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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA MARIETA PEREZ HERNANDEZ PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA HANSENÍASE NO DISTRITO DE MARUDÁ, MUNICÍPIO MARAPANIM. CASTANHAL/PARÁ 2018

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

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Page 1: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

MARIETA PEREZ HERNANDEZ

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA HANSENÍASE

NO DISTRITO DE MARUDÁ, MUNICÍPIO MARAPANIM.

CASTANHAL/PARÁ

2018

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MARIETA PEREZ HERNANDEZ

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA HANSENÍASE

NO DISTRITO DE MARUDÁ, MUNICÍPIO MARAPANIM.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal do Pará, para obtenção do certificado de Especialista em Saúde da Família. Orientador (a): Profª. MSc. Valquiria Rodrigues Gomes.

CASTANHAL/PARÁ

2018

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MARIETA PEREZ HERNANDEZ

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA HANSENÍASE

NO DISTRITO DE MARUDÁ, MUNICÍPIO MARAPANIM.

Banca Examinadora

Professor (a). Valquiria Rodrigues Gomes – Universidade Federal do Pará

Professor (a). Denise da Silva Pinto

Aprovado em Castanhal, Pará, em ____ de ________de 2018.

Page 4: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

DEDICATÓRIA

Este projeto é dedicado especialmente a todas as pessoas

que me ajudaram em meu desenvolvimento

profissionalmente, à minha família e a minha professora

Lanna Xantipa Lemos, que de uma forma ou outra me

ajudaram a seguir adiante com o objetivo de alcançar

minhas metas. Vocês são minha principal motivação.

Page 5: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

RESUMO

A hanseníase é doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. A predileção pela pele e nervos periféricos confere características peculiares a esta moléstia, tornando o seu diagnóstico simples. O Brasil continua sendo o segundo país em número de casos no mundo, após a Índia. Aproximadamente 94% dos casos conhecidos nas Américas e 94% dos novos diagnosticados são notificados pelo Brasil. Este trabalho tem como objetivo Elaborar um projeto de intervenção para diminuir a incidência de hanseníase por condição infectocontagiosa em distrito de Marudá, município de Marapanim. A intervenção será realizada na Unidade Básica de Saúde de Marudá, o público alvo são os pacientes portadores da doença na comunidade, será desenhado e aplicado o método do Planejamento Estratégico Situacional conforme as orientações da disciplina Planejamento e Avaliação em Saúde, sendo que para o reconhecimento do território e definição de problema utilizou-se a Estimativa Rápida Participativa. Entre os resultados esperados com o projeto, destacamos: melhorar a qualidade de vida e o conhecimento dos portadores sobre a sua doença; promover estilos de vida saudável através de ações de promoção da saúde e assim evitar possíveis complicações. Palavras-chave: Hanseníase. Diagnóstico. Promoção da Saúde. Marapanim.

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ABSTRACT Leprosy is a chronic infectious disease caused by Mycobacterium leprae. The predilection for the skin and peripheral nerves confers features peculiar to this disease, making its diagnosis simple. Brazil remains the second largest country in the world after India. Approximately 94% of the known cases in the Americas and 94% of the new diagnosed ones are notified by Brazil. The objective of this work is to design an intervention project to reduce the incidence of leprosy due to infectious disease in the district of Marudá, municipality of Marapanim. The intervention will be carried out in the Basic Health Unit of Marudá, the target population is the patients with the disease in the community, the method of Strategic Situational Planning will be designed and applied according to the guidelines of the discipline Planning and Evaluation in Health, and for the recognition of the territory and problem definition was used the Participatory Rapid Estimate. Among the expected results of the project, we highlight: improving the quality of life and knowledge of the patients about their disease; promote healthy lifestyles through health promotion actions and thus avoid possible complications. Keywords: Leprosy. Diagnosis. Promotion of Health. Marapanim.

Page 7: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7

1.1 Aspectos gerais do município ........................................................................... 7

1.2 Aspectos da comunidade....................................................................................8

1.3 O sistema municipal de saúde............................................................................9

1.4 A Unidade Básica de Saúde................................................................................9

1.5 A Equipe de Saúde da Família..........................................................................10

1.6 O funcionamento da Unidade Básica de Saúde..............................................10

1.7 O dia a dia da equipe..........................................................................................11

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade.......11

1.9 Priorização dos problemas ............................................................................. 122

2 JUSTIFICATIVA......................................................................................................13

3 OBJETIVOS............................................................................................................15

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 15

3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 15

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 16

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 17

6 PLANO DE INTERVENÇÃO .................................................................................. 19

6.1 Descrição do problema selecionado ............................................................... 19

6.2 Explicação do problema selecionado.............................................................. 19

6.3 Seleção dos "nós críticos"................................................................................20

6.4 Desenho das operações. .................................................................................. 20

7 CONCLUSÃO.........................................................................................................25

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26

Page 8: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

7

1 INTRODUÇÃO

O Município Marapanim está localizado em relação a capital do estado e

outros pontos geográficos interessantes. Ele se encontra a 160 km da capital do

estado do Pará. O acesso a partir de Marapanim é feito através das rodovias

pavimentadas. Tem uma População estimada, cadastrada pelo Sistema Único de

Saúde de 27.471 habitantes (IBGE, 2018).

