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INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO Departamento de Engenharia Informática Provisionamento em Infraestruturas de Voz Sobre IP Paulo Alexandre Pereira Gomes Fevereiro 2011

Provisionamento Em Infraestruturas de Voz Sobre IP

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Provisionamento Em Infraestruturas de Voz Sobre IP

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  • INSTITUTO POLITCNICO DE LEIRIAESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTO

    Departamento de Engenharia Informtica

    Provisionamento em Infraestruturas de Voz Sobre IP

    Paulo Alexandre Pereira Gomes

    Fevereiro 2011

  • INSTITUTO POLITCNICO DE LEIRIAESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTO

    Departamento de Engenharia Informtica

    Provisionamento em Infraestruturas de Voz Sobre IP

    Dissertao submetida ao Instituto Politcnico de Leiria para obteno do grau de Mestre em Engenharia Informtica e

    Computao Mvel

    Paulo Alexandre Pereira Gomes

    Orientada pelo Professor Doutor Carlos Rabado

    Fevereiro 2011

  • A Liberdade podermos traar o nosso prprio limite

    Ricardo Esteves

    Este documento foi elaborado em LibreOffice 3

  • Agradecimentos

    Quero aqui expressar os meus sinceros agradecimentos s pessoas e instituies que,

    directa e indirectamente, contriburam para a realizao deste trabalho.

    Comeo com o meu imenso agradecimento ao Professor Doutor Carlos Rabado pela

    sua enorme disponibilidade, pela sua orientao e pelo seu incentivo, prestados ao

    longo das diversas fases deste trabalho, sem os quais teria sido impossvel conclu-lo

    com sucesso.

    Agradeo tambm aos Servios Informticos do Instituto Politcnico de Leiria pelos

    meios e condies que colocaram ao meu dispor para a realizao deste trabalho.

    Agradeo ainda ao Instituto Politcnico de Leiria e Escola Superior de Tecnologia e

    Gesto de Leiria, pelas condies que colocaram ao meu dispor para a realizao

    deste trabalho.

    Por fim, quero expressar todo o meu agradecimento pelo apoio e compreenso que

    recebi da minha esposa Rita, da minha famlia e amigos.

    vii

  • viii

  • Resumo

    Actualmente vive-se em plena era digital. Redes sociais, chamadas telefnicas pela

    Internet, telefones com vdeo-chamada, telemveis e televises com acesso

    Internet, so tecnologias que no se podem ignorar. Assumem-se hoje como novas

    formas de comunicar, que aliam facilidade de utilizao, maior alcance e custos mais

    reduzidos.

    Esta dissertao foca-se na tecnologia de telefonia utilizando uma rede de comutao

    de pacotes, como por exemplo, a Internet. Esta tecnologia denominada de voz sobre

    protocolo de Internet (VoIP), est hoje em grande expanso nas empresas e

    instituies devido, em parte, reduo de custos e aos novos servios suportados.

    O aparecimento da telefonia IP trouxe inmeras vantagens para o utilizador.

    Contudo, existe uma problemtica associada, que so os custos de suporte e

    manuteno que esta tecnologia carece. Em tecnologias anteriores, os equipamentos

    telefnicos no necessitavam de configuraes significativas, localmente em cada

    dispositivo, sendo praticamente tudo parametrizado na central telefnica. O mesmo

    no acontece em sistemas de VoIP.

    O Instituto Politcnico de Leiria (IPL) conta j com cerca de 300 telefones IP em

    produo e sempre que preciso fazer algum tipo de manuteno em massa esta

    constitui-se uma actividade demorada, envolvendo muita mo-de-obra. Assim, neste

    projecto proposta uma arquitectura que permita gerir todos estes equipamentos, em

    simultneo, tendo em conta as funcionalidades de provisionamento suportadas por

    cada um.

    ix

  • A arquitectura proposta baseia-se essencialmente em cinco fases (i)

    provisionamento de um novo terminal, (ii) verificao de terminais registados no

    Asterisk, (iii) visualizao de terminais adicionados plataforma, (iv) alteraes de

    configuraes em massa, (v) actualizao de firmware e (vi) tolerncia a falhas.

    Para proceder validao desta arquitectura foi desenvolvido um prottipo, tendo-se

    posteriormente efectuado a anlise e avaliao do modelo proposto. Com esta

    respectiva anlise e avaliao foi possvel validar a arquitectura relativamente sua

    utilidade para reduzir tempos em suporte e manuteno do sistema de telefonia IP do

    IPL.

    .

    x

  • Abstract

    Nowadays we are living in the digital age. Social networks, internet phone calls,

    phones with video calling, mobile phones and televisions with internet access, are

    technologies that cant be ignored. Today, those are assumed new forms of

    communication, combining ease of use, greater reach and lower costs.

    This dissertation focuses on telephony technology using a packet switching network,

    such as, the internet.

    This technology called Voice over Internet Protocol (VoIP) is now booming in enterprises and institutions, due in part to reduced costs and new services supported.

    The emergence of IP telephony has brought many benefits for users. However, there

    is an associated problem, which is the cost of maintenance and support that this

    technology is needed. In previous technologies, telephone equipment didnt required significant configuration, locally on each device, being practically everything parameterized in the switchboard. The same dont happen in VoIP systems.

    The Instituto Politcnico de Leiria (IPL) already has about 300 IP phones in production and whenever need to do some kind of mass maintenance this constitutes

    a time consuming activity, involving a lot of manpower. Thus, in this project is

    propose an architecture that allows manage all these equipments, simultaneously,

    taking into account the provisioning features supported by each.

    The proposed architecture is mainly based on five stages (i) provisioning of a new terminal, (ii) - verification of the registered terminals, (iii) visualization of the

    xi

  • terminals added to the platform, (iv) changes of the configuration in mass, (v)

    firmware update and (vi) - fault tolerance.

    To proceed with the validation of this architecture a prototype was developed, and it

    was subsequently performed the analysis and evaluation of the proposed model. With

    this analysis and its evaluation was possible to validate the architecture relatively to

    its effect to reduce time on support and maintenance of the IP telephony system of

    IPL.

    xii

  • ndice

    AGRADECIMENTOS ......................................................................................................................... 7 RESUMO ...................................................................................................................................... VIII ABSTRACT ...................................................................................................................................... X NDICE ......................................................................................................................................... XIII LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................................... XVI LISTA DE TABELAS ....................................................................................................................... XIX LISTA DE ACRNIMOS .................................................................................................................. XX 1 INTRODUO ................................................................................................................................ 1

    1.1 O PROJECTO VOIP@RCTS ............................................................................................................ 4 1.2 MOTIVAO E OBJECTIVOS .............................................................................................................. 5 1.3 RESUMO DAS PRINCIPAIS CONTRIBUIES .......................................................................................... 6 1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAO ......................................................................................................... 6

    2 ESTADO DA ARTE .......................................................................................................................... 9 2.1 VOZ SOBRE IP ............................................................................................................................. 9

    2.1.1 Compresso e codificao ............................................................................................... 11 2.1.2 Protocolos de sinalizao ................................................................................................ 13

    2.2 DISPOSITIVOS E EQUIPAMENTOS VOIP ............................................................................................. 18 2.2.1 Telefones IP (Hardphones) ............................................................................................... 18 2.2.2 Telefones virtuais (Softphones) ....................................................................................... 20 2.2.3 Adaptador ATA ................................................................................................................. 23 2.2.4 Telefones de conferncia ................................................................................................. 24

    2.3 PROVISIONAMENTO ..................................................................................................................... 24 2.3.1 Asterisk ........................................................................................................................... 26 2.3.2 FreePBX ........................................................................................................................... 29 2.3.3 Voice Pulse Global Provisioning System (VGPS) ............................................................... 31 2.3.4 Solues comerciais ........................................................................................................ 31

    2.4 TCNICAS DE PROVISIONAMENTO ................................................................................................... 33 2.4.1 TFTP ................................................................................................................................ 33 2.4.2 FTP .................................................................................................................................. 34 2.4.3 HTTP ............................................................................................................................... 35 2.4.4 DHCP ............................................................................................................................... 36

    2.5 TR-069 CPE WAN MANAGEMENT PROTOCOL ................................................................................. 39 2.5.1 Sntese ............................................................................................................................ 42

    3 TERMINAIS VOIP ......................................................................................................................... 44

  • 3.1 POLYCOM SOUNDPOINT IP330 ...................................................................................................... 44 3.1.1 Personalizao do idioma ................................................................................................ 50 3.1.2 Personalizao do toque ................................................................................................. 51 3.1.3 Personalizao da imagem de logotipo ........................................................................... 52 3.1.4 Agenda de contactos ....................................................................................................... 53

