cívicas. No Paraná, houve reflexos de

vários processos pelos quais passou o ensino de arte, como no final do século

XIX, com a chegada dos imigrantes e entre eles, artistas, que vieram com novas

ideias e experiências culturais diversas, como a aplicação da arte aos meios

produtivos e o estudo sobre a importância da arte para o desenvolvimento da

sociedade.

A partir dos anos 80 os fundamentos pensados para a educação

destacavam a pedagogia histórico-crítica de Demerval Saviani e a teoria da

libertação de Paulo Freire, que propunham oferecer aos alunos o acesso ao

conhecimento da cultura para uma prática social transformadora.

Nos anos 90 o Currículo Básico e o Documento de Reestruturação do

Ensino Médio foram publicados, mas a implementação interrompida, substituída

pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, encaminhados pelo MEC. Em 2003

houve a retomada das reflexões para a elaboração das diretrizes curriculares

estaduais, no qual o ensino da arte deixa de ser coadjuvante no sistema

educacional para se ocupar também do desenvolvimento do sujeito frente a uma

sociedade construída historicamente e em constante transformação.

A arte implica na expansão do conceito de cultura em que qualquer

produção, modos de conceber e organizar a vida social são levados em

consideração e depende da articulação de três ações básicas: ler obras de

arte,fazer artístico e contextualização.

O processo pedagógico em arte deve promover a interação entre saber e

prática relacionados à história, às sociedades e às culturas, possibilitando uma

relação de ensino- aprendizagem de forma efetiva.

No ensino fundamental a concepção de arte se fundamenta como arte e

linguagem e arte e cultura, sendo que no ensino médio se fundamenta como arte

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e ideologia, conhecimento e trabalho criador.

Arte na escola é parte integrante do todo social preparando o aluno a para

a vida adulta contemplando a arte como área do conhecimento e não como meio

de destacar talentos. A arte possibilita e promove conhecimentos culturais,

incentivando o exercício da cidadania e da ética construtora de identidades

artísticas, através da aprendizagem de conteúdos estruturantes das linguagens

em artes visuais, música, dança e teatro, com o conhecimento dos elementos

básicos e formais, das formas de composição e dos elementos e movimentos

contextualizadores sistematizados no decorrer da história.

1.1. OBJETIVOS

• Conhecer arte através do acesso às produções artísticas de todos os

tempos e culturas, visando à produção social e cultural, contextualizando e

oportunizando ao aluno a humanização dos sentidos humanos e a

experiência estática através de atividades significativas: o fazer, apreciar e

contextualizar a produção social em arte.

• Ampliar e sistematizar o conhecimento do aluno no que se refere às

linguagens artísticas, a partir do aprofundamento das noções de forma,

espaço e tempo, enquanto dimensões artísticas.

• Tornar o aluno capaz de fazer a leitura das apresentações artísticas a partir

do ver, saber e fazer em relação aos diferentes modos de produção e

consumo da arte.

• Levar o aluno a perceber as formas visuais, sonoras e gestuais, através do

uso da percepção, da imaginação e da articulação dos elementos na

estrutura formal.

2. CONTEÚDOS

Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela

se manifesta: o som na música, o movimento e não movimento na dança, a forma

e luz em artes visuais e a dramatização no teatro. Destes elementos básicos

derivam os elementos específicos de cada linguagem e os conteúdos devem

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estar articulados e organizados, para permitir ao aluno ler e interpretar o

repertório e trabalho artístico.

2.1. ARTES VISUAIS

Forma

Composição - experimentação (como os elementos da linguagem visual se

articulam), suportes (onde está proposta a ideia imagética).

Espacialidade – bidimensional, tridimensional (como está projetada, composta

ou representada no espaço)

Texturas – acabamentos (como as formas se apresentam)

Movimento – dinâmica, força, fluência e equilíbrio (como se alternam os

ritmos).

Luz- decomposição da luz branca, cor, pigmento, tons, percepção da cor,

valores, classificação, sombras e luzes, contraste.

2.2. MÚSICA

• Distribuição dos sons de maneira sucessiva (intervalos melódicos/

melodia).

• Distribuição dos sons de maneira simultânea (intervalos

harmônicos/harmonia)

• Qualidades do som e suas variações: intensidade (dinâmica), duração

(pulsação/ritmo), altura (grave/agudo), timbre (fonte

sonora/instrumentalização)

• Estruturas musicais (organização e articulação dos elementos das

linguagens e formas musicais).

2.3. TEATRO

• Elementos dramáticos- personagem (agente da ação), enredo

(desdobramentos dos acontecimentos), espaço cênico (local onde se

desenvolve a ação cênica).

• Signos da representação teatral – personagem:

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visuais: figurino, adereços, gestos.

sonoros: fala, entonação

espaço cênico: cenário, iluminação, sonoplastia.

• Gêneros teatrais: Tragédia e suas características: fatalidade, sofrimento,

pesar.

• Comédia e suas características: o riso, a sátira, o grotesco.

• Drama e suas características: o conflito

2.4. DANÇA

• Elementos do movimento: corpo (articulações, superfícies, membros do

corpo espaço (amplitudes, progressões e tensões espaciais

• ações (torcer, gesticular, inclinar, deslocar, rodar, parar, expandir, recolher,

saltar).

• dinâmicas(peso, espaço, tempo, fluência).

• relacionamentos

ARTES – ENSINO FUNDAMENTALARTE - ENSINO FUNDAMENTAL - ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTESELEMENTOS

FORMAISCOMPOSIÇÃO

MOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Ritmo MelodiaHarmoniaEscalas: diatônica pentatônicacromáticaEscalas Gêneros: folclórico, indígena, popular e étnicoTonal, modal e a fusão de ambos. Técnicas: vocal, instrumental e mista.ImprovisaçãoGêneros: popular, folclórico e étnico.

Greco-Romana Oriental Ocidental AfricanaMúsica popular e étnica (ocidental e oriental)Indústria Cultural Eletrônica Minimalista Rap, Rock, TecnoMúsica Engajada Música Popular Brasileira. Música Contemporânea

ARTE –ENSINO FUNDAMENTAL – ÁREA ARTES VISUAISCONTEÚDOS ESTRUTURANTES

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ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Ponto Linha Textura Forma Superfície Volume Cor Luz

Bidimensional Figurativa Geométrica, simetria Técnicas: Pintura, escultura, arquitetura... Gêneros: cenas da mitologia...Proporção Tridimensional Figura e fundo Abstrata Perspectiva Técnicas: Pintura, escultura, modelagem, gravura... Gêneros: Paisagem, retrato, natureza morta...Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Estilização Deformação Técnicas: desenho, fotografia, audiovisual e mista...Bidimensional Tridimensional Figura-fundo Ritmo Visual Técnica: Pintura, grafitte, performance... Gêneros: Paisagem urbana, cenas do cotidiano...

Arte Greco- Romana Arte Africana Arte Oriental Arte Pré-HistóricaArte Indígena Arte Popular Brasileira e Paranaense Renascimento BarrocoIndústria Cultural Arte no Séc. XX Arte ContemporâneaRealismo Vanguardas Muralismo e Arte Latino-Americana Hip Hop

ARTE – ENSINO FUNDAMENTAL – ÁREA TEATROCONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOSPersonagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço

Enredo, roteiro. Espaço Cênico, adereçosTécnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara... Gênero: Tragédia, Comédia e Circo.

Greco-Romana Teatro Oriental Teatro Medieval RenascimentoComédia dell’ arte Teatro Popular Brasileiro e Paranaense Teatro AfricanoIndústria Cultural

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Representação, Leitura dramática, Cenografia. Técnicas: jogos teatrais, mímica, improvisação, formas animadas... Gêneros: Rua e arena, Caracterização.Representação no Cinema e Mídias Texto dramático Maquiagem Sonoplastia Roteiro Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica...Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, Teatro-Fórum... Dramaturgia Cenografia Sonoplastia Iluminação Figurino

Realismo Expressionismo Cinema NovoTeatro Engajado Teatro do Oprimido Teatro Pobre Teatro do Absurdo Vanguardas

ARTE – ENSINO FUNDAMENTAL – ÁREA DANÇACONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOSMovimento Corporal Tempo Espaço

KinesferaEixo Ponto de Apoio Movimentos articulares Fluxo (livre e interrompido) Rápido e lento Formação Níveis (alto, médio e baixo) Deslocamento (direto e indireto) Dimensões (pequeno e grande) Técnica: Improvisação Gênero: CircularPonto de Apoio Rotação Coreografia Salto e queda Peso (leve e pesado) Fluxo (livre, interrompido e

Pré-história Greco-Romana Renascimento Dança ClássicaDança Popular Brasileira Paranaense Africana IndígenaHip Hop Musicais Expressionismo Indústria Cultural Dança ModernaVanguardas Dança Moderna Dança Contemporânea

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conduzido) Lento, rápido e moderadoNíveis (alto, médio e baixo) Formação Direção Gênero: Folclórica, popular e étnicaGiro Rolamento Saltos Aceleração e desaceleraçãoDireções (frente, atrás, direita e esquerda)Improvisação Coreografia Sonoplastia Gênero: Indústria Cultural e espetáculoKinesferaPonto de Apoio Peso Fluxo Quedas Saltos Giros Rolamentos Extensão (perto e longe) Coreografia Deslocamento Gênero: Performance e moderna

ARTE - ENSINO MÉDIO – ÁREA MÚSICA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTESELEMENTOS

FORMAISCOMPOSIÇÃO

MOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Melodia Harmonia Escalas Modal, Tonal e fusão de ambos. Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico, folclórico, Pop...Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mistaImprovisação

Música Popular Brasileira Paranaense Popular Indústria Cultural Engajada Vanguarda Ocidental Oriental Africana Latino-Americana

ENSINO MÉDIO - ÁREA ARTES VISUAISCONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOSPonto Bidimensional Arte Ocidental

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Linha Forma Textura Superfície Volume Cor Luz

Tridimensional Figura e fundo Figurativo Abstrato Perspectiva Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Simetria Deformação Estilização Técnica: Pintura, desenho, modelagem, instalação performance, fotografia, gravura e esculturas, arquitetura, história em quadrinhos... Gêneros: paisagem, natureza-morta, Cenas do Cotidiano, Histórica, Religiosa, da Mitologia...

Arte Oriental Arte Africana Arte Brasileira Arte Paranaense Arte Popular Arte de Vanguarda Indústria Cultural Arte Contemporânea Arte Latino- Americana

ENSINO MÉDIO - ÁREA TEATROCONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOS

Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciaisAção Espaço

Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro-FórumRoteiro Encenação e leitura dramática Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e ÉpicoDramaturgia Representação nas mídias Caracterização Cenografia, sonoplastia, figurino e iluminação Direção Produção

Teatro Greco- Romano Teatro Medieval Teatro Brasileiro Teatro Paranaense Teatro Popular Indústria Cultural Teatro Engajado Teatro Dialético Teatro Essencial Teatro do Oprimido Teatro Pobre Teatro de Vanguarda Teatro Renascentista Teatro Latino- Americano Teatro Realista Teatro Simbolista

ENSINO MÉDIO - ÁREA DANÇACONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ELEMENTOSFORMAIS

COMPOSIÇÃOMOVIMENTOSE PERÍODOS

CONTEÚDOS BÁSICOSMovimento Corporal Tempo Espaço

KinesferaFluxo Peso Eixo

Pré-história Greco-Romana Medieval Renascimento

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Salto e Queda Giro Rolamento Movimentos articulares Lento, rápido e moderadoAceleração e desaceleraçãoNíveis Deslocamento Direções Planos Improvisação Coreografia Gêneros: Espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão

Dança Clássica Dança Popular Brasileira Paranaense Africana Indígena Hip Hop Indústria Cultural Dança Moderna Vanguardas Dança Contemporânea

3. METODOLOGIA

O encaminhamento metodológico para a disciplina de Arte no Ensino

Fundamental e Médio da Educação de Jovens e Adultos da Rede Pública do

Estado do Paraná, esta fundamentado nas Diretrizes Curriculares Estaduais da

EJA, onde estão identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo.

Com base nesses eixos que norteiam o currículo na EJA, elegemos Arte e

Estética, Arte e Identidade e Arte e Sociedade, como eixos específicos da

disciplina de Arte, dos quais derivarão as temáticas propostas e os conteúdos. Os

conteúdos estarão interligados aos projetos da escola, incluindo temáticas sobre a

educação do campo, educação fiscal,história e cultura afro-brasileira, africana e

indígena.

3.1. ARTEE ESTÉTICA

Hoje se utiliza o termo estética para indicar no campo das belas artes, uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência determinada (Zamacois, 1986)

A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta

do olhar, um encontro com as emoções, libertando o aluno para perceber o

mundo em si e ao seu redor, permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo.

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em seu Dicionário da Língua Portuguesa,

apresenta os seguintes significados para a palavra estética: “1- estudo das

condições e dos efeitos da criação artística. 2- (...) estudo racional do belo, quer

quanto á possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade das

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emoções e sentimentos que ele suscita no homem”.

Partindo dessas definições e as ampliando, a estética aqui é entendida

como sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte” (Pareyson, 1997, p.2),

sendo derivada de uma experiência filosófica ou concreta. Baseado no

entendimento exposto devemos possibilitara compreensãoe aproximação do

aluno com a experiência estética, “o educando da EJA torna-se sujeito na

construção do conhecimento mediante a compreensão dos processos de

trabalho, de criação, de produção e de cultura”. (Diretrizes Curriculares para a

educação de Jovens e Adultos, p.30).

3.2. ARTE E IDENTIDADE

É comum ouvirmos falar de crise da identidade, mas o que é identidade e

como se revela a partir da arte que produzimos?

Para o dicionário Houaiss identidade é: 1- estado que não muda – a

identidade das impressões digitais. 2- consciência da persistência da própria

identidade. 3- o que faz com que uma coisa seja a mesma que outra. 4- conjunto

de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e

graças às quais é possível individualizá-la.

A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos

demais. Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar

idêntico, fazer reconhecer, distinguir traços e gostos em música, festas, crenças,

grupos urbanos, rurais, étnicos e entre tantos outros que usam a linguagem

artística para expressar-se e assinar suas características sociais, antropofágicas e

psicológicas.

Diferentes modos de vida social são constituídos a partir das ideias que

as pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas ideias e como

afirma Candau(2002, p. 24), “identidade é um conceito polissêmico, podendo

representar o que uma pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao

mesmo tempo, indica que pertencemos ao mesmo grupo”, a identidade permite

que a pessoa ou grupo seja localizado em um sistema social. Em um mundo onde

as mudanças são rápidas face à globalização e aos eventos tecnológicos e

científicos, a arte é um dos elementos que faz parte da identidade dos povos.

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Podemos ver com Marques (2003, p.157) que:

Não se domina um país pela invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e sociais. Caso nossos repertórios não estejam enraizados de forma significativa, ou seja, relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de idéias estéticas.

A proposta deste eixo temático na educação de Jovens e Adultos

preocupa-se em uma educação pela arte que transmita significados que estão

próximos da vida concreta do aluno, produzindo aprendizagem num processo que

mobilize tanto os significados e os símbolos, quanto os sentimentos e as

experiências a que se propõe.

3.3. ARTE E SOCIEDADE

...concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto

de vista da finalidade social das obras – por exemplo, o culto religioso ou o

mercado de arte – seja lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa

seita secreta, financiado por um mecenas renascentista, profissional liberal ligado

ao mercado de arte, etc. – seja das condições de recepção da obra de arte – a

comunidade de fiéis, a elite cultivada e economicamente poderosa, as classes

populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, pg.153).

A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios

ou apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim uma

ciência que trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias

sociais.

A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que

pensamos a arte como construção social e não como um Dom natural, talento ou

mera produção, As pessoas são construções sociais que necessariamente

influem e são influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por exemplo,

constrói um determinado tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de

um grupo popular, que são absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras

formas artístico-culturais. A abordagem crítica e intertextualizada é necessária

para que no cotidiano se problematizem as relações entre arte e sociedade e se

permita, assim, a formação de sínteses pessoais enriquecedoras. Em outras

palavras, o conceito de arte e sociedade abrange grandes temas da vida social

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como: a relação do homem com o trabalho, as relações de gênero, a ocupação no

espaço urbano e outros. Também podemos compreender a influência da indústria

cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura de massa tenta impor

uma ordem social passiva e alienada. Em contrapartida, o conhecimento em arte

em seu aspecto social, deve-se desvelar-se de modo que o aluno possa

pertencer, dialogar e transformar a realidade que o circunda.

Na educação de jovens e adultos não podemos perder de vista as

concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e vivenciar com os

alunos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias de hoje

não se resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas trabalhar,

partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de educar para uma sociedade

mais justa e igualitária. “A ação da escola será de mediação entre o educando e

os saberes, de forma que o mesmo assimile estes conhecimentos como

instrumentos de transformação da sua realidade social (Diretrizes Curriculares

para Educação de Jovens e Adultos, p.31).”

Os temas de estudo direcionam, motivam e articulam a construção do

conhecimento em arte, propiciando diferentes leituras de mundo, de cidadania

participativa, reflexiva e crítica. O educador escolheráo tema de estudo

abrangente e articulado aos eixos, de maneira a englobar o conteúdo que fará

parte do planejamento da aula.

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os

Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Enfrentamento a assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da

disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma organizada e

sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.

Também durante o ano letivo deverão sem contempladas as leis

11645/08 (Cultura Afro e Indígena) e 10639/03 (Cultura Afro).

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os

Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Enfrentamento à assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da

disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma organizada e

sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.

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No decorrer do ano letivo serão trabalhados os temas contemporâneos

contemplando assim a Lei 11645/08. A História e Cultura Afro-brasileira, e

Africana e Indígena. Esses temas serão abordados através de textos trazidos aos

alunos, pesquisas que eles irão efetuar e discussão e sala de aula.

4. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

A avaliação será diagnóstica e processual, diagnóstica por ser referência

do professor para o planejamento das aulas e da avaliação dos alunos,

processual por pertencer a todos os momentos da prática pedagógica. O

planejamento deve ser constantemente redirecionado, utilizando a avaliação do

professor, da classe sobre o desenvolvimento das aulas e também auto avaliação

dos alunos.

É importante ressaltar que os alunos do ensino médio têm um capital

cultural, que é o conhecimento que cada aluno diferentemente apreende em

outros espaços sociais (família, grupos, associações, religião e outros) e um

percurso escolar também distinto entre os mesmos, pois pela amplitude do

conhecimento artístico e as condições humanas e materiais inviabiliza certa

unidade na aprendizagem em arte.

Para possibilitar a avaliação individual e coletiva é necessário utilizar

vários instrumentos de avaliação como: trabalhos artísticos, pesquisas, provas

teóricas e práticas, sem parâmetros comparativos, mas por meio da observação e

registro do professor e da recuperação de conteúdos não assimilados no decorrer

da aprendizagem.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

5. REFERÊNCIAS

<http://www.artenaescola.org.br>

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<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>

BARBOSA, Ana Mae - A imagem no Ensino da Arte: anos oitenta e novos tempos. 2ª edição, São Paulo: Editora Perspectiva, 1984.

Paraná, Secretaria do Estado da Educação - Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná - Artes e Arte - SEED. 2007.

FERRAZ, M.; FUSARI, M.R. Metodologia do ensino da Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1993.

CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO -SEED, Curitiba,2006.

MARQUES, Isabel A. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.

OSTROWER, Fayga P. Universos da Arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997.

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DISCIPLINA DE BIOLOGIA

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de

acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento que

norteia as Diretrizes Curriculares Estaduais para o ensino Médio de Biologia da

Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os fundamentos teóricos,

metodológicos e avaliativos do ensino de Biologia, que contempla a elaboração

da proposta Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “é objeto de estudo da Biologia o

fenômeno VIDA em toda sua diversidade de manifestações e que ao longo da

história da humanidade, várias foram as explicações para o surgimento e a

diversidade da vida, de modo que os modelos científicos conviveram e convivem

com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os de inspiração filosófica

ou religiosa. Elementos da História e da Filosofia tornam possível, aos alunos, a

compreensão de que há uma ampla rede de relações entre a produção científica

e os contextos sociais, econômicos e políticos. É possível verificar que a

formulação, a validade ou não das diretrizes curriculares desta disciplina.

Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno VIDA significa

pensar em uma ciência em transformação onde o caráter provisório do

conhecimento científico possibilita uma mudança constante de conceitos e teorias

elaboradas em cada momento histórico e social.

As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram

que “o conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de

questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento

de recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa

intervenção humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos

ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a

vida se processa. Sabe-se que desde o surgimento no planeta Terra, a espécie

humana, ou Homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo

mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por

outro lado, ao longo deste processo de humanização, que durou

aproximadamente três milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a

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fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida. Isso possibilitou ao

homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a fabricação de

instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”.

Ressaltam também,

o papel da Ciência e da sociedade como pontos articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos, enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...). É preciso que estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido.

É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao

conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes

entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e

processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz

necessário que perceba os aspectos positivos e negativos da ciência e da

tecnologia, para que possa atuar de forma consciente em seu meio social e

interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos

que sustentam a vida.

Assim, para a construção do conhecimento sistematizado, além do perfil

do educando da EJA, deve-se considerar suas concepções, posicionamentos e

ideias, uma vez que aprender envolve a produção/criação de novos significados.

Também é importante que os aspectos históricos da disciplina de Biologia

sejam trabalhados, pois permitem que o educando perceba que, ao longo da

história da humanidade, o homem sempre procurou entender como os fenômenos

naturais ocorrem, qual a origem e a evolução dos seres vivos e os fatores

determinantes da sobrevivência das espécies ao longo do tempo.

O recente avanço tecnológico e a expansão das pesquisas científicas que

se apresentam na mídia atualmente, especialmente as descobertas científicas da

área da Biotecnologia, despertam o interesse dos estudantes pela compreensão

dos fatos que vêm se revelando à sociedade.

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Debater essas informações leva o educando a tornar-se um sujeito crítico,

investigativo e interessado em compreender a realidade. Dessa forma, a interação

entre o professor e o aluno é fundamental no processo da construção dos

conhecimentos científicos.

Desta forma, os conhecimentos da Biologia são essenciais para o

desenvolvimento de posturas e valores pertinentes as relações entre os seres

humanos, o meio em que vivem contribuindo para uma educação que formará

cidadãos conscientes capazes de realizar ações práticas de fazer julgamentos e

tomar decisões na sociedade em que vivem. Assim, o ensino de Biologia deve:

• preparar o educando para a cidadania no sentido universal e não apenas

profissionalizante, aprimorando-o como ser humano sensível, solitário e

consciente;

• propiciar um aprendizado útil à vida e ao trabalho, no qual as informações

se os conhecimentos transmitidos se transformem instrumentos de

compreensão, mudanças e previsão da realidade;

• aprimorar o conhecimento científico e tecnológicos adquiridos

informalmente;

• relacionar o conhecimento das diversas disciplinas para o entendimento de

fatos ou processos biológicos evitando desta forma uma visão fragmentada

do conhecimento;

• propiciar ao aluno condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu

papel como sujeito capaz de atual na realidade, agindo com

responsabilidade consigo, com o outro e com o ambiente em que vive;

• compreender a relação mútua existente entre a vida e o ambiente;

• conhecer o seu corpo, zelar por ele, valorizando-o e adotando hábitos para

a sua saúde e dos que estão a sua volta;

• estar consciente de que a natureza é um organismo vivo do qual a

humanidade depende e deve preservá-la para as gerações futuras;

• estabelecer conceitos de maneira crítica e construtiva em diferentes

situações;

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• entender o impacto da tecnologia associada à Biologia na sua vida

pessoal, nos processos de produção, no desenvolvimento do

conhecimento e na vida social;

• desenvolver o pensamento biológico de forma a permitir a reflexão sobre a

origem, o significado, a estrutura orgânica e as relações do objeto de

estudo da disciplina com o fenômeno vida.

2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do

currículo da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA,

fundamenta-se nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da

Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED – PR.

É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares da

disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o

perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-

PR,

os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados historicamente e que identificam a disciplina como um campo do conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em cena.

Segundo as Diretrizes,

estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma análise desse momento histórico, social, político e econômico que vivemos; da relevância e abrangência dos conhecimentos que se pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula;

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dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das condições de vida dos alunos e dos seus objetivos. A decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de um sujeito crítico. Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade da disciplina.

Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do

Ensino Médio Regular, propõe-se ampliar a integração entre os conteúdos

básicos, destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que

vão ser trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na

prática.

A sugestão de conteúdos básicos estão descritos a seguir:

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

Organização dos Seres Vivos Mecanismos Biológicos Biodiversidade Manipulação Genética

Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos. Sistemas biológicos: anatomia, morfologia efisiologia. Mecanismos de desenvolvimento embriológico. Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos. Teorias evolutivas. Transmissão das características hereditárias. Dinâmica dos ecossistemas: relações entre os seres vivos e interdependência com o ambiente. Organismos geneticamente modificados.

Ainda no que consta nas Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino

Médio – SEED-PR, há a justificativa para a organização e distribuição dos

conteúdos básicos, descrita a seguir:

os Conteúdos estruturantes e básicos de Biologia ao mesmo tempo agrupam as diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio. Ao estabelecer os conteúdos básicos, significa dar um novo significado de forma a relacioná-los com seus conteúdos específicos sob os pontos de vista vertical, transversal e horizontal, procurando uma lógica dialética que leve o professor a integrá-los e relacioná-los de

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maneira que o aluno não tenha mais uma visão fragmentada da biologia.

Assim, a disciplina de Biologia deve ser capaz de relacionar os diversos

conhecimentos específicos entre si e com outras áreas de conhecimento,

priorizando o desenvolvimento de conceitos cientificamente produzidos. Portanto

é necessário, que os conteúdos básicos sejam desdobrados em conteúdos

específicos, e que estes sejam abordados de forma integrada, oportunizando aos

educandos uma visão mais aprofundada e não fragmentada dos conhecimentos

biológicos. Tais relações deverão ser desenvolvidas ao longo do Ensino Médio,

num aprofundamento conceitual e reflexivo, com vista a dotar o aluno das

significações dos conteúdos em sua formação neste nível de ensino.

Os conteúdos estruturantes de Biologia foram determinados levando em

consideração, não só os aspectos históricos dos conhecimentos biológicos ao

longo da história humana, mas a atual situação social, política, econômica e

ambiental em que vivemos.

Desta forma, são apresentados a origem dos conteúdos estruturantes e

suas possíveis relações com os conteúdos básicos da disciplina de Biologia:

2.1. Organização e distribuição dos seres vivos

O estudo acerca da organização dos seres vivos iniciou-se com as

observações macroscópicas dos animais e plantas da natureza.

Somente com o advento da invenção do microscópio por Robert Hooke

século XVII, com base nos estudos sobre lentes de Antonie Von Leewenhoeck, o

mundo microscópico até então não observado foi evidenciado à luz da Ciência e

da Tecnologia.

A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias

sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as

estruturas celulares. Como exemplos desta influência têm-se o estudo da

anatomia das células das plantas pelo holandês Jan Swammerdam e, o

aperfeiçoamento das Teorias Evolucionistas ambas no séc. XVII.

No séc. XIX, à luz destas descobertas e Teorias, o alemão Christian

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Heineich Pander e o estoniano Karl Ernst Von Baer desenvolveram estudos sobre

a embriologia que estabeleceram as bases para estudos da Teoria Celular. Hugo

Von Mohl descobriu a existência do núcleo e do protoplasma da célula; Walther

Fleming estudou o processo de mitose nos animais e Eduard Strasburger estudou

este processo nas plantas.

Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998, p

255),

...a relação entre o nível microscópico e o macroscópico é um conceito básicos: uma vez que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos os fenômenos de um ser vivo requer um conhecimento dos níveis moleculares subjacentes. Justifica-se este conteúdo básico por ser à base do pensamento biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição dos seres vivos na Natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a organização e o funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais conteúdos básico da disciplina.

Deste modo, esse conteúdo estruturante deve abordar a classificação dos

seres vivos como uma tentativa de conhecer e compreender a diversidade

biológica, de maneira a agrupar e caracterizar os seres vivos compreendendo

também os fatores que determinaram o surgimento ou a extinção das espécies ao

longo do tempo.

2.2. Biodiversidade

A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de

caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades

vitais, fez com que o homem passasse a estudar e observar a Natureza. Têm-se

registros deste conhecimento biológico empírico das atividades humanas, através

das representações de animais e plantas nas pinturas rupestres realizadas nas

cavernas e também de alguns manuscritos deixados pelos Babilônios por volta do

ano 1800 a.C.

A organização dos seres vivos começou a ser registrada em documentos

com o Filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C. e através de suas

observações ele escreveu o livro “As Partes dos Animais”. Seu discípulo Teofasto

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deteve-se mais aos estudos das plantas, iniciando uma pré-classificação dos

vegetais agrupando-as em espécies afins. Pelos seus estudos detalhados dos

órgãos vegetais e descrição dos tecidos que as formam, Teofasto é considerado o

fundador da anatomia vegetal.

Percebe-se que as primeiras áreas da Biologia foram a Zoologia e a

Botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de

observação da natureza.

Justifica-se estudá-las pelos mesmos motivos dos povos antigos que

seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua

utilidade para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos.

Além destes aspectos, há a necessidade de se estudar outras

implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as

atividades agrícolas, de manejo de Florestas, o mau uso dos recursos naturais, a

destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em

lugares impróprios para habitação, como também, a influência da tecnologia em

nosso cotidiano. Esclarecer que ao estudar a Biodiversidade estaremos diante de

grandes desafios diante do progresso científico.

O significado científico, econômico e ético do estudo da diversidade

biológica deve ser compreendido pelos alunos, não só como análise de

espécimes, mas entendendo que a observação e sistematização do observado é

uma atividade científica relevante que se consolida nos sistemas de classificação

e na taxionomia. (KRASILCHIK, 2004)

Portanto, neste conteúdo estruturante, pretende-se discutir os processos

pelos quais os seres vivos sofrem modificações, perpetuam uma variabilidade

genética e estabelecem relações ecológicas, garantindo a diversidade de seres

vivos.

2.3. Mecanismos Biológicos

Este conteúdo estruturante privilegia o estudo dos mecanismos que

explicam como os sistemas orgânicos dos seres vivos funcionam.

Assim, a abordagem desse conteúdo, deve propiciar a compreensão

desde o funcionamento dos sistemas que constituem os diferentes grupos de

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seres vivos até o estudo dos componentes celulares e suas respectivas funções.

No século XVII com a invenção do microscópio pelo holandês Antonie van

Leewenhoock (ROOSI, 2001), a biologia chamada celular e molecular tiveram um

grande avanço significativo em suas descobertas. Marcelo Malpighi examinou

grande quantidade de tecidos animais e vegetais, Robert Hooke descobriu a

estrutura celular, e os primeiros microorganismos, inicialmente denominados

animálculos, foram observados (ROSSI, 2001).

Houve muitos avanços tecnológicos decorrentes do advento do

microscópio, inclusive a formulação de novas teorias sobre o surgimento da vida,

colocando à prova teorias tão dogmáticas como foi a Teoria da Geração

Espontânea. Diferentes ideias transformistas foram se consolidando entre os

cientistas, mas o grande marco para o mundo científico e biológico foi a

publicação do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin, no século XIX. Foi

também, na mesma época que Louis Pasteur, demonstrou o papel

desempenhado pelos microorganismos no desenvolvimento de doenças

infecciosas e realizou estudos sobre a fermentação.

Assim, com a construção e o aperfeiçoamento do microscópioe a

contribuição de outros estudos da física e da química, foi possível estabelecer

uma análise comparativa entre os organismos unicelulares e pluricelulares, numa

perspectiva evolutiva.

2.4. Manipulação Genética

No século XX com o advento da invenção do microscópio eletrônico foi

possível em 1953, a descoberta do DNA (ácido desoxirribonucléico), material

químico que constitui o gene. Foram desenvolvidas técnicas de manipulação do

DNA, que permitem modificar espécies de seres vivos; produzir substâncias como

a insulina, através de bactérias; criação de cabras que produzem remédios no

leite; criação de plantas com toxinas contra pragas e, de porcos com carne menos

gordurosa. Além disso, a terapia gênica tem sido bastante estudada com fins de

eliminar doenças geneticamente transmitidas.

A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que

podem transformar a nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós

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mesmos. Daí a importância do seu estudo, dar o mínimo de conhecimento a todas

as pessoas, para que elas possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas,

uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas científicas são

função importante da própria sociedade.

Os avanços científicos atuais permitiram que a genética e a biologia molecular alcançassem uma formidável capacidade tecnológica, que se torna cada vez mais efetiva, como, por exemplo, em poder-se modificar substancialmente um vírus, bactérias, plantas, animais e os próprios seres humanos. (SIDEKUM, 2002).

Esse acelerado desenvolvimento científico e tecnológico possibilitou, ao

homem manipular o material genético dos seres vivos proporcionando um enorme

conhecimento sobre a natureza, nos colocando muitas vezes acima dela.

É importante o estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e de suas

implicações éticas e morais na sociedade, para que os estudantes no caso, de

biologia, possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação

do ambiente que indiretamente influenciam suas vidas.

A análise de fenômenos biotecnológicos serve também para diminuir a

divisão entre a escola e o mundo em que os estudantes vivem, na medida em que

estes podem constatar as relações entre a pesquisa científica e a produção

industrial ou a tecnologia tradicionalmente usada em sua comunidade. A busca

das raízes científicas destas tecnologias tradicionais e de maneiras de aprimorá-

las, a fim de que melhor sirvam à necessidade de elevar a qualidade de vida é

uma forma de vincular o ensino à realidade em que vive o aluno. (KRASILCHIK,

2004, p. 186),

Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre a manipulação

genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da

tecnologia (biotecnologia) e as perspectivas de mudanças de valores morais. Para

CHAUÍ, 1995, “nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral”

e movidos pela sensibilidade, somos capazes de reagir, de questionar, de nos

manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou

resolver problemas.

Porém, questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgenia,

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geram dúvidas quanto à decisão a ser tomada e põem à prova, além do nosso senso moral, nossa consciência moral, “... pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e que assumamos todas as consequências delas, porque somos responsáveis por nossas decisões”. (CHAUÍ, 1995).Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e auxiliar o aluno na análise “à luz dos princípios, regras e direitos alternativos, além de levar em conta a avaliação intuitiva do aluno” (KRASILCHIK, 2004)

Assim, este conteúdo estruturante, deve abordar os avanços da biologia

molecular, as biotecnologias aplicadas e os aspectos bioéticos dos avanços

biotecnológicos que envolvem a manipulação genética, permitindo aos estudantes

compreender a interferência do ser humano na diversidade biológica, através de

uma análise crítica dos avanços da ciência na atualidade.

3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Para o ensino de Biologia, compreender o fenômeno da vida e sua

diversidade de manifestações significa pensar em uma ciência em transformação,

cujo caráter provisório do conhecimento garante uma reavaliação dos seus

resultados e possibilita um repensar e uma mudança constante de conceitos e

teorias elaboradas em cada momento histórico e social.

O recente avanço tecnológico e a expansão das pesquisas científicas,

especialmente na área da Engenharia Genética, despertam o interesse dos

alunos pela compreensão dos fatos que vêm se revelando à sociedade. Debater

estas informações, utilizando a metodologia da investigação, leitura e pesquisa

através de trabalhos em grupos, faz do aluno um sujeito investigativo e

interessado em buscar e conhecer a realidade do ambiente onde está inserido.

Desta forma, para apoiar o processo de ensino-aprendizagem na

disciplina de Biologia, adotar-se-á critérios pedagógicos e recursos didático-

tecnológicos variados como vídeos, imagens, transparências, livro didático

público, jogos interativos, atividades práticas no laboratório de ciências, a busca

de informações através da pesquisa via Internet, utilizando o laboratório de

informática e o portal Dia-a-dia Educação. A aula dialogada e expositiva será

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complementada através de imagens e vídeos com utilização da TV multimídia,

articulando dessa maneira, o processo de ensino e aprendizagem com os

recursos tecnológicos. A leitura, a escrita, a produção e interpretação de textos,

são recursos necessários para desenvolver o raciocínio e potencialidade dos

educandos.

Assim, a proposta metodológica da disciplina estará centrada numa

pedagogia construtivista, onde o aprendizado se dará pela interação professor,

aluno e conhecimento. Portanto, a participação dos educandos, seus

posicionamentos, percepções e interpretações dos fatos e fenômenos biológicos,

são importantes, uma vez que aprender envolve a produção ou criação de novos

significados, durante a apropriação dos conhecimentos científicos pelos

estudantes.

Ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais, em concordância

com as Leis n. 11.734/97 que trata da prevenção da AIDS; n. 10.639/03 que

contempla a cultura afro-brasileira e indígena; n. 9.795/99 referente à política

nacional de educação ambiental, os temas relacionados aos DESAFIOS

EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS: sustentabilidade e meio ambiente,

cidadania, diferenças etnicorraciais e de gênero, sexualidade, drogatização,

violência e direitos humanos, serão abordados de forma contextualizada com os

conteúdos específicos da disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais

e políticos, ofertando ao aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos

e seu papel como sujeito capaz de atuar em sua realidade agindo com

responsabilidade na sociedade em que vive.

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os

Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Enfrentamento a assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da

disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma organizada e

sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.

Também durante o ano letivo deverão sem contempladas as leis

11645/08 (Cultura Afro e Indígena) e 10639/03 (Cultura Afro).

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4. AVALIAÇÃO

Configurando-se como um instrumento analítico que se processa em um

conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo,

para investigar e intervir na melhoria do processo de ensino e aprendizagem, a

avaliação será diagnóstica de forma contínua e sistemática, ou seja, será

acompanhado diariamente o desenvolvimento dos educandos, considerando seus

conhecimentos e experiência de vida, sua cultura, a capacidade de observar e

investigar, discutir ideias, estabelecer conceitos, buscando novos conhecimentos

através da pesquisa, utilizando-se de várias metodologias e instrumentos que

possibilitem o acompanhamento e verificação da aprendizagem com prevalência

dos aspectos qualitativos.

Para Carvalho,

torna-se necessário ampliar o conceito e a prática de avaliação ao conjunto de saberes, destrezas e atitudes que interesse contemplar na aprendizagem de conceitos biológicos, intervindo e reformulando os processos de aprendizagem sempre que for necessário.

Desta forma, a avaliação na disciplina de Biologia, será de cunho

diagnóstico e diversificada, onde além de testes escritos, serão realizados

trabalhos individuais ou em grupos, pesquisas e debates, priorizando as

produções textuais, relatórios de vídeos, palestras e outras atividades

desenvolvidas ao longo do período.

As avaliações terão valores diferenciados, sendo que o resultado da

média será obtido pela somatória das avaliações realizadas no período

considerando sempre o crescimento pessoal e o aprendizado do aluno.

O valor mínimo para a aprovação do aluno será seis (6,0) com cem por

cento (100%) de frequência com registro de quatro (4) avaliações para alunos que

frequentam a EJA.

A recuperação de estudos será ofertada aos alunos que não tiverem uma

aprendizagem satisfatória ou não atingirem a média 6.0, sendo realizada

paralelamente ao desenvolvimento dos conteúdos trabalhados e não assimilados

pelos educandos, oportunizando uma nova aferição do processo de avaliação.

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Dessa forma, o processo avaliativo aplicado na EJA estará voltado a

atender as necessidades do educando, considerando seu perfil, seus

conhecimentos acumulados que são importantes para a sua formação e

construção do conhecimento oportunizando-lhe o acesso e a permanência no

sistema escolar.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

5. REFERÊNCIAS

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p.19

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DISCIPLINA DE CIÊNCIAS1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A disciplina de Ciências tem como objetivo de estudo o conhecimento

científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico,

entende-se por Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o

Universo em toda sua complexidade. Cabe ao ser humano interpretar

racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações

entre elementos fundamentais como espaço, matéria, movimento, força, campo,

energia e vida.

Segundo Lopes (2007), denominar uma determinada ciência de natural é

uma maneira de enunciar tal forma de legitimação, assim as chamadas ciências

naturais passam a ser tomadas como um saber distinto das ciências matemáticas,

das ciências sociais e das ciências aplicadas.

Historicamente a ciência está ligada não somente ao conhecimento

científico, mas também às técnicas pelas quais esse conhecimento é produzido,

as tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que os apóiam

(KNELLER, 1980).

Para Gaston Bachelard (1884-1962), existem três grandes períodos do

desenvolvimento do conhecimento científico:

O primeiro período, que representa o estado pré-científico, compreendia

tanto a Antiguidade clássica quanto os séculos do renascimento e de novas

buscas, como séculos XVI, XVII e até XVIII.

O segundo período, que representa o estado científico, em preparação no

final do século XVIII, se estenderia por todo século XIX e início do século XX. Em

terceiro lugar, consideraríamos o ano de 1905 como início da era do novo espírito

científico, momento em que a Relatividade de Einstein deforma conceitos

primordiais que eram tidos como fixados para sempre. (BACHELARD, 1996, p.09)

Desta forma resumidamente podemos dizer que o estude de ciências veio

ao longo dos anos evoluindo e passando por diversos modelos científicos: modelo

anivista, modelo atomista, modelo geocêntrico, modelo heliocêntrico, modelo

organicista, modelo fixista e modelo evolutivo. Compreendemos então que o

estudo científico permeou desde os modelos envoltos em crenças essenciais e

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magias, até a compreensão de que na Natureza nada é definitivo, tudo é passível

de mutação e evolução, temos assim uma natureza dinâmica.

