10
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA Experiência de Reynolds Maceió-AL 2010

Relatório Cálculo Do Número de Reynolds

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Relatório Cálculo Do Número de Reynolds

Citation preview

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

    CENTRO DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUMICA

    Experincia de Reynolds

    Macei-AL

    2010

  • 2

    RESUMO

    O conceito foi introduzido por George Gabriel Stokes em 1851, mas o nmero

    de Reynolds nomeado aps Osborne Reynolds (1842-1912), que popularizou o seu

    uso em 1883. O nmero de Reynolds freqentemente surge quando a anlise

    dimensional realizao de problemas de dinmica de fluidos, e como tal pode ser usado

    para determinar semelhana dinmica entre os diferentes casos experimentais. Eles

    tambm so utilizados para caracterizar diferentes regimes de fluxo, tais como laminar

    ou turbulento: fluxo laminar ocorre em baixos nmeros de Reynolds, onde as foras

    viscosas so dominantes, e caracterizada por suave movimento fluido, constante,

    enquanto o fluxo turbulento ocorre em um elevado nmero de Reynolds e dominado

    por foras de inrcia, que tendem a produzir redemoinhos aleatria, vrtices e

    instabilidades fluxo outros.

    Este experimento visa calcular e discutir os possveis efeitos do nmero de

    Reynolds em um escoamento em duto fechado.

  • 3

    NDICE

    1. Fundamentao Terica ............................................................................................ 4

    2. Objetivos................................................................................................................... 7

    3. Materiais e Mtodos .................................................................................................. 7

    4. Resultados e Discusses ............................................................................................ 8

    5. Concluso ............................................................................................................... 10

    6. Referncias Bibliogrficas....................................................................................... 10

  • 4

    1. FUNDAMENTAO TERICA

    A experincia de Reynolds (1883) demonstrou a existncia de dois tipos de

    escoamentos, o escoamento laminar e o escoamento turbulento. O experimento teve

    como objetivo a visualizao do padro de escoamento de gua atravs de um tubo de

    vidro, com o auxlio de um fluido colorido (corante).

    Seja um reservatrio com gua como ilustrado na Fig.1. Um tubo de vidro, em

    cuja extremidade adaptado um convergente, mantido dentro do reservatrio e ligado

    a um sistema externo que contm uma vlvula que tem a funo de regular a vazo. No

    eixo do tubo de vidro injetado um lquido corante que possibilitar a visualizao do

    padro de escoamento.

    Para garantir o estabelecimento do regime permanente, o reservatrio contendo

    gua deve ter dimenses adequadas para que a quantidade de gua retirada durante o

    experimento no afete significativamente o nvel do mesmo, e ao abrir ou fechar a

    vlvula (7), as observaes devem ser realizadas aps um intervalo de tempo

    suficientemente grande. O ambiente tambm deve ter sua temperatura e presses

    controladas.

    Para pequenas vazes o lquido corante forma um filete contnuo paralelo ao

    eixo do tubo (6). Vazes crescentes induzem oscilaes que so amplificadas medida

    que o aumento vai ocorrendo, culminando no completo desaparecimento do filete, ou

    seja, uma mistura completa no interior do tubo de vidro (6) do lquido corante,

    indicando uma diluio total. possvel concluir que ocorrem dois tipos distintos de

    escoamentos separados por uma transio.

    No primeiro caso, no qual observvel o filete colorido conclui-se que as

    partculas viajam sem agitaes transversais, mantendo-se em lminas concntricas

    entre as quais no h troca macroscpica de partculas.

    No segundo caso, as partculas apresentam velocidades transversais importantes,

    j que o filete desaparece pela diluio de suas partculas no volume de gua.

    Figura 1 - Modelo da Experincia de Reynolds

  • 5

    As principais caractersticas dos escoamentos so:

    a) escoamento laminar: definido como aquele no qual o fluido se move em

    camadas, ou lminas, uma camada escorregando sobre a adjacente havendo

    somente troca de quantidade de movimento molecular. Qualquer tendncia

    para instabilidade e turbulncia amortecida por foras viscosas de

    cisalhamento que dificultam o movimento relativo entre as camadas

    adjacentes do fluido.

    b) Escoamento turbulento aquele no qual as partculas apresentam movimento

    catico macroscpico, isto , a velocidade apresenta componentes transversais

    ao movimento geral do conjunto ao fluido. O escoamento turbulento apresenta

    tambm as seguintes caractersticas importantes:

    Irregularidade

    Difusividade

    Altos nmeros de Reynolds

    Flutuaes tridimensionais (vorticidade)

    Dissipao de energia

    Contudo, o escoamento turbulento obedece aos mecanismos da mecnica dos

    meios contnuos e o fenmeno da turbulncia no uma caracterstica dos fluidos mas

    do escoamento.

    A natureza de um escoamento, isto , se laminar ou turbulento e sua posio

    relativa numa escala de turbulncia indicada pelo nmero de Reynolds (Re). O nmero

    de Reynolds a relao entre as foras de inrcia (Fi) e as foras viscosas (F

    ):

    (1)

    Para dutos circulares de dimetro D, temos que foras de inrcia (v) entre

    foras de viscosidade (/D). expresso como:

    Re = (2)

    Onde:

    v = velocidade mdia do fluido;

    D = o dimetro para o fluxo no tubo;

    = viscosidade dinmica do fluido;

    = massa especfica do fluido.

    A grande importncia do nmero de Reynolds que permite avaliar o tipo do

    escoamento (a estabilidade do fluxo) e pode indicar se flui de forma laminar ou

    turbulento.

  • 6

    Para o caso de um fluxo de gua num tubo cilndrico, admitem-se os valores de 2000

    e 4000 como limites. Dessa forma, para valores menores que 2000 o fluxo ser laminar

    e para valores maiores que 4000 o fluxo ser turbulento. Entre estes dois valores o fluxo

    considerado como de transio.