    3.2 SNOM 360 ............................................................................................................................... 54 3.2.1 Actualizao do firmware para verso 7 .......................................................................... 55 3.2.2 Correio de voz ................................................................................................................. 56 3.2.3 Personalizao das teclas de atalhos .............................................................................. 57 3.2.4 Personalizao da imagem/logotipo ................................................................................ 58 3.2.5 Carregar a agenda de contactos ..................................................................................... 59 3.2.6 Personalizao do toque ................................................................................................. 60 3.2.7 Personalizao do idioma ................................................................................................ 61

    3.3 LINKSYS SPA942 ....................................................................................................................... 62 3.3.1 Personalizao do toque ................................................................................................. 64 3.3.2 Personalizao da imagem/logotipo ................................................................................ 65 3.3.3 Personalizao do idioma ................................................................................................ 66 3.3.4 Personalizao da agenda ............................................................................................... 67 3.3.5 Personalizao das teclas de marcao rpida ................................................................ 69

    3.4 GRANDSTREAM BT200 ............................................................................................................... 70 3.4.1 Personalizao do toque ................................................................................................. 75

    3.5 X-LITE ...................................................................................................................................... 76 3.5.1 Sntese ............................................................................................................................ 77

    4 ARQUITECTURA .......................................................................................................................... 79 4.1 REQUISITOS .............................................................................................................................. 79 4.2 MODELO DE ARQUITECTURA .......................................................................................................... 81 4.3 FASES DE PROVISIONAMENTO ........................................................................................................ 82 4.4 PROVISIONAMENTO DE UM NOVO TERMINAL ...................................................................................... 84 4.5 TERMINAIS REGISTADOS NO ASTERISK ............................................................................................. 85 4.6 TERMINAIS ADICIONADOS PLATAFORMA ......................................................................................... 87 4.7 CONFIGURAES EM MASSA ......................................................................................................... 88 4.8 SINCRONIZAO DOS CONTACTOS COM A AD ................................................................................... 89 4.9 TOLERNCIA A FALHAS ................................................................................................................. 90

    5 PROTTIPO ................................................................................................................................. 93 5.1 CENRIO .................................................................................................................................. 94 5.2 IDEALIZAO DA INTERFACE .......................................................................................................... 96 5.3 GRUPO PLATAFORMA ................................................................................................................ 98

    5.3.1 Funo Estado .............................................................................................................. 98 5.3.2 Funo Configuraes .................................................................................................. 99 5.3.3 Funo Cpias de segurana ........................................................................................ 99 5.3.4 Funo Relatrios ....................................................................................................... 100 5.3.5 Funo Enviar Ficheiros .............................................................................................. 101

    5.4 GRUPO TERMINAIS ................................................................................................................ 102 5.4.1 Funo Adicionar ........................................................................................................ 102 5.4.2 Funo Adicionar em massa ....................................................................................... 103 5.4.3 Funo Adicionados .................................................................................................... 104 5.4.4 Funo Registados ..................................................................................................... 104 5.4.5 Funo Softphones ..................................................................................................... 105 5.4.6 Funo Agenda ........................................................................................................... 105

    5.5 GRUPO EXTENSES ............................................................................................................... 107 5.5.1 Funo Detalhes ........................................................................................................ 107 5.5.2 Funo Reiniciar ......................................................................................................... 108 5.5.3 Funo Monitor .......................................................................................................... 108

    5.6 GRUPO CONFIGURAES EM MASSA ......................................................................................... 109 5.6.1 Funo Polycom 330 .................................................................................................. 109

    5.7 PLANO DE TESTES .................................................................................................................... 110

  • 5.7.1 Testes de carga ............................................................................................................. 112 5.7.2 Testes de Funcionamento .............................................................................................. 116

    5.8 SNTESE ................................................................................................................................. 119 6 CONCLUSES ........................................................................................................................... 121

    6.1 PRINCIPAIS CONTRIBUIES ....................................................................................................... 122 6.2 TPICOS PARA TRABALHO FUTURO .............................................................................................. 123

    REFERNCIAS ............................................................................................................................. 125 ANEXOS ...................................................................................................................................... 129

  • Lista de Figuras

    FIGURA 2.1 - CONVERSO VOZ/PACOTES DE DADOS.........................................................................10FIGURA 2.2 - EXEMPLO DE UMA LIGAO TRUNK..............................................................................17FIGURA 2.3 - EXEMPLO DE UM HARDPHONE......................................................................................20FIGURA 2.4 - TELEFONE VIRTUAL IP X-LITE........................................................................................21FIGURA 2.5 - SOFTPHONE OU TELEFONE VIRTUAL IP EKIGA...............................................................22FIGURA 2.6 - LIGAES DISPONVEIS NUM ADAPTADOR ATA.............................................................23FIGURA 2.7 - TELEFONE DE CONFERNCIA POLYCOM.........................................................................24FIGURA 2.8 - INTEROPERABILIDADE DO ASTERISK.............................................................................29FIGURA 2.9 - DIFERENA ENTRE TRIXBOX E FREEPBX.......................................................................29FIGURA 2.10 - FASES DO PROVISIONAMENTO....................................................................................37FIGURA 2.11 - EXEMPLO DE CONFIGURAO DE UM SERVIDOR DHCP...............................................38FIGURA 2.12 - AMBIENTE DE GESTO UTILIZANDO O PROTOCOLO CWMP.........................................40FIGURA 2.13 - ALGUNS PROTOCOLOS INCORPORADOS NO TR-069....................................................42FIGURA 3.1 - TERMINAL POLYCOM SOUNDPOINT IP330......................................................................45FIGURA 3.2 - RVORE DE DIRECTRIOS PARA O POLYCOM 330.........................................................46FIGURA 3.3 - FASE DE ARRANQUE DO POLYCOM 330.........................................................................47FIGURA 3.4 - CONTEDO DO FICHEIRO 000000000000.CFG.............................................................48FIGURA 3.5 - CONTEDO DO FICHEIRO 0004F200106C.CFG.............................................................48FIGURA 3.6 - FICHEIRO DE CONFIGURAO DA EXTENSO................................................................49FIGURA 3.7 - CONTEDO DO FICHEIRO APP_CONFIG_330.CFG..........................................................50FIGURA 3.8 - CONTEDO ACRESCENTADO AO FICHEIRO APP_CONFIG_330.CFG................................51FIGURA 3.9 - CONTEDO ACRESCENTADO AO FICHEIRO APP_CONFIG_330.CFG................................52FIGURA 3.10 - CONTEDO ACRESCENTADO AO FICHEIRO APP_CONFIG_330.CFG..............................52FIGURA 3.11 - FICHEIRO DA AGENDA DE CONTACTOS.......................................................................53FIGURA 3.12 - TELEFONE SNOM 360..................................................................................................54FIGURA 3.13 - FIRMWARE DO TELEFONE...........................................................................................56FIGURA 3.14 - PROGRAMAO DA TECLA DE CORREIO DE VOZ........................................................56