A disciplina de Ciências Naturais tem caráter interdisciplinar e de

contextualização sócio-histórica, trazendo em seus conteúdos diversas áreas do

conhecimento, tais como: Astronomia, Geografia, Geologia, Matemática, Física,

Química e Biologia, considerando que esses conhecimentos permeiam os

Conteúdos Estruturantes da Disciplina (Astronomia, Matéria, Sistemas Biológicos,

Energia e Biodiversidade) e que são abordados de maneira integrada, visando

superar uma visão fragmentada dos conceitos.

O processo de ensino aprendizagem de Ciências se constitui num

conjunto de conhecimentos científicos necessários para compreender e explicar

os fenômenos da natureza e suas interferências no mundo globalizado, como um

ser atuante na melhoria da qualidade de vida.

Nesse processo se valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a

divergência, o questionamento das certezas e incertezas, superando o tratamento

curricular dos conteúdos por eles mesmos, priorizando a sua função social.

As ciências e as demais disciplinas constituem-se modeladores

explicativos em contextos sociais e culturais, devendo assim em conjunto garantir

a compreensão do todo para a construção de uma visão de mundo em toda a sua

complexidade.

Toda a ciência tem sempre um começo filosófico. Inicialmente

suposições; depois as tentativas de provar o que se supôs: é a investigação, a

experimentação.

A disciplina de Ciências Naturais por sua riqueza de diversidade em

conteúdos, abordagem de temas atuais, desenvolvimento científico, problemas

relativos ao meio ambiente e a saúde, tem a preocupação de enfatizar conteúdos

socialmente relevantes e processos de discussão coletiva de temas e problemas

de significado e importância reais e que favoreçam aos estudantes o acesso ao

conhecimento científico.

Conforme consta na abordagem metodológica dos Conteúdos Básicos de

Ciências, deve-se levar em consideração que para formação conceitual, há

necessidade de valorizar as concepções alternativas dos estudantes.

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A essência do ensino de ciências é o reconhecimento do ambiente nas

suas interações e transformações e o seu objetivo maior é possibilitar aos

estudantes uma “sociedade mais justa e com oportunidades iguais para todos”

(DCE: 16)

1.1. Objetivos:

• Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em

sociedade, como agente de transformação do mundo em que vive, em

relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do

ambiente.

• Compreender a ciência como um processo de conhecimento e uma

atividade humana;

• Identificar relações entre conhecimento cientifico, produção de tecnologia e

condições de vida no mundo de hoje em sua evolução histórica e

compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas;

• Compreender a saúde a pessoal, social e ambiental;

• Saber utilizar conceitos científicos básicos associados à energia, matéria,

transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

• Aplicar os conhecimentos adquiridos de forma responsável, de modo a

contribuir para melhoria das condições ambientais, da saúde e das

condições gerais de vida de toda sociedade;

• Perceber a profunda interdependência entre os seres vivos, inclusive nossa

espécie e os demais elementos do ambiente;

• Oportunizar o desempenho da consciência que desenvolvam o potencial

de análise crítica do aluno no que diz respeito a sua sociabilidade,

convivência, sexualidade, dragodição e discriminação racial.

2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

• O currículo de Ciências no Ensino Fundamental é constituído

historicamente por um conjunto de ciências que se somam numa mesma

disciplina escolar para compreender os fenômenos naturais nesta etapa

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da escolarização. Os conhecimentos físicos, químicos e biológicos,

dentre outros, são contemplados nessa disciplina com vistas à

compreensão das diferenças e inter-relações entre estas ciências, ditas

naturais, no processo de ensino aprendizagem.

• As ciências de referência orientam a definição dos conteúdos

significativos na formação dos alunos na medida em que oportunizam o

estudo da vida, do ambiente, do corpo humano, do universo, da

tecnologia, da matéria e da energia, dentre outros, fornecendo subsídios

para a compreensão crítica e histórica do mundo natural (conteúdo da

ciência), do mundo construído (tecnologia) e da pratica social

(sociedade).

3. Desta forma são propostos os conteúdos estruturantes da disciplina de

ciências: Astronomia; Matéria; Sistemas Biológicos; Energia e

Biodiversidade.

• A partir desta concepção, os conteúdos específicos serão abordados em

suas inter-relações com outros conteúdos e disciplinas, considerando

seus aspectos conceituais, científicos, históricos, econômicos, políticos e

sociais, as quais devem ficar evidentes no processo de ensino e de

aprendizagem da disciplina. (GASPARIM, 2003)

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CIÊNCIAS – ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ASTRONOMIA

UniversoSistema SolarAstrosMovimentos terrestresMovimentos celestesOrigem e evolução do UniversoGravitação universal

MATÉRIAConstituição da matériaPropriedades da matéria

SISTEMASBIOLÓGICOS

Níveis de OrganizaçãoMecanismos de herança genéticaNíveis de organização CelularCélulaMorfologia e fisiologia dos seres vivos

ENERGIAFormas de energiaConversão de energiaTransmissão de energia

BIODIVERSIDADE

Origem da vidaOrganização dos seres vivos SistemáticaEcossistemasEvolução dos seres vivoInterações ecológicas

3. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DA DISCIPLINA

Para o ensino de ciências é imprescindível que se crie espaço para o

aluno pensar, discutir, argumentar e formular suas próprias explicações. É

importante estimular o interesse pela investigação que lhe permita construir e

reconstruir suas ideias e assim ampliar sua compreensão de mundo.

Para se ter sucesso no ensino de ciências a metodologia empregada

deve ser diversificada permeando entre o método tradicional que se caracteriza

por aulas expositivas, onde o professor transmite suas ideias considerando o que

é importante, e, o método renovado, onde o professor poderá valorizar as

hipóteses e as perguntas dos alunos, suas conquistas ajudando-os a superar

suas dificuldades, colaborando para o desenvolvimento da auto-estima e de

atitudes de respeito a si próprio e aos outros.

O professor fará uso de diversas abordagens metodológicas como, por

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exemplo: aulas expositivas, atividades em grupo, trabalhos de pesquisa, leitura de

reportagens, filmes, músicas, experimentos, dinâmicas, documentários e pesquisa

na Internet.

Como recursos didáticos poderá contar com o auxílio de livros didáticos,

da TV multimídia e do laboratório de informática, bem como demais recursos

disponíveis na escola.

O ensino de ciências deve contribuir para que os educandos

compreendam melhor o mundo e suas transformações, possam agir de forma

responsável em relação ao meio ambiente, ao seu próprio corpo e aos seus

semelhantes e reflitam sobre as questões éticas que estão implícitas na relação

entre ciência e sociedade.

Nesse processo, o papel do educador é fundamental. Sua atitude é

sempre uma referência para os alunos: a consideração das múltiplas opiniões, a

persistência na busca de informações, a valorização da vida e o respeito às

individualidades serão observados e servirão de exemplo na formação dos

valores dos estudantes.

Assim, a proposta metodológica da disciplina estará centrada numa

pedagogia construtivista, onde o aprendizado se dará pela interação professor,

aluno e conhecimento. Portanto, a participação dos educandos, seus

posicionamentos, percepções e interpretações dos fatos e fenômenos biológicos,

são importantes, uma vez que aprender envolve a produção ou criação de novos

significados, durante a apropriação dos conhecimentos científicos pelos

estudantes.

Ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais, em concordância

com as Leis n. 11.734/97 que trata da prevenção da AIDS; n. 10.639/03 que

contempla a cultura afro-brasileira e indígena; n. 9.795/99 referente à política

nacional de educação ambiental. Serão abordados ainda, a educação do campo e

educação fiscal, além dos temas relacionados aos DESAFIOS EDUCACIONAIS

CONTEMPORÂNEOS: sustentabilidade e meio ambiente, cidadania, diferenças

etnicorraciais e de gênero, sexualidade, drogatização, violência e direitos

humanos, serão abordados de forma contextualizada com os conteúdos

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específicos da disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais e políticos,

ofertando ao aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel

como sujeito capaz de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na

sociedade em que vive.

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os

Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Enfrentamento a assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da

disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma organizada e

sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.

Também durante o ano letivo deverão sem contempladas as leis

11645/08 (Cultura Afro e Indígena) e 10639/03 (Cultura Afro).

4. AVALIAÇÃO

A avaliação faz parte do processo de aprendizagem e formação dos

alunos, então precisa ser realizada diariamente, de maneira contínua e

participativa. A partir de uma avaliação constante, é possível retirar informações

para o aprimoramento do ensino na escola, reorganizando as ações dos

professores, e dos estudantes.

Os critérios de avaliação em Ciências estão relacionados com a

abordagem de cada conteúdo específico e também com o instrumento de

avaliação adotado.

Serão utilizados os seguintes critérios para avaliar o desempenho dos

estudantes e também para diagnosticar a eficiência dos procedimentos

metodológicos adotados pelo professor:

• Análise e síntese;

• Argumentação oral;

• Argumentação escrita;

• Interpretação;

• Criatividade;

• Formulação de hipóteses.

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• Os instrumentos de avaliação utilizados serão:

• Provas e trabalhos individuais com consulta;

• Prova individual sem consulta para estimular o estudo prévio;

• Participação em atividades em classe;

• Trabalhos em grupo;

• Relatórios de experimentos.

Buscando dessa forma uma avaliação formativa, contínua, cumulativa e

permanente. Serão atribuídos valores relacionados ao número de atividades

realizadas. Se após as atividades e avaliações propostas o educando ainda não

tiver atingido os objetivos propostos no mínimo exigidos, será proporcionada a

recuperação de conteúdos para a superação da defasagem.

A aprendizagem, segundo Demo (2000) é marcada profundamente pela

virtude de trabalhar os limites em nome dos desafios e os desafios dentro dos

limites. A aprendizagem é no seu âmago, expressão política e ética. Tem como

objetivo a formação do sujeito capaz de saber o que fazer da vida, de construir

sua própria história, mas sempre com o sentido solidário, pois a ética dessa

história se origina no mundo dos valores no qual a educação deve se fundar.

Para que o ser humano seja valorizado em sua totalidade enquanto

sujeito histórico e agente de transformações sociais, os alunos com necessidades

especiais serão avaliados de acordo com suas especificidades conforme a Lei Nº

9394 da LDB, capítulo, artigo 58.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

5. REFERÊNCIAS

BARROS Carlos, PAULINO Wilson Roberto. Ciências 5ª a 8ª Séries. São Paulo:

Ática, 2007.

AMARAL, Ivan Amorosino do. Metodologia do Ensino de Ciências como

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VALLE, C. Coleção Ciências. Curitiba: Nova Didática, 2004.

REGIMENTO INTERNO DA ESCOLA.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes

Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental- 2009.

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DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

A disciplina de Educação Física, no ensino fundamental e médio, visa

proporcionar ao educando vivências diversas que contribuam para um

desenvolvimento integral, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

A Educação Física ao longo da sua história sofreu influências de várias

correntes filosóficas e estas interferiram na ação pedagógica dos profissionais

desta área. Além disso, o ensino da Educação Física esteve atrelado à

apropriação do conhecimento, sem permitir ao aluno a devida reflexão crítica,

pautando sua prática no cotidiano escolar sem significado social e cultural.

Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases nº 5692/71, a Educação

Física passa a ser entendida como atividade, conforme pode ser evidenciado no

decreto-lei 69450 de 11 de novembro de 1971, que apresenta a seguinte

concepção de Educação Física: “A atividade que por seus meios, processos e

técnicas desperta, desenvolve e aprimora forças físicas, morais, psíquicas e

sociais do educando, constitui um dos fatores básicos para a conquista das

finalidades da educação nacional”. Passando a Educação Física então, a ter uma

legislação específica, instituindo a integração dessa disciplina como atividade

escolar regular e obrigatória no currículo dos cursos em todos os níveis e

sistemas de ensino.

Apesar de ser revogada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB) nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, o decreto-lei nº 69450/71

ainda representa a referencia para a Educação Física nos dias de hoje, pois o

mesmo dispõe sobre objetivos, padrões de referência, planejamento, critérios de

avaliação, fundamentos básicos para a compreensão dos significados da

Educação Física contidos em instrumentos legais, sendo que a lei em vigor não

estabelece esses referenciais.

Através dos diferentes contextos históricos definiu-se a Educação Física

Escolar, ou seja, o que deveria ser ensinado aos alunos. Até o final do século XIX,

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quase toda produção ligada à Educação Física era de caráter médico-higienista,

dando grande importância à ginástica, com o objetivo de conservar e restabelecer

a saúde por meio do exercício. Esta prática se orientava pela dimensão biológica

que essa disciplina ainda não superou completamente.

Porém no início do século XX, o panorama de Educação Física escolar, no

Brasil, incorporou um novo determinante para seu ensino, o esporte. Esta

tendência pode ser explicada pelo desenvolvimento do sistema capitalista de

produção que incorpora os princípios de rendimento, competição, da

racionalização técnica, na busca constante de sua superação e vitória. Esta

prática, no campo da Educação Física Escolar, persiste até a década de 70,

quando perde sua especificidade. O discurso e prática da psicomotricidade vieram

a substituir o conteúdo até então de natureza esportiva.

As propostas de ensino, mais diretamente voltadas a psicomotricidade,

preocupavam-se com o desenvolvimento da criança nos processos cognitivos,

afetivos e psicomotor. A Educação Física era apenas um meio. Um meio para

aprender e também, era um meio de socialização.

Neste contexto, a Educação física perde sua especificidade, uma vez que

não tem mais conteúdo próprio e este, talvez, passa a ser o momento mais

contraditório da sua história.

Em pleno século XXI, o ensino da Educação Física na escola, constitui-se

em muitos momentos na instrumentalização do corpo com movimentos

mecânicos e gestos estereotipados, sem reflexão crítica, geralmente, com a

fixação nas práticas esportivas que, normalmente, desconsideram o ser humano

no sentido de sua totalidade. As práticas corporais se restringem ao âmbito da

motricidade.

Com a Educação Física e o Desporto, contava-se que o aluno poderia

compreender de maneira prática, como a atividade física melhoraria a qualidade

de vida em todos os sentidos: físicos, intelectual e psicológico. Reconhecendo o

desempenho individual, sem discriminação por características pessoais, físicas

sexuais ou sociais.

O movimento é uma característica fundamental à sobrevivência do ser

humano, o que o leva a aproximar-se da Educação Física e dos esportes

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integrando-o a sociedade como ser participativo, crítico e criativo. Segundo

Platão: “Todo ser vivo tem necessidade de saltar e brincar e é portador de um

ritmo que produz a dança e o canto".

As relações que estabelecemos com os nossos pares em nossas

atividades diárias ocorrem por meio da expressão oral e corporal que nos foram, e

nos são, transmitidas culturalmente e socialmente. Essas relações são

construídas dependendo da preocupação e objetivo de cada momento histórico,

no qual a sociedade está inserida. É importante a escola e o professor, por meio

da sua disciplina, proporcionar ao educando a percepção das relações que se

estabelecem no seu dia-a-dia ligadas a vivência corporal, podendo transformá-la

e entendo como esses entrelaces acontecem.

A Educação Física, integrada a Proposta Pedagógica da Escola, é

componente curricular do Ensino Fundamental e Médio, ajustando-se a faixas

etárias e realidade da comunidade escolar.

Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005,

p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização

das relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a

expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais

historicamente produzidas. Esse entendimento permite ampliar as possibilidades

da intervenção educacional dos professores de Educação Física, superando a

dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto, negar o movimento

como possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior

número possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já

trazidos pelos educandos e a sua potencialidade formativa.

Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como:

(...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram.

A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação

Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de

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movimentos, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la,

instrumentalizando-o para usufruir das atividades proposta em beneficio da sua

inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais

que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim

todas as manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para as

diferentes culturas.

Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensino-

aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de

um ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos

significativos para o seu processo de conhecimento e desenvolvimento,

incrementando sua capacidade para tomar decisões relacionadas à atividade

física, isto é, movimento corporal humano.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

• Desenvolver o aspecto reflexivo e participativo.

• Demonstrar capacidade para discutir e modificar regras, reunindo elementos

de várias manifestações de movimento e estabelecendo uma melhor utilização

dos conhecimentos adquiridos sobre a cultura corporal.

• Adquirir consciência da sua importância das atividades físicas

• Participar de atividades em grandes e pequenos grupos, compreendendo as

diferenças individuais e procurando colaborar para que o grupo possa atingir

os objetivos a que se propôs.

• Reconhecer na convivência maneiras eficazes de crescimento coletivo,

dialogando, refletindo e adotando uma postura democrática sobre diferentes

pontos de vista postos em debate.

• Interessar-se pelo surgimento das múltiplas variações da atividade física,

enquanto objeto de pesquisa e área de interesse social de mercado de

trabalho promissor

• Compreender o funcionamento do organismo humano de forma a reconhecer

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e modificar as atividades corporais, valorizando-as como melhoria de suas

aptidões físicas.

• Desenvolver as noções conceituadas de esforço, intensidade e freqüência,

aplicando-as em suas práticas corporais.

• Refletir sobre as informações específicas da cultura corporal, sendo capaz de

discerni-las e reinterpretá-las em bases científicas, adotando uma postura

autônoma, na seleção de atividades procedimentos para a manutenção ou

aquisição da saúde.

• Compreender as diferentes manifestações da cultura corporal, reconhecendo

e valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e expressão.

• Estabelecer de forma sadia momentos de lazer.

• Reconhecer as habilidades desportivas coletivas e individuais.

• Adquirir gosto pela atividade física.

• Proporcionar ao aluno a formação necessária para a vida em sociedade,

integrando-o em novos grupos sociais de uma forma consciente, através da

atividade física.

• Promover o desenvolvimento dos jogos intelectuais como: dama, xadrez e

dominó.

• Consolidar a Educação Física como disciplina escolar com objetivos

pedagógicos que transcendam os objetivos do esporte com um fim na sua

prática.

• Proporcionar a compreensão da prática corporal como parte cultural e social

do meio em que vive, possibilitando a prática social, valorizando a diversidade

cultural dos educandos e a riqueza das suas manifestações corporais, a

reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade, entendida como a

expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais

historicamente produzidas.

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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

ESPORTE:

Coletivos, individuais e radicais.

JOGOS:

Jogos de tabuleiro, jogos dramáticos e jogos cooperativos.

DANÇA:

Danças folclóricas, danças de salão e danças de rua.

GINÁSTICA:

Ginástica artística/olímpica, ginástica de condicionamento físico e ginástica geral

LUTAS:

Lutas de aproximação, lutas que mantêm à distância, lutas com instrumento

mediador e capoeira.

CONTEÚDOS ARTICULADORES

O corpo

As transformações do corpo, ideal de beleza no decorrer dos tempos.

A saúde

Qualidade de vida, alimentação, postura, higiene, primeiros socorros (noções),

aspectos do funcionamento do corpo humano.

A desportivização

Entender a institucionalização das manifestações corporais e sua evolução.

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A tática e a técnica

Seu uso dentro dos esportes, das lutas e das ginásticas.

O lazer

Possibilitar ao educando a percepção das diversas formas em que o lazer pode

estar presente na vida do indivíduo.

A diversidade étnico-racial, de gênero e de pessoas com necessidades

educacionais especiais

Apresentar as inúmeras diferenças que fazem parte da sociedade e discuti-las a

partir da cultura corporal.

A mídia

Função da mídia na sociedade e sua influência na vida do indivíduo.

Os conteúdos articuladores serão trabalhados em conjunto com os conteúdos

estruturantes durante as aulas.

METODOLOGIA DE ENSINO

Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à apreensão

do desenvolvimento sócio-histórico das próprias atividades corporais e à

explicitação das suas significações objetivas. Os mesmos foram estruturados de

forma a garantir aprendizagens novas e significativas, despertando o interesse e a

atenção dos educandos a consciência da necessidade de atitudes favoráveis a

prática de atividades físicas ao longo da sua vida, valorizando a cultura corporal,

logo “a cultura humana é uma cultura corporal, uma vez que o corpo realiza as

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intenções humanas” (FREIRE, 2003 p. 34).

Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas que contemplem:

• A relação entre o conhecimento social e escolar do educando;

• A identidade e as diferenças sócio-culturais dos educandos na proposição

das praticas educativas;

• Ensino com base na investigação e na problematização do conhecimento;

• As diferentes linguagens na medida em que se instituem como

significativas na formação do educando;

• As múltiplas interações entre os diferentes saberes;

• Articulação entre teoria, prática e realidade social;

• Atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo.

Baseado na perspectiva dos educadores, propomos a articulação do

trabalho docente em torno dos seguintes conteúdos: esportes, jogos, ginástica,

dança e elementos articulares (saúde e lazer).

Ultrapassando a tendência dominante de conceber a saúde como

investimento individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o

individual com o cultural, social e político. Ou seja, a saúde é um bem que se

adquire, além de, pelas atividades físicas e corporais, por intermédio de:

alimentação, saneamento básico, moradia, educação, informação e preservação

do meio ambiente, enfim, o direito de acesso às condições mínimas para uma

vida digna. Esse conteúdo permite compreender a saúde como uma construção

que requer uma dimensão histórica-política e social.

O esporte pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes “da

escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificá-lo no currículo

escolar da EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social, tema da cultura

corporal, devemos questionar suas normas resgatando os valores que privilegiam

o coletivo sobre o individual, o compromisso da solidariedade e respeito humano,

que se deve jogar com o outro e não contra o outro. Por isso esse conteúdo deve

ser apresentado aos alunos de forma a criticá-lo, promovendo a sua re-

significação, e sua adaptação a realidade que a prática cria e recria, colocando-o

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como um meio e não fim em si mesmo.

Os jogos oportunizam ao jovem e ao adulto experimentar atividades

prazerosas, que envolvam partilhas, negociações e confrontos que estimulem o

exercício de reflexão sobre as relações entre as pessoas e os papéis que elas

assumem perante a sociedade, bem como a possibilidade de resgatar as

manifestações lúdicas e culturais.

O estudo da ginástica pretende favorecer o contato do educando com as

experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo, melhora

da aptidão física, tem o objetivo de conscientizar os educandos de seus possíveis

benefícios, bem como os danos causados pela sua prática inadequada ou

incorreta.

A dança a ser trabalhado na EJA contribui para o desenvolvimento,

conhecimento e ritmo do corpo. Ao relacionar-se com o outro, cada gesto

representa sua história, sua cultura, como manifestação de vida, por meio de um

processo continuo de integração e relacionamento social.

O estudo sobre o lazer proporciona reflexões a cerca do uso do tempo

livre, com atividades que lhe propiciem prazer, descontração, alegria,

socialização, conscientização clareza das necessidades e benefícios que serão

adquiridos e que contribuam para o seu bem estar físico, mental e social.

Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa,

prática ou teórica e poderão ser modificados de acordo com cada realidade. Os

conteúdos esporte, jogos, dança, lazer e ginástica são comuns ao Ensino

Fundamental e ao Ensino Médio, o tema saúde mantêm a especificidade de cada

ensino.

AVALIAÇÃO

A avaliação esta vinculada ao Projeto Político Pedagógico, sendo contínua,

permanente e cumulativa. A partir da avaliação o professor reorganizará o seu

trabalho atendendo as reais necessidades dos alunos.

A avaliação é compreendida como uma prática reflexiva e diagnóstica que

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orienta a intervenção pedagógica, bem como dá indicativos para acompanhar e

aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos.

A avaliação será realizada em função dos conteúdos, utilizando técnicas e

instrumentos diversificados como:

- Dinâmicas de grupos em sala;

- Discussão dos temas e exemplos contextualizando o tema com o grupo de

alunos

- Entrega de atividades realizadas; com as finalidades educativas, expressas

na Proposta Pedagógica.

É vedada à avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma

única oportunidade de aferição.

A verificação do rendimento escolar dar-se-á por meio de Avaliações

realizadas no decorrer do processo ensino-aprendizagem, por meio de variados

instrumentos elaborados pelo professor da disciplina.

Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02(duas) notas,

de acordo com as Propostas Pedagógicas, que corresponderão às provas

individuais escritas e / ou outros instrumentos avaliativos adotados a que,

obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor.

Na recuperação paralela de estudos será considerada a aprendizagem do

aluno no decorrer do processo, para aferição do bimestre, prevalecerá à média

entre a avaliação e a recuperação, caso a nota da recuperação seja inferior a nota

bimestral, prevalecerá à nota bimestral.

REFERÊNCIAS

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pedagógicas . Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Guarulhos I(I):

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DISCIPLINA DE língua ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) - INGLÊS

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O cenário do Ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil e a estrutura do

currículo escolar sofrem constantes transformações com o intuito de atender as

expectativas e demandas sociais e garantir às novas gerações a aprendizagem

dos conhecimentos historicamente produzidos. Esse ensino começou a ser

valorizado depois da chegada da família real portuguesa ao Brasil com o objetivo

de melhorar a instituição pública e atender às demandas advindas da abertura

dos portos ao comércio.

Mais tarde, no governo de Getúlio Vargas, ocorre a criação do

Ministério da Educação e Cultura e as Secretarias de Educação dos Estados.

Nesse contexto iniciam-se estudos para a reforma do sistema de ensino. Com

isso, pela primeira vez, um método de ensino de língua estrangeira foi

oficialmente estabelecido: o Método Direto, método impulsionado pelo ensino das

habilidades orais onde a transmissão de significados ocorre através de gestos,

gravuras, fotos, simulação, enfim, tudo o que possa facilitar a compreensão. Na

gramática pratica-se perguntas e respostas e exercita-se a pronúncia com o

objetivo de atingir uma competência semelhante ao nativo. Cabia ao Ministério da

Educação e Cultura indicar aos estabelecimentos de ensino o idioma a ser

ministrado bem como a metodologia e o programa curricular para cada série.

Comprometido com os ideais nacionalistas, preconizava que a disciplina deveria

contribuir para a formação da mentalidade do aprendiz, e com o desenvolvimento

de hábitos de reflexão para o conhecimento da civilização estrangeira e das

tradições de outros povos. É importante destacar que o ensino de inglês teve o

seu espaço garantido nos currículos oficiais por ser o idioma mais usado nas

transições comerciais.

Após a Segunda Guerra Mundial, a dependência cultural do Brasil em

relação aos Estados Unidos intensificou-se e, com isso, a necessidade de

aprender inglês tornou-se cada vez maior. Assim, falar inglês passou a ser um

anseio das populações urbanas e o ensino desse língua ganhou cada vez mais

espaço no currículo.

As reflexões da Língua Estrangeira e a ser ensinada. A partir destas

reflexões e de suas implicações no ensino de Língua Estrangeira Moderna, serão

apresentados alguns dos fundamentos teórico-metodológicos que referenciam

estas Diretrizes e os princípios que orientam esta escolha:

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• O atendimento às necessidades da sociedade contemporânea brasileira e

a garantia da equidade no tratamento da disciplina de Língua Estrangeira

Moderna em relação às demais obrigatórias do currículo;

• O resgate da função social e educacional do ensino de Língua Estrangeira

no currículo da Educação Básica;

• O respeito à diversidade (cultural, identitária, linguística), pautado no

ensino de línguas que não priorize a manutenção da hegemonia cultural.

Partindo desses princípios, a pedagogia crítica é o referencial teórico

que sustenta este documento de Diretrizes Curriculares, por ser esta a tônica de

uma abordagem que valoriza a escola como espaço social democrático,

responsável pela apropriação crítica e histórica do conhecimento como

instrumento de compreensão das relações sociais e para a transformação da

realidade.

Propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna constitua um

espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguistica e

cultural, de modo que se envolva discursivamente e perceba possibilidades de

construção de significados em relação ao mundo em que vive. Espera-se que o

aluno compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e,

portanto, passíveis de transformação na prática social.

A proposta adotada nestas Diretrizes se baseia na corrente sociológica

e nas teorias do Círculo da Bakhtin, que concebem a língua como discurso.

Busca-se, dessa forma, estabelecer os objetivos de ensino de uma

Língua Estrangeira Moderna e resgatar a função social e educacional desta

disciplina na Educação Básica.

Assim, espera-se que os alunos analisem as questões sociais, políticas

e econômicas a ordem mundial, suas implicações e que desenvolvam uma

consciência crítica a respeito do papel das línguas na sociedade. A língua deve

ser concebida como discurso, e não como código a ser decifrado.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394

determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna

no Ensino Fundamental, a partir da 5.ª série, o idioma foi atribuído a uma

comunidade escolar, conforme suas possibilidades (Art. 26, § 5.º). Para o Ensino

Médio, a lei determinou que fosse incluída uma Língua Estrangeira Moderna

como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma em caráter

optativo dentro das possibilidades da instituição (Art. 36, Inc. iii)

Toda língua é uma construção histórica e cultural em constante

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transformação. Como princípio social e dinâmico, a língua não se limita a uma

visão sistêmica e estrutural do código linguístico. Ela é heterogênea, ideológica e

opaca.

Segundo Bakhtin (1988), toda enunciação envolve a presença de pelo

menos duas vozes, a voz do eu e do outro. Para este filósofo, não há discurso

individual, no sentido de que todo discurso se constrói no processo de interação e

em função de outro. E é no espaço discursivo criado na relação entre o eu e o

outro que os sujeitos se constituem socialmente. É no engajamento discursivo

com o outro que damos forma ao que dizemos e ao que somos. Daí a Língua

Estrangeira apresentar-se como espaço para ampliar o contato com outras formas

de conhecer, com outros procedimentos interpretativos de construção da

realidade.

No ensino de Língua Estrangeira, a língua, o objeto de estudo dessa

disciplina, contempla as relações com a cultura, o sujeito e a identidade. Torna-se

fundamental que os professores compreendam o que se pretende com o ensino

da Língua Estrangeira na Educação Básica, ou seja: ensinar e aprender línguas é

também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir

sentidos, é formar subjetividades, é permitir que se reconheça no uso da língua os

diferentes propósitos comunicativos, independentemente do grau de proficiência

atingido.

Desta forma, espera-se que o aluno:

• Use a língua em situações de comunicação oral e escrita;

• Vivencie, na aula de Língua Estrangeira, formas de participação que lhe

possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas;

• Compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos

e, portanto, passíveis de transformação na prática social;

• Tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;

• Reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como

seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

O Conteúdo Estruturante está relacionado com o momento histórico-

social. Ao tomar a língua como interação verbal, como espaço de produção de

sentidos, buscou-se um conteúdo que atendesse a essa perspectiva. Sendo

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assim, define-se como Conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna o

Discurso como prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por meio

de leitura, de oralidade e de escrita que são práticas que efetivam o discurso.

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA OS ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL

LEITURA

• Identificação do tema;

• Intertextualidade;

• Intencionalidade;

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação; recursos gráficos

(como aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística.

• Acentuação gráfica;

• Ortografia.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

• Intencionalidade do texto;

• Intertextualidade;

• Condições de produção;

• Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

• Léxico;

• Coesão e coerência;

• Funções das classes gramaticais no texto;

• Elementos semânticos;

• Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

• Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos

(como aspas, travessão, negrito);

• Variedade linguística;

• Ortografia;

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• Acentuação gráfica.

ORALIDADE

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc .;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição.

• Pronúncia.

ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO

Cotidiana • Álbum de família

• Bilhetes

• Cartão postal

• Convites

Literária/artística • Biografias

• Contos

• Contos de fadas

• Contos de fadas contemporâneos

• Fábulas

• Históricas em quadrinhos

• Lendas

Científica • Debate

• Palestra

• Pesquisas

Escolar • Mapa

• Cartazes

Imprensa • Fotos

• Manchete

• Reportagens

• Classificados

Publicitária • Anúncio

• Músicas

• Fotos

Política • Abaixo-assinado

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• Assembleia

• Debate

• Fórum

• Panfleto

Midiática • Blog

• Chat

• Email

• Filmes

• Reality-show

• telejornal

METODOLOGIA

A reflexão crítica acerca dos discursos que circulam em Língua

Estrangeira Moderna somente é possível mediante o contato com textos verbais e

não-verbais. Do mesmo modo, a produção de um texto se faz sempre a partir do

contato com outros textos, que servirão de apoio e ampliarão as possibilidades de

expressão dos alunos.

A aula de LEM deve ser um espaço em que se desenvolvam atividades

significativas, as quais explorem diferentes recursos e fontes, a fim de que o aluno

vincule o que é estudado com o que o cerca.

O trabalho pedagógico com o texto trará uma problematização e a

busca por sua solução deverá despertar o interesse dos alunos para que

desenvolvam uma prática analítica e crítica, ampliem seus conhecimentos

linguístico-culturais e percebam as implicações sociais, históricas e ideológicas

presentes num discurso – no qual se revele o respeito às diferenças culturais,

crenças e valores.

Espera-se que o professor crie estratégias para que os alunos

percebam a heterogeneidade da língua. Nesse caso, pode-se dizer que um texto

apresenta várias possibilidades de leitura, que não traz em si um sentido pré-

estabelecido pelo seu autor. Traz, sim, uma demarcação para os sentidos

possíveis, restringida pelas suas condições de produção e, por isso, constrói-se a

cada leitura: quem faz a leitura do texto é o sujeito; portanto, o texto não

determina a sua interpretação.

Os encaminhamentos metodológicos utilizados na LEM estão

embasados no trabalho com conteúdos que estrapolam o conceito de língua

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somente como instrumento de acesso à informação, mas que possibilitam aos

alunos uma visão de linguagem de forma a entender o mundo e de construir

significados. Nesse sentido, os procedimentos metodológicos devem possibilitar

atingir as necessidades do aluno, valorizando as experiências cotidianas.

Nessa perspectiva, partindo do Conteúdo Estruturante, a metodologia

utilizada compreenderá questões da prática social como nos aponta a DCE (2008,

p. 63):[...] questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e discursivas, bem como as práticas do uso da língua: leitura, oralidade e escrita. O ponto de partida da aula será o texto, verbal e não-verbal, como unidade de linguagem em uso.

O uso do texto nas aulas de Língua Estrangeira, deverá assumir um

lugar prioritário, devido a sua importância no desenvolvimento desse trabalho.

Ressaltando-se ainda a necessidade de trabalhar com variados gêneros textuais

através de atividades diversificadas. Além de disponibilizar textos aos alunos,

deverá ser possibilitada a reflexão sobre os mesmos, contextualizando-os

No que se refere ao uso dos textos, segundo Antunes (apud DCE,

2008, p.63):

[...] O texto não é a forma prioritária de se usar a língua. É a única forma. A forma necessária. Não tem outro. A gramática é constitutiva do texto, e o texto é constitutivo da atividade da linguagem. Tudo o que nos deve interessar no estudo da língua culmina com a exploração das atividades discursivas.

Salienta-se que o trabalho desenvolvido através de gêneros textuais

precisa estar relacionado com a realidade do aluno e contribuir para reflexão,

despertando a sua curiosidade.

Para tanto, é fundamental que a aprendizagem de Língua Estrangeira

Moderna a partir dos gêneros textuais se desenvolva em três etapas: pré-leitura,

leitura e pós leitura.

• Pré-leitura: objetiva considerar os conhecimentos prévios do aluno,

construir hipóteses e discutir a temática;

• Leitura: através da qual pretende-se verificar as hipóteses levantadas;

• Pós leitura: é o momento que possibilita observar a compreensão obtida

do texto.

Nessa perspectiva, cabe ao professor criar condições para que o aluno

seja um leitor crítico, interagindo com os textos, buscando respostas e soluções

às suas necessidades.

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Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os

Desafios Educacionais Contemporâneos ( Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Enfrentamento à Violência , Cidadania e Direitos Humanos e Prevenção ao uso

indevido de drogas ). Tais assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos

conteúdos da disciplina , assim como em ações interdisciplinares, de forma

organizada e sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado

historicamente.

Também durante o ano letivo deverão ser contempladas as leis

11645/08 (Cultura Afro e Indígena) e 10639/03( Cultura Afro).

AVALIAÇÃO

A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna está

articulada aos andamentos teóricos explicitados nas Diretrizes Curriculares de

Língua Estrangeira Moderna e a LDB n.º 9394/96.

Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, objetiva-se favorecer

o processo de ensino e de aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do

professor, bem como propiciar que o aluno tenha uma dimensão do ponto em que

se encontra no percurso pedagógico.

A avaliação, enquanto relação dialógica concebe o conhecimento como

apropriação do saber pelo aluno e pelo professor, como um processo de ação-

reflexão-ação, que se passa na sala de aula através da interação professor/aluno

carregado de significados e de compreensão. Portanto, o aluno será avaliado de

acordo com o engajamento discursivo na sala de aula, seja na interação oral;

verbal ou partir de textos de diferentes formas.

A avaliação de aprendizagens dar-se-á da seguinte forma: escrita, oral,

compreensão, produção, pesquisa, apresentação, exposição de trabalhos,

atividades em grupos e atividades na classe, ou seja, as avaliações serão

cumulativas, diagnósticas e investigativa.

Ao final das avaliações de aprendizagem (escrita e oral), bem como

das atividades avaliativas e das atividades extraclasse bimestralmente, será

atribuída uma média e posteriormente uma média anual a cada aluno.

A avaliação da aprendizagem dos alunos da EJA terá os registros de

notas em uma escala de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula zero). Para

aprovação, o aluno deverá atingir a média anual igual ou superior a 6,0 (seis

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vírgula zero), e apresentar frequência mínima de 75% do total da carga horária do

curso.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais, a escola

deve proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar

suas dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO:

• observações diárias;

• registro de atividades;

• trabalhos de pesquisa;

• tarefas diárias;

• provas e testes;

• apresentação oral de trabalhos;

• participação;

• sínteses de textos lidos;

• síntese crítica de filmes;

• maquetes;

• desenhos;

• cartazes.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

• Desenvolver a leitura do aluno, com a intenção de ampliar sua escrita, bem

como seu vocabulário a cada atividade proposta em sala, buscando o

empenho individual de cada um;

• Despertar a oralidade de cada aluno de maneira gradativa, conduzindo-os aos

poucos suas expressões e conversações em espanhol;

• Instruir os alunos para com o uso da gramática e léxica em produções

textuais;

• Levar interesse aos alunos sobre questões como cultura e regionalismo

hispânico e espanhóis;

• Conduzir a crítica dos alunos, proporcionando momentos para que opinem

sobre o dado conteúdo em algumas situações comunicativas. A recuperação

dos conteúdos será durante o decorrer do bimestre sempre que o aluno não

atingir os objetivos, e será oferecida a todos.

A recuperação de estudos acontecerá concomitantemente aos

conteúdos trabalhados, sempre que houver necessidade e será fornecida a todos

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os alunos, prevalecendo a maior nota obtida.

RECUPERAÇÃO PARALELA

A recuperação será paralela durante o processo de ensino-

aprendizagem e entendida como um dos aspectos do seu desenvolvimento

contínuo no qual o aluno, com aproveitamento insuficiente, ou que não tenha

assimilado algum conteúdo, disponha de condições próprias que lhe possibilitem

a apreensão de conteúdos básicos necessários, constituindo então a recuperação

paralela num conjunto integrado ao processo de ensino além de se adequar às

dificuldades do aluno. Essa recuperação poderá ser feita através de trabalhos,

pesquisas, textos e outras formas para que o aluno possa rever o conteúdo (ou

conteúdos) que não aprendeu e assim recuperá-los, bem como revisá-los de uma

maneira diferenciada.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988.PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna. Curitiba, 2008.

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DISCIPLINA DE FÍSICA

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas

por aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver

um certo consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do

estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na

investigação dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado

para o estudo dessa Ciência na educação básica - ensino médio" (ROSA &

ROSA, 2005, p.2).

Os livros didáticos, de uma maneira geral, apresentam um discurso que mostra uma preocupação com a Física como uma ciência que permite compreender uma imensidade de fenômenos físicos naturais, que seriam indispensáveis para a formação profissional ou como subsídio para a preparação para o vestibular e a compreensão e interpretação do mundo pelos sujeitos-educandos. No entanto, neles a ênfase recai nos aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos e conceituais, privilegiando a resolução de “Problemas de Física” que, quase sempre, se traduzem em exercícios matemáticos com respostas prontas. Esse discurso tem norteado o trabalho de muitos professores e, mais que isso, as estruturas curriculares por eles organizadas.Não é leviano afirmar que as estruturas curriculares se valem dos livros didáticos para se organizarem. A opção de tal e tal livro didático determinará, a princípio, a constituição das disciplinas que assumem seu espaço curricular, demarcado pelo tempo (número de aulas) e profundidade. Mesmo que o discurso didático do professor seja amplo, abrangente e propicie contextualizações, em geral, ele fará uso de exercícios e problemas do livro didático e sua avaliação terá como base a literatura disciplinar do livro adotado. É importante lembrar que os livros didáticos dirigidos ao Ensino Médio refletem o mesmo enfoque disciplinar presente no meio universitário, levando os professores a consolidarem, na sua prática pedagógica, o estilo reprodutivista e disciplinar adquirido em sua formação. (...) Os currículos de Física nos cursos de graduação também colaboram para a manutenção do conhecimento físico ensinado nos moldes ditados internamente pelas disciplinas. (...) Certamente este indicador pode ser estendido, sem muitas ressalvas, à maioria dos cursos de formação de professores de Física e para a maioria das licenciaturas em ciências. O peso de uma tradição disciplinar,

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historicamente constituída, se impõe fortemente aos currículos dos cursos universitários, entre outros motivos, pela sua proximidade (mesmo que virtual) com as comunidades de produtores de conhecimento. (PIETROCOLA; ALVES; PINHEIRO, s/d, p. 6-7)

Nessa perspectiva,

... via de regra, os conteúdos acabam por ser desenvolvido como se estabelecessem relações com eles mesmos, sendo desconsideradas as diversas relações com outros tópicos da própria Física e de outros campos de conhecimento (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2001, p. 138).

