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1. Sobre a teoria geral do delito o Brasil adotou qual teoria? O Brasil adotou a teoria dualista, que divide a infração penal em crime e contravenção penal. 2. Sendo assim, a infração penal é gênero. Quanto às espécies o Brasil adotou qual teoria? Quais são as espécies? O Brasil adotou o sistema dualista, bipartido. As espécies do sistema bipartido são crime ou delitos (como sinônimos) e contravenção penal. 3. O que se entende por crime vagabundo? Existem outros sinônimos? Crime vagabundo é a contravenção penal, também chamada de crime anão e liliputiano. 4. Existe diferença entre crime e contravenção penal do ponto de vista valorativo? Sim, valorativamente o crime é considerado mais grave que a contravenção penal, mas ontologicamente não há diferenças. 5. Qual a diferença entre crime e contravenção penal quanto ao tipo de pena privativa de liberdade? Para o crime pode ser aplicada a reclusão e a detenção, para a contravenção penal só pode ser aplicada a prisão simples que não consta no código penal, e sim na LCP. 6. Qual a diferença entre crime e contravenção penal quanto ao tipo de ação penal? No crime a ação penal pode ser pública incondicionada, condicionada ou privada. Na contravenção penal a ação penal só pode ser pública incondicionada. Ressalva vias de fato. 7. Qual a diferença entre crime e contravenção penal quanto ao alcance da extraterritorialidade? A extraterritorialidade não se aplica à contravenção penal. 8. Qual a diferença entre crime e contravenção penal quanto à competência para julgamento? A contravenção penal é competência da Justiça Estadual, em regra. Art. 109 CF. 9. Qual a diferença entre crime e contravenção penal quanto ao limite de penas? Para crimes o limite de penas é de 30 anos. Para a contravenção penal o limite é de 5 anos. 10. Sobre o enfoque analítico, qual o conceito de crime? Fato típico+ilicitude+culpabilidade 11. O que se entende por sujeito do crime? O sujeito ativo do crime é a pessoa que pratica a infração penal, é o autor, coautor ou particípio. Sujeito passivo do crime é o titular do bem jurídico tutelado pela norma penal. 12. O sujeito ativo do crime é o ser humano. Existe exceção? Qual? Sim, a P.J. pode ser sujeito ativo de crimes contra o meio ambiente de acordo com a legislação 9605/98 13. Quanto à capacidade do sujeito ativo, o que se entende por crime comum? Crime comum é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, não exige nenhuma condição, ou qualidade especial do sujeito ativo. 14. Quanto à capacidade do sujeito ativo, o que se entende por crime próprio ou especial? Crime próprio é aquele que exige uma qualidade especial do sujeito ativo. 15. Qual é a relação entre crime próprio e crime funcional? O crime funcional é um crime próprio, pois é necessária a qualidade especial de funcionário público do autor para que se configure um crime ou a ausência do elementar provoca o surgimento de outro crime. 16. O que se entende por elementares? São dados essenciais da figura típica, sem os quais não há crime, ou a ausência do elementar provoca o surgimento de outro crime. 17. O que se entende por circunstancias? São dados acessórios da figura típica que agregados ao tipo penal influem na quantidade de pena aumentando-a ou diminuindo-a. 18. O que se entende por crime de mão própria? Crime de mão própria á aquele que só pode ser praticado pelo próprio sujeito, como o crime de falso testemunho.

Questões de Teoria Geral Do Crime

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questoes sobre teoria geral do crime

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  • 1. Sobre a teoria geral do delito o Brasil adotou qual teoria? O Brasil adotou a teoria dualista, que divide a infrao penal em crime e contraveno penal.

    2. Sendo assim, a infrao penal gnero. Quanto s espcies o Brasil adotou qual teoria? Quais so as espcies? O Brasil adotou o sistema dualista, bipartido. As espcies do sistema bipartido so crime ou delitos (como sinnimos) e contraveno penal.

    3. O que se entende por crime vagabundo? Existem outros sinnimos? Crime vagabundo a contraveno penal, tambm chamada de crime ano e liliputiano.

    4. Existe diferena entre crime e contraveno penal do ponto de vista valorativo? Sim, valorativamente o crime considerado mais grave que a contraveno penal, mas ontologicamente no h diferenas.

    5. Qual a diferena entre crime e contraveno penal quanto ao tipo de pena privativa de liberdade? Para o crime pode ser aplicada a recluso e a deteno, para a contraveno penal s pode ser aplicada a priso simples que no consta no cdigo penal, e sim na LCP.

    6. Qual a diferena entre crime e contraveno penal quanto ao tipo de ao penal? No crime a ao penal pode ser pblica incondicionada, condicionada ou privada. Na contraveno penal a ao penal s pode ser pblica incondicionada. Ressalva vias de fato.

    7. Qual a diferena entre crime e contraveno penal quanto ao alcance da extraterritorialidade? A extraterritorialidade no se aplica contraveno penal.

    8. Qual a diferena entre crime e contraveno penal quanto competncia para julgamento? A contraveno penal competncia da Justia Estadual, em regra. Art. 109 CF.

    9. Qual a diferena entre crime e contraveno penal quanto ao limite de penas? Para crimes o limite de penas de 30 anos. Para a contraveno penal o limite de 5 anos.

    10. Sobre o enfoque analtico, qual o conceito de crime? Fato tpico+ilicitude+culpabilidade

    11. O que se entende por sujeito do crime? O sujeito ativo do crime a pessoa que pratica a infrao penal, o autor, coautor ou particpio. Sujeito passivo do crime o titular do bem jurdico tutelado pela norma penal.

    12. O sujeito ativo do crime o ser humano. Existe exceo? Qual? Sim, a P.J. pode ser sujeito ativo de crimes contra o meio ambiente de acordo com a legislao 9605/98

    13. Quanto capacidade do sujeito ativo, o que se entende por crime comum? Crime comum aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, no exige nenhuma condio, ou qualidade especial do sujeito ativo.

    14. Quanto capacidade do sujeito ativo, o que se entende por crime prprio ou especial? Crime prprio aquele que exige uma qualidade especial do sujeito ativo.

    15. Qual a relao entre crime prprio e crime funcional? O crime funcional um crime prprio, pois necessria a qualidade especial de funcionrio pblico do autor para que se configure um crime ou a ausncia do elementar provoca o surgimento de outro crime.

    16. O que se entende por elementares?

    So dados essenciais da figura tpica, sem os quais no h crime, ou a ausncia do elementar provoca o surgimento de outro crime.

    17. O que se entende por circunstancias? So dados acessrios da figura tpica que agregados ao tipo penal influem na quantidade de pena aumentando-a ou diminuindo-a.

    18. O que se entende por crime de mo prpria? Crime de mo prpria aquele que s pode ser praticado pelo prprio sujeito, como o crime de falso testemunho.

  • 19. O que se entende por crime de atuao pessoal ou conduta infungvel? So os crimes de mo prpria, que s podem ser praticados pelo prprio sujeito.

    20. O que se entende por co-autoria? Quando h vrias pessoas e a participao se d pelo ato verbal.

    21. O que se entende por participao? A conduta realizada por aquele que sem praticar o verbo nuclear do tipo penal contribui para a produo do resultado.

    22. Admite-se co-autoria no crime prprio? E no crime de mo prpria? No crime prprio sim, no crime de mo prpria no, pois o segundo s pode ser praticado pelo prprio sujeito.

    23. Pessoa jurdica pode ser sujeito passivo de crime? Qual? Sim, de crime contra o patrimnio e de difamao, um crime contra a honra.

    24. Pessoa jurdica pode ser sujeito ativo de crime? Qual? Sim, de crimes contra o meio ambiente. Lei 9605/98.

    25. D um exemplo de algum dispositivo legal que comprove isso. Art. 173 pargrafo 2 e 225 pargrafo 3 ambos da CF e lei 9695/98

    26. O que se entende por teoria da dupla imputao? Denuncia-se a Pessoa Jurdica, e o representante legal, Pessoa Fsica, desde que tenha agido em nome da PJ e em benefcio dela.

    27. O que se entende por sujeito passivo de crime? o titular do bem jurdico tutelado pela norma penal.

    28. Quem o sujeito passivo constante (formal, genrico, geral ou mediato) ? sempre o Estado, pois sendo ele o titular do jus puniende do mandamento proibitivo, ele sempre ser o sujeito passivo constante.

    29. Quem o sujeito passivo material (eventual) ? a vtima da infrao penal, o titular do bem jurdico tutelado.

    30. Animal pode ser sujeito ativo de crime? E passivo? No, pode ser apenas objeto de alguns crimes. Art. 29 e seguintes da lei 9605/98: matar animais silvestres.

    31. Cadver pode ser sujeito passivo de crime? No, pode configurar como objeto de determinados crimes como o vilipndio de cadver.

    32. O que se entende por objeto material do crime? Objeto material do crime a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta.

    33. O que se entende por objeto jurdico do crime? o bem jurdico tutelado pela norma penal.

    34. Quanto ao diploma normativo, o que se entende por crimes comuns e crimes especiais? Crimes comuns so os que constam no cdigo penal. Crimes especiais so aqueles que constam na legislao especial, extravagante ou esparsa.

    35. Diferencie crime comum, prprio, de mo prpria e biprprio. Crime comum o que pode ser cometido por qualquer pessoa e no exige nenhuma qualidade ou condio especial do sujeito ativo. Crime prprio exige qualidade especial do sujeito ativo. Crime de mo prpria aquele que s pode ser praticado pelo prprio sujeito. Crime biprprio o que exige qualidade especial tanto do sujeito ativo, quanto do sujeito passivo.

