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COMISSÃO ESPECIAL DO CARVÃO MINERAL E ENERGIA EÓLICA Agosto/2013

Relatório Final Comissão Especial Carvão e Eólica corretox · 2013-08-19 · Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica 8 A sua geração permite o compartilhamento

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COMISSÃO ESPECIAL DO

CARVÃO MINERAL E ENERGIA EÓLICA

Agosto/2013

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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RELATÓRIO FINAL

COMISSÃO ESPECIAL DO CARVÃO MINERAL E ENERGIA EÓLICA

CECMEE

[email protected]

Presidente: Deputado Marcio Biolchi – PMDB

Relator: Deputado Valdeci Oliveira – PT

Maio-Agosto 2013

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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ÍNDICE

1 - Composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa ............................. 04

2 - Composição da Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica ...... 05

3 - Equipe Técnica da Comissão .......................................................................... 06

4 - 4.1 - Apresentação – Deputado Marcio Biolchi – Presidente da CECMEE ... 07

4.2 – Introdução – Deputado Valdeci Oliveira – Relator da CECMEE ........ 09

5 - Agendas da Comissão – Audiências Públicas Realizadas

5.1 – Agenda - Data: 17/04/2013 .................................................................... 11

5.2 - Agenda - Data: 24/04/2013 .................................................................... 13

5.3 – Agenda – Data: 29/04/2013 ................................................................... 14

5.4 – Agenda – Data: 13/05/2013 ................................................................... 16

5.5 – Agenda – Data: 10/06/2013 ................................................................... 18

5.6 – Agenda – Data: 15/07/2013 ................................................................... 20

5.7 – Agenda – Data: 12/08/2013 ................................................................... 22

6 - Diagnóstico ..................................................................................................... 23

7 - Conclusões ...................................................................................................... 28

8 - Desafios .......................................................................................................... 31

9 - Encaminhamentos ........................................................................................... 34

10 - Agradecimentos .............................................................................................. 35

11 - ANEXOS

Anexo I – Reservas e Recursos Energéticos Brasileiros – ABCM ................

Anexo II – Usinas a carvão no Brasil (2013) – ABCM ..................................

Anexo III – Localização dos Parques Eólicos – ABEEólica .........................

Anexo IV – Capacidade Adicional Instalada – 2012 – ABEEólica ..............

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Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

53ª Legislatura – 2013

PRESIDENTE: Dep. Pedro Westphalen – PP

1º VICE-PRESIDENTE: Dep. Paulo Odone - PPS

2º VICE-PRESIDENTE: Dep. Aldacir Oliboni – PT

1º SECRETÁRIO: Dep. Gilmar Sossella - PDR

2º SECRETÁRIO: Dep. Márcio Biolchi

3º SECRETÁRIO: Dep. Marcelo Moraes - PTB

4º SECRETÁRIO: Dep. Elisabete Felice – PSDB

1º SUPLENTE DE SECRETÁRIO: Dep. João Fischer - PP

2º SUPLENTE DE SECRETÁRIO: Dep. Catarina Paladini - PSB

3º SUPLENTE DE SECRETÁRIO: Dep. Paulo Borges - DEM

4º SUPLENTE DE SECRETÁRIO: Dep. Carlos Gomes - PRB

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO ESPECIAL

DO CARVÃO MINERAL E ENERGIA EÓLICA

Marcio Biolchi – PMDB

Presidente

Marcelo Moraes – PTB

Vice – Presidente

Valdeci Oliveira – PT

Relator

Titulares

Suplentes

Daniel Bordignon - PT

Jeferson Fernandes - PT

Edson Brum - PMDB

Gerson Burmann - PDT

Gilmar Sossella - PDT

Adolfo Brito - PP

Frederico Antunes - PP

Pedro Pereira - PSDB

Raul Carrion - PC DO B

Alexandre Postal - PMDB

Gilberto Capoani - PMDB

Dr Basegio - PDT

Marlon Santos - PDT

Ernani Polo - PP

João Fischer - PP

Adilson Troca - PSDB

José Sperotto - PTB

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EQUIPE TÉCNICA DA COMISSÃO ESPECIAL DO CARVÃO MINERAL E ENERGIA EÓLICA

Assessoria Técnica

Bruna Rodrigues Cardoso

Josué de Souza Barbosa

Rodrigo Vizzotto

Simone da Rosa Zuliani

Outros Apoios:

Departamento de Comissões Permanentes

Departamento de Taquigrafia

Departamento de Tecnologia da Informação

Departamento de Logística

Departamento de Jornalismo

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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Apresentação

Os desafios para diversificação da economia gaúcha são o estímulo para

buscarmos novas fontes de energia elétrica visando garantir condições mínimas deste

crescimento.

Dentro dessa idéia, a Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia

Eólica discutiu as perspectivas de utilização dessas fontes complementares visando dar

segurança à matriz energética no Estado do Rio Grande do Sul.

Para tanto a Comissão desenvolveu um calendário de audiências onde

representantes da sociedade gaúcha discutissem o assunto e ouvissem as várias posições

do setor governamental, em nível federal, estadual e municipal, o setor acadêmico e os

investidores públicos e privados.

O trabalho da Comissão Especial somou-se a outras iniciativas de trabalho

no mesmo sentido que deverão convergir para o melhor aproveitamento de nossas

fontes de energia abundantes no solo gaúcho como o carvão mineral e a eólica.

Após acompanhar os debates e posicionamentos tenho a convicção de que é

possível utilizar a energia elétrica baseada no carvão mineral com baixos níveis de

poluição ambiental, minimizado ainda mais, com a estruturação de unidades de

aproveitamento integral dessa matéria-prima.

Nas principais economias do planeta, como os Estados Unidos, China,

Alemanha, Austrália entre outros, a representatividade do carvão mineral é superior a

46% na geração de energia elétrica.

O mesmo não acontece no Brasil onde o carvão mineral representa apenas

1,3% da matriz elétrica nacional, abaixo até mesmo da energia nuclear com 2,7%, de

acordo com o Balanço Energético Nacional de 2011, do Ministério de Minas e Energia.

