35
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO AMPLIAÇÃO DE UMA ESTAÇÃO COLETORA DE PETRÓLEO EMPRESA: PETROENG - CONSULTORIA E PROJETOS INDUSTRIAIS LTDA. Discente: Larissa Pinheiro de Souza. Orientador: Prof. Dr. Gilson Gomes de Medeiros. Supervisor: Eng. Leonardo de Souza Leal. NATAL-RN 2016.1

RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

  • Upload
    vuhuong

  • View
    227

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

AMPLIAÇÃO DE UMA ESTAÇÃO COLETORA DE PETRÓLEO

EMPRESA: PETROENG - CONSULTORIA E PROJETOS INDUSTRIAIS LTDA.

Discente: Larissa Pinheiro de Souza.

Orientador: Prof. Dr. Gilson Gomes de Medeiros.

Supervisor: Eng. Leonardo de Souza Leal.

NATAL-RN

2016.1

Page 2: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

LARISSA PINHEIRO DE SOUZA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

AMPLIAÇÃO DE UMA ESTAÇÃO COLETORA DE PETRÓLEO

Relatório apresentado à Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, como requisito para

aprovação na disciplina de Estágio

Supervisionado (DEQ – 0537), referente ao

estágio realizado pela aluna Larissa Pinheiro

de Souza na empresa PETROENG durante o

primeiro semestre do ano de 2016, sob a

supervisão do Eng.Químico Leonardo de

Souza Leal e a orientação do Prof. Dr. Gilson

Gomes de Medeiros.

NATAL-RN

2016.1

Page 3: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida e por todas as oportunidades de evolução.

Aos meus Pais por todo o empenho, dedicação e carinho, por me

incentivarem e me apoiarem sempre.

À minha irmã por todo o auxílio e compreensão.

Aos meus avós maternos e paternos que sempre fizeram de tudo por mim e

pelos meus pais.

A todos os meus tios, tias e primos por sempre me apoiarem.

Ao meu namorado por todo o carinho, amor e compreensão.

Aos meus amigos por me incentivarem e me apoiarem, sendo muitos deles

alunos do curso de Engenharia Química.

A todos os colegas de curso de Engenharia Química que dividiram comigo os

difíceis e bons momentos do curso.

Aos Professores da UFRN e aos professores da ENSIACET pelos

conhecimentos e experiências transmitidos. Em especial, ao Professor Dr. Gilson

Gomes de Medeiros por todo o auxílio e conhecimentos transmitidos na orientação

deste trabalho.

Ao PET pela oportunidade de crescimento pessoal e acadêmico.

À CAPES pela oportunidade de participar do programa BRAFITEC.

À ENSIACET por todo o conhecimento e estrutura proporcionada.

À PETROENG pela oportunidade de estágio, em especial ao Engenheiro

Leonardo e a desenhista Eline por toda a paciência e todos os conhecimentos

transmitidos.

Portanto, a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para minha

formação acadêmica, meu muito obrigada.

Page 4: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

RESUMO

Na empresa PETROENG – Consultoria e Projetos Industriais Ltda foi

desenvolvido o presente estágio supervisionado obrigatório que corresponde a um

componente curricular de 360 h do curso de Engenharia Química da UFRN. Em

virtude disso, as atividades foram desenvolvidas na área de Engenharia de

Processos Químicos com foco na elaboração de projetos, tendo como objetivo

desenvolver no estagiário a visão prática dos conteúdos ministrados durante o

curso, além de proporcionar ao graduando uma oportunidade de experiência no

campo profissional. Portanto, nesse relatório serão descritas as tarefas

desenvolvidas no período de estágio, sendo abordado, mais detalhadamente, o

projeto de ampliação de uma estação coletora de petróleo.

Palavras-Chaves: ampliação, consultoria, petróleo, estação.

Page 5: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

SCI – Sistema de Combate a Incêndio.

NPSH – Net Positive Suction Head.

BSW – Basic Sediments and Water.

PI- Pressure Indicator.

LI- Level Indicator.

LIT- Level Indicator Transmitter.

PIT- Pressure Indicator Transmitter.

PDIT- Pressure Differential Indicator Transmitter.

PV- Pressure Valve.

PAL- Low Pressure Alarm.

PSL- Low Pressure Switch.

PAH- High Presure Alarm.

PSH- High Pressure Switch.

PDAH- High differential Pressure Alarm.

LAH- High Level Alarm.

LAL- Low Level Alarm.

LSL- Low Level Switch.

LGE- Líquido Gerador de Espuma.

Page 6: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

LISTA DE SIMBOLOS

A Área

D Diâmetro

DI Diâmetro Interno

DN Diâmetro Nominal

ε/D Rugosidade relativa

f Coeficiente de atrito

g Aceleração da gravidade

H Altura manométrica total

hd Altura Manométrica de Descarga

hf Perda de carga total

hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga

hfs Perda de carga nas linhas e acessórios da sucção

hs Altura Manométrica de Sucção

Ltotal Comprimento total

η Eficiência.

