30
1 REDUÇÃO DA LIMITAÇÃO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM CURSO D’ÁGUA: CONSEQUENTE REDUÇÃO DO VOLUME. REDUCTION OF CONSERVATION AREA LIMITED IN PERMANENT WATERCOURSE: CONSEQUENTIAL VOLUME Antônio Marcelio Durães Gonçalves Aluno do Curso de Direito, graduando na Faculdades Integradas Promove de Brasília no ano de 2016. Resumo: Segundo o dispositivo legal do Código Florestal, foi um retrocesso ao meio ambiente, em especial os rios, no art. 4º, I que reduz o marco inicial das Áreas de Preservação Permanente, dos rios e lagos, assim ferindo os princípios: precaução, prevenção e proibição do não retrocesso na proteção do meio ambiente. Será uma abordagem de pesquisa qualitativa com o foco no estudo legal que envolva as áreas de preservação permanente no Brasil. Este trabalho, especificamente, tem por intuito analisar as previsões jurídicas das Áreas de Proteção Permanente. Para tal, será feito um levantamento bibliográfico de estudos especializados no assunto com os registros de documentos disponíveis decorrentes de pesquisas anteriores, em fontes impressas, tais como livros, artigos, revistas, teses, jornais, documentos legais, etc. Assim, este trabalho visa demonstrar como a legislação prevê o marco reduzido da APP, no caso específico há uma consequente diminuição de volume de cursos d’água. Portanto, busca-se entender se a Área de Proteção Permanente deverá se adequar aos cursos d’água com um volume razoável no período de seca. A Lei evidencia um perigo para a população, pois desrespeita o mínimo essencial para a sadia qualidade de vida prevista na Constituição Federal, assim, prejudicará o homem e todos os ecossistemas nacionais. Palavras-chave: água, área de preservação permanente, volume reduzido. Abstract: According to the legal provisions of the Forest Code, it was a throwback to the environment especially rivers in art. 4, I, which reduces the initial framework of the Permanent Preservation Areas, rivers and lakes, thus hurting the principles: precaution, prevention and not kick prohibition on environmental protection. It will be a qualitative research approach, with the focus on legal study involving the permanent preservation areas in Brazil. Specifically, this study is meant to examine the legal forecasts of Permanent Protection Areas. This will made a literature of specialized studies on the subject, with the document records available, arising from previous research, in printed sources such as books, articles, journals, dissertations, newspapers, legal documents, etc. This work aims to demonstrate how the legislation provides for the reduced framework of APP in the specific case there is a resulting decrease in the volume of water courses. Therefore, we seek to understand the Permanent Protection Area should fits to water courses with a reasonable volume in the dry season. The Law presents a danger to the community because disrespects the minimum essential to a healthy quality of life provided for in the Federal Constitution thus harm the man and all national ecosystems Keywords: water, perment preservation area, reduced volume. Sumário: Introdução 1. Evolução histórica das Leis e Decretos Florestais; 1.1 Decreto nº 4.421 de dezembro de 1921; 1.2 Código Florestal de 1934; 1.3 Código Florestal de 1965; 1.4 Código Florestal de 2012; 2. Dos Princípios; 2.1. Princípio da Prevenção; 2.2. Princípio da Precaução; 2.3. Princípio da proibição do retrocesso na proteção do meio ambiente; 3. Águas; 4. Áreas de Presevação Permanentes; 4.1 Tipos de Áreas de Preservação Permanentes; 4.1.1. Nascentes e olhos d’água; 4.1.2. Reservatórios artificiais e para geração de energia elétrica; 4.1.3.Áreas com declividade superior a 45º; 4.1.4. Áreas de restingas e os manguezais; 4.1.5

REDUÇÃO DA LIMITAÇÃO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM ...nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/... · publicacaooriginal-91264-pl.html> Acesso em 31

  • Upload
    lamdang

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

REDUÇÃO DA LIMITAÇÃO DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM CURSO D’ÁGUA: CONSEQUENTE REDUÇÃO DO VOLUME. REDUCTION OF CONSERVATION AREA LIMITED IN PERMANENT WATERCOURSE: CONSEQUENTIAL VOLUME

Antônio Marcelio Durães Gonçalves Aluno do Curso de Direito, graduando na Faculdades Integradas Promove de Brasília no ano de 2016.

Resumo: Segundo o dispositivo legal do Código Florestal, foi um retrocesso ao meio ambiente, em especial os rios, no art. 4º, I que reduz o marco inicial das Áreas de Preservação Permanente, dos rios e lagos, assim ferindo os princípios: precaução, prevenção e proibição do não retrocesso na proteção do meio ambiente. Será uma abordagem de pesquisa qualitativa com o foco no estudo legal que envolva as áreas de preservação permanente no Brasil. Este trabalho, especificamente, tem por intuito analisar as previsões jurídicas das Áreas de Proteção Permanente. Para tal, será feito um levantamento bibliográfico de estudos especializados no assunto com os registros de documentos disponíveis decorrentes de pesquisas anteriores, em fontes impressas, tais como livros, artigos, revistas, teses, jornais, documentos legais, etc. Assim, este trabalho visa demonstrar como a legislação prevê o marco reduzido da APP, no caso específico há uma consequente diminuição de volume de cursos d’água. Portanto, busca-se entender se a Área de Proteção Permanente deverá se adequar aos cursos d’água com um volume razoável no período de seca. A Lei evidencia um perigo para a população, pois desrespeita o mínimo essencial para a sadia qualidade de vida prevista na Constituição Federal, assim, prejudicará o homem e todos os ecossistemas nacionais.

Palavras-chave: água, área de preservação permanente, volume reduzido.

Abstract: According to the legal provisions of the Forest Code, it was a throwback to the environment especially rivers in art. 4, I, which reduces the initial framework of the Permanent Preservation Areas, rivers and lakes, thus hurting the principles: precaution, prevention and not kick prohibition on environmental protection. It will be a qualitative research approach, with the focus on legal study involving the permanent preservation areas in Brazil. Specifically, this study is meant to examine the legal forecasts of Permanent Protection Areas. This will made a literature of specialized studies on the subject, with the document records available, arising from previous research, in printed sources such as books, articles, journals, dissertations, newspapers, legal documents, etc. This work aims to demonstrate how the legislation provides for the reduced framework of APP in the specific case there is a resulting decrease in the volume of water courses. Therefore, we seek to understand the Permanent Protection Area should fits to water courses with a reasonable volume in the dry season. The Law presents a danger to the community because disrespects the minimum essential to a healthy quality of life provided for in the Federal Constitution thus harm the man and all national ecosystems

Keywords: water, perment preservation area, reduced volume.

Sumário: Introdução 1. Evolução histórica das Leis e Decretos Florestais; 1.1 Decreto nº 4.421 de dezembro de 1921; 1.2 Código Florestal de 1934; 1.3 Código Florestal de 1965; 1.4 Código Florestal de 2012; 2. Dos Princípios; 2.1. Princípio da Prevenção; 2.2. Princípio da Precaução; 2.3. Princípio da proibição do retrocesso na proteção do meio ambiente; 3. Águas; 4. Áreas de Presevação Permanentes; 4.1 Tipos de Áreas de Preservação Permanentes; 4.1.1. Nascentes e olhos d’água; 4.1.2. Reservatórios artificiais e para geração de energia elétrica; 4.1.3.Áreas com declividade superior a 45º; 4.1.4. Áreas de restingas e os manguezais; 4.1.5

2

Borda de tabuleiro; 4.1.6 Áreas de topos e morro; 4.1.7 Áreas de veredas; 5. Agricultura; 6. Desmatamento feito por Madeireiros; 7. Outros fatores que influenciam a redução de água; 8. Direitos de Terceira Geração; 8.1. Direitos Difusos; 8.2. Direito Coletivo; 8.3. Direito individuais homogêneos; 9. As Ações Diretas de Inconstitucionalidades no Novo Código Florestal; 9.1. ADI 4903;Considerações finais; Referências Bibliográficas.