Essa concepção faz com que o ensino de física se transforme num ensino

livresco, descontextualizado em sua história, não permitindo a compreensão de

que a ciência é uma construção humana, com todas as implicações que isso

possa ter, inclusive os erros e acertos decorrentes das atividades humanas,

levando o estudante

... a ter uma ideia distorcida do que é a Física e quase sempre ao desinteresse pela matéria. Os estudantes devem ser levados a perceber que os modelos dos quais os pesquisadores lançam mão para descrever a natureza são aproximações válidas em determinados contextos, mas que não constituem uma verdade absoluta. Muitas vezes ideias como as de partícula, gás ideal, queda livre, potencial elétrico e muitas outras são apresentadas sem nenhuma referência à realidade que representam, levando o estudante a julgá-los sem utilidade prática. Outras vezes modelos como o de um raio luminoso, de átomo, de campo, de onda eletromagnética, etc., são apresentados como se fossem entes reais. (ALVARES, 1991, p. 42).

Assim, a Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão do

mundo, não permitindo ao aluno o acesso à compreensão conceitual e ao

formalismo próprio deste campo de conhecimentos, essencial para o

desenvolvimento de uma cultura em ciência, tendo em vista que "... um número

elevado dos estudantes brasileiros, ou, não tem acesso aos estudos superiores,

ou, segue cursos para os quais a Física não tem caráter propedêutico"

(ALVARES, 1991, p. 25). Além disso, apesar do incentivo que deve ser dado à

carreira universitária, esta deveria ser mais uma possibilidade e não o objetivo

principal do ensino desta disciplina no nível médio.

Também parece haver um consenso entre os professores em torno da

ideia de que a Física é uma ciência experimental. No entanto, apesar de

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enfatizarem esse caráter experimental da matéria e a importância dessa

consideração no sentido de contribuir para uma melhor compreensão dos

fenômenos físicos, é comum

... adotarem textos que, além de não apresentarem uma só sugestão de experimento a ser realizado pelo professor ou pelos seus alunos, tratam os assuntos sem nenhuma preocupação com seu desenvolvimento experimental. Ou, outros, que se dizem preocupados com um curso voltado para a compreensão dos conceitos, escolherem textos que tratam matematicamente os tópicos abordados, sem trabalharem aspectos cognitivos da aprendizagem. (Ibidem, 1991, p. 25)

Assim,... como um empreendimento humano, a ciência é falível, ela pode degenerar ou pode responder as supremas aspirações dos homens. Como parte da sociedade, a Ciência também está aberta a influências externas, como qualquer atividade social, pode ser bem ou mal usada. (KNELLER, 1980, prefácio da obra)

Deriva-se daí que a Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de

um contexto social, econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por

esse contexto, fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso

significa mostrar que a ciência não está pronta nem acabada e não é absoluta,

mas, revelar aos nossos estudantes “... como é penoso, lento, sinuoso e, por

vezes, violento, o processo de evolução das ideias científicas” (PONCZEK, 2002,

p. 22).

Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que

vivem ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da

cultura social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo.

Além disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que

sejam capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de

decisões, não podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à

tecnologia. Por isto é importante buscarmos o entendimento das possíveis

relações entre o desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas

transformações culturais, sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste

desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de uma percepção histórica

de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do tempo.

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Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente

construídas e entendendo que

... tecnologia refere-se à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) refere-se a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à eficiência produtivista, e não determina a sociedade, da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos.(OLIVEIRA,2001, p. 101-102)

Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige

respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em

Física deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto

social e suas concepções espontâneas a respeito de ciência.

Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos

abandonar o papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos

a ver, de fato, os sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam

do professor como mediador. O autor parte do pressuposto que o objetivo do

ensino é compartilhar, professor e aluno, significados e promover a aprendizagem

significativa. Mas, isso acontecerá somente quando o educando internalizar esses

significados de maneira não arbitrária e não literal, quando as novas informações

adquirirem significado por interação com o conhecimento prévio do aluno e,

simultaneamente derem significados adicionais, diferenciarem, integrarem,

modificarem e enriquecerem o conhecimento já existente.

Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas ideias,

sua visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas

experiências diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por

MOREIRA (1999), os seres humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam

(fazem). Ou seja, ao se pensar uma metodologia de ensino para a Física é

preciso ter em vista o que os estudantes já conhecem. Esta ideia remete aos

estudos das concepções espontâneas ou ideias alternativas dos sujeitos:

(...) Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as

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idéias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente influenciadas pelo contexto do problema e bastante estáveis e resistentes à mudança, de modo que é possível encontrá-las mesmo entre estudantes universitários (...). Realizadas em diferentes partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de ideias em relação a cada conceito investigado. (MORTINER, 1996, p.2)

O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre

outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve

permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela

ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para

que o educando reformule as suas idéias tendo em vista a concepção científica.

Assim, espera-se que esteja reelaborando seus conceitos, mas não

necessariamente, que abandone suas idéias espontâneas. Poderá estar

negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao contexto de

utilização. Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou menos elaborados,

ou mais próximos do científico quanto maior for a necessidade ou interesse deste

sujeito em utilizar esses conhecimentos no contexto da comunidade científica.

Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania,

contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, "... capaz de

compreender o papel da ciência no desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de

compreender a cultura científica e tecnológica de seu tempo" (CHAVES &

SHELLARD, 2005, p. 233).

Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a

cidadania para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções

externas, doações da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se

constrói no interior da prática social e política de classes. Estamos entendendo

que a

... nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. (...) Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31)

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Por isso entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a

contribuição para a formação dos sujeitos através das

... lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (...). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79)

Considerando o perfil diferenciado dos educandos da EJA e suas

necessidades, assim como, as características próprias desta modalidade de

ensino os objetivos tem como finalidade criar oportunidades sistemáticas para que

o educando adquira um conjunto de conceitos, procedimentos e atitudes que

operem como instrumentos para a interpretação do mundo científico e

tecnológico, em que vivemos, capacitando-os nas escolhas que fará como

indivíduo e cidadão levando em consideração os conhecimentos adquiridos em

outras instâncias sociais e motivar a autonomia intelectual a fim de que se tornem

sujeitos ativos do processo educacional.

2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Considerando-se a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário

pensar a importância e essencialidade dos conteúdos, visando contemplar

aprendizagens significativas aos educandos da EJA.

Para isso, é indispensável que a organização dos conteúdos na proposta

curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a

experiência cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como

instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos

educandos da EJA, como também

... para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos terão acesso pela via escolar. Percebemos, então, a pertinência e necessidade de

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reorganização dos componentes curriculares de física - entendida aqui a ideia de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que possam dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia-a-dia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139-140)

Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar

os essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à vida dos

educandos. Os conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas

abrangências sobre um determinado fenômeno, portanto, o ensino não pode se

restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de

conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que

não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar

retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).

Considerando-se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a

Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino,

principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo da

aprendizagem dos educandos, os conteúdos serão abordados articuladamente,

através da intercomunicação dos conteúdos estruturantes.

Conteúdos Estruturantes Conteúdos BásicosMovimento - Conservação na quantidade de

movimento;

- Variação na quantidade de

movimento;

- Leis de Newton;

- Gravidade;

- Trabalho e potência;

- Princípio da conservação de energia;

- Fluídos.Leis da Termodinâmica. - Lei zero da Termodinâmica;

- Primeira lei da Termodinâmica;

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- Segunda lei da Termodinâmica;

- Terceira lei da Termodinâmica.Eletromagnetismo - Carga, corrente elétrica, campo;

- Força eletromagnética;

- Equações de Maxwell (Lei de Gauss,

Lei de Coulomb), Lei de Ampère Lei de

Faraday;

- Ótica.

3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o conhecimento físico na

EJA ainda é tratado como enciclopédico, resumindo-se a um aparato matemático

que, normalmente, não leva a compreensão dos fenômenos físicos e ainda,

acaba por distanciar o interesse dos educandos pela disciplina.

Nessa perspectiva o ensino de Física apresenta conceitos simplificados e

reduzidos, bem como, leis e fórmulas desarticuladas do mundo vivencial. Além

disso, é tratado como um campo de conhecimentos acabados, como verdades

absolutas, fruto de alguns gênios da humanidade, contribuindo para que os

educandos tornem-se passivos em sala de aula.

É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem

condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da

descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e

estimulador.

Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p 7-8)

A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de

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ensino é necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando

os conceitos físicos e optando por metodologias de ensino que se adaptem às

necessidades de aprendizagem dos educandos. (...),

não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40)

Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de

Jovens e Adultos, identificou-se algumas estratégias para o desenvolvimento

metodológico da disciplina de Física, considerando que essas estratégias

metodológicas podem contribuir para o ensino e a aprendizagem dos educandos.

Dessa forma, deve ser levado em conta à formação do professor, o espaço físico,

os recursos disponíveis, o tempo de permanência do educando no espaço escolar

e as possibilidades de estudo fora deste, para que as estratégias metodológicas

possam ser efetivadas. Os indicativos discutidos com os professores contemplam:

3.1. A abordagem da Física enquanto construção humana

No desenvolvimento dos conteúdos é necessário abordar a importância

da Física no mundo, com relevância aos aspectos históricos, o conhecimento

enquanto construção humana e a constante evolução do pensamento científico,

assim como, as relações das descobertas científicas com as aplicações

tecnológicas na contemporaneidade.

A história da física não se limita à história de seus protagonistas. Antes ao contrário: é uma história do pensamento em que idéias surgem e desaparecem, em que pensamentos, muitas vezes completamente despropositados na época em que aparecem, tomam forma e ultrapassam as barreiras profissionais contemporâneas. Afinal, a física é hoje – num mundo em que a tecnologia permite revoluções e promete saídas para ao mais graves problemas – uma das manifestações de maior transparência de nossa cultura. (BARROS, 1996, p.7)

3.2. O papel da experimentação no ensino de Física

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O uso da experimentação é viável e necessário no espaço e tempo da

EJA, mesmo que seja por meio de demonstração feita pelo educador, ou da

utilização de materiais alternativos e de baixo custo, na construção ou

demonstração dos experimentos. Assim, “quando o aluno afirma que um imã atrai

todos os metais, o professor sugere que ele coloque essa hipótese à prova com

pedaços de diferentes metais. Por mais modesta que pareça esta vivência, é rica

em ensinamentos” (AXT, s/d, p.78).

3.3. O lúdico – Brinquedos e jogos no ensino de Física

Por meio desta estratégia de ensino o educando será instigado a

pesquisar e propor soluções, visto que a ludicidade “... decorre da interação do

sujeito com um dado conhecimento, sendo portanto subjetiva. Seu potencial

didático depende muito da sensibilidade do educador em gerar desafios e

descobrir interesses de seus alunos.” (RAMOS; FERREIRA, 1993, p.376)

3.4. O cuidado com os conceitos e definições em Física

O educando traz ideias e contextos para as coisas, para compreender e atuar no mundo. Essas ideias podem ser aproveitadas como ponto de partida para a construção do conhecimento científico, mas será necessário fazer a transposição destes conceitos espontâneos ou do senso comum para o conhecimento científico, com os cuidados necessários.

Atualmente o entendimento do ensino de física é fortemente associado às ideias de conceitos espontâneos. Tais ideias indicam que quando as pessoas vêm para a escola, elas já têm um contexto para as coisas. Por outro lado, à medida que vamos inserindo os assuntos na sala de aula, queremos que o aluno vá montando aquela estrutura que nós temos, ligando os conceitos da forma como nós o fazemos. Entretanto, à medida que vamos ensinando, ele vai fazendo as ligações que quer. (...). Que pode, que consegue. E assim, os mesmos conceitos podem ser ligados de maneiras diferentes, em estruturas diferentes. É comum pensarmos que a lógica, a maneira de raciocinar, de inserir algo em contextos mais amplos, utilizados por nós, professores, para construirmos nossas estruturas, seja algo absoluto, algo transcendental. Mas não é. A lógica depende do contexto em vigor. (...), sempre achamos que com a informação que

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fornecemos aos alunos eles farão as ligações que nós fizemos, mas isso não é necessariamente verdade. Não há nada que nos assegure que o aluno faz as ligações que nós gostaríamos que ele fizesse. O que dizemos em sala de aula pode ser interpretado de várias maneiras diferentes. (ROBILOTTA;BABICHAK, 1997, p.22)

3.5. O cotidiano dos alunos/contextualização

O educador deve ser o responsável pela mediação entre o saber escolar

e as experiências provenientes do cotidiano dos educandos, as quais devem ser

aproveitadas no processo da aprendizagem.

Quanto mais próximos estiverem o conhecimento escolar e os contextos presentes na vida pessoal e no mundo no qual eles transitam, mais o conhecimento terá significado. Contextualizar o ensino significa incorporar vivências concretas e diversificadas, e também, incorporar o aprendizado em novas vivências. (SEED-PR, 2000, s/d)

3.6. O papel do erro na construção do conhecimento

Os erros e acertos no processo de ensino e aprendizagem devem ser

considerados como elementos sinalizadores para a reconstrução dos conceitos e

melhor compreensão dos conteúdos. Cabe ao educador administrar este

processo no qual os educandos da EJA necessitam de apoio, principalmente pelo

processo diferenciado de estudo e o tempo que permanecem no espaço escolar.

É essencial valorizar os acertos e tornar o erro como algo comum, caracterizando-

o como um exercício de aprendizagem.

3.7. O incentivo à pesquisa e a problematização

É importante incentivar os educandos para que ampliem seus

conhecimentos por meio de pesquisa, como atitude cotidiana e na busca de

resultados. Para tanto,

será útil distinguir entre pesquisa como atitude cotidiana e pesquisa como resultado específico. Como atitude cotidiana, está na vida e lhe constitui a forma de passar por ela criticamente, tanto no sentido de cultivar a consciência crítica, quanto no de saber intervir na realidade de modo alternativo com base na

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capacidade questionadora. (...). Como resultado específico, pesquisa significa um produto concreto e localizado, (...), de material didático próprio, ou de um texto com marcas científicas. (...). Os dois horizontes são essenciais, um implicando o outro. No segundo caso, ressalta muito mais o compromisso formal do conhecimento reconstruído, enquanto o primeiro privilegia a prática consciente. (DEMO, 1997, p. 12-13)

A problematização consiste em lançar desafios que necessitem de

respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a

necessidade.(...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que

precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada”

(SAVIANI, 1993, p.25-26). As dúvidas são ocorrências muito comuns na Física,

porém, poderão ser aproveitadas para as reflexões sobre o problema a ser

analisado.

3.8. Os recursos da informática no ensino da Física

O uso da informática na educação vem se tornando uma ferramenta cada

vez mais importante e indispensável para o enriquecimento das aulas teóricas e à

melhor compreensão dos estudos elaborados. A familiarização do educando com

o computador se faz necessária dentro da escola, visto que a tecnologia se faz

presente nos lares, no trabalho e aonde quer que se vá. É necessário o mínimo

de entendimento sobre as tecnologias usuais e como se utilizar desta ferramenta

para ampliar os conhecimentos.

3.9. O uso de textos de divulgação científica em sala de aula

Os textos científicos encontrados em jornais, revistas, sites e em outros

meios de divulgação científica, podem conter conteúdos significativos ao ensino

de Física e serem explorados de diversas formas. Deve-se ter o cuidado de estar

selecionando textos validados por profissionais da área e que tenham cunho

científico, observando a existência de erros conceituais ou informações incorretas.

3.10. A utilização do material de apoio

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O ensino da Física não deve estar apenas pautado no uso do material

didático fornecido pela entidade mantenedora, é fundamental utilizar-se de outros

recursos, como os apontados anteriormente, para enriquecer as aulas e tornar o

processo de ensino mais harmonioso e agradável. Assim, o material deve servir

de apoio, tanto ao educador como ao educando, ao lado de outras alternativas de

ensino e aprendizagem que complementem o conhecimento proposto.

Conforme, as Diretrizes Curriculares Estaduais, em concordância com

as Leis nº 11.734/97 que trata da prevenção da Aids; nº 10.639/03 que contempla

a cultura afro-brasileira e indígena; nº 9.795/99 referente à política nacional de

educação ambiental, os temas relacionados aos DESAFIOS EDUCACIONAIS

CONTEMPORÂNEOS: sustentabilidade e meio ambiente, cidadania, diferenças

etnicorraciais e de gênero, sexualidade, drogatização, violência e direitos

humanos, serão abordados de forma contextualizada com os conteúdos

específicos da disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais e políticos,

ofertando ao aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel

como sujeito capaz de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na

sociedade em que vive.

4. AVALIAÇÃO

A avaliação deve levar em conta os pressupostos teóricos adotados nas

Diretrizes Curriculares, ou seja, a apropriação dos conceitos, leis e teorias que

compõem o quadro teórico da Física pelos educandos. Isso pressupõe o

acompanhamento constante do progresso do estudante EJA quanto à

compreensão dos aspectos históricos, filosóficos e culturais, da evolução das

ideias em Física e da não neutralidade da ciência.

Considerando sua dimensão diagnóstica, a avaliação é um instrumento

tanto para que o professor conheça seu aluno, antes que se inicie o trabalho com

os conteúdos escolares, quanto para o desenvolvimento das outras etapas do

processo educativo.

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Inicialmente, é preciso identificar os conhecimentos dos estudantes,

sejam eles espontâneos ou científicos, pois ambos interferem na aprendizagem,

no desenvolvimento dos trabalhos e nas possibilidades de revisão do

planejamento pedagógico.

Embora o sistema de registro da vida escolar do estudante esteja

centrado em uma nota para a sua aprovação, a avaliação será um instrumento

auxiliar a serviço da aprendizagem dos alunos, cuja finalidade é sempre o seu

crescimento e sua formação.

A avaliação deve fornecer subsídios para que tanto o aluno quanto o

professor acompanhem o processo de ensino aprendizagem assumindo um

caráter diversificado tanto qualitativo quanto do ponto de vista instrumental.

Desta forma a avaliação na disciplina de Física, será de cunho

diagnóstico e somatório, considerando-se vários instrumentos de avaliação, como

textos escritos, pesquisas, relatórios de experimentos, debates, seminários e

outras atividades desenvolvidas pelo estudante, considerando-se a participação

individual.

Para obtenção da média será considerada 60% (avaliação formal

dissertativa e objetiva) e 40% informal ( trabalhos, pesquisas, experimentos,

debates etc.), sendo 75% de frequência mínima na organização coletiva e 100%

na organização individual.

Aos educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será

oportunizada a recuperação de estudos que deve acontecer a partir de uma lógica

simples: os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a

formação do aluno, então, é preciso investi em todas as estratégias e recursos

possíveis para que ele aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de

retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos,

para assegurar a possibilidade de aprendizagem.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

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5. REFERÊNCIAS

ALVARES. B.A. Livro didático – análise e reflexão. In: MOREIRA, M. A.; AXT, R.

Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991, p.18-46.

ARROYO, M. G. Educação e exclusão da cidadania. In: BUFFA, Ester; ARROYO,

Miguel G.; NOSELLA, PAULO. Educação e cidadania: quem educa o cidadão? 5

ed. São Paulo: Cortez, 1995. (Coleção questões de nossa época)

AXT, Rolando. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In: MOREIRA,

Marco Antonio. AXT, Rolando. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, s/d.

BARROS, Henrique Lins.In: BEM-DOV, Yoav. Convite à física. Rio de Janeiro:

Jorge Zahar ed., 1996. Prefácio da obra.

BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.

CHAVES, A.; SHELLARD, R.C. Física para o Brasil: pensando o futuro. São

Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2005.

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 2ª d.,Campinas: Autores Associados,

1997.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura)

GARCIA, N. M. Dias ; ROCHA,V. Jazomar ; COSTA, R. Z. Visneck. Física. In: KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.

MOREIRA, M.A. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999.

MOREIRA, M. A. Revalorização do professor e aprendizagem significativa: dois fatores importantes para a reconstrução da escola pública. Texto digitalizado, s/d2.

MORTIMER, F. E. Construtivismo, Mudança Conceitual e Ensino de Ciências: para onde vamos? Investigações em Ensino de Ciências. V.1, n.1, abril de 1996. In: http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/. Acesso em 07/06/2005.

OLIVEIRA. M. R.N. S. Do mito da tecnologia ao paradigma tecnológico; a mediação tecnológica nas práticas didático-pedagógicas. In: Revista Brasileira de Educação, set/out/nov/dez, 2001, n.18. Reunião anual da ANPED, 24º. Caxambu: ANPED, p.101-107.

RAMOS, Eugênio M. de França. FERREIRA, Norberto Cardoso. O desafio lúdico como alternativa metodológica para o ensino de física. In: Atas do X SNEF, 25-29/ janeiro, 1993.

RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da

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educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação &

Sociedade, vol. 20, n.68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.

ROBILOTTA, Manoel Roberto. BABICHAK, Cezar Cavanha. Definições e conceitos em Física. In: Cadernos Cedes, ano XVIII, no. 41, junho/ 97, p. 35 – 45.

ROSA, C. W. da; ROSA, A. B. da. Ensino de Física: objetivos e imposições no ensino médio. Revista Eletrónica de Ensenãnza de lasCiencias. Vol.4, nº 1, 2005.

SEED. Diretrizes Curriculares de Física para a Educação Básica. Curitiba. 2006.

SEED-PR. Proposta pedagógica e autonomia da escola. Set, 2000, texto

digitalizado.

SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p. 20-28.

PIETROCOLA, M.; ALVES, J. de P.F.; PINHEIRO, T. de F. Pratica disciplinar de professores de ciências. In: ttp://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol8/n2/v8_v8_n2_a3.html. Acesso em 09/06/2005.

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DISCIPLINA DE HISTÓRIA

Apresentação da Disciplina

A História como saber disciplinar tem um papel fundamental na formação

da consciência histórica do homem, sujeito de uma sociedade marcada por

diferenças e desigualdades múltiplas.

A contribuição mais significativa do ensino de História ao educando é a

edificação da capacidade de pensar historicamente, ou seja, a percepção da

historicidade de todas as coisas, desde a concepção da História como obra

humana até a capacidade de avaliar corretamente as determinações,

condicionamentos e possibilidades do momento histórico em que se vive.

Como apontam s Diretrizes Curriculares da Educação Básica no Estado

do Paraná, (…) A finalidade da História é a busca da superação das carências

humanas fundamentada por meio de um conhecimento constituído por

interpretações históricas (…). E as próprias Diretrizes especificam que estas

carências humanas são os mecanismos de exclusão social e de desrespeito aos

direitos humanos ligados à vida, à participação política, ao trabalho, à terra. E que

essas carências devem ser superadas nas ações conscientes dos sujeitos

históricos.

E como o ensino de História tem também a função de contribuir com o

indivíduo na tomada de decisões em situações práticas, é na Educação de

Jovens e Adultos que esta disciplina curricular ganha ainda maior relevância e

significado porque, sendo os educandos da EJA pessoas já inseridas no mundo

do trabalho ou nele buscando colocação e portanto, que já se debatem com toda

a complexidade da vida adulta, o ensino de História em articulação com as

demais disciplinas, contribuirá para a formação de atitudes e concepções úteis

para a vida pessoal e cidadã, tais como: respeito à diversidade, espírito de justiça,

criticidade, solidariedade, construção da identidade, entre outras.

Destaca- se também o papel fundamental da Disciplina de História, em

todos os níveis de ensino para garantir a efetiva implantação da Lei 10639/03

edas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-

Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, que ainda

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enfrenta resistências que se exteriorizam em maior ou menor grau em práticas

racistas e num imaginário racial ainda presentes na estrutura social brasileira,

reforçadas pelo mito da democracia racial, a ideologia do branqueamento, a

negação do racismo e do preconceito e a naturalização das desigualdades raciais

que ainda impregnam o ambiente escolar e as práticas pedagógicas em muitos

casos.

ALei 11645/08 que inclui a obrigatoriedade do estudo da história e cultura

indígena nos currículos escolares, colocando o direito à educação e o direito à

diversidade no mesmo patamar também são amplamente trabalhados nos

conteúdos da Disciplina de História. Quanto a Lei 13381/01, que estabelece o

ensino de História do Paraná nas escolas públicas, é parte inerente aos

conteúdos trabalhados em História.

1. Conteúdos Estruturantes/Básicos de História

O ensino da Disciplina de História no CEEBJA organiza-se segundo as

Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná que considera

Conteúdos Estruturantes da Disciplina de História:

• Relações de Trabalho:

• Relações de Poder;

• Relações Culturais.

O quadro a seguir apresenta os conteúdos básicos articulados com os

conteúdos estruturantes da Disciplina de História para o Ensino Fundamental

Fase II, que na organização pedagógica do CEEBJA não se divide por séries,

porque possui uma carga horária de 192 horas, no regime individual.

1.1. Os Diferentes Sujeitos, Suas Culturas, Suas HistóriasCONTEÚDOS

ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS

BÁSICOS

Relações deTrabalho.

Relações de Pode.

Relações culturais

A experiência humana no tempo.

Os sujeitos e suas relações com o outro

no tempo.

As culturas locais e acultura comum

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A Constituição Histórica do Mundo Rural e Urbano e a Formação da

Propriedade em Diferentes Tempos e Espaços

Relações de Trabalho.

Relações de Poder.

Relações culturais

As relações de propriedade.

A constituição histórica do mundo do

campo e do mundo da cidade.

A relações entre o campo e a cidade.

Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.

O Mundo do Trabalho e os Movimentos de Resistência

Relações de Trabalho.

Relações de Poder.

Relações Culturais.

História das relações da humanidade

com o trabalho.

O trabalho e a vida em sociedade

.O trabalho e as contradições da

modernidade.

O trabalhadores e as conquistas de direito.

Relações de Dominação e Resistência: a Formação do Estado e das

Instituições Sociais

Relações de Trabalho.

Relações de Poder.

Relações Culturais.

A constituição das instituições sociais.

A formação do Estado.

Sujeitos, Guerras e revoluções

O quadro a seguir apresenta os conteúdos básicos articulados com os

conteúdos estruturantes da Disciplina de História para o Ensino Médio, que na

organização pedagógica do CEEBJA não se divide por séries, porque possui uma

carga horária de 128 horas, no regime individual.

ABORDAGEMCONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

Relações de Trabalho.Relações de Poder.Relações Culturais.

Trabalho Escravo, Servil,Assalariado e o Trabalho Livre.Urbanização e industrializaçãoO Estado e as relações de poderOs sujeitos, as revoltas e as guerras

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2. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A proposta metodológica das práticas pedagógicas da EJA deve

considerar, além dos Conteúdos Estruturantes da disciplina de História, os três

eixos articuladores propostos para as Diretrizes Curriculares da Educação de

Jovens e Adultos: cultura, trabalho tempo, os quais deverão estar inter-

relacionados. De fato, é preciso atender aos interesses e às necessidades de

pessoas que já têm um determinado conhecimento socialmente construído,com

tempos próprios de aprendizagem e que participam do mundo do trabalho e, por

isso, requerem metodologias específicas para alcançar seus objetivos.

Para adaptar o tempo escolar às necessidades dos educandos, o

currículo deve ser organizado de forma que lhes possibilite transitar pela estrutura

curricular, de acordo com o seu tempo próprio de construção da aprendizagem. A

interação entre os conhecimentos apreendidos deve torná-los significativos às

práticas diárias dos educandos e permitir que os conteúdos constituam uma rede

integradora entre os conceitos trabalhados nas diferentes áreas do conhecimento

e as estratégias de investigação da realidade.

Tal como está proposto nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica

para a Disciplina de História, o trabalho pedagógico com os Conteúdos

Estruturantes, básicos e específicos tem como finalidade a formação do

pensamento histórico dos educandos. Para que este objetivo seja alcançado nos

anos finais do Ensino Fundamental priorizam as histórias locais e do Brasil ,

estabelecendo-se relações e comparações com a história mundial. Para o Ensino

Médio, o ensino é organizado por temas históricos, ou seja, os conteúdos básicos

e específicos tem como finalidade a discussão e a busca de solução para um

tema/problema previamente proposto.

O trabalho pedagógico com os conteúdos históricos está fundamentado

em vários autores e suas respectivas interpretações, por meio de manuais

didáticos ou por meio de textos historiográficos, para que o aluno entenda que

não existe uma verdade histórica única.

Na EJA, onde o educando já tem uma caminhada histórica individual e

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social, o trabalho pedagógico é organizado por meio do trabalho com vestígios e

fontes históricas diversas, da fundamentação na historiografia, da

problematização do conteúdo, estruturando esta organização com as narrativas

históricas produzidas pelos próprios educandos.

Os educandos da EJA trazem consigo um legado cultural –

conhecimentos construídos a partir do senso comum e um saber popular, não-

científico, constituído no cotidiano, em suas relações com o outro e com o meio –

os quais devem considerados na dialogicidade das práticas educativas. Portanto,

o trabalho dos educadores da EJA é buscar de modo contínuo o conhecimento

que dialogue com o singular e o universal, o mediato e o imediato, de forma

dinâmica e histórica.

A diferenciação no estudo da História na EJA, não está apenas no

conteúdo, mas na clareza dos objetivos e importância de seu estudo. A principal

diferença está na dialogicidade que deve existir nas aulas, visto que os

educandos possuem uma bagagem cultural valiosíssima e que enriquece muito

as aulas, proporcionando construção e não, repasse de conhecimento. Para isso,

os conteúdos da história devem ser trabalhados de forma crítica e dinâmica,

interligados com a realidade próxima e distante dos alunos.

O primeiro critério para selecionar os conteúdos e as práticas educativas

é dar relevância aos saberes escolares frente à experiência social construída

historicamente.

O segundo critério para a seleção dos saberes e das práticas

pedagógicas tem a ver com os processos de ensino e aprendizagem,

mediatizados pela ação docente junto aos educandos, uma vez que a atividade

escolar possui maior valor pedagógico se estiver associada ao pensamento

reflexivo. O educador deve perceber o que o educando sabe e o que precisa

saber, conhecendo-o no conjunto: profissão, religião, desejos, anseios,

características e ideologias, por meio do diálogo e da observação permanentes.

O terceiro critério refere-se à organização do processo ensino-

aprendizagem, dando ênfase às atividades que permitem integrar os diferentes

saberes para articular as situações relacionadas na prática escolar com a prática

social, além de privilegiar uma diversidade de ações (experiências, projetos etc.)

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integradas entre as disciplinas escolares, a partir de um quadro conceitual

(categorias, ideias etc.) e um quadro instrumental (aula expositiva, pesquisa etc.),

a fim de tornar vivos e significativos os conteúdos selecionados. O quarto critério

para a seleção de conteúdos e práticas refere-se às possibilidades de articular

singularidade e totalidade no processo de conhecimento vivenciado pelos

educandos. Os conteúdos selecionados devem refletir os amplos aspectos da

cultura, tanto do passado quanto do presente, assim como as possibilidades

futuras, identificando mudanças e permanências inerentes ao processo de

conhecimento na sua relação com o contexto social.

Desta forma as aulas serão planejadas e organizadas utilizando as

seguintes estratégias e procedimentos didáticos:

• Aulas expositivas.

• Leituras orientadas do caderno texto, dinâmica de grupo, pesquisa,

trabalho em grupo, projeções de vídeos, debates, visitas e

excursões educativas a museus e patrimônios históricos.

• Avaliação diagnóstica e cumulativa de cada conteúdo trabalhado.

• Trabalho pedagógico com mapas, maquetes, textos e imagens,

histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, músicas e filmes

pertinentes aos diversos conteúdos específicos de cada conteúdo

estruturante.

• A TV multimídia como ferramenta para trabalho com filmes,

documentários, imagens, charges, etc.

• Laboratório de informática e internet para pesquisas e buscas

orientadas com os alunos.

Tudo isto, sempre dentro do enfoque da EJA onde a História, como

disciplina curricular busca trazer os conteúdos para a vida do educando, visto que

os conteúdos precisam estar interligados uns aos outros e ao mesmo tempo, à

prática e à vida do estudante, já que este possui um conhecimento informal

riquíssimo e sente-se valorizado e motivado quando percebe que pode contribuir

e participar do processo ensino-aprendizagem, não como mero espectador, mas

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como um agente formador e transformador do conhecimento. Para tanto é preciso

que essas práticas metodológicas sejam flexíveis, com procedimentos que

possam ser alterados, adaptados às especificidades da comunidade escolar.

Lei 10639/03 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira

e Africana, a Lei 11645/08 que inclui a obrigatoriedade do estudo da história e

cultura indígena e aa Lei 13381/01, que estabelece o ensino de História do

Paraná será trabalhada positivamente no dia a dia pedagógico da Disciplina de

História, pois a inclusão de todas as culturas é um traço marcante e já

internalizado nas estratégias pedagógicas da escola, pois já é especificidade da

Educação de Jovens e Adultos trabalhar com uma grande diversidade, pois

nossos alunos vem de faixas etárias variadas, de condição sócio-econômicas as

mais diversas, procedentes da zona rural, jovens e adolescentes excluídos de

outras escolas pelo sistema educacional, portadores de deficiências físicas e

mentais, e todos são acolhidos e tratados com valorização e respeito, tendo sua

história de vida e passado cultural aproveitados nas estratégias pedagógicas do

CEEBJA. Datas como 20 de novembro, 19 de abril, todas as efemérides da

História do Paraná são aproveitadas como momentos de aplicação e exposição

dos conteúdos trabalhados no currículo da disciplina.

Palestras de esclarecimento e orientação sobre os Desafios Educacionais

Contemporâneos, como Uso indevido de Drogas, Violência na Escola,

Diversidade Sexual e outros são tratados transversalmente com os conteúdos de

História.

3. AvaliaçãoA concepção de ensino-aprendizagem das Diretrizes Curriculares da

Educação Básica compartilha a ideia de Luckesi a respeito da avaliação

diagnóstica, na qual o professor utiliza várias formas avaliativas, tais como a

avaliação diagnóstica, que permite ao professor identificar o desenvolvimento da

aprendizagem dos alunos para pensar em atividades didáticas que possibilitem a

compreensão dos conteúdos a serem trabalhados; avaliação formativa que ocorre

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durante o processo pedagógico e tem por finalidade retomar os objetivos de

ensino propostos para, a partir dos mesmos identificar a aprendizagem alcançada

desde o início até o momento avaliado e, avaliação somativa, que permite ao

professor tomar uma amostragem de objetivos propostos no início do trabalho e

identificar se eles estão em consonância com o perfil dos alunos e com os

encaminhamentos utilizados para a compreensão dos conteúdos.

Em História os principais critérios são: a formação dos conceitos

históricos básicos e o entendimento das relações tempo-espaço. Será observado

para avaliação se os alunos formaram os conceitos históricos e assimilaram as

relações de poder, de espaço-tempo e de sociedade-cultura para poder

compreender-se como ser histórico.

Para uma prática emancipadora os saberes e a cultura do educando

devem ser respeitados tendo como ponto de partida o real,realizando a avaliação

a partir das experiências acumuladas e das transformações que marcaram o seu

trajeto educativo. A avaliação será significativa se estiver voltada para a

autonomia dos educandos.

A avaliação será formativa diagnóstica e continuada, considerando

sempre que os alunos, especialmente na EJA, onde a diversidade de faixas

etárias e muito grande, tem ritmos e processos de aprendizagem diferentes.

A avaliação formal somativa, registrada de maneira organizada e

criteriosa em documentos próprios usará instrumentos que contemplam várias

formas de expressão dos alunos, como:

• leitura e interpretação de textos;

• produção de textos;

• leitura e interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;

• pesquisas bibliográficas;

• relatórios de aulas de campo;

• apresentação de seminários;

• construção e análise de maquetes, entre outros.

Cada um destes instrumentos serão selecionados de acordo com cada

conteúdo e objetivo de ensino.

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Dentro da especificidade pedagógica e da organização didática dos

CEEBJAs, a recuperação é feita de forma contínua, paralelamente ao conteúdo

trabalhado e não satisfatoriamente assimilado, não havendo período específico ou

diferenciado para recuperação de estudos.

A recuperação dos alunos com necessidades especiais é feita com o

auxílio da professora itinerante que através da adaptação curricular dos

conteúdos e estratégias, busca alcançar o objetivo de acordo com as

peculiaridades de cada necessidade especial. Textos e apostilas transcritos para

o braile, utilização de Libras, recursos audio-visuais e lúdicos para os alunos os

alunos com deficiência de aprendizagem, etc.

4. REFERÊNCIAS:

CURRAN, Mark J. História do Brasil em Cordel. São Paulo. Edusp. 2001.

OLIVEIRA. Dennison de. Urbanização e Industrialização no Paraná. Coleção

Historia do Paraná. Curitiba: SEED, 2001.

NADALIN, Sérgio Odilon. Paraná: Ocupação do Território, População e

Migrações. Coleção Historia do Paraná. Curitiba: SEED, 2001.

ESTADO DO PARANÁ.

Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação de Jovens e

Adultos. História: Ensino Fundamental Fase II. Caderno 01e 02. Curitiba.

Imprensa Oficial. 2003.

NETTO, Fernando Franco. População, Escravidão e Família em Guarapuava no

Século XIX. Guarapuava. UNICENTRO, 2007.

SILVA, Alberto da Costa. A enxada e a lança: a África antes dos portugueses. 3

ed. Revisada e ampliada. Rio de janeiro. Nova Fronteira, 2006.

MUNANGA, Kabengele. Para entender o negro no Brasil de hoje: história,

realidade, problemas e caminhos. KabengeleMunanga, Nilma Lino Gomes - São

Paulo: Global: Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação, 2004, -

(Coleção Viver e Aprender).

MATTOS, Regiane Augusto. História e Cultura afro-brasileira. Ed. Contexto. São

Paulo, SP. 2007.

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.

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Secretaria de Estado da Educação. Curitiba. 2006.

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA. História. Secretaria de

Educação do Paraná. Departamento de Educação Básica. Curitiba. 2008.

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DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Matemática é um importante ramo do conhecimento humano. A sua origem remonta à Antiguidade Clássica greco-romana, quando era concebida como um dos conteúdos da filosofia e, portanto, um dos instrumentos da arte de conhecer o mundo em sua totalidade.

Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos, deve também conhecer os fundamentos histórico-filosóficos da Matemática, e ainda, o(s) processo(s) pelo(s) qual (is) o educando aprende, a forma como adquire conhecimentos. Conforme nos diz Mizukami (1996), citada por Perez (2004, p. 257),

Independente de área específica de conhecimento, linha teórica e/ou proposta pedagógica adotada, (assumida individual ou coletivamente), nível de ensino e tipo de escola em que atua, o professor é o principal mediador entre os conhecimentos socialmente construídos e os alunos. É ele, igualmente, fonte de modelos, crenças, valores, conceitos e pré-conceitos, atitudes que constituem, ao lado do conteúdo específico da disciplina ensinada, outros tipos de conteúdos por ele mediados.

Nesse sentido, é importante que o educador tenha conhecimento das práticas pedagógicas que norteiam o ensino da Matemática na atualidade. Para tanto, é necessário resgatar o processo educacional vivenciado, especialmente, a partir da década de 60 do século passado.

O ensino da Matemática, desde então, tem sofrido alterações na sua forma de organização e de conceber os conteúdos. Podem-se destacar as seguintes fases: até meados de 1960, prevaleceu a chamada “Matemática Tradicional”, em que predominava a valorização do conteúdo desvinculado da prática e com ênfase na memorização de regras. Depois, surgiu o “Movimento da Matemática Moderna”, cujo objetivo principal era a unificação dos vários campos da Matemática, tais como, a Aritmética, a Álgebra e a Geometria. O seu grande objetivo era o trabalho pedagógico por meio da linguagem dos conjuntos, mas que ficou reduzida a um simbolismo exagerado a ser memorizado pelo aluno.

Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua vez, assinalaram vários defeitos no currículo tradicional difundido, afirmando a importância de se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos novos conteúdos, entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boole.

Vejamos como Morris Kline exemplifica, como sugestão, uma aula de Matemática, nos moldes da Matemática Moderna:

“A professora pergunta:

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― Por que 2 + 3 = 3 + 2 ?

― Porque ambos são iguais a 5 – respondem os alunos sem hesitar.

― Não, a resposta exata é porque a propriedade comutativa da soma assim o sustenta.

― A segunda pergunta é: Porque 9 + 2 = 11 ?

Novamente os alunos se apressam a responder:

― 9 e 1 são 10 e mais um é 11.

― Está errado! – exclama a professora. – A resposta exata é que pela definição 2,

9 + 2 = 9 + (1 + 1) [...] .

Vê-se, portanto, neste exemplo que as propriedades dos Números Naturais, Teoria dos Conjuntos, se sobrepõe ao algoritmo da adição, Aritmética, no mesmo conjunto numérico. No caso, essa sobreposição faz com que a professora classifique as respostas indicadas pelos alunos como erradas, e, logo a seguir, a mesma reforça novamente a resposta correta através da propriedade comutativa.(PETRONZELLI, 2002, p.40-1)

Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia, justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua potencialidade, ou seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos, relegando-se a segundo plano a fase de automação, priorizando-se o atendimento à criança em sua fase de desenvolvimento, mas descuidando-se da sistematização dos conhecimentos matemáticos sócio históricos acumulados pela humanidade. A grande dificuldade dos professores foi, então, a passagem do concreto para o abstrato, o que é fundamental no ensino da Matemática.

