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Relatório do Workshop: Cooperação Cluster -‐ Cluster -‐ DPIR0003 RELATÓRIO ELABORADO PELOS PERITOS FABIO STALLIVIERI E INÉS SAGRARIO, COM AS CONTRIBUIÇÕES DOS OUTROS PERITOS ENVOLVIDOS NAS DIFERENTES AÇÕES. INTRODUÇÃO 1. PARTICIPANTES 2. AÇÃO POSSIBILIDADES DE INTEGRAÇÃO DAS PLATAFORMAS DE
CLUSTERS EUROPEIA E BRASILEIRA 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO 2.2 ESTRUTURA E RECURSOS DAS PLATAFORMAS EUROPEIA E BRASILEIRA 2.3 LIÇÕES APRENDIDAS E PRÓXIMOS PASSOS 3. AÇÃO GOVERNANÇA EM APLS NO BRASIL 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO 3.2 DESCRIÇÃO DA AÇÃO 3.3 DISCUSSÃO NO WORKSHOP 3.4 RECOMENDAÇÕES (PRÓXIMOS PASSOS 4. AÇÃO PERSPECTIVAS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA CLUSTER X CLUSTER BRASIL-‐ UNIÃO EUROPEIA 4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO 4.2 DESCRIÇÃO DA AÇÃO 4.3 DISCUSSÃO NO WORKSHOP 5. CONCLUSÕES E ENCAMINHAMENTOS ANEXO 1: PROGRAMA DO SEMINÁRIO ANEXO 2: PARTICIPANTES NO SEMINÁRIO
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INTRODUÇÃO A partir da década de 80, a busca de um novo marco analítico e metodológico voltado para o estudo da dinâmica competitiva e da dimensão localizada do aprendizado tecnológico e da inovação resultou no desenvolvimento de múltiplas abordagens e enfoques sobre aglomerações territoriais de empresas, com os denominados clusters (USA), distritos industriais (Itália) ou polos de competitividade (França). Tais contribuições lograram demonstrar a importância de fatores culturais, políticos e institucionais associados à dimensão territorial nos padrões de aprendizado tecnológico e de inovação, numa clara contraposição aos argumentos sobre a crescente “desterritorialização” da economia contemporânea induzida pelo fenômeno da globalização. No Brasil, a partir do final dos anos 1990, foi concedida atenção especial a estas aglomerações. A ênfase no local levou ao desenvolvimento do termo, amplamente difundido, de Arranjos Produtivos Locais (APLs). O foco analítico em APLs foi desenvolvido como um novo instrumental para entender e orientar o desenvolvimento industrial e tecnológico. Entende-‐se a produção e a inovação como processos sistêmicos, que resultam da articulação de distintos atores e competências. Isso explica porque as novas políticas de desenvolvimento produtivo e inovativo visam mobilizar esses elementos, com o objetivo de ampliar a capacidade de gerar, assimilar e usar conhecimentos. Esta terminologia tem sido crescentemente utilizada tanto por grupos de pesquisa, preocupados em entender os processos de desenvolvimento característicos do atual estágio do capitalismo, como por diversas agências de políticas públicas e privadas encarregadas de promover o desenvolvimento da produção de bens e serviços. De fato, no Brasil, as políticas de apoio e desenvolvimento regional têm incorporado de forma crescente o conceito de APLs. A incorporação do conceito de APLs na agenda das políticas de desenvolvimento produtivo, regional e de geração de emprego e renda, apresentou significativos avanços relacionados ao instrumental e ao arcabouço institucional. A partir desta constatação novas ações e políticas para APLs são implementadas, norteadas tanto pelas experiências internas, quanto, por ações exitosas implementadas em outros países, mais especificamente os integrantes da União Europeia (U.E.). Neste sentido, diversas ações de
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colaboração entre instituições brasileiras e europeias foram implementadas, com o intuito de ampliar o estoque de conhecimento, através da troca de experiências entre as instituições. Mais especificamente estas ações estão inseridas no “Projeto Diálogos Setoriais Brasil União Europeia” e se incluem dentro do âmbito do Memorando de Entendimento, assinado em 2011, entre a Comissão Europeia e o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Na U.E., a experiência com as políticas de clusters (o equivalente europeu aos APLs no Brasil) tem evoluído também nos últimos dez anos1, desde programas iniciais que visavam a apoiar os clusters, a programas atuais onde se utiliza a ferramenta cluster para maximizar o potencial inovador das pequenas e medianas empresas nos clusters. O principal programa realizado nos últimos três anos foi denominado Cluster Excellence (www.cluster-‐excellence.eu) que inclui uma plataforma de colaboração (European Cluster Collaboration Platform), um prêmio de qualidade em cluster management embasado em uma metodologia de benchmarking, o desenvolvimento de materiais adaptados para programas de formação de cluster managers e policymakers, e um “Clube de cluster managers” onde se entrega um prêmio ao melhor cluster manager a cada dois anos. A colaboração entre clusters é potencializada pela U.E. por meio do reconhecimento de que a inovação frequentemente acontece nas fronteiras entre setores, nas denominadas indústrias emergentes. Nesse sentido, a U.E. passou a trabalhar com áreas temáticas – em vez de setores mais rígidos – que permitam abarcar a fronteira difusa entre os setores, facilitando o intercâmbio e potencializando a inovação. Outro aprendizado1 na Europa refere-‐se à importância de promover parcerias e colaborações, e não somente networking. Para que essas parcerias obtenham os resultados esperados é importante que os cluster managers tenham a capacitação adequada. Nos esforços realizados para promover o desenvolvimento e inovação dentro dos clusters, é também importante promover a excelência, e para isso é importante escolher a melhor metodologia e não dispersar esforços e exigir elevados níveis de qualidade a todos os participantes das ações. O enfoque desses esforços é o mais abrangente possível, não correndo o risco de restringir a atuação aos mesmos países, pois certamente existe talento e capacidade inovadora em todos os estados membros da U.E.. Porém, verifica-‐se nos dias atuais 1 Aprendizados apresentados pelo Dr. Reinhard Büscher, da DG Empresa e Indústria da EU na introdução do seminário.
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que somente 15% dos clusters na U.E. estão prontos para colaborar internacionalmente, uma vez que antes de fazer esforços em cooperação internacional, eles devem atingir níveis de excelência em gestão que permitam a eles aproveitar a internacionalização em toda a sua amplitude. Diante deste contexto, este relatório refere-‐se à sistematização da ação referente à realização do Workshop Brasil -‐ União Europeia de Cooperação Cluster x Cluster. O referido workshop2 foi realizado nos dias 12, 13 e 14 de novembro de 2012, nas dependências do Ministério do Desenvolvimento, indústria e Comércio Exterior, em Brasília. O objetivo geral do workshop foi “promover a cooperação Cluster x Cluster Brasil -‐ União Europeia, com vistas a compartilhar informações, ferramentas e experiências na promoção da excelência em clusters entre instituições relacionadas à temática de desenvolvimento de clusters, assim como fortalecer e promover a cooperação empresarial de pesquisa e tecnológica entre clusters da União Europeia e do Brasil”. Mais especificamente o workshop pretende: a) Estabelecer vínculos de cooperação técnica entre instituições
responsáveis pela gestão da política regional da U.E. e instituições brasileiras congêneres;
b) Desenvolver uma agenda de cooperação entre clusters no Brasil e na Europa com maior potencial para desenvolvimento de projetos bilaterais;
c) c) Divulgar o resultado dos Estudos aos órgãos e entidades do governo
brasileiro, aos Núcleos Estaduais e atores locais. Ressalta-‐se que, durante o workshop, foram apresentados e debatidos os resultados das três ações de cooperação desenvolvidas no âmbito do Projeto Diálogos Setoriais Brasil União Europeia. A primeira Ação3, intitulada “Integração de dados dos Observatórios de APLs/Clusters”, foi configurada para aprofundar o conhecimento das plataformas europeias sobre clusters e identificar potenciais possibilidades de integração, com o