3

Introdução

O tema, redução da limitação da áreas de preservação permanentes em curso d’água, pode

ter, como consequência, a redução do volume nos rios e lagos. Assim, visa conscientizar o

leitor de que os órgãos governamentais falam muito em sustentabilidade, porém o nosso novo

Código Florestal fragilizou em relação à legislação anterior, principalmente em áreas de

preservação permanentes (APPs).

Nos últimos anos, vimos grandes cidades, até mesmo Estados ou Regiões, com a falta de

água como São Paulo, Região Metropolitana de Belo Horizonte e a Região Nordeste. Será que

nós estamos contribuindo para a sustentabilidade, ou estamos correndo o risco de faltar água

para a população brasileira?

Na crise hídrica de São Paulo, os analistas entrevistados pelos canais de comunicações

falavam que o governo não havia feito obras para captar água, porém não analisava, do ponto

de vista ambiental, que a melhor forma de produzir água é a preservação das nascentes,

proteção dos mananciais, manutenção florestal próxima desses afloramentos e, também,

margens dos rios que são uma das maneiras econômicas eficázes.

O conceito de sustentabilidade1 está ligado a três dimensões: Ambiental, Econômico e

Social. Sendo assim, o homem usa o solo para plantar gerando alimentos para seu sustento; a

partir daí, o que sobra é comercializado gerando riqueza. Essa mesma riqueza contribui para

desenvolvimento social e cultural. Portanto, é importante um meio ambiente equilibrado, haja

vista que, uma crise de um recurso natural, poderá gera conflitos, como uma guerra, e até

dizimar uma população.

A Área de Preservação Permanente, segundo a Lei Federal nº 12.651/2012, é toda aquela

constante em seus artigos 4º, 5º e 6º da referida lei, coberta ou não por vegetação nativa, com

a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a

biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das

populações humanas.2

A Constituição Federal em seu artigo 225 aduz que “todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de

1 BRASIL. Brasil Sustentável . Disponível em: <http://www.brasilsustentavel.org.br/sustentabilidade> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016 2BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016

4

vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo paras

as presentes e futuras gerações”,3 a garantia deste direito, sendo que o nosso legislador não

tomou os devidos cuidados no momento de sua elaboração. Portanto, o direito ao meio

ambiente é um direito difuso que ultrapassa a individualidade da pessoa. Temos um direito

transindividual, não dá para mensurar a quem pertence, mas está atrelado a toda coletividade.

Dessa maneira, mostra que uma legislação pode gerar prejuízo ao bem estar da sociedade

atual e futuras gerações.

O Código o Florestal foi questão de muitas controvérsias entre ruralistas e ambientalistas.

Como os ruralistas são formados por grandes produtores, venceram a batalha legislativa frente

aos ambientalistas, pois estes são formados, na maioria, por pessoas com ideais ambientais e

que não tem elevado poder econômico. Assim, favoreceu o ruralista reduzindo o marco legal

das áreas de preservação permanente. Com isso, algumas áreas, até então, eram protegidas,

mas poderão ser desmatadas sem incorrer nos crimes ambientais.

Dentro desse contexto, fazer um levantamento histórico das legislações dos Códigos

Florestais anteriores, e no atual, analisa os aspectos referentes ao tema e traça um paralelo

mostrando que a novo dispositivo legal reduziu, significativamente, o marco da área de

preservação permanente que, no Código anterior, tinha como marco inicial ao “longo dos rios

ou de qualquer curso d´água desde o seu nível mais alto em faixas marginais.”

Já no atual Código, o seu marco inicial começa nas “faixas marginais de qualquer curso

d´água natural perene e intermitente, excluído os efêmeros, desde a borda da calha do leito

regular”. Com isso, gerou um prejuízo para o meio ambiente prejudicando a sustentabilidade,

assim, as áreas de preservação permanentes, dependendo do rio, poderão ser dentro da calha,

haja vista uma redução no período da seca.

Portanto, se continuarmos reduzindo as florestas que protegem os rios, e com a

diminuição do volume, poderá faltar água para os seres humanos e florestas para os animais

nas próximas décadas.

3Brasil. Constituição Federal/1988 disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil-03/constituicao/constituicaocompilado.htm>Acesso em: 28 outubro 2015.

5

1. Evolução histórica das Leis e Decretos Florestais

1.1 Decreto nº 4.421 de dezembro de 1921

O decreto nº 4.4421/1921 foi o primeiro que tratou do Serviço Florestal do Brasil,

portanto, o decreto não tratou da área de preservação permanente (APP), mas em seu artigo 4º

mencionou sobre as florestas protetoras.4

A proteção das florestas começa com definição em regime federal para a proteção das

florestas brasileiras, assim sendo criou o Serviço Florestal do Brasil, que tinha incumbência

era o Ministério da Agricultura. Portanto, naquele momento começa a ter uma visão para o

manejo sustentável das florestas brasileiras.

1.2 Código Florestal de 1934

O Decreto nº 23.793 de 23 de janeiro de 1934 não tratou das áreas de preservação

permanentes, porém, em seu artigo 4º, menciona as áreas consideradas florestas protetoras

que tinham a função de conservar as aguas e áreas especialmente protegidas. 5

1.3 Código Florestal de 1965

O Código Florestal de 1965 definia área de preservação permanente no seu artigo 2º do

diploma legal ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o nível mais alto em faixa

marginal. 6

4Art. 4º O Governo expedirá regulamento para conservação, melhoramento, formação e guarda das florestas protetoras do domínio da União. Brasil Decreto Nº 4.421, de 28 de dezembro de 1921disponível em <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1920-1929/decreto-4421-28-dezembro-1921-567912-publicacaooriginal-91264-pl.html> Acesso em 31 de janeiro de 2016.

5 Art. 4º Serão consideradas floresta protetoras as que, por sua localização, servirem conjunta ou separadamente para qualquer dos fins seguintes: a) Conservar o regímen das aguas; b) Evitar a erosão das terras pela acção dos agentes naturaes; c) Fixar dunas; d) Auxiliar a defesa das fronteiras, de modo julgado necessário pelas autoridades militares; e) Assegurar condições de salubridade publica; f) Proteger sítios que por sua beleza mereçam ser conservados; g) Asilar esecimens raros de fauna indígena. BRASIL. Código Florestal de 1934: Decreto n° 23.791 de 23 de Janeiro de 1934. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/d23793.htm> Acesso em: 31 de janeiro de 2016. 6Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: 1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;

6

Assim, a preservação abrangia uma área maior e garantia que a margens dos rios fossem

preservados. Ali, nas cheiras, ficavam grandes lagoas os quais são berços para a desova de

peixes e propicia o aumento dos números de animais aquáticos. Aduz o artigo 3º que

considera-se, ainda, de preservação permanente, quando assim declaradas por atos do Poder

Público, as florestas e demais formas de vegetação natural. 7

Há uma abrangência maior das áreas de preservação se o Poder Público considerar que

determinada área tem relevância ecológica; poderá declarar, por atos, ao invés de se fazer uma

lei, que leve um tempo maior para ser aprovada e publicada, assim, havia um ganho em

eficiência no âmbito ambiental. A alteração da redação dada pela Lei nº 7.803 de 1989 é

considerada a melhor para o meio ambiente, pois contemplava maior proteção, ou seja,

preconizava o princípio da prevenção e da precaução para prevenir e antecipar qualquer dano

ao meio ambiente.

3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. i) nas áreas metropolitanas definidas em lei. Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo. BRASIL. Código Florestal de 1965: Lei n° 4.771 de 15 de Setembro de 1965. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016 7 Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a) a atenuar a erosão das terras; b) a fixar as dunas; c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares; e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; h) a assegurar condições de bem-estar público. BRASIL. Código Florestal de 1965: Lei n° 4.771 de 15 de Setembro de 1965. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016

7

1.4 Código Florestal de 2012

A discussão central deste trabalho se debruça na alteração que Congresso Nacional fez no

novo Código Florestal vigorante. Com isso, uma das relevantes discussões que ocorre é sobre

as Áreas de Proteção Permanente e os cursos d’água.