    xvii

  • FIGURA 3.15 - CONFIGURAO DAS TECLAS DE ATALHO...................................................................57FIGURA 3.16 - TELEFONE SNOM 360 COM MDULO DE EXPANSO...................................................58FIGURA 3.17 - PERSONALIZAO DA IMAGEM DE LOGOTIPO.............................................................59FIGURA 3.18 - PERSONALIZAR A AGENDA DE CONTACTOS................................................................59FIGURA 3.19 - PERSONALIZAO DO TOQUE.....................................................................................60FIGURA 3.20 - PERSONALIZAO DO IDIOMA....................................................................................61FIGURA 3.21 - PERSONALIZAO DO IDIOMA PADRO.......................................................................62FIGURA 3.22 - TELEFONE IP LINKSYS SPA942.....................................................................................62FIGURA 3.23 - FICHEIRO INICIAL DE CONFIGURAO.........................................................................63FIGURA 3.24 - CONFIGURAES INDIVIDUAIS DE CADA TELEFONE...................................................64FIGURA 3.25 - PERSONALIZAO DO TOQUE DE CHAMADA..............................................................64FIGURA 3.26 - PERSONALIZAO DA IMAGEM DE LOGOTIPO.............................................................65FIGURA 3.27 - PERSONALIZAO DO IDIOMA....................................................................................66FIGURA 3.28 - AGENDA PESSOAL.......................................................................................................67FIGURA 3.29 - COMANDO PARA ENVIAR CONTACTOS PARA O SPA942................................................68FIGURA 3.30 - CDIGO FONTE...........................................................................................................68FIGURA 3.31 - SPA 942 PERSONAL DIRECTORY MANAGER.................................................................69FIGURA 3.32 - TECLAS DE MARCAO RPIDA...................................................................................70FIGURA 3.33 - CONFIGURAO DAS TECLAS DE MARCAO RPIDA.................................................70FIGURA 3.34 - TELEFONE IP GRANDSTREAM BT200...........................................................................71FIGURA 3.35 - DEFINIES INICIAIS...................................................................................................71FIGURA 3.36 - CONTEDO DO FICHEIRO DE DEFINIES INICIAIS.....................................................72FIGURA 3.37 - PARMETROS ADICIONAIS DO DEFINICOES_INICIAIS.CFG............................................73FIGURA 3.38 - CONFIGURAES DE REGISTO DE CADA TELEFONE....................................................74FIGURA 3.39 - COMANDO PARA CRIAR O FICHEIRO DE CONFIGURAO DO TELEFONE.....................74FIGURA 3.40 - COMANDO PARA TRANSFERIR O FICHEIRO DE CONFIGURAO PARA O TFTP..............75FIGURA 3.41 - CONVERSO DO FICHEIRO AUDIO PARA TOQUE DE CHAMADA...................................75FIGURA 3.42 - COMANDO PARA TRANSFERIR O FICHEIRO PARA O TFTP.............................................75FIGURA 4.1 - MODELO DE ARQUITECTURA.........................................................................................81FIGURA 4.2 - FASES DE ARRANQUE DE UM TERMINAL IP....................................................................83FIGURA 4.3 - PROVISIONAR UM NOVO TERMINAL...............................................................................85FIGURA 4.4 - DIAGRAMA DE INTEROPERABILIDADE USANDO SCP......................................................86FIGURA 4.5 - DIAGRAMA DE INTEROPERABILIDADE USANDO HTTP....................................................87FIGURA 4.6 - PROCESSO PARA LISTAR TERMINAIS..............................................................................88FIGURA 4.7 - PROCESSO PARA ALTERAO DE CONFIGURAES EM MASSA.....................................89FIGURA 4.8 - PROCESSO DE SINCRONIZAO DOS CONTACTOS COM A AD.......................................90FIGURA 4.9 - ESQUEMA DE TOLERNCIA A FALHAS............................................................................91

    xviii

  • FIGURA 4.10 - REPLICAO DOS DADOS DE PROVISIONAMENTO......................................................92FIGURA 5.1 - CENRIO UTILIZADO EM LABORATRIO........................................................................95FIGURA 5.2 - ORGANIZAO DAS FUNCIONALIDADES NA INTERFACE WEB........................................97FIGURA 5.3 - PGINA INICIAL DA PLATAFORMA DE PROVISIONAMENTO.............................................97FIGURA 5.4 - FUNO ESTADO..........................................................................................................98FIGURA 5.5 - CONFIGURAES DA PLATAFORMA...............................................................................99FIGURA 5.6 - CPIAS DE SEGURANA DA PLATAFORMA...................................................................100FIGURA 5.7 - RELATRIOS DO SISTEMA...........................................................................................101FIGURA 5.8 - EXEMPLO DE UMA MENSAGEM DE ALERTA..................................................................101FIGURA 5.9 - FUNO "ENVIAR FICHEIROS".....................................................................................102FIGURA 5.10 - ADICIONAR UM TERMINAL IP PLATAFORMA............................................................103FIGURA 5.11 - ADICIONAR TERMINAIS EM MASSA............................................................................103FIGURA 5.12 - TERMINAIS ADICIONADOS PLATAFORMA................................................................104FIGURA 5.13 - TERMINAIS TELEFNICOS IP REGISTADOS.................................................................105FIGURA 5.14 - SOFTPHONES............................................................................................................105FIGURA 5.15 - SINCRONIZAO DA AGENDA DE CONTACTOS..........................................................106FIGURA 5.16 - DETALHES DE UMA EXTENSO..................................................................................107FIGURA 5.17 - REINICIAR TERMINAIS IP............................................................................................108FIGURA 5.18 - MONITOR DE EXTENSES.........................................................................................109FIGURA 5.19 - CONFIGURAES EM MASSA....................................................................................110FIGURA 5.20 - TESTE DE CARGA AO DHCP.......................................................................................113FIGURA 5.21 - DESEMPENHO DA INTERFACE DE REDE.....................................................................113FIGURA 5.22 - DESEMPENHO DO PROCESSADOR............................................................................114FIGURA 5.23 - DESEMPENHO DA MEMRIA......................................................................................114FIGURA 5.24 - SCRIPT UDP_STRESS_CLIENT.PY................................................................................115FIGURA 5.25 - DESEMPENHO DA INTERFACE DE REDE.....................................................................115FIGURA 5.26 - DESEMPENHO DO PROCESSADOR............................................................................116FIGURA 5.27 - DESEMPENHO DE MEMRIA......................................................................................116FIGURA 1 - GRANDSTREAM CONFIGURATION GENERATOR...............................................................130FIGURA 2 - RINGTOOL......................................................................................................................130FIGURA 3 - AUTOIT WINDOWS INFO.................................................................................................132FIGURA 4 - CDIGO PARA EXECUTAR O INSTALADOR......................................................................133FIGURA 5 - INTERACO DO "FINDER TOOL" COM UM RADIO BUTTON............................................133FIGURA 6 - ECR INICIAL..................................................................................................................134FIGURA 7 - SELECO DO ACORDO DE LICENA.............................................................................134FIGURA 8 - ACEITAO DO ACORDO DA LICENA............................................................................135FIGURA 9 - BOTO "NEXT" AT AO FINAL DA INSTALAO...............................................................135

    xix

  • FIGURA 10 - JANELA DE CONFIGURAO DA CONTA SIP NO X-LITE..................................................136FIGURA 11 - CONFIGURAO DA CONTA SIP....................................................................................136FIGURA 12 - PROPRIEDADES DA CONTA SIP.....................................................................................136FIGURA 13 - INTRODUO DE DADOS DE AUTENTICAO DA CONTA SIP........................................137FIGURA 14 - ECR FINAL DA INSTALAO........................................................................................138FIGURA 15 - INTERFACE DO AUTOIT SCRIPT TO EXE CONVERTER....................................................138

    xx

  • Lista de Tabelas

    TABELA 2.1 - CODECS [SAHABUDIN09][MINOLI98][RODMAN08][MACIAN08][GIBSON05]..................12TABELA 2.2 - FUNO DOS ELEMENTOS DE REDE DO H.323.............................................................14TABELA 2.3 - FUNES DOS ELEMENTOS SIP....................................................................................16TABELA 2.4 - TELEFONES IP EXISTENTE NO IPL..................................................................................18TABELA 2.5 - ALGUMAS FUNCIONALIDADES DE UMA INTERFACE WEB DO ASTERISK.........................28TABELA 2.6 - SOLUES COMERCIAIS COM MDULO DE PROVISIONAMENTO...................................32TABELA 3.1 - FUNO DOS DIRECTRIOS CONTIDOS EM /HOME/POLYCOM.......................................46TABELA 3.2 - RESUMO DE FUNES DO POLYCOM 330......................................................................50TABELA 3.3 - ACES PARA BOTES DE ATALHO...............................................................................58TABELA 4.1 - REQUISITOS PARA SOLUO DE PROVISIONAMENTO....................................................80TABELA 5.1 - FUNCIONALIDADES DESENVOLVIDAS............................................................................94TABELA 5.2 - PLANO DE TESTES AOS VRIOS COMPONENTES DO SERVIDOR DE PROVISIONAMENTO........................................................................................................................................................ 111TABELA 5.3 - TESTES DE FUNCIONAMENTO.....................................................................................112

