Relatorio Final

RELATÓRIO FINALÁREA DE PROJECTO – 12ºA

3ºPERÍODOPROFESSORA ANA CAMPOS

E S C O L A S E C U N D Á R I AI N F A N T A D . M A R I A

A N A D U A R T E C O I M B R A , N º 6 1 2 º A

C O I M B R A , 5 D E J U N H O D E 2 0 1 1

Relatório Final - Área de Projecto 12ºA

2

O degrau da escada não foi criado para repousar, mas apenas para sustentar o pé o

tempo necessário para que o homem coloque o outro pé um pouco mais alto.

Aldous Huxley


3

R E L AT Ó R I O F I N A L3º PERÍODO

ÍNDICE

INTRODUÇÃO....................................................................................................................................... 4

OBJECTIVOS ............................................................................................................................................. 4

ÁREA DE PROJECTO: UMA LIÇÃO DE VIDA ............................................................................ 5

DESENVOLVIMENTO DO PROJECTO: O CAMINHO PERCORRIDO ........................... 7

ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................................................. 9

ASPECTOS FORMAIS................................................................................................................................. 9

ÁREA CIENTÍFICA/SOCIAL................................................................................................................... 9

ÁREA DA DIVULGAÇÃO....................................................................................................................... 11

PRODUTO FINAL ..................................................................................................................................... 11

EXPERIÊNCIA DE TRABALHO EM GRUPO ..........................................................................12

DIFICULDADES SENTIDAS: UMA OU OUTRA PEDRA NO SAPATO ............................13

REFFLEXÕES E APRENDIZAGENS: A VIDA É UMA ESCOLA........................................13

CONCLUSÃO: TEMPO DE AVALIAÇÃO......................................................................................14

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................16

“A velhice é um estado de repouso e de liberdade no que respeita aos sentidos. Quando a violênciadas paixões se relaxa e o seu ardor arrefece, ficamos libertos de uma multidão de furiosos

tiranos.”

Platão, "A República"


4

INTRODUÇÃO

A Área de Projecto é uma área curricular de natureza

transdisciplinar que se concretiza na realização de projectos pelos alunos

com o objectivo de desenvolver uma perspectiva integradora do saber,

promover a orientação escolar e profissional de cada um e facilitar a

aproximação ao mundo do trabalho. Constitui-se como um espaço de

confluência e integração de saberes e competências adquiridas ao longo de

todo o percurso escolar, proporcionando o desenvolvimento de

metodologias de estudo, investigação e trabalho em grupo.

Nesse sentido, o presente relatório tem como principal finalidade

analisar criticamente todo o percurso efectuado ao longo do ano lectivo

2010/2011 com esta área curricular, descrevendo as várias etapas do

trabalho de projecto, assim como reflectir acerca das aprendizagens

essenciais e de aspectos relevantes no decorrer do trabalho, tais como as

conclusões retiradas e os processos que levaram a elas, as dificuldades

sentidas e a maneira como foram superadas e a experiência de trabalho em

grupo. Esta análise culminará na auto-avaliação do projecto e da minha

contribuição pessoal.

OBJECTIVOS

Este relatório será um importante auxiliar no reconhecimento do

meu progresso a nível pessoal, destacando-se, assim, os seguintes

objectivos fundamentais:

→ Promover a reflexão pessoal em relação ao trabalho efectuado;

→ Tomar consciência quanto à minha prestação como membro do grupo;

→ Perceber quais foram as maiores dificuldades e como foram superadas;

→ Auxiliar na auto-avaliação;

→ Disponibilizar mais um suporte para a minha avaliação.

“Uma fealdade e umavelhice confessadas são,a meu ver, menos velhase menos feias do queoutras disfarçadas eesticadas.”

Michel de Montaigne

“Acontece com a velhice omesmo que com a morte.Alguns enfrentam-nascom indiferença, nãoporque tenham maiscoragem do que osoutros, mas porque têmmenos imaginação.”