2 O programa do seminário é apresentado no Anexo 1 deste relatório. 3 Seguindo a ordem de apresentação do workshop.
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Observatório Brasileiro de APLs. O estudo foi elaborado pelo perito sênior externo Rainer Sträter, em parceria com o perito sênior local Daniel Guedes. O especialista europeu apresentou durante o seminário técnicas e metodologias utilizadas pelo Observatório Europeu de cluster e da Plataforma de Colaboração Europeia de clusters para a gestão da informação e do conhecimento em clusters. Já o especialista local apresentou, juntamente com o perito europeu, as possibilidades e o potencial de cooperação entre as plataformas. A Ação “Governança: Intercâmbio em Gestão de Clusters”, a segunda apresentada no workshop, foi realizada pela perita local Silvana Parente e pelo perito externo Leonardo Piccinetti. Desenvolvida com base na visita a 5 (cinco) APLs em 5 (cinco) Estados brasileiros, para conhecer a realidade local em termos de governança e emitir relatório sobre o tema, bem como apontar possibilidades de avanço em gestão do processo de desenvolvimento. A concepção deste projeto originou-‐se no escopo da missão técnica realizada à União Europeia em maio de 2010, quando observou-‐se o potencial de intercâmbio de experiências entre o Brasil e a União Europeia na gestão de clusters/APLs, especificamente, no que tange a “clusters administration” e aos “clusters managers”. A terceira ação apresentada no workshop, diz respeito à realização de um Estudo sobre Perspectivas de Cooperação Técnica Cluster X Clusters Brasil-‐União Europeia. Nesta ação, a perita externa Inés Sagrario e o perito local Fabio Stallivieri realizaram um mapeamento dos clusters mais estruturados e consolidados no Brasil e na Europa, apontando possibilidades de cooperação clusters-‐cluster entre as duas partes. Este mapeamento gerou um conjunto de bancos de dados, com APLs brasileiros e clusters da U.E., que, a partir do cruzamento das informações, serviram de base para o estudo sobre as possibilidades de cooperação e/ou complementariedade entre os clusters do Brasil e da União Europeia. Além da análise dos dados, o estudo, realizado pelos dois peritos conjuntamente, apresentou um diagnóstico técnico, com a caracterização dos APLs/Clusters e montagem de possíveis cenários futuros.
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1. PARTICIPANTES O seminário contou com uma participação variada que se detalha no Anexo 2. Os participantes, por filiação institucional, podem-‐se agrupar da seguinte forma: • Representantes oficiais da União Europeia e o MDIC;
• Representantes de clusters europeus de referência (TIC e Mídia de
Baden-‐Württemberg, Biotecnologia em Catalunha, Mecatrônica em Reggio Emília);
• Representantes de APLs brasileiros (TI e Audiovisual de Recife, TI de
Londrina, Equipamentos Médicos Ribeirão Preto, Biotecnologia em Belo Horizonte);
• Representantes dos Núcleos Estaduais de APLs; • Representantes de instituições brasileiras que integram o GTP APL.
Para facilitar a compreensão do workshop, optou-‐se por apresentar de forma separada a dinâmica assumida pela apresentação e discussão de cada uma das ações anteriormente mencionadas. Neste sentido, a segunda seção destaca os resultados referentes à Ação “Integração de dados dos Observatórios de APLs/Clusters”. A terceira seção destaca a ação Governança em APLs no Brasil. A ação referente a Perspectivas de Cooperação Técnica Cluster X Clusters Brasil -‐ União Europeia é foco da quarta seção. Por fim a quinta seção tece algumas conclusões e encaminhamentos discutidos no enceramento do workshop.
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2. AÇÃO “INTEGRAÇÃO DE DADOS DOS OBSERVATÓRIOS DE APL/CLUSTER”4 2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO A concepção de Arranjos Produtivos Locais (APLs) trouxe avanços para a construção de arcabouços institucionais, programas de desenvolvimento e até de novas predisposições cognitivas de atores sobre a relação entre o espaço e o desenvolvimento. Esse movimento decorre, em grande parte, da falência da concepção de implementação de estratégias de desenvolvimento top-‐down. Todavia, se, por um lado, modelos estruturais tradicionais não têm mais fôlego para projetar um processo de longo prazo de desenvolvimento, por outro, ainda se carece de uma maior interação de atores públicos e privados na formulação de instrumentos e implementação de ações nesta nova abordagem. Do ponto de vista tático, um primeiro passo para a consolidação de uma Política Nacional de APLs é a sistematização das iniciativas existentes para APLs no Brasil, com o mapeamento dos atores e a construção de uma rede de apoio – sociedade, parlamento, órgãos de fomento e fazendários, associações empresariais. A construção de um sistema de gestão de conhecimento em APLs, como forma de difundir pesquisas e boas práticas, acompanhar e avaliar projetos, aumentar a eficiência e evitar a superposição e falta de coordenação entre as iniciativas governamentais e privadas, coloca-‐se como estratégico na estruturação sistêmica de uma Política Nacional de Apoio aos APLs. Para a realização de tal projeto, está em construção uma parceria estratégica com instituições que agreguem, ao mesmo tempo, capacidade operacional de desembolso, para viabilização de projetos estruturados nessa lógica de ação pública, e experiência em construção de sistemas de gestão e monitoramento de ações, resultado de parceria entre as instituições do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL), com a sinergia de recursos e expertise. 4 Esta seção foi desenvolvida com base no resumo da ação apresentado e redigido pelo perito sênior local Daniel Guedes e pelo perito sênior externo Rainer Sträter.
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A presente ação objetiva promover o maior conhecimento sobre a experiência europeia acerca do European Cluster Observatory, sistema gerido pelo Centro de Estratégia e Competitividade (CSC) da Faculdade de Economia de Estocolmo, e financiado pela Comissão Europeia, DG Empresas e Indústria, no âmbito da iniciativa Europe INNOVA, Competitividade e Inovação (CIP), que visa estimular a competitividade das empresas europeias. O Observatório fornece uma ampla variedade de dados sobre clusters na Europa e está dividido em três seções principais: mapeamento de cluster, biblioteca e capacitação. OBJETIVOS GERAIS O projeto objetiva promover a integração de dados dos Observatórios de APLs/Clusters Brasil -‐ União Europeia, com vistas a compartilhar informações, ferramentas e experiências na promoção da excelência em clusters entre instituições relacionadas à temática de desenvolvimento de clusters, assim como fortalecer e promover a cooperação empresarial de pesquisa e tecnológica entre clusters da União Europeia e do Brasil. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Identificar possibilidades de integração entre as plataformas brasileira e europeia apresentando uma sugestão de abordagem técnica. • Identificar benefícios, desvantagens e riscos de cada possibilidade de integração, assim como fornecer uma estimativa de esforço necessário para implementação. • Apresentar sugestão de sequência de implementação dos casos de integração baseando-‐se nos critérios de relevância, complexidade e benefícios.
