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Sindicato da Indstria de Produtos Sunos

PAGE 3

Sindicato da Indstria de Produtos Sunos

no Estado do Rio Grande do Sul

Perfil da Atividade de

Produo e Industrializao de Sunos

no Rio Grande do Sul

Estudo elaborado por Valmor Marchetti (economista) para o Sindicato da Indstria de Produtos Sunos no Estado do Rio Grande do Sul.

Outubro / 2001.

ndice Geral

1Introduo4

2Panorama mundial da produo de sunos e a insero do Brasil4

3Produo de Carnes suna no Brasil uma viso de conjunto10

4RS: Produo e exportao15

5Tecnologia de produo17

6Produtividade19

7Meio ambiente21

8 Organizao da produo22

9Perfil do produtor24

10Remunerao do produtor27

11Mercado e margens praticadas pelo varejo29

12Processamento30

13Regies produtoras RS 32

14Nveis de colesterol e comportamento do consumidor37

15Importncia da suinocultura para a gerao de emprego e o crescimento38

Referncias40

Apndice 1. RS: Preos de suno vivo, milho e farelo de soja (jan/95 a set/01)

Apndice 2. Vendas de sunos por micro regio, em 1996 (Censo IBGE)

ndice de Tabelas

Tabela 1Consumo mundial de carne suna, de frango e bovina (mil toneladas/ano)5

Tabela 2Consumo mundial de carne suna, de frango e bovina (percentual)5

Tabela 3Consumo per capita de carne suna em pases selecionados6

Tabela 4Exportaes mundiais de carne suna principais pases exportadores7

Tabela 5Importaes mundiais de carne suna principais pases importadores8

Tabela 6Produo mundial de carne suna por pas9

Tabela 7Brasil: Produo de carne suna, de frango e bovina, 1990 a 199910

Tabela 8Brasil: Consumo per capita de carne suna, de frango e bovina11

Tabela 9Brasil: Produo de sunos por regio13

Tabela 10Brasil: Participao relativa na produo de sunos por regio13

Tabela 11Brasil: Efetivo rebanho de sunos por regio14

Tabela 12Brasil: Exportaes de carne suna, 1989 a 200014

Tabela 13Destino das exportaes brasileiras de carne suna, 1999 e 200015

Tabela 14Regio Sul: Abate de sunos para fins comerciais sob inspeo Fed e Est15

Tabela 15Participao relativa na produo de sunos dos Estados da Regio Sul16

Tabela 16RS: Exportaes de produtos de sunos, 1992 a 200017

Tabela 17Indicadores de produtividade: anos 60, em 1995 e na atualidade20

Tabela 18Metas de produtividade provvel em uma dcada20

Tabela 19RS: Nmero de granjas e matriz por empresa integradora22

Tabela 20RS: Nmero de estabelecimentos e rea por estratos de rea 25

Tabela 21RS: Condio das propriedades dos produtores de sunos 25

Tabela 22RS: Distribuio do rebanho por extrato de rea Censo de 198526

Tabela 23RS: Distribuio do rebanho por extrato de rea Censo de 199626

Tabela 24SC: Distribuio do rebanho por extrato de rea Censo de 199627

Tabela 25PR: Distribuio do rebanho por extrato de rea Censo de 199627

Tabela 26Mark-up mdios de produtos de origem suna e de frango out/94-set/9529

Tabela 27Mark-up mdios de produtos de origem suna e de frango Set/98-ago/9930

Tabela 28RS: Capacidade instalada e abate de sunos dos estabelecimentos em 200031

Tabela 29SC: Nmero de abate de sunos e aves pelos estabelecimentos em 200032

Tabela 30RS: Nmero de sunos vendidos por estrato de rea Censo de 199633

Tabela 31RS: Produo de sunos por meso e microrregio Censo de 199634

Tabela 32RS: Principais municpios produtores de sunos, entre 1995 a 200035

Tabela 33RS: Produo de sunos por meso e microrregio em 200033

Tabela 34Comparao do teor de colesterol nas diferentes carnes38

Tabela 35Capacidade de gerao de empregos devido a um aumento da demanda39

ndice de Grficos

Grfico 1Brasil: produo de carne suna, de frango e bovina, 1990 a 199911

Grfico 2Brasil: ndice de consumo per capita de carne suna, de frango e bovina12

Grfico 3Abates de sunos para fins comerciais, 1993 a 2000 (RS, SC e PR)16

Grfico 4Relao de kg de suno para adquirir um kg de milho28

1. Introduo

Este estudo foi elaborado por iniciativa do Sindicato da Indstria de Produtos Sunos no Estado do Rio Grande do Sul. Ele tem por objetivo atualizar as informaes sobre a atividade de produo de sunos destacando, especialmente, os pontos fortes e fracos da suinocultura gacha, suas vantagens competitivas e perspectivas de crescimento.

O estudo apresenta, inicialmente, um panorama da suinocultura mundial realando a insero do Brasil nesse mbito (seo 2). A seo 3 mostra uma viso do conjunto da suinocultura no Brasil. As demais sees (de nmero 4 at 14) referem-se ao Rio Grande do Sul, nas quais so examinadas, entre outras, as questes sobre: produo, exportao, tecnologia de produo, produtividade, meio ambiente, a organizao da produo, o perfil e a remunerao do produtor, o mercado e o processamento.

2. Panorama mundial da produo de Sunos e a insero do Brasil

A importncia da carne suna em mbito mundial pode ser observada em duas dimenses: em relao fonte de protenas de origem animal, e em relao ao consumo per capita.

Dada a capacidade de reproduo e a facilidade de criao de sunos, e tambm a possibilidade de que o suno poder ser produzido em reas pequenas propriedades, esta uma das principais atividades a ser implementada, visando produo de protenas de origem animal para atender as necessidades crescentes da populao mundial.

Como fonte de protena de origem animal, a carne suna lidera o ranking de consumo, segundo estatsticas da FAO e USDA. No ano de 1999, o consumo mundial de carnes (levando em conta somente as carnes de origem de suno, de frango e bovina), alcanou a cifra de 165,4 milhes de toneladas.

A carne de maior consumo mundial em 1999 foi a carne suna, que alcanou 77,1 milhes de toneladas, sendo seguido pela carne bovina, com 49,0 milhes de toneladas, e em terceiro lugar, o consumo de carne de frango, com 39,6 milhes de toneladas [Tabela 1].

A composio do consumo sofreu alteraes, entre 1992 e 2000, notando-se uma elevao da participao da carne de frango e a reduo da carne bovina. A carne bovina manteve a sua participao, em torno de 46% do total das protenas de origem animal (Tabela 2).

Tabela 1. Consumo mundial de carne suna, de frango e bovina (mil toneladas/ano)

AnosCarne SunaCarne de FrangoCarne BovinaTotal

199268.66530.31250.874149.851

199370.06930.78848.269149.126

199471.54132.31148.565152.417

199575.55335.16649.051159.770

199669.65537.48948.391155.535

199772.11136.51749.481158.109

199875.48937.48949.032162.010

1999 *77.12839.60649.007165.741

2000 **77.51341.02549.157167.695

Fonte: USDA, ABEF e Associao Paulista de Avicultura

* Dados preliminares. ** Previso

Tabela 2. Consumo mundial de carne suna, de frango e bovina (percentual do total)

AnosCarne SunaCarne de FrangoCarne BovinaTotal

1992 45,82 20,23 33,95 100,00

1993 46,99 20,65 32,37 100,00

1994 46,94 21,20 31,86 100,00

1995 47,29 22,01 30,70 100,00

1996 44,78 24,10 31,11 100,00

1997 45,61 23,10 31,30 100,00

1998 46,60 23,14 30,26 100,00

1999 * 46,54 23,90 29,57 100,00

2000 ** 46,22 24,46 29,31 100,00

Em relao ao consumo per capita de carne suna, a maioria dos pases industrializados revela consumo per capita elevado. A Tabela 3 apresenta o consumo per capita de carne suna de 29 pases selecionados, entre eles o Brasil. A Dinamarca exibe o nvel mais elevado, com consumo de 73,3 kg/h/ano; Repblica Tcheca, Espanha e Blgica/Luxemburgo, com consumo entre 60 e 70 kg/h/ano, no ano de 2000. Ouve elevao do consumo per capita, entre os anos de 1991 e 2.000, em muitos pases, principalmente na Dinamarca, Espanha, Blgica/Luxemburgo, Alemanha, ustria, Irlanda e Sucia.

Entre os pases latinos, Brasil e Mxico apresentam consumo per capita relativamente baixo, em torno de 10 kg/habitante/ano, nos anos de 1999 e 2.000.

O ranking do consumo per capita da Tabela 3 pode ser tomado como um argumento contra o preconceito ao consumo da carne e produtos de origem suna, usualmente manifestado nos pases latinos, incluindo o Brasil, dado que os pases mais desenvolvidos econmica e socialmente mostram consumo per capita vrias vezes superiores ao dos dois pases latinos mencionados. Isto vlido tambm para os pases que buscam na importao a oferta adicional de carnes e produtos sunos, como o caso de Alemanha, Japo, Itlia, Frana, entre outros.

Tabela 3. Consumo per capita de carne suna em pases selecionados, em kg/habitante/ano

Pases1991199519981999 *2000 **% Variao

2000/1991

Dinamarca64,874,171,173,273,3 13,1

Repblica Tcheca67,164,966,267,766,7 (0,6)

Espanha49,654,060,665,665,5 32,1

Blgica/Luxemburgo50,154,454,255,762,3 24,4

Alemanha48,554,855,857,457,4 18,4

ustria51,356,357,257,757,1 11,3

Holanda43,344,244,848,745,5 5,1

Hong Kong40,854,454,946,044,8 9,8

Irlanda38,137,943,141,642,8 12,3

Taiwan38,840,244,343,642,6 9,8

Polnia52,538,638,540,139,9 (24,0)

Sucia31,435,837,538,538,8 23,6

Frana37,035,836,037,238,2 3,2

Itlia31,433,635,936,336,5 16,2

Canad32,431,931,232,633,6 3,7

Sua39,835,232,231,631,6 (20,6)

Portugal25,035,330,831,131,1 24,4

Estados Unidos29,430,630,731,330,2 2,7

China21,130,129,229,530,1 42,7

Reino Unido24,322,825,724,623,5 (3,3)

Austrlia17,819,418,818,818,9 6,2

Japo16,816,716,616,616,6 (1,2)

Ucrnia27,515,914,214,214,3 (48,0)

Romnia27,617,515,215,013,5 (51,1)

Filipinas10,610,411,612,512,8 20,8

Rssia24,617,412,812,512,0 (51,2)

Cingapura35,931,928,113,911,2 (68,8)

Mxico9,910,510,410,310,1 2,0

Brasil ***7,38,79,39,610,1 38,4

* Dados preliminares. ** Previso

*** Em relao ao Brasil, mantm-se nesta tabela os nmeros da USDA, que so levemente diferentes dos apresentados mais adiante (Seo 3).

Fonte: USDA Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

A maioria dos pases listados na Tabela 3 elevou o seu consumo per capita, entre os anos 1991 e 2000. As excees mais importantes so a Rssia, Cingapura e Ucrnia, que apresentaram decrscimo elevado de consumo per capita.

Em termos de crescimento do consumo per capita, o Brasil vem demonstrando uma das maiores mudanas positivas mostrando uma progressiva elevao desse indicador: O percentual de variao do consumo per capita do Brasil foi 38,4%, entre 1991 e 2000, superado apenas pela China, com 42,7%.