    36. O que se entende por crimes de concurso eventual? So os crimes unissubjetivos, que podem ser cometidos por uma s pessoa, ou por vrias pessoas em concurso de agentes.

    37. O que se entende por crimes plurissubjetivos? O tipo penal exige a pluralidade de sujeitos ativos como requisito tpico. A conduta deve ser praticada por duas ou mais pessoas.

    38. Como se dividem os crimes plurissubjetivos? D exemplos.

  • De condutas convergentes: partem de condutas opostas, indo uma ao encontro da outra. Ex: bigamia art. 235 CP. De condutas paralelas: os agentes atuam em conjunto visando o mesmo fim. Ex. quadrilha art. 238 CP. De condutas contrapostas: condutas praticadas umas contra as outras. Ex. richa art. 137 CP.

    39. O que se entende por crimes vagos? So crimes que tm por sujeito passivo um ente sem personalidade jurdica. Ex bigamia art.235 CP.

    40. O que se entende por crimes de dupla subjetividade passiva? aquele que possui necessariamente mais de um sujeito passivo. Ex. art.151 CP violar correspondncia.

    41. O que se entende por crime material ou de resultado? O tipo penal prev uma conduta e um resultado naturalstico (material) e exige a ocorrncia de ambos para a configurao do delito.

    42. O que se entende por crimes de inteno antecipada? D exemplos. So os crimes formais, em que o tipo penal exige a conduta e o resultado, porm no se exige o resultado para sua consumao. Ex. ameaa 147.

    43. O que se entende por crime de mera conduta? D exemplos.

    O tipo penal exige conduta e resultado, porm no exige a ocorrncia de ambos. Ex. ameaa art. 147 CP.

    44. O que se entende por crime de dano/leso? O tipo penal pode exigir um dano ou leso, ou seja, exige-se uma efetiva leso ou dano ao bem jurdico tutelado. Ex. homicdio, furto, roubo.

    45. O que se entende por crime de perigo? So crimes em que a simples exposio ao perigo suficiente para a consumao. Ex. art 130,131 CP.

    46. O que se entende por crime de perigo concreto ou real? O tipo exige a realizao de uma situao de perigo efetivo.

    47. O que se entende por crime de perigo abstrato ou presumido? O tipo penal prev uma situao de perigo que presumida. A conduta perigosa por natureza, no exigindo a prova de um perigo real.

    48. O crime de perigo abstrato no estaria ferindo o princpio da ofensividade?

    49. O que se entende por crimes comissivos? D exemplos. Crimes comissivos so crimes cuja conduta corresponde a uma ao na conduta. Ex. injria, ameaa.

    50. O que se entende por crimes omissivos? D exemplos. A conduta nuclear do tipo corresponde a uma omisso. Ex. omisso de socorro. Art. 135 CP.

    51. Como se dividem os crimes omissivos? Omissivos prprios: consumam-se com a simples absteno. Omissivos imprprios: so crimes comissivos praticados por uma inatividade.

    52. O que entende por crimes instantneos? Crimes instantneos so os que se consumam em um s momento.

    53. O que se entende por crimes permanentes? Crimes permanentes so os quais a conduta prolonga-se no tempo. Art. 159 e 148 CP.

    54. Qual a diferena entre crimes simples e crimes complexos? O crime simples lesiona apenas um bem jurdico, o crime complexo lesiona mais de um bem jurdico. Ex. latrocnio.

    55. O que se entende por iter criminis? o caminho do crime, possui 4 fases: cogitao, preparao, execuo e consumao.

    56. O que se entende por crime consumado? a mesma coisa que crime exaurido? quando nele se renem todos os elementos da sua descrio. diferente de crime exaurido ocorre quando consumado o crime e o bem jurdico sofre novo ataque, ou ultimam-se as suas consequncias.

    57. O que se entende por crime tentado?

  • aquele que quando iniciado, a execuo no se consuma por circunstncias alheias vontade do agente.

    58. Qual a diferena entre tentativa branca e cruenta? Na tentativa branca o bem jurdico no atingido e na tentativa cruenta o bem jurdico atingido.

    59. O que se entende por crime falho?

    O iter criminus todo realizado mas o agente no consegue a consumao. quase todo consumado. 60. O que se entende por crime unissubsistente?

    aquele que se realiza em um s ato, no se admite tentativa. Ex. injria. 61. O que se entende por crimes plurissubsistentes?

    aquele que pode ser desdobrado em vrios atos. 62. Qual a diferena entre crimes de ao livre e de ao vinculada?

    Ao livre: no se exige uma forma especfica para ser praticado. Ao vinculada: o tipo penal descreve a forma de execuo. Art 149 CP.

    63. O que se entende por crimes de ao mltipla ou contedo variado? O tipo penal descreve vrios verbos nucleares, mas existe um s delito. Art.122, induo ao suicdio.

    64. Identifique no Cdigo Penal o conceito de crime doloso e de dolo eventual. Art 18 I, doloso: quando o agente queis o resultado. Dolo eventual: assumiu o risco de produzi-lo.

    65. Identifique no cdigo penal o conceito de crime culposo. Art 18 II, quando o agente deu causa ao resultado por imprudncia, impercia ou negligncia.

    66. O que se entende por crime preterdoloso ou preterintencional? Existe dolo na conduta inicial sendo a pena agravada por um resultado no desejado.

    67. Qual a diferena entre crimes simples, privilegiados e qualificados? Simples aquele encontrado no tipo bsico do artigo, normalmente no caput.ex. homicdio simples, art, 121 caput. Privilegiado: encontra-se nos pargrafos do tipo penal e possui penas mnimas e mximas inferiores s do tipo bsico. Ex. eutansia. Infanticdio art 123 CP. Qualificados tambm se encontram nos pargrafos, todavia prevendo penas maiores. Art.121, pargrafo 2, I.

    68. Qual a diferena entre crime de ao penal pblica e de ao penal privada? Ao penal pblica: a iniciativa da propositura da ao penal fica a cargo do Estado na pessoa do rgo do MP. Ao penal privada: a ao penal cuja iniciativa da propositura cabe vtima ou ao seu representante legal.

    69. O que se entende por crimes funcionais? Como se dividem? Crimes funcionais so os crimes que s podem ser praticados por funcionrios pblicos. Se dividem em: funcionais prprios a conduta somente tipificada se for praticada por funcionrio pblico, ausente essa condio especial a conduta atpica, Ex. 319 CP; funcionais imprprios ausente a condio de funcionrio pblico a conduta pode ser enquadrada em outro delito.

    70. O que esse entende por crime habitual? a reiterao da mesma conduta reprovvel, ex se passar por mdico 282 CP.

    71. O que se entende por crime continuado? Ocorre quando o agente pratica dois ou mais crimes da mesma espcie.

    72. Existe crime sem resultado? Sim, so os crimes de mera conduta, ex ameaa 147 CP.

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    TEORIA DO CRIME

  • 1- Explique o que crime, formal , material e analtico: R: O crime material aquele que busca estabelecer a essncia do conceito, isto , o porqu de determinado fato ser considerado criminoso e outro no. Sob esse enfoque, crime pode ser definido como todo fato humano que, propositada ou descuidadamente, lesa ou expe a perigo bens jurdicos considerados fundamentais para a existncia da coletividade e da paz social. R: O crime formal resulta da mera subsuno da conduta ao tipo legal e, portanto, considera-se infrao penal tudo aquilo que o legislador descrever como tal, pouco importando o seu contedo. Considerar a existncia de um crime sem levar em conta sua essncia ou lesividade material afronta o principio constitucional da dignidade humana. R: Crime no aspecto analtico aquele que busca, sob um prisma jurdico, estabelecer os elementos estruturais do crime. A finalidade deste enfoque propiciar a correta e mais justa deciso sobre a infrao penal e seu autor, fazendo com que o julgador ou interprete desenvolva o seu raciocnio em etapas. Sob esse ngulo, crime todo fato tpico e ilcito. Dessa maneira, em primeiro lugar deve ser observada a tipicidade da conduta. Em caso positivo, e s neste caso, verifica-se se a mesma ilcita ou no. Sendo o fato tpico e ilcito, j surge a infrao penal. A partir da, s verificar se o autor foi ou no culpado pela sua prtica, isto , se deve ou no sofrer um juzo de reprovao pelo crime que cometeu. Para a existncia da infrao penal, portanto, preciso que o fato seja tpico e ilcito. 2- Explique o quem sujeito ativo do crime e sujeito passivo: R: Sujeito ativo do crime aquele que pratica a conduta descrita na lei, ou seja, o fato tpico. S o homem, isoladamente ou associado a outros (co-autoria ou participao), pode ser sujeito ativo do crime. O conceito abrange no s aquele que pratica o ncleo da figura tpica (o que mata, o que subtrai etc.), como tambm o co-autor ou participe, que colaboram de alguma forma na conduta tpica. Entre sujeitos ativos do crime, porm, deve ser distinguido o autor do crime, quando se exige uma capacidade especial. A possibilidade de a ao tpica no ser praticada pela pessoa com a capacidade especial exigida, que apenas colabora na conduta de terceiro, ser examinada no capitulo do concurso de agentes. R: Sujeito passivo do crime o titular do bem jurdico lesado ou ameaado pela conduta criminosa. Nada impede que, em um delito, dois ou mais sujeitos passivos existam: desde que tenham sido lesados ou ameaados em seus bens jurdicos referidos no tipo, so vitimas do crime. Ex: so sujeitos passivos de crime: aquele que morre (no homicdio), aquele que ferido (na leso corporal), o possuidor da coisa mvel (no furto), o detentor da coisa que sofre a violncia e o proprietrio da coisa ( no roubo), o Estado (na prevaricao) etc. H duas espcies de sujeito passivo: 1- Sujeito passivo formal: sempre o Estado, pois tanto ele como a sociedade so prejudicados quando as leis so desobedecidas. 2- Sujeito passivo material ou eventual: o titular do interesse penalmente protegido, podendo ser o homem (art.121), a pessoa jurdica (art.171, 2, V) o Estado (crimes contra a Administrao Publica) e uma coletividade destituda de personalidade jurdica (arts. 209, 210 etc.). 3 Explique objeto do crime, objeto material e jurdico:

  • R: Objeto do delito tudo aquilo contra o que se dirige a conduta criminosa. Devem ser considerados, em seu estudo, o objeto jurdico e o material. 1- Objeto jurdico do crime o bem-interesse protegido pela lei penal ou, como diz Nuvolone, o bem ou interesse que o legislador tutela, em linha abstrata de tipicidade (fato tpico), mediante uma incriminao penal. Conceituam-se bem como tudo aquilo que satisfaz a uma necessidade humana, inclusive as de natureza moral, espiritual etc., e interesse como o liame psicolgico em torno desse bem, ou seja, o valor que tem para seu titular.

    So bens jurdicos a vida (protegida nas tipificaes de homicdio, infanticdio etc.), a integridade fsica (leses corporais), a honra (calunia, difamao e injria), o patrimnio (furto, roubo, estelionato) a paz pblica etc. A disposio dos ttulos e captulos da Parte Especial do Cdigo Penal obedece a um critrio que leva em considerao o objeto jurdico do crime, colocando-se em primeiro lugar os bens jurdicos mais importantes; a vida, integridade corporal, honra, patrimnio etc. 2- Objeto material ou substancial do crime a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa, ou seja, aquilo que a ao delituosa atinge. Est ele direta ou indiretamente indicado na figura penal. Assim, algum ( o ser humano) objeto material do crime de homicdio (art121), a coisa alheia mvel o dos delitos de furto (art. 155), o documento o do crime previsto no art.298 etc. H casos em que se confundem na mesma pessoa o sujeito passivo e o objeto do crime. Nas leses corporais a pessoa que sofre a ofensa integridade corporal , ao mesmo tempo, sujeito passivo e objeto material do crime previsto no art. 129 do CP ( a ao exercida sobre seu corpo). Existem porm, crimes sem objeto material, como ocorre no crime de ato obsceno (art.233), no de falso testemunho (art.342) etc. No h que confundir o objeto material do crime e o corpo de delito, embora possam coincidir, este constitudo do conjunto de todos os elementos sensveis do fato criminoso, como prova dele, incluindo-se os instrumentos, os meios e outros objetos (arm, vestes da vtima, papeis etc.).

    4- Explique o que teoria finalista bipartida e tripartida, qual diferena em relao a teoria causalista, constitucionalista , teoria social e teoria jurdico-penal. Explique seus elementos? R: Teoria finalista bipartida: a culpabilidade no integra o conceito de crime. O que integra no conceito de crime somente o fato tpico e antijurdico. R: J para a teoria tripartida a culpabilidade integra o conceito de crime, bem como o fato tpico e o antijurdico. 5- O que fato tpico formal e material? R: Fato tpico o fato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal.

    R: sentido formal qualquer ao legalmente punvel. Essa definio, entretanto, alcana apenas um dos aspectos do fenmeno criminal, a contradio do fato a uma norma de direito, ou seja, a sua ilegalidade como fato contrrio normal penal.

    R: Em sentido material aquela que tem em vista o bem protegido pela lei penal.

    6- Explique os elementos do fato tpico material e formal:

  • Elementos so quatro:

    a) Conduta - toda ao humana ou omisso consciente e dirigida a uma finalidade; dolosa ou culposa - inobservncia do objeto. b) Resultado- a modificao do mundo exterior causada pela conduta.

    Exemplo: porte ilegal de arma.

    c) Nexo Causal - a relao de causa e efeito entre a ligar a conduta e o resultado naturalstico, pelo qual se pode dizer a conduta produziu o resultado. Ex: se eu ponho a mo no fogo, ela vai queimar, logo, h um nexo causal fsico entre a conduta de colocar a mo no fogo e o resultado mo queimada. d) Tipicidade- a correspondncia exata, a adequao perfeita entre o fato natural, concreto e a descrio contida na norma penal incriminadora. Caractersticas: a) a tipicidade: fato + conduta + resultado b) a antijuridicidade (ou, mais adequadamente, ilicitude) - contrrio s normas jurdicas. 7- Explique o que so leis penais proibitivas e preceptivas: As normas proibitivas, como o prprio nome nos revela, so aquelas que demonstram situaes onde o atuar humano, no sentido de sua determinao, juridicamente vedado. o exemplo do art. 121 do Cdigo Penal, que diz "matar algum". A norma implcita neste enunciado normativo probe o atuar humano no sentido de tirar a vida de seus semelhantes. Da violao das normas proibitivas originam-se os crimes comissivos, que necessitam de uma ao positiva (um atuar real do agente) e de um resultado naturalstico para que se concretizem.

    As normas permissivas so aquelas que excluem a ilicitude da conduta, autorizando a ao do agente frente a fatos que inicialmente seriam antijurdicos. So as chamadas causas de justificao, previstas no art. 23 e seguintes de nosso Cdigo Penal. Preceptivas so aquelas normas que obrigam ao agente a agir, frente determinada situao, para impedir a leso, ou exposio a perigo de leso, de um bem jurdico. Violando-se tais normas, surgem os delitos omissivos. Nestes tipos de crimes, a simples inatividade (ao negativa) do agente, quando este era obrigado agir, consuma o delito, no necessitando de resultado.

    8- Quais so as formas de conduta? R: As formas de conduta: ao e omisso a) Ao: comportamento positivo, movimentao corprea, facere; b) Omisso: comportamento negativo, absteno de movimento, non facere. 9- Sobre a omisso, explique o que teoria naturalstica e normativa: R: Para a teoria naturalstica, a omisso um fenmeno causal, que pode ser claramente percebido no mundo dos fatos, j que, em vez de ser considerada uma inatividade (non facere), caracteriza-se como verdadeira espcie de ao. Constitui, portanto, um fazer, ou seja, comportamento positivo: quem se omite alguma coisa. R: Para a teoria normativa a omisso e um nada, logo, no pode causar coisa alguma. Quem se omite nada faz, portanto, nada causa. Assim, o omitente no deve responder pelo resultado, pois no provocou. Essa teoria,

  • entretanto, admite que aquele que se omitiu seja responsabilizado pela ocorrncia. Portanto, h necessidade de que esteja presente o chamado dever jurdico de agir. 10- Explique porque estas causas excluem a conduta: Caso fortuito e fora maior, atos ou movimentos reflexos, Coao fsica irresistvel e moral, sonambulismo e hipnose: R.1: Caso fortuito aquilo que se mostra imprevisvel, quando no inevitvel; o que chega sem ser esperada por fora estranha vontade do homem, que no o pode impedir. Ex.: incndio provocado pelo cigarro derrubado do cinzeiro por um golpe de ar inesperado. R.2: Fora maior trata-se de um evento externo ao agente, tornando inevitvel o acontecimento. O exemplo mais comum a coao fsica.

    Excluem o dolo e a culpa e, conseqentemente a conduta. No h, portanto crime. Conseqncia da excluso da conduta: sem conduta, no h fato tpico, uma vez que ela seu elemento. A conseqncia ser a atipicidade do fato.

    11- Explique causas absolutamente independentes: preexistentes, concomitantes e supervenientes e

    causas relativamente independentes preexistentes, concomitantes e supervenientes: R.1: Causas, absolutamente independentes so aquelas que tm origem totalmente diversa da conduta. O advrbio de intensidade absolutamente serve para designar que a causa no partiu da conduta, mas de fonte totalmente distinta. Alem disso, por serem independentes, tais causas atuam como se tivessem por si ss produzido o resultado, situando-se fora da linha de desdobramento causa da conduta. R.2: Preexistentes so as que existem antes da conduta ser praticada e atuam independentemente de seu cometimento, de maneira que com ou sem a ao o resultado ocorreria do mesmo jeito. Ex. O genro atira em sua sogra, mas ela no morre em conseqncia dos tiros, e sim de um envenenamento anterior provocado pela nora, por ocasio do caf matinal. O envenenamento no possui relao com os disparos, sendo diversa a sua origem. Alem disso, produziu por si s o resultado, j que a causa mortis foi a intoxicao aguda provocada pelo veneno e no a hemorragia interna traumtica produzida pelos disparos. Por ser anterior conduta, denomina-se preexistente. Assim, independente porque produziu por si s o resultado; absolutamente independente porque no derivou da conduta; e preexistente porque atuou antes desta. R.3: Concomitantes no tm qualquer relao com a conduta e produzem o resultado independentemente desta, no entanto, por coincidncia, atuam exatamente no instante em que a ao realizada. Ex.: no exato momento em que o genro est inoculando veneno letal na artria da sogra, dos assaltantes entram na residncia e efetuam disparos contra a velhinha, matando-a instantaneamente. Essa conduta tem origem totalmente diversa da do genro desalmado, estando inteiramente desvinculada de sua linha de desdobramento causal. independente porque por si s produziu o resultado; absolutamente independente porque teve origem diversa da conduta; e concomitante porque, por uma dessas trgicas coincidncias do destino, atuou ao mesmo tempo da conduta. R.3: Supervenientes atuam aps a conduta. Exemplo; aps o genro ter envenenado sua sogra, antes de o veneno produzir efeitos, um manaco invade a casa e mata a indesejvel senhora a facadas. O fato posterior no tem qualquer relao com a conduta do rapaz. independente porque produziu por si s o resultado; absolutamente independente porque a facada no guarda nenhuma relao com o envenenamento; e superveniente porque atuou aps a conduta.