Nesse sentido, os setores ambientalistas vêm criticando, profundamente, a redução dos

limites das APPs às margens de cursos d’água. O novo Código Florestal sugere a medição das

Áreas de Proteção Permanente a partir da calha regular dos rios, modificando a atual forma de

aferição que é a partir do leito maior do rio.8

Isso significa que agora não se tem parâmetros para a medição da calha regular dos rios,

como alguns rios da Amazônia. A variação no nível d’água chega a 20 quilômetros que é um

rio perene, assim, a área de preservação permanente será reduzida para 500 (quinhentos)

metros na sua margem; já os rios intermitentes, que secam nos períodos de estiagem; como

delimitar se sua APPs poderá está dentro do rio, além de eventos naturais, como a chuva que

altera o regime fluvial?

Dessa forma, essa discussão impede uma demarcação fluvial coerente que incida na

proteção real dos rios. A imposição legal dessa definição bastante abrangente não garante o

mínimo necessário para a conservação das APPs.

2. Dos Princípios

2.1. Princípio da Prevenção

O princípio da prevenção é um dos mais importantes do direito ambiental, pois visa

prevenir ocorrência de dano ambiental, se ocorrer, pode ser irreversível e irreparável.

8 Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200(duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros. BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016

8

Conforme o renomado autor, Celso Antônio Pacheco Fiorollo, “a prevenção e a

preservação devem ser concretizada, por meio de uma consciência ecológica, a qual deve ser

desenvolvida através de uma política de educação ambiental”.9

Como bem ensina, a prevenção é uma maneira de evitar acidentes ambientais e, se ocorrer

o dano, pode ser que jamais voltará o estado anterior, assim como a redução do marco da Área

de Preservação Permanente, o Código Florestal Lei nº 12.651 de 25 de maio de 2012 feriu o

princípio acima mencionado.10

Maria Luiza Machado Granziera, salienta que:

Com base no princípio da prevenção, havendo uma análise dos impactos que um determinado empreendimento possa causar ao meio ambiente, é possível, adotando-se medidas compensatórias e mitigatórias, e mesmo alterando-se o projeto em análise, se for o caso, assegurar a sua realização, garantindo-se os benefícios econômicos dele decorrentes, sem causar danos ao meio ambiente.11

Já para Antônio F. G. Beltrão, aduz que:

Consiste em um princípio basilar do direito ambiental pela simples constatação de que é bem mais eficiente e barato prevenir danos ambientais do que repará-los. Por exemplo, como reparar, a posteriori, a extinção de uma espécie da fauna ou flora? Como assegurar a saúde humana e do ambiente de uma região afetada por um vazamento nuclear? Como recuperar um lençol freático que abastece toda uma cidade após a sua contaminação por uma substância tóxica? 12

A prevenção é um importante princípio para o meio ambiente equilibrado que visa

prevenir ocorrência de determinado dano, assim, com cautela, garantir a sustentabilidade

ambiental.

2.2. Princípio da Precaução

A precaução é outro princípio que visa precaver da ocorrência de dano ambiental, caso o

dano ocorra, deverá adotar medidas para amenizarem os impactos ambientais.

De acordo com Maria Luiza Machado Granziera:

O termo precaução significa o que se faz por prevenção, para evitar qualquer mal; prudência, cautela. É medida antecipada que visa prevenir um mal. O

9 FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. – 15ª Ed. – . São Paulo: Saraiva. 2014, p.120. 10 BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maio de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 11 GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito Ambiental. – 3ª Ed. – São Paulo: Atlas 2014, p. 61. 12 BELTÃO, Antônio F. G. Direito ambiental. – 4ª Ed. – São Paulo: Método, 2013, p18.

9

princípio da precaução apresenta-se como o fulcro do direito ambiental. São seus elementos que compõem exatamente o que se chama de proteção ao meio ambiente, para as atuais e futuras gerações. 13

Na lição de Paulo de Bessa Antunes registra que:

Diversas áreas do conhecimento humano estão diretamente envolvidas nas questões ambientais e, por consequência, na legislação ambiental. E nem sempre a ciência pode oferecer ao Direito uma certeza quanto a determinadas medidas que devam ser tomadas para evitar esta ou aquela consequência danosa ao meio ambiente. Aquilo que hoje é visto como inócuo, amanhã, poderá ser considerado extremamente perigoso e vice-versa. 14

Assim, não há dúvida de que existe um retrocesso com o novo Código Florestal, o

legislador não foi prudente ao fazer uma Lei que pode prejudicar toda a sociedade brasileira.

Esse Código feriu os mais básicos princípios, portanto, deveria o Supremo Tribunal Federal

julgar a ação direta de inconstitucionalidade do artigo 4º, I que reduziu o marco da área de

preservação permanente deste Código.

2.3. Princípio da proibição do retrocesso na proteção do meio ambiente

O princípio da proibição do retrocesso na proteção em matéria de direito ambiental é um

importante mecanismo para evitar legislações que podem prejudicar o meio ambiente, assim,

devem os legisladores fazerem normas benéficas ao meio ambiente.

Nesse sentido, a renomada Maria Luiza Machado Granziera defende:

A manutenção das normas protetoras do meio ambiente, conforme estabelecido nos arts. 225 e 170 da Constituição Federal. O retrocesso consiste na norma que pode pôr em risco a proteção de um direito fundamental, que no caso do meio ambiente, vem sendo consolidado ao longo do tempo. 15

Para outro doutrinador, Rosenval Júnior Telesfor Costa, menciona que:

O principio do progresso ecológico ou da proibição do retrocesso ecológico, que tem o mesmo significado o não retrocesso. É inadmissível o recuo para níveis de proteção inferiores aos já consagrados, exceto se as circunstâncias de fato se alterarem significativamente, como no caso de calamidades púbicas. A proteção ambiental deve sempre avançar, a partir de um piso mínimo, aprimorando as leis e as políticas públicas em prol da melhoria e preservação do meio ambiente. 16

13 BELTÃO. Op. Cit., p. 62. 14 ANTUNES, Paulo de Bessa. Manual de direito Ambiental. – 6ª Ed. – São Paulo: Atlas 2015, p. 25. 15 GRANZIERA. Op. cit., p 73. 16 COSTA, Rosenval Júnior Telesforo. Direito Ambiental. – 22ª Ed. – Curitiba: Juruá 2014, p 50.

10

Portanto, esse princípio não está explicito na legislação nacional, mas já existem vários

doutrinadores mencionando como um princípio basilar do direito ambiental brasileiro que

visa evitar o retrocesso que já foi consolidado para proteção e preservação ambiental.

Os renomados autores comungam o mesmo entendimento, defendendo que o principio

evita o retrocesso na proteção do meio ambiente, deixando claro que normas posteriores não

podem retroceder e prejudicar o meio ambiente equilibrado.

3. Águas

A água é um bem precioso para sobrevivência dos seres que habitam o planeta terrestre. O

Brasil, no século XXI, começou a passar por crises hídricas; nos últimos anos, até então, não

havia uma preocupação maior pelas autoridades públicas, tendo uma farta quantidade de água

no país.

Com a evolução industrial, o homem passou a utilizar mais água e houve a necessidade de

regulamentação desse produto tão útil e vital para sobrevivência da espécie humana.

A Constituição Federal, no seu artigo 22, determina que é “competência privativa da

União legislar sobre água”17, mas nada impede que os Estados estabeleçam normas

administrativas e de gestão sobre bens de seu domínio”.

A Lei nº 9.433/97 estabeleceu a Política Nacional e o Sistema de Gerenciamento de

Recursos Hídricos18, assim, houve mudança substancial sobre o ordenamento jurídico

aplicável às águas, passando para uma gestão de recursos hídricos com conferências

internacionais e discursão dos Poderes Públicos e envolvimento da sociedade civil.

