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Habilidades do líder
As habilidades facilitam, mas não garantem, o exercício da liderança.
Contribuem para reduzir as barreiras interpessoais, aumentar os sentimentos de identificação e estabelecer elos emocionais.
Habilidades não se confundem com conhecimentos.
Uma habilidade é um conhecimento posto em prática.
Habilidade para observar
Perceber mensagens não verbais. Identificar comportamentos favoráveis e não
favoráveis aos objetivos. Discriminar detalhes nos comportamentos
que passam despercebidos pelas pessoas. Identificar características comportamentais
das pessoas, manifestas de forma crônica ou impulsiva.
O bom observador é
Paciente – sabe que a percepção aumenta com a persistência.
Busca detalhes – reconhece que eles fazem a diferença nas relações.
Usa de discrição – compreende que a simples presença do observador interfere, emocionalmente, nas respostas do observado.
Respeita a privacidade – guarda para si as informações confidenciais obtidas e as utiliza apenas em proveito do observado, orientando e melhorando os processos.
Persegue a neutralidade – difícil quando se trata de observar pessoas.
Habilidade para escutar
A escuta não é o mais desenvolvido dos sentidos, faltam modelos efetivos de ``escutadores´´.
É contaminada por mecanismos de defesa.
Falar é utilizado para controlar a conversa, evitar a exposição excessiva pela escolha de assuntos, limitando-se aos assuntos superficiais.
Para compreensão em profundidade, faz-se necessária a escuta em igual profundidade.
Aperfeiçoar-se na arte de escutar
Falar tem efeito terapêutico. A função terapêutica da fala não depende
da proximidade ou viabilidade da solução pretendida pelo profissional.
Quando fala, o profissional ordena as ideias – falar leva a reflexões que, sem esse estímulo, ela não faria. Falar pode mudar esquemas de pensamento.
Regras para melhorar a escuta
Estruturar os conteúdos das mensagens – o que, por que, como, onde, quem, quando.
Clarificar os conteúdos das mensagens. Atentar para elementos especiais da expressão
corporal que acompanha a fala. Atentar para dois sinais fundamentais, úteis
para separar aquilo que tem maior relevância – o que se repete, a intensidade com que se fala.
Habilidade para falar
A qualidade da escuta se revela quando quem escuta, responde.
A fala pode sinalizar o grau de compreensão.
Muitas vezes, a única demanda do que fala consiste em ser compreendido.
A fala pode ser o veículo do mecanismo de defesa daquele que escuta – deslocamento para outro assunto, identificação com o que fala, distração, fantasia, negação da realidade, racionalização.
Envolvimento
Capacidade de fazer parte da situação que cerca o problema que o outro apresenta.
Líderes desenvolvem extraordinária capacidade de demonstrar envolvimento.
Como desenvolver a capacidade de envolvimento Opinar sobre conteúdos dos trabalhos que as
pessoas realizam – exige atenção a detalhes e dedicação para valorizar a atividade. Conhecer com profundidade a atividade para transmitir com precisão a visão que norteia o trabalho.
Utilizar o jargão técnico dos liderados – dominar a linguagem própria de cada especialidade.
Compartilhar programas de desenvolvimento.
Avaliar os resultados das atividades, com a equipe.
Visitar os locais de trabalho e demonstrar interesse pelas atividades, sem programação prévia.
Trocar e-mails – surpreender com o envio de mensagens.
Vestir-se de maneira apropriada a intenção, ao momento e ao local. Isso sinaliza abertura ou separação, amplia ou reduz a hierarquia, evita inibições.
Demonstrar visibilidade
Os verdadeiros líderes tornam-se visíveis aos liderados que esperam e contam com sua presença em momentos especiais.
As pessoas notam pouco os defeitos nos líderes mas notam muito a sua ausência.
Compreensão
Observar, escutar e envolver-se com as questões dos liderados.
Compreender não significa concordar com. O líder compreende as forças que movem os
liderados, adquire sensibilidade para perceber fraquezas e pontos fortes, neutralizando as primeiras e obtendo resultados com os segundos.
Técnicas para melhorar a compreensão
Discriminar figura e fundo das mensagens, o essencial do acessório, identificar esquemas de pensamento e defesas.
Resumir as falas para compreender melhor. ´´Verifique se eu resumo corretamente o que você quis dizer...´´
Sintetizar as falas para produzir melhores resultados. ´´Compreendi o seu problema. Fique tranquilo que vamos providenciar.´´
Resumir as palavras do interlocutor para que ele ouça o que você compreendeu. ´´Você me disse que... ´´.
