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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROJETOS E PROCESSOS NATURE PAPER LTDA Projeto da Unidade Industrial Bruna Sampaio de Mello Caroline Winter Isabela Dancini Yasmin Mayara Silva Maringá, 13 de Julho de 2012.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

PROJETOS E PROCESSOS

NATURE PAPER LTDA

Projeto da Unidade Industrial

Bruna Sampaio de Mello

Caroline Winter

Isabela Dancini

Yasmin Mayara Silva

Maringá, 13 de Julho de 2012.

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Projeto elaborado para a disciplina de

Projetos e Processos do curso de

Engenharia Química pela Universidade

Estadual de Maringá como requisito à

conclusão da disciplina.

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3

Agradecemos a todos que de alguma

forma contribuíram para a realização

deste projeto.

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Sumário 1. OBJETIVOS DO PROJETO ................................................................................................................. 8

2. A EMPRESA ...................................................................................................................................... 8

2.1. Visão ............................................................................................................................................. 9

2.2. Missão .......................................................................................................................................... 9

2.3. Valores .......................................................................................................................................... 9

3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ........................................................................................................... 9

4. ESTUDO DE MERCADO ...................................................................................................................... 13

4.1. História do Papel Sintético ......................................................................................................... 13

4.2. Caracterização da Matéria-Prima ............................................................................................... 14

4.3. Análise de Mercado .................................................................................................................... 15

5. ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO................................................................................................................. 18

5.1. Modelo de Ponderação Qualitativa ........................................................................................... 23

5.2. Terreno ....................................................................................................................................... 29

6. PLANO DE MARKETING ..................................................................................................................... 32

6.1. A Marca Nature Paper ................................................................................................................ 32

6.2. Produto ....................................................................................................................................... 33

6.3. Preço........................................................................................................................................... 33

6.4. Matéria-Prima ............................................................................................................................ 34

6.4.1. Sustentabilidade .................................................................................................................. 34

6.5. Patrocínio ................................................................................................................................... 35

6.6. Pesquisas .................................................................................................................................... 35

6.7. Concorrência .............................................................................................................................. 35

6.7.1. Vantagens e Desvantagens em relação ao papel celulósico ............................................... 36

6.7.2. Concorrência Vitopel ........................................................................................................... 37

6.8. Público-Alvo................................................................................................................................ 37

6.9. Propaganda ................................................................................................................................ 38

6.10. Objetivos e Metas .................................................................................................................... 38

7. PROJETO DE PROCESSO ..................................................................................................................... 38

7.1. Fluxograma do Processo ............................................................................................................ 38

7.1.1. Separação ............................................................................................................................ 38

7.1.2. Moagem .............................................................................................................................. 40

7.1.3. Decantação .......................................................................................................................... 41

7.1.4. Lavagem .............................................................................................................................. 41

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5

7.1.5. Secagem .............................................................................................................................. 42

7.1.6. Aglutinação .......................................................................................................................... 42

7.1.7. Extrusão ............................................................................................................................... 43

7.1.8. Granulação .......................................................................................................................... 43

7.1.9. Formação do Papel Sintético ............................................................................................... 43

7.2. Balanço de Massa ....................................................................................................................... 53

7.2.1. Balanço Global ..................................................................................................................... 53

7.2.2. Balanço por Equipamentos ................................................................................................. 54

7.3. Balanço de Energia ..................................................................................................................... 63

7.3.1. Planta de Reciclagem do Polipropileno ............................................................................... 63

7.3.2. Fábrica de Papel Sintético ................................................................................................... 71

7.4. Dimensionamento de Equipamentos ......................................................................................... 75

7.4.1. Esteira alimentadora ........................................................................................................... 76

7.4.2. Moinho ................................................................................................................................ 76

7.4.3. Lavadora .............................................................................................................................. 78

7.4.4. Secador ................................................................................................................................ 79

7.4.5. Tanque de decantação ........................................................................................................ 79

7.4.6. Aglutinador .......................................................................................................................... 80

7.4.7. Extrusora ............................................................................................................................. 81

7.4.8. Granulador .......................................................................................................................... 83

7.4.9. Peneira vibratória ................................................................................................................ 84

7.4.10. Silo ..................................................................................................................................... 84

7.4.11. Ventoinha .......................................................................................................................... 85

7.4.12. Linha BOPP ........................................................................................................................ 85

7.4.13. Caldeira ............................................................................................................................. 85

7.4.14. Torre de resfriamento ....................................................................................................... 87

7.4.15. Trocador de calor .............................................................................................................. 90

8. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES ...................................................................................... 90

8.1. Etapas do processo geradoras de efluentes .............................................................................. 90

8.2. O processo de tratamento ......................................................................................................... 91

8.2.1. Descrição do sistema de tratamento de águas residuárias implantado ............................. 92

9. CONTROLE DE QUALIDADE ............................................................................................................... 95

9.1. Controle da matéria-prima ......................................................................................................... 95

9.2. Controle do processo ................................................................................................................. 96

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6

9.3. Controle do produto final...................................................................................................... 96

9.4. Controle de espessura ........................................................................................................... 97

9.5. Transmissão de luz e turbidez (HAZE) ................................................................................... 97

9.6. Brilho especular ..................................................................................................................... 97

9.7. Retração ................................................................................................................................ 98

9.8. Nível de tratamento .............................................................................................................. 98

9.9. Propriedades mecânicas ....................................................................................................... 99

9.10. Resistência de selagem ..................................................................................................... 99

9.11. Coeficiente de fricção ........................................................................................................ 99

10. LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................................................................. 100

10.1. Licença Prévia de Indústrias e Serviços .................................................................................. 100

10.2. Licença de Instalação de Indústrias e Serviços ...................................................................... 104

10.3. Licença de Operação de Indústrias e Serviços ....................................................................... 108

11. PLANO FINACEIRO ................................................................................................................... 110

11.1. Investimento Inicial ......................................................................................................... 111

11.1.1. Investimento Fixo ........................................................................................................ 111

11.2. Capital de Giro ................................................................................................................. 114

11.3. Financiamento ................................................................................................................. 115

11.3.1. Investimento Fixo ........................................................................................................ 116

11.3.2. Capital de Giro ............................................................................................................. 117

11.4. Custos e Despesas ........................................................................................................... 118

11.4.1. Custos Indiretos Fixos .................................................................................................. 119

11.4.2. Custos Indiretos Variáveis ........................................................................................... 121

11.4.3. Custos Diretos ............................................................................................................. 124

11.4.4. Despesas Fixas ............................................................................................................. 124

11.4.5. Despesas Variáveis ...................................................................................................... 126

11.4.6. Custos e Despesas Totais ............................................................................................ 127

11.5. Impostos .......................................................................................................................... 127

11.6. Previsão da Receita ......................................................................................................... 128

11.7. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ............................................................. 129

11.7.1. Projeção dos Resultados ............................................................................................. 129

11.8. Análise do Investimento .................................................................................................. 134

11.8.1. Ponto de Equilíbrio ...................................................................................................... 134

11.8.2. Taxa Interna de Retorno (TIR) ..................................................................................... 135

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7

11.8.3. Tempo de retorno ....................................................................................................... 136

12. LAYOUT .................................................................................................................................... 136

13. BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 137

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8

1. OBJETIVOS DO PROJETO

O objetivo desse trabalho é projetar uma indústria de papel sintético reciclado de

médio grande porte, produzindo papel sintético a partir do plástico descartado no lixo

doméstico e industrial. Além de enfatizar o potencial sustentável da empresa, pretende-se

demonstrar resultados positivos quanto às receitas obtidas com o investimento no setor.

O marketing do produto será realizado de forma a conscientizar a população quanto à

necessidade da separação do lixo reciclável, matéria-prima da Nature Paper. Através da

divulgação de programas de apoio às cooperativas de reciclagem e campanhas de

conscientização via veículos audiovisuais, como a televisão, a empresa pretende conscientizar

os brasileiros sobre a necessidade de políticas sustentáveis, exemplificando com a atitude da

Nature Paper.

O foco da Nature Paper LTDA está nas empresas do ramo de impressão gráfica,

principalmente Gráficas e Editoras de livros didáticos. A necessidade anual de papel pelas

gráficas nacionais para produzir livros didáticos para a rede pública alcançou a cifra de 249,3

mil toneladas em 2011. O que significa que com uma produção de 1149,12 toneladas/mês na

Nature Paper, será alcançado inicialmente em torno de 0,5% do mercado anual brasileiro de

papel celulósico.

O mercado nacional de Papel Sintético é ainda discreto e atualmente dominado por

poucas empresas, sendo elas Primiset, Vitopel, Globalcards, Syntpaper, Soquisa e Del-mica.

Entre elas, somente a Vitopel produz papel sintético reciclado, sendo concorrente direto da

Nature Paper.

Diante deste cenário, torna-se um desafio motivador para a empresa conquistar o seu

espaço no mercado consumidor, o que será alcançado através da fabricação de produtos de

qualidade satisfatória e a adoção de preços atrativos.

2. A EMPRESA

A Nature Paper é um projeto empresarial disponível para compra de investidores

interessados. O valor para implantação da empresa será 80% financiado, e o capital de giro

será 100% financiado pelo BNDES, através do programa Proplástico.

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2.1. Visão

Liderar o mercado de tecnologias sustentáveis na produção de papel sintético,

preservando o meio ambiente.

2.2. Missão

Desenvolver alternativas sustentáveis, garantindo a reutilização de produtos que antes

eram descartados, poluindo a natureza, e agora são utilizados como matéria-prima de produtos

inovadores com qualidade superior e totalmente recicláveis.

2.3. Valores

Sustentabilidade: É a capacidade do ser humano interagir com o mundo preservando o

meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras.

Ética: É um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana

na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social,

possibilitando que ninguém saia prejudicado.

Qualidade: Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à concepção e

produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do cliente. Do ponto de vista do

cliente, a qualidade está associada ao valor e à utilidade reconhecidos ao produto.

3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

O Conselho Administrativo da Nature Paper LTDA é integrado por quatro gerentes:

Gerente Industrial, Gerente Administrativo, Gerente Comercial e de Marketing e Gerente

Financeiro.

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Os gerentes são responsáveis por setores independentes, porém inter-relacionados a

fim de buscar sempre a viabilidade econômica e o melhor desempenho tecnológico e

corporativo da empresa.

O gerente Industrial é responsável pelo controle do processo produtivo, tanto da

produção de pellets de polipropileno reciclado, na planta de reciclagem, como de papel

sintético e pela comunicação deste setor com os demais. É encarregado por manter a ordem e

coordenar o trabalho de todas as linhas de produção, cumprindo com as metas de produção.

Os seus subordinados imediatos são os Supervisores de Produção, divididos para as duas

linhas de produção, Pellets Reciclados e Papel Sintético.

Os Supervisores de Produção por sua vez são encarregados de manter a qualidade do

produto final, fiscalizando o trabalho de seus subordinados garantindo que toda a linha de

produção esteja funcionando em perfeita harmonia, que a manutenção dos equipamentos seja

feita de forma a garantir a segurança tanto do consumidor quanto do funcionário, resolvendo

de forma ágil e prática eventuais problemas. Os operadores (funcionários do setor) são

responsáveis pela realização de suas atividades em conformidade com as instruções passadas

pelos seus superiores.

O gerente Administrativo é responsável por coordenar as atividades do Setor de

Recursos Humanos e do Setor de Logística, garantindo que a contratação, treinamento e

capacitação de pessoal, bem como a negociação com os fornecedores e a disponibilização de

recursos, equipamentos e informações para a execução das atividades da empresa sejam

realizadas na mais perfeita ordem.

O Setor de logística é responsável pela manutenção dos estoques de todos os produtos

utilizados na empresa, ou seja, tanto matérias primas como materiais de escritório e limpeza.

Dentre as suas atividades estão também o transporte, movimentação de materiais,

armazenamento, processamento de pedidos, gerenciamento de informações e a utilização e

programas computacionais com a finalidade de otimizar o planejamento da produção da

fábrica.

O gerente Comercial e de Marketing será encarregado pela comercialização e

negociação do produto com as indústrias e chefiar os representantes comerciais e o pessoal do

atendimento ao cliente. Também será responsável pelo preenchimento dos relatórios de

vendas, pelo cumprimento das metas estabelecidas pelo Setor Administrativo e por liderar as

estratégias de marketing da empresa.

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O Gerente Financeiro será responsável pelos investimentos realizados pela empresa,

pela folha de pagamento dos funcionários e fornecedores, por liberar os pedidos de compra de

todos os produtos, diretos e indiretos, necessários à produção e demais setores, e fazer a

demonstração do fluxo de caixa da empresa. Subordinados ao Gerente Financeiro estão os

Setores de Orçamento e Contabilidade, responsáveis pelo contato direto com os fornecedores

com a finalidade de negociação de preços e prazos e pela movimentação financeira da

empresa, respectivamente. A Figura 3.1 apresenta o organograma da empresa.

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Gerente Industrial

Conselho

Administrativo

Gerente

Administrativo

Gerente

Comercial e de

Marketing

Gerente

Financeiro

Supervisor de

Produção de

Pellets Reciclados

Operadores

Recursos

HumanosLogística

Diretor de

Marketing

Supervisor de

Vendas

Supervisor de

EstoquesOrçamentos Contabilidades

Supervisor de

Produção de

Papel Sintético

Operadores

Figura 3.1: Organograma da empresa.

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4. ESTUDO DE MERCADO

4.1. História do Papel Sintético

O papel sintético reciclado de plástico é um produto inovador, sustentável e totalmente

novo. O termo "Papel Sintético" é utilizado para designar folhas ou filmes obtidos a partir de

plásticos, que apresentam características similares ao papel (de celulose) e que são destinados

principalmente a aplicações para impressão e escrita.

É um produto novo no mercado, desenvolvido industrialmente desde 2009, a partir da

associação entre o departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar e a empresa Vitopel,

que buscavam um meio de reciclar seus produtos principais, dando um destino nobre para o

lixo. A partir de 2010, uma lei criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que

responsabiliza as empresas pelo recolhimento de produtos descartáveis produzidos pela

mesma (logística reversa). Mas o que fazer com esses resíduos coletados? Foi pensando nisso

que o papel sintético foi criado. Além de preservar a natureza, já que não há o corte de árvores

como na produção do papel celulósico, ele também retira do ambiente os resíduos plásticos.

Comparado ao papel de celulose, o papel sintético reciclado do plástico possui

diferentes qualidades como a sua alta resistência, ou seja, ele não rasga facilmente, e sua

impermeabilidade a água, além de que no processo de impressão absorve muito menos tinta

do que o papel celulósico. É também 100% reciclável.

Todas essas características capacitam este papel a ser utilizado para impressão de

livros técnicos e científicos, livros didáticos, livros de arte, material corporativo institucional

(Relatórios Anuais de empresas), peças para o mercado promocional e de comunicação visual.

A vantagem que o papel de plástico apresenta - de ser mais resistente e impermeável -

pode torná-lo o papel do futuro. Sem contar que em meio às atuais crises ambientais, esta não

é uma alternativa e sim uma solução.

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4.2. Caracterização da Matéria-Prima

A matéria-prima da Nature Paper é basicamente o polímero plástico polipropileno,

virgem e reciclado, além de aditivos branqueadores.

O polipropileno é uma resina de baixa densidade que oferece um bom equilíbrio de

propriedades térmicas, químicas e elétricas. Ele apresenta grande resistência a rupturas por

flexão e fadiga. As suas propriedades mecânicas podem ser significativamente melhoradas

através de reforços de fibra de vidro ou em grandes especiais modificados com borrachas.

O polipropileno (PP) é um dos plásticos mais novos, sua descoberta é creditada a

Giulio Natta, em 1954, na Itália. Natta, utilizando catalisadores desenvolvidos por Karl

Ziegler, sintetizou, pela primeira vez, em seu laboratório polipropileno cristalino.

A produção comercial de polipropileno começou alguns anos depois de sua

descoberta, em 1957, na Itália pela empresa Montecatini, utilizando os catalisadores de

Ziegler-Natta. Na América Latina, a pioneira na fabricação de polipropileno era a Polibrasil,

em 1978, no Polo Petroquímico de Capuava, o primeiro polo petroquímico no Brasil.

Atualmente no Brasil apenas a Braskem produz o polipropileno. Para isso ela conta com cinco

plantas, duas delas no Rio Grande do Sul, duas no estado de São Paulo, sendo uma delas em

Paulínia, onde será instalada a Nature Paper, e uma no Rio de Janeiro.

O polipropileno apresenta resistência limitada ao calor, porém existem tipos

termoestabilizados destinados a aplicações que exijam uso prolongado a elevadas

temperaturas (ALBUQUERQUE, 2000).

Ele não é atacado pela maioria dos agentes químicos de natureza orgânica, mas sofre

ataque de compostos halogenados e por agentes oxidantes, como o ácido nítrico fumegante. É

o plástico que apresenta a menor densidade, isto permite obter peças e produtos com baixo

peso.

Um resumo das propriedades do polipropileno é dado na listagem abaixo:

Boa resistência química;

Boa resistência ao impacto;

Atóxico;

Baixo custo;

Bom isolante térmico;

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Boa estabilidade térmica;

Baixa densidade;

Bom isolante elétrico;

Fácil moldagem, usinagem e soldagem;

Fácil coloração;

O polipropileno se mostra como um dos plásticos mais versáteis e por isso é aplicado em

diversos setores do mercado.

4.3. Análise de Mercado

O grande objetivo do estudo de mercado foi encontrar qual é o espaço do papel

sintético de plástico reciclado no mercado Brasileiro e identificar fornecedores, consumidores

e concorrentes da Nature Paper no Brasil.

Devido à novidade do produto, as fontes sobre o mercado para o mesmo são bastante

escassas. Todavia puderam-se encontrar alguns bons indicadores em fontes respeitáveis como,

por exemplo, a revista Pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

(FAPESP), o IBGE, Conjuntura Bracelpa, entre outros. Todas essas fontes fazem boas

projeções para o futuro mercado de papel sintético, mas não apenas isso, demonstram também

que seu uso já é uma realidade para parte da indústria gráfica.

Um dos meios para definir essas proporções foi usar a quantidade de livros didáticos

fornecidos à rede pública, convertida em quantidade de livros impressos no papel sintético, e

aplicá-la no universo de consumo brasileiro de papel celulósico nos anos de 2010 e 2011. No

ano de 2010, a Fundação Paula Souza adquiriu 170 toneladas de papel sintético (obtido a

partir de plástico reciclado) que foram destinadas à impressão de 261 mil livros didáticos.

Deste modo, se gasta 1,54 kg para a produção de um livro didático típico.

Devido à durabilidade e resistência do papel sintético acredita-se que os principais

consumidores serão as gráficas e editoras de livros didáticos fornecedores da rede pública de

ensino. Embora não existam estimativas oficiais a respeito do prejuízo da rede pública com a

reposição de livros didáticos deteriorados, é razoável supor que os valores sejam comparáveis

àqueles gastos na produção total desses livros. No ano de 2011, segundo a ASCOM-FNDE, o

governo adquiriu 162,4 milhões de livros didáticos. Com o uso de papel sintético, mais

resistente e durável, os únicos motivos para a reposição de livros seriam as atualizações e o

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surgimento de novas edições, além do aumento do número de alunos atendidos. Isto torna o

papel sintético bastante atrativo para a rede pública, que passaria a exigir seu uso na abertura

de licitações. Para a impressão da quantidade mencionada de livros didáticos, seriam

necessárias 249,3 mil toneladas de papel sintético, conforme descrito no parágrafo anterior.

Combinando os dados da Tabela 4.1 com a quantidade necessária para abastecer a

rede pública com livros didáticos, pode-se estimar 15,3% da presença de papel sintético nas

vendas domésticas correspondentes ao grupo de papel para impressão e escrita. No total de

grupos de vendas domésticas, a presença seria de 4,7%.

Essas porcentagens são muito animadoras considerando que há uma faixa de seis

indústrias de fabricação do papel sintético no Brasil, sendo elas Primiset, Vitopel,

Globalcards, Syntpaper, Soquisa e Del-mica. Porém, a Vitopel é a única no mundo que

produz papel sintético a partir do plástico reciclado (PP). Logo, ela e a Nature Paper possuem

um diferencial em seu produto, pois o Decreto nº 7.631, de 1º de dezembro de 2011

determina: "NC (39-2) Fica reduzida a zero a alíquota do imposto incidente sobre o produto

constituído de mistura de plásticos exclusivamente reciclados, com camadas externas próprias

para receber impressões, denominado papel sintético, classificado no código 3920.20.19,

quando destinado à impressão de livros e periódicos." (NR). Desta forma a única concorrente

direta da Nature Paper seria a Vitopel que já trabalha neste ramo há três anos.

Tabela 4.1: Resultados do Setor de papel celulósico em 2010 e 2011 em 1.000

toneladas.

Papel Total

2010

Total

2011

Produção 9.844 9.887

Embalagem

Imprimir e Escrever

Imprensa

Fins Sanitários

Papel cartão

Outros

4.862

2.704

124

905

786

463

4.937

2.681

129

971

733

436

Vendas Domésticas 5.316 5.292

Embalagem 1.690 1.693

Imprimir e Escrever 1.630 1.631

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Fonte: Conjuntura Bracelpa, fevereiro de 2012.

No entanto, a Vitopel produz uma diversidade de artigos a partir de polipropileno

virgem e, por ter que dividir a produção de papel sintético com os mesmos, não teria

condições de atender sozinha a toda demanda nacional de papel sintético oriundo de

polipropileno reciclado. Além disso, a Vitopel tem dificuldades em obter polipropileno

reciclado devido à baixa proporção de coleta seletiva que se faz no país. A Nature Paper, por

outro lado, pretende vencer esta ultima concorrência investindo em um plano de marketing

pesado que alcance os consumidores finais do produto, além de promover a filosofia da coleta

seletiva.

A matéria-prima principal a ser utilizada (75% do produto) será o plástico de

polipropileno recuperado do lixo. Portanto, os fornecedores da empresa serão, em sua

maioria, as cooperativas de coleta seletiva. Essas cooperativas têm crescido lentamente no

país, não por falta de matéria-prima, mas sim por falta de grandes compradores para o

produto, como a Nature Paper.

O polipropileno encontrado no lixo para a produção do papel sintético pode estar na

forma de filmes para embalagens e alimentos, embalagens industriais, cordas, tubos para água

quente, fios e cabos, frascos, tampinhas, caixas de bebidas, autopeças, tapetes e utilidades

domésticas, potes, etc. Assim, há uma ampla fonte de polipropileno reciclável que está

disponível para exploração.

Só o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia. O aumento excessivo da

quantidade de lixo se deve ao aumento do poder aquisitivo e ao perfil de consumo de uma

população. Além disso, quanto mais produtos industrializados existir, mais lixo é produzido.

A Figura 4.1 apresenta o destino do lixo produzido.

Imprensa 122 121

Fins Sanitários 902 964

Papel Cartão 573 512

Outros 399 371

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Figura 4.1: Destino do lixo no Brasil (Fonte: fichas técnicas do CEMPRE).

Considerando que são produzidas no Brasil 240 mil toneladas de lixo por dia, e que o

brasileiro consome 7,5 kg de polipropileno ao ano (APLA-2010), ou aproximadamente quatro

mil toneladas/dia (o Censo 2010 concluiu que a população do Brasil é de 190.732.694

pessoas), pode-se dizer que a porcentagem de polipropileno que compõe o lixo todos os dias

no Brasil é de 1,7%. De todo o lixo produzido no Brasil apenas 1% é tratado ou reciclado, ou

seja, se usarmos 240 mil toneladas de lixo como base, apenas 2.400 toneladas de lixo

possuem tal destino, sendo que a parcela de polipropileno representa 40,8 t/dia. Supondo que

todo o polipropileno tratado tenha mercado, então a demanda atual de polipropileno é muito

inferior à capacidade de fornecimento a partir do lixo reciclado. Neste sentido, não há

problemas em se encontrar a matéria-prima necessária para a produção de papel sintético.

Diante das estimativas de demanda para papel sintético e dos dados de matéria-prima

disponível, é razoável adotar-se um volume de mercado para produção de papel sintético na

Nature Paper que alcance 0,5% da produção anual brasileira de papel celulósico e até 5% da

demanda estimada anteriormente do mercado de papel sintético para a produção de livros

didáticos destinados à rede pública. Estas estimativas implicam em aproximadamente 12.700

toneladas de papel sintético ao ano. Para esse volume de mercado, seria necessário apenas

0,9% do polipropileno oriundo do lixo produzido no Brasil durante um ano.

5. ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO

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O estudo das possíveis alternativas de localização é essencial para a tomada de decisão

consistente sobre a posição geográfica de uma operação. Este estudo leva em consideração,

basicamente, os seguintes fatores:

Disponibilidade de recursos e facilidade de obtenção de matéria-prima;

Disponibilidade de mão de obra;

Infraestrutura do local;

Localização dos mercados consumidores.

