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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DANUSA DE MOURA PROPOSTA DE REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RECURSOS HUMANOS EMPRESA SERVIÇAL SERVIÇOS AUXILIARES DE LIMPEZA LTDA Balneário Camboriú 2009

PROPOSTA DE REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE …siaibib01.univali.br/pdf/Danusa de Moura.pdf · Figura 1 Os seis Processos de Gestão de Pessoas 36 ... sistemas de estratégia empresarial

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

DANUSA DE MOURA

PROPOSTA DE REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RECURSOS HUMANOS

EMPRESA SERVIÇAL SERVIÇOS AUXILIARES DE LIMPEZA LTDA

Balneário Camboriú

2009

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

DANUSA DE MOURA

PROPOSTA DE REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RECURSOS HUMANOS

EMPRESA SERVIÇAL SERVIÇOS AUXILIARES DE LIMPEZA LTDA

Balneário Camboriú

2009

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Recursos Humanos na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientadora: Msc. Luzia Fröhlich

DANUSA DE MOURA

PROPOSTA DE REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RECURSOS HUMANOS

EMPRESA SERVIÇAL SERVIÇOS AUXILIARES DE LIMPEZA LTDA

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração - Recursos Humanos da

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Recursos Humanos Balneário Camboriú, 01 de Julho de 2009.

_________________________________ Msc. Luzia Fröhlich

Orientadora

___________________________________ Msc. Laércio A. Braggio

Avaliador

___________________________________ Msc. Lorena Schröder

Avaliadora

EQUIPE TÉCNICA

Estagiário(a): Danusa de Moura

Área de Estágio: Recursos Humanos

Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Vanter Evandro Neves

Professora orientadora: Luzia Fröhlich

DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Serviçal Serviços Auxiliares de Limpeza LTDA

Endereço: Rua José Bonifácio Malburg, nº 310 Centro, Itajaí

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Recursos Humanos

Duração do Estágio: 240 horas

Supervisor da Empresa: Vanter Evandro Neves

Carimbo do CNPJ da Empresa: 78.214.038/0001-54

AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 01 de Julho de 2009. A Empresa Serviçal Serviços Auxiliares de Limpeza Ltda., pelo presente

instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os

dados do Relatório de conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pela acadêmica Danusa de Moura.

___________________________________

Vanter Evandro Neves

“A mente que se abre a uma nova idéia,

jamais voltará ao seu tamanho original”.

Albert Einstein

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela sabedoria adquirida e pela oportunidade a mim

concedida.

A minha orientadora, Professora Luzia Fröhlich, pela orientação em meus estudos e

pela atenção dada no auxílio da elaboração desta pesquisa.

Aos professores que lecionaram durante o período desta graduação, pela

transmissão de seus conhecimentos tão valiosos.

Aos amigos conquistados durante a graduação.

A minha família, pela força moral concedida, em especial a minha querida mãe, pela

sua perseverança e contínua presença em todos os aspectos de minha vida.

Ao meu noivo Erick, que cedeu seu tempo me auxiliando nos estudos e pela sua

dedicação e companheirismo.

Aos meus colegas de trabalho da Empresa Serviçal, Vanter, Elizandra e Diogo, pelo

auxílio no desenvolvimento desta pesquisa, pelo apoio e dedicação.

Aos fundadores da empresa Serviçal Serviços Auxiliares de Limpeza LTDA, José

Augusto Pereira dos Anjos e Carmen Pereira dos Anjos Stimamiglio pela

oportunidade de desenvolver esta pesquisa dentro da organização.

RESUMO

No desenvolvimento do trabalho com pessoas, é necessário que haja o entendimento do comportamento humano, conhecer os sistemas e práticas de recursos humanos é essencial para a efetiva construção de uma força de trabalho qualificada, motivada e produtiva. O planejamento da área de recursos humanos deve vir alinhado ao planejamento estratégico da organização. O objetivo desta pesquisa é justamente estudar a área de recursos humanos, especificamente o realinhamento de processos da área, visando à formação de um ambiente organizacional favorável ao desenvolvimento, motivação e retenção do colaborador da Serviçal. Através desta pesquisa conclui-se que a empresa Serviçal Serviços Auxiliares de Limpeza LTDA precisa acompanhar a realidade de mercado na sua gestão de pessoas, promovendo um ambiente de trabalho agradável e motivador para seus colaboradores, dando assim origem a um trabalho excelente, visando à qualidade nos serviços terceirizados prestados. Palavras – Chaves: Pessoas. Motivação.Recursos Humanos.

ABSTRACT

In the development of the work with people, it is necessary to have an understanding of the human behavior, learn the systems and practices of human resources is essential for the effective construction of a qualified, motivated and productive workforce. The planning of the area of human resources must be aligned to the strategic planning of the organization. The objective of this research is to study the area of human resources, specifically the realignment of processes in the area, aiming at the formation of a favorable environment for organizational development, motivation and retention of the employees of the Serviçal Company. Through this research, it is concluded that the company Serviçal Serviços Auxiliares de Limpeza LTDA needs to follow the market reality in its management of people, promoting a pleasant and motivated place for its employees, thereby developing an excellent job, aiming to the quality of the outsourced services provided by them. Key Words: People.Motivation.Human Resources.

LISTA DE FIGURAS E QUADROS

Figura 1 Os seis Processos de Gestão de Pessoas 36

Quadro 1 Classificação das atividades de gestão de pessoas 37

Quadro 2 Exemplos de Fatores de Avaliação de Cargos 41

Quadro 3 Definições de Salário 44

Quadro 4 Insumos Básicos para o Banco de Dados 55

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 14

1.1 Tema de estágio ...................................................................................... 14

1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 15

1.3 Objetivos da pesquisa ............................................................................. 15

1.4 Justificativa da pesquisa .......................................................................... 16

1.5 Contextualização do ambiente de estágio ............................................... 16

1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 19

2.1 As organizações ..................................................................................... 19

2.1.1 As organizações como sistema................................................................ 20

2.2 As organizações e as pessoas................................................................. 22

2.3 Cultura Organizacional............................................................................. 24

2.4 Administração........................................................................................... 26

2.5 Administração de Recursos Humanos..................................................... 30

2.5.1 Histórico da Administração de Recursos Humanos................................. 30

2.5.2 Objetivos da Administração de Recursos Humanos................................ 34

2.6 Subsistemas de Recursos Humanos....................................................... 35

2.6.6.1 Descrição de Cargos ............................................................................... 38

2.6.6.2 Avaliação de Cargos................................................................................ 40

2.6.6.3 Política de Cargos e Salários................................................................... 42

2.6.6.4 Remuneração.......................................................................................... 42

2.6.6.5 Benefícios............................................................................................... 44

2.6.6.6 Recrutamento e Seleção........................................................................ 46

2.6.6.7 Avaliação de Desempenho..................................................................... 52

2.6.6.8 Sistemas de Informação de Recursos Humanos..................................... 53

2.6.6.9 Treinamento e Desenvolvimento.............................................................. 56

3 METODOLOGIA CIENTÍFICA ................................................................. 59

3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 59

3.2 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 61

3.3 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 61

3.4 Limitações da pesquisa ........................................................................... 62

4

RESULTADOS......................................................................................... 63

4.1 Serviçal Serviços Auxiliares de Limpeza LTDA....................................... 63

4.2 Procedimentos da Cultura Organizacional da Serviçal........................... 65

4.3 Processos e políticas de Recursos Humanos......................................... 66

4.3.1 Políticas de Admissão de Pessoal........................................................... 66

4.3.2 Políticas de Deveres e Obrigações dos Colaboradores.......................... 69

4.3.3 Políticas das Proibições........................................................................... 73

4.3.3 Políticas de Remuneração....................................................................... 75

4.3.3 Políticas de Benefícios............................................................................. 75

4.4 Proposta de Realinhamento das Práticas de Recursos Humanos

Empresa Serviçal Serviços Auxiliares de Limpeza LTDA........................

76

4.4.1 Sistema de Remuneração e Cargos e Salários....................................... 77

4.4.2 Recrutamento e Seleção.......................................................................... 78

4.4.3 Treinamento e Desenvolvimento............................................................. 80

4.4.4 Avaliação de Desempenho...................................................................... 81

4.4.5 Sistema de Informação de Recursos Humanos...................................... 82

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 85

6

REFERÊNCIAS ....................................................................................... 87

7

APÊNDICES ............................................................................................ 89

8

ANEXO..................................................................................................... 97

1 INTRODUÇÃO

No dia-a-dia corporativo não são raros os casos de organizações que utilizam

sistemas de estratégias empresariais de forma desordenada, impedindo que os

processos alcancem o êxito desejado. Muitas organizações também utilizam os

sistemas de estratégia empresarial de forma desconectada do sistema de Gestão de

Pessoas. É necessário que as organizações façam nela integração entre os

sistemas de gestão estratégica empresarial e o sistema de Gestão de Pessoas.

Com o grande impacto da industrialização e o avanço da tecnologia em

alguns centros urbanos brasileiros sofreu uma grande mudança, o mercado de

trabalho tornando-se sofisticado e encontrando grande dificuldade em encontrar

pessoas qualificadas (CHIAVENATO, 1999).

Para que as pessoas desenvolvam-se nas organizações, é necessária a

capacitação dos profissionais aliados ao alinhamento com a missão, visão e os

objetivos organizacionais. Por isso a administração desse capital humano é

essencial para o alcance dos objetivos gerais da organização.

Esta pesquisa será desenvolvida através da abordagem das técnicas de

recursos humanos e as formas de aplicabilidades que podem ser utilizadas dentro

da organização pesquisada.

1.1 Tema

A possibilidade de se ter e manter a vantagem competitiva no mercado, não

dependerá somente de estratégias baseadas nos princípios da liderança, no custo

total, na diferenciação ou no enfoque. A Gestão Estratégica de Pessoas nos

negócios nas organizações tem sido constantemente discutida no sentido de

perpetuar o capital e a participação da área de Gestão de Pessoas neste processo é

de vital importância.

Na gestão estratégica de pessoas é de fundamental importância alinhá-lo com

a estratégia da empresa, definindo as competências organizacionais de cada função

e dos colaboradores. Além disso, devem servir de base para o desenvolvimento de

um plano de treinamento e na criação de um fluxo de trabalho para auxiliar no

processo decisório de contratação, capacitação, desenvolvimento e retenção de

talentos, proporcionando informações preciosas para todo o planejamento

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estratégico da empresa. É importante partir do alinhamento dos objetivos e metas

definidos para a organização juntamente com o gestor de pessoas.

A análise do diagnóstico da situação atual da empresa e a construção de um

plano de ação visando à melhoria qualitativa dos fatores avaliados, tais como

comunicação interna, avaliação de desempenho e treinamento e desenvolvimento,

auxiliará na estratégia da gestão de pessoas.

Com a implantação de um programa de Gestão Estratégica de Pessoas, o

impacto na organização pode ser muito positivo, conduzindo seus colaboradores a

executar os objetivos e metas propostos para o ano, maximizando a rentabilidade e

aumentando a participação de mercado da empresa.

O tema deste trabalho será uma proposta de realinhamento das práticas de

recursos humanos tendo em vista as práticas de recursos humanos abordadas na

fundamentação teórica e nas práticas de mercado de outras organizações, com a

utilização das técnicas da administração de recursos humanos e da gestão

estratégica de pessoas, auxiliando na gestão estratégica da organização.

1.2 Problema

As práticas de Recursos Humanos atendem a gestão de pessoas da

Serviçal?

1.3 Objetivo Geral

Apresentar propostas de realinhamento das práticas de recursos humanos

para a Serviçal tendo em vista técnicas da administração de recursos humanos.

1.3.1 Objetivos Específicos

Descrever os procedimentos da cultura organizacional da Serviçal;

Descrever os processos de recursos humanos da empresa;

Apresentar sugestões de melhorias aos processos de recursos humanos.

16

1.4 Justificativa

Esta pesquisa está sendo desenvolvida na área de recursos humanos da

empresa, pois a mesma não possui um RH estruturado. O RH da organização faz

trabalho burocrático somente, não auxiliando na estratégia da organização.

Atualmente, em um mercado competitivo, as empresas buscam a todo tempo

maneiras de sobreviver ao cenário mercadológico como também se diferenciar em

seus serviços ou produtos oferecidos. É importante adequar as políticas de recursos

humanos às práticas estratégicas da empresa e as práticas de mercado em que as

empresas atuam.

As empresas buscam diversas maneiras de obter vantagem competitiva em

relação aos seus concorrentes, com isso acabam deixando de lado seu capital mais

importante, seus recursos humanos.

O assunto estudado será relevante no sentido de levantar necessidades de

políticas de recursos humanos para o alcance dos objetivos organizacionais e

acompanhar as mudanças e inovações do mercado.

1.5 Contexto do ambiente de estágio

A Serviçal é uma empresa que atua no segmento de prestação de serviços de

asseio e conservação e que teve origem no grupo Orsegups o qual será detalhado

mais a frente.

O principal objetivo do Grupo Orsegups é a busca da qualidade no

atendimento aos clientes, na estrutura e no desenvolvimento de seus colaboradores,

atuando no segmento de segurança patrimonial, vigilância eletrônica e asseio e

conservação.

O Grupo Orsegups iniciou suas atividades na cidade de Lages – Santa

Catarina. Foi fundada no ano de 1.977. Em 1.984, a empresa foi comprada pelos

irmãos José Augusto Pereira dos Anjos e Carmen Pereira dos Anjos Stimamiglio,

onde na época a empresa contava apenas com 100 colaboradores e atuava

exclusivamente na área de vigilância. Foram em uma casa em Lages que os

17

primeiros passos da organização foram dados e que as primeiras ações da empresa

foram traçadas.

O Grupo Orsegups conta com sete filiais espalhadas por Santa Catarina:

Itajaí, Lages, Blumenau, Brusque, Balneário Camboriú, Itapema e Florianópolis.

Atualmente a sede está situada na cidade de Balneário Camboriú. A empresa é

reconhecida no Sul do Brasil como uma das maiores empresas nas áreas de

vigilância física, eletrônica, prestação de serviço.

O desenvolvimento bem planejado do grupo fez com que mais duas

empresas surgissem na composição atual do grupo Orsegups: a Serviçal e a Rede

Alarme. Portanto o Grupo Orsegups é composto por três empresas: A Vigilância

Orsegups, a Serviçal e a Rede Alarmes.

A empresa pioneira do grupo foi a Vigilância Orsegups que realiza o trabalho

de segurança física de imóveis residenciais ou empresariais. A empresa conta com

profissionais qualificados. Os vigilantes da orsegups participam de cursos de

formação, onde desenvolvem técnicas de primeiros socorros, defesa pessoal,

prevenção e combate a incêndios, além de noções de direito civil e penal. Através

de uma inteligente rede de comunicação e monitoramento 24 horas, os funcionários

da orsegups garantem a segurança e vigilância do patrimônio de seus clientes.

A Rede Alarme é a empresa do Grupo Orsegups especializada no serviço de

vigilância eletrônica, utiliza avançados sistemas de alarme e monitoramento, aliando

tecnologia e capacitação humana para garantir a segurança patrimonial. A Rede

Alarme oferece também o moderno SIAP (Sistema Integrado de Automação Predial),

que possibilita a monitoração de várias funções como controle de acessos, circuito

fechado de televisão, software de supervisão interligado diretamente com a

Orsegups entre outros.

A Serviçal atua no segmento de terceirização de limpeza e conservação de

mão-de-obra. A empresa atua na prestação de serviços para limpeza de residências,

condomínios e empresas. A organização possui uma equipe de profissionais

treinados e qualificados, que atende as exigências do mercado.

Toda essa estrutura, profissionalismo e desenvolvimento se tornou realidade

graças a política de qualidade adotada pelo grupo Orsegups: qualidade nos serviços

prestados, qualificação na mão-de-obra prestada e qualidade no pronto atendimento

ao cliente.

18

1.6 Organização do trabalho

Este trabalho será dividido em: Introdução sobre o assunto abordado na

pesquisa, fundamentação teórica, descrição da empresa, análise dos dados obtidos

durante a pesquisa e propostas de melhoramentos na área de recursos humanos da

empresa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão abordados estudos teóricos sobre organização e as

pessoas, administração em geral e da administração de recursos humanos,

buscando compreensão e aprofundamento do assunto através de citações feitas por

autores que abordam os temas da pesquisa.

2.1 As organizações

Os primeiros modelos de organização pretendiam funcionar como uma

máquina, influenciados pelos paradigmas formadores da administração, prescrevia

uma modelo de organização predominantemente burocrático e hierarquizado

(NOGUEIRA, 2007).

A empresa moderna surgiu com a evolução das organizações durante a

revolução industrial, representando um enorme salto, uma mudança de paradigmas

da humanidade. As organizações visavam na época somente o lucro (TACHIZAWA,

1997).

Revelando a importância dos grupos e de uma dinâmica informal do âmbito

das organizações, o paradigma humanista e comportamental, introduziu elementos

psicológicos e sociais nas organizações, tornado possível a revisão de estilos e

sistemas de administração, relacionando a questão da liderança com o padrão

organizacional, mais democrático, pressupondo um modelo de organização mais

participativo em relação às pessoas (NOGUEIRA, 2007).

Organização é definida como o processo administrativo que visa à

estruturação da empresa, reunindo pessoas que trabalham juntas cooperativamente

dentro de limites identificáveis de acordo com o planejamento efetuado para

alcançar um objetivo ou meta comum. A organização é a entidade que possibilita

que o trabalho individual tenha ênfase dentro do trabalho em grupo, tornando-se

mais eficaz na consecução de objetivos (SILVA, 2001; MONTANA; CHARNOV,

2003)

“Organização é um grupo de pessoas que se constitui de forma organizada,

para atingir objetivos comuns” (LACOMBE, 2005, p.8). As organizações são

constituídas de pessoas, que tomam decisões e ajam em seu nome. Desde o início

20

de suas vidas as pessoas participam de organizações, elas nascem e crescem em

organizações: hospitais, escolas e trabalham em empresas.

Para a existência das organizações, são necessários que existam objetivos

comuns, criando um poderoso instrumento social através das pessoas e de suas

ações. Trabalhar com pessoas exige divisão do trabalho, fonte de autoridade e

relações interpessoais (LACOMBE, 2005; CHIAVENATO, 1999).

As organizações contribuíram para que houvesse o alcance do estágio do

mundo moderno como hoje é conhecido, permitiu que a substituição do trabalho

braçal pelo trabalho mecânico, liberando o homem para pensar; permitiu a criação

de subdivisões de trabalhos com as especializações e desenvolvimentos das

tecnologias; e, a evolução da sociedade, com a criação do conceito de mercado e

satisfação de clientes (TACHIZAWA, 1997).

Para uma organização obter um bom desempenho,

“sua estrutura organizacional deve ser projetada de modo a se ajustar às demandas situacionais que derivam da tecnologia que está sendo usada, da sua posição mercadológica, da sua diversidade de produtos e velocidade de mudanças, e do seu tamanho” (LACOMBE, 2005, p.14).

A empresa deve ser organizada de acordo com seu plano de negócios ou

estratégia, auxiliando no gerenciamento eficaz de transformações. Para os autores

as organizações existem com o objetivo de alcançar seus objetivos e metas, os

quais derivam do mercado, isto é, com objetivo de satisfazer a necessidade ou o

desejo de seus clientes. A estrutura deve vir acompanhada da estratégia

organizacional. O planejamento é a principal função da administração que auxilia

nesse processo de organização (MONTANA, CHARNOV, 2003).

Todas as organizações necessitam de objetivos claros e divulgados aos

colaboradores, determinando a natureza das entradas, a série das atividades para o

alcance e realização das metas organizacionais (SILVA, 2001).

2.1.1 Organizações como Sistemas

Adotando a visão de sistemas das organizações, podem ser identificados

princípios e prescrições das organizações e administração que se aplicam às

organizações de negócios em geral. Para isso, as organizações devem ser

21

analisadas a partir de um ponto comum de referência, com o uso do modelo de

sistemas (SILVA, 2001).

As organizações como sistemas representam um sistema social organizado,

com divisão de trabalho com a colaboração das pessoas, facilitando os objetivos de

ambas as partes. Representam um sistema, pois são constituídas de partes

independentes que devem interagir entre si, alcançando os objetivos organizacionais

(ANDRADE, AMBONI, 2007).

As organizações sistêmicas deixam de ser caracterizadas como mecânicas,

onde ser buscava a quantidade, um aumento de produção. As pessoas deveriam se

enquadrar em determinado ritmo de trabalho contínuo e mecânico, igualando-se às

máquinas que funcionam em tempos específicos (ARAUJO, 2006).

Para Tachizawa (1997), as organizações podem ser de abordagem analítica

ou mecanicista e de abordagem sistêmica ou organicista. Lacombe (2005) aborda o

assunto com outra denominação, porém com a mesma definição, o sistema

mecânico e o sistema orgânico.

O sistema orgânico aproxima-se das escolas mais recentes de administração. As organizações que tendem para o sistema mecânico costumam ser menos abertas, mais hierarquizadas, menos flexíveis e mais difíceis de mudar, por isso só costumam ser apropriadas para ambientes estáveis (BURNS, STALKER apud LACOMBE 2005)

A vida organizacional é freqüentemente rotinizada, o trabalho é muito

mecânico e repetitivo. Essas organizações operadas como se fossem máquinas são

chamadas de burocracias. A tendência dessas organizações é que elas operem

como máquinas de maneira rotinizada, eficiente, confiável e pressível. O maior

desafio desse tipo de organização é substituir esse pensamento mecanicista por

idéias e enfoques novos. Essas organizações mecânicas funcionam mais

eficazmente em ambientes que são estáveis como empresas de tecnologia, por

exemplo (MORGAN, 1996).

Há diferentes maneiras de enfocar as organizações como sistemas. O que vai

ser considerado como sistema depende do enfoque em que o observador tiver

interesse, depende da subdivisão das partes até onde houver interesse e, se há

liberdade para escolher o que será considerado como sistema, dependendo do

estudo que se pretende fazer (BERNARDES, MARCONDES, 2003).

