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Relação entre indicadores ecológicos da meiofauna de praias arenosas e
a Qualidade Visual da Paisagem em uma futura Área de Proteção
Ambiental numa orla da costa sul brasileira.
Mayara Carneiro Beltrão
Itajaí
2018
Mayara Carneiro Beltrão
Relação entre indicadores ecológicos da meiofauna de praias arenosas e
a Qualidade Visual da Paisagem em uma futura Área de Proteção
Ambiental numa orla da costa sul brasileira.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental,
como parte dos requisitos para obtenção do
grau de Mestre em Ciência e Tecnologia
Ambiental.
Orientador: Dr. Tito Cesar Marques de Almeida
Co-orientador: Dra. Rosemeri Carvalho Marenzi
Itajaí
2018
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Tito por seus ensinamentos e motivação. Por sempre dizer
que eu era capaz.
A minha co-orientadora Rosemeri Marenzi por sua paciência, dedicação e pela
oportunidade de integrar o grupo de estudos da proposta de implantação da UC
na Orla de Itajaí.
A Mariana Martins pelas instruções de identificação do mundo da meiofauna, e
por me acalmar em diversas situações, mostrando que no final tudo dá certo.
Agradeço também a todos integrantes do Laboratório de Ecologia de
Ecossistemas Aquáticos.
Ao professor Sérgio Netto e sua equipe, por me receberem tão bem em seu
laboratório, e ensinarem as belezas do grupo Nematoda - sem os quais seria
impossível a identificação do grupo no presente trabalho.
Ao professor Paulo Schwingel, que foi muito importante para obtenção da bolsa
de Mestrado, sem a qual não seria improvável a realização desta etapa em
minha vida.
Ao senhor Gentil, que realmente condiz com seu nome e teve uma paciência
incrível comigo.
Ao Cesar Stramosk pela parceria nos campos, fosse de madrugada com chuva
no inverno ou no solzão de verão.
A minha mãe (razão de tudo) e minha amada família e amigos.
A Felipe Trujillo, Ailton Santos, João Clezar, José Belino, Pedro Rocha e Agatha
Caroline, por que 27 fotos, uma figura, um mapa, 100 entrevistas e várias
discussões não se faz sozinha.
SUMÁRIO
Sumário
1.Introdução ....................................................................................................... 9
2. Objetivos ...................................................................................................... 14
2.1 Objetivo geral .......................................................................................... 14
2.2 Objetivos específicos............................................................................... 14
3. Material e métodos ....................................................................................... 15
3.1 Área de estudo ....................................................................................... 15
3.2 Procedimentos Metodológicos ................................................................ 16
4. Resultados ................................................................................................... 23
4.1. Meio Abiótico .......................................................................................... 23
4.2. Meio Biótico ............................................................................................ 24
4.3 Qualidade Visual da Paisagem ............................................................... 36
5. Discussão ..................................................................................................... 41
6. Conclusão .................................................................................................... 49
8. Referências bibliográficas ............................................................................ 50
LISTA DE FIGURA
Figura 1. Mapa das praias estudadas. Atalaia, Cabeçudas e Brava (norte),
Itajaí/SC............................................................................................................ 16
Figura 2. Transectos de coletas de dados nas praias do Atalaia, Cabeçudas e
Brava, Itajaí/SC. ............................................................................................... 17
Figura 3. Desenho amostral para coleta da meiofauna nos extratos de
supralitoral (S), mesolitoral (M) e infralitoral (I) na região entre a maré alta de
sizígia (MAS) e maré baixa de sizígia (MBS). T1, T2 e T3: Transectos. P1, P2 e
P3: Pontos. A, B e C: Réplicas. ........................................................................ 18
Figura 4. Flotação dos organismos da meiofauna com LUDOX (sílica coloidal).
......................................................................................................................... 19
Figura 5. Porcentagem de abundância dos grupos da meiofauna nas praias
Atalaia, Brava e Cabeçudas, Itajaí, SC. ........................................................... 25
Figura 6. Representação das similaridades pelo MDS da meiofauna em relação
às praias, estratos de maré e estações do ano. S- Suplaitoral, M- Mesolitoral. I-
Infralitoral.......................................................................................................... 27
Figura 7. Indicadores numéricos de abundância (N), em relação a estações do
ano e estrato nas praias Brava, Atalaia e Cabeçudas, Itajaí/SC. Barras
representam o intervalo para 95% de confiança. ............................................. 30
Figura 8. Indicadores numéricos de riqueza de táxons (S), em relação a
estações do ano e estrato nas praias Brava, Atalaia e Cabeçudas, Itajaí/SC.
Barras representam o intervalo para 95% de confiança. .................................. 31
Figura 9. Resultados da análise de correspondência canônica (CCA), ilustrando
o eixo 1 e 2 aplicados sobre os dados abióticos de Matéria Orgânica (MO),
Seleção do grão (Sel) e Tamanho Médio do Grão (TMG). a- Atalaia, b- Brava,
c- Cabeçucas. i- inverno, v- verão. s- supralitora, m- mesolitoral, i-infralitoral. 33
Figura 10. Representação das similaridades pelo MDS do grupo Nematoda em
relação nas praias Cabeçudas, Atalaia e Brava, Itajaí/SC. .............................. 35
Figura 11. Porcentagem de gênero (A) e de faixa etária (B) dos avaliadores da
Qualidade Visual da Paisagem nas praias de Cabeçudas, Atalaia e Brava, em
Itajaí/SC............................................................................................................ 37
Figura 12. Média da valoração da Qualidade Visual da Paisagem em cada
uma das fotografia nas praias da Atalaia (Ata), Cabeçudas (Cab) e Brava (Bra)
– (A) e valoração média das praias de Atalaia, Cabeçudas e Brava, Itajaí/SC
(B). ................................................................................................................... 38
Figura 13. Número ideal de entrevistados por fotografia avaliada nas praias de
Itajaí, SC........................................................................................................... 38
Figura 14. Vista das paisagens pior valoradas pelos avaliadores. ................... 39
Figura 15. Vista das paisagens melhor valoradas pelos avaliados. ................. 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Tipo de alimentação do Nematoda baseado no tamanho da cavidade
bucal e na presença ou ausência de dentes .................................................... 20
Tabela 2. Classes da qualidade visual da paisagem utilizadas no estudo ....... 21
Tabela 3. Temperatura mínima e máxima no sedimento e salinidade da água
nas praias Atalaia, Cabeçudas e Brava, Itajaí/SC com relação ao período
sazonal. ............................................................................................................ 23
Tabela 4. Média da classificação do sedimento em relação aos estratos nas
praias Brava, Atalaia e Cabeçudas, Itajaí/SC. S- Supralitoral. M- Médiolitoral. I-
Infralitoral. Mat. Org.- Percentual de matéria orgânica. CaCO3- Percentual de
carbonato de cálcio. ......................................................................................... 24
Tabela 5. Abundancia total dos grupos da meiofauna nas praias do Atalaia,
Cabeçudas e Brava, Itajaí/SC. ......................................................................... 25
Tabela 6. Resultado da PERMANOVA aplicados sobre a interação entre os
fatores tempo (período sazonal,) praia e estrato. ............................................. 26
Tabela 7. PERMANOVA par a par para a interação entre os três fatores
ortogonais e fixos considerados. ...................................................................... 26
Tabela 8. Contribuições para as abundâncias e similaridades da meiofauna
com relação aos estratos no verão nas praias Brava, Atalaia e Cabeçudas,
Itajaí/SC............................................................................................................ 27
Tabela 9. Contribuições para as abundâncias e similaridades da meiofauna
com relação aos estratos no inverno nas praias Brava, Atalaia e Cabeçudas,
Itajaí/SC............................................................................................................ 28
Tabela 10. Resultado da PERMANOVA aplicados sobre a riqueza taxonômica
(S) e abundância (N) na interação dos fatores tempo, praia e estrato. ............ 29
Tabela 11. Resultados da CCa aplicada sobre a composição da meiofauna e as
características significativas. ............................................................................ 31
Tabela 12. Número de Nematodas identificados nos estratos durante estações
de inverno e verão nas praias Cabeçudas, Atalaia e Brava, Itajaí/SC. S-
Supralitoral. M- Mediolitoral. I- Infralitoral. Num. Id.- Número de Nematodas
identificados. Num Real- Número real de Nematodas na amostra. .................. 34
Tabela 13. Resultado da PERMANOVA aplicados sobre a interação entre o
fator praia em relação ao grupo Nematoda. ..................................................... 34
Tabela 14. PERMANOVA par a par para da interação entre o fator praia em
relação ao grupo Nematoda. ............................................................................ 34
Tabela 15. Contribuição para as abundâncias e similaridades do grupo
Nematoda com relação as praias Cabeçudas, Brava e Atalaia, Itajaí, SC. ...... 36
Tabela 16. Características Físicas, Biológicas e Qualidade Visual das praias
Atalaia, Brava e Cabeçudas, Itajaí/SC. ............................................................ 40
RESUMO
Praias arenosas estão entre os sistemas mais importantes, seja do ponto de vista
ecológico, ou econômico. Atraídos pela beleza cênica dessas áreas, turistas
ocasionam o processo de uso, ocupação e muitas vezes degradação das zonas
costeiras. Com isto, este trabalho teve como objetivo avaliar a relação entre a
meiofauna e a percepção da Qualidade Visual da Paisagem (QVP) dos usuários
de praias, pretendendo contribuir para as tomadas de decisões da futura Área
de Proteção Ambiental da Orla de Itajaí. Foram estudadas as praias Atalaia,
Brava e Cabeçudas em Itajaí/SC, nas quais foram coletadas amostras de
meiofauna durante o inverno e verão de 2016. Para análise da QVP foi utilizado
o método direto, no qual, 100 usuários de praias valoraram 18 fotografias em
escala de 1-5. A PERMANOVA demostrou haver interação entre as associações
meiofaunísticas das praias, bem como, entre os indicadores de riqueza
taxonômica e abundância. O grupo Nematoda foi o mais abundante, sendo
representado principalmente pelos gêneros Microlaimus, Trichoteristus e
Daptonema. Quanto a QVP as três praias estudadas foram classificadas como
Paisagem de Qualidade Média – regular. Neste trabalho não foi possível
observar relação direta entre a meiofauna/Nematoda e a QVP. Porém, deve-se
considerar que as praias apresentam diferentes tipos morfodiâmicos, assim
como outros fatores podem influenciar a distribuição destes organismos nas
praias além da paisagem na sua dimensão visual.
Palavra-chave: Meiofauna; praia arenosa; qualidade visual da paisagem; área
de proteção ambiental.
ABSTRACT
Sandy beaches are among the most important systems, from the ecological or
economical point of view. Attracted by the scenic beauty of this areas, tourists
promote the process of use, occupation and often degradation of the coastal
areas. The objective of this study was to evaluate the relation between meiofauna
and the perception of the Visual Quality of Landscape (VQL) of beach users,
intending to contribute to the decisions of the future Environmental Protection
Area in Itajaí. The studied area comprehends the beaches Atalaia, Brava and
Cabeçudas in Itajaí/SC, in which, samples were collected in the winter and
summer of 2016. The PERMANOVA showed that there is interaction between the
beaches, as well in the indicators of taxonomic richness and abundance. The
Nenatoda group was the most abundant, being represented mostly by de genera
Microlaimus, Trichoteristus and Daptonema. For the VQL analysis, it was used
the direct method, in which 100 beach users rated 18 photos in scale of 1-5. The
three beaches studied were classified as Medium Quality Landscape- Regular.
In this study it was not seen direct relation between meiofauna/nematoda and
VQL. However, others factors can influence the distribution of meiofauna
organisms in the beach, and should be considered, like the different
morphodynamic types.
Key-words: Meiofauna, Sandy Beach, Visual Quality of the Landscape; Environmental Protection Area.