Na atual proposta pedagógica para a EJA, procura-se a interação entre o conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação dialética - teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado no processo de produção da base material de existência humana e as manifestações teórico-metodológicas que estruturam o campo científico da própria Matemática. Dessa forma, o ensino da Matemática deve ser concebido de modo a favorecer as necessidades sociais, tais como: a formação do pensamento dialético, a compreensão do mundo social e natural, a ciência como obra decorrente do modo de cada sociedade - Grega, Feudal, Moderna – produzir a vida.

Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um papel fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é, da consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das coisas como sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser vista, como uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade.

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Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando as necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que levaram o homem a chegar até determinados conceitos, ou seja, o educador estará proporcionando no processo de ensino-aprendizagem a reflexão da construção da sobrevivência dos homens e da exploração do universo. Estará, dessa forma, caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do homem com a natureza.

O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado através da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a abstração, o conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o avanço tecnológico, a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade.

Portanto, a abordagem histórica da Matemática permite ao educando jovem, adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria possível sem a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa abordagem não deve restringir-se a informações relativas a nomes, locais e datas de descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com isso a compreensão do significado das ideias matemáticas e sociais.

Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio histórico, faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos da própria Matemática - conteúdos escolares - e os conceitos sociais.

Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que considere a especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve constituir o ponto de partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática, ou seja, os educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas necessidades cotidianas, suas expectativas em relação à escola e às aprendizagens em Matemática.

Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca escolaridade, dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que foram apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função de transformar essas noções elementares, conceitos espontâneos, em conceitos científicos, fazendo o educando dominar a Linguagem Matemática e suas Representações, os Conceitos Matemáticos e Sociais, os Cálculos e os Algoritmos, a História da Matemática e a Resolução de Problemas.

A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por parte dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos escolares a serem ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses significados também devem ser explorados em outros contextos, como por exemplo, nas questões internas da própria Matemática e em problemas históricos.

Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de Jovens e Adultos significa privilegiar uma prática centrada no desenvolvimento do

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pensamento linear e fragmentado, numa concepção de ciência imutável, estabelecendo definitivamente o rompimento entre o lógico e o histórico, entre o conteúdo e as formas, entre a teoria e a prática, entre a lógica formal e a lógica dialética, entre a totalidade e as unidades, enfim, entre o mundo social e natural.

A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem definidos e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”:

Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um cotidiano que a justificaria(...). As abstrações reunidas na teoria, organicamente dispostas em definições e conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar-se em dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria precisa desmembrar-se, na voz do professor, no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua solução.(NAGEL, pp. 3-4, 2003) (Grifos nossos)

Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência dos educandos, que se manifestam em suas interações sociais e compõem suas bagagens culturais, que são frequentemente desconsiderados na prática pedagógica da EJA. No entanto, a superação desses saberes e a incorporação dos conceitos científicos são trabalhos que a escola deve planejar e executar.

É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados de forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos educandos como ferramentas eficazes para resolver problemas e para construir novos conceitos, pois, é perceptível que o conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado em situações diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é transferível para novas situações. Isto significa que os conhecimentos devem ser descontextualizados, abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto é, fazer a transposição didática.

Nesse sentido, a Educação Matemática para o educando jovem, adultos e idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o ensino da Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos anteriormente fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é possível querer mudar qualquer prática pedagógica consistente.

Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu significado sejam restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de Matemática devem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica formal e dialética, da coerência e consistência teórica da Ciência – o que transcende os aspectos práticos. Com isso faz-se necessário repensar o ensino

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de Matemática, pois o processo de emancipação política e social da humanidade estão diretamente ligados ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do pensamento reflexivo.

OBJETIVOS

• desenvolver a capacidade de analisar, comparar, conceituar, representar,

abstrair e generalizar;

• desenvolver a capacidade de julgamento e o hábito de concisão e rigor;

• habituar-se ao estudo, atenção, responsabilidade e cooperação;

• conhecer, interpretar e utilizar corretamente a linguagem matemática

associando-a com a linguagem usual;

• adquirir conhecimentos básicos a fim de possibilitar sua integração na

sociedade em que vive;

• desenvolver um pensamento reflexivo que lhe permita a elaboração de

conjunturas, a descoberta de soluções e a capacidade de concluir;

• associar a matemática às outras áreas do conhecimento;

• construir uma imagem da matemática como algo agradável e prazeroso,

desmistificando o mito da genialidade.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/ BÁSICOS

ENSINO FUNDAMENTAL

Números e Álgebra

Construção do conceito de número (IN, Z, Q, I e R): classificação e seriação.

Conjuntos numéricos: abordagem histórica.

Algoritmos e operações.

Raciocínio Proporcional: regra de três simples e composta.

Expressar generalizações sobre propriedades das operações aritméticas.

Operações com monômios e polinômios.

Equações de 1º e 2º graus.

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Sistema de equações de 1º grau – com duas variáveis.

Cálculo Mental e Estimativa.

Grandezas e Medidas

Sistema monetário

Medidas de comprimento, massa, capacidade, tempo.

Medidas derivadas: áreas e volumes.

Medidas de ângulos, temperatura, velocidade.

Trigonometria: relaçõesmétricas no triângulo retângulo .

Geometrias

Geometria plana: conceitos de direção e sentido; paralelismo e

perpendicularismo; figuras planas, polígonos, congruência e semelhança:,

simetria (conceito), Teorema de Tales, teorema de Pitágoras.

Geometria espacial: poliedros e corpos redondos.

Geometria analítica

Noções básicas de geometrias não-euclidianas Conceitos de: direção e sentido;

paralelismo e perpendicularismo.

Funções

Função afim

Função quadrática

Tratamento de Informação

Probabilidade: experimentos e situações-problema.

Estatística: problematização, coleta, organização, representação e análise de

dados, medidas de posição.

Matemática financeira: porcentagem, juros simples e compostos.

Análise Combinatória: agrupamentos e problemas de contagem.

ENSINO MÉDIO

Números e Álgebra

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Números reais:

Números complexos

Sistemas lineares

Matrizes e determinantes

Equações e inequações exponenciais, logarítmicas e modularespolinômios

Grandezas e Medidas

Medidas de massa

Medidas derivadas: área e volume

Medidas de informática

Medidas de energia

Medidas de grandezas vetoriais

Trigonometria: relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo

Trigonometria na circunferência.

Geometrias

Relações entre quadriláteros, quanto aos lados e aos ângulos, paralelismo e

perpendicularismo.

Congruência e semelhança das figuras.

Propriedades de lados, ângulos e diagonais em polígonos.

Ângulos entre retas e circunferências e ângulos na circunferência

Reta e plano no espaço, incidência e posição relativa.

Sólidos geométricos: representação, planificação e classificação.

Cilindro, cone, pirâmide, prismas e esfera.

Geometria Analítica: ponto (distância entre dois pontos e entre ponto e reta); reta

(distância entre retas); circunferência.

Noções de geometriasnão-euclidianas : fractais, geometria hiperbólica e elíptica.

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Funções

Função afim.

Função quadrática.

Função exponencial.

Função logarítmica.

Função trigonométrica.

Função modular.

Progressão aritmética

Progressão geométrica

Tratamento de Informação

Análise combinatória

Binômio de Newton

Estatística: Gráficos e tabelas, medidas e tendência central, polígonos de

freqüência, análise de dados.

Probabilidade

Matemática financeira: porcentagem, juros simples e compostos.

METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem e adulto é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas articulações com outras áreas do conhecimento.

As diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a uma transposição didática.

É perceptível que a mera seleção de conteúdos não assegura o desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos, como dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o conteúdo e as formas, entre o lógico e o histórico.

Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente, esses

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elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.

Nessa perspectiva, a

contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele(...). O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem reduzir o significado da idéias matemáticas que deram ao saber ensinado.” (PAIS, 2001, pp. 26-27).

De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos fundamentais na construção do conhecimento matemático é muitas vezes suprimida ou abreviada, sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos educandos. Tal concepção de ciência e de conhecimento viabiliza na escola uma visão reducionista da Matemática, cuja importância parece ficar restrita a sua utilidade prática; ao pragmatismo.

Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto acadêmico (PAIS, 2001, p.27).

O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares envolve um desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e o seu objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a natureza e do homem com o próprio homem.

No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos devem contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica aponta critérios para a seleção de conteúdos e das práticas educativas. São eles:

• A relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída

historicamente;

• os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação docente

junto aos educandos;

• a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às

atividades que permitem a integração entre os diferentes saberes;

• as diferentes possibilidades dos alunos articularem singularidade e

totalidade no processo de elaboração do conhecimento.

Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e

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não um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar.

Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensino-aprendizagem de Matemática seja permeado pela(os): História da Matemática; Resolução de Problemas; Jogos & Desafios, Modelagem Matemática, Mídias Tecnológicas, Investigações Matemáticas e Etnomatemática. Estes elementos devem permear a Metodologia de Ensino da Matemática, pois eles expressam a articulação entre a teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a relação entre o signo, o significado e o sentido dos conteúdos escolares nos diversos contextos sociais e históricos.

É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando ao educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de observar, pensar, estabelecer relações, analisar, interpretar justificar, argumentar, verificar, generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimulados a intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo.

Os conteúdos matemáticos presentes no ensino fundamental, a serem ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por eixos. são eles: números e operações, geometria, medidas e tratamento de informação, que compreendem os elementos essenciais da organização curricular.

Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de forma articulada. Esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os conteúdos.

Conforme, as Diretrizes Curriculares Estaduais, em concordância com as Leis nº 11.734/97 que trata da prevenção da Aids; nº 10.639/03 que contempla a cultura afro-brasileira e indígena; nº 9.795/99 referente à política nacional de educação ambiental, os temas relacionados aos DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS: sustentabilidade e meio ambiente, cidadania, diferenças etnicorraciais e de gênero, sexualidade, drogatização, violência e direitos humanos, serão abordados de forma contextualizada com os conteúdos específicos da disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito capaz de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em que vive.

2. AVALIAÇÃO

Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem ensinados nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de conceitos: numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma, devem ser trabalhados como um conjunto articulado. Isso significa que o tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques deve dar lugar a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas.

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Nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao educador fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da apreensão do conhecimento pelo educando, estabelecendo inter-relações entre o conhecimento matemático e o contexto social.

É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que, esta tem a finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do educando - a ele mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao educador, uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem.

O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera erros e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja, toma o erro como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o processo de construção do conhecimento matemático.

No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem contemplados pelos educadores:

• Considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação-problema;

• resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação matemática, pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter se utilizado de métodos coerentes, equivocando-se em apenas parte do processo de desenvolvimento do raciocínio matemático.

• erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos, compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático.

Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador e a própria escola.

Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação pedagógica como um todo. Deve considerar os caminhos percorridos pelos alunos, as tentativas de solucionar problemas que lhe são propostos e a partir do diagnóstico de suas deficiências procurar ampliar sua visão, o seu saber sobre o conteúdo em estudo.

A recuperação de estudos objetiva assegurar a aquisição dos conceitos pode ser tratada como um processo de busca da compreensão, devendo ser participativa, de forma a permitir que o aluno expresse suas inseguranças, tenha oportunidade de se aprimorar e sanar suas dificuldades. Para tanto, o professor

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deve diagnosticar as dificuldades e facilidades do aluno e procurar compreender seu processo de aprendizagem.

Serão realizadas no mínimo seis avaliações, buscando-se que o aluno atinja a aprendizagem de 100% dos conteúdos trabalhados. Aos alunos que não atingirem a nota 6,0 (seis), serão oportunizadas retomadas dos conteúdos e novas avaliações.

Os alunos deverão ser avaliados pela participação e interesse em atividades intra e extraclasse, observando-se a criatividade e a construção dos conceitos. Os instrumentos serão trabalhos individuais e coletivos, testes escritos, tarefas extraclasse, debates, questionamentos orais e/ou escritos e desenvolvimento de pesquisas. Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e o crescimento pessoal do aluno.

Os alunos com necessidades especiais também devem apresentar avanços, obviamente sendo consideradas suas limitações. A esses alunos dar-se-á atendimento individualizado e serão propostas atividades complementares sempre que se julgar necessário.

3. REFERÊNCIAS

BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia da educação matemática. Belo

Horizonte: Autêntica, 2001.

BOYER, C. B. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo>

Edgard Blucher, 1974.

BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, 2002 –

Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do

ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução.

DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São

Paulo: Cortez, 1994.

FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e

Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica,

2002.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

MIGUEL, Antonio; MIORIM, Maria Ângela. História na Educação Matemática:

propostas e desafios. Belo Horizonte: Autêntica. 2005.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: Secretaria de

Estado de Educação, 2008.

PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo

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Horizonte: Autêntica, 2001.

NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM,

2003(texto digitado).

PEREZ, Geraldo. Prática reflexiva do professor de matemática. In: BICUDO,

Maria Aparecida Viggiani; BORBA, Marcelo de Carvalho (org.). Educação

Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2004.

PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do

conhecimento matemático: alguns caminhos a serem trilhados, 2002.

(Dissertação de Mestrado, UTP) 166p.

SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre:

ARTMED, 2001.

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DISCIPLINA DE QUÍMICA

1 - APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA DE QUÍMICA

1.2- DIMENSÃO HISTÓRICA DA DISCIPLINA DE QUÍMICA E A IMPORTÂNCIA

PARA O MEIO SOCIAL POLÍTICO E ECONÔMICO.

O desenvolvimento dos saberes e práticas ligadas às transformações da

matéria estão presentes nas formações das diversas civilizações, estimulado por

necessidades humanas, tais como: a comunicação, o domínio do fogo e,

posteriormente, o domínio do processo de cozimento, necessários à

sobrevivência. Estes saberes (manipulação dos metais, vitrificação, pigmentos

coloridos, feitura dos ungüentos, chás, remédios, iatroquímica, entre outros ), em

sua origem, não podem ser classificados como a ciência moderna denominada

Química, mas como um conjunto de ações e práticas que contribuíram para a

elaboração do conhecimento químico desde o século XVII.

A manipulação e a transformação da matéria, vem sendo aprimorada

desde a Pré-História, com o fato mais importante praticado pelo homem nessa

época sendo a descoberta do fogo, atritando dois pedaços de madeira, a partir

deste momento o homem aprendeu a manipular a argila, com a construção de

materiais cerâmicos, como fornos para trabalhar em altas temperaturas. Após

esse avanço no conhecimento químico, surge na idade antiga, os Egípcios,

gregos, fenícios e chineses, entre outros, conseguindo obter metais (ouro, ferro,

cobre, chumbo etc.), vidro, tecidos, bebidas alcoólicas (vinho e cerveja), sabões,

perfumes e duas ligas metálicas: o bronze (cobre e estanho) e o aço (ferro e

carvão). Já no antigo Egito, o fato mais notável foi a mumificação de cadáveres.

Na Grécia, se destacou a defesa da constituição atômica da matéria.

Após todos esses feitos surge na Idade Média século III, um conceito para

denominar a área da Química com o nome de alquimia ( árabe: al = a). Mistura de

ciência e bruxaria, desenvolvida pelos árabes. Nessa época os alquimistas tinham

dois grandes objetivos: obter o elixir da longa vida; conseguir a pedra filosofal,

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que permitiria transformar um metal comum (ferro, cobre, chumbo etc.) em ouro

Segundo, Chassot (2004, p. 119). Tentando atingir esses objetivos, os árabes

obtiveram muitas substâncias (álcool, ácido clorídrico. ácido nítrico, ácido

sulfúrico, água-régia etc.) e construíram vidrarias e equipamentos para laboratório

de Química, usados até hoje (por exemplo, almofariz e alambique).

No final do século XIV e início do século XV, o contexto histórico do fim do

feudalismo, representado pelas aglomerações urbanas emergentes, pelas

péssimas condições sanitárias, pela fome, pelas pestes – em especial a peste

negra de 1347 gerou um desequilíbrio demográfico e problemas relacionados ao

trabalho, o qual também se modificava estruturalmente. A burguesia, classe social

emergente, começava a ocupar o espaço econômico e a comandar a

reestruturação do espaço e do processo produtivo. Este conturbado momento

histórico trazia a preocupação com a relação da mão-de-obra produtiva e os

estudos sobre substâncias minerais para a cura de doenças.

Surge então na Idade Moderna química médica ou latroquímica (século

XVII). Nessa época, os químicos, liderados pelo suíço Paracelso, abandonaram

as duas metas alquimistas e passaram a descobrir substâncias que curavam

doenças (remédios).

No final do século XVIII, durante a Revolução francesa, a Química, a

exemplo da Física, torna-se uma ciência exata. O químico Lavoisier descobriu

que, durante as transformações químicas e físicas, ocorre a conservação da

matéria (Lei da Conservação da matéria). Foi com Lavoisier que se iniciou, na

Química, o método científico, que estuda os porquês e as causas dos fenômenos.

Neste contexto na idade contemporânea séculos XVIII a XXI começa a

curiosidade e a necessidade do conhecimento da estrutura do átomo. Sendo as

primeiras teorias baseadas na mecânica clássica newtoniana, com os modelos de

Dalton, Thonson, e Rutherford, em parte também Niels Bohr. Em seguida surge

Mecânica Quântica dos cientistas, Niels Bohr, Erwin Schrödinger, Werner

Heisenberg, Einstein, Louis de Broglie, Max Plank, Wolfgang P. revolucionando a

Ciência, em especial a Química e a Física.

Desde então a Química tecnológica toma seu lugar, principalmente com

avanços tecnológicos a partir da Primeira Guerra Mundial e ganhando impulso

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com a Segunda Guerra mundial, desenvolvimento de bombas, armas, carros,

caminhões, medicamentos, navios, aviões, alimentos, equipamentos de

transmissão, computadores.

Nota – se a partir da dimensão histórica da área de Química o quanto a

disciplina ou área Química é importante nos setores econômico, social e político.

Por esses e outros fatores é importante que aluno da educação básica tenha a

aquisição de novos conhecimentos científicos relacionados a disciplina de

Química, possibilitando ao aluno a compreensão do processo de elaboração

desses conhecimentos com seus avanços, erros e conflitos, principalmente no

mundo em que vivemos hoje com a degradação da natureza provocada pelo

homem.

O ensino de Química pode revelar futuros cientistas, mas não só isso,

também, teremos na sociedade cidadãos mais conscientes que possam aplicar

seus conhecimentos no sistema produtivo, industrial e agrícola, assim como

entender a importância dos elementos químicos, os métodos de preparação,

propriedades, aplicações e as correlações entre esses assuntos, capacitando os

alunos a tomarem suas próprias decisões em situações problemáticas,

contribuindo assim para o desenvolvimento do educando como pessoa humana e

como cidadão.

2 – OBJETIVOS;

2.1 - OBJETIVO GERAL:

formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos químicos e seja capaz de

refletir criticamente sobre o período histórico atual.

2.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

2.2.1 - Representação e comunicação

•Descrever as transformações químicas em linguagens discursivas.

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•Compreender os códigos e símbolos próprios da Química atual.

•Traduzir a linguagem discursiva em linguagem simbólica da Química e vice-

versa. Utilizar a representação simbólica das transformações químicas e

reconhecer suas modificações ao longo do tempo.

•Traduzir a linguagem discursiva em outras linguagens usadas em Química:

gráficos, tabelas e relações matemáticas.

•Identificar fontes de informação e formas de obter informações relevantes para o

conhecimento da Química (livro, computador, jornais, manuais etc).

2.2.2 - Investigação e compreensão

•Compreender e utilizar conceitos químicos dentro de uma visão macroscópica

(lógico-empírica).

•Compreender os fatos químicos dentro de uma visão macroscópica (lógico-

formal).

•Compreender dados quantitativos, estimativa e medidas, compreender relações

proporcionais presentes na Química (raciocínio proporcional).

•Reconhecer tendências e relações a partir de dados experimentais ou outros

(classificação, seriação e correspondência em Química).

•Selecionar e utilizar idéias e procedimentos científicos (leis, teorias, modelos)

para a resolução de problemas qualitativos e quantitativos em Química,

identificando e acompanhando as variáveis relevantes.

•Reconhecer ou propor a investigação de um problema relacionado à Química,

selecionando procedimentos experimentais pertinentes.

•Desenvolver conexões hipotético-lógicas que possibilitem previsões acerca das

transformações químicas.

2.2.3 - Contextualização sócio-cultural

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•Reconhecer aspectos químicos relevantes na interação individual e coletiva do

ser humano com o ambiente e a diversidade.

•Reconhecer o papel da Química no sistema produtivo, industrial e rural.

•Reconhecer as relações entre o desenvolvimento científico e tecnológico da

Química e aspectos sócio-político-culturais.

•Reconhecer os limites éticos e morais que podem estar envolvidos no

desenvolvimento da Química e da tecnologia.

3 - CONTEÚDOS ESTRUTURANTES BÁSICOS DA DISCIPLINA

Baseado nas propostas de Mortimer e Machado (2003), a figura 1 a seguir,

em cujo centro está o objeto de estudo da Química (Substâncias e Materiais)

sustentado pela tríade Composição, Propriedades e Transformações, presente

nos conteúdos estruturantes, Matéria e sua natureza, Biogeoquímica e Química

Sintética.

Figura 1; Inter-relação entre os conteúdos estruturantes

Os conteúdos estruturantes se inter-relacionam e devem estar articulados à

especificidade regional de cada escola. Para a disciplina de Química, são

propostos os seguintes conteúdos estruturantes:

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• Matéria e sua natureza;

• Biogeoquímica;

• Química sintética.

3.1 - MATÉRIA E SUA NATUREZA

É o conteúdo estruturante que identifica a disciplina de Química, por se

tratar da essência da matéria requer também dos conteúdos específicos tabela 1

abaixo. É o Conteúdo estruturante Matéria e sua Natureza que abre o caminho

para um melhor entendimento dos demais conteúdos estruturantes.

A abordagem da história da Química é necessária para a compreensão de

teorias e, em especial, dos modelos atômicos. A concepção de átomo é

imprescindível para que se possam entender os aspectos macroscópicos dos

materiais com que o ser humano está em contato diário e perceber o que ocorre

no interior dessas substâncias, ou seja, o comportamento microscópico.

Desde o conceito de átomo indivisível (Leucipo e Demócrito) até o conceito

atual do átomo (partícula-onda), foram desenvolvidos modelos de átomos para

explicar o comportamento da matéria. Por isso, é preciso relacionar os

acontecimentos históricos para perceber que os modelos atômicos foram sendo

substituídos a partir de importantes descobertas, tais como a eletricidade e a

radioatividade.

Tabela 1: Conteúdos Específicos Matéria e sua natureza

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MATÉRIA E SUA NATUREZA

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NÍVEIS DE EXIGÊNCIA

1 - COMPOSIÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS SISTEMAS MATERIAIS

1.1 Objetivo da Química. 1.1 Explicitar o objetivo da Química. 1.2 Matéria, massa, energia. 1.2 Definir matéria e massa. 1.3 Substâncias simples, compostas e alotrópicas. 1.3 Descrever e classificar substâncias

simples, compostas e alotrópicas

1.4 Misturas homogêneas e heterogêneas. 1.4 Reconhecer misturas homogêneas e heterogêneas.

1.5 Principais processos de separação e fracionamento das misturas homogêneas e heterogêneas.

1.5 Exemplificar os principais processos de separação de misturas.

1.6 Fenômenos físico e químico. 1.6 Reconhecer fenômeno físico e químico.

2 - NOTAÇÃO E NOMENCLATURA QUÍMICA

2.1 Notação e nomenclatura dos elementos. 2.1 Identificar os elementos químicos por notação e nomenclatura.

2.2 Átomos, moléculas e íons. 2.2 Diferenciar átomo, molécula e íon. 2.3 Número atômico. 2.3 Identificar o elemento pelo seu número atômico. 2.4 Número de massa. 2.4 Determinar o número de massa dos

elementos, através das partículas nucleares.

2.5 Isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos. 2.5 Reconhecer isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos.

3 - ESTRUTURA ATÔMICA

3.1 Histórico do átomo. 3.1 Reconhecer as teorias atômicas de Dalton, Thomson, Rutherford, Böhr e sssSommerfield.

3.2 Configuração eletrônica nos níveis e subníveis do átomo. 3.2 Reconhecer o nível de valência do átomo.

4 - TABELA PERIÓDICA

4.1 Evolução da tabela periódica. 4.1 Aplicar a tabela periódica na solução de problemas.

4.2 Grupos e períodos. 4.2 e 4.3 Identificar a posição dos elementos. 4.3 Classificação dos elementos na tabela periódica. 4.4 Propriedades aperiódicas. 4.4 e 4.5 Aplicar as propriedades dos elementos. 4.5 Propriedades periódicas: eletronegatividade, eletropositividade, potencial de ionização, eletroafinidade, raio atômico, raio iônico, volume atômico, densidade, reatividade química, pontos de fusão e de ebulição.

5 - LIGAÇÕES QUÍMICAS

5.1 Valência. 5.1 a 5.3 Estabelecer as fórmulas químicas dos compostos iônicos Covalentes e metálicos

5.2 Ligação Iônica. 5.3 Ligação covalente5.4 Polaridade das ligações. 5.4 e 5.5 Reconhecer a polaridade das

ligações e das moléculas pelo modelo 5.5 Geometria molecular e polaridade de moléculas. 5.6 Ligação metálica. 5.6 Identificar a ligação metálica. 5.7 Ligações intermoleculares: Van der Waals, dipólo-dipólo e pontes

de hidrogêhidrogênio5.7 Reconhecer a interação entre as moléculas.

5.8 Número de oxidação. 5.8 Determinar o número de oxidação dos elementos nas diferentes substâncias.

6 - REAÇÕES E FUNÇÕES INORGÂNICAS

6.1 Tipos de reações de combinação, decomposição, deslocamento e dupla- troca.

6.1 Identificar, equacionar e ajustar as equações químicas.

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6.2 Caracterização, classificação e propriedades das funções inorgânicas.

6.2 e 6.3 Identificar as funções inorgânicas associadas aos fatos do cotidiano.

6.3 Ácidos e bases de Arrhenius. 6.4 Propriedades das funções inorgânicas. 6.4 Identificar as propriedades das funções.

6.5 Classificação e nomenclatura de ácidos, bases, sais e óxidos. 6.5 Nomear e classificar as principais substâncias inorgânicas.

3.2 - BIOGEOQUÍMICA

Este conteúdo estruturante é caracterizado pelas interações existentes

entre a hidrosfera, litosfera e atmosfera. Historicamente, constitui-se a partir de

uma sobreposição de Biologia, Geologia e Química, com seus conteúdos

específicos abaixo, na tabela 2

Tabela 2: Conteúdos Específicos Biogeoquímica

BIOGEOQUÍMICA

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NÍVEIS DE EXIGÊNCIA

1 - CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

1.1 Massa atômica – massa molecular. 1.1 Identificar a massa atômica e calcular a massa molecular.

1.2 Quantidade de matéria – massa molar – número de Avogadro – volume molar.

1.2 Resolver problemas sobre quantidade de matéria, massa, número de moléculas e volume molar.

1.3 Leis Ponderais: Lavoisier e Proust. 1.3 Reconhecer e aplicar as leis. 1.4 Fórmulas: mínima, percentual e molecular.

1.4 Identificar e resolver fórmulas químicas.

1.5 Cálculos estequiométricos. 1.5 Resolver problemas sobre cálculos estequiométricos.

2 - SOLUÇÕES

2.1 Soluções. 2.1 Classificar soluções. 2.2 Classificação quanto ao estado físico, à natureza das partículas dispersas, à proporção entre soluto e solvente. Concentração das soluções: percentagens (m/m,V/V),concentração em g/L e mol/L.

2.2 a 2.4 Resolver problemas sobre concentrações de soluções.

3 - TERMOQUÍMICA

3.1 Conceito. 3.1 e 3.2 Identificar e interpretar gráficos de reações exotérmicas e endotérmicas.

3.2 Entalpia: reações endotérmicas e exotérmicas. 3.3 Fatores que influem na variação da entalpia.

3.3 Reconhecer fatores que alteram a variação da entalpia.

3.6 Energia nuclear. 3.6 Diferenciar fissão e fusão nuclear.

4 - ELETROQUÍMICA

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4.1 Reações de oxi-redução. 4.1 Identificar e ajustar as reações de oxi-redução.

4.2 Série de reatividade química. 4.2 Equacionar as reações de oxi-redução. 4.3 Pilhas. 4.3 Determinar o potencial de uma pilha

através das reações de oxi-redução.

5 - CINÉTICA QUÍMICA

5.1 Velocidade de reação: conceito. 5.1 Resolver problemas sobre velocidade de reações.

5.2 Fatores que influenciam nas velocidades das reações: energia de ativação, temperatura, concentração, pressão, superfície de contato, catalisadores.

5.2 Associar os fatores que influenciam na velocidade da reação aos fatos do cotidiano.

6 - EQUILÍBRIO QUÍMICO

6.1 Condições de ocorrência do equilíbrio. 6.1 Identificar as condições de equilíbrio. 6.2 Equilíbrio iônico: pH e pOH. 6.3 Determinar o pH e pOH, associando-os

aos fatos do cotidiano. 6.3 Hidrólise de sais: caráter ácido e básico de sais.

6.53Reconhecer o caráter ácido e básico dos sais, associando-o ao cotidiano.

3.3- QUÍMICA SINTÉTICA

Este conteúdo estruturante foi consolidado a partir da apropriação da

Química na síntese de novos produtos e novos materiais, e permite o estudo

que envolve os produtos farmacêuticos, a indústria alimentícia (conservantes,

acidulantes, aromatizantes, edulcorantes), fertilizantes, agrotóxicos.

Tabela 3: Conteúdos Específicos Química Sintética

QUÍMICA SINTÉTICA

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NÍVEIS DE EXIGÊNCIA

1 - COMPOSTOS ORGÂNICOS

1.1 Evolução da Química Orgânica. 1.1 Associar a Teoria de Wöhler ao desenvolvimento da Química Orgânica.

1.2 Hibridação do carbono, boro e berílio. 1.2 Identificar os tipos de hibridação.

1.3 Ligações entre os átomos de carbono. 1.3 Identificar os tipos de ligação do carbono e os orbitais envolvidos.

1.4 Classificação dos átomos de carbono. 1.4 Classificar os átomos de carbono. 1.5 Classificação das cadeias carbônicas. 1.5 Classificar as cadeias carbônicas.

2 - FUNÇÕES ORGÂNICAS

2.1 Conceito, classificação, fórmula geral e nomenclatura oficial e usual dos compostos usuais simples de todas as funções orgânicas.

2.1 Identificar e denominar as funções orgânicas.

2.2 Grupos orgânicos monovalentes. 2.2 Identificar e denominar os grupos orgânicos monovalentes.

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2.3 Propriedades físicas: ponto de fusão, ponto de ebulição,solubilidade, densidade.

2.3 Distinguir as propriedades físicas dos compostos orgânicos.

2.4 Aplicações dos compostos orgânicos. 2.4 Associar as aplicações ao cotidiano.

4 - REATIVIDADE DAS MOLÉCULAS ORGÂNICAS

4.1Teorias ácido-base de Brönsted-Lowry e Lewis.

4.1 Identificar as diferenças entre ácidos e bases.

4.2Caráter ácido e básico dos compostos orgânicos.

4.2 Determinar o caráter ácido e básico dos compostos orgânicos através Ka, Kb, efeitos indutivos e mesoméricos e dos grupos funcionais.

6 - QUÍMICA ORGÂNICA DESCRITIVA

6.1 Petróleo e carvão. 6.1 Reconhecer processos de obtenção e derivados do petróleo e do carvão.

6.2 Glicídios. 6.2 Identificar os glicídios. 6.3 Lipídios: glicerídios e cerídios. 6.3 Identificar os lipídios.

6.4 Aminoáciodos: proteínas. 6.4 Reconhecer os elementos ricos em aminoácidos.

6.5 Polímeros sintéticos. 6.5 Associar as aplicações dos polímeros sintéticos ao cotidiano e classificá-los quanto à reação de obtenção.

4 – METODOLOGIA DA DISCIPLINA

É importante que o processo de ensino aprendizagem, professor aluno ou

aluno professor, parta do conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluam

as idéias preconcebidas sobre o conhecimento da Química, ou o senso comum, a

partir dos quais será elaborado um conceito científico.

O senso comum são conceitos que o estudante adquire no seu dia-a-dia,

na interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência. Por sua vez,

a concepção científica envolve um saber socialmente construído e sistematizado,

que requer metodologias específicas para ser disseminado no ambiente escolar.

A escola é o local onde se adquire o conhecimento científico historicamente

produzido. Uma sala de aula reúne pessoas com diferentes costumes, tradições,

preconceitos e idéias que dependem também dessa origem.

Segundo as DCE´s a escola deve desenvolver um trabalho com os

desafios educacionais contemporâneos ( Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Educação do campo, , Cidadania, e Direitos, Humanos, Enfrentamento a

Violência e Prevenção ao uso de drogas). Tais assuntos devem ser tratados

concomitantes aos conteúdos da disciplina, e também em ações

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interdisciplinares, de forma organizada e sistemática, baseado no conhecimento

científico Historicamente acumulado. Ainda durante o ano letivo deverão ser

contempladas as leis 11645 / 08 (Cultura afro e Indígena e a lei 10639 / 03

(Cultura Afro).

Aos alunos com deficiências intelectuais, a escola deve proporcionar uma

adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas dificuldades de

aprendizagem e consiga avançar nos estudos, e ter o conhecimento adquirido.

Com toda essa diversidade o docente deve ter a criatividade de expor os

encaminhamentos metodológicos de diversas formas ou maneiras. Para facilitar a

aprendizagem dos seus alunos. Sobretudo lembrar que a disciplina de química é

também experimental. Desta forma os experimentos podem ser usados como

ponto de partida para a compreensão de conceitos e sua relação com as idéias

discutidas em aula. Os estudantes, assim, estabelecem relações entre a teoria e a

prática e, ao mesmo tempo, expressam ao professor suas dúvidas. Mostrar aos

alunos que a Química não é uma Ciência acabada, sem erros, nem sempre é

exata, ou seja, nem sempre um determinado experimento vai ter o mesmo

resultado.

Por isso sempre deixar os alunos conscientes de que a ciência está em

constante transformação e mudanças, até porquê, ela é desenvolvida pelos

homens e mulheres, que podem falhar. Portanto uma teoria ou modelo que hoje é

aceita, no futuro pode ser mudada, ou sofrer transformações.

4.1 - ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS E RECURSOS

DIDÁTICOS/TECNOLÓGICOS

Esta associação pretende tratar dos conceitos de química ressaltando

primeiramente seu significado científico e seu contexto tecnológico e social.

• Aulas expositivas e individual sobre os temas centrais, usando e quadro-negro.

• Aulas práticas, com materiais de uso cotidiano, ou do laboratório.

• A adoção de dinâmicas de grupo; com debates dos temas do foco.

• A elaboração de perguntas – chave sobre o conteúdo a ser exposto.

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• Pedir a leitura previa do texto a ser estudado.

• Dinâmica de grupos para montagem de relatórios, murais informativos e

seminários.

• Possibilidade de visitas em indústrias, locais da comunidade e áreas rurais; isso

contribui para formação de cidadãos.

• TV Pen drive: Possibilidade de abordar assuntos relacionados à Química com o

seu envolvimento com a natureza, na forma de vídeos, músicas e slides

• Alunos com deficiências intelectuais, tem o professor de educação especial, e

também o professor da disciplina onde ambos buscam alternativas para o aluno

aprender e ter o conhecimento.

5 – AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

5.1 – AVALIAÇÃO

A avaliação deve ultrapassar os limites quantitativos e incorporar quatro

dimensões: diagnóstica, processual, contínua, cumulativa e formativa.

Pois a avaliação deve subsidiar o trabalho pedagógico redirecionado ao

processo de ensino – aprendizagem, sempre que necessário. Então é necessário

relacionar questões que avaliem a aprendizagem dos alunos nos aspectos de

análise, interpretação, ponderação e avaliação sobre seu entendimento

conceitual.

A avaliação será realizada em função dos conteúdos, utilizando técnicas e

instrumentos diversificados, com as finalidades educativas, como;

atividades em sala de aula;

provas escrita e oral;

participação nas atividades propostas;

reajuste do plano de ação de acordo com o diagnóstico da turma

( recuperação paralela de conteúdos).

Nunca deixando de ressaltar que alunos com deficiências intelectuais,

fazem suas avaliações de acordo com o seu potencial e necessidade física.

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Além das avaliações, o aluno deve ter uma carga horária de 128 horas /

aula, ou um total de 106 horas, ou seja, no sistema individual o aluno deve ter 100

% de frequência, caso seja aulas no coletivo o aluno para ser promovido deve ter

no mínimo 75 % de frequência.

Para fins de promoção ou certificação e rendimento escolar do aluno para

a disciplina de química, serão registradas 04 (quatro) notas que corresponderão

às provas individuais escritas e a outros instrumentos avaliativos adotados a que,

obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor. Exigida

em cada registro da avaliação processual (A) no mínimo 6,0 (seis vírgula zero), de

acordo com a resolução n.º 3794/04 – SEED para fins de promoção ou

certificação. Caso contrário e também como acréscimo ao processo de

apropriação dos conhecimentos, o educando terá direito à recuperação de

estudos, conforme explicitada no Regimento Escolar. As avaliações processuais

serão somadas da seguinte maneira, como explicitado abaixo;

Média Final ou MF = soma das avaliações processuais (A)

Número de avaliações processuais

5.2 – MÉTODO DE AVALIAÇÃO APLICADO

Durante o curso (Química) serão aplicadas 4 avaliações com peso 6,0, e

4,0 pontos de relatórios, leituras, trabalhos científicos.

Para os alunos serem aprovados na disciplina de química precisam atingir

nota 6,0 ou mais, se não conseguirem, fazem a recuperação de estudos, e novas

avaliações são promovidas.

5.3 – RECUPERAÇÃO

A oferta da recuperação de estudos dar-se-á concomitantemente ao

processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos mesmos.

A recuperação será individualizada, organizada com atividades

significativas, com estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, com

indicação de roteiro de estudos, para melhor diagnosticar o nível de apropriação

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dos conhecimentos de cada educando e com novos instrumentos de avaliação.

5.4 - CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO

O estabelecimento de ensino pode realizar a classificação do aluno no

início de sua matrícula, em cada disciplina, conforme especificações no regimento

escolar do estabelecimento de ensino CEEBJA.

O aluno pode também pedir a reclassificação, ou seja, se tiver

aproveitamento no ensino médio regular na disciplina de química, pode ser

recolocado já com cumprimento de 25 % ou até 50 % da carga horário da

disciplina.

6 – REFERÊNCIAS

1 - PARANÁ – SEED. Secretaria de Estado da educação. Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, 2007.

2 - AXT, R. O papel da experimentação no ensino de ciências. In: MOREIRA, M. A; AXT, R.Tópicos em ensino de ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991.

3 - BRADY, J. ; HUMISTON, G. E. Química geral. v.1, ed.2. Rio de Janeiro: LTC, 1981.

4 - BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.

5 - CHASSOT, A . Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Unijuí, 2003.

6 - CHASSOT, A . A ciência através dos tempos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.

7 - CHASSOT, A; OLIVEIRA, J.R. (org.) .Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: UNISINOS, 1998.

8 - KRASILCHIK, Myriam. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. Perspectiva. São Paulo, v.14, n.1, p.85-93, jan/mar. 2000.

9 - KUHN,T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1996.

10 - MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de

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química: professor/ pesquisador. 2. Ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2003. p.120.11 - MACEDO, E; LOPES, A. R. A estabilidade do currículo disciplinar: o caso das ciências.

12 - MORAES, R. (org.). Construtivismo e ensino em ciências: reflexões epistemológicas emetodológicas. 2.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

13 - MORTIMER, E. F.; MACHAD0, A. H. Química para o ensino médio. São Paulo: Scipione, 2002.

14 - NANNI, R. A natureza do conhecimento científico e a experimentação no ensino de ciência. Revista Eletrônica de Ciências: v.26, Maio 2004.

15 - OLIVEIRA, R.J. de Reflexões sobre a técnica, a ética e a educação no mundo de hoje. In: Chassot, A. I. ; Oliveira, R. J. Ciência , ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos; 2001. p.228.

16 - ROSITO, B. A . O ensino de ciências e a experimentação. In Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. 2.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

17 - RUSSEL, J.B. Química geral. São Paulo: McGraw-hill,1981.

18 - SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem C-T-S (Ciência-Tecnologia-Sociedade) no contexto da educação brasileira. Ensaio-Pesquisa em Educação em Ciências, v.2, n.2, 2000.

19 - STRATHERN, P. Bohr e a teoria quântica em 90 minutos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

20 - VANIN, J. A. Alquimistas e químicos: o passado, o presente e o futuro. São Paulo: Moderna, 2002.

21 - CARVALHO, Geraldo Camargo de. Química Moderna, vol. único, Scipione, São Paulo, 2000.

22 - FELTRE, Ricardo. Química, vols. 1, 2 e 3, Moderna, São Paulo, 2000

23 - LEMBO, Antonio. Química - Realidade e Contexto, vols. 1, 2 e 3, Ática, São Paulo, 1999

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DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Sociologia enquanto ciência possui como objeto de estudo as relações

sociais, compreendidas como as interações entre os indivíduos no meio social em

que vivem, considerando as mais diversas sociedades e os mais diversos

períodos históricos.

A importância histórica desta disciplina remonta as primeiras obras

introdutórias relativas ao conhecimento sociológico, intitulados manuais, datadas

de 19301. De acordo com a autora Simone Meucci, as teorias sociológicas

presentes nestes trabalhos, enfatizam os países onde as mesmas foram

concebidas, principalmente França e Estados Unidos, justamente por sugerir que

os elaboradores dos primeiros manuais acreditariam que os conceitos e teorias

elaborados nesses países auxiliariam na formação de um conjunto de

conhecimentos sobre a realidade social brasileira2.