No que tange a energia a partir da utilização dos ventos a tarefa é também

promissora, pois percebemos o potencial de geração de energia limpa disponível no RS.

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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A sua geração permite o compartilhamento do espaço com outras atividades como a

pecuária e a agricultura num convívio pacífico e lucrativo para toda a sociedade.

A participação da energia eólica na matriz elétrica do Brasil ainda é

incipiente. Outra vez, a China e os Estados Unidos figuram como, respectivamente, 1º e

2º colocados no ranking mundial de capacidade eólica instalada, onde o Brasil foi o 15º

no ano de 2012, segundo a ABEEólica.

Todavia, a baixa participação dessas fontes na geração de energia elétrica

pode ser vista como uma grande oportunidade para o RS que detém 89% das reservas de

carvão mineral do país e um dos principais sítios de geração de energia eólica.

A nossa tarefa principal será de nos mobilizarmos para garantir que os

investimentos previstos, bem como os futuros leilões, se viabilizem em relação ao

carvão gaúcho e a eólica.

Já temos a viabilidade econômica e ambiental. Precisamos assegurar a

viabilidade política desses projetos o que pretendemos ter colaborado através desta

Comissão Especial.

Deputado Marcio Biolchi

Presidente

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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Introdução

Há muito tempo o Rio Grande Sul se debate com a falta de energia elétrica.

A alternativa de utilização do carvão mineral do Rio Grande do Sul em

termoelétricas ressurge como uma opção viável, complementar às hidrelétricas, no

intuito de suprir a energia elétrica firme para alavancar o crescimento econômico e

social do Rio Grande do Sul em patamares ainda maiores.

O resultado do trabalho político dessa Comissão Especial vem se somar as

demais ações, em andamento, visando à inclusão de nossa matéria-prima – carvão

mineral – como fonte de geração de energia elétrica nos próximos leilões de compra de

energia em nível federal.

Nesse momento, reputamos o dia 29 de agosto de 2013 como um dia

especial para o calendário do desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do

Sul pelo anúncio da Eletrobrás para o primeiro leilão nacional de energia com

participação do carvão, depois que a matéria-prima foi excluída dos certames há quatro

anos.

Na qualidade de Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Carvão

Mineral comemoramos a oficialização do leilão, que, com certeza, será o dia do

renascimento da cadeia do carvão no RS. Este deverá ser o primeiro passo para

retomarmos com vigor a indústria carbonífera gaúcha e assim gerarmos mais

desenvolvimento, trabalho e renda para o Rio Grande do Sul e, principalmente, para a

Metade Sul.

Nesse momento, baseado na indústria do carvão, tem-se um indicativo de

investimentos na ordem de R$ 10 bilhões no Estado para os próximos cinco anos. Na

esteira desse movimento os projetos de usinas termelétricas terão linhas de crédito

disponíveis no BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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O Governo do Estado e as empresas MPX e Copelmi Mineração inclusive já

assinaram dois protocolos de intenção com o objetivo de criar condições de participar

dos próximos leilões de energia lançados pelo Governo Federal. A partir das

assinaturas, as empresas se comprometem a investir R$ 6,8 bilhões para a construção de

duas usinas térmicas de carvão mineral e uma mina, no município de Candiota, Região

Carbonífera do Rio Grande do Sul com previsão de gerar mais de 8 mil empregos.

Tais fatos dialogam com o entendimento de que a riqueza natural que o Rio

Grande do Sul tem não pode ficar estocada. Apenas temos que adotar as melhores

inovações tecnológicas para explorar estas jazidas com cuidado e responsabilidade

ambiental consistente.

Assim, temos certeza que todos os movimentos no sentido de apoiar o

desenvolvimento do Estado apoiado na cadeia do carvão mineral poderão se constituir

no “Pré-Sal Gaúcho” e gerar emprego e renda para a população. Este apoio, além de

aumentar qualidade de vida nas regiões produtivas, dá uma nova perspectiva de

crescimento para as comunidades circunvizinhas.

Da mesma forma, todos os esforços no sentido de viabilizar a geração de

energia elétrica a partir dos ventos são dignos de nossa atenção.

Durante os debates realizados no âmbito desta Comissão Especial tivemos a

oportunidade de consolidar nosso posicionamento favorável a utilização plena da

energia eólica como fonte de energia renovável.

A produção de energia limpa nos trás a possibilidade do crescimento

econômico-social deixando para as próximas gerações um legado de sustentabilidade.

Portanto, acreditamos que esta Comissão Especial muito contribuiu para a

discussão e, principalmente, à execução de políticas públicas na área de geração de

energia elétrica a partir do carvão mineral e da energia eólica.

Deputado Valdeci Oliveira

Relator

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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AGENDA

Data: 17/04/2013

Hora: 13:00

Local: Sala João Neves da Fontoura Plenarinho, 3º Andar

A Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica elegeu como

relator, o deputado Valdeci Oliveira (PT) que apresentou o plano de trabalho do órgão

técnico, que incluiu 12 atividades entre visitas técnicas e audiências técnicas e públicas.

Os deputados deverão, entre outras atividades, visitar a indústria carbonífera de Minas

do Leão.

Aprovada a primeira audiência pública marcada para o dia 29 de abril,

quando serão ouvidos representantes da Companhia Riograndense de Mineração (CRM)

e da Associação Brasileira de Carvão Mineral sobre as potencialidades de geração de

energia elétrica no Estado, em especial a partir do carvão

mineral. Os integrantes aprovaram, também, requerimento de audiência pública de

autoria do deputado Raul Carrion (PCdoB) - que será realizada em conjunto com a

Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável - sobre a implantação de um

polo carboquímico no Rio Grande do Sul.

Estiveram na reunião os deputados Márcio Biolchi (PMDB), Marcelo

Moraes (PTB), Valdeci Oliveira (PT), Jeferson Fernandes (PT), Gilmar Sossella (PDT),

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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Adolfo Brito (PP), Frederico Antunes (PP), Pedro Pereira (PSDB) e Raul Carrion

(PCdoB).

