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Religioes no Brasil
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MATERIAL DIDTICO
RELIGIES NO BRASIL
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA N 1.282 DO DIA 26/10/2010
Impresso e
Editorao
0800 283 8380
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SUMRIO
INTRODUO .......................................................................................................................................... 3
UNIDADE 1 - RELIGIES NO BRASIL: A CHEGADA DE DIFERENTES RELIGIOSIDADES . 4
UNIDADE 2 - RELIGIES AFROBRASILEIRAS.............................................................................. 15
UNIDADE 3 - O ESPIRITISMO ............................................................................................................ 17
UNIDADE 4 - O JUDASMO .................................................................................................................. 18
UNIDADE 5 - O ISLAMISMO ............................................................................................................... 20
UNIDADE 6 - O CATOLICISMO HOJE .............................................................................................. 31
UNIDADE 7 - O PROTESTANTISMO HOJE ...................................................................................... 39
UNIDADE 8 - EVANGLICOS E A POLTICA.................................................................................. 41
REFERNCIAS ....................................................................................................................................... 46
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INTRODUO
Presenciamos hoje o revivescimento da religiosidade, de forma geral, na
maioria das sociedades contemporneas; manifestando-se no formato de
rejuvenescimento de antigas ou mesmo na criao de novas religies, este
movimento de retorno ao religioso fez renascer tambm o interesse da
Sociologia pelo tema.
O impulso por criar novos modelos de estudo para o fenmeno da
religiosidade, veio dos Estados Unidos, principalmente em razo de sentirem-
se, os socilogos, insatisfeitos em simplesmente reutilizar os modelos
europeus de anlise, principalmente porque, tais modelos correspondiam a
estruturas de anlise ligadas a um tempo em que havia um decrscimo na
adeso s religies institucionalizadas em muitas das sociedades europias,
ocorrendo hoje, exatamente o oposto, principalmente aqui nas Amricas.
Religiosidade e ps-modernidade caminhariam assim, lada a lado, numa
relao, no mnimo antagnica pois, se por um lado, o mundo de hoje
pontuado pela velocidade, pela pulverizao das relaes e tambm das
famlias e tambm da vitria do individual em detrimento do coletivo, as
religies que surgem e se fortalecem trazem consigo princpios diametralmente
opostos, tendendo at mesmo ao conservadorismo, revalorizando a moral e os
bons costumes.
Fazendo parte da compreenso da relao entre o homem e a
sociedade num espectro no-racional, o estudo das instituies religiosas, suas
origens e caractersticas se faz cada vez mais necessrios para entendermos
um pouco melhor as formas de organizao dos homens no mundo em que
vivemos.
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UNIDADE 1 - RELIGIES NO BRASIL: A CHEGADA DE
DIFERENTES RELIGIOSIDADES
Por Ivete Batista da Silva Almeida1
O Cristianismo
Nascido no Oriente Mdio, como a segunda das trs mais antigas
religies abramicas (judasmo, cristianismo e islamismo) e expandindo-se pelo
Imprio Romano, o cristianismo, entre meados do primeiro sculo de nossa
Era, at o sculo IV, consolidou-se na maior fora religiosa da Europa. Entre os
sculos V e XV, perodo de guerras e invases, a Igreja constitua-se na nica
instituio slida; responsvel pela definio dos padres morais culturais e
mesmo artstico da Europa Medieval. Com o incio das navegaes e da
conquista de terras no ultramar, a Igreja quele tempo, foi tambm grande
aliada dos reis europeus.
Durante o sculo XVI, porm, um movimento que ficou conhecido como
A Reforma, questionou as aes da Igreja, que mantinha seu ncleo de poder
em Roma. Crticas contra a venda de indulgncias, e abusos do poder poltico
de bispos e mesmo do papa, fizeram com que lderes religiosos como Martinho
Lutero e Calvino promovessem uma ruptura na Igreja crist, que passaria a
dividir-se entre cristos catlicos ligados hierarquia romana e cristos
protestantes independentes de Roma e contrrios alguns preceitos da
Igreja catlica, como por exemplo a referncia aos santos como smbolos para
o fiel cristo.
Segundo Brando:
O cristianismo divide-se em duas dimenses, onde, se uma relao antagnica no to absoluta como a que separa o sagrado do profano e a religio da feitiaria, ela ainda um diferenciador
1 Ivete Batista da Silva Almeida Mestre e Doutoranda em Histria Social pela Universidade de
So Paulo. Professora efetiva da Universidade de Taubat e Coordenadora da Graduao Distncia em Administrao pela Universidade Federal de Uberlndia. Tem como rea de pesquisa Cultura e Identidade.
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fundamental. A um lado ficam as variantes do cristianismo evanglico e, a outro, as do cristianismo no-evanglico. Mais uma vez, o primeiro se divide entre opostos, agora no-antagnicos. Se a verdadeira religio o cristianismo, o verdadeiro cristianismo (para muitos) o evanglico, cujo maior inimigo social e confessional o romanismo, nome que os mais tradicionais atribuem at hoje ao catolicismo no Brasil. (Brando, 1988, p.35)
Dessa forma, embora professem a f no mesmo Deus, no mesmo Cristo,
o entendimento do caminho de como faz-lo diferencia-se, na viso de
catlicos e protestantes.
Os Catlicos
A Igreja Catlica Apostlica Romana pode ser considerada a maior
dentre as denominaes do catolicismo. Surgida logo aps o cisma que dividiu
o cristianismo entre catlicos e protestantes, a Igreja Catlica Apostlica
Romana no a nica a dizer-se catlica (universal), somente no Brasil,
atualmente, existem mais de setenta denominaes catlicas (Igreja Catlica
Apostlica Brasileira, Velha Igreja Catlica, Igreja Catlica Carismtica, Igreja
Catlica Conservadora do Brasil, Igreja Catlica Primitiva, Igreja Catlica
Apostlica Heterodoxa e outras mais).
Durante todo o perodo colonial, a Igreja Catlica teve um papel
preponderante para a formao do perfil da religiosidade do povo brasileiro.
Lembramos como ponto de partida, a presena dos missionrios Jesutas
membros da Companhia de Jesus, ordem catlica criada em 1534, pelo basco
Incio de Loyola, no bojo da Reforma Catlica, que, do sculo XVI ao XVIII,
foram os responsveis no apenas pela catequizao dos negros da terra,
como eram ento chamados os indgenas brasileiros (MONTEIRO, 1999), mas
tambm responsveis pelos registros que possibilitavam a quantificao e
classificao da populao; de forma que, os registros de batismos,
casamentos, encomendas de missas e celebraes daqueles tempos, indicam-
nos hoje no somente os fluxos de nascimento e morte do perodo, como
tambm os nveis de riqueza das famlias.