Neste sentido, autores brasileiros desejavam utilizar o conhecimento

sociológico expresso de modos distintos nas páginas dos primeiros manuais de

sociologia, no sentido de organizar sob novas bases a vida nacional. Dessa

forma, a sociologia era entendida em alguns manuais, como disciplina normativa,

cuja principal tarefa seria a fixação de certos princípios de organização da

sociedade, através da definição das funções de instituições sociais como a

família, a escola, a igreja, os sindicatos. Em outros manuais, a sociologia possuía

uma visão mais acadêmica, cujos autores procuravam a identificação entre suas

pesquisas e fundamentos sociológicos já realizados em outros lugares,

principalmente nos Estados Unidos. De acordo com a autora, poderíamos

considerar que a constituição da sociologia no Brasil, está intimamente associada

à perspectiva de formação social da nação.

A recente instituição da Sociologia como disciplina obrigatória no Ensino

Médio justifica-se pela necessidade de reflexão em relação aos alunos, acerca da

realidade social múltipla e complexa. Neste sentido, esta disciplina utiliza-se de

1MEUCCI, Simone. A institucionalização da Sociologia no Brasil. Os primeiros manuais didáticos de Sociologia no Brasil. Dissertação de Mestrado. Unicamp. 2000. p. 122.2Idem.p. 126.

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conteúdos fundamentados em pesquisas empíricas, conceitos e teorias

explicativas, visando a construção de um conhecimento sociológico crítico, não

apenas na compreensão dos desafios que se apresentam às novas gerações,

mas também para viabilizar na medida do possível, uma sociedade de inclusão,

justa e solidária3.

Com base nisso, as aulas de Sociologia devem contribuir para o

desenvolvimento da consciência social, principalmente através do ensino do

questionamento crítico relativo ao processo de transformação positiva da

realidade social em que o corpo discente se insere e atua ao mesmo tempo como

agente e paciente; e, incentivar reflexões pertinentes as relações sociais que se

apresentam aos indivíduos em suas múltiplas dimensões, oferecendo assim,

recursos para o desenvolvimento de uma crítica social própria e característica de

uma formação humanística que almeja capacitar os alunos a construírem suas

estruturas intelectuais.

A disciplina visa também auxiliar a compreensão de demandas que

envolvem o cotidiano, sejam elas de caráter pessoal, grupal, ou ainda, relativas à

sociedade a qual pertencemos ou a todas as sociedades.

Em síntese, a disciplina almeja propiciar ao aluno do Ensino Médio

conhecimentos sociológicos de forma que alcance um nível de compreensão mais

elaborado em relação às determinações históricas nas quais se situa, bem como

fornecendo-lhe elementos para pensar possíveis mudanças a partir do

esclarecimento de questões acerca das desigualdades sociais, políticas e

culturais.

2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E CONTEÚDOS BÁSICOS

De acordo com a DCE, os conteúdos estruturantes e básicos relativos a

disciplina Sociologia, podem ser explicitados de acordo com a organização da

tabela referencial abaixo:

3ARAUJO, Silvia Maria; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, BenildeLenzi.Ensinar e AprenderSociologia. São Paulo: Contexto. 2009. pp. 10-12.

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Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos

1. O Processo de Socialização e as Instituições Sociais.

• Processo de Socialização; • Instituições sociais: Familiares; Escolares; Religiosas; • Instituições de Reinserção (prisões, manicômios, educandários, asilos, etc).

2.Cultura e Indústria Cultural. • Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição na análise das diferentes sociedades; • Diversidade cultural; • Identidade; • Indústria cultural; • Meios de comunicação de massa; • Sociedade de consumo; • Indústria cultural no Brasil; • Questões de gênero; • Culturas afro brasileiras e africanas; • Culturas indígenas.

3.Trabalho, Produção e Classes Sociais.

• O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades; • Desigualdades sociais: estamentos, castas, classes sociais• Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições; • Globalização e Neoliberalismo; • Relações de trabalho; • Trabalho no Brasil.

4. Poder, Política e Ideologia. • Formação e desenvolvimento do Estado Moderno; • Democracia, autoritarismo, totalitarismo• Estado no Brasil; • Conceitos de Poder; • Conceitos de Ideologia; • Conceitos de dominação e legitimidade; • As expressões da violência nas sociedades contemporâneas.

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5. Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais.

• Direitos: civis, políticos e sociais; • Direitos Humanos; • Conceito de cidadania; • Movimentos Sociais; • Movimentos Sociais no Brasil; • A questão ambiental e os movimentos ambientalistas; • A questão das ONG’s.

3. METODOLOGIA

A metodologia deve considerar o aluno da EJA como sujeito no processo

de ensino-aprendizagem, capaz de agir prática e intelectualmente na aquisição do

saber. De acordo com os eixos articuladores – cultura, trabalho e tempo – para a

EJA, os conteúdos trabalhados no decorrer da disciplina requerem a necessidade

de compreender-se as várias dimensões da realidade, como a política, a

econômica, cultural, ideológica, científica, religiosa, considerando diferentes

visões interpretativas das mesmas.

Neste cenário diverso e complexo, traduzido pela variedade de questões

e respostas suscitadas, podemos ressaltar alguns métodos de ensino que

auxiliam na apreensão do mesmo, como o desenvolvimento de dinâmicas de

grupo enfatizando temas que gerem argumentação e contra-argumentação,

debates em relação a temas históricos e contemporâneos, painéis produzidos

como representação das diversas realidades sociais, seminários expondo

variadas visões sobre determinado (s) assunto (s), leituras de textos e

elaborações de pesquisas teórico-empíricas.

Importante também neste processo a utilização de recursos didáticos,

como músicas, filmes, charges, poesias, que retratem determinado período

histórico-social, mensagens de determinados grupos sociais, bem como

conteúdos ideológicos que os permeiam. Neste conjunto inserem-se a análise de

diversas produções culturais, como a literatura, a pintura, a fotografia e a

escultura como importantes elementos tradutores da realidade, que ao trazerem

consigo impressões individuais, revelam também acontecimentos sociais que as

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influenciaram.

A análise da produção midiática, como jornais, revistas, conteúdos

televisivos, vídeos, filmes, músicas e sites da internet, também se faz relevante,

uma vez que possuem subsídios para a compreensão da realidade social cujos

aspectos muitas vezes se fazem presentes na vida do corpo discente. Constituem

também uma oportunidade de reconhecimento de sua experiência de vida,

propiciando o debate crítico através da intermediação do professor ao longo do

processo de ensino-aprendizagem4.

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os

Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Enfrentamento à Violência, Cidadania e Direitos Humanos e Prevenção ao uso

indevido de drogas). Tais assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos

conteúdos da disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma

organizada e sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado

historicamente.

Também durante o ano letivo deverão ser contempladas as leis 11645/08

(Cultura Afro e Indígena) e 10639/03 (Cultura Afro).

4. AVALIAÇÃO

Com base numa concepção de avaliação diagnóstica, formativa, contínua

e concebendo a avaliação como mecanismo de transformação social articulada

aos objetivos da disciplina, pretende-se a efetivação de uma prática avaliativa que

vise “desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como irrefutáveis,

propiciando o aperfeiçoamento do senso crítico e a conquista de uma maior

participação na sociedade.

Quanto aos procedimentos e instrumentos de avaliação, será utilizada a

observação sistemática ou informal, para conhecer melhor os alunos em todos os

aspectos, analisar seu desempenho nas atividades e compreender seus avanços

e dificuldades, ajudando-o em sua aprendizagem.

4PEREIRA, Helena Luiza. Qualificando o ensino da Sociologia.XIII CONGRESSO BRASILEIR0 DE SOCIOLOGIA - 29 de maio a 1 de junho de 2007, UFPE, Recife (PE). p. 8.

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A prova se constitui em um importante instrumento de avaliação,

porémnão pode ser o único indicador de desempenho, pois apenas fornece um

diagnóstico do aluno, individualmente, e da turma, como um todo e leva o

professor a repensar sua prática, direcionando suas ações futuras para a solução

de problemas identificados por meio dos resultados. A aplicação destaserá

através de provas individuais; em grupos; com consulta; oral; participação em

aula; resumos de textos.

Os trabalhos em grupo, como pesquisas, seminários, relatórios, debates,

entre outros, serão utilizados para desenvolver e avaliar a formação global do

aluno quanto à cooperação, troca de pontos de vista, confronto e

comprometimento dos componentes do grupo.

A nota será resultante dos valores atribuídos em cada instrumento de

avaliação, sendo valores cumulativos em várias aferições, na seqüência e na

ordenação dos conteúdos.

Os alunos que não conseguirem o desempenho esperado em

determinada unidade curricular terão direito à recuperação de conteúdos e esta

deve acontecer todas as vezes que os métodos empregados não forem

suficientes para propiciar a aprendizagem dos alunos. A recuperação de estudos,

de caráter obrigatório, ocorrerá concomitantemente ao processo educativo,

conforme determina a lei.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

Portanto, a avaliação visa contribuir para a construção da autonomia do

educando, sobretudo na sua expressão oral e escrita relacionada a percepção de

mundo. Neste contexto, os métodos avaliativos devem distanciar-se, na medida

do possível, das características de um ensino meramente “enciclopédico”, ou

seja, voltado para a acumulação de conhecimentos, do predomínio do aspecto

aquisitivo, estático, que visa unicamente a conservação da ordem social, incapaz,

portanto, de proporcionar uma educação dinâmica5. A avaliação está presente em

5FERNANDES, Florestan. A Sociologia no Brasil. Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes, 1977. p. 107.

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todos os momentos da prática pedagógica, possibilitando assim a constante

intervenção para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAUJO, Silvia Maria; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, BenildeLenzi.Ensinar e

AprenderSociologia. São Paulo: Contexto. 2009.

PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, SUPERINTENDÊNCIA

DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – SOCIOLOGIA,

Paraná, 2008.

FERNANDES, Florestan. A Sociologia no Brasil.Petrópolis: Rio de Janeiro:

Vozes, 1977.

MEUCCI, Simone. A institucionalização da Sociologia no Brasil. Os primeiros

manuais didáticos de Sociologia no Brasil. Dissertação de Mestrado. Unicamp.

2000.

PEREIRA, Helena Luiza. Qualificando o ensino da Sociologia.XIII

CONGRESSO BRASILEIR0 DE SOCIOLOGIA - 29 de maio a 1 de junho de

2007, UFPE, Recife (PE).

,

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DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

DIMENSÃO HISTÓRICA DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Os aspectos históricos foram selecionados a partir de alguns recortes

espaço-temporais entre o século XVI e o momento atual, em que novas teorias

acerca da linguagem apontam diferentes concepções e metodologias para o

ensino. O número reduzido desses recortes deve-se tanto à finalidade da

dimensão histórica nestas Diretrizes quanto a pouca bibliografia específica

referente à história da disciplina. De qualquer forma, é possível constatar a origem

e a trajetória da dívida que,

ainda hoje, a escola, notadamente a pública, tem para com o povo brasileiro:

ensinar a ler e a escrever com a proficiência necessária e de direito àqueles que

nasceram no universo da Língua Portuguesa falada no Brasil e necessitam dela

como um instrumento legítimo de luta e posicionamento, para que, de posse

desse instrumento, possam assumir uma postura de cidadãos ativos na

sociedade brasileira. Historicamente, o processo de ensino de Língua

Portuguesa no Brasil iniciou- se com a educação jesuítica. Essa educação era

instrumento fundamental na formação da elite colonial, ao mesmo tempo em que

se propunha a “alfabetizar” e “catequizar” os indígenas (MOLL, 2006, p. 13). A

concepção de educação e o trabalho de escolarização dos indígenas estavam

vinculados ao entendimento de que a linguagem reproduzia o modo de pensar.

Ou seja, pensava-se, segundo uma concepção filosófica intelectualista, que a

linguagem se constituía no interior da mente e sua materialização fônica revelava

o pensamento. Nesse período, não havia uma educação institucionalizada, partia-

se de práticas pedagógicas restritas à alfabetização, que visavam manter os

discursos hegemônicos da metrópole e da Igreja. O sistema jesuítico de ensino

organizava- se, então, a partir de dois objetivos: primeiro, uma pedagogia que por

meio da catequese indígena visava à expansão católica e a um modelo

econômico de subsistência da comunidade. Segundo, esse sistema objetivava a

formação de elites subordinadas à metrópole, “favorecendo o modelo de

sociedade escravocrata e de produção colonial destinada aos interesses do país

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colonizador” (LUZ-FREITAS, 2007 s/p). Evidenciava-se, já na constituição da

escola e do ensino no Brasil, que o acesso à educação letrada era determinante

na estrutura social, fazendo com que os colégios fossem destinados aos filhos da

elite colonial. As primeiras práticas pedagógicas moldavam-se ao ensino do latim,

para os poucos que tinham acesso a uma escolarização mais prolongada. Essas

práticas visavam à construção de uma civilização de aparências com base em

uma educação “claramente reprodutivista, voltada para a perpetuação deuma

ordem patriarcal, estamental e colonial. Assim, priorizaram [...] uma não-

pedagogia, acionando no cotidiano o aparato repressivo para inculcar a

obediência [à fé, ao rei e à lei]” (VILLALTA, 1997, p. 351). Quanto ao ensino da

Língua Portuguesa, limitava-se, nessa época, às escolas de ler e escrever,

mantidas pelos jesuítas. Nos cursos chamados secundários, as aulas eram de

gramática latina e retórica, além do estudo de grandes autores clássicos. No

período colonial, a língua mais utilizada pela população era o tupi. O português

“era a língua da burocracia” (ILARI, 2007 s/p), ou seja, a língua das transações

comerciais, dos documentos legais. A interação entre colonizados e colonizadores

resultou na constituição da Língua Geral (tupi-guarani), utilizada pelos

portugueses, num primeiro momento, com vistas ao conhecimento necessário

para a dominação da nova terra. Essas línguas continuaram sendo usadas por

muito tempo na comunicação informal por grande parte da população não

escolarizada. Entretanto, a partir do século XVIII, época que coincide com as

expedições bandeirantes e a descoberta da riqueza mineral do solo brasileiro,

essa situação de bilinguismo passou a não interessar aos propósitos colonialistas

de Portugal, que precisava manter a colônia e, para isso, a unificação e

padronização linguística constituíram-se fatores de relevância. Somente nas

últimas décadas do século XIX, a disciplina de Língua Portuguesa passou a

integrar os currículos escolares brasileiros. Até 1869, o currículo privilegiava as

disciplinas clássicas, sobretudo o latim, restando ao Português um espaço sem

relevância (LUZ-FREITAS, 2004). Seguindo os moldes do ensino de Latim, o

ensino de Língua Portuguesa fragmentava-se no ensino de Gramática, Retórica e

Poética. Os professores eram “estudiosos autodidatas da língua e de sua

literatura, com sólida formação humanística, que, a par de suas atividades

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profissionais (...) e do exercício de cargos públicos, que quase sempre detinham,

dedicavam-se também ao ensino” (SOARES, 2001, s/p). Ainda no final do século

XIX, e com o advento da República, a preocupação com a nascente

industrialização influenciou a estrutura curricular: tendo em vista a formação

profissional, as Humanidades não eram consideradas prioritárias, fortalecendo-se

o caráter utilitário da educação. Houve, então, a necessidade de rever o acesso

ao ensino para atender às necessidades da industrialização. Nesse momento em

que a escola se abria a camadas cada vez maiores da população, o ensino de

português tratava de prover uma determinada classe de uma língua que era

considerada a “boa língua” – houve a tentativa de uma aprendizagem

hierarquizada e seletiva. No entanto, a multiplicação das escolas públicas

expulsou dos currículos o curso de Retórica, isto é, a disciplina que fornecia

às classes dirigentes uma técnica privilegiada que lhe permitia “assegurar-se da

propriedade da linguagem” (FONTES, 1999, p. 47). O conteúdo gramatical

ganhou a denominação de Português em 1871, data em que foi criado, no Brasil,

por decreto imperial, o cargo de Professor de Português. Contudo, a mudança de

denominação não significou que o objetivo do ensino de língua havia mudado

também: [...] de um lado essa persistência se explica por fatores externos às

próprias disciplinas: manteve- se essa tradição (da gramática, da retórica e da

poética) porque fundamentalmente continuaram a ser os mesmos aqueles a quem

a escola servia: os grupos sociais e economicamente privilegiados, únicos a ter

acesso à escola, pertencentes a contextos culturais letrados, chegavam às aulas

de português já com um razoável domínio do dialeto de prestígio (a chamada

“norma padrão culta”), que a escola usava e queria ver usado, e já com práticas

sociais de leitura e escrita frequentes em seu meio social. A função do ensino de

português era, assim, fundamentalmente, levar ao conhecimento talvez mesmo

apenas o reconhecimento das normas e regras de funcionamento desse dialeto

de prestígio: ensino da gramática, isto é, ensino a respeito da língua, e análise de

textos literários, para estudos de retórica e poética. (SOARES, 2001, s/p) . Nesse

período, o Latim começou a perder prestígio com a valorização da língua

nacional. Esse declínio teve início já no contexto do movimento romântico,

integrado, em sua maioria, por jovens burgueses que, entre outros princípios,

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defendiam uma língua brasileira que garantisse a unidade nacional, estabelecida

conforme ideais de civilização e de ordem. Não se deve esquecer, porém, que o

contexto romântico, no Brasil, coincidiu com a Proclamação da Independência, e

seus ideais eram os ideais burgueses de consolidação do poder em uma nação

recém-constituída. A literatura veiculada na variedade brasileira da língua

portuguesa foi retomada, depois, pelos modernistas, os quais, em 1922,

defendiam a necessidade de romper com os modelos tradicionais portugueses e

privilegiar o falar brasileiro. O modernismo, embora não tenha protagonizado uma

revolução na linguagem, contribuiu para aproximar nossa língua escrita do falar

cotidiano do Brasil. O ensino de Língua Portuguesa manteve a sua característica

elitista até meados do século XX, quando se iniciou, no Brasil, a partir da década

1960, um processo de expansão do ensino primário público, o qual incluiu, entre

outras ações, a ampliação de vagas e, em 1971, a eliminação dos chamados

exames de admissão (FREDERICO E OSAKABE, 2004). Como consequência

desse processo, a multiplicação de alunos, as condições escolares e

pedagógicas, as necessidades e as exigências culturais passaram a ser outras

bem diferentes. [...] com a expansão quantitativa da rede escolar, passaram a

frequentar a escola em número significativo falantes de variedades do português

muito distantes do modelo tradicionalmente cultivado pela escola. Passou a haver

um profundo choque entre modelos e valores escolares e a realidade dos

falantes: choque entre a língua da maioria das crianças (e jovens) e o modelo

artificial de língua cultuado pela educação da linguística tradicional; choque entre

a fala do professor e a norma escolar; entre a norma escolar e a norma real; entre

a fala do professor e a fala dos alunos. (FARACO, 1997, p. 57)

No contexto da expansão da escolarização, o ensino de Língua

Portuguesa não poderia dispensar propostas pedagógicas que levassem em

conta as novas necessidades trazidas por esses alunos para o espaço escolar,

dentre elas a presença de registros linguísticos e padrões culturais diferentes dos

até então admitidos na escola.

Nesse contexto, que foi também de consolidação da ditadura militar, uma

concepção tecnicista de educação gerou um ensino baseado em exercícios de

memorização, no qual “a visão de

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reforço é acentuada, pois a aprendizagem é entendida como processada pela

internalização inconsciente de hábitos (teoria comportamentalista/behaviorista)”

PERFEITO, 2007, p. 827). A pedagogia da formação de hábitos, memorização e

reforço era adequada ao contexto autoritário que

cerceava a reflexão e a crítica no ambiente escolar, impondo uma formação

acrítica e passiva.

OBJETIVOS

Tendo em vista a concepção de linguagem como discurso que se efetiva nas

diferentes práticas sociais, o processo de ensino-aprendizagem na disciplina de

língua, busca:

• empregar a língua oral em diferentes situações de uso, saber adequá-la a

cada contexto e interlocutor, reconhecer as intenções implícitas nos discursos do

cotidiano e propiciar a possibilidade de um posicionamento diante deles;

• desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de

práticas sociais que considerem os interlocutores, seus objetivos, o assunto

tratado, além do contexto de produção;

• analisar os textos produzidos, lidos e/ou ouvidos, possibilitando que o aluno

amplie seus conhecimentos linguístico-discursivos;

• aprofundar, por meio da leitura de textos literários, a capacidade de

pensamento crítico e a sensibilidade estética, permitindo a expansão lúdica da

oralidade, da leitura e da escrita;

• aprimorar os conhecimentos linguísticos, de maneira a propiciar acesso às

ferramentas de expressão e compreensão de processos discursivos,

proporcionando ao aluno condições para adequar a linguagem aos diferentes

contextos sociais, apropriando-se, também, da norma padrão.

2.1 PRÁTICAS DISCURSIVAS: ORALIDADE, ESCRITA E LEITURA

No processo de ensino-aprendizagem, é importante ter claro que quanto

maior o contato com a linguagem, nas diferentes esferas sociais, mais

possibilidades se tem de entender o texto, seus sentidos, suas intenções e visões

de mundo. A ação pedagógica referente à linguagem, portanto, precisa pautar-se

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na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno a leitura e a

produção oral e escrita, bem como a reflexão e o uso da linguagem em diferentes

situações. Desse modo, sugere-se um trabalho pedagógico que priorize as

práticas sociais.

Tradicionalmente, a escola tem agido como se a escrita fosse a língua,

ou como se todos os que nela ingressam falassem da mesma forma. No ambiente

escolar, a racionalidade se exercita com a escrita, de modo que a oralidade, em

alguns contextos educacionais, não é muito valorizada; entretanto, é rica e

permite muitas possibilidades de trabalho a serem pautadas em situações reais

de uso da fala e na produção de discursos nos quais o aluno se constitui como

sujeito do processo interativo.

2.1.1 Oralidade

Se a escola, constitucionalmente, é democrática e garante a socialização

do conhecimento, deve, então, acolher alunos independentemente de origem

quanto à variação linguística de que dispõem para sua expressão e compreensão

do mundo.

A acolhida democrática da escola às variações linguísticas toma como

ponto de partida os conhecimentos linguísticos dos alunos, para promover

situações que os incentivem a falar, ou seja, fazer uso da variedade de linguagem

que eles empregam em suas relações sociais, mostrando que as

diferenças de registro não constituem, científica e legalmente, objeto de

classificação e que é importante a adequação do registro nas diferentes

instâncias discursivas. Devemos lembrar que a criança, quando chega à escola,

já domina a oralidade, pois cresce ouvindo e falando a língua, seja por meio das

cantigas, das narrativas, dos causos contados no seu grupo social, do diálogo dos

falantes que a cercam ou até mesmo pelo rádio, TV e outras mídias. Ao

apresentar a hegemonia da norma culta, a escola, muitas vezes, desconsidera os

fatores que geram a imensa diversidade linguística: localização geográfica, faixa

etária e situação socioeconômica, escolaridade, etc. (Possenti,1996). O professor

precisa ter clareza de que tanto a norma padrão quanto as outras variedades,

embora apresentem diferenças entre si, são igualmente lógicas e bem

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estruturadas. A Sociolinguística não classifica as diferentes variações

linguísticas como boas ou ruins, melhores ou piores, primitivas ou elaboradas,

pois constituem sistemas linguísticos eficazes, falares que atendem a diferentes

propósitos comunicativos, dadas as práticas sociais e os hábitos culturais das

comunidades.

2.1.2 Escrita

Em relação à escrita, ressalte-se que as condições em que a produção

acontece determinam o texto. Antunes (2003) salienta a importância de o

professor desenvolver uma prática de escrita escolar que considere o leitor, uma

escrita que tenha um destinatário e finalidades, para então se decidir sobre o que

será escrito, tendo visto que “a escrita, na diversidade de seus usos, cumpre

funções comunicativas socialmente específicas e relevantes” (ANTUNES, 2003,

p. 47).

Além disso, cada gênero discursivo tem suas peculiaridades: a

composição, a estrutura e o estilo variam conforme se produza um poema, um

bilhete, uma receita, um texto de opinião ou científico. Essas e outras

composições precisam circular na sala de aula em ações de uso, e não a partir de

conceitos e definições de diferentes modelos de textos.

O aperfeiçoamento da escrita se faz a partir da produção de diferentes

gêneros, por meio das experiências sociais, tanto singular quanto coletivamente

vividas. O que se sugere, sobretudo, é a noção de uma escrita como formadora

de subjetividades, podendo ter um papel de resistência aos valores prescritos

socialmente. A possibilidade da criação, no exercício desta prática, permite ao

educando ampliar o próprio conceito de gênero discursivo. É preciso que o aluno

se envolva com os

textos que produz e assuma a autoria do que escreve, visto que ele é um sujeito

que tem o que dizer.

Quando escreve, ele diz de si, de sua leitura de mundo. Bakhtin (1992, p. 289)

afirma que “todo enunciado é um elo na cadeia da comunicação discursiva. É a

posição do falante nesse ou naquele campo do objeto de sentido.” A produção

escrita possibilita que o sujeito se posicione, tenha voz em seu texto, interagindo

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com as práticas de linguagem da sociedade.

2.1.3 Leitura

Compreende-se a leitura como um ato dialógico, interlocutivo, que

envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e

ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas

experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar,

religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem.

A leitura se efetiva no ato da recepção, configurando o caráter individual

que ela possui, “[...] depende de fatores linguísticos e não-linguísticos: o texto é

uma potencialidade significativa, mas necessita da mobilização do universo de

conhecimento do outro - o leitor - para ser atualizado”

(PERFEITO, 2005, p. 54-55).

Esse processo implica uma resposta do leitor ao que lê, é dialógico,

acontece num tempo e num espaço. No ato de leitura, um texto leva a outro e

orienta para uma política de singularização do leitor que, convocado pelo texto,

participa da elaboração dos significados, confrontando-o com o

próprio saber, com a sua experiência de vida.

Para Silva (2005, p. 24), [...] a prática de leitura é um princípio de

cidadania, ou seja, o leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode

saber quais são suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além

de ficar aberto às conquistas de outros direitos necessários para uma sociedade

justa, democrática e feliz.

Praticar a leitura em diferentes contextos requer que se compreendam as

esferas discursivas em que os textos são produzidos e circulam, bem como se

reconheçam as intenções e os interlocutores do discurso.

É nessa dimensão dialógica, discursiva que a leitura deve ser experienciada,

desde a alfabetização. O reconhecimento das vozes sociais e das ideologias

presentes no discurso, tomadas nas teorizações de Bakhtin, ajudam na

construção de sentido de um texto e na compreensão das relações de poder a ele

inerentes.

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2.1.3.1 Literatura

A literatura, como produção humana, está intrinsecamente ligada à vida

social. O entendimento do que seja o produto literário está sujeito a modificações

históricas, portanto, não pode ser apreensível somente em sua constituição, mas

em suas relações dialógicas com outros textos e sua articulação com outros

campos: o contexto de produção, a crítica literária, a linguagem,

a cultura, a história, a economia, entre outros.

Para Candido (1972), a literatura é vista como arte que

transforma/humaniza o homem e a sociedade. O autor atribui à literatura três

funções: a psicológica, a formadora e a social.

A primeira, função psicológica, permite ao homem a fuga da realidade,

mergulhando num mundo de fantasias, o que possibilita momentos de reflexão,

identificação e catarse. Na segunda, Candido (1972) afirma que a literatura por si

só faz parte da formação do sujeito, atuando como instrumento de educação, ao

retratar realidades não reveladas pela ideologia dominante.

A literatura pode formar; mas não segundo a pedagogia oficial. [...] Longe

de ser um apêndice da instrução moral e cívica, [...], ela age com o impacto

indiscriminado da própria vida e educa como ela. [...] Dado que a literatura ensina

na medida em que com toda a sua gama, é artificial querer que ela funcione como

os manuais de virtude e boa conduta. E a sociedade não pode senão escolher o

que em cada momento lhe parece adaptado aos seus fins, pois mesmo as obras

consideradas indispensáveis para a formação do moço trazem frequentemente

aquilo que as convenções desejariam banir. [...] É um dos meios porque o jovem

entra em contato com realidades

que se tenciona escamotear-lhe. [...] Ela não corrompe nem edifica portanto; mas,

trazendo livremente em si o que chamamos o bem o que chamamos o mal,

humaniza em sentido profundo, porque faz viver. (CANDIDO, 1972, p. 805-806)

A função social, por sua vez, é a forma como a literatura retrata os diversos

segmentos da sociedade, é a representação social e humana. Candido cita o

regionalismo para exemplificar essa função. Eagleton (1983) comenta sobre a

dificuldade em definir literatura, uma vez que depende da maneira como cada um

atribui o significado a uma obra literária, tendo em vista que esta se concretiza na

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recepção. Segundo esse teórico (1983, p.105), “Sem essa constante participação

ativa do leitor, não haveria obra literária”.

A partir desse conceito, propõe-se, nestas Diretrizes, que o ensino da

literatura seja pensado a partir dos pressupostos teóricos da Estética da

Recepção e da Teoria do Efeito, visto que essas teorias buscam formar um leitor

capaz de sentir e de expressar o que sentiu, com condições de reconhecer, nas

aulas de literatura, um envolvimento de subjetividades que se expressam pela

tríade obra/autor/leitor, por meio de uma interação que está presente na prática

de leitura. A escola, portanto, deve trabalhar a literatura em sua dimensão

estética.

Trata-se, de fato, da relação entre o leitor e a obra, e nela a representação

de mundo do autor que se confronta com a representação de mundo do leitor, no

ato ao mesmo tempo solitário e dialógico da leitura. Aquele que lê amplia seu

universo, mas amplia também o universo da obra a partir da sua experiência

cultural.

O leitor nem sempre teve seu papel respeitado na leitura. Hans Robert

Jauss, na década de 1960, questionou os estudos relativos à história da literatura

– apenas historiográfica – e a função do leitor no momento da recepção. Teceu,

ainda, uma crítica aos métodos de ensino da época, que consideravam apenas o

texto e o autor numa perspectiva formalista e estruturalista. Esses

questionamentos contribuíram para que Jauss (1994) elaborasse a teoria

conhecida como Estética da Recepção. Nela, o autor apresenta sete teses com a

finalidade de propor uma metodologia para (re)escrever a história da literatura:

Na primeira tese, aborda a relação entre leitor e texto, afirmando que o leitor

dialoga com a obra atualizando-a no ato da leitura. A segunda tese destaca o

saber prévio do leitor, o qual reage de forma individual diante da leitura,

influenciado, porém, por um contexto social.

A terceira enfatiza o horizonte de expectativas, o autor apresenta a ideia de

que é possível medir o caráter artístico de uma obra literária tendo como

referência o modo e o grau como foi recebida pelo público nas diferentes épocas

em que foi lida (distância estética)12. A quarta tese aponta a relação dialógica do

texto, uma vez que, para o leitor, a obra constitui-se respostas para os

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seus questionamentos.

Na quinta, Jauss discute o enfoque diacrônico, que reflete sobre o contexto

em que a obra foi produzida e a maneira como ela foi recebida e (re)produzida em

diferentes momentos históricos.

Trata-se do processo histórico de recepção e produção estética. A sexta tese

refere-se ao corte sincrônico, no qual o caráter histórico da obra literária é visto no

viés atual. Jauss defende que a historicidade literária é melhor compreendida

quando há um trabalho conjunto do enfoque diacrônico com o corte sincrônico.

Na última tese, o caráter emancipatório da obra literária relaciona a

experiência estética com a atuação do homem em sociedade, permitindo a este,

por meio de sua emancipação, desempenhar um papel atuante no contexto

social.

Contemporâneo a Jauss e compartilhando de sua teoria, Wolfgang Iser

apresenta a Teoria do Efeito, a qual reflete sobre o resultado estético da obra

literária no leitor durante a recepção. Ao desenvolver esse estudo, Iser trabalha

com os conceitos de “leitor implícito”; “estruturas de apelo” e

“vazios do texto”.

Para Iser (1996, p. 73) “[...] a concepção de leitor implícito designa [...] uma

estrutura do texto que antecipa a presença do receptor”. Sendo assim, no ato da

escrita ocorre uma previsão, por

parte do autor, de quem será o seu interlocutor, aquele que dará vida/sentido ao

seu texto. Trata-se de um leitor ideal, que nem sempre será o real.

O texto literário permite múltiplas interpretações, uma vez que é na

recepção que ele significa. No entanto, não está aberto a qualquer interpretação.

O texto é carregado de pistas/estruturas de apelo, as quais direcionam o leitor,

orientando-o para uma leitura coerente. Além disso, o texto traz lacunas, vazios,

que serão preenchidos conforme o conhecimento de mundo, as experiências de

vida, as ideologias, as crenças, os valores, etc., que o leitor carrega consigo.

Feitas essas considerações, é importante pensar em que sentido a

Estética da Recepção e a Teoria do Efeito podem servir como suporte teórico

para construir uma reflexão válida no que concerne à literatura, levando em conta

o papel do leitor e a sua formação.

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De acordo com Jauss (1994), a distância estética é o afastamento ou

não-coincidência entre o horizonte de expectativa pré- existente do público e o

horizonte de expectativa suscitado por uma nova obra.

2.2 ANÁLISE LINGUÍSTICA E AS PRÁTICAS DISCURSIVAS

O tópico de análise linguística é apresentado tanto na fundamentação

teórica quanto nos encaminhamentos metodológicos destas Diretrizes, para

referir-se aos estudos dos conhecimentos linguístico-discursivos dos alunos. Esse

termo, apresentado por Geraldi, na obra O texto na sala de aula, trouxe uma nova

perspectiva sobre o trabalho da Língua Portuguesa na escola, em especial ao que

se refere ao ensino de gramática.

O uso da expressão ‘análise linguística’ não se deve ao mero gosto por

novas terminologias. A análise linguística inclui tanto o trabalho sobre as questões

tradicionais da gramática quanto questões amplas a propósito do texto, entre as

quais vale a pena citar: coesão e coerência internas do texto; adequação do texto

aos objetivos pretendidos; análise dos recursos expressivos utilizados [...];

organização e inclusão de informações, etc. (GERALDI, 2004, p. 74)

O autor salienta que antes de vir para a escola, a criança “[...] opera sobre

a linguagem, reflete sobre os meios de expressão usados em suas diferentes

interações, em função dos interlocutores com quem interage, em função de seus

objetivos nesta ação” (GERALDI, 1997, p. 189).

Os alunos trazem para a escola um conhecimento prático dos princípios da

linguagem, que assimilam pelas interações cotidianas e usam na observação das

regularidades, similaridades e diferenças dos elementos linguísticos empregados

em seus discursos.

O trabalho de reflexão linguística a ser realizado com esses alunos deve

voltar- se para a observação e análise da língua em uso, o que inclui morfologia,

sintaxe,semântica e estilística; variedades linguísticas; as relações e diferenças

entre língua oral e língua escrita, quer no nível fonológico-ortográfico, quer no

nível textual e discursivo, visando à construção de conhecimentos sobre o

sistema linguístico.

Vale ressaltar que, ao explorar questões de conhecimentos linguísticos,

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“nos fixemos nas condições de seus usos e nos efeitos discursivos possibilitados

pelo recurso a uma ou a outra regra [...]”, como aponta Antunes (2007, p. 81).

O estudo da língua que se ancora no texto extrapola o tradicional horizonte

da palavra e da frase. Busca-se, na análise linguística, verificar como os

elementos verbais (os recursos disponíveis da língua), e os elementos

extraverbais (as condições e situação de produção) atuam na construção de

sentido do texto. Quando se assume a língua como interação, em sua dimensão

linguístico- discursiva, o mais importante é criar oportunidades para o aluno

refletir, construir, considerar hipóteses a partir da leitura e da escrita de diferentes

textos, instância em que pode chegar à compreensão de como a língua funciona

e à decorrente competência textual. O ensino da nomenclatura gramatical, de

definições ou regras a serem construídas, com a mediação do professor, deve

ocorrer somente após o aluno ter realizado a experiência de interação com o

texto.

A prática de análise linguística constitui um trabalho de reflexão sobre a

organização do texto escrito e/ou falado, um trabalho no qual o aluno percebe o

texto como resultado de opções temáticas e estruturais feitas pelo autor, tendo

em vista o seu interlocutor. Sob essa ótica, o texto deixa de ser pretexto para se

estudar a nomenclatura gramatical e a sua construção passa a ser o objeto de

ensino.

Assim, o trabalho com a gramática deixa de ser visto a partir de exercícios

tradicionais, e passa a implicar que o aluno compreenda o que seja um bom texto,

como é organizado, como os elementos gramaticais ligam palavras, frases,

parágrafos, retomando ou avançando ideias defendidas pelo autor, além disso, o

aluno refletirá e analisará a adequação do discurso considerando o destinatário e

o contexto de produção e os efeitos de sentidos provocados pelos recursos

linguísticos utilizados no texto.

Para melhor compreensão da diferença entre o ensino de gramática

(normativa) e a prática de análise linguística, segue um quadro produzido por

Mendonça (2006, p. 207), que aponta algumas dessas diferenças:

ENSINO DE GRAMÁTICA e PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICA

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Concepção de língua como sistema, estrutura Concepção de língua como ação

interlocutiva inflexível e invariável, sujeita às interferências dos falantes.

Fragmentação entre os eixos de ensino: as aulas Integração entre os eixos de

ensino: a AL é de gramática não se relacionam necessariamente ferramenta para

a leitura e a produção de com as de leitura e de produção textual. textos.

METODOLOGIA

Metodologia transmissiva, baseada na exposição Metodologia reflexiva,

baseada na indução dedutiva (do geral para o particular, isto é, das (observação

dos casos particulares para regras para o exemplo) + treinamento/ conclusão das

regularidades/regras).

Privilégio das habilidades metalinguísticas. Trabalho paralelo com

habilidades metalinguísticas e epilinguísticas.

Ênfase nos conteúdos gramaticais como objetos. Ênfase nos usos como

objetos de ensino de ensino, abordados isoladamente e em (habilidades de leitura

e escrita), que remetem sequência mais ou menos fixa a vários

outros objetos de ensino (estruturais, textuais, discursivos, normativos),

apresentados e retomados sempre que necessário.

Conforme , as Diretrizes Curriculares Estaduais, em concordância com as

Leis nº 11.734/97 que trata da prevenção da Aids ; nº 10639/03 que contempla a

cultura afro-brasileira e indígena; nº 9.795/99 referente à política nacional de

educação ambiental, os temas relacionados aos DESAFIO EDUCACIONAIS

CONTEMPORÂNEOS: sustentabilidade e meio ambiente, cidadania, diferenças

etnicorraciais e de gênero, sexualidade, drogadição, violência e direitos humanos,

serão abordados de forma contextualizada com os conteúdos específicos da

disciplina, considerando os aspectos históricos, sociais e políticos, ofertando ao

aluno, condições para refletir sobre seus conhecimentos e seu papel como sujeito

capaz de atuar em sua realidade agindo com responsabilidade na sociedade em

que vive.

3 - CONTEÚDO ESTRUTURANTE / Ensino Médio

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Durante muito tempo, o ensino de Língua Portuguesa foi ministrado por

meio de conteúdos legitimados no âmbito de uma classe social dominante e pela

tradição acadêmica/escolar. Esses conteúdos, entretanto, não conseguiram

universalizar o domínio das práticas linguísticas, notadamente as referentes à

norma padrão, que constitui a norma legitimada e prestigiada no contexto da

sociedade brasileira. Na tentativa de mudar esse quadro, no Brasil, na década de

1980, algumas pesquisas na área da linguística foram realizadas e apresentaram

abordagens pedagógicas pautando-se na concepção interacionista de linguagem

para o ensino/aprendizagem de Língua Materna.

Entende-se por Conteúdo Estruturante, em todas as disciplinas, o conjunto

de saberes e conhecimentos de grande dimensão, os quais identificam e

organizam uma disciplina escolar. A partir dele, advêm os conteúdos a serem

trabalhados no dia-a-dia da sala de aula.

A seleção do Conteúdo Estruturante está relacionada com o momento

histórico-social. Na disciplina de Língua Portuguesa, assume-se a concepção de

linguagem como prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais, sendo

assim, o Conteúdo Estruturante da disciplina que atende a essa perspectiva é o

discurso como prática social.

O discurso é efeito de sentidos entre interlocutores, não é individual, ou

seja, não é um fim em si mesmo, mas tem sua gênese sempre numa atitude

responsiva a outros textos (BAKHTIN, 1999). Discurso, aqui, é entendido como

resultado da interação – oral ou escrita – entre sujeitos, é “a língua em sua

integridade concreta e viva” (BAKHTIN, 1997, p. 181).

Brandão (2005) apresenta duas definições para discurso: a primeira delas

diz respeito ao uso comum da palavra. Nessa acepção, discurso é simplesmente

fala. A segunda definição, e a defendida , o vê sob o enfoque da ciência da

linguagem. O discurso é toda a atividade comunicativa

entre interlocutores. Os agentes são: [...] seres situados num tempo histórico, num

espaço geográfico; pertencem a uma comunidade, a um grupo e por isso

carregam crenças, valores culturais, sociais, enfim a ideologia do grupo, da

comunidade de que fazem parte. Essas crenças, ideologias são veiculadas, isto é,

aparecem nos discursos. É por isso que dizemos que não há discurso neutro,

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todo discurso produz sentidos que expressam as posições sociais, culturais,

ideológicas dos sujeitos da linguagem. Às vezes, esses sentidos são produzidos

de forma explícita, mas na maioria das vezes não. [...] Fica por conta do

interlocutor o trabalho de construir, buscar os sentidos implícitos, subentendidos.