O município é famoso por possuir praias paradisíacas. As mais famosas são

Marudá, Camará, Crispim e Sacaiteua. Existem resquícios de povos indígenas na

região anteriores a ocupação de religiosos. A história oficial tem início no século XVII

, quando os padres jesuítas ali chegaram e fundaram uma fazenda, que chamaram

de "Bom Intento" (IBGE, 2018).

A fazenda, na época da Lei Pombalina, em 1775, foi confiscada dos jesuítas

e entregue à particulares. O domínio das terras chegou as mãos do padre José Maria

do Valle, que dela separou uma parte, doando-a para criação de uma freguesia. Em

1833, durante a Independência, a então freguesia do Bom Intento ficou sob a

jurisdição da vila de Cintra, hoje município de Maracanã. Dezessete anos mais tarde,

em 1850, já era povoado (IBGE, 2018).

Em 1869 foi elevado à categoria de freguesia, sob a proteção de Nossa

Senhora da Vitória, continuando, porém a pertencer a Cintra. A autonomia veio em

1874, porém sua instalação só ocorreu quatro anos mais tarde, em 1878, com a

eleição dos vereadores e juiz de paz. A emancipação municipal durou até dezembro

de 1930, quando o município de Marapanim foi extinto, através de um decreto, e

entregue a Curuçá (IBGE, 2018).

Entretanto, menos de um mês depois, o decreto Nº 111, de 21 de janeiro de

1931, tornou-se sem efeito a extinção. Marapanim é uma palavra da língua nheengatu,

derivada do tupi-guarani, significa "borboletinha do mar" ou "borboletinha d'água",

nome dado pelos índios da região a um rio que por ali corria, em cujas margens podia-

se ver um grande número de borboletas pequenas (IBGE, 2018).

1.1 Aspectos gerais do município

No município existe um hospital Unidade de Pronto Atendimento com os

serviços de casos de urgência e emergência com sala de parto e internação, um

Page 9: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

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Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), serviço de saúde aberto e comunitário do

Sistema Único de saúde (SUS), um Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF),

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) com ambulâncias especializadas

assim com profissionais em urgência e emergência para assegurar a integralidade da

atenção, provendo o sistema de respostas às necessidades dos usuários, e ficam

interligados por um sistema de referência e contra referência e sustentados por um

sistema de informação que lhes garanta a unicidade necessária.

A rede de serviços de saúde esta organizada na atenção primária em nível

dos 7 Posto de Saúde da Família que tem o município, consta também com uma rede

de farmácias popular (IBGE, 2018).

1.2 Aspectos gerais da comunidade

A comunidade pertence ao município de Marapanim, localizada no interior do

município, tem uma população de 3.527 habitantes. Os moradores vivem do trabalho

da pesca e turismo, com uma entrada per capita de um salário mínimo, tendo um alto

índice de analfabetismo, onde a maioria dos trabalhadores são autônomos (IBGE,

2018).

Em relação ao saneamento básico se faz a coleta de lixo periodicamente três

vezes por semana e a reciclagem dos esgotos se fazem em fossas feitas pelos

moradores da cidade, mais ainda existem pessoas que costumam fazer suas

necessidades fisiológicas ao ar livre.

Por gestão da política do município estão fazendo reparação das ruas da

comunidade. A população tem suas crenças religiosas predominando a religião

católica.

A comunidade conta com duas escolas, creches, 2 igrejas, 01 agência do

Banco do Brasil, 01 do Bradesco e 01 da Caixa Econômica Federal, além de 01

agência dos Correios no município. Como opções culturais e de lazer, 03 jornais

diários e 01 ginásio poliesportivo.

A justiça do município dispõe de juizado de pequenas causas, sede de

comarca, juízes designados e conselho tutelar. O Município oferece incentivo para

atração de atividades econômicas e possui programa de geração de emprego e renda.

A infraestrutura urbana indica 80% das vias pavimentadas.

