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PRÁTICA TRABALHISTA Prof. Leone Pereira e Profa. Renata Orsi
PRÁTICA TRABALHISTA
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Gustavo Mendes foi contratado, em 12/07/2006, pelo Hospital Saúde
Perfeita LTDA. para exercer a função de auxiliar de enfermagem, com
salário fixo mensal de R$ 1.600,00. Gustavo sempre trabalhou na cidade
de Vitória/ES, local onde também residia. Trabalhava de segunda a
sábado, sempre das 6 às 14 horas, com uma hora de intervalo para
refeição e descanso. Durante todo o contrato de trabalho, Gustavo nunca
recebeu qualquer Equipamento de Proteção Individual (EPI), nem
tampouco o respectivo adicional de insalubridade.
PRÁTICA TRABALHISTA
Em 04/03/2012, Gustavo foi dispensado sem justa causa, sem
receber a comunicação antecipada do término do contrato de trabalho e as
verbas rescisórias.
Em face da situação hipotética acima apresentada, como
advogado(a) do empregado Gustavo Mendes, ingresse com a medida
judicial cabível para defesa dos interesses de seu cliente.
PRÁTICA TRABALHISTA
SISTEMA DE PASSOS:
- 1º PASSO: Identificação dos dados principais do problema.
Gustavo Mendes foi contratado, em 12/07/2006, pelo Hospital
Saúde Perfeita LTDA. para exercer a função de auxiliar de
enfermagem, com salário fixo mensal de R$ 1.600,00. Gustavo sempre
trabalhou na cidade de Vitória/ES, local onde também residia.
Trabalhava de segunda a sábado, sempre das 6 às 14 horas, com
uma hora de intervalo para refeição e descanso.
PRÁTICA TRABALHISTA
Durante todo o contrato de trabalho, Gustavo nunca recebeu
qualquer Equipamento de Proteção Individual (EPI), nem tampouco o
respectivo adicional de insalubridade. Em 04/03/2012, Gustavo foi
dispensado sem justa causa, sem receber a comunicação antecipada
do término do contrato de trabalho e as verbas rescisórias.
Em face da situação hipotética acima apresentada, como
advogado(a) do empregado Gustavo Mendes, ingresse com a medida
judicial cabível para defesa dos interesses de seu cliente.
PRÁTICA TRABALHISTA
- 2º PASSO: Identificação da peça profissional, da previsão
legal da peça, menção do endereçamento e menção do procedimento
(rito).
RÉGUA PROCESSUAL: identificação dos atos processuais trazidos pelo
problema – neste caso, não há menção de nenhum ato processual.
Peça – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA.
Previsão Legal da Peça – artigo 840, §1º, da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) c/c artigo 282 do Código de Processo Civil (CPC), aplicado
subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 da CLT.
PRÁTICA TRABALHISTA
Endereçamento – “EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO
TRABALHO DA ..... VARA DO TRABALHO DE VITÓRIA/ES”
Procedimento (Rito) – ORDINÁRIO.
- 3º PASSO: Teses e Fundamentos Jurídicos, Legais e Doutrinários.
Em cada tese, o ideal é fazer silogismo: premissa maior, premissa menor
e conclusão.
A) DO DIREITO AO RECEBIMENTO DE ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE
PRÁTICA TRABALHISTA
I) Fatos: O empregado trabalhava em um hospital como auxiliar de
enfermagem, mas nunca recebeu qualquer Equipamento de Proteção
Individual (EPI), nem tampouco o respectivo adicional.
II) Fundamentos:
-Constituição Federal: artigo 7º, XXIII – adicional de remuneração para as
atividades insalubres;
-Consolidação das Leis do Trabalho:
a) Artigo 189;
PRÁTICA TRABALHISTA
b) Artigo 192 – assegura ao empregado a percepção de adicional de
insalubridade;
c) Artigo 195, § 2º - necessidade de realização de perícia.
- Jurisprudência Consolidada: Súmula 139 do TST – reflexos do adicional
de insalubridade.
III) Conclusão: Portanto, o reclamante faz jus ao pagamento de adicional
de insalubridade no percentual apurado em regular perícia, bem como dos
respectivos reflexos.
PRÁTICA TRABALHISTA
B) DAS VERBAS RESCISÓRIAS
I) Fatos: o empregado foi dispensado sem justa causa, sem receber a
comunicação antecipada do término do contrato de trabalho e as verbas
rescisórias.