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No caso brasileiro, outra caracterstica inicial do cristianismo foi a
organizao das irmandades religiosas, principalmente nas regies da Bahia e
Minas Gerais, no perodo colonial. Segundo Carlos Rodrigues Brando:
As irmandades e confrarias religiosas de leigos so uma criao ibrica e foram trazidas para o Brasil pelos primeiros conquistadores. Delas havia para todas as categorias scias, dos senhores de escravos. Tais irmandades e confrarias foram durante mais de dois sculos a nica alternativa vivel de associao civil durante a Colnia. Em tempos de uma primeira renovao religiosa, que data de fins do sculo passado (data de fins do sculo XIX) bispos renovadores, (...) comearam a boicotar tais irmandades. (Brando, 1988, 54)
Embora j existissem desde a Idade Mdia, as confrarias e ordens
terceiras, fundadas sempre em torno da devoo a um santo catlico
ganharam grande fora no mundo ibrico, tanto no lado europeu quando no
alm mar. A partir do sculo XVIII, com a expulso dos jesutas expulso do
territrio colonial portugus, ordenada pelo Marqus de Pombal, ministro da
corte do rei D. Jos I as irmandades tornaram-se ainda mais importantes
para a estruturao da vida religiosa das comunidades; sendo organizadas no
pelos clrigos, mas pelos leigos. Ao se formar, uma irmandade deveria
organizar um estatuto, que deveria ser enviado e aprovado pelo rei, a partir de
ento, a irmandade teria total autonomia administrativa e financeira,
arregimentando recursos por meio das doaes de seus associados e da
herana de seus afiliados.
Para que uma irmandade pudesse se constituir era necessrio que fosse
erigido um altar para o santo de devoo e, enquanto no se pudesse construir
uma igreja, ou uma capela que sediasse as atividades de uma determinada
irmandade, o altar lateral de uma outra igreja poderia ser cedido para que os
fiis no ficassem sem ter lugar para seu culto. Muitas das obras de arte do
perodo colonial brasileiro esto associadas s atividades de construo e
decorao de igrejas pertencentes a irmandades catlicas. Um bom exemplo
o da igreja de So Francisco de Assis (erigida pela Irmandade da Ordem
Terceira de So Francisco), na cidade de Ouro Preto, considerada patrimnio
histrico da humanidade.
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De maneira geral temos que, at o sculo XIX, constituindo-se o
cristianismo catlico na religio oficial da colnia e, posteriormente do reino,
no seria exagero afirmar que, entre os sculos XVI e XIX o catolicismo foi
praticamente a nica religio aceita no Brasil, principalmente porque, enquanto
vigorou o domnio portugus sobre o Brasil e, igualmente durante o perodo
imperial brasileiro, vigorava ainda o regime do padroado, que concedia ao rei o
direito de administrar questes materiais ligadas manuteno das igrejas no
pas; construir igrejas, pagar aos clrigos, tudo dependia do rei. Em
contrapartida, durante a permanncia dos regimes monrquicos absolutistas,
tanto na Europa quanto no Brasil, era funo da Igreja ratificar a figura do rei e
da famlia real como escolhidos de Deus, para governar e conduzir o povo. No
caso brasileiro, foi somente com a proclamao da Repblica que Igreja e
Estado foram definitivamente separados.
Durante o perodo Republicano, no Brasil, a Igreja Catlica passou a
conviver com a liberdade de culto e, obviamente, com o decrscimo no nmero
de seus fiis que em grande parte migraram, como comprovam hoje as
pesquisas, para denominaes crists protestantes histricas e,
principalmente, para as evanglicas e pentecostais.
Os Protestantes Histricos
O Protestantismo, nascido na Europa, a partir da ciso no seio do
cristianismo, provocada pelas crticas de Calvino e Martinho Lutero aos abusos
de poder da Igreja liderada por Roma, tornou-se forte no continente europeu,
fazendo nascer diferentes vertentes da f crist; as igrejas crists
independentes de Roma, ou seja, as igrejas crists no catlicas. As primeiras
Igrejas Crists Protestantes, herdeiras diretas da Reforma, seriam: as igrejas
Luterana (baseada nas propostas de Martinho Lutero), Anglicana (a igreja
protestante inglesa que, basicamente difere da igreja catlica romana por no
reconhecer no Papa seu lder religioso, mas sim, o rei da Inglaterra), Igreja
Batista (dissidncia da igreja anglicana, nascida no incio do sculo XVII), a
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Igreja Presbiteriana (de origem calvinista, que se organiza internamente por
meio da liderana dos presbteros) e a Igreja Metodista (movimento anglo-
americano de dissidncia do anglicanismo, nascida sob a liderana de John
Wesley, no final do sculo XVIII).
No Brasil, a invaso holandesa na regio de Pernambuco no sculo
XVII, promoveu a introduo do protestantismo no Brasil. Embora tenha
chegado aqui por meio do contato com o invasor, o protestantismo s iria
avanar e tomar maiores dimenses no pas bem mais tarde, a partir da
segunda metade do sculo XIX e incio do sculo XX, com o crescimento do
volume de imigrante europeus, que para aqui se dirigiam em razo das guerras
e crises sociais vividas na Europa do final do sculo XIX ; como as guerras de
Unificao da Alemanha; guerras de Unificao da Itlia; alm da crise do
excessivo aumento de desempregados nas reas urbanas da Inglaterra por
causa da incluso de mquinas no setor fabril.
Impulsionados por essas e outras vicissitudes, os imigrantes europeus
dirigiam-se para a Amrica e, em nosso caso especfico, para o Brasil, para
substituir a mo-de-obra do trabalhador africano escravizado, aps a proibio
do trfico martimo e, depois ainda em virtude da abolio definitiva da
escravido. Dessa forma, os protestantes histricos, como so chamados,
teriam seus mais antigos ncleos no Sul do Brasil; onde esto presentes desde
1824 e no Nordeste brasileiro, desde 1835.
Foi justamente em torno dos imigrantes alemes, que se fixaram no Sul
do Brasil, que a Igreja Luterana se formou. Inicialmente voltada exclusivamente
para os imigrantes alemes e seus filhos, essa permaneceu distante dos
brasileiros por tempos. Como at o final do perodo imperial a igreja catlica
gozava de posio privilegiada, os crentes de outra f, que no a catlica viam-
se alijados de vrios direitos, por exemplo: o casamento, realizado por um
sacerdote no-catlico no era reconhecido; igrejas no catlicas no podiam
ser construdas, apenas ambientes de culto, no identificados por meio de
torres ou sinos. Essa situao s iria mudar definitivamente com a Repblica e
a definitiva separao entre Estado e Igreja.
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Os Pentecostais
Surgido no incio do sculo XX nos Estados Unidos, o movimento
Pentecostal props mudanas ao Protestantismo Histrico; sendo a principal
delas, a crena de que o Esprito Santo permanece manifestando-se nos dias
de hoje; podendo ser confirmado pela glossolalia (o falar em lnguas), o
discernimento de espritos, as curas e as profecias, mantendo ainda, como
caracterstica importante, herdada do Protestantismo Histrico, o apreo pela
leitura e pelo estudo cuidadoso da Bblia.