Congruência
Demonstrar absoluta congruência entre a fala e a ação. O líder é um modelo para o liderado.
Comportamentos paradoxais do líder destroem a sua imagem de pessoa significativa.
Esta necessidade pode exigir mudança de comportamentos, em momentos distintos.
Aceitar a presença de conteúdos emocionais próprios em suas decisões, pode ser um primeiro desafio. Isso requer humildade e flexibilidade.
Dar e receber feedback
Feedback é um processo de ajuda para mudanças de comportamento. É comunicação a uma pessoa ou grupo, no sentido de fornecer-lhe informações sobre como sua atuação está afetando outras pessoas.
Faz parte do exercício da liderança, dar e receber feedback.
O feedback ativa os mecanismos de defesa do indivíduo, capazes de bloquear ou inviabilizar a informação.
Deslocamento – gera frases de defesa do tipo ``concordo, mas a situação poderia ser bem pior se...´´.
Distração – de repente a pessoa surpreende-se folheando a agenda, olhando pela janela, etc..
Distorção cognitiva – o indivíduo acredita ser o responsável por tudo o que acontece na organização.
Isolamento – a pessoa pára de ouvir.
Negação da realidade – a pessoa ao invés de concentrar-se nas percepções apresentadas concentra-se nas falhas de interpretação do interlocutor.
Racionalização – a pessoa ouve mas justifica-se com argumentos.
Feedback
É muito difícil receber feedback. A dificuldade é maior quanto mais o conteúdo
da mensagem não se ajusta à imagem que a pessoa faz de si mesma.
Há considerável demora para o feedback ser incorporado pelo indivíduo.
É mais fácil de ser aceito quando provém de fonte confiável, transmitido com linguagem direta e clara, com calma, com uma ``hipótese para consideração´´.
Expressão corporal
Habilidade muito desenvolvida por líderes. Reconhecem que o corpo não mente e que esta linguagem é despercebida pelas pessoas em geral.
Percebem melhor os estados de ansiedade, mentira, sinceridade, etc.
Esta percepção ratifica a noção popular de que a liderança pende mais para a arte do que para a ciência.
Aumentando a capacidade de entender a expressão corporalIdentificação de elementos do tipo – Compatibilidade entre expressão corporal e verbal –
acreditar que o corpo não mente. Comportamentos fora do usual – eventualmente um
mecanismo de defesa se interpõe entre a fala e a expressão.
Silêncio excessivo – calar-se para não expor algo que incomoda.
Fala descoordenada ou exagerada – fala-se de tudo para não falar de nada.
Mudanças de hábitos considerados característicos da pessoa – nova maneira de se vestir, pentear, etc.
Aumentando a capacidade de expressar-se corporalmente A expressão corporal acontece nos dois sentidos, os
liderados também percebem os comportamentos do líder. Muitos discriminam notavelmente as manifestações de interesse do líder em comportamentos como
Conduzir a pessoa segurando-a levemente pelo braço, significando acolhimento positivo e favorável.
Olhar nos olhos, mesmo quando o liderado diz coisas desagradáveis.
Manter-se em posição de atenção concentrada, um bocejo durante uma conversa pode ser fatal.
Apertar a mão com firmeza, para receber e despedir-se.
Habilidade para orientar
Líderes reconhecidos compreendem que a comunicação por meio da palavra constitui a base do estabelecimento da liderança e que todos os demais atributos são coadjuvantes para o processo de orientar.
Orientar compreende
Identificar o que deve ser comunicado ao liderado – isto inclui saber das interpretações perceptivas do liderado.
Utilizar a forma adequada de comunicação – como possui tanta importância quanto o conteúdo.
Comunicar no momento adequado – uma importante orientação pode passar despercebida ou ser entendida como inoportuna quando dita no momento errado.
Diagnosticar o motivo para que a orientação possa e deva ser feita. As pessoas precisam de um porquê para transformar-se. Quando não comunicadas dos motivos, orientações novas podem ser classificadas como intromissões desnecessárias ou levianas.
Escolha apropriada do local – valoriza a pessoa e o tema, favorece a memorização, desperta a atenção das pessoas e cria associações de idéias.
Fonte Fiorelli, J.O. – Psicologia para
Administradores, integrando teoria e prática. Editora Atlas, 2011.