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2.2. ESTRUTURA E RECURSOS DAS PLATAFORMAS EUROPEIA E BRASILEIRA As duas plataformas são muito similares possuindo essencialmente os mesmos recursos. Essa similaridade permite que um alto grau de integração possa ser implementado. A geolocalização de clusters em mapas, notícias e eventos, blogs, wikis, listas de contatos, busca integrada, documentos compartilhados, documentos de boas práticas, comunidades, perfis de usuários e clusters e fóruns de discussões são alguns dos recursos existentes nas duas plataformas. 2.2.1. POSSIBILIDADES DE INTEGRAÇÃO MAPEAMENTO DE ORGANIZAÇÕES DE CLUSTER Apresentar através de um mapa os clusters da outra plataforma juntamente com os clusters da plataforma de origem é garantir a exposição tanto dos clusters e dos empreendimentos para além das fronteiras nacionais. TROCA DE ATIVIDADES E ATUALIZAÇÕES PÚBLICAS DAS PLATAFORMAS As duas plataformas fornecem uma lista das atividades realizadas pelos usuários de forma que possam acompanhar o que acontece na rede. A disponibilização da lista de atividades públicas de uma plataforma na outra permitirá uma maior aproximação entre os usuários das duas redes de forma que os usuários de um lado tomem conhecimento do que acontece na outra plataforma. BUSCA ENTRE AS PLATAFORMAS Ambas as plataformas fornecem uma ferramenta integrada de busca para os seus usuários de forma a permitir que estes acessem rapidamente todo o conhecimento mantido nas redes a partir de um único local. Permitir aos usuários realizar buscas na outra plataforma, a partir da sua própria plataforma, é fornecer aos usuários um novo universo de conhecimento.
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RELACIONAMENTO DE ENTRADAS DE BLOG Os blogs são ferramentas que permitem aos usuários compartilharem experiências e informar a respeito de novidades. Relacionar entradas de blogs fornece aos usuários acesso rápido a conteúdos relacionados originários da outra plataforma. LISTA DE CONTATOS A lista de contatos permite acesso rápido e direto às pessoas com as quais os usuários mais se relacionam. A integração da lista de contatos permitirá que usuários de uma plataforma adicionem pessoas da outra plataforma à sua lista, estabelecendo assim um vínculo permanente. SEGUIR USUÁRIOS POR MEIO DAS PLATAFORMAS Seguir uma outra pessoa significa estar atualizado a respeito das atividades que essa pessoa exerce dentro da plataforma. Oferecer aos usuários de uma plataforma a possibilidade de seguir pessoas da outra plataforma é permitir que estes possam acompanhar informações do seu interesse. TROCA DE ATUALIZAÇÕES DE COMUNIDADES Da mesma forma que a plataforma fornece uma lista de atividades e atualizações públicas da rede, ela também fornece uma lista do que acontece em uma comunidade. Disponibilizar uma lista de atualizações em uma comunidade da outra plataforma com tema relacionado aproxima os usuários que possuem interesses em comum. COMUNIDADES ATRAVÉS DAS PLATAFORMAS Existem em ambas as plataformas, europeia e brasileira, comunidades temáticas que tratam de assuntos similares. Fornecer a possibilidade de que pessoas de ambas as plataformas possam colaborar dentro de uma mesma comunidade, comunidade tal que atravessaria os limites de cada plataforma, é permitir uma colaboração sem fronteiras entre brasileiros e europeus.
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BENCHMARKING O compartilhamento de informações a respeito do desempenho dos clusters europeus e brasileiros pode trazer diversos benefícios para ambos os lados, porém, os esforços necessários para compatibilizar os indicadores de desempenho de ambos os lados tornam essa integração não trivial, mesmo que tecnicamente não seja difícil. 2.3. LIÇÕES APRENDIDAS E PRÓXIMOS PASSOS Com a experiência adquirida no desenvolvimento das plataformas de cluster, foi formulada uma lista de lições aprendidas, as quais devem ser observadas durante a implementação dos casos de integração: • Deve-‐se ter um entendimento claro do grupo alvo de usuários das plataformas; • Iniciar as plataformas com limitados recursos chaves e evoluir em pequenos passos e continuamente; • Somente disponibilizar novos recursos que estejam bem testados para evitar desapontar os usuários; • Prover aos usuários uma navegação intuitiva, fácil de entender; • Evitar conteúdos redundantes; • A qualidade e a atualização das informações são cruciais para garantir o retorno dos usuários; • Não subestimar os esforços de marketing, iniciais e posteriores, necessários. Em contrapartida com base nas lições apreendidas durante o estudo e os encaminhamentos desenvolvidos no workshop sugere-‐se os seguintes desdobramentos: 1. Identificar as possibilidades de integração que sejam mais relevantes dentro do âmbito da gestão do conhecimento em clusters.
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2. Realizar estudo detalhado dos esforços necessários à implementação dos casos de integração e levantar requisitos com vistas a especificar os casos de uso. 3. Iniciar o processo de implementação utilizando-‐se de uma abordagem contínua empregando-‐se metodologias de gestão de projetos e desenvolvimento ágil, realizando a cada iteração o acompanhamento dos benefícios sentidos pelos usuários finais.
3. AÇÃO GOVERNANÇA DE APLS NO BRASIL5
3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO No Brasil, os Arranjos Produtivos Locais (APLs) passaram a ser objeto da atenção de inúmeras instituições de planejamento, pesquisa e fomento, tanto nacionais quanto internacionais, além de governos estaduais e municipais. Contudo, ainda, desconhece-‐se com precisão o papel a ser desempenhado por cada escala nesse processo de apoio ao desenvolvimento destes aglomerados. Por outro lado sabe-‐se que cada APL tem sua história e cultura locais, o que implica em estruturas de governança também diferenciadas. O desenho de políticas de apoio a APLs deve considerar os aspectos históricos culturais de sua formação, seus estágios de desenvolvimento e maturidade, daí porque a análise da governança é fundamental. Como são distintas as formas como se organizam os aglomerados e como as empresas se relacionam com os organismos governamentais, sabe-‐se que também são distintas as estruturas de governança em cada APL. A presente ação objetivou promover, por meio de missão de estudo a 5 (cinco) APLs brasileiros, uma maior conscientização acerca do papel da
5 Esta parte do relatório foi desenvolvida com base no resumo da ação redigida pelo perito sênior externo Leonardo Piccinetti e pela perita sênior local Silvana Parente.
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governança no processo de desenvolvimento local e um maior conhecimento sobre as experiências, europeia e brasileira, acerca do tema. 3.2. DESCRIÇÃO DA AÇÃO Dois especialistas, um perito sênior externo e um local, realizaram visita de estudo a 5 (cinco) APLs em 5 (cinco) estados do Brasil, para conhecer a realidade local em termos de governança e emitir relatório sobre o tema. Segue a lista de APLs visitados: • TIC em Recife / PE; • Equipamentos Médico-‐Hospitalar-‐Odontológico em Ribeirão Preto / SP; • Biotecnologia em Belo Horizonte / MG; • Metal-‐Mecânico Oeste Fluminense / RJ; • Apicultura e Mel em Picos / PI. Em seguida foram identificados clusters europeus nos segmentos visitados que poderiam contribuir com sua experiência de governança para se apresentarem no workshop realizado no Brasil: • Cluster TIC MFG Innovation Agency da Alemanha, • Cluster Biocat da Catalunha-‐Espanha, • Cluster Mecatrônica em Reggio Emilia – Itália.