Com efeito, Brasil e China, conforme ficar evidente com as anlises que seguem, so os dois mais promissores pases a crescerem na produo de carne suna. Os fatores que favorecem a esse objetivo so: i) a existncia de reas enormes e maior facilidade para contornar problemas ambientais; ii) o mercado interno em crescimento, captado no aumento expressivo do consumo per capita; iii) a tradio na produo de sunos; e iv) a elevada e crescente produo de gros.

Pode-se apontar outro indicador da importncia da carne suna no mundo: atravs do comrcio internacional de seus produtos, que bastante expressivo. As Tabelas n. 4 e n. 5 relacionam os principais pases exportadores e importadores, respectivamente. As principais evidncias podem ser resumidas no que segue:

Tabela 4. Exportaes mundiais de carne suna Principais pases exportadores

(mil toneladas/ano)

Pases1991199519981999 *2000 **

Dinamarca9671.1321.2561.3501.391

Holanda1.0121.0501.0751.0381.080

Canad270357432550610

Frana252506535575593

Estados Unidos128357557572544

Blgica/Luxemburgo435560575300422

Alemanha254199342300300

Reino Unido80158230223201

Polnia2181222120150

Irlanda6688129132133

China268230164100100

Itlia6072879092

Brasil1729747780

Hungria14454757075

Sucia2019393321

Taiwan324381355

Demais pases325243611690820

Total4.6435.5166.4066.2256.617

* Dados preliminares. ** Previso

Fonte: USDA Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

1) As exportaes anuais alcanam cerca de 6,6 milhes de toneladas e representam aproximadamente 8,5% da produo mundial.

2) Alguns pases revelam-se exportadores expressivos, dado que exportam grande parcela de sua produo. Com base no ltimo ano da Tabela 4, pode-se identificar nessa situao, a Dinamarca (que exporta 1.391 toneladas, cerca de 80% da sua produo), Holanda (exporta 1.080 toneladas, cerca de 67% da sua produo), Canad (exporta 610 toneladas representando 37% da sua produo), e Frana (exporta 593 toneladas, cerca de 25% da sua produo).

3) A participao do Brasil no comrcio exterior de carne suna, segundo os dados da USDA da Tabela 4, de 80 mil toneladas (exportaes), que representa de 1,2% do mercado mundial.

4) Como principais destacam-se: Alemanha, Japo, Itlia, Reino Unido, Frana e Estados Unidos.

Tabela 5. Importaes mundiais de carne suna Principais pases importadores

(mil toneladas/ano)

Pases1991199519981999 *2000 **

Alemanha8221.0801.1251.1301.130

Japo590829721814814

Itlia554616771700710

Reino Unido489473499491496

Frana444446459443435

Estados Unidos351301319375363

Rssia262454375350350

Hong Kong226160252221231

Holanda72111145120130

Mxico403097110120

Polnia6047594050

Canad1527634540

Demais pases423468830873762

Total4.3485.0425.7155.7125.631

* Dados preliminares. ** Previso.

Fonte: USDA Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Completando as informaes, a Tabela 6 mostra o ranking dos pases produtores de carne suna no mundo. A produo mundial em 1999 foi de 78,1 milhes de toneladas. A China ocupa o primeiro lugar, alcanando a produo de 36,7 milhes de toneladas, sendo seguida pelos Estados Unidos, com 8,4 milhes de toneladas e a Alemanha, com 3,8 milhes de toneladas. O Brasil o sexto maior produtor produzindo 1,7 milhes de toneladas, em 1999.

O crescimento da produo de carnes de origem de suno foi de 15,79% de 1991 a ao de 2000, conforme a Tabela 6. Quanto dever crescer nos prximos anos? A expectativa da FAO, em trabalho publicado em 1998, de que a produo deva aumentar em ritmo de 1,95% ao ano, ou seja, 21,5% nesta dcada.

Tabela 6. Produo mundial de carne suna por pas, em mil toneladas

Pases1991199519981999 *2000 **% Variao

2000/1991

China24.52336.48436.18036.78837.890 54,5

Estados Unidos7.2578.0968.6238.7168.463 16,6

Alemanha3.8133.6043.8113.8883.885 1,9

Espanha1.8772.1752.6722.8242.909 55,0

Frana1.9182.1452.3002.3502.335 21,7

Brasil1.1501.4501.6631.7421.836 59,7

Dinamarca1.2721.4571.6321.7011.720 35,2

Canad1.0961.2761.3301.5251.620 47,8

Holanda1.5911.6231.7171.7001.602 0,7

Polnia1.9661.5801.7001.7001.580 (19,6)

Itlia1.3401.3451.4121.4251.425 6,3

Rssia3.1901.8651.5101.4851.400 (56,1)

Japo1.4831.3221.2851.2831.280 (13,7)

Reino Unido9841.0171.2461.1811.100 11,8

Filipinas6907549339801.036 50,1

Taiwan1.1261.233892870890 (21,0)

Ucrnia1.421807700710715 (49,7)

Outros Pases10.7857.8707.2847.2936.451 (40,2)

Total mundial67.48276.10376.89078.16178.137**

* Dados preliminares. ** Previso

Fonte: USDA Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

A distribuio mundial da produo favorece aos pases em desenvolvimento: o percentual de 60% da produo encontra-se nesses pases, e 40% realizada nos pases industrializados. A crescente preocupao com o aumento da poluio tambm dever favorecer o crescimento futuro da produo em pases em desenvolvimento, dado que alguns pases desenvolvidos, como a Holanda, Dinamarca e Estados Unidos, os quais se destacam por produo e exportaes elevadas, inclinam-se a limitar a produo, devido preocupao com a preservao ambiental.

China e Brasil surgem como pases emergentes que podem tirar proveito dessa mudana, em parte j capitalizada entre 1991 e 2000. Os dados da Tabela 6 mostram que Brasil obteve o maior crescimento de produo de carne suna, com o percentual de variao de 59,7% no perodo, seguido pela Espanha e China, com variao prxima de 55%. As principais variaes negativas ficaram por conta da Rssia, com queda de 56,1%, e da Ucrnia, com reduo de 49,7%.

3. Produo de carne suna no Brasil Uma viso de conjunto

As trs fontes principais de protenas de origem animal no Brasil (carne de suno, de frango e bovina) somaram 13,9 milhes de toneladas, em 1999, sendo a carne bovina a de maior participao, com 6,5 milhes de toneladas [Tabela 7]. No ano de 1999, a carne bovina representava 46,9% da produo de total de carnes, a carne de frango, 39,7%, e a carne suna, 13,4%.

Ocorreu uma mudana da estrutura de participao dessas trs carnes anos 90: de uma maneira sistemtica, observou-se a reduo da participao da carne bovina como fonte de protenas cedendo espao para a carne de frango e, em menor proporo, para a carne suna.

De 1990 a 1999, a participao da carne bovina caiu de 61,1% para 46,9%; a participao da carne de frango aumentou de 26,6% para 39,7%; e a participao da carne suna aumentou de 12,3% para 13,4% [Tabela 7 e Grfico 1].

Tabela 7. Brasil: Produo de carne suna, de frango e bovina, 1990 a 1999.

(toneladas por ano)

AnosProduo anual em toneladasComposio percentual

Carne SunaCarne de FrangoCarne BovinaTotalSunaFrangoBovinaTotal

1990 1.050.000 2.267.358 5.213.580 8.530.938 12,3%26,6%61,1%100%

1991 1.315.708 2.521.911 5.811.667 9.649.286 13,6%26,1%60,2%100%

1992 1.486.851 2.726.992 6.196.181 10.410.024 14,3%26,2%59,5%100%

1993 1.501.966 3.134.998 6.010.740 10.647.704 14,1%29,4%56,5%100%

1994 1.555.406 3.411.026 6.021.040 10.987.472 14,2%31,0%54,8%100%

1995 1.897.925 4.050.449 6.466.942 12.415.316 15,3%32,6%52,1%100%

1996 1.751.661 4.051.561 6.862.534 12.665.756 13,8%32,0%54,2%100%

1997 1.614.580 4.460.925 6.410.969 12.486.474 12,9%35,7%51,3%100%

1998 1.671.825 4.498.186 6.500.633 12.670.644 13,2%35,5%51,3%100%

1999 1.860.623 5.526.044 6.522.345 13.909.012 13,4%39,7%46,9%100%

Fontes: IBGE e ABEF.

Grfico 1. Brasil: produo de carne suna, de frango e bovina, 1990 a 1999

(participao percentual)

De 1991 a 2000, o consumo per capita dos trs tipos de carnes em foco passou de 60,64 kg/habitante/ano para 78,24 kg/habitante/ano [Tabela 8]. A carne de frango apresentou maior crescimento do consumo per capita, que se elevou de 14,96 para 26,7 kg/habitante/ano; o consumo per capita da carne suna evoluiu de 7,68 para 10,64 kg/habitante/ano, enquanto que o da carne bovina passou de 38,0 para 40,9 kg/habitante/ano. O Grfico 2 permite visualizar a evoluo para os trs tipos de carne iniciando com a mesma base 100 em 1991. O consumo per capita da carne suna aumentou em 38,5%, nos anos 90; o aumento observado para a carne de frango foi de 78,4% e para a carne bovina foi de 15,5%.

Tabela 8. Brasil: consumo per capita de carne suna, de frango e bovina (kg/habitante/ano)

AnosCarne

SunaCarne de

FrangoCarne

BovinaTotal

19917,6814,9638,060,64

19927,9615,7439,463,10

19938,3117,8737,263,38

19948,4619,0637,565,02

19959,2323,2140,772,44

19969,5622,0542,873,69

19979,2623,8339,272,29

19989,9823,9838,572,46

199910,7024,4036,976,70

200010,6426,7040,978,24

Fontes: ABEF e Associao Paulista de Avicultores

Grfico 2. Brasil: ndice de consumo per capita de carne suna, de frango e bovina

(1991 = 100)

Fonte: Tabela 8.

Em relao ao consumo per capita de carne de sunos, uma caracterstica observada a que o consumo no uniforme entre as regies do pas. A Regio Sul, que foi colonizada por imigrantes alemes, italianos, poloneses, ucranianos e que possui um grande nmero de frigorfico do pas, mostra o consumo per capita de 19 kg/ano. As demais regies mostram consumos per capita menores: Sudeste: 15,4 kg/ano, Centro-Oeste: 12,0 kg/ano, Nordeste: 5,5 kg/ano e Norte: 3,5 kg/ano.

O crescimento do consumo per capita de carne suna no Brasil atribudo, principalmente, a quatro razes: i) maior oferta de carne in natura em cortes pequenos; ii) sensvel melhora da qualidade da carne (foi a carne que mais melhorou entre as de origem suna, frango e bovina); iii) reduo real dos preos aos consumidores; e iv) a percepo de que a carne suna no tem mais colesterol que as demais.

Em relao aos demais pases do Mercosul, o Uruguai apresenta consumo per capita similar ao do Brasil (10,2 kg/habitante/ano), enquanto que o da Argentina de 7,7 kg/habitante/ano. Na Amrica Latina, apenas o Chile mantm consumo per capita superior ao do Brasil, cerca de 15,5 kg/habitante/ano.

A produo brasileira de leites, segundo o IBGE, que inclui a produo de leites para consumo domstico, foi de 28,2 milhes de cabeas, no ano de 2.000 [Tabela 9]. A Regio Sul a maior produtora, contribuindo com 14,3 milhes de cabeas.