No Brasil, o pentecostalismo surgiu j na dcada de dez do sculo XX,
trazido por missionrios que vinham no somente ao encontro de imigrantes
norteamericanos, mas vinham tambm, em busca de meios para levar seus
princpios ao maior nmero de pessoas possvel. Nesse momento, instalaram-
se principalmente no Sul e Sudeste do Brasil.
Dentre as denominaes que surgiram nesse perodo, podemos
destacar a Congregao Crist do Brasil (1910), Assemblia de Deus (1911).
Nos anos cinquenta e setenta, os missionrios norteamericanos passaram a
dirigir-se para os estados do Nordeste e do Amazonas, surgindo nesse
contexto, a Igreja do Evangelho Quadrangular (1953), Igreja do Brasil para
Cristo e Igreja Deus Amor (ambas 1962) alm da Casa da Bno, nascida
na metade dos anos sessenta.
Foi um momento de grande crescimento do movimento pentecostal, que
passava a se deslocar do eixo Sul-Sudeste e passava a ganhar fora em,
praticamente todo o territrio nacional.
Os Neopentecostais
Surgido por volta dos anos sessenta, tambm nos Estados Unidos, os
neopentecostais, correspondem a uma renovao do movimento pentecostal,
que, deste se difere por dar maior nfase questo das revelaes diretas da
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parte de Deus. Alm da questo da revelao direta, divergem dos
pentecostais, em relao interpretao das representaes e significados da
prosperidade material na vida do crente.
No Brasil, o movimento chega por volta da dcada de setenta, trazendo
consigo inovaes, principalmente quanto veiculao da mensagem religiosa,
passando as denominaes de orientao neopentecostal a utilizar-se
fortemente da mdia eletrnica, o que lhes possibilitou levar a sua crena a um
nmero elevado de pessoas e ao mesmo tempo, diferentes cantos do pas.
Destacam-se nesse perodo a criao da Igreja Universal do Reino de Deus
(1977, fundada pelo bispo Edir Macedo); a Igreja Renascer em Cristo (criada
em 1986, por Snia e Estevan Hernandez); a Igreja Internacional da Graa de
Deus (de orientao evanglica e neopentecostal, fundada pelo bispo Romildo
Ribeiro Soares em 1980); a Comunidade Evanglica Sara Nova Terra (fundada
por Robson e Maria Lcia Rodovalho, em 1992).
Outros Cristos
H religies crists que, no se declaram como herdeiras nem do
catolicismo, bem como de nenhum dos movimentos protestantes, consideram-
se, de fato, restauradoras da verdadeira ordem. Dentre elas, destacamos a
Igreja dos Santos dos ltimos Dias (os mrmons), os Testemunhas de Jeov e
A Igreja Adventista do Stimo Dia.
Igreja dos Santos dos ltimos Dias
Trata-se de um movimento religioso iniciado no sculo XIX, nos Estados
Unidos da Amrica por Joseph Smith, reconhecido por seus seguidores como
um profeta legtimo, o primeiro destes tempos modernos.
A misso de Joseph ter-se-ia iniciado a partir da chamada Primeira
Viso, quando teria recebido uma viso de Jesus e Deus, na qual diziam a
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Joseph que as religies presentes em seu tempo no eram legtimas e que a
verdadeira igreja crist precisava ser restaurada. Segundo a tradio, Joseph
teria ento encontrado uma coleo de placas de ouro com inscries que,
traduzidas por ele, formariam o Livro de Mrmon Mrmon seria o nome do
profeta, autor das inscries nas placas de ouro - que, juntamente com a Bblia
norteiam at hoje a Igreja dos Santos dos ltimos Dias, fundada oficialmente
em 1830.
Por muito tempo os mrmons foram perseguidos, mesmo nos Estados
Unidos e isso, em parte, deveu-se a algumas de suas prticas iniciais.
Surgida num perodo de grandes conflitos internos nos Estados Unidos,
a teologia mrmon baseava-se em passagens da Bblia para defender a
poligamia. Argumentavam que, em funo das guerras, muitas mulheres
ficavam sozinhas com seus filhos e que isso no seria correto; defendia-se
assim que um homem da comunidade assumisse a responsabilidade por
aquela famlia. Tomando personagens Bblicos como modelo, como por
exemplo, Abrao, os mrmons defenderam por certo tempo a legitimidade da
poligamia, contudo, alguns defendiam que um homem poderia assumir a
responsabilidade por mais de uma famlia, mas no tomar mais de uma mulher
como sua, outros entendiam que ao tomar as responsabilidades para si,
tomaria tambm o homem, a nova mulher plenamente como esposa. Essa lei,
contudo, por meio de nova viso proftica, foi abolida ainda no sculo XIX
1890 sendo que hoje em dia, somente pequenos grupos fundamentalistas
mantm a tradio da poligamia; contudo, mantm-na s escondidas, pois, nos
Estados Unidos a poligamia considerada crime.
Existem entre os mrmons, duas instncias de sacerdcio: o sacerdcio
aarnico ou levtico, que tem por funo lidar com as questes administrativas
da igreja. Um sacerdote pode batizar administrar os sacramentos e ordenar
outros sacerdotes. H tambm a figura do bispo, que designado para presidir
o sacerdcio aarnico de uma ala. H tambm o sacerdcio maior (ou
sacerdcio de melquisedeque), responsvel pelas questes espirituais da
igreja. Os ofcios do sacerdcio de melquisedeque so: lder, sumo sacerdote,
patriarca, setenta e apstolo. Os lderes so chamados para expor, exortar,
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batizar e zelar pela igreja. lderes missionrios viajam por todo o mundo,
levando a religio de mrmon aos lugares mais distantes. Apenas os homens
so sacerdotes. At o ano de 1978, os homens negros tambm no podiam ser
sagrados sacerdotes, em funo do entendimento de que o povo negro seria
descendente de Caim. Esta determinao, contudo no vigora mais, havendo
j, desde 1978, a permisso da sagrao dos homens negros ao sacerdcio.
No Brasil, os mrmons chegaram em 1928, e fundaram seu primeiro
templo em 1935, hoje em dia formam um grupo de mais de 600 mil seguidores.
Os Testemunhas de Jeov
Constituem-se numa religio crist, dita no trinitria (que no
aceita a trindade) e que no se considera como denominao de nenhum
grupo catlicos ou protestantes, sua proposta a restaurao do verdadeiro
cristianismo, a partir da interpretao fiel da Bblia.
Seu surgimento deu-se durante a dcada de 1870, quando um grupo de
estudiosos da Bblia buscava compreender e suplantar aquilo que
consideravam ser erros doutrinrios, presentes nas religies crists de seu
tempo.
So conhecidos mundialmente por algumas de suas prticas, que os
distinguem de outros grupos, como: a evangelizao de casa em casa; a
distribuio do jornal A Sentinela, publicado desde 1879, e da Revista
Despertai! , publicada desde 1919; a rigidez quanto conduta moral, a
neutralidade poltica, a no autorizao de transfuses de sangue e a utilizao
da Traduo do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, traduo defendida
como legtima pelos adeptos dessa religio.