A partir da Missão de Estudo e do Seminário, foi produzido o Relatório final da ação com as experiências visitadas e os debates sobre o tema da governança havidos no Workshop, inclusive com recomendações para o intercâmbio de experiências entre o Brasil e a União Europeia na gestão de clusters/APLs, especificamente, no que tange a cluster administration e aos clusters managers. 3.3. DISCUSSÃO DO WORKSHOP A análise da governança dos APLs brasileiros foi apresentada pelos peritos e pode ser resumida a seguir:
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1. Necessidade de se nivelar conceitos e indicadores sobre governança em APLs;
2. Cada APL construiu sua estrutura de governança em função de sua estrutura empresarial e de sua evolução histórico-‐cultural;
3. Três aspectos foram analisados e sistematizados conforme a Tabela 1 a baixo: a estrutura empresarial do aglomerado, mecanismos de coordenação -‐ como se organizam as relações entre empresas e com o setor público e políticas públicas com enfoque em APLs. Tabela 1 – Aspectos das governanças analisados e sistematizados
Fonte: Elaboração própria dos peritos.
4. O APL de TIC em Recife, por ter nascido de spin off da Universidade e devido ao elevado nível de empreendedorismo e segmentação do mercado do segmento de TIC, apresenta alto nível de cooperação privada e especialização. As pequenas empresas tem seu espaço e cooperam com as grandes empresas. O setor público estadual entrou depois, criando uma
TIC EMHO Metal-mecanico BIOTEC Apicultura
Estrutura - 200 pequenasempresas;- 4 gradesinternacionais;- CESAR;- Segmentosespecializados;-Elevada Cooperação.
- 69 empresas;- 80% pequenas;- 20% médias;Baixa Cooperação.
- CSN;-Empresas âncorasautomotriz + 471 metal-mec. + 79 plásticoCooperação específica:fornecedores e empresasâncoras.
- 57 empresas pequenas;-Segmentos especia-lizados.
Média cooperação
-1.600 agricultores cooperados+- Unidade Institucional+CENTAP-‐Cooperaçãovertical
Coordenação - OSCIP;- Núcleo de Gestão doPorto Digital(NGPD);
FundaçãoMunicipal;FIPASE (CEDINA+3Incubadoras+NúcleoTecnológico).
- Sindicato;- METALSUL+SEBRAE+FIRJAN.
- AMBIOTEC (30empresas);Associação Civil dedireito Privado +FIEMG+SEBRAE+SEDE (MG).
- CASA APIS;-CooperativaCentral +9-Cooperativas-Conselho Consultivo-Camara Setorial de Apicultura.
Política Pública - Governo PE;Porto Digital -Revitalização urbanaAPL TIC + APLEconomiaCriativa;- Programa PRO APLcom BID.
- Prefeitura;- Governo SP;-Parque TecnológicoUSP.
- SEDEIS – RJ;- Problemas de infraestrutura e Meio Ambiente.
- Governo MG temSuperintendência deAPL e Programa com oBID.
- SEDEC – PI;FBB;Sebrae;CODEVASF.
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ambiência favorável ao empreendedorismo, à infraestrutura urbana e aos incentivos fiscais, além do marketing territorial e setorial do segmento. 5. Já no APL de EMHO de Ribeirão Preto, convivem pequenas e médias empresas, as pequenas empresas nasceram de turn-‐over de profissionais, muitos dos quais abriram suas próprias empresas, gerando conflitos pessoais nessa movimentação que dificultam o desenvolvimento de relações de cooperação horizontais. O setor público municipal criou instância de gestão para apoiar o aglomerado, a qual estimula à ação conjunta, a captação de recursos, a aproximação entre universidade e empresa e a articulação com outros atores governamentais tais como o Governo do Estado, o SEBRAE, a FINEP e o CNPQ. 6. O APL de Biotecnologia de BH, composto de pequenas empresas de base tecnológica que nasceram das incubadoras universitárias e de profissionais aposentados da Universidade, também tem uma estrutura empresarial horizontal. Começaram a se organizar mais recentemente ao criar uma associação de empresas do segmento de biotecnologia, na ambiência da Federação das Indústrias e com o apoio desta. O Governo estadual tem estimulado o setor com seu Programa de Apoio aos APLs. Já o SEBRAE, inicialmente apoiou o segmento, mas atualmente não os apoia mais, alegando que como as empresas já tem faturamentos maiores, não se enquadram mais no foco de sua ação.
7. O APL metalmecânico do Médio Paraíba fluminense, historicamente criado a partir da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e em seguida por grandes empresas do setor automotivo que foram atraídas para a região, tem uma estrutura de governança peculiar. Não existe uma instância de governança formalizada, apenas um acordo firmado entre os atores-‐chave (FIRJAN, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado RJ e Metalsul, que representa as pequenas empresas), do qual não participa as grandes empresas. Entretanto, esses atores juntos tem conseguido atrair as grandes empresas em rodadas de negociação com fornecedores de pequeno porte. Os atores-‐chave não tem tido força para resolver problemas cruciais de infraestrutura e sustentabilidade ambiental. 8. O APL de apicultura/mel do Piauí tem uma estrutura empresarial diferenciada, formado por 9 cooperativas singulares de agricultores familiares, as quais constituíram uma cooperativa central, para quem fornecem o mel que é beneficiado pela cooperativa central (Casa Apis). A cooperativa Central detentora da estrutura industrial de beneficiamento é
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de propriedade, portanto, das cooperativas singulares, com uma relação capital/trabalho diferenciada e caracterizada por princípios da economia solidária. O APL , entretanto, é ainda muito dependente do apoio de serviços do poder público. Tem contado com apoio da Fundação Banco do Brasil, com assistência técnica especializada do SEBRAE e de infraestrutura (obras e equipamentos) do Ministério da Integração, através da CODEVASF. O Governo do Estado reconhece a valoriza o APL com apoio na articulação das políticas públicas federais no Estado. A relação entre universidade e produtores não existe. 9. Em termos de modelo jurídico-‐institucional das instâncias de coordenação dos APLs, encontramos níveis de organização distintos. Duas instâncias de gestão mais profissionalizadas tais como o NGPD-‐Núcleo de Gestão do Porto Digital de Recife e a FIPASE-‐Fundação Polo Avançado de Serviços de Saúde. Ambas contam com profissionais (gestores de APL) de alto nível, tanto do ponto de vista da gestão quanto do grau de conhecimento específico do segmento. Ambas são formalizadas juridicamente, sendo que a primeira na modalidade de OS (organização social) que mantém contrato de gestão com o Governo do Estado, e tem desenvolvido outros projetos com parceiros diversos do setor público e do setor privado, com autonomia de gestão. A segunda, a FIPASE, foi formalizada como fundação pública de direito privado, por iniciativa da Prefeitura Municipal, a qual tem sido responsável pela manutenção de atividades básicas da entidade (incubadora e laboratório) e mobilização dos demais parceiros governamentais e lideranças do setor privado. Esses dois APLs, não por acaso, são APLs de alto nível tecnológico. 10. Dois APLs de segmentos tradicionais – metalmecânico RJ e apicultura no Piauí têm instâncias de coordenação não formalizadas e, por consequente, não profissionalizadas em termos de gestão de APL. A coordenação do APL metalmecânico do RJ é liderada pelo sindicato empresarial Metalsul, afiliado da FIRJAN, e mediante acordo firmado com o Governo do Estado e SEBRAE, desenvolvem ações de apoio com a abordagem de APL. As grandes empresas não fazem parte desse acordo e não são afiliadas do Sindicato Metalsul. Já o APL de apicultura, tem sua instância de governança liderada pela própria cooperativa central que coordena as demais cooperativas e se articula com os parceiros públicos através de um Conselho Consultivo na escala local e outro na escala Nacional (onde participam representantes de entidades do governo federal). As decisões de negócios são ainda muito centralizadas na
