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B4 [email protected] Paraíba Terça-feira, 07 de junho de 2016 Dorgival Terceiro Neto Júnior EM AÇÕES TRABALHISTAS TRT convoca partes para fazer acordos Oportunidade. Semana Nacional da Conciliação Trabalhista acontece de 13 a 17 Apelido ajuda encontrar pessoas O tempo gasto pelos oficiais de justiça na localização dessas pessoas foi reduzido em cerca de 50% Ocino Batista. Diretor da Vara do Trabalho de Itaporanga. O Direito e o Trabalho [email protected] Dependente deficiente reduz jornada de servidor Servidor público com dependente deficiente tem direito a jornada reduzida sem diminuição do salário. Foi o que decidiu a Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, assegurando redução da jornada de trabalho a uma servidora da Universidade Federal de Pernambuco, de 40 para 20 horas semanais, sem a necessidade de compensação de horários ou abatimento salarial. A providência foi garantida para que a servidora e mãe possa acompanhar mais de perto a situação do filho, que tem paralisia cerebral, atendendo argumento da autora que considera injusto ser obrigada a seguir carga horária comum depois que descobriu o diagnóstico. O relator, desembargador federal Rubens Canuto, decidiu levar em conta as necessidades da criança, exigindo acompanhamento específico, bem como o de necessitar de tratamentos médico, terapêutico, psicológico e pedagógico. Foi ainda tomado em consideração pelo relator a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Decreto Legislativo 186/2008, e o Estatuto dos Servidores Públicos Federais (Lei 8.112/1990). Assentou o relator, em seu voto, que “Considerando que o legislador assegurou ao servidor deficiente jornada reduzida, sem a necessidade de compensação salarial, deve ser garantida tal benesse também na hipótese do servidor possuir dependente que exija cuidados especiais de assistência à saúde, como se faz manifestamente presente na hipótese dos autos”. (TRF 5ª Região – 4ª Turma – Proc. 0803594- 17.2015.4.05.8300) Aplicação financeira originária de aposentadoria é penhorável Embora aposentadoria tenha natureza alimentar, quando abaixo de 50 salários mínimos, os recursos dela advindos remetidos para aplicação financeira podem ser penhorados, conforme entendimento da Sétima Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. O relator do recurso, desembargador Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto, rejeitou o argumento de que a transferência dos proventos de aposentadoria para a aplicação financeira não retiraria sua natureza alimentar,m mantendo o bloqueio de valores na conta bancária do aposentado. Afirmou o relator que a penhora sobre os proventos de aposentadoria até 50 salários- mínimos é considerada ilegal por se destinar à sobrevivência do aposentado e de sua família, mas no caso julgado os valores depositados eram automaticamente transferidos para um fundo de renda fixa, isso, pelo menos, por cinco meses consecutivos. Por isso, o relator entendeu que a situação evidenciou que o titular da conta não necessitava dos valores para sua subsistência e que os recursos, na verdade, eram investimento, gerador de lucro. (TRT 3ª Região – 7ª Turma – Proc. 0000575- 89.2013.5.03.0148) Intimação Método utilizado na cidade de Itaporanga está apresentando resultados satisfatórios No Nordeste do Brasil, principalmente no interior da região, é comum as pessoas serem conhecidas apenas por seus apelidos, seja pelos vizinhos, amigos ou familia- res. É um costume tão arrai- gado, que até o nome de re- gistro de nascimento da pessoa termina caindo no esquecimento. Depois dos oficiais de justiça encontra- rem muitas dificuldades pa- ra localizar trabalhadores ou empresários que são partes em processos trabalhistas, a equipe da Vara do Tra- balho de Itaporanga decidiu pôr em prática uma ação ino- vadora no estado da Paraíba. No início de cada proces- so, os advogados são orienta- dos a incluírem não apenas o nome de batismo do destina- tário da notificação judicial, como também a sua alcunha. A medida visa facilitar a localização desses trabalha- dores ou empresários pela Justiça do Trabalho. Segundo o diretor da Vara de Itaporanga, Ocino Batista, a medida se fazia necessá- ria já há algum tempo. “Fre- quentemente o oficial ia atrás do destinatário do processo e não o encontrava. Um deles chegou a ir três vezes para a cidade de Serra Branca, pró- xima de Itaporanga, à pro- cura de um trabalhador, que foi encontrado quando seu apelido foi colocado no processo”, explicou. Negociação. Outra prá- tica adotada pela Vara do Trabalho de Itaporanga, que tem como titular o juiz Arnóbio Teixeira de Lima, diz respeito à fase de conheci- mento do processo. A solução adotada para facilitar e agi- lizar o julgamento de ações consiste em convidar as par- Bom Serviço A Vara de Itaporanga montou uma sala de conciliação especialmente para a realização dessas audiências. O ambiente é climatizado, amplo e confortável, o que proporciona ainda mais comodidade às partes. tes para tentarem um acordo antes mesmo da primeira audiência com o juiz, como forma de pôr fim à demanda. De acordo com Ocino Batista, a prática tem apre- sentado bons resultados por se tratar de uma forma me- nos desgastante de resolver a ação judicial. “O acordo geralmente é feito por um dos servidores ou mesmo por mim, e por isso tem um cará- ter menos formal e mais leve. As pessoas ficam mais à vontade. Três em cada dez processos, em média, são re- solvidos dessa forma e isso diminui em cerca de 90% o tempo dos processos, já que após o acordo ser firmado o juiz só precisa assinar. Muitas vezes o juiz nem se encontra com as partes” explica. Até o dia 17 acontecerá a Semana Nacional da Conci- liação, oportunidade para trabalhadores e empregado- res que têm processos trami- tando na Justiça do Trabalho, buscarem a solução mais vi- ável e rápida para solucionar o conflito, por meio de uma acordo judicial. Neste perío- do, todas as Varas do Traba- lho e o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos – Nucon priorizarão as audiências vol- tadas para a conciliação. A conciliação em proces- sos que tramitam na Justiça do Trabalho pode ser uma boa opção para aqueles que desejam minimizar os efei- tos da crise econômica, que tem como uma das principais consequência o desemprego, fazendo com que um núme- ro cada vez maior de trabalha- dores busquem a justiça como forma de reparar direitos de- vidos pelos empregadores. No momento da concilia- ção, busca-se sempre o equi- líbrio entre os direitos dos trabalhadores e os deveres do empregador para que am- bos sintam-se satisfeitos com o resultado negociando, onde cada parte do processo cede um pouco em relação aos va- lores que estão sendo cobra- dos ou questionados. A conciliação é possível em qualquer momento, mas as Varas do Trabalho da Pa- raíba e o Núcleo Permanen- te de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos – Nucon, vão priorizar as audiências para tentativas no período de 13 a 17 de junho. Para partici- pação, é necessário que os in- teressados apresentem até o dia 10 de junho, manifestação para marcação de dia e hora para realização da audiência de tentativa de conciliação. Na home page do TRT (www.trt13,jus.br) no menu ‘‘serviços’’ tem a opção “Quer Conciliar”. Basta preencher o formulário e enviar. Um dos objetivos dessa Se- mana é ressaltar a importân- cia da conciliação, um dos pilares do processo do traba- lho, e contribuir com a cultura da solução consensual dos li- tígios. A campanha, que res- salta a Justiça do Trabalho como célere e acessível, está embasada no conceito de que a conciliação é fruto de um gesto de boa vontade onde to- dos os envolvidos participam da solução, o que está sinteti- zado no slogan da campanha que é “Conciliação: você par- ticipa da solução.” ARQUIVO A partir da próxima segunda-feira, dia 13, o Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba estará com a atenção voltada para o acordo. MARIA LILIAN LEAL DE SOUZA* Desde que se tornou signatário da Conven- ção 138 da OIT, que estabelece a idade mínima para o trabalho, o Brasil definiu a idade mínima como sendo 16 anos ou 14 na condição de apren- diz, proibindo qualquer trabalho para os que es- tão abaixo dos 14 anos. As razões para tal me - dida são inúmeras e todas baseadas em critérios oriundos de estudos realizados pelas ciências sociais e da saúde, que apontam os prejuízos do trabalho precoce. Os danos causados pelo traba- lho infantil são de ordem física, psíquica e social e não são poucos, muito menos leves. Suas con- sequências estendem-se por toda a vida daque- le que muito cedo se viu envolvido no trabalho. Para os que não se preocupam com esse tipo de dano ou com as pessoas que os sofrem, é bom avisar que há também prejuízos de ordem eco- nômica, uma vez que a formação de mão-de-obra perde em qualidade quando a escolarização cede lugar para o trabalho. Um dos maiores entraves ao combate ao Trabalho Infantil é a cultura da tolerância a esse tipo de injustiça social, ante a infundada crença de que é melhor trabalhar do estar na rua em franca vadiagem ou envolvido em atividades ilí- citas. É interessante perceber que estas ideias são mencionadas quando a referência é a uma criança ou adolescente pobre, como se a estes restassem apenas duas alternativas. Muitas gerações cresceram brincando de marré deci, em cuja canção há uma mulher rica dizia à mulher pobre: quero uma de vossas filhas e ouvia como resposta: que ofício dás a ela? No senso comum, já nesse esse tempo e até os dias atuais, ainda há quem pergunte que mal há no trabalho infantil. Talvez sejam sinceros quando dizem acreditar que trabalhar desde muito cedo ensine valores como responsabilidade, disciplina etc. Esquecem-se que tudo isso pode ser ensina- do sem os tons da exploração presentes no tra- balho infantil. Responsabilidade, disciplina e outros va- lores também podem ser aprendidos na escola ou na proteção do lar, basta que para tanto haja políticas públicas bem aplicadas no empodera- mento das famílias e na qualidade das escolas e, tão importante quanto, haja a participação da sociedade no apoio, cobrança e fiscalização do poder público na criação e aplicação dessas polí- ticas. Não, não é bonito e nem motivo de orgulho a imagem de uma criança com uma caixa de en- graxate ou vendendo jornais. É preciso que esta criança use sim a graxa, mas para o sapato da sua farda escolar e que tenha em mãos o jornal na condição de leitor. Isto sim não somente orgu- lha a todos como também muda a sociedade. * JUÍZA TITULAR DA VARA DE MONTEIRO O trabalho que não queremos Acordos Criada pelo CNJ, a Semana Nacional da Conciliação ocorre anualmente desde 2006, e conta com a participação de todos os tribunais dos ramos federal, estadual e trabalhista do Poder Judiciário. O mutirão consiste na seleção dos processos com possibilidade de acordo e na intimação das partes para que elas solucionem seus conflitos de forma pacífica.