  • 12- Explique os crimes omissos prprios e imprprios: R1: Crimes omissivos prprios: inexistente o dever jurdico de agir, faltando, por conseguinte, o segundo elemento da omisso, que e a norma impondo o que deveria ser feito. Ante a existncia do quod debeatur, a omisso perde relevncia causal, e o omitente s praticar crime se houver tipo incriminador descrevendo a omisso como infrao formal ou de mera conduta. Desse modo, aqui, exige-se uma atividade do agente, no sentido de salvaguardar um bem jurdico cuja desconsiderao do comando legal por omisso gera o ajustamento dessa conduta omissiva de modo direto e imediato situao tipificada. R.2: Crimes omissivos imprprios, tambm conhecidos como crimes omissivos impuros, esprios, promscuos ou comissivos por omisso: o agente tinha o dever jurdico de agir, ou seja, no fez o que deveria ter feito. H, a norma dizendo o que ele deveria fazer, passando a omisso a ter relevncia causal. Como conseqncia, o omitente no responde s pela omisso como simples conduta, mas pelo resultado produzido, salvo se este no lhe puder ser atribudo por dolo ou culpa.

    13- Quais so os elementos dos crimes omissos prprios e imprprios: R.1: Nos crimes omissivos prprios: No existe o dever jurdico de agir, e o omitente no responde pelo resultado, mas por sua conduta omissiva (v.g., arts. 135 e 269 do CP). Dentro dessa modalidade de delito omissivo tem-se o crime de conduta mista, em que o tipo legal descreve uma fase inicial omissiva, por exemplo, apropriao de coisa achada (art. 169, pargrafo nico, II). Trata-se de crime omissivo prprio porque s se consuma no momento em que o agente deixa de restituir a coisa. A fase inicial da ao, isto , de apossamento da coisa, no sequer ato executrio do crime. R2: Nos crimes omissivos imprprios: o omitente tinha o dever jurdico de evitar o resultado e, portanto, por este responder (cf. art. 13, 2, do CP). o caso da me que descumpre o dever legal de amamentar o filho, fazendo com que ele morra de inanio, ou do salva-vidas que, na posio de garantidor, deixa, por negligencia, o banhista morrer afogado: ambos respondem por homicdio culposo e no por simples omisso de socorro.

    14- Conceitue dolo? R: Dolo vontade e a conscincia de realizar os elementos constantes do tipo legal. Mais amplamente, a vontade manifestada pela pessoa humana de realizar a conduta.

    15- Explique a teoria da vontade, representao e assentimento ou consentimento: R.1: Para a teoria da vontade: dolo a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. R.2: Para a teoria do assentimento ou consentimento: dolo o assentimento do resultado, isto , a previso do resultado com a aceitao dos riscos de produzi-lo. No basta, portanto, representar; preciso aceitar como indiferente a produo do resultado. As teorias adotadas pelo Cdigo Penal: da analise do disposto no art. 18, I, do CP, conclui-se que foram adotadas as teorias da vontade e do assentimento. Dolo a vontade de realizar o resultado ou a aceitao dos riscos de produzi-lo. A teoria da representao, que confunde culpa consciente (ou com previso) com dolo, no foi adotada.

    16- Onde est previsto do dolo no cdigo penal? Dolo normativo (CP, art. 180)

  • Dolo de dano (CP, arts. 121 155 etc). Dolo especfico (art. 219 CP)

    17- Explique dolo direto e indireto? R.1: Dolo direto ou determinado: a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado (teoria da vontade). Ocorre quando o agente quer diretamente o resultado. Na conceituao de Jos Frederico Marques, Diz-se direto o dolo quando o resultado no mundo exterior corresponde perfeitamente inteno e vontade do agente. O objetivo por ele representado e a direo da vontade se coadunam com o resultado do fato praticado. No dolo direto o sujeito diz: eu quero. R.2: Dolo indireto ou indeterminado: o agente no quer diretamente o resultado, mas aceita a possibilidade de produzi-lo (dolo eventual), ou no se importa em produzir este ou aquele resultado (dolo alternativo).

    18- Conceito de culpa? R: Culpa o elemento normativo da conduta. A culpa assim chamada porque sua verificao necessita de um prvio juzo de valor, sem o qual no se sabe se ela est ou no presente. A culpa, portanto, no esta descrita, nem especificada, mas apenas prevista genericamente no tipo.

    19- Explique Negligncia, Impercia e imprudncia: R.1: Negligencia a culpa na sua forma omissiva. Consiste em deixar algum de tomar o cuidado devido antes de comear a agir. O negligente deixa de tomar, antes de agir, as cautelas que deveria. Decore da inatividade material (corprea) ou subjetiva (psquica). R.2: Impercia a demonstrao de inaptido tcnica em profisso ou atividade. Consiste na incapacidade, na falta de conhecimento ou habilidade para o exerccio de determinado mister. Ex.: medico vai curar uma ferida amputa a perna, atirador de elite que mata a vitima, em vez de acertar o criminoso. R.3: Imprudncia a culpa de quem age, ou seja, aquela que surge durante a realizao de um fato sem o cuidado necessrio. Pode ser definida como a ao descuidada. Implica sempre um comportamento positivo. Uma caracterstica fundamental da imprudncia a de que nela a culpa se desenvolve paralelamente ao. Desse modo, enquanto o agente pratica a conduta comissiva, vai ocorrendo simultaneamente a imprudncia.

    20- Explique culpa consciente e inconsciente: R.1: Culpa consciente ou com previso aquela em que o agente prev o resultado, embora no o aceite. H no agente a representao da possibilidade do resultado, mas ele a afasta, de pronto, por entender que a evitar e que sua habilidade impedir o evento lesivo previsto. R.2: Culpa inconsciente a culpa sem previso, em que o agente no prev o que era previsvel.

    21- Diferena culpa consciente e dolo eventual? R: A culpa consciente difere do dolo eventual, porque neste o agente prev o resultado, mas no se importa que ele ocorra (se eu continuar dirigindo assim, posso vir a matar algum, mas no importa; se acontecer, tudo

  • bem, eu vou prosseguir). Na culpa consciente, embora prevendo o que possa vir a acontecer, o agente repudia essa possibilidade (se eu continuar a dirigir assim, posso vir a matar algum, mas estou certo de que isso, embora possvel, no ocorrer). O trao distintivo entre ambos, portanto, que no dolo eventual o agente diz: no importa, enquanto na culpa consciente supe: possvel, mas no vai acontecer de forma alguma.

    22- Conceitue resultado naturalstico e resultado normativo? R.1: Resultado naturalstico a modificao provocada no mundo exterior pela conduta( a perda patrimonial no furto, a conjuno carnal no estupro, a morte no homicdio, a ofensa integridade corporal nas leses etc.). R.2. Resultado normativo toda leso ou ameaa de leso a um interesse penalmente relevante. Todo crime tem resultado jurdico porque sempre agride um bem jurdico tutelado. Quando no houver resultado jurdico no existe crime .assim, o homicdio atinge o bem vida; o furto e o estelionato, o patrimnio etc.

    23- Quais so os crimes que no possuem resultado? R: o crime de mera conduta aquele que no admite em hiptese alguma resultado naturalstico, como a desobedincia, que no produz nenhuma alterao no mundo concreto (ateno: no crime formal, o resultado naturalstico irrelevante, embora possvel: no de mera conduta, no existe tal possibilidade).

    24- Conceito de nexo de causalidade?

    R: o elo de ligao concreto, fsico, material e natural que se estabelece entre a conduta do agente e o resultado naturalstico, por meio do qual possvel dizer se aquela deu ou no a este. Tambm relao de causa e efeito a ligar a conduta ao resultado naturalstico, pelo qual se pode dizer que a conduta produziu o resultado. Ex.: se eu ponho a mo no fogo, ela vai queimar, logo, h nexo causal fsico entre a conduta de colocar a mo no fogo e o resultado mo queimada.

    25- Teoria da equivalncia das condies

    R: Teoria da equivalncia das condies ou dos antecedentes: para ela, toda e qualquer conduta que, de algum modo, ainda que minimamente, tiver contribudo para produo do resultado deve ser considerada sua causa. Tudo aquilo que, excludo da cadeia de causalidade, ocasionar a eliminao do resultado deve ser tido como sua causa, pouco importando se, isoladamente, tinha ou no idoneidade para produzi-lo. Para essa teoria, portanto, no existe qualquer distino entre causa, concausa, ocasio e outras que tais: contribuiu de alguma forma causa. Foi teoria adotada pelo nosso Cdigo Penal.