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Diretoria da cooperativa Central, em especial na figura do seu presidente eleito. 11. Por último, mas não menos importante, está o modelo de governança do APL de Biotecnologia de BH. Os empresários do setor decidiram criar uma associação empresarial específica, que os diferenciasse do setor farmo-‐químico no interior da FIEMG, a AMBIOTEC. A entidade ainda é jovem e pretende se transformar em um sindicato para ter mais poder dentro da FIEMG e ter mais influência política externa. A AMBIOTEC está iniciando seu processo de profissionalização, já conta com um gestor profissional contratado que tem organizado comissões temáticas para atuação conjunta, apoiando a elaboração de projetos na área de formação e inovação. A AMBIOTEC ainda depende muito do apoio do Governo do Estado, o qual, junto com a FIEMG desenvolve um Programa de Apoio a APLs que contempla o segmento de Biotecnologia de BH. 12. Em suma, embora saibamos que o modelo jurídico não seja o fator mais relevante para uma boa governança do APL, sua constituição deve favorecer a cooperação privada e a parceria com os poderes públicos, inclusive em termos práticos com respeito ao repasse de recursos públicos para entidades privadas, o que tem sido um problema na legislação brasileira. 13. A relação Universidade-‐empresa a existência de projetos conjuntos de inovação ainda é frágil na maioria dos APLs, com problemas de propriedade intelectual, o que está a exigir uma maior profissionalização da gestão na perspectiva de cluster. 14. O desafio da internacionalização, para aqueles APLs que assim desejam, também exigem uma maior profissionalização da gestão de clusters das parcerias público-‐privadas. 15. Da mesma forma, as políticas públicas pró-‐cluster (aquelas que levam em conta o coletivo e as especificidades do aglomerado) ainda são incipientes no Brasil, seja em nível federal, estadual ou municipal. Posteriormente à apresentação dos peritos, os representantes dos clusters europeus e dos APLs brasileiros fizeram breves apresentações sobre o trabalho desenvolvido com as empresas. Mesmo que as apresentações dos clusters europeus não tenham se centrado na questão da governança em si, pelos debates no workshop, percebe-‐se uma maior
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profissionalização dos clusters apresentados em termos de gestão de cluster. O mesmo acontece em termos de política pró-‐cluster, onde a União Europeia já acumula mais experiências que o Brasil, embora enfrente os mesmos problemas de governança. Durante a discussão que seguiu às apresentações, ocorreu um debate intenso sobre a viabilidade de aplicar a metodologia de benchmarking (o rótulo de qualidade) para cluster management desenvolvido pelo Cluster Excellence. De uma extensa lista de indicadores considerados pela metodologia de benchmarking, poderiam ser selecionados os mais adequados ao contexto de gestão dos APLs e permitir assim uma base homogênea de comparação em quanto a excelência na gestão dos clusters e os APLs entre a U.E. e o Brasil. A implementação de indicadores pode colaborar para a melhor avaliação das ações, bem como para o êxito das mesmas. Essa ferramenta poderia adicionalmente permitir identificar áreas especialmente deficientes por parte gestores de APLs no Brasil, colaborando no desenho de programas de formação mais focados. 3.4. RECOMENDAÇÕES E PRÓXIMOS PASSOS Diante do exposto, os peritos apresentaram as seguintes recomendações para futura cooperação Brasil-‐União Europeia: Dois temas podem ser objeto da cooperação: gestão de cluster (iniciativas locais) e políticas públicas pró-‐cluster (âmbitos nacional e estadual). Em primeiro lugar, deve-‐se promover através do GTP-‐APL a discussão sobre os dois temas: as experiências de governança no Brasil e os desafios da profissionalização de gestores de cluster, as experiências de políticas públicas pró-‐cluster e as necessidades de capacitação de gestores de política pró-‐cluster, com vistas a envolver as instituições parcerias, no nível federal, sobre as necessidades de cooperação inicialmente identificadas. Da mesma forma com a presença dos núcleos estaduais. No tema de políticas, é necessário fazer a troca de experiências, através de seminários no Brasil com a participação de gestores de políticas na Europa e visitas de gestores públicos a experiências europeias. Além disso, foi consenso que é preciso capacitar tanto gestores públicos em nível
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estratégico quanto gestores públicos em nível de implementação das políticas. Quanto ao tema da gestão de cluster, em nível local, parece ser consenso de que, mesmo não sendo possível um modelo único de excelência, é salutar fazer benchmarking de gestão de cluster, com um check list de indicadores para medir boas práticas em governança no Brasil e sua disseminação. Da mesma forma, é consenso sobre a necessidade de promover a capacitação de gestores de cluster, com vistas a contribuir com sua profissionalização. Considerando que já tem experiências de formação de gestores de cluster no Brasil (RedeSist e universidades brasileiras), recomenda-‐se que as atividades da cooperação venham fortalecer e ampliar essas iniciativas brasileiras, com a ação conjunta e formação de multiplicadores. Considerando que o Sistema Indústria no Brasil ainda trabalha e se organiza pelo recorte setorial, é preciso inserir a abordagem de cluster e desenvolvimento territorial no interior das organizações do Sistema Indústria, envolvendo seus profissionais e lideranças empresariais nas ações de cooperação acima identificadas. Especificamente sobre os resultados da missão de estudo, as experiências do Governo do Estado de Minas, que tem uma Superintendência e um Programa de Apoio aos APLs no Estado, em parceria com o sistema indústria, e a iniciativa da Prefeitura de Ribeirão são exceções e constituem-‐se em boas práticas a serem estimuladas. Igualmente, a organização sindical com abordagem de APL, como é o caso da AMBIOTEC, poderia ser estimulada no interior do Sistema Indústria no Brasil. O modelo de organização de produtores em cooperativas singulares e cooperativas centrais como no caso da Casa Apis pode ser fortalecido e apoiado quando a formação do segmento produtivo assim o permitir. Os pequenos produtores no meio rural ainda precisam do apoio de atores governamentais para construir seus serviços de apoio ao segmento. É preciso estimular a formação de redes de negócios e redes de inovação e para tanto é necessário firmar acordos de cooperação técnico-‐financeira público-‐privada que atendam as necessidades específicas do APL, além da formação em gestão empresarial e na perspectiva de cluster. Por fim, as ações de cooperação futura devem levar em conta as diferenciações de cluster entre regiões e segmentos da indústria e da
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agropecuária no Brasil, inclusive quanto a oportunidade de se utilizar a abordagem de cluster para o desafio brasileiro de inclusão sócio-‐produtiva e para o desafio Europeu de adoção de políticas ativas de emprego (anti-‐crise) a partir de seus aglomerados regionais.