- Pedido de Verbas Rescisórias: saldo de salário, aviso prévio, 13º salário
proporcional, férias integrais acrescidas do terço constitucional, férias
proporcionais acrescidas do terço constitucional, depósitos do FGTS,
multa/indenização compensatória de 40% do FGTS, liberação do Termo
de Rescisão do Contrato de Trabalho e das guias do seguro desemprego.
PRÁTICA TRABALHISTA
II) Fundamentos: ATENÇÃO – A Lei 12.506, de 11 de outubro de 2011
(DOU 13/10/2011) veio regulamentar a proporcionalidade da concessão do
aviso prévio, estabelecendo que o aviso prévio deverá ser concedido pelo
prazo mínimo de 30 dias, para os empregados que tenham até um ano na
empresa; com acréscimo de mais três dias a cada ano completo de
trabalho, com limitação de 20 anos, que correspondem a um limite máximo
de 60 dias de aviso prévio. Portanto, conclui-se que o aviso prévio poderá
ser concedido até o prazo máximo de 90 dias.
PRÁTICA TRABALHISTA
CÁLCULO DO AVISO PRÉVIO
(Em conformidade com a Nota Técnica 184/2012/CGRT/SRT/MTE – Item
II -2)
Tempo de Serviço Aviso Prévio Proporcional
0 (ATÉ 1 ano) 30
1 ano COMPLETO 33
2 anos COMPLETOS 36
3 anos COMPLETOS 39
4 anos COMPLETOS 42
5 anos COMPLETOS 45
PRÁTICA TRABALHISTA
III) Conclusão: Assim, o reclamante faz jus ao recebimento das verbas
rescisórias – saldo de salário; aviso prévio proporcional de 45 dias; 13º
salário proporcional; férias integrais acrescidas do terço constitucional,
férias proporcionais acrescidas do terço constitucional; depósitos do
FGTS, multa/indenização compensatória de 40% do FGTS; liberação do
Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho e das guias do seguro
desemprego.
PRÁTICA TRABALHISTA
CONTESTAÇÃO
Vinícius trabalha para o Banco Trevo da Sorte há
5 anos na função de bancário, recebendo como salário a quantia
de R$ 1.800,00. Vinícius trabalhava de segunda a sexta feira, das 10h00
às 16h00. Nos últimos 2 anos, passou a exercer cargo com denominação
de “gerente nível 1”. No entanto, apesar da alteração na denominação do
cargo de Vinícius, suas funções não sofreram qualquer mudança – o
empregado continuou a cumprir a mesma jornada de trabalho inicialmente
pactuada, tendo como atribuições o acompanhamento de abertura e
encerramento das contas dos clientes do banco, envio de relatórios nas
datas aprazadas. Ademais, não possuía qualquer subordinado, nem
tampouco poderia chegar atrasado ou se ausentar sem a devida
justificação para seu chefe.
PRÁTICA TRABALHISTA
No entanto, após sua dispensa imotivada, Vinícius
propôs reclamação trabalhista, a qual foi distribuída para 17ª Vara
do Trabalho de São Paulo e processada pelo rito ordinário, alegando que
laborava na função de gerente bancário e que, por isso, fazia jus ao
pagamento de gratificação de função. Em seu entender, constitui prova
pré-constituída de suas alegações seu holerite de pagamento, no qual
consta a denominação do cargo “gerente nível 1”. Desta forma, Vinícius
pleiteia em sua reclamação gratificação pelo exercício do cargo de gerente.
Como advogado (a) do Banco Trevo da Sorte S/A, maneje a
medida judicial cabível para defesa de seus interesses.
PRÁTICA TRABALHISTA
RASCUNHO – SISTEMA DE PASSOS:
- 1º PASSO: Identificação dos dados principais do problema.
Vinícius trabalha para o Banco Trevo da Sorte há 5 anos na função de
bancário, recebendo como salário a quantia de R$ 1.800,00 mensais.
Vinícius trabalhava de segunda a sexta feira, das 10h00 às 16h00. Nos
últimos 2 anos, passou a exercer cargo com denominação de
“gerente nível 1”. No entanto, apesar da alteração na denominação do
cargo de Vinícius, suas funções não sofreram qualquer mudança – o
empregado continuou a cumprir a mesma jornada de trabalho
inicialmente pactuada tendo como atribuições o acompanhamento de
abertura e
PRÁTICA TRABALHISTA
encerramento das contas dos clientes do banco, envio de relatórios nas
datas aprazadas. Ademais, não possuía qualquer subordinado, nem
tampouco poderia chegar atrasado ou se ausentar sem a devida
justificação para seu chefe.