22

As organizações vistas como se fossem organismos vivos, ou orgânicas,

existem em um ambiente mais amplo e dependem da satisfação das suas várias

necessidades. Nesta teoria organicista, foi relatada a idéia de que indivíduos e

grupos, da mesma forma como os organismos biológicos, atuam mais eficazmente

quando as suas necessidades são satisfeitas. As organizações vistas como

cérebros oferecem uma metáfora óbvia, particularmente se a preocupação é

melhorar a capacidade de inteligência organizacional. O cérebro é conhecido como

o responsável pela consciência e pela inteligência das pessoas. Essa teoria sugere

que se coloquem as pessoas certas nos lugares certos, dando-lhes recompensas

que as motive a satisfazer suas próprias necessidades através da consecução dos

objetivos organizacionais (MORGAN, 1996).

Para uma organização obter um bom desempenho,

Sua estrutura organizacional deve ser projetada de modo a se ajustar às demandas situacionais que derivam da tecnologia que está sendo usada, da sua posição mercadológica, da sua diversidade de produtos e velocidade de mudanças, e do seu tamanho (LACOMBE, 2005, p. 14).

As organizações são sistemas abertos que influem e são influenciadas no

ambiente em que estão situadas, elas diferem e partilha muitos aspectos (SILVA,

2001; LACOMBE,2005). As organizações retiram da sociedade todos os elementos

de que necessitam para sua sobrevivência, devem, portanto, contribuir para o bem-

estar dessa sociedade (COELHO, 2008).

A coordenação evolve vários meios, por isso, torna-se mais complexo. Esses

meios podem ser denominados mecanismos de coordenação: ajuste mútuo,

supervisão direta, padronização dos processos de trabalho, padronização dos

resultados do trabalho e padronização das habilidades dos trabalhadores

(MINTZBERG, 2003).

2.2 As organizações e as pessoas

As empresas são compostas de pessoas que trabalham para a produção de

mercadorias ou produtos e/ou serviços. Há limitação do que os membros devem e

podem fazer na organização. Delimitar organizações pode ser definido como manter

23

a ênfase nas pessoas e ênfase nas atividades organizacionais (SILVA, 2001 e

2007).

As organizações preocupavam-se apenas com a tecnologia do produto ou do

processo, nos mercados protegidos ou regulamentados, no acesso a recursos

financeiros e econômicos. Nos dias atuais as organizações estão começando a

valorizar as pessoas, estão se dando conta da importância que elas têm para a

organização e da forma como elas deverão ser administradas (LACOMBE, 2005).

A estrutura organizacional é composta pelas pessoas que a constituem. As

empresas dependem das pessoas e as pessoas dependem das empresas. Portanto,

as pessoas e as organizações estão intimamente ligadas (SILVA, 2007; LACOMBE,

2005).

Os principais objetivos de uma organização são os objetivos econômicos, tais

como rentabilidade, endividamento, participação no mercado, qualidade dos

produtos/serviços, inovação, qualidade gerencial, produtividade, eficiência

operacional etc. A empresa é uma sociedade econômica que deve garantir a

satisfação daqueles que nela trabalham e ter um conjunto de valores compartilhados

que orientam a ação e o comportamento das pessoas no atingimento dos objetivos

econômicos (TACHIZAWA,1997).

O lucro financeiro passou a ser um indicador de sucesso das organizações e

não somente um objetivo único. O objetivo verdadeiro passou a ser a sobrevivência

da empresa. As organizações para alcançarem a sobrevivência, então, começaram

a focar em três objetivos: lucratividade, mercado e tecnologia (TACHIZAWA, 1997).

As organizações são altamente complexas, pois há variabilidade dos seres

humanos e complexidade dos relacionamentos sociais, o caminho para a

compreensão das organizações conduz, portanto, ao estudo das organizações

complexas (SILVA, 2001; LACOMBE, 2005).

Toda atividade humana organizada dá origem a duas exigências

fundamentais e opostas: a divisão do trabalho, em tarefas a serem executadas; e a

coordenação dessas tarefas (MINTZBERG, 2003).

A especialização e a divisão do trabalho das pessoas são necessárias, alocar

pessoas especializadas para as funções corretas assegura o atendimento das metas

organizacionais, utilizando as ferramentas de administração como o controle e a

coordenação. (SILVA, 2001; LACOMBE, 2005)

24

As organizações têm propósitos e procura alcançar objetivos, elas não são

somente agrupamentos de pessoas, elas existem para perseguir objetivos e metas

permanentes. As organizações enfrentam cinco principais desafios no mundo dos

negócios: a administração das organizações num ambiente global; a formulação de

projetos e estruturação ou reestruturação das atividades organizacionais; a melhoria

da qualidade, da competitividade e o empowerment; aumento da complexidade,

aumento da velocidade e reação às mudanças ambientais; e, a administração ética

e moral (SILVA, 2001).

Para Coelho (2008) existe a divisão dos trabalhadores em dois grandes

grupos, aqueles que executam o trabalho e aqueles que o planejam. O princípio

fundamental da organização é a divisão do trabalho. Sendo assim, a organização

existe porque o trabalho do homem é dividido, uma vez que ele não pode fazer tudo

(SILVA, 2007).

Para que a organização obtenha êxito no trabalho a ser realizado, serão

necessárias a análise, a identificação e a definição do trabalho a ser feito para

realizar os objetivos da empresa. Com esse processo executado de maneira correta,

resultará em bons resultados como a cooperação das pessoas na consecução dos

objetivos (MONTANA, CHARNOV, 2003).

A estrutura organizacional determina os cargos ou postos que devem ser

ocupados pelas pessoas, bem como as funções a serem desempenhadas por elas.

A partir dessa definição de cargos ou postos e as funções de cada pessoa, a

estrutura estará estabelecendo a linha de autoridade, ou seja, o direito de mandar e

poder de se fazer obedecer e de responsabilidade, ou seja, a obrigação de fazer e

prestar contas do que foi feito dentro da empresa (SILVA, 2007).

2.3 Cultura Organizacional

A cultura organizacional, de acordo com Schein apud Hanashiro et al (2007),

pode ser definida como um conjunto de pressupostos básicos inventados por um

grupo, que descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com certos problemas

de adaptação externa e integração interna, os quais funcionaram suficientemente

bem, sendo considerados válidos e ensinados a novos membros como forma correta

de perceber, pensar e sentir, em relação a esses problemas.

25

Em seu conceito Schein apud Hanashiro et al (2007), descreve a cultura

organizacional salientando que ela é refletida pela liderança da empresa que

compartilha pelos demais membros. A cultura se molda a partir dos problemas

questionamentos e demandas da empresa, com o passar do tempo. A cultura

organizacional com a adaptação externa e integração interna são apresentadas

como:

Um padrão de pressupostos básicos inventados, descobertos ou desenvolvidos por um determinado grupo, à medida que ele aprende a lidar com seus problemas de adaptação externa e integração interna, e que funcionou bem o suficiente para ser considerado válido e ser ensinado a novos membros como uma forma correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas (SCHEIN, 1992 apud ARAUJO, 2006).

Os problemas de adaptação externa envolvem o desenvolvimento das

pessoas sobre os objetivos a serem alcançados pela organização, os meios pelos

quais a empresa quer alcançá-los e os meios pelos quais ela pretende atingir as

metas (SCHEIN,1991 apud HANASHIRO, TEIXEIRA, ZACARELLI, 2007).

Os tipos de problemas de adaptação de integração interna referem-se a

linguagem comum; distribuição de poder, sendo fundamental que a estruturação

hierárquica da empresa seja apresentada de forma clara e objetiva; as regras devem

ser esclarecidas, cada organização pode criar regras diferentes em relação a

intimidade, amizade e relacionamentos, regras de distribuição de recompensas e

punições. Uma empresa poderá não sobreviver se não souber administrar muito

bem seus problemas de integração interna (SCHEIN,1991 apud HANASHIRO,

TEIXEIRA, ZACARELLI, 2007).

Fleury (1989) afirma que as relações de poder acontecem no cotidiano da

organização e, para se desvendar a cultura de uma empresa, é preciso mapear

essas relações entre as diferentes categorias de hierarquia da organização

(FLEURY,1989 apud HANASHIRO, TEIXEIRA, ZACARELLI, 2007).

Thévenet (1991) assevera que a “cultura organizacional é um suporte para

aprender a aprender”, sendo uma fonte de referências, a personalidade da

organização e sua capacidade para compreender e tratar seus problemas

(THÉVENET,1991 apud HANASHIRO, TEIXEIRA, ZACARELLI, 2007).

A cultura organizacional pode ser comparada a um “cimento”, de acordo com

Schein (1991) que procura unir todos os membros em torno dos mesmos objetivos e

dos mesmos modos de agir.

26

De acordo com Hanashiro, Teixeira, Zacarelli (2007), os fundadores da

empresa são responsáveis pela formação e assimilação dos valores e pressupostos

iniciais na criação da cultura organizacional. Eles tendem a contratar e manter

funcionários que se adaptem, pensem e percebam “as coisas” da mesma maneira

que eles. Procuram doutrinar e socializar os funcionários de acordo com suas formas

de pensar e agir. São os fundadores e os líderes que apresentam o maior potencial

para criar, corporificar e reforçar os principais aspectos de uma cultura

organizacional.

Para se desvendar a cultura de uma empresa, segundo Fleury, (1996 apud

Hanashiro, Teixeira, Zacarelli, 2007) é necessário que se analisem os seguintes

aspectos:

• Qual foi o histórico da organização, desde o seu momento de criação, o papel

do fundador, como os obstáculos e conflitos foram enfrentados e resolvidos;

• Quais as características do processo de socialização de novos membros,

deve-se analisar os valores e comportamentos que estão sendo transmitidos

aos novos membros;

• Quais são os valores transmitidos nas políticas de recursos humanos;

• Como ocorre o processo de comunicação desde a criação da informação, sua

transmissão e cristalização dentro da empresa;

• Como se desenvolvem os processos decisórios. As decisões são tomadas

individualmente, em grupo, são rápidas, são lentas, são tomadas formalmente

ou informalmente;

• Como se desenvolve a organização no processo de trabalho e as relações de

poder dentro da empresa.

2.4 Administração

A teoria administrativa foi inaugurada por Taylor que escreveu o primeiro livro

sobre administração em 1.903. A industrialização teve início no final do século XIX,

estendendo-se até 1.950. Neste período, a teoria administrativa está se

fundamentando, preocupando-se com normas e precauções para administração das

organizações (CHIAVENATO, 2004).

27

No início do século XX, antes da Segunda Guerra Mundial começaram a ser

criadas várias práticas administrativas, tendo como principal enfoque o aumento da

produção, com atuação sobre os operários e sobre a estrutura organizacional. São

descritas dentro de três conjuntos as práticas neste período: a primeira enfatizou a

fabricação de produtos em série, a segunda destacou o processo de administrar

organizações e o terceiro analisou os comportamentos do trabalhador

(BERNARDES, MARCONDES, 2003).

Pesquisas feitas na década de 30, originando as chamadas Teorias

Comportamentais, na quais foi diagnosticado o fato de que se os funcionários

participassem mais das ações praticadas nas organizações, eles ficariam mais

satisfeitos, o trabalho desenvolver-se-ia melhor e com isso haveria aumento da

produtividade. Com isso, originou-se a Escola das Relações Humanas, nas quais as

organizações e os trabalhadores seriam beneficiados. Com a resolução de conflitos

e desajustes de pessoas das pessoas, tanto o operário se sentiria mais satisfeito,

como a empresa ganharia com a diminuição de reivindicações sindicais que

ocasionavam tantas greves na época (BERNARDES, MARCONDES, 2003).

De 1.950 à 1.990 houve a substituição dos conceitos normativos e prescritivos

por conceitos descritivos e explicativos na teoria administrativa. Neste período

surgiram as teorias das relações humanas e comportamentais. Após, surgiu a teoria

de sistemas e da contingência para explicar a administração em um mundo dinâmico

e mutável (CHIAVENATO, 2004).

A década de 1.960 pode ser considerada um período de grande transição na

administração. As organizações começaram a olhar para fora de si mesmas e a

entender o mundo em que esperavam para, a partir daí, se organizarem da melhor

forma. Esta mudança houve por diversas razões, mas a principal delas foram as

mudanças pelas quais a sociedade passava, mudanças cada vez mais profundas e

rápidas (COELHO, 2008).

Após o ano de 1.990 surgiu a era da tecnologia da informação, que invadiu a

vida das organizações e das pessoas. A busca pela excelência tornou-se cada vez

maior, com ênfase na participação e comprometimento das pessoas e o foco da

produtividade e competitividade (CHIAVENATO, 2004).

“A gestão e administração foram impulsionadas pelo surgimento da

modernidade e encontraram seu pleno desenvolvimento no contexto da segunda

Revolução Industrial, na virada do século XIX para o XX” (NOGUEIRA, 2007, p. 22).

28

Até chegar ao profissional de administração dos dias atuais, eles sofreram

mudanças contínuas ao longo da história, na proporção em que as organizações

também se alteravam. A ascendência do administrador se deve ao fato do

crescimento das organizações públicas e particulares ao nascer do capitalismo

(BERNARDES, MARCONDES, 2003).

O papel do administrador ganha importância à medida que ele consegue

tornar produtivo e valorizado o desempenho dos trabalhadores de uma organização,

da qual ele está inserido, como organizador, do lado do capital e da empresa

(NOGUEIRA, 2007). Os administradores podem ser considerados especialistas

segundo Bernardes, Marcondes (2003), pois eles estão envolvidos constantemente

com atividades de diferentes situações, diferentes das demais profissões.

A formação do conhecimento na administração depende das situações

práticas nas quais se combinam, ou não, determinadas formulações teóricas,

marcando os campos da administração e da gestão como um campo de tecnologia e

aplicação das ciências humanas, exatas e biológicas. Afirma ainda que a gestão e

administração tratam do estudo dos meios e das técnicas mais adequados de

acordo com o tempo histórico e as condições dadas, para levar as organizações a

resultados satisfatórios (NOGUEIRA 2007).

A competência é o que caracteriza o profissional de administração, formado

ou não, fato este, que qualifica estes profissionais a trabalharem em organizações

públicas ou privadas. O que determinará as ações do administrador será a

necessidade de concretização das finalidades da própria organização. Será

necessária a execução de trabalhos específicos a cada situação (BERNARDES,

MARCONDES, 2003).

A administração pode ser considerada uma ciência inexata, pois o

administrador deve tomar decisões como base em informações e dados subjetivos,

incontroláveis, devido a limites cognitivos de racionalidade, altamente mutáveis e

circunstanciais O administrador pode utilizar em seu trabalho as ciências humanas

como a Filosofia, Sociologia, Psicologia, entre outras. Em relação à psicologia é

necessário que o administrador entenda os fundamentos desta ciência para

compreender as manifestações comportamentais suscitadas pelos relacionamentos

interpessoais dentro e fora das organizações (ANDRADE, AMBONI, 2007).

A Teoria Geral da Administração (TGA), “é o campo de conhecimento humano

que se ocupa do estudo da administração em geral, não se preocupando onde ela

29

seja aplicada, se nas organizações lucrativas (empresas) ou se nas organizações

não-lucrativas”. Salienta ainda que a TGA, trata do estudo da Administração nas

organizações. As organizações jamais teriam condições de existir e crescer sem a

administração (CHIAVENATO, 1999).

Administração é a arte de liderar pessoas e de realizar coisas com e por meio

das pessoas, gerindo estes recursos humanos em grupos formalmente organizados

(ANDRADE, AMBONI, 2007,HAROLD KOONTZ apud SILVA, 2007).

Administrar é o processo de planejar, organizar, dirigir, orientar e controlar os

usos de recursos a fim de alcançar objetivos em comum. A administração é a

condução de atividades de uma organização, feitos de uma maneira racional,

imprescindível para a existência, sobrevivência e sucesso das organizações

(CHIAVENATO, 1999, WILLIAM H. NEWMAN apud SILVA, 2007).

O objetivo geral da administração é auxiliar a realização das idéias, dos

sonhos e das paixões coletivas, porém nesse caminho, podem ocorrer muitos

problemas, equívocos e enganos. A tecnologia, por exemplo, não é capaz de

resolver problemas como a solidão, isolamento e o sentimento de estar distante de

experiências vitais (NOGUEIRA, 2007).

A tarefa da administração é fazer a interpretação dos objetivos propostos pela

organização e transformá-los e ação organizacional, utilizando as ferramentas de

administração como o planejamento, organização, direção e controle. Os objetivos

de todos os esforços realizados em todas as áreas das organizações devem vir de

encontro com os objetivos da própria organização atingindo-os da maneira mais

adequada possível (CHIAVENATO, 1999).

Para Bernardes, Marcondes (2003), as funções do administrador dirigidas

para a organização são planejar, implantar, operar e avaliar. As funções voltadas

para pessoas são estimular, coordenar e controlar. O administrador deve

desenvolver habilidades essenciais para lidar com pessoas, influenciando-as,

sabendo quando utilizar o poder, utilizar a troca de benefícios e liderá-las.

O administrador é um profissional que deve coordenar as atividades das

pessoas que lhe são subordinadas e para isso ele desempenha as funções de

planejamento, organização, direção e controle. O planejamento determina o que as

pessoas devem fazer. A organização é a estruturação dos recursos, reunindo

pessoas e os equipamentos necessários para o trabalho. A direção conduz e

30

coordena o trabalho do pessoal. O controle verifica a execução das atividades

definidas pelo planejamento (SILVA, 2007).

Quanto às habilidades do administrador, elas devem ser técnicas, humanas e

conceituais. As habilidades técnicas consistem na compreensão do profissional e o

domínio de determinadas atividades realizadas por ele. As habilidades humanas

consistem na capacidade de lidar com pessoas, fazendo que essas trabalhem com

eficácia como membros das equipes de trabalho. Quanto à habilidade conceitual,

consiste na visão sistêmica que o administrador deve possuir, visualizando a

organização como um conjunto integrado de funções interdependentes (ANDRADE,

AMBONI, 2007).

2.5 Administração de Recursos Humanos

2.5.1 Histórico da Administração de Recursos Humanos

Durante o período de 1890 à 1930, conheceu-se momentos de notável

efervescência trabalhista, com o aumento de trabalhadores europeus dotados de

elevado grau de conscientização política, que se instalaram em São Paulo e cidades

do sul do país. Em meados da década de 10 até 30 houve a demonstração da força

sindical e o movimento dos grevistas. Porém uma legislação trabalhista viria a

concretizar-se comentes na década de 30. Por isso neste período as atividades de

recursos humanos restringiam-se às tarefas de cálculos da retribuição a que os

trabalhos faziam jus em decorrência do trabalho prestado (GIL, 2001). A

administração de pessoal teve início na necessidade de contabilizar os registros dos

trabalhadores, com ênfase, obviamente, nas horas trabalhadas, faltas e atrasos para

efeitos de pagamento ou de desconto (MARRAS, 2000).

Em uma pesquisa realizada em 1997, na Faculdade de Administração da

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, baseada em bibliografia

principalmente acadêmica e utilizada na construção de sua dissertação de mestrado,

mostra que é possível destacar cinco fases: a fase contábil, a fase legal, a fase

tecnicista, a fase administrativa e a fase estratégica (TOSE apud MARRAS, 2000).

Pioneira da ‘gestão de pessoal’, a fase contábil, antes de 1.930, preocupava-

se com os custos da organização, “comprava-se a mão-de-obra e, portanto, as

31

entradas e saídas provenientes dessa conta deveriam ser registradas contabilmente”

(MARRAS, 2000, p.26).

A partir de 1930, com a instalação do governo Getúlio Vargas através de uma

revolução, promoveu amplas intervenções nas questões trabalhistas, tanto em

relação à medidas de proteção social ao trabalhador quanto ao processo de

organização das associações operárias. No primeiro ano de seu mandato foi criado

o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, com a finalidade de ocupar-se dos

problemas trabalhistas. Houve também neste período a criação da Carteira de

Trabalho e o horário de trabalho do comércio e indústria. No ano posterior houve a

criação do Departamento Nacional do Trabalho, com o objetivo de promover

medidas de previdência social e melhora das condições de trabalho (GIL, 2001).

Neste período, as empresas tiveram que se organizar em relação à

administração do seu pessoal. As empresas passaram a incluir em suas estruturas a

seção de pessoal, com a figura do chefe de pessoal, contratado para cuidar das

rotinas trabalhistas, das obrigações, dos direitos e deveres dos trabalhadores e,

sobretudo da parte disciplinar. Este profissional cuidava basicamente das atividades

burocráticas e disciplinares de referência aos funcionários, administrava papéis e

não pessoas, pois lidava somente com a papelada e os procedimentos legais e não

com os aspectos de integração, produtividade e bem-estar da mão-de-obra (GIL,

2001).

Na fase legal (1.930 a 1.950), a função de chefe de pessoal, estava centrada

no acompanhamento e na manutenção das recém-criadas leis trabalhistas da era

getulista. “o poder até então unicamente centrado na figura dos feitores (chefes de

produção) sobre os empregados passou para as mãos do chefe de pessoal pelo

domínio exercido sobre as regras e normas jurídicas impostas pela Consolidação

das Leis do Trabalho (CLT)” (MARRAS, 2000 p.26).

De 1950 a 1970 o profissional de recursos humanos teve que iniciar um

processo de adaptação a novas áreas de responsabilidade da função de pessoal:

recrutamento e seleção, treinamento, benefícios, cargos e salários, etc. (MARRAS,

2000).

Durante a década de 50 ocorreram diversas mudanças no campo das

relações do trabalho. Com o crescimento das empresas, surgiram novas

oportunidades de empresa, elevou-se o nível de qualificação e conseqüentemente

de aspiração e de conscientização dos trabalhadores. Com essas mudanças houve

32

a necessidade de um novo profissional para gerenciar os problemas de pessoal.

Porém como não se encontrou um profissional completamente preparado para

enfrentar este desafio, houve aproveitamento dos antigos chefes de pessoal (GIL,

2001).