Page 10: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

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As crianças se divertem na rua jogando bola ou andando de bicicleta, outra

opção de lazer para adultos e adolescentes são os bares na orla da praia. Existe por

cada micro região uma associação de moradores responsáveis e comprometidos na

luta por melhorar as condições da comunidade. A comunidade conta com serviços

telefônicos. Como meio do transporte conta com um ônibus que viaja três vezes ao

dia e táxis que viajam ao município constantemente

1.3 O sistema municipal de saúde

No município existe um hospital Unidade de Pronto Atendimento com os

serviços de casos de urgência e emergência, consta com salão de parto e internação.

Um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), um Núcleo de Apoio a Saúde da

Família (NASF). Serviço de SAMU com ambulâncias especializadas assim com

profissionais em urgência e emergência para assegurar a integralidade da atenção,

provendo o sistema de respostas às necessidades dos usuários, e ficam interligados

por um sistema de referência e contra referência e sustentados por um sistema de

informação que lhes garanta a unicidade necessária.

A rede de serviços de saúde está organizada com a atenção primária a nível dos

7 Programas de Saúde da Família (PSF).

1.4 A Unidade Básica de Saúde

Atualmente, nossa ESF está integrada, por um consultório médico, uma sala

de enfermagem, sala onde se realiza a triagem, sala de curativos, sala de vacina, uma

recepção com sala de estar, uma farmácia, área da cozinha, área de observação com

duas camas e consulta odontológica.

Com uma estrutura bem conservada e boa amplitude para o acolhimento dos

pacientes, com suficientes cadeiras para os pacientes em espera dos atendimentos.

Com serviços odontológicos todas as semanas que iniciaram se tendo boa acolhida

pela população igual as consultas médicas.

Temos um salão amplo para fazer as reuniões com a equipe todos os meses.

Atualmente contamos com os equipamentos e recursos humanos necessários para

oferecer os serviços com a melhor qualidade possível (IBGE, 2018).

Page 11: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

10

1.5 A Equipe de Saúde da Família

A Equipe de Saúde Básica (EBS) é composta por uma médica do programa,

um dentista, um enfermeiro (responsável pela Estratégia de Saúde da Família (ESF),

três técnicas de enfermagem, cinco agentes de saúde, serviços gerais e uma

secretária.

Os pacientes são acolhidos pela recepcionista e são organizados os

atendimentos tendo em conta o nível de prioridade de cada caso atendendo a suas

necessidades.

Nossa equipe é regida por um horário de trabalho semanal, onde é priorizada

atenção aos grupos planejados, no entanto, é servida toda a população prevista,

independentemente do grupo populacional planejado.

1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde

O processo de trabalho da equipe é adequado pois se faz todas as ações para

melhorar o atendimento do paciente, faz-se educação em saúde com a população

fazendo palestras e pesquisas das doenças e ensinando a comunidade os sintomas

e fatores de risco das doenças mais prevalentes, se faz acolhimento a todos os

pacientes em dependência de sua condição médica, faz-se atendimento da demanda

espontânea, atendimento de demanda programada, visitas domiciliares, projetos e

grupos de pacientes (IBGE, 2018).

No âmbito dos programas atendidos pela nossa ESF, são os seguintes:

- Atenção às mulheres grávidas;

- Atenção para a criança menor de um ano;

- Atenção a criança de 1-12 anos;

- Atenção para as mulheres (especialmente em idade fértil);

- Atenção ao homem;

- Atenção ao Idoso;

- Atenção às doenças crônicas não transmissíveis (Hipertensão Arterial, Diabetes

Mellitus, Epilepsia e outras);

- Atenção às doenças infecciosas (Hanseníase, Tuberculose, Leishmaniose,

parasitoses intestinais, entre outras).

Page 12: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

11

O Programa de Assistência Farmacêutica assegura acesso da população aos

medicamentos que fazem parte da REMUME e RENAME. A Assistência Farmacêutica

funciona junto com as Equipes de Saúde da Família, onde realiza a estocagem e

distribuição dos medicamentos, estando sobre a supervisão de um farmacêutico

responsável pelo planejamento, estocagem e distribuição dos medicamentos.

A Saúde Bucal no município além de suas atividades de rotina nas Unidades

de Saúde vem desenvolvendo em todas as escolas da rede municipal e estadual

localizadas na zona urbana e rural, inclusive na Creche municipal; ações que visam à

redução de cáries através de palestras, teatros, levantamento epidemiológico,

evidenciação de placa bacteriana, aplicação tópica de flúor e técnica de escovação.

1.7 O dia a dia da equipe

Se fazem visitas domiciliarias pelos ACS em uma proporção de 5 à 6 visitas

domiciliarias diárias em cada micro área detectando os casos de mais vulnerabilidade

na área e programando-se visitas médicas e de enfermagem para os casos mais

necessitados.