    26- Explique o dever de agir imposto por lei.

    R: Segundo o art. 13, 2, do CP, o dever jurdico de agir incumbe a quem: a) Tenha por lei obrigao de cuidado, proteo ou vigilncia; b) De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

  • c) Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrncia do resultado (R.a) Na primeira hiptese, o dever decorre de imposio legal. Trata-se do chamado dever legal. Sempre que o agente tiver, por lei, a obrigao de cuidado, proteo e vigilncia, devera ser responsabilizado pelo resultado pelo resultado se, com sua omisso, tiver concorrido para ele com dolo ou culpa. (R.c) A terceira e ltima hiptese, chamada ingerncia na norma, da pessoa que, com seu comportamento anterior, criou o risco para a produo do resultado. Assim, quem, por brincadeira, esconde o remdio de um cardaco tem o dever de socorr-lo e impedir sua morte, sob pena de responder pelo resultado.

    27- Explique dever de agir de quem assumiu a responsabilidade de evitar o resultado: (R.b) Na segunda hiptese da pergunta anterior, encontra-se a pessoa que, por contrato, liberdade ou qualquer outra forma, assumiu a posio de garantidora de que nenhum resultado sobreviria. Aqui, o dever jurdico no decorre de lei, mas de um compromisso assumido por qualquer meio. Denomina-se essa hiptese dever garantidor. Ex. bab que descuida de sua obrigao de cuidar do pequenino, permite que este casse e morra. Importante, enfatizar que o dever de garantidor no se confunde com o contratual, sendo indiferente s limitaes que surja do contrato, inclusive validade jurdica deste.

    28- Conceito de tipicidade? R: a subsuno, justaposio, enquadramento, amoldamento ou integral correspondncia de uma conduta praticada no mundo real ao modelo descritivo constante da lei (tipo legal). Para que a conduta humana seja considerada crime, necessrio que se ajuste a um tipo legal. Temos, pois, de um lado, uma conduta da vida real e, de outro, o tipo legal de crime constante da lei penal. A tipicidade consiste na correspondncia entre ambos.

    29- Tipicidade simples e mista. - R: adequao do fato norma: - tipicidade formal; a simples tipicidade formal no basta para a tipicidade penal, necessitando de tipicidade

    conglobante. - Tipicidade Conglobante: Tipicidade material + antinormatividade;

    30- Tipicidade formal e material. - R: tipicidade formal; a simples tipicidade formal no basta para a tipicidade penal, necessitando de tipicidade

    conglobante. - R. Tipicidade material: importncia, necessidade de se punir aquele fato concreto, diante dos princpios da

    interveno mnima e da extrema ratio - Antinormatividade Deve a conduta ser contrria ao direito, no podendo por ele ser aceita ou fomentada. Ex:

    Oficial de Justia e carrasco.

    31- Tipicidade primria

  • R. A tipicidade primria (formal subsuno da conduta humana ao preceito primrio da norma penal incriminadora) passa a estar condicionada ocorrncia dos cinco requisitos fticos/valorativos, quais sejam, risco ao bem jurdico tutelado, relevncia, proibio jurdica, converso deste risco, no mnimo, em um resultado jurdico (nada impede a ocorrncia cumulativa do resultado material) e, por fim, o resultado como espelho da conduta.

    Isto , a tipicidade primria aquela que esta contida no caput da norma e a secundaria a aplicao da pena.

    32- Tipicidade secundria R. a comprovao de que a conduta legalmente tpica est tambm proibida pela norma, o que se obtm desentranhando o alcance da norma proibitiva conglobada com as restantes normas da ordem normativa. Isto , a aplicao da pena.

    33- Tipo fechado R. O tipo penal fechado todo aquele que para a sua compreenso o intrprete ou aplicador da lei no necessita recorrer a qualquer indagao estranha aos elementos constantes da norma incriminadora.

    34- Tipo aberto

    R. O tipo penal aberto consiste no tipo legal que contm palavras ou expresses dependentes do exame de elementos exteriores ao tipo para aferir a ilicitude da conduta. O tipo aberto deve ser, em cada caso, preenchido pelo juiz. Exemplos: crimes culposos, crimes comissivos por omisso e crimes cujo preceito se refere ilicitude com o uso de expresses ou vocbulos como contra a vontade expressa ou tcita d quem de direito (CP, art. 150); indevidamente (CP, arts. 151; 151, 1, I e II); sem justa causa (CP, arts. 153 e 154); sem consentimento de quem de direito (CP, art. 164); sem a necessria autorizao (Lei n 6.453/77, art. 20), etc

    Resumo sobre Teoria do crime

    1 - Conceito de Crime

    A doutrina do Direito Penal tem procurado definir o ilcito penal sob trs aspectos diversos. Atendendo-se ao Aspecto Externo, puramente nominal do fato, obtm-se um Conceito Formal; observando-se o Contedo do fato punvel, consegue-se um Conceito Material ou Substancial; e examinando-se as Caractersticas ou Aspectos do crime, chega-se a um Conselho Analtico, como se segue:

    Conceito Formal => Crime a ao ou omisso proibida pela lei, sob ameaa de pena; Conceito Material=> Crime a violao de um bem penalmente protegido; Conceito Analtico=> Crime o fato tpico, ilcito e culpvel.

    2 - Crime e Contraveno

    Segundo a maioria dos penalistas, no h diferena ontolgica, substancial, entre o Crime e a Contraveno No so categorias que se distinguem pela sua natureza, mas realidades que se diversificam pela sua maior ou menor gravidade. A questo residiria na quantidade da infrao, no em sua substncia.

  • Adotando o critrio quantitativo, o art. 1 da Lei de Introduo ao Cdigo Penal dispe: a)Crime=>infrao penal a que a lei comina pena de Recluso ou Deteno, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente, com pena de multa; b)Contraveno=> infrao penal a que a lei comina, isoladamente, pena de Priso Simples ou Multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. Existe uma corrente, porm, para a qual o crime corresponde s condutas que causam Leso ou Perigo de Leso, ao passo que a Contraveno resultaria em Perigo de Leso

    III - Conduta

    1 - Conceito

    Conduta=> a ao ou omisso humana consciente dirigida a uma finalidade.

    2 - Teorias de Conduta So trs as teorias acerca da conduta:

    a)Teoria Causal => ao ou conduta o efeito da vontade e causa do resultado, consistindo num fazer voluntrio que atua sobre o mundo exterior. Essa teoria, orientada pela aplicao das leis naturais ao fenmeno penal, prescinde do exame do contedo da vontade para a caracterizao da conduta, bastando que se tenha certeza de que o comportamento do agente foi voluntrio para imputar-lhe o resultado.

    b)Teoria Social=> a realizao de um resultado socialmente relevante, questionado pelos requisitos do Direito e no pelas leis naturais.

    c)Teoria Finalista - a atividade final humana e no um comportamento simplesmente causal. Implica necessariamente numa finalidade.

    A direo final da ao tem duas fases: Interna- ocorre na esfera do pensamento (inclui a escolha do fim, a relao dos meios, aceitao dos efeitos secundarios da concretizao da ao.

    Externo - manifestao da ao dominada pela finalidade.

    3 - Ausncia de Conduta: Conceito e Casos.

    Considerando a Vontade um Elemento da Conduta, evidentemente no h Conduta quando o ato Involuntrio. Assim, caracteriza-se a Ausncia de Conduta nos casos de:

    a) Atos reflexos; b) Coao fsica irresistvel; c) Estados de inconscincia (sonambulismo, hipnose etc.). 4 - Formas de Condutas: Ao e Omisso

    A CONDUTA pode consistir numa Ao ou Omisso.

    Crimes Comissivos so os crimes praticados mediante Ao.

    3 - Sujeito Ativo do Crime

    a pessoa queu pratica o fato tpico. S o homem (pessoa fsica) pode ser Sujeito Ativo do crime.A pessoa jurdica no pode ser Sujeito Ativo do Crime.

    4 - Capacidade Penal do Sujeito Ativo

  • Capacidade Penal o conjunto das condies exigidas para que o sujeito possa tornar-se titular de Direitos e Obrigaes no campo do Direito Penal. Nesse sentido, distinguem-se Capacidade Penal e Imputabilidade.Um imputvel pode no ter Capacidade Penal se passa a sofrer de doena mental aps o delito.

    Os mortos, entes inanimados e animais no possuem Capacidade Penal, podendo apenas ser Objetoou Instrumento do crime.

    5 - Sujeito Passivo do Crime

    o titular do bem jurdico lesado ou ameaado pela conduta criminosa.

    Duas so as espcies do Sujeito Passivo:

    a) Sujeito Passivo Formal=> o Estado, que, sendo o titular do mandamento proibitivo, lesado pela conduta do sujeito ativo;

    b) Sujeito Passivo Material=> o titular do interesse penalmente protegido, podendo ser pessoa fsica, jurdica, o Estado ou uma coletividade destituda de personalidade.

    6 - Objeto do crime

    tudo aquilo contra o que se dirige a conduta criminosa, podendo ser:

    a)objeto Jurdico=> o bem-interesse protegido pela lei penal (p. ex., vida, integridade fsica, honra, patrimnio, paz pblica etc.);

    Objeto Material=> a Pessoa ou Coisa sobre a qual recai a conduta criminosa.

    Crimes Omissivos so os crimes cometidos mediante omisso.

    Omisso a no realizao de um comportamento exigido quando o sujeito tem possibilidade de concretizar.