O prprio nome adotado pelos fiis para a religio nascedoura, seria
oriundo da Traduo do Novo Mundo, para Isaas 43:10, onde l-se:
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Vs sois as minhas testemunhas, a pronunciao de Jeov, sim, meu servo a quem escolhi, para que saibais e tenhais f em mim, e para que entendais que eu sou o Mesmo. Antes de mim no foi formado nenhum Deus e depois de mim continuou a no haver nenhum.
Para as Testemunhas de Jeov, a salvao est associada
manuteno da pureza e da fidelidade s prticas religiosas do grupo, o que
significa que nem todas as testemunhas seriam salvas, mas somente aquelas
que permanecerem atentas aos princpios morais e religiosos.
Esta viso moral rigorosa, das Testemunhas de Jeov j foi muito
criticada, principalmente por terem eles, por vrias vezes, se colocado
abertamente contrrios algumas das prticas das outras religies crists, que
so por eles frequentemente criticadas por sua permissividade.
Contudo importante observar que, se por um lado as Testemunhas de
Jeov criticam a outras religies crists no que se refere s suas interpretaes
da Bblia e tambm quanto suas organizaes institucionais, no o fazem em
relao ao fiel de outras religies crists. H, nos escritos das Testemunhas,
um grande respeito por todo aquele que cr sinceramente em Jesus Cristo,
como vemos neste excerto da Revista Despertai!:
Sentimos interesse bondoso e amoroso pelas pessoas de todas as religies, mas quando as crenas e prticas religiosas delas so falsas e merecem a desaprovao de Deus, trazer isso ateno delas, por expor a falsidade, significa mostrar amor a elas. Jesus mostrou claramente o erro das prticas religiosas dos escribas e fariseus de seus dias dizendo que a religio deles era v. (Revista Despertai!, 8 de julho de 1988, p.28)
No Brasil, a religio teria chegado na dcada de 1920, por meio de
marinheiros brasileiros que tomaram contato com a religio em Nova York.
Igreja Adventista do Stimo Dia
originria do movimento Millerita, quando em 1840, o cristo batista
William Miller iniciara seus estudos da Bblia revendo a questo da idade dos
povos e recalculando a data que equivaleria ao fim do mundo. A no ocorrncia
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do Advento entre as datas de 1843 e 1844, como ele havia previsto, provocou
o chamado Grande Desapontamento, que no promoveu, contudo o descrdito
nas orientaes de Miller; a denominao foi oficialmente fundada em 1860,
adotando como nome, duas de suas caractersticas fundamentais: a crena no
retorno de Jesus, que estaria prximo (o Advento) e a crena no sbado como
o stimo dia da semana, o dia institudo por Deus para o descanso do homem.
A administrao da igreja feita de forma democrtica, uma vez que
todos os oficiais da igreja so escolhidos por eleio. A igreja em seu mbito
local, possui funes que so cumpridas em carter voluntrio, e possui
tambm cargos que necessitam de ordenao como no caso dos pastores,
ancios e diconos. Existe ainda a Associao, que em geral engloba a
representao de um Estado e a Associao Geral dos Adventistas do Stimo
Dia, que corresponderia ao nvel hierrquico mais alto.
No Brasil, as ideias adventistas nos chegam em 1884, em forma de
publicaes, chegadas pelo porto, em Santa Catarina. Em 1893, chegam os
primeiros missionrios adventistas e em 1896, funda-se a primeira escola
adventista, na cidade de Curitiba. Hoje, so mais de 393 escolas de ensino
fundamental em todo o Brasil, e mais 118 de ensino mdio; alm de trs campi
universitrios (So Paulo capital -, Engenheiro Coelho e Hortolndia
ambas, interior de So Paulo), que fazem, em sua metodologia de ensino, a
opo pelo ensino do criacionismo (embora sejam apresentadas tambm aos
alunos os contedos ligados ao evolucionismo).
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UNIDADE 2 - RELIGIES AFROBRASILEIRAS
Destacamos aqui, o fato de serem as religies afrobrasileiras,
expresses religiosas que agregam elementos diversos da religiosidade
presente nas tradies de diferentes povos africanos; povos aos quais os
homens e as mulheres escravizados, entre os sculos XVI e XIX , pertenciam.
Dentre as diversas manifestaes das religiosidades afrobrasileiras,
duas so principais: o candombl e a umbanda.
Praticado desde a chegada dos escravizados em terras brasileiras, o
culto aos ancestrais e aos orixs, desde o sculo XVI, foi sendo reconstrudo
pelos homens e mulheres trazidos, fora, para essa nova ptria. Embora siga
uma estrutura muito semelhante quela dos yorub da frica, o Candombl
brasileiro possui as suas particularidades. Tal qual o rito africano, ele
corresponde a uma religio totmica, que cultua um deus nico, criador de si
mesmo e de tudo no universo Olorum e seus orixs deuses menores
que comandam as foras da natureza. No Candombl os espritos no falam
com os consulentes diretamente, mas somente por meio do jogo de bzios
forma de orculo que s pode ser compreendido por um sacerdote, o
babalorix. Em relao ao modelo africano, existem diferenas quanto a alguns
adereos, cnticos, ritmos e mesmo a forma de organizao dos terreiros que
aqui recebe sempre a todos os orixs, enquanto l, existe uma diviso, na qual
cada terreiro, ou casa, consagrado a um nico orix.
O candombl desenvolveu-se fortemente na Bahia, onde a comunidade
de sudaneses ocidentais de origem yorub era numerosa. Isso no significa
dizer que todos os africanos migrados para l fora fossem de origem yorub;
significa sim, compreender que, medida que eram inseridos nessa nova
coletividade os africanos recm chegados assimilavam o novo modelo de
organizao social e religiosa, promovendo o crescimento e o fortalecimento de
uma cultura afrobrasileira.
No caso da Umbanda, essa corresponderia a um fenmeno muito mais
recente. Nascida nas metrpoles do final do sculo XIX (Rio e So Paulo), a
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Umbanda seria uma manifestao religiosa fortemente sincrtica, pois assimila
tanto os santos do catolicismo, quanto elementos da mitologia amerndia, da
cultura popular e principalmente preceitos do espiritismo.
Embora os orixs cultuados nela sejam os mesmos do Candombl, na
Umbanda, existe toda uma gama de outras entidades que, ao contrrio dos
orixs do Candombl que no falam com seus fiis, na Umbanda, existem
diversos espritos que viriam cerimnia e, ao serem incorporados por um
mdium (herana ntida do espiritismo) falariam com os participantes, comeria
e beberia com eles e, principalmente, responderia a suas perguntas sobre o
presente e o futuro.
No Brasil, at os anos trinta, essas duas formas de manifestaes
religiosas foram fortemente perseguidas, s havendo maior liberdade para seus
praticantes a partir do governo Vargas.