Tabela 9. Brasil: Produo de sunos por regio (cabeas por ano)

Regies1991199519981999 *2000 **

Regio Norte2.415.6762.787.8191.634.0761.523.2841.603.419

Regio Nordeste6.254.5525.845.9905.273.8114.509.3284.709.463

Regio Sudeste5.017.7165.110.2144.290.3154.713.5755.039.729

Regio Centro Oeste2.700.6282.801.8302.279.6482.463.2742.575.524

Regio Sul8.594.24711.533.14712.753.18513.765.78514.343.629

. Paran2.587.2083.577.3053.985.2774.333.3764.562.368

. Santa Catarina2.960.2404.050.3764.571.2214.919.9725.103.546

. Rio Grande do Sul3.046.7993.905.4664.196.6874.512.4374.677.715

Total 24.982.81928.078.70026.231.03526.975.24628.271.764

Fonte: IBGE

O exame da Tabela 9 mostra que a produo de sunos no Brasil, entre 1991 e 2.000, passou de 24,9 milhes para 28,2 milhes de cabeas. O aumento verificado foi, nitidamente, garantido pelo aumento da produo da Regio Sul, que passou de 8,5 milhes, em 1991, para 14,3 milhes de cabeas, no ano de 2.000. Deve-se ter em conta que estes nmeros informados pelo IBGE refere-se ao total da produo de sunos incluindo a produo para consumo domstico.

A participao de cada regio na produo total est mostrada na Tabela 10, na qual se observa que a Regio Sul ampliou sua participao, no decorrer da dcada, passando de 34,4% (em 1991) para 50,7% (em 2.000) do total produzido. Os trs Estados da Regio Sul mostraram crescimento de participao. As demais regies, contudo, apresentaram participao relativa decrescente.

Tabela 10. Brasil: Participao relativa na produo de sunos por regio (% sobre o total)

Regies1991199519981999 *2000 **

Regio Norte9,7%9,9%6,2%5,6%5,7%

Regio Nordeste25,0%20,8%20,1%16,7%16,7%

Regio Sudeste20,1%18,2%16,4%17,5%17,8%

Regio Centro Oeste10,8%10,0%8,7%9,1%9,1%

Regio Sul34,4%41,1%48,6%51,0%50,7%

. Paran10,4%12,7%15,2%16,1%16,1%

. Santa Catarina11,8%14,4%17,4%18,2%18,1%

. Rio Grande do Sul12,2%13,9%16,0%16,7%16,5%

Total100,0%100,0%100,0%100,0%100,0%

Fonte: Elaborada com base na Tabela 9.

O rebanho de sunos totalizou cerca de 30,1 milhes de cabeas, em 1999, sendo que 14,7 milhes esto localizados na Regio Sul. A Tabela 11 mostra a evoluo do efetivo rebanho de sunos desde 1991 e agrupado por regio. De forma similar com o que ocorreu com a produo de sunos (Tabelas 9 e 10), o crescimento do rebanho aconteceu de forma expressiva na Regio Sul e decaiu nas demais regies, entre 1991 e 2.000.

Tabela 11. Brasil: Efetivo rebanho de sunos por regio (cabeas)

Regies1991199519981999 *2000 **

Regio Norte3.034.8283.447.9141.964.4451.859.3831.943.326

Regio Nordeste7.764.5727.222.5836.223.8265.474.6865.683.620

Regio Sudeste5.761.4385.840.4584.845.8045.284.1765.625.948

Regio Centro Oeste3.151.2113.233.5432.574.5902.762.4412.878.324

Regio Sul9.507.50412.560.73913.748.99814.766.99815.356.043

. Paran2.903.4093.904.1664.304.3184.656.3744.891.658

. Santa Catarina3.229.7664.402.9654.920.2425.270.1575.456.412

. Rio Grande do Sul3.374.3294.253.6084.223.8074.840.4675.007.973

Total 29.219.55332.335.33729.357.03230.147.68431.487.261

Fonte: IBGE.

As exportaes brasileiras de carne suna tiveram forte crescimento, entre 1989 e 2.000: a quantidade exportada passou de 11,3 mil toneladas para 127,8 mil toneladas (Tabela 12). Isso significa um crescimento mdio anual de 24,6%. Acompanhando tal crescimento, o percentual da produo do Brasil de carne suna comprometida com a exportao elevou-se de 1,25%, em 1990, para 6,87%, no ano de 2.000.

Tabela 12. Brasil: Exportaes de carne suna, 1989 a 2000.

AnoQuantidade

(toneladas)Valor

US$ mil (FOB)ndice de Quantidade

1989 = 100ndice de valor

1989 = 100Preo

mdio

US$/kgPercentual

da produo

198911.32419.7761001001,75nd

199013.12922.055115,9111,51,681,25%

199117.31229.863152,9151,01,721,16%

199244.48174.420392,8376,31,672,99%

199334.77161.976307,1313,41,782,32%

199432.31757.787285,4292,21,792,08%

199536.45791.653321,9463,52,511,92%

199664.364130.091568,4657,82,023,67%

199763.827148.047563,6748,62,323,95%

199881.565153.802720,3777,71,894,88%

199987.287122.748770,8620,71,414,69%

2000 *127.883171.8511.129,3869,01,346,87%

Fonte: Abipec

* Estimativa.

O preo mdio por kg da carne suna exportada oscilou significativamente, no perodo compreendido entre 1989/2000: foi de US$ 1,75/kg nos primeiros anos, acima de US$ 2,00/kg, nos anos 1995/97, atingindo US$ 2,51/kg na mxima em 1995, e caiu para US$ 1,34 no ltimo ano. difcil apontar uma razo especfica para a oscilao do preo. Uma justificativa poder residir na composio da carne suna exportada; por exemplo: nos anos de maior preo especfico, as exportaes poderiam estar concentradas em cortes mais nobres; nos anos de menor preo, em carcaas inteiras, como no ano de 2.000, com o incio de importao por parte da Rssia, como compradora de carcaas.

A Tabela 13 apresenta os principais pases importadores de carne suna, nos anos de 1.999 e 2.000, na qual se observa a presena da Rssia como um comprador novo, que surge a partir do ano de 2000. Mas os principais importadores so Argentina e Hong Kong.

As exportaes brasileiras de carne de sunos representaram 6,8% da produo do pas e foram o equivalente a 2,2% das exportaes mundiais. Esses percentuais so ainda baixos, comparados com pases europeus que so grandes produtores e exportadores, o que d margem para o Brasil orientar o crescimento desse setor voltado para as exportaes.

Tabela 13. Destino das exportaes brasileiras de carne suna, em 1999 e 2000

PasesQuantidade (t)Valor (US$ mil)

1999200019992000

Argentina33.66536.59751.15158.886

Hong Kong40.20049.50652.02158.389

Uruguai7.4965.62710.3927.744

Rssia023.274030.027

Outros5,92712.8809.18216.805

Total87.287127.883122.748171.851

Fonte: Abipecs.

No ano de 2000, a Rssia surgiu como um novo importador de carnes sunas. Esse pas buscou nas importaes o suprimento dessa protena, em razo da forte queda da sua produo (ver Tabela n. 6). A Rssia importou, em 2000, 350 mil toneladas de carne suna (Tabela 5).

4 RS: Produo e exportao

Tendo por foco a produo comercial, segundo dados do Sindicato da Indstria de Produtos Sunos, o Estado do Rio Grande do Sul abateu 3,8 milhes de cabeas no ano de 2.000. A Tabela 14 apresenta a evoluo da produo gacha, de 1993 a 2.000, juntamente com a produo dos Estados de Santa Catarina e Paran.

Tabela 14. Regio Sul: Abates de sunos para fins comerciais, sob Inspeo Federal e Estadual

19931994199519961997199819992000

RS 2.450.818 2.693.305 3.063.726 3.563.615 3.041.360 3.587.884 3.816.248 3.809.102

SC 4.494.584 4.851.057 5.437.035 5.949.949 5.518.598 5.907.688 5.910.737 5.974.445

PR 1.630.180 1.742.296 2.042.564 2.431.144 2.447.396 2.416.181 2.567.288 2.571.960

Soma 8.575.582 9.286.658 10.543.325 11.944.708 11.007.354 11.911.753 12.294.273 12.355.507

Fonte: Sindicato da Indstria de Produtos Sunos no RGSul.

O Estado de Santa Catarina lidera a produo, com quase seis milhes de cabeas, gerando 48,4% do total da regio no ano de 2.000 (Tabela 15). Observou-se pequena mudana, no decorrer da dcada, da importncia relativa de cada Estado, na produo de sunos: Rio Grande do Sul aumentou de 28,6% para 30,8%; Paran tambm mostrou aumento na produo, passando de 19,0% para 20,8%, compensando-se reduo da participao de Santa Catarina, de 52,4% para 48,4%.

Tabela 15. Participao relativa na produo de sunos dos Estados da Regio Sul, 1993 a 2.000

19931994199519961997199819992000

RS28,6%29,0%29,1%29,8%27,6%30,1%31,0%30,8%

SC52,4%52,2%51,6%49,8%50,1%49,6%48,1%48,4%

PR19,0%18,8%19,4%20,4%22,2%20,3%20,9%20,8%

Soma100,0%100,0%100,0%100,0%100,0%100,0%100,0%100,0%

Fonte: Tabela 14.

Grfico 3. Abates de sunos para fins comerciais, 1993 a 2000 - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paran (nmero de cabeas por ano)

As exportaes de carnes e produtos de origem suna, do Rio Grande do Sul, por sua vez, esto indicadas na Tabela 16. Elas superaram 29 mil toneladas, no ano de 2000, somando US$ 42,6 milhes.

As exportaes gachas representam cerca de 25% das exportaes brasileiras.

Tabela 16. Rio Grande do Sul: Exportaes de produtos de sunos, 1992 a 2000 (kg e US$ mil)

AnoQuantidade

(kg)Valor

US$ mil (FOB)ndice de Quantidade

1992 = 100ndice de valor

1992 = 100Preo

mdio

US$/kg%

Valor RS/

Valor Brasil

19928.507.90815.357,1100,0100,01,8120,64%

19938.571.74618.377,9100,75119,672,1429,65%

19947.555.32615.858,588,80103,262,1027,44%

19955.354.26414.077,462,6391,672,6315,36%

199613.842.24827.822,9162,70181,172,0121,39%

199714.544.57133.743,4170,95219,732,3222,79%

1998

199919.799.89231.142,5232,72202,791,5725,37%

2000 29.396.02742.663,6345,51277,811,4524,83%

Fonte: Ministrio da Indstria e Comrcio - SECEX/DPPC [disponvel em: www.porkworld.com.br]

5. Tecnologia de Produo

A tecnologia de produo envolve Agroindstrias e produtores integrados, em diversas fases da produo: melhoramento gentico, produo de reprodutores, produo de leites e terminao. Essa tecnologia teve incio, no Rio Grande do Sul, nos anos oitenta e foi continuamente aperfeioada garantindo tambm um continuado crescimento da produtividade (esta ltima questo ser examinada na seo 6).

O melhoramento gentico realizado em Granjas Ncleo e Granjas Multiplicadoras, em geral de propriedade das Agroindstrias integradoras. As Granjas Ncleo tem por finalidade o melhoramento gentico das raas e a produo de fmeas puras para as Granjas Multiplicadoras, e machos para as unidades de produo de leites. As Granjas Multiplicadoras visam a produo de fmeas hbridas para as unidades de produo de leites e o cruzamento de raas. A seleo dos melhores reprodutores, machos e fmeas, incorporando alto potencial gentico, assegura o aumento continuado de ndices de produtividade. A avaliao gentica parte desse processo de seleo, mediante informaes de genealogia dos sunos avaliados, ou testes de desempenho.

Outra prtica que est sendo incorporada produo de sunos a inseminao artificial. Esta tcnica est apresentando inmeras vantagens como: utilizar reprodutores machos geneticamente superiores, atravs do qual permite melhor aproveitamento nas carcaas desejveis, melhor converso alimentar e melhor taxa de crescimento dos sunos a serem produzidos para o abate; elevar o percentual de fecundao; otimizar as instalaes e reduzir os gastos de investimentos nas unidades produtoras de sunos, por reduzir os investimentos em reprodutores machos; maior segurana sanitria, reduzindo os riscos de doenas; reduz custos de operao nas unidades de produo de sunos.