Plano de Trabalho da Comissão

• 1ª – CRM e ABCM. Tema: carvão – potencial energético, importância social e

econômica, cenários, diagnóstico. Se for aprovada agora, será realizada no

próximo dia 22. Já estão confirmadas inclusive duas presenças, a do presidente

da CRM e a do presidente da ABCM;

• 2ª – CEEE GT – Geração Térmica. Tema: cenários de geração e transmissão,

investimento;

• 3ª – CGTE e empresas privadas. Tema: planos de investimento;

• 4ª – Maurício Tolmasquim, da EPE, e João Ramis, da Eólica Cerro Chato.

Tema: energia eólica – diagnóstico, potencial brasileiro, mapa nacional,

participação da energia eólica no cenário energético nacional, competitividade,

tecnologias;

• 5ª – Livramento – audiência pública e visita a locais de produção eólica;

• 6ª – Candiota – audiência pública e visita;

• 7ª – Carbonífera – audiência pública e visita;

• 8ª – Academia – UFRGS, Cientec e outras instituições de pesquisa. Tema:

carvão, meio ambiente e tecnologias para amenizar impactos; necessidades de

pesquisa e novas tecnologias;

• 9ª – Órgãos ambientais, movimentos sociais e sindicatos. Tema:

desenvolvimento sustentável versus impactos dos projetos de energia; legislação

ambiental – licenciamento, carbono, política do clima, etc.;

• 10ª – Governo RS e AGDI. Tema: políticas de incentivo à energia eólica –

Fundopem e outros; atração de investimentos – fábricas de aerogeradores e

parques eólicos; APLs e energia;

• 11ª – Região sul do Estado, prefeitura de Rio Grande, estaleiros e FERGS.

Tema: impactos sociais e econômicos dos investimentos em energia – carvão e

eólica; impactos no desenvolvimento regional;

• 12ª – Instituições de pesquisa e setores empresariais. Tema: outros usos do

carvão, novos produtos, etc.

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AGENDA

Data: 24/04/2013

Hora: 13:00

Local: Sala Dr Alberto Pasqualini, 4º Andar

A Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica aprovou 12

requerimentos de audiências públicas. Conforme o presidente do órgão técnico e

proponente dos debates, Deputado Márcio Biolchi (PMDB), algumas dessas audiências

poderão ser condensadas em um mesmo evento. Os encontros devem ser realizados em

Porto Alegre e nas regiões Carbonífera, Sul e Sudoeste.

Participaram da reunião, além de Biolchi e Frederico, os deputados Marcelo

Moraes (PTB), vice-presidente da comissão, Valdeci Oliveira (PT), relator, Gerson

Burmann (PDT), Gilberto Capoani (PMDB), Adolfo Brito (PP) e Pedro Pereira (PSDB).

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AGENDA

Data: 29/04/2013

Hora: 14:00

Local: Sala João Neves da Fontoura Plenarinho, 3º Andar

Audiência Pública. Convidados: Luiz Fernando Zancan e Elifas Simas

A Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica, presidida pelo

deputado Márcio Biolchi (PMDB), debateu as potencialidades de geração de energia

elétrica do estado, especialmente a partir do carvão mineral.

Foram ouvidas manifestações do presidente da Companhia Riograndense de

Mineração, Elifas Simas, e do presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral

(ABCM), Luiz Fernando Zancan, o RS importa 65% da energia que consome.

Conforme Zancan, é o próprio Operador Nacional do Sistema (ONS) que

defende, na Região Sul, a inclusão de térmicas no sistema elétrico, havendo uma

operação mista entre hidrelétricas e térmicas, eficientes principalmente em períodos sem

chuva. Ele destacou que toda a cadeia termelétrica do Rio Grande do Sul e de Santa

Catarina são certificadas com o ISO 14001.

Em sua participação, o presidente da Companhia Riograndense de

Mineração, Elifas Simas, destacou as recentes ações governamentais gaúchas no sentido

de apoiar a cadeia do carvão mineral. Ele mencionou que o governador emitiu um

decreto criando grupos que estão discutindo, no âmbito do Executivo, formas de

desonerar a cadeia produtiva do carvão e de tornar o tratamento mais isonômico com

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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relação a outras fontes de energia. Também enfatizou que o governo do Estado também

tem trabalhado no desenvolvimento de uma política de Estado para o carvão mineral a

médio e longo prazo.

Presente na abertura do debate, o presidente da Assembleia Legislativa,

deputado Pedro Westphalen (PP), destacou a importância do trabalho da Comissão

Especial. “É mais um instrumento que o Parlamento gaúcho lança para poder se fazer os

estudos e os aprofundamentos com relação ao carvão”, disse. Westphalen lembrou que o

aproveitamento do carvão mineral no Rio Grande do Sul para fins de energia foi um dos

temas por ele elencados em seu discurso de posse como presidente da Casa.

O relator do órgão técnico, o deputado Valdeci Oliveira (PT), ressaltou o

fato de que o Rio Grande do Sul, por deter 90% das reservas de carvão do Brasil, tem

responsabilidades com relação a todo país. “Não podemos, em hipótese alguma, ficar

olhando de braços cruzados, não só do ponto de vista de energia, mas do que isso

significa para o desenvolvimento regional”.

Acompanharam os debates os deputados João Fischer (PP) e Frederico

Antunes (PP). Antunes afirmou que, no Brasil, o uso do carvão mineral só foi liberado

porque ‘se acendeu’ a luz vermelha da produção energética. Segundo o parlamentar, o

País ainda não compreendeu a real importância desse mineral. Ele acrescentou que

ainda é preciso haver pressão política para que o setor do carvão receba o mesmo

tratamento por parte dos órgãos governamentais e dos editais de leilões.

Também estiveram presentes na audiência pública o secretário-adjunto de

Infraestrutura e Logística do Rio Grande do Sul, Claudemir Bragagnolo, e

representantes do deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), do CREA-RS, da UFRGS,

da Força Sindical, da Fiergs, do Badesul, da Federasul, da Cientec, de vereadores de

Minas do Leão, entre outras autoridades.

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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AGENDA

Data: 13/05/2013

Hora: 14:30

Local: Sala Dr Maurício Cardoso, 4º Andar

As potencialidades de geração de energia elétrica do Estado, em especial, a

partir do carvão mineral, abordando o meio ambiente e as tecnologias para minimizar

impactos, bem como necessidades de pesquisas e novas tecnologias foi o tema abordado

pelo Presidente da CIENTEC, Sr. Luiz Antonio Antoniazzi.