reduzido em cerca de 50% TRT convoca partes terceironeto ... · para fazer acordos Oportunidade. Semana Nacional da Conciliação Trabalhista acontece de 13 a 17 ... O relator do

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Paraíba Terça-feira, 07 de junho de 2016

Dorgival Terceiro Neto Júnior

EM AÇÕES TRABALHISTAS

TRT convoca partes para fazer acordosOportunidade. Semana Nacional da Conciliação Trabalhista acontece de 13 a 17

Apelido ajuda encontrar pessoas

O tempo gasto pelos oficiais de justiça na localização dessas pessoas foi reduzido em cerca de 50%

Ocino Batista. Diretor da Vara do Trabalho de Itaporanga.

O Direito e o [email protected]

Dependente deficiente reduz jornada de servidorServidor público com dependente deficiente

tem direito a jornada reduzida sem diminuição do salário.

Foi o que decidiu a Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, assegurando redução da jornada de trabalho a uma servidora da Universidade Federal de Pernambuco, de 40 para 20 horas semanais, sem a necessidade de compensação de horários ou abatimento salarial.

A providência foi garantida para que a servidora e mãe possa acompanhar mais de perto a situação do filho, que tem paralisia cerebral, atendendo argumento da autora que considera injusto ser obrigada a seguir carga horária comum depois que descobriu o diagnóstico.

O relator, desembargador federal Rubens Canuto, decidiu levar em conta as necessidades da criança, exigindo acompanhamento específico, bem como o de necessitar de tratamentos médico, terapêutico, psicológico e pedagógico.

Foi ainda tomado em consideração pelo relator a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Decreto Legislativo 186/2008, e o Estatuto dos Servidores Públicos Federais (Lei 8.112/1990).

Assentou o relator, em seu voto, que “Considerando que o legislador assegurou ao servidor deficiente jornada reduzida, sem a necessidade de compensação salarial, deve ser garantida tal benesse também na hipótese do servidor possuir dependente que exija cuidados especiais de assistência à saúde, como se faz manifestamente presente na hipótese dos autos”.

(TRF 5ª Região – 4ª Turma – Proc. 0803594-17.2015.4.05.8300)

Aplicação financeira originária de aposentadoria é penhorável Embora aposentadoria tenha natureza alimentar, quando abaixo de 50 salários mínimos, os recursos dela advindos remetidos para aplicação financeira podem ser penhorados, conforme entendimento da Sétima Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. O relator do recurso, desembargador Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto, rejeitou o argumento de que a transferência dos proventos de aposentadoria para a aplicação financeira não retiraria sua natureza alimentar,m mantendo o bloqueio de valores na conta bancária do aposentado. Afirmou o relator que a penhora sobre os proventos de aposentadoria até 50 salários-mínimos é considerada ilegal por se destinar à sobrevivência do aposentado e de sua família, mas no caso julgado os valores depositados eram automaticamente transferidos para um fundo de renda fixa, isso, pelo menos, por cinco meses consecutivos. Por isso, o relator entendeu que a situação evidenciou que o titular da conta não necessitava dos valores para sua subsistência e que os recursos, na verdade, eram investimento, gerador de lucro. (TRT 3ª Região – 7ª Turma – Proc. 0000575-89.2013.5.03.0148)

Intimação Método utilizado na cidade de Itaporanga está apresentando resultados satisfatórios

No Nordeste do Brasil, principalmente no interior da região, é comum as pessoas serem conhecidas apenas por seus apelidos, seja pelos vizinhos, amigos ou familia-res.