Em relação às consultas do médico e enfermeiro se fazem, cumprindo com a

programação para as puericulturas, acompanhamento de gestantes, Hipertensos,

Diabéticos, Tuberculose, Hanseníase etc. Também se fazem pesquisas para câncer

de colo de útero e mama assim como se levam ações de vacinação, curativos,

reuniões com os grupos de Hipertensos e Diabéticos.

De forma geral na comunidade existem alguns problemas relacionados com

o saneamento ambiental, e as doenças mais frequentes são as respiratórias devido

às poeiras nos caminhos e as oscilações constantes de temperaturas, sendo na maior

parte do ano o clima frio.

1.8 Estimativa Rápida: problemas de saúde do território e da comunidade

De acordo com a equipe de saúde em discussão realizada durante uma

reunião os principais problemas de saúde na população na área adstrita são:

- Alta incidência de hanseníase no território;

- Alta incidência de hipertensão arterial da comunidade de Marudá;

- Alta incidência de Diabetes Mellitus;

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- Alta incidência de grávidas menores que 20 anos;

- Inadequado abastecimento de água para o consumo da população do município.

1.9 Priorização dos problemas

Quadro 1 - Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde da Comunidade de Marudá, Unidade Básica de Saúde de Marudá, município de Marapanim, estado do Pará.

Principais problemas

Importância Urgência Capacidade de enfrentamento

Seleção

Alta incidência de hanseníase no território

Alta 7 Parcial 1

Alta incidência de hipertensão arterial da comunidade de Marudá

Alta 5 Parcial 2

Alta incidência de Diabetes Mellitus

Alta 5 Parcial 2

Alta incidência de grávidas menores que 20 anos

Alta 5 Fora 3

Inadequado abastecimento de água para o consumo da população do município

Alta 4 Fora 4

Fonte: Diagnóstico Situacional, 2018, elaborado pelo autor.

2 JUSTIFICATIVA

Page 14: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

13

A ação programática de saúde do paciente com hanseníase é muito

importante em qualquer contexto da atenção primária à saúde. A hanseníase ainda é

considerada como sendo um sério problema de saúde pública o que exige uma

vigilância resolutiva. O conhecimento das características epidemiológicas da doença

é importante ferramenta para o controle da endemia (BRASIL, 2001).

A despeito da redução drástica no número de casos - de 17 para cinco por 10

mil habitantes - no período de 1985 a 1999. Embora o impacto das ações, no âmbito

dessa endemia, não ocorra em curto prazo, o Brasil reúne atualmente condições

altamente favoráveis para a sua eliminação como problema de saúde pública,

compromisso assumido pelo País em 1991 - a ser cumprido até 2005 - e que significa

alcançar um coeficiente de prevalência de menos de um doente em cada 10 mil

habitantes (BRASIL, 2002).

As maiores prevalências da doença encontram-se no sudeste asiático, na

América do Sul e na África. O Brasil é considerado o segundo país com maior número

de casos de hanseníase no mundo, visto que é uma doença infectocontagiosa

populacional e uma realidade da maioria das sociedades do mundo moderno

(BRASIL, 2001).

A hanseníase, quando diagnosticada e tratada tardiamente pode trazer graves

consequências para os portadores e seus familiares, não só pelas lesões que os

incapacitam fisicamente, mas pelas repercussões psicossociais, em decorrência de

preconceitos, medos e rejeições por parte da sociedade (BRASIL, 2001).

Em 2011, 228.474 casos foram detectados no mundo. O Brasil ocupa o

segundo lugar em número absoluto de casos, atrás apenas da Índia. É o único país

que não atingiu a meta de eliminação da doença como problema de saúde pública,

definida pela prevalência menor que 1 caso/10.000 habitantes. Em 2011, 33.955

casos novos foram detectados, com coeficiente de prevalência de 1,54/10.000

habitantes (LASTÓRIA; ABREU, 2002).

Nossa área tem atividades de promoção e prevenção como, por exemplo:

Exame dermato neurológico dos contatos, observação de cicatriz vacinal de BCG:

recomendação conforme exame físico, dentre outros. Toda e qualquer pessoa que

resida ou tenha residido com o doente de hanseníase nos últimos 5 (cinco) anos

deverá realizar a vigilância de contatos como medida fundamental para o

enfrentamento da endemia.

Page 15: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

14

Este trabalho se justifica pela alta incidência de casos novos de hanseníase

na área de abrangência, visando fornecer ao profissional de saúde subsídios que

facilitem o seu desempenho no diagnóstico e tratamento da hanseníase, visando

eliminar fontes de infecção e evitar sequelas.

3 OBJETIVOS

Page 16: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

15

3.1 Objetivo Geral

- Elaborar um projeto de intervenção para diminuir a incidência de hanseníase por

condição infectocontagiosa no distrito de Marudá, município de Marapanim.