O Rio Grande do Sul dispe, na atualidade, de centrais de inseminao artificial de sunos (as CIAS, como so conhecidas), em Estrela, Santa Rosa e Erechim.

As fases seguintes da produo de leites envolvem os produtores integrados s Agroindstrias, em um sistema de produo conhecido por granjas de trs ciclos, ou tambm desmame precoce segregado.As principais vantagens advindas do sistema de desmame precoce segregado dizem respeito aos pontos a seguir enumerados, e que so importantes como contribuio ao aumento da produtividade [ver seo 5 Produtividade]:

Melhora do ganho de peso nas fases de creche, recria e principalmente na terminao.

Melhora a converso alimentar.

Aumenta a taxa de leites/porca/ano, pela reduo do perodo de lactao.

Reduz a mortalidade na terminao.

Reduz o tempo pra chegar idade de abate.

Melhora o percentual de msculo na carcaa.

Melhora a qualidade dos testes de desempenho gentico (resultados mais uniformes pelo uso de animais livres de doenas).

Reduz a necessidade de uso de medicamentos.

O sistema flexvel em eliminar eventuais contaminaes (surtos de doenas, por exemplo) nas creches e terminaes, pelo uso do sistema todos dentro todos fora, nessas fases.

Esse modelo de produo de leites compreende:

1) Unidades de Produo de Leites de 21 dias (UPL 21 dias): esta unidade produz leites que so segregados aos 21 dias, pesando em mdia 6 kg, e destinadas s unidades creches.

2) Unidades de Creches: As creches realizam o crescimento dos leites desmamados, por 7 semanas (de 21 a 70 dias). Aos 70 dias os leites so encaminhados s unidades de terminao, pesando em mdia 30 kg.

3) Unidades de Terminao de Leites (UTL): As UTLs terminam os leites, dos 71 a 161 dias (entre 10 e 23 semanas) entregando os leites s Agroindstrias com peso mdio de 100 kg.

A assistncia tcnica e o vnculo dos produtores integrados com as Agroindstrias so aspectos distintivos desse sistema: o produtor integrado tem acesso ao material gentico de boa qualidade, s novas tecnologias, a raes adequadas aos reprodutores e aos leites em cada fase de seu desenvolvimento; o produtor integrado conta com a garantia de ter o comprador de sua produo, o que feito pela Agroindstria integradora.

O melhoramento gentico, a assistncia tcnica das Agroindstrias integradoras aos integrados e o sistema de produo em granjas de trs ciclos tm permitido elevado nvel de sanidade, evitando doenas como leptospirose, rinite atrfica, parvovirose, tuberculose, brucelose e aujeski. O elevado nvel de sanidade foi desenvolvido pela prtica de: vazio sanitrio; avaliao e vacinao; exame sorolgico; tratamento de efluentes; controle de ratos, moscas e pssaros; controle de aceso de pessoas e veculos.

6. Produtividade

Os incrementos da produtividade so o principal fator de criao de vantagem competitiva na produo de protenas de origem animal, atravs da qual consegue-se a reduo custos e a melhora da qualidade. A tecnologia desempenha cada vez mais um papel de grande importncia nesse processo. Sucessivos melhoramentos tecnolgicos tm levado reduo da taxa de converso, reduo do tempo para o crescimento e a terminao do suno, reduo da espessura de gordura na carcaa, ao aumento do nmero de partos e de nascimentos por fmea, entre outros indicadores.

Vrias frentes de desenvolvimento de conhecimentos colaboram para a elevao da produtividade, entre elas: o melhoramento gentico, novos medicamentos, melhoramentos quanto rao e nutrio, ao manejo, s instalaes e ao ambientes nos quais a produo realizada.

No mbito do melhoramento gentico, o grande impulso da atividade aconteceu com os cruzamentos e a seleo entre linhagens de mesma espcie ou entre diferentes raas. A idia subjacente aos processos de cruzamento e seleo era a de que no seria possvel concentrar todas as virtudes em um mesmo animal. O melhoramento gentico foi conduzido para que as fmeas fossem prolferas e leiteiras e os machos produtores de carne magra.

Na atualidade, as principais tcnicas que esto sendo aprimoradas pelos geneticistas para melhorar a produtividade so:

i) Inseminao artificial e tcnicas de seleo. O sistema de seleo conhecido por BLUP opera com melhor qualidade de informaes, tendo em conta no somente os dados individuais, mas tambm os de seus familiares, e com isso apresenta melhor capacidade de prever o desempenho dos descendentes.

ii) Transferncia de embries. Tecnologia em aprimoramento, pois apresenta ainda elevado custo (requer cirurgia).

iii) Sexagem do smen. Esta tcnica permite a produo de leitegadas com predominncia do sexo desejado, s machos ou s fmeas, ou ainda uma composio desejada. Atualmente, a tcnica tambm est sendo aprimorada, mas ainda apresenta limitaes.

iv) Clonagem. Esta tcnica ir permitir a obteno de cpias idnticas de indivduos geneticamente superiores.

A prxima tabela informa a evoluo dos indicadores da produtividade entre os anos 60, 1995 e na atualidade.

Tabela 17. Indicadores de produtividade: anos 60, em 1995 e na atualidade

Indicador de ProdutividadeMdia da dcada

de 60Melhores Granjas em 1995Melhores Granjas na atualidade

Partos por porca/ano1,702,352,40

Leites terminados/porca/ano12,223,526

Dias para atingir 100 kg196161147

Ganho de peso dirio (g)511690700

Converso alimentar (:1)3,403,002,70

Espessura do toucinho (mm)27,915,514,0

Carne carcaa (%)46,956,057,0

Observa-se a melhora significativa de todos os indicadores de produtividade, entre os anos sessenta em relao atualidade. Os indicadores da Tabela 17 mostram claramente os efeitos da elevao da produtividade, entre eles: maiores benefcios com os mesmos recursos e tambm maior qualidade. Por exemplo: uma mesma matriz produzia 12,2 leites por anos nos anos 60 e atualmente produz 26; para se obter um kg de ganho no peso do leito era necessrio 3,4 kg de rao em 60, mas atualmente 2,70 kg. Em termos de qualidade, um ganho significativo foi a reduo da espessura de toucinho, que foi reduzida de 27,9 mm para 14,0 mm, entre os anos 60 e a atualidade.

O andamento das pesquisas em gentica, nutrio, manejo e medicamentos do a esperana de elevar a produtividade sistematicamente. Uma expectativa para os indicadores a apresentada na prxima tabela.

Tabela 18. Metas de produtividade provvel em uma dcada

Indicador de ProdutividadeFonte 1 Fonte 2

Partos por porca/ano2,62,4

Leites terminados/porca/ano3030

Dias para atingir 100 kg125n.i

Ganho de peso dirio (g)8001.310

Converso alimentar (:1)2,202,00

Espessura do toucinho (mm)10,010,2

Carne carcaa (%)60%62%

n.i.: no informado. Fonte 1: Rodrigo de Almeida , Mdico Veterinrio, MSc. Fonte 2: www.porkworld.com.brUma caracterstica importante da produtividade relaciona-se com a diferena do indicador entre produtores integrados e produtores no integrados. O produtor integrado, recebendo a assistncia tcnica da Agroindstria integradora, a transferncia da tecnologia, do material gentico, da rao e de medicamentos, consegue acompanhar a elevao da produtividade, ao passo que o produtor autnomo no.

7. Meio ambiente

O meio ambiente outra preocupao presente em todas as fases de produo de sunos. O desenvolvimento da suinocultura nas ltimas duas dcadas trouxe a produo de grandes quantidades de dejetos, transformando-se em fonte poluidora dos mananciais de gua. A suinocultura enfrenta esse problema de duas maneiras, no excludentes: a primeira, mediante instalaes prprias nas unidades de produo; a segunda, atravs de aprimoramentos relacionados nutrio dos sunos.

Em relao s instalaes, os dejetos so coletados em lagoas de decantao, que so impermeabilizadas e interligadas por condutores abertos, que funcionam como o princpio de vasos comunicantes, atravs de sifes, por onde repassam a poro lquida para a lagoa seguinte. Em geral so empregadas quatro lagoas, que cumprem as funes seguintes:

1a. lagoa: realiza a coleta de todos os dejetos, lquidos ou slidos.

2a. lagoa: realiza a purificao por decantao.

3a. lagoa: continua a purificao, tambm por decantao.

4a. lagoa: obtm-se gua limpa.

Os dejetos so retirados integralmente em intervalos que pode variar de 30 a 90 dias, dependendo das necessidades das culturas, e so destinados adubao de lavouras prximas das criaes. O transporte realizado por caminhes tanques, tratores com sistema de espalhamento e, em locais vizinhos, por bombeamento mecnico ou declividade. As principais culturas a serem beneficiados so: milho, soja, trigo, erva-mate, pastagens cultivadas, pastagens perenes e pomares. A aplicao superficial, para melhor incorporao ao solo. A incorporao dos dejetos ao solo contribui para a melhoria das condies fsicas, qumicas e biolgicas do terreno, contribuindo para o aumento da produo e a produtividade agrcola.

As propostas relacionadas nutrio, por sua vez, abrangem pesquisas que envolvem a busca da melhoria da eficincia alimentar e do aumento da produtividade por produtor, que esto diretamente relacionadas reduo da quantidade de dejetos produzidos. Nesse propsito incluem-se pesquisas para: melhorar o conhecimento das exigncias nutricionais dos sunos dando ateno ao gentipo, sexo e demais fatores que afetam o consumo de rao; formular dietas com maior preciso; utilizar alimentos com nutrientes de alta digestibilidade, entre outras.

8. Organizao da produo

A produo comercial de sunos no Rio Grande do Sul, em sua grande parcela, coordenada por Agroindstrias, as quais integram produtores, prestam a assistncia tcnica, fornecem raes e medicamentos e garantem a aquisio da produo. A maioria das Agroindstrias integradoras tambm se ocupa com o melhoramento gentico. Atravs delas as novas tecnologias de produo, novos materiais genticos e outros conhecimentos tecnolgicos so difundidos aos integrados. Este processo faz com que o produtor integrado tenha, sistematicamente, produtividade superior ao do produtor independente, alm da segurana em questes de mercado e assistncia tcnica. Este sistema integrado de produo tambm permite maior regularidade na produo.

Os produtores integrados s empresas e s cooperativas integradoras, e em alguns casos essas diretamente, possuem, ao todo, 4.498 unidades de produo contendo 142.188 matrizes fmeas. A prxima tabela mostra esta posio em dezembro de 2000.

Tabela 19. Rio Grande do Sul: Nmero de granjas e matrizes por empresa integradora, em dezembro de 2000.

Empresas /

LocalidadeNmero de GranjasN. de

Matrizes

UPLUTParceriaC.C.G. Repr.Soma

Chapec Santa Rosa36981165221210.100

Coop. Reg. Sananduva198165029516596.292

Perdigo

Marau82123170472284918.826

Cotigro

Get. Vargas 6106058016937.821

Cotriju

S.L.Gonzaga19132030504565.444

Cosuel

Encantado12065257320977116.342

Continua

Continuao

Empresas /

LocalidadeNmero de GranjasN. de

Matrizes

UPLUTParceriaC.C.G. Repr.Soma

Sadia

Trs Passos2070240213266228.808

Cotrel

Erechim15651702.20052.87822.717

Languiru

Teotnia9301584833523.038

Frangosul

Ana Rech3851500155422.800

TOTAL9551.7218364.498268.086142.188

Soma: Cooper.5929854153.748195.80961.654

Soma: Outras36373642175072.27780.534

Obs.: UPL: Unidade Produtora de Leites. UT: Unidade de Terminao. C.C.: Ciclo Completo. G.Repr.: Granja de Reprodutores (Ncleo e Multiplicadoras).