9
1.Introdução
Praias são ambientes dinâmicos influenciados principalmente pela
interação das forças físicas de marés, movimento dos sedimentos e ondas
(Wright & Short, 1984). As praias arenosas estão entre os sistemas mais
extensos do mundo, e possuem grande importância ecológica e recreativa
(McLachlan, 1983). Suas proximidades apresentam-se como locais
primordiais para o estabelecimento de assentamentos urbanos e atividades
de desenvolvimento, estando o turismo entre uma das principais atividades
(Zacarias, 2013).
O turismo costeiro, que iniciou no século XIX, e vem aumentando
desde então, merece atenção especial, uma vez que é o impulsor da
economia em diversos países (Davenport & Davenport, 2006). Segundo o
Ministério do Turismo do Brasil (2016), o turismo apresenta-se como forma
de desenvolvimento para o país, e no estado de Santa Catarina este setor
representa uma importante atividade econômica (Governo de Santa Catarina,
2016). Os turistas (usuários de praias) procuram as praias em busca da
qualidade cênica da paisagem, pois um ambiente esteticamente agradável
pode influenciar no bem-estar humano (Denúcio & Múgica, 1994). A
qualidade da paisagem está relacionada ao grau de excelência ambiental e
visual que o ambiente oferece (Lima et al., 2004).
Embora o aumento da urbanização e do turismo apresentem
aparentes impactos positivos do ponto de vista econômico, o avanço de
forma desordenada, extrapolando a capacidade suporte do ambiente, pode
ocasionar rápida degradação ambiental (Harvey & Caton, 2003; Silva et al.,
2016). Outras consequências ao meio ambiente são: poluição marinha, perda
da biodiversidade, alterações ambientais (gerando mudanças na estrutura
das comunidades) e modificação da paisagem, que pode comprometer a
qualidade da praia (Longarete et al., 2015; Amorim & Cordeiro, 2003).
González et al., (2014) apontam a urbanização como um dos maiores
problemas para a biodiversidade, e acrescenta que essa, assim como a
mudança da paisagem, vem ocorrendo de forma rápida nas regiões
costeiras.
10
As consequências decorrentes das atividades antrópicas são fatores
que contribuem para a deterioração dos espaços urbanos, e a percepção
social com relação a proteção ambiental vem se intensificando ao longo dos
anos (Silva et al., 2016; Sousa et al., 2016). Estudos relacionados a
percepção ambiental vêm sendo utilizados como instrumento para o
entendimento da relação entre o meio ambiente e os seres humanos (Sousa
et al., 2016).
Contudo, esta percepção é subjetiva de cada indivíduo, e mesmo
diante de elementos comuns, a percepção muda de acordo com fatores
culturais, educacionais e com a relação do observador com o ambiente (Del
Rio, 1999). Além da percepção ser diferente entre os indivíduos, esta,
também varia entre as instituições (Woodgate & Redclift, 1998).
De maneira instintiva o homem sempre esteve relacionado com a
paisagem, contudo, partir do momento em que se notou a importância deste
relacionamento, a paisagem passa a ser vista como um recurso que deve ser
considerada nos planejamentos territoriais (Marenzi, 1996). A avaliação da
qualidade da paisagem tornou-se uma necessidade para os projetos de
planejamento. Seja para proteção de recursos cênicos, avaliação de
impactos ambientais, uso e ocupação do território ou qualquer outra
necessidade (Alvarez-Alfonso, 1990; Crawford, 1994).
Existem diversas definições para o termo paisagem, dependendo da
finalidade, pode-se assumir que a paisagem apresenta três principais
aspectos: (1) paisagem cultural, a qual se refere como cenário da atividade
humana; (2) paisagem ecológica e geográfica que está relacionada aos
sistemas naturais; e (3) paisagem do ponto de vista apenas estético,
composta pela combinação de cores, dimensão do território e formas
(Schwarzz et al., 1976; Santos, 1985).
Ferreira (2010) define paisagem como sendo a extensão de território que
se abrange com um lance de vista. Lucas (1990) conceitua a paisagem
segundo seus componentes naturais, atributos humanos e qualidades
estéticas. Enquanto a ecologia da paisagem investiga as ações humanas
como resposta ao processo ecológico e propõem formas para restaurar
paisagens degradadas (Odum & Barret, 2007; Surya, 2016).
11
É fundamental a realização de estudos da qualidade ambiental urbana
através da percepção. Sendo necessário conhecer a qualidade e a
intensidade da experiência do homem com o ambiente, entendendo assim,
como os indivíduos compreendem o ambiente e suas causas de satisfação e
insatisfação (Tuan, 1983; Faggionato, 2007). De acordo com Silva et al.,
(2016) a partir de estudos de percepção seria possível observar uma melhoria
visível na qualidade ambiental urbana. Estudos usando a percepção
ambiental dos usuários de praias vem sendo utilizados para avaliar a
qualidade de ambientes costeiros (Micallef & Williams 2004).
Considerando as formas de percepção da paisagem, a percepção
visual, por caracterizar componentes biofísicos e visuais, no caso, a
paisagem propriamente dita, permite a avaliação e interpretação de maneira
mais objetiva (Mopu, 1987). A qualidade visual da paisagem pode sofrer
modificações devido a elevada concentração de turistas; acontece que essas
alterações muitas vezes coloca em risco o ambiente e seu atrativo turístico
(Ignarra, 2005; Piatto & Polette, 2012). Para evitar tal situação, Naveh &
Lieberman (1994) sugerem que o planejamento paisagístico deve unir-se ao
ecológico.
Instrumentos ecológicos vêm sendo desenvolvidos devido a
importância do uso de indicadores biológicos, como por exemplo, descritores
que possam ser aplicados para avaliação, planejamento e monitoramentos
ambiental. Muitas vezes os estudos ambientais utilizam índices bentônicos
como descritores, com finalidade de converter a composição da comunidade
em classificação de qualidade (Weisberg et al., 2008; Ranasinghe et al.,
2009).
A meiofauna, um grupo de organismos bentônicos que interagem
diretamente com o sedimento, vem sendo utilizada como bioindicador (Glud,
2008; Schratzberger & Ingels, 2017). Estudos referentes a meiofauna são
antigos, uma vez que em 1854 Dujardin descreveu o grupo Kinorhyncha
(Giere,1983). Entretanto, no Brasil tais estudos iniciaram em meados do
século passado, dando ênfase principalmente a taxonomia, entretanto,
apenas no final do século XX foram realizados trabalhos com enfoque
ecológico (Maria, 2016).
12
A meiofauna é um grupo de organismos que vive nos interstícios do
sedimento com tamanho de 0,042 - 0,05mm, que pode ser encontrado tanto
em ambiente marinho quanto de água doce (Schmidt-Rhaesa, 2014; Higgns
& Thiel, 1988). Este grupo vem sendo apontado como bioindicador devido a
características, tais como: ampla distribuição, rápido tempo de regeneração,
elevada abundância e diversidade, alta taxa metabólica e por constituírem
organismos sensíveis a mudança do ambiente (Bongers & Ferris, 1999;
Woodward, 2010; Schmidt-Rhaesa, 2014).
A meiofauna representa um importante grupo para o ecossistema,
pois participa de diversos processos, tais como: fluxo de energia e
remineralização de detritos orgânicos (Coull, 1988). Este grupo corresponde
a 25% da produção secundária e apresenta valores de biomassa maiores
que as da macrofauna (Curvêlo & Corbisier, 2000). Estudos mostraram que
a meiofauna é diferenciada da macro e microfauna não apenas pelo tamanho,
mas por sua função ser muito mais complexa do que foi prevista,
representando, assim, um grupo biológicamente e ecologicamente definido
de animais (Giere, 1993; Semprucci et al., 2012).
Em um estudo realizado por Zeppilli et al., (2015) foi visto que a
meiofauna, além de ser fundamental para entender a estrutura e
funcionamento das comunidades marinhas, pode ser usada como indicador
de mudanças ambientais. Nas últimas décadas diversos pesquisadores vêm
estudando a resposta da meiofauna a impactos antrópicos (Fleeger &
Carman, 2011; Semprucci et al., 2012; Schmidt-Rhaesa, 2014; Pusceddu et
al., 2007; Gheskiere et al., 2005). Covich et al., (2004) apontam que a riqueza
de espécies da meiofauna tem um efeito positivo sobre as funções do
ecossistema, e que a riqueza e diversidade dos organismos geralmente são
mais baixas em áreas impactadas. Tal resposta ocorre devido ao
desaparecimento de grupos mais sensíveis, deixando, assim, uma
assembleia dominada por organismos mais tolerantes, como, por exemplo ,
os Nematodas.
O grupo Nematoda é o mais numeroso de todo Metazoa em
densidade de indivíduos, assim, possuindo uma grande importância
ecológica (Tahseen, 2012). Este grupo pode chegar a contribuir com 90-95%
da abundância total da meiofauna (Holme & Mcintyre, 1984; Giere, 1993;
13
Knox, 2001). Pesquisas na Baía de Saldanha na África do Sul sugerem que
o grupo Nematoda pode ser usado como bioindicadores em ambiente
estuarino (Ross & Malan, 2017).
Face ao exposto, deve-se considerar que as áreas litorâneas
dependem da qualidade visual da paisagem para que tragam melhorias
sociais e econômicas (MTur, 2010), a qual tem relação com a qualidade do
ambiente (balneabilidade, inexistência de resíduos sólidos e de efluentes
domésticos, etc.), bem como tem influência das características físicas do
ambiente. E que entender a função e a estrutura biológica das praias
arenosas é de suma importância para manter a qualidade e a
sustentabilidade do ambiente (Pereira et al, 2017). Sendo assim, este
trabalho tem como área de estudo três praias localizadas em Itajaí com
diferentes níveis de urbanização, e poderá contribuir como referência para a
tomada de decisões durante à implantação e gestão da futura proposta da
UC – Área de Proteção Ambiental – APA da Orla de Itajaí.
Devido ao tamanho diminuto dos organismos da meiofauna (<1mm),
não é esperado que exista uma relação direta entre a comunidade da
meiofauna e a percepção da Qualidade Visual da Paisagem dos usuários,
uma vez que esses não conseguem visualizar a diversidade e distribuição
dos organismos, portanto, sua percepção não é influenciada pelos mesmos.
Porém, o estudo tem como pergunta de pesquisa: Existe relação entre os
índices ecológicos dos bioindicadores (meiofauna), que respondem a
determinadas características físicas, e a percepção da Qualidade Visual da
Paisagem dos usuários em praias arenosas? Buscar-se-á responder se a
percepção dos usuários das praias sobre o ambiente com maior qualidade
visual condiz com os índices ecológicos dos bioindicadores e esses com as
características físicas existentes.
14
2. Objetivos
2.1 Objetivo geral
Analisar a interação dos indicadores da meiofauna e a Qualidade Visual da
Paisagem em praias arenosas do litoral sul brasileiro.
2.2 Objetivos específicos
a. Determinar os padrões de abundância e diversidade da meiofauna em três
praias arenosas de diferentes níveis de urbanização;
b. Caracterizar o sedimento das praias estudadas.
c. Relacionar a abundância, riqueza e composição da meiofauna com as
características físicas das três praias arenosas de diferentes níveis de
urbanização
d. Identificar a composição de gêneros e a estrutura trófica dos Nematoda de
três praias arenosas de diferentes níveis de urbanização;
e. Determinar a qualidade visual da paisagem nas três praias arenosas de
diferentes níveis de urbanização.