Marcel Proust


5

ÁREA DE PROJECTO

UMA LIÇÃO DE VIDA

Desde o primeiro contacto, que não foi o mais positivo, até este momento

de avaliação e encerramento de um longo projecto, posso dizer que se operou

uma notável transformação na forma como encaro esta área e o desenvolvimento

de um trabalho de projecto, na minha perspectiva de altruísmo e de acções de

voluntariado, na noção que tenho do envelhecimento e da vida. Num ano como o

12º, de tão grande importância para o futuro de muitos alunos, as preocupações

estão centradas nas diversas áreas disciplinares, nas notas e exames, nas opções

de ensino superior, tanto que, inicialmente, parecia sobrar pouca energia para

algo aparentemente irrelevante como esta área curricular. Uma vez desfeitos os

preconceitos mais comuns, aos poucos revelou-se uma nova perspectiva, útil e

interessante, do que a Área de Projecto tem para oferecer a quem se empenhar.

Um espaço para desenvolver competências de carácter transversal, importantes a

qualquer área do saber e para toda a nossa vida pessoal e profissional. Um local

onde se valoriza o debate intelectual como meio para a resolução de problemas,

confrontação de ideais e esclarecimento de dúvidas. Uma área onde se pode

promover a orientação escolar e profissional de cada um, relacionando os

projectos desenvolvidos com o contexto de trabalho e opções vocacionais do

grupo. Cedo o potencial da Área de Projecto começou a adivinhar-se. Com a

constituição dos grupos e a discussão das primeiras ideias, surgiu o projecto

“Terceira Idade Também Rima Com Felicidade!”. A possibilidade de trabalhar

numa área tão do meu agrado, dando os primeiros passos no mundo da medicina

e voluntariado, solidariedade e ajuda ao próximo, foi extremamente estimulante e

depressa apareceu a vontade de começar logo a trabalhar, mostrando que três

horas por semana têm de ser muito bem planeadas e aproveitadas. As saídas de

campo e o contacto com a população alvo deste projecto constituíram os

momentos mais marcantes, fundamentais para estimular uma cultura de

avaliação e aperfeiçoamento contínuos e favorecer o desenvolvimento de

atitudes de responsabilização pessoal e social. Tendo em conta todas as

fantásticas oportunidades de formação e evolução pessoal que a Área de Projecto

me proporcionou, aos poucos fui construindo uma perspectiva totalmente nova

“A velhice, essa épocaem que se julga a vida eem que os prazeres doorgulho se revelam emtoda a sua miséria...”

Stendhal

“Qual seria a sua idade sevocê não soubessequantos anos tem?”

Confúcio


6

acerca desta área não curricular, radicalmente diferente daquela com que

para ela parti.

Como já tive oportunidade de referir, a despeito de todas as críticas

que tenho ouvido alunos, pais e até professores tecer a esta área, o que

estes meses me mostraram é que há um aspecto inerente à Área de

Projecto que a torna única e indispensável: esta é a única oportunidade

que os alunos têm de se confrontar e resolver problemas de

carácter transdisciplinar, ao contrário do que acontece com as restantes

disciplinas em que se resolvem problemas puramente teóricos e restritos a

determinada área do saber. O que esta área nos permite é que, perante

problemas ou necessidades detectados, possamos desenvolver as

competências adequadas à resolução desses problemas ou satisfação

dessas necessidades. Presta-se, por conseguinte, à realização de

actividades que ultrapassam os limites estreitos dos saberes puramente

disciplinares e que assim nos preparam para os problemas ou necessidades

reais que surgirão no nosso futuro académico e profissional. A verdade é

que só se aprende a resolver problemas, resolvendo-os efectivamente e é

essencial que, neste especial momento do percurso escolar, o 12º ano, se

preparem os alunos para enfrentar, de forma pró-activa, situações de

natureza variada, para que assim tenhamos essa capacidade na nossa

futura vida adulta enquanto cidadãos e profissionais. A verdadeira riqueza

em termos pedagógicos da Área de Projecto reside no trabalho de equipa e

na experimentação e vivência dos métodos de trabalho, que conduzem

a aprendizagens significativas e capacitam os alunos para a resolução

efectiva de problemas. Nenhuma outra disciplina curricular tem esta

potencialidade.