Segundo Maria Luiza Machado Granziera:

A água, em sua forma pura, é um líquido incolor, inodoro e insípido, composto de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Também possui características específicas em relação aos demais bens ambientais. Ao mesmo tempo em que constitui um recurso ambiental, tutelado pelo Poder Publico, por sua importância ao consumo humano e aos ecossistemas, é também insumo de processos produtivos, como a energia elétrica e a indústria.19

17Brasil. Constituição Federal/1988 disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil-03/constituicao/constituicaocompilado.htm>Acesso em: 28 outubro 2015. 18Brasil. Lei nº 9433, de 8 de Janeiro de 1997 disponível em<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm> Acesso em 25 de abril 2016. 19 GRANZIERA, Op. cit. p. 273.

11

A renomada autora fez um conceito do ponto de vista especifico e também tratou de

qualificar a sua importância para os seres humanos e todo ecossistemas. Portanto, devemos

preservar as nascentes e todas as extensões dos rios.

A água faz parte do meio de sobrevivência dos seres humanos, sendo utilizada na

indústria, agricultura para utilidade doméstica, dentre outros. Deve-se dar uma atenção

especial, pois sem ela não há vida.

4. Áreas de Preservação Permanentes

Segundo o art. 3º, II da Lei nº 12.651/2012, o conceito do que é uma “área protegida,

coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos

hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de

fauna e flora, protege o solo e assegura o bem-estar da população humana”.20

Para Paulo de Bessa Antunes aduz que:

Áreas de Preservação Permanente é uma denominação que vem sendo dada para a vegetação de preservação permanente que se situa em determinadas localidades que o legislador julgou merecerem ser preservadas em função de seu valor ecológico, sobretudo no que diz respeito à proteção do solo e à manutenção da qualidade das águas. 21

Na lição de Maria Luiza Machado Granziera:

As Áreas de Preservação Permanente, quanto ao domínio, acompanham a propriedade do solo, o que significa que ocorre APP em áreas de propriedade privada e pública, assim como nas Unidades de Conservação e outros espaços protegidos. Em termos de normas aplicáveis, prevalece a legislação mais restritiva, com vistas à maior proteção dos elementos que exercem as funções ambientais da APP. 22

Já para Costa, “As Áreas de Preservação Permanentes, são protegidas, pois são sensíveis,

mais vulneráveis a deslizamentos, erosão, enchentes e, por isso, precisam ter o seu uso

regulado”.23

A definição deixou claro que a área de preservação permanente pode está coberta ou não

por vegetação nativa, portanto, não precisa de vegetação para ser (APP). Assim, ela pode estar

em área pública ou particular e o legislador garantirá essa proteção, pois são áreas sensíveis.

20 BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de maio de 2016. 21 ANTUNES. Op. cit., p. 388. 22 GRANZIERA. Op. cit., p. 461. 23 COSTA. Op. cit., p. 349.

12

Diante desse conceito, tecemos uns pontos importantes da sustentabilidade como

preservação dos recursos hídricos, que é objeto desse trabalho; o mesmo menciona, também, a

manutenção das paisagens e a estabilidade geológica preservando a biodiversidade; facilidade

do fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações

humanas.

O conceito garante a sustentabilidade na definição da área de preservação permanente,

porém, o legislador não garantiu essa sustentabilidade na Lei. Assim, foi reduzido o marco

dessa área de preservação, o que facilitou o desmatamento dos locais que antes era de

preservação permanente e, com atual legislação, poderá desmatar ou degradadar, sem incorrer

em ilícito ambiental.

Conforme o art. 8º do diploma legal da Lei nº 12.651/12, é aduzido que a intervenção ou a

supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas

hipóteses sobre utilidade pública, de interesse público ou de baixo impacto ambiental previsto

nesta Lei .24

4.1 Tipos de Áreas de Preservação Permanentes:

Disponível em: <http://www.almonaque abril.com.br>com adaptações. Acesso em: 25 abril. 2016.

24 Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses somente de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previsto nesta lei. BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de maio de 2016.

13

4.1.1 Nascentes e olhos d’água

A Lei nº 12.651/12 no art. 4º determina que as áreas no entorno das nascentes e dos olhos

d’água, no raio de 50 (cinquenta metros), são áreas de preservação permanente.25

Nota-se que o dispositivo legal trata das nascentes e olhos d’água perenes, considerando

as nascentes não perenes ficou fora dessa proteção legal, que na legislação anterior havia

previsão legal.

Nesse sentido, houve um retrocesso na legislação posterior. Conclui que houve prejuízo

ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, ferindo-se os princípios da prevenção,

precaução e o da proibição do retrocesso na proteção do meio ambiente.

Assim, no art. 3º da legislação em vigor, o conceito de nascentes é “afloramento natural

do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água”. No entanto,

deixou fora da proteção ambiental as nascentes que não dão origem a curso d’água. Ficou

claro que o legislador pecou nessa definição.26

A reconhecida Maria Luiza Machado Granziera argue que:

Na prática, a exclusão de tais áreas do conceito APP implica um enorme redução nas áreas especialmente protegidas. Isso porque, mesmo quando nascentes não dão origem a um curso d’água, elas podem dar origem a áreas úmidas e alagadas, com relevante importância para os ecossistemas, aves migratórias e outros processos ecológicos essenciais, demandando igual proteção jurídica. 27

Outra vez o legislador foi inconsequente em não proteger nascentes que não dão origem a

curso d’água, pois essas áreas tem uma importância ecológica para a preservação de aves

migratórias e animais aquáticos.

4.1.2 Reservatórios artificiais e para geração de energia elétrica

Cabe salientar que na Lei Nº 4.771/1965 os reservatórios artificiais possuiam uma

proteção (APP) mínima, 30 metros em áreas urbanas já consolidadas e 100 metros em áreas

25 IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros. BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 26 . BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 27 GRANZIERA, Op. cit. p. 466.

14

rurais28. Já no atual legislação, art. 4º da III, Lei Nº 12.651/2012 concebe que APP em “áreas

no entorno de reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramentos ou represamento de

cursos d’água naturais, na faixa definida no licenciamento ambiental do empreendimento”.29

O dispositivo legal não definiu uma metragem mínima observada. Foi deixado para o

órgão ou entidade ambiental responsável, no momento do licenciamento, fazer definição das

APPs em reservatórios artificiais decorrentes de barramentos ou represamento de cursos

d’água naturais.

A Procuradoria da Republica propôs a ADI nº 4903 por falta de um mínimo a ser

observado. Assim, violou o princípio do retrocesso na proteção ambiental, pois esses órgãos

carecem de pessoal, capacitação técnica e equipamentos necessários, podendo definir áreas

menores do que a legislação anterior previa. Contudo, no mesmo art. 4º § 1º, não exige (Área

de Preservação Permanente) APP no entorno de reservatórios artificiais de água que não

decorre de barramento ou represamento.30

O legislador, mais outra vez, foi infeliz por extinguir a APPs nos reservatórios artificiais

de água que não decorra de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, o que

caracteriza um retrocesso na proteção ambiental. Com previsão no dispositivo legal da Lei

12.651/12 art. 4º, §4º, aduz que: “nas acumulações naturais ou artificiais de água com

superfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteção".31

As falhas do legislador continuaram ao não definir APPs nas acumulações naturais ou

artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, porém, esses locais tem uma

função ecológica no seu entorno, não podem ser considerados menos importante do que os

lagos e lagoas superiores a de uma hectare.

28 BRASIL. Código Florestal de 1965: Lei n° 4.771 de 15 de Setembro de 1965. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016 29 BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 30 § 1º Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais. BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 31 §4º Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. . BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016.

15

4.1.3 Áreas com declividade superior a 45º

Encontra-se previsão no dispositivo legal da Lei nº 12.651/12 no art. 4º, V, a sugestão de

encostas com declividade superior a 45º com elevação a 100º na linha de maior declividade.32

O legislador também declarou como área de preservação permanente as áreas de encosta,

dando uma proteção ao meio ambiente, área que pode fragilizar, pois o seu desmatamento

podem gerar desmoronamento.