15
3. Material e métodos
3.1 Área de estudo
Foram amostradas as praias do Atalaia, Cabeçudas e Brava, as quais
compõem o Estudo de Delimitação de duas Unidades de Conservação na Orla
de Itajaí (Figura 1). A praia do Atalaia (26º 91’ 53” S, 48º 64’ 11”O) apresenta
cerca de 660m de extensão, sendo que esta foi estabelecida após a construção
dos molhes da desembocadura do rio Itajaí-Açu (Menezes & Scolaro, 2017). A
praia possui orientação no sentido Noroeste-Sudoeste e características
morfodinâmicas que lhe atribui um caráter dissipativo. Nesta área não existe a
presença de condomínios de casas e nem prédios. A praia do Atalaia possui um
baixo nível de urbanização, porém, é muito frequentada para turismo de sol e
praia nos finais de semana e férias (Menezes & Scolaro, 2017).
A praia de Cabeçudas (26º 92’ 63”S, 48º 63’ 37’’O) está situada no bairro
de mesmo nome, que possui 1.129 habitantes (IBGE, 2010) e exibe uma
urbanização bem consolidada, encontrando-se totalmente margeada por um
calçadão, compondo a praia mais urbanizada do município (Sargenti, 2006).
Esta praia apresenta aproximadamente 700m de extensão com orientação
Leste-Oeste e estágio morfodinâmico refletivo (Klein & Menezes, 2001)
A praia Brava (26º 54’ 28”S, 48º 39’ 43’’O) possui 2.645m extensão com
orientação NS, com estágio morfodinâmico intermediário (Araujo et al., 2007;
Klein & Menezes, 2001). Sendo que esta ostenta uma elevada especulação
imobiliária, principalmente voltada ao público de alto poder aquisitivo (Schneider
& Ruschel, 2015). Neste trabalho, apenas a parte Norte da praia Brava foi
estudada.
As praias estudadas possuem diferentes níveis de perturbação
antrópica, sendo a praia de Cabeçudas a mais urbanizada, seguida da Brava, e
a Atalaia a menos urbanizada, por encontrar-se às margens do molhe de Itajaí e
do Parque Natural Municipal do Atalaia. A especulação imobiliária e o turismo de
sol e praia os fatores que mais contribuem para o processo de antropização da
região (Schneider & Ruschel, 2015; Longarete et al., 2015). Portanto, por meio
de um Termo de Acordo Judicial – TAJ, a Prefeitura de Itajaí se comprometeu
16
na implantação de uma Unidade de Conservação (UC) na categoria de Área de
Proteção Ambiental (APA), APA da orla de Itajaí.
APA pertence ao grupo de UC de uso sustentável, e tem como objetivo
proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar
a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (Brasil, 2000). A APA da Orla de
Itajai integra as três praias, objetos deste estudo (Figura 1). Para Hoeffel (2008)
e Manetta et al (2016), as unidades de conservação aparecem como mecanismo
limitante ao avanço das atividades antrópicas, utilizadas como estratégias de
conservação ambiental para proteger os recursos naturais e a biodiversidade.
Figura 1. Mapa das praias estudadas. Atalaia, Cabeçudas e Brava (norte), Itajaí/SC.
3.2 Procedimentos Metodológicos
3.2.1. Meiofauna
As coletas da meiofauna foram realizadas nos dias 03/02/2016 e
16/09/2016, seguindo o protocolo do ReBentos (Turra & Denadai, 2015). Para
17
tal foram estabelecidos três transectos fixos nas praias, perpendiculares a linha
d’água para coleta dos organismos (Figura 2), sendo em cada transecto
coletadas três amostras nos extratos do supralitoral, mesolitoral e infralitoral. Foi
utilizado um corer de PVC com 10 cm² de área, enterrado a 10 cm de
profundidade no sedimento (Figura 3).
Figura 2. Transectos de coletas de dados nas praias do Atalaia, Cabeçudas e Brava, Itajaí/SC. Fonte: Laboratório de Oceanografia Geológica
18
Figura 3. Desenho amostral para coleta da meiofauna nos extratos de supralitoral (S), mesolitoral (M) e infralitoral (I) na região entre a maré alta de sizígia (MAS) e maré baixa de sizígia (MBS). T1, T2 e T3: Transectos. P1, P2 e P3: Pontos. A, B e C: Réplicas. Figura modificada de Protocolo ReBentos
Após a coleta as amostras foram fixadas em formol 4%, levadas para o
laboratório de Ecologia e Comunidades da UNIVALI. Onde, após pelo menos 48
horas foram lavadas em peneiras com 0,045 mm de abertura de malha, para
separação dos organismos do sedimento através do método de flotação com o
uso de sílica coloidal (Figura 4).
A identificação e contagem dos organismos foi realizada com o auxílio de
microscópio óptico com aumento de até 100x e manuais de identificação. A
meiofauna foi identificada através do método de lâminas permanentes como
proposto por Sommerfield & Warwick em 1996.
19
Figura 4. Flotação dos organismos da meiofauna com LUDOX (sílica coloidal).
A identificação dos gêneros do grupo Nematoda foi efetuada sobre 100
exemplares selecionados aleatoriamente ou de todos os indivíduos da amostra
(Somerfield et al., 2005; Hodda & Eyualem-Abebe, 2006). Para classificação dos
Nematoda a nível de gênero foi utilizado o manual de gêneros de Nematoda
(Platt & Warwick, 1983; Platt, et al., 1998). Onde aleatoriamente foi escolhido um
transecto (transecto 2 – T2) de cada praia nas duas estações e identificados os
100 primeiros indivíduos encontrados nas laminas de cada extrato (S, M, I),
independente da réplica. Quando não foi possível a identificação de 100
indivíduos, foram identificados o máximo de representantes possível e para a
análise será feita uma proporção do número de indivíduos identificados em
ralação ao número real da amostra.
A alta diversidade de espécies de Nematoda pode ser relacionada ao alto
grau de especialização alimentar. De acordo com Wieser (1953) é possível a
realização da classificação do tipo de alimentação dos organismos a partir do
tamanho da cavidade bucal e da presença ou ausência de dentes (Tabela 1).
20
Tabela 1. Tipo de alimentação do Nematoda baseado no tamanho da cavidade bucal e na presença ou ausência de dentes
Grupo Tipos
Tróficos Cavidade
Bucal Estratégia Alimentar
Grupo 1 1A Reduzida ou
ausente Detritívoros Seletivos
(Sem armadura bucal)
1B Ampla e sem
dentes Detritívoros não Seletivos
Grupo 2 2A Presença de
pequenos dentes
Herbívoros
(Com armadura bucal)
2B Ampla com
dentes fortes Predadores/onívoros
Para análise da comunidade de meiofauna foi aplicada uma análise de
variância sobre a abundância e riqueza de táxon para avaliar as variações
espaciais e temporais. A composição da meiofauna e dos Nematoda foram
analisadas através da análise de similaridade, calculada por meio do coeficiente
de Bray-Curtis, com a PERMANOVA utilizada no teste de significância entre a
composição da meiofauna para os fatores praia, estrato e tempo (período
sazonal) sendo todos tratados ortogonalmente. As similaridades foram
representadas por meio do MDS. Para os fatores significativos ou a interação
entre eles foram calculadas as contribuições para a similaridades para
identificação das associações (Clarke & Warwick, 1994; Anderson & Gorley,
2007). A análise de correspondência canônica foi aplicada sobre a meiofauna e
as características granulométricas na análise das interações entre o ambiente
biológico e físico (Ter Braak, 1986).
3.2.2 Características Físicas
Em cada ponto amostrado para levantamento da meiofauna foi coletada
uma amostra adicional para as análises de granulometria, salinidade e
temperatura da água. Sendo a determinação da salinidade e temperatura
realizada com auxílio de uma sonda modelo YSI.
A análise granulométrica ocorreu no Laboratório de Geologia e
Sedimentologia da UNIVALI, no Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do
Mar. No qual as amostras foram lavadas (para a retirada dos sais) e secas a
21
60°C em estufa, posteriormente foram peneiradas segundo o método proposto
por Suguio (1973) e Folk & Ward (1957).
3.2.3 Qualidade Visual da Paisagem
A Qualidade Visual da Paisagem – QVP foi obtida através do método
direto, onde, a valoração é realizada com base na contemplação de toda a
paisagem, que pode acontecer a partir da visualização no local o com uso de
substitutos (Marenzi, 1996). Neste estudo foram utilizadas fotografias para
representar as áreas estudadas.
Com o uso de uma câmera fotográfica (Canon t3i) foram capturadas fotos
para as orientações norte, sul, leste e oeste nos mesmos transectos usados para
coleta da meiofauna. Para reduzir o número de fotos que os usuários precisariam
valorar, tornando a pesquisa mais atraente, algumas fotos foram descartadas.
Foram escolhidas para a utilização no questionário as fotos que mais
representassem as praias (Apêndice B). No total 18 fotos com tamanho
23,5x12cm foram usadas para valoração.
Os questionários (Apêndice C) foram aplicados de janeiro a abril de 2017,
a abordagem dos entrevistados ocorreu em locais variados (nas praias
estudadas, em outras praias do estado de Santa Catarina, corredores da
UNIVALI etc.). Após os avaliadores assinarem um Termo de Consentimento
Livre Esclarecido (Apêndice D), os mesmos valoraram cada uma das 18 fotos
em classes de 1-5 pontos (Tabela 2), com base em Marenzi (1996). Durante a
pesquisa ressaltou-se aos participantes que a fotografia deveria ser avaliada
apenas quanto a paisagem, não em relação a técnica fotográfica.
Tabela 2. Classes da qualidade visual da paisagem utilizadas no estudo
Classe Qualidade Visual
1 Paisagem de Qualidade muito baixa - péssima
2 Paisagem de Qualidade Baixa – ruim
3 Paisagem de Qualidade Média - regular
4 Paisagem de Qualidade Alta – boa
5 Paisagem de Qualidade Muito Alta - ótima
22
Por fim, foi analisado se o número de entrevistados era suficiente para
valoração das fotografias com base na variância de cada uma. Para isso utilizou-
se a fórmula segundo Steel & Torrie (1960, apud Marenzi, 1996):
𝑛 =𝛿2. 𝑡²
&²
Onde: n =número ideal de entrevistados por foto
𝛿 ²= variância de cada foto
𝑡2 = 1,993 (valor tabelado obtido para n-1 = 75 e 95% de confiança)
&² = erro admissível (10% da média)
3.2.3 Relação entre a Meiofauna, as Características Físicas e a Qualidade Visual
da Paisagem
Utilizando os dados dos indicadores da meiofauna e o hábito alimentar
dos Nematodas (os que mais contribuíram para a similaridade), a relação entre
a meiofauna e a Qualidade Visual da Paisagem ocorreu de forma descritiva a
partir da contrastação dos resultados do meio abiótico e biótico com os obtidos
através dos questionários aplicados aos avaliadores.
Como meio abiótico foi considerado os dados físicos de estágio
morfodinâmico, granulometria e porcentagem de matéria orgânica. E como meio
biótico foram incluídos os dados de densidade e diversidade da meiofauna,
gênero de Nematoda que mais contribuiu para a similaridade de cada praia e
sua respectiva forma de alimentação.
23
4. Resultados
4.1. Meio Abiótico
4.1.1 Temperatura e salinidade
A temperatura no sedimento variou de 14ºC no inverno a 28ºC no verão.
Enquanto a salinidade variou de 28,8 no inverno, nas três praias, a 33,1 na
Atalaia e 29,8 em Cabeçudas e Brava no verão (Tabela 3).
Tabela 3. Temperatura mínima e máxima no sedimento e salinidade da água nas praias Atalaia, Cabeçudas e Brava, Itajaí/SC com relação ao período sazonal.
Praia Estação Temp. Min (Cº) Temp. Máx (Cº) Salinidade
Atalaia verão 24 25 33,1
Cabeçudas verão 25 27 29,8
Brava verão 26 28 29,8
Atalaia inverno 14 21 28,8
Cabeçudas inverno 15 21 28,8
Brava inverno 15 20 28,8
4.1.2 Granulometria
As análises sedimentológicas foram caracterizados como areia fina e
média, com areia grossa estando presente apenas na praia de Cabeçudas
durante a estação do inverno no estrato do infralitoral. Com grãos de maneira
geral bem selecionado e muito bem selecionado, sendo apenas classificado
como pobremente selecionado na praia de Cabeçudas no verão (Apêndice A)
A concentração da matéria orgânica pouco variou entre as praias e
estações, apresentando média de 0,31% na praia Brava, 0,45% em Cabeçudas
e 0,55% na Atalaia (Tabela 4).