É com tudo isto em mente que reforço a minha opinião de que a

decisão de terminar com a Área de Projecto é uma grande perda para os

alunos e é com muita pena que constato que infelizmente se privilegiará

uma agenda económica à qual todos nos temos sacrificado em detrimento

da qualidade e eficácia do ensino, porque as experiências que a Área de

Projecto me proporcionou são irrepetíveis, inesquecíveis e

imensuravelmente enriquecedoras. Uma verdadeira lição de vida.

“A idade dos homens,vista de dentro, é eternajuventude.”

Hugo Hofmannsthal

“O que é uma grandevida senão umpensamento dajuventude realizadopela idade madura?”

Alfred de Vigny


6


para ela parti.
























potencialidade.









Hugo Hofmannsthal


Alfred de Vigny


6


para ela parti.
























potencialidade.









Hugo Hofmannsthal


Alfred de Vigny


7

DESENVOLVIMENTO DO P ROJECTO

O CAMINHO PERCORRIDO

O trabalho de projecto é uma metodologia assumida em grupo que

pressupõe uma grande implicação de todos os participantes. Envolve trabalho de

pesquisa no terreno, tempos de planificação e intervenção com a finalidade de

responder a problemas encontrados e discussão acerca desses problemas. Assim

sendo, um projecto bem sucedido exige um grande esforço de organização, uma

planificação consciente e rigorosa e muita disciplina na sua concretização. Tudo

isto se verificou no primeiro período com a concepção e planificação do projecto,

tudo isto se manteve durante todo o segundo período em que passámos ao

trabalho prático e, felizmente, o espírito de empenho e dedicação manteve-se

intacto até ao último momento do terceiro período.

Olhando para trás, o caminho percorrido foi bastante longo, por vezes

sinuoso, cheio de surpresas e de momentos de pasmo, de admiração e de

maravilha também pontilhada com alguma decepção. Começando no primeiro

período com a concepção e planificação do projecto, continuando pelo segundo

com a azáfama das inúmeras actividades e culminando neste terceiro período

com a doação de duzentos euros à Casa dos Pobres, a conclusão e impressão do

livro final e a apresentação à turma e à comunidade, é incrível como o tempo

voou e como o acumular de experiências me tornou uma pessoa substancilmente

mais rica e sabedora.

Neste último período pudémos concretizar todos os nossos objectivos finais.

Desde o fim do período passado, em que nos tínhamos essencialmente dedicado à

exploração das duas grandes áreas em que se divide o nosso projecto: a Área

Científica/Social, com as visitas aos lares, as actividades de angariação de fundos,

a realização e análise de inquéritos e a pesquisa dos artigos científicos e a Área de

Divulgação com a dinamização do blog e facebook e a publicação dos jornais de

parede e cartazes de promoção das angariações, passou-se muito pouco tempo.

De facto, tivémos praticamente um mês de aulas, e no entanto este foi sem

dúvida o mês mais intenso de todo o nosso projecto. Numa verdadeira corrida

contra o tempo redigimos, editámos e imprimimos quatro exemplares de um

pequeno livro que resume todo o nosso trabalho deste ano, as nossas pesquisas,

as nossas actividades e reflexões. Realizámos duas últimas angariações de fundos

“Os que se amamprofundamente, jamaisenvelhecem;podem morrer de velhice,mas morrem jovens.”

Martinho Lutero

“Quem possui afaculdade de ver abeleza, não envelhece.”