No entanto, após sua dispensa imotivada, Vinícius propôs
reclamação trabalhista, a qual foi distribuída para 17ª Vara do
Trabalho de São Paulo e processada pelo rito ordinário, alegando que
laborava na função de gerente bancário, e que, por isso, fazia jus ao
pagamento de gratificação de função.
PRÁTICA TRABALHISTA
Em seu entender, constitui prova pré-constituída de suas alegações
seu holerite de pagamento, no qual consta a denominação do cargo
“gerente nível 1”. Desta forma, Vinícius pleiteia em sua reclamação
gratificação pelo exercício do cargo de gerente.
Como advogado (a) do Banco Trevo da Sorte S/A, maneje a medida
judicial cabível para defesa de seus interesses.
PRÁTICA TRABALHISTA
-2º PASSO: Identificação da peça profissional, da previsão legal da
peça, menção do endereçamento e menção do procedimento (rito).
-RÉGUA PROCESSUAL: identificação dos atos processuais trazidos pelo
problema – Reclamação Trabalhista.
Peça – CONTESTAÇÃO.
Previsão Legal da Peça – artigo 847 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) c/c artigos 300 e seguintes do Código de Processo Civil
(CPC), aplicados subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força do
artigo 769 da CLT.
PRÁTICA TRABALHISTA
Endereçamento – “EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO
TRABALHO DA 17ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO”
Procedimento (Rito) – ORDINÁRIO.
-3º PASSO: Teses e Fundamentos Jurídicos, Legais e Doutrinários.
-Em cada tese, o ideal é fazer silogismo: premissa maior, premissa menor
e conclusão.
A) DO NÃO CABIMENTO DA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO
PRÁTICA TRABALHISTA
I) Fatos: o reclamante alegou ter trabalhado na função de gerente
nos 2 últimos anos do seu contrato de trabalho, considerando para tanto a
denominação de seu cargo (“gerente nível 1”). Pleiteia o pagamento da
gratificação pelo exercício do cargo de gerente bancário, bem como horas
extras e seus reflexos.
II) Fundamentos:
Consolidação das Leis do Trabalho:
- Art. 224, § 2º da CLT– somente recebem gratificação de função não
inferior a 1/3 os empregados bancários que exercem a funções de direção,
gerência, fiscalização, chefia e equivalentes.
PRÁTICA TRABALHISTA
- Outros Códigos: não há dispositivo.
-Jurisprudência Consolidada: Súmula 102, item I do TST – a configuração
ou não do exercício da função de confiança a que se refere o art. 224, §
2º da CLT depende da prova das reais atribuições do empregado.
Construção da tese: Considerando que o reclamante não desempenha
qualquer função de confiança, gerência e supervisão, conforme previsão
do art. 224, § 2º da CLT, não há o que se falar em pagamento de
adicional de gratificação pelo exercício da função de gerente, uma vez que
as reais atribuições do reclamante não se enquadram nos requisitos
mencionados pelo referido dispositivo.
PRÁTICA TRABALHISTA
Ademais, o item I da Súmula 102 do TST dispõe que a
configuração do exercício de confiança bancário depende da prova das
reais atribuições neste sentido. Apenas a denominação do cargo de
“gerente nível 1” constante do holerite do reclamante não enseja a
percepção do adicional de gratificação de função.
III) Conclusão: Deste modo, a reclamada requer a improcedência do
pedido.
PRÁTICA TRABALHISTA
RECURSO ORDINÁRIO
Fátima de Souza ajuizou reclamação trabalhista, pelo
procedimento ordinário, em face da empresa “Atlantis Turismo”, alegando
que trabalhava como agente de viagens, de segunda a sábado, das 9 às
17 horas, prestando seus serviços em seu lar, por meio de e-mails e
telefonemas, bem como realizava tarefas e cumpria prazos pessoalmente.
Alegou, ainda, que passagens áreas eram compradas pela empresa para
que Fátima acompanhasse os clientes. Por fim, ressaltou que, embora
tenha sido firmado contrato de trabalho com exclusividade pelo período de
3 anos entre Fátima e a agência de turismo, seu vínculo empregatício
jamais foi reconhecido. Assim, pleiteou o reconhecimento do vínculo
empregatício e seus respectivos reflexos.
PRÁTICA TRABALHISTA
A empresa apresentou defesa, juntando documentos e requerendo
oitiva de testemunhas. Após regular instrução processual, o magistrado
julgou improcedente o pedido da reclamante, sob o fundamento de que se
tratava de trabalho eventual.