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UNIDADE 3 - O ESPIRITISMO
Consolidado a partir dos estudos do francs Hipollyte Leon Denizard
Rivail, ou como passou posteriormente a se chamar, Allan Kardec, em meados
do sculo XIX, o Espiritismo consolidou-se como uma doutrina fundamentada
em princpios como a crena na situao do homem como um esprito, preso
ao corpo; a compreenso de alma, como condio do esprito enquanto
permanecer ligado ao corpo; a Lei de Causa e Efeito dos atos humanos e suas
consequncias; crena na reencarnao; alm da crena na existncia de
outros mundos habitados e tambm, na possibilidade de contato entre vivos e
mortos.
No Brasil, o Espiritismo j frequentava as cidades como Rio de Janeiro e
Salvador, desde meados do sculo XIX e estruturou-se definitivamente a partir
da fundao da Federao Esprita Brasileira, em 1884 no Rio de Janeiro.
Tendo grande aceitao entre os praticantes da Umbanda, cresceu,
principalmente entre as populaes das reas urbanas brasileiras, mais
especificamente entre as classes mdias que preferiam este Umbanda.
Embora reconheam Jesus como filho do Deus nico, o Espiritismo no
considerado uma das religies do tronco judaico-cristo.
Mas, sem dvida, o Espiritismo tomaria maiores dimenses no Brasil, a
partir da veiculao das obras de Chico Xavier. Mdium, nascido em Pedro
Leopoldo, Minas Gerais, Francisco Cndido Xavier iniciou seu contato com
essa religio em 1927 e, de l em diante, publicou diversas obras sobre a vida
aps a morte, que no seriam de sua autoria, mas de espritos de mestres,
escritores e poetas j falecidos. Justamente por no reconhecer-se como autor,
no aceitava receber o valor correspondente aos direitos autorais, revertendo-o
a instituies de caridade e posteriormente, criando uma fundao
assistencialista na cidade de Uberaba, onde faleceu em 2002.
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UNIDADE 4 - O JUDASMO
Considerada a mais antiga das religies monotestas abramicas, o
Judasmo tem sua origem entre o povo hebreu, na Antiguidade, no Oriente
Mdio. Tendo como principal livro a Tor, os judeus seguem a crena no Deus
nico, e mantm-se unidos por meio da preservao de suas tradies e de
sua lngua. Alm da lngua, os judeus preservam igualmente, costumes
milenares como o uso do tefilim (estojo preto, de couro, dentro do qual
colocam-se quatro trechos do Tor que enfatizam a obedincia a Deus. (ALCB,
2000); o uso do kip (pequeno chapu circular que cobre somente a
circunferncial superior da cabea. Utilizada, principalmente pelos grupos mais
ortodoxos como smbolo de temor a Deus. Os judeus caratas no o utilizam); e
o tsitsith (franja) colocada nos quatro cantos do manto de orao, como
lembrete da vontade divina (ALCB, 2000). As festividades cultivadas pela
comunidade judaica, tambm so marcas de sua crena e de sua cultura;
dentre elas, podemos destacar o Rosh Hashan (o ano novo), Pessach ( festa
da libertao, que celebra o xodo dos hebreus do Egito), o Yom Kipur
(solenidade penitencial), dentre outras.
Chegados ao Brasil ainda no perodo colonial, muitos judeus vieram para
c fugindo das perseguies promovidas por reis catlicos que se valiam da
intolerncia religiosa para prenderem os judeus e expropriarem seus bens.
Aqui, na colnia, tinham que apresentar-se como convertidos, como cristos-
novos e por muito tempo, praticaram sua religio na clandestinidade. Durante a
invaso holandesa Pernambuco, muitos judeus adentraram a regio, pois
no seguindo o catolicismo, os holandeses no empreendiam perseguies
aos judeus, alm de estimular a presena de indivduos desse grupo, ligados
atividades mercantis e financeiras alis, os judeus sempre estiveram
intimamente ligados s atividades comerciais, fundamentais para as relaes
mercantilistas ultramarinas.
Numerosos grupos de famlias de ascendncia judaica continuaram
chegando ao Brasil durante o perodo imperial, mas seria durante as dcadas
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de trinta e quarenta do sculo XX, quando, fugindo do regime nazista alemo,
um elevado nmero de judeus buscou asilo em terras brasileiras.
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UNIDADE 5 - O ISLAMISMO
Nascida no sculo VII, no que hoje corresponde Arbia, o Islamismo
uma das mais antigas religies monotestas, antecedida pelo Judasmo e pelo
cristianismo. Essa religio que cr na existncia de um Deus nico, Al; na
figura de Mohammed (Maom), difundiu-se, em menos de um sculo da
Pennsula Arbica para o Norte da frica, frica Ocidental, Planalto da
Anatlia, Pennsula Ibrica alm da regio dos Blcs.
A religio islmica tem por base a crena no Deus nico, nos anjos (por
Ele criados), nos livros sagrados, entre eles o Tor, os Salmos, os Evangelhos
e o Coro, livro que encerra os ensinamentos de Al ao profeta Mohammed; a
crena nos profetas (entre os profetas da tradio islmica encontram-se:
Ado, Abrao, Moiss, Jesus e o ltimo e mais importante para os
muulmanos: Mohammed Maom); a crena na predestinao e a crena no
juzo final.
No Brasil, o Islamismo chegou por meio dos africanos escravizados que
provinham de regies islamizadas. Ao contrrio do que se possa imaginar, em
frica, nem todos os povos eram politestas; tem-se num continente to vasto
como aquele, uma grande diversidade de religies e culturas, dessa forma,
embora a maioria dos africanos da regio da Costa Ocidental, tenham trazido
consigo as tradies das religies dos orixs, os africanos escravizados
oriundos do reino do Mali eram na verdade muulmanos. A passagem mais
marcante dos escravizados muulmanos, aqui no Brasil, foi a da Revolta dos
Mals, ocorrida em Salvador em (1835). Nela os escravizados de religio
islmica arquitetaram um elaborado esquema para a sublevao, o que fez os
senhores perceberem o quanto seria perigoso manter em suas terras grupos
de mesma origem tnico-cultural e, principalmente, grupos de escravos
letrados, posto que os muulmanos era alfabetizados, liam e escreviam em
rabe, pois ler os textos sagrados condio fundamental da religio que
professavam.
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Durante o incio do sculo XX, vindos como imigrantes principalmente
para os trabalhos nas reas urbanas, um grande nmero de libaneses e srios
chegou aos grandes plos de atrao da poca: So Paulo e Rio de Janeiro;
em geral, chegavam aqui com passaportes registrados na Turquia, recebendo
assim, dos brasileiros, a alcunha de turcos, todos os indivduos muulmanos
naturais de pases do Oriente Mdio, imigrados para c.