Além de outros quesitos menores, porém não menos importantes.

São três as principais características que tornam a decisão sobre localização

merecedora de criterioso estudo e especial atenção:

Trata-se de uma decisão de longo prazo: as decisões de localização, principalmente no

caso de grandes plantas industriais ou comerciais, levam a um compromisso de longo prazo

com o novo local escolhido. Não é possível mudar uma empresa de local com frequência.

Tampouco é possível “testar” as alternativas de instalação, previamente. Convém ressaltar

que, em alguns casos, particularmente no Brasil, a negociação entre a empresa, interessada em

benefícios fiscais e a administração pública local, interessada na geração de empregos e

atração de outros empreendimentos para a região, pode durar meses, alimentando um

verdadeiro jogo de interesses políticos entre as administrações públicas dos locais pré-

selecionados como alternativas de localização.

Envolve elevado investimento: via de regra, os custos de compra do terreno,

construção, reformas, montagem de equipamentos, contratação de pessoal e com aspectos

burocráticos são consideráveis, fazendo com que a decisão precise ser tomada com o

necessário cuidado.

Tem impacto direto nos custos da operação: uma decisão de localização de caráter

emocional ou sem critério pode levar a custos desnecessários de transporte, deficiência de

mão de obra na comunidade local, problemas com os órgãos de proteção ambiental, falta de

infraestrutura adequada, além de inúmeros outros problemas que podem acarretar sérios

transtornos posteriores à instalação da operação no local escolhido.

Em que pese à existência de numerosos fatores que podem influenciar a decisão da

localização, geralmente este grande número de considerações obedece ao conhecido Princípio

de Pareto, ou seja, apenas alguns poucos fatores, entre os muitos existentes, devem exercer

influência realmente significativa na escolha da localização. Estes poucos fatores eleitos

devem ser cuidadosamente estudados.

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20

Os fatores determinantes na decisão de localização vão variar de organização para

organização. A existência de uma fonte de energia elétrica abundante e de baixo custo pode

ser essencialmente importante para uma organização do tipo industrial. Já a proximidade de

mananciais ou fontes de água potável em abundância é fundamental para uma indústria de

refrigerantes. Os custos de transportes podem ser significativos para uma indústria de

produtos de baixo valor agregado, mas não tão significativos para outra que fabrique produtos

mais elaborados. A proximidade do litoral pode ser condição mandatária para uma empresa

que processadora de pescados, em função da permissibilidade dos frutos do mar e assim por

diante.

Os fatores mais influentes para a tomada de decisão com respeito à localização de

instalações industriais são:

Disponibilidade de matéria-prima: a proximidade das fontes de matéria-prima pode ser

condição essencial, quando a matéria-prima é volumosa e de baixo valor, perecível ou difícil

de ser transportada. Empresas de processamento de minérios ferrosos são um exemplo de

indústria que utiliza matéria-prima volumosa e de baixo valor. Por outro lado, o produto final

tem características opostas, ou seja, apresenta baixo volume e alto valor agregado. Isto

decorre do fato de grande parte da matéria-prima ser eliminada no processo de obtenção do

produto final. Empresas que utilizam grandes volumes de matéria-prima para gerar volumes

muito menores de produtos acabados tendem a se localizar próximo à origem da matéria-

prima, para reduzir os custos com transporte. Matérias-primas perecíveis são geralmente

utilizadas em empresas do ramo de alimentos, como cooperativas agrícolas, indústrias

pesqueiras, processadoras de alimentos frescos como frutas, legumes e verduras. Para evitar

que ocorra deterioração no transporte, empresas que utilizam matéria-prima perecível também

optam por localizar-se próximo à sua fonte de abastecimento. O mesmo acontece com

empresas que utilizam animais vivos como matéria-prima, os quais geralmente requerem

cuidados especiais de transporte.

É conveniente localizar abatedouros e frigoríficos nas adjacências das regiões

produtoras de gado. No universo empresarial brasileiro, é hábito o fornecedor arcar com os

custos de frete. Assim, na maioria das vezes, o fornecedor vende a matéria-prima ao

fabricante com frete incluso no preço e o fabricante faz o mesmo com seu produto quando da

venda ao varejista. Desta forma, existe uma tendência de o preço do frete de entrega de

material (captação de matéria-prima) ser considerado menos importante, nas decisões de

localização, do que o custo de entrega do produto da própria empresa aos seus clientes. Há

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21

empresas que sequer sabem, com exatidão, o custo do frete embutido no preço da matéria-

prima que compram. Por outro lado, os executivos da empresa normalmente têm dados

bastante precisos sobre os gastos de distribuição, que são mais aferidos, negociados e

controlados. Isto não quer dizer, contudo, que os custos da logística de entrada (recepção de

matérias-primas) devam ser desconsiderados. O fornecedor que entrega a matéria-prima

utilizada pela empresa o embute em seu preço de venda, de modo que a empresa paga mais

caro se estiver distante do fornecedor.

Energia elétrica: a oferta de energia elétrica e a garantia de sua disponibilidade para

ampliações é um fator que se tornou mais relevante para as empresas que dependem muito

deste insumo. O colapso do fornecimento de energia elétrica no estado de São Paulo, em

2001, conhecido como “apagão”, que obrigou a imposição de quotas de utilização de energia,

prejudicou as empresas paulistas e favoreceu empresas de outros estados que não foram

afetados pela crise. A garantia de disponibilidade de energia elétrica a preços competitivos

pode representar fator decisivo para as indústrias que exigem grande quantidade de energia

elétrica em seu processo produtivo, como é o caso, por exemplo, da extração eletrolítica do

alumínio.

Água: muitas indústrias precisam de grande quantidade de água, tanto como matéria-

prima de seus produtos, como para o funcionamento de seus processos. Fábricas de papel e

celulose, refinarias de açúcar e álcool, indústrias de alimentos, indústrias de perfumaria,

bebidas e refrigerantes representam alguns exemplos de empresas que necessitam de grandes

quantidades de água. A água também é bastante utilizada em processos de vulcanização da

borracha, para o resfriamento dos moldes de injetoras plásticas e resfriamento de prensas

hidráulicas de estampagem. Em muitos casos, as empresas lançam mão de poços artesianos

para captação da água necessária aos seus processos ou desviam água de rios ou riachos. Em

qualquer destas situações, é necessário um estudo de impactos ambientais e a negociação com

órgãos oficiais e ONGs que podem levar meses ou até anos! O Brasil, a exemplo de outros

países, tem rigorosas leis ambientais para o uso e devolução de águas utilizadas pelas

empresas. O custo da implantação das instalações de tratamento das águas utilizadas nos

processos industriais, em função de características locais, também deve ser levado em

consideração por ocasião da decisão de localização.

Mão de obra: as principais considerações sobre mão de obra dizem respeito ao valor

do piso salarial praticado na região à disponibilidade de profissionais qualificados e ao poder

dos sindicatos com quem a empresa precisará negociar. Empresas que dispõem de processos

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22

intensivos em mão de obra provavelmente estarão mais preocupadas com seu custo. Existem

diferenças salariais não somente entre as diversas regiões brasileiras como também entre

capitais e pequenas cidades do interior. Naturalmente a qualidade, produtividade e habilidades

desta mão de obra também são fatores importantes a serem considerados. Mesmo empresas

que tenham elevados índices na curva de aprendizagem, em função da adoção de trabalho

padronizado e repetitivo, devem ponderar este fator. Via de regra é o poder dos sindicatos da

região que determina o valor do piso salarial, de modo que a atuação do sindicato e o seu

“poder de barganha” também devem ser levados em consideração.

Facilidades e incentivos fiscais: no Brasil, estados e municípios empreendem

verdadeiras batalhas entre si de modo a atrair para si a instalação de novas empresas

potenciais geradoras de emprego e futuras receitas fiscais na região. Por isso, é fundamental

levantar o interesse da administração local. Não são raros os casos em que prefeituras doam

terrenos, realizam obras de pavimentação nos arredores ou providenciam outras benfeitorias,

e/ou proporcionam isenção de impostos municipais por determinado período. Outro tipo de

incentivo fiscal diz respeito ao crédito de ICMS nas regiões norte e nordeste e,

particularmente, em zonas francas, como a da cidade de Manaus, no estado do Amazonas.

Apesar dos graves entraves logísticos impostos pela distância, ausência de acesso rodoviário,

por estar localizada no interior da selva, calor exagerado, que não possibilita a criação de

ambientes agradáveis para a produção, os incentivos fiscais da região continuam a atrair e

manter viável o funcionamento de grande número de empresas na região.

Qualidade de vida e serviços essenciais: é importante levar em consideração a

qualidade de vida existente no local candidato às novas instalações. A qualidade da rede de

ensino público no Brasil e a oportunidade de acesso a ela têm representado um grande desafio

para o país. A existência de universidades, faculdades e escolas técnicas deve ser levada em

conta, porque elas representam a origem de recursos humanos para atuação nas empresas. A

própria educação pessoal, disciplina e escala de valores são muito heterogêneas no Brasil.

Devem ser levantados em conta, também, a qualidade dos serviços de transporte urbano, a

infraestrutura de comunicações, creches, postos de saúde, hospitais, pronto-socorro, corpo de

bombeiros e policiamento, assim como os índices de criminalidade, assaltos e furtos.

Determinados locais impossibilitam a realização de um segundo turno de trabalho por falta de

transporte ou de segurança em horários noturnos, por exemplo. Os custos adicionais com

vigilância e o risco ao patrimônio da empresa e a integridade física dos seus funcionários não

devem deixar de ser considerados.

Page 23: relatório final_2

23

Localização dos mercados consumidores: os custos operacionais de transporte estão

ligados à localização das fontes de suprimentos e à localização dos mercados consumidores,

em relação à localização do próprio empreendimento. A melhor condição para minimizar os

custos de captação de matéria-prima e distribuição de produtos acabados é uma localização

próxima aos fornecedores e aos clientes. Infelizmente, isto nem sempre é possível devido ao

elevado número de fornecedores e clientes e à grande extensão territorial do Brasil, quando

nos referimos apenas ao mercado interno. Na avaliação deste quesito, é importante considerar

os custos logísticos do transporte e do armazenamento, mas também a tolerância com relação

ao tempo de entrega.

5.1. Modelo de Ponderação Qualitativa

O modelo da ponderação qualitativa é utilizado para trabalhar com dados qualitativos

dos possíveis locais alternativos pré-selecionados. O método propõe uma forma de medir e

dar valor a dados de natureza subjetiva para permitir a comparação entre as várias alternativas

de localização. Desta forma, os dados subjetivos e a opinião pessoal dos avaliadores podem

fazer parte do processo decisório de forma justa e racional. O modelo da ponderação

qualitativa segue os passos a seguir:

Identificação dos fatores relevantes: em primeiro lugar, é preciso identificar os fatores

relevantes, a partir de uma lista de critérios, que serão utilizados para avaliar as diversas

opções de localização pré-selecionadas. Por exemplo: proximidade dos principais

fornecedores de matéria-prima, proximidade dos mercados consumidores, acesso às principais

rodovias, fornecimento de água na região, possibilidade de perfuração de poços artesianos,

oferta de energia elétrica, custos de aluguel, condições e área do terreno, índice de

criminalidade da região, infraestrutura de transporte urbano, facilidade de acesso pelos

funcionários, existência de ciclovias, nível de escolaridade médio da mão de obra na região,

existência de creches com vagas, existência e acesso aos postos de saúde, incentivos fiscais da

região, atuação dos órgãos fiscalizadores, aceitação da comunidade, clima da região etc. A

lista de fatores pode se tornar muito extensa daí a necessidade de identificar apenas os que

sejam relevantes à tomada de decisão. É recomendável que os tomadores de decisão

consultem especialistas técnicos, se for o caso, para garantir que nenhum fator importante seja

deixado de lado.

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24

Atribuição de pesos de ponderação para os fatores: uma vez selecionados os fatores

relevantes, que serão considerados na avaliação, será necessário atribuir um grau de

importância para cada um deles, em outras palavras, definir um peso para cada um dos fatores

selecionados. A soma dos pesos dos fatores deve totalizar 1,00, caso contrário, a ponderação

das notas (ver próximos passos) deverá envolver um passo adicional, a divisão pela somatória

dos pesos, não explicitado a seguir. Os fatores julgados mais relevantes recebem pesos

maiores e os fatores menos importantes recebem pesos menores. A atribuição dos pesos deve

ser feita, em conjunto, por profissionais que representem as diversas áreas da empresa, uma

vez que, a importância de um determinado fator pode variar de área para área e é importante

que as diferentes visões sejam contempladas pelo modelo.

Atribuição de notas para cada localidade, em função dos fatores avaliados: deve-se

julgar e dar uma pontuação para cada uma das localidades pré-selecionadas, em função dos

fatores definidos nas etapas anteriores. Uma escala de pontos comum é aplicada a todos os

fatores. Por exemplo: escala de notas de zero a dez (ou de zero a cem), variando de muito

desfavorável a muito favorável.

Ponderação das notas: consiste em multiplicar o peso de cada fator pela nota atribuída

a cada alternativa de localização para aquele fator. Em seguida, devem-se somar os diversos

produtos obtidos, para se obter a nota ponderada de possível localização. A localização mais

favorável será aquela que obtiver a maior nota ponderada. Observação: no caso de se optar

por pesos de fatores cuja soma seja diferente de um, ainda é necessário dividir o resultado

pela soma dos pesos dos fatores para se obter a nota ponderada de cada localização.

Seguindo a teoria citada acima, foram pré-selecionadas três cidades para o estudo de

localização, sendo elas, Londrina, Porto Alegre e alguma na região metropolitana de São

Paulo. Os critérios utilizados para a escolha dessas cidades foram a qualidade de vida, a

proximidade da matéria-prima e consumidores do papel sintético e a infraestrutura.

Escolheram-se cidades de diferentes estados brasileiros para a comparação de impostos e

incentivos fiscais oferecidos.

De acordo com uma pesquisa Ciclosoft 2010, a maior concentração de cidades com

coleta seletiva no Brasil é nas regiões sul e sudeste (figura abaixo), limitando a essas regiões a

escolha da localização, visto que uma de nossas matérias primas é constituída de plástico

reciclado, que será comprado de cooperativas de coleta seletiva.

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25

Figura 5.1: Municípios com coleta seletiva no Brasil.

Limitando mais nosso horizonte, analisamos o custo com coleta seletiva, que será

refletido no preço pago pela tonelada de plástico. O custo médio da coleta seletiva no Brasil é

de US$ 151/t. Em Londrina, o custo é um dos menores do Brasil (US$ 7,2/t), além de haver

um grande volume coletado na mesma (1760 t/mês). (CEMPRE, 2006/2010)

Infelizmente, o custo é baixo devido à falta de apoio da prefeitura na coleta seletiva,

sendo esta realizada por ONGs ou catadores autônomos.

Porto Alegre tem como vantagem ser uma das pioneiras na coleta seletiva no Brasil,

completando 21 anos de coleta em julho/2011. Com isso, a população é mais consciente,

ajudando na separação do lixo reciclável do orgânico, e diminuindo os custos com marketing

da Nature Paper. Além disso, o volume de lixo coletado também é grande (2400 t/mês). O

custo da coleta seletiva é de US$ 81/t.(CEMPRE, 2010)

No estado de São Paulo, o município pré-selecionado foi a capital, pela proximidade

com os clientes (gráficas), extensão da cidade, número de boas faculdades, que gerarão mão

de obra qualificada, e novamente, o volume coletado (3410 t/mês). (Ecobriefing, 2008). O

custo da coleta seletiva em São Paulo é US$ 84/t. (CEMPRE, 2006). Porém sabe-se que em

São Paulo o trânsito é caótico e o nível de stress é alarmante, o que dificultaria a instalação da

indústria na capital em si. Dentre as cidades próximas, uma que é atrativa para a instalação da

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26

Nature Paper é Paulínia. Lá está localizada a Braskem, nossa fornecedora de resina de

polipropileno. Com isso, não haveria grandes custos com transporte, e as vantagens oferecidas

pela capital poderiam ser aproveitadas, descartando as desvantagens.

Aprofundando as informações sobre Paulínia, sabe-se que a coleta seletiva na cidade

teve um grande avanço em 2011, com a instalação de containers por toda a cidade para a

separação do lixo. Estes têm sensores que são acionados quando a capacidade do container

está próxima da máxima, para que os coletores possam recolher o material. Esta tecnologia é

usada em alguns países da Europa. Além disso, os sistemas de transporte em Paulínia são

privilegiados, pois a cidade é próxima de importantes rodovias, portos, aeroportos e ferrovias

brasileiras.

Os clientes em potencial serão as grandes gráficas brasileiras, visto que o produto da

Nature Paper será utilizado na produção de livros didáticos. Fazendo uma pesquisa das

gráficas em cada uma das cidades selecionadas, obtemos os seguintes mapas.

Figura 5.2: Gráficas na região de Porto Alegre.

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27

Figura 5.3: Gráficas na região de São Paulo.

Figura 5.4: Gráficas na região de Londrina.

Apenas pela análise visual dos gráficos, já é possível perceber que São Paulo tem a

maior proximidade do mercado consumidor, pois é um grande polo do setor gráfico, e isso

reduziria os custos com transporte do produto.

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28

Outro fator a ser analisado é a tarifa de iluminação, que é feita por companhias

diferentes em cada estado. Na tabela abaixo se encontram os dados.

Tabela 5.1: Dados de demanda e consumo de energia elétrica nas diferentes companhias, para

a tarifa A2 horo-sazonal.

Copel (PR) CPFL (SP) CEEE (RS)

Demanda

(R$/kW)

Consumo

(R$/MWh)

Demanda

(R$/kW)

Consumo

(R$/MWh)

Demanda

(R$/kW)

Consumo

(R$/MWh)

Ponta Fora

de

ponta

Ponta Fora

de

ponta

Ponta Fora

de

ponta

Ponta Fora

de

ponta

Ponta Fora

de

ponta

Ponta Fora

de

ponta

14,03 2,33 246,18 161,09 29,16 3,93 220,42 141,72 24,18 5,63 219,10 139,99

Observa-se que as tarifas de demanda em São Paulo são maiores no horário de ponta,

porém o consumo é mais baixo comparado com o Paraná. E fazendo a comparação com o Rio

Grande do sul, não existe grande diferença entre os valores.

Por fim, serão comparados os impostos estaduais de Circulação de Mercadorias e

Serviços (ICMS) sobre papel para impressão. Em 2005, no entanto, foi aprovada isenção total

do ICMS para papel de imprensa, livros e periódicos. Este é chamado de papel imune,

adquirido por empresas credenciadas junto ao governo. Segundo seus defensores, o papel

imune ajuda a preservar a liberdade de imprensa e o estímulo à cultura facilitando o acesso à

informação impressa dada a redução de custos decorrente da isenção. Como o mercado da

Nature Paper restringe-se atualmente a impressão de livros didáticos, a empresa se encaixa

nesse incentivo concedido.

Comparando-se agora o imposto predial e territorial urbano (IPTU) entre as cidades

que estão sendo avaliadas, obtiveram-se os dados mostrados na tabela a seguir:

Tabela 5.2: Comparação do IPTU incidente sobre imóvel edificado para cada uma das cidades

em análise.

Estado Alíquota do IPTU (%)

Londrina 1,0

Paulínia 1,3

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29

Porto Alegre 1,2

Utilizando o método da ponderação qualitativa, pesou-se a importância de cada um

dos dados coletados para a escolha da localização da indústria. O resultado é apresentado na

tabela abaixo.

Tabela 5.3: Método da ponderação qualitativa.

Fatores

Relevantes

Peso P Londrina Porto Alegre Paulínia

Nota N N x P Nota N N x P Nota N N x P

Custo da

matéria-prima

reciclada 0,15 100 15 60 9 60 9

Impostos 0,2 100 20 95 19 90 18

Disponibilidade

de matéria-

prima 0,25 80 20 90 22,5 100 25

Custo da

produção 0,15 100 15 95 14,25 85 12,75

Custos com

transporte 0,25 30 7,5 15 3,75 90 22,5

Total 1 77,5 68,5 87,25

Como se pode perceber, Paulínia foi a cidade a que se atribuiu a maior nota, na soma

de todos os quesitos analisados. Portanto, a Nature Paper será instalada nesta localidade.

5.2. Terreno

O terreno escolhido para a implantação da Nature Paper se localiza em uma área

predominantemente industrial de médio porte próxima a Petrobrás, no zoneamento ZUP1 do

Bairro Cascata em Paulínia, São Paulo. Segundo o corretor de imóveis que disponibilizou as

imagens do terreno, as indústrias químicas em Paulínia devem se instalar nesta região

específica.

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30

Figura 5.5: Imagem de satélite do bairro em que está localizado o terreno.

O valor do terreno é de R$ 3.300.000,00, contando com uma área total de 9700m². O

endereço de localização do terreno é Avenida Londres, sem número, Cascata, Paulínia/SP -

CEP: 13140000.

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31

Figura 5.6: Imagem de satélite do terreno em que será instalada a empresa.

Conforme informado pela Prefeitura de Paulínia, os incentivos fiscais serão

concedidos pelo período de 10 (dez) anos, e constituir-se-ão em:

a) Isenção em 100% (cem por cento) do Imposto Predial Territorial Urbano, referente ao

imóvel doado por esta Lei para sua instalação no município de Paulínia.

b) Alíquota de 2% (dois por cento) para o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza

- ISSQN, pelos serviços prestados ou tomados pela empresa beneficiária, em sua

construção, instalação e operação.

A empresa beneficiária, Nature Paper, fará jus aos benefícios previstos, desde que

comprovado:

a) Construção e instalação da unidade da empresa no município de Paulínia;

b) Criação de postos de trabalho, com percentual mínimo de 30% para moradores de

Paulínia;

c) Disponibilização de vagas de estágio para unidades de ensino do município;

d) Doação ou patrocínio ao Fundo Municipal de Cultura nos termos da Lei Federal

8.313/1991;

e) Doação ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente nos

termos da Lei Federal 8.069/1990;

f) Doação ou patrocínio a projetos desportivos e para desportivos do município de

Paulínia, previamente aprovados pelo Ministério do Esporte, nos termos da Lei

11.438/2006;

g) Destinação de parte de suas vagas de empregos a portadores de necessidades

especiais conforme Decreto Federal 3.298/1999;

h) Destinação de parte de suas vagas de empregos a jovens aprendizes;

i) Parceria para implementação da escola do futuro, que consiste em dotar uma

unidade escolar com equipamentos de alta tecnologia;

j) Parceria com SESI/SENAI para capacitação técnica de mão de obra do Município

de Paulínia;

k) Licenciar toda a frota de veículos da unidade de Paulínia, no Município de

Paulínia;

l) Absorção de mão de obra feminina.

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32

6. PLANO DE MARKETING

Segundo a Associação de Marketing Americana, Marketing é uma função

organizacional e um conjunto de processos para criar, comunicar e entregar valor a

consumidores e administrar relacionamentos com eles, de modos que beneficiem a

organização e suas partes interessadas. A busca da satisfação do cliente constitui o

fundamento de um negócio.

6.1. A Marca Nature Paper

O nome da empresa vem do inglês, “Nature” de natureza e “Paper” de papel, e seu

significado agrega a conservação da natureza com a produção de papel.

O Slogan da empresa é: “Nature Paper, escrevendo o futuro” e enfatiza a importância

do papel sintético como o papel do futuro, sendo reciclável e sustentável.

O Logo desenvolvido pelos gestores de marketing está mostrado abaixo.

Figura 6.1: Logo da Nature Paper.

A cor vermelha representa o plástico, a matéria-prima da Nature Paper. O verde

representa a natureza, simbolizada também pelos ramos de uma árvore. As letras N e P são as

iniciais do nome da empresa.

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33

6.2. Produto

O produto da Nature Paper é fruto de uma inovação tecnológica brasileira,

desenvolvida pela empresa Vitopel em parceria com a Universidade Federal de São Carlos.

Baseia-se na produção de papel sintético reciclado, a partir do plástico descartado no lixo

doméstico e industrial.

Nosso produto final será rolos de papel sintético reciclado, conforme o tamanho e

gramatura requisitados pelo consumidor.

O resultado é um material de alta qualidade visual, de textura agradável ao toque e

extremamente resistente (não rasga, não molha). Permite a escrita manual com caneta de

diversos tipos ou lápis, além da impressão pelos processos gráficos editoriais usuais, como

offset plana ou rotativa. Outra vantagem é no processo de impressão, que absorve menos tinta,

gerando uma economia ao redor de 20% em relação a outros materiais. Além disso, é 100%

reciclável.

Todas essas características capacitam este papel a ser utilizado para impressão de

livros técnicos e científicos, livros didáticos, livros de arte, material corporativo institucional

(Relatório Anual de empresas), peças para o mercado promocional e de comunicação visual.