É um costume tão arrai-gado, que até o nome de re-gistro de nascimento da pessoa termina caindo no esquecimento. Depois dos oficiais de justiça encontra-rem muitas dificuldades pa-ra localizar trabalhadores ou empresários que são partes em processos trabalhistas, a equipe da Vara do Tra-balho de Itaporanga decidiu pôr em prática uma ação ino-vadora no estado da Paraíba.

No início de cada proces-so, os advogados são orienta-dos a incluírem não apenas o nome de batismo do destina-tário da notificação judicial, como também a sua alcunha. A medida visa facilitar a localização desses trabalha-dores ou empresários pela Justiça do Trabalho.

Segundo o diretor da Vara de Itaporanga, Ocino Batista, a medida se fazia necessá-ria já há algum tempo. “Fre-quentemente o oficial ia atrás do destinatário do processo

e não o encontrava. Um deles chegou a ir três vezes para a cidade de Serra Branca, pró-xima de Itaporanga, à pro-cura de um trabalhador, que só foi encontrado quando seu apelido foi colocado no processo”, explicou.

Negociação. Outra prá-tica adotada pela Vara do Trabalho de Itaporanga, que tem como titular o juiz Arnóbio Teixeira de Lima, diz respeito à fase de conheci-mento do processo. A solução adotada para facilitar e agi-lizar o julgamento de ações consiste em convidar as par-

Bom Serviço A Vara de Itaporanga montou uma sala de conciliação especialmente para a realização dessas audiências. O ambiente é climatizado, amplo e confortável, o que proporciona ainda mais comodidade às partes.

tes para tentarem um acordo antes mesmo da primeira audiência com o juiz, como forma de pôr fim à demanda.

De acordo com Ocino Batista, a prática tem apre-sentado bons resultados por se tratar de uma forma me-nos desgastante de resolver a ação judicial. “O acordo geralmente é feito por um dos servidores ou mesmo por mim, e por isso tem um cará-ter menos formal e mais leve.

As pessoas ficam mais à vontade. Três em cada dez processos, em média, são re-solvidos dessa forma e isso diminui em cerca de 90% o

tempo dos processos, já que após o acordo ser firmado o juiz só precisa assinar. Muitas vezes o juiz nem se encontra com as partes” explica.

Até o dia 17 acontecerá a Semana Nacional da Conci-liação, oportunidade para trabalhadores e empregado-res que têm processos trami-tando na Justiça do Trabalho, buscarem a solução mais vi-ável e rápida para solucionar o conflito, por meio de uma acordo judicial. Neste perío-do, todas as Varas do Traba-lho e o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos – Nucon priorizarão as audiências vol-tadas para a conciliação.

A conciliação em proces-sos que tramitam na Justiça do Trabalho pode ser uma boa opção para aqueles que desejam minimizar os efei-tos da crise econômica, que tem como uma das principais consequência o desemprego, fazendo com que um núme-ro cada vez maior de trabalha-dores busquem a justiça como forma de reparar direitos de-vidos pelos empregadores.

No momento da concilia-ção, busca-se sempre o equi-líbrio entre os direitos dos trabalhadores e os deveres do empregador para que am-bos sintam-se satisfeitos com o resultado negociando, onde cada parte do processo cede um pouco em relação aos va-lores que estão sendo cobra-dos ou questionados.

A conciliação é possível em qualquer momento, mas as Varas do Trabalho da Pa-

raíba e o Núcleo Permanen-te de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos – Nucon, vão priorizar as audiências para tentativas no período de 13 a 17 de junho. Para partici-pação, é necessário que os in-teressados apresentem até o dia 10 de junho, manifestação para marcação de dia e hora para realização da audiência de tentativa de conciliação. Na home page do TRT (www.trt13,jus.br) no menu ‘‘serviços’’ tem a opção “Quer Conciliar”. Basta preencher o formulário e enviar.

Um dos objetivos dessa Se-mana é ressaltar a importân-cia da conciliação, um dos pilares do processo do traba-lho, e contribuir com a cultura da solução consensual dos li-tígios. A campanha, que res-salta a Justiça do Trabalho como célere e acessível, está embasada no conceito de que a conciliação é fruto de um gesto de boa vontade onde to-dos os envolvidos participam da solução, o que está sinteti-zado no slogan da campanha que é “Conciliação: você par-ticipa da solução.”

ARQUIVO

A partir da próxima

segunda-feira, dia 13,

o Tribunal Regional do

Trabalho da Paraíba

estará com a atenção

voltada para o acordo.

MARIA LILIAN LEAL DE SOUZA*

Desde que se tornou signatário da Conven-ção 138 da OIT, que estabelece a idade mínima para o trabalho, o Brasil definiu a idade mínima como sendo 16 anos ou 14 na condição de apren-diz, proibindo qualquer trabalho para os que es-tão abaixo dos 14 anos. As razões para tal me-dida são inúmeras e todas baseadas em critérios oriundos de estudos realizados pelas ciências sociais e da saúde, que apontam os prejuízos do trabalho precoce. Os danos causados pelo traba-lho infantil são de ordem física, psíquica e social e não são poucos, muito menos leves. Suas con-sequências estendem-se por toda a vida daque-le que muito cedo se viu envolvido no trabalho. Para os que não se preocupam com esse tipo de dano ou com as pessoas que os sofrem, é bom avisar que há também prejuízos de ordem eco-nômica, uma vez que a formação de mão-de-obra perde em qualidade quando a escolarização cede

lugar para o trabalho. Um dos maiores entraves ao combate ao

Trabalho Infantil é a cultura da tolerância a esse tipo de injustiça social, ante a infundada crença de que é melhor trabalhar do estar na rua em franca vadiagem ou envolvido em atividades ilí-citas. É interessante perceber que estas ideias são mencionadas quando a referência é a uma criança ou adolescente pobre, como se a estes restassem apenas duas alternativas.