II. Cenrio das Religies no Brasil de Hoje
Ranking dos 50 Municpios Mais e Menos Catlicos
% Catlicos por Municpios - Brasil 2000
50 Mais 50 Menos
Total 73,89
1 RS Nova Roma do Sul 100,00 5507 SC Arabut 12,07
2 RS Nova Alvorada 100,00 5506 BA Nova Ibi 16,02
3 RS Unio da Serra 100,00 5505 RS Quinze de Novembro 19,63
4 RS Vespasiano Correa 100,00 5504 ES Santa Maria de Jetib 20,38
5 RS So Domingos do Sul 99,93 5503 RS Senador Salgado Filho 22,24
6 RS Nova Brscia 99,85 5502 RS Linha Nova 26,47
7 PB Carrapateira 99,81 5501 ES Laranja da Terra 28,34
8 RS Fagundes Varela 99,80 5500 GO Palmelo 29,67
9 RS Alto Alegre 99,72 5499 SC Pomerode 31,17
10 RS So Jorge 99,69 5498 RJ Silva Jardim 33,27
11 RS Protsio Alves 99,62 5497 RS Coronel Barros 33,46
12 RS Boa Vista do Sul 99,61 5496 PR Nova Santa Rosa 35,89
13 RS Relvado 99,61 5495 RS Novo Machado 35,93
14 RS So Joo da Urtiga 99,51 5494 RJ Japeri 37,02
15 SC Botuver 99,44 5493 RR Caroebe 37,17
16 RS Putinga 99,42 5492 GO Guarata 37,76
17 RS Nova Ara 99,41 5491 RS Turuu 37,79
18 PI Santo Incio do Piau 99,33 5490 MG Alto Capara 38,13
19 PI Nova Santa Rita 99,33 5489 AM Tapau 38,22
20 RS Mariano Moro 99,27 5488 RS Imigrante 38,36
21 SC Cordilheira Alta 99,26 5487 RJ Queimados 38,43
22 RS So Joo do Polsine 99,23 5486 RS Marques de Souza 38,60
23 PI Nossa Senhora de Nazar 99,14 5485 RJ Belford Roxo 38,67
24 MG Desterro do Melo 99,11 5484 RJ Tangu 39,65
25 RS Dois Lajeados 99,10 5483 RJ Seropdica 40,08
26 RS Guabiju 99,09 5482 RS Colinas 40,17
27 PB Pedra Branca 99,08 5481 PB Pitimbu 40,36
28 PB Tenrio 99,07 5480 SC Brao do Trombudo 40,41
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22
29 RS So Valentim do Sul 99,07 5479 ES Itapemirim 40,69
30 RS Santo Antnio do Palma 99,00 5478 RS Ubiretama 41,35
31 RS Barra do Rio Azul 98,96 5477 ES Maratazes 41,52
32 RS Cotipor 98,92 5476 ES Presidente Kennedy 41,62
33 RS Vila Flores 98,87 5475 RS Lagoa dos Trs Cantos 41,67
34 RS Tupandi 98,85 5474 GO Cristianpolis 42,00
35 MG Senhora dos Remdios 98,83 5473 SP Cajati 42,17
36 MG Crrego Fundo 98,80 5472 RS Chu 42,46
37 SC Lajeado Grande 98,79 5471 RJ Casimiro de Abreu 42,57
38 SC Lindia do Sul 98,79 5470 RO Vale do Anari 42,57
39 PB So Francisco 98,79 5469 RJ Cachoeiras de Macacu 42,77
40 RS Salvador das Misses 98,76 5468 RJ Paracambi 43,44
41 RS Monte Belo do Sul 98,75 5467 RS Teutnia 43,51
42 PI So Francisco de Assis do
Piau 98,69 5466 RJ Nova Iguau
43,77
43 PE Serrita 98,66 5465 RO Jaru 43,85
44 AL So Jos da Tapera 98,65 5464 RJ Itagua 43,87
45 MG Silveirnia 98,64 5463 PE Sirinham 43,95
46 RS Santa Tereza 98,64 5462 RJ Itabora 43,96
47 MG Cipotnea 98,63 5461 RJ Armao dos Bzios 44,09
48 RN Venha-Ver 98,57 5460 RJ Cabo Frio 44,12
49 RS Casca 98,57 5459 RJ Cardoso Moreira 44,42
50 PB Matinhas 98,56 5458 RJ Paty do Alferes 44,54
Fonte: CPS/FGV atravs do processamento dos microdados do Censo Demogrfico 2000/IBGE
Ranking dos 50 Municpios Mais e Menos Evanglicos
% Evanglicos por Municpios - Brasil 2000
50 Mais 50 Menos
Total 15,41
1 RS Quinze de Novembro 80,37 5507 RS Vespasiano Correa 0,00
2 SC Arabut 80,17 5506 RS Unio da Serra 0,00
3 ES Santa Maria de Jetib 77,86 5505 RS So Jorge 0,00
4 RS Senador Salgado Filho 76,19 5504 RS Santo Antnio do Palma 0,00
5 RS Linha Nova 73,59 5503 RS Relvado 0,00
6 ES Laranja da Terra 70,51 5502 RS Protsio Alves 0,00
7 SC Pomerode 66,39 5501 RS Nova Roma do Sul 0,00
8 RS Coronel Barros 63,65 5500 RS Nova Alvorada 0,00
9 RS Novo Machado 61,70 5499 RS Boa Vista do Sul 0,00
10 PR Nova Santa Rosa 61,61 5498 MG Queluzito 0,00
11 RS Imigrante 61,53 5497 PB Carrapateira 0,00
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23
12 RS Marques de Souza 61,40 5496 PB Mato Grosso 0,04
13 RS Colinas 59,38 5495 RS So Domingos do Sul 0,07
14 SC Brao do Trombudo 58,08 5494 CE Granjeiro 0,08
15 RS Ubiretama 57,94 5493 RN Venha-Ver 0,12
16 RS Lagoa dos Trs Cantos 57,04 5492 SC Cordilheira Alta 0,13
17 RS Teutnia 55,94 5491 RS Nova Brscia 0,15
18 RS Esperana do Sul 54,43 5490 RS Fagundes Varela 0,20
19 RS Turuu 54,02 5489 SC Antnio Carlos 0,23
20 RS Paraso do Sul 53,44 5488 RS Alto Alegre 0,28
21 SC Benedito Novo 53,27 5487 PI Nossa Senhora de Nazar 0,32
22 RS Vale do Sol 52,38 5486 PB Tenrio 0,32
23 RS Panambi 52,04 5485 CE Alcntaras 0,43
24 MG Alto Capara 51,74 5484 RN Messias Targino 0,43
25 RS Condor 50,75 5483 SC Botuver 0,45
26 RS So Loureno do Sul 49,62 5482 AL Monteirpolis 0,46
27 RS Nova Petrpolis 49,41 5481 CE Caririau 0,47
28 SC Cunha Por 48,24 5480 RS So Joo da Urtiga 0,49
29 ES Vila Pavo 47,62 5479 TO Centenrio 0,51
30 RS Coqueiros do Sul 47,57 5478 PB So Francisco 0,52
31 SC Monda 46,76 5477 RS Carlos Gomes 0,52
32 PR Marip 46,44 5476 RS So Joo do Polsine 0,55
33 GO Guarata 46,10 5475 MG Silveirnia 0,56