    xxi

  • xxii

  • Lista de Acrnimos

    PSTN Public Switched Telephone Network

    LAN Local Area Network

    WAN Wide Area Network

    VoIP Voice Over IP

    PBX Private Branch Exchange

    IPPBX IP Private Branch Exchange

    IP Internet Protocol

    ATA Analog Telephone Adapter

    IPL Instituto Politcnico de Leiria

    FCCN Fundao para a Computao Cientfica Nacional

    RCTS Rede Cincia, Tecnologia e Sociedade

    TFTP Trivial File Transfer Protocol

    FTP File Transfer Protocol

    HTTP Hypertext Transfer Protocol

    HTTPS Hypertext Transfer Protocol Secure

    DHCP Dynamic Host Configuration Protocol

    ADSL Asymmetric Digital Subscriber Line

    TCP/IP Transmission Control Protocol/Internet Protocol

    CODEC Coder-Decoder

    PDA Personal Digital Assistant

    Wi-Fi Wireless Fidelity

    ATM Asynchronous Transfer Mode

    QoS Quality of Service

    MOS Mean Opinion Score

    xxiii

  • SIP Session Initiation Protocol

    IAX Inter Asterisk eXchange

    RDIS Rede Digital com Integrao de Servios

    ITU-T International Telecommunication Union Telecommunication Standardization

    MGC Media Gateway Controler

    MG Media Gateway

    MCU Multipoint Control Units

    UDP User Datagrama Protocol

    TCP Transmission Control Protocol

    DNS Domain Name System

    MMUSIC Multiparty Multimedia Session Control

    IETF Internet Engineering Task Force

    RFC Request For Comments

    UA User Agent

    NAT Network Address Translator

    XML eXtensible Markup Language

    GPL General Public License

    ACD Automatic Call Distribution

    IVR Interative Voice Response

    API Application Programming Interface

    TI Tecnologias de Informao

    DDI/DID Direct Dial-In / Direct Inward Dialing

    PC Personal Computer

    POTS Plain Old Telephone Service

    PHP Hypertext Preprocessor

    MAC Media Access Control

    VGPS Voice Pulse Global Provisioning System

    NTP Network Time Protocol

    CPE Customer Premises Equipment

    CWMP CPE WAN Management Protocol

    ACS Auto Configuration Servers

    SOAP Simple Object Access Protocol

    RPC Remote Procedure Call)

    WWW World Wide Web

    W3C World Wide Web Consortium

    SSL Secure Sockets Layer

    xxiv

  • TLS Transport Layer Security

    WAV Waveform Audio File Format

    BMP Bitmap

    UARS Unidade de Administrao de Redes e Sistemas

    SCP Security Copy Protocol

    BD Base de Dados

    SSH Secure Shell

    XMPP Extensible Messaging and Presence Protocol

    OU Organizational Unit

    xxv

  • xxvi

  • 1 Introduo

    Nas duas ltimas dcadas a rede pblica de servio telefnico (PSTN) evoluiu de

    uma estrutura totalmente analgica para a comutao digital de circuitos. O suporte

    da transmisso do sinal analgico na rede digital tem de ser codificado ou convertido

    em formato digital antes de entrar na rede pblica. Na outra extremidade o sinal

    descodificado ou convertido novamente para a sua forma original, ou seja, em

    formato analgico. [Chong04]

    Uma infraestrutura de comutao de circuitos funciona como uma ligao dedicada,

    isto , uma ligao entre dois ns que no partilhada com outras at a comunicao

    ser terminada.

    Nos ltimos anos, tem-se assistido a uma nova mudana de paradigma com o avano

    da tecnologia de comutao de pacotes para transmitir voz e dados. Uma rede

    telefnica de comutao de pacotes foi estruturada para o intercmbio de informao

    em formato digital, entre computadores ou outros dispositivos. Esta rede pode

    estender-se de uma rea geogrfica limitada (LAN), como um edifcio ou um

    Campus, at pontos de acesso espalhados por vrias cidades, ou mesmo pases

    (WAN).[Pires06]

    As redes de comutao de pacotes funcionam segmentando a informao em

    unidades mais pequenas (pacotes ou datagramas) de forma a serem enviadas e a

    poderem viajar para o destino, as quais podem viajar por diferentes caminhos,

    chegarem em diferentes ordens e tempos diferentes.[Pires06]

    1

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    A Internet, um exemplo claro de uma rede WAN, um dos fenmenos de

    globalizao mais marcantes dos ltimos tempos. Evoluo rpida, oferta de

    aplicaes acessveis a nvel global, pesquisa e partilha de informao em reas de

    interesse muito diversas, transaces comerciais, redes sociais ou mesmo

    entretenimento, so alguns dos factores que tornam esta rede to difundida a nvel

    mundial. A Internet evoluiu da partilha de pequenos contedos at difuso de

    produtos multimdia em tempo real. [Florin10]

    A telefonia IP, tambm conhecida por voz sobre IP (VoIP), surgiu aproveitando as

    capacidades multimdia que a estrutura de uma rede de comutao de pacotes

    oferece, tais como, partilha do meio de comunicao, mobilidade, reduo de custos,

    dbitos de informao, partilha de recursos, entre outros.

    Um dos factores que pode ter levado grande massificao desta tecnologia foi o

    aparecimento de redes de banda larga, pois permitiu acessos com grandes dbitos de

    informao face s linhas convencionais (analgicas). Este aumento de largura de

    banda, de acesso Internet, tornaram possvel a utilizao de servios como a

    comunicao de voz e vdeo at ao cliente final sem atrasos significativos. Hoje em

    dia j possvel telefonar gratuitamente para diversos pontos do globo.[Robert08]

    A par da telefonia IP surgiram tambm as Privates Branch Exchange (PBX) baseadas

    em redes IP, que contriburam para uma significativa revoluo na rea das

    telecomunicaes de voz. A telefonia IP levou, entre outros aspectos, a uma

    considervel reduo de preos das comunicaes quer para o utilizador final quer

    para operadores. J h muito que as chamadas telefnicas pela Internet so uma

    realidade, podendo estas serem de PC-para-PC, PC-para-Telefone e mesmo Telefone-

    para-PC.

    O aparecimento do Asterisk, uma implementao livre de PBX baseado em IP

    (IPPBX), permitiu uma massificao deste tipo de centrais telefnicas um pouco por

    todo o mundo.

    2

  • Captulo 1 | Introduo

    Devido sua Licena Pblica de uso Geral e quantidade de servios que oferece a

    custo zero, os IPPBX baseados em Asterisk, esto a ganhar mais terreno face aos

    PBX tradicionais.

    O mercado e os utilizadores exigem cada vez mais desta tecnologia, no sentido em

    que reivindicam mais opes, personalizaes, funcionalidades e actualizaes.

    Daqui resulta tambm a necessidade dos prprios administradores precisarem de

    mais ferramentas para gerir todas estas infraestruturas de uma forma mais produtiva,

    pois a tarefa de configurar/personalizar cada terminal individualmente consome

    muito tempo de mo-de-obra.

    A evoluo desta rea levou a que fabricantes de telefones IP tambm inovassem os

    seus equipamentos e, portanto, actualmente os telefones IP so dotados de variadas

    funcionalidades, no s para o utilizador mas tambm para os administradores de

    sistemas de voz sobre IP, com a finalidade de auxiliar e optimizar a gesto dos

    mesmos.

    A gesto de um parque grande de telefones IP, adaptadores analgicos (ATA1) e

    softphones, pode ser uma tarefa bastante complexa e exaustiva para o administrador,

    imagine-se o seguinte cenrio: a necessidade de actualizar o firmware a 100

    telefones. Se a actualizao de cada firmware demorar em mdia 15 minutos, e o

    mesmo tempo para reconfigurar o telefone e fazer os respectivos testes, ento

    ocuparemos cerca de 30 minutos por telefone. Portanto, considerando que um tcnico

    ocupa 30 minutos em cada telefone, esta tarefa demoraria 3000 minutos, ou seja, 50

    horas, logo a concluso da actualizao do firmware dos 100 telefones, seria

    considerada impraticvel nos dias de hoje.

    O Instituto Politcnico de Leiria (IPL) tem aproximadamente cerca de 500 telefones

    IP, assim, pretende-se que esta dissertao apresente uma proposta de gesto global

    para estes dispositivos, mais propriamente uma soluo de provisionamento para os

    telefones IP. Quanto problemtica da segurana, j existe a preocupao por parte

    dos servios informticos do IPL, tanto que a infra-estrutura ethernet que suporta

    1Analog Terminal Adapter um adaptador de telefone analgico que permite ligar um telefone convencional a uma rede VoIP.

    3

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    todos estes telefones IP j se encontra separada do resto da rede atravs de redes

    lgicas independentes denominadas de Virtual LAN (VLAN) [Anderson06]. Apesar

    de haver esta preocupao esta no far parte do mbito da presente dissertao.

    1.1 O projecto VoIP@RCTS A Fundao para a Computao Cientifica Nacional (FCCN) uma instituio

    Portuguesa privada sem fins lucrativos que tem como principal actividade o

    planeamento, gesto e operao da Rede Cincia, Tecnologia e Sociedade (RCTS).