Muitas gerações cresceram brincando de marré deci, em cuja canção há uma mulher rica dizia à mulher pobre: quero uma de vossas filhas e ouvia como resposta: que ofício dás a ela? No senso comum, já nesse esse tempo e até os dias atuais, ainda há quem pergunte que mal há no trabalho infantil. Talvez sejam sinceros quando dizem acreditar que trabalhar desde muito cedo ensine valores como responsabilidade, disciplina etc. Esquecem-se que tudo isso pode ser ensina-do sem os tons da exploração presentes no tra-

balho infantil. Responsabilidade, disciplina e outros va-

lores também podem ser aprendidos na escola ou na proteção do lar, basta que para tanto haja políticas públicas bem aplicadas no empodera-mento das famílias e na qualidade das escolas e, tão importante quanto, haja a participação da sociedade no apoio, cobrança e fiscalização do poder público na criação e aplicação dessas polí-ticas.

Não, não é bonito e nem motivo de orgulho a imagem de uma criança com uma caixa de en-graxate ou vendendo jornais. É preciso que esta criança use sim a graxa, mas para o sapato da sua farda escolar e que tenha em mãos o jornal na condição de leitor. Isto sim não somente orgu-lha a todos como também muda a sociedade.

* JUÍZA TITULAR DA VARA DE MONTEIRO

O trabalho que não queremos

AcordosCriada pelo CNJ, a Semana Nacional da Conciliação ocorre anualmente desde 2006, e conta com a participação de todos os tribunais dos ramos federal, estadual e trabalhista do Poder Judiciário. O mutirão consiste na seleção dos processos com possibilidade de acordo e na intimação das partes para que elas solucionem seus conflitos de forma pacífica.

B4 Paraíba Terça-feira, 14 de junho de 2016

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Dorgival Terceiro Neto Júnior

DIA DO COMBATE AO TRABALHO INFANTIL

Câmera em vestiário gera dano moralInsegurança. Ação demonstrou a prática de atentado à intimidade da trabalhadora

A Segunda Turma de Julgamento do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, nos autos do processo nº 0131481-55.2015.5.13.0008, oriundo da 2ª Vara de Campina Gran-de, decidiu, por maioria, em  favor de uma trabalhadora e condenou a empresa Móveis Aiam Indústria e Comércio Ltda ao pagamento de inde-nização por danos morais,

em razão de  instalação de câmeras de segurança no vestiário do estabelecimen-to.

Na decisão, os magistra-dos entenderam que não sendo o vestiário espaço público, mas que tem a fina-lidade de garantir ao traba-lhador o manuseio de seus objetos pessoais e a prepa-ração para a sua jornada de trabalho, não há justificati-va plausível para o monito-ramento das atividades do obreiro naquela dependên-cia.

Para o relator do processo, desembargador Wolney de Macedo Cordeiro, o procedi-mento adotado pela empre-sa fere direito fundamental, não se admitindo que a ga-rantia constitucional seja mitigada.

TRT realiza palestra em Cabedelo

Um dos maiores entraves no combate ao Trabalho Infantil é a cultura da tolerância

Lílian Leal. Juíza titular da Vara do Trabalho de Monteiro.

Concluiu que o simples fato de o empregador instalar câ-mera de vigilância no vestiá-rio, ambiente não destinado ao exercício do trabalho, já é suficiente para demonstrar a prática de atentado à intimi-dade do trabalhador.

A Sessão Ordinária de jul-gamento foi realizada no úl-timo dia 17 de maio, com a presença do desembargador Francisco de Assis Carvalho

e Silva, que presidiu os traba-lhos, e dos desembargadores Edvaldo de Andrade e Wol-ney de Macedo Cordeiro e do procurador do Trabalho, José Caetano dos Santos Filho.

O Direito e o [email protected]

Pegar ônibus para ir ao banheiro gera danoNecessitar de deslocamento em ônibus, em determinados

horários, para poder fazer uso de banheiro constitui ofensa à honra e a intimidade, gerando dano à pessoa do trabalhador.

A decisão foi proferida pela Vigésima Oitava Vara do Trabalho de Belo Horizonte-MG, impondo a uma empresa de engenharia e uma construtora o dever de pagar, solidariamente, R$ 5 mil de indenização por dano moral.

No caso, o trabalhador alegou que a empresa de engenharia não disponibilizava banheiros no local de trabalho, sendo, por isso, obrigado a se deslocar, por vários quilômetros, até o galpão da companhia, em um ônibus oferecido por ela em determinados horários do dia.

A juíza Carla Cristina de Paula Gomes, verificou que o trabalhador prestava serviços em uma rodovia, na extensão entre os quilômetros 12 a 31, e que não havia banheiro no local, existindo banheiro apenas no galpão da empresa, situado próximo ao quilômetro 16, havendo restrição ao uso do banheiro.

Para a magistrada, o procedimento de se levar as equipes de operários até o galpão para usar o do banheiro não é satisfatório nem atende às necessidades básicas de qualquer cidadão, que nem sempre pode esperar para fazer uso do banheiro com hora marcada. Após anotar que vinculação do uso do banheiro ao transporte não é eficaz e constrange os operários, a juízo entendeu que as empresas deveriam providenciar, entre os quilômetros do trajeto trabalhado, banheiros químicos em número suficiente para atender às necessidades básicas de seus empregados.

(TRT 3ª Região – 28ª VT de Belo Horizonte-MG – Proc. 0002168-48.2014.5.03.0107)

Crédito trabalhista pode ser penhorado Após reconhecer o direito de um empregado a um crédito de cerca de R$ 1 milhão, em ação movida contra duas empresas em que ele atuou, a Quarta Vara do Trabalho de Novo Hamburgo-RS penhorou parte desse valor para garantir o pagamento de dívida proveniente de outra ação trabalhista, onde o credor figura como sócio da empresa executada. A decisão foi confirmada pela Seção Especializada em Execução do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul. O empregado, na condição de devedor e executado na ação movida contra a empresa de que foi sócio, questionou a penhora feita sobre seu crédito trabalhista reconhecido em outra demanda movida contra empresas que foram suas empregadoras. Em embargos à execução, o devedor argumentou que a penhora seria ilegal, já que os valores que tem direito a receber referem-se a salários, sendo, portanto, verba alimentar. No entanto, o juízo de primeiro grau manteve a apreensão, justificando que, nesse caso, a impossibilidade de penhora é relativa, porque a dívida que pretende cobrir também tem caráter alimentar, bem assim por ter ficado claro que a importância penhorada não é indispensável para o sustento do devedor e da sua família. Examinando agravo de petição, o relator, desembargador João Alfredo Borges Antunes de Miranda, destacou que são impenhoráveis os salários ou rendas, sobretudo, quando cumprem o objetivo de assegurar o mínimo existencial do devedor, mas que, no caso, não há nos autos prova robusta de que a apreensão judicial prejudica a subsistência do devedor, levando-se em conta, inclusive, que o valor penhorado sequer alcança 1% do montante que ele tem a receber na ação em que figura como reclamante. (TRT 4ª Região – SEEx – Proc. 0109900-33.2006.5.04.0304)

O Tribunal do

Trabalho da Paraíba

(13ª Região)

condenou uma

empresa pelo uso

indevido de câmaras

no vestiário.