Fonte: Sindicato da Indstria de Produtos Sunos no Estado do Rio Grande do Sul.

O nmero de matrizes vem crescendo: eram 132.741 em janeiro de 2000, elevando-se para o nmero mencionado de 142.188 em dezembro desse mesmo ano, e para 144.841 em posio de junho de 2.001.

A organizao da produo de sunos no Estado do Rio Grande do Sul, assim como nos outros dois Estados da Regio Sul, Santa Catarina e Paran, assenta-se sobre a integrao com produtores, havendo certa disperso de tamanho entre eles, conforme a Agroindstria integradora. No global, cada granja possui em mdia 17,5 matrizes. Contudo, o nmero mdio de matrizes por granja 11 nas Cooperativas, e 35 nas demais empresas.

As caractersticas de produo de outros pases que so grandes produtores diferem em relao s da Regio Sul. Por exemplo: Nos Estados Unidos, a produo est apoiada em mega projetos, que se orientam para a produo com o objetivo de elevar as exportaes. Na Europa, em especial na Frana, Espanha, Alemanha, Polnia e Dinamarca, a principal questo da produo o meio ambiente, que se apresenta como limitante ao aumento da produo. Na China, que o maior produtor, a produo de sunos se assenta, em grande maioria (cerca de trs quartos da produo), como uma atividade familiar e ainda de baixa produtividade.

A experincia dos Estados Unidos chama a ateno pela reduo do nmero de produtores, sendo substitudos por projetos enormes: Em 1970, havia 900.000 criadores em atividade nos Estados Unidos, nmero que caiu para 114.000 em 1999. A expectativa de que esse nmero se reduza ainda mais, para cerca de 40.000 at o ano de 2003.

A experincia norte-americana faz ressaltar as vantagens do modelo adotado na Regio Sul. Este modelo, operando com Agroindstria integradora e produtores integrados, une as vantagens dos grandes projetos, ao permitir desenvolver e acompanhar a evoluo da tecnologia pela Agroindstria integradora, ao mesmo tempo que a produo se realiza por grande nmero de produtores (integrados), dando-lhes, assim, a oportunidade de permanecerem na atividade, ao mesmo tempo que tm acesso tecnologia em evoluo, o que no aconteceria se atuasse de forma independente.

Ainda mais: ass granjas de produo de leites so formadas, em grande nmero, em condomnio, no qual participam vrios produtores. Assim, um pequeno produtor poder buscar no condomnio maior incentivo para a produo, do que teria isoladamente, mantendo-o na atividade. Adicionalmente, o produtor integrado tem a garantia de compra de sua produo, por parte da Agroindstria integradora, que lhe permite maior segurana e margem a seu favor. Atravs da integrao, os avanos tecnolgicos e os ganhos de produtividade so transformados em melhor remunerao aos produtores integrados.

9. Perfil do Produtor

So poucas as informaes disponveis sobre o perfil dos produtores, no sentido de informar tipo e tamanho das propriedades e pessoal ocupado. As informaes mais recentes referem-se ao Censo Agropecurio do IBGE, que foi realizado em 1996.

Uma importncia sempre destacada para a suinocultura a possibilidade de ser uma atividade rentvel em pequenas e mdias propriedades. A pequena e mdia propriedades so propriedades tpicas das regies de maior produo de sunos, no Estado do Rio Grande do Sul, razo pela qual a suinocultura uma alternativa atrativa de ocupao. Esta condio tambm est sendo observada para os Estados de Santa Catarina e Paran.

O Censo Agropecurio do IBGE de 1996 revela esta constatao para o Estado do Rio Grande do Sul. A Tabela 20 resume o levantamento, informando o nmero de estabelecimentos por estratos de rea e a rea correspondente. Conforme esse levantamento, o Rio Grande do Sul possui 85,7% dos estabelecimentos produtivos distribudos em reas de at 50 ha; a soma dessas propriedades representa 24,4% da rea total. A existncia de alto nmero de estabelecimentos de tamanhos mdios, nas faixas de reas de 5 a 10 ha, de 10 a 20 h e de 20 a 50 ha (Tabela 20), mostram que os produtores souberam tirar proveito desta condio, ocupando-se da suinocultura. Com efeito, como se ver a seguir (Tabela 21 e 22), mais de 80% da produo de sunos do Estado tem origem em propriedades de at 50 ha.

Tabela 20. Rio Grande do Sul: Nmero de estabelecimentos e rea por estratos de reas, conforme Censo Agropecurio do IBGE de 1996.

Estratos de reas (ha)Estabelecimentosrea

Nmero% na faixa% acumuladarea

(ha)% na faixa% acumulada

0 a 1 7.8861,8%1,8%3.1200,0%0,0%

1 a 2 12.5152,9%4,8%15.9870,1%0,1%

2 a 550.34211,7%16,5%162.8490,7%0,8%

5 a 1079.93518,6%35,1%561.4432,6%3,4%

10 a 20118.20527,5%62,6%1.636.6517,5%10,9%

20 a 5099.14623,1%85,7%2.929.83313,4%24,4%

50 a 10027.5546,4%92,1%1.861.9098,5%32,9%

100 a 20014.3493,3%95,5%1.974.2169,1%42,0%

200 a 50011.6002,7%98,2%3.572.70216,4%58,3%

500 a 10004.7781,1%99,3%3.268.17515,0%73,3%

1000 a 20002.2340,5%99,8%3.049.35114,0%87,3%

mais de 20008380,2%100,0%2.764.64912,7%100,0%

Total429.382100,0%**21.800.885100,0%**

Fonte: Sistema IBGE de Recuperao Automtica SIDRA, disponvel em: www.sidra.ibge.gov.br

[Acesso em: 07/outubro/01].

Para o Estado do Rio Grande do Sul, em termos de efetivo rebanho de sunos, aproximadamente 90% dos produtores so proprietrios das terras. Em proporo bem menor aparecem as condies de arrendatrio (3,8%), parceiro (2,8%) e de ocupante (3,5%) [ver Tabela 21].

Tabela 21. Rio Grande do Sul: condio das propriedades dos produtores de sunos de acordo com efetivo rebanho (nmero de cabeas)

Condio da propriedade

do produtorNmero de

cabeas% do total

Proprietrio3.536.43989,9%

Arrendatrio148.5113,8%

Parceiro111.8942,8%

Ocupante137.0013,5%

Soma3.933.845100,0%

Fonte: Sistema IBGE de Recuperao Automtica SIDRA, disponvel em: www.sidra.ibge.gov.br

[Acesso em 07/outubro/01].

Processando a produo de sunos por estrato de rea, de acordo com os Censos Agropecurios do IBGE, as duas prximas tabelas mostram a distribuio do rebanho por rea, de acordo com os levantamentos do IBGE de 1985 e de 1996. Pelo Censo de 1985, o percentual de 51% do rebanho de sunos estava distribudo entre propriedades de at 20 ha, e o percentual de 83,5% do rebanho estava compreendido em propriedades de at 50 ha (Tabela 22).

Tabela 22. Rio Grande do Sul: Distribuio do rebanho por extrato de rea, conforme Censo Agropecurio do IBGE de 1985

Estratos de rea

(ha)Rebanho

(cabeas)% sobre o

total%

acumulado

0 10893.61921,1%21,1%

10 201.261.97029,9%51,0%

20 501.370.49732,5%83,5%

50 100374.3928,2%91,7%

100 200149.5113,5%95,2%

mais de 200202.2854,8%100,0%

Total4.252.275100,0%**

Fonte: Censo Agropecurio do IBGE de 1985.

Onze anos aps, de acordo com o Censo Agropecurio do IBGE de 1996, pequena alterao foi observada, apresentando um percentual maior do rebanho em propriedade maiores de 50 ha. Cerca de 49% do rebanho estava alocado em propriedades de at 20 ha, e o percentual de 80,2% em propriedades de at 50 ha (Tabela 23).

Tabela 23. Rio Grande do Sul: Distribuio do rebanho por extrato de rea, conforme Censo Agropecurio do IBGE de 1996

Estratos de rea

(ha)Rebanho

(cabeas)% sobre o

total%

acumulado

0 10884.18722,4%22,4%

10 201.044.66826,5%48,9%

20 501.236.01131,3%80,2%

50 100366.5489,3%89,5%

100 200135.6203,4%92,9%

mais de 200276.8117,1%100,0%

Total3.943.845100,0%**

Fonte: Sistema IBGE de Recuperao Automtica SIDRA, disponvel em: www.sidra.ibge.gov.br

[Acesso em 07/outubro/01].

A presena de pequenas e mdias propriedades nesta atividade tambm est sendo observada para os Estados de Santa Catarina e Paran, mas apresentando alguma diferena em relao do Estado gacho. No caso de Santa Catarina (Tabela 24), o percentual do rebanho em propriedade de at 50 ha. quase o mesmo do Rio Grande do Sul (prximo a 80%), mas naquele Estado h um percentual maior entre 20 e 50 ha, do que no Estado gacho.

O Estado do Paran (Tabela 25), por sua vez, mostra uma percentual de 70,2% do rebanho de sunos, em propriedades de at 50 ha, que um nmero menor que o observado para Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. O Paran apresenta, em conseqncia, percentual maior do rebanho que os outros dois Estados em rea de 100 a 200 ha e mais de 200 ha.

Tabela 24. Santa Catarina: Distribuio do rebanho por extrato de rea, conforme Censo Agropecurio do IBGE de 1996

Estratos de rea

(ha)Rebanho

(cabeas)% sobre o

total%

acumulado

0 10778.26917,2%17,2%

10 201.170.89725,8%43,0%

20 501.651.74136,4%79,4%

50 100576.97412,7%92,1%

100 200164.2923,6%95,7%

mais de 200193.3454,3%100,0%

Total4.535.518100,00%**

Fonte: Sistema IBGE de Recuperao Automtica SIDRA, disponvel em: www.sidra.ibge.gov.br

[Acesso em 07/outubro/01].

Tabela 25. Paran: Distribuio do rebanho por extrato de rea, conforme Censo Agropecurio do IBGE de 1996

Estratos de rea

(ha)Rebanho

(cabeas)% sobre o

total%

acumulado

0 10967.23524,0%24,0%

10 20825.77820,5%44,5%

20 501.035.68725,7%70,2%

50 100468.59911,6%81,8%

100 200305.8967,6%89,4%

mais de 200422.87710,6%100,0%

Total4.026.072100,00%**

Fonte: Sistema IBGE de Recuperao Automtica SIDRA, disponvel em: www.sidra.ibge.gov.br

[Acesso em 07/outubro/01].

10. Remunerao do produtor

Os preos recebidos pelos produtores permitem margem a seu favor, que maior quanto maior for a sua produtividade em termos de converso alimentar. Isto , h um prmio a favor do produtor mais eficiente. Esse aspecto pode ser visualizado nas duas fases de produo expostas a seguir de recria (Unidades-Creche) e de terminao (Unidade de Terminao).

i) Remunerao do produtor integrado pela recria Unidades-Creche:

O crecheiro recebe da Agroindstria integradora o leito de 21 dias (desmame precoce) com peso mdio de 6 kg, mais rao, e entrega o leito criado com peso mdio de 24 kg, cerca de 6 semanas aps. O seu ganho proporcional ao peso acrescido (18 kg) e a converso em termos de peso de rao por peso de peso acrescido. Quanto maior a converso, isto , quanto menor rao empregar por peso acrescido, maior ser o seu percentual de ganho.

ii) Remunerao do produtor integrado pela terminao Unidade Terminao:

O Terminador recebe da Agroindstria integradora o leito criado (fase anterior), com 24 kg de peso mdio, e a rao e devolve com peso mdio de 100 kg, 13 semanas aps, em mdia. A sua remunerao proporcional ao peso acrescido (76 kg em mdia) e a converso alimentar. Como na fase anterior, quanto maior a converso, isto , quanto menor rao empregar por peso acrescido, maior ser o seu percentual de ganho.