A fase tecnicista (1.950 a 1.965) alavancou a função de RH, com a

implantação da indústria automobilística no Brasil, aconteceram modificações nas

características de gerenciamento e da cultura organizacional, maximizando as

relações entre capital de trabalho. “Foi nesta fase que a área de RH passou a

operacionalizar serviços como os de treinamento, recrutamento e seleção, cargos e

salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios e outros” (MARRAS, 2000

p.26).

Na década de 60, começou-se a falar sobre a Administração de Recursos

Humanos (ARH), esta expressão passou a substituir as utilizadas no âmbito das

organizações da época: Administração de Pessoal e Relações Industriais (GIL,

2001).

Em 1964 os sindicatos passaram a ser tutelados pelo Ministério do Trabalho.

Com isso houve a diminuição das reivindicações sindicais com essa ação

governamental. Com isso as empresas tiveram mais facilidade de negociação com

seus funcionários. Nesta época o cargo de profissional de recursos humanos era

facilmente preenchido pelo administrador de empresas (GIL, 2001).

Na época o recrutamento era feito basicamente realizado via jornais, o

processo de seleção baseava-se em uma prova aplicada ao candidato, sendo que

datilografia era a maior exigência. Ocasionalmente, as empresas aplicavam testes

psicológicos na seleção. O treinamento era realizado em instituições de ensino,

geralmente para cargos técnicos e treinamento em vendas, que eram consideradas

as atividades mais importantes (ARAUJO, 2006).

Na fase administrativa (1965 a 1985) programou-se o movimento sindical

denominado ‘novo sindicalismo’, um marco histórico criou-se nas relações entre o

capital e o trabalho. Houve então a mudança da nomenclatura do cargo de chefe de

pessoa para gerente de recursos humanos. “Pretendia-se com essa mudança

transferir a ênfase em procedimentos burocráticos e puramente operacionais para as

responsabilidades de ordem mais humanísticas, voltadas para indivíduos em suas

relações (com os sindicatos, a sociedade etc.)” (MARRAS, 2000 p.26-27).

33

Neste período os processsos de admissão e demissão eram conduzidos

pelos “chefes de pessoal” os quais normalmente eram bacharéis de Direito, pois o

controle legal-trabalhista exigia profundo conhecimento desses profissionais em

legislação trabalhista (ARAUJO, 2006).

De 1978 à 1989, houve grande desemprego na época e conseqüentemente,

as atividades de recursos humanos de muitas empresas foram seriamente afetadas,

com a desativação de setores inteiros. Com o crescimento econômico que

permaneceu elevado durante todo o período, no início da década de 90 os níveis de

desemprego tornaram-se os mais baixos do mundo. Foram feitos questionamentos à

forma como vinha sendo desenvolvida a administração de recursos humanos nas

organizações. Se as pessoas eram tratadas como recursos, as pessoas precisavam

ser administradas então, sendo reconhecidas como parceiras da organização e

fornecedoras de conhecimentos, habilidades, capacidades e o mais importante valor

agregado para as organizações: a inteligência (GIL, 2001).

A fase estratégica (1985 a atual) foi demarcada pela implantação dos

programas de planejamento estratégico de recursos humanos, atrelado ao

planejamento estratégico central das organizações. O profissional de Recursos

Humanos, antes denominado Chefe de Pessoal, passou a ser reconhecido como

membro da diretoria, em nível estratégico da organização, passando a chamar-se

Gerente de Recursos Humanos (GRH), (MARRAS, 2000 p.27).

Com essa nova abordagem os funcionários deveriam ser tratados como

parceiros do negócio e não mais como simples funcionários contratados. Nesta

época começaram a ser desenvolvidos novas publicações de novas atividades para

a administração de recursos humanos, abrangidas também pela administração geral:

a motivação, comunicação e liderança (GIL, 2001).

A área de recursos humanos ganhou um novo perfil, uma nova forma de

auxiliar a organização a atingir crescimento. Este novo perfil mostrou um

fortalecimento das atividades de recrutamento, seleção, treinamento e

desenvolvimento, enfim, de suas atividades típicas. Ficaram para outro plano as

chamadas rotinas trabalhistas e as de cunho fortemente legal-trabalhista (ARAUJO,

2006).

34

2.5.2 Objetivos da Administração de Recursos Humanos

Os objetivos do sistema de recursos humanos de uma organização podem

ser classificados como: objetivos societários, onde visa proporcionar à empresa um

sentimento de responsabilidade face aos desafios e necessidades da sociedade;

objetivos organizacionais, onde a área de recursos humanos visa tornar-se um

efetivo instrumento de integração organizacional; os objetivos funcionais, onde a

área de recursos humanos visa manter um nível adequado de seus procedimentos

em função das necessidades efetivas de mão-de-obra, treinada e responsável; e,

objetivos individuais, onde o processo de recursos humanos consiste na assistência

aos funcionários na consecução de seus objetivos individuais (CARVALHO,

NASCIMENTO, 1993).

O departamento de Recursos Humanos (RH) não é o responsável por toda

administração das pessoas. Cada gestor de cada área a que compete, deve ter

consciência de que é responsável pelos seus subordinados, o papel de cada gestor

é selecionar, formar, integrar, por distribuir os trabalhos, planejar e controlar os

resultados; por motivar e avaliar os subordinados e lhes dar feeedback sobre seu

desempenho; por decidir quem deve ser admitido, demitido ou promovido; é

responsável pela orientação e educação dos novos funcionários; pelo treinamento

de seus subordinados, zelar pela segurança no trabalho de todo o seu pessoal

fazendo com que cada membro da organização entenda seu papel e coopere com

os demais produzindo resultados (LACOMBE, 2005).

Os administradores que desejarem construir uma organização perene,

primeiramente deverão preocupa-se com o desenvolvimento das pessoas que nela

estão inseridas. Cabe o departamento de RH a orientação e a prestação de serviços

centralizados, como também a sensibilização dos gerentes para a importância das

equipes de trabalho. O êxito de uma empresa depende da competência e da

motivação dos seus funcionários, de quem é admitido e demitido, mantendo na

empresa a equipe adequada para produzir com eficiência e eficácia (LACOMBE,

2005). “As duas coisas mais importantes de uma empresa não aparecem nos seus

demonstrativos financeiros: sua reputação e suas pessoas” (HENRY FORD apud

LACOMBE, 2005). As organizações não devem esquecer que apesar de considerar

as pessoas seus recursos humanos, essas mesmas pessoas tem desejos e anseios

próprios, desejam ser felizes e ter qualidade de vida, que têm outros vínculos além

35

daqueles que matem com suas organizações e que seus objetivos nunca coincidem

integralmente com os da organização, embora possam ter muitos pontos parecidos.

2.2.5 Subsistemas de Recursos Humanos

A política de RH depende da filosofia empresarial, ela precisa ser dotada da

necessária flexibilidade, sempre se adaptando aos objetivos organizacionais.

Enquanto a filosofia da empresa é mais duradoura e estável, a política de RH é

mutável e depende de alguns fatores como reação do mercado, influência do

Estado; estabilidade política, econômica e social do país (CARVALHO,

NASCIMENTO, 2004).

As políticas de RH são regras estabelecidas para administrar funções e

assegurar que elas sejam desempenhadas de acordo com os objetivos desejados,

servindo de guia para prover respostas às questões ou aos problemas que podem

ocorrer e também a maneira pela qual a organização pretende lidar com seus

membros e por intermédio deles atingir os objetivos organizacionais. Os processos

de recursos humanos relacionam-se entre si, de maneira que se influenciem e se

interpretem. A condução dos processos de recursos humanos feita com equilíbrio é

fundamental. A gestão de pessoas consiste em um conjunto de processos dinâmicos

e interativos integrados (CHIAVENATO, 2004).

Os processos de agregar pessoas de acordo com Chiavenato (2004), são

utilizados para incluir novas pessoas na organização. Incluem recrutamento e

seleção das pessoas. As políticas de suprimento de recursos humanos para

Carvalho, Nascimento (2004) definem onde recrutar, em que condições e como

recrutar os recursos humanos necessários à organização. Nas políticas são vistos

critérios de seleção de recursos humanos, padrões de qualidade na admissão e

maneiras de integrar os novos participantes ao ambiente interno da organização.

Para Chiavenato (2004), os processos de aplicar pessoas são utilizados para

descrever as atividades que as pessoas irão realizar na empresa e para acompanhar

o desenvolvimento das pessoas. São incluídos nesses processos a descrição de

cargos, orientação das pessoas e avaliação de desempenho. As políticas de aplicar

pessoas, determinam os requisitos básicos da força de trabalho, os critérios de

36

planejamento, alocação e movimentação interna dos recursos humanos, critérios de

adequação e avaliação de desempenho (CARVALHO, NASCIMENTO, 2004).

Figura 1: Os seis Processos de Gestão de Pessoas. Fonte: Chiavenato (2004)

As políticas de manutenção de pessoas tem em vista a avaliação do cargos e

salários do mercado, os critérios de remuneração dos participantes e como manter

uma força de trabalho motivada e produtiva (CARVALHO, NASCIMENTO, 2004).

Para Chiavenato (2004), os processos de recompensar pessoas são utilizados para

o alcance das metas organizacionais das pessoas e das organizações. São

incluídos nestes processos as recompensas a remuneração e os benefícios. Os

processos de desenvolver pessoas são utilizados para capacitar e desenvolver as

pessoas. São incluídos nesses processos o treinamento e desenvolvimento,

desenvolvimento de carreiras, entre outros.

Os processos de manter as pessoas são utilizados para desenvolver

ambientes saudáveis, psicologicamente satisfatórios, para as atividades das

pessoas.São incluídos nesses processos a administração da higiene e segurança no

trabalho, da qualidade de vida no trabalho e da cultura organizacional

(CHIAVENATO, 2004).

37

Os processos de monitorar pessoas são utilizados para controlar e

acompanhar as atividades das pessoas. Para que isso aconteça de maneira eficaz é

necessário o acompanhamento através de sistemas de informações de recursos

humanos (CHIAVENATO, 2004).

Dependente da filosofia empresarial, as políticas de recursos humanos da

organização, precisam ser dotadas de flexibilidade, adaptando-se aos objetivos

organizacionais. A filosofia da empresa é mais duradoura e estável, diferente da

política de RH que é mutável, pois dependem de fatores como a reação do mercado,

a influência do Estado e a estabilidade política, econômica e social do país

(CARVALHO, NASCIMENTO, 2004).

Subsistemas de RH Atividades

• Identificação das necessidades de pessoal • Pesquisa de mercado de recursos humanos

Suprimento ou

Agregação • Recrutamento e Seleção

• Análise e descrição de cargos

Aplicação • Planejamento e alocação interna de recursos humanos

• Salários • Benefícios • Carreiras • Higiene e segurança do trabalho

Compensação ou Manutenção

• Relações com sindicatos

• Treinamento e desenvolvimento Desenvolvimento ou Capacitação • Desenvolvimento e mudança organizacional

• Avaliação de desempenho • Banco de dados • Sistemas de Informações gerenciais

Controle ou

Monitoração • Auditoria de recursos humanos

Quadro 1: Classificação das atividades de gestão de pessoas. Fonte: Gil (2001).

38

2.2.5.1 Descrição de Cargos

Descrição de cargos é o processo que sintetiza as informações recebidas

sobre os cargos, na análise das funções, padronizando os dados de proporcionando

acesso rápido e fácil a cada um dos cargos da empresa (MARRAS, 2000).

Para se ter um bom recrutamento de pessoas é necessário saber o perfil

desejado, isto é as características pessoais e profissionais do candidato. Através do

perfil definido se estabelece a descrição das funções o que ele vai fazer na

organização. É preciso conhecer a cultura da empresa, pois se o candidato for

excelente, mas não tiver um perfil condizente com os valores, as expectativas e a

estratégia da empresa, não conseguirá se adequar na organização (LACOMBE,

2005).

A análise de função é a atividade de prospectar todos os detalhes de cada

função que compõem um cargo, estudando todos os “porquês”, “como” e “para que”,

se faz, registrando todas as exigências da função, exigidas pára a obtenção dos

resultados esperados para o cargo (MARRAS, 2000).

A forma mais usual de reunir as informações necessárias sobre o cargo, de

acordo com Paschoal (2007), é através da descrição de cargo, onde se podem

identificar as tarefas, as responsabilidades, requisitos, as condições de trabalho e

outros detalhes da ocupação existentes na organização.

A metodologia da análise de trabalho na execução do levantamento de dados

para a realização da análise de função deve contemplar as técnicas de observação

in loco, entrevista com o ocupante do cargo, questionário a ser preenchido pelo

ocupante e método combinado. Com a utilização dessas técnicas de maneira

eficiente, o profissional de recursos humanos, conseguirá o máximo de informações

da composição do perfil de cada cargo da empresa (MARRAS, 2000).

As informações obtidas pelo profissional de recursos humanos devem ter o

simples objetivo de responder a três perguntar: o que o ocupante faz como o

ocupante faz e o porquê o ocupante faz tal função. Conforme o profissional de

recursos humanos vai obtendo as informações necessárias para o desenvolvimento

da descrição do cargo, ele deve compilar cuidadosamente e imediatamente as

informações, para evitar a perda dos “inputs” recebidos. Essas informações dividem-

se em duas partes: a descrição das tarefas desempenhadas e determinação do grau

de exigências para o bom desempenho do cargo (MARRAS, 2000).

39

Todas as atividades da organização que se envolvem direta ou indiretamente

com as ocupações (avaliação de cargo, pesquisa salarial, plano de carreira,

avaliação de desempenho, recrutamento e seleção, treinamentos e relações

trabalhistas), podem se beneficiar da existência dessa valiosa fonte de informação

(PASCHOAL, 2007).

O objetivo da descrição de cargos é registrar a análise dos diversos requisitos

exigidos pelo cargo, como: escolaridade, experiência, responsabilidades, condições

de trabalho, complexidade das tarefas, conhecimentos, etc. (MARRAS, 2000).

Uma boa descrição de cargos é a base para uma correta avaliação do cargo,

portanto vale a pena enfatizar (PASCHOAL, 2007).

1. Procurar descrever de maneira simples, sem formalismo exagerado e,

sobretudo, sem enfeitar.

2. Usar terminologia apropriada ao nível do cargo. Palavras pomposas em

cargos simples podem levar a uma visão distorcida do cargo.

3. Suprir toda expressão vaga; ela só ocupa espaço e não contribui para nada;

4. Dizer o necessário e não mais que o necessário. Tudo que puder ser

eliminado sem prejudicar a clareza deve ser retirado sem hesitação.

5. A descrição deve dar a impressão de algo completo e concluído. Tudo que é

importante para o cargo deve constar.

6. A descrição deve ser especifica e circunstanciada para ser entendida por

pessoas não familiarizadas com o cargo.

7. Siglas, termos técnicos e termos estrangeiros devem ser evitados a menos

que sejam de domínio público.

8. A especificação dos contatos, complexidade, condições de trabalho e outros

aspectos considerados na avaliação do cargo não devem repetir enunciados

usados no manual de avaliação, sob pena de não esclarecer e ainda induzir

os avaliadores.

9. Finalmente o cargo deve ser visto como um fato organizacional, independente

das pessoas.

De acordo com Marras (2000), a ferramenta de trabalho para a execução

desta descrição é o manual de descrição de cargos da empresa, dividindo os cargos

por áreas, conforme a estrutura existente na organização. Após a condensação das

informações contidas nesse manual, tem-se a base de conhecimento dos contornos

da estrutura organizacional. É um instrumento que deve ser atualizado

40

constantemente, visando manter suas informações atualizadas com as mudanças

que ocorrem na realidade da empresa. Essa atualização poderá ocorrer de duas

maneiras: anualmente, por iniciativa da área de recursos humanos ou a qualquer

momento, registrando e avaliando modificações introduzidas no perfil de um cargo.

2.2.5.2 Avaliação de Cargos

A atividade de avaliação de cargos da área de recursos humanos cuida da

análise e da avaliação de cargos, considerando os critérios já estabelecidos a cada

cargo e em relação aos demais, observando as responsabilidades e limitações para

o seu desempenho (ARAUJO, 2006).

Todas as empresas fazem administração de cargos e salários tendo ou não

uma estrutura organizacional, em virtude de vários fatores, surgem à discordância

entre as necessidades da empresa, a realidade do mercado e a capacidade de

resolução do problema. O planejamento de cargos e salários precisa acompanhar o

avanço tecnológico as mudanças de mercado, a política econômica, como também

participar das decisões maiores da organização (CARVALHO, NASCIMENTO,

2004).

Para Lacombe (2004 apud Araujo 2006 p.46), “cargo é um conjunto de

atribuições de natureza e requisitos semelhantes e que têm responsabilidades

específicas a serem praticadas pelo seu ocupante (do cargo)”.

Para a execução da avaliação de cargos é exigido do especialista em

salários, bom conhecimentos matemáticos e estatísticos, a fim de aplicar

metodologias adequadas aos cargos para a obtenção dos resultados finais do plano,

pois a conclusão dessa fase é fundamental para a obtenção de uma estrutura

salarial correta (MARRAS, 2000).

O valor de cada cargo deve ser avaliado cuidadosamente, pois o empregado

deve ser recompensado com justiça por suas atribuições, o ideal seria que essa

avaliação fizesse os índices salariais refletirem o valor relativo do cargo. Sempre que

sejam pagos diferentes índices para duas ou mais posições, deve-se usar alguma

forma de avaliação para determinar o valor relativo dos diferentes cargos

(MEGGINSON, MOSLEY, PETRI, 1998).

41

O manual de avaliação de cargos é o instrumento que congrega todos os

fatores escolhidos para proceder a avaliação dos cargos, seus graus e pontos

respectivos, tem como objetivo permitir que os avaliadores efetuem seu trabalho

pontuando numericamente todos os cargos da empresa. Após a implementação do

manual de da avaliação de cargos o próximo passo será a tabela de avaliação de

cargos, na qual se fixa o valor e peso para cada grau de fator. Essa tarefa pode ser

realizada via consenso da maioria dos componentes do comitê de salários e através

de ponderação estatística (MARRAS, 2000).

De acordo com Silva (2005), todos os métodos são baseados no valor e na

importância dos cargos, de acordo com as responsabilidades, atribuições e

realizações de tarefas. Os objetivos a serem atendidos pela avaliação dos cargos

são: estabelecer uma estrutura de valores, disciplinar as relações entre valores,

recompensando financeiramente, minimizar a visão arbitrária para determinação de

salários, proporcionar um quadro claro de estrutura, das qualidades requeridas e das

oportunidades que podem ser oferecidas, descobrir e eliminar distorções e propiciar

controle eficiente.

De acordo com Paschoal (2007), a avaliação de cargos é constituída de

diferentes métodos:

Métodos globais: focam de forma total e não em cada aspecto isoladamente

Analíticos: Avaliam Carlos sob diferentes aspectos chamados fatores, para

depois apurar sua valor global, fazendo uma avaliação analítica.

Sistêmicos: Utilizam requisitos, responsabilidades, complexidades e

resultados produzidos pelo cargo.

Requisitos Mentais Requisitos Físicos Responsabilidades

Escolaridade Esforço físico Por material ou produto Experiência Habilidade Manual Por ferramentas/equipamentos Complexidade Fadiga mental/visual Por erros Habilidade analítica Concentração Por valores Criatividade Monotonia Por contatos Precisão Pressão do Trabalho Por subordinados Julgamento e Iniciativa Pressão Emocional Por dados confidenciais Planejamento

Quadro 2: Exemplos de Fatores de Avaliação de Cargos. Fonte: Marras (2000).

42

2.2.5.3 Política de Cargos e Salários A política de cargos e salários e o instrumento utilizado pela empresa que

determina os parâmetros que deseja imprimir, fixando condições e normas a serem

seguidas ao longo de toda a estrutura organizacional. Para se implementar uma

estrutura salarial, é necessária primeiramente a criação da política salarial a partir

dessa política, a empresa poderá implementar normas e procedimentos sobre o

assunto, objetivar e padronizar para toda a estrutura organizacional a maneira como

agir e proceder em relação às práticas da administração de salários (MARRAS,

2000).

O estudo de cargos e salários é um instrumento utilizado pela área de RH que

permite à empresa a administração de seus recursos humanos na contratação,

movimentações horizontais (méritos) e verticais (promoções) de seus profissionais e

retenção dos talentos da empresa. A política salarial será estabelecida a partir da

definição de cargos e salários eficaz, que permitirá ascensão profissional dos

colaboradores de acordo com suas aptidões e desempenhos, assim como auxiliará

no desenvolvimento de um plano de carreiras na organização (ARAUJO, 2006).

A política de remuneração é oriunda de um trabalho da cúpula organizacional,

geralmente do nível de diretoria, devendo espelhar os objetivos maiores que vão

permitir alcançar e desenvolver a missão da empresa (MARRAS, 2000).

A política salarial para Chiavenato (1999), tem como objetivo principal criar

um sistema de recompensas que seja equitativo tanto para a organização como para

os funcionários, é um conjunto de decisões organizacionais tomadas a respeito de

remuneração e benefícios concedidos aos funcionários.

2.2.5.4 Remuneração

A remuneração é a principal arma para atrair, manter e motivar os

empregados, bem como o principal custo empresarial. A remuneração pode ser

influenciada por condições externas, organizacionais e dos próprios empregados

(MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

De acordo com Megginson, Mosley, Pietry (1998) remuneração é a

recompensa recebida pelos empregados pelo trabalho realizado. A remuneração é

43

muito importante para os empregados porque é a medida de seu valor para si

mesmo, para seus colegas, familiares e a sociedade, determina seu prestígio, status

e valor.

O salário não é único componente remuneratório de contraprestação do

trabalho. Existem os benefícios também, que somam àquele e compõe a chamada

remuneração. Bem como os benefícios poderão existir outras verbas de crédito a

acrescentar, como por exemplo: componentes de remuneração variável, adicionais,

horas extras, gratificações, bônus, comissões etc. (MARRAS, 2000).