(BRANDÃO, 2005, p. 2-3)

O entendimento de que o discurso pode ser visto como um diferente modo

de conceber e estudar a língua, uma vez que ela é vista como um acontecimento

social, envolvida pelos valores ideológicos, está ligada aos seus falantes, aos

seus atos, às esferas sociais (RODRIGUES, 2005). Ao contrário de uma

concepção de linguagem que centraliza o ensino na gramática tradicional, o

discurso tem como foco o trabalho com os enunciados (orais e escritos).

Rodrigues (2005) ressalta que o uso da língua efetua-se em formas de

enunciados, uma vez que o discurso também só existe na forma de enunciados.

O discurso é produzido por um “eu”, um sujeito que é responsável por aquilo que

fala e/ou escreve. A localização geográfica, temporal, social, etária também são

elementos essenciais na constituição dos discursos.

O conteúdo estruturante desdobra-se no trabalho didático-pedagógico com

a disciplina de Língua Portuguesa. A Língua será trabalhada, na sala de aula, a

partir da linguagem em uso, que é a

dimensão dada pelo Conteúdo Estruturante. Assim, o trabalho com a disciplina vai

considerar os gêneros discursivos que circulam socialmente, com especial

atenção àqueles de maior exigência na sua elaboração formal.

Na abordagem de cada gênero, é preciso considerar o tema (conteúdos

ideológicos), a forma composicional e o estilo (marcas linguísticas e enunciativas).

Ao trabalhar com o tema do gênero selecionado, o professor propiciará ao

aluno a análise crítica do conteúdo do texto e seu valor ideológico, selecionando

conteúdos específicos, seja para a prática de leitura ou de produção (oral e/ou

escrita), que explorem discursivamente o texto. A forma composicional dos

gêneros será analisada pelos alunos no intuito de compreenderem algumas

especificidades e similaridades das relações sociais numa dada esfera

comunicativa. Para essa análise, é preciso considerar o interlocutor do texto, a

situação de produção, a finalidade do texto, o gênero ao qual pertence, entre

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outros aspectos.

As marcas linguísticas também devem ser abordadas no trabalho com os

gêneros, para que o aluno compreenda os usos da língua e os sentidos

estabelecidos pela escolha de um ou de outro elemento lingüístico. Essas marcas

linguísticas apresentam “traços da posição enunciativa do locutor e da forma

composicional do gênero” (ROJO, 2005, p. 196). Para o aluno observar e refletir

sobre esses usos da língua, o professor selecionará conteúdos específicos que

explorem os recursos linguísticos e enunciativos do texto (como: modalizadores,

operadores argumentativos, aspectos de coesão e coerência, recursos de

referenciação, modos verbais, pontuação, etc.). Nessas abordagens, as práticas

de leitura, oralidade, escrita e a análise linguística serão contempladas. Vale

apontar o papel do professor diante dessas práticas: “sua função não se reduz

apenas a “transmitir”, a “repassar”, ano após ano, conteúdos selecionados por

outros; mas alguém que também produz conhecimento [...]” (ANTUNES, 2007, p.

156). O professor é quem tem o contato direto com o aluno e com as suas

fragilidades linguístico-discursivas, seleciona os gêneros (orais e escritos) a

serem trabalhados de acordo com as necessidades, objetivos pretendidos, faixa

etária, bem como os conteúdos, sejam eles de oralidade, leitura, escrita e/ou

análise linguística.

4. Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os

professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de promover o

amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para

que os estudantes compreendam e possam interferir nas relações de poder com

seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção

a outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua

emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às práticas de

linguagem imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas

discursivas possibilitará que o aluno modifique, aprimore, reelabore sua visão de

mundo e tenha voz na sociedade.

Isso significa a compreensão crítica, pelos alunos, das cristalizações de

verdade a língua: o rótulo de erro atribuído às variantes que diferem da norma

padrão; a excessiva formatação em detrimento da originalidade; a irracionalidade

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atribuída aos discursos, dependendo do local de onde são enunciados e, da

mesma forma, o atributo de verdade dado aos discursos que emanam dos locais

de poder político, econômico ou acadêmico. Entender criticamente essas

cristalizações possibilitará aos educandos a compreensão do poder configurado

pelas diferentes práticas discursivo-sociais que se concretizam em todas as

instâncias das relações humanas. Além disso, o aprimoramento linguístico

possibilitará ao aluno a leitura dos textos que circulam socialmente, identificando

neles o não dito, o pressuposto, instrumentalizando-o para assumir-se como

sujeito cuja palavra manifesta, no contexto de seu momento histórico e das

interações aí realizadas, autonomia e singularidade discursiva.

4.1 PRÁTICA DA ORALIDADE

No dia-a-dia da maioria das pessoas, a fala é a prática discursiva mais

utilizada. Nesse sentido, as atividades orais precisam oferecer condições ao aluno

de falar com fluência em situações

formais; adequar a linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto,

intenções); aproveitar os imensos recursos expressivos da língua e,

principalmente, praticar e aprender a convivência democrática que supõe o falar e

o ouvir. Ao contrário do que se julga, a prática oral realiza-se por meio de

operações linguísticas complexas, relacionadas a recursos expressivos como a

entonação.

Na prática da oralidade, as variantes linguísticas são reconhecidas como

legítimas, uma vez que são expressões de grupos sociais historicamente

marginalizados em relação à centralidade ocupada pela norma padrão, pelo poder

da fala culta. Isso contraria o mito de que a língua é uniforme e não deve variar

conforme o contexto de interação, Bagno (2003, p.17) afirma que esse mito “tem

sido prejudicial à educação”, porque impõe uma norma como se fosse a única e

desconsidera as outras variedades. Antunes corrobora com Bagno ao afirmar

que: Existem situações sociais diferentes; logo, deve haver também padrões de

uso da língua diferentes. A variação, assim, aparece como uma coisa

inevitavelmente normal. Ou seja, existem variações linguísticas não porque as

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pessoas são ignorantes ou indisciplinadas; existem, porque as línguas são fatos

sociais, situados num tempo e num espaço concretos, com funções definidas. E,

como tais, são condicionados por esses fatores.(2007, p. 104)

Cabe, entretanto, reconhecer que a norma padrão, além de variante de

prestígio social e de uso das classes dominantes, é fator de agregação social e

cultural e, portanto, é direito de todos os cidadãos, sendo função da escola

possibilitar aos alunos o acesso a essa norma.

O professor pode planejar e desenvolver um trabalho com a oralidade

que, gradativamente, permita ao aluno conhecer, usar também a variedade

linguística padrão e entender

a necessidade desse uso em determinados contextos sociais. É por meio do

aprimoramento linguístico que o aluno será capaz de transitar pelas diferentes

esferas sociais, usando adequadamente a linguagem tanto em suas relações

cotidianas quanto nas relações mais complexas – no dizer de Bakhtin(1992) – e

que exigem maior formalidade. Dessa forma, o aluno terá condições de se

posicionar criticamente diante de uma sociedade de classes, repleta de conflitos

e contradições.

Tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio, as possibilidades de

trabalho com os gêneros orais são diversas e apontam diferentes caminhos,

como: apresentação de temas variados (histórias de família, da comunidade, um

filme, um livro); depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo aluno

ou pessoas do seu convívio; dramatização; recado; explicação;

contação de histórias; declamação de poemas; troca de opiniões; debates;

seminários; júris- simulados e outras atividades que possibilitem o

desenvolvimento da argumentação.

No que concerne à literatura oral, valoriza-se a potência dos textos literários

como Arte, os quais produzem oportunidade de considerar seus estatutos, sua

dimensão estética e suas forças políticas particulares.

O trabalho com os gêneros orais deve ser consistente. Isso significa que

as atividades propostas não podem ter como objetivo simplesmente ensinar o

aluno a falar, emitindo opiniões ou em conversas com os colegas de sala de aula.

O que é necessário avaliar, juntamente com o falante,por meio da reflexão sobre

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os usos da linguagem, é o conteúdo de sua participação oral. O ato de apenas

solicitar que o aluno apresente um seminário não possibilita que ele desenvolva

bem o

trabalho. É preciso esclarecer os objetivos, a finalidade dessa apresentação, e

explicar, por exemplo,

“que apresentar um seminário não é meramente ler em voz alta um texto

previamente escrito. Também não é se colocar à frente da turma e ‘bater um

papo’ com os colegas [...]” (CAVALCANTE & MELO, 2006, p. 184).

Sugere-se que professor, primeiramente, selecione os objetivos que

pretende com o gênero oral escolhido, por exemplo:

•na proposição de um seminário, além de explorar o tema a ser apresentado,

é preciso orientar os alunos sobre o contexto social de uso desse gênero; definir a

postura diante dos colegas; refletir a respeito das características textuais

(composição do gênero, as marcas linguístico-enunciativas); organizar a

sequência da apresentação;

•na participação em um debate, pode-se observar a argumentação do aluno,

como ele defende seu ponto de vista, além disso o professor deve orientar sobre

a adequação da linguagem ao contexto, trabalhar com os turnos de fala, com a

interação entre os participantes, etc.;

• na dramatização de um texto, é possível explorar elementos da

representação cênica (como entonação, expressão facial e corporal, pausas),

bem como a estrutura do texto dramatizado, as trocas de turnos de falas,

observando a importância de saber a fala do outro (deixa) para a introdução da

sua própria fala, etc.;

• ao narrar um fato (real ou fictício), o professor poderá abordar a estrutura

da narrativa, refletir sobre o uso de gírias e repetições, explorar os conectivos

usados na narração, que apesar de serem marcadores orais, precisam estar

adequados ao grau de formalidade/informalidade dos textos,

entre outros pontos.

Além disso, pode-se analisar a linguagem em uso em outras esferas

sociais, como: em programas televisivos (jornais, novelas, propagandas); em

programas radiofônicos; no discurso do poder em suas diferentes instâncias:

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público, privado, enfim, nas mais diversas realizações do discurso oral.

Ao analisar os discursos de outros, também é preciso selecionar os

conteúdos que se pretende abordar. Seguem algumas sugestões metodológicas,

tendo como referência Cavalcante & Melo (2006):

• se a intenção for trabalhar com o gênero entrevista televisiva, pode-se

refletir como o apresentador se dirige ao entrevistado; quem é o entrevistado,

idade, sexo; qual papel ele representa

na sociedade; o desenvolvimento do tema da entrevista; o contexto; se a fala do

apresentador e do entrevistado é formal ou informal; se há clareza nas respostas;

os recursos expressivos, etc;

• o gênero mesa-redonda possibilita verificar como os participantes

interagem entre si. Para isso, é importante considerar algumas características dos

participantes, como: idade, sexo, profissão,

posição social. Pode-se analisar os argumentos dos participantes, a ideologia

presente nos discursos,

as formas de sequencialização dos tópicos do diálogo, a linguagem utilizada

(formal, informal), os recursos linguístico-discursivos usados para defender o

ponto de vista, etc.;

• em cenas de novelas, filmes, programas humorísticos e outros, tem-se

como explorar a sociolinguística, o professor pode estimular o aluno a perceber se

há termos, expressões, sotaques característicos de alguma região, classe social,

idade e como estes sotaques ou marcas dialetais são

tratados. Além disso, pode solicitar que os alunos transcrevam um trecho de uma

cena de novela e analisem, por exemplo, as falas das personagens em momentos

de conflito, verificando se apresentam truncamento, hesitações, o que é comum

em situações de conflito real. A comparação entre as estratégias específicas da

oralidade e aquelas da escrita faz parte da tarefa de ensinar os alunos a

expressarem suas ideias com segurança e fluência. O trabalho com os gêneros

orais visa ao aprimoramento linguístico, bem como a argumentação. Nas

propostas de atividades orais, o aluno refletirá tanto a partir da sua fala quanto da

fala do outro, sobre:

• o conteúdo temático do texto oral;

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• elementos composicionais, formais e estruturais dos diversos gêneros

usados em diferentes esferas sociais;

• a unidade de sentido do texto oral;

• os argumentos utilizados;

• o papel do locutor e do interlocutor na prática da oralidade;

• observância da relação entre os participantes (conhecidos,

desconhecidos,

nível social, formação, etc.) para adequar o discurso ao interlocutor;

• as marcas linguístico-enunciativas do gênero oral selecionado para

estudo

(essas marcas serão comentadas no item 4.4).

4.2 PRÁTICA DA ESCRITA

O exercício da escrita, leva em conta a relação entre o uso e o aprendizado

da língua, sob a premissa de que o texto é um elo de interação social e os

gêneros discursivos são construções coletivas. Assim, entende-se o texto como

uma forma de atuar, de agir no mundo. Escreve-se e fala-

se para convencer, vender, negar, instruir, etc.

Pensar que o domínio da escrita é inato ou uma dádiva restrita a um

pequeno número de sujeitos implica distanciá-la dos alunos. Quando a escrita é

supervalorizada e descontextualizada, torna-se mero exercício para preencher o

tempo, reforçando a baixa auto-estima linguística dos alunos, que acabam

compreendendo a escrita como privilégio de alguns. Tais valores afastam a

linguagem escrita do universo de vida dos usuários, como se ela fosse um

processo à parte, externo aos falantes, que, nessa perspectiva, não constroem a

língua, mas aprendem o que os outros criaram.

O reconhecimento, pelo aluno, das relações de poder no discurso potencializa a

possibilidade de resistência a esses valores socioculturais.

O educando precisa compreender o funcionamento de um texto escrito,

que se faz a partir de elementos como organização, unidade temática, coerência,

coesão, intenções, interlocutor(es), dentre outros. Além disso, “[...] a escrita

apresenta elementos significativos próprios, ausentes na fala, tais como o

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tamanho e tipo de letras, cores e formatos, elementos pictóricos, que operam

como

gestos, mímica e prosódia graficamente representados” (MARCUSCHI, 2005, p.

17).

A maneira de propor atividades com a escrita interfere de modo significativo

nos resultados alcançados. Diante de uma folha repleta de linhas a serem

preenchidas sobre um tema, os alunos podem recorrer somente ao que Pécora

(1983, p. 68) chama de “estratégias de preenchimento”.

É desejável que as atividades com a escrita se realizem de modo

interlocutivo, que elas possam relacionar o dizer escrito às circunstâncias de sua

produção. Isso implica o produtor do texto assumir-se como locutor, conforme

propõe Geraldi (1997) e, dessa forma, ter o que dizer; razão para dizer; como

dizer, interlocutores para quem dizer.

As propostas de produção textual precisam “corresponder àquilo que, na

verdade, se escreve fora da escola – e, assim, sejam textos de gêneros que têm

uma função social determinada, conforme as práticas vigentes na sociedade”

(ANTUNES, 2003, p. 62-63). Há diversos gêneros que

podem ser trabalhados em sala de aula para aprimorar a prática de escrita. A

seguir, citam-se alguns; contudo, ressalta-se que os gêneros escritos não se

reduzem a esses exemplos: convite, bilhete, carta, cartaz, notícia, editorial, artigo

de opinião, carta do leitor, relatórios, resultados de pesquisa, resumos, resenhas,

solicitações, requerimentos, crônica, conto, poema, relatos de experiência,

receitas. Destaca-se, também, a importância de realizar atividades com os

gêneros digitais, como: e-mail, blog, chat, lista de discussão, fórum de discussão,

dentre outros, experienciando usos efetivos da linguagem escrita na esfera digital.

Na prática da escrita, há três etapas interdependentes e

intercomplementares sugeridas por Antunes (2003) e adaptadas às propostas

destas Diretrizes, que podem ser ampliadas e adequadas de

acordo com o contexto:

• inicialmente, essa prática requer que tanto o professor quanto o aluno

planejem o que será produzido: é o momento de ampliar as leituras sobre a

temática proposta; ler vários textos do gênero solicitado para a escrita, a fim de

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melhor compreender a esfera social em que este circula; delimitar o tema da

produção; definir o objetivo e a intenção com que escreverá; prever os possíveis

interlocutores; pensar sobre a situação em que o texto irá circular; organizar as

idéias;

•em seguida, o aluno escreverá a primeira versão sobre a proposta

apresentada, levando em conta a temática, o gênero e o interlocutor, selecionará

seus argumentos, suas ideias; enfim, tudo que fora antes planejado, uma vez que

essa etapa prevê a anterior (planejar) e a posterior (rever o texto);

•depois, é hora de reescrever o texto, levando em conta a intenção que se

teve ao produzi-lo: nessa etapa, o aluno irá rever o que escreveu, refletir sobre

seus argumentos, suas ideias, verificar se os objetivos foram alcançados;

observar a continuidade temática; analisar se o texto está claro, se atende à

finalidade, ao gênero e ao contexto de circulação; avaliar se a linguagem está

adequada às condições de produção, aos interlocutores; rever as normas de

sintaxe, bem como a pontuação, ortografia, paragrafação.

Se for preciso, tais atividades devem ser retomadas, analisadas e

avaliadas (diagnosticadas) durante esse processo.

Ressalta-se que, no percurso da produção de texto do aluno, outras

práticas de escrita podem acontecer para, então, chegar ao gênero pretendido,

por exemplo: se a proposta for produzir uma notícia, o professor poderá

encaminhar leituras de notícias, solicitar comentários escritos sobre o fato para os

alunos ou resumos, a fim de trabalhar com a síntese de um assunto; em

seguida, pode

definir um tema para a produção da notícia, indicar a pesquisa sobre a temática e

requerer entrevistas sobre o caso para compor a notícia. Nesse caminho, serão

trabalhados: a opinião do aluno, o resumo, a pesquisa, a entrevista e a notícia;

gêneros orais e escritos diferenciados que colaborarão com o objetivo que se tem:

a produção de notícia.

Por meio desse processo, que vivencia a prática de planejar, escrever,

revisar e reescrever seus textos, o aluno perceberá que a reformulação da escrita

não é motivo para constrangimento. O ato de revisar e reformular é antes de mais

nada um processo que permite ao locutor refletir sobre seus pontos de vista, sua

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criatividade, seu imaginário.

O refazer textual pode ocorrer de forma individual ou em grupo,

considerando a intenção e as circunstâncias da produção e não a mera

“higienização” do texto do aluno, para atender apenas aos recursos exigidos pela

gramática. O refazer textual deve ser, portanto, atividade fundamentada na

adequação do texto às exigências circunstanciais de sua produção.

Para dar oportunidade de socializar a experiência da produção textual, o

professor pode utilizar-se de diversas estratégias, como: afixar os textos dos

alunos no mural da escola, promovendo um rodízio dos mesmos; reunir os

diversos textos em uma coletânea ou publicá-los no

jornal da escola; enviar cartas do leitor (no caso dos alunos) para determinado

jornal; encaminhar carta de solicitação dos alunos para a câmara de vereadores

da cidade; produção de panfletos a serem distribuídos na comunidade; entre

outros. Dessa forma, além de enfatizar o caráter interlocutivo da linguagem,

possibilitando aos estudantes constituírem-se sujeitos do fazer linguístico, essa

prática orientará não apenas a produção de textos significativos, como incentivará

a prática da leitura.

A prática da escrita constitui uma ação com a linguagem que inclui,

também, a avaliação: [...] ao produzir um texto, o aluno procura no seu

universo referencial os recursos linguísticos e os demais recursos necessários

para atender à intenção. Avaliando o produto, ele sabe se pode manter o universo

referencial como até então constituído (atualizando-o), ou se deve modificá-lo, ou

ainda ampliá-lo. (PIVOVAR, 1999, p. 54)

Durante a produção de texto, o estudante aumenta seu universo

referencial e aprimora sua competência de escrita, apreende as exigências dessa

manifestação linguística e o seu sistema de organização próprio. Ao analisar seu

texto conforme as intenções e as condições de sua produção, o aluno adquire a

necessária autonomia para avaliá-lo.

4.3 PRÁTICA DA LEITURA

Na concepção de linguagem assumida por estas Diretrizes, a leitura é vista

como um ato dialógico, interlocutivo. O leitor, nesse contexto, tem um papel ativo

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no processo da leitura, e para se efetivar como co-produtor, procura pistas

formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, usa

estratégias baseadas no seu conhecimento linguístico, nas suas experiências e

na sua vivência sócio-cultural.

Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas esferas

sociais - jornalística, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana,

midiática, literária, publicitária, etc. No processo de leitura, também é preciso

considerar as linguagens não-verbais. A leitura de imagens, como: fotos,

cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais, figuras que povoam com

intensidade crescente nosso universo cotidiano, deve contemplar os

multiletramentos mencionados nestas Diretrizes.

Trata-se de propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que leva o

aluno a perceber o sujeito presente nos textos e, ainda, tomar uma atitude

responsiva diante deles. Sob esse ponto de vista, o professor precisa atuar como

mediador, provocando os alunos a realizarem leituras significativas. Assim, o

professor deve dar condições para que o aluno atribua sentidos a sua leitura,

visando a um sujeito crítico e atuante nas práticas de letramento da sociedade.

Somente uma leitura aprofundada, em que o aluno é capaz de enxergar

os implícitos, permite que ele depreenda as reais intenções que cada texto traz.

Sabe-se das pressões uniformizadoras, em geral voltadas para o consumo ou

para a não- reflexão sobre problemas estéticos ou sociais, exercidas pelas

mídias. Essa pressão deve ser explicitada a partir de estratégias de leitura que

possibilitem ao aluno “percepção e reconhecimento – mesmo que

inconscientemente – dos elementos de linguagem que o texto manipula”

(LAJOLO, 2001, p. 45). Desse modo, o aluno terá condições de se posicionar

diante do que lê.

É importante ponderar a pluralidade de leituras que alguns textos

permitem, o que é diferente de afirmar que qualquer leitura é aceitável. Deve-se

considerar o contexto de produção sócio-histórico, a finalidade do texto, o

interlocutor, o gênero.

Do ponto de vista pedagógico, não se trata de ter no horizonte a leitura do

professor ou a leitura historicamente privilegiada como parâmetro de ação;

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importa, diante de uma leitura do aluno, recuperar sua caminhada interpretativa,

ou seja, que pistas do texto o fizeram acionar outros conhecimentos para que ele

produzisse o sentido que produziu; é na recuperação desta caminhada que cabe

ao professor mostrar que alguns dos mecanismos acionados pelo aluno podem

ser irrelevantes para o texto que se lê, e, portanto, sua “inadequada leitura” é

consequência deste processo e não porque se coaduna com a leitura desejada

pelo professor. (GERALDI, 1997, p.188) Dependendo da esfera social e do

gênero discursivo, as possibilidades de leitura são mais restritas. Por exemplo, na

esfera literária, o gênero poema permite uma ampla variedade de leituras, já na

esfera burocrática, um formulário não possibilita tal liberdade de interpretação.

Desse modo, para o encaminhamento da prática da leitura, é preciso

considerar o texto que se quer trabalhar e, então, planejar as atividades. Antunes

(2003) salienta que conforme variem os gêneros (reportagem, propaganda,

poemas, crônicas, história em quadrinhos, entrevistas, blog), conforme variem a

finalidade retendida com a leitura (leitura informativa, instrumental,

entretenimento...), e, ainda, conforme variem o suporte (jornal, televisão, revista,

livro, computador...), variam também as estratégias a serem usadas.

Nesse sentido, não se lê da mesma forma uma crônica que está publicada

no suporte de um jornal e uma crônica publicada em um livro, tendo em vista a

finalidade de cada uma delas. Na crônica do jornal, é importante considerar a data

de publicação, a fonte, os acontecimentos dessa data, o diálogo entre a crônica e

outras notícias veiculadas nesse suporte. Já a leitura da crônica literária

representa um fato cotidiano independente dos interesses deste ou daquele

jornal. Também a leitura de um poema difere-se da leitura de um artigo de

opinião. Numa atividade de leitura com o texto poético, é preciso observar o seu

valor estético, o seu conteúdo temático, dialogar com os sentimentos revelados,

as suas figuras de linguagem, as intenções. Diferente de um

artigo de opinião, que tem outro objetivo, e nele é importante destacar o local e a

data de publicação, contextualizar a temática, dialogar com os argumentos

apresentados se posicionando, atentar para os operadores argumentativos,

modalizadores, ou seja, as marcas enunciativas desse discurso que revelam a

posição do autor.

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O educador deve atentar-se, também, aos textos não-verbais, ou ainda,

aqueles em que predomina o não-verbal, como: a charge, a caricatura, as

imagens, as telas de pintura, os símbolos, como possibilidades de leitura em sala

de aula; os quais exigirão de seu aluno-leitor colaborações diferentes daquelas

necessárias aos textos verbais. Nesses, o leitor deverá estar muito mais atento

aos detalhes oferecidos nos traços, cores, formas, desenhos. No caso de

infográficos, tabelas, esquemas, a preocupação estará em associar/corresponder

o verbal ao não-verbal, uma vez que este

está posto para corroborar com a leitura daquele.

Não se pode excluir, ainda, a leitura da esfera digital, que também é

diferente se comparada a outros gêneros e suportes. Os processos cognitivos e o

modo de ler nessa esfera também mudam. O hipertexto - texto no suporte

digital/computador - representa uma oportunidade para ampliar a prática de

leitura. Através do hipertexto inaugura-se uma nova maneira de ler. No ambiente

digital, o tempo, o ritmo e a velocidade de leitura mudam. Além dos hiperlinks, no

hipertexto há movimento, som, diálogo com outras linguagens.

A leitura do texto digital exige, diante de tantos suportes eletrônicos, um

leitor dinâmico, ativo e que selecione quantitativa e qualitativamente as

informações, visto que ele seleciona o caminho, o percurso da leitura, os supostos

início, meio e fim, porque escolhe os hiperlinks que vai ler antes ou depois (LÉVY,

1996). A leitura de hipertextos exige que o leitor tenha ou crie intimidade com

diferentes linguagens na composição do texto eletrônico, bem como os aparatos

tecnológicos.

No que concerne ao trabalho com diferentes gêneros, Silva (2005, p. 66)

assinala que a escola deve se apresentar “como um ambiente rico em textos e

suportes de textos para que o aluno experimente, de forma concreta e ativa, as

múltiplas possibilidades de interlocução com os textos.” Dito isso, é essencial

considerar o contexto de produção e circulação do texto para planejar as

atividades de leitura.

Na sala de aula, é necessário analisar, nas atividades de interpretação e

compreensão de um texto: os conhecimentos de mundo do aluno, os

conhecimentos linguísticos, o conhecimento da situação comunicativa, dos

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interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas, do suporte em que

o gênero está publicado, de outros textos (intertextualidade). Para Koch (2003, p.

24), o trabalho com esses conhecimentos realiza-se por meio das estratégias:

• cognitivas: como as inferências, a focalização, a busca da relevância;

• sociointeracionais: como preservação das faces, polidez, atenuação,

atribuição de causas a (possíveis) mal-entendidos, etc.;

• textuais: conjunto de decisões concernentes à textualização, feitas pelo

produtor do texto,

tendo em vista seu “projeto de dizer” (pistas, marcas, sinalizações).

É preciso ter em mente, ainda, que “o grau de familiaridade do leitor com o

conteúdo veiculado pelo texto interfere, também, no modo de realizar a leitura”

(ANTUNES, 2003, p. 77).

De acordo com o exposto, para o encaminhamento da prática de leitura, é

relevante que o professor realize atividades que propiciem a reflexão e discussão,

tendo em vista o gênero a ser lido: do conteúdo temático, da finalidade, dos

possíveis interlocutores, das vozes presentes no discurso e o papel social que

elas representam, das ideologias apresentadas no texto, da fonte, dos

argumentos elaborados, da intertextualidade.

O ensino da prática de leitura requer um professor que “além de posicionar-

se como um leitor assíduo, crítico e competente, entenda realmente a

complexidade do ato de ler” (SILVA, 2002, p. 22). Para a seleção dos textos é

importante avaliar o contexto da sala de aula, as experiências de leitura dos

alunos, os horizontes de expectativas deles e as sugestões sobre textos que

gostariam de ler, para, então, oferecer textos cada vez mais complexos, que

possibilitem ampliar as leituras dos educandos.

Acredita-se que “A qualificação e a capacitação contínua dos leitores ao

longo dos anos escolares colocam-se como uma garantia de acesso ao saber

sistematizado, aos conteúdos do conhecimento que a escola tem de tornar

disponíveis aos estudantes” (SILVA, 2002, p. 07). 4.3.1

LITERATURA

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Partindo dos pressupostos teóricos apresentados na Estética da Recepção

e na Teoria do Efeito, as professoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de

Aguiar elaboraram o Método Recepcional, o qual é sugerido, nestas Diretrizes,

como encaminhamento metodológico para o trabalho com a Literatura.

Optou-se por esse encaminhamento devido ao papel que se atribui ao

leitor, uma vez que este é visto como um sujeito ativo no processo de leitura,

tendo voz em seu contexto. Além disso, esse método proporciona momentos de

debates, reflexões sobre a obra lida, possibilitando ao aluno a ampliação dos seus

horizontes de expectativas.

Essa proposta de trabalho, de acordo com Bordini e Aguiar (1993), tem

como objetivos: efetuar leituras compreensivas e críticas; ser receptivo a novos

textos e a leitura de outrem; questionar as leituras efetuadas em relação ao seu

próprio horizonte cultural; transformar os próprios horizontes de expectativas, bem

como os do professor, da escola, da comunidade familiar e social. Alcançar esses

objetivos é essencial para o sucesso das atividades. Esse trabalho divide-se em

cinco etapas e cabe ao professor delimitar o tempo de aplicação de cada uma

delas, de acordo com o seu plano de trabalho docente e com a sua turma.

A primeira etapa é o momento de determinação do horizonte de expectativa

do aluno/leitor. O professor precisa tomar conhecimento da realidade sócio-

cultural dos educandos, observando o dia-a-dia da sala de aula. Informalmente,

pode-se analisar os interesses e o nível de leitura, a partir de discussões de

textos, visitas à biblioteca, exposições de livros, etc.

Na segunda, ocorre o atendimento ao horizonte de expectativas, o professor

apresenta textos que sejam próximos ao conhecimento de mundo e às

experiências de leitura dos alunos. Para isso, é

fundamental que sejam selecionadas obras que tenham um senso estético

aguçado, percebendo que a diversidade de leituras pode suscitar a busca de

autores consagrados da literatura, de obras clássicas.

Em seguida, acontece a ruptura do horizonte de expectativas. É o

momento de mostrar ao leitor que nem sempre determinada leitura é o que ele

espera, suas certezas podem ser abaladas. Para que haja o rompimento, é

importante o professor trabalhar com obras que, partindo das experiências de

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leitura dos alunos, aprofundem seus conhecimentos, fazendo com que eles se

distanciem do senso comum em que se encontravam e tenham seu horizonte de

expectativa ampliado, consequentemente, o entendimento do evento estético.

Neste momento, o leitor tenta encaixar o texto literário dentro de seu horizonte de

valores, porém, a obra pode “confirmar ou perturbar esse horizonte, em termos

das expectativas do leitor, que o percebe, o julga por tudo que já conhece e

aceita” (BORDINI e AGUIAR, 1993, p. 87).Após essa ruptura, o sujeito é

direcionado a um questionamento do horizonte de expectativas. O professor

orienta o aluno/leitor a um questionamento e a uma autoavaliação a partir dos

textos oferecidos. O aluno deverá perceber que os textos oferecidos na etapa

anterior (ruptura) trouxeram- lhe mais dificuldades de leitura, porém, garantiram-

lhe mais conhecimento, o que o ajudou a ampliar seus horizontes.

A quinta e última etapa do método recepcional é a ampliação do

horizonte de expectativas. As leituras oferecidas ao aluno e o trabalho efetuado a

partir delas possibilitam uma reflexão e uma tomada de consciência das

mudanças e das aquisições, levando-o a uma ampliação de seus conhecimentos.

Para a aplicação deste método, o professor precisa ponderar as diferenças

entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. No Ensino Médio, além do gosto

pela leitura, há a preocupação, por parte do professor, em garantir o estudo das

Escolas Literárias. Contudo, ambos os níveis devem partir do mesmo ponto: o

aluno é o leitor, e como leitor é ele quem atribui significados ao que lê, é ele quem

traz vida ao que lê, de acordo com seus conhecimentos prévios, linguísticos, de

mundo. Assim, o docente deve partir da recepção dos alunos para, depois de

ouvi- los, aprofundar a

leitura e ampliar os horizontes de expectativas dos alunos.

O primeiro olhar para o texto literário, tanto para alunos de Ensino Fundamental

como do Ensino Médio, deve ser de sensibilidade, de identificação. O professor

pode estimular o aluno a projetar-se na narrativa e identificar-se com algum

personagem.Numa apresentação em sala de aula oeducando revela-se e,

“provocado” pelo docente, justifica sua associação defendendo seu personagem.

O professor, então, solicita aos alunos que digam o que entenderam da história

lida. Esta fase é importante para que o aluno se perceba como coautor e tenha

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contato, também, com outras leituras, a dos colegas de sala, que não havia

percebido.

É importante que o professor trabalhe com seus alunos as estruturas de

apelo, demonstrando a eles que não é qualquer interpretação que cabe à

literatura, mas aquelas que o texto permite. As marcas linguísticas devem ser

consideradas na leitura literária; elas também asseguram que as estruturas de

apelo sejam respeitadas. Agindo assim, o professor estará oportunizando ao

aluno a ampliação do horizonte de expectativa.

Um exemplo desse trabalho é a utilização, na sala de aula, de livros infanto-

juvenis, cuja temática é o mágico. Em seguida, o professor apresenta textos em

que o mágico não é apenas um mero recurso narrativo, mas um elemento

importante na composição estética da obra, umfantástico que amplia a

compreensão das relações humanas, como o mágico presente em Murilo Rubião,

Gabriel Garcia Márquez, José Saramago, J. J. Veiga, entre outros.

No caso da leitura de textos poéticos, o professor deve estimular, nos

alunos, a sensibilidade estética, fazendo uso, para isso, de um instrumento

imprescindível e, sem dúvida, eficaz: a leitura expressiva. O modo como o

docente proceder à leitura do texto poético poderá tanto despertar o gosto pelo

poema como a falta de interesse pelo mesmo. Assim, antes de apresentá-lo para

os educandos, o professor deve estudar, apreciar, interpretar, enfim, fruir o

poema.

Após este primeiro momento, de forma adequada à série ou ao nível do

aluno e conforme a intencionalidade, o professor oportunizará ao aluno a

experiência, na leitura, escrita e oralidade, com novos gêneros e novas formas de

expressão, como desenho, dramatização, novos poemas, aprimorando a

compreensão, interpretação e análise.

Há poemas em que desconsiderar a leitura do ritmo significa comprometer a

interpretação e a compreensão, assim como há poemas em que este recurso não

é tão relevante. Há poemas em que a escolha lexical é o que faz a diferença,

outros, ainda, em que a pontuação é carregada de significação. Há poemas em

que informações como as condições de produção, o contexto histórico-

cultural fariam falta para a sua compreensão, outros nem tanto, o poema

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responde por si só. Cabe ao professor, portanto, observar quais os recursos de

construção do poema devem ser considerados para a leitura e, como mediador do

processo, contribuir para que os discentes sejam capazes de identificá-los e,

sobretudo, ermitir a eles que efetivem, de fato a experiência de ler o texto poético

em toda a sua gama de possibilidades.

O professor não ficará preso somente à linha do tempo da historiografia,

mas fará a análise contextualizada da obra, no momento de sua produção e no

momento de sua recepção historicidade). Utilizará, também, no caso do Ensino

Médio, correntes da crítica literária mais apropriadas para o trato com a literatura,

tais como: os estudos filosóficos e sociológicos, a análise do discurso, os estudos

culturais, entre tantos outros que podem enriquecer o entendimento da obra

literária.

Pensadas desta maneira, embora tenham um curso planejado pelo

professor,as aulas deLiteratura estarão sujeitas a ajustes atendendo às

necessidades e contribuições dos alunos, de modo a incorporar suas ideias e as

relações discursivas por eles estabelecidas num contínuo texto- puxa-texto.

Nesse contínuo de relações, percebe-se que o texto literário dialoga,

também, com outras áreas, numa relação exemplificativa, temos: Literatura e

Arte; Literatura e Biologia; Literatura e... (qualquer das disciplinas com tradição

curricular no Ensino Fundamental e Médio); Literatura e Antropologia; Literatura e

Religião; entre tantas.

Para Garcia (2006), a Literatura resulta o que precisa ser redefinido na

escola: a Literatura no ensino pode ser somente um corpo expansivo, não-

orgânico, aberto aos acontecimentos a que os processos de leitura não cessam

de forçá-la. Se não for assim, o que há é o fechamento do campo da

leitura pela via do enquadramento do texto lido a meros esquemas

classificatórios, de natureza estrutural (gramática dos gêneros) ou temporal

(estilos de época).

O trabalho com a Literatura potencializa uma prática diferenciada com o

Conteúdo Estruturante da Língua Portuguesa (o Discurso como prática social) e

constitui forte influxo capaz de fazer aprimorar o pensamento trazendo sabor ao

saber.

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4.4 ANÁLISE LINGUÍSTICA

A análise linguística é uma prática didática complementar às práticas de

leitura, oralidade e escrita, faz parte do letramento escolar, visto que possibilita “a

reflexão consciente sobre fenômenos

gramaticais e textual-discursivos que perpassam os usos linguísticos, seja no

momento de ler /escutar, de produzir textos ou de refletir sobre esses mesmos

usos da língua” (MENDONÇA, 2006,

p. 204).

Essa prática abre espaço para as atividades de reflexão dos recursos

linguísticos e seus efeitos de sentido nos textos. Antunes (2007, p. 130) ressalta

que o texto é a única forma de se usar a língua: “A gramática é constitutiva do

texto, e o texto é constitutivo da atividade da linguagem. [...] Tudo o que nos deve

interessar no estudo da língua culmina com a exploração das atividades extuais e

discursivas”.

Partindo desse pressuposto, faz-se necessário deter-se um pouco nas

diferentes formas de entender as estruturas de uma língua e, consequentemente,

as gramáticas que procuram sistematizá-

la. Diante de tantos conceitos, Travaglia (2000, p. 30- 33) traz as concepções de

gramática e salienta

que, ao abordá-la, é importante conhecer os seus vários tipos. A partir dessas

noções, o autor apresenta alguns tipos de gramática mais diretamente ligados às

questões pedagógicas:

• Gramática normativa: estuda os fatos da língua culta, em especial da

língua escrita. Considera a língua uma série de regras que devem ser seguidas e

obedecidas, regras essas do falar e escrever bem;

• Gramática descritiva: descreve qualquer variante linguística a partir do

seu uso, não apenas a variedade culta. Dá preferência à manifestação oral da

língua;

• Gramática internalizada: é o conjunto de regras dominadas pelo

falante, é o próprio “mecanismo”;

• Gramática reflexiva: volta-se para as atividades de observação e

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reflexão da língua. Essa gramática se preocupa mais com o processo do que com

o resultado, está relacionada com as atividades epilinguísticas.

Considerando a interlocução como ponto de partida para o trabalho com o

texto,os conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de seus aspectos

funcionais na constituição da unidade de sentido dos enunciados. Daí a

importância de considerar não somente a gramática normativa, mas também as

outras, como a descritiva, a internalizada e, em especial, a reflexiva no processo

de ensino de Língua Portuguesa.

O professor poderá instigar, no aluno, a compreensão das semelhanças e

diferenças,dependendo do gênero, do contexto de uso e da situação de interação,

dos textos orais e escritos; a percepção da multiplicidade de usos e funções da

língua; o reconhecimento das diferentes possibilidades de ligações e de

construções textuais; a reflexão sobre essas e outras particularidades

linguísticas observadas no texto, conduzindo-o às atividades epilinguísticas e

metalinguísticas, à construção gradativa de um saber linguístico mais elaborado,

a um falar sobre a língua.

Dessa forma, quanto mais variado for o contato do aluno com diferentes

gêneros discursivos(orais e escritos), mais fácil será assimilar as regularidades

que determinam o uso da língua em diferentes esferas sociais (BAKHTIN, 1992).

Tendo em vista que o estudo/reflexão da análise linguística acontece por

meio das práticas de oralidade, leitura e escrita, propõem-se alguns

encaminhamentos.

No entanto, é necessário destacar que o professor selecione o gênero que

pretende trabalhar e, depois de discutir sobre o conteúdo temático e o contexto de

produção/circulação, prepare atividades para a análise das marcas linguístico-

enunciativas, entre elas:

Oralidade:

• as variedades linguísticas e a adequação da linguagem ao contexto de uso:

diferentes registros, grau de formalidade em relação ao gênero discursivo;

• os procedimentos e as marcas linguísticas típicas da conversação (como a

repetição, o uso das gírias, a entonação), entre outros;

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• as diferenças lexicais, sintáticas e discursivas que caracterizam a fala formal

e a informal;

• os conectivos como mecanismos que colaboram com a coesão e coerência

do texto, uma vez que tais conectivos são marcadores orais e, portanto, devem

ser utilizados conforme o grau de formalidade/informalidade do texto, etc.