    Assim, a caracterizao da Omisso depende de:

    a) Dever de agir; b) Possibilidade de realizao da conduta.

    De acordo com o disposto no art. 13, 2, do Cdigo Penal, existe o dever de agir em trs casos distintos, a saber:

    a) Quando advm de um mandamento legal especfico (Dever Jurdico);

    b) Quando o agente, de outra maneira, tornou-se garantidor da no ocorrncia do resultado (Dever legal ou Contratual);

    c) Quando um ato precedente determina essa obrigao.

    Os Crimes Omissivos podem ser:

    a)Crimes Omissivos Prprios - so os crimes praticados com a simples Conduta negativa do agente, independentemente da produo de resultado posterior;

    b)Crimes Omissivos Imprprios ou Comissivos por Omisso- so os crimes em que o agente, mediante Omisso, permite a produo de um resultado. Ex.: a me que, pretendendo matar o filho, deixa de aliment-lo.

    IV - DOLO

  • 1 - Conceito

    Dolo=> a conscincia e vontade na realizao da conduta tpica.

    Ao se examinar a Conduta, verifica-se que, segundo a teoria finalstica, ela um Comportamento voluntrio, cuja finalidade o contedo da vontade do autor do fato, ou seja, o fim contido na ao, que no pode ser compreendida sem que se considere a vontade do agente. Toda ao consciente dirigida pela conscincia do que se quer e pela deciso de querer realiz-la, ou seja, pela vontade. A vontade o querer alguma coisa, e o Dolo a vontade dirigida realizao do tipo penal.

    II - FATO TPICO 1 - Conceitos:

    Em sentido formal qualquer ao legalmente punvel. Essa definio, entretanto, alcana apenas um dos aspectos do fenmeno criminal, a contradio do fato a uma norma de direito, ou seja, a sua ilegalidade como fato contrrio normal penal.

    Ex.: Artigo 121 do Cdigo Penal - Matar algum.

    Em sentido material aquela que tem em vista o bem protegido pela lei penal.

    Ex. O Estado tem o dever de velar pela paz interna, pela segurana e estabilidade coletiva diante dos conflitos inevitveis entre os interesses dos indivduos e os do poder constitudo.

    Em sentido analtico=> o fato tpico, ilcito e culpvel.

    O Fato Tpico o comportamento humano (positivo ou negativo) que provoca, em regra, um resultado, sendo previsto pela lei como infrao penal.

    Elementos do fato tpico:

    a)Conduta - toda ao humana

    ou omisso consciente e dirigida a uma finalidade; dolosa ou culposa - inobservncia do objeto. A princpio, pune-se apenas quando h vontade (dolo), porm, como exceo, pune-se quando no h vontade mas h negligncia.

    b)Nexo Causal - a relao de causa e efeito entre a conduta e o resultado;

    c)Resultado- a modificao do mundo exterior causada pela conduta.

    Exemplo: porte ilegal de arma.

    d)Tipicidade- a correspondncia exata, a adequao perfeita entre o fato natural, concreto e a descrio contida na norma penal incriminadora.

    Caractersticas:

    a) a tipicidade: fato + conduta + resultado

    b) a antijuridicidade (ou, mais adequadamente, ilicitude) - contrrio s normas jurdicas.

    V - CULPA

  • 1 - Conceito

    Culpa, em sentido estrito, a conduta voluntria, que produz resultado ilcito, no desejado, mas previsvel, e excepcionalmente previsto e que podia, com a devida ateno, ser evitado.

    A teor do art. 18, II, do CP, o crime diz-se culposo "quando o agente deu causa ao resultado por imprudncia, negligncia ou impercia".

    2 - Elementos:

    So elementos da Conduta:

    a) Conduta Voluntria=>o fato se inicia com a realizao voluntria de uma conduta de fazer ou no fazer. O agente no pretende praticar um crime nem quer expor interesses jurdicos de terceiros a perigo de dano. Falta, porm, com o dever de diligncia exigido pela norma. A conduta inicial pode ser positiva (p. ex., dirigir um veculo) ou negativa (p. ex., deixar de alimentar um recm-nascido);

    b) Inobservncia do Dever de Cuidado Objetivo Manifestada Atravs da Imprudncia => a todos, no convvio social, determinada a obrigao de realizar condutas de modo a no produzir danos a terceiros (cuidado objetivo). Se o agente no cumpriu com o dever de diligncia que um homem razovel e prudente teria observado, a conduta tpica, e o causador do resultado ser atuado com imprudncia, negligncia ou impercia.

    c) Previsibilidade Objetiva=> a possibilidade de anteviso do resultado;

    d) Ausncia de Previso => necessrio que o sujeito no tenha previsto o resultado. Se previu, agiu com Dolo no foi previsto pelo sujeito. Da falar-se que a Culpa a Impreviso do Previsvel.

    e)Resultado Involuntrio=>sem o resultado involuntrio (porque no previsto), no h que se falar em crime culposo;

    f)Tipicidade=>caracteriza-se quando o agente no observa o dever de cuidado objetivo que um homem razovel e prudente, nas mesmas circunstncias, teria observado.

    3 - Espcies de Culpa

    H duas espcies de culpa:

    a) Culpa Inconsciente=>o resultado no previsto pelo agente, embora previsvel. a culpa comum, que se manifesta pela imprudncia, negligncia ou impercia;

    b)Culpa Consciente=> o resultado previsto pelo sujeito, que levianamente espera que no ocorra ou que pode evit-lo. (DEFENSOR/RN/2006) 01. Sobre a aplicao da lei no tempo e no espao, o Cdigo Penal brasileiro adotou, respectivamente, as teorias da (do)

    (A) ubiqidade e do resultado. (B) ubiqidade e da ambigidade. (C) resultado e da ubiqidade. (D) atividade e da ubiqidade.

    Questes de Direito Penal comentadas por Daniel Keller

  • 1) Concurso formal de crimes aquele: a) que se concretiza mediante duas ou mais condutas, com dois ou mais resultados gerados por um s autor. b) que ocorre quando o agente, praticando uma s conduta, comete dois ou mais crimes. c) em que o agente estabelece uma forma de atuao, mas por razes alheias sua vontade, ele no ocorre como idealizado. d) em que concorrem vrias pessoas para a prtica de um s ato delitivo.

    Resposta: B Comentrio: De acordo com o artigo 70 do Cdigo Penal, ocorre o concurso formal de crimes quando o agente pratica uma nica ao ou omisso (uma nica conduta), produzindo, no entanto dois ou mais crimes idnticos ou no. Exemplo: A atira contra B vindo a ofender, porm, B e C.

    2) O Princpio da Legalidade tambm denominado de a) Reserva Legal. b) Common Law. c) Analogia Legal. d) Liberdade Legal.

    Resposta: A Comentrio: O Principio da Legalidade tambm denominado de Principio da Reserva Legal. Do aludido principio se ocupa o artigo 5, XXXIX, da Constituio Federal, dispondo que no h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia cominao legal. A mesma norma limitadora encontra-se esculpida no artigo primeiro do Cdigo Penal Brasileiro.

    3) Nos crimes de mera conduta, o legislador s descreve o comportamento do agente, no havendo resultado naturalstico. Tal assertiva a) correta, mas somente aplicvel aos delitos materiais. b) parcialmente correta. c) equivocada diante da classificao dos crimes. d) absolutamente correta.

    Resposta: D Comentrio: O crime material ou de resultado descreve uma conduta cujo resultado integra o prprio tipo penal, isto , para sua consumao indispensvel a produo de um dano efetivo. O fato se compe de conduta humana e da modificao do mundo exterior por ela operada. A no-ocorrncia do resultado caracteriza a tentativa. Nos crimes materiais a ao e o resultado so cronologicamente distintos. O crime formal tambm descreve um resultado, que, contudo, no precisa verificar-se para ocorrer a consumao. Basta a ao do agente e a vontade de concretizar-lo, configuradoras do dano potencial. Afirma-se que no crime formal o legislador antecipa a consumao, satisfazendo-se com a simples ao do agente. Distingue-se do crime formal o crime de mera conduta (objeto da presente questo), no qual o legislador descreve somente o comportamento do agente, sem se preocupar com o resultado naturalstico (desobedincia, invaso de domicilio).

    4) Os crimes omissivos imprprios so a) de conduta mista. b) comissivos por omisso. c) comissivos propriamente ditos. d) puramente omissivos.

    Resposta: B Comentrios: No crime omissivo imprprio ou comissivo por omisso, a omisso o meio atravs do qual o agente produz um resultado.

  • Nestes crimes, o agente (garantidor) responde no pela omisso simples, mas pelo resultado decorrente desta, a que estava, juridicamente, obrigado a impedir. o exemplo da omisso praticada pelo salva-vida que acaba ocasionando a morte de banhista na praia. Neste caso o Salva vidas no responder pelo Crime de Omisso de Socorro (Omisso Prpria) mas por Homicdio consumado. Neste sentido dispe o pargrafo segundo do artigo 13 do Cdigo Penal que define: A omisso penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O Dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigao de cuidado, proteo ou vigilncia; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrncia do resultado.

    5) Por iter criminis compreende-se o conjunto de a) atos de execuo do delito. b) atos preparatrios antecedentes ao delito. c) atos de consumao do delito. d) fases pelas quais passa o delito.