Para Marras (2000) a formação da remuneração pode ser resumida através

da seguinte equação:

R= St + B

Onde:

R= remuneração

St= Salário total (nominal + todas as verbas de crédito)

B= Benefícios

As decisões sobre remuneração podem ser afetadas pelas diversas

condições econômicas enfrentadas pelas empresas, pelas práticas e políticas

organizacionais, relacionamento sindical e o tipo de pessoa empregada, a economia

e as regulamentações governamentais também são influenciais externas

significativas (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

A remuneração fixa é predominante na maioria das organizações, ela

privilegia a padronização dos salários, facilita a obtenção de equilíbrio interno e

externo dos ordenados. Mas por outro lado a remuneração fixa é estável e não

motiva as pessoas. Enquanto a remuneração variável recompensa as pessoas pelos

resultados alcançados, o funcionário ganha mais se a organização ganha

(CHIAVENATO, 2004).

Há diversas maneiras de definir o termo salário, dependendo de sua forma de

aplicação ou como ele se apresenta à empresa ou as pessoas. Algumas das

principais definições sobre o termo salário são:

44

Tipo de Salário Definição

É aquele que consta na ficha de registro, na carteira profissional e em todos os documentos legais. Pode 1. Salário Nominal

ser expresso em hora, dia, semana, mês, etc. É o valor efetivamente recebido pelo empregado, já

2. Salário Efetivo descontadas as obrigações legais (INSS, IR etc) É o que tem inserido no seu bojo toda e qualquer

3. Salário Complessivo parcela adicional (hora extra etc.) É aquele cujo valor está expresso na lei e se destina especificamente a algumas profissões (por exemplo, 4. Salário Profissional

médicos, engenheiros) É a figura de comparação entre um salário e outro

5. Salário Relativo a mesma empresa É o montante que o empregado recebe, líquido de

6. Salário Absoluto todos os descontos, e que determina o seu orçamento.

Quadro 3: Definições de Salário. Fonte: Marras (2000).

2.2.5.5 Benefícios

Os benefícios são regalias e vantagens concedidas pela organização como

parte integrante da remuneração. Eles constituem pagamentos financeiros diretos

oferecidos aos funcionários, representam a compensação indireta através de

recompensas e serviços proporcionados pela organização, além do salário

(CHIAVENATO, 1999).

Os programas de benefícios atendem normalmente a dois objetivos: o da

organização e dos indivíduos (MARRAS, 2000). Os benefícios são oferecidos por

motivações diferentes e de acordo com os objetivos da organização que podem ser

relacionados à produtividade, desejos das pessoas e outros aspectos (ARAUJO,

2006).

Conforme o atendimento das necessidades básicas dos indivíduos, os

objetivos organizacionais são satisfeitos. Com isso há a possibilidade de redução

dos índices de rotatividade e ausências, boa qualidade de vida dos empregados,

redução de estresse no trabalho etc. A empresa carrega um forte tom de

paternalismo, ao fixar, de forma unilateral, o que um trabalhador necessita para

45

garantir o nível mínimo de qualidade de vida, como por exemplo, alimentação e

assistência médica, oferecidas como parte integrante de remuneração do

empregado (MARRAS, 2000). Os planos de benefícios auxiliam o empregado em

três áreas de sua vida, segundo Araujo (2006), sendo elas: no exercício da posição;

fora dela, mas dentro da empresa; e, finalmente, fora da empresa.

Para Marras (2000), os planos de benefícios podem atender a dois tipos de

necessidades dos indivíduos: as necessidades intrínsecas e as necessidades

extrínsecas. As necessidades intrínsecas são aquelas que nascem e florescem

dentro do indivíduo, em geral, de caráter psicológico, como por exemplo:

necessidades sociais, de relacionamento, as quais podem ser supridas pela

organização graças a políticas sociais, valores culturais, práticas gerenciais e outras

formas dependendo do tipo de organização. As necessidades extrínsecas são

aquelas que têm origem do ambiente externo, que fornecem ao indivíduo a

satisfação de fatores físicos, como por exemplo: incentivos financeiros, serviços,

seguros. Esses benefícios são adquiridos pela empresa através de ‘pacotes’, que

são chamados conjunto de benefícios, que somados ao salário percebido pelo

empregado, formam concretamente a sua remuneração.

Um plano de benefícios concedido pela organização pode ser classificado de

conformidade com os grupos hierárquicos da estrutura organizacional, ou seja, para

cada nível da pirâmide organizacional (estratégico, tático e operacional) pode haver

um plano de benefícios diferenciado. No nível estratégico os executivos costumam

ter benefícios proporcionais ao seu salário nominal, propiciando benefícios mais

caros como, por exemplo, automóvel para uso próprio, com todas as despesas

pagas e seguro total. Para o nível tático são utilizados benefícios como plano

especial de assistência média, seguro de acidentes pessoais, refeitório e menus

especiais, estacionamentos reservados, horários flexíveis, etc. Ao pessoal

operacional, as empresas podem oferecer planos de benefícios mais básicos, que

pode ser composto de benefícios como refeitório ou ticket-refeição subsidiados,

plano standard de assistência médica, seguro de vida em grupo, transporte

subsidiado, cesta básica, etc. (MARRAS, 2000).

46

2.2.5.6 Recrutamento e Seleção

O subsistema de recrutamento e seleção é responsável pela captação e

triagem de profissionais no mercado e pela seleção e encaminhamento de

profissionais para a empresa. Ambas são uma atividade única, na medida em que

esta compreende “toda e qualquer atividade da empresa para encontrar e

estabelecer uma relação de trabalho com pessoas capazes de atender a suas

necessidades presentes e futuras” (DUTRA, 2002, apud ARAUJO, 2006, p.15).

Recrutamento “é o processo de identificação e atração de um grupo de

candidatos, entre os quais serão escolhidos alguns para posteriormente serem

contratados para o emprego (MILKOVICH e BOUDREAU, 2000 apud ARAUJO

2006, p.16). Para Chiavenato (1997 apud Araujo, 2006 p.15) “recrutar não pode ser

entendido como sinônimo de atrair pessoas e ponto; ao contrário, a função do

recrutamento é suprir as necessidades da organização, ou melhor, abastecer

adequadamente o processo de seleção”.

Recrutamento de pessoal é uma atividade da ARH que tem como objetivo a

captação de recursos humanos interna ou externamente, suprindo o subsistema de

seleção de pessoal no atendimento das necessidades da organização. O processo

de recrutamento tem início a partir de uma necessidade interna da organização. O

recrutamento de pessoal pode ser interno ou externo (MARRAS, 2000).

Recrutamento é o processo de localizar e incentivar candidatos potenciais a

disputar vagas existentes ou previstas. Durante o processo de recrutamento devem-

se informar os candidatos sobre as qualificações exigidas para ocupar determinado

cargo. O preenchimento de uma vaga existente na organização dependerá da

disponibilidade de pessoal, das políticas de RH e dos requisitos do cargo a ser

preenchido (BOHLANDER, SNELL e SHERMAN, 2003).

Recrutamento para Chiavenato (1999) é um conjunto de atividades

desenhadas para atrair um conjunto de candidatos qualificados no mercado de

recursos humanos para abastecer seu processo seletivo suprindo as necessidades

da uma organização. Afirma ainda que o recrutamento corresponde a um conjunto

de técnicas e procedimentos que tem o objetivo de atrair candidatos qualificados,

para cargos específicos capazes de ocupar cargos dentro das organizações. O

principal desafio do recrutamento é agregar valor à organização e às pessoas.

47

A necessidade que leva ao acionamento de um serviço de recrutamento e

seleção é normalmente em razão de acontecimentos como: a rotatividade (turn-

over), aumento do quadro de funcionários planejado e o aumento circunstancial do

quadro de funcionários. A rotatividade é expressa por um número índice de

empregados desligados da empresa num determinado período comparativamente

ao quadro médio de efetivos. O aumento circunstancial do quadro de funcionários é

devido a variáveis não controláveis como mudanças repentinas de mercado, da

concorrência, etc., devem ser atendidas de forma emergencial a qualquer momento

pela organização. O aumento do quadro de funcionários planejado é uma situação

encontrada nas empresas, que mantém um programa de planejamento global, por

meio da ARH. Porém podem ser encontradas situações adversas que devem ser

planejadas e necessitam novas contratações: mudanças de maquinários, extinção

de área e redimensionamento de outras, criação de uma nova área lançamento de

um novo produto, aumento da produção, abertura de novas praças, reestruturação

administrativa, etc. (MARRAS, 2000).

O recrutamento pode ser feito de duas formas: o recrutamento interno e o

recrutamento externo:

No recrutamento interno as empresas tentam seguir uma política de

preenchimento de vagas acima da posição inicial por meio de promoções e

transferências. Dessa maneira as empresas podem capitalizar o investimento em

recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento de seus atuais funcionários

(BOHLANDER, SNELL e SHERMAN, 2003).

Embora o recrutamento interno seja na maioria das vezes apenas uma

transferência de função e não uma promoção, ela tem a vantagem de ampliar as

experiências de trabalho dos colaboradores e até evitar algumas demissões. Há

também a vantagem de se eliminar os custos de orientação e recrutamento que se

tem quando os candidatos para as vagas são trazidos de fora da organização.

Obtêm-se melhor avaliação e registro de informações sobre o desempenho, mais

exatas de sucesso do candidato escolhido pelo recrutamento interno do que pelo

externo (BOHLANDER, SNELL e SHERMAN, 2003).

No recrutamento interno o preenchimento das vagas e oportunidades é feito

através dos próprios funcionários atuais, os candidatos internos são os candidatos

preferidos. Isto exige que sejam promovidos ou transferidos para as novas

48

oportunidades, a organização oferece uma carreira de oportunidades ao funcionário

(CHIAVENATO, 1999).

Quanto às vantagens do recrutamento interno para Chiavenato (1999), há

melhor aproveitamento do potencial humanos da organização; motivação e

encorajamento para o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários;

incentiva a permanência dos funcionários e a sua fidelidade à organização; é ideal

para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental; não requer socialização

organizacional dos novos membros; há a probabilidade de uma melhor seleção, pois

os candidatos são bem conhecidos; custa financeiramente menos do que fazer

recrutamento externo.

As vantagens do recrutamento interno são as necessidades de investimentos

de menor ordem, pois buscam alternativas internas, sem custo; possui rapidez no

processo, pois o candidato já conhece a cultura organizacional e demais

procedimentos; a disponibilidade de investimentos para outras atividades, com a

redução do custo de recrutamento a área de gestão de pessoas poderá investir em

sua própria área; segurança em relação aos seus recursos humanos, pois já há a

confiança nas pessoas em que já estão na organização; a motivação das pessoas,

pois uma promoção é um excelente estímulo motivacional para os colaboradores na

organização (ARAUJO, 2006).

Quanto às desvantagens do recrutamento interno pode haver bloqueio da

entrada de novas idéias, experiências e expectativas; facilita o conservantismo e

favorece a rotina atual; mantém quase inalterado o atual patrimônio humano da

organização; ideal para empresas burocráticas e mecanísticas; mantém e conserva

a cultura organizacional existente; funciona como um sistema fechado de reciclagem

contínua (CHIAVENATO, 1999).

Quanto as limitações do recrutamento interno pode haver pessoas

conectadas com a cultura, com “idéias viciadas”; podem existir relacionamentos em

conflito, pelo fato de as pessoas em conflito não estarem unidas com o mesmo

propósito organizacional; excesso de promoções, que trata de excesso de

promoções a determinada pessoa até que está e torne incompetente em relação ao

cargo alcançado; protecionismo, contratação de pessoas que tem “QI”, o famoso

“quem indica”, que pode prejudicar o andamento da organização; baixa

racionalidade no processo, não há nenhum processo de racionalidade, há na maioria

49

dos casos a subjetividade, com a possibilidade de contratação de uma pessoa

“querida” ocupar o cargo que está disponível (ARAUJO, 2006).

Para Chiavenato (1999), o recrutamento externo aborda um enorme

contingente de candidatos que estão espalhados pelo mercado de recursos

humanos. O preenchimento das vagas e oportunidades é feito através da admissão

de candidatos externos, os quais são os candidatos preferidos. Isto exige que sejam

recrutados externamente e selecionados para preencher as oportunidades, a

organização oferece oportunidades aos candidatos externos. Ao contrário do

recrutamento interno não há a busca de alternativas com base nos recursos

humanos existentes na organização. O recrutamento externo “procura preencher a

vaga (posição) existente com candidatos externos atraídos pelas técnicas de

recrutamento” (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001, apud ARAUJO, 2006).

Para um recrutamento externo eficaz existem várias técnicas para influenciar

e atrair candidatos. Para isso devem-se escolher para cada vaga determinada os

meios mais adequados para ir até o candidato desejado e atraí-lo para a

organização As organizações bem sucedidas estão sempre de portas abertas para

receber os candidatos, mesmo que a vaga não exista naquele determinado

momento. Pode ser feito através de anúncios em jornais e revistas especializadas;

agências de recrutamento; contatos com escolas, universidades e agremiações;

cartazes ou anúncios em locais visíveis; apresentação de candidatos por indicação

de funcionários; consulta aos arquivos de candidatos; banco de dados de candidatos

(CHIAVENATO, 1999).

De acordo com Araujo (2006) para a atividade de recrutamento externo são

utilizadas algumas técnicas como a indicação pelo próprio pessoal da organização,

contratando head hunters, ativando os meios de comunicação, se vinculando a

outras entidades, utilizando currículos pré-cadastrados, fazendo uso da internet e

contratando agências de recursos humanos.

Quanto às vantagens do recrutamento externo Chiavenato (1999), afirma que

há a introdução de sangue novo na organização: talentos, habilidades e

expectativas; enriquece o patrimônio humano pelo aporte de novos talentos e

habilidades; aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e

destrezas; renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações;

incentiva a interação da organização com o mercado de recursos humanos; é

indicado para enriquecer mais intensa e rapidamente o capital intelectual.

50

Para Araujo (2006), as vantagens do recrutamento externo são a renovação

das pessoas da organização, pois trazem novas experiências e nova vida para a

organização; ausência de conflitos em relacionamentos, pois há uma possibilidade

mínima de este fato acontecer com colaboradores novos; ausência de

protecionismo, o “QI”, e, o nepotismo; há a manutenção da racionalidade no

processo, pois é feito através de técnicas, sem a utilização da subjetividade.

Quanto às desvantagens do recrutamento externo pode haver a diminuição

da motivação dos atuais funcionários da organização; reduz a fidelidade dos

funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos; requer aplicação de técnicas

seletivas para escolha dos candidatos externos, que significa custos operacionais;

exige esquemas de socialização organizacional para os novos funcionários; é mais

custoso, oneroso, demorado e inseguro que o recrutamento interno (CHIAVENATO,

1999).

Para Araujo (2006), as desvantagens do recrutamento externo são a

desmotivação das pessoas que já atuam na empresa; a demora no processo; a

insegurança em relação às pessoas a serem contratadas; maior necessidade de

investimento a fim de atrair o público-alvo.

Após o recrutamento estar concluído passa-se para a próxima fase: a seleção

de pessoas:

“Seleção é o processo de escolher o melhor candidato para o cargo”. E o

processo pelo qual a empresa escolhe a pessoa que melhor alcança os critérios de

seleção para a posição disponível (CHIAVENATO, 1999, p.107). A seleção é feita a

partir de duas variáveis: de um lado, os requisitos que o cargo exige de seu

ocupante, ou seja, os requisitos do cargo a ser preenchido, e de outro lado, o perfil

das características dos candidatos que ser apresentam. Após a etapa de

comparação entre as características exigidas pelo cargo e as características

oferecidas pelos candidatos, podem acontecer que vários destes apresentam

condições equivalentes para serem indicados para ocupar o cargo.

A seleção é considerada um processo de coletar e utilizar informações sobre

os candidatos recrutados externamente para escolher quais deles receberão

propostas de emprego. A seleção é antecedida por uma triagem, que identifica

aqueles candidatos obviamente sem qualificação, antes de colocar qualquer

informação adicional (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

51

A seleção de pessoal é um sistema de comparação e de tomada de decisão

que deve necessariamente apoiar-se em algum padrão ou critério de avaliação e

comparação. Por isso é necessária a descrição e análise do cargo a ser preenchido,

que constitui o levantamento dos fatores de especificações do cargo; a técnica de

incidentes críticos, que consiste na descrição dos fatos e comportamentos que serão

exigidos do ocupante do cargo para determinada tarefa; a requisição de pessoal,

que constitui a ordem de serviço que o gerente emite para solicitar uma pessoa para

ocupar determinado cargo; a análise do cargo no mercado, que nos casos de cargos

novos da organização, a empresa irá necessitar de uma pesquisa de mercado

(benchmark job); e a hipótese de trabalho, onde será feito um levantamento de

hipóteses de trabalho, uma previsão aproximada de exigibilidade para o cargo

(CHIAVENATO, 1999).

As técnicas de seleção podem ser a seleção de curriculum, as entrevistas que

podem ser face a face, pelo telefone, pela internet e dinâmica de grupo; a entrevista

pode ser utilizada na triagem inicial dos candidatos no recrutamento, a entrevista

pessoal inicial na seleção, entrevista técnica para avaliar conhecimentos técnicos e

especializados, etc.; provas de conhecimentos ou de capacidades para avaliar o

nível de conhecimentos gerais e específicos exigidos pelo cargo; testes de

personalidade; técnicas de simulação, onde são feitas técnicas de dinâmica de

grupo (HANACHIRO, TEIXEIRA, ZACCARELLI, 2007 e CHIAVENATO, 1999).

A identificação das características pessoais do candidato está relacionada a

três aspectos principais: a execução da tarefa em si, onde são exigidas

características humanas e aptidões como atenção concentrada, por exemplo;

interdependência com outras tarefas, onde a tarefa que será executada pelo

candidato depende de outras tarefas e exigirá aptidões como facilidade de

coordenação, por exemplo; e a interdependência com outras pessoas, onde a tarefa

a ser executada exige contatos com outras pessoas, exigirá bom relacionamento

humano e facilidade de trabalhar em equipe. A seleção das pessoas certas para os

lugares certos é fundamental para o sucesso de todo o processo, a eficácia reside

em alcançar resultados e atingir objetivos, saber trazer os melhores talentos para a

empresa e, sobretudo, tornar a empresa cada dia melhor com as novas aquisições

de pessoal (CHIAVENATO, 1999).

52

2.2.5.7 Avaliação de Desempenho

Quando as pessoas atingem determinada missão ou meta previamente

traçada, pode-se dizer que o desempenho humano, cumpriu com a sua tarefa. Este

fato está diretamente relacionado a duas condições do ser humano: o ‘querer fazer’,

que explica o desejo endógeno de realizar (a motivação), e o ‘saber fazer’, isto é, a

condição cognitiva e experimental que possibilita as pessoas de realizarem com

eficiência e eficácia algumas coisas (MARRAS, 2000).

Para Chiavenato (1999), avaliação de desempenho é o processo que mede o

desempenho dos funcionários, ou seja, o grau em que ele alcança os requisitos do

seu trabalho. Salienta ainda que a avaliação de desempenho acontece através da

revisão de atividades passadas para avaliar a contribuição que as pessoas fizeram

para o alcance dos objetivos.

As pessoas precisam receber a retroação a respeito de seu desempenho para

saber como está indo seu trabalho, pois sem isso, as pessoas caminham às cegas.

Da mesma forma, as organizações necessitam saber como as pessoas

desempenham as suas atividades para ter uma idéia de suas potencialidades

(CHIAVENATO, 1999).

A avaliação de desempenho é uma ferramenta gerencial que permite a

mensuração dos resultados obtidos pelas pessoas ou por um grupo dentro da

organização, em período e área específica (MARRAS, 2000).

O objetivo da avaliação de desempenho é mensurar o desenvolvimento e

desempenho das pessoas. Ela foi criada para acompanhar o desenvolvimento

cognitivo dos empregados durante a permanência dessas pessoas dentro da

organização e para mensurar o seu nível de CHA (conhecimentos, habilidades e

atitudes) (MARRAS, 2000).

A avaliação de desempenho é uma ferramenta de gestão de pessoas muito

utilizada para o direcionamento dos programas de treinamento e desenvolvimento

das organizações. Ela também é utilizada para: identificar aqueles empregados que

necessitam de aperfeiçoamento; mensurar o grau de contribuição das pessoas nas

empresas; descobrir novos talentos; facilitar o autodesenvolvimento das pessoas;

dar feedback de desempenho; e para subsidiar méritos, promoções e transferências

de empregados (MARRAS, 2000).

53

Quanto às aplicações da avaliação de desempenho no contexto da

organização, ela possui os seguintes processos: processo de agregar pessoas, onde

constitui a base de informações para o recrutamento e seleção, com características

e atitudes que novos funcionários devem possuir; processo de aplicar pessoas, onde

apresenta informação sobre como as pessoas estão integradas e identificadas com

seus cargos e tarefas; processo de recompensar pessoas, onde apresenta se as

pessoas estão sendo motivadas e recompensadas pela organização; processo de

desenvolver pessoas, onde ela indica os pontos fortes e fracos de cada funcionário,

quais as necessidades de treinamento e quais os resultados dos programas de

treinamento; processo de manter as pessoas, onde ela indica o desempenho e os

resultados alcançados pelas pessoas; processo de monitorar pessoas proporciona

retroação às pessoas sobre seu desempenho e potencialidades de

desenvolvimento. A avaliação é a base para discussões entre superior e

subordinado sobre assuntos de trabalho, proporcionando interação e facilitação do

entendimento entre as partes envolvidas (CHIAVENATO, 1999).

2.2.5.8 Sistemas de Informação de Recursos Humanos

A tecnologia de informação tem possibilitado as organizações, a criação de

banco de dados que permitem que os profissionais de recursos humanos possam

acessar informações e identificar candidatos potenciais para cargos disponíveis.

Esses bancos de dados contêm mecanismos de busca cada vez mais fáceis de

usar, que contêm informações de registros e qualificações completos dos candidatos

(BOHLANDER, SNELL, SHERMAN, 2003).

Sistemas de Informação de recursos humanos é um sistema utilizado para

coletar, registrar, armazenar, analisar e recuperar dados sobre os recursos humanos

da organização (CHIAVENATO, 1999).