O produto foi lançado no mercado no final de 2009 e, de lá para cá, a Vitopel estreitou

diversas parcerias para o fornecimento do material, entre elas, com o Centro Paula Souza

(para impressão de livros didáticos a serem usados nas ETECs e FATECs), Braskem

(Relatório Anual), Instituto de Embalagens, revista Lounge (LTM Editora), etc. Mais de mil

toneladas deste papel sintético já foram produzidas. Perante isso, conclui-se que este mercado

apresenta um grande potencial de crescimento.

6.3. Preço

O papel sintético é 40% mais caro que o papel de celulose. Porém, deve-se evidenciar

que o papel sintético é um bem mais durável, com melhor aspecto visual, além de agregar

valor com sua dinâmica sustentável e preocupação ambiental, solucionando problemas como

o excesso de lixo e o desmatamento de árvores. Além disso, no papel sintético impresso,

economiza-se 20% em tinta, comparando-se com outros papéis.

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34

Apesar de produzido com matéria-prima oriunda de material reciclado pós-consumo,

essa opção de papel sintético não terá um preço inferior ao do papel sintético obtido a partir

de matéria-prima virgem. Isso em função do custo, ainda relevante, do tratamento do resíduo

pós-consumo para torná-lo apto à utilização como matéria-prima. Assim que começar a ser

produzido em maior escala, o preço se aproximará do papel comum.

6.4. Matéria-Prima

O gasto com matéria-prima é mínimo, visto que se trata de resíduos plásticos pós-

consumo adquiridos de cooperativas de reciclagem. O plástico de interesse para a Nature

Paper é somente o Polipropileno, pois a mistura de diferentes polímeros gera um produto de

má qualidade. O processo de fabricação de papel sintético agrega um valor alto ao produto,

dando um destino nobre ao lixo.

6.4.1. Sustentabilidade

Ao aplicar-se essa tecnologia, resolve-se o problema de descarte do plástico em

aterros, sem a devida separação e reciclagem. Este material leva de 200 a 500 anos para se

decompor. Utilizando-se o plástico reciclado como matéria-prima resolve-se dois problemas

nocivos ao meio-ambiente: o lixo e a derrubada indiscriminada de árvores. Mesmo que a

indústria de papel e celulose cumpra seu dever realizando o reflorestamento, a maioria delas

não faz o plantio da espécie nativa, mas de uma única, extinguindo a biodiversidade do local.

O desmatamento e o excesso de lixo nas cidades estão entre os problemas ambientais mais

graves da atualidade.

Existe uma estimativa de que para cada tonelada de papel sintético reciclado

produzido, retiram-se das ruas e lixões cerca de 850 quilos de resíduos plásticos.

6.4.1.1. Exemplo dentro da Nature Paper

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35

Utilizar-se-á o Papel Sintético produzido no interior da própria empresa, em relatórios

anuais, semestrais, mensais, formulários, agendas, pesquisas internas, outdoors, cartazes e

quadros.

6.5. Patrocínio

A Nature Paper pretende patrocinar e liderar campanhas de apoio a algumas ONGs do

estado de São Paulo direcionadas a conscientização sobre reciclagem e conservação do meio

ambiente. Também prestará apoio financeiro às Cooperativas de Reciclagem que já tem

parceria com a empresa.

6.6. Pesquisas

Segundo dados do IBGE, o Setor de Livros, jornais, revistas e papelaria no Brasil

cresceram 5,9% em 2011, em relação a 2010. O desempenho positivo da renda em 2011 e a

diversificação na linha de produtos comercializados, principalmente pelas grandes redes de

livrarias e papelarias, justificam estes resultados.

6.7. Concorrência

Em se tratando de um produto novo no mercado, que pretende substituir o papel

sintético originário do petróleo, não há muitas informações disponíveis sobre a concorrência

do próprio papel sintético reciclado, pois há uma única empresa no mundo que já o produz.

Portanto, os concorrentes atuais da Nature Paper também são as empresas produtoras de papel

de celulose, que possuem a vantagem de deter a confiança do consumidor, por estar no

mercado há muito tempo. A arma utilizada para driblar essa concorrência é o apelo ambiental.

O papel sintético reciclado é totalmente oriundo de materiais recicláveis, além de possuir

qualidade equivalente a do papel de celulose, com algumas peculiaridades que o tornam mais

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36

durável. Vale lembrar que o Papel Sintético não pretende substituir totalmente o papel

celulósico, visto que são muitas vezes aplicados para diferentes fins.

6.7.1. Vantagens e Desvantagens em relação ao papel celulósico

A tabela a seguir ilustra o potencial deste produto inovador, que supera

significativamente as vantagens do papel de celulose.

Tabela 6.1: Vantagens e desvantagens em relação ao papel celulósico.

Vantagens Desvantagens

Resistente ao rasgamento e perfuração Um pouco mais caro

Impermeável a água, gases e ambientes

salinos

Impressão ligeiramente mais lenta

Alta qualidade visual Mais resíduos no processo de impressão e

maior estiramento

Textura agradável ao toque Falta de familiaridade com o produto e

resistência a troca

Absorve menos tinta (economia de 20%) Elevada gramatura

100% reciclável Deve-se evitar um empilhamento

excessivo das folhas recém impressas

imediatamente após a impressão para

evitar a formação de manchas

Não derruba árvores

Resolve o problema do lixo

Evita a propagação de micro-organismos

Esterilizável

Igualam as características do papel

celulósico: brilho, opacidade, adesão de

tintas a base de água ou solvente,

flexibilidade, baixo coeficiente de fricção,

além das propriedades mecânicas

Permite impressão por qualquer processo

Page 37: relatório final_2

37

convencional

O principal objetivo dos gestores de marketing da empresa é atuar assiduamente sobre

a falta de familiaridade com o produto e resistência a troca do consumidor, através de

propagandas impactantes em veículos audiovisuais.

6.7.2. Concorrência Vitopel

Apesar de ter desenvolvido o produto e já ter credibilidade no mercado, a Vitopel

ainda não consegue atender a demanda do mercado, por apresentar problemas com a coleta do

lixo. A Nature Paper será instalada em um local estratégico que minimizará este empecilho, já

que Paulínia é exemplo mundial em separação de resíduos sólidos.

6.8. Público-Alvo

O foco da Nature Paper é inicialmente atender gráficas e editoras destinadas a

impressão de livros didáticos. A praça, porém, poderá futuramente ser expandida, dada a

potencialidade do setor, visando mercados que necessitem de um papel mais resistente,

durável e impermeável, como:

Gráficas e Editoras destinadas a impressão de livros e apostilas, livros de receitas,

menus de restaurantes, folders, revistas, mapas, cartazes, tabuleiros de jogos, etc.;

O Governo, visando atender além da demanda de livros para escola técnica e escola

pública, já aplicada pela empresa, à confecção de documentos pessoais e cédulas de

dinheiro;

Agências de Publicidade e Propaganda para a confecção de busdoors, taxidoors e

outdoors;

Indústrias de cadernos e artigos de papelaria;

Substituição do filme de policloreto de vinila por questões ambientais;

Indústrias de grande porte, como indústrias de embalagens, e também distribuidoras

para atender o interior e regiões mais afastadas.

Page 38: relatório final_2

38

6.9. Propaganda

O investimento do Marketing com propagandas será alto, visando conquistar o

consumidor prontamente. Para tanto, se fará uso dos veículos audiovisuais, principalmente a

televisão, para divulgar as ações sociais realizadas pela Nature Paper.

6.10. Objetivos e Metas

Os objetivos e metas da empresa para o ano corrente são:

Objetivos

1. Ser referência no ramo de papel sintético na região;

2. Fornecer o melhor atendimento;

3. Garantir a satisfação do cliente;

4. Ter uma campanha de divulgação eficaz e reconhecida pelo setor.

Metas

1. Conquistar 25% de empresas da região como clientes ao final do ano corrente;

2. Obter 40% do faturamento projetado para o primeiro semestre;

3. Aumentar a conscientização dos consumidores sobre o negócio em 50% nos seis primeiros

meses.

7. PROJETO DE PROCESSO

7.1. Fluxograma do Processo

A planilha do Fluxograma completo encontra-se em anexo (I).

7.1.1. Separação

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39

A etapa de separação está na base do processo de reciclagem de plástico. É

considerada uma etapa crítica a partir da qual se deve garantir que somente o plástico

escolhido irá alimentar a etapa seguinte da moagem. Em uma esteira, diferentes tipos de

plásticos são separados de acordo com a identificação ou com o aspecto visual (retirando-se

objetos indesejáveis como embalagens metalizadas, papel, etc.). Por ser uma etapa geralmente

manual, a eficiência depende diretamente da prática das pessoas que executam essa tarefa.

Outro fator determinante da qualidade é a fonte do material a ser reciclado. Aquele oriundo da

coleta seletiva é mais limpo em relação ao material proveniente dos lixões ou aterros.

Normalmente separa-se plástico branco de colorido, uma vez que o primeiro pode dar origem

a produtos claros, enquanto o segundo destina-se a artefatos escuros (MANO ET al., 2005).

Esta etapa não é totalmente realizada dentro da empresa. Sendo o Polipropileno o único

plástico de interesse para o presente processo, ele já é comprado separadamente de

cooperativas e outros fornecedores, como indústrias de embalagens plásticas. No entanto,

necessita-se realizar uma última seleção para garantir a ausência de outros tipos de plásticos e

resíduos.

A empresa recebe fardos de matéria-prima em que se encontram diferentes tipos de

plásticos misturados ao PP. Isso é considerado um problema, considerando que existem

diferentes famílias de plásticos, que muitas vezes não são compatíveis quimicamente entre si

(ESPÍNDOLA, 2004). Ou seja, a mistura de alguns tipos pode resultar em materiais

defeituosos, de baixa qualidade, sem as especificações técnicas necessárias para retornar à

produção como matéria-prima. Portanto, a etapa de separação por tipo de plástico é de

fundamental importância para garantir o processamento da matéria-prima específica que se

deseja reciclar.

Assim, o operador deve ser treinado para reconhecer se há mistura de polímeros no

fardo. Para identificar o tipo, Castilhos (2004) indica os seguintes critérios:

1) por meio da simbologia de identificação do polímero normalmente impressa no

fundo da embalagem através da Norma ABNT NBR 13230 da Associação Brasileira de

Normas Técnicas;

2) por correlação produto-polímero (associado à aplicação);

3) pelo aspecto (transparente, translúcido, colorido);

4) por meio do comportamento mecânico (rigidez e flexibilidade associadas ao som e

esbranquiçamento na dobra, dureza, rasgo etc.);

5) por testes de chama, odor, temperatura de amolecimento e densidade.

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40

Além disso, devem ser separados fardos de PP por origem: pós-consumo, pós-

industrial, de modo a direcioná-los para as etapas posteriores já visando à economia no

consumo de recursos e produtos auxiliares.

7.1.2. Moagem

Após a separação, os plásticos seguem para a etapa de moagem, onde passam por um

moinho de facas que irá fragmentá-los em partes menores - os flakes. A etapa de moagem

deve ocorrer logo após a separação das embalagens, pois a armazenagem prolongada de

resíduos não moídos e lavados favorece o aparecimento de vetores. Portanto, a estocagem

ideal de material deve ser feita já em forma de flakes limpos (PIRES, 2008).

Um sistema de moagem bem estruturado e com boa manutenção otimiza a qualidade

do material final, garante a eficiência da produção e proporciona boas condições de segurança

para a operação, além de conformar adequadamente o material para alimentação dos

equipamentos de moldagem.

Na moagem a seco, o moinho é um equipamento que merece atenção quanto ao

aspecto ambiental. A trituração de plásticos feitos à base de polímeros de alta densidade gera

ruído no local de trabalho, bem como emissão de particulados sólidos de tamanhos variados,

que precisam ser controlados. Esses particulados constituem um problema quando possuem

granulometria reduzida, pois poluem o ar, acumulam-se em partes indevidas do maquinário e

prejudicam a saúde humana caso inalados, gerando distúrbios respiratórios. Os efeitos dos

poluentes atmosféricos variam em função do tempo e de suas concentrações. Quando a

alimentação é feita em moinho aberto, é grande o risco de partículas a serem ejetadas para

fora do equipamento, arriscando inclusive a segurança do operador (SILVA, 2007).

O uso de moagem a úmido pode prevenir o entupimento de peneiras e reduzir a

degradação do PP granulado devido ao calor gerado com o atrito que ocorre na moagem a

seco. Outra vantagem é que a água em movimento remove e transporta a sujeira que ficaria

retida nos flakes de PP. No entanto, o processo de reciclagem a úmido é mais custoso que o

processo a seco.

No presente processo optou-se por moagem a úmido, pois as vantagens compensam o

maior custo, conforme verificado em planta visitada. Com isso consegue-se a redução da

geração de calor, barulho e emissão de resíduos atmosféricos, além de boas condições gerais

de segurança e operação.

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41

7.1.3. Decantação

O plástico triturado juntamente com a água do moinho é descarregado em um tanque

de decantação para que somente o plástico flutuante seja recolhido. Como o polipropileno é

menos denso que a água (a densidade varia entre 0,85 e 0,95), ele flutua no tanque. Pás

giratórias agitam o tanque, facilitando a decantação dos sólidos mais pesados (solo, outros

plásticos contaminantes, como o PET, etc.), e ao mesmo tempo arrastam os plásticos

flutuantes (polipropileno) para a próxima etapa do processo. A água recircula entre a entrada e

saída do decantador, e uma pequena fração recircula entre o moinho e o decantador. O tanque

é esvaziado quando a água fica muito suja, em processo batelada. Esta etapa elimina 90% das

impurezas.

7.1.4. Lavagem

Após decantação, o plástico passa por uma etapa de lavagem para a retirada dos

contaminantes. Pode ser acrescido sabão ou outro aditivo, ou simplesmente utilizar-se água

pura (PIRES, 2008). Esta etapa elimina 10% das impurezas.

A lavagem é um processo importante para eliminar os resíduos de produtos químicos

ainda contidos nos frascos, pois além da possibilidade de contaminarem o polímero, podem

transferir odores ao mesmo. No entanto, representa a etapa do processo que exige grande

atenção com relação ao consumo de água. A empresa conta com uma estação de tratamento

de efluentes completa e bem estruturada para separação da lama, que é destinada ao aterro, e

reutilização da água no próprio processo de lavagem ou no resfriamento dos moldes da

extrusora. Considerando que a água é um dos recursos naturais que exige maior atenção

quando se busca uma produção mais limpa, esforços precisam ser despendidos visando à

minimização de seu uso, tratamento e possível reaproveitamento. No caso da reciclagem de

plásticos, o efluente gerado no processo de lavagem contém uma série de impurezas que o

impedem de ser reutilizado sem tratamento ou descarregado diretamente em corpos d’água,

como coliformes fecais, surfactantes, fósforo, sólidos suspensos, pH alterado, óleos e graxas

(ESPÍNDOLA, 2004).

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42

O consumo de água pode ser minimizado com algumas medidas, como com a

eliminação da etapa de lavagem de resíduos plásticos do tipo pós-industrial, ou seja, sobras e

refugos de empresas transformadoras, que não apresentam contaminação. Portanto, é

essencial que a matéria-prima chegue à recicladora em fardos separados conforme

classificação em pós-consumo ou pós-industrial, de modo a não ser lavada ou contaminada

desnecessariamente. Além disso, a quantidade de água usada na lavagem e no resfriamento

dos moldes deve ser a mínima necessária e com sistema de tratamento e recirculação que

garantam a não geração de efluente líquido, mas apenas do lodo oriundo dos restos de

produtos contidos nas embalagens que foram processadas.

7.1.5. Secagem

O material lavado é então submetido à secagem, que pode ser mecânica ou térmica

(ESPÍNDOLA, 2004). A secagem mecânica é realizada em centrífugas ou telas fluidizadas ou

secadoras de alta rotação, separando a umidade aderida ao material através de forças da

gravidade ou inércia. A térmica pode ser feita por condução térmica, convecção ou radiação,

usando uma corrente de ar quente direcionada aos grãos, sem superaquecê-los devido ao

baixo tempo de residência do plástico no processo (ESPÍNDOLA, 2004). No presente

processo adotou-se a secagem térmica, para aproveitar o vapor excedente gerado pela

caldeira, que é usado para aquecer o ar.

7.1.6. Aglutinação

Os flakes secos são armazenados em silos e posteriormente ensacados. Conforme a

demanda, estes passam a alimentar a segunda etapa do processo: a Reciclagem Primária ou

Plastificação. Primeiramente, seguem para a máquina de aglutinação, na qual ocorre a adição

de água. Dessa forma, os flakes tornam-se mais densos, já que são aglomerados pela água.

Esta etapa é necessária para dar “peso” aos flakes, caso contrário, eles não cairiam com

facilidade no funil da extrusora.

A vazão de água utilizada para aglutinar os flakes é de 150L/dia. A água alimentada à

máquina evapora após a aglutinação, devolvendo a água limpa para o ambiente.

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43

7.1.7. Extrusão

Os flakes aglutinados seguem para a máquina de extrusão, onde amolecem e (ou)

podem ser homogeneizados com alguma carga, como fibra de vidro, pigmento, talco,

serragem de madeira e outros. Na saída da máquina, encontra-se o cabeçote, caso da

extrusora, de onde saem os macarrões, que são resfriados em uma banheira de resfriamento.

O processo de extrusão também utiliza água para resfriamento do polímero amolecido

(macarrão). Essa água deve manter-se em temperatura ambiente, mas acaba ficando muito

aquecida devido à alta temperatura com que o material plástico deixa o cabeçote da extrusora.

Estando muito quente, por sua vez, deixa de cumprir eficientemente a função de proporcionar

um resfriamento brusco do plástico reciclado, o que pode prejudicar a qualidade dos pellets.

Portanto, a água do tanque deve ter a temperatura controlada de modo a manter-se a mais

próxima da ambiente, além de formar um circuito fechado e retornar constantemente ao

processo.

O tempo de permanência do material dentro da extrusora também é um fator

importante a ser controlado para evitar que o aquecimento excessivo devido ao tempo de

operação provoque o amolecimento antecipado dos plásticos, o que retarda a velocidade das

lâminas ou do parafuso devido à aglomeração do material, podendo danificar inclusive a

máquina.

7.1.8. Granulação

Os macarrões resfriados alimentam continuamente a granuladora, que forma os grãos

ou pellets. Como a granulometria ou tamanho dos grãos deve ser aproximadamente constante,

uma peneira recebe os pellets recém-granulados para separar aqueles cujo tamanho é maior

que o desejado. Estes realimentam o processo de extrusão através de um reciclo.

7.1.9. Formação do Papel Sintético

O processo existente na empresa é o processo de estiramento plano em duas fases.

Ele divide-se em várias seções ao longo da linha de produção:

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Zona de armazenamento de matérias – primas

Zona de extrusão

Zona de conformação e refrigeração do filme (Chill – Roll)

Zona de estiramento longitudinal (MDO)

Zona de estiramento transversal (TDO)

Zona de acondicionamento (Pull - Roll)

Zona de bobinagem final

Na figura 7.1 pode ver-se um esboço geral do processo focando as diferentes fases.

Figura 7.1: Esquema do processo estiramento plano em duas fases.

7.1.9.1. Zona de armazenamento de matérias-primas

O início de todo o processo situa-se na área de silagem, onde estão armazenadas as

matérias-primas, que são a base de um bom filme. Uma modificação da condição padrão da

matéria-prima pode ocasionar diversas falhas do filme que está em processamento, o que

origina perda de eficiência, em casos extremos pode ser necessário parar a produção.

Para o armazenamento das diferentes resinas de polipropileno (virgem e reciclado) são

necessários dois silos. Os aditivos são guardados num armazém, protegidos da umidade.

Page 45: relatório final_2

45

Cada matéria-prima é conduzida pneumaticamente para as unidades dosadoras, onde

as quantidades exatas são enviadas para um misturador. Este equipamento é dotado de uma

rosca que alimenta continuamente a extrusora e um compactador (acessório que mantêm o

material compacto) evitando a formação de espaços vazios (ar).

O sistema de mistura e dosagem é um dos pontos-chave para manter a qualidade do

filme. O fluxo de descarga de cada componente pode ser ajustado através de um sistema de

controle contendo um contador pré-ajustável. Depois de se ter selecionado a razão dos

componentes de alimentação, o sistema reproduz automaticamente o caudal de descarga de

cada componente mantendo as proporções adequadas que depois seguem para uma unidade de

mistura de secção cônica.

O sistema de alimentação das coextrusoras é equipado de uma unidade de dosagem e

mistura, com controle de nível, para o polipropileno e os aditivos.

7.1.9.2. Zona de extrusão

Na unidade de extrusão fundem-se as matérias-primas, que são plastificadas pelos

extrusores, filtradas e laminadas. O extrusor principal está projetado para proporcionar os

requisitos de um fundido homogêneo, especialmente para matérias-primas de distintas

densidades. A linha BOPP está equipada com duas unidades de extrusão:

Unidade principal de extrusão

Unidade de coextrusão

A extrusora principal vai dar origem à camada central do filme, formada por

polipropileno reciclado e aditivos. Os coextrusores darão origem às capas exteriores,

formadas de polipropileno virgem. Essas capas são necessárias para que o papel tenha as

propriedades que possibilitam a escrita e impressão.

Nesta extrusora podem identificar-se três zonas:

Zona de alimentação: nesta seção ocorre o transporte dos grãos para a zona de

compressão, e em alguns casos, o início da plastificação do material. Compreende

aproximadamente 1/3 do comprimento total da rosca. Esta região encontra-se próxima

à abertura de carga e tem os canais mais profundos em relação às demais seções. Em

alguns casos esta seção de alimentação está equipada com uma rosca dotada com um

sistema interno de arrefecimento. Os canais são perfurados paralelos ao eixo da

mesma, permitindo a circulação de água para arrefecimento. A função do sistema é

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46

manter a rosca fria para que o transporte de sólidos seja mais eficiente. Em geral,

quanto maior for o comprimento desta região maior é a capacidade produtiva da

máquina. A geometria do passo do parafuso (largura e inclinação) também tem

influência sobre a produtividade da máquina.

Zona de compressão: é a seção onde ocorre a compressão e plastificação final do

material. A profundidade dos canais é, na maioria dos casos, reduzida linearmente,

desde a profundidade da zona de alimentação até a zona de dosagem, causando um

aumento de pressão no material que está no canal. Assim, através do atrito gerado por

fricção nas paredes do cilindro (aumentado pela pressão resultante da diminuição da

seção) e do aquecimento das resistências externas, o material é plastificado. O

comprimento desta zona é de aproximadamente ¼ do comprimento total.

Zona de dosagem: Devido ao movimento em espiral do material dentro do canal da

rosca, o mesmo é misturado, homogeneizando e os aditivos misturados na massa

polimérica. Por isso, esta seção também pode ser chamada de seção de

homogeneização. O fluxo do material já plastificado torna-se mais uniforme, pois este

sai em estado turbulento da zona anterior devido à compressão. Desta forma, o fluxo

chega ao final da extrusora mais uniforme, sendo distribuído igualmente no cabeçote.

Na figura 7.2, pode-se ver o esquema de uma extrusora.

Figura 7.2: Esquema de uma extrusora.

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47

Neste tipo de extrusores, as temperaturas oscilam entre 230 e 2290ºC, temperaturas

demasiado elevadas que aumentam a fluidez da massa fundida. A temperatura usada na

Nature Paper é de 240°C.

Tanto a extrusora como as coextrusoras estão ligadas através de adaptadores à

laminadora. A cabeça da laminadora está desenhada para conduzir o fundido desde os

extrusores para os orifícios de entrada das três folhas da laminadora. Cada folha tem a sua

própria laminadora interna com uma fórmula calculada para compensar a queda de pressão,

garantindo um fluxo de fundido uniforme em toda a extensão da lâmina.

7.1.9.3. Zona de conformação e refrigeração do filme (Chill Roll)

Esta unidade retira o filme da laminadora e solidifica-o por arrefecimento. Para este

processo é necessário um rolo (rodilho) de refrigeração de grandes dimensões chamado chill

roll. A correta adesão ao chill roll é garantida por dispositivos colocados próximos do lábio da

laminadora, denominados por facas de ar, que sopram forçando o filme na direção da

superfície do rolo. Os bordos laterais do filme são estabilizados contra o rolo por bicos de ar,

que atuam de maneira semelhante á faca de ar. O filme aderido ao rolo é conduzido (através

da rotação do rolo) até um tanque com água a temperatura controlada. O filme, nesta fase

denominado por cast, deixa o chill roll e passa através de um sistema de arrefecimento e

remoção de água, que se baseia em rolos de borracha e jatos de ar. Finalmente o filme está

apto para seguir para a próxima zona do equipamento.