34 RS Morro Redondo 45,57 5474 RS Putinga 0,58
35 PR Doutor Ulysses 45,54 5473 RS Nova Ara 0,59
36 AM Tapau 44,58 5472 PE Serrita 0,59
37 AM Japur 44,45 5471 PB Vieirpolis 0,60
38 RS Cerro Branco 44,15 5470 PB Santo Andr 0,61
39 RS Victor Graeff 43,50 5469 PI Santo Incio do Piau 0,61
40 MA So Pedro dos Crentes 43,44 5468 MG Senhora dos Remdios 0,61
41 RS Agudo 43,38 5467 PI Sebastio Barros 0,64
42 MG Itueta 43,17 5466 PB Carabas 0,65
43 GO Cristianpolis 43,06 5465 SE Macambira 0,65
44 SC Rancho Queimado 42,36 5464 PI Nova Santa Rita 0,67
45 RS Canguu 42,10 5463 AL gua Branca 0,68
46 AM So Paulo de Olivena 41,92 5462 RN Paran 0,69
47 PR Marechal Cndido
Rondon 41,87 5461 PB Camala
0,69
48 SC Schroeder 41,60 5460 RS So Valentim do Sul 0,70
49 ES Domingos Martins 41,56 5459 RN So Fernando 0,71
50 RR Caroebe 41,46 5458 MG Crrego Fundo 0,71
Fonte: CPS/FGV atravs do processamento dos microdados do Censo Demogrfico 2000/IBGE
Ranking dos 50 Municpios Mais Sem Religio
% Sem Religio por Municpios - Brasil 2000
Site: www.ucamprominas.com.br
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Horrios de Atendimento: manh - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
24
50 Mais
Total 7,35
1 BA Nova Ibi 59,85
2 PB Pitimbu 42,44
3 RS Chu 38,51
4 AL Joaquim Gomes 35,92
5 AL So Miguel dos Milagres 35,22
6 BA Wanderley 34,39
7 BA Drio Meira 33,17
8 BA Mata de So Joo 32,67
9 AL Campestre 32,17
10 PA Trairo 31,86
11 RJ Silva Jardim 30,72
12 PE Sirinham 30,19
13 AL Cajueiro 30,09
14 SE Santana do So Francisco 29,93
15 PE Itapissuma 29,90
16 RN Felipe Guerra 29,51
17 PB Caapor 29,46
18 BA Itaquara 29,30
19 MT Gacha do Norte 29,16
20 BA Belmonte 29,03
21 AM Atalaia do Norte 28,67
22 PE Rio Formoso 28,00
23 AL So Lus do Quitunde 27,87
24 BA Jaguaripe 27,85
25 RJ Cardoso Moreira 27,65
26 BA Mara 27,48
27 BA Nazar 27,35
28 ES Presidente Kennedy 27,13
29 RJ Belford Roxo 27,02
30 RJ Tangu 26,99
31 RS Capo do Leo 26,88
32 BA Dias d'vila 26,75
33 BA Itagimirim 26,73
34 RJ Cachoeiras de Macacu 26,72
35 AL Porto de Pedras 26,36
36 RJ Japeri 26,06
37 AL Matriz de Camaragibe 26,04
38 RN Baa Formosa 25,67
39 BA Simes Filho 25,55
40 AC Manoel Urbano 25,46
41 BA Salinas da Margarida 25,29
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Horrios de Atendimento: manh - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:15 as 18:00 horas
25
42 AL Paripueira 24,96
43 RJ Queimados 24,95
44 MA Raposa 24,91
45 BA Una 24,73
46 SE General Maynard 24,71
47 ES Ibatiba 24,30
48 BA Potiragu 24,29
49 SP So Loureno da Serra 24,08
50 BA Lenis 24,06
Fonte: CPS/FGV atravs do processamento dos microdados do Censo Demogrfico 2000/IBGE
Ranking dos 50 Municpios Mais Espiritualistas
% Espiritualistas por Municpios - Brasil 2000
50 Mais
Total 1,35
1 GO Palmelo 42,10
2 GO Professor Jamil 24,98
3 MG Pratinha 21,12
4 SP Itaca 19,62
5 MG Campo Florido 17,94
6 MG Verssimo 17,91
7 SP Lourdes 15,89
8 MG Pirajuba 14,41
9 SP Pedregulho 13,63
10 MG Uberaba 12,54
11 MG Perdizes 12,08
12 GO Trs Ranchos 11,37
13 MG Monte Alegre de Minas 11,14
14 MG Sacramento 10,85
15 MG Conquista 10,24
16 GO gua Limpa 9,73
17 RJ Areal 8,97
18 MG Tupaciguara 8,95
19 SP Rifaina 7,97
20 GO Nova Aurora 7,89
21 SP Aramina 7,87
22 SP Marinpolis 7,79
23 MG Comendador Gomes 7,78
24 GO Jata 7,68
25 MT Baro de Melgao 7,62
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26
26 GO Itumbiara 7,55
27 MG Astolfo Dutra 7,17
28 SP Votuporanga 7,11
29 SP Franca 7,05
30 GO Aparecida do Rio Doce 7,04
31 SP Igarapava 7,00
32 MG Uberlndia 6,86
33 RS Vitria das Misses 6,79
34 MG Centralina 6,17
35 SP Aparecida d'Oeste 6,14
36 MG Bicas 6,10
37 GO Cau 6,07
38 SP Nhandeara 5,90
39 SP Colina 5,86
40 RS Pelotas 5,86
41 SP Jeriquara 5,76
42 GO Santa Brbara de Gois 5,56
43 RS Bag 5,53
44 MG Frutal 5,45
45 MG Arax 5,42
46 GO Buriti Alegre 5,38
47 GO Morrinhos 5,27
48 SC Entre Rios 5,24
49 SP So Jos do Rio Preto 5,20
50 SP Araraquara 5,10
Fonte: CPS/FGV atravs do processamento dos microdados do Censo Demogrfico 2000/IBGE
Ranking dos 50 Mais Municpios Com Religies Afro-Brasileiras
% Populao de Religio Afro-Brasileira por Municpios - Brasil 2000
50 Mais
Total 0,31
1 RS Rio Grande 6,78
2 RS Dezesseis de Novembro 6,45
3 RS Viamo 3,88
4 RS Bag 3,74
5 PE Carnaubeira da Penha 3,72
6 RS Chu 3,54
7 ES Divino de So Loureno 3,36
8 RS Alvorada 3,35
9 RS Pelotas 3,14
10 RS Cidreira 2,96
11 RS Santana do Livramento 2,79
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27
12 RS Porto Alegre 2,49
13 RS Santa Vitria do Palmar 2,48
14 RS Jaguaro 2,30
15 RS Arroio Grande 2,21
16 RJ Nilpolis 2,21
17 ES Alegre 2,19
18 RS Guaba 2,14
19 RS So Jos do Norte 2,06
20 RS Pedro Osrio 2,01
21 RJ Miguel Pereira 1,99
22 RS Charqueadas 1,92
23 RS Canoas 1,91
24 RS Santa Maria 1,91