Franz Kafka


8

na sala dos professores que nos permitiram atingir a espectacular marca de

duzentos euros para doação à Casa dos Pobres, que é para mim motivo de

imenso orgulho, especialmente tendo em conta todo o tempo, trabalho e

dedicação que estas sessões nos custaram. Com uma última saída de

campo, entregámos pessoalmente ao director da instituição o cheque com

o donativo num momento muito especial para o grupo, recebendo depois

uma carinhosa carta de agradecimento que muito me sensibilizou e fez

valer a pena todas as agruras e provações por que passámos. Por fim, após

todos estes momentos de muita satisfação e alegria por concluir de forma

brilhante um projecto tão trabalhoso, hora de preparar a apresentação à

turma e à comunidade. Parece-me que a apresentação à turma correu

muito bem, apesar de nos termos alargado um pouco. Conseguimos referir

todos os pontos essenciais do nosso trabalho e dar aos nossos colegas um

panorama bastante detalhado e abrangente daquilo que foram as nossas

actividades nos lares com os idosos e na escola a nível da pesquisa e

recolha de informação e tratamento de dados. A apresentação à

comunidade será algo mais singelo tendo em conta a componente

eminentemente social de trabalho prático voluntário do nosso projecto, no

entanto será com grande satisfação que mostraremos aos nossos colegas e

professores aquilo em que consistiu a jornada deste Avô Investigas.

Em primeiro lugar, fizémos várias saídas de campo aos vários lares

que fazem parte do nosso projecto. O contacto com estes idosos é,

obviamente, aquilo que é mais marcante neste percurso, porque são eles o

objecto da nossa dedicação e foi para contribuir para a sua felicidade que

fizemos tudo isto. Há, depois, todo o trabalho de investigação e divulgação

que suportou este projecto. Esta foi também uma parte importantíssima

do caminho que percorremos, num plano muito diferente mas tão ou mais

trabalhoso. Destaco o tratamento dos inquéritos, que nos permitiu

perceber qual a atitude dos jovens alunos da nossa escola em relação à

problemática do envelhecimento e qualidade de vida dos idosos. A

pesquisa e compilação de informação referente aos principais problemas

de saúde que afectam os idosos foi outra componente bastante

enriquecedora do blog e da própria formação dos elementos do grupo e

que me permitiu aproximar-me da minha grande área de interesse, a

“A velhice não se meafigura, de modo algum,(...) o melancólicovestíbulo da morte, masantes como asverdadeiras fériasgrandes, depois doesgotamento dossentidos, do coração edo espírito que foi a vida”

Marcel Jouhandeau


8




































Marcel Jouhandeau


8




































Marcel Jouhandeau


9

medicina e a investigação de formas de melhorar a qualidade de vida das

pessoas idosas.

Uma outra parte importante deste percurso foi a organização e

preparação das várias sessões de angariação de fundos, que tiveram também

as suas lições a dar. O trabalho em grupo foi, de resto, o mais harmonioso

possível. O caminho teria sido bem menos suave se não contássemos sempre

com o apoio umas das outras e com a certeza do empenho de cada uma.

ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

ASPECTOS FORMAIS

Os aspectos formais do projecto discutiram-se e decidiram-se nas

primeiras aulas do primeiro período. Sendo uma componente tão importante

para sustentar e permitir o sucesso deste projecto, o grupo debruçou-se sobre

este campo com bastante atenção. O confronto de ideias foi muito importante

nesta altura, mas foi fácil chegar a um consenso, uma vez que todos os quatro

elementos do grupo partilham dos interesses e objectivos de vida que

presidiram à escolha do problema “Como melhorar a qualidade de vida das

pessoas idosas?”. Assim, redigimos a fundamentação da escolha do nosso

tema, escolhemos o nome do grupo, “Avô Investigas”, definimos os objectivos

gerais e parecelares do trabalho e criámos o logótipo que depois incluímos nas

t-shirts que criámos. Olhando para trás, o tempo que gastámos nesta parte do

projecto foi sem dúvida essencial ao seu sucesso, ao permitir clarificar e

orientar muito facilmente todo o trabalho subsequente.

ÁREA CIENTÍFICA/SOCI AL

Sendo esta a área mais abrangente, é, naturalmente, aquela que exigiu

mais esforço e tempo e a que mais contentamento e realização pessoal me

trouxe, por permitir, por um lado, o contacto directo com os idosos e, por

outro lado, a investigação e documentação dos vários problemas de saúde dos

idosos e de como melhorar a sua qualidade de vida.