Fica evidente nos critrios de remunerao acima expostos a vantagem para o produtor integrado: ele no precisa investir recursos na aquisio dos leites e da rao. Adicionalmente, tem a assistncia tcnica da integradora. Esse arranjo de produo permite ao produtor uma remunerao real e maior segurana. A segurana advm do ganho determinado em relao converso, isto , o produtor no corre o risco das oscilaes de preos tanto do suno, quando das matrias primas utilizadas na alimentao, em especial milho e soja.

Para se ter uma idia das oscilaes dos preos do suno vivo e do milho, o Grfico 4 mostra a quantidade de peso de suno para adquirir um quilo de milho, entre janeiro de 1995 e junho de 2001.

Grfico 4. Quilos de suno para adquirir um quilo de milho, jan/95 a jul/01.

Fonte: Apndice n. 1 (com base em informaes da FEE/RS).

Nesse perodo, um kg de milho correspondia, entre a relao mnima e a mxima, de 0,10 a 0,22 kg de suno. Assim sendo, caso no existente a remunerao por converso, como praticado na interao, o produtor teria que administrar a oscilao mostrada no Grfico 4, podendo ter em muitos perodos comprometido o seu ganho real.

11. Mercado e Margens praticadas pelo Varejo

No mercado interno, as informaes contidas nas sees 2 e 3 indicam espao para o crescimento, pois o consumo per capita de carnes de sunas no Brasil cerca de um tero do norte-americano e cerca de um sexto de vrios pases europeus (Alemanha, Espanha, ustria e Dinamarca, por exemplo).

Dado existir no Rio Grande do Sul, e em outros Estados do Brasil tambm, tradio e condies para a produo de maior quantidade sunos, o baixo consumo per capita do Brasil no uma questo de oferta reduzida, mas provavelmente um fato atribudo imagem negativa que a carne suna ainda mantm junto ao consumidor brasileiro. O baixo consumo deve-se, tambm, aos altos preos praticados no varejo.

Os altos preos praticados no varejo resultam, em grande proporo, das margens de ganho defendidas pelos empreendimentos varejistas. Em dois estudos realizados pelo IEPE Centro de Estudos e Pesquisas Econmicas da UFRGS foram apuradas as margens de ganhos computadas pelos estabelecimentos varejistas em Porto Alegre, comprovando essa constatao.

As duas prximas Tabelas resumem as concluses do estudo, mostrando os mark-up mdios para os produtos de origem de sunos, de bovinos e de frango.

A primeira tabela (de n. 26) mostra que os acrscimos de preos praticados pelos supermercados, em relao aos preos de compra das Agroindstrias, para produtos de origem de sunos, no perodo out/94 e set./95, foram significativamente superiores aos praticados em relao aos preos de frango (esse estudo no computou o mark-up para carnes de bovinos). As carnes de sunos tiveram acrscimo mdio de preo de 67,38%, embutidos de 76,65%, enquanto que o frango inteiro, de 21,55%.

Tabela 26. Mark-up mdios de produtos de origem de sunos e de frango, em Porto Alegre, entre out./94 e set./95

ProdutosPreos mdios de venda da Agroindstria (R$/kg)Preos mdios pagos pelos consumidores

(R$/kg)Mark-up do Varejo

( % )

Carnes de sunos (cortes)2,794,6767,38

Embutidos de sunos3,345,9076,65

Outros produtos sunos2,214,2893,67

Frango inteiro1,161,4121,55

Fonte: "Suinocultura: Importncia para o Rio Grande do Sul", IEPE/UFRGS, maro/96.

Obs.: Mark-up: acrscimo de preos sobre os preos de compra

A Tabela 27 mostra o mesmo clculo para outro perodo, de set./98 a ago./99, mantendo-se elevados os acrscimos de preos para os produtos de origem suna.

O estudo do IEPE/URGS assinala que a reduo do mark-up, em relao ao perodo anterior (da tabela acima) aparente, pois os supermercados vieram a adotar inmeras prticas para manter suas margens, sem aparecer nos preos de venda das agroindstrias e de compra dos consumidores. Entre essas prticas incluem-se o que conhecido por rapel (percentual das vendas em favor dos supermercados, como desconto das duplicatas), e por enxoval (entregas adicionais por parte das Agroindstrias, para promoes em aniversrios e inauguraes de lojas), alm de repositores e degustadores pagos pelas Agroindstrias, mas trabalhando nas instalaes dos supermercados. Computando esses ganhos adicionais dos supermercados, o mark-up se eleva a aproximadamente ao que era praticado anteriormente.

Tabela 27. Mark-up mdios de produtos de origem de sunos, de bovinos e de frango, em Porto Alegre, entre set./98 e ago./99

Preos mdios de venda da Agroindstria (R$/kg)Preos mdios pagos pelos consumidores

(R$/kg)Mark-up do Varejo

( % )

Carnes de sunos (cortes)3,244,6142,0

Embutidos de sunos2,924,8064,7

Outros produtos sunos3,425,7768,7

Carnes de bovinos (cortes)3,864,9026,9

Frango inteiro1,121,4731,7

Fonte: "Mark-up praticado pelos supermercados nos produtos de origem suna, bovina e de frango, em Porto Alegre", IEPE/UFRGS, outubro/99.

Obs.: Mark-up: acrscimo de preos sobre os preos de compra

12. Processamento

Os estabelecimentos de processamento, no Estado do Rio Grande do Sul, mostram configurao diversa da existente em Santa Catarina. Naquele Estado, o processamento est bastante concentrado em pouco grandes grupos, enquanto que no Rio Grande do Sul est distribudo em cerca de 20 estabelecimentos.

Os estabelecimentos gachos esto relacionados na Tabela n. 24, a seguir. A capacidade instalada de abate nesses estabelecimentos de 19.120 sunos por dia, aproximadamente 4.600.000 sunos por ano, tendo em conta 240 dias de operao por ano. Assim, o abate de 3,6 milhes de sunos no ano de 2.000 comprometeu 79% da capacidade instalada.

Tabela 28. Rio Grande do Sul: Capacidade instalada e abate de sunos dos estabelecimentos frigorficos do Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2000 (cabeas)

EstabelecimentoMunicpioCabeas

/DiaAbate no ano de 2000

Avipal S/A Avicultura e AgropecuriaLajeado 1.000 502.703

Chapec Cia Indl AlimentosSanta Rosa 2.300 445.955

Sadia Concrdia S/A Ind. Com.Trs Passos 1.500 444.886

Perdigo Agroindustrial S/AMarau 1.300 437.314

Frangosul S/A Agroavicola IndustrialAna Rech 1.400 424.661

Coop. Trit. de Erechim LtdaErechim 1.400 305.667

Coop. Suinocultores de Encantado LtdaEncantado 1.400 284.142

Central Agroind. Coop. Alto JacuSarandi 600 214.058

Coop. Reg. Sananduva de Carnes e Deriv.Sananduva 500 106.454

Coop. Trit. Getlio Vargas LtdaEstao 750 100.833

Coop. Reg. Trit. Serrana LtdaSo Luiz Gonzaga 600 94.277

Agroavcola Rizzi LtdaMato Castelhano 750 90.440

Sino dos Alpes Alimentos LtdaBom Retiro do Sul 320 47.841

Baumhardt Irmos S/ASanta Cruz do Sul 300 27.938

Coop. Reg. Suinocultores Ca Superior LtdaHarmonia 300 27.706

Frigorfico Bassanense S/ANova Bassano 1.600 21.486

Indstria Ibirubense S/AIbirub 400 20.598

Coop. Reg. Castilhense Deriv. LtdaJulio de Castilhos 1.600 18.235

Com.Transp.Carnes Formighieri LtdaPasso Fundo 100 1.468

Alibem Comercial LtdaSanto ngelo 1.000 (*)

TOTAL

19.120 3.616.662

Fonte: Sindicato da Indstria de Produtos Sunos no Estado do Rio Grande do Sul

Observao: (*) Estabelecimento desativado no ano de 2000.

Entre os estabelecimentos processadores h nove cooperativas que possuem ao todo capacidade para abater 7.150 sunos dor dia, cerca de 37,4% da capacidade de abate do Estado.

Uma caracterstica tpica do processamento de carnes sunas a diversificao da produo, dado o grande nmero de produtos industrializados ou embutidos produzidos nesta atividade. Na atualidade, cerca de 20% da produo comercializada in natura; o percentual de 80% restante da produo industrializado ou empregado em embutidos, gerando vrios cortes salgados, temperados, defumados e vrios tipos de embutidos, como mortadela, salsicha, salsicho, lingias, salames, copa, presuntos, apresuntados, e variaes desses.

Entre os frigorficos gachos predomina uma tecnologia comparvel aos frigorficos europeus. Entretanto, as plantas mdias de seus concorrentes de Santa Catarina so maiores, o que permite a esses ltimos maiores ganhos de escala. O abate de sunos no Estado de Santa Catarina est concentrado em cinco grupos de grande porte, os quais abatem e processam quase seis milhes de sunos por ano. Esses grupos so: Perdigo Agroindustrial S.A., Sadia S.A., Chapec Cia. Industrial de Alimentos, Frigorfico Seara S.A., Cooperativa Central Oeste Catarinense Ltda. (Aurora) e Frigorfico Sulriosulense S.A.

Operam ainda em Santa Catarina, trs frigorficos de menor porte: Fricasa Alimentos S.A., Frigorfico Gumz S.A. e Bugiu Agropecuria Ltda. Ecogriforfico (este abate somente descartes). Muitos desses grupos abatem tambm aves (composio indicada na Tabela 29).

Tabela 29. Santa Catarina: Nmero de abate de sunos e de aves pelos estabelecimentos frigorficos, no ano de 2000 (cabeas)

EstabelecimentoMunicpioAbate de SunosAbate de Aves

Seara Alimentos S.A.Itaja881.996103.775.531

Chapec Cia. Industrial de AlimentosChapec414.68717.352.163

Cooperativa Central Oeste Catarinense Ltda.Chapec1.412.26955.524.601

Frigorfico Riosulense S.A.Rio do Sul777.9161.650.770

Perdigo Agroindustrial S.A.Herval do Oeste468.28316.116.648

Perdigo Agroindustrial S.A.Videira737.09186.259.221

Sadia S.A.Concrdia1.058.72050.333.135

Fricasa AlimentosCanoinhas80.3320

Frigorfico Gumz S.A.Jaragu do Sul143.1510

Chapec Cia. Industrial de AlimentosXaxim05.110.271

Macedo Koerich S.A.So Jos015.686.854

Perdigo Agroindustrial S.A.Capinzal0127.246.005

Sadia S.A.Chapec051.719.858

Soma

5.974.445530.775.057

Fonte: Sindicarne Sindicato da Indstria de Carnes do Estado do Santa Catarina.

13. Regies produtoras RS

A produo de sunos uma atividade que se viabiliza em pequenas e mdias propriedades, aspecto j foi abordado na seo 9 Perfil do Produtor. Este enfoque retomado nesta seo para dar a conhecer a produo de sunos no Rio Grande do Sul por tamanhos de reas, e tambm por microrregies do Estado.

