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RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CONTROLE DE TEMP ERATU RA DURANTE O PROCESSO DE PASTEURIÇÃO NO BANCO DE LEI TE MATERNO DE LONDRINA- P R Márcia Maria Benevenuto de Oliveira* Marli T. Olivei Vannuchi * * Diva Mercedes Impetriz** Maria Lucilia Monti Magalhães** RESUMO - A cua de pasteuzação t em a finalidad e de estipular as condições em que o leite matern o deve ser submetido pa ra que seja considerado pasteurizado. Um problema encont rado na confecção da cua em Londrina - PR o é a oscilação de temperatu ra. Poanto, este trabalho apresenta um método q ue possibilita o controle de temperatura desde o degelo do leite até o término da pasteurização. ABSTRAC T - The pasteurization cue has the finality to sti pulate the conditions in that the mother's milk will need be submitted to be considered pasteurized. A problem found out on making the cue in Londrina-PR is the te mperature oscillation. So, this research shows a method that enables the te mperature control from the thawing milk to the end of pasteurization. 1 INTRODUÇÃO O banco de Leite Humano de Londri, instalado Hospil Univeitário Regional do Norte do Pa- ), órgão suplementar Univeidade Estadu de Lond (UEL), foi inaugudo em no- vemb de 1988, com' a ſtnalidade de atender criaas que cessim de leite mateo e que, r diveas es, estejam imssibilitadas de cebê-lo de suas ppas mãe s. As doado de leite são nuts di que ap- nt secção lática além exigências de seu ſtlho e que se sem a do esse excesso esnta- ente. As coletado, o leite é submetido a um presso mido de pasteução, cuja ſtnalidade é p- lonr o פodo de utilição e psear ss cc- sticas. A pteução é ttento aplicado ao leite, que vi a itivação téca de 100% das bacté patogêcas e de 9 de sua flo sapſtta. O bimio temפtutem é cculado de modo a ter a itivação téca do microrsmo Co- xiella brunei (o leite é smetido a a temפt 62.5°C r 30 miνtos e em seida sofre um resfriamento rápido em cipientes contendo á e cubos de gelo) ' . P a implanção do Bco de Leite Humano de Londrina, a equipe eolvi realizou treinamento esפcífico Banco de Leite Humano de refencia no P, situado Hospital de Clínicas de Curiti- ba. Dunte o curso, cebeu-se orientação quanto à técnica de elaboração de cuas de pasteurização. A confecção da cua de steurização é uma etapa de suma imncia onde são esbelecidas as condiçõ- es (tempo e temפt) em que o leite huma deve ser submetido pa que seja pasteurido. Na elaboção da cua de pasução no Ban- co de Leite Humano de Londri פebem-se os- cilaçs consntes de temפratu, movo פlo qual optou-se por modcar o seu controle dunte a pas- teurização. 2 OBJETIVO Relatar a foa de conole de temפtu do leite dunte o pcesso de pasteução Bao de Leite Hu de Londna. •• fessor Adjto do Depento de Enfeagem da Univeidade Estadual de Londrina - PR ofess or Assistente do Depaento Enfeagem da Univeidade Estadual Londrina - PR R. Bras. Eerm., Brasília, 45 (4) : 3 1 7-3 1 8, out./dez. 1992 3 17

RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CONTROLE DE TEMPERATURA … · Com a utilização deste frasco controle durante todo o processo de pasteurização, obtém-se a segu rança de que o leite

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RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CONTROLE DE TEMPERATURA DURANTE O PROCESSO DE PASTEURIZAÇÃO NO BANCO DE LEITE MATERNO DE LONDRINA- PR

Márcia Maria Benevenuto de Oliveira* Marli T. Oliveira Vannuchi** Diva Mercedes Imperatriz** Maria Lucilia Monti Magalhães**

RESUMO - A curva de pasteurização tem a fina lidade de estipular as condições em que o le ite materno deverá ser submetido para que seja considerado pasteurizado . U m problema encontrado na confecção da curva em Londrina - PRo é a osci lação de temperatura . Portanto , este trabalho apresenta um método que possibi l ita o controle de temperatura desde o degelo do leite até o término da pasteurização.

ABSTRACT - The pasteurization curve has the final ity to stipu late the conditions in that the mother's mi lk wi l l need be submitted to be considered pasteurized . A problem found out on making the curve in Londrina-PR is the temperature osci l lation . So, th is research shows a method that enables the temperature control from the thawing mi lk to the end of pasteurization .

1 INTRODUÇÃO

O banco de Leite Humano de Londrina, instalado no Hospital Universitário Regional do Norte do Para­ná (HURNP), órgão suplementar da Universidade Estadual de Londrina (UEL), foi inaugurado em no­vembro de 1 988, com' a ftnalidade de atender crianças que necessitam de leite materno e que, por diversas IaZÕes, estejam impossibilitadas de recebê-lo de suas próprias mães.

As doadoras de leite são nutrizes sadias que apre­sentam secreção lática além das exigências de seu ftlho e que se dispõem a doar esse excesso esponta­neamente.

Após coletado, o leite é submetido a um processo denominado de pasteurização, cuja ftnalidade é pro­longar o período de utilização e preservar suas carac­terísticas.