4.1.4 Áreas de restingas e os manguezais

Encontra-se previsão no dispositivo legal da Lei nº 12.651/12 no art. 4º, VI e VII, que

restinga e dunas e mangue e os manguezais são áreas de preservação permanentes.33

Na lição de Norma Sueli Padilha, defende que o:

Manguezal é o ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mange, com influência flúvio-marinha, típica de solos limosos de regiões estuarianas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os estados do Amapá e Santa Catarina. 34

Essas áreas ficam localizadas na transição entre o ecossistema marítimo e o terrestre e,

também, as dunas que são grande porção de areia e tem as funções estabilizadoras dos

mangues recebendo-se uma proteção do legislador.

4.1.5 Borda de tabuleiro

Encontra-se previsão no dispositivo legal na Lei nº 12.651/12 no art. 4º, VIII, que borda

de tabuleiros ou chapadas nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais são

áreas de preservação permanente.35

32 V- as encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive; BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 33 VI – as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; e VII – os manguezais, em toda a sua extensão; BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 34 PADILHA, Norma Sueli. Fundamentos Constitucionais do Direito Ambiental Brasileiro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, p. 336. 35 VIII – as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

16

Segundo a resolução do CONAMA, (Conselho do Meio Ambiente) órgão consultivo e

deliberativo na resolução 303, aduz que:

Tabuleiro ou chapada “são paisagem de topografia plana", com declividade média inferior a dez por cento, aproximadamente seis graus e superfície superior a dez hectares, terminada de forma abrupta, em escarpa, caracterizando-se a chapada por grandes superfícies a mais de seiscentos metros de altitude. 36

Essas áreas tem uma importância ambiental, pois visa proteger o solo de erosão, que tem

uma declividade inferior a dez por cento.

4.1.6 Áreas de topos e morro

Encontra-se previsto no dispositivo legal da Lei nº 12.651/12 no art. 4º, IX, exposição

sobre topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e

inclinação média maior que 25º. As áreas delimitadas a partir da curva de nível

correspondente a 2/3 (dois terços) são áreas de preservação permanente.37

Segundo a resolução 303 do CONAMA, conceitua que morros “são elevações do terreno

com cota do topo em relação à base entre cinquenta e trezentos metros e encostas com

declividade superior a trinta por cento (aproximadamente dezessete graus) na linha de maior

declividade”. 38

Já montanha “é elevação do terreno com cota em relação à base superior a trezentos

metros”.39

Essas áreas visam maior proteção aos morros ou montanhas com altura superior a 100

metros e com inclinação média maior que 25º. Assim, os morros ou montanhas inferiores não

ganharam essa proteção, podendo se desmatados e fazer plantio nesses locais sem incorrer em

crime ambiental.

36 BRASIL. Resolução CONAMA n° 303 de 20 de Março de 2002. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30302.html> Acesso em: 16 de março de 2016. 37 IX – no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25º, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’agua adjacente ou nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação. BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 38 BRASIL. Resolução CONAMA n° 303 de 20 de Março de 2002. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30302.html> Acesso em: 16 de março de 2016. 39 Idem.

17

4.1.7 Áreas de veredas

No dispositivo legal da Lei nº 12.651/12 no art. 4º, XI diz que veredas e faixas marginais

são áreas de preservação permanente.40

Conforme a resolução 303 CONAMA, assim define vereda:

É o espaço brejoso ou encharcado, que contém nascente ou cabeceiras de cursos d’agua, onde há ocorrência de solos hidromórficos, caracterizado predominantemente por renques ou buritis de brejo e outras formas de vegetação típica. 41

A proteção das veredas é importante, tendo em vista que esses locais são, geralmente,

solos hidromórficos que retém água e depois distribui para as nascentes. Assim, a sua

preservação está intimamente ligada à sustentabilidade ambiental.

5. Agricultura

O homem da Era Paleolítica42 era nômade e vivia da pesca, caça e colhia frutos na floresta

sem necessitar de plantar, pois havia animais e os frutos eram suficientes para sua

alimentação. Com o passar do tempo, ocorreu um desequilíbrio ambiental, a escassez de

animais e frutos, faria com que ele procurasse outras áreas para encontrar alimentos. Porém,

em um determinado momento, ficou inviável de retirar a sua alimentação da natureza,

necessitando de plantar para se alimentar.

Assim, surgiu a Era Neolítica43 quando foram formadas as civilizações, pois os grupos de

homens deixaram de ser nômades para se tornarem agricultores. Com isso, surgiu as cidades,

o desenvolvimento da agricultura e da pecuária.

Na civilização egípcia44, a agricultura passou a ser uma fonte de renda e poder para o

faraó que, na beira do rio Nilo, dominava áreas de terras férteis, pois quando ocorria a

40 XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanente brejoso e encharcado. BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 41 BRASIL. Resolução CONAMA n° 303 de 20 de Março de 2002. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30302.html> Acesso em: 16 de março de 2016. 42Brasil. Infoescola navegando e aprendendo. Disponível <http://www.infoescola.com/pre-historia/periodo-paleolitico.> disponível em 25 de junho de 2016. 43 Brasil. Infoescola navegando e aprendendo. Disponível <http://www.infoescola.com/pre-historia/periodo-paleolitico.> disponível em 25 de junho de 2016. 44BRASIL. Sua Pesquisa.com. Disponível em:<http://www.suapesquisa.com/o_que_e/combustiveis_fosseis.htm> Acesso em: 20 de maio de 2016.

18

enchente e transbordava, molhava o solo, deixando aquela terra orgânica propícia para

agricultura.

Assim, a agricultura se tornou uma fonte de sobrevivência e de renda nas civilizações

antigas, no próprio Império Romano45 e, ao longo da Idade Média46, na Civilização

Europeia47. Na época das Grandes Navegações, com o descobrimento da América, os

portugueses e espanhóis também incentivaram a agricultura em suas colônias.

No Brasil, com solo fértil e clima favoráveis à agricultura, tornou-se fonte de renda para

os agricultores e divisa para o Estado. O período colonial teve início com o plantio da cana-

de-açúcar para produção de açúcar que era comercializada na Europa.

Essa agricultura chamada de monocultura48, que é um plantio de uma cultura por vários

anos no mesmo solo, o que geram empobrecimento da terra e, com o passar do tempo, fica

inviável produzir. Assim, busca-se novas áreas para novos plantios, neste instante começou a

desmatamentos da mata atlântica e degradação ambiental.

Atualmente, a agricultura tem sido um grande diferencial para o país, pois a cada ano o

Brasil aumenta sua produção, e o governo federal dá incentivo como: linha de créditos,

refinanciamento das dividas e diminui os juros, etc. Portanto, o Estado não vê o meio

ambiente com a sustentabilidade por entender que ele é o entrave para o desenvolvimento do

país.

A agricultura utilizada, no atual momento, é a monocultura, pois, apesar de se plantar

várias sementes, dá-se prioridade ao comércio exterior com um plantio de uma só cultura,

como a soja. Isso tem gerado um grande impacto ambiental, pois um dos ecossistemas muito

prejudicado é o cerrado, tendo em vista que, no passado, esse solo não era terra rica em

produção. Com pesquisas e com adubação, tornou-se um seleiro agrícola, pois tem uma

característica propícia de solos planos e de que as máquinas podem ser utilizadas, passando a

ser alvo de grandes desmatamentos.

45 BRASIL. Infoescola navegando e aprendendo. Disponível <http://www.infoescola.com/historia/imperio-romano> Acesso em: 20 de maio de 2016. 46 BRASIL.SuaPesquisa.com. Disponivelem:<http://www.suapesquisa.com/o_que_e/combustiveis_fosseis.htm> Acesso em: 20 de maio de 2016. 47 Idem 48 Idem

19

O desmatamento49 para esse tipo de lavoura que utiliza grandes extensões de terras,

normalmente, são feito com dois tratores amarrados por uma corrente que não deixa nenhuma

árvore em pé.