    Resposta: D Comentrios Iter Criminis (Caminho do Crime) so as fases pelas quais o delito se desenvolve na mente humana a sua conseqncia no mundo exterior. So elas: a) cognio, a ideao criminosa; b) Atos preparatrios; c) Atos de Execuo; e d) consumao.

    6) A calnia consiste em imputar a algum, falsamente, fato a) ofensivo sua reputao. b) definido como crime. c) que ofenda dignidade ou o decoro. d) que sabe no ter ele cometido.

    Resposta: B Comentrios O Artigo 137 do Cdigo Penal define calunia como a conduta de caluniar algum, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. 7) Assinale a alternativa correta. a) Entende-se em legtima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessrios, repele injusta agresso, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. b) Entende-se em legtima defesa quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que no provocou por sua vontade nem poderia de outro modo evitar, direito prprio ou alheio, cujo sacrifcio, nas circunstncias, no era razovel exigir-se. c) Entende-se em legtima defesa o cnjuge que, desconfiado da fidelidade do outro, mata-o para defender sua honra. d) Entende-se em legtima defesa quem pratica o crime impelido por razes de ordem moral, religiosa ou social.

    Resposta: A Comentrio: A alternativa correta a letra A isto porque invoca o conceito legal de legitima defesa definido pelo artigo 25 do Cdigo Penal que determina Entende-se em legitima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessrios, repele injusta agresso, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. A alternativa B est incorreta porque constitui na conduta do agente que age em Estado de Necessidade em virtude da existncia de um perigo atual, conforme dispe o artigo 24 do Cdigo Penal.

    8) Joo subtrai uma furadeira pertencente a seu vizinho Jos, sem que este saiba disto, com o intuito de us-la para pendurar um quadro na sala de sua casa, devolvendo-a intacta, minutos depois, no mesmo lugar. Jos descobre tal fato. Na hiptese, ocorreu a) apropriao indbita art. 168, caput, do Cdigo Penal. b) furto simples art. 155, caput, do Cdigo Penal. c) furto de uso, que fato atpico. d) roubo simples art. 157, caput, do Cdigo Penal.

  • Resposta: C Comentrio O Furto de uso constitui figura atpica. Para configurao do furto de uso necessrio que a retirada da res furtiva da esfera da vigilncia do proprietrio seja rpida ou momentnea, sem efetivo prejuzo, com restituio no estado em que antes se encontrava

    9) Henrique furtou a bicicleta de Carlos. Aps alguns dias, envergonhado de tal ato, Henrique compra outra bicicleta nova e a restitui a Carlos. Nesta hiptese, a) a pena imposta a Henrique dever se situar no patamar mnimo, sem qualquer diminuio. b) a pena imposta a Henrique ser reduzida de um a dois teros, diante do arrependimento poste- rior. c) Carlos poder perdoar Henrique e este no ser processado por crime de furto. d) a ao penal s poder ser proposta com a representao de Carlos.

    Resposta: B A alternativa B est correta tendo em vista que a conduta narrada no enunciado da questo se adqua ao instituto do Arrependimento Posterior. Dispe o artigo 16 do Cdigo Penal Nos crime cometidos sem violncia ou grave ameaa pessoa, reparado o dano ou restituda a coisa, at o recebimento da denuncia ou da queixa, por ato voluntrio do agente, a pena ser reduzida de um a dois teros A Ao Penal cabvel ao crime de furto publica incondicionada (art. 100) (legitimidade do Ministrio Pblico para propor ao penal independente de qualquer condio), salvo na hiptese do artigo 182 (furto cometido em prejuzo do cnjuge desquitado ou judicialmente separado, irmo legitimo ou ilegtimo, de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita). Desta forma no existe a possibilidade de perdo judicial da vitima ou necessidade de representao da mesma.

    10) Quando o agente, mediante mais de uma ao ou omisso, pratica dois ou mais crimes, idnticos ou no, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido". Trata-se de a) concurso material. b) concurso formal. c) crime continuado. d) cmulo material/formal.

    Resposta: A Comentrios Ocorre o concurso material quando o agente, mediante mais de uma ao ou omisso, pratica dois ou mais crimes, idnticos ou no, hiptese em que as penas so aplicadas cumulativamente (artigo 69 do Cdigo Penal). Na primeira hiptese, fala-se de concurso homogneo (ex. vrios furtos); na segunda, de concurso heterogneo, porque diversos os crimes (ex. furto, homicdio)

    11) O Cdigo Penal, em relao aplicao da Lei Penal no tempo, determina a a) retroatividade da lei posterior mais benigna desde que o fato ainda no tenha transitado em julgado. b) retroatividade irrestrita da lei posterior mais benigna. c) retroatividade irrestrita apenas no caso de Abolitio Criminis. d) irretroatividade para os fatos j transitados em julgado. Resposta: B Comentrios A alternativa A est incorreta. A retroatividade da lei penal mais benigna absoluta e irrestrita, atingindo inclusive os fatos j transitados em julgado o que determina o pargrafo nico do artigo 2 do Cdigo Penal: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado A alternativa C falha ao restringir a abolio do crime como nica forma de retroatividade irrestrita, quando, em verdade, o artigo segundo estende a aplicao do principio a todas as formas de favorecimento legal ao agente que pratica a conduta.

    12) Ulisses seqestrou a adolescente Penlope com o fim de obter certa quantia como resgate, levando-a para o

  • Estado do Rio. Uma semana aps, Ulisses descobriu que seqestrara a pessoa errada e que Penlope era moa pertencente a famlia muito pobre. Diante disto, espontaneamente, libertou Penlope, ilesa, sem nada receber. Ocorre que, enquanto Ulisses mantinha Penlope privada de sua liberdade, outra lei entrou em vigor, dispondo de modo mais severo quanto punio do crime. Assinale a alternativa incorreta. a) A lei posterior ser aplicada no caso narrado, pois "extorso mediante seqestro" crime permanente. b) O fato praticado por Ulisses tipifica-se como crime impossvel. c) No caso, no ser aplicada a lei mais severa, pois a Constituio somente admite a retroatividade de lei posterior mais benfica. d) De acordo com o Cdigo Penal, Ulisses responder por tentativa de "extorso mediante seqestro".

    Resposta: A Comentrios A alternativa A est correta porque recentemente, o Supremo Tribunal Federal editou a sumula 711 com o seguinte contedo: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigncia anterior cessao da continuidade ou da permanncia Crime permanente aquele crime cuja consumao se alonga no tempo, dependente da atividade do agente, que poder cessar quando este quiser (crcere privado, seqestro) No caso em destaque, tendo em vista que a Extorso Mediante Seqestro crime permanente, na sucesso de leis penais durante a permanncia delitiva no se aplica os benefcios da retroatividade da lei penal mais benfica. 13) No tocante ao tema da imputabilidade penal, o Cdigo Penal Brasileiro considerou que os menores de dezoito anos so penalmente inimputveis, ficando sujeitos s normas estabelecidas na legislao especial. Tal assertiva a) passvel de contra-argumentao. b) incorreta. c) correta. d) passvel de interpretao analgica.

    Resposta: C Comentrios: A alternativa C est correta tendo em vista que a questo invoca o artigo 27 do Cdigo Penal que determina Os menores de 18 anos so penalmente inimputveis, ficando sujeitos s normas estabelecidas na legislao especial

    14) De acordo com o art. 15 do Cdigo Penal, o agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execuo ou impede que o resultado se produza, s responde pelos atos j praticados. Diante disto, possvel dizer que a) s h tentativa quando, tendo o agente iniciado a execuo do crime, ele no se consuma por circunstncias alheias sua vontade. b) a desistncia voluntria e o arrependimento eficaz constituem causas de diminuio de pena. c) o critrio de reduo da pena da tentativa no crime de roubo deve obedecer aos critrios acima aduzidos. d) ocorre desistncia voluntria quando o criminoso percebe que o alarme foi detonado e foge.

    Resposta: A Comentrios A alternativa A est correta tendo em vista que so requisitos da tentativa o inicio da execuo do crime e sua no consumao por circunstancia alheia a vontade do agente (artigo 14, II do Cdigo Penal) A desistncia voluntrio e o arrependimento eficaz no constituem causas de diminuio da pena, diferente da legitima defesa onde a consumao do crime no se caracteriza por circunstancias alheias a vontade do agente, nesses dois institutos a consumao no ocorre em virtude da ao do prprio agressor que voluntariamente desiste de continuar com a conduta criminosa, ou se arrepende logo aps iniciar a execuo, evitando o resultado. De acordo com o artigo 15 do Cdigo Penal, a desistncia voluntria e o arrependimento eficaz modificam a tipicidade do delito, tendo em vista que o agente deixa de responder pela sua finalidade mas pelo resultado que causou. (Ex. Se A atira em B com inteno de matar, mas se arrepende levando B a um hospital, responder somente por leses corporais caso o resultado morte no se concretize)

  • 15) Anaxgoras, com a inteno de seqestrar o filho de seu patro para obter vantagem monetria como preo do resgate, compra cordas, furta um carro e arruma o local que serviria como cativeiro. Dois dias antes de efetivar seu intento, seus planos so descobertos. Diante destes fatos, Anaxgoras a) no responder por qualquer crime. b) responder apenas por furto consumado. c) responder apenas por tentativas de extorso mediante seqestro e tentativa de furto. d) responder por furto e extorso mediante seqestro consumado.