24
Tabela 4. Média da classificação do sedimento em relação aos estratos nas praias Brava, Atalaia e Cabeçudas, Itajaí/SC. S- Supralitoral. M- Médiolitoral. I- Infralitoral. Mat. Org.- Percentual de matéria orgânica. CaCO3- Percentual de carbonato de cálcio.
Praia Estação Estrato Classificação Mat. Org. (%)
Brava Inverno S areia fina 0,23
Brava Inverno M areia média 0,25
Brava Inverno I areia média 0,31
Atalaia Inverno S areia fina 0,49
Atalaia Inverno M areia fina 0,57
Atalaia Inverno I areia fina 0,61
Cabeçudas Inverno S areia fina 0,38
Cabeçudas Inverno M areia fina 0,33
Cabeçudas Inverno I areia fina 0,42
Brava Verão S areia media 0,27
Brava Verão M areia fina 0,37
Brava Verão I areia fina 0,38
Atalaia Verão S areia fina 0,42
Atalaia Verão M areia fina 0,54
Atalaia Verão I areia fina 1,10
Cabeçudas Verão S areia média 0,30
Cabeçudas Verão M areia média 0,34
Cabeçudas Verão I areia grossa 0,43
4.2. Meio Biótico
4.2.1 Meiofauna total
No período de um ano, foram triadas 162 amostras, sendo identificados
e classificados 71.038 indivíduos em 17 grupos taxonômicos e um grupo Não
Identificado (NI). O grupo Nematoda foi o mais frequente e abundante com
33.015 organismos, representando 46,48% de toda amostra, seguido por
Copepoda (12,5%), Tubellaria (9,39%), Nauplio (7,65%) Tardigrada (6,73%) e
Gastroricha (5,76%). Os demais grupos representaram menos que 5% do total
da meiofauna (Figura 5).
25
Figura 5. Porcentagem de abundância dos grupos da meiofauna nas praias Atalaia, Brava e Cabeçudas, Itajaí, SC.
A praia do Atalaia apresentou a maior densidade de indivíduos (28391
cm²), seguido pela Brava (22730) e Cabeçudas (16591). Entretanto, a praia
Brava apresentou a maior diversidade, com 16 grupos taxonômicos, em seguida,
Atalaia e Cabeçudas com 14 e 13 grupos respectivamente (Tabela 5).
Tabela 5. Abundancia total dos grupos da meiofauna nas praias do Atalaia, Cabeçudas e Brava, Itajaí/SC.
Grupos Atalaia Cabeçudas Brava
Nematoda 14364 9254 9397
Copepoda 4031 2686 2133
Nauplio 2300 2018 1113
Turbellaria 3964 1135 1571
Polychaeta 71 174 77
Oligochaeta 164 551 381
Gastrotricha 1880 619 1591
Ostracoda 3 0 47
Halacaroida 87 106 1292
Tardigrada 1 0 4778
Insecta 0 9 71
Rotifera 1500 1 6
Ciliophora 16 0 5
Cumacea 3 13 3
Kinorhyncha 7 24 264
Loricifera 0 0 1
Sarcomastigophora 0 1 0
Total 28391 16591 22730
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50A
bu
nd
ânci
a (%
)Grupos da Meiofauna
26
A PERMANOVA indicou diferença na interação dos três fatores, praia,
estrato e período sazonal (Tabela 6). A análise entre as comparações par a par
evidenciou o padrão distinto entre as similaridades nos estratos do mesolitoral e
supralitoral (Tabela 7).
Tabela 6. Resultado da PERMANOVA aplicados sobre a interação entre os fatores tempo
(período sazonal,) praia e estrato.
Variáveis SS Degr. of MS F p
Tempo 1,185 1 1,185 0,970 0,331328 Praia 25,593 2 12,796 10,470 0,000261 Estrato 32,259 2 16,130 13,197 0,000050 estação*praia 20,481 2 10,241 8,379 0,001029 estação*estrato 0,259 2 0,130 0,106 0,899650 praia*estrato 8,296 4 2,074 1,697 0,172090 tempo*praia*estrato 20,074 4 5,019 4,106 0,007656 Erro 44,000 36 1,222
Tabela 7. PERMANOVA par a par para a interação entre os três fatores ortogonais e fixos considerados.
Dentro do nivel 'superior' do fator 'estrato' Dentro do nivel 'superior' do fator 'estrato' Dentro do nivel 'inverno' do fator 'estação' Dentro do nivel 'verão' do fator 'estação'
Unique Unique
Groups t P(perm) perms P(MC) Groups t P(perm) perms P(MC)
Brava, Atalaia 2,0756 0,105 10 0,048 Brava, Atalaia 2,5291 0,09 10 0,015
Brava, Cabeçudas 1,8158 0,094 10 0,069 Brava, Cabeçudas 1,5101 0,081 10 0,141
Atalaia, Cabeçudas 1,1611 0,389 10 0,308 Atalaia, Cabeçudas 1,5685 0,178 10 0,108
Dentro do nivel 'médio' do fator r 'estrato' Dentro do nivel 'médio' do fator 'estrato' Dentro do nivel 'inverno' do fator 'estação' Dentro do nivel 'verão' do fator 'estação'
Unique Unique
Groups t P(perm) perms P(MC) Groups t P(perm) perms P(MC)
Brava, Atalaia 1,4328 0,285 10 0,167 Brava, Atalaia 2,1449 0,102 10 0,025
Brava, Cabeçudas 2,3018 0,101 10 0,029 Brava, Cabeçudas 2,0395 0,088 10 0,032
Atalaia, Cabeçudas 1,8173 0,082 10 0,106 Atalaia, Cabeçudas 1,7347 0,102 10 0,076
Dentro do nivel 'inferior' do fator 'estrato' Dentro do nivel 'inferior' do fator 'estrato' Dentro do nivel 'inverno' do fator 'estação' Dentro do nivel 'verão' do fator 'estação'
Unique Unique
Groups t P(perm) perms P(MC) Groups t P(perm) perms P(MC)
Brava, Atalaia 1,7189 0,095 10 0,112 Brava, Atalaia 1,394 0,101 10 0,189
Brava, Cabeçudas 1,3346 0,095 10 0,194 Brava, Cabeçudas 0,9575 0,418 10 0,423
Atalaia, Cabeçudas 0,78374 0,6 10 0,578 Atalaia, Cabeçudas 1,1244 0,311 10 0,343
A representação das similaridades no diagrama bidimensional do MDS
permitiu verificar que no estrato superior a praia de Cabeçudas hora se
assemelhou a Brava e hora a Atalaia. O mesmo foi observado no estrato médio.
Já o inferior não apresentou diferença nas similaridades em relação a nenhum
27
dos fatores. Também é possível observar que o estrato do supra litoral está
separado do outros, independente da tempo ou da praia (Figura 6).
Figura 6. Representação das similaridades pelo MDS da meiofauna em relação às praias, estratos de maré e estações do ano. S- Suplaitoral, M- Mesolitoral. I- Infralitoral.
Analisando as contribuições similaridadess dos grupos da meiofauna
pode ser verificado que o grupo Tardigrada aparece contribuindo apenas na
praia Brava no estrato médio durante o verão, já no inverno contribuiu nos três
estratos. Durante o verão no estrato do supralitoral a diferença na similaridade
pode ser observada entre as praias Brava e Atalaia, em consequência
principalmente da contribuição dos grupos Turbellaria e Rotifera na Atalaia.
Enquanto no mesolitoral, a diferença ocorreu devido a mudança na
composição dos principais grupos que contribuíram para as similaridades
(Tabela 8). No entanto, durante o inverno a diferença entre a Brava e Cabeçudas
decorreu da variação da abundância relativa dos principais grupos (Tabela 9).
Tabela 8. Contribuições para as abundâncias e similaridades da meiofauna com relação aos estratos no verão nas praias Brava, Atalaia e Cabeçudas, Itajaí/SC.
Grupo Verão Brava Supralitoral Grupo Verão Atalaia Supralitoral Grupo Verão Cabeçudas Supralitoral
Similaridade média: 78,76 Similaridade média: 68,95 Similaridade média: 70,89
Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.%
Nematoda 11,83 59,7 59,7 Nematoda 6,9 53,42 53,42 Nematoda 8,34 59,78 59,78
Halacaroida 3,84 15,74 75,44 Halacaroida 1,87 14,65 68,07 Oligochaeta 4,55 26,84 86,63
Oligochaeta 3,32 13,06 88,5 Turbellaria 2,62 11,68 79,74 Halacaroida 2,08 9,05 95,68
Insecta 2,11 6,96 95,46 Oligochaeta 1,41 8,68 88,42
Rotifera 2,08 7,21 95,63
28
Groupo Verão Brava Mesolitoral Groupo Verão Atalaia Mesolitoral Groupo Verão Cabeçudas Mesolitoral
Similaridade média: 69,34 Similaridade média: 69,29 Similaridade média: 79,83
Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.%
Nematoda 18,45 39,17 39,17 Nematoda 21,27 38,04 38,04 Nematoda 16,64 33,34 33,34
Tardigrada 14,35 17,36 56,54 Turbellaria 9,54 18,06 56,11 Nauplio 8,16 16,26 49,6
Nauplio 7,41 13,08 69,62 Copepoda 8,6 11,31 67,42 Gastrotricha 6,71 13,07 62,67
Halacaroida 8,03 11,25 80,86 Gastrotricha 9,92 9,34 76,76 Copepoda 5,37 10,9 73,57
Turbellaria 4,16 6,89 87,76 Rotifera 9,79 7,73 84,49 Turbellaria 5,32 9,9 83,47
Copepoda 6,46 6,86 94,62 Nauplio 3,63 6,14 90,63 Oligochaeta 4,48 9,53 93
Grupo Verão Brava Infralitoral Grupo Verão Atalaia Infralitoral Grupo Verão Cabeçudas Infralitoral
Similaridade média: 59,71 Similaridade média: 78,66 Similaridade média: 57,26
Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.%
Nematoda 14,01 46,87 46,87 Nematoda 16,68 52,02 52,02 Nematoda 15,32 43,82 43,82
Nauplio 3,56 11,08 57,95 Turbellaria 4,83 15,73 67,75 Turbellaria 5,3 25,57 69,39
Turbellaria 2,56 10,75 68,7 Gastrotricha 3,69 13,89 81,63 Gastrotricha 1,33 6,92 76,31
Copepoda 6,11 10 78,7 Oligochaeta 1,74 5,95 87,59 Oligochaeta 1,46 6,73 83,03
Gastrotricha 1,76 5,76 84,46 Copepoda 1,45 4,7 92,28 Nauplio 1,35 6,28 89,31
Halacaroida 1,46 5,45 89,91 Halacaroida 1,04 6,28 95,59
Tabela 9. Contribuições para as abundâncias e similaridades da meiofauna com relação aos estratos no inverno nas praias Brava, Atalaia e Cabeçudas, Itajaí/SC.