7.1.9.4. Zona de estiramento longitudinal (MDO)

Esta zona é denominada por MDO (Machine Direction Orienter) e realiza o

estiramento longitudinal do filme. Basicamente é constituída por diversos rolos tal como

representado na figura 7.3.

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48

Figura 7.3: Esquema do MDO.

Existem três classes de rolos:

Rolos de pré-aquecimento: rolos de grande diâmetro onde o filme é aquecido

lentamente até próximo da sua temperatura de estiramento. A velocidade dos rolos é

aproximadamente igual e constante. Apenas se fazem pequenas variações com a finalidade

de compensação da expansão do filme.

Rolos de Estiramento: rolos de menor diâmetro com velocidades diferenciadas em

relação aos rolos de pré-aquecimento e entre si, o que ocasiona o estiramento longitudinal.

Rolos de Relaxamento: rolos que possuem a função de fixar as novas dimensões finais

do filme e de minimizar tensões geradas durante o estiramento.

O filme entra no MDO sendo orientado por rodilhos de pré-aquecimento que são

aquecidos por meio de óleo térmico. A temperatura fixa-se para cada par de rodilhos de pré-

aquecimento, num total de nove pares (18 rodilhos), portanto existem nove controladores de

temperatura. Os primeiros seis rodilhos têm uma superfície cromada, os últimos são

revestidos a teflon, que é necessário para cumprir o programa de temperaturas utilizado na

produção do filme coextrudido. Com este revestimento, podem aplicar-se temperaturas

superiores sem que existam fenômenos de aderência.

A seção de estiramento consta de seis rodilhos, sendo que os primeiros dois atuam no

arrefecimento e o estiramento longitudinal propriamente dito é realizado entre o segundo e o

terceiro par de rodilhos. A esta zona chama-se intervalo de estiramento. Após o estiramento

longitudinal, o filme passa entre os rodilhos de relaxamento que são quatro e permitem a

fixação térmica.

Na zona de MDO procura-se trabalhar com temperaturas baixas a fim de minimizar a

liberação de aditivos que venham sujar os rolos e prejudicar a qualidade do final filme.

Entretanto, se a vazão da linha aumentar, há a necessidade de aumentar o perfil de

temperaturas a fim de garantir o efeito desejado no filme (quanto maior é a vazão da linha,

menor é o tempo de residência do filme em cada rolo, o que origina a necessidade de

temperaturas superiores para garantir a mesma permuta térmica).

7.1.9.5. Zona de estiramento transversal (TDO)

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49

A máquina de orientação na direção transversal TDO (Transverse Direction Orienter)

estira transversalmente o filme orientado longitudinalmente no MDO. O TOD está dividido

em quatro zonas, como demonstra a figura 7.4:

Zona de pré-aquecimento

Zona de estiramento

Zona de fixação

Zona de arrefecimento

Figura 7.4: Esquema do TDO.

O filme é conduzido através do TDO por um sistema de grampos instalado sobre uma

correia de tração que desliza num carril. A posição do carril pode ajustar-se através de

volantes acionados manualmente e situados entre diferentes zonas. Os grampos estão

desenhados para segurar firmemente as bordas do filme e conduzi-lo às distintas zonas do

TDO.

O aquecimento e o arrefecimento do filme realizam-se por meio de correntes de ar.

Estas correntes distribuem-se uniformemente por meio de tubagens de seção quadrada. Por

cima de cada zona existe uma abertura para retirar os vapores que são gerados pelos aditivos.

A não utilização deste sistema de extração pode provocar a condensação dos aditivos que

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50

consequentemente podem gotejar provocando manchas e roturas. Na zona de pré-

aquecimento, a temperatura aumenta e os carris mantêm-se paralelos. Nesta zona o filme deve

apenas ser transportado e não estirado. Na seção de estiramento, a distância entre os carris

aumenta progressivamente estirando o filme na direção transversal. Na zona de fixação, o

sistema de tração converge ligeiramente para estabilizar as dimensões do filme mediante

relaxamento da temperatura. A última zona do TDO é a zona de arrefecimento. Nesta zona o

ar, que esta à temperatura ambiente, é soprado sobre o filme arrefecendo-o. Depois do

arrefecimento, os grampos libertam o filme que é arrastado para a unidade de pull - roll.

Como as bordas do filme estão presas pelos grampos, estas permanecem sem estirar,

permanecendo mais espessas e sendo necessário cortá-las à saída do TDO. Para evitar a

produção de resíduos, as tiras das bordas são trituradas num moinho e recicladas para o

extrusor principal.

7.1.9.6. Zona de acondicionamento (Pull-Roll)

Depois de todo o processo exposto, o filme é submetido a uma série de operações das

quais resultará o produto final. Todo ele se realiza na zona denominada “Pull-Roll”. Nesta

unidade estão instalados o medidor de espessura do filme produzido, o sistema de corte das

bordas e a estação de tratamento corona e chama. A figura 13 esquematiza a zona de Pul-Roll.

Figura 7.5: Esquema geral do Pull-Roll.

7.1.9.6.1. Controle de espessura

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51

Um dispositivo capaz de locomover-se transversalmente ao deslocamento do filme é

responsável pela medida do perfil de espessura do filme, que é verificado continuamente

através da utilização de raios gama ou X, isto é, conforme a absorção desta radiação através

da passagem pelo filme, o detector apresenta uma espessura relativa a esta leitura. O controle

efetivo da espessura pode ser feito via controlador ligado ao próprio painel de controle

central, quando a variação da espessura for pequena e o ajuste a ser realizado fino, ou pode

exigir a intervenção do operador da sala de controle central quando as correções de espessura

requeridas forem superiores.

7.1.9.6.2. Corte das bordas do filme

Nesta seção, o filme já bi-orientado é puxado do TDO e as suas bordas (denominadas

de aparas), removidas por meio de laminas fixas (facas), e conduzidas até um moinho, que

garante a sua reciclagem (fluff - filme triturado posteriormente utilizado na alimentação da

extrusora de reciclagem).

7.1.9.6.3. Sistema de tratamento superficial

A maioria dos plásticos é quimicamente inerte, tem uma superfície não porosa e possui

um nível de tensão muito baixa. Como resultado, as tintas de imprensa, substratos,

revestimentos e adesivos apresentam pouca aderência a estes substratos. Os que possuem

menor tensão superficial são o polietileno e o polipropileno, sendo necessário proceder ao

tratamento de superfície para melhorar a adesão. O tratamento pode ser de dois tipos: Chama

e Corona.

7.1.9.6.3.1. Tratamento corona

O tratamento corona consiste no uso de uma descarga de alta voltagem cujo potencial,

excedendo o ponto de ruptura de isolamento do ar que é da ordem de 26 kV/cm, produz

ozônio e óxidos de nitrogênio, os quais oxidam a superfície do filme plástico.

Uma estação de tratamento típica é composta por:

Um eletrodo ao qual é aplicada a alta voltagem;

Um espaço entre o eletrodo e o dielétrico (gap de ar), o qual será ionizado criando o

efeito corona e gerando o ozônio;

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O material dielétrico, o qual pode suportar altos níveis de voltagem sem romper-se;

Um plano aterrado, normalmente um cilindro de alumínio sobre o qual é passado o filme.

Esta classe de tratamento é de natureza mais branda e seu efeito pode ser perdido em

um período menor; entretanto, a alteração do padrão visual é menos sentida se comparada ao

efeito do tratamento Chama.

7.1.9.6.3.2. Tratamento chama

O tratamento Chama, conforme a própria denominação indica, modifica a superfície

do filme através da exposição à chama criada por queimadores. A chama a gás é feita pela

queima entre um combustível e um oxidante. Esta combustão produz uma reação exotérmica

complexa durante a qual as moléculas de oxigênio são dissociadas em átomos de oxigênio

livre para bombardear a superfície do material.

O sistema consiste de um “isqueiro” que abrange a largura do filme, uma mistura de

gases e a unidade controle do espaço entre o queimador e o filme para garantir que a

superfície da chama em contacto com o filme é aquela que corresponde à porção oxidante.

Este tipo de tratamento é bastante intenso e resiste durante mais tempo se comparado à outra

classe de tratamento; entretanto, pode afetar o padrão visual do filme.

7.1.9.6.4. Zona de bobinagem final

Esta zona consiste num bobinador tipo revolver de duas posições com unidade de

corte automático. Com este bobinador pode-se combinar a troca dos rolos sem interromper o

processo de produção. Enquanto prossegue o processo de bobinagem numa das bobinas, a

outra bobina pode ser retirada e substituída por um novo rolo.

7.1.9.6.5. Armazenamento e corte

Quando a bobina possui a extensão desejada, ela é removida do spooler e transportada

para um armazém com condições de temperatura controladas para recuperação. Durante este

tempo, o filme estabiliza as suas tensões e relaxa podendo ocorrer a sua contração imediata.

Por outro lado, os aditivos incorporados na formulação que passaram por um processo de

migração podem surgir homogeneamente distribuídos na superfície da película e originar um

filme com a qualidade desejada. O corte é feito através da combinação diferentes

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53

comprimentos e larguras de acordo com solicitações dos clientes, tentando minimizar o

resíduo obtido.

7.1.9.6.6. Reciclagem

Todos os cortes de bordas, restos ou filme não aceito pelo controle de qualidade são

enviados para reciclagem, onde serão submetidos a um processo de trituração resultando um

granulado que vai ser incorporado de novo no fabrico do filme.

7.2. Balanço de Massa

O balanço de massa está apresentado em duas partes: o balanço global, que demonstra

a produção mensal e anual da empresa, e o balanço por equipamentos com as vazões de

entrada e saída em kg/h de matérias-primas e produtos.

7.2.1. Balanço Global

As tabelas seguintes demonstram os valores da produção da empresa e o tempo de

operação da fábrica.

Tabela 7.1: Tempo de operação da Indústria Nature Paper.

Horas trabalhadas

por dia

Dias trabalhados

por semana

Meses trabalhados

por ano

Dias

trabalhados

por ano

24 7 11 335

A empresa funcionará durante 11 meses do ano. Os 30 dias restantes são destinados a

manutenção anual da fábrica.

Tabela 7.2: Produção da Nature Paper.

Produção em kg/h 1596

Produção em t/mês 1149,12

Produção em t/ano 12640,32

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54

7.2.2. Balanço por Equipamentos

7.2.2.1. Esteira alimentadora

O polipropileno (PP) pré-selecionado é recebido pela Nature Paper e operadores da

fábrica fazem uma separação detalhada para garantir que não haja plásticos contaminantes

(outros polímeros). A quantidade a ser alimentada na esteira transportadora que leva o PP ao

moinho será de 1800 kg/h. Não há perdas nesta etapa.

Figura 7.6: Balanço de massa na esteira alimentadora.

7.2.2.2. Moinho

Será utilizado um moinho da linha MAK, que é próprio para a moagem de peças,

garrafas, caixas, filmes, aparas e remoagem de materiais.

Figura 7.7: Balanço de massa no moinho.

1800 kg/h

1800 kg/h

1800 kg/h

1800 kg/h

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55

A capacidade máxima de processamento do plástico no moinho é de 3000 kg/h. Este

moinho foi escolhido considerando-se um possível aumento de produção futuro. No momento

se utilizará 60% de sua capacidade, o que corresponde a 1800 kg/h de PP alimentados

continuamente ao moinho através da esteira transportadora. Considera-se que a eficiência do

moinho é de 100%, já que as perdas na moagem a úmido podem ser consideradas

desprezíveis. O uso de água no moinho previne o entupimento de suas peneiras e reduz a

degradação do PP granulado devido ao calor gerado com o atrito.

Haverá uma quantidade de água que será reciclada entre o moinho e o decantador

continuamente.

7.2.2.3. Tanque de decantação

O tanque de decantação possui capacidade máxima de 2500 kg/h para o processamento de

plástico, mas a quantidade alimentada será a mesma que a do moinho (1800 kg/h), pois o

processo é contínuo.

Figura 7.8: Balanço de massa no tanque de decantação.

Segundo informações obtidas em visita técnica à Eletroflex (produtora de mangueiras a

partir de plástico reciclado) situada em Maringá, a sujidade que acompanha o plástico

reciclável corresponde a 30% do que é alimentado no moinho, e no tanque fica decantado

1800 kg/h 1314 kg/h

486 kg/h

3150 kg/h

3150 kg/h

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56

cerca de 90% desta sujidade, correspondendo a 486 kg/h de resíduos, logo apenas 73% (1314

kg/h) da alimentação do plástico moído passa para a lavadora.

Com relação à água, o tanque funcionará em regime batelada, pois após a alimentação

da água ela permanecerá lá até a saturação, momento em que o tanque será esvaziado e o

afluente seguirá para uma estação de tratamento de efluentes. Não há problemas com maus

odores no tanque de decantação, pois é adicionado cloro à água na ETE. A vazão de água

alimentada ao tanque está baseada em um artigo sobre recicladoras de plástico, que estima

que são necessários 2,5 L de água por kg de plástico reciclado por hora. Como 1260 kg/h de

pellets reciclados serão produzidos, a quantidade de água suficiente para processá-los é de

3150 kg/h de água. A água perdida na estação de tratamento de efluentes, no processo de

decantação e até mesmo por evaporação natural, é reposta com água da chuva para manter-se

a mesma vazão.

7.2.2.4. Lavadora

Figura 7.9: Balanço de massa na lavadora.

A lavadora tem capacidade de processamento de plástico de 1500 kg/h, porém será

seguida a linha de produção proposta pelo fluxograma e, portanto a alimentação terá vazão de

1314 kg/h. Segundo a Eletroflex a lavadora é o equipamento que retira os outros 10% da

sujidade que veio do tanque de decantação, ou seja, apenas 70% do plástico alimentado à

esteira restarão na saída da lavadora.

Como as dimensões do tubo da lavadora são 500/2000 (mm), tem-se um volume de

390 L em seu interior. Arbitrando-se um volume de 1/3 do volume total do tubo para o eixo

que passa por ele, restam 260 L que será metade ocupada por água e metade por plástico.

1314 kg/h

1260 kg/h

54 kg/h

1545,9 kg/h

1545,9 kg/h

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57

Deseja-se comportar 1314 kg/h de PP, o que corresponde a 1545,9 L/h de plástico de

polipropileno (ρ=0,85 g/cm³) e 1545,9 kg/h ou 1545,9 L/h de água dentro da lavadora. Esta

vazão será distribuída em oito ciclos operados pela lavadora dentro de 1 h. A água e a sujeira

irão para a estação de tratamento.

7.2.2.5. Secador

O secador é capaz de operar com uma alimentação de 1500 kg/h, porém sua vazão de

entrada será de 1260 kg/h, a mesma que a de saída. A umidade presente nos flakes que entram

na secadora sai na forma de vapor. Segundo a literatura, o PP absorve no máximo 3% de

umidade.

Figura 7.10: Balanço de massa no secador.

7.2.2.6. Aglutinador

O aglutinador é o equipamento limitante do processo, pois sua capacidade máxima é

de 650 kg/h, portanto, serão operados dois aglutinadores em paralelo de mesma capacidade. A

vazão de entrada de cada aglutinador é de 630 kg/h, dando um total de 1260 kg/h.

1260 kg/h

3% úmido

1260 kg/h

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58

Figura 7.11: Balanço de massa no aglutinador.

Na visita à Eletroflex, obteve-se um valor para a vazão de entrada de água no

aglutinador de 150 kg/dia. Como a empresa citada trabalha 8 h diárias, a vazão de alimentação

de água será de 18,75 kg/h, e a vazão de saída será a mesma, já que toda a água evapora

devido ao calor originado pelo atrito das hélices que giram em alta velocidade na base do

aglutinador.

7.2.2.7. Extrusora

A capacidade máxima da extrusora é de 700 kg/h, portanto serão operadas duas

extrusoras em paralelo, cada uma a 630 kg/h, tanto na entrada como na saída. Esta margem

em relação à capacidade máxima permite que os grãos que não saírem na granulometria

adequada da granuladora retornem à extrusora.

630 kg/h

18,75 kg/h

630 kg/h

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59

Figura 7.12: Balanço de massa na extrusora.

7.2.2.8. Banheira de resfriamento

Também há duas banheiras de resfriamento, para comportar a capacidade das

extrusoras. Cada banheira de resfriamento trabalhará com vazão de água de 3000 kg/h que irá

recircular constantemente em uma torre de resfriamento, devido à necessidade de

resfriamento da água, que deve ser mantida a temperatura ambiente. Dessa forma minimizam-

se as perdas por evaporação, e a eficiência de resfriamento dos macarrões vindos da extrusora

por choque térmico não é prejudicada.

Figura 7.13: Balanço de massa na banheira de resfriamento.

630 kg/h

630 kg/h

3000 kg/h

3000 kg/h

630 kg/h

630 kg/h

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60

7.2.2.9. Granulador:

A planta conta com dois granuladores operando em paralelo, de igual capacidade.

Como este equipamento tem apenas a função de granular, as vazões de entrada e saída serão

de 630 kg/h cada, apesar de possuir capacidade para 700 kg/h.

Figura 7.14: Balanço de massa no granulador.

7.2.2.10. Peneira Vibratória

A vazão de entrada e de saída da peneira será de 1260 kg/h, correspondente a soma

das correntes vindas dos dois granuladores. A quantidade que não passar na peneira, por

apresentar granulometria muito elevada, será retornada à extrusora sem nenhuma perda.

Figura 7.15: Balanço de massa na peneira vibratória.

630 kg/h

630 kg/h

1260 kg/h

1260 kg/h

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61

7.2.2.11. Silo

O silo armazenará 84 kg/h de pellets, e, após atingir a capacidade máxima de 1500 L,

ele será esvaziado através do ensacamento. Os sacos de pellets serão, então, direcionados a

um armazém.

Figura 7.16: Balanço de massa no silo.

7.2.2.12. Produção do papel sintético

Para a produção do papel sintético em si, será utilizada a linha BOPP da Brückner,

produzida na Alemanha, sendo uma das líderes mundiais nesse setor. Sua capacidade máxima

é de 2,2 t/h de papel sintético.

Admitiu-se uma produção de 1680 kg/h de papel sintético, porém durante o

processamento do papel sintético, especificamente no estiramento transversal há uma perda de

aproximadamente 5% em massa do papel referente às aparas que não sofrem este estiramento,

logo a quantidade final produzida de papel sintético pronto para venda passa a ser 1596 kg/h.

Para que o papel assuma uma boa qualidade é necessário que apenas 75% do

polipropileno seja reciclado e outra parcela seja do polipropileno virgem, mas essa mistura

ainda não é suficiente para uma boa qualidade, já que a cor branca conferida ao papel será

imperiosa. Então serão aplicados dois aditivos: o dióxido de titânio e o carbonato de cálcio.

Em visita à Vitopel obteve-se a informação de que dos 25% que sobra em massa para a

produção do papel 12% são aditivos, logo 22% são de polipropileno virgem e 3% de aditivos.

1260 kg/h

1176 kg/h

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62

Devido à massa molar do dióxido de titânio ser menor que a do carbonato de cálcio atribuiu-

se 2% ao dióxido de titânio e 1% ao carbonato de cálcio.

Logo a vazão de alimentação a linha BOPP seria 1260 kg/h de polipropileno reciclado,

369,60 kg/h de polipropileno virgem, 33,60 kg/h de dióxido de titânio e 16,80 kg/h de

carbonato de cálcio. Mas as aparas que representam os 5% (84 kg/h) da quantidade de papel

produzida são direcionadas a um novo moinho que opera a seco e de lá voltam para o início

da linha de BOPP, portanto a quantidade de pellet de polipropileno reciclado necessária irá

diminuir de 1260 para 1176 kg/h.

Figura 7.17: Balanço de massa no moinho de aparas.

Figura 7.18: Balanço de massa nos silos de alimentação.

1176 kg/h de PP reciclado

84 kg/h de aparas moídas

33,60 kg/h de TiO2

16,80 kg/h de

CaCO3

369,60 kg/h de PP virgem

84 kg/h de aparas

84 kg/h de aparas moídas

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63

Figura 7.19: Unidade de enrolamento do produto final (Winder).

7.3. Balanço de Energia

O balanço de energia para a planta de reciclagem e para a planta de fabricação de

papel está apresentado separadamente. Abaixo se encontra a legenda que identifica as

diferentes correntes de utilidades por cores.

Legenda (kg/h)

Ar

Água

Vapor

Papel Sintético

Plástico

7.3.1. Planta de Reciclagem do Polipropileno

7.3.1.1. Secador Térmico

1596 kg/h de papel sintético

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64

O Balanço energético para um secador térmico é definido segundo as equações

demonstradas abaixo.

A quantidade de calor total trocada no secador qT é dada pela equação 7.1, sendo ms a

vazão mássica de sólido a ser seco:

eq. 7.1

A equação 7.2 permite o cálculo da vazão mássica de ar seco na entrada do secador.

eq. 7.2

Nas tabelas a seguir encontram-se os dados obtidos da literatura referentes às

condições do ar e do sólido na entrada do secador.

Tabela 7.1: Dados referentes ao ar na entrada do secador.

Ho= 0,049

cso= 1,096483 kJ/m² s o C

Tgi 100ºC

Tgf 140ºC

Tabela 7.2: Dados referentes ao sólido a ser secado (polipropileno moído) e calores

específicos.

Umidade: 3%

T0 = 21ºC

Tv = 100ºC

Tsf = 63ºC

Tvf = 100ºC

I = 2260,872 kJ/kg

cps = 1,7 kJ/kg K

cpl = 4,1860 kJ/kg K

cpv = 1,014 kJ/kg K

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65

Através da eq. 7.1 calcula-se a entalpia necessária para secar 1260 kg/h de

polipropileno contendo 3% de umidade, considerando que toda a umidade é retirada no

secador.

Os resultados obtidos estão expressos na tabela a seguir:

Tabela 7.3: Quantidade de calor trocado no secador e quantidade de ar necessária.

Secador

Entalpia Necessária 88803,313 kJ/h

Massa de Ar 1,930 t/h

Volume de Ar 1678,394 m³/h

Densidade do Ar 1,15 kg/m³

A massa de ar necessária foi calculada pela eq. 2 e o volume de ar foi calculado

dividindo-se a massa de ar pela densidade do ar nas condições de entrada do trocador de calor

(temperatura ambiente).

Na entrada do secador deve existir um trocador de calor para aquecer o ar ambiente até

a temperatura de entrada do secador de 140o

C. Para isso, utiliza-se vapor saturado

proveniente da caldeira a 8,8 kgf/cm² de pressão e 175o

C. O calor trocado entre as correntes

de vapor e ar no trocador de calor é igual à quantidade de calor trocado no secador,

desprezando as perdas energéticas para o ambiente. Os dados referentes ao trocador de calor

encontram-se na tabela a seguir:

Tabela 7.4: Dados referentes às correntes do trocador de calor.

H (175 oC, 8,8 kgf/cm²) vapor= 2770,9 kJ/kg

U = 325 W/m² o C

∆t1 = 40ºC

∆t2 = 150ºC

LMTD = 83,22 ° C

O coeficiente global de troca térmica foi obtido através de tabelas que estimam este

coeficiente conhecendo-se as condições de operação dos dois fluidos utilizados. Como o

trocador de calor é operado em correntes paralelas utilizou-se a seguinte equação para

determinar a média logarítmica das temperaturas:

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66

a bLMTD

a

b

T TT T

Tn

T

eq. 7.3

Onde os índices “a” e “b” se referem às extremidades do trocador de calor com

correntes paralelas.

A área de troca térmica foi calculada segundo a equação abaixo:

qT = U.A.∆T eq. 7.4

E os resultados obtidos estão demonstrados a seguir:

Tabela 7.5: Quantidade de calor trocada no trocador de calor, massa de vapor

necessária e área de troca térmica.

Trocador de Calor

Entalpia

Necessária 88803,3 kJ/h

Massa Vapor Sat. 0,032 t/h

Área 0,91 m²

A massa de vapor saturado necessária foi calculada dividindo-se a quantidade de calor

pela entalpia do vapor nas condições de entrada do trocador (8,8 kgf/cm² e 175o C).

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67

Figura 7.20: Balanço de energia no secador e trocador de calor.

7.3.1.2. Torre de Resfriamento ETE

O balanço energético na torre de resfriamento é simplesmente o calor sensível

necessário para resfriar a água levemente aquecida que veio da lavadora e do tanque de

decantação e passou pelo tratamento de efluentes. A água deve ser resfriada até 20o

C

porque deve voltar à fábrica com esta especificação.

A equação utilizada foi a seguinte:

Q = m.c.∆T eq. 7.5

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68

E os resultados estão apresentados na tabela a seguir.

Tabela 7.6: Balanço energético na torre de resfriamento da ETE.