17 de maio foi o dia em que a Sessão Ordinária foi realizada no Pleno do TRT.

Unânime. Decisão foi da 2ª Vara do Trabalho de Campina Grande

ARQUIVO

No último domingo, dia 12, foi comemorado o Dia Mun-dial de Combate ao Traba-lho Infantil, data criada pela Organização Internacional do Trabalho para alertar a sociedade para a realidade do problema, que continua acontecendo não só no Bra-sil, mas em vários outros pa-íses. Na Paraíba, o Tribunal do Trabalho (13 Região) rea-lizou palestras e outras ações com foco no tema.

A juíza Mirella Cahú de Melo Arcoverde de Souza foi designada pelos gestores do Programa de Combate ao Trabalho Infantil da Justiça do Trabalho na Paraíba, de-sembargador Leonardo Tra-jano e a juíza Maria Lílian Leal de Souza, titular da Vara do Trabalho de Monteiro pa-ra ministrar palestra em Ca-bedelo, cidade que fica a 18 quilômetros da capital, João Pessoa.

Durante apresentação da palestra “Trabalho Infantil: Não curto!”, o público se com-prometeu em usar a hashtag #CabedeloNãoCurteTra-balhoInfantil durante todo o dia 12, em todas as redes sociais. O compromisso foi firmado entre a juíza Mirella Cahú e crianças e adolescen-tes entre 5 e 17 anos, que são assistidas pela Secretaria de Ação Social e Inclusão do

Município de Cabedelo.

Palestra. A palestra foi ministrada para duas tur-mas, sendo a primeira no turno da manhã e a segunda no turno da tarde. “Acredito muito na importância do con-tato direto entre o judiciário e a sociedade, não apenas pa-ra solução das ações que são promovidas, mas também co-mo política pedagógica de es-clarecimento e formação. O combate ao trabalho infantil no Brasil deve ser prioridade absoluta para toda sociedade como determina a Constitui-ção Federal. Acredito que o TRT 13 faz isso quando apoia atividades como essa!”, disse Mirella Cahú. De acordo com a juíza Maria Lílian Leal, os Juízes do Trabalho estão constando nas atas de audi-ência e outros documentos das Varas, frases de comba-

te ao trabalho infantil. Entre as frases escolhidas esta-rão: “Todos juntos contra o Trabalho Infantil”; “Não ao Trabalho Infantil na cadeia produtiva”; “Cartão Verme-lho ao Trabalho Infantil”; Eu sou contra o Trabalho Infan-til” e “Vamos acabar com o Trabalho Infantil”.

Intolerância. ““Um dos

maiores entraves no comba-te ao Trabalho Infantil é a cultura da tolerância a esse tipo de injustiça social, ante a infundada crença de que é melhor trabalhar do estar na rua em franca vadiagem ou envolvido em atividades ilícitas. É interessante per-ceber que estas ideias são mencionadas quando a refe-rência é a uma criança ou adolescente pobre, como se a estes restassem apenas duas alternativas”, disse a juíza Lí-

lian Leal.Para a magistrada, respon-

sabilidade, disciplina e ou-tros valores também podem ser aprendidos na escola ou na proteção do lar, basta que para tanto haja políticas pú-blicas bem aplicadas no em-poderamento das famílias e na qualidade das escolas e, tão importante quanto, haja a participação da sociedade no apoio, cobrança e fiscalização do poder público na criação e aplicação dessas políticas.

“Não, não é bonito e nem motivo de orgulho a imagem de uma criança com uma cai-xa de engraxate ou venden-do jornais. É preciso que esta criança use sim a graxa, mas para o sapato da sua farda es-colar e que tenha em mãos o jornal na condição de leitor. Isto sim não somente orgulha a todos como também muda a sociedade” opinou Lílian Leal.

Mercado. “De acordo com o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil -FNPE-TI, a Paraíba está em 7º lu-gar no ranking de ocupação por crianças e adolescentes. Para uma população de 843 com idade entre 5 e 17 anos, 83 estão ocupados em algu-ma atividade, cuja taxa de ocupação é de 9,8%.

SEMANA NACIONAL DA CONCILIAÇÃO

Audiências ocorrem até sexta-feiraDesde ontem o Tribunal do

Trabalho da Paraíba está dedi-cando sua pauta de audiências para a realização de acordos. Nesta segunda-feira, 13 foi de-flagrada a Semana Nacional da Conciliação Trabalhista. Até sexta-feira, dia 17 o gabinete dos Desembargadores no TRT, Varas do Trabalho e o Núcleo Permanente de Métodos Con-sensuais de Solução de Confli-tos – Nucon estão priorizando as audiências voltadas para a conciliação.

A conciliação na Justi-ça do Trabalho pode ser rea-lizada em qualquer momento,

mas para participação na Se-mana nacional da Conciliação, é necessário que os interes-sados apresentem manifes-tação para marcação de dia e hora para realização da audi-ência. Na home page do TRT (www.trt13,jus.br) no menu ‘‘serviços’’ tem a opção “Quer Conciliar”. Basta preencher o formulário e enviar.

No Nucon, foram disponibili-zadas 5 mesas para a realização de audiências, que estão acon-tecendo ao mesmo tempo, prio-rizando os processos na fase de conhecimento. Além da juíza Ana Paula Cabral Campos e

do juiz auxiliar Francisco Xa-vier de Andrade Filho, outros três magistrados estão atuan-do no Nucon até sexta, dia 17.

Os magistrados estão con-

tando com a participação de acadêmicos de Direito da Uni-versidade Federal da Paraíba (UFPB) e Unipê, conforme parceria firmada com o TRT.

O trabalho ainda é mais importante quando pensamos

em crianças e adolescentes, que representam o futuro do nosso país

Mirella Cahú. Juíza do Trabalho

Pauta Cidadã Na abertura do evento foi lançado o projeto Pauta Cidadã, que busca resolver pendências na Justiça do Trabalho pela conciliação, mas com um foco diferenciado. O projeto que é parte do Planejamento Estratégico do TRT, vai muito além da Semana de Conciliação promovida pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). O Pauta Cidadã se estenderá até o mês de novembro, quando acontecerá a Semana Nacional de Conciliação de todo o Judiciário brasileiro e que é promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

B4 Paraíba Terça-feira, 21 de junho de 2016

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Dorgival Terceiro Neto Júnior

GESTÃO DE SEGURANÇA

Conciliação rendeu R$ 5,6 mi no TRT-PBNo Estado. Foram realizadas 975 audiências e mais de 1.900 pessoas foram atendidas

O resultado dos valores homologados no período de 13 a 17, quando foi realiza-da a Semana Nacional da Conci l iação Trabalhista, chegou a exatamente R$ 5.677.854,08. O valor corres-ponde a realização de 1.019 audiências presididas por 84 Juízes, 1 Desembargador e 247 participantes conciliado-res, envolvendo 1.966 pessoas atendidas.