P Potência absoluta

ρ Massa específica

Pa Pressão atmosférica local

Pd Pressão de Descarga

Ps Pressão de Sucção

Pv Pressão de vapor na temperatura de operação

Q Vazão

Re Número de Reynolds

Top Temperatura de operação

µ Viscosidade

V Velocidade

γ Peso específico do fluido

Zd Altura estática de recalque (desnível da tubulação)

Zs Altura estática de sucção (desnível da tubulação + nível de líquido)

Page 7: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 8

2. EMPRESA ................................................................................................................................ 9

3. ATIVIDADES REALIZADAS ..................................................................................................10

3.1. PROJETO DE AMPLIAÇÃO DE UMA ESTAÇÃO COLETORA DE PETRÓLEO ........10

3.2. PRODUÇÃO .......................................................................................................................11

3.2.1 INSTRUMENTAÇÃO DO SISTEMA .............................................................................12

3.2.2 DIMENSIONAMENTO DE BOMBAS ............................................................................13

3.2.2.1 METODOLOGIA..........................................................................................................14

3.2.2.2 RESULTADOS ............................................................................................................17

3.3. SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO – SCI.................................................................21

3.4. SISTEMA DE AR COMPRIMIDO ......................................................................................26

3.5. SISTEMA DE MEDIÇÃO....................................................................................................28

4. IDENTIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS ESTUDADOS ........................................................29

5. CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................................30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................31

GLOSSÁRIO...................................................................................................................................32

ANEXO ............................................................................................................................................33

Page 8: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

8

1. INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado obrigatório proporciona ao aluno utilizar os

conhecimentos teóricos adquiridos no ambiente universitário aliados a uma vivência

prática. Essa atividade curricular faz um elo entre a universidade e o mercado de

trabalho, possibilitando ao graduando uma capacitação profissional.

Este relatório de estágio descreve as atividades realizadas na empresa

PETROENG – Consultoria e Projetos industriais Ltda, na área de Projetos e Consultorias

no estado do Rio Grande do Norte, no setor de Engenharia de Processos Químicos,

localizado na sede da cidade de Natal/RN.

Basicamente, as atividades desenvolvidas estão relacionadas às etapas do

Processamento Primário de Petróleo. Após essas etapas primárias, o óleo tratado e o

gás são transportados por oleodutos e gasodutos, respectivamente, para unidades de

tratamento e processamento de fluidos e a água produzida tratada é injetada em poços

injetores de água para a recuperação secundária de petróleo.

Contudo, o presente trabalho terá um enfoque no projeto de ampliação de uma

estação coletora de petróleo, devido a esse projeto ser um dos mais completos e

contemplar a maior parte das atividades desenvolvidas no estágio. Este projeto se divide

em: ampliação da produção, adequação do sistema de combate a incêndio, introdução

de um sistema de ar comprimido e ampliação do sistema de medição. Na parte de

produção será detalhado o dimensionamento de bombas boosters e de transferência; já

na parte de combate a incêndio será detalhada toda a adequação necessária para esse

sistema com a ampliação da estação, bem como serão detalhados os sistemas de ar

comprimido e de medição.

Essa atividade curricular supervisionada pelo Engenheiro de Processo Leonardo

de Souza Leal e orientada pelo Prof. Gilson Gomes de Medeiros, apresentou uma carga

horária de 360 h, correspondendo ao período de 22/02/2016 a 30/05/2016, sendo

cumpridas 6 horas diárias.

Page 9: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

9

2. EMPRESA

A PETROENG – Consultoria e Projetos Ltda é uma empresa de engenharia de

médio porte, que atua em vários segmentos tais como, projetos, gerenciamento,

planejamento e assistência a montagens industriais, desde o projeto básico até o start-

up. Ela possui uma equipe técnica qualificada com experiências em diversos

empreendimentos de pequeno, médio e grande porte, seja no ramo petroquímico,

químico, petrolífero e alimentício.

A mesma tem escritórios em quatro estados do Brasil, sendo três na região

Nordeste (Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte) e um na região Sudeste (São Paulo),

acolhendo mais de 200 colaboradores ao todo.

A filial da PETROENG em Natal se divide em diferentes setores técnicos, os quais

atendem às solicitações de clientes para serviços nas áreas de elétrica, civil, tubulação,

processo, instrumentação, automação; além de possuir setores administrativos, tais

como gestão, arquivo técnico, financeiro e recursos humanos, responsáveis pela

organização de todas as atividades.

O setor de processo é responsável por fazer todo o projeto básico das

solicitações recebidas pela empresa, sendo essencial aos demais setores, que

dependem dele para desenvolver seu trabalho. Dentre as atividades pertinentes

encontram-se a elaboração de fluxogramas de engenharia, fluxogramas de processo,

lista de linhas, folhas de dados de instrumentos e equipamentos, dimensionamento de

bombas, compressores e vasos de pressão, elaboração de memoriais descritivos do

processo, entre outros.

Com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento tecnológico do setor, e

consequentemente do país, a empresa objetiva abrir novos mercados, em busca de

novas oportunidades de negócio, priorizando a segurança industrial e a preservação do

meio ambiente.

Page 10: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

10

3. ATIVIDADES REALIZADAS

As atividades desenvolvidas durante o estágio concentraram-se na elaboração de

memórias de cálculo, no preenchimento de folha de dados e na elaboração de

memoriais descritivos dos processos. Essas atividades não estão relacionadas apenas

com um projeto, pois foram realizados vários projetos simultaneamente durante o

período do estágio.

Contudo, o presente relatório vai detalhar algumas atividades realizadas no

projeto de ampliação de uma estação coletora de petróleo, devido a este projeto ser bem

completo e apresentar grande parte das atividades cumpridas durante o estágio.