“O carvão gaúcho representa um novo pré-sal para o país”. Foi com

otimismo que o presidente da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), Luiz

Antonio Antoniazzi, traçou novas perspectivas para as reservas carboníferas na geração

de energia, bem como para uso nos segmentos carboquímico e siderúrgico. Durante

audiência pública da Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica da

Assembleia, que é presidida pelo deputado Márcio Biolchi (PMDB), o presidente da

Cientec elencou uma série de aproveitamento de subprodutos do mineral.

Além da utilização energética, tanto o carvão – que pode ser subaproveitado

com a mistura de biomassa – como o gás proveniente do mineral, já podem com a atual

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tecnologia em desenvolvimento no país extrair outros recursos para destinação

siderúrgica ou carboquímica de primeira a quarta geração. Em alguns casos, é possível a

produção desde fertilizantes, hidrogênio, plásticos e lubrificantes de alto desempenho

até gasolina ou mesmo metanol. O excedente de cinzas também serve para fabricação de

cimento. “Necessitamos de pesquisa para aproveitar os subprodutos do carvão, além é

claro, da transformação em energia”.

Também participaram o vice-presidente da comissão especial, deputado

Marcelo Moraes (PTB), e o relator, deputado Valdeci Oliveira (PT); além dos

integrantes Edson Brum (PMDB), Frederico Antunes (PP) e Raul Carrion (PCdoB).

Ainda estiveram presentes o deputado Cassiá Carpes (PTB) e representantes CRM,

Cientec, Banrisul, Secretaria Estadual do Desenvolvimento e Promoção do

Investimento; Crea, Ajuris, AGDI, Fiergs, Unisinos, PUC-RS, Associação das Câmaras

de Vereadores da Região Carbonífera, Prefeitura de Minas do Leão e Câmaras de

Vereadores de Bagé e São Jerônimo.

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AGENDA

Data: 10/06/2013

Hora: 14:30

Local: Sala Dr Maurício Cardoso, 4º Andar

A convidada palestrante foi a Dra. Élbia Melo, presidente-executiva da

Associação Brasileira de Energia Eólica - ABEEólica.

A ABEEólica possui mais de 80 associados, que são fabricantes de

equipamentos eólicos, desenvolvedores de parques, investidores em parques e geradores

de toda a cadeia de componentes e de serviços correlatos. A Associação representa a

indústria como um todo, portanto toda a cadeia produtiva. As principais empresas do

País, como a CPFL, a Wobben, presentes na audiência, e a IMPSA, que está chegando

ao Rio Grande do Sul, compõem a ABEEólica. Também tem a participação de

federações e universidades por meio de convênios.

As opiniões expressas pela palestrante foram promissoras. Os ventos devem

soprar para novos investimentos em potenciais energéticos renováveis no Rio Grande

do Sul, sobretudo para energia eólica, que começa a sinalizar como atrativo para

investidores com o novo leilão de energia A-2 (específico para este fim) programado

para 23 de agosto. As regiões Sul e Nordeste brasileiro, como maiores potenciais

geográficos e de geração energética desta fonte, poderão expandir seus atuais parques e

servir como fonte de complementação hídrica ao Sistema Elétrico no país.

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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As perspectivas foram traçadas pela presidente-executiva da Associação

Brasileira de Energia Eólica - ABEEólica, Élbia Melo, durante audiência pública. Na

ótica da representante da ABEEólica, que visitou pela manhã o Parque Eólico de Osório

– o primeiro instalado no Brasil –, o Rio Grande do Sul com a produção expandida para

250 MW, mais do que explorar as vantagens naturais das regiões produtivas, como as

do Litoral Norte, Sul e Campanha, tem que promover junto ao governo estadual a

sinalização para os investidores de suas potencialidades. Atualmente, o Estado

posiciona-se na ponta do sistema energético e consome mais do que produz.

A audiência pública contou com a participação dos deputados estaduais

Frederico Antunes (PP), Marcelo Moraes (PTB) e Valdeci Oliveira (PMDB), além de

representantes da Federasul, Cientec, Banrisul, Impsa, Masplan, entre outros.

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AGENDA

Data: 15/07/2013

Hora: 14:00

Local: Sala Dr Maurício Cardoso, 4º Andar

O jornalista Elmar Bones da Costa, diretor e editor da revista JÁ, que

dedicou uma edição especial ao tema do carvão, destacou que um dos problemas

enfrentados é a desinformação. Ele disse ser comum ouvir as pessoas dizerem que a

utilização do carvão para a geração de energia é algo ultrapassado. "Mas o que era vilão

há 30 anos, hoje pode não ser mais tão ruim para a sociedade", explicou o palestrante,

ao defender que já existem tecnologias capazes de neutralizar muitos efeitos ambientais

nocivos, provenientes da extração e utilização do carvão para a geração de energia.

O engenheiro eletricista João Ramis defendeu a diversificação da matriz

energética brasileira como forma de ampliar a oferta de energia para o desenvolvimento

do País. De acordo com ele, hoje existem tecnologias suficientemente avançadas para

que se utilize o carvão como fonte de energia de forma ambientalmente compatível, e o

carvão poderia representar, juntamente com a energia eólica, a autossuficiência

energética do Rio Grande do Sul. "Nós precisamos planejar efetivamente o setor, e

recriar a Secretaria de Minas e Energia", defendeu.

O presidente da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), Elifas

Simas, parabenizou os parlamentares e o Parlamento por debaterem a utilização do

carvão mineral gaúcho para geração de energia. Ele salientou que o Rio Grande do Sul

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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terá nos próximos meses possibilidades de ver seus projetos de energia termoelétrica

serem aprovados nos leilões do governo federal.

O presidente da Eletrobras CGTEE, Sereno Chaise, endossou a avaliação

sobre novas tecnologias. "É possível explorar o carvão mineral para gerar energia desde

que se adotem equipamentos de última geração", defendeu. "Não podemos abrir mão do

carvão para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Temos que aproveitar todas as

fontes de energia disponíveis", salientou Chaise.