T1 35 °C

T2 20 °C

Q= m.cpl.∆T

m 3150 kg/h

cpl 1 cal/ g °C

∆T 15 °C

Q= 47250000 cal/h

Q= 47250 kcal/h

Q= 1,98E+05 kJ/h

A quantidade de calor necessária para resfriar 3150 kg/h de água de 35o

C para 20o

C é

de 1,98.105 kJ/h. Considerando a perda por arraste e evaporação na torre de resfriamento de

0,8%, a água de reposição deve ser de 25,2 kg/h. Esta água é proveniente da água da chuva,

caso esteja disponível nos tanques de captação, caso contrário, será água encanada.

Figura 7.21: Balanço de energia na torre de resfriamento da ETE.

7.3.1.3. Aglutinador

A vazão de alimentação de água será de 18,75 kg/h, e a vazão de saída será a mesma,

já que toda a água evapora devido ao calor originado pelo atrito das hélices que giram em alta

velocidade na base do aglutinador. Portanto, a quantidade de calor necessária é calculada

através da equação abaixo:

Q= m.c.∆T + m.L eq. 7.6

Page 69: relatório final_2

69

Que leva em consideração o calor sensível necessário para aquecer a água até a

temperatura de vaporização da água e também o calor latente necessário para evaporar essa

quantidade de água.

O calor necessário para evaporar a água do aglutinador é 4,86.104 kJ/h. Como a planta

conta com dois aglutinadores, o calor total é 9,73.104

kJ/h. Os cálculos estão demonstrados

nas tabelas a seguir.

Tabela 7.7: Balanço energético no aglutinador.

Q= m.cpl.∆T + m.L

To 20 °C

Tf 100 °C

∆T 80 °C

cpl 1 cal/g °C

L 540 cal/g

m 18750 g/h

Q 11625000 cal/h

Q 11625 kcal/h

Q 4,86E+04 kJ/h

Qt 9,73E+04 kJ/h

Figura 7.22: Balanço de energia no aglutinador.

7.3.1.4. Banheira de Resfriamento

A Banheira de Resfriamento tem dimensões de 4 m de comprimento por 1 m de altura,

e 1 m de largura, possuindo então capacidade para armazenar 4 m³ de água. Considerou-se

Page 70: relatório final_2

70

que a banheira é alimentada com uma vazão de 3000 kg/h de água, sendo que seu volume

inicial é de 3 m³, logo essa quantidade é reciclada a cada hora através de uma torre de

resfriamento para minimizar as perdas por evaporação e garantir a eficiência do resfriamento

dos macarrões de PP que estão a temperatura muito elevada, em média 225 oC. Esta

temperatura foi estimada sabendo-se que a temperatura interna da extrusora varia entre 200o

C

e 250o

C, não podendo ultrapassar esta temperatura, pois 270o

C é a temperatura de

degradação do PP.

Nas tabelas a seguir encontram-se os balanços energéticos para a água e para o PP

reciclado.

Tabela 7.8: Balanço energético da água de resfriamento.

T1 20 °C

T2 37 °C

Q= m.cpl.∆T

m 3000 kg/h

cpl 4,186 kJ/kg.K

∆T 17 K

Q= 208845 kJ/h

Tabela 7.9: Balanço energético do PP reciclado.

T1 225 °C

T2 30 °C

Q= m.cps.∆T

m 630 kg/h

cps 1,7 kJ/kg. K

∆T 195 K

Q= 208845 kJ/h

Como a planta possui duas banheiras de resfriamento, o calor total trocado é de Qt=

417690 kJ/h.

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71

Figura 7.23: Balanço de energia na banheira de resfriamento.

Conforme ocorram perdas por evaporação pelo choque térmico entre o macarrão de PP

aquecido e a água muito mais fria, a água perdida é reposta na torre de resfriamento.

Considerando que as perdas por evaporação na banheira são de 0,1% a cada hora, a massa de

água de reposição é de 3 kg/h de água. A perda por arraste e evaporação na torre de

resfriamento é de 0,8%, que resulta em uma quantidade de água de 24 kg/h. Portanto, a água

de reposição total deve ser de 27 kg/h. Esta água é reposta com água da chuva caso os tanques

de captação tenham água disponível, senão com água encanada.

7.3.2. Fábrica de Papel Sintético

7.3.2.1. Resfriamento Formação do Papel (Chill Roll)

O Chill Roll é um rolo, no qual o filme está perfeitamente aderido, que passa por um

tanque de água resfriando-o. 1680 kg/h de filme devem ser resfriados de 240o

C para 100o

C

após saírem da extrusora. 1910,4 kg/h de água a 20º C entram no Chill Roll. A água sai

aquecida a 70º C na mesma vazão para a torre de resfriamento, onde será resfriada novamente

para 20º C.

Nas tabelas a seguir encontram-se os balanços energéticos para o papel e para a água.

Tabela 7.10: Balanço energético do papel.

T1 240 °C

T2 100 °C

Q= m.cps.∆T

m 1680 kg/h

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72

cps 1,7 kJ/kg.K

∆T 140 K

Q= 399840 kJ/h

Tabela 7.11: Balanço energético da água.

T1 20 °C

T2 70 °C

Q= m.cpl.∆T

m 1910,4 kg/h

cpl 4,1860 kJ/kg.K

∆T 50 K

Q= 399840 kJ/h

A água perdida por evaporação no Chill Roll é em média 0,2% a cada hora, o que

corresponde a uma vazão de 3,82 kg/h de água. A perda de água por arraste e evaporação na

torre de resfriamento é de 0,8%, o que resulta em uma quantidade de água de 15,28 kg/h.

Logo, a quantidade total da água de reposição é de 19,10 kg/h. Esta quantidade é reposta na

torre de resfriamento com a água da chuva se estiver disponível nos tanques de captação, caso

contrário por água encanada

A torre de resfriamento que fornece água para as banheiras de resfriamento e para o

Chill Roll é a mesma, já que sua capacidade é de 12 m³/h.

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73

Figura 7.24: Balanço de energia no Chill Roll e na torre de resfriamento.

7.3.2.2. Estiramento Longitudinal do Papel

No estiramento longitudinal do papel, o filme passa por rolos aquecidos por ar que

passa internamente por eles. Um trocador de calor aquece o ar ambiente até a temperatura de

170º C através de vapor saturado vindo da caldeira. O filme que vem do Chill Roll a 100º C é

aquecido até 140º C nesta etapa, para que ocorra seu estiramento longitudinal.

Os resultados do balanço energético estão demonstrados nas tabelas a seguir.

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74

Tabela 7.12: Balanço energético do vapor.

Vapor

m(vapor)= 41,22848 kg/h

H (175°C, 8,8 kgf/cm²)

vapor= 2770,9 kJ/Kg

Q=∆H

∆H= 114240 kJ/h

A quantidade de calor trocada pelo vapor e o ar no trocador de calor é a mesma

trocada pelo filme e o ar nos rolos, desprezando-se as perdas energéticas para o ambiente. A

massa de vapor necessária foi calculada dividindo-se o calor pela entalpia do vapor nas

condições de entrada do trocador de calor. Já a massa de ar foi calculada pela eq. 7.5.

Tabela 7.13: Balanço energético do PP.

PP

T1 100 °C

T2 140 °C

Q= m.cps.∆T

M 1680 kg/h

Cps 1,7 kJ/kg. K

∆T 40 K

Q= 114240 kJ/h

Tabela 7.14: Balanço energético do ar.

Ar

Cpg 1,0125 kJ/kg. K

Tgi 25 °C

Tgf 170 °C

∆T 145 K

Q 114240 kJ/h

m(ar) 778,1354 kg/h

A área de troca térmica no trocador de calor foi calculada através da eq. 7.4.

Tabela 7.15: Balanço energético no Trocador de Calor.

Área TC 0,930202 m²

U = 325 W/m² °C

∆t1 = 70ºC

∆t2 = 150ºC

LMTD = 105ºC

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75

Figura 7.25: Balanço de energia na unidade de estiramento longitudinal de papel e no

trocador de calor.

7.4. Dimensionamento de Equipamentos

Os equipamentos utilizados para a reciclagem do plástico serão da marca Kie, já que

esta é uma empresa próxima a São Paulo, tendo um baixo custo no transporte e pela variedade

de características disponíveis para cada equipamento, possibilitando, assim, a escolha do mais

adequado para o uso da Nature Paper. A lista e caracterização dos equipamentos são

mostradas a seguir.

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76

7.4.1. Esteira alimentadora

Possui as seguintes características:

Estrutura em tubos metálicos;

Moto redutor;

Regulagem de altura;

Rodízios para deslocamento;

Modelos EAK com taliscas vulcanizadas;

Inversor de frequência e detector de metais.

Figura 7.26: Esteira Alimentadora.

Modelo: EAK-5;

Potência: 3,05 CV;

Largura: 580/780 mm;

Comprimento: 5000 mm;

Tipo de lona: Taliscada.

7.4.2. Moinho

Será utilizado um moinho da linha MAK, que é própria para a moagem de peças,

garrafas, caixas, filmes, aparas e remoagem de materiais.

Possui as seguintes características:

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77

Sistema de corte em ângulo diminuindo o consumo de energia e a formação de pó,

aumentando a produção;

Mancais totalmente externos, permitindo a moagem com água sem afetar retentores ou

rolamentos;

Fácil acesso as peneiras, independente das facas ou aberturas do funil, possibilitando

uma rápida mudança na granulometria do material ou limpeza do equipamento;

Volantes de Inércia;

Totalmente construídos em aço laminado, inclusive os mancais;

Abertura motorizada do funil de alimentação, refrigeração à água, retirada de material

por ventoinha ou rosca transportadora, painel de comando.

Figura 7.27: Moinho.

Modelo: MAK 1000;

Potência: 100/125 CV;

Boca de alimentação: 1000x 550 (mm);

Facas rotativas: 6;

Facas fixas: 4;

Rotação do motor: 600 rpm;

Rotor: 600 mm;

Tipo de rotor: N;

Produção: Até 3000 kg/h.

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78

7.4.3. Lavadora

Estrutura e Eixo em Aço Inox, para trabalhos com material contaminados com

substâncias corrosivas;

Painel elétrico.

Figura 7.28: Lavadora.

Modelo: LIK 2000;

Potência: 15/20 CV;

Material do tubo: Inox 304;

Rotação do eixo: 1750 rpm;

Dimensões do tubo: 500/2000 (mm);

Produção: Até 1500 kg/h.

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79

7.4.4. Secador

Figura 7.29: Secador.

Modelo: SIK 2000;

Tipo: Térmico e cilíndrico;

Potência: 15/20 CV;

Material do tubo: Aço Inox 304;

Dimensões do tubo: 500/2000 (mm);

Produção: Até 1500 kg/h.

7.4.5. Tanque de decantação

Nos modelos TDK o material mais leve flutua na superfície, e é levado pelo

transportador até a roda alimentadora para sua retirada. Este tipo de Tanque é utilizado na

reciclagem de PE e PP. Possuem estrutura externa em cantoneiras e pintura interna epóxi e

opção de fabricação em aço inox.

Possui as seguintes características:

Fundo cônico para facilidade na limpeza e manutenção e tratamento das chapas

galvanizado a fogo;

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Figura 7.30: Tanque de decantação.

Modelo: TDK8R;

Potência: 2 transportadores (2 CV cada) + 2 roscas transportadoras (4 CV cada);

Altura: 1200 mm;

Largura: 1200 mm;

Comprimento: 8000 mm;

Produção: Até 2500 kg/h.

7.4.6. Aglutinador

Serão utilizados dois aglutinadores em paralelo, para alcançar a produção desejada.

Possuem as seguintes características:

Motor acoplado diretamente na hélice, eliminando elementos de transmissão,

reduzindo os gastos com manutenção;

Tubo em aço carbono espessura 3/8”desmontável e basculante para facilitar a

manutenção;

Sistema de exaustão de vapores por ventilador;

Partes em contato com material em aço inox 304;

Painel elétrico.

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Figura 7.31: Aglutinador.

Modelo: AK 90;

Potência: 125 CV;

Diâmetro do tubo: 920 mm;

Capacidade máxima de carga: Até 60 kg;

Facas rotativas: 2;

Facas fixas: 3;

Rotação do rotor: 1750 rpm;

Produção: Até 650 kg/h.

7.4.7. Extrusora

A Linha de Extrusoras EK é fabricada especialmente para a reciclagem, pigmentação e

granulação de plásticos. Com robustez e facilidade de operação, possui baixa manutenção,

proporcionando uma ótima relação custo / benefício.

Serão utilizadas duas extrusoras em paralelo, para alcançar a produção desejada.

Possuem as seguintes características:

Cilindro e rosca em aço especial, nitretados e polidos;

Redutor com engrenagens helicoidais retificadas;

Caixa de rolamentos acoplada diretamente ao redutor, dispensando elementos de

transmissão;

Resistência em cerâmica;

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Proteção das resistências em aço inox, divididas por zonas de aquecimento com

ventiladores individuais para refrigeração;

Painel de comando com chave de partida automática;

Controles de temperature digitais;

Transdutor de pressão digital que indica o momento correto para troca dos filtros;

Cabeçote troca-filtros hidráulico;

Zona de degasagem;

Bomba de vácuo;

Inversor de frequência;

Roscas com perfis especiais;

Banheira de resfriamento de 4m.

Figura 7.32: Extrusora.

Modelo: EK150 cascata;

Potência: 75 CV;

LD: 10;

Diâmetro da rosca: 150 mm;

Zonas de aquecimento: 4;

Produção: Até 700 kg/h;

Diâmetro dos filtros: 250 mm;

Capacidade instalada (motor + resistências): 60 kW.

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7.4.8. Granulador

Serão utilizados dois granuladores em paralelo, para alcançar a produção desejada.

De fácil operação e manutenção, a linha GK possui as seguintes características:

Rotor com facas desmontáveis e substituíveis;

Corte em ângulo (tipo tesoura);

Faca fixa em widea;

Rolo puxador em aço especial recartilhado;

Rolo de pressão em borracha especial, pressionado por molas com regulagem;

Transmissão dos rolos e do rotor integrado por engrenagens helicoidais em banho de

óleo;

Polia escalonada 3 canais;

Rodízios para deslocamento.

Figura 7.33: Granulador.

Modelo: GK 7 V;

Potência: 7,5 CV;

Facas rotativas: 10;

Largura do puxador: 250 mm;

Produção: Até 700 kg/h.

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7.4.9. Peneira vibratória

Figura 7.34: Peneira vibratória.

Comprimento: 4 m;

Largura: 1,2 m;

Potência: 10 CV;

Construída em aço carbono;

Pintura em esmalte sintético.

7.4.10. Silo

Para a ciclonagem e embalagem dos pellets que não serão encaminhados de imediato à

linha BOPP.

Modelo: 500 L.

Figura 7.35: Silo.

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7.4.11. Ventoinha

Para o transporte pneumático dos pellets que serão encaminhados à linha BOPP.

Modelo: VK-7;

Potência: 7,5 CV.

7.4.12. Linha BOPP

Para a produção do papel sintético em si, será utilizada a linha BOPP da Brückner,

produzida na Alemanha, sendo uma das líderes mundiais nesse setor.

Ela é composta de uma extrusora principal e quatro co-extrusoras, para um papel

sintético de alta qualidade, composto de cinco camadas. Também inclui um chill-roll, onde o

filme é formado, uma banheira de resfriamento, sessões de estiramento longitudinal e

transversal, facas fixas para o corte das bordas, tratamentos superficiais corona e chama e

controle de espessura, tudo incluso numa única máquina.

Possui as seguintes características:

Capacidade de produção: Até 2,2 t/h;

Largura do filme formado: 6,6 m;

Espessura do filme formado: 12-60 µm;

Velocidade de produção: Até 450 m/min;

Dimensões da sala onde a máquina será localizada: 130x22 m²;

Potência: 1233,66 CV.

As utilidades externas são listadas a seguir, sendo estas adquiridas de diferentes

fornecedores, específicos para a fabricação de cada tipo de equipamento.

7.4.13. Caldeira

Fornecedor: Caldeiras Paraná;

Tipo: Flama tubular vertical;

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Modelo: FTV 100 kg/h de vapor para queima de gás;

Pressão de trabalho 8,8 kgf/cm².

Figura 7.36: Caldeira.

Componentes:

Controle de nível: O controle de nível compõe-se de uma garrafa de nível em aço

carbono, um jogo de visor de nível em bronze;

Controle de temperatura: Um manômetro de alta qualidade, instalado e localizado de

maneira a permitir leituras rápidas e precisas;

Corpo: Casco cilíndrico vertical constituindo estrutura básica da Caldeira, do tipo

monobloco, integrando fornalha com cinzeiro, feixe de tubos ASTM 178C° e caixa

coletora de gases. A Caldeira é isolada termicamente e protegida externamente por

chapa metálica com acabamento antioxidante e estético. A construção é metálica

soldada, executada sob rigoroso controle de qualidade, de acordo com as normas

ABNT;

Chaminé: Uma chaminé de altura compatível a uma exaustão perfeita por tiragem

natural, circular metálica, acoplada na Caldeira. A caixa de gases na extremidade da

Caldeira, circular basculante para acesso e limpeza dos tubos e possui internamente,

um defletor para distribuição homogênea do fluxo de gases através do feixe de tubos;

Descarga de fundo: Uma válvula marca MGA de esfera, instalada na caldeira e

fornalha;

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Fornalha: Interna, semicircular, com câmara de água envolvente, dispensando

refratários;

Válvula de segurança: Uma válvula de segurança marca COMODORO, de ação de

disparo e vazão total (longo curso), são devidamente homologadas com margem de

segurança de operação adicional.

7.4.14. Torre de resfriamento

Figura 7.37: Torre de resfriamento.

Serão utilizadas duas torres de resfriamento de igual capacidade: uma para a ETE e

uma para resfriar a água das banheiras de resfriamento e do Chill Roll.

Fornecedor: HD Equipamentos;

Dados do projeto:

Vazão total de água: 12 m³/h;

Temperatura de água quente: 35° C;

Temperatura de água fria: 30° C;

Carga térmica total: 66000 kcal/h;

Perda de água por arraste e evaporação: 0,8%;

Temperatura de bulbo úmido do ar: 24° C;

Torre selecionada:

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Modelo: HD 1102-GRT- II;

Largura: 680 mm;

Comprimento: 1400 mm;

Altura: 1180 mm;

Potência nominal do motor: 0,5 CV, 220/380 V;

Acionamento do ventilador: direto (motor elétrico TFVE-IP-55 Voges-Eberle);

Pressão requerida na entrada de água: 6 m.c.a;

Volume de água na bacia inferior: 206 L;

Nível de ruído do ventilador dB(A) à 2 m : 68 ± 2 (baixo nível de ruído);

Nível de ruído de chuva dB(A) à 2 m : Inexistente pois as gotas percorrem o

enchimento até encontrar a superfície da água.

Características construtivas:

Enchimento de contato: Blocos de grades em polipropileno;

Retentores de gotas: Tipo perfil onda em polipropileno;

Sistema de distribuição de água: Polipropileno;

Cubo/ pás do ventilador: Alumínio/ poliamida (nylon com fibra de vidro);

Carcaça e bacia de água fria: Autoportante em plásticos de engenharia na cor gelo;

Ferragens e vigas: Aço carbono zincado a fogo;

Boia para água de reposição: Latão/ PVC;

Placa com número de série: Alumínio impresso em baixo relevo.

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retentor

de gotas

ar quente

SAÍDA DE

ÁGUA FRIA

enchimento

de contato

água

SAÍDA DO AR QUENTE

ENTRADA DE

ÁGUA QUENTE

BACIA DE ÁGUA FRIA

ENTRADA

DE AR

Figura 7.38: Esquema interno da torre de resfriamento.

Especificações da Bomba:

Serão utilizadas duas bombas centrífugas para distribuição da água para o processo,

uma para cada torre de resfriamento.

Figura 7.39: Bomba centrífuga.

Bomba centrífuga monoestágio (rotor fechado);

Fornecedor: Franklin Electric;

Modelo: BC-22 R 1 B;

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Material: Ferro fundido e API-610;

Trifásico;

Potência: 3 CV;

Diâmetro de sucção: 1 ¼ pol;

Diâmetro de recalque: 1 pol;

Pressão máxima sem vazão (m c a.): 33 m;

Altura máxima de sucção (m c a.): 8 m;

Diâmetro do rotor: 140 mm;

Vazão máxima: 12,2 m³/h;

Altura manométrica total (m c a.): 26 m.

7.4.15. Trocador de calor

Figura 7.40: Trocador de calor.

Serão utilizados dois trocadores de calor, um para o secador e outro para o estiramento

longitudinal do papel.

Tipo: Casco/tubo;

Área de troca térmica: 4,65 m²;

Material de construção: Aço carbono;

Pressão interna: 10,55 kgf/cm².

8. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

8.1. Etapas do processo geradoras de efluentes

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As etapas do processo industrial geradoras de efluentes líquidos são a moagem e pré-

lavagem e decantação: A água do moinho realiza uma pré-lavagem no material e é

descarregada juntamente com o plástico dentro do decantador, onde pás carregarão o plástico

flutuante (polipropileno) para a lavadora. Quando a água do decantador torna-se muito suja

ela é descarregada (batelada) para a estação de tratamento de efluentes, e reposta pela água já

tratada. Esta etapa retém 90% dos resíduos presentes no plástico de interesse. No processo de

lavagem retiram-se os 10% finais de sujidades. Esta água também passa pela estação de

tratamento de efluentes e é reutilizada.

Figura 8.1: Etapas do processo que geram efluentes.

8.2. O processo de tratamento

Um grande problema na reciclagem de resíduos plásticos é o tratamento do efluente de

lavagem, o qual contém uma alta carga poluidora e, justamente por causa de seus elevados

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níveis de contaminação orgânica e inorgânica, não pode ser descartado sem tratamento

(BORDONALLI; MENDES, 2005).

Para Mierzwa (2002), no reuso de efluentes tratados, uma das principais preocupações

é o processo de concentração de contaminantes específicos, que reduz o potencial de reuso e

pode comprometer as atividades que empregarão essa água.

Com base em estudos prévios realizados em 2004 (BORDONALLI; MENDES, 2005),

descartou-se a alternativa de tratamento por processo biológico (lodos ativados por batelada),

cujos resultados demonstraram eficiência muito aquém das obtidas por processo físico-

químico (pré-filtração, coagulação, floculação, decantação e filtração), ambos simulados em

equipamentos de bancada, tipo jarteste. As conclusões dos estudos são aqui relacionadas:

Os estudos de tratamento físico-químico desse tipo de efluente indicaram como melhor

coagulante o Hidroxicloreto de Alumínio (PAC) em comparação ao cloreto férrico e

sulfato de alumínio.

As condições necessárias para a floculação foram: (i) gradiente de velocidade igual a 60 s-

1; (ii) período de floculação dez minutos.

A clarificação do efluente por simples sedimentação demonstrou-se ineficiente, sendo

necessária uma etapa complementar de filtração, no caso, com o uso de mantas geotêxteis

sintéticas não-tecidas.

As eficiências de remoção de DQO, turbidez e fosfatos, corresponderam a valores de

93,2%, 99% e 98,6%, respectivamente, resultados que favoreceram a hipótese da

possibilidade de reuso dos efluentes tratados no próprio processo de lavagem de

embalagens plásticos.

O volume de lodo adensado gerado na decantação resultou em valores variáveis entre 50 e

53 mL/L para as condições estabelecidas nos ensaios realizados: uso de Cone Imhoff, com

um período de sedimentação de 30 minutos.

8.2.1. Descrição do sistema de tratamento de águas residuárias implantado

As principais características da instalação quanto a vazões são aqui relacionadas:

Quantidade de plásticos reciclados/hora= 1260 kg;

Turnos: 3 turnos diários de 8 horas (30240 kg plásticos/dia);

Volume de água gasto por kg de plástico reciclado= 2,5 L;

Capacidade máxima do sistema de tratamento de efluentes= 12 m³/h.

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Para Giordano (1999), os processos de tratamento a serem adotados, as suas formas

construtivas e os materiais a serem empregados são considerados a partir dos seguintes

fatores: a legislação ambiental regional; o clima; a cultura local; os custos de investimento; os

custos operacionais; a quantidade e a qualidade do lodo gerado na estação de tratamento de

efluentes industriais; a qualidade do efluente tratado; a segurança operacional relativa aos

vazamentos de produtos químicos utilizados ou dos efluentes; explosões; geração de odor;

interação com a vizinhança; confiabilidade para atendimento à legislação ambiental;

possibilidade de reuso dos efluentes tratados.

Para Westerhoff e Chowdhury (1996), o tipo de fonte de abastecimento de água,

superficial ou subterrânea, provoca variações no arranjo do sistema de tratamento, já que as

características da água bruta influenciam na escolha das técnicas de tratamento. Neste caso,

em se tratando de efluentes, a mesma afirmação é válida. Para Mierzwa e Hespanhol (2005),

em termos práticos, o que realmente interessa no processo de coagulação, floculação e

clarificação é a dosagem e a condição ótima para a aplicação do coagulante, etapa de grande

importância no tratamento, uma vez que as etapas subsequentes dependem dela.