    A FCCN tambm a entidade competente que gere o servio de registo do domnio

    de Internet .pt.

    A RCTS uma rede informtica de alto desempenho que usa protocolos da Internet

    para garantir uma plataforma de comunicao e colaborao entre instituies do

    sistema de ensino, cincia, tecnologia e cultura. utilizada tambm para que

    organismos com requisitos avanados de comunicaes, efectuem testes em

    aplicaes e servios avanados de comunicaes. A RCTS constitui no fundo uma

    rede de investigao e ensino nacional, que disponibiliza uma infraestrutura de

    comunicao para investigadores, professores e estudantes portugueses.

    O projecto VoIP@RCTS tem a finalidade de equipar as instituies de ensino

    superior pblico, com ligao RCTS, de infraestruturas necessrias ao transporte de

    trfego de voz. Esta rede ser totalmente segura e convergente com a estrutura de

    ligao RCTS j existente. No fundo, este projecto interliga todos os sistemas

    telefnicos de todas as instituies aderentes, que ter como vantagem imediata, a

    comunicao de voz, entre elas, ser gratuita.

    A FCCN estima que a implementao deste projecto conduza a uma reduo de custo

    de cerca de 30%, tanto em chamadas telefnicas como em custo com componentes

    da prpria infraestrutura.

    4

  • Captulo 1 | Introduo

    1.2 Motivao e objectivosNo Instituto Politcnico de Leiria (IPL) encontra-se, data deste documento, a

    decorrer a implementao de um projecto de voz para todo o Instituto. Este projecto

    uma ramificao de um projecto ainda mais vasto, o VoIP@RCTS, promovido pela

    FCCN, projecto este j apresentado na seco 1.1.

    O projecto VoIP@RCTS prev a interligao das infraestruturas de voz, de

    instituies publicas aderentes, atravs do backbone de alto desempenho da RCTS, j

    existente nessas instituies.

    No Instituto Politcnico de Leiria, o universo de telefones VoIP, poder chegar aos

    1000, visto que esto previstos cerca de 500 hardphones em produo, e um nmero

    ainda indefinido de softphones. De forma a se conseguir assegurar a manuteno de

    toda esta nova infraestrutura, torna-se imprescindvel uma plataforma de gesto

    inovadora para todo o parque VoIP, caso contrrio, e apesar dos custos com

    chamadas baixarem significativamente, subiro os custos com a manuteno.

    O elevado nmero de terminais VoIP e a falta de um mecanismo centralizado para os

    administrar so a grande motivao deste trabalho. Para o efeito, prope-se a

    definio e avaliao de solues existentes no mercado, capazes de cumprir com as

    necessidades reais do parque VoIP do IPL. Pretende-se apresentar uma arquitectura,

    que num patamar a alto nvel, descreva um modelo de plataforma ideal de gesto dos

    telefones IP presentes na instituio. Por fim, importante planificar uma plataforma

    de baixo custo, se possvel baseada em solues livres, com uma interface simples de

    administrar.

    5

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    1.3 Resumo das principais contribuiesEsta seco apresenta de forma abreviada as principais contribuies deste trabalho.

    Tendo em considerao os objectivos definidos na seco 1.2, essas contribuies

    podem ser resumidas da seguinte forma:

    Pesquisa e anlise de plataformas de provisionamento j existentes, tanto

    livres como comerciais.

    Proposta de uma arquitectura de provisionamento de telefones IP com vrias

    funcionalidades tais como: configuraes de registo da conta, actualizao de

    firmware, alterao de toque, imagem de logotipo, idioma e agenda.

    Desenvolvimento de um prottipo da arquitectura proposta, num cenrio

    tpico de laboratrio.

    1.4 Estrutura da DissertaoEsta dissertao est estruturada em cinco captulos que reflectem o trabalho

    desenvolvido para atingir os objectivos definidos.

    No presente captulo so apresentadas as motivaes desta dissertao e definidos os

    principais objectivos do trabalho. So tambm apresentadas as principais

    contribuies para a rea de investigao em que se enquadra este trabalho. ainda

    includa a estrutura do relatrio para transmitir uma viso global da organizao e

    contedo deste documento.

    No captulo 2, efectuado um levantamento das tecnologias relacionadas com o

    mbito da voz sobre IP, mais especificamente, as tecnologias ligadas ao

    provisionamento de terminais telefnicos IP. Aps a caracterizao da voz sobre IP,

    apresentaram-se os vrios dispositivos VoIP que iro fazer parte desta dissertao,

    bem como algumas definies de nomenclaturas e termos usados. Posteriormente,

    6

  • Captulo 1 | Introduo

    definido o termo provisionamento e o seu enquadramento nesta dissertao.

    apresentada a ferramenta Asterisk, o seu funcionamento e a integrao que tem com

    interfaces web, para facilitar a sua gesto. tambm analisada a sua

    interoperabilidade com equipamentos e vrias tecnologias.

    Ainda no captulo 2, so apresentadas solues de provisionamento existentes, como

    o End Point Manager, o Voice Pulse Global Provisioning System e tambm solues

    comerciais. So igualmente abordadas vrias tcnicas utilizadas no provisionamento

    de telefones IP que no so mais que a utilizao de protocolos to conhecidos como:

    TFTP (Trivial File Transfer Protocol) [Sollins92] , FTP (File Transfer Prototocol)

    [Postel85], HTTP (Hipertext Transfer Protocol) [Fielding99] e DHCP (Dynamic

    Host Configuration Protocol) [Droms97]. Por fim ainda caracterizado um

    protocolo de provisionamento utilizado em redes de banda larga como o ADSL

    (Asymmetric Digital Subscriber Line ) [Bathrick99].

    No captulo 3 caracterizado o funcionamento de cada modelo de telefone IP,

    existente no Instituto Politcnico de Leiria, que ser alvo de provisionamento

    centralizado. No fundo constitui um estudo de como se provisiona cada um destes

    equipamentos.

    Como resultado do conhecimento adquirido nos captulos 2 e 3, elaborou-se uma

    arquitectura que ser o modelo de uma plataforma de provisionamento que servir as

    necessidades do IPL, apresentada no captulo 4. De forma a realizar testes e

    comprovar a arquitectura proposta nesta dissertao, ser apresentado, no captulo 5,

    um prottipo que se desenvolveu j com algumas funcionalidades de

    provisionamento. Este prottipo ter tambm uma interface web que facilita o

    provisionamento dos dispositivos, evitando que se criem e editem manualmente

    ficheiros de configurao.

    A concluso de todo o trabalho realizado nesta dissertao concretizada no captulo

    6 e por fim so apresentados alguns anexos que complementam os assuntos

    abordados ao longo deste documento.

    7

  • 2 Estado da arte

    Neste captulo sero abordadas as tecnologias que, directamente ou indirectamente,

    so necessrias ao desenvolvimento do trabalho, sobre o tema, da presente

    dissertao.

    2.1 Voz sobre IPA voz sobre IP a unificao de duas formas de comunicao distintas (voz e dados),

    numa s rede convergente. Esta tecnologia, tambm conhecida por VoIP - do Ingls

    voice over IP, permite essencialmente, a comunicao de voz sobre uma rede de

    dados, baseada no protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet

    Protocol).

    uma tecnologia que est amplamente em grande utilizao nos dias de hoje, a nvel

    domstico, educacional e empresarial. Esta tecnologia ganhou fora como

    complemento PSTN e em alguns cenrios substituiu-a por completo. Esta forma de

    comunicao permite a utilizao da mesma cablagem para ligao de computadores

    e telefones, facilitando tanto o projecto de toda a estrutura de rede como a

    manuteno da mesma. [Maximilian10]

    A convergncia do trfego de voz nas comunicaes de dados consegue-se

    normalmente custa de DSP (Digital Signal Processor), que so processadores que

    incluem conversores analgicos/digitais. Estes conversores segmentam o sinal de voz

    9

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    em quadros, armazenando-os em pacotes de dados. Esses pacotes, encontrando-se j

    no domnio digital, so transportados atravs da rede IP at ao destinatrio (telefone

    IP ou outro dispositivo de voz), onde consumada a operao contrria, ou seja, os

    pacotes de voz na forma digital so convertidos em sinais analgicos. [Silva03]

    [Fernandes03]

    Figura 2.1 - Converso Voz/Pacotes de dados

    Para se alcanar um bom funcionamento de um sistema VoIP, utilizado um

    conjunto de protocolos de controlo de sesso, que estabelecem e finalizam uma

    chamada. Este funcionamento no seria conseguido sem a utilizao de adequados

    codificadores/descodificadores (codec) de udio. Os codecs so ferramentas

    estabelecidas a partir de algoritmos de compresso/descompresso que permitem

    codificar a voz em pacotes IP ou vice-versa. Existem vrios tipos de codecs, que

    variam entre si, na intensidade e na qualidade da compresso. [Silva03]

    Associado voz sobre IP esto os termos mobilidade, integrao e reduo de custos.