Grupo Inverno Brava Supralitoral Grupo Inverno Atalaia Supralitoral Grupo inverno Cabeçudas Supralitoral
Similaridade média: 49,16 Similaridade média: 71,87 Similaridade média: 56,51
Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.%
Nematoda 8,87 37,46 37,46 Nematoda 5,7 71,1 71,1 Nematoda 4,32 39,92 39,92
Tardigrada 7,92 24,17 61,63 Halacaroida 1,07 11,09 82,2 Halacaroida 1,44 20,67 60,6
Halacaroida 5,16 14,68 76,31 Nauplio 0,89 9,86 92,05 Oligochaeta 2,31 13,87 74,47
Turbellaria 2,66 7,65 83,96 Nauplio 0,96 11,79 86,26
Oligochaeta 1,87 7,39 91,36 Copepoda 0,89 10,26 96,52
Grupo Inverno Brava Mesolitoral Grupo Inverno Atalaia Mesolitoral Grupo Inverno Cabeçudas Mesolitoral
Similaridade média: 68,22 Similaridade média: 65,06 Similaridade média: 79,74
Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.%
Nematoda 13,77 25,01 25,01 Nematoda 21,09 39,38 39,38 Nematoda 11,21 46,48 46,48
Turbellaria 9,77 19,67 44,69 Turbellaria 14,88 26,16 65,53 Copepoda 7,01 25,43 71,91
Gastrotricha 10,63 15,68 60,37 Copepoda 10,2 15,27 80,8 Turbellaria 3,18 11,49 83,4
Copepoda 6,8 12,3 72,67 Nauplio 4,46 11,47 92,27 Nauplio 2,6 6,42 89,83
Tardigrada 11,05 12,27 84,94 Gastrotricha 2,26 4,85 94,67
Nauplio 3,71 5,77 90,71
Grupo Inverno Brava Infralitoral Grupo inverno Atalaia Infralitoral Grupo inverno Cabeçuda Infralitoral
Similaridade média: 54,00 Similaridade média: 69,80 Similaridade média: 66,26
Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.% Species Av.Abund Contrib% Cum.%
Nematoda 6,81 34,4 34,4 Nematoda 15,48 34,19 34,19 Nematoda 11,38 30,37 30,37
Turbellaria 5,58 17,05 51,46 Copepoda 13,7 20,33 54,51 Copepoda 12,76 23,66 54,03
Nauplio 4,47 12,39 63,85 Nauplio 13,47 20,26 74,77 Nauplio 11,05 22,58 76,61
Kinorhyncha 3,64 10,58 74,43 Turbellaria 7,3 15,11 89,88 Turbellaria 6,77 14,54 91,15
Tardigrada 2,17 10,58 85,01 Gastrotricha 3,73 4,23 94,11
Copepoda 3,99 6,05 91,07
29
Os indicadores de riqueza taxonômica (S) e abundância (N) apresentaram
padrões semelhantes à composição da meiofauna. Com diferença significativa
para ambos na interação dos fatores praia, tempo e estrato (Tabela 10).
A riqueza taxonômica em relação as praias, apresentou pequena redução
em Cabeçudas no estrato superior, mais acentuado no inverno. A principal
interação verificada foi a redução no estrato médio durante o inverno nas praias
de Cabeçudas e Atalaia, em contraste ao aumento verificado na Brava, mesmo
padrão verificado no estrato superior (Figura 7).
Tabela 10. Resultado da PERMANOVA aplicados sobre a riqueza taxonômica (S) e abundância (N) na interação dos fatores tempo, praia e estrato.
(S) SS Degr.
of MS F p
(S) SS
Degr. of
MS F p
Tempo 0,0153 1 0,0153 1,60 0,207348 Tempo 0,2209 1 0,2209 1,779 0,184360
Praia 0,2574 2 0,1287 13,52 0,000004 Praia 1,7905 2 0,8953 7,210 0,001039
Estrato 1,0890 2 0,5445 57,20 0,000000
Estrato 23,0321 2
11,5161
92,752 0,000000
Tempo*Praia 0,1024 2 0,0512 5,38 0,005603 Tempo*Praia 0,1682 2 0,0841 0,677 0,509601
Tempo*Estrato 0,0915 2 0,0457 4,80 0,009558 Tempo*Estrato 1,4535 2 0,7267 5,853 0,003603
Praia*Estrato 0,1585 4 0,0396 4,16 0,003210 Praia*Estrato 5,2837 4 1,3209 10,639 0,000000
Tempo*Praia*Estrato 0,1577 4 0,0394 4,14 0,003318 Tempo*Praia*Estrato 1,8273 4 0,4568 3,679 0,006967
Erro 1,3613 143 0,0095 Erro 17,7549 143 0,1242
30
Figura 7. Indicadores numéricos de abundância (N), em relação a estações do ano e estrato nas praias Brava, Atalaia e Cabeçudas, Itajaí/SC. Barras representam o intervalo para 95% de confiança.
Com relação a abundância (S) nas praias, as principais interações
observadas foi a redução do S na Brava durante o inverno no supralitoral,
enquanto Atalaia e Cabeçudas apresentaram aumento. Assim, com a redução
do S em Atalaia e Cabeçudas no verão no supralitoral, diferente da Brava (Figura
8).
Estrato
S
Estrato
M
Estrato
I
Praia: Brava
Tempo:VER
INV
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
Log1
0(S
+1)
Praia: Atalaia
Tempo:VER
INV
Praia: Cabeçudas
Tempo:VER
INV
31
Figura 8. Indicadores numéricos de riqueza de táxons (S), em relação a estações do ano e estrato nas praias Brava, Atalaia e Cabeçudas, Itajaí/SC. Barras representam o intervalo para 95% de confiança.
Três eixos significativos foram extraídos por meio da análise de
correspondência canôica (CCA) aplicada sobre a composição da meiofauna e as
características do sedimento. Os eixos 1 e 2 explicaram 14,6% da variação da
meiofauna, dos quais 91,8% foram explicadas pelo tamanho médio do grão
(TMG), grau de selecionamento (Sel) e a matéria orgânica (MO), com 0,706 e
0,486 respectivamente de correlações parciais (Tabela 11).
Tabela 11. Resultados da CCa aplicada sobre a composição da meiofauna e as características significativas.
Eixos 1 2 3
Eigenvalues
Species-environment
correlations :
0.082 0.021 0.009
0.706 0.486 0.420
Cum. % variance of species
data: 11.6 14.6 15.9
Cum. % variance of species-
environment relation: 73.1 91.8 100.0
**** Summary of Monte Carlo test ****
Test of significance of first canonical axis: eigenvalue = 0.082
F-ratio = 6.591
Estrato
S
Estrato
M
Estrato
I
Praia: Brava
Tempo: VER INV
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Log1
0(N
+1)
Praia: Atalaia
Tempo: VER INV
Praia: Cabeçudas
Tempo: VER INV
32
P-value = 0.0020
Test of significance of all canonical axes : Trace = 0.112
F-ratio = 3.161
P-value = 0.0020
O eixo canônico 1 foi formado pelas extremas coordenadas positivas de
Insecta e Tardigrada, e extremas coordenadas negativas de Nematoda, Nauplio,
Copepoda e Turbellaria. Este eixo distribuiu as amostras em um gradiente de
maior concentração de matéria orgânica (MO), evidenciado por amostras da
praia do Atalaia, para menor concentração, como demonstrado na Brava.
Enquanto o eixo canõnico 2 foi formado pela extrema coordenada positiva
de Kinorhyncha e extrema coordenada negativa de Rotifera, a variável que
apresentou maior correlação com este eixo foi a seleção de grãos (L). As
amostras distribuidas ao longo deste eixo foram em sua maioria da praia de
Cabeçudas (Figura 9).
33
Figura 9. Resultados da análise de correspondência canônica (CCA), ilustrando o eixo 1 e 2 aplicados sobre os dados abióticos de Matéria Orgânica (MO), Seleção do grão (Sel) e Tamanho Médio do Grão (TMG). a- Atalaia, b- Brava, c- Cabeçucas. i- inverno, v- verão. s- supralitora, m- mesolitoral, i-infralitoral.
4.2.2 Nematoda
Foram identificados 1264 indivíduos do grupo Nematoda distribuídos em
70 gêneros conforme a lista taxonômica proposta por De Ley et al., em 2006
(Apêndice E). Em sete amostras, não foi possível a identificação de 100
indivíduos, destas, quatro foram do estrato do supralitoral e duas do infralitoral.
Por se tratarem principalmente de amostras do supralitoral, já era esperado um
baixo número de indivíduos (Tabela 12).
34
Tabela 12. Número de Nematodas identificados nos estratos durante estações de inverno e verão nas praias Cabeçudas, Atalaia e Brava, Itajaí/SC. S- Supralitoral. M- Mediolitoral. I- Infralitoral. Num. Id.- Número de Nematodas identificados. Num Real- Número real de Nematodas na amostra.
Praia Estação Estrato Num. Id. Num. Real Prop. Id.
Cabeçudas inverno S 9 163 0,06
Cabeçudas inverno M 100 384 0,26
Cabeçudas inverno I 28 234 0,12
Cabeçudas verão S 100 279 0,36
Cabeçudas verão M 100 483 0,21
Cabeçudas verão I 28 172 0,16
Atalaia inverno S 23 65 0,35
Atalaia inverno M 100 2154 0,05
Atalaia inverno I 100 653 0,15
Atalaia verão S 31 137 0,23
Atalaia verão M 100 718 0,14
Atalaia verão I 100 1532 0,07
Brava inverno S 19 395 0,05
Brava inverno M 100 1097 0,09
Brava inverno I 100 229 0,44
Brava verão S 100 416 0,24
Brava verão M 100 1013 0,1
Brava verão I 26 72 0,36
A PERMANOVA indicou uma tendência a diferença (p=0,074) entre as
praias (Tabela 13). A partir da comparação par a par esta tendência foi
observada principalmente entre as similaridades das praias de Atalaia e
Cabeçudas (Tabela 14).
Tabela 13. Resultado da PERMANOVA aplicados sobre a interação entre o fator praia em relação ao grupo Nematoda.
Source df SS MS PseudoF P(perm) Unique perms
Pr 2 4333,4 2166,7 1,316 0,074 998
Res 15 24697 1646,5
Total 17 29030
Tabela 14. PERMANOVA par a par para da interação entre o fator praia em relação ao grupo Nematoda.
Grupos t P(perm) Unique perms
Cabeçudas, Atalaia 1,2237 0,069 420
Cabeçudas, Brava 1,1627 0,128 411
Atalaia, Brava 1,0354 0,394 411
35
O diagrama MDS não evidenciou a formação de grupos distintos, por não
haver diferenças significativas entre as similaridades. No entanto, nota-se que,
de maneira geral, as amostras de Cabeçudas ficaram mais dispersas, enquanto
as de Atalaia, em sua maioria, tenderam a agrupar (Figura 10).
Figura 10. Representação das similaridades pelo MDS do grupo Nematoda em relação nas praias Cabeçudas, Atalaia e Brava, Itajaí/SC.
Os gêneros Daptonema e Microlaimus contribuíram para as similaridades
das três praias, variando apenas as abundâncias relativa. Enquanto o gênero
Trileptium contribuiu principalmente para as similaridades de Cabeçudas e
Brava, à medida que Trichoteristus e Omicronema contribuíram na Atalaia e
Brava (Tabela 15).
Quanto a forma de alimentação, as três praias apresentaram a maioria
dos gêneros que mais contribuíram para as similaridades classificados como
detritívoros não seletivos (1B). Entretanto, os gêneros Microlaimus e Trileptium
foram classificados como herbívoros e carnívoros respectivamente (Apêndice
D).
Transform: Square root
Resemblance: S17 Bray Curtis similarity (+d)
PraiaCabeçudas
Atalaia
Brava
2D Stress: 0,18
36
Tabela 15. Contribuição para as abundâncias e similaridades do grupo Nematoda com relação as praias Cabeçudas, Brava e Atalaia, Itajaí, SC.
