Upload
marta-leal
View
828
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra
Determinação da Concentração de
Ácido Fosfórico num Refrigerante
Dietética e Nutrição, 1º ano
Química Alimentar (prática) – Isabel Andrade
Marta Leal
10 de Dezembro de 2010
Química Alimentar (prática)
2
Índice
Introdução……………………………………………………………………………………………………………………..3
Materiais e Métodos……………………………………………………………………………………………………..6
Resultados……………………………………………………………………………………………………………………..8
Conclusão……………………………………………………………………………………………………………………12
Bibliografia………………………………………………………………………………………………………………….13
Química Alimentar (prática)
3
Introdução
O ácido fosfórico, apesar de ser o ácido mais comum do fósforo e ser usado
por indústrias na fabricação de refrigerantes, xaropes e fertilizantes, é um elemento
pouco conhecido pela população. Este ácido, quando consumido em excesso, pode
provocar alguns malefícios à saúde, como, por exemplo, interferir na absorção e
utilização do cálcio pelos ossos, prejudicando sua formação e levando futuramente a
uma osteoporose.1
Coca-Cola é a marca de refrigerante com sabor de noz-de-cola pertencente à
The Coca-Cola Company comercializada em mais de 200 países. O refrigerante
normal tem como ingredientes, água gaseificada, açúcar, extracto de noz de cola,
cafeína, corante caramelo IV, ácido fosfórico (E338) e aroma natural. É um produto
não alcoólico, sem glúten e não contém quantidades significativas de proteínas,
gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans e fibras alimentares.2
A fórmula exacta da Coca-Cola é um segredo industrial protegido por várias
patentes, e nem sequer são conhecidas quais as matérias-primas usadas.
Uma reacção ácido-base é, muitas vezes, utilizada em laboratório como ponto
de partida para a determinação rigorosa da concentração desconhecida de uma
solução, ácida ou alcalina, sendo o processo utilizado, neste caso, designado de
titulação ácido-base ou volumetria de ácido-base.3
Para que seja possível realizar a titulação é necessário ter em conta três
aspectos importantes: a) o conhecimento da reacção química, que deve ser única,
rápida e completa; b) a medição rigorosa de volumes e massas; c) a detecção do
Química Alimentar (prática)
4
ponto final da titulação, através de uma variação brusca de uma propriedade, física ou
química, do titulado, que deve ser facilmente detectável.3
Uma titulação, então, não é mais que a adição de uma solução titulante contida
numa bureta a uma solução contida num Erlenmeyer, o titulado, até se atingir o ponto
de equivalência, que corresponde à situação em que todo o titulado reagiu
completamente com o titulante – reacção completa e estéquiométrica.4
Na prática é muito difícil detectar exactamente o ponto de equivalência, sendo,
por isso, detectado o ponto final através da variação brusca de uma propriedade do
titulado. O ponto final raramente coincide com o ponto de equivalência,
correspondendo a um ligeiro excesso (ou defeito) de volume do titulante adicionado.
Chama-se erro de titulação à menor diferença possível entre o ponto de equivalência
e o ponto final.4
A detecção do ponto final pode ser realizada através de um indicador
colorimétrico de ácido-base ou um medidor de pH.4
Numa titulação colorimétrica é utilizada a alteração de uma propriedade física,
a cor, para a determinação do ponto de equivalência/ponto final.4
Um indicador colorimétrico de ácido-base é uma substância (ácido ou base
orgânica, fracos), em solução aquosa, ou outra, cuja cor varia num intervalo de pH
conhecido. Para que a titulação seja executada correctamente, deve ser possível
escolher um indicador que assinale, da forma mais precisa possível, o momento em
que se atingiu o ponto de equivalência.4
Devido à coloração da Coca-Cola era impossível realizar uma titulação
colorimétrica, pois não iríamos conseguir identificar o ponto de viragem, sendo assim,
utilizamos um medidor de pH – titulação potenciométrica.
Química Alimentar (prática)
5
Estequiometria: baseia-se na lei da conservação das massas, na lei das proporções
definidas e na lei das proporções múltiplas. Em geral, as reacções químicas combinam
proporções definidas de compostos químicos. Já que a matéria não pode ser criada ou
destruída, a quantia de cada elemento deve ser a mesma em antes, durante e após a
reacção.
Por o NaOH ser um sólido higróscópico, é impossível obter-se a concentração
exacta de hidróxido de sódio, pois a absorção da humidade aumenta o número de
moléculas a ele associadas. Por isso é necessário realizar uma aferição da solução de
NaOH, utilizando para isso um padrão primário de hidrogenoftalato de potássio
(HFK) de acordo com a seguinte reacção:
C6H4(COOH)COOK (aq) + NaOH (aq) C6H4(COONa)COOK (aq) + H20 (l)
Objectivos:
o Aferição do título de uma solução de hidróxido de sódio a partir de um padrão
primário;
o Determinação experimental da concentração de ácido fosfórico num
refrigerante;
Química Alimentar (prática)
6
Material e Métodos
Materiais:
o Balança;
o Gobelé;
o Vareta de vidro;
o Balão de diluição;
o Balão de Erlenmeyer;
o Funil;
o Bureta;
o Suporte universal;
o Pipeta;
o Pompete;
o Placa de aquecimento;
o Medidor de pH;
o Eléctrodo e Agitador Magnético;
o Pipeta de Pasteur;
o Fenolftaleína;
o Água destilada;
o Hidrogenoftalato de potássio;
o Coca-cola;
o Bata;
o Luvas;
Química Alimentar (prática)
7
Métodos: o trabalho desenvolvido foi baseado no protocolo experimental fornecido
na própria aula.
o Preparação da solução de NaOH;
o Aferição da solução de NaOH;
o Determinação da concentração de Ácido Fosfórico;
É necessário referir que todos os procedimentos foram realizados com a
utilização de luvas e bata, bem como com o cuidado de não aspirar os vapores
provenientes dos reagentes utilizados, por questões de segurança.