Os autores explicam que isso ocorre porque as reações químicas envolvidas são muito

rápidas e dependem da energia da agitação, da dose do coagulante, do pH e da alcalinidade da

água. Caso essas condições estejam corretas, existirão condições plenas para o sucesso da

instalação, evidentemente, quando as etapas complementares forem projetadas e operadas de

forma adequada.

As etapas do processo de tratamento implantado no sistema de tratamento de águas

residuárias (STAR) podem ser visualizadas no fluxograma apresentado na Figura 8.2. Podem-

se destacar dois processos diferenciados implantados no tratamento de efluente:

(i) inclusão de sistema de preparação e dosagem de polieletrólito catiônico como auxiliar de

floculação e de desaguamento dos lodos gerados;

(ii) substituição dos leitos de secagem por big bags suspensos em função de diversos

problemas de ordem operacional provocados pela excessiva presença de sólidos grosseiros e

lodos gerados no tratamento desse tipo de efluente, dificultando as etapas de desaguamento e

desidratação de sólidos e lodos, principalmente sob os aspectos da necessidade de limpezas

frequentes, troca de materiais filtrantes e alto teor de umidade nos resíduos gerados. Utilizar-

se-ão as já existentes tubulações do fundo dos leitos para a condução da água drenada até o

poço de sucção.

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O uso dos big bags, com capacidade de uma tonelada, para desaguamento do lodo

apresenta vantagens quanto aos aspectos econômicos, operacionais e logísticos já que:

São de baixo custo, aproximadamente R$ 10,00 por unidade;

São apropriados para o lançamento do lodo tal qual é descartado de suas fontes geradoras,

constituindo-se, após o desaguamento, nos recipientes de armazenamento e transporte até o

local de destino apropriado (aterro industrial). Essa vantagem pode ser considerada

excepcional, já que a maior dificuldade no uso de soluções de desaguamento sem o

emprego de equipamentos (centrífugas, filtros-prensa, mesas desaguadoras, etc.) consiste

nas operações de remoção e translado do lodo desidratado das unidades de processo e

acondicionamento do mesmo;

São de fácil transporte por empilhadeiras;

Manifestam grande capacidade de drenagem dos líquidos percolados sem, contudo,

permitir o transpasse de sólidos em excesso, observação que pode ser comprovada com o

retorno da fase líquida ao poço de sucção;

Permitem o acondicionamento de grande volume de material, cerca de 900 L.

Com o objetivo de minimizar o consumo de água, a empresa implantou o reuso total

dos efluentes tratados no STAR nas operações de pré-lavagem (moinho) e decantação e

lavagem dos plásticos em processo de reciclagem. Além desses dois pontos de geração de

efluentes, somam-se as águas cinzas, provenientes de instalações sanitárias do tipo bebedouro,

tanque e lavatório, e, para complementar as perdas inerentes ao processo (evaporação,

respingos e arraste com resíduos e plásticos lavados e lodo químico), são incorporados de

forma parcial às águas pluviais precipitadas sobre as áreas impermeabilizadas do STAR e da

cobertura do galpão de reciclagem.

As dosagens de produtos químicos podem variar entre 4,8 a 6,2 kg/m³; 2,0 a 4,4 kg/m³;

e 6,0 a 7,3 g/m³; respectivamente de hidróxido de sódio; hidroxicloreto de alumínio (PAC) e

polieletrólito catiônico.

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Figura 8.2: Fluxograma da Estação de Tratamento de Efluentes.

9. CONTROLE DE QUALIDADE

Para de obter um papel sintético de alta qualidade, deve-se realizar um controle tanto

da matéria-prima, do processo e do produto acabado.

9.1. Controle da matéria-prima

Como o polipropileno reciclado representa 75% do material usado na fabricação,

deve-se dar maior relevância na análise deste material, levando em consideração o índice de

fluidez e o teor de umidade presente.

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O índice de fluidez pode ser determinado com um medidor específico, mas

normalmente a nível industrial opta-se por utilizar o valor indicado pelo fornecedor. O teor de

umidade do polímero é determinado pesando uma quantidade exata, que se introduz na estufa

a uma temperatura entre 100°C e 130°C durante um período determinado de tempo. Deve

assegurar-se que as perdas serão de umidade e não por volatilização de nenhum componente.

Após o seu arrefecimento volta-se a pesar a amostra e calcula-se o teor de umidade. Se o valor

determinado for superior a 0,04% a produção do filme apresentará defeitos indesejáveis.

9.2. Controle do processo

No controle do processo, devem-se analisar os seguintes parâmetros chave:

Controle da dosagem correta das diferentes matérias-primas: Para isso são realizados

cálculos do consumo real de cada matéria-prima com respeito ao consumo teórico

resultante da formulação pretendida.

Controle da espessura: Para o seu controle é necessário um medidor contínuo de

radiação beta ou de raios X que permitem conhecer, a todo o momento, tanto o valor

médio de espessura como o perfil para a largura da lâmina.

9.3. Controle do produto final

O filme BOPP é um produto que exige um alto nível de qualidade, sendo necessária uma

inspeção e uma análise do produto de maneira contínua e rigorosa. Este controle apresenta

duas vertentes claramente diferenciadas, mas intimamente ligadas:

Determinação dos defeitos originados na fabricação: Neste ponto é muito importante a

rapidez na detecção dos defeitos e a sua natureza, porque enquanto não for detectado o

problema é produzido filme que vai ser rejeitado;

Comprovar que as propriedades do filme correspondem às especificações técnicas

exigidas: Os principais ensaios realizados ao produto final são: controle de espessura,

transmissão de luz e turbidez (HAZE), brilho especular, retração, nível de tratamento,

propriedades mecânicas, resistência à selagem térmica e coeficiente de fricção;

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9.4. Controle de espessura

A espessura do filme é muito importante, pois define a sua qualidade quanto acertos

parâmetros, como por exemplo, a uniformidade da superfície que pode conduzir a um

processo de impressão ou laminação totalmente inaceitável e implicar a rejeição do filme. É

necessário medir a espessura a todas as bobinas e para tal utiliza-se um micrômetro. O

instrumento consiste de uma sonda com uma mola de constante elástica determinada para

evitar a utilização de uma força excessiva sobre o filme resultando em leituras erradas.

9.5. Transmissão de luz e turbidez (HAZE)

A transmitância define-se como a relação entre os feixes de luz transmitida e

incidente. É expressa em percentagem de luz transmitida, normalmente denomina-se por

transparência. A turbidez é a percentagem de luz transmitida que, ao passar através da

amostra, se desvia do raio incidente por difusão direta. De acordo com as definições

anteriores, uma baixa turbidez indica baixa dispersão de luz, ou seja, um material com boa

homogeneização e baixa presença de impurezas microscópicas. Portanto, quanto menor for o

valor da turbidez melhores características apresentará o filme. Para a sua medição utiliza-se

um espectrofotômetro desenhado especialmente para esse fim e denominado turbidimetro.

9.6. Brilho especular

Define-se brilho especular como a fração da refletância luminosa relativa de uma

amostra na direção especular. Como diz a definição, é uma medida relativa, por conseguinte,

a primeira coisa que se tem de fazer é um padrão de referência. Este padrão corresponde a

atribuir o valor de 100 para um vidro preto altamente polido e relativizar as medidas de brilho

especular relativamente a esta referência. Como se pretende obter a medida na direção

especular, deve definir-se o ângulo nesse sentido. Existem três ângulos base de incidência

utilizados para medir o brilho especular plástico: 20 º, 45 º e 60 º. Conforme aumenta o ângulo

de incidência obtêm-se valores de brilho diferentes, por essa razão deve mencionar-se o

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ângulo utilizado. Por acordo entre os produtores europeus de filme BOPP, na sua análise

convencionou-se utilizar um ângulo de incidência de 45º. O medidor de brilho é basicamente

formado por uma fonte de luz incandescente, uma lente condensadora e um conjunto de

espelhos que geram uma fonte de luz CIE classe C. O raio de luz, criado por este grupo, é

dirigido diretamente na direção da amostra. Uma célula fotoelétrica recolhe luz refletida e

gera um sinal elétrico que é convertido numa medida digital.

9.7. Retração

A retração é a mudança de comprimento de uma amostra sob a influência do calor, em

certas condições de temperatura e tempo (130 ° C durante 5 minutos).Esta medida é

importante para aplicações BOPP que possuam uma baixa retração.O filme BOPP não

apresenta as mesmas propriedades nos dois sentidos de estiramento, uma vez que estas não

são iguais, por isso, algumas propriedades são assimétricas e devem ser determinadas em

ambos os sentidos do estiramento: sentido longitudinal (MD) da máquina e de direção

transversal (TD).

9.8. Nível de tratamento

A capacidade do filme de polipropileno em reter tintas, revestimentos, adesivos, etc.

depende fortemente do caráter da sua superfície e pode ser melhorada por alguma das técnicas

de tratamento superficial. Estas técnicas de tratamento foram criadas para aumentar a tensão

superficial da superfície dos filmes de polipropileno. É possível relacionar a tensão superficial

dos filmes com a sua capacidade para aceitar e reter tintas, adesivos, revestimentos, etc. Esta

propriedade é crítica em termos dos parâmetros de qualidade do filme BOPP e deve ser

controlada rigorosamente. Na sua medida é utilizado um método de ensaio que utiliza uma

variedade de tintas com diferente tensão superficial através de misturas de diferentes

quantidades de formamida e etílico Cellosolve (Etilenglicol com éter monoetílico) com uma

pequena quantidade de corante (azul de metileno) para facilitar a visão da tinta. Para verificar

o nível de tratamento do filme é aplicada uma pequena quantidade de tinta com a ajuda de um

“cotonete” que se estende ao longo do filme numa camada uniforme. Se a tinta aplicada

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permanece um fluido contínuo, durante 2 segundos e sem ruptura em gotas deve fazer-se o

teste com tinta a tensão superficial superior e assim sucessivamente. Quando o fluido de tinta

romper encontrou-se o valor da tensão superficial do filme.

9.9. Propriedades mecânicas

Dentro das propriedades dos plásticos as mais importantes de medir relacionam-se

com as condições de utilização nas suas aplicações finais. Por exemplo, para aplicações como

o envolvimento dos maços de cigarros ou rótulos de garrafas exige-se uma elevada rigidez.

9.10. Resistência de selagem

A quantidade de calor a utilizar no filme para melhor desempenho das máquinas

embalagem deve ser determinado e otimizado. Assim, este ensaio é importante para

determinar a resistência. A resistência de selagem é a resistência máxima obtida ao separar

duas tiras de filme seladas tomando com referência a largura inicial da amostra. A resistência

de selagem é determinada mediante um ensaio de tração (método quasiestático).

9.11. Coeficiente de fricção

A fricção ou atrito é a resistência que se opõe ao deslizar de duas superfícies colocadas

uma sobre outra. Temos que distinguir entre dois tipos de atrito:

Fricção estática (ou de partida): é o valor que deve ser ultrapassado como "valor

inicial" para início do deslizamento.

Atrito dinâmico (ou cinético): é como um “valor médio” durante o deslizamento para

manter uma velocidade constante definida.

O coeficiente de atrito é a relação entre a intensidade da força de atrito e a pressão

aplicada perpendicular ao plano de deslizamento. É um parâmetro que varia

consideravelmente ao longo do tempo, devido à migração de agentes deslizantes incorporados

no filme. Num filme, a migração dos aditivos é diferente em faces tratadas e não tratadas, por

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100

isso, é conveniente realizar as determinações de atrito entre todas as combinações de lados

tratados e não tratados.

10. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB é a agência do Governo

do Estado responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de

atividades geradoras de poluição, com a preocupação fundamental de preservar e recuperar a

qualidade das águas, do ar e do solo. Abaixo estão listadas as licenças necessárias para a

implantação de Indústrias e Serviços no Estado de São Paulo.

10.1. Licença Prévia de Indústrias e Serviços

I - Documentação Necessária

Quando da solicitação da Licença Prévia ou da Licença Prévia e de Instalação

concomitantes, deve ser apresentada a documentação indicada abaixo.

1. Impresso denominado "Solicitação de" - devidamente preenchido. As duas folhas devem

ser entregues assinadas, mesmo nos casos em que a folha 2/2 esteja em branco.

Tratando-se de funcionário da firma requerente, deverá ser preenchido o campo

"Autorização", do impresso, e deverá ser apresentada, para conferência do vínculo,

documentos comprobatórios como Carteira Profissional Registrada, Hollerith etc.

2. Procuração: quando for o caso de terceiros representando a empresa, apresentar o

documento assinado pelo responsável da empresa (modelo de Procuração).

3. Cópia do contrato social, registrado na Junta Comercial do Estado – JUCESP (exceto para

empresas recém constituídas)

4. Certidão da Prefeitura Municipal Local

Certidão de uso e ocupação do solo emitida pela Prefeitura Municipal, com prazo de

validade. Na hipótese de não constar prazo de validade, será aceita certidão emitida até 180

dias antes da data do pedido da licença;

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OBS: Está suspensa, temporariamente, a exigibilidade de apresentação da certidão municipal

de uso e ocupação do solo para processos de licenciamento ambiental de empreendimentos

situados no Município de São Paulo, exceto aqueles localizados em Área de Proteção aos

Mananciais.

5. Manifestação do órgão ambiental municipal

Manifestação do órgão ambiental municipal, nos termos do disposto na Resolução

SMA nº 22/2009, artigo 5º, e na Resolução CONAMA 237/97, artigo 5º, emitida, no máximo,

até 180 dias antes da data do pedido de licença. Na impossibilidade de emissão dessa

manifestação, a Prefeitura Municipal deverá emitir documento declarando tal impossibilidade,

nos termos do disposto no parágrafo 2º do artigo 5º da Resolução SMA nº 22/2009.

6. Para municípios localizados na Região Metropolitana de São Paulo

Manifestação do órgão ou entidade responsável pelo sistema público de esgotos,

contendo o nome da Estação de Tratamento de Esgotos que atenderá o empreendimento a ser

licenciado. Caso a estação não esteja implantada, informar em qual fase de implantação se

encontra e a data final da implantação.

7. Comprovante de Fornecimento de água e coleta de esgotos

Comprovante de pagamento de taxa de água e esgoto do imóvel ou certidão do órgão

responsável por tais serviços, informando se o local é atendido pelas redes de distribuição de

água e coleta de esgoto.

8. Memorial de Caracterização do Empreendimento – MCE – 1 via impressa e 1 via em

meio eletrônico (disquete ou CD-ROM) Deve ser entregue na versão simplificada ou

completa, definida pelo valor do fator de complexidade (W) da atividade.

A versão impressa deve ser preenchida integralmente e assinada pelo responsável na última

folha, e nas demais rubricadas, dando fé das informações ali prestadas.

Clique aqui para fazer o download do - MCE's.

Plantas

Se a instalação da empresa ocorrer em prédio existente, juntar 01 (uma) cópia da

planta já aprovada pela Prefeitura local e/ou pela Secretaria da Saúde, ou na inexistência

desta, apresentar Planta de Conservação do prédio, assinada somente pelo proprietário do

imóvel, com o respectivo quadro de áreas. (Se estiver em APM apresentar 2 vias) Em se

tratando de construção nova ou ampliação, apresentar plantas baixas e cortes, de 01 (uma) a

05 (cinco) vias dependendo do interesse/necessidade do empreendedor, assinadas pelo

Page 102: relatório final_2

102

proprietário e pelo responsável técnico. Se em APM o quadro de área deve contemplar TO e

CA.

Anexar uma cópia da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). No caso de

ampliação, o procedimento será análogo, devendo isto ser indicado através de legenda. (Se

estiver em APM apresentar 2 vias)

9. Croqui de Localização– Indicando o uso do solo e construções existentes nas imediações

do empreendimento, num raio mínimo de 100m.

10. Disposição física dos equipamentos (layout); que pode ser demonstrada em croqui ou

em planta baixa da construção

11. Fluxograma do processo produtivo

12. Mapa de acesso ao local, com referências

13. Roteiro de acesso até o local a ser licenciado para permitir a inspeção no local.

14. Outorga de implantação do empreendimento emitida pelo DAEE, se houver captação

de águas subterrâneas ou superficiais ou lançamento de efluentes líquidos em corpo d´água.

15. Estudo de Viabilidade de Atividade para empreendimentos localizados nas áreas

potencialmente críticas para a utilização das águas subterrâneas, conforme mapa publicado

pela Resolução SMA 14 de 06/03/2010, que captam água subterrânea em vazões superiores a

50 m3/h ou que disponham efluentes líquidos, resíduos e substâncias no solo.

16. Anuência da empresa concessionária/permissionária, se o empreendimento pretenda se

instalar próximo a rodovias e lançar suas águas pluviais na faixa de domínio dessas rodovias.

17. Outras informações que a agência considere pertinentes.

II - Documentação complementar para casos de ampliação

1. Documentos comprobatórios de existência anterior a 08/09/76 e/ou número das Licenças de

Instalação e Funcionamento/Operação das áreas e equipamentos já licenciados.

2. Disposição física dos equipamentos em planta com legenda diferenciada para os

equipamentos e áreas já licenciadas e os objetos de ampliação.

V - Documentação complementar a ser entregue em casos de Microempresa (ME), Empresa

de Pequeno Porte (EPP) ou Microempreendedor Individual (MEI):

• Para empresas recém constituídas:

1. Declaração do responsável pela empresa de que responde, sob as penas das Leis Civil e

Penal, pelas informações prestadas (conforme modelo), comprometendo-se ainda a informar à

Page 103: relatório final_2

103

CETESB caso deixe de ser enquadrada na condição de Microempresa ou de Empresa de

Pequeno Porte;

• Para empresas já constituídas:

1. Cópia do contrato social, registrado na Junta Comercial do Estado – JUCESP

2. Cópia do Comprovante de Optante pelo Simples Nacional (se optante);

3. Declaração do responsável pela empresa de que responde, sob as penas das Leis Civil e

Penal, pelas informações prestadas (conforme modelo), comprometendo-se ainda a informar à

CETESB caso deixe de ser enquadrada na condição de Microempresa ou de Empresa de

Pequeno Porte.

4. Declaração da Junta Comercial do Estado comprovando o enquadramento da empresa

como ME ou EPP.

Observação:

No caso de Microempreendedor Individual (MEI), este deverá apresentar: comprovante de

inscrição e de situação cadastral, RG, CPF, comprovante de endereço e declaração do

responsável pela empresa de que responde, sob as penas das Leis Civil e Penal, pelas

informações prestadas (conforme modelo), comprometendo-se ainda a informar à CETESB

caso deixe de ser enquadrado na condição de Microempreendedor Individual.

Informações adicionais

• Todos os documentos que forem apresentados em cópias xerográficas deverão ser

apresentados em conjunto com o original para conferência.

• Todos os documentos, quando não for especificado, devem ser apresentados em uma

via.

• A CETESB se reserva o direito de exigir complementação de informações a qualquer

momento da análise do processo.

Modelo de Procuração

Pelo presente instrumento particular,

o Sr. ____________________________________ (qualificação do outorgante),

residente à _______________________, nº____, bairro__________________,

município ________________________, CEP ______, fone________________,

proprietário do empreendimento abaixo mencionado, nomeia e constitui seu bastante

procurador, o sr. __________________, (qualificação do outorgado), residente à

(endereço completo), fone_________________, com poderes para representá-lo junto

à CETESB - Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental, podendo praticar

Page 104: relatório final_2

104

todos os atos referentes à obtenção de _____________________, do empreendimento

_______________, localizado à (endereço completo)

Local e data

(Assinatura do responsável)

Modelo de Declaração - ME / EPP / MEI

______________ (nome da empresa), estabelecida na _________________ (rua; nº e

cidade), por seu representante legal ___________ (nome do representante,

nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF , endereço domiciliar), declara, sob as

penas da lei penal e civil, que a ora declarante está classificada como Microempresa –

ME, Empresa de Pequeno Porte – EPP ou Microempreendedor Individual - MEI,

perante (Receita Federal e/ou Secretaria da Fazenda do Estado), comprometendo-se

ainda a informar caso deixe de ser enquadrada na condição de Microempresa – ME,

Empresa de Pequeno Porte – EPP ou Microempreendedor Individual – MEI, nos

termos da lei.

Data,

Assinatura

10.2. Licença de Instalação de Indústrias e Serviços

I - Documentação Necessária

Quando da solicitação da Licença de Instalação, deve ser apresentada a documentação

indicada abaixo.

1. Impresso denominado "Solicitação de" - utilizado para quaisquer pedidos de Licenças,

Certificados ou Pareceres, devidamente preenchido e assinado pelo proprietário. Tratando-se

de funcionário da firma requerente, deverá ser preenchido o campo "Autorização", do

Page 105: relatório final_2

105

impresso, e deverá ser apresentada, para conferência do vínculo, documentos comprobatórios

como Carteira Profissional Registrada, Hollerith etc.

2. Procuração: quando for o caso de terceiros representando a empresa, apresentar o

documento assinado pelo responsável da empresa (modelo de Procuração). O procurador

somente poderá assinar o formulário SD, no campo “Responsável Legal”, se o mesmo possuir

Procuração por Instrumento Particular com reconhecimento de firma..

3. Cópia do contrato social, registrado na Junta Comercial do Estado – JUCESP

(dispensado caso já tenha sido apresentado na solicitação da Licença Prévia e não tenha

sofrido alterações)

4. Certidão da Prefeitura Municipal Local

Certidão de uso e ocupação do solo emitida pela Prefeitura Municipal, com prazo de validade.

Na hipótese de não constar prazo de validade, será aceita certidão emitida até 180 dias antes

da data do pedido da licença (dispensado caso já tenha sido apresentado na solicitação da

Licença Prévia);

OBS: Está suspensa, temporariamente, a exigibilidade de apresentação da certidão municipal

de uso e ocupação do solo para processos de licenciamento ambiental de empreendimentos

situados no Município de São Paulo, exceto aqueles localizados em Área de Proteção aos

Mananciais

5. Manifestação do órgão ambiental municipal

Manifestação do órgão ambiental municipal, nos termos do disposto na Resolução SMA nº

22/2009, artigo 5º, e na Resolução CONAMA 237/97, artigo 5º, emitida, no máximo, até 180

dias antes da data do pedido de licença. Na impossibilidade de emissão dessa manifestação, a

Prefeitura Municipal deverá emitir documento declarando tal impossibilidade, nos termos do

disposto no parágrafo 2º do artigo 5º da Resolução SMA nº 22/2009. (dispensado caso já

tenha sido apresentado na solicitação da Licença Prévia).

Exceção: Município de São Paulo

6. Para municípios localizados na Região Metropolitana de São Paulo

Manifestação do órgão ou entidade responsável pelo sistema público de esgotos, contendo o

nome da Estação de Tratamento de Esgotos que atenderá o empreendimento a ser licenciado.

Caso a estação não esteja implantada, informar em qual fase de implantação se encontra e a

data final da implantação.

7. Comprovante de Fornecimento de água e coleta de esgotos

Comprovante de pagamento de taxa de água e esgoto do imóvel ou certidão do órgão

Page 106: relatório final_2

106

responsável por tais serviços, informando se o local é atendido pelas redes de distribuição de

água e coleta de esgoto.

8. Memorial de Caracterização do Empreendimento – MCE – 1 via impressa e 1 via em

meio eletrônico (disquete ou CD-ROM). Deve ser entregue na versão simplificada ou

completa, de acordo com o valor do w da atividade.

A versão impressa deve ser preenchida integralmente e assinada pelo responsável na última

folha, e nas demais rubricadas.

9. Croqui de Localização

10. Disposição física dos equipamentos (layout); que pode ser demonstrada em croqui ou

em planta baixa da construção

11. Mapa de acesso ao local, com referências

12. Roteiro de acesso até o local a ser licenciado para permitir a inspeção no local.

13. Outorga de implantação do empreendimento emitida pelo DAEE, se houver captação

de águas subterrâneas ou superficiais ou lançamento de efluentes líquidos em corpo d´água.

14. Estudo de Viabilidade de Atividade para empreendimentos localizados nas áreas

potencialmente críticas para a utilização das águas subterrâneas, conforme mapa publicado

pela Resolução SMA 14 de 06/03/2010, que captam água subterrânea em vazões superiores a

50 m3/h ou que disponham efluentes líquidos, resíduos e substâncias no solo (dispensado caso

já tenha sido apresentado na solicitação da Licença Prévia);

15. Anuência da empresa concessionária/permissionária, se o empreendimento pretenda se

instalar próximo a rodovias e lançar suas águas pluviais na faixa de domínio dessas rodovias.