A pasteurização é um tratamento aplicado ao leite, que visa a inativação térmica de 100% das bactérías patogênicas e de 9<)0/0 de sua flora sapIÓftta. O binômio temperatura/tempo é calculado de modo a obter a inativação térmica do micro-organismo Co­xiella brunetti (o leite é submetido a uma temperatura de 62.5°C por 30 minutos e em seguida sofre um

resfriamento rápido em recipientes contendo água e cubos de gelo) ' .

Para a implantação do Banco de Leite Humano de Londrina, a equipe envolvida realizou treinamento específico no Banco de Leite Humano de referência no Paraná, situado no Hospital de Clínicas de Curiti­ba. Durante o curso, recebeu-se orientação quanto à técnica de elaboração de curvas de pasteurização. A confecção da curva de pasteurização é uma etapa de suma importância onde são estabelecidas as condiçõ­es (tempo e temperatura) em que o leite humano deverá ser submetido para que seja pasteurizado.

Na elaboração da curva de pasteurização no Ban­co de Leite Humano de Londrina perceberam-se os­cilações constantes de temperatura, motivo pelo qual optou-se por modiftcar o seu controle durante a pas­teurização.

2 OBJETIVO

Relatar a forma de controle de temperatura do leite durante o processo de pasteurização no Banco de Leite Humano de Londrina.

• ••

Professor Adjunto do Departamento de Enfennagem da Universidade Estadual de Londrina - PR Professor Assistente do Departamento de Enfennagem da Universidade Estadual de Londrina - PR

R. Bras. Enferm., Brasília, 45 (4) : 3 1 7-3 1 8, out./dez. 1 992 3 17

3 MATERIAIS E MÉTODOS

No Banco de Leite Humano do Hospital de Clínicas de Curitiba são obedecidos os seguintes passos para a elaboração da curva de pasteurização : - Utilizar frascos contendo leite de vaca com

mesmo tamanho e volumes aproximados de leite . - Regular a temperatura da água do banho-maria à

temperatura desejada. - Verificar a temperatura de cada frasco, mantendo

um termômetro imerso em cada um. - Veriflcar a temperatura dos frascos, a cada cinco

minutos Observar o momento em que a temperatura de todos os frascos atinge 62,soc e a partir daí cronometrar o tempo durante 30 minutos. A cada 5 minutos, aferir a temperatura, afim de assegurar que esta se mantenha em 62,5°C. Portanto, as amostras permanecem a 62°,5C durante 30 mi­nutos. Para que o leite atinja a temperatura de 62,5°C, em Curitiba, aguarda-se em torno de 10 a 1 5 minutos.

Segundo a orientação recebida, várias curvas de pasteurização foram realizadas em dias diferentes, na tentativa de se estabelecer as condições de tra­balho para Londrina. Observou-se, com isto, varia­ções da temperatura nas diversas curvas, ocorrendo um intervalo entre 1 0 a 25 minutos até atingir a temperatura de 62,5°C. Estas oscilações de tempe­ratura causadas porvavelmente por diferenças na espessura da parede dos frascos que contém o leite, ou até mesmo alterações ambientais, provocaram insegurança na equipe quanto à eficácia da pasteu­rização do leite, uma vez que não se conseguiu estabelecer exatamente quanto tempo o leite levaria para atingir 62,soC.

Frente às dificuldades encontradas optou-se então por modificar a técnica de controle de tempe­ratura durante a pasteurização.

A modificação consiste em substituir a elabora­ção da curva de pasteurização por um frasco conten-

do leite matemo, que possuipm termômetro aco­plado à sua tampa. Este frasco, denominado de "frasco controle"é utilizado durante todo o processo, obedecendo os seguintes passos :

I . Utilizar o "frasco controle" do mesmo tamanho, contendo o mesmo volume de leite dos frascos sem serem pasteurizados.

2. Retirar o "frasco controle" do freezer jun­tamente com os demais frascos a serem pasteuri­zados.

3. Aguardar o descongelamento total de todos os frascos a serem pasteurizados, inclusive do frasco controle.

4. Regular a temperatura da água do banho-maria à temperatura desejada.

s. Colocar todos os frascos contendo leite humano e mais o frasco controle dentro do banho-maria.

6. Observar pelo termômetro do frasco controle o momento em que a temperatura atinge 62, 5°e, e a partir daí, cronometrar o tempo durante 30 minutos. A cada 5 minutos, aferir a temperatura, afim de assegurar que esta se mantenha a 62,soC.

7. Colocar os frascos em recipientes com água e gelo, após permanecerem 30 minutos a 62,5°C. O aparelho utilizado como pasteurizador é um

banho-maria elétrico, de marca F ANEM, com agi­tador da água, o que permite a distribuição homogê­nea da temperatura. O ajuste da temperatura da água e do aparelho é facilitado porque o aparelho apre­senta controle digital que permite programar o ajus­te da temperatura da água circulante e do aparelho simultaneamente.

4 CONCLUSÃO

Com a utilização deste frasco controle durante todo o processo de pasteurização, obtém-se a segu­rança de que o leite humano está sendo submetido à temperatura de 62,soC por 30 minutos, inde­pendente da presença de fatores que possam inter­ferir na temperatura do leite alterando o processo de pasteurização.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

INSTITIJ:.!"O NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NU­TRIÇAO. Recomendações técnicas para funCIOna­

mento de banco de Leite Humano. Brasília: INAN, 1 987.

3 1 8 R. Bras. Enferm., Brasília, 45 (4) : 3 1 7-3 1 8, out./dez. 1 992