Também participaram do debate desta tarde o presidente do Sindieólica-RS,

Ricardo Rosito, o representante do CREA/RS, Sérgio Boniatti, além de representantes

do Badesul, Ufrgs, CEEE, Cientec e AGDI, entre outros.

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AGENDA

Data: 12/08/2013

Hora: 14:00

Local: Sala Dr Maurício Cardoso, 4º Andar

Durante o encontro, foram ouvidos o coordenador de Energias e

Comunicação da Diretoria de Infraestrutura e Energia da Agência Gaúcha de

Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Eberson Silveira, e o

representante da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Fábio

Weber, acerca da atual situação do setor energético eólico no Estado e no país. Também

falaram sobre o trabalho dos governos federal e estadual no sentido de atrair a cadeia

produtiva dessa fonte de energia para o Rio Grande do Sul, como a desoneração do

ICMS para o setor, com a isenção de impostos para as matérias-primas de torres e

geradores, por exemplo.

Também presentes no evento, foram ouvidos os professores Luiz Carlos da

Silva Pinto Filho, diretor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul (UFRGS); Nilson Romeu Marcilio, representante do Departamento de

Engenharia Química daquela Universidade; Ivo André Homrich Schneider

(Departamento de Engenharia de Minas), Saulo Bragança (Departamento de Engenharia

de Materiais), Nestor Heck, André Zingano e André Jablonski (Laboratório de

Geoquímica Ambiental) os quais relataram as pesquisas visando o aproveitamento do

carvão mineral, sua potencialidade e relação com o meio ambiente, em especial, sobre a

Rede Carvão que conta com 100 pesquisadores e 39 instituições.

Presente na audiência dessa segunda, o líder do governo na Assembleia,

Deputado Valdeci Oliveira (PT), relator da Comissão.

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DIAGNÓSTICO

Reflexões sobre as palestras apresentadas nas audiências públicas

Energia elétrica de fonte do carvão mineral

O carvão mineral, de origem fóssil, foi uma das primeiras fontes de energia

utilizadas em larga escala pelo homem. Sua aplicação na geração de vapor para

movimentar as máquinas foi um dos pilares da Primeira Revolução Industrial, iniciada

na Inglaterra no século XVIII.

Já no fim do século XIX, o vapor foi aproveitado na produção de energia

elétrica. Ao longo do tempo, porém, o carvão perdeu espaço na matriz energética

mundial para o petróleo e o gás natural, com o desenvolvimento dos motores a

explosão.

O carvão é o combustível fóssil com a maior disponibilidade do mundo. As

reservas totalizam 847,5 bilhões de toneladas, quantidade suficiente para atender a

produção atual por 130 anos.

As reservas estão em todos os continentes, com ênfase maior no hemisfério

norte. O carvão mineral concentra-se nos Estados Unidos com 28,6%, Rússia com

18,5% e China com 13,5% que juntos representam mais de 60% do volume total, porém

são encontradas jazidas em quantidades expressivas em 75 países.

A partir da década de 70 o interesse retornou, especialmente pelo “choque

do petróleo”, e se mantém em alta até hoje. Além da oferta farta e pulverizada, o

comportamento dos preços é outra vantagem competitiva ao contrário das cotações do

petróleo e derivados que se têm caracterizado pela tendência de alta e extrema

volatilidade.

De acordo com dados da International Energy Agency (IEA), o carvão é a

fonte mais utilizada para geração de energia elétrica no mundo, respondendo por 41%

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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da produção total. A participação na produção global de energia primária é de 26%. A

IEA projeta que o minério manterá posição semelhante nos próximos 30 anos.

Os comparativos indicam que a presença do carvão mineral na geração de

energia elétrica nos países da África do Sul, chega a 93%, na China, 79%, na Índia

69%, enquanto no Brasil, representa apenas 1,4% da matriz energética.

Há consenso de que os países não abrem mão da segurança energética

porque é vital para o desenvolvimento e o Brasil precisa ampliar sua potencialidade.

A principal restrição à utilização do carvão é o forte impacto socioambiental

provocado em todas as etapas do processo de produção e também no consumo, para

tanto há projetos de mitigação e investimentos em tecnologia (clean coal technologies)

desenvolvidos visando atenuar este quadro.

A produtividade das minas a céu aberto é superior à das lavras subterrâneas.

No entanto, de acordo com o World Coal Institute (WCI) – ou Instituto Mundial do

Carvão, 60% da oferta mundial de carvão mineral é extraída por meio da mineração

subterrânea.

No Brasil, a maior parte é explorada a céu aberto. As reservas brasileiras são

compostas pelo carvão dos tipos linhito e sub-betuminoso. As maiores jazidas situam-se

nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

As reservas brasileiras ocupam o 10º lugar no ranking mundial, mas

totalizam 7 bilhões de toneladas, correspondendo a menos de 1% das reservas totais. A

Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM) calcula que as reservas conhecidas

poderiam gerar hoje 17 mil megawatts (MW).

Seja pelo alto custo e pelas dificuldades de transporte, seja porque o carvão

se constitui em fator estratégico para a segurança nacional (por ser a principal fonte

geradora de energia em vários países), o comércio internacional do mineral é pequeno

frente ao porte das reservas e produção.

A maioria das transações concentra-se na Ásia e na Oceania, onde estão os

grandes exportadores e importadores. Assim, a maior parte do carvão exportado navega

pelo Oceano Pacífico.

Para o carvão que trafega pelo Oceano Atlântico – e que, por questões

logísticas, atenderia ao Brasil –, os principais exportadores são África do Sul e

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Colômbia, enquanto os maiores importadores são Reino Unido, Alemanha e Estados

Unidos.

No Rio Grande do Sul o volume de reservas responde por 89,25% das

reservas brasileiras; Santa Catarina, 10,41%; Paraná, 0,32% e São Paulo, 0,02%.

Somente a Jazida de Candiota (RS) possui 38% de todo o carvão nacional.

Tanto que as usinas de Jacuí e Candiota III utilizam a combustão

pulverizada. Outros dois projetos, a usina Sul Catarinense e a Seival, no Rio Grande do

Sul, utilizarão, respectivamente, a combustão em leito fluidizado circulante e a

combustão pulverizada, segundo o Plano Nacional de Energia 2030.