Entretanto, observa-se que algumas informações foram preservadas devido ao caráter

sigiloso dos projetos desenvolvidos para a empresa contratante.

3.1. PROJETO DE AMPLIAÇÃO DE UMA ESTAÇÃO COLETORA D E PETRÓLEO

Na estação coletora A de petróleo, a emulsão (água+óleo) recentemente retirada

dos poços é coletada em um manifold (header de recebimento de petróleo dos poços)

no qual o fluido vindo de diferentes poços é misturado e enviado para tanques de

transferência. Parte desse petróleo segue para outros tanques, denominados de tanques

de teste, os quais testam basicamente o teor de água e sedimentos no petróleo (BSW).

A outra parte do óleo que é armazenada nos tanques de transferência segue, através do

auxilio de bombas boosters e de transferência, para a estação B. Além disso, a estação

tem uma caixa coletora de petróleo para o descarte dos tanques de teste, um lançador

de pig para limpeza da linha e um filtro entre as bombas boosters e de transferência

para retenção de impurezas.

Desta forma, a ampliação desta estação se faz necessária para que novos poços

possam ser acoplados ao manifold, sendo indispensável não só a ampliação relacionada

à produção, mas também que o sistema de combate a incêndio esteja adequado para

essa nova vazão. Logo, o dimensionamento das bombas boosters, das bombas de

transferência, a adequação dos novos instrumentos, juntamente com o sistema de

combate a incêndio, a introdução de um sistema de ar comprimido e uma ampliação no

sistema de medição da estação coletora B serão detalhados nos tópicos posteriores

desse relatório.

Page 11: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

11

3.2. PRODUÇÃO

Na parte de produção, a ampliação visa à introdução de dois tanques de

transferência de 2000 m³, três bombas boosters, três bombas de transferência e um filtro

do tipo duplex. Dessa forma, cada conjunto de bombas irá operar tendo uma bomba

como reserva, ou seja, apenas duas bombas estarão em operação. Observa-se, ainda, a

introdução da instrumentação do sistema referente à entrada dos novos equipamentos e

controle dos mesmos.

Contudo, os equipamentos já existentes na estação, como o tanque de

transferência de 850 m³, os doze tanques de teste de 20 m³, as três bombas de

transferência, o sistema de coleta oleosa e as bombas de retratamento, serão

conservados.

Na Figura 1, é possível visualizar a introdução dos novos equipamentos e a

permanência dos existentes, bem como os novos instrumentos citados anteriormente.

Figura 1 – Fluxograma da Produção da Estação Coletora A de Petróleo

Page 12: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

12

3.2.1 INSTRUMENTAÇÃO DO SISTEMA

No que diz respeito à automação do sistema, serão instalados nos tanques (TQ-

17/18) transmissores e indicadores de nível do tipo radar. Assim, no supervisório da

estação, serão implementadas as seguintes funções associadas ao LIT:

• LAL/LSL (alarme e intertravamento de nível baixo);

• LAH (alarme de nível alto).

Dessa forma, nível baixo nos tanques (TQ-17/18) é detectado pelo LIT que irá

intertravar as bombas boosters (B-04 A/B/C) e de transferência (B-05 A/B/C).

Em cada tanque, será instalado um indicador de nível do tipo régua.

Será instalado um indicador de pressão PI, no header de saída dos tanques (TQ-

17/18), indicadores de pressão PI nas descargas das bombas boosters (B-04 A/B/C),

bem como indicadores de pressão PI nas linhas de sucção e descarga das bombas de

transferência (B-05 A/B/C).

Indicadores e transmissores de pressão PIT serão instalados na sucção das

bombas de transferência (B-05 A/B/C). Outro indicador e transmissor de pressão PIT

será instalado no header de descarga das bombas de transferência.

Para os PIT de sucção das bombas de transferência, serão implementadas as

seguintes funções no sistema supervisório:

• PI (indicação de pressão);

• PAL/PSL (alarme e intertravamento por pressão baixa).

Dessa forma, pressão baixa detectada pelo PIT irá intertravar as bombas de

transferência (B-05 A/B/C).

No caso do PIT de descarga das bombas de transferência, serão implementadas

as seguintes funções no sistema supervisório:

• PI (indicação de pressão);

• PAL/PSL (alarme e intertravamento por pressão baixa);

• PAH/PSH (alarme e intertravamento por pressão alta).

Portanto, pressão baixa ou pressão alta detectada pelo PIT irá intertravar as

bombas de transferência (B-05 A/B/C).

Na linha de entrada dos filtros FT-10 A/B, será instalado o indicador e transmissor

de pressão diferencial PDIT, que terá a seguinte função implementada no sistema

supervisório:

• PDAH (alarme de pressão diferencial alta).

Page 13: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

13

Dessa forma, pressão diferencial alta detectada pelo PDIT fará soar um alarme no

sistema supervisório, indicando ao operador o aumento da perda de carga do filtro que

estava em operação e a necessidade de colocar em operação o filtro reserva.

A válvula de controle PV será instalada no header de descarga e terá seu controle

feito em função dos valores de pressão, de forma a manter as bombas de transferência

operando sempre em torno da região de melhor desempenho, tomando por base a curva

desse equipamento.