Assim, facilita a passagem de máquinas, por outro lado, não sabemos até que ponto

prejudica o meio ambiente, mas uma coisa e certa, que no futuro teremos grandes extensões

de solos degradados. Os desmatamentos tem atingidos vários biomas brasileiro, como a mata

atlântica, no período colonial, depois o cerrado e, atualmente, a Amazônia.

A grande preocupação ambiental com o cerrado, pois são terras que localiza em uma

altitude elevada, solos arenosos, com grandes nascentes que desaguas nas grandes bacias

hidrográficas, é a ganância de grandes agricultores que não estão respeitando as áreas de

preservação permanentes.

Com isso, os rios que possuía grandes volumes de água, hoje, estão cada dias menores e

até mesmo secos. Portanto, o Código Florestal beneficiou os agricultores em detrimento do

meio ambiente e a sadia qualidade de vida prevista na Carta Maior.

6. Desmatamento feito por Madeireiros

A construção civil utiliza madeira para executar obras, sendo um agravante para o meio

ambiente sustentável. Obras são importantes para o desenvolvimento do Estado e, no Brasil

na última década, teve um avanço expressivo o que necessitou de mais madeira para a

implementação das construções.

Consequentemente, forçou o desmatamento na Amazônia,50 e, também, em outras áreas,

locais característicos que possuem essas matérias primas com grande quantidade, ou até

mesmo áreas de pequenos arbustos.

Os madeireiros ilegais utilizam da fragilidade de fiscalização,51 desmatam sem licença

ambiental e não respeitam as áreas de preservação permanentes, assim agravando

assoreamento dos rios.

49BRASIL.SuaPesquisa.com. Disponivelem:<http://www.suapesquisa.com/o_que_e/combustiveis_fosseis.htm> Acesso em: 20 de maio de 2016. 50 Brasil. Infoescola navegando e aprendendo. Disponível <http://www.infoescola.com/pre-historia/periodo-paleolitico.> disponível em 25 de junho de 2016. 51 Brasil.Greenpeace. <Disponível http://chegademadeirailegal.org.br> disponível em 25 de junho de 2016.

20

Com o solo desprotegido, sem a massa florestal, é passível a ocorrência de erosão

ocasionando assoreando dos mananciais e diminuição da troca de fluxo gênico dos animais.

Uma solução para a utilização de madeira na construção civil é fazer reflorestamento nas

áreas já desmatadas e nos locais em que há grandes quantidades de madeiras; fazer um

manejo florestal, para evitar que o solo fique desprotegido e aumentar a fiscalizações em áreas

de maiores ocorrências, assegurando a sustentabilidade ambiental.

7. Outros fatores que influenciam a redução de água

Nos últimos anos, houve um aumento significativo da queima de combustível fóssil52 o

que fez aumentar a temperatura, agravando o volume de chuvas e, consequentemente, a

redução do volume das bacias hidrográficas do Brasil.

A ocorrência de queimadas florestais, sem o controle prévio, faz aumentar o efeito

estufa53, e tem como consequência a diminuição das florestas.

A perfuração de poço artesiano que atinge o lenço freático,54 tem como consequência a

diminuição da água no lenço freático reduzindo o número de nascentes.

As usinas hidrelétricas55 que inunda uma extensa área, geralmente, áreas de preservação

permanentes, causa grande impacto ambiental, reduzindo as áreas de florestal que margeiam

os rios dando lugar grande lagos.

A pecuária extensiva56 utiliza grandes áreas, retirando as florestas com plantio de capim

para alimentar os animais e, consequente, compactação do solo com o pisar dos bovinos.

Os órgãos ambientais com pequenos efetivo de servidores, tanto na escala federal, como

estadual, distrital e municipal, com fiscalização ineficiente. Temos o órgão competente

federal, que é o IBAMA57 (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

52 BRASIL. Sua Pesquisa.com. Disponível em: < http://www.suapesquisa.com/o_que_e/combustiveis_fosseis.htm> Acesso em: 20 de maio de 2016. 53Idem 54 BRASIL. Infoescola. Navegando e Aprendendo.Disponivel em: <http://www.infoescola.com/hidrografia/lencol-freatico/> Acesso em: 20 de maio de 2016. 55 BRASIL. ECOA. Disponível em: < http://riosvivos.org.br/a/Canal/O+que+sao+hidreletricas+/576> Acesso em: 20 de maio de 2016. 56 BRASIL. Mundo e Educação. Disponível em:<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/agropecuaria-extensiva-intensiva.htm> Acesso em: 20 de maio de 2016. 57BRASIL. IBAMA MMA. Disponível em:< http://www.ibama.gov.br/> Acesso em 5 de junho 2016

21

Renováveis), cada estado possui seu orgão, no ambito do Distrito Federal, IBRAM (Instituto

Brasília Ambiental)58 e nos municipios cada qual tem seu proprio órgão.

A Lei nº 9.605/1998 no art. 38 tipifica a pena para quem comete crime de destruição ou

danificação de floresta em área de preservação permanente. 59

A destruição das APPs tem como crime brando, a punição é pena pequena pelo tamanho

da gravidade imposta ao meio ambiente, não passa de 3 anos, e se for culposo terá a pena

reduzida a metade, com isso a pena não desestimula o infrator.

8. Direitos de Terceira Geração

8.1. Direitos Difusos

O direito difuso é um direito de terceira geração que ultrapassa a individualidade.

Conforme conceitua o art. 81, parágrafo único, inciso I, do Código de Defesa do

Consumidor que aduz.60

Cumpri transcrever a lição de Antônio F. G. Beltrão:

Transindidual porque ultrapassa a esfera tradicional do individuo para contemplar uma coletividade. Indivisível porque sua titularidade não pertence exclusivamente a alguém, mas a todos indistintamente. Titularidade indeterminada: como identificar todas as pessoas que sofreram algum dano decorrente da poluição do ar por exemplo. O direito ao meio ambiente insere-se nessa categoria, consistindo em um direito transindividual, ou metaindividual, de natureza difusa e titularidade indeterminada61.

Já para Hugo Nigro Mazzili, assevera que:

O objeto dos interesses difusos é indivisível. Assim, p. ex., o interesse ao meio ambiente hígido, posto compartilhado por número indeterminável de pessoas, não pode ser quantificado ou dividido entre os membros da coletividade; também o produto da eventual indenização obtida em razão da

58BRASIL. Instituto Brasília Ambiental. Disponível em <http://www.ibram.df.gov.br/> Acesso em 5 de junho de 2016 59 Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. BRASIL. Lei n° 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm> Acesso em: 20 de maio de 2016. 60 interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. BRASIL. Código de Defesa Consumidor: Lei n° 8.078 de 11 de Setembro de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm> Acesso em 15 de maio de 2016. 61 BELTÃO. Op. cit., p.4.

22

degradação ambiental não pode ser repartido entre os integrantes do grupo lesado, não apenas porque cada um dos lesados não pode ser individualmente determinado, mas porque o próprio objeto do interesse em si mesmo é indivisível. 62

Assim, ficou claro que o direito difuso visa tutelar direito de indeterminadas pessoas, pois

mesmo que ocorrer uma indenização por um dano ambiental não tem como dividí-lo.

Portanto, o dano pode causar prejuízo às populações presentes e também as futuras gerações.