Química Alimentar (prática)
8
Resultados
Cálculos:
1. Preparação da solução de NaOH;
Partimos de uma solução de NaOH de 0,2M (mol/L)
M(NaOH)
= 40 g/mol
Pesagem efectuada: 2,0485g
2. Aferição da solução de NaOH:
Pela estequiometria da reacção partimos de uma solução de HFK de 0,2M (mol/L)
Titular: 20ml de HFK
M(HFK)
= 204,23 g/mol
HFK = ?
0,2 mol ________________ 1000 ml
mol __________________ 250 ml
=
= 0,05 mol
=
= 0,05 x 40 = 2,0g
0,2 mol ________________ 1000 ml
mol __________________ 20 ml
=
= 0,004 mol
=
= 0,004 x 204,23
= 0,81692g
Química Alimentar (prática)
9
1ª Pesagem efectuada: 0,8169g
2ª Pesagem efectuada: 0,8170g
Média das massas: 0,81695g
1º Volume de titulante gasto: 19,60 ml
2º Volume de titulante gasto: 19,90 ml
Média dos Volumes: 19,75ml
3. Determinação da concentração de ácido acético fosfórico:
Volume de H3PO4: 50 ml = 0.05L
Volume (ml) pH –
1ª Tit.
pH –
2ª Tit.
pH
médio
0,0 2.39 2.55 2.47
0,5 2.63 2.72 2.68
1,0 3.36 3.14 3.25
1,5 4.96 4.75 4.86
2,0 5.54 5.38 5.46
2,5 5.82 5.73 5.76
3,0 6.04 5.95 5.99
3,5 6.22 6.18 6.20
4,0 6.39 6.34 6.37
4,5 6.52 6.50 6.51
5,0 6.66 6.63 6.65
5,5 6.81 6.81 6.81
6,0 6.99 6.99 6.99
6,5 7.17 7.15 7.16
7,0 7.39 7.37 7.38
CNaOH
=
x
=
x
= 0,20254 mol/L
Química Alimentar (prática)
10
7,5 7.66 7.74 7.70
8,0 8.18 8.27 8.23
8,5 9.01 9.13 9.07
9,0 9.52 9.60 9.56
9,5 9.85 9.86 9.86
10,0 10.01 10.07 10.04
Volume gasto no 1º ponto de viragem: 0,0015 L
Volume gasto no 2º ponto de viragem: 0,009 L
Volume médio utilizado: 5,25x10-3
L
V(H3PO4) =
= 5,25x10
-3 L
C(H3PO4) x V(H3PO4) = C(NaOH) x V(NaOH)
C(H3PO4) x 0,05 = 0,20254 x 5,25x10-3
C(H3PO4) = 0,021267 mol/L
Depois de efectuados os cálculos é possível constatar que concentração de
ácido fosfórico na Coca-Cola não é muito significativa, o que afasta os efeitos
prejudiciais a ele associados. Contudo, isso não significa que se possa consumir o
refrigerante em grande quantidade.
Por o valor de ácido fosfórico não vir referenciado em nenhuma tabela
nutricional é impossível fazer uma comparação entre o valor real (a concentração no
Química Alimentar (prática)
11
produto quando embalado) e o valor obtido, o que nos impede de ter uma noção
exacta do desvio percentual associado aos resultados.
É também necessário ter em conta todos os erros inerentes ao procedimento,
sejam eles sistemáticos ou aleatórios, podem ter contribuído para qualquer diferença
entre o valor real da acidez e o valor obtido.
Química Alimentar (prática)
12
Conclusão
Depois de uma análise da actividade laboratorial é necessário destacar alguns
factores importantes: a necessidade da utilização de um padrão primário para a
aferição rigorosa da concentração da solução de hidróxido de sódio, a importância da
realização de mais que um ensaio para a minimização dos erros e a determinação o
mais precisa possível da concentração de ácido fosfórico.
Sendo assim podemos concluir que, apesar da concentração de E338 por litro
não ser muito elevada e de à partida não comportar grandes riscos inerentes a este
ácido isso não pode significar um consumo despreocupado de refrigerantes (a Coca-
Cola em particular).
Química Alimentar (prática)
13
Bibliografia
1. SHVOONG. Determinação da Concentração de Ácido Fosfórico em
Bebidas à base de Cola (em português). Página visitada em Janeiro de
2011.
2. COCA-COLA Brasil. Informações nutricionais, ingredientes, validade
(em português). Página visitada em Janeiro de 2011.
3. DANTAS, M.C., et al. Jogo de Partículas, Química - 11º ano, Ciências
Físico-Químicas (1ª Ed.), Texto Editora, LDA., Lisboa. 2004;
4. SIMÕES, T.S., et al. Química em Contexto, Química A – 11º ano,
Ciências Físico-Químicas (1ª Ed.), Porto Editora, Porto. 2008