3.2.2 DIMENSIONAMENTO DE BOMBAS

Com a ampliação da estação e consequente introdução dos conjuntos de bombas

booster e de transferência no sistema, fez-se necessário o dimensionamento destas

bombas. Esse dimensionamento foi baseado nas seguintes premissas e dados do

processo:

• As bombas são do tipo centrífuga;

• Vazão individual de cada bomba de 354,0 m³/h (0,0983 m³/s);

• Velocidade recomendada para linha de sucção menor do que 1,5 m/s;

• Velocidade recomendada para linha de descarga menor do que 2,5 m/s;

• Pressão de operação na linha de sucção da bomba de transferência

igual a 4,6 kgf/cm²g;

• Pressão de operação na linha de descarga da bomba de transferência

igual a 16,0 kgf/cm²g;

• Desnível na tubulação de descarga da bomba booster de 0,5 m;

• A descarga das bombas boosters é a sucção das bombas de

transferência.

Os dados referentes às propriedades do fluido podem ser vistos na Tabela 1.

Page 14: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

14

Tabela 1- Dados do Fluido.

Dados do fluido Unidade Fluido Emulsão -

Temperatura de operação (TOP) 20-60 ºC

Pressão de vapor @ TOP 0,056 kgf/cm²a Viscosidade do fluido 94,57 cP

Massa específica 982,2 kg/m3

3.2.2.1 METODOLOGIA

Foi utilizada a equação de Darcy-Weisbach (Eq.1) para o cálculo da perda de

carga por fricção e o método do comprimento equivalente para contabilizar o efeito dos

acessórios.

)1( 2

2

g

V

D

Lfh total

f =

Na Eq. 1, f é o coeficiente de atrito (adimensional), L é o comprimento total da

tubulação em m, V é a velocidade em m/s, D o diâmetro da tubulação em m, hf a perda

de carga total em m e g é a gravidade em m/s2.

O coeficiente de atrito ( f ) é uma função do número de Reynolds e da rugosidade

relativa (ε/D). O número de Reynolds é dado pela seguinte equação:

(2) v

Reµ

Dρ=

Na eq. 2, Re é Número de Reynolds (adimensional), ρ é a massa específica em

kg/m³, v é a velocidade em m/s, D é o diâmetro da tubulação em m e µ é a viscosidade

em kg/m.s (1 kg/m.s = 1000 cP).

O fator de atrito f foi calculado pela equação de Churchill, onde Re é o número

de Reynolds (adimensional), D é o diâmetro interno em m e ε/D é a rugosidade em m.

Page 15: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

15

)3(

Re

7

D3,7log2

1f

2

0,9

10

+⋅

⋅−

O fator de atrito foi calculado pela Eq.3 devido ao regime ser turbulento. Porém, o

regime sendo laminar, deve-se usar a seguinte correlação:

(4) Re

64f =

Foram utilizadas as condições de operação (vazão, nível de líquido e temperatura

de operação) que forneceram resultados mais conservativos para perda de carga e

NPSH disponível.

Para o cálculo das pressões de sucção e descarga, considerou-se um aumento

de 25% nas respectivas perdas de cargas para efeito de segurança do projeto.

A pressão de sucção foi calculada pela seguinte equação:

(5) ss hgP ××= ρ

Na Eq.5, PS é a pressão de sucção em Pa (98066,5 Pa = 1 kgf/cm²), ρ é a massa

específica nas condições de operação em kg/m³, g é a aceleração da gravidade em

m/s², hs é a altura manométrica de sucção em m.

A pressão de descarga foi calculada pela Eq. 6, onde Pd é a pressão de descarga

em Pa (98066,5 Pa = 1 kgf/cm²), ρ é a massa específica nas condições de operação em

kg/m3, hd é a altura manométrica de descarga em m.

(6) dd hgP ××= ρ

Page 16: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

16

A altura manométrica de sucção hS , em m, foi calculada pela Eq. 7:

(7) fsss

s hZP

h −+=γ

Nessa equação, Zs é a altura estática de sucção (desnível da tubulação + nível de

líquido) em m, hfs é a perda de carga nas linhas e acessórios da sucção em m, Ps é

pressão no reservatório de sucção em Pa, γ é o peso específico do fluido, em N/m³.

A altura manométrica de descarga foi calculada pela Eq. 8, onde hd é a altura

manométrica de descarga em m, Zd é a altura estática de recalque (desnível da

tubulação) em m, hfd é a perda de carga nas linhas e acessórios da descarga em m, Pd é

a pressão do reservatório de recalque em Pa, γ é o peso específico do fluido em N/m³.

(8) fddd

d hZP

h ++=γ

A altura manométrica total (H) é a diferença entre as alturas manométricas de

descarga e a de sucção, desta forma, pode-se calcular essa variável pela seguinte

equação, cujo resultado será expresso em m:

(9) Sd hhH −=

O NPSH disponível foi calculado a partir da seguinte equação:

(10) fvas

sd hPPP

ZNPSH −−++=γ

Na Eq. 10, Zs é a altura estática de sucção (desnível da tubulação + nível de

líquido) em m, Pa é a pressão atmosférica local em Pa, Pv é a pressão de vapor na

temperatura de operação em Pa, Ps é a pressão no reservatório de sucção em Pa, hf é

a perda de carga nas linhas e acessórios da sucção em m, γ é o peso específico em

N/m³.