A publicação de artigos científicos, iniciada muito timidamente em

Dezembro, teve a sua expressão máxima no segundo período. Ao todo, foram

publicados no blog do grupo cerca de catorze artigos com periodicidade

“A velhice é um simplespreconceito aritmético, etodos nós seríamos maisjovens se não tivéssemoso péssimo hábito de contaros anos que vivemos.”

Júlio Dantas


10

semanal versando temas tão diversos como os problemas cariovasculares, a

sexualidade, doença de Alzheimer, osteoporose, cataratas, menopausa,

demência, insónias, etc. O desenvolvimento desta actividade permitiu-me

explorar e alargar os meus conhecimentos no campo da Saúde ligado à

Terceira Idade, procurando soluções com fundamentação científica para a

questão-problema do projecto, actualizando regularmente o blog e

expondo esses conhecimentos a um público bastante mais vasto através do

jornal de parede afixado no corredor da escola. Foi, portanto, um aspecto

muito importante do trabalho deste ano lectivo.

Com as várias visitas aos três lares envolvidos no projecto pudémos

concretizar as actividades de animação e dinamização do dia-a-dia dos

idosos, promovendo o contacto intergeracional e contribuindo para a

felicidade de muitos velhinhos. Estas visitas, descritas pormenorizadamente

nos relatórios mensais, aproximaram-nos bastante de alguns idosos e, pelo

que pude observar, os laços criados perdurarão na memória de ambas as

partes. Pessoalmente, ao longo de todo o ano foi a Casa dos Pobres de

Coimbra que mais me marcou. Um dos objectivos do nosso projecto é

precisamente reflectir acerca dos contrastes existentes entre os vários

estratos sociais que constituem a população idosa, o que é possível através

do contacto com instituições de diferentes condições económicas, a Quinta

Verde e a Casa dos Pobres. Ainda que as condições sejam evidentemente

melhores na Quinta Verde, esta, com todas as suas luxuosas

funcionalidades, não consegue ser tão humana e acolhedora como a Casa

dos Pobres, e os próprios idosos são muito mais ricos e cheios de conselhos

e lições de vida na Casa dos Pobres.

Um último aspecto relativo à Área Científica/Social é a concepção,

aplicação e análise dos resultados dos inquéritos. O nosso objectivo com

esta actividade era compreender de que forma os jovens actuais encaram o

envelhecimento. Após todos os inquéritos estarem recolhidos, os

respectivos dados informatizados e tratados graficamente e os resultados

analisados, pudémos retirar importantes conclusões que já tivemos

oportunidade de expôr quer nos portefólios, quer na apresentação à turma,

sendo esta, então, uma ferramenta também muito importante na

investigação e pesquisa de formas de responder à questão-problema.

“Ninguém ama tanto avida como o homem queestá a envelhecer”

Sófocles, "Acrísio"


11

ÁREA DA DIVULGAÇÃO

Também no que toca à Área da divulgação foram muitas as actividades

realizadas. Destaco a criação de um blog, que foi regularmente actualizado com

artigos científicos mas também com citações, imagens e tópicos de interesse

como sugestões de livros, filmes e vídeos relacionados com a Terceira Idade,

sugeridos por nós as quatro e colocados no site pela Inês, que ficou responsável

pela sua manutenção.

Para além do blog, a outra grande ferramenta de divulgação do projecto

foram os jornais de parede, actualizados mensalmente. Num deles fez-se uma

referência aos vários artigos científicos colocados no blog ao longo do respectivo

mês e no outro pôde ler-se um resumo das actividades do grupo nas várias

instituições. Houve uma funcionária e alguns professores que nos abordaram

dizendo ter apreciado muito a leitura dos cartazes e a sua apresentação, o que foi

motivo de grande orgulho para o grupo. Colocámos também no corredor do rés-

do-chão um cartaz de promoção das actividades de angariação de fundos, onde

anunciámos a data e os artigos a vender para cada angariação, procurando assim

aumentar a afluência. Ao mesmo tempo que fizemos estas actividades de

angariação de fundos, que muito tempo e esforço custaram a todos os membros

do grupo, procurámos sensibilizar as pessoas para a precariedade em que

subsistem algumas instituições de apoio à terceira idade, de modo a fomentar o

sentido de solidariedade e a doação de fundos.