Leitura:

• as particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto em registro

formal e do texto em registro informal;

• a repetição de palavras (que alguns gêneros permitem) e o efeito produzido;

• o efeito de uso das figuras de linguagem e de pensamento (efeitos de

humor, ironia,

ambiguidade, exagero, expressividade, etc);

• léxico;

• progressão referencial no texto;

• os discursos direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que

falam no texto. Nessa perspectiva, o texto não serve apenas para o aluno

identificar, por exemplo, os adjetivos e classificá-los; considera-se que o texto tem

o que dizer, há ideologias, vozes, e para atingir a sua intenção, utiliza-se de vários

recursos que a língua possibilita. No caso do trabalho com um gênero discursivo

que se utiliza de muitos adjetivos, o aluno precisa perceber que “a adjetivação

pode ser construída por meio de várias estratégias e recursos, criando diferentes

efeitos de sentidos” (MENDONÇA, 2006, p. 211); além disso, alguns gêneros

admitem certas adjetivações e não outras;

e o processo de adjetivação pode revelar-se pelo uso de um verbo (como

esbravejou) e não só pelo uso do adjetivo, exemplifica Mendonça (2006).

Compreender os recursos que o texto usa e o sentido que ele expressa é refletir

com e sobre a língua, numa dimensão dialógica da linguagem. Escrita:

Através do texto dos alunos, num trabalho de reescrita do texto ou de

partes do texto, o professor pode selecionar atividades que reflitam e analisam os

aspectos:

• discursivos (argumentos, vocabulário, grau de formalidade do gênero);

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• textuais (coesão, coerência, modalizadores, operadores argumentativos,

ambiguidades,

intertextualidade, processo de referenciação);

• estruturais (composição do gênero proposto para a escrita/oralidade do texto,

estruturação de parágrafos);

• normativos (ortografia, concordância verbal/nominal, sujeito, predicado,

complemento, regência, vícios da linguagem...);

Ainda nas atividades de leitura e escrita, ao que se refere à análise linguística,

partindo das sugestões de Antunes (2007, p. 134), ressaltam-se algumas

propostas que focalizam o texto como parte da atividade discursiva, tais como

análise:

• dos recursos gráficos e efeitos de uso, como: aspas, travessão, negrito, itálico,

sublinhado, parênteses, etc.;

• da pontuação como recurso sintático e estilístico em função dos efeitos de

sentido, entonação e ritmo, intenção, significação e objetivos do texto;

• do papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e

sequenciação do texto; • do valor sintático e estilístico dos modos e tempos

verbais em função dos propósitos do texto, estilo composicional e natureza do

gênero discursivo;

•do efeito do uso de certas expressões que revelam a posição do falante em

relação ao que diz – expressões modalizadoras (ex: felizmente,

comovedoramente, etc.);

• da associação semântica entre as palavras de um texto e seus efeitos para

coesão e coerência pretendidas;

• dos procedimentos de concordância verbal e nominal;

• da função da conjunção, das preposições, dos advérbios na conexão do sentido

entre o que vem antes e o que vem depois em um texto.

Cabe ao professor planejar e desenvolver atividades que possibilitem aos

alunos a reflexão sobre o seu próprio texto, tais como atividades de revisão, de

reestruturação ou refacção, de análise coletiva de um texto selecionado e sobre

outros textos, de diversos gêneros que circulam no contexto escolar e

extraescolar.

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O estudo do texto e da sua organização sintático-semântica permite ao

professor explorar as categorias gramaticais, conforme cada texto em análise.

Mas, nesse estudo, o que vale não é a categoria em si: é a função que ela

desempenha para os sentidos do texto. Como afirma Antunes, “mesmo quando se

está fazendo a análise linguística de categorias gramaticais, o objeto de estudo é

o texto” (ANTUNES, 2003, p. 121).

Definida a intenção para o trabalho com a Língua Portuguesa, o aluno

também pode passar a fazer demandas, elaborar perguntas, considerar

hipóteses, questionar-se, ampliando sua capacidade linguístico-discursiva em

atividades de uso da língua.

5 . AVALIAÇÃO

É imprescindível que a avaliação em Língua Portuguesa e Literatura seja

um processo de aprendizagem contínuo e dê prioridade à qualidade e ao

desempenho do aluno ao longo do ano letivo.

Em uma concepção tradicional, a avaliação da aprendizagem é vivenciada

como o processo de toma-lá-dá-cá. Ou seja, o aluno precisa devolver ao

professor o que dele recebeu e, de preferência, exatamente como recebeu.

No entanto, a Lei n. 9394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDBEN), destaca a chamada avaliação formativa (capítulo II, artigo 24, inciso V,

item a: “avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com

prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao

longo do período sobre os de eventuais provas finais”), vista como mais adequada

ao dia-a-dia da sala de aula e como grande avanço em relação à avaliação

tradicional, que se restringe tão somente ao somativo ou classificatório. Realizada

geralmente ao final de um programa ou de um determinado período, a avaliação

somativa é usada para definir uma

nota ou estabelecer um conceito. Não se quer dizer com isso que ela deva ser

excluída do sistema escolar, mas que as duas formas de avaliação – a formativa

e a somativa – servem para diferentes finalidades. Por isso, em lugar de apenas

avaliar por meio de provas, o professor deve usar a observação diária e

instrumentos variados, selecionados de acordo com cada conteúdo e/ou objetivo.

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A avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e processos de

aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta dificuldades,

possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo. Informa ao

professor e ao aluno acerca do ponto em

que se encontram e contribui com a busca de estratégias para que os alunos

aprendam e participem mais das aulas.

• Oralidade: será avaliada em função da adequação do discurso/texto aos

diferentes interlocutores e situações. Num seminário, num debate, numa troca

informal de ideias, numa entrevista, num relato de história, as exigências de

adequação da fala são diferentes e isso deve ser considerado numa análise da

produção oral. Assim, o professor verificará a participação do aluno nos diálogos,

relatos e discussões, a clareza que ele mostra ao expor suas ideias, a fluência da

sua fala, a argumentação que apresenta ao defender seus pontos de vista. O

aluno também deve se posicionar como avaliador de textos orais com os quais

convive, como: noticiários, discursos políticos, programas televisivos, e de suas

próprias falas, formais ou informais, tendo em vista o resultado esperado.

• Leitura: serão avaliadas as estratégias que os estudantes empregam para a

compreensão do texto lido, o sentido construído, as relações dialógicas entre

textos, relações de causa e consequência entre as partes do texto, o

reconhecimento de posicionamentos ideológicos no texto, a identificação dos

efeitos de ironia e humor em textos variados, a localização das informações tanto

explícitas quanto implícitas, o argumento principal, entre outros. É importante

avaliar se, ao ler, o aluno ativa os conhecimentos prévios; se compreende o

significado das palavras desconhecidas a partir do contexto; se faz inferências

corretas; se reconhece o gênero e o suporte textual. Tendo em vista o

multiletramento, também é preciso avaliar a capacidade de se colocar diante do

texto, seja ele oral, escrito, gráficos, infográficos, imagens, etc. Não é demais

lembrar que é importante considerar as diferenças de leituras de mundo e o

repertório de experiências dos alunos, avaliando assim a ampliação do horizonte

de expectativas. O professor pode propor questões abertas, discussões, debates

e outras atividades que lhe permitam avaliar a reflexão que o aluno faz a partir do

texto.

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• Escrita: é preciso ver o texto do aluno como uma fase do processo de produção,

nunca como produto final. O que determina a adequação do texto escrito são as

circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que o

texto escrito será avaliado nos seus aspectos discursivo- textuais, verificando: a

adequação à proposta e ao gênero solicitado, se a linguagem está de acordo com

o contexto exigido, a elaboração de argumentos consistentes, a coesão e

coerência textual, a organização dos parágrafos. Tal como na oralidade, o aluno

deve se posicionar como avaliador tanto dos textos que o rodeiam quanto de seu

próprio. No momento da refacção textual, é pertinente observar, por exemplo: se

a intenção do texto foi alcançada, se há relação entre partes do texto, se há

necessidade de cortes, devido às repetições, se é necessário substituir

parágrafos, ideias ou conectivos.

•Análise Linguística: é no texto – oral e escrito – que a língua se manifesta em

todos os seus aspectos discursivos, textuais e gramaticais. Por isso, nessa prática

pedagógica, os elementos linguísticos usados nos diferentes gêneros precisam

ser avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada que lhes possibilitem

compreender esses elementos no interior do texto. Dessa forma, o professor

poderá avaliar, por exemplo, o uso da linguagem formal e informal, a ampliação

lexical, a percepção dos efeitos de sentidos causados pelo uso de recursos

linguísticos e estilísticos, as relações estabelecidas pelo uso de operadores

argumentativos e modalizadores, bem como as relações semânticas entre as

partes do texto (causa, tempo, comparação, etc.). Uma vez entendidos estes

mecanismos, os alunos podem incluí-los em outras operações linguísticas, de

reestruturação do texto, inclusive. Com o uso da língua oral e escrita em práticas

sociais, os alunos são avaliados continuamente em termos desse uso, pois

efetuam operações com a linguagem e refletem sobre as diferentes possibilidades

de uso da língua, o que lhes permite o aperfeiçoamento linguístico constante, o

letramento. O trabalho com a língua oral e escrita supõe uma formação inicial e

continuada que possibilite ao professor estabelecer as devidas articulações entre

teoria e prática, na condição de sujeito que usa o estudo e a reflexão como

alicerces para sua ação pedagógica e que, simultaneamente, parte dessa ação

para o sempre necessário aprofundamento teórico. Para que as propostas das

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Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa e Literatura se efetivem na sala de

aula, é imprescindível a participação pró-ativa do professor. Engajado com as

questões de seu tempo, tal professor respeitará as diferenças e promoverá uma

ação pedagógica de qualidade a todos os alunos, tanto para derrubar mitos que

sustentam o pensamento único, padrões pré- estabelecidos e conceitos

tradicionalmente aceitos, como para construir relações sociais mais generosas e

includentes.

A avaliação é realizada em função dos conteúdos , utilizando métodos e

intrumentos diversificados como: prova orais e escritas, objetiva e/ou subjetiva,

questionários, tarefas específicas ( relatórios, pareceres, exposição oral, trabalhos

individuais ou em grupos, observação espontânea ou dirigida, desenhos,

maquetes, exercícios, pesquisas, produções de textos, seminários, debates),

coerentes com as concepções educativas expressas neste momento. É vedado

submeter o aluno a uma única oportunidade e a um único instrumento de

avaliação.

RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

Na recuperação de estudos ( paralela), o professor deverá considerar a a

prendizagem do aluno no decorrer do processo ensino e aprendizagem e após

verificação de conteúdos, proporcionar novas situações de aprendizagem para os

alunos de baixo rendimento .

A recuperação de estudos deverá constituir um conjunto integrado ao processo

de ensino, além de se adequar às dificuldades dos alunos, de acordo com o artigo

13 da Deliberação 007/99 do CCE/ PR . A recuperação realizada durante o ano

letivo será considerada para efeito de documentação escolar, obedendo ao

disposto no parágrafo único do artigo 13 da deliberação acima mencionada.

Os alunos com necessidades educativas especiais serão avaliados de acordo

com suas especificidades, conforme artigo 58 da LDB 9394/96.

CONTEÚDOS BÁSICOS DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

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Este é o quadro de conteúdos básicos que a equipe disciplinar do

Departamento de Educação Básica (DEB) sistematizou, a partir das discussões

realizadas com todos os professores do Estado

do Paraná, nos eventos de formação continuada ocorridos ao longo de 2007 e

2008 (DEB Itinerante).

Entende-se por conteúdos básicos os conhecimentos fundamentais para cada

série da etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, considerados

imprescindíveis para a formação conceitual dos estudantes nas diversas

disciplinas da Educação Básica. O acesso a esses conhecimentos é direito do

aluno na fase de escolarização em que se encontra e o trabalho pedagógico com

tais conteúdos é responsabilidade do professor.

Nesse quadro, os conteúdos básicos estão apresentados por série e devem

ser tomados como ponto de partida para a organização da proposta pedagógica

curricular das escolas.

Por serem conhecimentos fundamentais para a série, não podem ser

suprimidos nem reduzidos, porém, o professor poderá acrescentar outros

conteúdos básicos na proposta pedagógica, de modo a

enriquecer o trabalho de sua disciplina naquilo que a constitui como conhecimento

especializado e sistematizado.

Esse quadro indica, também, como os conteúdos básicos se articulam com os

conteúdos estrutruturantes da disciplina, que tipo de abordagem teórico-

metodológica devem receber e, finalmente, a que expectativas de aprendizagem

estão atrelados. Portanto, as Diretrizes Curriculares

fundamentam essa seriação/ sequenciação de conteúdos básicos e sua leitura

atenta e aprofundada é

imprescindível para compreensão do quadro.

No Plano de Trabalho Docente, os conteúdos básicos terão abordagens

diversas a depender dos fundamentos que recebem do conteúdo estruturante.

Quando necessário, serão desdobrados em conteúdos específicos, sempre

considerando- se o aprofundamento a ser observado para a série e nível de

ensino.

O plano é o lugar da criação pedagógica do professor, onde os conteúdos

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receberão abordagens contextualizadas histórica, social e politicamente, de modo

que façam sentido para os alunos nas diversas realidades regionais, culturais e

econômicas, contribuindo com sua formação cidadã. É, portanto o currículo em

ação. Nele estará a expressão singular e de autoria, de cada professor, da

concepção curricular construída nas discussões coletivas.

Na disciplina de Língua Portuguesa/Literatura, o Conteúdo Estruturante é o

Discurso como prática social, a partir dele, advém os conteúdos básicos: os

gêneros discursivos a serem trabalhados

nas práticas discursivas.

Os gêneros precisam ser retomados em diferentes séries com um nível

maior de complexidade, tendo em vista que a diferença significativa entre as

séries está no grau de aprofundamento e da abordagem metodológica. Vale

ressaltar que os gêneros indicados não se esgotam nessa tabela, assim como a

escolha dos gêneros não deve se ater exclusivamente a uma esfera.

Para selecionar os conteúdos específicos, é fundamental considerar o

objetivo pretendido e o gênero. Como exemplo: ora a história em quadrinho será

levada para sala de aula a fim de discutir o conteúdo temático, a sua composição

e suas marcas lingüísticas; ora aparecerá em outra série para um trabalho de

intertextualidade; ora para fruição, ou seja, dependerá da intenção, do objetivo

que se tem com esse gênero.

Destaca-se, ainda, que ao escolher um gênero nem sempre todas as práticas

serão abordadas, por exemplo: no Ensino Médio é possível levar a fábula

contemporânea para trabalhar a prática

de leitura, não sendo necessário que o aluno produza uma fábula; no entanto, é

relevante que o aluno leia e produza artigos de opinião; se o gênero for mesa-

redonda, a finalidade será explorar conteúdos da oralidade.

É necessário levar em conta que a abordagem teórico-metodológica e a

avaliação estão inseridas na tabela para compreensão da proposta dos conteúdos

básicos de línguaPortuguesa/Literatura.

LÍNGUA PORTUGUESA – ENSINO FUNDAMENTAL

Conteúdo Estruturante : Discurso como prática social

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Conteúdos básicos:

LEITURA

• tema do texto;

• interlocutor;

• finalidade do texto;

• argumentos do texto;

• contexto de produção; intertextualidade;

• informações implícitas e explícitas;

• discurso direto e indireto;

• elementos composicionais de gênero;

• repetição proposital de palavras;

• léxico;

• ambiguidade;

• marcas linguísticas; coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação,

• recursos gráficos( como aspas, travessão , negrito) , figuras de linguagem.

ESCRITA

• contexto de produção;

• interlocutor;

• finalidade do texto;

• informatividade;

• discurso direto e indireto;

• elementos composicionais de gênero;

• marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação,

recursos gráficos ( como aspas , travessão , negrito), figuras de linguagem ;

• processo de formação das palavras;

• acentuação gráfica;

• ortografia ;

• concordância verbal e nominal.

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ORALIDADE

• Tema do texto;

• Finalidade;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc;

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

• Semântica.

ABORDAGEM TEÓRICO- METODOLÓGICA

ESCRITA

É importante que o professor:

• Planeje a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, do

gênero, da

finalidade;

• Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero propostos;

• Acompanhe a produção do texto;

• Encaminhe a reescrita textual: revisão dos argumentos/ das ideias , dos

elementos que

compõem o gênero ( por exemplo: se for uma narrativa de enigma, observar

se há o

narrador, quem são os personagens, tempo, espaço, se texto remete a um

mistério, etc.);

• Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade

temática, se atende à

finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;

• Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais,

estruturais e

normativos.

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ORALIDADE

É importante que o professor:

• Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos:

• Proponha reflexões sobre argumentos utilizados nas exposições orais dos

alunos;

• Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;

• Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da

oralidade em seu uso

formal e informal;

• Estimule contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos

recursos

extralinguísticos , como entonação , pausas, expressão facial e outros.

• Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como

cenas de

desenhos, programas infanto- juvenis, entrevistas, reportagem, entre outros.

AVALIAÇÃO

ESCRITA

Espera-se que o aluno:

• expresse suas ideias com clareza;

• elabore textos atendendo:

• às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...);

• à continuidade temática ;

• Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;

• Use recursos textuais como coesão e coerência , informatividade, etc.;

• Utilize adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função

do artigo,

pronome, substantivo, etc..

ORALIDADE

Espera-se que o aluno:

• Utilize o discurso de acordo com a situação de produção ( formal/ informal);

• Apresente suas ideias com clareza;

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• Expresse oralmente suas ideias de modo fluente e adequado ao gênero

proposto;

• Compreenda os argumentos no discurso do outro;

• Exponha objetivamente seus argumentos;

• Organize a sequência de sua fala;

• Respeite os turnos de fala;

• Analise os argumentos dos colegas de classe em suas apresentações e / ou

nos gêneros orais

trabalhados ; Participe ativamente dos diálogos , relatos discussões, etc..

Conteúdo estruturante: DIRCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

GÊNEROS DISCURSIVOS

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística

serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas

esferas sociais de circulação. Caberá ao professor fazer a seleção de gêneros,

nas diferentes esferas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a

Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho Docente, ou seja, em

conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade

adequado a cada uma

das séries.

LEITURA

• conteúdo temático

• interlocutor

• intencionalidade

• argumentos do texto

• contexto de produção

• intertextualidade

• vozes sociais presentes no texto

• discurso ideológico presente no texto

• elementos composicionais de gênero

• contexto de produção de obra literária

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• marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação,

• recursos gráficos, como: aspas , travessão, negrito, progressão

referencial

• partículas conectivas do texto

• relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto

• semântica

• operadores argumentativos

• modalizadores

• figuras de linguagem

ESCRITA

• conteúdo temático

• interlocutor

• finalidade do texto

• contexto de produção de obra literária

• marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos, como: aspas , travessão, negrito,

• progressão referencial

• partículas conectivas do texto

• relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto

• semântica

• operadores argumentativos

• modalizadores

6 -REFERÊNCIAS

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revista/33/04> 2004. Acesso em: 28-08-2007).

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DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES- BÁSICOS DE GEOGRAFIA

De acordo com as Diretrizes Curriculares Da Educação Básica do Estado

do Paraná são Conteúdos Estruturantes Da Disciplina de Geografia

-Dimensão econômica do espaço geográfico

-Dimensão política do espaço geográfico

-Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico

-Dimensão socioambiental do espaço geográfico

A organização pedagógica do CEEBJA não se apresenta seriada, mas sim

por carga horária a se cumprir 192 horas aula com referência a disciplina de

geografia, os conteúdos básicos se apresentam articulados com os conteúdos

estruturantes.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

Dimensão econômica do espaço

geográfico

Dimensão política do espaço

geográficos

Dimensão cultural e demográfica do

espaço geográfico

Dimensão socioambiental do espaço

geográfico

A formação,mobilidade das fronteiras e

a reconfiguração do território brasileiro.

A dinâmica da natureza e sua alteração

pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção

As diversas regionalizações do espaço

brasileiro.

As manifestações socioespaciais da

diversidade cultural.

A transformação demográfica, a

distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população.

Movimentos migratórios e suas

motivações.

O espaço rural e a modernização da

agricultura.

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A formação, o crescimento das

cidades, a dinâmica dos espaços

urbanos e a urbanização.

A distribuição espacial das atividades

produtivas, a (re) organização do

espaço geográfico.

A circulação de mão-de-obra, das

mercadorias e das informações.

As diversas regionalizações do espaço

geográfico.

A formação, mobilidade das fornteiras e

a reconfiguração dos territórios do

continente americano.

A nova ordem mundial, os territórios

supranacionais e o papel do Estado.

O comércio em suas implicações

socioespaciais

A circulação da mão-de-obra, do

capital, das mercadorias e das

informações.

As relações entre o campo e a cidade

na sociedade capitalista.

O espaço rural e a modernização da

agricultura.

A transformação demográfica , a

distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população.

Os movimentos migratórios e suas

motivações.

As manifestações sociespaciais da

diversidade cultural.

Page 313: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EDUCAÇÃO DE JOVENS … · 6.6.PLANO DE AÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS ... Entende-se que a elaboração coletiva de um Documento é de profunda referenciação

Formação, localização,exploração e

utilização dos recursos naturais.

As diversas regionalizações do espaço

geográfico.

A nova ordem mundial , os territórios

supranacionais e o papel do Estado.

A revolução tecnico-científico-

informacional e os novos arranjos no

espaço da produção.

O comércio mundial e as implicações

socioespaciais.

A formação mobilidade das fronteiras e

a reconfiguração dos territórios.

A transformação demográfica, a

distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população.

As manifestações socioespaciais da

diversidade cultural.

Os movimentos migratórios mundiais e

suas motivações.

A distribuição das atividades

produtivas, a transformação da

paisagem e a (re) organização do

espaço geográfico.

A dinâmica da natureza e sua alteração

pelo emprego de tecnologias da

exploração e produção.

O espaço em rede:

produção,transporte e comunicações na

atual configuração.

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ENSINO MÉDIO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

Dimensão econômica do espaço

geográfico

Dimensão política do espaço

geográfico

Dimensão cultural e demográfica do

espaço geográfico

Dimensão socioambiental do espaço

geográfico

A formação e transformação das

paisagens.

A dinâmica da natureza e sua

alteração pelo emprego de tecnologias

de exploração e produção.

A distribuição espacial das stividades

produtivas e a (re) organização do

espaço geográfico .

A formação, localização, exploração e

utilização dos recursos naturais.

A revolução técnico-científico-

informacional e os novos arranjos no

espaço da produção.

O espaço rural e a modernização da

agricultura.

O espaço em rede: produção,

transporte e comunicação na atual

configuração territorial.

A circulação de mão-de-obra, do capital

das mercadorias e das informações.

Formação,mobilidade das fronteiras e a

reconfiguração dos territórios.

As relações entre o campo e a cidade

na sociedade capitalista.

A formação, o crescimento das

cidades, a dinâmica dos espaços

urbanos e a urbanização recente.

A transformação demográfica, a

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distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população.

Os movimentos migratórios e suas

motivações.

As manifestações socioespaciais da

diversidade cultural.

O comércio e as implicações

socioespaciais.

As diversas regionalizações do espaço

geográfico.

As implicações socioespaciais do

processo de mundialização.

A nova ordem mundial , os territórios

supranacionais e o papel do Estado.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

O desenvolvimento pedagógico proposto com a finalidade de proporcionar

ao educando a compreensão do mundo em que vive,das relações entre

natureza,homem e trabalho; da sociedade como parte integrante participando

como agente de transformação, para p exercício da cidadania ,conduzindo a

reflexão, a leitura do mundo, as transformações sociais, políticas e econômicas,

tornando-se assim mais crítico na sociedade.

Nesta perspectiva é importante que a metodologia possibilite mecanismos

de análise e reflexão. Que o educando sinta-se transformador do espaço,por meio

de suas ações, conhecimento da realidade e suas consequências,podendo levar

esse conhecimento para a sociedade em que vive, evitando omissões as quais

podem trazer, com o decorrer do tempo, inevitáveis catástrofes ambientais.

Os conteúdos serão colocados de maneira que respeite o desenvolvimento

e acompanhamento dos educandos, pois na modalidade EJA, já trazem uma

bagagem cultural com experiências, que enriquecem as aulas,proporcionando

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acréscimo aos conteúdos que serão trabalhados de forma crítica e dinâmica,

interligados com o cotidiano e o espaço global. Os procedimentos didáticos

realizam-se em aulas expositivas, relatos dos educandos, leituras orientadas dos

cadernos textos, dinâmica em grupo, pesquisas, formação de textos pelos alunos

com base em pesquisas em jornais,revistas e livro textos,relatórios de

vídeos,conversações, visitas a espaços geográficos e outros interligados com o

meio ambiente para observação e análise,atividades com mapas,leitura

geográfica de ilustração de paisagens em quadros,fotos,imagens de filme

,interpretação de músicas relacionadas as transformações do espaço e

sociedade.

Neste enfoque, o educador deve encaminhar as ações do dia a dia

possibilitando a construção

de conceitos em que serão avaliados de forma diagnóstica valorizando o

conhecimento informal riquíssimo e com o qual o educando da EJA se sente

valorizado e motivado em poder contribuir no processo da aprendizagem

deixando muitas vezes de ser só educando para tornar-se um participante na

formação do conhecimento.

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os Desafios

Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,Violência

na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, Cidadania e Direitos

humanos),tais assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da

disciplina, assim como ações interdisciplinares, de forma organizada e

sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.

Também durante o ano letivo deverão ser contempladas as leis

11645/08(Cultura Afro e Indígena) e 10639/03 (Cultura Afro)

AVALIAÇÃO

Propõe-se de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica em

que o processo de avaliação do ensino aprendizagem, seja formativa, diagnóstica

e processual. Deverá englobar todas as instâncias que compõem a escola:

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currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando e o educador .

A avaliação deve considerar que os alunos da EJA têm diferentes rítmos de

aprendizagem, com isso deve ser bem diversificada,levando em consideração a

compreensão dos conceitos, a capacidade de análise de texto e de elaborar

relatório de pesquisa. Identificando dificuldades para possibilitar a intervenção

pedagógica sempre que necessária..

O processo de avaliação leva em consideração vários aspectos: mudança de

pensamento, atitude englobando os conceitos e experiências adquiridas, a

capacidade de análise, posicionamento crítico aos diferentes contextos sociais.

Tais aspectos são avaliados por técnicas e instrumentos em que possibilitem

várias formas de expressão dos alunos.

Para isso, destacam-se como os principais critérios de avaliação em

Geografia a formação de conceitos geográficos básicos e o entendimento das

relações socioespaciais para compreensão e intervenção na realidade. O

professor deve observar se os alunos formaram os conceitos geográficos e

assimilaram as relações Espaço Temporais e Sociedade ↔ Natureza para

compreender o espaço nas diversas escalas geográficas.

Alguns dos instrumentos utilizados para a avaliação ; interpretação e

produção de textos, leitura geográfica de fotos,imagens,gráficos,tabelas e mapas;

pesquisas,relatórios de filmes, relatos de experiências e observações, discussão

e apresentação em grupos.

O processo pedagógico é parte integrante da avaliação, deve tanto

acompanhar a aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor.

Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante

elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação

pedagógica como um todo. Deve considerar os caminhos percorridos pelos

alunos, as tentativas de solucionar problemas que lhe são propostos e a partir do

diagnóstico de suas deficiências procurar ampliar sua visão e o seu saber .

A recuperação de estudos desenvolve um processo de busca da

compreensão,devendo ser participativo,de forma a permitir que o aluno expresse

suas inseguranças,oportunidade de se aprimorar e sanar suas dificuldades. O

professor deve diagnosticar as dificuldades e facilidades do aluno e compreender

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seu processo de aprendizagem. Deve acontecer a partir de uma lógica simples,

os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do

aluno,então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para

que ele aprenda. É justamente o esforço de retomar de volta ao conteúdo,de

modificar os encaminhamentos metodológicos para assegurar a possibilidade de

aprendizagem. A recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de

conteúdo.

A avaliação deverá atingir nota 6.0(seis) com o objetivo de atingir 100% no

mínimo quatro avaliações, subdivididas em provas escritas, individuais, em

grupo, trabalhos pesquisas, debates,etc

Aos alunos com necessidades especiais serão avaliados com referência as

suas possibilidades,procurando respeitar e atender ao máximo possível o grau de

dificuldade. A escola deve proporcionar uma adaptação curricular para que o

aluno possa superar suas dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

Os enunciados de atividades avaliativas devem ser claros e objetivos. Uma

resposta insatisfatória, em muitos casos, não revela, em princípio,que o estudante

não aprendeu o conteúdo, mas simplesmente que ele não entendeu o que lhe foi

perguntado. Nesta circunstância, o difícil não é desempenhar a tarefa solicitada,

mas sim compreender o que se pede.

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DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

De acordo com o antropólogo britânico Edward Burnett Tylor, cultura é “um

conjunto complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral o

direito, os costumes e outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem

enquanto membro da sociedade”. Nesta perspectiva, a religião apresenta-se,

como um dos vários aspectos culturais existentes em determinada sociedade.

Contudo, deve-se salientar que a religião não se trata apenas de um mero

aspecto cultural, seu significado para os diversos grupos sociais vai muito além.

Ela tem a capacidade explicar aquilo que a ciência considera como inexplicável,

da mesma forma que se apresenta como última alternativo, mesmo quando

aparentemente ela não mais exista. Embora tenha sido considerado um grande

crítico das crenças religiosas, o pensador Karl Marx definiu de maneira bastante

eficaz o termo religião, quando escreveu que “a religião é o coração de um mundo

sem coração” (Marx in Sociologia, 2006, p.91).

No entanto, é bastante marcante a instabilidade do ensino religioso como

disciplina no contexto histórico da educação brasileira. Sua fragilidade foi

promovida principalmente pelo fato de, em alguns momentos, servir como

mecanismo de firmação de ideologia religiosa predominante (Igreja Católica

Apostólica Romana), e em outros, pela falta de comprometimento por parte do

Estado em relação à sua consolidação.

Não somente o ensino religioso, mas a educação em sua totalidade surge

no Brasil com o objetivo expandir a visão eurocêntrica de mundo, e

principalmente, os ideais religiosos da Igreja Católica Apostólica Romana. Pois é

importante salientar que o encaminhamento de padres jesuítas (que além de

missionários foram os primeiros educadores) à Colômbia era mais uma das

estratégias adotadas após o Concílio de Trento, para combater o avanço das

religiões protestantes que surgiram na Europa Ocidental.

Após a independência do Brasil e elaboração da primeira constituição, em

1824, foi determinado que a religião Católica Apostólica Romana fosse a religião

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oficial do Império Romano. Portanto, pode-se concluir que desde o período

colonial até a Proclamação da República (em 1889), o ensino religioso

apresentava-se como uma espécie de catequese da igreja católica.

Com a proclamação da República teve inicio a preocupação em tirar da

igreja católica o monopólio do Ensino Religioso. O ensino passou a ser laico,

público, gratuito e obrigatório, tornando-se, a partir de 1934, uma disciplina de

matrícula facultativa. E ainda, possuía um caráter confessional de acordo com o

credo de cada família. Contudo, na prática, o Ensino Religioso continuava

apresentando-se como forma de catequese, a única mudança foi que abria

espaço para que alunos tivessem aulas de Ensino Religioso de acordo com a

ideologia de sua família.

A partir de meados da década de 1960, após uma grande quantidade de

debates, “o Ensino Religioso perdeu sua função catequética, pois com a

manifestação do pluralismo religioso na sociedade brasileira, o modelo curricular

centrado na doutrinação passou a ser intensamente questionado” (DCE, p 15,

2008).

Neste contexto, começou a se discutir a necessidade do conhecimento das

diversas crenças e não somente daquela à qual, por tradição da família,

determinado aluno considerava como “ideal”. Porém, o que parecia ser um

progresso do Ensino Religioso, na prática não se efetivou, pois o desinteresse do

Estado em investir nesta disciplina fez com que ela continuasse sendo ministrada

por professores leigos e voluntários, geralmente pertencentes às instituições

religiosas, que, por consequência, agiam de acordo com as concepções religiosas

de seus credos.

Em 1988 entra em vigor a nova Constituição Federal do Brasil, que pelo

fato do país estar saindo de um período extremamente opressivo, trazia a

promessa de uma sociedade que garantisse os direitos de liberdade, igualdade e

fraternidade. E no bojo destas discussões é levantada a questão do respeito à

diversidade cultural, que será base para a organização metodológica do Ensino

Religioso a partir deste momento.

A Constituição Federal de 1988 e a LDBEN de 1996, devem ser vistos

como marcos divisórios do Ensino religioso no Brasil, pois ao que parece,

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somente a partir destes documentos é que passou a se pensar de forma mais

séria, seja por parte do Estado ou dos profissionais de educação, sobre este

disciplina.

É certo que ao longo da década de 1990 o Ensino Religioso passou ainda

por inúmeras dificuldades, como por exemplo, a sua transformação em uma

disciplina exclusiva ao estudo de valores, e ainda, em algumas regiões (e entre

elas o Paraná), a não regulamentação pelo Congresso Estadual de Educação,

levou a disciplina a sua quase extinção no período entre 1995 a 2002.

Nos últimos anos (principalmente após 2002) o Ensino Religioso passa a

ser estruturado de maneira bastante sólida. No estado do Paraná o Conselho

Estadual de Educação aprovou a Deliberação 03/02, que regulamentou o Ensino

Religioso nas escolas públicas e elaborou a Instrução Conjunta n.001/02 do

DEF/SEED que estabeleceu as normas para a disciplina. E em 2006 foi aprovada

a Deliberação n. 01/06, que instituiu novas formas para o Ensino Religioso no

Sistema Estadual de Ensino do Paraná e iniciou-se a construção das Diretrizes

Curriculares de Ensino Religioso para a Educação Básica.

De modo geral, pode-se concluir que o Ensino Religioso, aplicado

atualmente nas escolas públicas do Paraná, visa proporcionar o conhecimento

acerca das diversas concepções religiosas construídas por grupos humanos ao

longo da história, e principalmente, formar cidadãos capazes de entender e

respeitar a diversidade.

Como resultado desse processo é a proposta de implementação de um

Ensino Religioso laico, tendo a definição de “Sagrado” como objeto de estudo,

diferente das Instituições Religiosas que tratam o “Sagrado” como objeto de fé.

2. CONTEÚDOS

Conteúdos Estruturantes

Paisagem Religiosa:

Uma paisagem religiosa define-se pela combinação de elementos culturais

e naturais que remetem a experiência com o Sagrado e a uma série de

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representações sobre o transcendente e o imanente, e pode ser constituído por

elementos naturais como; astros, montanhas, florestas, rios, grutas, etc.; ou por

elementos arquitetônicos como templos, cidades sagradas, monumentos, etc.;

que são essencialmente carregados de um valor sagrado.

Universo Simbólico Religioso:

É o conjunto de linguagem que expressa sentidos, comunica e exerce

papel relevante para a vida imaginativa e para a constituição das diferentes

religiões no mundo e cujas significações se sustentam em determinados símbolos

religiosos que tem como função resgatar e representar as experiências das

manifestações religiosas.

Para a linguagem do Sagrado os símbolos são a base da comunicação e

constituem o veículo que aproxima o mundo vivido, cotidianamente, do mundo

extraordinário dos deuses e deusas.

Texto Sagrado:

Os Textos Sagrados expressam idéias e são o meio de viabilizar a

diminuição e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e

manifestações religiosas, de diversas maneiras.

Os Textos Sagrados registram fotos relevantes da tradição e manifestação

religiosa, entre eles: as orações, a doutrina, a história das religiões.

Conteúdos Básicos

Organizações Religiosas:

As organizações religiosas estabelecem fundamentos, normas e funções a

fim de compor elementos mais ou menos determinados que unam os adeptos

religiosos e definem o sistema religioso. Nas organizações religiosas poderão ser

destacados os fundadores e/ou líderes religiosos e as estruturas hierárquicas das

diversas religiões.

Lugares Sagrados:

São simbolicamente onde o sagrado se manifesta, destacando-se:

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• Lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc.

• Lugares construídos: templos, cidades sagradas, cemitérios, etc...

São identificados como lugares sagrados para as diferentes tradições

religiosas em função de fatos considerados relevantes como morte,

nascimento, pregação, milagre, redenção ou iluminação de um líder religioso.

Textos Sagrados orais ou escritos:

São ensinamentos sagrados, transmitidos de forma oral ou escrita pelas

diferentes culturas religiosas, como em contos, narrativas, poemas, orações,

pinturas rupestres, tatuagens, história da origem de cada povo contada pelos

mais velhos, escritas cuneiformes, hieróglifos egípcios, etc...

Símbolos Religiosos:

São definidos como qualquer coisa que veicule uma concepção, pode ser

uma palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de arte, uma

anotação matemática, cores, textos e outros que podem ser trabalhados conforme

os seguintes aspectos:

• dos ritos

• dos mitos

• do cotidiano

Temporalidade Sagrada:

O tempo profano está ligado essencialmente, à existência humana. Inicia-

se com o nascimento do homem e tem seu fim com a morte. O tempo do divino

está além da vida simplesmente animal do homem e, por isso, se caracteriza

geralmente pela idéia de eternidade.

A idéia de tempo sagrado é justamente o que fundamente a perspectiva de

vida após a morte que marca, essencialmente, as religiões.

Festas Religiosas:

São os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos com o

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objetivo da reatualização de um acontecimento primordial: confraternização,

rememoração dos símbolos, períodos ou datas importantes. Podem ser: festas

familiares, peregrinações, festas nos templos, datas comemorativas.

Ritos:

São celebrações das tradições e manifestações que possibilitam um

encontro interpessoal. Servem à memória e à preservação da identidade de

diferentes tradições e manifestações religiosas, e podem remeter às

possibilidades futuras decorrentes de transformações contemporâneas.

Destacam-se: os ritos de passagem, os mortuários, os propiciatórios, entre outros.

Vida e morte:

As religiões procuram dar explicações aos seus adeptos para a vida além

da morte, o sentido da vida nas tradições e manifestações religiosas; a

reencarnação; a ressurreição. Apresentação da forma como cada

cultura/organização religiosa encara a questão da morte e a maneira como lidam

com o culto aos mortos, finados e dias especiais para tal relação.

3. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Ao propor o encaminhamento metodológico para o ensino religioso, tem-se

o cuidado em buscar estratégias que possibilitem atingir de forma satisfatória o

objetivo central de nosso trabalho, que consiste na análise acerca das relações

humanas com o sagrado, buscando o entendimento das crenças religiosas.

A partir do momento em que se abre a possibilidade para o estudo da

diversidade religiosa, automaticamente, é ampliado o universo de formas,

técnicas, métodos e materiais disponíveis. Pois além de tornar-se extremamente

amplo o conteúdo a ser trabalhado, verifica-se que a própria sala de aula

apresenta-se como um rico objeto de estudo. Neste ambiente teremos, na prática,

o exemplo de diferentes concepções religiosas e a maneira como a diversidade

se manifesta no meio social.

É, portanto, necessário que os alunos não sejam meros receptores, mas

que tenham a oportunidade de expressar suas experiências cotidianas

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(principalmente religiosas), e assim, aliando o empírico ao científico, seja possível

transformar o espaço escolar em um ambiente para construção do conhecimento.

No entanto, para isso, é necessário que haja o comprometimento do professor,

principalmente no que se refere o desenvolvimento de metodologias de trabalho

que promovam aulas diversificadas. A sala de aula não deve deixar de ser um

local para o professor repassar o seu conhecimento. Contudo, é também

necessário que seja “palco” de debates, trabalhos em grupo e reflexões.

Entre os materiais disponíveis e necessários às aulas de Ensino Religioso

destacamos os recursos audiovisuais. Seja a partir da exibição de filmes, ou

ainda, em aulas preparadas para a TV multimídia, a utilização deste recurso torna

as aulas mais atrativas, e consequentemente mais satisfatório, no que se refere à

construção do conhecimento.

No entanto, não se deve desconsiderar a importância de materiais

didáticos mais tradicionais como rádio, textos, quadro, giz, cartazes. Pois embora

estejamos vivenciando uma revolução nas novas tecnologias de informação,

devemos ter consciência de que a grande maioria da população está muito longe

de ter estes recursos à sua disposição, e ainda que tenhamos o privilégio de já

poder contar com considerável tecnologia nas escolas públicas, sabemos que o

quadro e giz serão ainda úteis por muito tempo.

Seguindo a proposta das Diretrizes Curriculares, os conteúdos específicos

deverão ser trabalhados de forma que tenham sempre como referência os

conteúdos estruturantes, que compõem conhecimentos mais abrangentes. Deve-

se ainda estar atento à possibilidade de haver uma correlação entre Ensino

Religioso e outra disciplinas, pois a interdisciplinaridade, ao ser promovida de

forma planejada, torna-se um eficiente recurso pedagógico.

É importante alertar ainda que, se por um lado o Ensino Religioso vem

ampliando as possibilidades de trabalho, por outro, o fato de romper com a idéia

de superioridade e inferioridade em favor da concepção de diversidade, faz com

que se tenha uma maior exigência para com os educadores. Estes passam a ter a

difícil tarefa d demonstrar o máximo de neutralidade possível em questões

religiosas. Caso isso não ocorra, estarão sujeitos a colocar em risco a própria

disciplina.

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O Ensino Religioso, pela especificidade de seus Conteúdos Estruturantes e

Conteúdos Básicos é oportunidade pedagógica privilegiada para se trabalhar com

os educandos os temas de Desafios educacionais Contemporâneos,

especialmente a inclusão, as relações étnico-raciais, os direitos humanos e o uso

indevido das drogas. Isto se dá porque ao se trabalhar o universo simbólico

religioso, os textos sagrados e a vida e a morte, concomitantemente está se

trabalhando valores fundamentais como ética, respeito humano, valorização da

vida, solidariedade humana e pluralidade cultural.