Page 17: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

17

A potência foi calculada pela seguinte equação, onde P é a potência absoluta em

cv, Q é a vazão em m³/h, γ é o peso específico em N/m³, H é a altura manométrica total

em m, η é a eficiência (considerada igual 75 %):

(11) .1078,3 7

ηγ HQ

P⋅⋅⋅= −

O dimensionamento do diâmetro da tubulação de sucção e de descarga foi feito

de forma que as velocidades máximas nas linhas de sucção e descarga sejam iguais a

1,5 e 2,5 m/s, respectivamente. Assim, foram calculados os diâmetros D dos trechos das

linhas, em m, através das Eq. 13, depois de se obter, pela Eq. 12, as áreas (A) da seção

transversal das linhas, em m²:

(12) v

QA =

(13) 4

5,0

=πA

D

3.2.2.2 RESULTADOS

Inicialmente, foram calculados os diâmetros das linhas. Esses diâmetros foram

estimados de acordo com os trechos da tubulação, os quais são definidos pela vazão

que passa na linha. Observa-se que esses trechos foram determinados em relação aos

casos mais críticos. Esses trechos são mostrados na Figura 2 e na Figura 3.

Figura 2 – Trechos de sucção e descarga da tubulação para as bombas boosters

Page 18: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

18

Figura 3 – Trechos de sucção e descarga da tubulação para as bombas de transferência

Uma vez calculados os diâmetros de acordo com as equações 12 e 13 citadas

acima, determinaram-se os trechos, quantificando-se os acidentes e seus respectivos

comprimentos equivalentes. Logo após, o tipo de material foi determinado conforme a

Norma DR-ENGP-1.1 (ver Ref. [2]) de acordo com o tipo de fluido presente na linha.

Dessa forma, os seguintes dados dos trechos podem ser vistos na Tabelas 2 e 3.

Tabela 2- Dados dos trechos para bombas boosters.

Tipo Quant. Leq (m)ENT. DE TUBO 1 28,96

T DERIVAÇÃO 1 26,22

T RETO 3 8,84

CURVA 90O 2 12,8

VÁLV. GAVETA 1 5,49

SAÍDA DE TUBO 1 36,59

ENT. DE TUBO 1 21,34

VÁLV. ESFERA 1 6,1

REDUÇÃO 1 1,83

T DERIVAÇÃO 1 19,82

CURVA 90O 1 10,06

FILTRO Y 1 250,722099

SAÍDA DE TUBO 1 26,83

ENT. DE TUBO 1 18,29

RETENÇÃO 1 42,68

VÁLV. ESFERA 1 5,79

CURVA 90O 3 9,15

SAÍDA DE TUBO 1 23,78

1 D-E Aço Carbono 12 311,14 6,00

Suçcão

Descarga

2 B-C Aço Carbono 14 344,90 6,60

Acidentes

1 A-B Aço Carbono 18 444,50 24,00

Comp (m)

Trecho Segmento Material DN (in) DI (mm)

Page 19: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

19

Tabela 3 - Dados dos trechos para bombas de transferência.

Tipo Quant. Leq (m)ENT. DE TUBO 1 23,78

FILTRO DUPLEX 1 429,70

CURVA 90O 1 11,59

SAÍDA DE TUBO 1 30,49

ENT. DE TUBO 1 18,29

VÁLV. ESFERA 1 4,88

REDUÇÃO 12" x 8" 1 3,66

T RETO 3 6,4

T DERIVAÇÃO 1 18,29

CURVA 90O 1 9,15

SAÍDA DE TUBO 1 23,78

ENT. DE TUBO 1 14,94

VÁLV. ESFERA 1 4,88

EXPANSÃO 6''x 10'' 1 4,27

T DERIVAÇÃO 1 15,24

CURVA 90O 2 7,62

RETENÇÃO 1 36,59

SAÍDA DE TUBO 1 18,9

ENT. DE TUBO 1 21,34

T RETO 3 6,71

CURVA 90O 5 10,06

SAÍDA DE TUBO 1 26,83

2 E-F Aço Carbono 14 344,94 78,50

Sucção

Descarga

1 D-E Aço Carbono 10 260,35 6,50

2 B-C Aço Carbono 12 311,14 1,50

Acidentes

15,00

Trecho Segmento Material DN (in) DI (mm)Comp

(m)

1 A-B Aço Carbono 16 393,70

Com os dados da Tabela 2, da Tabela 3 e as propriedades do fluido, foi possível

calcular as perdas de carga de cada trecho. Os resultados são mostrados nas Tabelas 4

e 5, a seguir.

Tabela 4 – Perda de Carga das Bombas Boosters.

Leq total (m) ρ

(kg/m³)µ

(cP)Q

(m³/h)v

(m/s)Re Rug

(m)f h f

(m)∆P

(kgf/cm²)

0,3431

0,1343

982,20 708,00 1,27 4,60E-055850,81 0,0363 0,1139

982,20117,99 0,13431,370,04024,60E-054179,2811,29354,0094,57

94,57

Sucção

149,38 1,16

4,60E-05

Cálculo da Perda de Carga

PERDA DE CARGA TOTAL (kgf/cm²)

0,0415 2,34 0,2293

PERDA DE CARGA TOTAL (kgf/cm²)

354,00 1,05 3770,20

Descarga

336,70 982,20 94,57

Page 20: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

20

Tabela 5 – Perda de Carga das Bombas de Transferência.