Em todas será possível utilizar, total ou quase totalmente, o carvão bruto,

sem necessidade de beneficiamento.

A utilização do carvão mineral tornou-se urgente no Rio Grande do Sul

sendo destaque no Encontro da Fiergs em Porto Alegre onde foi realçada a importância

do carvão mineral no desenvolvimento econômico da região Sul do Brasil endossado

pelas três federações industriais do sul.

Energia elétrica de fonte eólica

A primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica pública foi

instalada em 1976, na Dinamarca.

Hoje, 28% da demanda de energia do consumo de energia da Dinamarca é

atendido por energia eólica. Essa é uma média anual, porque a Dinamarca tem picos de

atendimento a ponto de chegar a 90% do consumo de energia atendido pela energia

eólica.

Atualmente, existem mais de 30 mil turbinas eólicas em operação no

mundo. Em 1991, a Associação Européia de Energia Eólica estabeleceu como metas a

instalação de 4.000 MW de energia eólica na Europa até o ano 2000 e 11.500 MW até o

ano 2005.

Estima-se que em 2020 o mundo terá 12% da energia gerada pelo vento,

com uma capacidade instalada demais de 1.200GW (WINDPOWER; EWEA;

GREENPEACE, 2003; WIND FORCE, 2003).

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26

No Brasil, a energia eólica vem aumentando nos últimos anos sua

participação no contexto energético, porém apenas 1% da demanda é atendida pela

fonte eólica.

Os montantes maiores de investimentos em energia eólica iniciaram-se em

2009, a partir do leilão de energia. Os parques têm, em média, três anos para entrar em

operação, e isso significa que os primeiros parques entraram em operação a partir de

2012. Sucessivamente, a cada ano, mais parques entram em operação.

A energia eólica é uma opção complementar à fonte hidrelétrica,

predominante no sistema brasileiro. A expectativa para os próximos dez anos é de que a

capacidade instalada no País aumente em 63.400 MW. Deste montante, 18 GW devem

produzidos a partir das fontes alternativas complementares, entre elas a energia eólica.

Desde a criação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia

Elétrica - PROINFA, e, posteriormente, os sucessivos leilões de compra e venda deste

tipo de energia, a participação na matriz elétrica brasileira passou de pouco mais de 20

MW para aproximadamente 1.180MW.

São 59 parques eólicos atualmente em operação. Nos últimos dois anos, o

governo federal contratou a construção de 141 novos empreendimentos, que deverão ser

entregues até o final de 2013, com investimentos no montante de R$ 16 bilhões.

O Brasil é o País mais promissor do mundo em termos de produção de

energia eólica, na avaliação do Global Wind Energy Council, organismo internacional

que reúne entidades e empresas relacionadas à produção desse tipo de energia.

No Brasil, nas regiões nordeste e sul, há 2.753,2 MW em operação e mais

3.427 MW em construção.

No entanto, já existe uma capacidade instalada de 2,5 gigawatts o que

coloca o Brasil na 15ª posição no mundo. A partir de 2012, 2013, 2014, vai crescer a

participação do Brasil. A expectativa é que, até o final de 2013 o Brasil já esteja entre os

10 maiores. Lá no final de 2017, com todos os parques que estão negociados, de 2009 a

2012, o país deverá figurar entre os cinco países do mundo, em termos de capacidade

instalada.

A Empresa de Planejamento Energético – EPE – prevê para 2021, no atual

ritmo de crescimento de contratação, uma capacidade de energia eólica instalada em 16

gigawatts.

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No Rio Grande do Sul, os primeiros estudos para a criação dos parques

começaram em 1999. O primeiro aerogerador foi ligado em abril de 2006. Até o final

daquele ano, todos os 75 equipamentos estavam operando comercialmente.

Há 12 parques instalados no Estado desde 2006 e a força dos ventos já

representa 4,4% de toda a matriz energética gaúcha. A partir dos novos projetos, a

expectativa é que o percentual passe de 10%.

Há cerca de 4 mil MW em empreendimentos que estão buscando

licenciamento e se inscrevendo nos leilões de energia.

No caso do Rio Grande do Sul, a energia eólica tem um papel estratégico,

pois a época dos ventos coincide com o período de seca no Estado.

Tem-se a avaliação de que além de não emitir gases poluentes, os parques

eólicos preservam a fauna e flora dos campos onde estão localizados. Também podem

agir no sentido de descentralizar a riqueza no Estado com investimentos sendo

realizados em algumas das regiões gaúchas com menor renda.

Nesse aspecto vale salientar a convivência da geração eólica com outras

atividades pelo multiuso das áreas arrendadas, baixa interferência na rotina, aumento da

renda dos proprietários das áreas e manutenção dos empregos.

As contribuições da geração de energia elétrica através da fonte eólica

indicam a fixação do homem no campo, que proporciona ganhos com arrendamentos,

assim como a capacitação das populações e o empenho em projetos e ações sociais.

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CONCLUSÕES

1. O principal desafio do Brasil e do Rio Grande do Sul, em específico, é produzir

energia firme em condições de sustentabilidade econômica e ambiental.

2. O crescimento econômico e social em patamares mais relevantes depende em

grande parte do fornecimento de energia em quantidades não disponíveis

atualmente (2013).

3. Para tanto, são necessárias todas as fontes para duplicar a capacidade de energia

do Brasil. Na parte térmica, a despachabilidade (produção sob demanda) e

complementaridade são fundamentais.

4. As fontes de geração de energia no Brasil são promissoras. Em especial, as do

Rio Grande do Sul com disponibilidade abundante para a utilização do carvão

mineral e da fonte eólica.

5. Do ponto de vista estritamente financeiro, o custo da energia elétrica produzida

através do carvão mineral pesa desfavoravelmente, se comparado com o da

eólica e da hidro.

6. Contudo, a característica de produzir energia firme o torno uma fonte

indispensável de geração de energia, a exemplo das economias mais

desenvolvidas.