Grupo Cabeçudas Grupo Brava
Similaridade Média: 15,67 Similaridade Média: 25,32
Gênero Av.Abund Contrib% Cum.% Alimentação Gênero Av.Abund Contrib% Cum.% Alimentação
Daptonema 0,26 33,7 33,7 1B Trichotheristus 0,28 23,79 23,79 1B
Microlaimus 0,18 20,78 54,48 2A Microlaimus 0,28 22,65 46,44 2A
Paralinhomoeus 0,17 14,23 68,71 1B Daptonema 0,24 14,24 60,68 1B
Didelta 0,16 7,76 76,47 1B Rhabdodemania 0,26 12,17 72,85 2B
Trileptium 0,2 6,66 83,13 2B Omicronema 0,21 7,79 80,64 1B
Prorhynchonema 0,12 5,08 88,21 1B Paracyatholaimus 0,13 5,36 86 2A
Aegialoalaimus 0,07 3,23 91,44 1A Trileptium 0,11 4,62 90,62 2B
Grupo Atalaia
Similaridade Média: 27,91
Gênero Av.Abund Contrib% Cum.% Alimentação
Microlaimus 0,37 31,84 31,84 2A
Trichotheristus 0,31 22,87 54,71 1B
Omicronema 0,24 9,66 64,37 1B
Daptonema 0,2 6,39 70,77 1B
Paramicrolaimus 0,1 5,61 76,38 1B
Metoncholaimus 0,09 5,5 81,88 2B
Rhabdodemania 0,08 3,5 85,38 2B
Anoplostoma 0,08 2,41 87,79 1B
4.3 Qualidade Visual da Paisagem
4.3.1 Perfil dos usuários
Foram entrevistados 100 usuários de praias, dentre eles, moradores do
município de Itajaí, turistas do estado de Santa Catarina e de outros estados
do Brasil (Paraná, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e
Rio Grande do Sul). Quanto a contribuição por gênero dos avaliadores, 53%
foram representados por mulheres e 47% por homens, com a faixa etária
variando entre 15-66 anos, sendo 26-35 anos a classe que mais contribuiu para
a pesquisa (Figura 11).
37
Figura 11. Porcentagem de gênero (A) e de faixa etária (B) dos avaliadores da Qualidade Visual da Paisagem nas praias de Cabeçudas, Atalaia e Brava, em Itajaí/SC.
4.3.2 Valoração da Paisagem
Nenhuma das 18 fotografias avaliadas foram valoradas nas classes 1 -
Paisagem de Qualidade Muito Baixa e 5 - Paisagem de Qualidade Muito Alta
(Figura 12A). Como resultado as três praias estudadas apresentaram QVP na
categoria Paisagem de Qualidade Média (Figura 12B). Embora a diferença entre
os resultados seja pequena, a praia Brava apresentou maior QVP (3,6) quando
comparada a Atalaia (3,5) e Cabeçudas (3,3).
Após a análise das fotografias com base na variância de cada uma, foi
verificado que a aplicação de 42 questionários representaria o número médio
necessário para avaliação das fotografias. A fotografia que mais requereu
pessoas (70 questionários) para valoração, apresentou um número inferior a
quantidade de questionários aplicados durante a realização deste trabalho.
Portanto, o número de questionários aplicados neste estudo foi satisfatório
(Figura 13).
38
Figura 12. Média da valoração da Qualidade Visual da Paisagem em cada uma das fotografias nas praias da Atalaia (Ata), Cabeçudas (Cab) e Brava (Bra) – (A). Valoração média da Qualidade Visual da Paisagem das praias de Atalaia, Cabeçudas e Brava, Itajaí/SC (B).
Figura 13. Número ideal de entrevistados por fotografia avaliada nas praias de Itajaí, SC.
As fotografias que apresentaram menor QVP eram todas paisagens
localizadas na praia de Cabeçudas, sendo duas classificadas na classe 2 com
Paisagem de Qualidade Baixa e uma na classe 3 com Paisagem de Qualidade
Média (Figura 14, A, B e C). É possível notar a urbanização como elemento
comum nestas fotografias. Entretanto, observa-se que as paisagens que
apresentaram maior QVP são aquelas dominadas pelos elementos naturais, com
estas pertencendo a classe 4 (Paisagem de Qualidade Alta). Duas das
fotografias que apresentaram maior valoração foram paisagens do mar nas
praias de Atalaia e Cabeçudas e uma do Canto do Morcego na praia Brava
(Figura 15 A, B e C).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Nú
mer
o id
eal d
e en
trev
ista
do
s
Fotos
39
Figura 14. Vista das paisagens pior valoradas pelos avaliadores. Valoração das fotografias: A=2,96, B=2,96 e C=3.
Figura 15. Vista das paisagens melhor valoradas pelos avaliados. Valoração das fotografias: A=4,56, B=4,35 e C=4,12.
40
4.4 Características Físicas, Indicadores Bióticos e Qualidade Visual da Paisagem
As praias apresentaram diferentes características, decorrente do diferente
estágio morfodinâmico que possuem. Foi observado que as características
biológicas das praias estiveram coerentes com tipo morfodinâmico (Menezes &
Scolaro, 2017; Klein & Menezes, 2001)
Três gêneros de Nematoda tiveram maior contribuição para as praias,
mas apenas duas formas de alimentação foram identificadas. Porém, é possível
observar a tendência das praias com maior densidade/diversidade de meiofauna
apresentarem menor urbanização e maior Qualidade Visual da Paisagem,
segundo a valoração dos entrevistados (Tabela 16).
Tabela 16. Características Físicas, Biológicas e Qualidade Visual das praias Atalaia, Brava e Cabeçudas, Itajaí/SC.
Características Atalaia Brava Cabeçudas Estágio morfodinâmico Dissipativa Intermediária Refletiva
Granulometria Areia fina Areia fina/media Areia fina/media
Porcentagem de Matéria Orgânica (média) 0,62 0,30 0,36
Densidade de meiofauna 28391 22730 16591
Diversidade de meiofauna 14 16 13
Nematoda (gênero) Microlaimus Microlaimus/ Trichoteristus
Daptonema
Forma de alimentação do principal gênero
Herbívoro Herbívoro/ Comedor
de deposito n seletivo
Comedor de deposito não
seletivo
Urbanização Baixa Moderada Alta Qualidade visual da
paisagem 3,5 3,6 3,3
41
5. Discussão
5.1 Meiofauna e Nematoda
Por constituir o grupo bentônico marinho filéticamente mais diverso, a
meiofauna mostra-se como um excelente indicador de qualidade ambiental
Kennedy e Jacoby (1999). Sendo sua abundancia, diversidade e distribuição
influenciados por fatores abióticos como temperatura, salinidade, hidrodinâmica,
granulometria, nível de oxigênio e matéria orgânica (Zeppilli et al., 2015).
A interação observada entre as praias apontou que os estratos do
mesolitoral e infralitoral foram influenciados pelo tipo morfodinâmico e estações
do ano. Em regiões temperadas, devido as baixas temperaturas e ao aumento
das ondas, a meiofauna tende a se deslocar para o fundo, entretanto, embora
os países tropicais não apresentem estações tão marcadas, ainda assim, são
influenciados pelas migrações temporais (Silva et al, 1991). Em um estudo na
China, Haibin el al., (2008) verificou a redução da meiofauna do inverno para o
verão. Diferente deste resultado, Rumolo et al., verificaram um incremento da
meiofauna durante o verão na Espanha. No entanto, houve uma tendência das
praias em apresentarem as composições dos grupos da meiofauna
semelhantes, variando apenas a abundância.
De maneira geral o mesolitoral apresentou maior densidade de indivíduos
em todas as praias. Corroborando com este resultado, Albuquerque et al.,
(2007), observou que a densidade da meiofauna normalmente era maior no
mesolitoral. Pois segundo McLachlan (1983), esta zona oferece estabilidade,
boa circulação de água, comida abundante e alto teor de oxigênio dissolvido.
Individualmente, Atalaia foi a praia que apresentou maior densidade
enquanto a Brava exibiu a maior diversidade de grupos taxonômicos. Este
resultado pode ter ocorrido em resposta as características hidrodinâmicas de
cada praia, com Atalaia apresentando um caráter dissipativo, Cabeçuda refletivo
e Brava intermediário.
As características granulométricas e hidrodinâmicas influenciam na
diversidade, densidade e assentamento vertical da meiofauna. Praias
dissipativas, bem como demonstrado na classificação do sedimento, deste
estudo, tendem a apresentar alto aporte orgânico e areia fina, o que ocasiona
baixa circulação de água nos poros (Silva et al., 2010). Na praia da Atalaia essa
42
maior concentração de matéria orgânica provavelmente é decorrente da
contribuição do rio Itajaí. Praias com tais características, assim como na praia do
Atalaia, propendem a exibir alta densidade de organismos devido à elevada
produção primária, com maior concentração de meiofauna nas camadas
superficiais (Sun et al., 2014; McLachlan., 1980).
Da mesma maneira que as características hidrodinâmicas, a densidade
de organismos na Brava foi intermediária quando comparada as demais praias
estudadas. Entretanto, esta apresentou o maior número de grupos taxonômicos
(17 grupos). Segundo Coull (1988) ambientes com sedimentos mais grossos
apresentam mais espaço intersticial, o que proporciona maior variedade de
nichos ecológicos. Outro fator que pode ter colaborado para esta diversidade, é
a contribuição de organismos vindos do Ribeirão do Cassino da Lagoa, um corpo
de água doce de grande importância para o ecossistema local que desagua no
mar (Univali, 2016).
Além das características hidrodinâmicas, deve-se considerar os diferentes
níveis de urbanização de cada praia. A praia do Atalaia (maior densidade de
indivíduos) possui baixa urbanização, quando comparada com as demais áreas
de estudo. Uma vez que Cabeçudas apresenta alta urbanização, com a presença
de um bairro bem consolidado e a Brava exibe uma urbanização intermediária,
incrementada no início dos anos 2000 com a mudança do plano diretor
(Schneider & Ruschel, 2015).
A atividade humana é considerada uma fonte adicional de variabilidade,
e o alto nível de ocupação urbana pode perturbar ecossistemas costeiros
afetando a riqueza de espécies (Defeo & McLachlan, 2005). Diversos estudos
em praias arenosas utilizando indicadores bentônicos (Lercari & Defeo, 2003;
Vieira et al., 2012; Schlacher & Tompson, 2012; Bessa et al., 2014) mostram que
a diminuição da abundância total dos organismos pode ser atribuída ao estresse
gerado pela ocupação urbana e uso da praia. Gheskiere et al., (2005) estudando
a costa do Mediterrâneo e do Báltico, apontou que as menores densidades e
diversidade da meiofauna eram encontradas em ambientes mais perturbados
devido a ação antrópica, em consequência da baixa concentração de matéria
orgânica. Corroborando com este resultado, Pereira et al., (2017) observou que
praias com impacto antrópico em níveis moderado e alto apresentaram
43
abundância significativamente menor de meiofauna que as praias menos
urbanizadas.
Em um estudo comparando duas praias dissipativas, uma com maior
concentração de turistas e outra mais preservada Moellmann & Corbisier (2003),
observaram que na praia mais urbanizada a meiofauna migrou para camadas
mais profundas. Resultado este provavelmente decorrente de uma estratégia
para evitar perturbações causadas pelo pisoteamento e atividades recreacionais.
Diferente desse resultado Sun et al., (2014) que estudaram a meiofauna e o
ambiente sedimentar como indicativos de perturbações antrópicas em praias
arenosas, mostraram que praias mais perturbadas apresentavam uma
densidade maior de meiofauna quando comparadas a praias menos
urbanizadas.
Ambientes que sofrem consequências decorrentes do turismo, sejam
diretas como o pisoteamento ou indiretas como a limpeza de praia vem sendo
estudados. Este trabalho não evidenciou alterações decorrentes de tais fatores,
entretanto, Davenport & Davenport (2006), citam o pisoteamento como causa de
distúrbio em ambientes rochosos e sistemas de dunas. Corroborando com este
estudo, trabalhos relacionados ao pisoteamento em praias arenosas no estrato
do supralitoral, mostram que há diminuição na abundância de macrofauna nas
áreas pisoteadas. Entretanto, este resultado não pode ser diretamente
relacionado ao pisoteamento, pois deve-se considerar que são ambientes muito
urbanizados e esta resposta pode estar associada também a outros fatores
ligados ao desenvolvimento costeiro (Barros, 2001; Lucrezi et al., 2009; Moffett
et al., 1998; Veloso et al., 2006).