Como advogado(a) procurado(a) pela reclamante Fátima de
Souza, proponha a medida judicial cabível, com o objetivo de reverter a
situação que lhe é desfavorável.
PRÁTICA TRABALHISTA
RASCUNHO – SISTEMA DE PASSOS:
- 1º PASSO: Identificação dos dados principais do problema.
Fátima de Souza ajuizou reclamação trabalhista, pelo
procedimento ordinário, em face da empresa “Atlantis Turismo” ,
alegando que trabalhava como agente de viagens, de segunda a
sábado, das 9 às 17 horas, prestando seu serviços em seu lar, por
meio de e-mails e telefonemas, bem como realizava tarefas e cumpria
prazos pessoalmente. Alegou, ainda, que passagens áreas eram
compradas pela empresa para que Fátima acompanhasse os clientes. Por
fim, ressaltou que, embora tenha sido firmado contrato de trabalho com
exclusividade pelo período de 3 anos entre Fátima e a agência de
turismo, seu vínculo empregatício jamais foi reconhecido.
PRÁTICA TRABALHISTA
Assim, pleiteou o reconhecimento do vínculo empregatício e
seus respectivos reflexos. A empresa apresentou defesa, juntando
documentos e requerendo oitiva de testemunhas. Após regular instrução
processual, o magistrado julgou improcedente o pedido da
reclamante, sob o fundamento de que se tratava de trabalho eventual.
Como advogado(a) procurado(a) pela reclamante Fátima de
Souza, proponha a medida judicial cabível, com o objetivo de reverter a
situação que lhe é desfavorável.
PRÁTICA TRABALHISTA
- 2º PASSO: Identificação da peça profissional, da
previsão legal da peça, menção do endereçamento e menção do
procedimento (rito).
RÉGUA PROCESSUAL: identificação dos atos processuais trazidos pelo
problema – Reclamação Trabalhista – Defesa (Contestação) - Sentença.
Peça – RECURSO ORDINÁRIO.
Previsão Legal da Peça – artigo 895, I, da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
Endereçamento – “EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO
TRABALHO DA ..... VARA DO TRABALHO DE .....”
Procedimento (Rito) – ORDINÁRIO
PRÁTICA TRABALHISTA
- 3º PASSO: Teses e Fundamentos Jurídicos, Legais e
Doutrinários.
Em cada tese, o ideal é fazer silogismo: premissa maior, premissa menor e
conclusão.
A)DO TELETRABALHO
I) Fatos: Fátima Souza ajuizou reclamação trabalhista alegando que
prestava serviços em domicílio para a Reclamada, inclusive cumprido
tarefas e metas, com pessoalidade durante três anos, pleiteando o
reconhecimento do vinculo empregatício e seus reflexos.
PRÁTICA TRABALHISTA
A empresa apresentou defesa e, após regular instrução
processual, foi julgado improcedente o pedido do reclamante, sob o
fundamento de que não restou comprovado o vínculo de emprego.
II) Fundamentos:
- Constituição Federal:
a) artigo 1º, III e IV – “dignidade da pessoa humana” + “valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa”.
b) artigo 7º, XXVII – “proteção em face da automação”, nesse sentido, a
atual alteração no artigo 6º, parágrafo único, da CLT, busca regular o
trabalho prestado à distância.
PRÁTICA TRABALHISTA
- Consolidação das Leis do Trabalho:
a) Artigos 2º, “caput” e 3º, “caput” – Cinco requisitos que
configuram a relação de emprego – Pessoa física, pessoalidade, não
eventualidade, onerosidade e subordinação.
b) Artigo 6º, parágrafo único (introduzido pela Lei 12.551/2011) – “Os
meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se
equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e
diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio." – Portanto,
a jurisprudência e a doutrina estão atentas ao aumento da duração do
trabalho, em virtude do avanço tecnológico, bem como com existência do
vínculo empregatício nessas situações.
PRÁTICA TRABALHISTA
-Outros Códigos: não há dispositivo.
III) Conclusão: Diante do exposto, a recorrente espera que a sentença de
primeiro grau seja reformada, sendo reconhecido o vínculo empregatício e
seus devidos reflexos no contrato de trabalho.
PRÁTICA TRABALHISTA
QUESTÕES
1) Pedro e Henrique, respectivamente empregado e empregador,
firmaram contrato de trabalho por prazo determinado, sem cláusula
prevendo direito recíproco de rescisão antecipada. Antes do termo final
estipulado, Henrique, o empregador, dispensa Pedro sem justo motivo.