16. Se houver curso d'água ou nascente, num raio de 100 m do empreendimento

Apresentar croqui detalhado, indicando a distância das edificações em relação ao(s) corpo(s)

d'água e ou nascente(s)

17. Documento demonstrando como serão cumpridas as Exigências Técnicas constantes

da Licença Prévia

18. Outras informações que a agência considere pertinentes.

II - Documentação complementar para casos de ampliação

1. Documentos comprobatórios de existência anterior a 08/09/76 e/ou número das Licenças de

Instalação e Funcionamento/Operação das áreas e equipamentos já licenciados.

Page 107: relatório final_2

107

2. Disposição física dos equipamentos em planta com legenda diferenciada para os

equipamentos e áreas já licenciadas e os objetos de ampliação.

V - Documentação complementar a ser entregue em casos de Microempresa (ME), Empresa

de Pequeno Porte (EPP) ou Microempreendedor Individual (MEI):

• Para empresas recém constituídas:

1. Declaração do responsável pela empresa de que responde, sob as penas das Leis Civil e

Penal, pelas informações prestadas (conforme modelo), comprometendo-se ainda a informar à

CETESB caso deixe de ser enquadrada na condição de Microempresa ou de Empresa de

Pequeno Porte;

• Para empresas já constituídas:

1. Cópia do contrato social, registrado na Junta Comercial do Estado – JUCESP

2. Cópia do Comprovante de Optante pelo Simples Nacional (se optante);

3. Declaração do responsável pela empresa de que responde, sob as penas das Leis Civil e

Penal, pelas informações prestadas (conforme modelo), comprometendo-se ainda a informar à

CETESB caso deixe de ser enquadrada na condição de Microempresa ou de Empresa de

Pequeno Porte;

4. Declaração da Junta Comercial do Estado comprovando o enquadramento da empresa

como ME ou EPP.

Observação:

No caso de Microempreendedor Individual (MEI), este deverá apresentar: comprovante de

inscrição e de situação cadastral, RG, CPF, comprovante de endereço e declaração do

responsável pela empresa de que responde, sob as penas das Leis Civil e Penal, pelas

informações prestadas (conforme modelo), comprometendo-se ainda a informar à CETESB

caso deixe de ser enquadrado na condição de Microempreendedor Individual.

Informações adicionais

• Todos os documentos que forem apresentados em cópias xerográficas deverão ser

apresentados em conjunto com o original para conferência.

• Todos os documentos, quando não for especificado, devem ser apresentados em uma

via.

• A CETESB se reserva o direito de exigir complementação de informações a qualquer

momento da análise do processo.

Modelo de Procuração

Page 108: relatório final_2

108

Pelo presente instrumento particular,

o Sr. ____________________________________ (qualificação do outorgante),

residente à _______________________, nº____, bairro__________________,

município ________________________, CEP ______, fone________________,

proprietário do empreendimento abaixo mencionado, nomeia e constitui seu bastante

procurador, o sr. __________________, (qualificação do outorgado), residente à

(endereço completo), fone_________________, com poderes para representá-lo junto

à CETESB - Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental, podendo praticar

todos os atos referentes à obtenção de _____________________, do empreendimento

_______________, localizado à (endereço completo)

Local e data

(Assinatura do responsável)

Modelo de Declaração - ME / EPP / MEI

______________ (nome da empresa), estabelecida na _________________ (rua; nº e

cidade), por seu representante legal ___________ (nome do representante,

nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF , endereço domiciliar), declara, sob as

penas da lei penal e civil, que a ora declarante está classificada como Microempresa –

ME, Empresa de Pequeno Porte – EPP ou Micro empreendedor Individual - MEI,

perante (Receita Federal e/ou Secretaria da Fazenda do Estado), comprometendo-se

ainda a informar caso deixe de ser enquadrada na condição de Microempresa – ME,

Empresa de Pequeno Porte – EPP ou Micro empreendedor Individual – MEI, nos

termos da lei.

Data,

Assinatura

10.3. Licença de Operação de Indústrias e Serviços

Abaixo se encontra o procedimento que se deve seguir para obter a licença de

operação.

Page 109: relatório final_2

109

1. Solicitar a Licença de Operação, preenchendo o impresso chamado "SD" (Solicitação de) e

entregá-lo na mesma agência;

2. Efetuar o pagamento do preço da Licença, correspondente à análise e expedição, calculado

com base no potencial poluidor e no porte do empreendimento.

Ao protocolar o pedido, a Agência Ambiental emitirá a Ficha de Compensação com o preço

da solicitação, que poderá ser recolhido em qualquer banco, até o vencimento. Após o

vencimento, somente poderá ser recolhido no Banco Nossa Caixa, num prazo de 10 dias.

Decorrido este prazo, nova Ficha de Compensação deverá ser obtida junto à Agência

Ambiental da CETESB;

3. Publicar a solicitação de Licença de Operação no Diário Oficial do Estado de São Paulo

(http://cetesb.imprensaoficial.com.br/) e em um periódico de circulação local, conforme

modelo para publicação mais adequado ao caso;

4. Entregar na agência CETESB a publicação;

5. Retirar a LI, se for o caso, e o protocolo da LO e aguardar contato;

6. Se a decisão for favorável, providenciar a publicação do recebimento da Licença de

Operação (modelo para publicação);

7. Entregar a publicação e retirar a licença na Agência, de acordo com orientação;

8. Se a solicitação for indeferida há a possibilidade de interposição de recurso.

9. Outorga de direito de uso emitida pelo DAEE, se houver captação de água subterrâneas ou

superficiais ou lançamento de efluentes líquidos em corpo d'água.

10. Cópia do contrato social, registrado na Junta Comercial do Estado – JUCESP (dispensado

caso já tenha sido apresentado nas solicitações anteriores e não tenha sofrido alterações)

Observação: Os empreendimentos que apresentaram a outorga de implantação do

empreendimento na fase de Licença Prévia ou de Licença Prévia/Licença de Instalação

deverão apresentar a outorga de direito de uso emitida pelo DAEE, antes da emissão da

correspondente Licença de Operação.

Modelos para Publicação de Licença de Operação

1 - Requerimento da Licença de Operação

( - Razão social do empreendimento - )

Torna público que requereu na CETESB a Licença de Operação para (especificação da

Page 110: relatório final_2

110

atividade a ser desenvolvida no empreendimento).

À (- endereço do empreendimento - ).

- Para o caso de já ter obtido a LI e querer dar continuidade, a qualquer momento, ao

processo.

2 - Recebimento da Licença de Instalação e requerimento da Licença de Operação

( - Razão social do empreendimento - )

Torna público que recebeu da CETESB a Licença de Instalação Nº __________ e

requereu a Licença de Operação para (especificação da atividade a ser desenvolvida no

empreendimento).

À (- endereço do empreendimento - ).

- Para o caso de dar continuidade imediata ao processo (LO).

3 - Recebimento da Licença de Operação

( - Razão social do empreendimento - )

Torna público que recebeu da CETESB a Licença de Operação Nº _____________

para (especificação da atividade a ser desenvolvida no empreendimento).

À (- endereço do empreendimento - ).

- Para o caso de dar continuidade imediata ao processo (LO).

Formalização de recurso em caso de indeferimento da solicitação

Depois da emissão e entrega do documento de indeferimento, o interessado pode

interpor recurso acompanhado ou não de documentos complementares, que deve ser

protocolado na Agência Ambiental.

A CETESB analisa o recurso, podendo manter ou rever a manifestação desfavorável.

11. PLANO FINACEIRO

Page 111: relatório final_2

111

11.1. Investimento Inicial

O investimento inicial corresponde ao valor de recursos financeiros necessários para a

instalação da nova empresa, bem como a garantia de sua sobrevivência no mercado em um

determinado período, até que o faturamento líquido da empresa garanta a sua estabilidade

financeira. O investimento inicial necessário é composto pelo valor do investimento fixo e

pelo capital de giro. O investimento fixo é o valor dos equipamentos de produção, de

laboratório e administrativos, instalações e implantações. O capital de giro será o valor

necessário para que a empresa possa sobreviver no mercado nos quatro primeiros meses, e é

composto pela soma dos valores dos custos fixos e variáveis, despesas fixas e variáveis e da

matéria- prima necessária.

11.1.1. Investimento Fixo

Equipamentos, máquinas, utensílios e acessórios necessários para a implantação de

ambas as fábricas, mobílias para o setor administrativo, o terreno, a construção civil, as

instalações dos equipamentos constituem e despesas legais o investimento fixo e serão

apresentados nas tabelas a seguir, com os respectivos preços e quantidades necessárias.

Tabela 11.1: Investimento inicial fixo referente à etapa de reciclagem do plástico.

Equipamento Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)

Esteira Transportadora 1 11000,00 11000,00

Moinho 2 70000,00 140000,00

Tanque de decantação 1 70000,00 70000,00

Lavadora 1 35000,00 35000,00

Secadora 1 44000,00 44000,00

Aglutinador 2 38000,00 76000,00

Extrusora+Banheira de Resfriamento 2 390000,00 780000,00

Granulador+Peneira Vibratória 2 30000,00 60000,00

Ensacamento automático com balança 1 12000,00 12000,00

Total 1228000,00

Tabela 11.2: Investimento inicial fixo referente à produção de papel sintético.

Equipamento Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)

Silo de armazenamento 2 5500,00 11000,00

Máquina Principal 1 101912682,93 101912682,93

Page 112: relatório final_2

112

Total 101923682,9

Tabela 11.3: Investimento fixo referente a serviços diversos: Estação de Tratamento de Efluentes (ETE)

Equipamento Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)

Bomba Dosadora e tanque de preparação 3 3283,33 9849,99

Bomba Centrífuga 3 1590,00 4770,00

pHmetro 1 2865,00 2865,00

Rotâmetro 1 830,00 830,00

Caixa de sucção de efluentes tratados 1 1950,00 1950,00

Reservatório de água para reuso 1 2120,00 2120,00

Floculador 1 8500,00 8500,00

Total 30884,99

Tabela 11.4: Investimento inicial fixo referente a serviços diversos : Utilidades.

Equipamento Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total(R$)

Caldeira 1 18000,00 18000,00

Torre de Resfriamento 2 1860,00 3720,00

Trocador de Calor 2 2800,00 5600,00

Bombas 2 4200,00 8400,00

Total 35720,00

Tabela 11.5: Investimento inicial fixo referente a serviços diversos: Outros.

Descrição Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)

Cozinha Completa 1 20000,00 20000,00

Mesa para Refeitório 4 1050,00 4200,00

Armários para vestiário 8 450,00 3600,00

Caminhão 2 120000,00 240000,00

Laboratório de Controle de Qualidade 1 20185,00 20185,00

Total

287985,00

Tabela 11.6: Investimento inicial fixo referente ao setor administrativo.

Descrição Quantidade Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)

Setor: Diretoria

Mesa 4 860,00 3440,00

Cadeira Giratória 4 250,00 1000,00

Cadeira Comum 8 189,00 1512,00

Computador 4 1200,00 4800,00

Ar Condicionado 4 799,00 3196,00

Estante 4 260,00 1040,00

Telefone 4 49,90 199,60

Page 113: relatório final_2

113

Setor: Sala de Convenção

Mesa 1 1190,00 1190,00

Cadeira Comum 8 189,00 1512,00

Projetor 1 1399,90 1399,90

Tela do projetor 1 278,10 278,10

Computador 1 1200,00 1200,00

Telefone 1 49,90 49,90

Ar Condicionado 1 899,90 899,90

Quadro Branco 1 169,90 169,90

Estante 1 260,00 260,00

Armário 1 200,00 200,00

Setor: Copa

Armário 1 171,00 171,00

Geladeira 1 799,00 799,00

Fogão 1 329,00 329,00

Cafeteira 1 69,90 69,90

Bebedouro 20 299,00 5980,00

Setor: Área de Trabalho

Mesa 4 250,00 1000,00

Computador/ Telefone 4 1250,00 5000,00

Sofá 1 0,00 0,00

Cadeira 4 189,00 756,00

Ar Condicionado 2 799,00 1598,00

Armário 2 399,00 798,00

Armário Arquivo 4 339,00 1356,00

Telefone 4 50,00 200,00

Impressora 1 199,00 199,00

Fax 1 259,00 259,00

Máquina Multifuncional 1 599,00 599,00

Total 41461,20

Tabela 11.7: Investimento inicial fixo referente às obras civis.

Descrição Unidades (m2) Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)

Área industrial Reciclagem 2064,64 542,00 1119034,88

Área industrial Produção do Papel 2564,14 542,00 1389763,88

Setor Administrativo 228,49 975,60 222914,84

Outros 128,45 900,00 115605,00

ETE 59,06 654,60 38660,68

Total 2885979,28

Page 114: relatório final_2

114

Na tabela a seguir se encontra todos os valores do investimento inicial, além do valor

da compra do terreno, a instalação dos equipamentos, que é um valor de 10% sobre o valor

total dos equipamentos, e as despesas legais. Todos esses valores somados resultam no

investimento fixo total da empresa.

Tabela 11.8: Investimento inicial total.

Recicladora R$ 1.228.000,00

Produção do papel sintético R$ 101.923.682,93

ETE

R$ 30.884,99

Utilidades

R$ 35.720,00

Outros

R$ 287.985,00

Obras civis

R$ 2.885.979,28

Despesas Legais

R$ 1.500.000,00

Terreno

R$ 3.300.000,00

Instalação dos Equipamentos R$ 10.315.168,29

Total R$ 121.507.420,49

11.2. Capital de Giro

O capital de giro é a quantia de recursos financeiros necessários para que a indústria se

mantenha durante algum tempo no mercado, até que a venda dos produtos possa garantir a

estabilidade financeira da empresa. Esse valor garante a operação industrial durante os

primeiros meses de funcionamento da empresa. É constituído principalmente pelo estoque de

matérias-primas, produtos em elaboração e produtos acabados, além de recursos disponíveis

em caixa e para sustentar as vendas a prazo.

Para o cálculo do capital de giro da empresa considerou-se um uma quantia de

recursos financeiros que garanta o seu funcionamento durante um período de quatro meses.

Considerou- se os custos fixos e variáveis, as despesas fixas e variáveis para quatro meses,

como apresentado na tabela a seguir. O capital de giro necessário é de R$16614254,99.

Tabela 11.9: Cálculo do Capital de Giro.

Anual Quadrimestral

Despesas R$ 21.572.414,80 R$ 7.190.804,93

Custos R$ 28.270.350,16 R$ 9.423.450,05

Total R$ 49.842.764,96 R$ 16.614.254,99

Page 115: relatório final_2

115

O investimento inicial será o somatório do capital de giro e do investimento fixo,

totalizando em R$138121675,48, como apresentado na tabela abaixo.

Tabela 11.10: Investimento inicial total.

Investimento Inicial Valor (R$)

Investimento Fixo 121507420,49

Capital de Giro 16614254,99

Total 138121675,48

11.3. Financiamento

Para que o projeto de uma planta industrial encontre sustentação financeira, na grande

maioria dos casos, há a necessidade de o investimento fixo total e o capital de giro sejam total

ou parcialmente financiados.

Para isso, existe no Brasil o BNDES, Banco Nacional do Desenvolvimento, que dá

apoio ao desenvolvimento e criação de empresas e indústrias no país. Esse apoio se dá por

meio de financiamentos a projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e exportação

de bens e serviços. Além disso, o Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das

empresas privadas e destina financiamentos não reembolsáveis a projetos que contribuam para

o desenvolvimento social, cultural e tecnológico.

As Políticas Operacionais do BNDES orientam e normatizam a concessão de

financiamento, estabelecendo critérios para priorizar os projetos que promovam o

desenvolvimento com inclusão social, estimulando os empreendimentos que criem emprego e

renda, contribuindo também para a geração de divisas, em consonância com as orientações do

Governo Federal. Sendo assim, na condição de instituição financeira, o BNDES utiliza

critérios bancários para concessão dos financiamentos e segue a legislação, normas e

resoluções que regulamentam as instituições financeiras públicas, sendo auditado pelo

Tribunal de Contas da União - TCU.

A Nature Paper se encaixa no Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia

Produtiva do Plástico, o BNDES Proplástico, por ser uma empresa recicladora e

reaproveitadora do plástico. Sendo assim para a construção e montagem da planta industrial o

capital necessário ao investimento inicial (equipamentos, mobiliários, obras civis, capital de

giro, etc.) será adquirido através da Linha de Financiamento denominada FINEN. Esta linha

de crédito financia projetos de implantação, expansão e modernização, incluída a aquisição de

Page 116: relatório final_2

116

máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional, credenciados pelo BNDES, bem

como a importação de maquinários e capital de giro associado, realizados diretamente com o

BNDES ou através das instituições financeiras credenciadas. Este financiamento funciona da

seguinte forma:

80% do investimento fixo (equipamentos, frota de veículos) será financiado pelo

BNDES seguindo a taxa de juros empregada no apoio indireto, sendo que a empresa

negociará com este órgão o pagamento destes investimentos conforme prazos estipulados

pelos Programas de financiamento existentes.

20% do investimento fixo (mobiliário, obras civis e outros) será investido com

recursos próprios, advindos do conselho administrativo.

100% do capital de giro será financiado pelo BNDES através dos Limites de Crédito.

11.3.1. Investimento Fixo

Os recursos utilizados para o Investimento Fixo foram obtidos junto ao BNDES, por

meio do programa FINEM, financiamento para valores superiores a R$ 10.000.000,00.

Como o financiamento será feito com apoio direto a cobrança das taxas de juros será

feita seguindo o padrão:

Taxa de Juros = Custo Financeiro + Remuneração do BNDES + Taxa de Risco de

Crédito.

a) Custo Financeiro

O custo financeiro é formado por:

Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP.

Encargos da Cesta de Moedas acrescidos da variação do dólar norte-americano

ou da variação da UMBNDES.

IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo acrescido de

encargos.

b) Remuneração do BNDES: É definida de acordo com as linhas de financiamento

para a atuação do BNDES.

c) Taxa de risco de crédito: Varia conforme o porte da empresa.

O Programa Proplástico oferece taxas de juros menores do que os outros tipos de

programas, facilitando as formas de pagamentos. A tabela a seguir mostra os impostos

incluídos no financiamento do investimento inicial fixo.

Page 117: relatório final_2

117

Tabela 11.11: Juros a serem cobrados sobre o financiamento do investimento fixo.

Juros a ser utilizados Percentual (%)

UMIPCA

2,5

TJLP 5,37

Remuneração do BNDES 1,3

Total de juros 9,17

Portanto, a taxa de juros total será de: taxa de juros = 9,17 % a.a. Para este tipo de

financiamento optou-se pelo uso de um prazo total para quitação de 10 anos, sendo o nível de

participação do BNDES de 80%. Usando o sistema SAC de financiamento (amortização

constante), as prestações terão os valores apresentados na tabela abaixo.

Tabela 11.12: S.A.C. para o pagamento do investimento inicial financiado pelo BNDES.

Período (anos) Saldo Devedor (R$) Amortização (R$) Juros (R$) Prestação (R$)

0 97205936,39 - - -

1 87485342,75 9720593,64 8913784,37 18634378,01

2 77764749,12 9720593,64 8022405,93 17742999,57

3 68044155,48 9720593,64 7131027,49 16851621,13

4 58323561,84 9720593,64 6239649,06 15960242,70

5 48602968,2 9720593,64 5348270,62 15068864,26

6 38882374,56 9720593,64 4456892,18 14177485,82

7 29161780,92 9720593,64 3565513,75 13286107,39

8 19441187,28 9720593,64 2674135,31 12394728,95

9 9720593,639 9720593,64 1782756,87 11503350,51

10 0 9720593,64 891378,44 10611972,08

11.3.2. Capital de Giro

O Capital de giro será financiado da mesma maneira que o investimento, só que de

acordo com o programa utilizado, ele pode ser 100% financiado e será quitado em quatro

anos. Os juros possuem valores diferentes, conforme mostrados na tabela a seguir:

Tabela 10.12: Juros cobrados para o financiamento do capital de giro.

Juros para o financiamento do capital de giro Percentual (%)

Custo financeiro: TJLP 6,0

Remuneração do BNDES 2,5

Taxa de risco de crédito 0,5

Total de juros 9,0

Page 118: relatório final_2

118

Utilizando o sistema SAC de financiamento (amortização constante), as prestações

terão os valores apresentados na tabela abaixo.

Tabela 11.13: S.A.C. para o pagamento do financiamento do capital de giro.

Período (anos) Saldo Devedor (R$) Amortização (R$) Juros (R$) Prestação (R$)

0 16614254,99 - - -

1 12460691,24 4153563,75 1495282,95 5648846,70

2 8307127,49 4153563,75 1121462,21 5275025,96

3 4153563,75 4153563,75 747641,47 4901205,22

4 0,00 4153563,75 373820,74 4527384,48

O restante do investimento inicial, R$ 24301484,10, será capitalizado por acionistas

(empreendedores), que deverão investir esse valor para a implantação da empresa.

11.4. Custos e Despesas

Os custos e despesas serão divididos em fixos e variáveis. Os custos são todos os

gastos relacionados diretamente com a produção e as despesas são os gastos não relacionados

diretamente com a produção.

Os custos indiretos fixos serão compostos pelo salário da mão de obra relacionada

diretamente com a produção, manutenção dos equipamentos, taxa de energia gasta com a

iluminação e serviços gerais. Os custos indiretos variáveis serão compostos pela água

utilizada na produção, a energia gasta com os equipamentos, o gás natural utilizado pela

caldeira, os gastos com a estação de tratamento de efluentes e com o controle de qualidade.

Por fim, os custos diretos variáveis estão relacionados com a matéria-prima direta utilizada

para a fabricação do papel.

As despesas fixas serão compostas por gastos com o setor administrativo, que inclui a

mão de obra indireta não relacionada diretamente com a produção, P&D (pesquisa e

desenvolvimento), energia e água gasta pelo setor administrativo, além dos gastos com

vendas, que inclui o marketing, no qual a empresa terá que investir alto, e com o pró-labore,

que é a remuneração dos acionistas. As despesas variáveis serão compostas por impostos

pagos sobre a receita bruta da empresa, as despesas com o setor financeiro, com vendas,

Page 119: relatório final_2

119

incluindo frete, tanto para os produtos quanto para a matéria-prima, pagamento dos

vendedores, e despesas diversas.

11.4.1. Custos Indiretos Fixos

Os custos indiretos fixos são compostos pelo salário da mão de obra do setor

industrial, pela manutenção dos equipamentos, pela taxa de energia gasta com a iluminação e

pelos serviços gerais.

Mão de obra

O setor industrial é dividido em duas partes. A primeira engloba a indústria de

reciclagem de polipropileno, e a segunda engloba a produção de papel sintético. Este setor irá

contar com 221 funcionários, que irão se revezar para trabalhar em três turnos de 8h, para

uma produção por 24h por dia. A empresa irá trabalhar onze meses por ano, todos os dias,

sendo que terá um mês para a manutenção completa de todos os equipamentos do setor

industrial, mas os funcionários irão trabalhar por todo período. Os encargos, sociais e

trabalhistas, pagos a todos os funcionários serão mostrados na tabela a seguir, totalizando um

total de 68,17% sobre o salário bruto.

Tabela 11.14: Encargos sociais e trabalhistas para o salário dos funcionários.

Encargos Sociais e Trabalhistas (%)

13° Salário 8,33

Férias 11,11

INSS 20

Adicional Noturno 20,73

FGTS 8

Total de Encargos 68,17

Os funcionários foram divididos de acordo com o equipamento que irão utilizar, e na

tabela a seguir são mostrados os funcionários do setor, os salários brutos, o valor dos encargos

pagos e o valor pago anual por funcionário.

Page 120: relatório final_2

120

Tabela 11.15: Setor Industrial: Mão de obra direta.

Função Número de

funcionários

Remuneração

mensal por

funcionário (R$)

Encargos

(R$)

Remuneração

total mensal

(R$)

Remuneração

Anual (R$)

Motorista 6 800,00 545,36 8072,16 96865,92

Supervisor de produção 6 2000,00 1363,40 20180,40 242164,80

Operador de caldeira 6 1200,00 818,04 12108,24 145298,88

Separadores 60 690,00 470,37 69622,38 835468,56

Operador do Moinho 12 900,00 613,53 18162,36 217948,32

Ajudante geral 14 690,00 470,37 16245,22 194942,66

Operador de embalagem 12 900,00 613,53 18162,36 217948,32

Operador Extrusora Pellet 12 900,00 613,53 18162,36 217948,32

Supervisor da Máquina

Principal 12 3500,00 2385,95 70631,40 847576,80

Operador de Máquina

Principal 18 900,00 613,53 27243,54 326922,48

Operador da Bobinadora 12 900,00 613,53 18162,36 217948,32

Operador do tratamento

superficial 12 900,00 613,53 18162,36 217948,32

Operador de controle de

qualidade 12 900,00 613,53 18162,36 217948,32

Operador ETE 12 900,00 613,53 18162,36 217948,32

Limpeza 12 690,00 470,37 13924,48 167093,71

Zeladoria 3 690,00 470,37 3481,12 41773,43

Total de funcionários 221 368645,46 4423745,48

Energia

O gasto com energia, presente nos custos indiretos fixos, inclui a energia gasta com

iluminação. Foi feito o estudo da quantidade de lâmpadas necessárias para iluminar todo o

setor industrial, e a potência de cada lâmpada foi utilizada para o cálculo do valor gasto com a

iluminação.