Leq total (m)ρ

(kg/m³)µ

(cP)Q

(m³/h)v

(m/s)Re

Rug(m)

fhf

(m)∆P

(kgf/cm²)

0,6801

0,7197

0,04 0,88 0,0861

Sucção

0,5940

354,00 1,29 4179,28 4,60E-05

708,00

Descarga

6,050,04982,20 6605,75

PERDA DE CARGA TOTAL (kgf/cm²)

78,05 982,20

118,60 982,20 94,57 0,0338 4,3608 0,4280

PERDA DE CARGA TOTAL (kgf/cm²)

708,00 2,10 7539,52 4,60E-05

Cálculo da Perda de Carga

1,85354,00 0,29172,97190,03814,60E-054994,59

495,56

94,57982,20110,06

94,57

94,57

1,62 4,60E-05

Através das perdas de carga e das equações mencionadas no item 3.2.1.1 deste

relatório, foi possível encontrar os seguintes resultados, mostrados nas Tabelas 6 e 7, a

seguir.

Tabela 6 – Resultados para as Bombas Boosters.

Resultados Sucção DescargaP no reservatório (kgf/cm²g) 0,0 4,6

Altura estática em relação a bomba (m) 0,0 0,5Q (m³/h)ρ (kg/m³)

Pv (kgf/cm²a)

Folga de projeto (%) 25,0 25,0∆P (kgf/cm²) 0,4289 0,1678

Altura manométrica (m) -4,4 49,1Pressão (kgf/cm²g) -0,43 4,82

Diferença de pressão (kgf/cm²g)Altura manométrica total (m)

NPSH disponível (m)Eficiência (%)Potência (cv)

354,00982,20,0560

91,7375,0

5,25

5,653,4

Page 21: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

21

Tabela 7 – Resultados para as Bombas de Transferência.

Resultados Sucção DescargaP no reservatório (kgf/cm²g) 4,6 16,0

Altura estática em relação a bomba (m) 0,0 0,0Q (m³/h)ρ (kg/m³)

Pv (kgf/cm²a)

Folga de projeto (%) 25,0 25,0∆P (kgf/cm²) 0,8502 0,8997

Altura manométrica (m) 38,2 172,2Pressão (kgf/cm²g) 3,75 16,90

Diferença de pressão (kgf/cm²g)Altura manométrica total (m)

NPSH disponível (m)Eficiência (%)Potência (cv)

354,00982,20,056

229,9475,0

13,15

48,2134,0

Contudo, observa-se que esses valores são preliminares e fazem parte do projeto

básico. Logo, os mesmo devem ser ratificados na etapa de detalhamento do projeto.

3.3. SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO – SCI

O atual sistema de combate a incêndio da estação não atende à demanda

requerida com a ampliação da mesma. Por essa razão, foi elaborado um projeto de

adequação desse sistema com a finalidade de atender a essa necessidade. Na

Figura 4, é possível visualizar esse sistema de combate a incêndio.

Page 22: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

22

Figura 4 – Fluxograma do Sistema de Combate a Incêndio.

O dimensionamento desse sistema teve as seguintes bases e premissas,

levando em conta principalmente o que prevê a norma DR-ENGP-T-I-3.3 (listada

como Ref.[3]):

• Fluido: Óleo (líquido combustível classe II);

• Dimensionamento pelo maior risco isolado (Ref.[3]);

• Não simultaneidade de eventos, isto é, o dimensionamento deve ser feito

baseando-se na ocorrência de apenas um incêndio (Ref.[3]);

• Cada quadra de unidade de processo constitui um risco isolado; nos parques

de armazenamento, cada tanque constitui um risco isolado (Ref.[3]);

• O cálculo da vazão irá considerar maior risco (Ref.[3]) para:

- Resfriamento de um tanque atmosférico em chamas e dos tanques

vizinhos;

- Aplicação de espuma a um tanque e resfriamento dos tanques vizinhos;

Page 23: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

23

• Será prevista água para a produção de espuma mecânica, de acordo com os

critérios estabelecidos no item 7 da Ref.[3];

• A rede de incêndio será independente de outras redes de água e irá

abranger toda a área industrial (Ref.[3]);

• No que diz respeito à câmara de espuma, serão atendidos os critérios de

dimensionamento da norma ABNT NBR-17505-7 para tanques de teto fixo

(Ref.[3]);

• O sistema de lançamento de espuma deve proteger todos os locais sujeitos

a derramamento, vazamento de produto ou onde o produto possa ficar

exposto à atmosfera em condições de operação (Ref.[3]);

• Será considerada uma porcentagem de 3% de LGE (líquido gerador de

espuma) na água;

• Para áreas que não sejam de tanques, serão previstos, pelo menos, 2

hidrantes de solução de 2 saídas para aplicação de espuma por meio de

proporcionadores de espumas de fontes diferentes (Ref.[3]);

• Para a área da bacia de contenção, serão previstos, pelo menos, 2 hidrantes

de solução de 4 saídas por meio de proporcionadores de espumas de fontes

diferentes;

• Para os anéis das bacias de contenções dos novos tanques e dos tanques

teste serão previsto pelo menos, 4 canhões monitores de água de 4 saídas,

atuando sempre aos pares de forma a resfriar o tanque em chamas e o(s)

tanque(s) vizinhos;

• Segundo a norma ABNT NBR 17505-7 (Ref.[4]), serão considerados

vizinhos os tanques que apresentarem uma distância entre o costado do

tanque vertical em chamas e o costado (ou parede externa) do tanque vizinho

menor que 1,5 vez o diâmetro do tanque em chamas ou 15 m, o que for

maior;

• Os doze tanques de teste foram agrupados em 2 grupos de 6 tanques,

sendo a análise feita como se fossem apenas dois tanques de 120 m³ cada,

devido à vizinhança entre eles e ao fato de ser pequena (20 m³) a capacidade

dos mesmos;

• Em condições de vazão nominal, a pressão mínima de trabalho requerida no

hidrante deverá ser de 7,0 kgf/cm² (Ref.[3]);

Page 24: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

24

• A pressão de projeto da rede deve ser limitada a 1370 kPa (14 kgf/cm2)

(Ref.[3]).