    Em termos de mobilidade e integrao, o VoIP consegue congregar estes conceitos de

    uma forma mais activa que os servios telefnicos convencionais, devido facilidade

    de integrao com computadores, PDA (Personal Digital Assistants), telefones sem

    fios Wi-Fi (Wireless Fidelity), domtica, entre outros. A reduo de custos uma

    certeza, por um lado, porque os operadores oferecem um plano de tarifas mais

    competitivo e, por outro, porque possvel tirar melhor partido das ligaes de dados

    entre filiais, passando tambm comunicaes de voz.

    10

  • Captulo 2 | Estado da arte

    2.1.1 Compresso e codificao

    Um sinal analgico um sinal continuo composto por variadas formas de ondas

    viajando pelo ar em ciclos. So exemplos de sinais analgicos a voz humana, o vdeo

    e a msica. [Tittel96]

    A voz humana um conjunto de ondas mecnicas1 em que as frequncias principais

    ento compreendidas na gama de 300 a 3400 Hz. Estas ondas tm alguns padres que

    se repetem em funo do timbre de voz e dos fonemas emitidos durante uma

    conversao. [Cardoso06]

    Num ambiente totalmente analgico possvel assegurar uma boa qualidade, uma

    vez que, a transmisso das ondas entre os interlocutores so efectuadas atravs de um

    meio metlico, onde possvel usar amplificaes analgicas. Contudo, esta forma

    de transmisso representa um custo muito elevado devido impossibilidade de se

    utilizar o mesmo meio para transmitir mais de um canal, em simultneo. [Solari97]

    Para transmitir udio sobre uma rede informtica necessrio converter as formas de

    onda analgicas, que compem a voz, em formato digital. Para tal, a voz passa pelos

    tradicionais processos de converso analgica-digital que so conhecidos por:

    amostragem, quantificao e codificao. S depois de se ter a voz em formato

    digital que se podem inserir estes pacotes no campo de dados do protocolo de

    transporte. Aps os pacotes de dados/voz serem transportados na rede e chegarem ao

    seu destino, efectuada a converso inversa, ou seja, converso digital-analgica,

    para deste modo se tornar audvel ao ouvido humano.[Silva03]

    O objectivo de qualquer mtodo de codificao de voz produzir um conjunto de

    cdigos binrios que necessitem de uma taxa, o mais baixa possvel de transmisso,

    de modo a que o destinatrio possa reconstituir o sinal de voz, mais prximo possvel

    do original, assegurando assim uma boa qualidade.[Solari97]

    A diversidade de codecs existente tem a ver com o mtodo de codificao utilizado.

    A tabela 2.1 apresenta alguns dos codecs mais utilizados, onde se pode ver a largura

    1Ondas mecnicas so ondas produzidas por uma vibrao num material, como por exemplo, uma onda na gua, a vibrao de uma corda de viola ou at mesmo a voz de uma pessoa.

    11

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    de banda ocupada (kbps), o atraso do algoritmo de compresso de cada um e o Mean

    Opinion Score (MOS).[Sahabudin09][Minoli98][Rodman08]

    Codec Taxa de bits Unidades (kbps) Latncia (ms) MOS

    G.711 64 0,125 4,1

    G.726 32 0,125 3,85G.729 8 15 3,7

    G.723.1 5,3 / 6,3 37,5 3,6

    Tabela 2.1 - Codecs [Sahabudin09][Minoli98][Rodman08][Macian08][Gibson05]

    O MOS define uma escala de 0 (mau) a 5 (excelente) com o objectivo de medir a

    qualidade da voz. Este valor obtido fazendo a mdia de avaliaes efectuadas por

    diversas pessoas sujeitas ao teste de qualidade. [Gonia10]

    A latncia apresentada na tabela 2.1 um valor fixo visto ser um parmetro inerente

    ao algoritmo de compresso do prprio codec. Este atraso na propagao do pacote

    de voz normalmente superior devido introduo de latncia do tipo de

    comunicao usada (Ethernet, WiFi, ATM, Frame Relay, etc).

    Para uma boa qualidade e percepo da comunicao entre duas pessoas, o atraso

    total (ponto-a-ponto) no dever ser superior a 150ms. Entre 150ms e 200ms,

    pessoas mais sensveis j podero notar o atraso. A partir de 250ms j se tornar um

    atraso bem perceptivo e a comunicao comear a fazer-se com deficincias. Um

    caso bem prtico os intervenientes comearem a sobrepor as suas falas um ao

    outro.[Gonia10]

    Estes valores de Taxa de Bits, latncia e MOS podem auxiliar no dimensionamento e

    implementao de sistemas de voz sobre IP onde a largura de banda limitada. Pode

    mesmo auxiliar a resoluo de problemas, ajudando a parametrizar os dispositivos de

    voz em certos segmentos da rede.[Gonia10]

    essencial nos dias de hoje, quando se implementam sistemas de voz sobre IP,

    assegurar a Qualidade de Servio (QoS) na estrutura da rede. A QoS permite, muito

    12

  • Captulo 2 | Estado da arte

    sucintamente, que se possa diferenciar trfego numa rede de IP, dando por exemplo

    prioridade a pacotes do tipo VoIP face a outros dados.[Gonia10]

    2.1.2 Protocolos de sinalizao

    Conforme abordado no incio deste captulo, as chamadas de VoIP, usufruem da rede

    IP para a transmisso de sinais de Voz, em tempo real, na forma de pacotes de dados.

    Para isto ser possvel, foi necessrio desenvolver protocolos adicionais de sinalizao

    de chamadas e transporte de voz que permitissem a comunicao com qualidade

    aproximada fornecida pelas redes de voz convencionais. So exemplo destes

    protocolos, o H.323, o SIP e o IAX, que sero abordados mais frente.

    Nesta seco, iro abordar-se os protocolos de sinalizao mais importantes na

    evoluo do VoIP: H.323, SIP e IAX. Esta abordagem ser algo superficial uma vez

    que no objectivo desta dissertao conhecer os protocolos ao seu mais baixo nvel.

    2.1.2.1 H.323

    O H.323 um padro que rege uma srie de sub-sistemas, protocolos, e algoritmos

    para comunicaes multimdia. Originalmente, este padro surgiu aproveitando

    normas j existentes (H.3201 e H.3242) para comunicaes de vdeo atravs de redes

    de comutao de circuito, como por exemplo a linha RDIS (Rede Digital com

    Integrao de Servios).

    uma recomendao que integra um grupo de recomendaes H.32x definida pela

    International Telecommunication Union Telecommunication Standardization (ITU-T),

    equipa responsvel pelo tratamento de Sistemas Audiovisuais e Multimdia. A

    recomendao H.323 tem a finalidade de especificar as comunicaes multimdia

    nas redes baseadas em pacotes que no sejam dotadas de Qualidade de Servio(QoS).

    Especifica tambm, padres de codificao e descodificao dos pacotes de dados

    1H.320 uma recomendao do ITU-T para transmisso de dados multimdia sobre linhas RDIS.2H.324 uma recomendao do ITU-T para transmisso de dados multimdia sobre linhas analgicas.

    13

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    udio e vdeo, garantindo desta forma que produtos baseados no padro H.323 de um

    fabricante comuniquem com produtos H.323 diferentes.[ITU10]

    O H.323, foi criado tendo como linhas orientadoras o udio/videoconferncia e as

    capacidades de processamento de dados, numa rede de comutao de pacotes.

    De forma mais especifica, o H.323 define um conjunto de protocolos para

    comunicaes de udio e vdeo composto pelos seguintes protocolos:

    H.245 para controlo;

    H.225.0 para a ligao e estabelecimento da comunicao;

    H.332 para largas conferncias;

    H.450.x para todos os servios adicionais disponibilizados pelo H.323.

    Para um sistema H.323 funcionar na integra so necessrios alguns elementos de

    rede, os quais so descritos na tabela 2.2.

    Elemento Funo

    TerminalSo os dispositivos de fim de linha (Endpoints) que providenciam comunicao bidireccional em tempo real com outro terminal H.323.