7. A pouca utilização do carvão mineral na matriz energética brasileira também se

dá pelo risco ambiental frente aos compromissos internacionais de redução de

gás carbônico (CO2).

8. Há, porém, a possibilidade de utilização das cinzas para a produção de cimento

reduzindo sensivelmente a os efeitos das emissões na cadeia produtiva do

carvão, além de equipamentos modernos capazes de mitigar essa característica.

9. A utilização dessas matérias-primas disponíveis no Rio Grande do Sul tem

externalidades positivas como a criação de um “cluster” de indústrias destinadas

à fabricação, manutenção e inovação nos respectivos setores.

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10. Estudos demonstram que uma usina termo (carvão) de 350 MW impacta na

economia em torno de 5,5 bilhões com investimento na construção civil,

máquinas e equipamentos.

11. A retomada da geração da energia elétrica a partir do carvão mineral utilizará a

maior jazida do Brasil a céu aberto gerando empregos e renda para trabalhadores

e municípios da região.

12. O impacto no PIB nos municípios da região carbonífera é relevante. Há estudos

que mostram que, uma usina de 340 Megawatts impacta na economia em torno

de 5,5 bilhões. As térmicas produziram 1.752 megawatts em 2009 gerando 8

bilhões de impacto, com 3,68 de multiplicador e 53 mil empregos. Por exemplo,

no RS, uma usina, em Candiota, de 340 MW aumentaria em 50% o PIB per

capita. Se for Arroio dos Ratos, duplica. Se for para Hulha Negra, aumenta em

130%.

13. No que tange a energia elétrica com fonte eólica o Brasil tem uma forte

participação e crescimento. Entre os 10 países que mais investiram em energia

eólica em 2012, o Brasil já ocupou a oitava posição. A China cresceu cerca de

13,2 gigawatts, seguida dos Estados Unidos, que cresceram cerca de 13,1

gigawatts. Os demais países do mundo, que já tradicionalmente vêm investindo

em energia eólica são a Alemanha, o Reino Unido e a Índia.

14. A energia eólica e o carvão são fontes complementares e não fontes que

competem entre si. O Brasil precisa enxergar o futuro das matrizes elétrica e

energética não com uma visão de substituição, mas sim de complementaridade.

15. A sociedade brasileira, que é uma sociedade em desenvolvimento, não pode

também pagar caro pela energia elétrica. A energia elétrica tem que ter preços

módicos para chegar à população brasileira, portanto, temos que consumir as

energias naturais.

16. A questão ambiental, da sustentabilidade, da emissão de CO² é absolutamente

relevante. Assim deve-se ter uma matriz o mais renovável possível para que o

país possa cumprir com os compromissos de emissão e produzir energia num

sistema mais limpo, mais sustentável, que possa garantir um futuro mais

sustentável para a sociedade.

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17. O Brasil apresenta a matriz elétrica mais renovável e limpa do mundo. O País

precisa perseguir e manter essa proporção de fontes renováveis, sem abrir mão

da segurança.

18. Em função da tecnologia existente e do know-how de produção eólica o País

possui parques com um fator de capacidade (produtividade) média da ordem de

40% e chegando, em algumas situações, a 45% o que resulta em preços

competitivos na geração de energia eólica. Os novos parques já apresentam fator

de capacidade média de 54%.

19. Quando ao aspecto socioeconômico a geração de emprego. A cada megawatt

instalado de energia eólica, gera-se 15 unidades de mão de obra. É uma indústria

geradora de emprego, quando se analisa toda a cadeia produtiva, desde a

fabricação de equipamento, até a operação do parque. Até 2020 a previsão é

gerar cerca de 280 mil empregos diretos e indiretos.

20. Há convivência da fonte eólica com as demais atividades econômicas. Isso é

ímpar, em termos de geração de energia porque ela não concorre com as demais

atividades econômicas. Por exemplo, convivência com a pecuária em Cerro

Chato, Livramento, RS e arroz e pinus em Osório.

21. É uma contribuição adicional para a renda da população circunvizinha e pode

contribuir para fixar o homem no campo, em função do arrendamento das áreas

praticadas pelas geradoras.

22. O mesmo contribui também para a questão do direito fundiário com a necessária

regularização das terras visando o arrendamento.

23. No aspecto das finanças públicas, a instalação de uma usina geradora também

impacta positivamente no aumento da participação dos municípios-sede no

retorno do ICMS.

24. O Estado possui a Lei nº 14.014, de 14 de junho de 2012 que instituiu o

Programa Gaúcho de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Energia Eólica,

RSEólica e criou um Comitê Gestor.

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DESAFIOS

De acordo com as discussões levantadas nas audiências foram identificados

os principais desafios para tornar viável a geração da energia elétrica a partir do carvão

mineral e a fonte eólica.

Na área do carvão mineral, um primeiro desafio apresentado é ter um

programa de modernização do parque de termo à carvão mineral. O objetivo é melhor a

eficiência e produzir mais megawatts com o mesmo CO2.

Também é preciso estruturar uma política industrial para a cadeia do carvão

proporcionando a utilização plena dessa matéria-prima no estabelecimento de um

complexo carboquímico.

Para o Leilão A-5 seria necessário, rapidamente, ter isonomia tributária, ter

uma política de incentivos estaduais melhor estruturada capaz de competir inclusive

com o carvão importado.

Hoje a Sudene tem um incentivo até 2018. O nosso, do Sul, termina em

2013. De novo, o Nordeste tem um benefício melhor. Há simetrias tributárias que levam

projetos para o Nordeste, e aqui no Sul perde-se competitividade.

Financiamento do BNDES hoje para o gás se financia com 70%; carvão,

apenas 50%. A taxa de financiamento de usinas carvão é 2,1 pontos maior do que uma

taxa de financiamento a gás.

É preciso evitar sobrecusto ambiental como a Instrução Normativa nº 12 do

IBAMA que trata da compensação ambiental para tudo que emite CO2 no Brasil. Há

um aviso ministerial do ministro de Minas e Energia na AGU para pedir o cancelamento

dessa instrução normativa, como já foi feito com uma anterior, a Instrução

Normativa nº 07.