PRODUTO FINAL

O produto final é o aspecto que foi, neste terceiro período, objecto da nossa

total atenção e preocupação. Com a agenda apertada de que dispunhamos, foi

necessária muita disciplina e trabalho em equipa para conseguir dar forma ao livro

onde projectámos resumir todo o caminho percorrido no desenvolvimento do

projecto e as conclusões a que este nos trouxe. Foi com muito orgulho que vimos

finalmente um exemplar nas nossas mãos e pudémos entregá-lo à professora com

uma dedicatória especial. Este inclui uma breve caracterização dos lares, a análise

dos resultados dos inquéritos, uma reportagem fotográfica da aula de educação

física, uma descrição pormenorizada dos lares e das actividades que neles

realizámos, notas e testemunhos recolhidos das nossas várias conversas

“Quando umaexistência dignapreparou a velhice,não é a decadência oque ela recorda, masos primeiros dias deimortalidade.”

Anne Louise G. Necker

“Portanto, hipocritamenteos velhos invocam amorte,e criticam a velhicee a longa duração da vida:mas quando a morte seaproxima, ninguém quermorrer, a velhice não pesamais.”

Eurípedes


12

com os idosos e uma reflexão conjunta relacionada com a temática do

envelhecimento e Terceira Idade. Com um 3º Período tão curto e ainda a

questão da apresentação do produto final à turma e à comunidade escolar,

a tarefa de redigir, editar e imprimir este livro foi realmente um grande

desafio.

Um outro aspecto relevante do produto final deste projecto foi o

donativo à Casa dos Pobres de Coimbra. A entrega dos fundos angariados

com tanto esforço foi, como já pude referir, muito marcante para o grupo e

a sensação de dever cumprido e de ter protagonizado uma boa acção cada

vez mais rara foi indescritível. Na verdade, é um sentimento sublime o de

ter podido ajudar de forma substancial os idosos daquela casa e conforta o

coração ler a carta de agradecimento que recebmos. Estes momentos

notáveis perdurarão eternamente na minha memória.

EXPERIÊNCIA DE TRABALHO EM GRUPO

A experiência de trabalho em grupo com o projecto “Terceira Idade

Também Rima Com Felicidade!” foi, ao longo de todo o ano lectivo,

irrepreensível. Os elementos do grupo foram todos extremamente

responsáveis, todos contribuíram com ideias relevantes e todos se

preocuparam efectivamente com o projecto. Não houve qualquer

dificuldade na divisão de tarefas, porque todas tivémos a noção de justiça

e tomámos a iniciativa quando foi necessário. Nas situações em que houve

algumas divergências, acabámos sempre por chegar a um consenso,

optando por aquilo que se revelou melhor para o projecto. A possibilidade

de distribuir tarefas resultou numa economia de tempo muito importante

num ano como o 12º, propiciando até um aumento do rendimento

individual que se reflectiu necessariamente na qualidade do produto de

cada actividade que fizemos em grupo. Houve um grande entusiasmo pelas

tarefas, uma mais rápida circulação de ideias e um maior sentido de

autodisciplina. Como já tinha referido anteriormente, o trabalho em grupo

tornou todo o caminho percorrido muito mais suave, pois sabíamos poder

sempre contar com as nossas colegas, e tudo isto resultou num grande

enriquecimento do projecto e de cada elemento do grupo.

“Duas maneiras deenvelhecer: o espírito queleva melhor à carne, ou acarne que leva a melhorao espírito.”

Paul Claudel

“Vive cada dia para que tuavelhice venha a ser acoroação da tua juventude.A velhice de uma pessoasábia, feliz e realizada, queviveu tudo o que podia, écomo a melhor dasprimaveras!”