Os demais custos fixos são avaliados e seus valores foram estimados com relação aos

equipamentos. Na tabela a seguir estão todos os custos indiretos fixos anuais da empresa.

Tabela 11.16: Custos Indiretos Fixos Anuais.

Descrição Unidade Custo (R$/un) Consumo (un/ano) Total (R$)

Salários - 5629883,51 - 4423745,48

Serviços Gerais - 550000,00 1 550000,00

Energia MW/h 220,43 73,35 16168,5405

Manutenção - 1000000,00 - 1000000,00

Page 121: relatório final_2

121

Total 5989914,02

11.4.2. Custos Indiretos Variáveis

Os custos indiretos variáveis serão compostos pela água utilizada na produção, a

energia gasta com os equipamentos, o gás natural utilizado pela caldeira, os gastos com a

estação de tratamento de efluentes e com o controle de qualidade.

Água

O consumo de água varia conforme a produção. A seguir, a tabela mostra a quantidade

de água utilizada por cada equipamento que utiliza água. Os valores mostram o consumo

anual.

Tabela 11.17: Quantidade anual de água consumida por equipamento.

Custos água Quantidade Unidade

Moinho/tanque de decantação 3150 L

Lavadora 1545,9 L

Aglutinadores (2) 27000 L

Banheiras de Resfriamento (2) 6000 L

Caldeira 54000 L

Chill Roll 1910,4 L

Reposição de água potável para fins sanitários 28330 L

Lançamento de esgoto sanitário na rede pública 6800 L

Quantidade de água potável total anual 1544836 L

Quantidade de água potável total anual 1544,84 m³

Logo a empresa irá utilizar 1544,84 m3 de água por ano.

A agência de distribuição de água em Paulínia é a Sabesp. A tabela a seguir mostra os

valores da quantidade de água segundo o consumo mensal.

Tabela 11.18: Variação da tarifa de água.

Classe de Consumo (m3/mês) Tarifa (R$/m

3)

0 a 10 30,43

11 a 20 3,6

21 a 50 5,81

Acima de 50 6,83

Page 122: relatório final_2

122

O consumo mensal de água da empresa será de 128,74m3 por mês. Logo a empresa

pagará uma tarifa de R$6,83/m3.

Energia

Os custos fixos e variáveis referentes à energia elétrica foram calculados somando as

potências de cada equipamento, da fábrica e da parte administrativa, incluindo lâmpadas,

telefones, impressoras etc., e atribuindo o número de horas que tais equipamentos iriam ser

utilizados. A tarifação será do tipo binômia, que distingue a potência e a energia requerida

pelo consumidor.

A demanda contratada é a base do contrato de suprimento de energia. Refere-se à

potência que a concessionária disponibilizará para uso pela unidade consumidora. Os valores

de demanda contratada (em kW) são independentes do consumo registrado (kW.h). No caso

de se verificar demanda que supere em mais de 10% o limite contratado, o consumidor pagará

o excesso calculado pela tarifa de ultrapassagem. O valor da tarifa de ultrapassagem é três

vezes o valor da tarifa básica, tanto para o horário fora de ponta quanto para o horário de

ponta.

Tratando-se do segmento horo-sazonal azul, serão fixados dois valores de demanda

contratada, um para o horário de ponta e outro para horário fora de ponta. O valor da potência,

em kW, para o horário de ponta não pode ser inferior a 10% do valor estabelecido para o

horário fora de ponta.

Tratando-se do segmento horo-sazonal verde, não haverá contrato de demanda no

horário de ponta. Presume-se que a unidade consumidora estará inativa, desligada ou

utilizando outras fontes de energia. Caso o registrador apresente algum consumo para o

horário de ponta, este será faturado pela tarifa correspondente, que é cerca de dez vezes a

tarifa para o horário fora de ponta.

O consumo (energia utilizada) é o registro dos kW.h acumulados verificado no

período de medição. Para os dois segmentos horo-sazonal há tarifas de consumo diferentes

para os períodos seco e úmido.

Como a Nature Paper é uma empresa que opera 24h por dia e não produz sua própria

energia, utilizaremos o segmento horo-sazonal azul.

Na cidade de Paulínia, a companhia elétrica é a CPFL, cujas tarifas estão especificadas

na tabela abaixo.

Page 123: relatório final_2

123

Tabela 11.19: Tarifas do segmento horo-sazonal da companhia CPFL.

HSA

Demanda Ultrapassagem Consumo R$/MWh

R$/kW R$/kW Ponta Fora de Ponta

Ponta Fora de Ponta Ponta Fora de Ponta Seca Úmida Seca Úmida

Azul

A2 (88 a 138kV) 29,16 3,93 87,48 11,79 230,98 209,87 147,85 135,6

A3 (69kV) 34,5 6,01 103,5 18,03 230,98 209,87 147,85 135,6

A3a (30 a 44kV) 35,12 7,39 105,36 22,17 230,98 209,87 147,85 135,6

A4 (2,3 a 25kV) 45,92 10,96 137,76 32,88 230,98 209,87 147,85 135,6

Verde A3a (30 a 44kV) 7,39 22,17 1026,46 1025,46 147,85 135,6

A4 (2,3 a 25kV) 10,96 32,88 1297,16 1276,05 147,85 135,6

Considerando a classe A2 e fazendo a média dos valores do período seco e úmido

Calculou-se a demanda necessária, utilizando uma margem de segurança para que não seja

preciso pagar a taxa de ultrapassagem, e considerou-se que a fábrica opera 24h por dia e a

administração 8h por dia.

Gás natural

O gás natural, que na região escolhida para a implantação da empresa é de fácil acesso

e baixo preço, sendo R$ 2,16/m3, será utilizado na caldeira. A quantidade necessária

será 54648 m3 por ano.

Estação de Tratamento de Efluentes

O gasto com a ETE é um custo variável pois varia conforme a produção. A tabela a

seguir mostra o gasto com a ETE, incluindo a compra de produtos químicos, o

descarte de lodos e resíduos.

Tabela 11.20: Estação de Tratamento de Efluentes.

Material Quantidade Consumo

Custo

(R$/L)

Total mensal

(R$)

Total Anual

(R$)

Tensoativo para lavagem de plásticos L 200 4,45 890 10680

Hidróxido de sódio kg 600 0,98 588 7056

Hidroxicloreto de alumínio kg 360 1,65 594 7128

Polieletrólito kg 625 25 15625 15625

Hipoclorito de sódio L 10 1,75 17,5 210

Resíduos da banheira para aterro sanitário t 0,37 82,5 30,25 363

Page 124: relatório final_2

124

Lodo desidratado para aterro industrial t 2,82 222,67 627,19 7526,25

Total 48588,25

A tabela a seguir reúne todos os custos indiretos variáveis anuais.

Tabela 11.21: Custos Indiretos Variáveis.

Descrição Unidade Custo (R$/un) Consumo (un/ano) Total

Água m3

6,83 1544,836 10551,23

Energia Elétrica MW/h 220,43 17792,65 3922033,43

Gás Natural m3

2,16 54648 118039,68

ETE - - 180698,87 48588,25

Controle de Qualidade - - - 385000,00

Total 4099212,59

11.4.3. Custos Diretos

Os custos diretos estão relacionados a compra de matéria-prima direta. O produto final

da empresa é o papel sintético que é composto por 75% de polipropileno reciclável, 22% de

polipropileno virgem e 3% de agentes branqueadores: 2% de dióxido de titânio e 1% de

carbonato de cálcio. A tabela a seguir mostra a quantidade de matéria-prima comprada, além

dos valores de compra, o consumo anual e o total gasto por ano.

Tabela 11.22: Custos Diretos de produção.

Descrição Unidade Custo (R$/un) Consumo (un/ano) Total

Polipropileno Virgem kg 3,30 2780870,40 9176872,32

Polipropileno Reciclável kg 0,50 9480240,00 4740120,00

Dióxido de Titânio kg 15,52 252806,40 3923555,33

Carbonato de Cálcio kg 1,65 126403,20 208565,28

Total 18049112,93

11.4.4. Despesas Fixas

As despesas fixas serão compostas por gastos com o setor administrativo, que inclui a

mão de obra indireta não relacionada diretamente com a produção, P&D (pesquisa e

Page 125: relatório final_2

125

desenvolvimento), energia e água gasta pelo setor administrativo, além dos gastos com

vendas, que inclui o marketing, no qual a empresa terá que investir alto, e com o pró-labore,

que é a remuneração dos acionistas.

Setor Administrativo

As despesas do setor administrativo são compostas pelo salário dos funcionários, os

gastos com RH, energia e água consumidas pelo setor, além do setor de P&D. Os funcionários

desse setor irão trabalhar 8h por dia, de segunda a sexta feira. Esse setor irá contar com 54

funcionários. A tabela a seguir mostra os salários dos funcionários, os encargos e o valor total

anual gasto com esse setor.

Tabela 11.23: Funcionários do setor administrativo.

Função Número de

funcionários

Remuneração

mensal por

funcionário (R$)

Encargos

(R$)

Remuneração

total mensal

(R$)

Remuneração

Anual (R$)

Secretária 4 1000,00 681,70 6726,80 80721,60

Assistente Financeiro 2 1200,00 818,04 4036,08 48432,96

Recepcionista 2 800,00 545,36 2690,72 32288,64

Gerência Industrial 1 4627,00 3154,23 7781,23 93374,71

Gerência Financeira 1 4627,00 3154,23 7781,23 93374,71

Gerência Administrativa 1 4627,00 3154,23 7781,23 93374,71

Gerência de Marketing 1 4627,00 3154,23 7781,23 93374,71

Recursos Humanos 2 1188,00 809,86 3995,72 47948,63

PCP e Logística 2 1100,00 749,87 3699,74 44396,88

Supervisão de vendas 2 1200,00 818,04 4036,08 48432,96

Supervisão de depósito 2 880,00 599,90 2959,79 35517,50

Supervisão de Estoque 2 1100,00 749,87 3699,74 44396,88

Supervisão de Controle de

Qualidade 2 1100,00 749,87 3699,74 44396,88

Limpeza 6 690,00 470,37 6962,24 83546,86

Portaria 3 700,00 477,19 3531,57 42378,84

Supervisor de segurança 3 1200,00 818,04 6054,12 72649,44

Cozinha 6 700,00 477,19 7063,14 84757,68

Contabilidade 3 690,00 470,37 3481,12 41773,43

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126

Segurança 9 750,00 511,28 6750,00 81000,00

Total de Funcionários 54 100511,50 1206138,02

A tabela a seguir mostra os valores anuais das despesas fixas.

Tabela 11.23: Despesas administrativas anuais.

Descrição Valor

Administrativas R$ 1.212.414,80

Pró-Labore R$ 2.880.000,00

Vendas R$ 12.000.000,00

Outros R$ 480.000,00

Total R$ 16.572.414,80

11.4.5. Despesas Variáveis

As despesas variáveis serão compostas por impostos pagos sobre a receita bruta da

empresa, as despesas com o setor financeiro, com vendas, incluindo frete, tanto para os

produtos quanto para a matéria-prima, pagamento dos vendedores, e despesas diversas.

Nas despesas financeiras são inseridos os juros a serem pagos pelo financiamento do

investimento inicial e pelo capital de giro. Ela varia com o passar dos anos até a quitação da

dívida junto ao banco.

A tabela a seguir mostra uma estimativa das despesas com vendas e as despesas

diversas.

Tabela 11.24: Despesas variáveis anuais.

Descrição Valor (R$)

Vendas 4.000.000,00

Diversos 1.000.000,00

Total 5.000.000,00

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127

11.4.6. Custos e Despesas Totais

A tabela a seguir reúne todas as despesas e custos, e o total de ambos.

Tabela 11.25: Custos e Despesas totais anuais.

Descrição Valor (R$)

Custos Fixos 5989914,02

Custos Variáveis 22148325,51

Despesas Fixas 16572414,80

Despesas Variáveis 5000000,00

Total 49710654,34

11.5. Impostos

Os impostos fazem parte das despesas variáveis, que incidem sobre a receita bruta da

empresa. A seguir serão listados os impostos mais comuns que as empresas brasileiras devem

pagar.

ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, é um imposto de

competência estadual sendo relativo às operações de circulação de mercadorias e sobre

prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Abrange

praticamente todas as saídas de mercadorias e serviços, incluindo também sobre a entrada de

mercadorias importadas do exterior. As alíquotas variam de acordo com a modalidade e local

das operações. Como a Nature Paper irá produzir papel para fins didáticos ele se classifica

como papel imune, que é o nome dado no Brasil ao papel adquirido com isenção de alguns

impostos, como ICMS e IPI, por empresas credenciadas junto ao governo para ser empregado

na impressão de jornais, livros e periódicos. A imunidade do papel é uma garantia

constitucional desde 1946 e ainda presente na Constituição no artigo 150, inciso VI, alínea d.

Segundo seus defensores, o papel imune ajuda a preservar a liberdade de imprensa e o

estímulo a cultura facilitando o acesso à informação impressa dada a redução de custos

decorrente da isenção.

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128

PIS: A contribuição para o PIS (Programa de Integração Social) tem a finalidade de

promover a integração do empregado com o desenvolvimento da empresa. É uma quantia

paga pela empresa como benefício para os seus funcionários.

COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social é calculado sobre

a receita bruta das vendas de produtos e mercadorias de qualquer natureza.

IRPJ: Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Renda é cobrado sobre o lucro líquido das

empresas. Este imposto tem como fato gerador a aquisição de disponibilidade econômica e

jurídica de renda. Ocorre o fato gerador quando existe acréscimos patrimoniais do capital, do

trabalho, da combinação de ambos ou de proventos de qualquer natureza.

As taxas foram determinadas para o estado de São Paulo, e a tabela seguir mostra os

valores encontrados:

Tabela 11.26: Taxas de impostos cobradas no estado de São Paulo.

Impostos Incidência (%)

PIS 0,65

COFINS 3

CSLL 12

IRPJ 25

11.6. Previsão da Receita

Para o cálculo da previsão da receita, foi considerado o kg de papel sintético para

venda, e não o produto que realmente será vendido, os rolos e bobinas de papel. Isso foi feito

para facilitar os cálculos, tendo em vista que as matérias primas serão compradas por kg, e

que sua porcentagem no produto final também é em massa.

Após o estudo dos concorrentes, visando ambos os tipos de papel, celulósico e

sintético, e da análise dos custos e despesas, chegou-se a um valor de venda do produto, em

kg, de R$8,00. A tabela a seguir mostra a previsão da receita.

Tabela 11.27: Previsão da Receita.

Quantidade (kg) Produção Valor (R$/kg) Total (R$)

38304,00 Diária 8,00 306432,00

1149120,00 Mensal 8,00 9192960,00

12640320,00 Anual 8,00 101122560,00

Page 129: relatório final_2

129

11.7. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

11.7.1. Projeção dos Resultados

As projeções de receitas, custos, despesas gerais, depreciações e amortização de

despesas pré-operacionais possibilitarão projetar o demonstração de resultado, apurando-se o

lucro líquido anual. Recomenda-se um prazo adequado à dinâmica do tipo de

empreendimento. Para a Nature Paper, escolheu-se um prazo de 25 anos para projetar o DRE.

Com base nas projeções de resultados e nas projeções de amortizações de

financiamentos, é possível projetar os fluxos de caixa para o empreendimento e para o

acionista. Integra-se o regime de caixa (projeções de resultados) com o regime de

competência (projeções de fluxo de caixa), ajustando o Imposto de Renda (IR), além das

depreciações e amortizações de despesas pré-operacionais (que são despesas mas não são

desembolsos) e amortizações de financiamentos (que são desembolsos mas não são despesas).

A análise financeira (projeções de resultados e fluxos de caixas), no entanto, pode ser

decomposta em duas partes: fluxo do financiamento de longo prazo e o fluxo do empresário,

admitindo- se parte sendo financiado por bancos e parte por recursos próprios.

A demonstração do resultado do exercício (DRE) oferece uma síntese financeira dos

resultados operacionais e não operacionais de uma empresa em certo período. É uma

demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido

em um exercício, através do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o

princípio contábil do regime de competência. Embora sejam elaboradas anualmente para fins

legais de divulgação, em geral são feitas mensalmente para fins administrativos e

trimestralmente para fins fiscais.

O indicador escolhido para a análise financeira foi a Taxa Interna de Retorno, a qual é

dividida em: TIR do empreendimento (é a taxa de retorno de todo o mix ou funding de

recursos envolvidos) e TIR do empresário ou acionista (é a taxa de retorno dos recursos

próprios alocados na empresa).

Para as DRE, tanto do acionista, quanto do empreendimento, levou-se em

consideração que a vida útil da empresa será de 25 anos e o tempo para a construção da

empresa será que no ano zero, têm- se os investimentos fixos e de capital de giro.

Para o primeiro ano de atividade da empresa utilizou-se de 50% da capacidade da

planta. Essa prática é rotineira para várias empresas, pois os funcionários necessitam ser

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130

treinados e problemas no processo identificados para evitar perdas na produção. Para o

segundo e terceiro ano utiliza-se 75% da capacidade da planta. A partir do quarto ano a planta

passa a operar na sua capacidade máxima.

11.7.1.1. DRE do acionista

A projeção de resultados apresenta o saldo ao final de cada ano de operação da

empresa nos 25 anos de vida útil, sendo considerados os juros de financiamentos nos despesas

financeiras e a parcela de amortização paga em cada ano, descontada do lucro líquido,

juntamente com o IR. Essa projeção visa verificar o tempo de retorno dos investimentos dos

acionistas, bem como a taxa de retorno anual desse investimento.

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Tabela 10.28: DRE para o empreendedor.

Page 132: relatório final_2

11.7.1.2. Fluxo de Caixa do acionista

O gráfico abaixo apresenta o saldo final obtido da projeção de resultados para cada

ano de vida útil da empresa, ou seja, o fluxo de caixa.

Figura 11.1: Gráfico do Fluxo de Caixa do acionista, para a vida útil de 25 anos da

empresa.

11.7.1.3. DRE do empreendimento

A projeção de resultados apresenta o saldo ao final de cada ano de operação da

empresa nos 25 anos de vida útil. Essa projeção visa verificar o tempo de retorno dos

investimentos fixos, bem como a taxa de retorno anual desse investimento, mas

desconsiderando o financiamento, mostrando somente os lucros possíveis.

-R$ 40.000.000

-R$ 20.000.000

R$ 000

R$ 20.000.000

R$ 40.000.000

R$ 60.000.000

R$ 80.000.000

R$ 100.000.000

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

a 24

25

Val

or

Ano

Fluxo de Caixa

Page 133: relatório final_2

Tabela 10.29: DRE para o empreendimento.

Page 134: relatório final_2

11.7.1.4. Fluxo de Caixa do Empreendimento

O gráfico abaixo apresenta o saldo final obtido da projeção de resultados para cada

ano de vida útil da empresa, ou seja, o fluxo de caixa, baseado nos investimentos

considerados para o empreendimento.

Figura 11.2: Gráfico do Fluxo de Caixa do empreendimento, para a vida útil de 25

anos da empresa.

11.8. Análise do Investimento

Para a análise da viabilidade econômica do investimento serão analisados dois fatores:

o ponto de equilíbrio e a taxa interna de retorno comparada a taxa mínima de atratividade.

11.8.1. Ponto de Equilíbrio

O Ponto de Equilíbrio (PE) é a quantidade que a empresa precisa vender para cobrir o

custo de produção (custos fixos e variáveis), as despesas variáveis e as despesas fixas. No PE,

a empresa não terá lucro nem prejuízo. No caso da Nature Paper, o ponto de equilíbrio foi

calculado em relação à quantidade de produto produzido em relação aos custos e despesas,

-R$ 150.000.000

-R$ 100.000.000

-R$ 50.000.000

R$ 000

R$ 50.000.000

R$ 100.000.000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 a 24

25

Val

or

Ano

Fluxo de Caixa

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135

fixas e variáveis. Foi feito um gráfico de quantidade faturamento ano versus quantidade de

papel produzido, em kg.

O ponto de equilíbrio é a intersecção das duas retas. As coordenadas deste ponto

fornecem a quantidade de papel, em kg, que devem ser produzidos para que a receita gerada

cubra os custos e despesas da empresa.

Figura 11.3: Ponto de Equilíbrio da Nature Paper.

De acordo com o gráfico, o ponto de equilíbrio para a empresa, ou seja, o mínimo que

deve ser produzido para se obter lucro é de, aproximadamente, 4000000,00 kg de papel por

ano.

11.8.2. Taxa Interna de Retorno (TIR)

Taxa Interna de Retorno do empreendimento é a taxa de desconto que torna nulo o

valor do investimento na planta industrial, isto é, a taxa de remuneração anual do

empreendimento. O objetivo é que o empreendimento apresente uma taxa de retorno sobre o

investimento inicial feito superior a TMA do mercado e assim, o investimento fixo pode ser

considerado viável.

A taxa mínima de atratividade (TMA) é a taxa a partir da qual se considera que está

obtendo lucros financeiros. É a taxa a partir da qual o dinheiro aplicado no empreendimento

rende mais do que se estivesse aplicado em outros segmentos do mercado. Para a comparação

,000

10000000,000

20000000,000

30000000,000

40000000,000

50000000,000

60000000,000

70000000,000

80000000,000

90000000,000

,00

0

10

00

00

0,…

20

00

00

0,…

30

00

00

0,…

40

00

00

0,…

50

00

00

0,…

60

00

00

0,…

70

00

00

0,…

80

00

00

0,…

90

00

00

0,…

10

00

00

00…

Val

or

(R$

)

Quantidade (kg)

Ponto de Equilíbrio

Custos + Despesas Fixos

Custos + Despesas Fixas e Variáveis

Receita

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136

da taxa interna de retorno considerou-se como TMA a taxa SELIC que fechou em julho desse

ano em 11 %.

A taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) é divulgada pelo

Comitê de Política Monetária (COPOM). Ela tem vital importância na economia, pois as

taxas de juros cobradas pelo mercado são balizadas pela mesma. A taxa SELIC, expressa na

forma anual, é a taxa média ponderada pelo volume das operações de financiamento por um

dia, lastreadas em títulos públicos federais e realizadas no 52 SELIC, na forma de operações

compromissadas. É a taxa básica utilizada como referência pela política monetária.

Com base nos valores financeiros apresentados no fluxo de caixa, calculou-se a taxa

interna de retorno (TIR) para o empreendedor, obtendo um valor de 28%, que é maior que a

TMA, que é de 11%, devido à média da inflação. Logo, conclui-se que o empreendimento é

viável. Já para a o empreendimento, a taxa interna de retorno calculada foi de 24%.

11.8.3. Tempo de retorno

O tempo de retorno é tempo que o empreendimento irá retornar o valor investido para

a implantação da empresa. Ele é obtido através do inverso da taxa interna de retorno. Para o

empreendedor, cuja TIR é de 28%, tem-se que o tempo de retorno é de, aproximadamente,

três anos e meio. Já para o empreendimento, cuja TIR é de 24%, tem-se que o tempo de

retorno é de, aproximadamente, quatro anos.

12. LAYOUT

O layout é composto por duas pranchas que estão em anexo. O Anexo 2 corresponde a

fachada da empresa e algumas vistas laterais. O anexo 3 corresponde a planta baixa.

Page 137: relatório final_2

137

13. BIBLIOGRAFIA

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plásticas: aspectos econômicos e ambientais em modelo de escala real. 198 p. Tese

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Urbanismo da Unicamp, Campinas, São Paulo, 2007.

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águas de lavagem de plásticos contaminados com óleo lubrificante,

visando reúso. In: SEMINÁRIO DE ACOMPANHAMENTO DE PESQUISA

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Estadual de Campinas – Unicamp, p. 21-23, 2005.

FILHO, N.C.; KOPITTKE, B. H. Análise de Investimentos. 11ª Edição. São Paulo, Editora

ATLAS S.A., 2010.

GIORDANO, G. Avaliação ambiental de um balneário e estudo de

alternativa para controle da poluição utilizando o processo eletrolítico

para o tratamento de esgotos. 137 f. Dissertação (Mestrado em Ciência

Ambiental) – Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal

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GOMES, Isabela Motta. Manual Como Elaborar uma Pesquisa de Mercado. Belo

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MIERZWA, J.C. O uso racional e o reúso como ferramentas para o

gerenciamento de águas e efluentes na indústria: estudo de caso da

KODAC Brasileira. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Faculdade

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