Para a Juíza Ana Paula Ca-bral, coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Con-sensuais de Conflitos – Nucon, a Semana Nacional da Conci-liação foi bastante positiva na Paraíba. “Missão cumprida. Registro com satisfação os bons resultados advindos do empenho de todos aqueles que participaram, em espe-cial os advogados e a equipe

do Nucon. Muitos acordos foram realizados em benefício das partes e do próprio Ju-diciário Trabalhista, e o mais importante é que dessa forma frutifica a cultura da concilia-ção”, disse.

A Semana Nacional da Conciliação chegou ao seu final, mas na Paraíba, a con-ciliação pode ser realizada em qualquer momento, é ne-cessário que os interessados

Tribunal recebe consultoria

O objetivo é estabelecer o processo e responsabilidades da Gestão de Riscos em Segurança da Informação

Rodrigo Mafra. chefe do Setor de Segurança da Informação.

R$ 229 mil foi o valor recolhido pela Justiça do Trabalho para a Previdência Social.

apresentem manifestação para marcação de dia e hora para realização da audiên-cia. Na home page do TRT (www.trt13,jus.br) no menu ‘‘serviços’’ tem a opção “Quer Conciliar”. Basta preencher o formulário e enviar.

A maioria das audiências para tentativa de acordos aconteceu em João Pessoa no Núcleo de Conciliação e de Conflitos – Nucon, que está instalado no Fórum Maximia-no Figueiredo. No setor foram disponibilizadas 5 mesas pa-ra a realização de audiências, que priorizaram os processos na fase de conhecimento. Pa-ra o atendimento as partes,

além da juíza Ana Paula Ca-bral Campos e do juiz auxiliar Francisco Xavier de Andrade Filho, coordenadora e vice--coordenador do Nucon, ou-tros magistrados atuaram.

Na abertura do evento foi lançado o projeto Pauta Ci-dadã, que busca resolver pendências na Justiça do Trabalho pela conciliação, mas com um foco diferencia-do. O projeto que é parte do Planejamento Estratégico do TRT e se estenderá até o mês de novembro, quando acon-tecerá a Semana Nacional de Conciliação de todo o Judici-ário brasileiro e que é promo-vida pelo CNJ.

O Direito e o [email protected]

Cozinheira voluntária não é empregadaBeneficiária do programa de inclusão social e

capacitação profissional chamado Cozinhas Voluntárias que pleiteava o reconhecimento de vínculo empregatício com o município patrocinador do evento teve seu pedido negado pela Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul.

O Município admitiu a prestação de serviços, mas sem recebimento de salário e sem subordinação, porque decorrente de participação em programa social de adesão voluntária.

A autora alegou que, nos três anos em que foi beneficiária do programa, trabalhou como cozinheira, recebendo renda pela venda de marmitas, sendo que os alimentos utilizados eram fornecidos pela prefeitura e que, por isso, de alguma forma, recebia salário do município.

A sentença de primeiro grau considerou que a adesão ao programa social foi voluntária e gratuita, cujo objetivo era oportunizar aos participantes aprender o ofício de cozinheiro e que a eventual renda gerada não pode ser entendida com remuneração recebida do município.

Para o juiz de primeiro grau, a proposta era que as pessoas entrassem no programa para aprender a cozinhar, sendo que o alimento produzido na cozinha, além de vendas de marmitas, também alimentava o pessoal que trabalhava no programa e, ainda, quea autora jamais recebeu salário do reclamado.

Ao apreciar o recurso ordinário da empregada, a Turma, sob a relatoria do desembargador Cláudio Antônio Cassou Barbosa, que, além de comprovados o caráter voluntário da atividade e a ausência de subordinação e pagamento de salário, o fornecimento dos alimentos para a confecção das refeições não é capaz de desvirtuar a natureza da relação, já que a finalidade do programa é a capacitação profissional.

Em remate, anotou o relator que a pessoalidade alegada pela parte autora é característica também do trabalho voluntário, além de não ser suficiente para configurar, por si só, a relação de emprego.

(TRT 4ª Região – 3ª Turma)

Empregador pode exigir cumprimento integral de aviso prévio proporcional A Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, sob o fundamento de que a Lei nº 12.506/2011, que regulamentou a prorrogação do aviso prévio proporcional, não faz qualquer distinção quanto ao fato de ser este trabalhado ou indenizado, assegurou ao empregador o direito de exigir do empregado o cumprimento do prazo integral de aviso prévio proporcional. Na primeira instância, o magistrado havia entendido que o aviso prévio proporcional aplica-se exclusivamente em favor do empregado, como uma indenização, mas que, quanto à limitação da jornada no período do aviso, prevalece apenas o prazo de 30 dias. Contudo, a Turma afastou a tese da sentença, tomando por base o voto do relator, desembargador Jales Valadão Cardoso, segundo o qual “A proporcionalidade prevista na lei é aplicável em todos os casos de despedida sem justa causa. Independente da opção patronal de exigir a prestação de serviços ou indenizar esse período. O empregado com maior tempo de serviço, cumprindo o aviso prévio, também terá mais tempo para obter novo emprego, que é a finalidade da norma”. (TRT 3ª Região – 2ª Turma – Proc. 0012072-78.2013.5.03.0026)

SOBRE O PROJETO

▶ Gestor: Rodrigo Mafra (Chefe Setor de Segurança da Informação) ▶ Gestor substituto: Manuel Rodrigues V. da Silva (Setor de Segurança da Informação)▶ Patrocinador: Ronaldo Farias (Diretor da SETIC)

O Tribunal do Trabalho

da Paraíba (13ª Região)

superou todas as

suas expectativas e

conseguiu ultrapassar o

valor de R$ 5,6 milhões

em acordos.

Tentativa de acordos. Maior parte das audiências foi realizada no Núcleo de Conciliação, em João Pessoa

DIVULGAÇÃO

Inserido no contexto do projeto estratégico institu-cional “Implantação do Siste-ma de Gestão de Segurança da Informação”, a empresa Módulo Security Solutions S.A está real izando uma consultoria no Tribunal do Trabalho da Paraíba (13ª Região).

A consultoria visa o mape-amento e a implementação de processos de Gestão de Riscos e de Gestão de Trata-mento e Resposta a Inciden-tes na instituição e atende a

Resolução número 211/2015 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo Rodrigo Mafra, responsável pelo Setor de Se-gurança da Informação da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (SETIC) e gestor do proje-to, o objetivo é estabelecer o processo e responsabilida-des da Gestão de Riscos em Segurança da Informação, bem como descrever as ati-v idades de identif icação, avaliação, tratamento, mo-nitoramento e comunicação dos riscos inerentes às ativi-dades do TRT13, incorporan-do a visão de riscos à tomada de decisões estratégicas, em conformidade com as melho-res práticas de mercado e re-gulamentações pertinentes.