Augusto Branco

“Saber envelhecer é aobra-prima da sabedoriae um dos capítulos maisdifíceis na grande arte deviver.”

Herman Melville


13

Assim, este projecto não teria sido possível sem o contributo inestimável de

cada um dos elementos do grupo e por isso estou muito grata a todas as minhas

colegas pelas excelentes horas de trabalho que me proporcionaram.

DIFICULDADES SENTIDAS

UMA OU OUTRA PEDRA NO SAPATO

Pude referir, ao longo dos vários relatórios redigidos neste ano lectivo, que,

felizmente, não foram grandes as dificuldades sentidas no desenvolver deste

projecto. Refiro aqui algumas breves situações sem grande relevância, mas que

foram os pontos menos fortes deste trabalho: a consciencialização de que

provavelmente fomos um pouco optimistas em relação ao tempo enquanto

planeávamos as tarefas, a atitude das outras pessoas em relação ao nosso

projecto, nomeadamente dentro da comunidade escolar, as pequenas discussões

que inevitavelmente surgem dentro do grupo, a gestão do tempo e a interferência

de outros assuntos nas horas destinadas a aulas de Área de Projecto. Tudo isto

são aspecto pouco relevantes e que já tive oportunidade de focar anteriormente.

Além disso, o grupo soube sempre contornar estas dificuldades sem sobressaltos

e da melhor forma para o projecto, resultando numa aprendizagem muito

saudável para cada um dos elementos que o compõem. Deste modo, considero

que estes pequenos contratempos que enumerei não constituíram dificuldades

sérias ao desenvolvimento deste projecto.

REFLEXÕES E APRENDIZ AGENS

A VIDA É UMA ESCOLA

A área de projecto é, tal como já referi anteriormente, uma belíssima

oportunidade que os alunos têm de se confrontar com problemas da vida real.

Nesse sentido, são inúmeras as experiências, as vivências, as reflexões e lições de

vida que se podem retirar de um trabalho desta natureza. É uma oportunidade

única para se crescer e amadurecer de forma consciente, reconhecendo-o ao

analisar todo o trabalho efectuado desde o início do ano, em que a teórica e a

formalidade dominam as atenções, até este momento, no final de toda uma

jornada em que se passou da teórica à prática. Nesta que é a altura de encerrar

“Sou velho e já passeipor muitasdificuldades, mas amaioria delas nuncaexistiu.”

Mark Twain

“Não é preciso ter pressa.A impaciência acelera oenvelhecimento, eleva apressão arterial e apressaa morte. Tudo chega aseu tempo.”

Masaharu Taniguchi


14

um longo processo de trabalho, é com nostalgia que recordo tantos

momentos maravilhosos, divertidos, emocionantes, mas também

decepcionantes ou mesmo desesperantes por que passei ao longo destes

meses com a área de projecto.

De facto, a minha postura em relação ao envelhecimento, ao passar

do tempo e,em última análise, em relação à própria vida mudou

subtilmente nos últimos meses, o que para mim foi algo de notável e

surpreendente. Percebi, com este projecto, que, na velhice, o tempo, a

memória e os sentimentos cristalizam-se de uma forma tal que deixa a

solidão, o medo e a melancolia tomarem conta da existência que é preciso

levar até ao fim. Mas percebi também que não tem de ser

necessariamente deste modo e é possível, com a atitude e a postura

certas na vida, ter uma velhice muito feliz. Por isso acredito sinceramente,

e este projecto mostrou-me disso exemplos e provas vivas, que quando

acalentamos o desejo de aprender mais, as nossas vidas estarão repletas

de genuína vitalidade e brilho e tal reflectir-se-á na nossa qualidade de

vida e na das pessoas que nos rodeiam. Que é possível, por conseguinte,

levar essa vitalidade e jovialidade até ao fim. Que é possível ter uma

velhice muito feliz. E que talvez o primeiro passo para chegar à velhice

com tranquilidade seja aproveitar bem a juventude.