A base dos dados o Censo Agropecurio do IBGE de 1996. As informaes dessa base de dados foram organizadas para compor o Apndice n. 2. Um resumo desse apndice consta das duas prximas tabelas.

A Tabela 30 apresenta o nmero de sunos vendidos por estrato de rea, de acordo com o Censo Agropecurio do IBGE de 1996 (os nmeros do IBGE incluem a produo no-comercial). Os dados da tabela confirmam a idia de que as reas pequenas e mdias so as de maior produo de sunos: o percentual de 79,1% dos sunos comercializados refere-se a reas de at 50 ha. As reas de 10 a 50 ha concentram 56,3% da produo total. As grandes reas, por sua vez, mostram proporo pequena de produo de sunos: as propriedades com mais de 200 ha produzem menos de 8% dos sunos.

Tabela 30. Rio Grande do Sul: Nmero de sunos vendidos por estrato de rea das propriedades de produo, conforme Censo Agropecurio do IBGE de 1996.

Estratos de reas

(ha)Nmero de Sunos

por estratoNmero de Sunos acumulado% por faixa de rea% acumulado

0 a 1 83.35783.3571,61,6

1 a 2 205.241288.5984,05,6

2 a 5367.651656.2947,112,7

5 a 10514.0291.170.2789,922,7

10 a 201.260.1062.430.38424,447,0

20 a 501.658.6524.089.03632,179,1

50 a 100488.7994.577.8359,588,6

100 a 200184.4494.762.2843,692,2

200 a 500203.0234.965.3073,996,1

500 a 100055.8355.021.1421,197,2

1000 a 2000112.5065.133.6482,299,4

mais de 200033.0595.166.7070,6100,0

Fonte: Sistema IBGE de Recuperao Automtica SIDRA, disponvel em: www.sidra.ibge.gov.br

[Acesso em 07/outubro/01].

A Tabela 31 mostra a produo por Microrregio do Estado do Rio Grande do Sul (em nmero de 35), que foram agrupadas em sete Meso-regies, tambm conforme o Censo Agropecurio do IBGE de 1996.

Deve-se ter em conta que esse levantamento do IBGE processa a produo de sunos para fins comerciais (inspeo federal e estadual) e tambm os destinados ao prprio consumo. Assim sendo, o total no o mesmo da soma de abate sobe inspeo federal, do SIPS.

(Tabela 31 na prxima pgina).

Tabela 31. Rio Grande do Sul: produo de sunos por meso e microrregio, de

acordo com o Censo Agropecurio do IBGE de 1996.

Meso e Micro Regies RS:Cabeas% s/total

Noroeste Rio-Grandense:3.088.34159,8%

Santa Rosa RS362.7517,0%

Trs Passos RS291.1335,6%

Frederico Westphalen RS318.6406,2%

Erechim RS713.51113,8%

Sananduva RS230.2194,5%

Cerro Largo RS218.3154,2%

Santo ngelo RS75.1211,5%

Iju RS164.5753,2%

Carazinho RS186.9863,6%

Passo Fundo RS359.8967,0%

Cruz Alta RS91.3561,8%

No-Me-Toque RS55.6231,1%

Soledade RS20.2150,4%

Nordeste Rio-Grandense:825.61716,0%

Guapor RS500.2629,7%

Vacaria RS41.8990,8%

Caxias do Sul RS283.4565,5%

Centro Ocidental Rio-Grandense:49.2611,0%

Santiago RS17.9650,3%

Santa Maria RS20.1930,4%

Restinga Seca RS11.1030,2%

Centro Oriental Rio-Grandense:757.67514,7%

Santa Cruz do Sul - RS129.6472,5%

Lajeado-Estrela - RS615.68311,9%

Cachoeira do Sul - RS12.3270,2%

Metropolitana de Porto Alegre:252.7714,9%

Montenegro RS128.5312,5%

Gramado-Canela RS29.2600,6%

So Jernimo RS4.5720,1%

Porto Alegre RS73.8631,4%

Osrio RS5.5730,1%

Camaqu RS10.9720,2%

Sudoeste Rio-Grandense:37.8430,7%

Campanha Ocidental RS28.9090,6%

Campanha Central RS5.2520,1%

Campanha Meridional RS3.6820,1%

Sudeste Rio-Grandense:155.2173,0%

Serras de Sudeste RS7.3640,1%

Pelotas RS130.0852,5%

Jaguaro RS13.9850,3%

Litoral Lagunar RS3.7830,1%

SOMA5.166.707100,0%

Fonte: Sistema IBGE de Recuperao Automtica SIDRA, disponvel em:

www.sidra.ibge.gov.br. [Acesso em 07/outubro/01].

Em relao produo e abate comercial de sunos, no ano de 2000 a oferta foi suprida, por 320 municpios do Rio Grande do Sul. Os municpios que produziam mais de 20.000 cabeas por ano esto listados na Tabela 32 e so em nmero de 53, somando 2.046.084 cabeas no ano de 2000 (aproximadamente 55% do total abatido).

Tabela 32. Rio Grande do Sul: Principais municpios produtores de sunos, entre 1995 e 2000 (cabeas por ano)

Municpios199519961997199819992000

Santa Rosa 97.072 96.369 72.072 95.260 109.823 101.363

Arroio do Meio 32.314 61.710 65.299 76.242 83.279 85.199

Itaqui 38.148 62.640 56.330 70.765 73.074 73.424

Santo Cristo 90.743 82.187 77.854 85.702 74.504 72.719

Boa Vista do Buric 34.542 60.474 56.100 66.636 64.638 70.662

Encantado 33.898 43.301 43.882 44.555 49.531 63.097

Erechim 70.685 45.268 42.384 45.740 57.199 62.560

Cerro Largo 86.008 87.527 59.024 68.324 56.355 58.454

Teutnia 35.625 40.231 43.039 48.208 48.559 58.147

Trs Passos 32.155 36.302 32.057 33.974 39.840 55.716

Capito 6.837 18.387 25.279 36.444 45.954 55.063

Aratiba 31.413 65.029 48.740 56.583 56.530 54.416

Ibiruba 14.781 6.220 17.572 32.655 29.568 49.973

Sananduva 42.353 45.902 37.574 36.672 40.455 48.425

Casca 42.095 50.172 48.500 44.991 49.149 48.385

Roca Sales 30.884 39.477 31.775 40.612 40.100 46.351

Imigrante 23.157 28.024 31.881 39.560 38.864 43.974

Serafina Correa 50.277 42.343 42.819 54.724 47.441 43.662

Palmitinho 9.027 13.817 11.496 15.080 30.325 40.905

No Me Toque 16.340 13.591 25.568 38.464 36.838 40.829

Nova Prata 9.317 23.299 29.464 40.122 42.099 38.940

Barao do Cotegipe 18.094 38.076 34.984 39.202 36.782 36.983

Estrela 16.768 20.988 23.206 27.746 27.030 36.703

Tupandi 19.103 31.533 24.058 28.945 32.551 35.584

Tapera 3.612 23.413 34.137 34.742 31.166 34.665

Paim Filho 39.055 37.170 29.129 38.251 34.465 33.780

Anta Gorda 31.086 32.987 31.422 31.486 36.323 33.662

Humaita 13.909 10.543 11.725 17.614 24.302 33.271

Lajeado 40.573 42.607 33.995 34.562 32.541 31.134

Candido Godoi 24.297 24.707 23.384 27.981 25.912 27.561

Guapore 17.636 15.984 17.761 17.284 24.151 26.922

Nova Alvorada 9.652 9.352 8.952 21.553 23.973 26.332

Colinas 10.025 16.766 18.944 21.352 26.538 24.864

Vila Maria 12.119 16.354 14.021 17.872 20.087 24.840

Marau 34.951 28.892 25.240 30.995 34.986 24.643

Viadutos 26.971 33.848 29.707 28.474 26.322 24.527

Unio da Serra 7.188 10.439 10.730 12.663 16.392 24.361

Palmeiras das Misses 10.378 16.480 14.425 29.443 33.656 24.079

Harmonia 2.218 2.233 1.792 5.995 13.627 23.142

Getulio Vargas 33.345 34.787 31.363 30.785 29.016 23.120

Continua ...

Continuao

Municpios199519961997199819992000

Gaurama 24.315 26.030 18.342 22.448 18.683 23.107

Camargo 18.069 29.004 11.726 19.412 16.071 23.096

Broquier do Marata 124 225 998 4.827 8.727 22.726

Ramos 15.199 18.078 19.404 25.511 24.917 22.543

Nova Bassano 27.004 28.915 25.034 25.165 25.141 22.352

Tres Arroios 20.622 18.006 16.514 18.639 19.547 22.266

Tuparendi 21.558 29.356 24.558 22.979 23.346 22.012

So Joo da Urtiga 17.593 22.000 17.966 22.119 25.110 21.794

Venncio Aires 12.967 12.284 23.527 17.385 25.922 21.243

Vila Flores 4.943 12.181 14.375 13.628 16.218 21.203

Ibiaca 21.884 22.894 14.189 13.178 21.565 20.855

Quinze de Novembro 30.434 3.464 977 11.686 19.241 20.404

So Valentim 23.337 21.451 24.404 23.809 27.598 20.046

Soma1.436.7001.653.3171.529.6981.809.0441.916.0312.046.084

Fonte: Sindicado da Indstria de Produtos Sunos no Estado do RGSul.

Obs.: Municpios com produo maior que 20.000 sunos por ano, no ano de 2000.

A distribuio da produo comercial de sunos do ano de 2000, compreendendo somente o abate sob inspeo federal, tambm foi distribuda em microrregies e mesorregies. Esses dados esto apresentados na Tabela 33. Comparando-se com a Tabela 31, observa-se uma estrutura bastante similar ente o abate SIF (Tabela 33) e o total conforme o IBGE (Tabela 31), para o Rio Grande do Sul.

Tabela 33. Rio Grande do Sul: produo de sunos por meso e microrregio, de

acordo com procedncia de leites para abate sob inspeo federal, em 2000.

Meso e Micro Regies RS:Cabeas% s/total

Noroeste Rio-Grandense:2.000.86557,9%

Santa Rosa RS258.8817,5%

Trs Passos RS275.6248,0%

Frederico Westphalen RS166.7924,8%

Erechim RS439.98612,7%

Sananduva RS191.7225,5%

Cerro Largo RS129.4193,7%

Santo ngelo RS43.8951,3%

Iju RS67.1801,9%

Carazinho RS56.7701,6%

Passo Fundo RS206.9496,0%

Cruz Alta RS57.6111,7%

No-Me-Toque RS92.8712,7%

Soledade RS13.1650,4%

Nordeste Rio-Grandense:555.94516,1%

Guapor RS388.07111,2%

Vacaria RS16.7760,5%

Caxias do Sul RS151.0984,4%

Continua ...

