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relatório de estagio
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DESENVOLVIMENTO
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Como requisito da disciplina Escola como Espaço Reflexivo II fomos
realizar estágio de observação em um colégio da rede estadual de ensino no 1º
ano F (Ensino Médio) na cidade de Capim Grosso, sendo as observações
totalizadas em 10 horas e todas teóricas pela escola somente ofertar aulas
práticas no turno oposto, tendo como professor regente Tiago Oliveira dos
Santos que não é formado na área. Assim, foi completada a carga horária em
cinco dias.
No primeiro dia, 06 de novembro, o professor nos recebeu muito bem,
nos deixando a vontade para observarmos a turma mesmo a escola estando
em semana de prova e que por motivos da direção, a prova da disciplina de
Educação Física não iria ser aplicada sendo destinado aquele horário para
prova de Biologia. Assim o professor foi notificado que a nota deveria ser
atribuída por outro método de avaliação. Pode-se observar que este é um
problema geral como afirma BARNI; SCHNEIDER (2008) “Nota-se hoje, que a
Educação Física, e em especial a do Ensino Médio, é um componente que em
grande parte das vezes, é marginalizado, discriminado, desconsiderado,
chegando até por vezes a ser excluído dos projetos políticos pedagógicos de
algumas escolas.”
Dia 13 de novembro o professor havia solicitado seminários e entrega
de pesquisa escrita sobre o ritmo musical que cada grupo tinha ficado. Foram
apresentados o forró, sertanejo, samba e capoeira. Todos com a mesma
estrutura: conceito, história, organização. O docente deixou livre a
apresentação dos ritmos em áudio, vídeo ou coreografia do grupo.
No dia 20 de novembro foi divida a sala em grupos com quatro
integrantes cada e foi distribuído um papel para cada contendo sentimentos
diferentes. Cada grupo elaborou uma cena em expressasse o sentimento sem
que houvesse a fala e que estava no papel. Os demais da sala tinham a função
de descobrir o que a cena expressava. O professor estipulou um tempo para
que eles organizassem as idéias e assim realizaram a atividade. Os
sentimentos eram: susto, surpresa, medo, ódio, paixão e felicidade. Ao término
foi solicitada para a próxima aula a produção de um texto sobre a importância
da linguagem corporal e a relação com a Educação Física.
No dia 27 de novembro o profissional solicitou que os alunos
organizassem a sala em circulo para fazerem um debate sobre o tema
proposto na aula anterior e que eles haviam feito o texto. Foi o espaço para os
alunos expressarem, mesmo que com foco diferente sobre linguagem corporal,
assuntos que exemplificassem a presença da linguagem facial/ corporal como
novelas, situações de risco, horário político, teatro de sombras, libras e outros
pontos como uma forma mais rápida e diferente de se comunicar e a
deficiência.
No dia 11 de dezembro o professor deixou os alunos assistirem a
vídeos sobre a linguagem corporal e solicitou um trabalho em grupo que
consistia em elaborar uma coreografia com qualquer ritmo ou gênero musical e
que apresentasse movimentos de algum esporte que o grupo
preferencialmente escolhesse.
Analisamos que os alunos sentiam falta de aulas práticas, pois os
mesmos, apesar das aulas sempre terem dinâmicas, afirmavam verbalmente
ou expressivamente o cansaço de permanecer numa sala de aula sem espaço
para uma vivência mais diferenciada. “[...] para inserir a Educação Física dentro
do currículo escolar e coloca-la no mesmo grau de importância das outras
áreas conhecimento é através da fundamentação teórica, da vinculação das
aulas com os objetivos do trabalho, da não improvisação e, principalmente, da
elaboração de um plano que atenda às necessidades, interesses e motivação
dos alunos.” MATTOS & NEIRA (2000)
Percebeu-se também que o professor que é formado em Biologia,
sentia dificuldade em elaborar um plano de aula que contemplasse a área da
Educação Física, por muitas vezes, alguns conceitos, explicações e até o
conteúdo foi distorcido, porque o profissional não estar a par das discussões
que a área aborda. “Para que a Educação Física no Ensino Médio se torne
reconhecida como um componente curricular relevante à formação integral do
aluno, é necessário que o profissional da Educação Física tenha o domínio do
conhecimento científico nas suas ações pedagógicas para substanciar junto
aos demais saberes escolares o valor da prática da Educação Física para a
construção de novos cidadãos.” BARNI; SCHNEIDER (2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência com o alunado do Ensino Médio foi única e diferente,
porque temos contato com os alunos do Ensino Infantil ao Ensino Fundamental
I o que de fato são públicos completamente distintos basicamente voltados a
seus interesses.
Presenciar aulas no Ensino Médio com professor de outra área foi
enriquecedor, pelo fato de ver de perto a realidade em que os alunos e a
própria Educação Física se encontra, no sentido de não haver alguém com
preparo no mínimo teórico e crítico para expor o que de fato a disciplina trata,
explorar as dimensões e a pluralidade de temas para as aulas, brigar pelo
direito de igualdade entre as disciplinas, convencer os demais do âmbito
escolar de que a Educação Física é obrigatória assim como as demais, merece
respeito e tem suas contribuições ao alunado.
Perceber que o saber dos alunos a respeito da disciplina é limitado,
não porque querem, mas os condicionaram a isso, expuseram a vida escolar
inteira de que a Educação Física é resumida nas aulas práticas nas quais são
descobertos os talentos como citou um dos alunos e se assim não for, se
sentem aprisionados e as vezes indispostos a vivenciarem algumas atividades.
De fato, a Educação Física, se não existir alguém capaz de ir além de
debates rasos, seminários como forma de achar uma nota e aulas
improvisadas, ela se tornará, se não já for, uma disciplina sem sentido, com a
mesmice de conteúdos e dinâmicas, que não acrescenta e por isso nos
vestibulares não tem nenhuma pergunta a respeito dessa disciplina.
Contudo, concluímos que observar a realidade nos dá pulso para a
busca de sermos profissionais referência dessa área de estudo, que tem o
desejo de contribuir positivamente não só na escola como espaço isolado, mas
em toda a sociedade em que a escola está inserida.
REFERÊNCIAS
BARRI, M. ; SCHNEIDER, E. J. A Educação Física no Ensino Médio: Relevante
ou irrelevante?. Possuniasselvi. Santa Catarina, rev. 03-02, 2008.
MATTOS, Mauro G. & NEIRA, Marcos G. Educação Física na adolescência:
construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte Editora, 2000.
GEISE SOUSA OLIVEIRALUANA LIMA DE OLIVEIRA
RELATÓRIO
ESCOLA COMO ESPAÇO REFLEXIVO II.
JACOBINA-BA2014
Relatório final apresentado como requisito parcial de avaliação da disciplina: Escola como Espaço Reflexivo II.
Professor: Itamar Corpus
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEBDEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS IV
COLEGIADO DE EDUCAÇÀO FÍSICA
RELATÓRIO
ESCOLA COMO ESPAÇO REFLEXIVO II.
JACOBINA-BA2014