CONCLUSÃO

TEMPO DE AVALIAÇÃO

Para concluir, cabe-me fazer uma avaliação do modo como decorreu

este ano lectivo. Posso afirmar que a experiência de trabalho com a Área de

Projecto foi excelente. O ambiente de trabalho dentro do grupo foi

extraordinário, a orientação da professora foi a melhor possível, as

instituições com quem contactámos foram extremamente agradáveis e o

trabalho que realizámos foi, na minha opinião, fantástico, belo e louvável.

Para mim é indiscutível a importância da Área de Projecto no

desenvolvimento e aplicação de métodos em trabalhos e decisões na minha

futura vida académica e profissional, visto que permite que se aperfeiçoe o

modo como se enfrenta uma questão e os vários caminhos a seguir na sua

resolução, dá-nos uma enorme experiência de planeamento e organização e

“Muitas vezes a juventudeé repreendida poracreditar que o mundocomeça com ela. Mas avelhice acredita aindamais frequentemente queo mundo termina com ela.O que é pior?”

Christian Hebbel


14





















CONCLUSÃO














Christian Hebbel


14





















CONCLUSÃO














Christian Hebbel


15

permite-nos alargar o nosso conhecimento do mundo. Em relação ao trabalho

individual, sinto que atingi um nível excelente e que contribuí de forma determinante

para o desenvolvimento do projecto, e por isso estou muito satisfeita com a minha

prestação. Os aspectos mais positivos que destaco são as experiências de contacto

directo com os idosos nos vários lares, e em especial na Casa dos Pobres de Coimbra,

e ainda a experiência de trabalho em grupo, que foi soberba e muito

recompensadora. Como aspectos negativos não tenho nada de relevante a referir.

Encerrando este relatório, e encerrando todo um projecto extraordinariamente

trabalhoso e enriquecedor, penso que o trabalho desenvolvido foi excelente e que se

concretizou de forma memorável. Os objectivos para este período foram

integralmente conseguidos fazendo com que o balanço para este ano de trabalho seja

extremamente positivo. Após tantas vivências ao longo de um ano inteiro, a

despedida não é fácil. Foi, de facto, um ano de trabalho de tão agradáveis

descobertas, aventuras e experiências, que sem dúvida vai deixar muitas saudades e

tudo isto guardarei para sempre na memória e no coração.

Balada de Despedida do 5º Ano Jurídico 88/89

Sentes que um tempo acabou

Primavera de flor adormecida,

Qualquer coisa que não volta que voou,

Que foi um rio, um ar, na tua vida.

E levas em ti guardado

O choro de uma balada

Recordações do passado

O bater da velha cabra.

Capa negra de saudadeNo momento da partidaSegredos desta cidadeLevo comigo p’rá vida.

Sabes que o desenho do adeus

É fogo que nos queima devagar,

E no lento cerrar dos olhos teus

Fica a esperança de um dia aqui voltar.

Letra/Música: António Vicente, João Paulo Sousa, Rui Pedro Lucas

Coimbra, 5 de Junho de 2011

Ana Duarte Coimbra, nº6 do 12ºA

“Nunca tive outra idadesenão a do coração.”

Ninon de l’Enclos


16

BIBLIOGRAFIA

Para elaborar este relatório servi-me dos seguintes documentos redigidos pelo grupo:

→ Fundamentação da escolha do tema;

→ Objectivos Gerais e Parcelares;

→ Diários de bordo das saídas de campo;

→ Relatórios de Grupo das Aulas.

Todos estes documentos podem ser consultados no Portefólio Individual. Optei por não

os incluir como anexos deste relatório por uma questão de economia de espaço e tempo, e

também porque a professora já teve oportunidade de os ler em várias ocasiões, não

havendo por isso uma verdadeira utilidade em repetir todo o processo. Por último, tive

ainda em conta na elaboração deste relatório as orientações para Área de Projecto dos

Cursos Científico-Humanísticos do Ministério da Educação, documento que pode ser

consultado nesta ligação:

http://www.dgidc.min-edu.pt/secundario/Documents/AP_PT_Homolog.pdf.