Busca estabelecer, ainda,

responsabilidades e descre-ver as atividades para o Tra-tamento de Incidentes de Segurança da Informação, com o intuito de restaurar a operação normal dos ser-viços o mais rápido possível, minimizando os prejuízos à operação das atividades ins-titucionais e garantindo os níveis de serviço acordados.

A previsão de conclusão da consultoria é o próximo mês de agosto. A empresa Módu-lo Security Solutions está

sendo representada pela consultora Tatiana Moreira da Silva de Sousa.

Após a conclusão dos tra-balhos, os processos serão submetidos ao Comitê Ges-tor de Segurança da Infor-mação para deliberação e aprovação da Presidência do Tribunal.

Os trabalhos estão sen-do executados em conjunto com a equipe do Setor de Se-gurança da Informação do TRT.

NO FÓRUM DE JP

Cenaten vai atender 400% a maisO Tribunal do Tra-

balho da Paraíba aumen-tou em 400% a capacidade de atendimento na Central de Atendimento – Cenaten, que está instalada no Fórum Maximiano Figueiredo, em João Pessoa. A decisão foi tomada após a surpresa de um crescimento na deman-da de reclamações a termo (verbais), provocada pelos agentes de saúde da Pre-

feitura Municipal de João Pessoa, que tiveram seus contratos de trabalhos con-vertidos do regime celetista para estatutário.

Parte da categoria procu-rou a Cenaten para autuar reclamações a termo na es-perança de ter seus saldos do FGTS liberados, já que, nesses casos, a Caixa Eco-nômica Federal só autoriza o saque por meio de alvará judicial.

Sensível à necessidade da classe, a administração do Tribunal constatou que a atual estrutura da Cen-tral de Atendimento não atenderia com eficiência o aumento da demanda. Em

uma ação conjunta da Admi-nistração do Fórum, do Ju-ízo Auxiliar da Presidência, Secretaria da Corregedoria, Secretaria Administrativa, Direção-Geral e Cenaten, foi montada estrutura para agendamento e atendimen-to com a urgência necessária a tal situação.

Para atingir o percentu-al de 400% de aumento da capacidade de atendimento na Central, foram cedidos alguns servidores do Núcleo de Apoio à Primeira Instân-cia e da Distribuição dos Feitos do Fórum da Capital. Nenhum integrante dessa classe que procurar a Ce-naten ficará sem autuar sua

ação a termo e todos terão seus atendimentos agenda-dos, sem a necessidade de enfrentar filas e perder mui-to tempo de espera.

Só na segunda-feira, dia 13 foram agendados no audi-tório do Fórum Maximiano Figueiredo 254 atendimen-tos, somados às 54 ações já autuadas.

211/2015 é o número da Resolução do CNJ que determina o mapeamento de processos.

3000 é o número de integrantes que formam a classe dos agentes comunitários e os de saúde ambiental.

PautaMais de 10% dos agentes de saúde da Prefeitura Municipal de João Pessoa tiveram asseguradas a autuações de suas ações.

B4 Paraíba Terça-feira, 28 de junho de 2016

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Dorgival Terceiro Neto Júnior

DOUTOR HONORIS CAUSA

Escola judicial do TRT discute meio ambienteProgramação. Instituição fará Seminário de Formação Continuada em outubro

A palestra promovida pela Escola Judicial do Regional (EJud) foi ministrada pela doutora Norma Sueli Padi-lha para magistrados e servi-dores do TRT com o objetivo de mostrar uma visão geral do contexto em que se inse-rem os fundamentos cons-titucionais que alicerçam a construção da juridicidade ambiental.

“O nosso contato com a natureza, na verdade, está ficando cada vez mais dis-tante. E o ambiente artificial onde passamos a maior parte do tempo de vida produtiva é o no ambiente do trabalho. Nesta visão dentro do con-trato do trabalho, nós cos-tumamos olhar as relações entre os sujeitos envolvidos apenas nesse contexto”, ex-plicou Norma Padilha.

A proposta da professora é olhar para este ambiente on-de cada um passa boa parte da sua vida produtiva como sendo um local que devemos ter uma qualidade de vida que esteja ligada a um equi-líbrio.

Terceira Edição. Na abertura da conferência, o juiz Paulo Henrique Tavares da Silva, vice-diretor da Es-

cola, que fez a apresentação da conferencista e anunciou a programação da Escola Ju-dicial para o segundo semes-tre. Um dos pontos altos será a realização do III Seminário Geral de Formação Continu-ada, que acontecerá de 18 a 21 de outubro na Estação Ci-ência Cabo Branco. O evento contará com a presença de palestrantes nacionais reno-mados, que ministrarão mi-nicursos para magistrados e servidores.

Na ocasião, haverá o lança-mento do livro O Novo CPC e sua repercussão no processo do trabalho: encontros e de-sencontros. A obra é uma co-letiva coordenada pelo juiz Sérgio Cabral dos Reis, numa iniciativa da EJud e congre-ga ensaios e artigos acerca de temas polêmicos envolvendo a aplicação do novo código ao processo do trabalho.

Presidente recebe título no Unipê

Há grande economia de custos fixos para o TRT e redução de deslocamentos, tempo e despesa de todos os envolvidos

Paulo Roberto Rocha. Juiz titular da Vara de Sousa.

Novas Pesquisas. Para este mês, do dia 27 de junho ao dia 15 de julho, o juiz Paulo Henrique Tavares da Silva, coordenador geral do Centro de Pesquisas so-bre o Judiciário Trabalhis-ta Paraibano (CPJ TRT 13), receberá, para avaliação, projetos de pesquisa a se-rem de desenvolvidos, me-diante acompanhamentos e parcerias nas unidades ju-risdicionais de João Pessoa e Campina Grande.

Os trabalhos deverão ser enviados exclusivamente pela internet anexados ao formulário eletrônico devi-damente preenchido com qualif icação completa do pesquisador e orientador (se for o caso), inclusive com en-dereços eletrônicos; E mais: justificativa, problema e hi-pótese; objetivos geral e es-pecíficos; atividades a serem desenvolvidas.

O postu lante deverá acrescentar suas informa-ções; uma declaração de que está ciente quanto ao termo do edital; anuência de que as pesquisas poderão ser acom-panhadas por um magistra-

do designado pela EJud, figurando o mesmo coautor do trabalho e cessão dos di-reitos autorais referentes ao projeto, relatório final, além do artigo científico que será encaminhado à Escola Judi-cial ao término da pesquisa, podendo ser objeto de publi-cação por meio eletrônico ou físico.

O formulário eletrônico estará disponível no ende-reço ejud.trt13.jus.br a par-tir das 8h do dia 27 de junho até as 23h59min do dia 15 de julho.