3.2 Objetivos Específicos

- Identificar os fatores de risco e determinantes da Hanseníase;

- Determinar o nível de conhecimento sobre Hanseníase;

- Reduzir a propagação da hanseníase acrescentando medidas higiênicas

sanitárias;

- Diminuir o número de casos com Hanseníase e suas complicações.

4 METODOLOGIA

Page 17: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

16

Para a elaboração do Plano de Intervenção foi utilizado o Método do

Planejamento Estratégico Situacional (PES) (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010). Os

seguintes passos foram realizados: desenho das operações, identificação dos

recursos críticos, análise de viabilidade do plano (construção de meios de

transformação das motivações dos atores através de estratégias que tinham como

objetivo mobilizar, convencer, ou mesmo pressionar estes, a fim de mudar sua

posição), a elaboração do plano operativo, em que foram designados os responsáveis

por cada operação e definido os prazos para a execução e o modelo de gestão do

plano de ação (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010).

Este é um estudo de intervenção educativa que será realizada com a

população portadora de hanseníase da área de abrangência da Equipe de Saúde da

Família de Marudá localizada no município de Marapanim. A captação dos pacientes

será feita nas visitas domiciliares organizadas pela equipe, com apoio dos Agentes

Comunitários de Saúde (ACS), tendo duração de seis meses.

Será utilizado o Planejamento Estratégico Situacional para estimativa rápida

dos problemas observados e definição do problema prioritário, dos nós críticos e das

ações. Planejamento, avaliação e programação das ações em saúde.

Serão consultados prontuários individuais dos pacientes cadastrados na ESF,

informações aportadas pelos agentes comunitários de saúde e documentos de órgãos

públicos (ministérios, secretarias, etc.) e de outras fontes de busca para revisão

bibliográfica. Sendo que os descritores utilizados nesse trabalho foram: Hanseníase,

Diagnóstico, Promoção da Saúde e Marapanim.

Para redação do texto foram aplicadas as normas da Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT) e as orientações do módulo Iniciação à metodologia:

Trabalho de Conclusão de Curso.

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Page 18: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

17

Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, de evolução lenta, que se

manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões

na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés. O

comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença,

dando-lhe um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem,

inclusive, evoluir para deformidades (BRASIL, 2002).

Causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. Apresenta alta contagiosidade e

baixa morbidade. Se não tratada na forma inicial, a doença quase sempre evolui,

torna-se transmissível e pode atingir pessoas de qualquer sexo ou idade, inclusive

crianças e idosos. Essa evolução ocorre, em geral, de forma lenta e progressiva,

podendo levar a incapacidades físicas (LASTÓRIA; ABREU, 2012; BRASIL, 2017).

O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado à

capacidade de penetração do Mycobacterium leprae na célula nervosa e seu poder

imunogênico (BRASIL, 2007).

O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. O contágio

dá-se através de uma pessoa doente, portadora do bacilo de Hansen, não tratada,

que o elimina para o meio exterior, contagiando pessoas susceptíveis. A principal via

de eliminação do bacilo, pelo indivíduo doente de hanseníase, e a mais provável porta

de entrada no organismo passível de ser infectado são as vias aéreas superiores, o

trato respiratório. No entanto, para que a transmissão do bacilo ocorra, é necessário

um contato direto com a pessoa doente não tratada (BRASIL, 2002).

Observa-se que crianças, menores de quinze anos, adoecem mais quando há

uma maior endemicidade da doença. Há uma incidência maior da doença nos homens

do que nas mulheres, na maioria das regiões do mundo. Além das condições

individuais, outros fatores relacionados aos níveis de endemia e às condições

socioeconômicas desfavoráveis, assim como condições precárias de vida e de saúde

e o elevado número de pessoas convivendo em um mesmo ambiente, influem no risco

de adoecer (BRASIL, 2002).

A Organização Mundial da Saúde, em 1982, para fins terapêuticos, classificou

a hanseníase, conforme o índice baciloscópico, em paucibacilar (índice baciloscópico

menor que 2+) e multibacilar (índice baciloscópico maior ou igual a 2+). Em 1988,

estabeleceu critérios clínicos, considerando paucibacilares casos com até cinco

lesões cutâneas e/ou um tronco nervoso acometido e multibacilares casos com mais

de cinco lesões cutâneas e/ou mais de um tronco nervoso acometido. Onde o exame

Page 19: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

18

baciloscópico é disponível, pacientes com resultado positivo são considerados

multibacilares, independentemente do número de lesões (LASTÓRIA; ABREU, 2012).