Diante de tal fato, responda de forma fundamentada, se Pedro tem direito
a algum tipo de indenização.
PRÁTICA TRABALHISTA
Sugestão de resposta: Inicialmente vale
destacar que a cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão
antecipada, prevista no art. 481 da CLT confere às partes que assinaram
o contrato a termo a faculdade de se arrependerem antecipadamente ao
termo do contrato firmado. Caso prevista de forma expressa no contrato
referida cláusula e, se exercida por qualquer das partes, aplicar-se-ia no
caso os princípios que regem a rescisão dos contratos a prazo
indeterminado.
No entanto, o caso acima apresentado informa sobre a inexistência de
referida cláusula. Desta forma, de acordo com o disposto no art. 479 da
CLT, Pedro terá direito de receber indenização equivalente à metade
da remuneração que teria direito entre a data da dispensa e a data do
termo final do contrato, conforme preceitua o art. 479 da CLT.
PRÁTICA TRABALHISTA
2) Um empregado foi contratado para trabalhar em um
condomínio residencial, para cumprir jornada diária de 8 horas e carga
semanal de 44 horas. Estes limites sempre foram respeitados. Ocorre que
em determinado momento de seu contrato de trabalho, seu horário de
trabalho foi alterado, passando a iniciar suas atividades às 07h00 em uma
semana, às 15h00 na semana seguinte e às 23h00 na semana
subsequente, e assim sucessivamente. Referido empregado lhe consulta,
a fim de saber se existe direito ao recebimento de horas extras na referida
jornada alterada. Como advogado, responda de forma fundamentada à
consulta do empregado.
PRÁTICA TRABALHISTA
Sugestão de resposta: A jornada mencionada no
caso em tela demonstra ser turno ininterrupto de revezamento, onde o
trabalho do empregado se alterna semanalmente em turnos variados de
horário. Vale ressaltar que referida jornada em turnos é prejudicial à
saúde do trabalhador, uma vez que o impede de firmar convívio
frequente com a família, acompanhar os estudos de seus filhos na escola
e até mesmo de poder frequentar cursos, considerando os horários
variados de sua escala de trabalho. Considerando que referido empregado
trabalha em turnos ininterruptos de revezamento, de acordo com o
disposto no art. 7º, XVI da Constituição Federal, o empregado possui
jornada especial de 6 (seis) horas e, nesta condição, tem direito de
receber, como horas extras, as excedentes a 6ª hora diária.
PRÁTICA TRABALHISTA
3) Considerando uma relação de subcontratação, em que a
empresa locadora de mão de obra oferece trabalhadores para
desenvolverem atividade fim da empresa tomadora da mão de obra, em
caráter permanente, responda de forma fundamentada como se dá a
relação de emprego do trabalhador.
PRÁTICA TRABALHISTA
Sugestão de resposta:: De acordo com a Súmula 331, item III,
do TST, é possível mencionar que existe fraude na locação
permanente de mão de obra de trabalhadores para atuarem na
atividade fim da empresa tomadora dos serviços, razão pela qual se
pode dizer que existirá vínculo de emprego direto entre esses
trabalhadores e a empresa tomadora dos serviços.
PRÁTICA TRABALHISTA
4) Determina empresa localizada na zona norte de São
Paulo altera sua sede para a zona sul de São Paulo. Caio, empregado
desta emprega, residente na zona norte, lhe questiona se há a
possibilidade de exigir da empresa adicional de transferência,
considerando que a alteração da sede da empresa lhe acarreta prejuízos,
considerando a distância entre a sua casa e o novo local de trabalho.
Como advogado, responda de forma fundamentada a indagação de Caio.
PRÁTICA TRABALHISTA
Sugestão de resposta: De acordo com o art. 469
da CLT, somente ensejam direito à percepção de adicional de
transferência quando o empregado tiver que mudar de domicílio. Ainda, a
OJ 113 da SDI – 1 do TST informa que o pressuposto apto a legitimar
o recebimento do adicional é a ocorrência de transferência
provisória. No caso relatado, verifica-se que não houve alteração de
domicílio de Caio. O que ocorreu foi mero exercício do poder diretivo
patronal, que decidiu por alterar o endereço de sua sede, não
caracterizando assim transferência de domicílio de Caio sendo,
portanto, indevido qualquer adicional de transferência.