Já, a limpeza mecânica de praias, que ocorre regulamente nas praias
estudadas, e tem como intuito torna-las mais atraentes, não remove apenas a
matéria orgânica e resíduos antropogênicos. De acordo com Gheskiere et al.,
(2005) esta prática perturba fisicamente o sedimento e consequentemente as
comunidades que habitam este ambiente.
Neste estudo, a composição taxônomica e o número de grupos da
meiofauna encontrados nas praias estudadas, foram de forma geral semelhantes
aos encontrados em outras praias, sendo os Nematodas dominantes em todas
as praias, estações do ano e estratos. Este grupo geralmente apresenta a maior
frequência e abundância em amostras de meiofauna, podendo representar até
44
90-95% dos indivíduos (Holme & Mcintyre, 1984; Giere, 1993; Knox, 2001). Por
ser um grupo representativo, a análise de suas relações ecológicas, papeis e
posições tróficas distintas ajudam a descrever o ambiente.
Fatores físicos, tais como tamanho de grão, exposição de maré e grau de
drenagem, assim como interações biológicas são responsáveis pela distribuição
espacial dos nematodas (Maria, 2016). Os gêneros comedores de depósito
foram os mais abundantes, sendo Atalaia a praia que apresentou a maior
diversidade de gêneros com este hábito alimentar. Devido ao seu
comportamento oportunistas, os comedores de depósito são bem-sucedidos por
se alimentar de diversas fontes de alimento Pasotti et al., (2012).
O gênero Daptonema, classificado como comedor de depósito não
seletivo (B1) foi identificado nas três praias estudadas. Contudo, McLachlan &
Brown (2006) relatam que esta situação é frequentemente encontrada. Pasotti
et al., (2012) e Gambi et al., (2003) encontraram resultados semelhantes, no qual
gênero Daptonema representou mais de 50% de toda composição de
Nematodas. Estudos descrevem (Jensen, 1987; Pinckney & Sandulli, 1990) que
a principal causa para a dominância de Daptonema em praias arenosas ocorre
devido a disponibilidade de alimento no ambiente intersticial.
Entretanto, os gêneros Trichoteristus (B1) e Microlaimus, aparecem
repartindo uma contribuição semelhante. Em um estudo realizado por Haibim et
al., (2008) na baia de Qingdao, China, o gênero dominante foi Microlaimus,
porém, foi observado que a estrutura trófica mudou entre as estações, em
resposta da mudança sazonal de alimento.
Outros grupos, além do Nematoda, foram importantes para as
similaridades das praias, como é o caso de Halacaroida e Oligochaeta. Que
contribuíram principalmente nas amostras do supralitoral de todas as praias
durante as duas estações. De acordo com Pepato e Rego (2004) o grupo
Halacaroida pode constituir muitas vezes o segundo mais dominante, e conforme
Inglis, (1989) a presença de Oligochaeta está relacionada a ausência de matéria
orgânica. Outros grupos importantes para composição da meiofauana foram os
Copepodas, geralmente encontrados em sediemntos bem oxigenados e os
Turbellarios, que podem representar 7-25% da densidade da meiofauna em
praias arenosas (Higgins & Thiel, 1988; Martens & Schockaert, 1986).
45
O grupo Tardigrada foi identificado apenas na praia Brava, de acordo
com Rocha et al., (2000) a distribuição deste grupo em muitos casos não está
bem definida. No entanto, Renaud-Mornant & Pollock, 1971 e Margulis &
Schwartz (2001) apontaram que este grupo em sua maioria está presente em
sedimentos muito bem oxigenados e não poluídos. Assim como mostrado por
Albuquerque et al., (2007) que relacionaram o domínio de Tardigradas na
Restinga da Marambaia com a boa oxigenação do sedimento e bom estado da
praia.
5.2 Paisagem
Estudos sobre percepção ambiental constituem um instrumento para o
entendimento da relação entre os seres humanos e o ambiente, sendo também
utilizados como ferramenta para avaliação da qualidade ambiental (Marenzi,
1996; Félix et al, 2016; Marcomin & Sato, 2016). Segundo Rosas & Espejel
(2009) uma vez que são expostas as opiniões dos usuários, estas devem ser
incorporadas pelos tomadores de decisão durante as estratégias para
recuperação, uso e gestão da praia.
Já é sabido da dificuldade em comparar a qualidade visual de paisagens,
pois deve-se considerar que a análise acontece em virtude da experiência
individual (Lucas, 1990). Esta análise é complexa e deve ser vista como uma
prática criativa, normalmente realizada a partir de um exercício comparativo com
tendência subjetiva (Laurie, 1976). Com isto, os observadores podem ou não
concordar em relação a paisagem visual (Coeterier, 1994).
No presente trabalho todas as praias estudadas apresentaram Paisagem
de Qualidade Média – regular. Corroborando com este resultado Alvarez &
Alfonso (1990), obtiveram maior concentração das fotografias avaliadas na
classe média, assim como Pires (1993), que analisou a qualidade visual da
paisagem na região de Criciúma. Trabalhos realizados em ecossistemas
costeiros, tais como os de Marenzi (1996) e Félix (2016), também mostram
resultados similares.
As fotografias que obtiveram os piores valores nas avaliações neste
estudo tinham a urbanização (ou os efeitos causados por ela) como fator comum.
As três fotografias valoradas com as menores notas foram todas de Cabeçudas,
46
sendo esta a praia que apresenta maior urbanização. Moore & Foley (2005) e
O'Neill et al. (1996) admitem que as formas antropogênicas são consideradas
como efeito negativo na paisagem. Corroborando, Pires (2005) cita a forte
incidência humana como detrator visual da qualidade paisagística.
Entretanto, todas as fotografias com maiores valores apresentaram
elementos naturais em sua totalidade. Estudos de percepção da paisagem
mencionam que as pessoas tendem a valorar ambientes naturais melhor que os
urbanizados (Kaplan & Kaplan, 1982; Marenzi, 1996; Kearney et al., 2008,
Bobrowski et al., 2010). Assim, a qualidade da praia onde os elementos
paisagísticos são naturais ou homogêneos é melhor avaliada pelos usuários
(Félix, 2016).
Quanto as três fotografias avaliadas com melhores notas, estas
representaram cada uma das praias estudadas, com duas voltadas para o mar
(Atalaia e Cabeçudas), e uma para o Canto do Morcego na praia Brava. Ainda
assim, a praia Brava foi a que apresentou maior QVP, segundo os avaliadores.
Embora a praia Brava apresente um certo grau de urbanização, esta demonstra
uma beleza cênica exuberante, com a presença de morrarias e parte de sua
vegetação de restinga em bom estado de conservação. Bildhauer et al., (2015)
encontrou um resultado análogo, ressaltando que a presença de água do mar,
morros e pedras retratam aspectos positivos na paisagem. Este mesmo
resultado foi encontrado por Marenzi (1996) e Félix, (2016) que apresentaram
como fotografias mais valoradas aquelas que possuíam água e relevo acentuado
em locais similares.
5.3 Características Físicas, Indicadores Bióticos e Qualidade Visual da
Paisagem.
Estudos relacionando a diversidade biológica da meiofauna e QVP em
praias são escassos, pois a maioria utiliza a vegetação como indicador de
biodiversidade (Williams & Cary, 2002; Irvine et al., 2010; Schipperijn et al., 2010;
Qiu et al., 2013). Porém, considerando que a vegetação possui capacidade de
alterar a paisagem, logo esta relação já é esperada. Como estudado por Irvine
et al., (2010) e Schipperijn et al., (2010), que observaram que os avaliadores
responderam positivamente ao aumento da biodiversidade. Todavia, esta
47
relação pode ser complexa, Williams & Cary (2002) e Qiu et al. (2013) mostraram
que os avaliadores tiveram preferência por espécies de vegetação com baixo
valor ecológico.
Neste estudo, as praias apresentaram diferentes características físicas e
biológicas, principalmente decorrente do tipo morfodinâmico que apresentam,
estando de acordo com a literatura (McLachlan, 1980; Coull 1988; Silva et al.,
2010; Sun et al., 2014). Também foi possível verificar uma tendência das praias
com maior densidade/diversidade de meiofauna em apresentarem baixa
urbanização e maior valoração na QVP. Um trabalho realizado por Félix et al.,
(2016), que tinha como objetivo analisar a relação entre QVP e a biodiversidade
da meiofauna de praias, mostrou que, embora não exista uma relação direta
entre meiofauna e QVP, as preferências paisagísticas são sensíveis à
intervenção humana, assim, praias com menores níveis de urbanização
obtiveram maior valores na avaliação.
Embora exista interação entre as praias (considerando os fatores praia,
tempo, estrato), houve uma tendência das mesmas em apresentarem a
composição da comunidade da meiofauna similar. E, apesar das médias das
avaliações das praias terem demonstrados valores próximos, todas acabaram
classificadas como classe 3, representadas como Paisagem de Qualidade Média
– Regular. Contudo, mesmo com esta tendência das praias em apresentarem o
índice de riqueza e a QVP similares, sugerindo não haver diferenças abruptas
entre elas, não é possível afirmar que exista uma relação direta entre os
indicadores da meiofauna e a QVP, uma vez que outros fatores (temperatura,
salinidade, hidrodinâmica, granulometria, nível de oxigênio e matéria orgânica)
além da paisagem/urbanização podem influenciar a comunidade da meiofauna
(McLachlan & Brown, 2006; Zeppilli et al., 2015).
Outra questão a considerar é que a QVP foi realizada por usuários de
praias, e não por profissionais, o que pode gerar uma análise mais superficial da
paisagem, não evidenciando diferença entre as praias. Em um estudo realizado
por Dupont et al. (2015), com o objetivo de compreender se o conhecimento
relacionado à paisagem poderia influenciar na forma como as paisagens são
observadas, concluiu que especialistas pareciam fazer uma análise de forma
mais holística e com isto, os resultados podem ter demonstrado informações
mais relevantes sobra a qualidade do ambiente. Por outro lado, os leigos
48
atinham-se muito mais a objetos singulares da paisagem. Por fim, especialistas
e leigos podem não perceber as mesmas características em uma paisagem.
A composição dos gêneros do grupo Nematoda não apresentou diferença
significativa entre as praias. Com isso, da mesma forma como demostrado pela
meiofauna total e a valoração dos avaliadores, não foi possível estabelecer uma
relação direta entre os gêneros da meiofauna e a QVP. Felix et al (2016) entende
que a relação, entre meiofauna/Nematoda e QVP pode simplesmente não existir,
seja por uma questão metodológica ou realmente pela ausência de uma relação
direta e linear.
Percebe-se, também, que a impossibilidade dos avaliadores em observar
ou até mesmo entender as características dos ambientes valorados, exclui
fatores indicadores do equilíbrio ecológico, como por exemplo estrutura da
cadeia alimentar da meiofauna, tornando a análise subjetiva, incluindo apenas a
beleza cênica do ambiente. Para Jordana (1992), a percepção da paisagem é
condicionada por estímulos recebidos do meio, sendo um ato criativo,
condicionado a fatores inerentes ao próprio indivíduo, a fatores educativos e
culturais e a fatores emotivos, afetivos e sensitivos. Desta forma, pode-se
considerar que nem sempre a paisagem reflete a qualidade do ambiente.
Gobster (1995), exemplificava esta afirmação, com a comparação entre uma
floresta de Pinus, que pode ser valorada com alta QVP, porém, apresentar baixa
biodiversidade enquanto paisagens como planícies, que visualmente pode não
ser tão atraente, mas apresentam alta diversidade ecológica. Felix et al (2016),
da mesma forma afirma que, um local apesar de monótono quanto a elementos
paisagísticos e sem beleza cênica, pode apresentar alta biodiversidade.