Esses sistemas permitem um monitoramento de currículos cadastrados que a

empresa analise rapidamente toda sua força de trabalho para localizar candidatos

adequados ao preenchimento de uma vaga interna, prever possibilidades e

trajetórias de carreiras e para antecipar quando e onde podem surgir oportunidades

de promoção (BOHLANDER, SNELL, SHERMAN, 2003).

Para a construção de um sistema de divulgação de empregos on-line, as

empresas precisam de um software de correio eletrônico com capacidade de

54

anunciar vagas de empregos e aceitar solicitações de recrutamento para as vagas

disponíveis na organização (BOHLANDER, SNELL, SHERMAN, 2003).

Para Bohlander, Snell e Sherman (2003), o projeto de concepção e a

administração de um sistema de divulgação de empregos on-line requerem:

� Um processo automatizado para introduzir as vagas em aberto e os

profissionais procurados no sistema e apagar listagens depois de preenchidas

as vagas.

� A capacidade de calcular automaticamente quando expira o prazo da

listagem.

� Um sistema que atribua automaticamente números aos cargos oferecidos.

� A capacidade de programar antecipadamente a abertura de cargos para

futura divulgação.

� Uma forma de os coordenadores examinarem e apagarem os anúncios

depois de exibidos no sistema.

� Medidas de segurança que permitam o acesso apenas a usuários

autorizados.

� Funções de Imprimir.

Para a facilidade de acesso para candidatos e usuários são necessários:

� Buscar capacidades, para, por meio delas, localizar vagas por párea

geográfica e por título do cargo.

� De maneiras de exibir e imprimir orientações, políticas e procedimentos sobre

o sistema.

� Formulários eletrônicos para solicitação de emprego com títulos do cargo e

dos departamentos já preenchidos.

� De meios de endereçar e enviar formulários eletronicamente para os gerentes

de RH encarregados.

O banco de dados fornece as informações necessárias para o sistema de

informação de recursos humanos (CHIAVENATO, 1999).

55

Banco de Dados Identificação Pessoal: Dados de Admissão:

Nome Data da admissão Endereço Cargo Inicial Data e Local de Nascimento Salário Inicial Nacionalidade → Números de Dependentes Filiação Empresas onde trabalhou Estado Civil ← Número de registro

Nome da Esposa e Filhos Número de conta bancária Data e Local de Nascimento Equipe de Trabalho

da esposa e filhos ↑↓ ↑↓ Dados Pessoais Dados do Progresso

Empresas onde trabalhou Cargos ocupados

Datas de admissão e demissão Progresso na carreira

Endereços Avaliação do Desempenho Cargos ocupados → Cursos internos efetuados Salários percebidos Cursos externos efetuados ← Resultados nos testes de seleção

Escolas onde estudou Conhecimentos Cursos feitos e completados Habilidades e capacidades Datas de início e conclusão

Quadro 4: Insumos Básicos para o Banco de Dados. Fonte: Chiavenato (1999).

56

2.2.5.9 Treinamento e Desenvolvimento

Para Marras (2000), treinamento é um processo onde as pessoas assimilam a

cultura organizacional em curto prazo. O objetivo do treinamento é repassar ou

reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionados diretamente à

execução de tarefas ou a otimização do trabalho.

Treinamento é o processo de ensinar novos empregados e desenvolver os

recursos humanos, habilitando-os para que sejam mais produtivos e que contribuam

para o melhor alcance dos objetivos organizacionais. Salienta ainda que treinamento

é o processo educacional através do qual as pessoas aprendem conhecimentos,

atitudes e habilidades em função de objetivos definidos (CHIAVENATO, 1999).

O treinamento é responsável pela produção de um estado de mudança no

conjunto de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA) de cada trabalhador, pois

é responsável pela alteração da bagagem particular de competências de cada um

(MARRAS, 2000).

O objetivo do treinamento está relacionado com as atuais habilidades e

capacidades exigidas pelo cargo. Ajudar os empregados a utilizar suas principais

habilidades e capacidades para serem bem-sucedidos é sua principal orientação

(CHIAVENATO, 1999).

Os objetivos do treinamento para Marras (2000) podem ser classificados

como objetivos específicos e genéricos. Os objetivos específicos destacam-se pela

formação profissional do funcionário, para o bom desempenho de determinada

função; pela especialização, treinamento voltado a uma prática específica da

organização visando a otimização dos resultados; e pela reciclagem, que tem como

finalidade básica, a revisão de conceitos, conhecimentos e práticas, renovando-os

de acordo com as necessidades. Os objetivos genéricos mais importantes são o

aumento direto da produtividade; o aumento da qualidade; incentivo motivacional;

otimização de pessoal e organizacional e atendimento de exigências e mudanças

(MARRAS, 2000).

Quanto a abrangência, os objetivos do treinamento dividem-se em aspecto

técnico onde a área de treinamento e desenvolvimento deve submeter a

programação do treinamento, pessoal a ser treinado e a escolha do instrutor; em

aspecto comportamental quando os treinamentos serão feitos em função de repasse

57

de comportamentos e atitudes esperados dos funcionários pela organização

(MARRAS, 2000).

O treinamento focaliza o cargo atual e busca melhorar as habilidades e

capacidades relacionadas com o desempenho imediato do cargo. O

desenvolvimento focaliza os cargos a serem ocupados futuramente na organização

e as novas habilidades e capacidades que serão requeridas. Ambos constituem

processos de aprendizagem organizacional (CHIAVENATO, 1999).

Chiavenato (1999) relata que através do treinamento pode-se obter quatro

tipos de mudanças de comportamento:

� Transmissão de pensamento: aumentar o conhecimento das pessoas:

Informações sobre a organização, seus produtos/serviços, políticas e

diretrizes, regras e regulamentos e seus clientes.

� Desenvolvimento de Habilidades: Melhorar as habilidades e destrezas:

habilitar para a execução e operação de tarefas, manejo de equipamentos,

máquinas, ferramentas.

� Desenvolvimento de Atitudes: Desenvolver/modificar comportamentos:

Mudança de atitudes negativas para atitudes favoráveis, de conscientização e

sensibilidade com as pessoas, com os clientes internos e externos.

� Desenvolvimento de Conceitos: Elevar o nível de abstração: Desenvolver

idéias e conceitos para ajudar as pessoas a pensar em termos globais e

amplos.

O processo de treinamento para Chiavenato (1999) é composto de quatro

etapas:

� Diagnóstico: é o levantamento das necessidades de treinamento a serem

satisfeitas. Essas necessidades podem ser passadas, presentes ou futuras.

� Desenho: é a elaboração do programa de treinamento para atender às

necessidades diagnosticadas.

� Implementação: é a aplicação e condução do programa de treinamento.

� Avaliação: é a verificação dos resultados do treinamento.

O desenvolvimento organizacional (DO) tem por objetivo o melhoramento dos

processos de resolução de problemas e de renovação organizacional. DO pode ser

definido também como a aplicação dos conhecimentos das ciências

comportamentais incrementando a eficácia organizacional e o bem-estar dos

funcionários (CHIAVENATO, 1999).

58

Em treinamento e desenvolvimento fala-se muito sobre aprendizagem

organizacional que significa uma mudança de comportamento da pessoa através de

incorporação de novos hábitos, atitudes, conhecimentos e destrezas. Através do

treinamento e desenvolvimento a pessoa pode assimilar informações, aprender

habilidades, desenvolver atitudes e comportamentos diferentes (CHIAVENATO,

1999).

3 METODOLOGIA

Este capítulo tem por objetivo a definição da metodologia a ser utilizada no

desenvolvimento deste trabalho, identificando os problemas existentes na

organização, analisando os dados obtidos e buscando soluções para as práticas de

recursos humanos da organização pesquisada.

3.1 Tipologia de Pesquisa

Com o objetivo de obter um resultado satisfatório, será a pesquisa qualitativa

e o método de estudo de caso e pesquisa ação, para a obtenção de dados

apropriados a serem utilizados na fase exploratória da pesquisa. As técnicas

utilizadas foram: entrevistas, documentos e observação participante.

A pesquisa é um processo de perguntas e investigação, é sistemática e

metódica, ela aumenta o conhecimento. Em todos os estágios do processo de

investigação deve ser completa e rigorosa. Deve-se trabalhar de forma organizada e

fornecer um caminho lógico e coerente para um resultado confiável e deve-se

desenvolver a pesquisa de forma sistemática e utilizar métodos adequados para

coletar e analisar os dados (COLLIS, HUSSEY, 2005).

A pesquisa deve tratar de um problema ou questão específica, que é

chamado de problema da pesquisa para encontrar um objetivo definível para a

atividade de pesquisa. A pesquisa oferece a oportunidade de identificar e selecionar

um problema de pesquisa e investigá-lo de maneira independente (COLLIS,

HUSSEY, 2005).

Um projeto de pesquisa permite analisar um problema real, ou explorar,

analisar questões gerais, aplicando a teoria. Também permite a aplicação de

procedimentos de pesquisa, com o objetivo de esclarecer o problema e contribuir

para maior entendimento ou para gerar soluções (COLLIS, HUSSEY, 2005).

Os objetivos da pesquisa podem ser resumidos em: revisar e sintetizar o

conhecimento existente; investigar alguma situação ou problema existente; fornecer

soluções para um problema; explorar e analisar questões mais gerais; construir ou

criar um novo procedimento ou sistema; explicar um novo fenômeno; gerar novo

60

conhecimento; uma combinação de todos os itens anteriores (COLLIS, HUSSEY,

2005).

O objetivo da pesquisa deve ser sempre realizado com um resultado e foco.

Este resultado pode ser apresentado na forma de relatório de consulta de pesquisa,

de dissertação de graduação ou mestrado, uma tese de doutorado e/ou um artigo

ara uma publicação acadêmica (COLLIS, HUSSEY, 2005).

A pesquisa desenvolvida será qualitativa por se tratar de um assunto subjetivo

e evolve examinar e refletir as percepções para obter um entendimento de atividades

sociais e humanas. A pesquisa qualitativa normalmente é mais fácil de começar,

porém a análise dos dados e o relatório final são mais complexos (COLLIS,

HUSSEY, 2005).

A pesquisa qualitativa é apropriada para melhorar a efetividade de um

programa ou plano ou para a proposição de planos quando se trata de seleção de

metas de um programa e construir uma intervenção (ROESCH, 1999). Para Vieira e

Zouain (2006), a pesquisa qualitativa garante a riqueza dos dados, permite a visão

do fenômeno em sua totalidade, facilita a exploração de contradições e paradoxos,

ela oferece descrições ricas e bem fundamentadas.

O método de estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que busca

examinar um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto. Acredita-se que é

mais apropriado classificar o estudo de caso como uma abordagem qualitativa,

porque iniciam com um esquema conceitual fraco. O estudo de caso pode ser

utilizado pelo pesquisador como uma estratégia de pesquisa visando o modo

exploratório, visando levantar questões e hipóteses para futuros estudos, por meio

de dados qualitativos (ROESCH, 1999).

O método de pesquisa ação é uma estratégia de pesquisa que permite a

obtenção de conhecimento sobre a realidade social empírica de primeira mão.

Permite ao pesquisador mais aproximação dos dados, desenvolvendo componentes

analíticos, conceituais e categóricos de explicação, a partir de dados, e não a partir

de técnicas estruturadas, preconcebidas e altamente quantificadas que enquadram a

realidade em definições operacionais que o pesquisador construiu. Este método

exige que o pesquisador interprete o mundo real a partir da perspectiva dos sujeitos

de sua investigação. O objetivo do método de pesquisa ação é aprender sobre os

61

processos da organização, trabalhando com as pessoas a maneira como elas

vivenciam e lidam com questões problemáticas específicas (ROESCH, 1999).

3.2 Instrumentos de pesquisa

A técnica de coleta de dados feita através de entrevistas é a técnica

fundamental da pesquisa qualitativa. É uma técnica demorada e requer habilidade

do entrevistador. Na pesquisa qualitativa, o entrevistador na condução da entrevista,

há a tendência de o pesquisador direcionar certos tópicos, pois ele deve identificar

padrões de dados antes da entrevista e explorá-los em certas direções (ROESCH,

1999).

A técnica de coleta de dados através da observação participante acontece

quando o pesquisador é empregado da empresa e sua intenção de pesquisa não é

do conhecimento de ninguém. Além do trabalho que este empregado, ele estará

observando, participando, conversando e interpretando os acontecimentos. A

observação participante de forma aberta caracteriza-se como um envolvimento do

pesquisador com os empregados, uma vez que combina observação com

entrevistas (ROESCH, 1999).

Os documentos da organização são fontes de dados muito utilizadas em

pesquisa de administração, normalmente utilizadas para complementar entrevistas

ou outros métodos de coletas de dados. A análise desses documentos permite

conceituar a organização com base em uma visão de dentro da empresa (ROESCH,

1999).

O roteiro de entrevista e os documentos da empresa utilizados constam

anexos no final desta pesquisa.

3.3 Análise e apresentação dos dados

Para a análise dos dados obtidos através da pesquisa será utilizada a técnica

de análise de conteúdo onde são feitas as análises de textos em pesquisa científica.

Este método busca classificar palavras, frases, ou mesmo parágrafos em categorias

de conteúdo. Os procedimentos desta análise criam indicadores quantitativos,

62

cabendo ao pesquisador interpretar e explicar os resultados obtidos, utilizando

teorias relevantes (ROESCH, 1999).

3.4 Limitações da pesquisa

Esta pesquisa teve limitações de informações pelo fato de a organização não

ter um departamento de recursos humanos, estruturado conforme sugere a teoria

estudada.

Houve limitações no percurso deste trabalho, devido ao fato de ter sido

iniciado em uma organização da qual houve iniciativa de encerramento de contrato

de trabalho de uma das partes. Após este fato ocorrido, tentou-se fazer em uma

segunda organização, a qual se negou a responder questionários básicos para uma

boa execução deste trabalho.

Sendo então a pesquisa realizada na terceira empresa, a Serviçal, a qual

autorizou a realização da pesquisa realizada pela acadêmica.

4 RESULTADOS

4.1 Serviçal Serviços Auxiliares de Limpeza LTDA

A Serviçal é uma empresa que atua no segmento de prestação de serviços de

asseio e conservação e que teve origem no grupo Orsegups o qual será detalhado

mais a frente.

O Grupo Orsegups iniciou suas atividades na cidade de Lages – Santa

Catarina. Tudo começou em 1977, quando o Sr. José Augusto Pereira dos Anjos e

sua irmã e sócia Carmen Pereira dos Anjos Stimamiglio, onde na época a empresa

contava apenas com 100 colaboradores e atuava exclusivamente na área de

vigilância. Foram em uma casa em Lages que os primeiros passos da organização

foram dados e que as primeiras ações da empresa foram traçadas.

O principal objetivo do Grupo Orsegups é a busca da qualidade no

atendimento aos clientes, na estrutura e no desenvolvimento de seus colaboradores.

O grupo conta com sete filiais espalhadas por Santa Catarina: Itajaí, Lages,

Blumenau, Brusque, Balneário Camboriú, Itapema e Florianópolis. Atualmente a

sede está situada na cidade de Balneário Camboriú. A empresa é reconhecida no

Sul do Brasil como uma das maiores empresas nas áreas de vigilância física,

eletrônica, prestação de serviço.

O desenvolvimento planejado do grupo fez com que mais duas empresas

surgissem na composição atual do grupo Orsegups: a Serviçal e a Rede Alarme.

Portanto o Grupo Orsegups é composto por três empresas: A Vigilância Orsegups, a

Serviçal e a Rede Alarmes.

A empresa pioneira do grupo foi a Vigilância Orsegups que realiza o trabalho

de segurança física de imóveis residenciais ou empresariais. A empresa conta com

profissionais qualificados. Os vigilantes da orsegups participam de cursos de

formação, onde desenvolvem técnicas de primeiros socorros, defesa pessoal,

prevenção e combate a incêndios, além de noções de direito civil e penal. Através

de uma inteligente rede de comunicação e monitoramento 24 horas, os funcionários

da orsegups garantem a segurança e vigilância do patrimônio de seus clientes.

A Rede Alarme é a empresa do Grupo Orsegups especializada no serviço de

vigilância eletrônica, utiliza avançados sistemas de alarme e monitoramento, aliando

64

tecnologia e capacitação humana para garantir a segurança patrimonial. A Rede

Alarme oferece também o moderno SIAP (Sistema Integrado de Automação Predial),

que possibilita a monitoração de várias funções como controle de acessos, circuito

fechado de televisão, software de supervisão interligado diretamente com a

Orsegups entre outros.

A Serviçal foi fundada em 1.984, especializada em limpeza, conservação e

serviços terceirizados. A empresa atua na prestação de serviços para limpeza de

residências, condomínios e empresas. A organização possui uma equipe de

profissionais treinados e qualificados, que atende as exigências do mercado.

Toda essa estrutura, profissionalismo e desenvolvimento se tornaram

realidade graças à política de qualidade adotada pelo grupo Orsegups: qualidade

nos serviços prestados, qualificação na mão-de-obra prestada e qualidade no pronto

atendimento ao cliente.

A organização presta serviços de asseio e conservação para empresas de

vários segmentos, como indústrias, estaleiros, universidades, condomínios,

escritórios, empresas que terceirizam office boy, recepcionistas, auxiliar de serviços

gerais, telefonistas e etc.

A Serviçal presta serviços a empresas como: a Univali, Votorantim, Detroit,

Bunge, Chevron, Siemens, Emasa, SESI, Arfrio, Alpina Briggs, Ipiranga,

Exologística, Multilog, RBS, Record, Usina da Barra, Dicave, Bic Banco, Fedex,

Shell, Seara Cargil e etc.

As principais exigências de seus clientes são com a qualidade e pontualidade

nos serviços prestados e a exigência de documentos legais e todos os

colaboradores, como documentos admissionais, atestados de saúde ocupacional,

seguro de vida em grupo, pagamento dos impostos em dia FGTS e INSS.

65

4.2 Procedimentos da Cultura Organizacional da Serviçal

A Serviçal foi fundada há 30 anos juntamente com o Grupo Orsegups, tendo

como missão “prestar serviços com qualidade, superando as expectativas de nossos

clientes, com responsabilidade social e ambiental, sempre atuando de forma segura,

ética e rentável”; como visão “ser uma empresa inovadora e líder no mercado

catarinense com lucratividade assegurada”; e, como valores “priorizar nossos

clientes, motivar os colaboradores, com uma administração que garanta

rentabilidade aos proprietários”.

A Serviçal é uma empresa familiar que teve origem da sociedade do Grupo

Orsegups, entre os irmãos José Augusto Pereira dos Anjos e Carmen Pereira dos

Anjos Stimamiglio.

A organização conta com políticas de recursos humanos não formais,

demonstradas como regras, obrigações e deveres aos colaboradores. As decisões

são tomadas pela diretoria da empresa e pela gerência, porém há abertura para

colocação de novas idéias e sugestões que possam melhorar os processos

organizacionais e a gestão da empresa.

A comunicação formal é feita com uso de e-mail de setor a setor, feito com

solicitações e encaminhamentos por escrito. Há também o uso da Ocorrência

Funcional para os funcionários do operacional que não possuem e-mail, a qual

funciona como meio de comunicação formal por escrito entre os departamentos.

A Serviçal passa por mudanças constantes e conseqüentemente o processo

de comunicação também sofre influências por conta deste contexto. Nos momentos

em que a comunicação efetiva ocorre, ela visa alinhar comportamentos e melhorar

processos. Na maioria das vezes a comunicação tem caráter remeditivo ao invés de

preditivo, ou seja, só há comunicação quando surge um problema, que caso não

resolvido, irá gerar conseqüências maiores para a empresa.

A Serviçal possui pontos fortes e pontos fracos. Como pontos fortes podem

ser ressaltados os aspectos de idoneidade empresarial e pagamentos de suas

obrigações trabalhistas em dia. Como pontos fracos podem ser considerados

aspectos como falta de estrutura organizacional, falta de incentivos motivacionais,

falta de valorização eficaz de sua mão-de-obra operacional, a falta de treinamentos

dos colaboradores e o alto fluxo de entradas e saídas de funcionários na

organização.

66

4.3 Processos e Políticas de Recursos Humanos

A estrutura da área de recursos humanos da organização é composta por seis

pessoas sendo uma psicóloga e uma auxiliar de recursos humanos, responsáveis

pela atividade de recrutamento e seleção e integração de novos funcionários; um

coordenador de departamento de pessoal e três assistentes de departamento de

pessoal, responsáveis pela parte burocrática do setor, como admissões, rescisões,

férias, folha de pagamento e encargos trabalhistas. Todos são responsáveis no

atendimento das necessidades dos colaboradores e responsáveis para que a área

de recursos humanos tenha um bom funcionamento junto a organização.

Os principais valores comportamentais transmitidos na política de Recursos

Humanos são assiduidade e comprometimento do colaborador para com a empresa.

Os novos funcionários passam por uma integração onde são repassados os valores

e as políticas da empresa. Após integração os funcionários são encaminhados para

o setor operacional onde cabe a cada supervisor diariamente suplantar

comportamentos e atitudes nos colaboradores que são consoantes aos da empresa,

num processo contínuo ao longo do período que a pessoa permanecer na empresa.

A organização conta com uma política de benefícios bem variável, de

atendimento a várias necessidades dos colaboradores da organização como: prêmio

de assiduidade, vale alimentação, convênio odontológico, convênio farmácia,

convênio com supermercados, cesta básica, convênio com escolas como a

Microlins, Ceja, Sesc, Sesi, dentre outros de obrigações trabalhistas. A Serviçal

também oferece possibilidade de crescimento para quem mostrar interesse e bom

desempenho no trabalho.

4.3.1 Política de Admissão de Pessoal

A admissão dos colaboradores é iniciada a partir do departamento de

recrutamento e seleção que é composto por duas pessoas, uma psicóloga

organizacional e uma auxiliar de recursos humanos. Esse departamento é

responsável por recrutar pessoas externamente, através de cartazes espalhados em

67

diversos pontos da cidade, anúncio em jornais como o Bolsão e o Diarinho, e na

parte externa da organização, que fica situada em local de grande fluxo de pessoas.