De acordo com essas bases e premissas, foi possível dividir o sistema em

7 cenários isolados de evento fogo, sendo esses:

• Cenário 1: Incêndio no tanque de produção existente TQ-16;

• Cenário 2: Incêndio nos tanques de produção novos TQ-17/18;

• Cenário 3: Incêndio nos tanques de teste;

• Cenário 4: Incêndio no sistema de coleta oleosa (caixa de coleta e bomba);

• Cenário 5: Incêndio no pátio das bombas existentes;

• Cenário 6: Incêndio no pátio das bombas novas;

• Cenário 7: Incêndio na área do manifold.

Em seguida, os cálculos das vazões foram feitos para cada cenário, tendo

por base as seguintes equações:

Resfriamento de tanque em chamas:

)14( A m²min

L2Q costado⋅

⋅=

Aplicação de espuma no tanque vertical em chamas:

)15( A m²min

L4,1Q Transv. Seção⋅

⋅=

Aplicação de espuma na bacia de contenção do tanque vertical em chamas

)16( min

L200canhões de NQ o ⋅=

Resfriamento de tanque vizinho:

(17) LDπA costado ⋅⋅=

(18) g2

DπA teto ⋅⋅=

Page 25: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

25

)19( AAA tetocostadototal +=

)20( A tanquesNº3

1Q total⋅⋅=

Aplicação de espuma em outras áreas:

)21( m²min

L6,5AQ total ⋅

⋅=

As taxas usadas nas equações 14 a 21 foram retiradas da Ref. [4] e

algumas foram baseadas nas tabelas da mesma (Ver Anexo).

Após a análise das vazões de cada cenário, foi possível determinar o

cenário mais crítico, ou seja, a maior vazão requerida de água e espuma. Nessa

análise, encontrou-se que o cenário 2 foi o que apresentou uma maior vazão

requerida, sendo portanto o cálculo de suprimento de água e de LGE (espuma)

feito através dessa vazão.

Os suprimentos de água e LGE (espuma) foram determinados de acordo

com as seguintes equações:

Suprimento de água:

(22) h 2Qágua de Volume2 CENÁRIO

⋅=

Na equação acima, o tempo foi determinado de acordo com a Tabela A.2

da Ref.[3] (Ver anexo).

Suprimento de LGE:

)23(QQQmínimo Volume LINHA DAPREENC.CONTENÇÃO DE BACIA DACANHÃO ESPUMA DECÂMARA ++=

Na Eq. 23, os valores de ESPUMA DECÂMARAQ e

CONTENÇÃO DE BACIA DACANHÃOQ foram

obtidos para o cenário 2. Contudo, o valor LINHA DAPREENC.Q foi dado pelo volume da

linha.

Na Tabela 8, será possível encontrar os resultados obtidos nesse

dimensionamento.

Page 26: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

26

Tabela 8 – Resultados do Dimensionamento do Sistema de Combate a

Incêndio.

Cenário Escolhido Vazão Cenário 2

246 m³/h

Resultados

Sup.Água

482,2 m³

Sup.LGE

7 m³Cenário 2

Dessa forma, o tanque de LGE terá uma capacidade de 7 m³ e o tanque de

água para combate a incêndio uma capacidade de 482,2 m³.

3.4. SISTEMA DE AR COMPRIMIDO

O sistema de ar comprimido será responsável pela alimentação da PV (válvula de

pressão), que será instalada na descarga das bombas de transferência.

Esse sistema servirá também para manter pressurizado o sistema de detecção de

incêndio constituído por dispositivos do tipo plug fusível. Durante o evento fogo, esse

sistema será despressurizado, uma vez que irá ocorrer a fusão da liga metálica presente

no dispositivo.

Os compressores deverão ser especificados com vaso pulmão com capacidade

mínima de 0,2 m³. Recomenda-se também que o ar seja fornecido com as seguintes

características:

• Ar seco (ponto de orvalho máximo: 4 ºC @ 1030 kPa);

• Isento de óleo: < 1 ppm vol;

• Tamanho máximo de partículas: 3 µm (micrômetro).

As condições operacionais desse compressor são dadas a seguir:

• Pressão mínima no alimentador principal: 7,0 kgf/cm²g;

• Pressão máxima no alimentador principal: 10,5 kgf/cm²g;

• Pressão mínima nas extremidades da rede: 5,5 kgf/cm²g;

• Temperatura máxima: 50 oC;

• Temperatura normal: 40 oC.

Page 27: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

27

Os compressores serão acionados por motor elétrico, alimentados por

energia elétrica da rede ou por gerador elétrico, no caso de falta da primeira.

A Figura 5 mostra esse sistema de ar comprimido.

Figura 5 – Fluxograma de Produção e Sistema de Ar Comprimido.