    O nmero de Reynolds constitui a base do comportamento de sistemas reais, pelo

    uso de modelos fsicos reduzidos. Um exemplo comum o tnel aerodinmico onde se

    medem foras desta natureza em modelos de asas de avies, automveis, edificaes.

    Pode-se dizer que dois sistemas so dinamicamente semelhantes se o nmero de

    Reynolds for o mesmo para ambos. D refere-se em geral, a qualquer dimenso do

    sistema, por exemplo, a corda de asa de um avio, o comprimento de um navio, a altura

    de um edifcio. Geralmente, nos tneis aerodinmicos a semelhana mais utilizada a

    de Mach.

    A figura 2 abaixo, demonstra a transio do escoamento laminar, para um

    escoamento turbulento, com o aumento do nmero de Reynolds.

    Figura 2 - Tipos de Escoamento

  • 7

    2. OBJETIVOS

    O experimento tem como objetivo visualizar os diferentes tipos de escoamento,

    laminar e turbulento, bem como determinar experimentalmente o nmero de Reynolds

    para um fluido lquido em tubo cheio e determinar seus valores limites.

    Comparar o padro de escoamento observado experimentalmente com as

    previses da literatura.

    3. MATERIAIS E MTODOS

    Para a realizao deste experimento, deve-se colocar o mdulo em operao

    atentando para a seguinte seqncia:

    1. O reservatrio de gua foi preenchido;

    2. Quando o nvel de gua no tanque estivava constante, a vlvula de

    alimentao do corante foi aberta;

    3. A vlvula de controle de fluxo do tubo cilndrico foi lentamente aberta;

    4. A temperatura do fluido foi medida;

    5. Quando o corante apresentou escoamento constante foi medida a vazo do

    fluido na sada do tubo cilndrico, pelo mtodo volume/tempo, com o auxlio

    de Becker, proveta e cronmetro. O valor mdio foi obtido com trs

    medidas, para clculo da mdia.

    Figura 3 - Mdulo de Reynolds.

    Este procedimento deve ser repetido para vazes crescentes, pela abertura

    cuidadosa da vlvula de controle de fluxo, tomando-se o cuidado de observar a transio

    do regime laminar para o turbulento atravs do escoamento do corante.

    Com as medidas experimentais de volume, tempo e dimetro interno do tubo,

    calculou-se a velocidade mdia do fluido e posteriormente o nmero de Reynolds.

  • 8

    4. RESULTADOS E DISCUSSES

    Com os dados obtidos experimentalmente, seguindo os procedimentos acima,

    pode-se completar as Tabelas 1 e 2, para os escoamento laminar e para o turbulento,

    respectivamente.

    Para os clculos da vazo (Q), velocidade (V), e nmero de Reynolds (Re) foram

    Utilizadas as seguintes expresses matemticas, todas as grandezas encontra-se no SI:

    Re = (2) (3) (4)

    Onde, , a rea da seco do tubo, que possu um dimetro interno de

    D = 0,0508m, temos uma rea de 2,03E-03 m2. Os valores da densidade da gua,

    (kg/m3), e da viscosidade dinmica, (N.s/m

    2), temperatura de 28C, foram obtidas na

    a TABLE 2-28 (Density of Water from 0 to 100C), pag.139, do Perrys Chemical

    Engineers Handbook, da mesma forma a viscosidade foi estimada, pelo mtodo da

    interpolao linear utilizando-se da TABLE 2-352 (Saturated Water Substance

    Temperature), pag. 354, do mesmo livro. Temos os seguintes valores, das grandezas

    =996,233kg/m3 e = 837,8E-6

    Tabela 1 Dados para o Escoamento Laminar

    Dimetro do

    tubo (mm) Tempo (s) Volume (m) Vazo (m

    3/s) Reynolds

    50,8

    33,75 2,10E-04 6,2222E-06 185

    12,16 7,50E-05 6,1678E-06 184

    10,63 6,50E-05 6,1148E-06 182

    Tabela 2 Dados para o Escoamento Transiente

    Dimetro do

    tubo (mm) Tempo (s) Volume (m) Vazo (m

    3/s) Reynolds

    50,8

    5,00 3,25E-04 6,50000E-5 1937

    6,66 4,70E-04 7,05071E-05 2101

    5,97 3,75E-04 7,39645E-05 2204

    Podemos observar, que como descrito na literatura, o escoamento representado

    pela Tabela 1 pode ser classificado como laminar, ou seja, aqueles escoamentos nos

    quais os valores de Reynolds so

  • 9

    J o escoamento representado pela Tabela 2, observamos que o valor mdio est

    entre 2000< Re

  • 10

    5. CONCLUSO

    Podemos perceber, que para um escoamento, em um conduto, com o dimetro

    constante, a temperatura constante, portando, com densidade e viscosidade constante, o

    parmetro adimensional que caracteriza se este escoamento turbulento ou laminar, o

    nmero de Reynolds funo apenas da temperatura, ou seja, ele varia

    proporcionalmente com a variao da velocidade.

    Para nmeros de Reynolds 4000, temos

    um escoamento turbulento completamente desenvolvido, como pde ser observado

    neste experimento.

    Na mairoria dos casos prticos de escoamentos de fluidos pelo interior de tubos

    longos o nmero de Reynods alto, podendo-se concluir que a turbulncia

    caracterstica do estado normal de escoameno de fluidos.

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Fox, R. W., & McDonald, A. T. (1995). Introduo Mecnica dos Fluidos (4 Edio

    ed.). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

    Gomide, R., Fluidos na Indstria Operaes Unitrias (Vol. II), 1993.