A Seleção é feita através do uso de uma ferramenta interna chamada perfil

profissional, na qual a área requisitante faz uma breve descrição do cargo a ser

ocupado e do perfil necessário da pessoa que deverá ocupar esse cargo e assim,

faz a seleção a partir das competências e exigências descritas neste documento.

Assim que as pessoas ingressam na organização, elas passam por um

processo de integração, no qual os responsáveis pela área de recrutamento e

seleção colocam todas as regras, direitos e obrigações dos funcionários para com a

organização. Após os funcionários são encaminhados para seus postos de trabalho

muitas vezes sem receber qualquer treinamento sobre a atividade que terão que

desempenhar.

Somente são admitidas aos serviços da empresa as pessoas que concordam

com o cumprimento que normas, as quais se aplicam a todo o pessoal. O início da

prestação de serviços somente se dá após assinatura do Contrato de Trabalho e

declaração forma do funcionário de ter conhecimento de todas as normas contidas

no presente regulamento. Todas as pessoas que prestam serviços efetivos,

independente de sua função ou designação são consideradas funcionários.

Para ser admitido como empregado na Empresa, além do cumprimento das

disposições legais, o candidato deve satisfazer aos seguintes requisitos:

� Apresentar referências, sempre que a empresa julgar conveniente;

� Fornecer toda a documentação exigida para admissão;

� Submeter-se ao PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde

Ocupacional;

� Preencher os questionários fornecidos pela Empresa e;

� Prestar, com exatidão e sob sua responsabilidade, informações sobre seu

estado pessoal e familiar, mantendo-as atualizadas e fornecendo

comprovação quando exigida por lei ou solicitada pela Empresa.

O processo de admissão dar-se-á quando todas as etapas estiverem concluídas:

� Abertura de vaga através do preenchimento da Requisição de Pessoal ou

Perfil Profissional;

� Levantamento do perfil necessário para ocupar a vaga, através do formulário

de descrição de atividade, entendendo-se como perfil, as características

comportamentais e as habilidades básicas do candidato, exigidas pelo cargo;

68

� Divulgação da vaga interna e/ou externamente;

� Entrevista com os candidatos disponíveis;

� Seleção do candidato aprovado;

� Agendamento do exame médico admissional;

� Levantamento da Documentação para Admissão;

� Encaminhamento da documentação para admissão;

� Admissão do colaborador no sistema e geração do Contrato de Trabalho;

� Integração e Assinatura de Contrato;

� Efetivação – Apresentação no Posto para o início do Trabalho;

Para admissão de ex-empregados, é necessário avaliar se os mesmos

possuem possibilidade de retorno para a empresa através de consulta à ficha de

desligamento do contrato de trabalho anterior.

Além do PCMSO, realizado no ato da admissão, a Empresa exige do seu

pessoal, quando julga conveniente, que se submeta a inspeção de saúde periódica,

realizada por profissional de sua identificação. A empresa notifica o empregado,

designando o local, dia e hora em que se realizará a inspeção de saúde periódica,

sendo considerada falta, sua recusa ou não comparecimento.

Não podem ser admitidos na empresa candidatos que não apresentarem os

documentos necessários à admissão, que tiverem parecer desfavorável na

entrevista, candidatos que estão respondendo processo criminal, foram demitidos

por justa causa no último emprego, os candidatos que apresentarem sinais básicos

de dependência química, desvios de caráter ou deficiência mental e histórica de

instabilidade pessoal e profissional. A documentação necessária para que o

funcionário inicie suas atividades na organização são:

� Fotos 3x4;

� Exame admissional;

� Carteira de Trabalho;

� Cópia do PIS;

� Cópia do RG;

� Cópia do CPF;

� Cópia do Título de Eleitor;

� Cópia do certificado de reservista;

� Cópia da certidão de nascimento ou casamento;

� Comprovante de escolaridade;

69

� Certidão negativa do fórum (antecedentes criminais);

� Cópia do comprovante de residência (água, luz, telefone);

� Cópia do comprovante de conta bancária no Banco Itaú.

Quanto ao contrato de trabalho celebrado entre empresa e empregado é

procedido da seguinte forma:

� É estipulado experimentalmente o contrato de experiência de 45 + 45

(quarenta e cinco + quarenta e cinco) dias, totalizando 90 (noventa) dias;

� O contrato de experiência pode ser reincidido por qualquer uma das partes e

a qualquer tempo, observadas as disposições legais da CLT;

� O contrato de experiência extinguir-se-á no término do prazo estipulado para

sua vigência, a menos que, por assentimento das partes, seja prorrogado,

passando a vigorar o contrato de trabalho indeterminado;

� Antes do término do contrato de experiência, o colaborador passa por uma

avaliação em que o cliente e supervisor direto avaliam a adaptação do

funcionário ao cliente, adaptação às normas da Empresa e desempenho

técnico e comportamental no trabalho.

4.3.2 Políticas de Deveres e Obrigações dos Colaboradores

São deveres de todos os funcionários da Serviçal:

a) Acatar e cumprir instruções e ordens de seus superiores;

b) Desempenhar com eficiência, presteza e atenção, as atribuições de sua

função, objetivando melhores resultados e solicitando, se necessário,

instruções e esclarecimentos para atingi-los;

c) Desempenhar com eficiência, presteza e atenção, as atribuições de sua

função, objetivando melhores resultados e solicitando, se necessário,

instruções e esclarecimentos para atingi-los;

d) Prestar serviços extraordinários sempre que convocado por seu superior

imediato;

e) Zelar pela conservação das instalações, máquinas e equipamentos, incluídos

os de proteção individual, evitando perdas de tempo, desperdício de

materiais, combustíveis, água, energia elétrica, etc.;

f) Usar os meios de identificação estabelecidos e submeter-se a fiscalização e

revista, a qualquer tempo;

70

g) Manter o devido respeito aos seus companheiros e superiores, sendo

atencioso no trato com qualquer pessoa;

h) Apresentar-se no local de trabalho em trajes adequados, com o uniforme

completo e em condições normais de higiene e segurança;

i) Relatar, com fidelidade, fatos que tenha presenciado, ou de que tenha

conhecimento, atentatório à boa ordem ou à disciplina;

j) Marcar seu cartão ponto com no máximo 10 (dez) minutos de antecedência

ao inicio de seu horário de trabalho, quer na entrada deste, como também no

retorno do intervalo para repouso alimentação.

k) Querendo demitir-se da Empresa, formular por escrito seu pedido de

demissão, entregando-o ao seu superior imediato ou ao Departamento de

Recursos Humanos, com a antecedência prevista em lei;

l) Guardar sigilo sobre tudo quanto lhe for confiado na execução de suas

tarefas, não revelando, nem direta nem indiretamente, a terceiros, o que a

direção do Estabelecimento declarar como sigiloso;

m) Abster-se de conversar durante o horário de trabalho, sobre assuntos

estranhos ao serviço, ou de discutir sobre assunto de qualquer natureza;

n) Comunicar, com urgência, as faltas ao serviço seja qual for o motivo que as

determine;

o) Evitar atropelos e correrias nas ocasiões de marcação do ponto;

p) Informar qualquer alteração de seu estado civil, militar, aumento ou redução

de pessoas da família e eventual mudança de residência;

q) Abster-se de serviços estranhos ao exercício específico de suas atribuições e

que sejam privativos de pessoal especialmente qualificado;

r) Frequentar os cursos de aprendizagem, treinamento e aperfeiçoamento em

que a Empresa o matricular;

s) Usar uniformes e todo e qualquer equipamento pessoal de segurança (EPI) e,

quando convocado por seu superior, comparecer a aulas ou reuniões de

instrução sobre prevenção de acidentes, combate a fogo, inundação etc.;

t) Submeter-se ao PCMSO - Programa de Controle Médico e Saúde

Ocupacional, vacinações, tratamento, exames periódicos e medidas

preventivas, sempre que para isso seja designado ou convocado;

u) Utilizar-se de local adequado para fazer suas refeições; e manter seu armário

individual em perfeitas condições, nele guardando apenas objetos de uso

71

pessoal, permitindo inspeção pelos seus superiores, não se

responsabilizando a Empresa por falta ou desaparecimento de objetos ali

guardados.

É vedado a todo funcionário:

a) Entrar ou sair do Estabelecimento por outras vias que não as expressamente

determinadas para tal fim;

b) Permanecer no recinto de trabalho sem identificação;

c) Sair do posto de trabalho sem autorização do superior imediato ou

permanecer no posto de trabalho dentro de horário de serviço sem

justificativa;

d) Ingressar ou permanecer em locais estranhos a seu serviço, salvo por ordem

expressa ou por necessidade do próprio serviço e pelo tempo indispensável

ao cumprimento da ordem ou execução do serviço;

e) Realizar, dentro do Posto de Trabalho, serviços por conta própria ou de

terceiros, durante as horas de serviço ou fora delas, mesmo sem emprego de

equipamentos, máquinas, ferramentas ou materiais pertencentes à empresa;

f) Ocupar-se, mesmo fora do seu período de trabalho, em qualquer atividade

concorrente à Empresa, ou prejudicial ao seu serviço;

g) Promover ou participar de correrias, algazarras e brincadeiras, bem como

fazer uso de gestos ou palavras impróprias à moralidade;

h) Escrever, rabiscar ou colocar cartazes sem permissão nas paredes e

edificações da Empresa;

i) Circular listas, abaixo-assinados ou promover sorteios, apostas e rifas para

qualquer fim, ressalvados os casos autorizados pela Empresa;

j) Introduzir bebidas alcoólicas no Estabelecimento, fazer uso durante o horário

de trabalho ou adentrar as dependências da empresa alcoolizado;

k) Portar armas de fogo ou outra qualquer;

l) Faltar ao serviço sem causa justificada;

m) Praticar quaisquer jogos, salvo os autorizados pela Empresa e nos locais

apropriados;

n) Transpor os portões do Estabelecimento durante o período de trabalho, sem a

devida autorização;

o) Fumar nos locais onde seja proibido;

72

p) Introduzir no recinto da Empresa, pessoas estranhas aos serviços, durante ou

fora das horas de trabalho, sem prévia autorização da Empresa.

q) Exercer comércio dentro das dependências da Empresa ou fazer

empréstimos a juros a companheiros de trabalho;

r) Fazer propaganda política, escrita ou falada, de qualquer natureza;

s) Receber, sob qualquer forma ou pretexto, benefícios ou vantagens ilícitas de

pessoas que estejam em relações de negócios com a Empresa;

t) Usar os telefones da Empresa para tratar de assuntos pessoais, sem

autorização superior;

u) Fraudar ou tentar fraudar a marcação do cartão ponto;

v) Ouvir rádio em hora e local de trabalho;

w) Tirar fotografias nas dependências da Empresa ou postos de trabalho, sem

prévia autorização.

x) Sair da Empresa ou Posto de Trabalho, portanto qualquer tipo de material

pertencente a mesma sem prévia autorização de sua Administração.

y) Usar piercings, brincos, anéis, relógios ou outros adereços em postos onde

por força do trabalho for proibido o seu uso;

z) É expressamente proibido tomar anotações ou cópias de detalhes técnicos e

administrativos para fins particulares sobre qualquer assunto que se relacione

com as atividades do Cliente.

Quanto a obrigação do uso de uniformes a empresa dispõe de elementos de

identificação que são uso obrigatório nos locais de trabalho como crachá, calça,

camiseta, jaqueta, boné, jaleco, avental, sapato preto, camisa. A forma de

identificação do colaborador só poderá ser alteradas por iniciativa da empresa.

Em caso de afastamento do trabalho por faltas o funcionário deve comunicar

com antecedência a empresa para que a mesma providencie um substituto para o

seu posto de trabalho. Em caso de atestado médico o funcionário deve apresentar

em até quarenta o oito horas atestado ao médico da empresa, o qual irá abonar ou

não as faltas justificadas por atestado.

73

4.3.3 Políticas de Proibições

É vedado a todo funcionário;

a) Entrar ou sair do Estabelecimento por outras vias que não as expressamente

determinadas para tal fim;

b) Permanecer no recinto de trabalho sem identificação;

c) Sair do posto de trabalho sem autorização do superior imediato ou

permanecer no posto de trabalho fora de horário de serviço sem justificativa;

d) Ingressar ou permanecer em locais estranhos a seu serviço, salvo por ordem

expressa ou por necessidade do próprio serviço e pelo tempo indispensável

ao cumprimento da ordem ou execução do serviço;

e) Realizar, dentro do Posto de Trabalho, serviços por conta própria ou de

terceiros, durante as horas de serviço ou fora delas, mesmo sem emprego de

equipamentos, máquinas, ferramentas ou materiais pertencentes à empresa;

f) Ocupar-se, mesmo fora do seu período de trabalho, em qualquer atividade

concorrente à Empresa, ou prejudicial ao seu serviço;

g) Promover ou participar de correrias, algazarras e brincadeiras, bem como

fazer uso de gestos ou palavras impróprias à moralidade;

h) Escrever, rabiscar ou colocar cartazes sem permissão nas paredes e

edificações da Empresa;

i) Circular lista, abaixo-assinados ou promover sorteios, apostas e rifas para

qualquer fim, ressalvados os casos autorizados pela Empresa;

j) Introduzir bebidas alcoólicas no Estabelecimento, fazer uso durante o horário

de trabalho ou adentrar as dependências da empresa alcoolizado;

k) Portar armas de fogo ou outra qualquer;

l) Faltar ao serviço sem causa justificada;

m) Praticar quaisquer jogos, salvo os autorizados pela Empresa e nos locais

apropriados;

n) Transpor os portões do Estabelecimento durante o período de trabalho, sem a

devida autorização;

o) Fumar nos locais onde seja proibido;

p) Introduzir no recinto da Empresa, pessoas estranhas aos serviços, durante ou

fora das horas de trabalho, sem prévia autorização da Empresa.

74

q) Exercer comércio dentro das dependências da Empresa ou fazer

empréstimos a juros a companheiros de trabalho;

r) Fazer propaganda política, escrita ou falada, de qualquer natureza;

s) Receber, sob qualquer forma ou pretexto, benefícios ou vantagens ilícitas de

pessoa que estejam em relações de negócios com a Empresa;

t) Usar os telefones da Empresa para tratar de assuntos pessoais, sem

autorização superior;

u) Fraudar ou tentar fraudar a marcação do cartão ponto;

v) Ouvir rádio em hora e local de trabalho;

w) Tirar fotografias nas dependências da Empresa ou postos de trabalho, sem

prévia autorização.

x) Sair da Empresa ou Posto de Trabalho portanto qualquer tipo de material

pertencente a mesma sem prévia autorização de sua Administração.

y) Usar piercings, brincos, anéis, relógios ou outros adereços em postos onde

por força do trabalho for proibido o seu uso;

z) É expressamente proibido tomar anotações ou cópias de detalhes técnicos e

administrativos para fins particulares sobre qualquer assunto que se relacione

com as atividades do Cliente.

75

4.3.3 Políticas de Remuneração

O pagamento dos salários é feito mensalmente, sempre no quinto dia útil do

mês subseqüente ao trabalhado pelo funcionário, feito via depósito em conta

corrente no banco conveniado dentro no horário de expediente bancário. Os salários

pagos atualmente na categoria de asseio e conservação são:

4.3.4 Políticas de Benefícios

Além do salário pago mensalmente, pensando no bem estar no colaborador, a

empresa conta com uma política de benefícios bem variada como o cartão farmácia,

assistência odontológica, vale-mercado, seguro de vida em grupo, vale transportes,

vale-refeição (ticket).

76

O cartão farmácia pode ser utilizado para a compra de medicamentos que é

descontado diretamente da folha de pagamento do funcionário.

A assistência odontológica conta com a parceria da Uniodonto, no qual possui

planos que cobrem todos os tipos de tratamentos odontológicos, para que os

funcionários mantenham uma boa saúde bucal, com desconto dos valores dos

serviços utilizados da folha de pagamento.

O vale-mercado pode ser utilizado para fazer compras nos supermercados

conveniados com a Serviçal, mediante autorização de requisição de vale-compras

emitido pelo departamento de recursos humanos.

Quanto ao seguro de vida em grupo, a empresa dispõe esse benefício

gratuitamente ao funcionário.

O vale transporte constitui benefício que o empregador antecipa ao

trabalhador para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-

trabalho e vice-versa. Este benefício é custeado pelo funcionário, ou seja, pelo

beneficiário na parcela equivalente a seis por cento de seu salário básico ou

vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens. O restante o valor do vale

transporte é custeado pela Serviçal.

Quando ao vale-refeição, a determinação dos valores do Vale alimentação é

regida pela convenção coletiva de trabalho do sindicato da categoria do asseio e

conservação, visto que o funcionário tem direito conforme sua jornada de trabalho. É

obrigação da organização descontar vinte por cento do valor do vale-alimentação

conforme legislação vigente.

4.4 Proposta de Realinhamento das Práticas de Recursos Humanos Empresa Serviçal Serviços Auxiliares de Limpeza LTDA

Após analise dos métodos atuais da Administração de Recursos Humanos da

empresa, percebeu-se que a gestão de pessoas, apresenta alguns processos de

recursos humanos que podem ser melhorados em relação ao que é praticado no

mercado atual.

Diante do exposto, foi analisada a realidade atual das políticas de recursos

humanos da empresa e identificando possibilidades de melhorias, sugere-se uma

readequação das políticas de recursos humanos. A seguir serão descritas algumas

propostas para a organização, para que possam ser implantadas a fim de

aperfeiçoamento e melhoramento da gestão de pessoas da organização.

77

4.4.1 Sistema de Remuneração e Cargos e Salários

Com relação a descrição de cargos e um sistema de cargos e salários, a

empresa não possui um sistema de descrição de cargos e salários efetivo. Porém a

organização possui um formulário chamado na empresa de descrição de atividades

utilizado em procedimentos de requisição de aumento do quadro de pessoal que

atende a necessidade atual da empresa.

A descrição de atividades pode ser descrita da seguinte forma: o supervisor

operacional descreve as informações necessárias para que o setor de recrutamento

e seleção possa ter as competências e requisitos necessários para a contratação

das pessoas. Neste formulário são colocadas informações de filial da empresa, local

de trabalho ou posto de trabalho, função a ser desenvolvida pelo funcionário, bairro

e cidade onde se situa o local de trabalho, a descrição de cinco atividades que o

funcionário irá desenvolver, os materiais e equipamentos que serão utilizados, a

descrição do ambiente e a cultura da empresa onde o funcionário irá prestar

serviços, as expectativas em relação ao trabalho do funcionário, data da solicitação

da contratação e a assinatura do responsável pela solicitação.

Com relação ao processo de recompensar pessoas, na política de

remuneração, a empresa procura trabalhar de acordo com a legislação sindical

vigente, a qual estipula o salário básico dos funcionários e também alguns

benefícios básicos, como insalubridade, prêmio de assiduidade e vale alimentação

por dia trabalhado do funcionário. Neste aspecto a empresa trabalha de acordo com

a realidade de mercado do segmento de asseio e conservação. A empresa também

oferece benefícios não obrigatórios pelo sindicato como o cartão farmácia, o

convênio odontológico e o convênio com alguns supermercados da Cidade de Itajaí.

Sugere-se que o formulário de descrição de atividades continue sendo

utilizado da mesma forma no processo de comunicação entre o departamento

operacional e o departamento de recrutamento e seleção e que permaneçam as

formas de remuneração na organização, de acordo com as referências de mercado

e com a legislação sindical vigente, visto que estes procedimentos atendem a

necessidade atual da organização.

78

4.4.2 Recrutamento e Seleção

O recrutamento e seleção são feitos internamente pela área de recursos

humanos. A divulgação das vagas é feita através de anúncios em jornais, em

cartazes expostos em locais públicos e na parte externa da própria empresa. A

organização recebe diariamente pessoas interessadas nas vagas oferecidas pela

Serviçal, as quais preenchem uma ficha na recepção da empresa e após são

encaminhados para entrevista com a Psicóloga Organizacional.

A Serviçal tem como uma de suas políticas de recursos humanos, o

recrutamento externo, trazendo sempre pessoas novas de fora da organização, há

vantagens como a inclusão de capital intelectual novo, com a entrada de novas

pessoas na organização, porém também há a desvantagem da falta de oportunidade

de ascensão de carreiras para as pessoas que já estão na organização e há um

custo de recrutamento maior do que há no recrutamento interno.

A Serviçal não faz recrutamento interno, porém, se a empresa utilizasse o

processo de recrutamento interno haveria melhor aproveitamento do potencial

humano da organização; motivação e encorajamento para o desenvolvimento

profissional dos atuais funcionários; incentivaria a permanência dos funcionários e a

sua fidelidade à organização pois não requer socialização organizacional dos novos

membros; há a probabilidade de uma melhor seleção, pois os candidatos são bem

conhecidos, não há custo de recrutamento e seleção.

A utilização do recrutamento interno visa melhor aproveitamento dos

profissionais que já estão na empresa. Com o objetivo de estimular os

colaboradores, o recrutamento interno visa o aproveitamento do capital intelectual e

do conhecimento das pessoas nos processos já existentes na organização,

promovendo ascensões dentro da empresa.

Sugere-se que a Serviçal utilize o método de recrutamento interno com o

objetivo de maior aproveitamento de seu atual capital humano, maior expectativa de

crescimento de seus funcionários e melhor desempenho dos mesmos em seu

trabalho, sendo assim reconhecidos com o mérito de ascensão de carreira.