Entretanto, alguns pacientes não 10 apresentam lesões facilmente visíveis na

pele, e podem ter lesões apenas nos nervos (hanseníase primariamente neural), ou

as lesões podem se tornar visíveis somente após iniciado o tratamento. Assim, para

melhor compreensão e facilidade para o diagnóstico, neste guia utilizamos a

classificação de Madri (1953): hanseníase indeterminada (PB), tuberculóide (PB),

dimorfa (MB) e virchowiana (MB) (BRASIL, 2017).

O diagnóstico de hanseníase deve ser baseado na história de evolução da

lesão, epidemiologia e no exame físico (nervos periféricos espessados e/ou lesões de

pele ou áreas de pele com alterações de sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil,

alterações autonômicas circunscritas quanto à reflexia à histamina e/ou à sudorese).

Em algumas situações, os exames subsidiários (baciloscopia e biópsia de pele)

podem ser necessários para auxiliar o diagnóstico, porém sempre devemos

considerar as limitações desses exames, valorizando essencialmente os achados

clínicos encontrados (BRASIL, 2017).

A poliquimioterapia emprega esquemas baseados na classificação

operacional. Para paucibacilares, são 6 doses, incluindo 1 dose de rifampicina 600

mg/mês e dapsona 100 mg/dia. Para multibacilares, são 12 doses, acrescentando

clofazimina, 1 dose de 300 mg/mês e 50 mg/dia (LASTÓRIA; ABREU, 2012).

Para a qualidade da atenção, é fundamental que as equipes busquem a

integralidade nos seus vários sentidos e dimensões, como: propiciar a integração de

ações programáticas e demanda espontânea; articular ações de promoção à saúde,

prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento, reabilitação e manutenção da

saúde; trabalhar de forma interdisciplinar e em equipe; coordenar o cuidado aos

indivíduos-família-comunidade; integrar uma rede de serviços de maior complexidade

e, quando necessário, coordenar o acesso a esta rede (BRASIL, 2007).

Para a integralidade do cuidado, fazem-se necessárias mudanças na

organização do processo de trabalho em saúde, passando a Atenção Básica/Saúde

da Família a ser o lócus principal de desenvolvimento dessas ações (BRASIL, 2007).

6 PLANO DE INTERVENÇÃO

6.1 Descrição do problema selecionado

Page 20: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

19

O Diagnóstico situacional em saúde é uma importante ferramenta pra definir

os principais problemas que afetam na comunidade de Marudá e poder fazer um

melhor planejamento das ações encaminhadas à solução dos mesmos. Para a

determinação dos problemas a equipe reuniu-se com todos os integrantes onde os

agentes comunitários foram determinantes na avaliação dos mesmos, também

participaram atores sociais e pessoas da população em geral enfatizando sobre os

principais problemas para eles na comunidade.

Foi realizada uma análise dos dados registrados nos prontuários assim como

uma permanente observação da área, das condições socioeconômicas, dos riscos do

meio ambiente, das doenças com maior demanda dos serviços de saúde detectando-

se finalmente que um dos maiores problemas que afetam na comunidade é a alta

incidência de doenças crônicas descompensadas sem tratamento (Hipertensão

Arterial).

6.2 Explicação do problema selecionado

Dentro do momento explicativo, tratando a tentativa de explicação da

realidade do problema e tendo em conta o alto impacto sobre os fatos que revelam

sua existência e os sintomas que o manifestam (vetor de descrição do problema), o

centro prático de ação, ou seja, deve poder-se agir de modo prático, efetivo e direto

sobre a causae o centro oportuno de ação política durante o período do plano.

É preciso ampliar o acesso da população aos recursos e aos serviços das

Unidades Básicas de Saúde: a utilização dos serviços e dos recursos de saúde nem

sempre ocorrem de forma que quem mais precisa consiga acesso.

Frequentemente, pessoas com menores riscos à saúde têm número de

consultas considerado maior que o necessário para o adequado acompanhamento de

suas condições de saúde, enquanto outras com maiores riscos e vulnerabilidade não

conseguem acesso ao cuidado, além disso, é necessário buscar maior qualidade da

atenção à saúde, o seja, maior capacidade dos serviços de saúde em responder de

forma efetiva às necessidades de saúde, no momento em que as pessoas precisam,

e a integralidade da atenção, que compreende promoção da saúde, prevenção e

tratamento de doenças e recuperação da saúde.

Refere-se, ainda, à abordagem integral do indivíduo (todos os sistemas

fisiológicos, bem como os aspectos psicológicos, contexto familiar e social).