Continuao

Meso e Micro Regies RS:Cabeas% s/total

Centro Ocidental Rio-Grandense:7.5630,2%

Santiago RS3.2860,1%

Santa Maria RS2.0680,1%

Restinga Seca RS2.2090,1%

Centro Oriental Rio-Grandense:621.66118,0%

Santa Cruz do Sul - RS58.1291,7%

Lajeado-Estrela - RS555.88616,1%

Cachoeira do Sul - RS7.6460,2%

Metropolitana de Porto Alegre:189.3215,5%

Montenegro RS166.2144,8%

Gramado-Canela RS450,0%

So Jernimo RS2.8710,1%

Porto Alegre RS16.2590,5%

Osrio RS1.3320,0%

Camaqu RS2.6000,1%

Sudoeste Rio-Grandense:74.1092,1%

Campanha Ocidental RS73.9292,1%

Campanha Central RS1800,0%

Campanha Meridional RS00,0%

Sudeste Rio-Grandense:5.5570,2%

Serras de Sudeste RS8730,0%

Pelotas RS4.6840,1%

Jaguaro RS00,0%

Litoral Lagunar RS00,0%

SOMA3.455.021100,0%

Fonte: SIPS-RS (Sindicato da Indstria de Produtos Sunos no Estado do Rio Grande do Sul)

14. Nveis de colesterol e o comportamento do consumidor

Uma das alegaes freqente do no-consumidor de carne suna em relao ao colesterol. Contudo, a preocupao de que as carnes de origem suna tenham nveis de colesterol elevados infundada. A comparao entre cortes das trs principais protenas de origem animal, de bovinos, de frango e de sunos, resumida na tabela seguinte, aponta as carnes de origem de sunos tendo os mesmos teores de colesterol que os demais cortes, e em alguns casos at menos.

Outro aspecto a ressaltar relacionado camada de gordura e quantidades de calorias associadas. A reduo da camada de gordura foi uma das principais conquistas dos melhoramentos tecnolgicos, nas ltimas dcadas. Com a reduo da camada de gordura tambm se reduziu a quantidade de calorias. Na dcada de sessenta, a espessura do toucinho era de aproximadamente 28 mm; nessas circunstncias, 100 g de carne suna gerava em torno de 400 kcal. Na atualidade, a espessura do toucinho foi reduzida para 14 mm, que implicou na reduo da quantidade de calorias para aproximadamente 200 kcal/100 g.

Tabela 34. Comparao do teor de colesterol nas diferentes carnes.

(mg/100g)

Cortes de carnesColesterol

mg/100g

Origem de Sunos:

Bisteca49,00

Lombo49,00

Toucinho54,00

Pernil50,00

Origem de Bovinos:

Contra fil51,00

Coxo duro56,00

Coxo mole50,00

Msculo52,00

Peito51,00

Origem de Frango:

Carne inteira58,00

Carne escura80,00

Pele de frango104,00

Fonte: Neura Bragagnollo, Instituto de Tecnologia de Alimentos (Itlia)

[mencionado por Anualpec2000]

15. Importncia da suinocultura para a gerao de emprego e o crescimento

Um enfoque de anlise adicional mostra a importncia da suinocultura para a gerao de emprego e para o crescimento. Esta anlise quantifica o nmero de empregos gerados em cada setor da economia em decorrncia de um aumento da demanda.

Em estudo recente do BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social, foi quantificado os empregos gerados a partir de um aumento da demanda final em cada um dos 42 setores, nos quais a produo da economia brasileira foi dividida, conforme Matriz de Insumo-Produto do IBGE. O estudo computou os postos de trabalho criados em trs nveis:

1) os empregos diretos, que resultam do aumento da demanda em cada setor;

2) os empregos indiretos, como resultado da demanda em outros setores, estimulados pelo aumento da produo em dado setor.

3) os empregos gerados em decorrncia do efeito-renda, isto , os empregos que podem ser gerados em todos os setores, em razo do aumento do consumo que motivado pelo aumento da renda dos trabalhadores que obtiveram os empregos diretos e indiretos (itens 1 e 2).

A concluso desse estudo aponta o setor agropecurio, no qual participa tambm a suinocultura, e o setor de abate de animais, dele tambm participando a suinocultura, como os mais promissores para a gerao de emprego, entre 42 setores da economia brasileira. A Tabela 35 mostra os dez principais setores geradores de empregos totais, na qual o setor agropecurio ocupa o segundo lugar, e o setor de abate de animais, o quinto lugar.

Tabela 35. Capacidade de gerao de empregos devido a um aumento de um milho de reais na demanda do produto final do setor (dez principais setores)

SetoresNmero de Empregos

DiretosIndiretosEfeito-rendaTotal

1Artigos do vesturio1182159197

2Agropecuria882574187

3Servios prestados famlia751759151

4Indstria do caf77469150

5Abate de animais87468150

6Fbrica de leos vegetais27174147

7Indstria de laticnios56772144

8Beneficiamento de produtos vegetais96666141

9Madeira e mobilirio373865141

10Fbrica de acar116263136

Fonte: Najberg e Marcelo Ikeda (1999, p. 32).

Referncias

FNP Consultoria & Comrcio (2000). Anualpec 2000.

IEPE/UFRGS (Centro de Estudos e Pesquisas Econmicas) (1996). Suinocultura: Importncia para o Rio Grande do Sul. Maro/96.

IEPE/UFRGS (Centro de Estudos e Pesquisas Econmicas) (1999). Mark-up praticado pelos supermercados nos produtos de origem suna, bovina e de frango, em Porto Alegre. Outubro/99.

NAJBERG, Sheila e IKEDA, Marcelo (1999). Modelo de gerao de emprego: Metodologia e resultados. Rio de Janeiro: BNDES, Texto para Discusso n. 72.

ROPPA, Luciano (1999). Situao atual e tendncias da suinocultura mundial. Mimeo

Sindicato da Indstria de Produtos Sunos no Rio Grande do Sul (1995). Diagnstico dos problemas enfrentados pela cadeia de produo suincola no Estado do Rio Grande do Sul.

EMBED CorelDraw.Graphic.9

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Obs. sobre o Brasil: mantm-se nesta tabela os nmeros da USDA. Contudo o volume das exportaes brasileiras de carne suna muito diferente desses nmeros (ver seo 4).

Esta Seo 2 apresenta dados que tm como fontes instituies internacionais, como USDA e FAO. Os nmeros para o Brasil no so necessariamente os mesmos que instituies brasileiras, como o IBGE, divulgam. Mesmo havendo divergncias entre as fontes internacionais e brasileiras,a foram mantidos os nmeros divulgados por aquelas, para manter o mesmo critrio de apurao e comparao. Na Seo 3, especfica sobre o Brasil, os nmeros podero ter correes.

FAO (1998) Agriculture Towards 2010 (mencionado por Roppa, 1999).

Conforme: www.porkworld.com.br.

O primeiro em maro/96, intitulado: "Suinocultura: Importncia para o Rio Grande do Sul", e o segundo em outubro/99, com o titulo: "Mark-up praticado pelos supermercados nos produtos de origem suna, bovina e de frango, em Porto Alegre".

"Modelo de gerao de emprego: metodologia e resultados", de outubro de 1999 [Texto para Discusso n. 72].

_1044359578.xlsGrf1

245081844945841630180

269330548510571742296

306372654370352042564

356361559499492431144

304136055185982447396

358788459076882416181

381624859107372567288

380910259744452571960

R.G.Sul

S. Catarina

Paran

Cabeas abatidas

Plan1

ABATES DE SUNOS

RIO GRANDE DO SULRIO GRANDE DO SUL (sif+cispoa)

ANO/MS198619871988198919901991199219931994199519961997199819992000

JAN162685149934202468135549126328139504172728193,096199,822231828309389260,661284657299493287,915

FEV121510131800153783126304130251148948166107175,306190,077229887276326211,143249548280552297,472

MAR126700150285183007129200122950170132191830220,091238,288270431293331225,297290483333173325,306

ABR153017153175157969116809119109181241182952168,677222,701208251293490244,109277296.0311271.0281,354

MAI132689164857196612133065148104196776184102195,911222,242259516315529236,686291057.0335200.0329,286

JUN137045206151190293160723149795193818206182197,846221,646242198281706256,624306960.0325637.0324,832

JUL160177207110186591159777176012212977237740223,700217,285255848334208275,884331238.0317777.0329,799

AGO159174203914215345168171186582222275205550215,317241,428282519311371249,549310370.0346276.0342,721

SET166315218611193369155306162235203651221773218,667217,908240286299233265,130309509.0316427.0307,563

OUT176294231666168312154503197360199421223499219,370214,828270686314507276,840307613.0299668.0328,797

NOV123892218230159156126237178662194243189384203,755231,156283203267991249,066301202.0307952.0324,238

DEZ138553217112152414142449162782186602193083219,082275,924289073266534290,371327951.0342822.0329,819

TOTAL17580512252845215931917080931860170224958823749302,450,8182,693,3053,063,7263,563,6153,041,3603,587,8843,816,2483,809,102

SANTA CATARINASANTA CATARINA

ANO/MES198619871988198919901991199219931994199519961997199819992000

JAN316259296741335397263277304746334750378679373938374959414020516849492639488122487558471517

FEV273304291353316601244968274053299383341460342323346976394100486531418549465162453012469643

MAR247707304247356575268576277361327377385101402205412310480220508849405838505440521335502072

ABR307872272063319969219873283813357858356752365235361936375056494689437341458548460580454082

MAI310543355927355787235390345104371096373937370906418697455715514343439552489189504115523306

JUN309054357632375710285007320039349500405020380769407706454555500822477719490852507106502689

JUL330320386620340631330282346551397714428963384696402636464652537988493759529125455671524735

AGO328514357817349650294351379111390062397522379414448634500466498204458361499218537618536266

SET310353375020328872278241321795367115402603378873407692463311489637484450502917512337502069

OUT290760393618307480309280375161373888402458380948408630479994521359500037511943477961516161

NOV245460378612298268306817362632348015381529370844427684481338457354457130510586479771491382

DEZ270557371174287308290641317984341173355310364433433197473608423324453223456586513673480523

TOTAL354070341408243972248332670339083504257931460933444945844851057543703559499495518598590768859107375974445

3540703414082439722483326703390835042579314609334

PARANPARAN

ANO/MES198619871988198919901991199219931994199519961997199819992000

JAN159526124001159673110678126780113071155684127550148032147171202743201584197401211165208584

FEV139976126424140230105690115756123413146423112926143259142913190932188888190083203009220514

MAR152995123433153151112340109891130378161022144938149694171897202424207862217492235923226988

ABR14529613639614554895324126585135367158930128730129643143167199590210686185468196995191552

MAI14371215273115790795661135628139659162904130338151356174733216772206937197638208495208198

JUN134507161395152413113204127583135337158278130217139763169289188663205901194925202667210955

JUL146466158392149120120614141170155132167581141707138441168126217946213457213574210548216945

AGO146644155466159417117430151512158697142746130605159640189151216043201651197667224770237815

SET141286173003145603117580129222150384156531143869147606171128201569208706203089211784198655

OUT129579174352129879111418144298145235150225146486137876185341213258213717206148215835216313

NOV111162150957112118111190143133152924126963140899146297196487191331187631202719217673227804

DEZ117833167569112611108234113703140117129097151915150689183161189873200376209977228424207637

TOTAL166898218041191717670131936315652611679714181638416301801742296204256424311442447396241618125672882571960

RS+SC+PR+SP+MGRS+SC+PR

ANO/MES198619871988198919901991199219931994199519961997199819992000

JAN6384706321496975385327475813996630017838376945847228137930191028981954884970180998216968016

FEV534790613288610614499880546330652375731718630555680312766900953789818580904793936573987629

MAR5274026443316927335365205576857035258182297672348002929225481004604838997101341510904311054366

ABR606185634623623486457337604430759783773503662642714280726474987769892136921312968846926988

MAI586944754994710306493311700778797033815991697155792295889964104664488317597788410478101060790

JUN58060680747671841659155966064976986486723070883276911586604297119194024499273710354101038476

JUL636963839712676342642064724172859839922830750103758362888626109014298310010739379839961071479

AGO6343327975227244126113627733118734228388657253368497029721361025618909561100725511086641116802

SET617954848180667844582625665852797436870206741409773206874725990439958286101551510405481008287

OUT596633888076605671602529769162809371838673746804761334936021104912499059410257