49
6. Conclusão
O presente estudo não demonstrou uma relação direta entre a meiofauna
e a Qualidade Visual da paisagem, seja por ela simplesmente não existir, pelo
grupo de avaliadores ser composto apenas por usuários de praias, e não por
especialistas, ou pela dificuldade em observar ou até mesmo entender as
características dos ambientes valorados. No entanto pode-se observar uma
tendência de praias com maior densidade/diversidade de meiofauna em
apresentarem baixa urbanização e maior valoração na QVP.
No entanto, este trabalho teve como área de estudo praias inseridas
dentro de um contexto de ocupação urbana que irão compor uma Unidade de
Conservação do tipo Área de Proteção Ambiental, com objetivo de conciliar a
biodiversidade e qualidade de vida. E, apesar do estudo não ter demostrado
relação direta, a utilização dessas ferramentas mostram-se útil para auxiliar a
definir normas, restrições para o uso, e ações a serem desenvolvidas na APA-
Orla de Itajaí. Uma vez que é crucial conhecer a resposta da biodiversidade ao
ambiente, e compreender a percepção dos usuários de praias para uma
conservação e gestão mais eficiente.
50
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anthropogenic impacts? Marine Biodiversity. 45: 505-535.
62
Apêndice A:Classificação do sedimento nas praias Brava, Atalaia e Cabeçudas nas estações de inverno e verão nos diferentes estratos.
Praia Tempo Transecto Estrato Classificação do sedimento
Brava Inverno T1 Supralitoral Muito bem selecionado
Brava Inverno T1 Mesolitoral Muito bem selecionado
Brava Inverno T1 Infralitoral Moderadamente selecionado
Brava Inverno T2 Supralitoral Muito bem selecionado
Brava Inverno T2 Mesolitoral Muito bem selecionado
Brava Inverno T2 Infralitoral Bem selecionado
Brava Inverno T3 Supralitoral Bem selecionado
Brava Inverno T3 Mesolitoral Bem selecionado
Brava Inverno T3 Infralitoral Moderadamente selecionado
Atalaia Inverno T1 Supralitoral Bem selecionado
Atalaia Inverno T1 Mesolitoral Bem selecionado
Atalaia Inverno T1 Infralitoral Bem selecionado
Atalaia Inverno T2 Supralitoral Muito bem selecionado
Atalaia Inverno T2 Mesolitoral Bem selecionado
Atalaia Inverno T2 Infralitoral Bem selecionado
Atalaia Inverno T3 Supralitoral Bem selecionado
Atalaia Inverno T3 Mesolitoral Muito bem selecionado
Atalaia Inverno T3 Infralitoral Moderadamente selecionado
Cabeçudas Inverno T1 Supralitoral Bem selecionado
Cabeçudas Inverno T1 Mesolitoral Moderadamente selecionado
Cabeçudas Inverno T1 Infralitoral Moderadamente selecionado
Cabeçudas Inverno T2 Supralitoral Pobremente selecionado
Cabeçudas Inverno T2 Mesolitoral Moderadamente selecionado
Cabeçudas Inverno T2 Infralitoral Moderadamente selecionado
Cabeçudas Inverno T3 Supralitoral Muito bem selecionado
Cabeçudas Inverno T3 Mesolitoral Bem selecionado
Cabeçudas Inverno T3 Infralitoral Bem selecionado
Brava Verão T1 Supralitoral Bem selecionado
Brava Verão T1 Mesolitoral Bem selecionado
Brava Verão T1 Infralitoral Bem selecionado
Brava Verão T2 Supralitoral Bem selecionado
Brava Verão T2 Mesolitoral Bem selecionado
Brava Verão T2 Infralitoral Moderadamente selecionado
Brava Verão T3 Supralitoral Bem selecionado
Brava Verão T3 Mesolitoral Muito bem selecionado
Brava Verão T3 Infralitoral Moderadamente selecionado
Atalaia Verão T1 Supralitoral Muito bem selecionado
Atalaia Verão T1 Mesolitoral Muito bem selecionado
Atalaia Verão T1 Infralitoral Bem selecionado
Atalaia Verão T2 Supralitoral Bem selecionado
Atalaia Verão T2 Mesolitoral Muito bem selecionado
Atalaia Verão T2 Infralitoral Bem selecionado
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Atalaia Verão T3 Supralitoral Muito bem selecionado
Atalaia Verão T3 Mesolitoral Muito bem selecionado
Atalaia Verão T3 Infralitoral Moderadamente selecionado
Cabeçudas Verão T1 Supralitoral Bem selecionado
Cabeçudas Verão T1 Mesolitoral Bem selecionado
Cabeçudas Verão T1 Infralitoral Pobremente selecionado
Cabeçudas Verão T2 Supralitoral Moderadamente selecionado
Cabeçudas Verão T2 Mesolitoral Moderadamente selecionado
Cabeçudas Verão T2 Infralitoral Pobremente selecionado
Cabeçudas Verão T3 Supralitoral Moderadamente selecionado
Cabeçudas Verão T3 Mesolitoral Muito bem selecionado
Cabeçudas Verão T3 Infralitoral Pobremente selecionado
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Apêndice B: Fotos
Atalaia
Brava
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Cabeçudas
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Apêndice C: Questionário
VALORAÇÃO DA QUALIDADE VISUAL DA PAISAGEM Você está participando de uma pesquisa, onde os dados serão utilizados em uma dissertação de mestrado e um trabalho de conclusão de curso. O objetivo desta pesquisa é analisar a relação da qualidade visual da paisagem e da biodiversidade, como valores de qualidade ambiental de praias arenosas da futura APA de Itajaí. AVALIAÇÃO DAS FOTOGRAFIAS
As fotografias recebidas deverão ser avaliadas dentro da Classe de Qualidade de 1 a 5.
Todas as fotos deverão ser avaliadas. Sugere-se, afim de facilitar sua avaliação que sejam selecionadas uma ou algumas fotos que você considere como paisagem de qualidade muito baixa e outras com qualidade muito alta, para que depois sejam selecionadas as intermediárias.
Por favor, avalie o conteúdo da paisagem na fotografia e não a técnica fotográfica.
Agradecemos a cooperação!
CLASSES DE QUALIDADE
Classe 1 – Paisagem de Qualidade muito baixa (péssima)
Classe 2 - Paisagem de Qualidade Baixa (ruim)
Classe 3 - Paisagem de Qualidade Média (regular)
Classe 4 - Paisagem de Qualidade Alta (boa)
Classe 5 - Paisagem de Qualidade Muito Alta (ótima)
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Apêndice D: Termo De Consentimento Livre E Esclarecido
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário(a), de um projeto de pesquisa. Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma. Título do Projeto: ANÁLISE DA QUALIDADE VISUAL DA PAISAGEM NAS PRAIAS ATALAIA, CABEÇUDAS E PRAIA BRAVA: SUBSÍDIO PARA A IMPLANTAÇÃO DE UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO NA ORLA DE ITAJAÍ-SC. Pesquisador Orientador: Rosemeri Carvalho Marenzi e Tito Cesar Marques Pesquisadores Responsáveis: José Augusto Teixeira Belino e Mayara Carneiro Beltrão Telefone para contato: (47) 96174059 E-mail: [email protected] e [email protected] Este estudo tem como objetivo avaliar a percepção visual da qualidade da paisagem dos usuários das praias de Atalaia, Cabeçudas e Brava. Sua participação se dará através da atribuição de notas (1 a 5) às fotografias que lhe serão entregues, avaliando o conteúdo da paisagem na fotografia e não a técnica fotográfica utilizada, sendo 1 a nota para a paisagem de qualidade muito baixa (péssima) e 5 a nota para a que apresentar paisagem de qualidade muito alta (ótima). As informações fornecidas por você serão confidenciais, não sendo revelado seu nome na pesquisa. Não haverá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras a você. O benefício relacionado à sua participação será de aumentar o conhecimento científico para a área de estudo, pois esta pesquisa faz parte de uma dissertação de mestrado e um trabalho de conclusão de curso da Universidade do Vale do Itajaí/UNIVALI, podendo futuramente subsidiar possíveis ações do poder público. Em caso de interesse do resultado desta pesquisa, você poderá solicitar uma cópia digital de qualquer um de seus produtos (TCC e dissertação) a qualquer pesquisador, cujo contato telefônico encontra-se acima. Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento, sem sofrer qualquer punição ou constrangimento. Participante da pesquisa:_________________________________________________ CPF ou RG:______________________________________________________
Itajaí, __ de _________ de 2017
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Apêndice E: Lista dos gêneros de Nematodas identificados e suas respectivas famílias e hábito alimentar
Família Gênero Hábito Alimentar
Aegialoalaimidae Aegialoalaimus 1A
Anoplostomatidae Anoplostoma 1B
Anoplostomatidae Chaetonema 1B
Ceramonematidae Metadasynemoides 1A
Cyatholaimidae Paracyatholaimoides 2A
Ceramonematidae Pselionema 1A
Chromadoridae Actinonema 2A
Comesomatidae Sabatieria 1B
Cyatholaimidae Acanthonchus 2A
Cyatholaimidae Cyatholaimus 2A
Cyatholaimidae Marylynnia 2A
Cyatholaimidae Paracanthonchus 2A
Cyatholaimidae Paracyatholaimus 2A
Diplopeltoides Morlaxia 1B
Desmodoridae Desmodora 2A
Desmodoridae Pseudonchus 2B
Desmodoridae Polysigma 2A
Desmodoridae Sigmophoranema 2B
Enchelidiidae Batheurystomina 2B
Enchelidiidae Belbola 2B
Enchelidiidae Ditlevsenella 2B
Enchelidiidae Eurystomina 2B
Enchelidiidae Pareurystomina 2B
Enchelidiidae Symplocostoma 2B
Ironidae Syringolaimus 2B
Ironidae Thalassironus 2B
Ironidae Trissonchulus 2B
Leptolaimidae Camacolaimus 2A
Leptolaimidae Dagda 2A
Leptolaimidae Diodontolaimus 2A
Leptolaimidae Leptolaimus 1B
Leptolaimidae Stephanolaimus 1A
Linhomoeidae Didelta 1B
Linhomoeidae Desmolaimus 1B
Linhomoeidae Metalinhomoeus 1B
Linhomoeidae Paralinhomoeus 1B
Linhomoeidae Terschellingia 1A
Microlaimidae Bolbolaimus 2B
Microlaimidae Microlaimus 2A
Monhysteridae Thalassomonhystera 1B
Monoposthiidae Monoposthia 2A
Monoposthiidae Rhinema 2A
Monoposthiidae Southemiella 1A
Oncholaimidae Adoncholaimus 2B
Oncholaimidae Metoncholaimus 2B
Oncholaimidae Oncholaimellus 2B
Oncholaimidae Viscosia 2B
Oncholaimidae Oncholaimus 2B
Pandolaimidae Pandolaimus 1B
Paramicrolaimidae Paramicrolaimus 2B
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Rhabdodemaniidae Rhabdodemania 2B
Sphaerolaimidae Doliolaimus 2B
Thoracostomopsidae Enoplolaimus 2B
Thoracostomopsidae Thoracostomopsis 2B
Thoracostomopsidae Trileptium 2B
Tripyloididae Bathylaimus 1B
Tripyloididae Gairleanema 2B
Xenellidae Xenella 1A
Xyalidae Amphimonhystera 1B
Xyalidae Daptonema 1B
Xyalidae Elzalia 1B
Xyalidae Gonionchus 1B
Xyalidae Metadesmolaimus 1B
Xyalidae Omicronema 1B
Xyalidae Paramonohystera 1B
Xyalidae Prorhynchonema 1B
Xyalidae Rhynchonema 1B
Xyalidae Trichotheristus 1B
Xyalidae Xenolaimus 1B
Xyalidae Xyala 1B