8.2. Direito Coletivo

Já o direito coletivo está previsto no mesmo Código de defesa do Consumidor art. 81

parágrafo único II que conceitua “direito coletivos, assim entendidos, para efeitos deste

Código, os transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo”.63

Para Antônio F. G. Beltrão, “a sua titularidade é determinável, pertencente a algum grupo,

categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação

jurídica base”.64

Já para Hugo Nigro Mazzili, registra que:

Cabe, também aqui, uma advertência ao se referir uma relação jurídica básica comum entre os lesados que comunguem o mesmo interesse coletivo (tomado em seu sentido estrito), ainda aqui é preciso admitir que essa relação jurídica discipline inevitavelmente uma hipótese fática concreta; entretanto, no caso de interesse coletivo, a lesão ao grupo não decorrerá propriamente da relação fática subjacente, e sim da própria relação jurídica viciada que une o grupo.65

Ficou demonstrado que os dois autores comungam o mesmo sentido: de que o direito

coletivo é de pessoas em geral, mas que podem ser ligado por pertencerem um grupo ou

categoria, assim determinando-as.

62 MAZZILLI, Hugo Nigro. Defesa dos Interesses Difusos em Juízo. – 24ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2011. P. 54. 63 II – Interesse ou direito coletivos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os transindividuais de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base. BRASIL. Código do Consumidor: Lei n° 8.078 de 11 de Setembro de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm> Acesso em 15 de maio de 2016. 64 BELTÃO. Op. cit., p. 5. 65 MAZZILLI. Op. cit., p. 55.

23

8.3 Direito individuais homogêneos

Os direitos individuais homogêneos tem sua previsão legal no art. 81, parágrafo único, III,

no Código de Defesa do Consumidor e é decorrente de origem comum.66

Assim para Antônio F. G. Beltrão:

Consistem em direitos divisíveis, de titularidade determinada, tais quais os direitos subjetivos clássicos; contudo, por serem comuns, homogêneos a diversas pessoas, podem ser tutelados coletivamente. Portanto, são direitos que podem ser levados a juízo individualmente, mas que, dada a sua natureza comum, podem ser tratados de forma coletiva. 67

Apesar de serem direitos divisíveis podem ser ajuizadas ações individualmente, mas não

deixa de ser coletivo.

9. As Ações Diretas de Inconstitucionalidades no Novo Código Florestal

A Procuradoria Geral da República (PGR) ajuizou três Ações Diretas de

Inconstitucionalidade (ADIs 4901, 4902 e 4903) com pedidos de liminar no Supremo

Tribunal Federal (STF) nas quais questiona dispositivos do novo Código Florestal brasileiro

(Lei 12.651/12) relacionados às áreas de preservação permanente, à redução da reserva legal e

também à anistia para quem promove degradação ambiental.

Nas ações, a Procuradoria Geral da República pede que seja suspensa a eficácia dos

dispositivos questionados até o julgamento do mérito da questão. Também foi pedida a

adoção do chamado “rito abreviado” que permite o julgamento das liminares diretamente pelo

Plenário do STF em razão da relevância da matéria.

9.1 ADI 4.903

Na ADI 4903, a Procuradoria Geral da República questiona a redução da área de reserva

legal prevista pela nova lei. Com base no artigo 225 da Constituição Federal, a procuradora

geral Sandra Cureau pede que sejam declarados inconstitucionais os seguintes dispositivos

66 III – Interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. BRASIL. Código do Consumidor: Lei n° 8.078 de 11 de Setembro de 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm> Acesso em 15 de maio de 2016. 67 BELTÃO. Op. cit., p. 5.

24

da Lei nº 12.651/12: artigo 3º, incisos VIII, alínea “b”, IX, XVII, XIX e parágrafo único;

artigo 4º, III, IV, parágrafos 1º, 4º, 5º, 6º; artigos 5º, 8º, parágrafo 2º; artigos 11 e 62.68

Entre os pedidos da ação, a Procuradora Geral da República ressalta que, quanto às áreas

de preservação permanente dos reservatórios artificiais, deverão ser observados os padrões

mínimos de proteção estabelecidos pelo órgão federal competente (Conselho Nacional de

Meio Ambiente). O ministro Gilmar Mendes é o relator desta ADI.

Na petição inicial da ADI 4.903, parágrafo 6º, o Procuradora Geral da República aduz:

Já durante o regime autoritário, uma nova legislação foi debatida pelo poder legislativo e sancionada pelo Presidente da República: tratava-se de Lei nº 4.771 de 15/09/1965 que instituía o “novo” Código Florestal. Tal lei extinguiu as tipologias definidas pelo Código de 1934, substituindo-as por quatros outras: parque nacional, floresta nacional, área de preservação permanente (APP) e reserva legal, estas duas últimas, criada com objetivo de conter a devastação florestal. 69

Portanto, as sábias palavras da Procuradora Geral da República cita que as duas ultimas

tipologias foram criadas para evitarem as devastações florestais, tendo uma relevância

ecológica para o meio ambiente equilibrado.

A Procuradora, Sandra Cureau, em sua peça, argumentou que:

Entre os pesquisadores, há consenso de que as áreas a corpo d’água – seja ela de várzea ou de floresta ripárias – e os topos de morros ocupados por campos de altitudes ou rupestres são áreas insubstituíveis em razão da biodiversidade e de seu alto grau de especialização e endemismo, além dos serviços ecossistêmicos essenciais que desempenham – tais como regularização hidrográfica, a estabilização de encosta, a manutenção da população de polinizadores, e de ectiofauna, controle natural de pragas, doenças e de espécie exóticas invasoras.70

Assim, a Procuradora Geral da República aduz na petição que “as normas impugnadas

violam o princípio da vedação do retrocesso social”.

Por fim, a Procuradora faz vários pedidos entre eles: Seja dada interpretação conforme a

Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV da Lei 12.651/12 para abranger proteção das

nascentes e olhos d’água intermitentes e que não dão origem a curso d’água ou que não tem

origem no afloramento do lençol freático.

68 BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 69 BRASIL. Ministério Público Federal. Disponível em: <http://www.pgr.mpf.mp.br/documentos> Acesso em: 22 de maio.2016 70 BENJAMIM, Antônio Herman V. Direito constitucional ambiental brasileiro, p. 90. CANOTILHO, J.J. Gomes e LEITE, José Rubens Morato (org.). Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

25

E que sejam, ainda, declarado inconstitucionalidade no art. 4º, § 1º e § 4º da Lei

12.651/12, bem como seja dada interpretação conforme a Constituição ao art. 4º, III, da Lei nº

12.651/12 para que se reconheça que, quanto às áreas de preservação permanente de

reservatório artificiais, deverão ser observado os padrões mínimos de proteção estabelecidos

pelo órgão federal, qual seja o conselho nacional do meio ambiente.

Contudo, não fez o pedido de inconstitucionalidade do art. 4º, I, da Lei 12.651/12, haja

vista que a norma em vigor mudou a marcação inicial das áreas de preservação permanente do

“seu nível mais alto em faixas marginais” para “desde a borda do seu leito regular”, nesse

ponto, há uma celeuma jurídica e houve um prejuízo para o meio ambiente. A Procuradora

não se atentou para esse ponto.71

Já na ADI 4901, a Procuradora questiona dispositivos, o artigo 12 (parágrafos 4º, 5º, 6º, 7º

e 8º), que trata da redução da reserva legal (em virtude da existência de terras indígenas e

unidades de conservação no território municipal) e, também, a ADI 4902 questiona temas

relacionados à recuperação de áreas desmatadas como a anistia de multas e outras medidas

que desestimulariam a recomposição da vegetação original, essas duas ADI, não são objeto da

pesquisa.

Até o fechamento dessa pesquisa o Supremo Tribunal Federal não havia julgado a Ação

Direta de Constitucionalidade 4903.

Considerações finais

O Código Florestal Brasileiro sofreu várias mudanças, o primeiro, a tratar das florestas,

foi o Decreto nº 4.421 de dezembro de 1921. Ele não tratou das áreas de preservação

permanentes, mas tratou das florestas protetoras. Porém, no Código Florestal de 1934, em seu

artigo 4º, menciona as áreas consideradas florestas protetoras que tinham a função de

conservar as águas e áreas especialmente protegidas, já avançou a legislação na proteção de

conservar na proteção da floresta especialmente com a função de conservar as águas.