4. AÇÃO PERSPECTIVAS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA CLUSTER X CLUSTER BRASIL - UNIÃO EUROPEIA 4.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA AÇÃO A ação “União Europeia e Brasil: cooperação cluster x cluster” configura-‐se na elaboração de um estudo de mapeamento dos clusters mais estruturados e consolidados no Brasil e na União Europeia, de modo a possibilitar a identificação das partes e viabilizar cooperações. Consideram-‐se clusters mais estruturados e consolidados as aglomerações de empresas, localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Portanto, o principal objetivo da ação é “promover a cooperação Cluster x Cluster Brasil -‐ União Europeia (EU), com vistas a compartilhar informações, ferramentas e experiências na promoção da excelência em clusters entre instituições relacionadas à temática de desenvolvimento de clusters, assim como fortalecer e promover a cooperação empresarial de pesquisa e tecnológica entre clusters da União Europeia e do Brasil.” Esse objetivo se concretiza em: • Estabelecer e/ou reforçar vínculos de cooperação técnica entre
instituições responsáveis pela gestão da política regional da U.E. e instituições brasileiras congêneres. Esses vínculos poderão ser no nível Brasil (Federal) – UE (supranacional), Brasil (nacional) – Países membros (nacional), ou Estados brasileiros – Regiões Europeias.
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• Elaborar um Estudo com o mapeamento dos clusters mais estruturados e consolidados no Brasil e a identificação dos clusters europeus mais relevantes para estabelecer projetos de cooperação que permitam (a) compartilhar melhores práticas no nível das governanças e (b) influenciar diretamente o posicionamento estratégico e mercadológico das empresas nos clusters brasileiros.
Esta ação foi desenvolvida por um perito sênior local, Fabio Stallivieri, e por uma perita sênior externa, Inés Sagrario. Ainda cabe desatacar, que o foco analítico e metodológico de Arranjos Produtivos Locais, da forma que foi interpretado e adequado para implementação de ações de apoio no Brasil, vem priorizado estruturas produtivas marcadas pela forte presença de micro e pequenas empresas. Em sua maioria, os APLs identificados e que são foco de apoio de ações governamentais e/ou de outras esferas institucionais, possuem em sua estrutura produtiva, uma forte concentração de empresas de menor porte. Não cabe aqui analisar se este enfoque esta sendo utilizado corretamente pelos formuladores de política ou pelas instituições de apoio. Ressalta-‐se, apenas, que a maioria doa APLs destacadas e analisadas no estudo, em função desta característica, constata-‐se a forte presença empresas de menor porte. 4.2. DESCRIÇÃO DA AÇÃO O estudo em questão demandou a elaboração de um conjunto de Banco de Dados, a partir dos quais foi possível identificar os APLs brasileiros e europeus com possibilidade de cooperação. O primeiro Banco de Dados (BD1) objetivou fornecer à equipe de pesquisa uma visão abrangente sobre o universo de APLs brasileiros. As informações que deram origem a este banco de dados foram obtidas a partir da aglutinação dos arranjos produtivos identificados nos projetos de pesquisa Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-‐oeste do Brasil e Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Norte e Nordeste do Brasil6. Adicionalmente, as informações obtidas nestes dois estudos, foram “cruzadas” com a base de
6 Disponível em: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/Apoio_a_estudos_e_pesquisas/BNDES_FEP/pesquisa_cientifica/apls.html.
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APLs do GTP-‐APLs/MDIC. Como resultado deste processo foi elaborado um banco de dados contendo o universo de APLs brasileiros (BD1). O segundo Banco de Dados (BD2) foi desenvolvido a partir das informações agrupadas no BD1. Foram aplicados alguns filtros no BD1 os quais permitiram identificar os APLs mais estruturados que integrariam o BD2. Ressalta-‐se que os APLs selecionados para o BD2, deveriam atender um critério inicial, qual seja, serem APLs estruturados e com potencial de colaboração com os clusters da União Europeia. Adicionalmente, o BD2 também deveria contemplar ao menos 1 APL por Estado da Federação, segundo requerimento do MDIC. O BD2 é composto por um total de 84 APLs, sendo que destes 33 desenvolvem atividades de base industrial, 21 de base agroindustrial, 8 de serviços, 17 de turismo e artesanato e 5 de base mineral. Em relação à localização geográfica dos mesmos, foi identificado ao menos 1 APL por UF, sendo que nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Ceará, são os que mais se destacam, com 7, 8, 6 e 6 arranjos identificados respectivamente. Dos APLs que desenvolvem atividades industriais, 19 referem-‐se a indústrias tradicionais, como por exemplo, têxtil, confecções e madeiras. Os demais APLs estão relacionados a atividades mais intensivas tecnologicamente, como instrumentos médico-‐hospitalares, eletrônica e metal mecânica. Em relação à localização destes arranjos há uma forte predominância da região Sul e Sudeste (27 arranjos). Os estados de São Paulo e Minas Gerais são os que apresentam o maior número de APL, 5 cada. Ainda constam no BD2 21 APLs atuam de forma difusa por uma ampla gama de atividades da agroindústria. As atividades que mais se destacam são a piscicultura (com 4 APLs), a ovino-‐caprinocultura (com 3 arranjos) e a fruticultura (com 3 APLs). A distribuição geográfica dos APLs revela um peso maior dos estados do Norte e Nordeste nestas atividades. Nos demais APLs identificados para compor o BD2, 8 atuam em atividades de serviços, mais especificamente TICs e audiovisual. Nas atividades de turismo e artesanato foram selecionados 17 arranjos, sendo que os 5 restantes são de base mineral. A elaboração do BD3 foi desenvolvida em paralelo ao processamento das informação do BD2. O Banco de Dados inclui clusters, empresas e
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instituições de referência na União Europeia, identificados como possíveis parceiros dos APLs brasileiros incluídos no BD2. Adicionalmente, o BD3 apresenta também os APLs brasileiros selecionados, a partir do BD2, para possíveis parcerias / cooperação com os clusters da União Europeia. Com base no conjunto de informações identificadas no BD1, BD2 e BD3, foram selecionados um conjunto de 24 APLs brasileiros, com potencial de participar do processo de cooperação Cluster X Cluster com a União Europeia. Cabe destacar que o conjunto de procedimentos metodológicos implementados permitiu identificar, num primeiro momento, o universo de APLs brasileiros. Posteriormente, com base neste universo, foi possível identificar os arranjos brasileiros mais estruturados e com potencial de colaboração com a União Europeia. Por fim, compatibilizando estas informações com o banco de dados da União Europeia foram selecionados os APLs brasileiros para os quais foram sugeridas as ações de colaboração. Ressalta-‐se que este último procedimento foi de fundamental importância, para o estudo em questão, uma vez que é necessário, para que se implemente qualquer processo de colaboração, que existam estruturas similares às identificadas no Brasil, em termos de estrutura produtiva, dinamismo tecnológico, infraestrutura institucional, etc., na União Europeia. A Tabela 2 apresenta os APLs brasileiros selecionados, os clusters da União Europeia identificados com possibilidade de desenvolvimento de ações de colaboração com os APLs brasileiros, bem como, as possíveis áreas de colaboração. Nota-‐se que, para alguns casos, há uma “repetição” dos clusters europeus. Este fato decorre das características similares, em termos de atividades e ações sugeridas, para os APLs brasileiros. Cabe destacar que o conjunto de APLs/Clusters identificados, tanto no Brasil, quanto na União Europeia, buscou contemplar estruturas que atendam os seguintes critérios: a) APLs/Clusters para futura estruturação de REDE para relacionamento
entre empresas no Brasil e na União Europeia, para intercâmbio técnico, de negócios e de experiências em gestão de clusters;
b) APLs/Clusters, no Brasil e na União Europeia, com maior potencial de complementariedade produtiva;
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c) APLs/Clusters, no Brasil e na União Europeia, com maior potencial de cooperação técnica.