    Gateway

    Normalmente um Gateway composto por um Media Gateway Controler (MGC)e um Media Gateway (MG). Um MGC trata da parte de sinalizao da chamada e o MG trata de toda a parte de mdia (vdeo e udio).Os Gateway tambm podem fazer a interligao com outras redes (PSTN, Servidores H.323, Proxyz).

    Gatekeeper

    O Gatekeeper fornece servios de resoluo de endereos e controlo de acesso rede para terminais H.323, MCU e Gateways.Tem a capacidade de colocar chamadas directamente entre dois terminais, ou encaminha-la para si mesmo e aplicar funes como ocupado, correio de voz, etc...

    Multipoint Control Units (MCU)

    So responsveis por gerir conferncias multi-ponto entre dois ou mais terminais.

    Tabela 2.2 - Funo dos elementos de rede do H.323

    14

  • Captulo 2 | Estado da arte

    2.1.2.2 SIP Session Initiation Protocol

    O SIP um protocolo de sinalizao, presena1 e mensagens instantneas2

    desenvolvido para estabelecer, modificar e terminar sesses multimdia. Este

    protocolo acaba por usufruir da vantagem da arquitectura de Internet e do conjunto

    de protocolos que a compem, como o caso do UDP (User Datagram Protocol),

    TCP (Transmission Control Protocol), IP, DNS (Domain Name System), entre outros.

    [Johnston04] A sua estrutura, como seria de esperar, baseada em elementos do

    Hyper Text Transport Protocol HTTP [Fielding99] e, a sua codificao, efectuada

    em texto. [Handley99]

    Foi desenvolvido com o objectivo focado na comunicao entre dispositivos

    multimdia em que a comunicao pode ser uma sesso interactiva entre dois ou

    mais intervenientes, podendo envolver intercmbio de vdeo, voz, mensagens

    instantneas, jogos e realidade virtual.

    O SIP caracterizado pela sua principal funo de iniciao de sesso (session

    initiation / setup) baseado no modelo cliente-servidor, onde os intervenientes durante

    uma comunicao normalmente trocam de posies (cliente servidor).

    [Sinnreich01]

    Este protocolo foi criado pelo grupo de trabalho Multiparty Multimedia Session

    Control (MMUSIC) do Internet Engineering Task Force (IETF3). A primeira verso

    deste protocolo foi publicada em 1997 sob a forma de Internet-Draft4.

    Depois de algumas alteraes significativas no protocolo, surgiu a segunda verso,

    publicada como Internet-Draft, em 1998. Em Abril de 1999, o SIP foi tornado num

    padro pela RFC 2543. Foram publicadas posteriormente correces que deram

    origem a outras RFC, como o caso da obsoleta RFC 3261. [Johnston04]

    [Handley99][Rosenberg02]

    1Presena refere-se troca de informao em tempo real sobre o estado de um utilizador/contacto.2Mensagens instantneas refere-se trocas de mensagens, normalmente de texto em tempo real entre dois utilizadores.3http://www.ietf.org4Internet-Draft - So documentos publicados pelo IETF, considerados esboos, que podero dar origem a RFC (Request For Comments).

    15

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    O protocolo SIP essencialmente constitudo pelos seguintes elementos: SIP User

    Agent, SIP Server, SIP Redirect Server, SIP Registrar Server e SIP Location Server.

    Estes elementos, em conjunto, permitem a entrega das mensagens entre os

    intervenientes da comunicao e so brevemente descritos na tabela 2.3[Handley99].

    Elemento SIP Funo

    User AgentSo os dispositivos terminais, tais como, telefones mveis, auriculares (handsets), Pcs, PDAs, etc. So estes que estabelecem e gerem a sesso SIP.

    Proxy Server

    Aceita pedidos do User Agent (UA), e solicita ao SIP Registrar Server informao sobre o UA destinatrio. O Proxy Server, encaminha o convite da sesso para o destinatrio se estiver no mesmo domnio, caso contrrio, encaminha para o Proxy Server do destinatrio.

    Redirect Server Possibilita aos SIP Proxy Servers direccionarem convites de sesses SIP para domnios externos.

    Registrar Server Contm as base de dados com a localizao dos utilizadores de um determinado domnio.

    Tabela 2.3 - Funes dos elementos SIP

    2.1.2.3 IAX Inter Asterisk Exchange

    Inicialmente, o protocolo IAX foi desenvolvido pela Digium1 para criar ligaes

    entre servidores Asterisk. Estas ligaes denominadas por trunks interligam dois

    PBX Asterisk de forma a encaminharem chamadas entre si, ou seja, pacotes de

    sinalizao e tramas2 de voz. Na figura 2.2 possvel ver um exemplo de uma

    ligao em trunk. Na figura esto representados dois planos de numerao, um que se

    inicia por cinco (5xx3) e outro por seis (6xx). Com estes dois planos diferentes

    consegue-se criar uma regra em cada Asterisk, que indique que todas as chamadas

    comeadas por cinco (5xx) so encaminhadas pelo trunk e o mesmo acontece para o

    plano de numerao iniciado por seis (6xx).1Http://www.digium.com2Trama uma poro de informao transmitida atravs de uma rede de dados. O mesmo que quadro de dados, stream ou frame.35xx no Asterisk indica todos os nmeros marcados que se iniciam por 5, sendo os dois seguintes constitudos por quaisquer outros algarismos.

    16

  • Captulo 2 | Estado da arte

    Figura 2.2 - Exemplo de uma ligao trunk

    O IAX um protocolo baseado no SIP, logo, existe uma certa semelhana entre

    ambos. o protocolo nativo do Asterisk que para alm de trunks suporta tambm

    transporte de sinalizao e dados em UDP. Em cenrios com um IPPBX Asterisk e

    terminais IP clientes com suporte para IAX, possvel substituir por completo os

    protocolos SIP e H.323.[Spencer10]

    Como actualmente o IAX se encontra na verso 2 com a RFC 5456, qualquer

    referncia neste documento dir respeito a essa mesma verso.

    Os principais objectivos que levaram criao deste protocolo foi a reduo de

    largura de banda entre os dispositivos de comunicao VoIP, evitar problemas de

    Network Address Translator (NAT) e suportar a troca de informao de planos de

    extenses (dialplans).

    A reduo de largura de banda por parte do IAX foi conseguida usando um protocolo

    binrio, ao invs de mensagens de texto, como acontece no SIP.

    De forma a evitar problemas de NAT, o IAX faz uso do protocolo de transporte UDP,

    tipicamente na porta 45691, para transporte de sinalizao e dados, ou seja,

    utilizado o mesmo protocolo na mesma porta para as duas situaes. Desta forma, o

    IAX consegue, com menos probabilidade de falhas, passar por encaminhadores

    (Routers) e firewalls, face ao SIP. [Abbassi06] [Chava08]

    1A primeira verso do IAX, utilizava o porto 5036

    17

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    2.2 Dispositivos e equipamentos VoIPNeste sub-capitulo, iro abordar-se alguns termos tcnicos utilizados em

    equipamentos fsicos de voz sobre IP (VoIP), que podero encontrar-se nos campi do

    Instituto Politcnico de Leiria.

    2.2.1 Telefones IP (Hardphones)

    Telefones IP so dispositivos que permitem efectuar comunicaes de voz ou vdeo

    sobre uma rede IP (VoIP). O termo telefone IP pode ser um pouco mais abrangente

    e referir-se tambm a telefones virtuais (ou softphones), no entanto, neste

    documento, este termo referir-se- a um dispositivo telefnico fsico.

    Tambm correcto e comum chamar terminal IP, a estes equipamentos, sendo neste

    caso um termo mais genrico pois pode englobar outros dispositivos, que no sejam

    telefones, como por exemplo um adaptador analgico-digital (ATA).

    So diversos os fabricantes deste gnero de equipamentos. No IPL existem quatro

    modelos de telefones IP que sero contemplados no modelo de provisionamento a

    desenvolver. Estes telefones IP esto apresentados na tabela 2.4, onde esto

    especificadas as unidades existentes no IPL de cada um dos modelos.

    Marca Modelo Unidades

    Polycom Soundpoint IP 330 320

    Snom 360 50

    Linksys SPA942 100

    Grandstream BT200 20

    Tabela 2.4 - Telefones IP existente no IPL

    No parque VoIP do IPL fazem tambm parte outros equipamentos VoIP, como por

    exemplo: interfaces ATA, IPPBX e Mdias Gateway1.