Page 21: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA CONTROLE DA …

20

Na comunidade de Marudá a Hanseníase é o principal problema de saúde,

pois:

1. Tem alta incidência de casos a comunidade.

2. A população não faz orientações médicas.

3. Tem inadequados hábitos e estilos de vida.

4. Tem baixo nível de conhecimento da doença e os fatores de risco.

5. Tem muitas pessoas alcoólatras.

6. Tem inadequadas condições higiênicas- ambiental.

7. Muitas pessoas que moram na mesma casa.

8. Tem alimentação não saudável.

As pessoas q moram com contatos de hanseníase não fazem medidas

profiláticas da doença e contribuem para a aparição de novos casos, já que a doença

e muito infectocontagiosa.

6.3 Seleção dos nós críticos

1. Hábitos e estilos de vida inadequados;

2. Baixo nível de conhecimento dos fatores de risco;

3. Estrutura deficiente dos serviços de saúde;

4. Processo de trabalho da equipe de saúde com predomínio do modelo

assistencial.

6.4 Desenho das operações

Após da seleção do problema e identificação das causas, se estabeleceram

estratégias para o enfrentamento com a elaboração do plano de ação. As operações

sobre cada um dos “nós críticos” relacionados ao problema deverão ser detalhados a

seguir nos quadros.

Quadro 2 - Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Hábitos e estilos de vida inadequados”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família de Marudá, do município Marapanim, estado do Pará.

Nó crítico 1 Hábitos e estilos de vida inadequados.

Operação Modificar hábitos e estilo de vida.

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Projeto Mais Saúde.

Resultados esperados

Diminuir os fatores de risco da Hanseníase.

Produtos esperados

População com melhor qualidade de vida. Programa de saúde na rádio de SMC. Palestras aos grupos vulneráveis da população com a doença. Campanha educativa na radio local sobre a importância de mudança de medidas higiênicas ambientais.

Recursos necessários

Estrutural: Organizativo: para realização de palestras. Adequação de um espaço físico, recursos humanos (Equipe de Saúde da Família, Núcleo de Apoio a Família) e equipamentos (recursos audiovisuais). Cognitivo: informação e atualização sobre o tema. Elaboração de projeto de linha de cuidado e de protocolos. Financeiro: Obtenção dos recursos audiovisuais, elaboração de folhetos educativos. Político: Agendar espação na radio local. Mobilização social. Articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais.

Recursos críticos Estrutural: Difícil acesso, por falta de especialistas no município. Cognitivo: Explicações diretas. Político: Adesão do vereador do bairro. Financeiro: Recurso disponível.

Controle dos recursos críticos

Secretario de saúde. Secretaria Municipal de Saúde. Setor de comunicação.

Ações estratégicas

Apresentar projeto após as ações.

Prazo 6 meses, incluindo a realização de todas as ações da intervenção.

Responsáveis pelo acompanhamento das ações

Secretaria Municipal de Saúde. Médico e enfermeiro. Dermatologista do município.

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Secretaria Municipal de Saúde Para diminuir em 50% o número de pacientes com Hanseníase.

Quadro 3 - Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Baixo nível de conhecimento dos fatores de risco”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família de Marudá, do município Marapanim, estado do Pará.

Nó crítico 2 Baixo nível de conhecimento dos fatores de risco.

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Operação Elevar nível de informação das pessoas sobre as consequências da doença.

Projeto Saber mais.

Resultados esperados

Melhorar o conhecimento das pessoas sobre a doença. População com mais conhecimento sobre os riscos das complicações. Diminuição da incidência de hanseníase na comunidade e manter adequado controle. Diminuição do índice de complicações associados à Hanseníase.

Produtos esperados

Palestras no posto para pacientes com hanseníase e com fatores de risco. Campanha educativa na rádio local do município. Campanhas educativas no jornal local. Trabalho sistemático com o grupo de pacientes com hanseníase.

Recursos necessários

Financeiro: Obtenção dos recursos audiovisuais, recursos que se precisam para realização das palestras. Cognitivo: Conhecimento e atualização sobre o tema. Politico: Articulação intersetorial. Estrutural: Organização adequada das palestras em postos e comunidade.

Recursos críticos Estrutural: Difícil acesso, por falta de especialistas no município. Cognitivo: Explicações diretas. Financeiro: Recurso disponível.

Controle dos recursos críticos

Secretario de Saúde.

Ações estratégicas

Apresentar projeto. Campanha educativa na radio local

Prazo 6 meses, incluindo a realização de todas as ações da intervenção.

Responsável pelo acompanhamento das ações

Médico e enfermeiro. Dermatologista do Município. Campanha educativa na radio local.

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Saúde.

Quadro 4 - Operações sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “Estrutura deficiente dos serviços de saúde”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família de Marudá, do município Marapanim, estado do Pará.