Neste sentido, as ações sugeridas buscaram dar conta destas especificidades. Estas ações foram sugeridas para o conjunto de 24 APLs brasileiros identificados e apresentadas de forma individual para cada arranjo. O objetivo desta ação consistia em verificar o interesse dos arranjos em participar das ações de colaboração. Cabe destacar, que estas ações foram encaminhadas aos Núcleos Estaduais integrantes do GTP/APLs, pelo MDIC, para que os mesmos encaminhassem aos arranjos. Das 24 propostas apresentadas aos APLs, 9 foram aceitas. Adicionalmente e conforme as diretrizes extraídas da primeira reunião de trabalho celebrada em Brasília em março 2012, foi apresentado um conjunto de ações que não são especificas aos APLs. Estas ações referem-‐se à colaboração em melhores práticas na governança dos clusters e as ações de cooperação técnica entre instituições responsáveis pela gestão da política regional. O primeiro conjunto busca identificar ações de capacitação e reconhecimento no sentido de difundir melhores práticas na governança dos clusters, particularmente aproveitando as experiências europeias com o programa de Cluster Excellence. Já o segundo, sugere ações de capacitação e troca de experiências entre as instituições responsáveis pela gestão da política regional.
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Tabela 2 - APLs Brasileiros e da União Europeia identificados para o processo de colaboração Estado APL Cluster / Estrutura da União Europeia
Estado
APL
Cluster / Estrutura da União Europeia
Áreas referentes às Ações propostas
Estruturação de REDE para relacionamento entre
empresas no Brasil e na U. E.
Potencial de complementariedade
produtiva
Potencial de cooperação técnica
Sul
RS Móveis Polônia + Ikea (Suécia)
Gemas e Jóias Vicenza, Itália
SC Metal Mecânico Celje e Ljubljana, Eslovênia
Confecções Barcelona. Espanha
PR Software Torino, Itália
Sude
ste
SP
Calçados Elche, Espanha
Cerâmica Barcelona (eficiência energética), Espanha
Equipamentos Médicos / Campinas
Helsinki, Finlândia
RJ Petróleo e gás NODE Sorlandet, Noruega
MG Biotecnologia
Medicon Valley (Dinamarca) e Europa Central
Turismo Diamantina / Ouro Preto
Ardeche, França
ES Rochas Carrara, Itália
Centro-‐oeste
MS Bonito Lanzarote, Espanha
MT Carne Agrostep, Triangle Region, Dinamarca
Norde
ste
PB OvinoCaprino Agrostep, Triangle Region, Dinamarca
AL Piscicultura Londres + Humberside, UK
MA Turismo (Lençois) Lanzarote, Espanha
PE TICs Recife Torino, Itália
Audiovisual Barcelona Media, Espanha
BA Turismo Congressos e
Convenções Viena, Áustria
CE Fruticultura Food Valley -‐ Wageningen & Fresh
Park Venlo, Holanda
Floricultura Dutch Flower cluster, Holanda
Norte AM Fitoterápicos
Oresund Food e Medicon Valley, Dinamarca e Suécia
AP Açaí Oresund Food, Dinamarca e Suécia
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4.3. DISCUSSÃO DO WORKSHOP A discussão da ação foi realizada em duas etapas. Na primeira, os peritos local e externo apresentaram o objetivo da ação, a revisão da metodologia utilizada, o detalhamento das nove (9) propostas de colaboração estratégica selecionadas, e outras propostas de melhores práticas em governança e políticas públicas. Destacou-‐se a importância de incluir as primeiras ações propostas no estudo (que incluem viagens de prospecção e contato inicial e seminários nos APLs brasileiros) como primeiro passo, com um objetivo claro de foco no direcionamento estratégico. Adicionalmente, seguindo as discussões das sessões anteriores do Workshop, propôs-‐se promover áreas temáticas de colaboração, dentre as selecionadas durante o estudo realizado pelos peritos. Dessa forma, foram definidas as áreas de Agroalimentares, Saúde, Economia Criativa. Na área de manufaturas de design (móveis, joias, etc.), foram identificadas dificuldades de estruturar ações de cooperação em que ambos os clusters (do Brasil e da EU) obtivessem ganhos (ações de cooperação do tipo “ganha ganha”), pois frequentemente as empresas estarão interessadas apenas em ampliar sua inserção comercial, através da expansão do seu mercado para o exterior, e não em projetos de cooperação técnico / produtiva internacionais. Propôs-‐se, adicionalmente, uma quarta área temática que englobasse de forma genérica todos os APLs relacionados à denominação “smart cities” (mobilidade, eficiência energética, etc.) pelo interesse que essa temática comporta tanto na EU como no Brasil. As propostas de cooperação em melhores práticas de governança visam promover tanto a capacitação de cluster managers e de multiplicadores com base nos materiais desenvolvidos pelo programa Cluster Excellence, quanto ao esforço pelo reconhecimento do trabalho realizado por cluster managers destacados, valorizando o perfil dos mesmos, e aproveitando as ferramentas de benchmarking europeias (Label “Bronze”) adequando-‐as ao contexto brasileiro. Já na área de aprendizagens de políticas, propõe-‐se atividades que facilitem a troca de experiências entre representantes de governo e políticos tanto brasileiros como europeus, assim como atividades de capacitação focadas nos perfis e disponibilidades desse tipo de pessoas. Num segundo momento, os convidados dos clusters internacionais apresentaram informações sobre direcionamento estratégico dos seus
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clusters, experiências prévias com projetos de cooperação internacional e quais os motivos pelos quais estão interessados em uma colaboração com APLs brasileiros. Das experiências internacionais apresentadas, algumas conclusões se destacam para projetos de cooperação: • Experiências previas que deram errado são aquelas onde o objetivo
último era simplesmente “networking”, sem uma estratégia e um foco claro. Após as primeiras reuniões e contatos, a colaboração perdeu fôlego.
• Projetos de cooperação incluindo estabelecimento de escritórios regionais conjuntos, pode facilitar a expansão internacional das empresas nos clusters.
• Esforços de cooperação entre clusters locais (dentro do mesmo país)
não tiveram muitos resultados por estarem demasiadamente focados no mercado interno.
• Para aproveitar os aprendizados nos esforços de cooperação é importante evitar a participação em projetos de colaboração com um alcance muito maior à capacidade de atuação do APL.
5. CONCLUSÕES E ENCAMINHAMENTOS As áreas de cooperação que foram identificadas pelo Dr. Reinhard Büscher, da Direção Geral de Empresa e Indústria da Comissão Europeia, foram as seguintes: 1. Observatórios:
• É fundamental que nos bancos de dados, tanto brasileiro como
europeu, fique claro que clusters estão interessados em cooperações internacionais e em quais áreas específicas.