Abaixo a descrição dos procedimentos necessários para a implantação do

sistema de recrutamento interno dentro da Serviçal:

1) Solicitação do aumento do quadro de pessoal com a utilização de um

documento já existente na empresa chamado de perfil profissional:

79

O perfil profissional é um documento interno da empresa que funciona como

meio de comunicação, já utilizado pela área operacional e de recrutamento e

seleção. Este documento tem origem da área operacional geralmente, que o utiliza

para requisitar novas pessoas para o departamento operacional, como novas

serventes, auxiliares de serviços gerais, zeladores, porteiros, recepcionistas, etc. O

preenchimento deste documento deverá ser feito pela área requisitante, colocando

nele as especificações, requisitos e qualificações que a pessoa deverá atender para

preencher determinado cargo. As informações necessárias para o correto

preenchimento deste documento são:

a) Área requisitante da vaga oferecida aos funcionários;

b) Motivo da solicitação do recrutamento para a nova vaga;

c) Informações com relação ao contrato de trabalho, como carga horária, escala

de horário a ser cumprido, salário, benefícios, etc.

d) Competências necessárias para que o funcionário possa se candidatar para a

vaga oferecida pela área de recursos humanos no recrutamento interno;

e) Informações sobre o responsável pela requisição e preenchimento do perfil

profissional.

2) A divulgação interna de vagas:

Exposição de cartazes nos murais internos da empresa e envio de e-mail para

os colaboradores que possuem acesso a computadores, divulgando a vaga interna

existente, informando quais os requisitos necessários e qual o tempo de empresa

necessário para que os funcionários possam se candidatar a vaga oferecida;

3) Como o funcionário pode se inscrever para a seleção interna da vaga:

O funcionário que tiver interesse em se candidatar deve preencher a

solicitação de vaga interna com os dados necessários e entregar para a sua chefia

imediata, a qual se encarregará de encaminhar ao departamento de recursos

humanos, para que o mesmo faça a seleção interna para a vaga oferecida pela

empresa.

4) A solicitação da vaga interna preenchida é entregue ao departamento de

recursos humanos, na área de recrutamento e seleção, a qual verifica através

das informações que constam no sistema se conferem com as informações

que o funcionário colocou na solicitação.

80

5) A seleção é feita a partir dos dados preenchidos para uma pré-seleção e após

os pré-aprovados devem passar por entrevista com a psicóloga que avaliará

qual o candidato que tem o perfil adequado para ocupar a vaga.

6) Caso nenhum funcionário que se candidatou ao recrutamento interno tenha

os pré-requisitos necessários e perfil para ocupar a vaga oferecida, a

empresa opta pela utilização do recrutamento de novos funcionários,

buscando externamente essas pessoas.

Segue no apêndice deste trabalho o modelo de sugestão de solicitação de

vaga interna, para a utilização no recrutamento interno, quando houver abertura de

vaga interna para os funcionários da Serviçal.

4.4.3 Treinamento e Desenvolvimento

O processo de integração dos novos colaboradores é feito pela psicóloga da

empresa, a qual apresenta ao novo colaborador o histórico da empresa, as políticas

de recursos humanos, as normas da empresa, as práticas permitidas e as proibidas

pelos funcionários, a política de remuneração e benefícios que a empresa oferece,

bem como datas de pagamentos e procedimentos que devem ser observados,

através de apresentação de slides, no dia que antecede o primeiro dia de trabalho

do funcionário.

A empresa apresenta problemas no desenvolvimento de seus funcionários,

pois não existe prévio treinamento na inserção do funcionário em seu novo local de

trabalho, não há acompanhamento deste funcionário, inclusive em seu primeiro dia

de trabalho, não há breve treinamento de atividades e uso de equipamentos.

O processo educacional envolve o desenvolvimento de conhecimentos para

melhorar o desempenho, adequando o colaborador as exigências, bem como

conceitos e informações necessárias à compreensão e ao domínio teórico ou prático

de assuntos pertinentes as suas atribuições. É importante saber o que e como é o

funcionamento de uma máquina, realizar uma operação, ou instruções de trabalho.

O treinamento consiste em saber fazer e aplicar conhecimentos, colocando a

teoria em prática, executando o trabalho que cabe a cada pessoa e adquirir

habilidades comportamentais, ou necessidade de desenvolvimento. O objetivo do

treinamento está relacionado com as atuais habilidades e capacidades exigidas pelo

81

cargo. Ajudar os funcionários a utilizar suas principais habilidades e capacidades

para serem bem-sucedidos em seu trabalho é sua principal orientação.

Abaixo seguem sugestões para a empresa Serviçal para que o funcionário

tenha um desenvolvimento inicial na empresa:

1) Ao iniciar na empresa o novo funcionário será orientado em seu primeiro dia

de trabalho por outro funcionário que esteja mais tempo na empresa e que

tenha certa experiência na função que será desenvolvida.

2) A orientação que o novo funcionário deverá ter será: qual será o seu horário

de trabalho, quem será a sua chefia imediata, como o trabalho deverá ser

desenvolvido, qual serão as suas atividades diárias, como elas deverão ser

desenvolvidas, quais os equipamentos de proteção individual (EPI) que

deverá utilizar em seu dia-a-dia e qual a forma correta de utilização de

máquinas e equipamentos que podem vir a ser utilizados em suas atividades.

3) Após este acompanhamento inicial do colaborador, será feito um

acompanhamento do desempenho do funcionário mensal, dentro do contrato

de experiência de noventa dias.

4) Caso o funcionário atenda as expectativas da organização, ele deve ser

efetivado.

5) Caso o funcionário não atenda as expectativas da empresa, o contrato de

experiência é encerrado e o funcionário é substituído por outro funcionário.

4.4.4 Avaliação de Desempenho

A avaliação de desempenho não é feita na empresa, os funcionários não

sabem se estão executando as atividades de acordo com a necessidade da

empresa. Há problemas também no ingresso do novo funcionário na organização.

Não há treinamento básico de como executar as tarefas básicas de execução do

trabalho do funcionário que ingressa na organização, ele apenas é inserido no seu

local de trabalho.

O objetivo da avaliação de desempenho na organização é analisar e

demonstrar o desempenho profissional das pessoas e medir o nível do CHA da

competência (conhecimentos, habilidades e atitudes) das pessoas. O desempenho

humano terá cumprido sua meta quando forem atingidas pelas pessoas metas

previamente traçadas. As pessoas necessitam saber como é avaliado seu

82

desempenho, qual o método correto de trabalho adotado pela organização, caso

contrário, as pessoas caminham às cegas.

Sugere-se o uso da avaliação de desempenho no contrato de experiência

como uma ferramenta de gestão que auxiliará no alcance do objetivo da organização

de prestação de serviços.

Segue no apêndice deste trabalho o modelo de sugestão para que o

funcionário seja avaliado em seu contrato de experiência, por seu superior imediato.

Com este método de trabalho, com a utilização desta ferramenta de avaliação

de desempenho no contrato de experiência a empresa poderá obter uma avaliação

dos funcionários, com os quesitos que ela julgar necessários que estejam no

formulário, o qual poderá ser alterado a todo instante que se julgar necessário.

Este modelo pode ser aplicado juntamente ao sistema de Administração de

Pessoal Rubi, da Sênior Sistemas, como modelo padrão, permitindo ao setor de

departamento de pessoal, emiti-lo prontamente, sempre que for necessário, para

avaliação imediata de qualquer funcionário. Basta fazer a solicitação ao suporte do

programa, para a criação deste modelo de avaliação, junto ao sistema de

administração de pessoal.

4.4.5 Sistema de Informação de Recursos Humanos

A área de recursos humanos da empresa é composta pelos processos e

atividades de recrutamento e seleção e de administração de pessoal.

A área de administração de pessoal é responsável pelos cálculos de folha de

pagamento, controle de benefícios, férias, pelo controle do recolhimento de impostos

e etc. Há a utilização do modulo Rubi da Empresa Sênior, auxiliando neste controle

administrativo de pessoas.

O departamento de recrutamento e seleção não utiliza sistema de informação

para cadastramento dos currículos recebidos pela empresa. O banco de dados dos

currículos é físico, constituído por arquivos com pastas arquivadas em ordem

alfabética. Existe dificuldade para rever currículos já recebidos para cargos que

aparecem após arquivamento desses.

83

Sugere-se a implantação de um sistema de informação de recursos humanos

que auxilie a área de recrutamento e seleção.

A empresa Sênior, que já fornece o módulo Rubi para administração de

pessoal, também possui um módulo de recrutamento e seleção que possui vários

quesitos que auxiliam as empresas nessa área.

Conforme pesquisa realizada, o Módulo de Recrutamento e Seleção da

Empresa Sênior possui os seguintes quesitos:

1) Permite o cadastramento de currículos e acompanhamento dos mesmos via

sistema;

2) Combina requisitos do cargo e cadastro completo dos candidatos internos e

externos;

3) Apresentam triagens e seleções, as pessoas que mais se aproximam do perfil

exigido;

4) Bloqueia a requisição de pessoal, que origina as novas contratações, caso o

Quadro de Lotação não apresente vagas;

5) Automaticamente indica os candidatos efetivados para o registro no Rubi;

6) Gerencia as fases do processo seletivo.

7) É totalmente parametrizável para ser utilizado em agências de emprego;

8) Possibilidade de aprovar as avaliações de colaborador/candidato;

9) Cargo da vaga: permite informar um cargo diferente do qual o candidato será

efetivado;

10) Gera candidatos a partir do cadastramento de currículos;

11) Gera ficha médica para candidatos coletivamente.

No caso da Serviçal, como o arquivo é físico. Com a implantação de um

sistema de gerenciamento de currículos, podem ser eliminados os arquivos físicos

passando-se a utilização do sistema para monitoramento de candidatos. Ao iniciar o

processo de recrutamento, seja ele interno ou externo, as informações são mais

rápidas e precisas, pois este sistema permitirá a busca rápida e avançada de pré-

requisitos necessários para a vaga a ser preenchida.

Como exemplo da dificuldade que a Serviçal tem no uso do arquivo físico

atual, pode ser apontado à contratação de uma servente para trabalhar em um

Estaleiro do Bairro Salseiros de Itajaí, a qual a Serviçal presta serviços. Este

Estaleiro é muito exigente com relação aos funcionários que prestam serviço a ela.

Portanto, é necessário que seja feita uma busca de pessoas que moram próximo a

84

empresa para que não seja dificultada a locomoção dessas pessoas e que

preencham os requisitos necessários para ocupar a vaga, apontados pela área

requisitante, ou seja, a empresa que terá serviços prestados. O supervisor da área

operacional, responsável pelo acompanhamento dos serviços prestados em cada

empresa, tem o papel de monitorar os funcionários atuais que prestam serviço e

observar quais os requisitos que a empresa exige dos funcionários da Serviçal.

Com este sistema de informação de recursos humanos a empresa poderá

fazer buscas rápidas e mais seletivas de candidatos para vagas operacionais,

determinadas vagas que exijam requisitos mais complexos e mais raros no mercado

de trabalho, ou então para a contratação de pessoas para vagas sigilosas ou sem

divulgação.

Para que este sistema funcione com eficiência é necessário executar o

correto cadastramento das informações dos candidatos para que o sistema faça a

busca corretamente e com eficiência.

Os dados necessários são o nome completo do candidato, sexo, número do

cadastro de pessoa física (CPF), número do registro geral (RG), data de nascimento,

número de filhos, se fumante ou não, endereço residencial, telefone fixo e/ou celular

para contato, experiências de empregos anteriores e grau de instrução.

Com a implantação deste sistema, funcionaria da seguinte forma:

1) Sugere-se o cadastramento por pessoas da própria empresa no sistema, pois

na maioria dos casos, os candidatos são pessoas de pouca instrução que não

tem acesso nem conhecimento de informática para fazer seu próprio

cadastro.

2) Após o cadastramento, haverá informações e não mais apenas dados das

pessoas. Com isso o sistema de monitoramento de currículos será de mais

fácil acesso e de mais rápidas buscas das pessoas ideais para postos de

trabalho solicitados nas solicitações de vagas internas.

Com a utilização deste sistema a empresa terá mais tempo para efetuar o

desenvolvimento de outras áreas de recursos humanos e terá sua área de

recrutamento e seleção mais rápida e eficaz para o atendimento das necessidades

da organização.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral desse trabalho foi propor um realinhamento das práticas de

Recursos Humanos para a empresa Serviçal Serviços Auxiliares de Limpeza LTDA.

Na atual fase em que a empresa encontra-se, é possível identificar problemas

em sua estrutura de recursos humanos, ocasionando uma necessidade de revisão

de alguns pontos, colocados ao longo deste trabalho.

Com o foco de atingir o objetivo geral deste trabalho, foram percorridas

algumas etapas, descritas através dos objetivos específicos, como: descrever os

procedimentos da cultura organizacional atual da Serviçal, descrever os processos

de recursos humanos da organização e ao final do trabalho, apresentar sugestões

de melhorias aos processos de recursos humanos.

Os procedimentos da cultura organizacional foram descritos através do

estudo do histórico da empresa, da maneira como a empresa foi fundada, pelo fato

de a empresa ser familiar, pode-se observar peculiaridades que já existem em outras

organizações, como por exemplo, o tradicionalismo nas metodologias de trabalho e

desenvolvimento das pessoas na empresa.

A descrição dos processos de recursos humanos foi desenvolvida através do

levantamento das políticas informais de recursos humanos, que foram observadas

dentro da organização, através do método de observação participante, visto que

durante o período do desenvolvimento desta pesquisa, obtive vínculo empregatício

com a Serviçal.

Após análise dos procedimentos da cultura organizacional, sugeriram-se

melhorias nos processos de recursos humanos, como o treinamento no local de

trabalho ao novo colaborador que ingressa na organização, a avaliação de

desempenho no contrato de experiência do funcionário, a utilização do recrutamento

interno, e a implantação do sistema de informação de recursos humanos para o

monitoramento de currículos recebidos pela organização.

A Serviçal é uma empresa prestadora de Serviços, a qual seu maior capital é

a mão-de-obra, ou seja, as pessoas. Portanto, é necessário que se adote uma nova

postura frente aos seus clientes internos, seus colaboradores. Não se pode pensar

em melhoria de serviços prestados sem pensar em desenvolver a competência e

motivação das pessoas.

86

Cabe a organização, a valorização de seu capital humano, criando condições

favoráveis de trabalho a eles, maximizando seu desempenho e satisfação no

trabalho. Com a possibilidade de estratégias de atração, retenção das pessoas e

oportunidade de crescimento profissional, elas sentem-se mais motivadas e

dispostas a oferecer o melhor de seu trabalho em suas atividades.

Através da pesquisa realizada na organização, pode-se observar que os

processos de recursos humanos existentes precisam ser ajustados à medida que a

organização está crescendo. Por ser uma empresa familiar, alguns processos

continuam a ser desempenhados da maneira tradicional, colocando a empresa fora

das atuais práticas de mercado da área de RH.

Após estudo feito na Serviçal, conclui-se que a organização necessita

acompanhar a realidade do mercado na área de gestão de pessoas, procurando

manter um ambiente de trabalho agradável e motivador, buscando sempre a

excelência nos serviços prestados com seus colaboradores motivados a

desempenhar sempre um bom trabalho.

Com o realinhamento dos processos, a empresa dará início a um

aprimoramento na área de gestão de pessoas e um melhor aproveitamento do seu

capital humano nos serviços prestados.

Recomenda-se a continuidade deste trabalho no campo acadêmico revisando

outros processos da área de recursos humanos da Serviçal dando andamento a um

aprofundamento dos subsistemas da administração de recursos humanos, para o

melhoramento contínuo dos processos.

6 REFERÊNCIAS

ANDRADE, Rui Otávio B., AMBONI, Nério. TGA – Teoria Geral da Administração: das origens às perspectivas contemporâneas, 1ª Ed. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda, 2007. ARAUJO, Luis César G. de Araujo, Gestão de Pessoas: estratégias e integração organizacional, São Paulo: Atlas, 2006. BERNARDES, Cyro; MARCONDES, Reynaldo C., Teoria Geral da Administração: gerenciando organizações, 3ª Ed. Revista e ampliada. São Paulo, 2003. BOHLANDER, George., SNELL, Scott., SHERMAN, Arthur.; Administração de Recursos Humanos, São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. CARVALHO, Antonio Vieira de., NASCIMENTO, Luiz Paulo do., Administração de Recursos Humanos, 6ª reimpressão da 1ª Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 1993. CARVALHO, Antonio. V, NASCIMENTO, Luiz. P. Administração de Recursos Humanos, São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração, 2ª Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. -----------------,, Idalberto. Administração dos Novos Tempos, 2ª Ed. – 6ª reimpressão - Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. -----------------,, Idalberto. Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas. São Paulo: Atlas, 2004. -----------------,, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações, Rio de Janeiro: Campus, 1999. COELHO, Márcio. A essência da Administração: conceitos Introdutórios, 1ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2008. COLLIS, Jill, HUSSEY; Roger, Pesquisa em Administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação, 2ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. GIL, Antônio Carlos. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais, 1ª Ed. São Paulo: Atlas, 2001.

88

HANASHIRO, Darci Mitiko; ZACARELLI, Laura Menegon; TEIXEIRA, Maria Luisa Mendes Teixeira; GODOY, Arilda Schmidt... [et al.]. Gestão do fator humano: uma visão baseada em stakeholders, São Paulo: Saraiva, 2007. LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos Humanos: princípios e tendências, 1ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2005. MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico, 3ª Ed. São Paulo: Futura, 2000. MEGGINSON, Leon.C, MOSLEY, Donald. C, PIETRI, Jr. Paul, Administração: Conceitos e Aplicações. São Paulo: Harbra, 1998. MILKOVICH, George. T, BOUDREAU, John, W, Administração de Recursos Humanos, São Paulo: Atlas, 2000. MINTZBERG, Henry. Criando organizações eficazes, 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003. MONTANA, Patrick J. , CHARNOV, Bruce H. Administração, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003. MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. 1ª Ed. São Paulo: Atlas, 1996. NOGUEIRA, Arnaldo Mazzei. Teoria Geral da Administração, 1ª Ed. São Paulo: Ática, 2007. PASCHOAL, Luiz. Administração de Cargos e Salários. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração, 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 1999. SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração, 1ª Ed. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2005. SILVA, Adelphino Teixeira. Administração Básica, 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007. TACHIZAWA, Takeshy; SCAICO, Osvaldo. Organização Flexível: qualidade na gestão por processos, 1ª Ed. São Paulo: Atlas, 1997. VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; ZOUAIN, Deborah Moraes. Pesquisa Qualitativa em Administração, 2ª Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

APÊNDICES

Apêndice A

ENTREVISTA

Na sua opinião, quem somos? (Serviçal)

___________________________________________________________________

Cite pontos fortes x pontos fracos da Serviçal:

___________________________________________________________________

1 - Como se desenvolvem os processos decisórios. As decisões são tomadas

individualmente, em grupo, são rápidas, são lentas, são tomadas formalmente ou

informalmente?

___________________________________________________________________

2 - Você participa de algum processo decisório? Qual?

___________________________________________________________________

3 - Quais são as características predominantes da empresa?

___________________________________________________________________

4 - Quais as principais crenças das pessoas nesta empresa?

___________________________________________________________________

5 - Qual o perfil dos trabalhadores desta empresa?

6 - Quais as características do processo de socialização de novos membros, deve-

se analisar os valores e comportamentos que estão sendo transmitidos aos novos

membros?

___________________________________________________________________

7 - Quais são os valores transmitidos nas políticas de recursos humanos?

___________________________________________________________________

8 - Como ocorre o processo de comunicação desde a criação da informação, sua

transmissão e cristalização dentro da empresa?

___________________________________________________________________

9 - Como se desenvolve a organização no processo de trabalho e as relações de

poder dentro da empresa?

___________________________________________________________________

10 - Como você define Recursos Humanos nesta empresa?

Quais são os principais clientes e qual e como é o perfil do consumidor de nossos

serviços?

___________________________________________________________________

Quais as exigências de nossos clientes ?

___________________________________________________________________

Apêndice B

SOLICITAÇÃO DE VAGA INTERNA

Dados Pessoais Dados do Contrato Nome Completo: Data de Admissão: Escolaridade: Chefia Imediata: Posto de Trabalho: Cargo que Ocupa: Vaga que deseja se candidatar: Local:

Por favor responda as perguntas abaixo:

Por que você está se candidatando a esta vaga?

Você se acha capaz de assumir a vaga de recepcionista? Por que?

Qual as suas expectativas com relação a vaga de recepcionista?

Data ______/_______/________ Assinatura: __________________________________

Avaliação da Área de Recursos Humanos Descisão

Candidato Aprovado ( ) Candidato não Aprovado ( )

Visto Área de Recursos Humanos Visto Gerência

Apêndice C

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO COLABORADOR NO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA

Data: _____ /_____/_______ Nome Função Posto de Trabalho Admissão

NOTAS: 1 (Ruim) - 2 (Regular) - 3 (Bom) - 4 (ótimo)

QUESITOS NOTA Assiduidade Pontualidade Apresentação Pessoal Qualidade no trabalho Zelo com o Posto de Trabalho Comprometimento com a empresa Relacionamento com a Chefia Adaptação ao Trabalho

Observações:

DESCISÃO: ( ) Efetivar ( ) Demitir Visto Líder Visto Coordenador Visto RH Visto Gerência

ANEXOS

Anexo I

Anexo II

Anexo III

SERVIÇAL- SERVIÇOS AUXILIARES DE LIMPEZA

DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS

MANUAL DE POLÍTICA INTERNA

REGULAMENTO INTERNO DE TRABALHO

Recursos Humanos – Setor de Desenvolvimento [revisão 1] Diogo Costa Mar. 2009

SUMÁRIO

CAPÍTULO I Da Admissão de Pessoal 03 CAPÍTULO II Do Contrato de Experiência 04 CAPÍTULO III Do Aviso Prévio 05 CAPÍTULO IV Do Horário de Trabalho 06 CAPÍTULO V Dos Deveres e Obrigações Profissionais 07 CAPÍTULO VI Das Proibições 08 CAPÍTULO VII Da Identificação - Uniforme 09 Capítulo VIII Das Faltas ao Trabalho 10 Capítulo IX Dos Atrasos 11 Capítulo X Das Medidas Disciplinares 11 Capítulo XI Das Transferências 12 Capítulo XII Do Pagamento 12 Capítulo XIII Dos Acidentes de Trabalho 12 Capítulo XIV Disposições Gerais 13

A SERVIÇAL – Serviços Auxiliares de Limpeza, com sede em Itajaí e filiais em Brusque, Blumenau, Joinville e São José - SC, considerando a necessidade de se definirem condições indispensáveis à harmonia entre pessoas que trabalham em conjunto e objetivando estabelecer bases favoráveis ao bom entendimento entre os que nela exercem suas atividades no sentido de atingir um objetivo comum, institui o presente

REGULAMENTO INTERNO DE TRABALHO I N T R O D U Ç Ã O Na terminologia do presente Regulamento, a entidade jurídica empregadora será denominada simplesmente “Empresa’’, e todos quantos prestam serviços em quaisquer um dos seus postos de trabalho, mediante salários, simplesmente ‘’Empregados’’, sem qualquer distinção.