O Código Florestal de 1965 definia área de preservação permanente no seu artigo 2º do

diploma legal ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o nível mais alto em faixa

marginal, ou seja, foi uma legislação evoluída em relação ao Código de 1934; definiu uma

71 BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016.

26

proteção às áreas de preservação permanentes, mantendo um ecossistema mais equilibrado

garantindo a sustentabilidade ambiental.

A Lei 12.651/2012, novo Código Florestal, alterou, significativamente, as áreas de

preservações permanentes em seu artigo 4º, I que aduz “as faixas marginais de qualquer curso

d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito

regular”. Os ambientalistas criticaram muito essa mudança, pois tinha uma legislação

protetiva, na demarcação de áreas de preservações permanentes, o que favoreceu os ruralistas.

A questão central desse novo dispositivo legal foi à mudança no artigo 2º do Código

Florestal de 1965 que definia áreas de preservações permanentes ao longo dos rios ou

qualquer curso d’água desde o nível mais alto em faixa marginal.72

Para o atual Código de 2012, no art. 4º, I, define “as faixas marginais de qualquer curso

d’água natural perene e intermitente, excluído os efêmeros, desde a borda da calha do leito

regular”, assim, ficaram menores as áreas de APPs.73 Se antes tínhamos sua demarcação no

nível do curso d’água mais alto, agora passamos para o nível regular da calha dos rios perene

e intermitentes. Já os rios que mudam a sua calha na época da seca, podemos demarca a

APPs, dentro do próprio rio.

Aqui, nesse ponto, mora a Celeuma jurídica em que a procuradora não suscitou em sua

peça inicial na ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 4903, o inciso I, alínea A do

diploma, Lei 12.651/2012, que foi questão muitas discursões entre ambientalistas e os

ruralistas.74 Assim, não garantiu a sustentabilidade ambiental, ferindo os direito da fauna e

flora, reduzindo a troca de fluxo gênicos dos animais, aumento da agricultura nas margens dos

rios, diminuição de desova de peixes nas lagoas que formam os rios, menor massa florestal,

maior número de erosões, maior pisoteio de animais em locais de mananciais.

O nosso legislador não garantiu a sadia qualidade de vida previsto da Constituição

Federal, ferindo, assim, os princípios da prevenção, da precaução e do princípio da proibição

do retrocesso na proteção do meio ambiente.

Com o aumento da população, temos como consequência o aumento do consumo de água

e com menos mananciais protegido podem nos próximos anos faltar água em algumas regiões,

72 BRASIL. Código Florestal de 1965: Lei n° 4.771 de 15 de Setembro de 1965. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm> Acesso em: 15 de fevereiro de 2016. 73 BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em: 16 junho de 2016. 74 Idem.

27

que no atual momento já acontece na região de São Paulo, região metropolitana de Belo

Horizonte e na Região Nordeste por problemas climáticos. Portanto, o Estado tem que tomar

providência imediata para evitar um colapso de abastecimento nos próximos anos.

Podemos recuperar as áreas de preservação permantes degradadas com plantação de

árvores nativas, cercar as áreas de nascente, evitar queimadas próximas aos mananciais, fazer

educação ambiental e mudar a forma de plantio de monocultura para várias culturas

integradas ou fazer agroflorestais.

O nosso legislador tem que ter consciência ambiental no momento de criar as leis,

obedecer a Constituição Federal, as leis infraconstitucionais e tratar com isenção as leis

ambientais, pois, até o momento, tem favorecido os ruralistas em detrimento aos

ambientalistas; e as consequências para as futuras gerações são irreparáveis, prejudicando o

meio ambiente equilibrado. Assim, devem garantir a sustentabilidade tanto almejada pela

nossa sociedade.

28

Referências

ANTUNES, Celso Antônio Pacheco. Áreas de preservação permanente e reservatórios

artificiais. Disponível em:<http://www.camara.rj.gov.br/setores/proc/revistaproc/

revproc2002/arti_bessa.pdf>. Acesso em: 7 agosto. 2015.

ANTUNES, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental. – 3ª Ed. – São Paulo:

Atlas 2014.

ANTUNES, Celso Antônio Pacheco. Direito ambiental. – 4ª Ed. – Rio de Janeiro:

Lúmen Júris, 2000.

BELTRÃO, Antônio F. G. Direito Ambiental. – 4ª Ed. – São Paulo: Método, 2013.

BRAGA, V. M. Proteção legal das áreas de preservação permanente no entorno de

hidrelétricas no estado de Minas Gerais. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciências

Florestais) - Universidade Federal de Lavras, Lavras.

BRASIL. Código Civil: Lei n° 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.

Disponível.em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_ato_20112014/2012/lei/L12651compilado.

htm> Acesso em:28 outubro.2015.

BRASIL. Código do Consumidor: Lei n° 8.078 de 11 de Setembro de 1990. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm> Acesso em 15 de maio de 2016.

BRASIL. Código Florestal de 1934: Decreto n° 23.791 de 23 de Janeiro de 1934.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/d23793.htm>

Acesso em: 31 de janeiro de 2016.

BRASIL. Código Florestal de 1965: Lei N.º 4.771 de 15 de setembro de 1965. Brasília,

DF, 1934. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br> . Acesso em: 10 nov. 2015.

BRASIL. Código Florestal de 1965: Lei n° 4.771 de 15 de Setembro de 1965.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm> Acesso em: 15 de

fevereiro de 2016.

BRASIL. Código Florestal de 2012: Lei n° 12.651 de 25 de maior de 2012. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm> Acesso em:

15 de fevereiro de 2016.

BRASIL. Código Florestal: Decreto Federal nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934.

Brasília, DF, 1934. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br> . Acesso em: 10 nov. 2015.

29

BRASIL. Código Florestal: Lei N.º 12.651 de 25 de maio de 2012. Brasília, DF, 1934.

Disponível em: <https://www.planalto.gov.br> . Acesso em: 10 nov. 2015.

BRASIL. Constituição Federal/1988 disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil-

03/constituicao/constituicaocompilado.htm>Acesso em: 28 outubro 2015.

BRASIL. IBAMA MMA. Disponível em:< http://www.ibama.gov.br/> Acesso em 5 de

junho 2016.

BRASIL. Infoescola navegando e apredendo. Disponível

<http://www.infoescola.com/pre-historia/periodo-paleolitico.> disponível em 25 de junho de

2016.

BRASIL. Instituto Brasília Ambiental. Disponível em <http://www.ibram.df.gov.br/>

Acesso em 5 de junho de 2016

BRASIL. Lei n° 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm> Acesso em: 20 de maio de 2016.

BRASIL. Ministério Público Federal. Disponível em:

<http://www.pgr.mpf.mp.br/documentos> Acesso em: 22 de maio de 2016

BRASIL. Resolução CONAMA n° 303 de 20 de Março de 2002. Disponível em:

<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30302.html> Acesso em: 16 de março de

2016.

BRASIL.Sua Pesquisa.com. Disponível

em:<http://www.suapesquisa.com/o_que_e/combustiveis_fosseis.htm> Acesso em: 20 de

maio de 2016.

BRASIL. Superior Tribunal Federal. Disponível

em<http://www.STF.jus.br/portal/cms/verNoticia>. Acesso em: 28 out. 2015.

COSTA, Rosenval Júnior Telesforo. Direito Ambiental. – 22ª Ed. – Curitiba: Juruá 2014.

Disponível em: <http://www.almonaque abril.com.br>com adaptações. Acesso em: 25

abril. 2016.

FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. – 15ª Ed. –

São Paulo: Saraiva, 2014.

GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito Ambiental. – 3ª Ed. – São Paulo: Atlas,

2014.

30

MAZZILLI, Hugo Nigro. Defesa dos Interesses Difusos em Juízo. – 24ª Ed. – São

Paulo: Saraiva, 2011.

PADILHA, Norma Sueli. Fundamentos Constitucionais do Direito Ambiental

Brasileiro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.