Os projetos avaliados pe-lo CJP TRT 13 somente po-derão ser versados nas áreas de Teorias da decisão tra-balhista; Processo judicial eletrônico; Meios alterna-tivos de resolução de con-flitos trabalhistas; Perfil do jurisdicionado trabalhista; Impactos das novas tecnolo-gias no mundo do trabalho; Danos morais decorrentes da relação de emprego; O novo CPC e seu impacto no processo do trabalho e Novos arranjos empresariais e seu impacto na responsabilidade trabalhista.

O Direito e o [email protected]

Obstacular comparecimento do empregado ao enterro da mãe gera dano moralUm empregado que ficou impossibilitado de

comparecer ao velório e sepultamento de sua mãe, por culpa da empresa, sofre dano moral e tem direito a receber indenização, conforme entendimento da Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais.

No caso, um caminhoneiro relatou que não compareceu ao velório e ao sepultamento de sua mãe porque se encontrava em viagem para a cidade de Recife-PE, sem condições, portanto, de retorno imediato, mesmo tendo, antes da partida para a viagem, comunicado à empresa o estado de saúde de sua mãe, solicitando que ficasse na proximidade da sua residência, mas seu pedido não foi atendido.

A alegação do empregado, de que ficou angustiado de não poder se despedir de sua mãe, que não resistiu ao câncer e veio a falecer quando ele estava a quilômetros de distância, acabou prevalecendo na Turma.

Para o relator, desembargador José Eduardo de Resende Chaves Júnior, “Não há dúvida do sofrimento imposto ao reclamante pela atitude da reclamada, que, ao deixar de atender à justa solicitação de seu empregado, causou-lhe prejuízo irreparável. Impediu-lhe de despedir-se de ente querido e de estar na companhia de sua família em momento de extrema dor. Inegável, portanto, o direito à indenização por dano moral no caso, em razão da conduta da reclamada, que causou ao laborista prejuízo íntimo e ofendeu a sua integridade psicológica”.”

Ao final, a empresa foi condenada a pagar indenização por dano moral de R$ 10 mil.

(TRT 3ª Região – 1ª Tuma – Proc.0001978-16.2013.5.13.0109) Cochilo que para usina é falta grave

A Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná manteve a demissão por justa causa de um operador de pá carregadeira que provocou a paralisação total de uma usina de açúcar, após colocar a máquina em ponto morto para “tirar um cochilo”.

A atitude deliberada do trabalhador fez com que as sobras de bagaço de cana entupissem as esteiras, desarmando o sistema e exigindo a paralisação das caldeiras por cerca de duas horas.

O empregado tentou desconstituir a falta grave sob fundamento de que sempre trabalhou de forma exemplar e que o fato de ter dormido “não colocou em risco de vida os empregados da ré e não gerou prejuízos”.

Mas, a Turma entendeu que a negligência do operador, além de causar prejuízo financeiro à usina, colocou a própria vida em risco e também a dos demais trabalhadores, não havendo rigor excessivo, nem falta de proporcionalidade, na dispensa imediata”.

Foi destacado no acórdão que o depoimento do próprio trabalhador e o comunicado de dispensa deixou evidente que “o ‘cochilo’ do trabalhador tratou-se de atitude deliberada, o que compromete severamente a fidúcia necessária entre a empregadora e o empregado, dada a relevância que as atividades desempenhadas pelo recorrente representam no processo produtivo da ré”. (TRT 9ª Região – 1ª Turma)

“Meio Ambiente do

Trabalho: O Diálogo

entre o Direito

Ambiental e o Direito

do Trabalho”. Este foi

o tema da conferência

realizada no Tribunal

do Trabalho da Paraíba

(13ª Região).

Juízes e servidores. Juiz Paulo Henrique anunciou a palestra que discutiu o Direito Ambiental do Trabalho

DIVULGAÇÃO

O presidente do Tribunal do Trabalho da Paraíba, desem-bargador Ubiratan Delgado recebeu o título de Doutor Ho-noris Causa. A honraria foi en-tregue pela reitora do Unipê, Ana Flávia Fonseca durante a comemoração de 45 anos de fundação da instituição, rea-lizado no Auditório do Unipê.

Para o presidente do TRT, a homenagem foi o reco-nhecimento daquele Centro Universitário ao TRT pelas parcerias em prol do ensino jurídico e da sociedade. “Vem

ao encontro do que tenho pre-gado, sobre a necessidade do nosso Tribunal se abrir à so-ciedade, especialmente por meio das parcerias inteligen-tes. Partilho a homenagem com todos os que contribuem com essa visão”, ressaltou.

A reitora Ana Flávia dis-se que o exclusivo do Uni-pê recebeu apoio do TRT: o Simulador Jurídico Virtual, que criou um ambiente para a prática dos estudantes com o PJe-JT. O TRT cedeu o sis-tema para ser utilizado pelos

alunos do curso de Direito do Unipê, que terão conheci-mento de toda a sistemática

de um processo judicial virtu-al desde petições e despacho até julgamentos.

CONCILIAÇÃO EM UIRAÚNA

Valores ultrapassam R$ 370 milA Vara do Trabalho do

município de Sousa (PB) realizou mais uma edição do Projeto “Amplo Acesso à Justiça”, que está inse-rida no Projeto Estratégico do Tribunal do Trabalho da Paraíba (13ª Região). A audi-ência volante aconteceu na cidade de Uiraúna (PB).

Na ocasião, além da pau-ta ordinária, foi realizada grande conciliação envol-vendo 42 trabalhadores e a empresa Servcom Constru-ções Comércio e Serviços

Ltda., que prestou serviços para aquele município e teve valores bloqueados.

Os valores conciliados atingiram R$ 376.588,56, com liberação de todos os alvarás e assinaturas das CTPS no ato. As audiências de instrução foram realiza-das em março e as de con-ciliação em execução, neste mês de junho. O serviço prestado em Uiraúna evitou que os os trabalhadores que lá residem, se deslocassem até a sede da Vara do Traba-

lho, em Sousa.O objetivo da audiência

volante é facilitar o acesso à Justiça do Trabalho, numa dinâmica simples, prática e efetiva de interiorizar ações. As audiências em Uiraúna vêm ocorrendo trimestral-mente, desde março de 2015. As próximas datas já estão agendadas pelo Calendário Oficial da VT de Sousa, dis-ponível no site do TRT.

A audiência volante é re-gulamentada pela Resolu-ção Administrativa (RA)

122/2015 do Tribunal e con-ta com apoio do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB) e Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE/-B) para realização de audiências em todo o estado da Paraíba, mediante convênios de coo-peração.

Seminário “O Direito e Processo do Trabalho: construindo novas alternativas” será o tema principal do evento.

3521-2717 é o número do telefone onde podem ser obtidas mais informações.

Homenagem. Honraria foi entregue pela reitora do Unipê, Ana Flávia

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