Nó crítico 3 Estrutura deficiente dos serviços de saúde.

Operação Melhorar a estrutura dos serviços para o acompanhamento dos portadores de hanseníase.

Projeto Melhor acompanhamento.

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Melhorar a estrutura do serviço para o atendimento dos pacientes com Hanseníase, garantir seu acompanhamento em rede e a integralidade, equidade e universalidade dos tratamentos oferecidos pelo SUS.

Resultados esperados

Assegurar a consulta especializada e garantir a contra-referência da mesma. Garantir exames previstos para população com hanseníase. Garantir os medicamentos a população com hanseníase. Garantir a permanência dos profissionais de saúde para atendimento continuado destes pacientes.

Produtos esperados

Exigir a contra-referência escrita dos especialistas. Capacitação sistemática dos profissionais de saúde. Contratação no município de profissionais especializados e médicos de PSF suficientes para conseguir o acompanhamento da população em questão. Compra dos medicamentos.

Recursos necessários

Financeiro: Obtenção dos recursos audiovisuais, confecção de folhetos. Cognitivo: Conhecimento e atualização do tema. Politico: Agendar na rádio local. Mobilização social. Articulação Intersetorial. Estrutural: Organizativo para realização de palestras.

Recursos críticos Estrutural: Difícil acesso, por falta de especialistas no município. Cognitivo: Explicações diretas. Financeiro: Recurso disponível.

Controle dos recursos críticos

Secretario de saúde.

Ações estratégicas

Campanha educativa na rádio local.

Prazo 6 meses, incluindo a realização de todas as ações da intervenção.

Responsável pelo acompanhamento das ações

Médico e enfermeiro. Dermatologista do Município. Campanha educativa na rádio local.

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Saúde. Para Melhorar conhecimento das pessoas sobre a doença.

Quadro 5 - Operações sobre o “nó crítico 4” relacionado ao problema “Processo de trabalho da equipe de Saúde da família com predomínio do modelo assistencial”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família de Marudá, do município Marapanim, estado do Pará.

Nó crítico 4 Processo de trabalho da equipe de Saúde da família com predomínio do modelo assistencial.

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Operação Organizar o processo de trabalho para melhorar a efetividade do cuidado.

Projeto Linha de cuidado. Implantar a linha de cuidados para Hanseníase incluindo os mecanismos de referência e contra-referência.

Resultados esperados

Cobertura de 100% dos pacientes com hanseníase.

Produtos esperados

Linha de cuidado para determinar pacientes com risco de desenvolver complicações. Protocolos implantados. Recursos humanos capacitados. Gestão de linha de cuidado.

Recursos necessários

Cognitivo: Elaboração de projeto de linha de cuidado e de protocolos. Político: Articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais. Organizacional: Adequação de fluxos de pesquisa e atendimento de pacientes com risco de complicações (referencia e contra-referência). Financeiro: Para aumento das consultas com especialistas e recursos necessários.

Recursos críticos Político: Articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais.

Controle dos recursos críticos

Secretario Municipal de Saúde.

Ações estratégicas

Campanha educativa na radio local.

Prazo 6 meses, incluindo a realização de todas as ações da intervenção.

Responsável pelo acompanhamento das ações

Médico e enfermeiro. Dermatologista do Município.

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Saúde. Para melhorar o conhecimento das pessoas sobre a doença.

7 CONCLUSÃO

A proposta de intervenção é viável no contexto de nossa equipe de saúde da

família, podendo influenciar na qualidade de vida da população atendida. Este plano

de ação abrange todas as operações a desenvolver para resolver o problema

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prioritário da população atendida no PSF Marudá, vai garantir a eficiente utilização

dos recursos, promovendo a comunicação entre os planejadores e executores.

É uma forma de enfrentar os problemas de maneira mais sistemática, onde é

fundamental que a equipe acompanhe cada passo e os resultados das ações

implementadas para garantir a qualidade de seu trabalho.

Recomendamos realizar trabalhos nas comunidades, aplicando propostas de

intervenção, tendo em conta a relevância dos mesmos.

REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle da hanseníase na atenção básica: guia prático para profissionais da equipe de saúde da família. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica; elaboração de Maria Bernadete Moreira e Milton Menezes da Costa Neto. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia para o Controle da hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. CAMPOS, F. C. C.; FARIA, H. P.; SANTOS, M. A. Planejamento e avaliação das ações em saúde. 2. ed. Belo Horizonte: Nescon/UFMG, 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico. Brasília: IBGE, 2018. LASTÓRIA, J. C.; ABREU, M. A. M. M. Hanseníase: diagnóstico e tratamento. Diagn. Tratamento. v. 17, n. 4, p. 173-9, 2012.