    1Media Gateway normalmente um equipamento ou ferramenta que faz a interligao entre dois sistemas de comunicao, por exemplo, entre uma rede VoIP e a Rede Pblica de Telefonia Comutada (PSTN).

    18

  • Captulo 2 | Estado da arte

    Nas seces que se seguem, ser apresentado o estudo aprofundado dos telefones IP

    da instituio. Este estudo teve a finalidade de conhecer as caractersticas dos

    terminais bem como a forma de os provisionar remotamente. Portanto, as solues

    aqui apresentadas, so vocacionadas para provisionamento remoto, logo, o relatrio

    no inclui outras formas de configurao em que o resultado seja idntico, por

    exemplo, configurao manual no telefone ou configurao via servidor web do

    terminal IP.

    Existem diversos telefones IP disponveis no mercado com capacidade de

    comunicarem atravs dos protocolos H.323, SIP, IAX ou outros, podendo incorporar

    diversas funcionalidades e caractersticas, tais como:

    Vdeo;

    Registo de vrias linhas/extenses;

    Codecs;

    Toques polifnicos personalizveis;

    Agenda (local e sincronizada com AD1);

    Conferncia com trs ou mais intervenientes;

    Mos livres;

    Teclas programveis;

    Configurao via web e XML;

    Provisionamento centralizado;

    Na figura 2.3 apresentado um exemplo de um telefone IP onde se pode confirmar,

    as suas caractersticas mais evoludas face a um telefone analgico convencional,

    como o caso do visor de grandes dimenses, as vrias teclas de atalho e de acesso

    ao menu de configurao.1Active Directory Servio de directrio para autenticao centralizada da Microsoft.

    19

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    Figura 2.3 - Exemplo de um hardphone

    2.2.2 Telefones virtuais (Softphones)

    Um telefone virtual ou softphone uma aplicao informtica que corre num PC com

    o objectivo de conjuntamente com uns auscultadores e microfone simular um

    telefone fsico. Uma grande vantagem de um softphone a portabilidade, uma vez

    que basta ter a aplicao em qualquer computador em qualquer local com acesso

    rede, efectuar as configuraes necessrias, iniciar sesso com as credenciais

    prprias e a extenso estar disponvel. Outra vantagem o custo, visto haverem

    diversos de utilizao livre. Desta forma, com um computador porttil e com uma

    ligao Internet possvel prolongar uma determinada extenso a qualquer

    localizao, em qualquer pas do mundo.[Jason05]

    Na figura 2.4, encontra-se representado um exemplo de um softphone, o X-lite1, um

    dos mais conhecidos pelos utilizadores de sistemas VoIP.

    1Http://www.counterpath.com

    20

  • Captulo 2 | Estado da arte

    Figura 2.4 - Telefone virtual IP X-lite

    O X-lite um softphone do fabricante CounterPath e apesar de ser livre apenas para

    utilizadores domsticos, importante apresent-lo neste documento por duas razes.

    Uma delas deve-se ao facto de ser um dos mais utilizados por utilizadores de voz

    sobre Internet a nvel mundial.[Farrell09]

    A outra razo tem a ver com o projecto da FCCN, o ARARA1, que o IPL est a

    aderir, em que o softphone fornecido ser deste fabricante.

    O projecto ARARA tem como funcionalidades permitir atravs de um nico terminal

    aplicacional disponibilizar voz, vdeo-chamada, audioconferncia, videoconferncia

    e mensagens instantneas sobre protocolos universais como o SIP e o XMPP

    (Extensible Messaging and Presence Protocol)2[Andre04].

    Outro exemplo de um softphone est apresentado na figura 2.5 - Ekiga3. Este

    softphone distribudo sob uma Licena Pblica de Utilizao (GPL) e tem verses

    tanto para Windows como para Linux. As suas funcionalidades so semelhantes ao

    X-lite.[Yang09]

    1Projecto ARARA, www.fccn.pt/arara2XMPP, uma arquitectura livre, segura e descentralizada para comunicao em tempo real sobre a Internet.3Http://ekiga.org

    21

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    A vantagem que mais se destaca no Ekiga em relao ao X-lite realmente a sua

    licena - GPL, podendo ser utilizado para fins domsticos e comerciais ao contrrio

    do X-lite que livre apenas para utilizadores domsticos.[EK10]

    Figura 2.5 - Softphone ou Telefone virtual IP Ekiga

    Um softphone pode ter todas as funcionalidades de um telefone convencional,

    nomeadamente: encaminhamento de chamadas, chamada em espera, marcao rpida

    e tele-conferncia. Tipicamente, os softphones esto dotados de muitas outras

    funcionalidades como: vdeo, vrias linhas e protocolos de comunicao, compresso

    e codificao, mensagens instantneas e alguns at permitem envio de SMS (Short

    Message Service).[EK10]

    Estas aplicaes VoIP seguem o modelo de arquitectura Cliente-Servidor para a parte

    de autenticao e alguns processos secundrios. J os pacotes de voz so

    encaminhados directamente para o destinatrio, ou seja, usando a arquitectura peer-

    to-peer. Sendo assim, o funcionamento desta aplicao semelhante a um telefone

    22

  • Captulo 2 | Estado da arte

    IP, precisando de se registar num servidor (IPPBX Asterisk ou outro) para conseguir

    comunicar com outro dispositivo. Existem diversas empresas na Internet que

    disponibilizam servios para comunicao onde possvel utilizar softphones

    proprietrios. De qualquer forma, se estes servios utilizarem protocolos padro

    possvel usar softphones como o X-lite e o Ekiga. Alguns destes servios at

    oferecem chamadas gratuitas, normalmente, com uma durao de tempo limitado.

    [Robert08]

    2.2.3 Adaptador ATA

    Um adaptador ATA um dispositivo que permite utilizar um telefone convencional

    (POTS Plain Old Telephone Service) numa rede de voz sobre IP. O ATA faz a

    converso dos sinais de voz analgicos para o domnio digital, enviando-os para o

    destinatrio, atravs da rede IP.

    Na sua essncia, o ATA incorpora as funcionalidades de um telefone IP numa

    pequena caixa onde se liga o telefone analgico e a ligao Ethernet (ou outra).

    As ligaes ao meio de comunicao mais usadas so via interface Ethernet, USB ou

    xDSL. Na figura 2.6 possvel visualizar as ligaes normalmente disponveis num

    adaptador ATA.

    Este conceito de dispositivo ATA pode vir incorporado em equipamentos como

    routers, modems, entre outros.

    23

    Figura 2.6 - Ligaes disponveis num adaptador ATA

  • Provisionamento em infraestruturas de voz sobre IP

    2.2.4 Telefones de conferncia

    Os telefones de conferncia, que normalmente renem as mesmas funcionalidades

    que os telefones IP, so dispositivos mais direccionados para serem utilizados em

    salas de reunies pois possibilitam a vrios intervenientes comunicarem em udio-

    conferncia. Tipicamente, estes telefones prescindem de auscultadores, esto

    equipados com mais que um microfone e funcionam em alta-voz. As restantes

    caractersticas, em termos de interfaces de comunicao, configurao e

    manuseamento assemelham-se aos telefones IP tpicos.

    Na figura 2.7 apresentado um telefone de conferncia da marca Polycom, cujo

    formato foi desenhado para estar no centro de vrias pessoas. caracterizado pelo

    seu formato em tringulo que ajuda a direccionar os microfones para os

    intervenientes.

    Figura 2.7 - Telefone de conferncia Polycom

    2.3 ProvisionamentoProvisionamento define um processo de preparao, configurao e/ou

    personalizao de um ou mais dispositivos, de forma centralizada, atravs de um

    servidor, via navegador web ou mesmo via scripts. O termo provisionamento pode

    referir-se a configuraes efectuadas no servidor web do equipamento, sendo desta

    forma feitas uma a uma.

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  • Captulo 2 | Estado da arte

    No mbito desta dissertao, interessa o provisionamento centralizado e automtico,

    ou seja, aquele em que as configuraes ou personalizaes podem ser feitas em

    massa a todos os equipamentos, atravs de um ponto central - servidor. Para este

    ltimo caso, usualmente utilizada a designao auto-provisionamento em vrias

    webgrafias1.

    Na rea das telecomunicaes comum definir provisionamento quando se

    disponibilizam dispositivos, servios ou mesmo produtos ao utilizador final, sem que

    este tenha que intervir, uma vez que tudo feito remotamente.

    Tambm designado de provisionamento o processo que providncia, aos

    utilizadores e dispositivos, o acesso a dados ou a tecnologias a eles inerentes. Pode