Page 28: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

28

3.5. SISTEMA DE MEDIÇÃO

Todo o óleo recebido na Estação Coletora A passará pelo sistema de medição da

Estação Coletora B, onde este fluido será medido e computado, quantificando assim o

volume coletado.

Na Estação B, existem quatro ramais de medição e, com a ampliação, serão

adicionados mais dois ramais de medição, sendo que um deles ficará em stand by.

Os medidores existentes são do tipo deslocamento positivo e foram especificados

para uma vazão máxima de 400 m³/h. Os medidores apresentam compensação de

temperatura e pressão para correção da densidade. Dessa forma, os dois novos

medidores irão seguir as mesmas especificações dos medidores existentes.

Esse sistema de medição pode ser visualizado através da Figura 6.

Figura 6 – EMED

Page 29: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

29

4. IDENTIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS ESTUDADOS

Durante a realização do estágio, destacou-se a importância das seguintes

disciplinas do curso de Engenharia Química:

• Operações Unitárias Sólido-Fluído: Apresentou grande importância em relação

aos conhecimentos teóricos necessários para o dimensionamento das bombas;

• Transporte e Quantidade de Movimento: Forneceu uma excelente base teórica

para as análises de escoamentos, cálculos das perdas de carga e

dimensionamento das tubulações;

• Qualidade e Segurança na Indústria Química: Auxiliou na aplicação das

normas de Combate a Incêndio, cálculos de vazão de água e espuma em

sistemas fixos e nas instalações de hidrantes;

• Princípios dos Processos Químicos: Auxiliou no preenchimento dos

fluxogramas de processo;

• Instrumentação na Indústria Química: Apresentou uma excelente base teórica

para a construção de fluxogramas de engenharia e para o preenchimento de folha

de dados de instrumentos;

• Modelagem e Simulação: Foi de grande importância para a utilização dos

softwares de simulação de processos, em especial a do Aspen HYSYS.

Page 30: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

30

5. CONSIDERAÇÕES GERAIS

O estágio supervisionado na PETROENG proporcionou um grande

crescimento pessoal e técnico. O estagiário, além de lidar com as diversas áreas

da empresa, tem um aprofundamento dos conhecimentos adquiridos durante o

curso de Engenharia Química, através do setor de Processo da empresa. O auxílio

de engenheiros experientes na área traz uma contribuição enriquecedora para o

indivíduo que está ingressando no mercado de trabalho.

Além do crescimento no âmbito técnico, a empresa proporciona ao aluno o

contato com clientes através de reuniões, a execução de mais de um projeto ao

mesmo tempo e o contato com o ambiente corporativo, favorecendo assim, o

crescimento pessoal e complementando a formação acadêmica.

Page 31: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Falcon, R.; Mattos, E. E. Bombas Industriais, Editora Interciência, 2ª edição, Rio de

Janeiro (1998).

[2] DR-ENGP-1.1 – Rev. 5: Piping Standard and Material for Oil Production and Process

Facilities, 2011;

[3] DR-ENGP-T-I-1.3 – Rev. 0: Diretriz de Engenharia de Produção do E&P – Filosofia

de Segurança,2011;

[4] ABNT NBR 17505-7 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis –

Parte 7: Proteção contra incêndio para parques de armazenamento com tanques

estacionários;

[5] ABNT NBR 17505-1 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis –

Parte 1: Disposições Gerais;

[6] ABNT NBR 12615 – Sistema de combate a incêndio por espuma, 1992;

[7] ABNT NBR 13714 – Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a

incêndio;

[8] API STD: Requirements for Safe Entry and Cleaning of Petroleum Storage Tanks;

[9] NFPA 20: Standard for the Installation of Stationary Pumps for Fire Protection, 2015;

[10] N-1203 – Rev. F: Projeto de Sistemas Fixos de Proteção contra Incêndio em

Instalações Industriais Terrestres.

Page 32: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

32

GLOSSÁRIO

B

Boosters – Bombas usadas a montante das bombas de transferência, evitando assim a

cavitação destas.

G

Gasoduto – Tubulação que transporta gás natural entre estações de compressão/plataformas

ou destas para um usuário. Geralmente, reúne a vazão de diversos poços, que chegam à

estação de compressão/plataforma por meio de dutos de coleta.

H

Header – Tubulação na qual recebe a vazão de mais de uma linha do sistema.

M

Manifold – Estrutura que acomoda a vazão de diversos poços, encaminhando assim o fluido para as tubulações, as quais destinarão para os sistemas primários de produção.

O

Oleoduto – Tubulação que transporta petróleo e seus derivados líquidos.

P

PIG – Abreviatura de Pipeline Inspection Gauge, ferramenta sólida, rígida ou flexível,

destinada a ser introduzida na tubulação e deslocada pela vazão do fluido conduzido.

Tem por função a limpeza da linha.

Plug Fusível – Dispositivo sensível ao calor concebido para controlar a evacuação da

pressão, a uma temperatura pré-determinada. Ao chegar na temperatura determinada, o

mesmo faz soar um alarme de segurança.

Page 33: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

33

ANEXO

Page 34: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

34

Page 35: RELATÓRIO DE ESTÁGIO LARISSA PINHEIRO DE SOUZA … · hf Perda de carga total hfd Perda de carga nas linhas e acessórios da descarga hfs Perda de carga nas linhas e acessórios

35