I DA ADMISSÃO DE PESSOAL ART. 1º - Somente serão admitidos ao serviços da Empresa os candidatos que obrigarem cumprirem o presente Regulamento, o qual se aplica a todo o pessoal, não sendo lícito alegar ignorância de seus dispositivos. PARÁGRAFO ÚNICO - O início da prestação de serviços se dará após assinatura do Contrato de Trabalho e declaração formal do Empregado de ter conhecimento de todas as normas contidas no presente Regulamento. ART. 2 - São considerados empregados os que prestarem à Empresa serviços efetivos, independentemente de sua função ou designação. ART. 3º - Para ser admitido como empregado na Empresa, além do cumprimento das disposições legais, o candidato deve satisfazer aos seguintes requisitos: a) - Apresentar referências, sempre que a Empresa julgar conveniente; b) - Fornecer toda documentação exigida para admissão; c) - Submeter-se ao PCMSO - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional; d) - Preencher os questionários fornecidos pela Empresa e; e) - Prestar, com exatidão e sob sua responsabilidade, informações sobre seu estado pessoal e familiar, mantendo-as atualizadas e fornecendo comprovação quando exigida por lei ou solicitada pela Empresa. ART. 4º – O processo de admissão dar-se-á considerando as seguintes etapas: a) – Abertura de vaga através do preenchimento da Requisição de Pessoal ou Perfil Profissional;

b) – Levantamento do perfil necessário para ocupar a vaga, entendendo-se como perfil, as características comportamentais e as habilidades básicas do candidato; c) – Divulgação da vaga (interna ou externamente); d) – Entrevista com os candidatos disponíveis; e) – Seleção do candidato aprovado; f) – Agendamento do Exame Médico; g) – Levamento da Documentação para Admissão; h) – Encaminhamento da documentação para Admissão i) – Admissão do colaborador no sistema e geração do Contrato de Trabaho j) – Integração e Assinatura de Contrato k) – Efetivação – Apresentação no Posto para o início do trabalho; ART. 5º - Para admissão de ex-empregados, será necessário avaliar se o mesmo possui retorno para empresa através de consulta à ficha desligamento. ART. 6º – Não poderão ser admitidos na empresa candidatos que: a) – Não apresentarem documentos necessários à admissão; b) – Tiveram parecer desfavorável na entrevista; c) – Candidatos que estão respondendo processo criminal; d) – Foram demitidos por justa-causa no último emprego; e) – Apresentarem sinais básicos de dependência química, desvios de caráter ou deficiência mental; f) – Histórico de instabilidade pessoal e profissional ART. 7º - Além do PCMSO - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional realizado no ato da admissão, a Empresa exigirá do seu pessoal, quando julgar conveniente, que se submeta a inspeção de saúde periódica, realizada por profissional de sua identificação. PARÁGRAFO ÚNICO - A Empresa notificará o empregado, designando local, dia e hora em que se realizará a inspeção acima referida, sendo considerada falta, sua recusa ou não comparecimento.

II DO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA ART. 8º - O Contrato de Trabalho celebrado entre o Empregado e a Empresa será precedido pelo contrato de experiência, que obedecerá às seguintes regras: a) - O período experimental será fixado de acordo com a natureza do serviço a ser prestado e na ausência de qualquer estipulação, será de 45 + 45 (quarenta e cinco + quarenta e cinco) dias, totalizando 90 (noventa) dias;

b) - O contrato de experiência poderá ser reincidido por qualquer uma das partes e a qualquer tempo, observadas as disposições legais da CLT; c) - O contrato de experiência, para todos os efeitos legais, extinguir-se-á no término do prazo estipulado para sua vigência, a menos que, por assentimento das partes, seja prorrogado, passando a vigorar o contrato de trabalho definitivo e sem determinação de prazo. d) - 15 dias antes do término do contrato de experiência, o colaborador deverá passar por uma avaliação em que o cliente e supervisor avaliarão três itens 1) adaptação do funcionário ao cliente; 2) adaptação às normas da Empresa; e 3) desempenho geral no trabalho (técnico e comportamental). Caso o resultado da avaliação seja insatisfatório, proceder-se-á a substituição deste colaborador, troca de posto ou indicação de treinamento;

III DO AVISO PRÉVIO ART. 9º - Não havendo prazo estipulado para o término do Contrato de Trabalho, qualquer uma das partes poderá rescindi-lo mediante aviso prévio, respeitando as situações abaixo:

& 1 – Caso a iniciativa de desligamento partir do próprio funcionário, este poderá optar em:

a) Aviso Trabalhado – Trabalhar os 30 (trinta) dias de aviso prévio realizando sua jornada normal de trabalho. b) Aviso Indenizado – Será descontado na rescisão do funcionário, o equivalente a 30 (trinta) dias de trabalho. & 2 – Caso a iniciativa de desligamento partir da Empresa, o funcionário deverá cumprir aviso prévio trabalhado, ou seja, deverá trabalhar 21 dias em sua jornada normal de trabalho. & 3 – Somete nos casos autorizados pela Gerência, o funcionário poderá receber o aviso prévio indenizado. ART. 10º – No ato da rescisão do Contrato de Trabalho, a empresa não está autorizada a fazer “acordo”. PARÁGRAFO ÚNICO - A falta de aviso-prévio por qualquer das partes contratantes, sujeita as mesmas às penalidades previstas no art. 487, parágrafos 1º. e 2º. da C.L.T.

PARÁGRAFO ÚNICO – Todo funcionário que solicitar sua demissão da Empresa deverá obrigatoriamente realizar entrevista de desligamento.

IV

DO HORÁRIO DE TRABALHO ART. 11º – A jornada de trabalho semanal pela Empresa, exceto em casos específicos regulados por força do trabalho, é de: a) – 44h (quarenta e quatro); b) – 30h (trinta); c) – 22h (vinte e duas) horas semanais ART. 12º - O funcionário deverá levar consigo cartão ou folha-ponto que é destinada ao registro da hora de entrada, intervalo e saída do posto de trabalho. ART. 13º - O horário de trabalho, respeitadas as disposições legais, será estabelecido de acordo com as conveniências e necessidades de cada posto de trabalho, sendo obrigatória sua rigorosa observância. ART. 14º - Nos postos onde o trabalho deva ser contínuo, serão estabelecidas turmas de trabalho pelo sistema de rodízio, podendo a Empresa transferir o empregado de uma turma para outra. ART. 15º - O horário de trabalho poderá ser prorrogado independentemente de qualquer acordo, sempre que houver imperiosa necessidade de serviço ou motivo de força maior, ficando o empregado obrigado à prestação de serviços pelo excesso de tempo necessário, obedecidas as disposições legais vigentes. ART. 16º - O registro dos períodos de trabalho será feito nos cartões ou folhas-ponto, marcados cuidadosamente pelos próprios empregados, não se admitindo neles quaisquer emendas, rasuras ou alterações. ART. 17º Quando ocorrer qualquer erro ou engano na marcação do cartão ponto, o empregado deve comunicar tal fato ao seu superior imediato, cabendo a este tomar as providências necessárias para a devida substituição. ART. 18º - Qualquer alteração nos cartões ou folhas-ponto, só poderá ser feita por empregados expressamente designados a proceder ao controle de horas trabalhadas. ART. 19º - O início e o término do trabalho serão determinados pelos relógios afixados nos postos de trabalho, sendo obrigatória a sua rigorosa observância. ART. 20º – Quando do horário de início, os empregados já deverão estar em seus locais de trabalho, iniciando-o imediatamente, e aí permanecendo até o horário de seu término, não sendo permitidos atrasos, salvo por justificação, que será admitida ou não, de acordo com as normas internas. ART. 21º - Os empregados não poderão se ausentar do posto ou do local de trabalho, antes do término da jornada, salvo se previamente autorizados pelo seu superior imediato. PARÁGRAFO ÚNICO - É vedada a permanência de empregado fora de seu respectivo posto de trabalho, salvo por ordem de seu superior imediato e apenas pelo tempo que o mesmo autorizar.

ART. 22º - Nos postos onde o trabalho corresponder a atividade contínua e por lei ou autorização expressa de autoridade competente, haja permissão de trabalho nos domingos e feriados, o empregado é obrigado a prestar seus serviços nesses dias, observadas, neste caso, as compensações legais. ART. 23º - O empregado poderá firmar com a Empresa a prorrogação do seu horário de trabalho, com limite máximo de 10 (dez) horas diárias, tendo direito ao pagamento das horas complementares, de acordo com as disposições legais em vigor, excetuados os empregados menores e idosos, cuja prorrogação de horário de trabalho, quando necessária, será feita por acordo e ou convenção coletiva.

V

DOS DEVERES E OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS ART. 24º - São deveres de todo funcionário: a) - Acatar e cumprir instruções e ordens de seus superiores; b) - Observar e zelar pelo cumprimento deste regulamento, bem como os regimentos especiais de cada Setor, circulares e avisos que forem distribuídos ou afixados nas dependências da Empresa; c) - Desempenhar com eficiência, presteza e atenção, as atribuições de sua função, objetivando melhores resultados e solicitando, se necessário, instruções e esclarecimentos para atingi-los; d) - Comunicar fatos cuja ocorrência venha a alterar as informações referidas no art. 3º, letra E, deste Regulamento; e) - Prestar serviços extraordinários sempre que convocado por seu superior imediato, nos termos e condições instituídas por este Regulamento e pela legislação vigente; f) - Zelar pela conservação das instalações, máquinas e equipamentos, incluídos os de proteção individual, evitando perdas de tempo, desperdício de materiais, combustíveis, água, energia elétrica, etc.; g) - Usar os meios de identificação estabelecidos e submeter-se a fiscalização e revista, a qualquer tempo; h) - Manter o devido respeito aos seus companheiros e superiores, sendo atencioso no trato com qualquer pessoa; i) - Apresentar-se no local de trabalho em trajes adequados, com o uniforme completo e em condições normais de higiene e segurança; j) - Relatar, com fidelidade, fatos que tenha presenciado, ou de que tenha conhecimento, atentatório à boa ordem ou à disciplina; l) - Marcar seu cartão ponto com no máximo 10 (dez) minutos de antecedência ao inicio de seu horário de trabalho, quer na entrada deste, como também no retorno do intervalo para repouso alimentação. m)- Querendo demitir-se da Empresa, formular por escrito seu pedido de demissão, entregando-o ao seu superior imediato ou ao Departamento de Recursos Humanos, com a antecedência prevista em lei; n) - Guardar sigilo sobre tudo quanto lhe for confiado na execução de suas tarefas, não revelando, nem direta nem indiretamente, a terceiros, o que a direção do Estabelecimento declarar como sigiloso; o) - Abster-se de conversar durante o horário de trabalho, sobre assuntos estranhos ao serviço, ou de discutir sobre assunto de qualquer natureza; p) - Comunicar, com urgência, as faltas ao serviço seja qual for o motivo que as determine;

q) - Dispensar o máximo cuidado e atenção ao serviço, prevenindo acidentes com pessoas, materiais, máquinas ou equipamentos; r) - Evitar atropelos e correrias nas ocasiões de marcação do ponto; s) - Informar qualquer alteração de seu estado civil, militar, aumento ou redução de pessoas da família e eventual mudança de residência; t) - Abster-se de serviços estranhos ao exercício específico de suas atribuições e que sejam privativos de pessoal especialmente qualificado; u) - Frequentar os cursos de aprendizagem, treinamento e aperfeiçoamento em que a Empresa o matricular; v) - Usar uniformes e todo e qualquer equipamento pessoal de segurança (EPI) e, quando convocado por seu superior, comparecer a aulas ou reuniões de instrução sobre prevenção de acidentes, combate a fogo, inundação etc.; x) - Submeter-se ao PCMSO - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, vacinações, tratamento, exames periódicos e medidas preventivas, sempre que para isso seja designado ou convocado; y) - Utilizar-se de local adequado para fazer suas refeições; e z) - Manter seu armário individual em perfeitas condições, nele guardando apenas objetos de uso pessoal, permitindo inspeção pelos seus superiores, não se responsabilizando a Empresa por falta ou desaparecimento de objetos ali guardados.

VI DAS PROIBIÇÕES ART. 25º - É vedado a todo funcionário; a) - Entrar ou sair do Estabelecimento por outras vias que não as expressamente determinadas para tal fim; b) - Permanecer no recinto de trabalho sem identificação; c) - Sair do posto de trabalho sem autorização do superior imediato ou permanecer no posto de trabalho fora de horário de serviço sem justificativa; d) - Ingressar ou permanecer em locais estranhos a seu serviço, salvo por ordem expressa ou por necessidade do próprio serviço e pelo tempo indispensável ao cumprimento da ordem ou execução do serviço; e) - Realizar, dentro do Posto de Trabalho, serviços por conta própria ou de terceiros, durante as horas de serviço ou fora delas, mesmo sem emprego de equipamentos, máquinas, ferramentas ou materiais pertencentes à empresa; f) - Ocupar-se, mesmo fora do seu período de trabalho, em qualquer atividade concorrente à Empresa, ou prejudicial ao seu serviço; g) - Promover ou participar de correrias, algazarras e brincadeiras, bem como fazer uso de gestos ou palavras impróprias à moralidade; h) - Escrever, rabiscar ou colocar cartazes sem permissão nas paredes e edificações da Empresa; i) - Circular listas, abaixo-assinados ou promover sorteios, apostas e rifas para qualquer fim, ressalvados os casos autorizados pela Empresa;

j) - Introduzir bebidas alcoólicas no Estabelecimento, fazer uso durante o horário de trabalho ou adentrar as dependências da empresa alcoolizado; l) - Portar armas de fogo ou outra qualquer; m) - Faltar ao serviço sem causa justificada; n) - Praticar quaisquer jogos, salvo os autorizados pela Empresa e nos locais apropriados; o) - Transpor os portões do Estabelecimento durante o período de trabalho, sem a devida autorização; p) - Fumar nos locais onde seja proibido; q) - Introduzir no recinto da Empresa, pessoas estranhas aos serviços, durante ou fora das horas de trabalho, sem prévia autorização da Empresa. r) - Exercer comércio dentro das dependências da Empresa ou fazer empréstimos a juros a companheiros de trabalho; s) - Fazer propaganda política, escrita ou falada, de qualquer natureza; t) - Receber, sob qualquer forma ou pretexto, benefícios ou vantagens ilícitas de pessoa que estejam em relações de negócios com a Empresa; u) - Usar os telefones da Empresa para tratar de assuntos pessoais, sem autorização superior; v) - Fraudar ou tentar fraudar a marcação do cartão ponto; w) - Ouvir rádio em hora e local de trabalho; x) - Tirar fotografias nas dependências da Empresa ou postos de trabalho, sem prévia autorização. y) - Sair da Empresa ou Posto de Trabalho portanto qualquer tipo de material pertencente a mesma sem prévia autorização de sua Administração. z) Usar piercings, brincos, anéis, relógios ou outros adereços em postos onde por força do trabalho for proibido o seu uso; ART. 26º - É expressamente proibido tomar anotações ou cópias de detalhes técnicos e administrativos para fins particulares sobre qualquer assunto que se relacione com as atividades do Cliente;

VII DA IDENTIFICAÇÃO – UNIFORMES E CRACHÁS ART. 27º - A Empresa dispõe dos seguintes elementos de identificação que são uso obrigatório nos locais de trabalho: a) Crachá; b) Calça; c) Camiseta; d) Jaqueta; e) Boné; f) Jaleco

g) Avental; h) Sapato Preto; i) Camisa; PARÁGRAFO ÚNICO - A forma de identificação poderá ser modificada ou alterada somente por iniciativa da Empresa. O elemento de identificação será fornecido no início das relações de trabalho, sem nenhuma despesa para o empregado. ART. 28º - É de responsabilidade de cada colaborador a conservação do seu elemento de identificação, respondendo pelos danos ou extravio ocorridos com o mesmo. ART. 29º – No ato da assinatura do Contrato de Trabalho o colaborador receberá um crachá provisório, que será substituído por um definitivo no prazo máximo de 30 dias; ART. 30º - Se o colaborador perder qualquer um dos seus elementos de identificação, deverá comunicar urgentemente ao setor de Recursos Humanos através de um boletim de ocorrência. ART. 31º - Os colaboradores serão responsabilizados por danos, estragos ou extravios ocorridos com bens da Empresa causados por dolo, negligência, imperícia ou imprudência. ART. 32º - A Empresa se reversa o direito de descontar em Folha de Pagamento os EPI’s - Equipamentos de Proteção Individual, que por ventura o Empregado venha a perder, usar indevidamente, causando a inutilização do mesmo.

ART. 33º - O colaborador deverá apresentar-se ao posto de trabalho em condições adequadas de higiene e asseio pessoal.

VIII DAS FALTAS AO TRABALHO ART. 34º - As faltas ao serviço deverão ser comunicadas e só serão justificadas; a) - Quando devidamente autorizadas; b) - Em caso de doença atestada por médico de identificação da Empresa; c) - Pelos demais motivos discriminados em convenção coletiva, desde que comprovados. & 1º - Quando o empregado tiver de faltar ao serviço por motivo previsível, deverá comunicar sua ausência com a antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas; & 2º - Em caso de falta por motivo imperioso e inesperado, a comunicação deverá ser feita dentro de 12 (doze) horas; & 3º - A Empresa reserva-se o direito de apreciar e acolher, ou não, as justificações apresentadas pelos empregados, quanto às faltas ao serviço;

& 4º - O empregado afastado do trabalho por motivo de doença por mais de 15 (quinze) dias, será obrigatoriamente encaminhado ao INSS para usufruir dos benefícios que lhe sejam devidos; & 5º - O empregado que deixar de comparecer ao serviço, sem causa justificada, por período superior a 15 (quinze) dias consecutivos, será eliminado do quadro de empregados, por abandono de emprego, independentemente de aviso ou notificação. & 6º - As faltas não previstas por lei, serão descontadas do salário e o colaborador receberá as medidas disciplinares cabíveis.

IX DOS ATRASOS ART. 35º - Os horários de entrada e saída do serviço deve ser rigorosamente respeitados; não haverá tolerância para os retardatários, reservando-se à Gerência o direito de aceitar ou não, a justificação de atrasos ao serviço. ART. 36º - O colaborador que apresentar-se ao trabalho com atraso superior a 10 (dez) minutos, perderá o direito ao prêmio assiduidade e receberá as medidas disciplinares cabíveis.

X DAS MEDIDAS DISCIPLINARES ART. 37º - Os empregados que infringirem o presente Regulamento, ou que deixarem de cumprir ou acatar determinações constantes de regimentos internos, circulares, ordens, instruções ou determinações de seus superiores, ficam sujeitos às seguintes penalidades: a) - Advertência verbal; b) - Advertência escrita; c) - Suspensão de 01 a 03 dias; c) - Demissão por Justa Causa PARÁGRAFO ÚNICO - As penalidades acima enumeradas serão aplicadas por escrito, conforme a natureza e a gravidade da falta. ART. 38º - É da competência dos superiores imediato e da Gerência da Empresa a aplicação das penas disciplinares de: Advertência Verbal; Advertência por Escrito e Suspensão disciplinar. & 1º - Na ausência do Superior Imediato, somente o Empregador ou o seu preposto, poderá tomar as medidas previstas neste artigo. & 2º - Maiores informações sobre medidas disciplinares, vide anexo 1.

XI

DAS TRANSFERÊNCIAS ART. 39º - A Empresa reserva-se o direito de proceder a transferência do empregados de posto, de acordo com as conveniências e necessidades do serviço. & 1º - Os empregados também poderão ser transferidos de suas funções, nos termos da legislação em vigor. PARÁGRAFO ÚNICO - Nas mesmas condições poderá processar-se a transferência interna ou externa. Considera-se transferência interna movimentações no mesmo posto de trabalho e externa a transferência para qualquer outro posto de trabalho da Empresa. & 2º - Os empregados transferidos de local de trabalho deverão restituir à respectiva chefia todas as ferramentas, equipamentos e materiais de serviço confiados em sua guarda.

XII DO PAGAMENTO ART. 40º - O pagamento do salário é mensal, sempre no quinto dia útil do mês seguinte ao trabalhado. ART. 41º - Nenhum funcionário está autorizado a se ausentar do posto de trabalho para receber o pagamento do salário. PARÁGRAFO ÚNICO - O pagamento do salário é feito via depósito em conta corrente no banco conveniado dentro do horário de experiente bancário, ou seja, das 10:00 às 16:00h.

XIII DOS ACIDENTES DE TRABALHO ART. 42º - É dever de todos tomar precauções cabíveis a fim de evitar acidentes de trabalho e condições inseguras de trabalho. ART. 43º - Será considerada indisciplina, a inobservância a instruções expedidas para a prevenção de acidentes, bem como o não uso do equipamento de proteção individual (EPI) fornecido pela Empresa. ART. 44º - Todos os empregados estão segurados contra acidentes do trabalho, não se responsabilizando a Empresa pelas conseqüências do acidentes que não forem comunicados imediatamente ao Supervisor onde o fato ocorreu ou, na falta deste, ao representante da Empresa, aos quais cumpre tomar as providências junto à Gerência.

XIV

DISPOSIÇÕES GERAIS ART. 45º - A Empresa poderá baixar ordens e instruções de serviço, que farão parte integrante deste Regulamento.

PARÁGRAFO ÚNICO - As ordens e instruções de serviço serão comunicadas individualmente a cada empregado ou afixadas nas dependências da empresa, para conhecimento geral.