    Resposta: B Comentrios A conduta de comprar cordas, furtar um carro a arrumar o local que serviria de cativeiro constituem Atos Preparatrios do crime finalidade de Anaxgoras (artigo 159 do Cdigo Penal Extorso Mediante Seqestro). Pela regra geral do Cdigo Penal (artigo 31) os atos preparatrios de um crime so impunveis, necessrio que o agente pelo menos inicie a execuo para que se configure a responsabilidade criminal pela conduta. ( interessante ressaltar que o principal requisito da tentativa alm da inexistncia de consumao o inicio da execuo, que no direito penal significa o inicio da prtica da conduta descrita no tipo penal) A referida norma admite exceo quando o prprio ato preparatrio por si s j constitui a pratica de um crime. Exemplo se A falsifica documento publico para praticar o crime de usurpao de funo publica, mas no inicia a execuo do seu crime fim, poder responder pelo seu crime meio (nesse caso ato preparatrio para pratica do crime de Usurpao) Na questo em destaque o furto, ato preparatrio, constitui crime independente da finalidade delitiva do agente. Desta forma, mesmo que Anaxgoras no responda pela extorso (por no ter iniciado a execuo deste delito) responder pelo crime meio que executou.

    16) O crime de rixa tem o tipo qualificado quando ocorre o resultado morte ou leso corporal de natureza grave. Assim, em relao ao participante que sofreu a leso corporal grave, pode-se afirmar que a) no responde por nenhum crime. b) responde pela rixa de crimes, tipificada no caput. c) isento de pena. d) responde pela rixa qualificada como os demais participantes.

    Resposta: D Comentrios. Os participantes da rixa so ao mesmo tempo sujeitos ativos e passivos uns em relaes aos outros. O fato de tratar-se de crime de concurso necessrio, caracteriza-se pela pluralidade de participantes, cujo numero nunca poder ser inferior a trs. Participante, como regra, ser todo aquele que estiver presente no lugar e no momento da rixa e entrar diretamente no conflito ou auxiliar qualquer dos contendores. Desta forma, o resultado agravado (leses corporais graves) recair sobre todos os que dela tomaram parte, inclusive sobre eventuais desistentes. O participante que sofrer a leso tambm incorrer em pena de rixa agravada em razo do ferimento que ele prprio recebeu. No punio pelo mal que sofreu, mas pela participao na rixa, cuja gravidade representada exatamente pela leso que o atingiu.

    17) O funcionrio pblico que exige de um indivduo contribuio social, que sabe indevida, comete crime de a) peculato. b) concusso. c) excesso de exao. d) corrupo ativa.

    Resposta: C Comentrios De acordo com o pargrafo primeiro do artigo 316 constitui Excesso de Exao o funcionrio publico que exige tributo ou contribuio social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido emprega na cobrana meio vexatrio ou gravoso, que a lei no autoriza.

    18) Constitui causa de diminuio de pena prevista na Parte Geral do Cdigo Penal, a) o crime impossvel. b) o arrependimento posterior.

  • c) a desistncia voluntria. d) o arrependimento eficaz.

    Resposta: B Comentrios A alternativa A incorreta tendo em vista que o crime impossvel exclui a prpria tipicidade da conduta. (artigo 17) A alternativa C e D so incorretas porque no diminuem a pena. Imputam ao agente a responsabilidade do resultado causado em virtude do inicio da execuo do delito que no se consumou por sua prpria vontade. (artigo 15) O arrependimento posterior por sua vez reduz a pena em 1/3 a 2/3, conforme determina o artigo 16 do Cdigo Penal. 19) Assinale a alternativa em que so apontados os crimes contra a administrao pblica, praticados por funcionrio pblico. a) Corrupo ativa, contrabando ou descaminho e trfico de influncia. b) Concusso, peculato e prevaricao. c) Facilitao de contrabando e descaminho, violncia arbitrria e usurpao de funo pblica. d) Corrupo passiva, violao de sigilo funcional e desacato.

    Resposta: B Comentrios Concusso (artigo 316), Peculato (artigo 312), prevaricao (artigo 319), facilitao de contrabando e descaminho (artigo 318), violncia arbitrria (artigo 322) e violao de sigilo funcional (artigo 325) so delitos definidos pelo cdigo penal como crimes praticados por funcionrio pblico contra a administrao em geral. Corrupo Ativa (artigo 333), contrabando ou descaminho (artigo 334), trafico de influencia (artigo 332), usurpao de funo pblica (328) e desacato (artigo 331) so delitos definidos pelo Cdigo Penal como crime praticados por particular contra administrao publica em geral.

    20) Paulo, funcionrio pblico, concorre culposamente para a apropriao de dinheiro proveniente dos cofres pblicos, mas restitui antes da sentena penal irrecorrvel. Diante de tal fato, ter a) extinta a punibilidade. b) praticado crime de corrupo, sem diminuio de pena. c) a pena reduzida de um a dois teros. d) a pena reduzida de metade.

    Resposta: A Comentrios Dispe o pargrafo terceiro do artigo 312 que no caso de Peculato Culposo, a reparao do dano antes da sentena irrecorrvel extingue a punibilidade.

    Comentrios:

    Para a aplicao da lei no tempo, existem trs teorias: 1. Teoria da Atividade: considera-se praticado o delito no momento da ao ou admisso. 2. Teoria do Resultado: segundo a qual foi o tempo do crime quando da ocorrncia do resultado; 3. Teoria Mista ou da Ubiquidade: mais ampla, estabelecendo o tempo de crime quando da ao, da omisso ou do resultado. Ao dispor sobre a lei penal no tempo, nosso Cdigo Penal adotou uma dessas teorias, dispondo: Art. 4. Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado. Logo, verifica-se que adotou-se a teoria da atividade. J para a aplicao da lei no espao, aplica-se a teoria da ubiquidade: "Art. 6. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado." Essa distino bastante importante. Vejamos um exemplo prtico: Austragsilo se dirige aos Estados Unidos para enviar e-mail que calunia Breugesliso. Apesar de o crime ter sido praticado em territrio estrangeiro,

  • tanto o juiz do local da ao como do resultado podem processar e julgar a infrao cometida no exterior. Assim, marcamos a alternativa "D"

    QUESTO COMENTADA - A Lei Penal no Tempo (OAB 03/2007 - Cespe/UnB)

    Sobre a aplicao da lei penal e da lei processual penal, assinale a opo INCORRETA. a) Os atos processuais realizados sob a vigncia de lei processual anterior so considerados vlidos, mesmo aps a revogao da lei. b) As normas processuais tm aplicao imediata, ainda que o fato que deu origem ao processo seja anterior entrada em vigor dessas normas. c) O dispositivo constitucional que estabelece que a lei no retroagir, salvo para beneficiar o ru, aplica-se lei penal e lei processual penal. d) Lei penal que substitua outra e que favorea o agente aplica-se aos fatos anteriores sua entrada em vigor, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

    GABARITO: Alternativa C. O princpio da irretroatividade in pejus ou, como preferem alguns doutrinadores, da retroatividade benfica, est previsto no inciso XL do art. 5 da CF: A lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru.

    Assim sendo, uma lei penal no poder voltar no tempo para alcanar fatos praticados antes de sua vigncia, salvo se de qualquer forma beneficiar seu autor, seja abrandando a pena, seja desconsiderando uma circunstncia qualificadora etc.

    A aplicao ftica deste princpio constitucional e de sua exceo segue as possibilidades de alterao legislativa, que do causa a um conflito de normas, sendo elas as denominadas abolitio criminis, novatio legis incriminadora, novatio legis in mellius e novatio legis in pejus, analisadas no estudo da aplicao da lei penal no tempo, segundo o qual se uma lei entrar em vigor aps a prtica de uma infrao e dispuser de forma mais favorvel ao acusado, ela ser aplicada mesmo aps a ocorrncia de tal delito, ou seja, seus efeitos tm o condo de voltar no tempo para beneficiar o autor do fato. Por lado inverso, entrando em vigor uma lei nova, mais severa, continuar sendo aplicada a lei anterior para os fatos praticados antes da vigncia da nova lei mesmo aps sua revogao - a chamada ultratividade da lei penal (mesmo revogada, a lei antiga mais benfica continua sendo aplicada aos fatos ocorridos em sua vigncia). Desta forma, em havendo conflito de aplicao de leis no tempo, sempre ser aplicada a lei mais favorvel ao autor do fato.

    Todavia, as leis que regulam o Direito Processual Penal no seguem os mesmos princpios. Neste caso, a partir da vigncia da lei nova, essa passa a regular os atos processuais, permanecendo vlidos os j praticados, mesmo para procedimentos referentes a ilcitos praticados em tempo anterior.

    De acordo com a jurisprudncia dominante: Tratando-se de norma de carter processual, como a relativa competncia, sua aplicao no pode abranger fato definitivamente julgado antes de seu advento. No h falar, na hiptese, em retroatividade de lei mais benigna (STF RT 548/411). E continua: O princpio da exigncia de anterioridade da lei em relao ao crime e pena no se estende s normas de processo e de execuo, em relao s quais vigora a regra da anterioridade da lei frente ao ato processual, no ao fato criminoso (STJ RSTJ 73/53). Importante salientar que existem excees para as leis processuais que possuem uma carga penal, p. ex., lei que fixa pena e lei que modifica a extino de punibilidade. So as denominadas normas mistas.

    Alternativas A e B: CORRETAS. Considerando o comentrio anterior acerca das leis processuais penais.

    Alternativa D: CORRETA. Nos termos do pargrafo nico do art. 2 do CPB: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado (grifos nossos).