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os

Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Enfrentamento a assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da

disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma organizada e

sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.

Também durante o ano letivo deverão sem contempladas as leis

11645/08 (Cultura Afro e Indígena) e 10639/03 (Cultura Afro).

4. AVALIAÇÃO

O processo avaliativo no Ensino Religioso é bastante particular se

comparado com outras disciplinas, pois a avaliação e os seus resultados, não são

critérios para aprovação ou reprovação. O Ensino Religioso apresenta-se como

uma disciplina optativa, sem registros de notas na documentação escolar.

Contudo, o fato de não haver conceitos e reprovação em Ensino

Religioso, não significa que o processo de aprendizagem do aluno não deva ser

avaliado. Pois é necessário que a avaliação seja estendida como parte integrante

do processo de aprendizagem, e não como uma forma de seleção, como foi vista

ao longo da história. Nesta perspectiva, a avaliação será contínua, onde cada

professor elaborará instrumentos específicos, que o possibilite acompanhar a

apropriação de conhecimento de cada aluno, e a maneira como este saber esta

colaborando para a sua formação pessoal.

Seja a partir de instrumentos pré-elaborados (como trabalhos, debates),

ou da própria observação sobre o aluno em sala de aula, o fundamental é que o

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processo avaliativo seja efetivado com a visão de que: “o importante não ‘é fazer

como se’ cada um houvesse aprendido, mas permitir a cada um aprender.”

(PERRENOUD, 1999, p. 165).

Segundo as diretrizes, serão estabelecidos critérios que busquem

identificar a apropriação dos conteúdos específicos fundamentados no

pressuposto do respeito à diversidade cultural e religioso, como:

- o aluno expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que tem

opções religiosas diferentes da sua?

- o aluno aceitas as diferenças de credo ou de expressão de fé?

- o aluno reconhece que o fenômeno religioso é um dado de cultura e identidade

de cada grupo social?

- o aluno emprega conceitos adequados para referir-se as diferentes

manifestações do Sagrado?

A partir dos resultados obtidos na avaliação haverá intervenções no

processo pedagógico a fim de retomar e/ou preencher as lacunas identificadas e

aprofundar os conhecimentos baseados nos conteúdos a serem trabalhados.

A recuperação paralela acontecerá durante o processo de ensino

aprendizagem, durante a carga horária da disciplina.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

5. BIBLIOGRAFIA

ASSINTEC – Ensino Religioso: Caderno Pedagógico – A Natureza- Nossa Mãe e

Nossa Irmã, eixo temático nº 2. 290 p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação.

Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso no Ensino Fundamental, 2008.

MANUAL DA URI. Diversidade Religiosa e Direitos Humanos. 2005. 36 p.

MINISTÉRIO DO BEM ESTAR SOCIAL. Estatuto da Criança e do Adolescente.

1993, Brasil, 116 p.

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PERRENOUD, Phillipe. Avaliação: Da excelência à regulação das aprendizagens:

entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.

SOCIOLOGIA/ Vários autores. Curitiba: SEED – PR, 2006, 280 p.

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DISCIPLINA DE ESPANHOL

1. Apresentação da Disciplina

Ao propormos o ensino de qualquer língua, neste caso específico da

Língua Espanhola, precisamos refletir sobre a linguagem, articulando as relações

que estabelecemos com o mundo e a visão que construímos sobre ele, porque

tudo o que nós fizermos em sala de aula deve ter um objetivo próprio, e devemos

fazer o melhor de nós professores para que este objetivo seja alcançado, uma vez

que aprender uma nova língua na escola é uma experiência educacional que se

realiza para e pelo aluno como reflexo de valores específicos do grupo social ou

étnico que mantém essa escola.

Considerando que a Língua Espanhola é uma das mais faladas no

mundo, e, que a procura por esse idioma adquiriu um âmbito muito maior, tornou-

se fundamental que essa língua fosse inserida no currículo escolar, para

possibilitar a toda comunidade seu acesso. O ensino da língua espanhola é

recente, iniciou-se a partir dos anos 90, impulsionadas por um ideal de

redemocratização do país (devido à abertura política) e pela criação do

MERCOSUL, as escolas voltaram a ofertar o ensino da língua espanhola em seus

currículos, porém sem suplantá-la.

A LDB prevê uma Língua Estrangeira Moderna (LEM) como disciplina

obrigatória e uma segunda, como optativa (Art. 36, inc. III). Assim, o objetivo do

ensino da Língua Estrangeira (LE) é permitir ao educando conhecê-la e usá-la

como instrumento de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais.

Precisa-se pensar o ensino e a aprendizagem das Línguas Estrangeiras

Modernas em termos de competências abrangentes e não estáticas, uma vez que

uma língua é o veículo de comunicação de um povo por excelência e é através de

sua forma de expressar-se que esse povo transmite sua cultura, suas tradições,

seus conhecimentos.

A visão de mundo de cada povo altera-se em função de vários fatores e,

consequentemente, a língua também sofre alterações para poder expressar as

novas formas de encarar a realidade. Daí ser de fundamental importância

conceber-se o ensino de um idioma estrangeiro objetivando a comunicação real,

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pois, dessa forma, os diferentes elementos que a compõem estarão presentes,

dando amplitude e sentido a essa aprendizagem.

Se entendermos que nossos alunos têm a necessidade de se introduzir

na sociedade, então o professor é que deve oferecer isso a eles, deverá ser

aquele que possibilite essa integração. Diante disso, a metodologia a ser aplicada

deve ser aquela que satisfaça as necessidades dos educandos, trabalhando

neste contexto a realidade apresentada pelos mesmos, valorizando as relações

estabelecidas entre eles e acreditando que cada um deles têm condições de

aprender.

Propõe-se que a aula de LE constitua um espaço para que o aluno

reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se

engaje discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados

em relação ao mundo que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os

significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de

transformação na prática social.

Uma vez que os alunos deste estabelecimento irão ao mercado de

trabalho se faz necessário o aprendizado do espanhol. Também porque temos

como países vizinhos o Paraguai, Argentina, Uruguai e várias empresas

instaladas na cidade e cidades vizinhas cujos proprietários são argentinos e

espanhóis, motivo pelo qual é de suma importância o conhecimento desta língua

para esses alunos, bem como parte da comunidade escolar.

2. CONTEÚDOS

Conteúdos Estruturantes

Na disciplina de Língua Estrangeira Moderna, o Conteúdo Estruturante é

o Discurso como prática social. Eles se constituem através da história, são

legitimados socialmente e, por isso, são provisórios e processuais. Eles estão

relacionados com o momento histórico-social. Quando o discurso toma a língua

como interação verbal, como espaço de produção de sentidos, ele é chamado de

discurso como prática social, isto é, nele a língua é tratada de forma dinâmica, por

meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o

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discurso.

Ao contrário de uma concepção de linguagem que centraliza o ensino na

gramática tradicional, o discurso tem como foco o trabalho com os enunciados

(orais e escritos). O uso da língua efetua-se em forma de enunciados, uma vez

que o discurso só existe na forma de enunciados.

Com isso, nas aulas de espanhol será oportunizado ao aluno a percepção

da interdiscursividade, as condições de produção dos diferentes discursos, das

vozes que permeiam as relações sociais e de poder. Os níveis de organização

linguística – fonético-fonológico, léxico-semântico e de sintaxe – sirvam ao uso da

linguagem na compreensão e na produção verbal e não verbal.

Conteúdos Básicos

Os conteúdos básicos que irão ser trabalhados pertencem às práticas da

oralidade, leitura e escrita e análise linguística. Tais conteúdos devem ser

abordados a partir de um gênero, conforme as esferas sociais de circulação:

cotidiana, científica, escolar, imprensa, política, literária/artística, produção e

consumo, publicitária, midiática, jurídica.

Caberá ao professor selecionar um texto significativo pertencente a um

gênero, que deve ser compreendido em sua esfera de circulação. Importa menos

a quantidade de gêneros trabalhados e mais a qualidade do trabalho pedagógico

com aqueles selecionados pelo professor.

Os gêneros serão retomados em diferentes séries respeitando-se o

princípio complexidade crescente. Vale ressaltar que os gêneros indicados não se

esgotam nesses tópicos.

A abordagem teórico-metodológica e a avaliação estão inseridas na

sequencia para compreensão da proposta dos conteúdos básicos de Língua

Estrangeira Moderna.

LEITURA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

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• Finalidade do texto;

• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Situacionalidade;

• Intertextualidade;

• Temporalidade;

• Referência textual;

• Partículas conectivas do texto;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

• Palavras e/ou expressões que detonam ironia e humor no texto;

• Polissemia;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras

de linguagem;

• Léxico.

ESCRITA

• Tema do texto;

• Interlocutor;

• Finalidade do texto;

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• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Situacionalidade;

• Intertextualidade;

• Temporalidade;

• Referência textual;

• Partículas conectivas do texto;

• Discurso direto e indireto;

• Elementos composicionais do gênero;

• Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

• Palavras e/ou expressões que detonam ironia e humor no texto;

• Polissemia;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras

de linguagem;

• Acentuação gráfica;

• Ortografia;

• Concordância verbal/nominal.

ORALIDADE

• Conteúdo temático;

• Finalidade;

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• Aceitabilidade do texto;

• Informatividade;

• Papel do locutor e interlocutor;

• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões faciais, corporal e gestual,

pausas...

• Adequação do discurso ao gênero;

• Turnos de fala;

• Variações linguísticas;

• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica;

• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);

• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral ou escrito.

Os alunos poderão pesquisar seus trabalhos em livros, revistas, jornais e

outros meios que possam encontrar para que possam realizar suas pesquisas.

Esses temas serão trabalhados basicamente de uma só forma, ou seja, a

conscientização, esta começando a ser levada primeiramente à sala de aula para

ser trabalhada com os alunos, através de textos e outras formas de exposição do

tema, e com isso se espera que seja transmitida adiante, através dos alunos para

sua família, amigos, comunidade e assim por diante.

3. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

O ato de ensinar não se dá através de situações prontas, fechadas,

definitivas, mas sim como processo de reflexão contínua sobre as inúmeras

possibilidades de aprender. Os conteúdos serão desenvolvidos sempre de forma

contextualizada, tendo como referencial para a ação pedagógica a realidade

social do aluno, e a intencionalidade do trabalho está em sintonia com as

exigências que o mundo do trabalho faz àqueles que nele desejam ingressar. Os

alunos trabalharão os conteúdos dados de forma individual e em grupo na

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resolução de problemas.

O ensino da língua estrangeira se iniciará com um vocabulário básico,

que faça parte do seu eu e do mundo a sua volta. É preciso criar intimidade com a

língua para depois chegar a objetivos mais específicos como a gramática por

exemplo.

As aulas de língua espanhola constituirão um espaço para que o aluno

reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, de modo que se

engaje discursivamente e perceba possibilidades de construção de significados

em relação ao mundo que vive. Espera-se que o aluno compreenda que os

significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de

transformação na prática social.

Trabalhar com textos de diversos tipos, como música, propagandas,

rótulos, poemas e informes diversos, é parte importantíssima no processo de

ensino-aprendizagem da língua estrangeira. Através de textos pode-se estudar,

de uma maneira integrada, estruturas gramáticas, vocabulário, compreensão,

leitura e produção de texto. Por isso, se trabalhará em sala de aula uma variação

de textos, desde os mais simples, ou seja, aqueles que o aluno tem um

conhecimento prévio do assunto, até aqueles mais complexos.

No que se refere a texto e baseados nas Diretrizes Curriculares, a ênfase

do ensino recai sobre a necessidade de os sujeitos interagirem ativamente pelo

discurso, sendo capazes de comunicar-se de diferentes formas, materializadas

em diferentes tipos de texto, considerando a imensa quantidade de informações

que circulam na sociedade. Isso significa participar dos processos sociais de

construção de linguagem e de seus sentidos legitimados, e desenvolver uma

criticidade, de modo a atribuir o próprio sentido aos textos.

O discurso entendido como prática social, que se realiza total ou

parcialmente por intermédio de textos. O texto é uma entidade concreta, realizada

materialmente e corporificada em um determinado gênero. O que ele produz, ao

se manifestar em alguma instância discursiva, é o discurso. Assim, o discurso se

realiza nos e pelos textos. Nessa visão, o discurso envolve o texto propriamente

dito e os seus aspectos externos, as condições de produção, ou seja, o contexto

sócio-histórico-ideológico no qual foi produzido.

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Em sala de aula será trabalhado os mais variados textos de diferentes

gêneros, que levará ao aluno o interesse à pesquisa e à discussão. Será

oportunizado ao aluno a escolha das temáticas dos textos, uma vez que um dos

objetivos é possibilitar formas de participação que permitam o estabelecimento de

relações entre ações individuais e coletivas. Por meio dessa experiência, os

alunos poderão compreender a vinculação entre auto interesse e interesses do

grupo. Além disso, esta iniciativa poderá levar a escolhas de conteúdos mais

significativos, porque resultam da participação de todos, e é este o principal

objetivo do ensino-aprendizagem de línguas.

Com isso, nas aulas de língua espanhola será abordado vários tipos de

textos, em atividades diversificadas, tais como:

• comparação das unidades temáticas, linguísticas e composicionais de um

texto com outros textos;

• interpretação da estrutura de um texto a partir das reflexões da sala de aula;

• leitura e análise de textos de países que falam o mesmo idioma estudado na

escola e dos aspectos culturais que ambos veiculam;

• leitura e análise de textos publicados nacional e internacionalmente sobre um

mesmo tema e das abordagens de tais publicações;

• comparação das estruturas fonéticas, bem como das formações sintáticas e

morfológicas da LE estudada com a da LM.

O texto como unidade de linguagem em uso, ou seja, de comunicação

verbal - escrita, oral ou visual - será o ponto de partida da aula de LE. Esse texto

trará uma problematização em relação a um tema. A busca por sua solução

deverá despertar o interesse dos alunos para que desenvolvam uma prática

analítica e crítica, ampliem seus conhecimentos linguísticos e percebam as

implicações sociais, históricas e ideológicas presentes num discurso.

Paralelo ao estudo das habilidades acima citadas deverá ser feito um

trabalho de conversação em sala de aula, para que os alunos possam conhecer a

modalidade oral através da simulação de situações reais e proporcionar-lhes uma

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total integração com a nova língua e mostrar seu uso no dia-a-dia, fato que os

estimulará no processo de assimilação da nova língua, levando-se em conta as

limitações de cada aluno e, explorando ao máximo seu potencial.

Segundo as DCEs, a escola deve desenvolver um trabalho com os

Desafios Educacionais Contemporâneos (Educação Ambiental, Educação Fiscal,

Enfrentamento a assuntos serão desenvolvidos concomitantes aos conteúdos da

disciplina, assim como em ações interdisciplinares, de forma organizada e

sistematizada, embasadas no conhecimento científico acumulado historicamente.

No decorrer do ano letivo serão trabalhados os temas contemporâneos

contemplando assim a Lei 11645/08. A História e Cultura Afro-brasileira, e

Africana e Indígena. Esses temas serão abordados através de textos trazidos aos

alunos, pesquisas que eles irão efetuar e discussão e sala de aula.

4. AVALIAÇÃO

A avaliação em língua estrangeira tem como objetivo verificar o

crescimento do educando e deve ser entendida como um dos aspectos do ensino,

através do qual, o professor interpreta os resultados do ensino/aprendizagem, ou

seja, de seu próprio trabalho. Sua finalidade é acompanhar, diagnosticar, reavaliar

e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, seus resultados,

atribuindo-lhes valor.

O diagnóstico permeará o trabalho fazendo com que haja reflexão e

crítica sobre o processo de ensino/aprendizagem não só no desenvolvimento dos

educandos, mas, principalmente para verificar o desenvolvimento global da ação

pedagógica.

Faz-se necessário termos uma ou mais avaliação por bimestre não

somente para vermos o desempenho do aluno, mas principalmente para poder

perceber em qual assunto os alunos tiveram mais dificuldade para que o

professor possa retomar o conteúdo de outra forma para que possa sanar as

dúvidas que os alunos possam ter, uma vez que a avaliação é parte integrante do

processo de aprendizagem e contribui para a construção de saberes.

De acordo com a Proposta Pedagógica Curricular, as avaliações serão

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diagnósticas, somativa, onde o aluno deverá obter a média 6,0, frequência

mínima de 75% no coletivo e 100% de frequência no individual. Nas avaliações se

preponderá os aspectos qualitativos da aprendizagem sobre os quantitativos, uma

vez que se dará maior importância crítica, a capacidade de síntese e a elaboração

pessoal e social, sobre a memorização, isto quer dizer que a avaliação do

desempenho do aluno e de seu rendimento escolar será contínua, cumulativa e

permanente.

Aos alunos portadores de necessidades educativas especiais, será feita

avaliação diferenciada como, por exemplo: menor número de exercícios na

avaliação, uso de letra maior aos alunos com dificuldade visual, e outras de

acordo com a necessidade que o aluno possa apresentar.

Como instrumentos, técnicas e metodologias de avaliação serão

utilizados instrumentos variados, ou seja, será trabalhado com os alunos testes ou

provas de aproveitamento, questionamentos orais e escritos,elaboração de

relatórios, exposição oral, trabalhos de criação, observação que poderão ser

espontâneos ou dirigidos, experimentação prática entre outros.

Porém, às vezes, não é possível ter um diagnóstico real de quanto o

aluno aprendeu somente nas avaliações. O desempenho do aluno durante o

processo de aprendizagem também deve ser levado em conta. Portanto serão

criadas outras situações avaliativas, como: atividades de pesquisa; trabalhos

individuais ou em grupo; produção, síntese e análise de textos, jornais e revistas;

exercícios e outras formas mais que se fizerem presentes e necessárias.

A individualidade do aluno e o seu domínio dos conteúdos necessários

deverão ser assegurados nas decisões sobre o processo de avaliação será

respeitada, bem como a sua participação nas atividades realizadas em sala de

aula.

A recuperação será paralela durante o processo de ensino-aprendizagem e

entendida como um dos aspectos do seu desenvolvimento contínuo no qual o

aluno, com aproveitamento insuficiente, ou que não tenha assimilado algum

conteúdo e que disponha de condições próprias que lhe possibilitem a apreensão

de conteúdos básicos necessários. A recuperação paralela se constituirá de um

conjunto integrado ao processo de ensino além de se adequar às dificuldades do

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aluno. Essa recuperação poderá ser feita através de trabalhos, pesquisas, textos

e outras formas para que o aluno possa rever o conteúdo (ou conteúdos) que não

aprendeu e assim recuperá-los, bem como revisá-lo de uma maneira diferenciada.

A recuperação de estudos será paralela aos conteúdos no período da

carga horária da disciplina, constituindo-se num conjunto integrado ao processo

de ensino/aprendizagem. Nela se desenvolverão estudos paralelos de

recuperação propondo aos alunos desafios e atividades diferenciadas

complementares, articuladas aos conteúdos trabalhados anteriormente. Será feita

com atividades ajustadas às necessidades dos alunos.

Aos alunos com necessidades educacionais especiais a escola deve

proporcionar uma adaptação curricular, para que o aluno possa superar suas

dificuldades de aprendizagem e avançar nos estudos.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA PARA

EDUCAÇÃO BÁSICA. Governo do Estado do Paraná. Secretaria de Estado da

Educação. Superintendência da Educação. Curitiba, 2006.

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DISCIPLINA DE FILOSOFIA

CONCEPÇÃO DO ENSINO DE FILOSOFIA

Esta Proposta Pedagógica Curricular para o Ensino de Filosofia na

Educação de Jovens e Adultos foi elaborada tendo como referência as Diretrizes

Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná e as

especificidades desta modalidade de ensino que considera os educandos sujeitos

de um processo histórico em que a experiência vivida fora do processos de

educação institucionalizada constitui forte elemento formativo.

As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino

de Filosofia, é comum retomar a clássica questão a respeito da cisão entre

Filosofia e filosofar. Ensina-se Filosofia ou a filosofar? Muitos citam Kant, para

lembrar que não é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele

não é possível separar a Filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da

razão filosofante diante da própria filosofia. Do mesmo modo Hegel, não é

possível conhecer o conteúdo da Filosofia sem filosofar. A Filosofia constitui seu

conteúdo na medida em que reflete sobre ele. A prática da Filosofia leva consigo

o seu produto não é possível fazer filosofias sem filosofar, nem filosofar sem

filosofia, porque a Filosofia não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas

investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos (GALLO &

KOHAN, 2000, p.184).

Não é possível filosofar sem Filosofia e estudar Filosofia sem filosofar.

Deste modo, entende-se que as aulas de Filosofia, na EJA, são espaços de

estudo da Filosofia e do filosofar. A Filosofia apresenta-se como conteúdo

filosófico e também como um conhecimento que possibilita ao educando da EJA o

desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento.

As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paraná

propõe que este ensino seja um espaço para criação de conceitos, unindo a

Filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que dão vida a aula.

Seguindo essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA tome

esse ensino como criação e ressignificação de conceitos.

Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de

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criação de conceitos, Deleuze & Guattari (1992) têm uma significativa

contribuição. Mas o conceito é dado é criado, está por criar; não é formado, ele

próprio se põe em si mesmo, autoposição (DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20).

Portanto, a Filosofia na EJA, em sua dimensão pedagógica, significa o

espaço de experiência filosófica, o espaço de criação e provocação do

pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação da investigação

e da criação de conceitos.

Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas

com significados histórico e social para os educandos, e serão estudados e

analisados com auxilio de fragmentos de textos filosóficos, que devem fornecer

subsídios para que o educando possa pensar o problema, pesquisar, fazer

relações, ressignificar e criar conceitos.

Por isso é importante não fazer apenas uma leitura histórica dos textos

filosóficos, o que seria uma atualização de formas antigas que colocaria em risco

a atividade filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da Filosofia não significa

trabalhar numa perspectiva em que esses conteúdos passem a ser a única

preocupação da aula de Filosofia. Eles são importantes na medida em que

atualizam o problema filosófico a ser tratado com os educandos.

O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar, para o educando da

EJA, a experiência do “específico” da atividade filosófica. Este exercício poderá se

manifestar em cada aula refazendo o percurso filosófico. O educador organiza a

aula propondo problematizações, leituras filosóficas e análises de textos; organiza

debates, propõe pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos.

O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza

na relação com o educando com os problemas suscitados, com a busca de

soluções nos textos filosóficos por meio do diálogo investigativo.

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Para que o cumprimento dessas metas educacionais possam ser

atingidos, ter-se-á traçados os seguintes objetivos:

m)Conhecer a origem e os conceitos filosóficos, explicando o significado

da Filosofia e como filosofar no contexto atual;

n) Conscientizar os educandos da importância de valorizar e apreender a

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diversidade cultural como enriquecimento pessoal;

o) Adquirir senso crítico filosófico perante os desafios históricos e atuais;

p) Entender o papel da Filosofia no processo de conhecimento,

identificando seus elementos básicos e fundamentais;

q) Compreender os diversos tipos de conhecimento, seu alcance, sua

grandeza, bem como suas distorções;

r) Verificar a importância do homem do campo para todos nós;

s) Compreender a necessidade dos valores morais e éticos no processo

histórico e em nossa vida;

t) Analisar as diferenças individuais e aprender a respeitá-las, em todas as

circunstâncias;

u) Conhecer a importância da verdade, da liberdade e da responsabilidade

nas relações humanas no âmbito pessoal e social;

v) Estudar a riqueza da cultura afro-brasileira e verificar os resquícios em

nossa própria cultura;

w) Entender a importância da convivência entre os seres humanos para

que haja consciência de si, de seus iguais e do todo social.

x) Articular a teoria filosófica com problemas científicos, éticos, políticos,

sócio-culturais e vivência do homem moderno;

y) Provocar o despertar do pensar, ou seja, ensinar a exercer uma critica

radical (isto é, que chega às raízes), e ensinar a pensar do ponto de vista da

totalidade.

Isso tudo considerando que a Filosofia não busca fins práticos, conteúdos

acabados e sim, ocupa-se de questionamentos cujas respostas estão longe de se

obter através da ciência.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Na EJA, o trabalho pedagógico com os conteúdos específicos da Filosofia

constitui-se em quatro momentos: a sensibilização; a problematização; a

investigação; e a criação de conceitos.

Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de

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um filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da

audição de uma música; ou tantas outras possibilidades (atividades geralmente

conduzidas, pelo educador, com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis

relações entre o cotidiano do educando e o conteúdo filosófico a ser

desenvolvido) damos o nome a essa etapa de sensibilização.

Após a sensibilização, inicia-se o trabalho propriamente filosófico – a

problematização, a investigação e a criação de conceitos. Não significa dizer que

a sensibilização não possa ocorrer diretamente a partir do conteúdo

problematizado.

A problematização seria o segundo momento, quando o educador e

educando levantam questões, identificam problemas e problematizam o conteúdo.

Ë importante ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a

música, ou o texto, filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento

no trabalho em sala.

Problematizando, o educador convida o educando da EJA a investigar o

problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo

investigativo a partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a

experiência filosófica em sala de aula. Recorrendo à história da Filosofia e aos

clássicos, o educando defronta-se com as diferentes maneiras de enfrentar o

problema e com as possíveis soluções que já foram elaboradas, que não

obstante, podem não resolver o problema, mas orientar a discussão.

A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga

com a vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se

preocupe também com uma análise atual, fazendo uma abordagem

contemporânea que remeta o educando a sua própria realidade. Desta forma,

partindo de problemas atuais, estudados a partir da história da filosofia, do estudo

dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras ciências, e de sua

abordagem contemporânea, o educando da EJA pode formular seus conceitos e

construir seu discurso filosófico. Portanto, o texto filosófico que ajudou os filósofos

do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em questão deve

ser trazido para o presente. O contemporâneo, no sentido de fazer entender o que

ocorre hoje e como o educando pode, a partir da história da filosofia, entender os

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problemas da nossa sociedade.

Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está

implícito nas ideias e de com elas se tornam conhecimentos e por vezes

ideologias, criando assim a possibilidade de argumentar filosoficamente, por meio

de raciocínios lógicos um pensar coerente e crítico.

É imprescindível que a aula de Filosofia seja permeada por atividades

individuais e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um

caráter dinâmico e investigativo ao ato de filosofar.

RECURSOS DIDÁTICOS E TECNOLÓGICOS

• Análise conceitual através de textos diversos e do livro didático público;

• Apresentação de slides, filmes, vídeos, documentários e músicas

utilizando a TV multimídia;

• Utilização de textos clássicos para ter um contato direto com as ideias do

autor;

• Debates, produções de textos, seminários, teatro, além de aulas

expositivas;

• Socialização das pesquisas através de exposições e debates com a

turma;

• Análise de conceitos a partir da leitura e discussão dos trechos dos

textos filosóficos onde eles ocorreram;

• Apresentação de slides utilizando a TV Multimídia – após a produção dos

textos dos alunos (já considerando como avaliação) – entrar com a discussão dos

conteúdos específicos (uso do Livro Didático);

• Formar pares ou grupos para realização de atividades em cada abertura

de tema, procurando ao longo das aulas, realizar as atividades propostas pelo

Livro Didático Público;

• Primeiro problematizar, questionar o aluno sobre o que ele já sabe sobre

o assunto. Depois, num segundo momento investigar o pensamento/conceito dos

autores sobre o tema a ser abordado a partir da leitura do texto do Livro Didático

Público ou de textos clássicos;

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• A turma se organizará em grupos e fará uma pesquisa com os

professores da escola, investigando, por meio de entrevistas, quais os

conhecimentos científicos que sustentam as disciplinas escolares. Em plenário,

na sala de aula, apresentam os resultados.

• Jogos educacionais no laboratório de informatica;

• Projetos elaborados em data show na sala de aula;

• Elaboração de slides e vídeos com os alunos em sala de aula ou em

aulas paralelas.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

As Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado

do Paraná propõe seis conteúdos estruturantes, com possibilidades para a

organização do ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis

no curso ou na matriz curricular.

Esses conteúdos são conhecimentos de maior amplitude e relevância que,

desmembrados em um plano de Ensino, deverão garantir conteúdos significativos

ao educando da EJA. Estes conteúdos são: Mito e Filosofia; Teoria do

Conhecimento; Ética; Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência.

1. MITO E FILOSOFIA

O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa

cria explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a

racionalidade, ou seja, a base mitológica enquanto pensamento por figuras; e a

base racional, enquanto pensamento por conceitos são constituintes do processo

de formação do conhecimento filosófico. Esse fato não pode deixar de ser

considerado, pois é a partir dele que o homem desenvolve suas ideias, cria

sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Entender a conquista da

autonomia da racionalidade (LOGOS) diante do mito, marca o advento de uma

etapa fundamental na história do pensamento e do desenvolvimento de todas as

concepções científicas produzidas ao longo da história humana. Autores

sugeridos: Jean-Pierre Vernant, Mircea Elíade, Moses Finley, Vidal Naquet.

1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

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1.1.1 O nascimento da Filosofia;

1.1.2 A vida cotidiana na sociedade grega;

1.1.3 O mito a origem de todas as coisas;

1.1.4 Mito e razão filosófica;

1.1.5 Senso comum e conhecimento filosófico;

1.1.6 Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico;

1.1.7 Ciência e senso comum.

2. TEORIA DO CONHECIMENTO

Este conteúdo teoriza e problematiza o sentido, os fundamentos, a

possibilidade e a validade do conhecimento. Evidencia os limites do conhecimento

possibilitando perceber fatores históricos e temporais que influíram na sua

elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas

soluções relativas a seu tempo. Entre os clássicos que trataram do problema do

conhecimento podemos citar: Aristóteles, Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão,

Russell.

2.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

2.1.1 O problema do conhecimento;

2.1.2 Fundamentos do conhecimento;

2.1.3 Filosofia e método;

2.1.4 Racionalismo;

2.1.5 Empirismo;

2.1.6 Ceticismo;

2.1.7 Essência da política;

2.1.8 Política e poder;

2.1.9 Política e violência;

2.1.10 Política e liberdade subjetiva;

2.1.11 Política e sociabilidade;

2.1.12 Formas de governo;

2.1.13 Liberdade Política;

2.1.14 Crise da política contemporânea;

2.1.15 A função do político na contemporaneidade.

3. ÉTICA

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Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as

relações intersubjetivas. Por ser especulativa e também normativa, um dos

grandes problemas enfrentados pela ética é a tensão entre o sujeito (particular) e

a norma (universal). Outra grande questão está na fundamentação dos valores e

das ações: razão ou paixões/desejos. A ética possibilita a problematização,

análise e crítica dos valores, virtude, felicidade, liberdade, consciência,

responsabilidade, vontade, autonomia, heteronomia, anomia, niilismo, violência,

relação entre os meios e os fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles, Nietzsche,

Scheler, Schopenhauer, Sêneca.

3.1 CONTEÚDO ESPECÍFICO

3.1.1 Ética e moral;

3.1.2 Concepções éticas;

3.1.3 O que é liberdade?;

3.1.4 Liberdade e autonomia;

3.1.5 Liberdade e determinismo;

3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento;

3.1.7 Autoridade e autoritarismo;

3.1.8 Responsabilidade e liberdade;

3.1.9 Questões de gênero;

3.1.10 Diversidade e sociedade.

4. FILOSOFIA POLÍTICA

Discute as relações de poder para compreender os mecanismos que

estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupa-se na investigação

sobre a necessidade humana da vida em comum, seja pela capacidade de

autogoverno ou pela necessidade da existência de um poder externo e coercitivo.

Problematiza conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça,

igualdade, liberdade, público e privado, retórica, indivíduo e cidadão. Alguns

pensadores clássicos: Aristóteles, Arendt, Gramsci, Hegel, Hobbes, J.S. Mill,

Kant, Locke, Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire.

4.1. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

4.1. O preconceito contra política;

4.1. Os Gregos e a invenção da Política;

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4.1. Nascimento da democracia;

4.1. Ética e Política;

4.1. Concepção liberal e Política;

4.1. Crítica de Marx ao liberalismo.

5. ESTÉTICA

Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão

intuitiva do mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do

homem com o mundo e consigo mesmo é objeto de conhecimento desse

conteúdo. Voltada principalmente para a beleza e a arte, a estética está

intimamente ligada à realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar,

representar, reproduzir, completar, alterar, apropriar-se do mundo enquanto

realidade humanizada. Também estão em questão as diferentes concepções

sobre a arte, as relações entre a arte e pensamento, arte e mercado, arte e

sociedade. Alguns filósofos: Baumgarten, Hegel Hume, Dufrenne, Bachelard,

Schiller, Eagleton, Kant, Benjamim, Adorno Rancière, Merleau-Ponty, Husserl,

Paul Valéry.

5.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

5.1.1 Pensar a beleza;

5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?;

5.1.3 Concepções de estética;

5.1.4 Concepções de Arte;

5.1.5 Arte como conhecimento;

5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte;

5.1.7 Arte e Política;

5.1.8 Crítica do gosto;

5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança;

5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas.

6. FILOSOFIA DA CIÊNCIA

É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das

diversas ciências. Discute a provisoriedade do conhecimento científico e o

relaciona com planos epistemológicos, ideológicos, políticos, econômicos,

religiosos. Ciência e tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem

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o universo do empirismo e do pragmatismo da pesquisa aplicada, daí a

necessidade de entendê-las. Filósofos sugeridos: Bachelard, Feyerabend,

Foucault, Granger, Habermas, Kuhn, Popper, Ricouer.

6.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

6.1.1 O que é Ciência;

6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência;

6.1.3 As conseqüências sociais e políticas da ciência;

6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica;

6.1.5 Tendências da Bioética;

6.1.6 Bioética e Aborto;

6.1.7 Bioética e experiência Genética.

DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS

Na atual polêmica mundial e brasileira acerca dos possíveis sentidos dos

valores éticos, políticos, estéticos e epistemológicos, a Filosofia tem um espaço a

ocupar e uma contribuição a fazer. Basicamente, a Filosofia gira em torno de

problemas e conceitos criados no decorrer de sua longa história, os quais,

devidamente aplicados, geram discussões promissoras e criativas que

desencadeiam, muitas vezes, ações e transformações. Por isso, permanecem

atuais.

Um dos objetivos da Escola de EJA é a formação pluridimensional e

democrática, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreender a

complexidade do mundo contemporâneo e interagir com ele.

A Filosofia pretende abrir um espaço aos desafios educacionais

contemporâneos na forma de compreensão do mundo, como defende Ribeiro

(2005):

Mas essas discussões nascendo da política, da cultura ou do

comportamento (problemas) não podem dispensar conteúdos filosóficos

nem se pulverizar: gosto da ideia de ciclos de filmes, que dialoguem entre si,

falando por exemplo, na condição social dos personagens, no amor que vivem, na

vinda do imigrante, na luta contra a opressão. Há muito espaço (...) para a

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Filosofia.

AVALIAÇÃO DO ENSINO DA FILOSOFIA

Para Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma

especificidade que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como

prática, como discussão com o outro, como construção de conceitos essa

disciplina encontra seu sentido na experiência do pensamento filosófico.

Entendemos por experiência esse conhecimento inusitado que o educador pode

propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir.

A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica; isto é, não tem

finalidade em si mesma, mas tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o

curso da ação no processo de ensino-aprendizagem, pela qualidade com que

educadores, educandos e a própria instituição de ensino o constroem

coletivamente. Apesar de sua inequívoca importância individual, no ensino de

Filosofia, a avaliação não resumir-se-á a perceber quanto o educando assimilou

do conteúdo presente, na história da Filosofia, do texto ou dos problemas

filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema.

O ensino da Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio conforme

salienta Langón (2003, p. 94):

Ora, parece-me que a atividade filosófica do mestre consiste em gerar ou

dar poder ao outro: isto quer dizer também fazê-lo responsável. Nisto reside a

fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de pensar, dizer e agir de

outro, que implica a realização de pensamentos, palavras, ações diferentes das

do mestre, que lhe escapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro

pense, diga e faça o que queira, isto não é um querer fácil.

Ao avaliar, o educador deve ter profundo respeito pelas posições do

educando, mesmo que não concorde com ela, pois o que está em questão é a

capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições.

O que deve ser levado em conta é atividade com conceitos, a capacidade

de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes

aos temas e discursos.

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Assim, torna-se relevante avaliar a capacidade do educando da EJA

trabalhar e criar conceitos sob os seguintes pressupostos:

• Qual conceito trabalhou e criou/recriou;

• Qual discurso tinha antes;

• Qual discurso tem após o estudo da Filosofia.

CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

Ao avaliar o aluno na Escola de EJA, o professor terá a possibilidade de

aplicar um instrumento avaliativo na sequencia da investigação e a criação de

conceitos acontecerá sem a fragmentação das aulas, pois sendo elas geminadas

o professor terá mais tempo para aprofundar o conteúdo.

A proposta de avaliação ocorrerá no sentido de contribuir tanto para o

desenvolvimento do aluno, como para o professor, possibilitando ao mesmo

avaliar a própria prática.

Avaliar a produção dos educandos não pode significar jamais obrigá-los a

pensar do mesmo modo que nós, professores pensamos, mas a pensar por conta

própria, construir uma concepção do mundo, fazer uma escolha que poderá

eventualmente ser a nossa mesma.

Portanto, a avaliação estará presente em todos os momentos do processo

ensino – aprendizagem, como processo contínuo e permanente que representa

um instrumento da reflexão eficiente, racional, prática, possibilitando democratizar

e auto – avaliar os conteúdos educacionais.

Serão consideradas as participações em debates, trabalhos em grupos e

individuais e principalmente o conceito que cada educando criou e recriou durante

o processo de ensino – aprendizagem.

Alguns instrumentos podem ser adotados como forma de avaliação, tais

como:

• Textos produzidos pelos alunos, individual ou coletivamente;

• Pesquisas feitas no laboratório de informática;

• Apresentação de temas propostos pelo professor na forma oral ou

escrita;

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• O professor pode acompanhar a evolução dos seus alunos através de

um caderno de anotações onde são registrados o desenvolvimento de cada aluno

desde os primeiros dias de aula até o final do curso. A cada etapa do curso os

resultados podem também ser partilhado com os próprios alunos para que os

mesmos possam também perceber seu desenvolvimento ao longo das aulas.

Esse desenvolvimento pode ser avaliado na forma de apropriação de conceitos

por parte dos alunos, criação e produção de ideias, bem como a forma de

apresentação das mesmas diante da turma.

• Realização de debates em sala de aula sobre temas escolhidos pelo

professor ou pelos próprios alunos desde que ao final do debate possa ser feito

uma abordagem do tema sobre o olhar dos autores clássicos da filosofia, de

maneira que se possa interagir o conhecimento teórico e clássico da filosofia com

os questionamentos e debates da atualidade.

• Seminários produzidos e apresentados pelos alunos através de recursos

tecnológicos variados com o vídeos, slides ou músicas utilizando a TV Pendrive,

jogos educacionais trabalhados no laboratório de informática, retroprojetor, data

show e outros.

• Esta forma de avaliação é muito importante, na medida em que, ao

mesmo tempo que aborda o conteúdo proposto, leva os alunos a integrar esses

conteúdos às novas tecnologias. É uma forma muito eficiente de

interdisciplinariedade.

• O alunos podem criar projetos sobre determinado tema a ser elaborado

em sala de aula utilizando-se do data show, de maneira que todos possam fazer

parte da produção do conhecimento. Isso é muito importante na medida que os

alunos se percebem como parte do conhecimento não ficando alienados às

ideias, informação e conceitos que ali são abordados, mas se sentindo parte

integrante da produção do conhecimento.

ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO DE CONTEÚDOS

Dentro do segmento avaliativo, far-se-á necessária a recuperação

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paralela de conteúdos defasados pelo educando. Isso pode ser feito de várias

maneiras, escolhidas pelo professor.

Uma estratégia de recuperação dos conteúdos pode acontecer

paralelamente às aulas na forma de criação de projetos pelos alunos que

precisam recuperar determinado conteúdo.

Na prática o professor pode suscitar ao aluno determinado assunto sobre

o qual o aluno precisa recuperar o conteúdo e delimitar algum tema sobre o qual o

aluno vai trabalhar.

Sobre esse tema o aluno vai elaborar um projeto com objetivos (recuperar

o conteúdo), metodologia, fundamentação teórica, referencias (oferecidas pelo

professor) e um cronograma no qual ele vai descriminar todas as datas do

processo de produção do conhecimento.

Ao final da produção o aluno é convidado pelo professor a apresentar o

trabalho para a turma na forma de seminário.

ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Faz-se muito importante, também, rever as metodologias utilizadas com

os alunos portadores de necessidades educacionais especiais.

É necessário que haja uma adaptação nos métodos de trabalho em sala

de aula quando existe alunos com necessidades educacionais especiais, como

por exemplo, se o professor for utilizar vídeos, deve sempre colocar áudio e

legendas. Se o aluno possui dificuldade de aprendizagem o professor deve

proporcionar uma atenção especial bem como fornecer textos de apoio para que

o

aluno possa ler em casa. Se o professor for trabalhar com textos na sala de aula

deve ver a necessidade especial daquele aluno, podendo imprimir textos maiores,

quando o aluno tem dificuldade visual, ou ofertar material em áudio, ou traduzir

em libras os textos que serão utilizados na sala.

Se o aluno tem dificuldade de concentração o professor pode estar

trabalhando com esse aluno com materiais mais coloridos e com imagens mais

interessantes, para provocar a sua curiosidade.

A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do

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que o educando pensava antes e o que pensa após o estudo. Com isso, torna-se

possível entender a avaliação como um processo, não como um momento

separado, visto em si mesma.

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