• Os APLs pré-‐identificados no estudo de cooperação cluster x cluster para ações de colaboração deveriam incluir os perfis no Observatório como requerimento indispensável.
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• Devem-‐se estabelecer boas conexões virtuais entre o Observatório no
Brasil e o Cluster Collaboration Platform da U.E., para que se facilite a interação, obviamente em inglês (aqueles interessados em cooperação internacional precisam ser fluentes na língua franca dos negócios).
2. Governanças:
• Discutiu-‐se extensamente sobre a aplicação das ferramentas de
benchmarking desenvolvidas pelo programa de Cluster Excellence da EU no contexto do Brasil. Com as adequações locais pertinentes, o benchmarking deveria ser aplicado aos APLs brasileiros que tenham interesse em avançar com as ações de colaborações com os clusters europeus, pois considera-‐se isso um “cartão de visita” internacional.
3. Cooperação cluster x cluster:
• Existem áreas temáticas (biotecnologia, tecnologias limpas, eficiência energética e produtos alimentares) onde já existem consórcios europeus estabelecidos para explorar colaborações internacionais. Avanços nessas áreas que já estão mais desenvolvidas na Europa (alguns consórcios inclusive já participaram de missões de prospecção ao Brasil) poderiam servir como exemplos do tipo de resultados que podem ser obtidos com essas cooperações.
• O conjunto de ações da Comissão Europeia e do MDIC deve ser principalmente de facilitador, atendendo adicionalmente a amplitude e a inclusão de atores beneficiados. Nesse sentido, as ações, devem manter-‐se abertas à participação de qualquer APL ou cluster que tenha as condições de aproveitar esforços de cooperação. Deu-‐se o exemplo de um evento de “match-‐making”, que ficaria aberto a todos os participantes interessados.
O MDIC ficou encarregado de articular o escopo das atividades nas próximas semanas, em conjunto com o Ministério de Integração para evitar ações descoordenadas. Posteriormente as conclusões serão divulgadas para todos os participantes.
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ANEXO 1: PROGRAMA DO SEMINÁRIO 12/11/2012 Local: Auditório do MDIC
18h – 20h Abertura e coquetel
13/11/2012 Local: Sala 622 do MDIC
9h -9h30 Apresentação: Projeto Diálogos Setoriais - Presente e Futuro
Ricardo Romeiro
Reinhard Buscher
9h30 -10h30 Apresentação dos Observatórios do Brasil e da União Europeia e possibilidades de integração das duas plataformas
Rainer Sträter
Daniel Guedes
10h30 – 11h30 Debate
11h30 – 12h30 Síntese da ação e Encaminhamentos
12h30 – 14h Almoço
14h – 16h Apresentação dos resultados da Missão Técnica sobre Governança
Leonardo Piccinetti
Silvana Parente
16h – 17h Debate
17h – 18h Síntese da ação e Encaminhamentos
14/11/2012 Local: Sala 622 do MDIC
9h00 – 10h30 Apresentação do Estudo: “Perspectivas de Cooperação Técnica Cluster X Cluster Brasil - União Europeia”
Inés Sagrario
Fabio Stallivieri
10h30 – 11h30 Debate dos resultados com representantes dos APLs do Brasil e da EU
11h30 – 12h30 Síntese do evento e Encaminhamentos
12h30 – 13h Enceramento
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ANEXO 2: PARTICIPANTES NO SEMINÁRIO
Nome Instituição E-mail Telefone
Marcos Otavio B. Prates SDP/MDIC [email protected]
(61) 2027-7110
Ricardo Romeiro SDP/MDIC [email protected] (61) 2027-7187
Maria Cristina Milani SDP/MDIC [email protected] (61) 2027-7629
Samuel A. Antero Diálogos Setoriais – MPOG
(61)2020-4629
Josep Centelles i Portella Diálogos Setoriais [email protected]
(61) 2020 5082
Ana Tereza de Castro Diálogos Setoriais – MPOG
[email protected] (61)2020-4134
Reinhard Büscher DG Enterprise [email protected]
Juan Victor Montfort Delegação da
União Europeia no Brasil
Miguel Ivan L. de Oliveira
Ministério da Integração Nacional
[email protected] (61) 3414-5809
Maria Inês Garcia Núcleo Estadual/RJ [email protected] (21) 2332-8377
Pedro Preussler BRDE [email protected] (51)3215-4948
Marília Castro SUDECO/MI [email protected]
Aline Figlioli NE APL de Goiás [email protected] (62) 3201-5225
Fábio Stallivieri RedeSist/UFF [email protected] (21) 9434-7091
Inés Sagrario Competitiveness [email protected]
m (11) 9640-0050
Ivani Gonçalves SEDET-NE/ PI [email protected] (86) 99821129 (86)5211-0441
Aldeney José C. Nascimento
Núcleo Estadual/AM
[email protected] (92) 9981-
3044
Lakshmi Resende GDI/BH [email protected] (31)3263-4758
Marta Pessoa Projeto Mercosul Digital [email protected]
(21) 8222-0300
Leonardo Piccinetti European Project Association
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Nome Instituição E-mail Telefone
Silvana Parente IADM [email protected] (85)99981932
Suzana Squeff Peixoto Silveira CNI [email protected]
(61) 3317-9483
Cristiano Silva CNI [email protected] (61)3317-9974
Dalton S. P. Marques APL de
Equipamentos Médicos –Ribeirão
Preto
[email protected] (16) 3911 3250
Daniel Stürzebecher MFG Innovation Agency - Alemanha
[email protected] 49(0)711-90715-368
Daniel Guedes Arpia Tec Info./IBM Business Partner [email protected]
Rainer Sträter Consultant / System Architect [email protected]
49 173 3181010
Rivelino Berlezi Bradesco [email protected] (11) 3684-4193
Elder Carlos de Carvalho Bradesco [email protected]
(11) 3684-4193
Erick Peter Pontes de Gouvea Bradesco [email protected] (61) 88455-
5137
Pedro Casagrande de Campos
APL TI de Londrina e Região
[email protected] (43) 3344-1112
Gabriel Henríquez APL TI de Londrina e Região
(43) 3344-1112 (11)99132-9523
Joel Franzim Junior APL TI de Londrina e Região
[email protected] (43) 3373-
8011
Juliana Ribeiro ASCOM/MDIC [email protected] (61)2027-7190
Allan Viríssimo ASCOM/MDIC [email protected] (61)2027-7190
Alessandro Mendes DNP [email protected] (61)81751583
Leandra P B Nascimento INMETRO [email protected] (96) 40099567
Magda Gonçalves Segovia
Núcleo Estadual / AP
[email protected] (96) 84018371
Polyana Targino APL Porto Digital
Recife [email protected] (81)9488-3781
Marco Vanzi Cluster Meccanica
Reggio Emilia - Itália
[email protected] 39-347-9147146
Mamen Martí BIOCAT - Espanha [email protected] 34 93 310 33 69
Helena Roraima Leite BNB [email protected] (61) 9918-1525
Carlos Osório Instituto de Desenvolvimento
[email protected] (61) 8111-4055
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Nome Instituição E-mail Telefone
Humano
Paulo Cesar Goncalves Egler UNB [email protected] (61)33073914
Iedo Brito SDP/MDIC [email protected] (61) 2027-7375