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No que tange às competições. O Edital do carvão, por exemplo, não é o A-5,

pois a entrega de energia é daqui a cinco anos, só que ele sai em setembro ou outubro;

então acaba sendo quatro anos e três meses. É necessário mudar para que seja

efetivamente A-5, porque o setor defende que necessita 46 meses para fazer uma

térmica a carvão.

A agilização no licenciamento ambiental também é um desafio, porque os

projetos licenciados são de 2.700 megawatts. Se necessitar mais, não há projetos. Nesse

quesito vale o exemplo japonês, que tem norma sendo votada no congresso para fazer

licenciamento ambiental de térmica a carvão em um ano.

A questão tecnológica também é relevante. É preciso reforçar os centros

existentes, criar recursos para que haja mais pesquisa e desenvolvimento. No caso do

Rio Grande do Sul, deve ser fortalecido o CIENTEC, trazer recursos da CFEM.

Nesse sentido, faz-se necessária uma visão integrada dos Ministérios

envolvidos, em especial, o do Meio Ambiente e de Minas e Energia.

De parte da indústria tem de investir em sustentabilidade e buscar fazer mais

com menos impacto ambiental. Precisa-se de energia térmica, porém num modelo de

baixo carbono a cadeia produtiva de carvão tem de estar pronta com alternativas

visando o menor impacto ambiental para tanto são necessários pesquisadores, de massa

crítica atuando nesta área.

Por parte da fonte eólica também há muitos desafios entre os quais o

principal é a logística, em especial, a transmissão, estradas e navegação.

Hoje no Rio Grande do Sul há uma boa capacidade de transmissão já

disponível. No entanto, o transporte de máquinas e equipamentos com grandes

dimensões como pás e geradores necessitam de um modal mais adequado, assim se

precisa desenvolver um sistema de cabotagem de forma urgente.

A preocupação com o meio ambiente no que tange a conservação da

biodiversidade também se insere entre os principais desafios, bem como desafios quanto

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à legislação, necessidade de marco regulatório, exigência e tempo de autorização do

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, entre outros.

Outro desafio é a sustentabilidade da indústria. O Brasil precisa dar sinal de

investimento de longo prazo para sustentar uma cadeia produtiva que foi criada num

contexto único de crise internacional.

A questão da faixa de fronteira, no Rio Grande do Sul, poderá se constituir

em entrave para alguns investimentos e necessita ser discutido em âmbito federal.

Outros desafios no âmbito da geração eólica estão a discussão sobre o

mercado livre, conexão dos parques eólicos no curto prazo, penalidade de potência,

apuração da garantia física, CNPE nº 03 e o pagamento de encargos e novo FINAME.

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ENCAMINHAMENTOS

1. Manter um Fórum Permanente de Acompanhamento das políticas destinadas à

geração de energia elétrica baseada no carvão mineral e eólica.

2. Sugerir e apoiar incentivos tributários e financeiros específicos para a produção

de energia elétrica com fonte carvão mineral, aos moldes do existente para a

fonte eólica.

3. Sugerir e apoiar a criação de centros de pesquisa e capacitação específicos para

exploração integral da cadeia produtiva do carvão mineral e da fonte eólica.

4. Sugerir e apoiar o aporte de recursos destinados à Rede Carvão visando o

aproveitamento integral do carvão mineral.

5. Apoiar ações de divulgação dos benefícios da geração de energia elétrica a partir

dessas fontes, bem como divulgar as modernas tecnologias que mitigam os

impactos ambientais.

6. Sugestão, ao Estado do Rio Grande do Sul, para estabelecer políticas de

incentivo à utilização do carvão, nos moldes do que foi apresentado no setor

eólico.

7. Encaminhar o Relatório desta Comissão Especial ao Poder Executivo visando

dar conhecimento dos debates à Secretaria da Infraestrutura e Logística,

Secretaria do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Secretaria da

Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico e Secretaria do Meio

Ambiente.

8. Encaminhar o Relatório desta Comissão Especial aos Ministérios do Meio

Ambiente, Minas e Energia e Desenvolvimento.

É o Relatório.

Deputado Valdeci Oliveira – PT Relator

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AGRADECIMENTOS

• Associação Brasileira do Carvão Mineral - ABCM

• Associação Brasileira de Energia Eólica - ABEEólica

• Associação das Câmaras de Vereadores da Região Carbonífera - ACVERC

• Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento - AGDI

• Associação dos Juízes do Estado do RGS - AJURIS

• BADESUL Desenvolvimento

• Banco do Estado do RGS - BANRISUL

• Câmara de Vereadores de São Jerônimo

• Câmara de Vereadores de Bagé

• Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica - CGTEE

• Fundação de Ciência e Tecnologia do RS - CIENTEC

• Comitê de des.econômico Governo Estadual

• Comitê de Inovação Novo Hamburgo

• Consórcio Brasileiro de Consultores

• Conselho Regional Engenharia Arquitetura Agronomia do RS - CREA

• Companhia Riograndense de Mineração - CRM

• Eletrosul Centrais Elétricas - ELETROSUL

• Faculdade de Engenharia da UFRGS

• Federação das Associações Comerciais e de Serviços do RGS - FEDERASUL

• Federação das Indústrias do RGS - FIERGS/CIERGS

• Força Sindical

• IMPSA

• Investe RS

• MASPLAM - Gestão e Planejamento Ambiental

• Prefeitura e Câmara de Vereadores Minas do Leão

• Prefeitura e CâmAra de Veresadores de Palmares do Sul

• Pontifícia Universidade Católida do RGS - PUCRS

• Secretaria do Desenvolvimento e Promoção do Investimento - SDPI

• Secretaria da Infraestrutura e Logística - SEINFRA

• Sindicato dos Mineiros

• Universidade Federal do RGS - UFRGS • Universidade Luterana do Brasil - ULBRA

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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• Universidade do Vale do Rio do Sinos - UNISINOS

• Ventos do Atlântico Energia Eólica

• WOBBEN - aerogeradores

Agradecimentos a todos que colaboraram para os resultados desta Comissão Especial.

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

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ANEXO I

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

38

ANEXO II

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

39

ANEXO III

Comissão Especial do Carvão Mineral e Energia Eólica

40

ANEXO IV