25 RJ Barra do Pira 1,86
26 SP Monteiro Lobato 1,85
27 RS Gravata 1,82
28 RS Piratini 1,82
29 RJ Iguaba Grande 1,80
30 RJ Rio de Janeiro 1,75
31 RS Capo do Leo 1,68
32 MG Senador Jos Bento 1,63
33 ES Ibitirama 1,63
34 BA Itaparica 1,63
35 RJ So Joo de Meriti 1,62
36 RJ Rio das Flores 1,59
37 RS Rosrio do Sul 1,58
38 GO Palmelo 1,56
39 RS Balnerio Pinhal 1,54
40 MG Rochedo de Minas 1,52
41 RS Sapucaia do Sul 1,52
42 RJ Nova Iguau 1,48
43 RS Cachoeirinha 1,45
44 RJ Belford Roxo 1,44
45 MG Abaet 1,43
46 RS Dom Pedrito 1,43
47 RS Tramanda 1,41
48 RJ Pinheiral 1,36
49 MT Campos de Jlio 1,35
50 GO Inaciolndia 1,32
Fonte: CPS/FGV atravs do processamento dos microdados do Censo Demogrfico 2000/IBGE
Ranking dos 50 Mais Municpios Com Religies Orientais
% Populao de Religies Orientais por Municpios - Brasil 2000
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28
50 Mais
Total 0,29
1 PR Assa 3,80
2 RS Chu 3,02
3 SP Mirandpolis 2,70
4 PR Sertaneja 2,56
5 SP Bastos 2,34
6 RJ Parati 2,28
7 RS Barra do Quara 2,24
8 SP Pacaembu 2,16
9 SP Biritiba-Mirim 2,06
10 SP Pereira Barreto 1,99
11 SP Pontes Gestal 1,97
12 SP Brejo Alegre 1,95
13 SP Jlio Mesquita 1,92
14 PR Ura 1,90
15 SP Guaimb 1,88
16 SP Irapuru 1,88
17 PR Foz do Iguau 1,84
18 PR Mirador 1,80
19 SP Roseira 1,78
20 SP Moji das Cruzes 1,69
21 RJ Miguel Pereira 1,66
22 SP Suzano 1,64
23 SP Guatapar 1,62
24 SP Tup 1,58
25 SP Oscar Bressane 1,53
26 SP Lavnia 1,46
27 PR So Sebastio da Amoreira 1,45
28 SP Cafelndia 1,44
29 SP Colina 1,44
30 SP Santpolis do Aguape 1,42
31 SP Santos 1,39
32 SP Ilha Solteira 1,39
33 SP Atibaia 1,38
34 SP Presidente Venceslau 1,37
35 SP Adolfo 1,36
36 SP Araatuba 1,35
37 SP Piedade 1,33
38 SP So Joo do Pau d'Alho 1,33
39 SP Inbia Paulista 1,33
40 SP Santa Albertina 1,31
41 SP So Paulo 1,31
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29
42 SP Tapira 1,28
43 SP Registro 1,19
44 SP Adamantina 1,19
45 RS Mato Castelhano 1,18
46 SP Pilar do Sul 1,18
47 SP Presidente Prudente 1,15
48 SP Bilac 1,13
49 SP Ibina 1,09
50 SC Frei Rogrio 1,08
Fonte: CPS/FGV atravs do processamento dos microdados do Censo Demogrfico 2000/IBGE
Ranking dos 50 Mais Municpios Com Outras Religies
% Populao de Outras Religies por Municpios - Brasil 2000
50 Mais
Total 1,39
1 MS Paranhos 20,71
2 AM Tabatinga 15,05
3 SC Ipira 13,03
4 MG Bertpolis 11,07
5 SP Cesrio Lange 9,97
6 MS Laguna Carap 9,46
7 MS Amamba 9,19
8 AM Amatur 9,03
9 MG Santa Helena de Minas 8,86
10 MG Campo Azul 7,67
11 SC Arabut 7,00
12 MG Chal 6,92
13 MT Tapurah 6,82
14 MG Formoso 6,78
15 MG Lajinha 6,72
16 AM Juta 6,61
17 MS Tacuru 6,56
18 SC Gravatal 6,47
19 MG Pedra Bonita 6,35
20 RJ Paracambi 6,35
21 AM Pauini 6,21
22 PR Tunas do Paran 6,18
23 SP Orindiva 5,96
24 PR Iguarau 5,89
25 RO Teixeirpolis 5,89
26 SP Itariri 5,69
27 SP Araoiaba da Serra 5,68
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30
28 SC Alto Bela Vista 5,60
29 PA Brasil Novo 5,34
30 RS Chu 5,21
31 PR Tamarana 5,02
32 MT Lambari D'Oeste 4,99
33 SP Canania 4,83
34 MA Guimares 4,77
35 RO Vilhena 4,74
36 ES Ibatiba 4,73
37 SP guas de So Pedro 4,73
38 GO Alto Paraso de Gois 4,61
39 RS Turuu 4,42
40 MS Douradina 4,37
41 MG Ita de Minas 4,31
42 BA Wenceslau Guimares 4,30
43 BA Pojuca 4,30
44 SP Paulicia 4,26
45 SP Timburi 4,25
46 MS Aquidauana 4,23
47 RR Uiramut 4,17
48 SP Agudos 4,17
49 SC Itaja 4,12
50 BA Nilo Peanha 4,10
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31
UNIDADE 6 - O CATOLICISMO HOJE
Embora haja grande diversidade de religies e credos em nosso pas,
havendo mesmo liberdade de expresso para as mais diversas expresses da
f, h, at hoje, como uma herana do perodo colonial, a representao do
Brasil como uma nao catlica. Em algumas regies a realidade, porm, no
mais essa. Isso se deve, em parte, em funo da prpria forma como a
Histria da Religio foi registrada, no passado, pois durante muitos anos da
histria da Igreja Catlica na Brasil, so seus prprios agentes os que
exclusivamente escreveram sobre ela: seus heris, seus feitos, sua histria.
Apenas em anos recentes a Igreja Catlica tornou-se objeto importante de
pesquisas de cientistas sociais brasileiros e estrangeiros (Brando, 1988,
p.29). Dentre as contribuies das cincias sociais, destacamos os trabalhos
de Florestan Fernandes e de Maria Isaura Pereira de Queiroz; dentre as
contribuies das Cincias Humanas, e delas, principalmente a Histria,
destacamos aqueles que se debruaram sobre a Histria da Igreja e da
Religiosidade, como Augustin Wernet da Universidade de So Paulo, Maurlio
Camelo e Albuquerque Cmara Neto.
No campo da pesquisa sobre o catolicismo hoje, o que mais nos chama
a ateno, contudo, a inexistncia da descrio de um perfil definido de quem
seria o catlico hoje. Outras religies terminam por forjar um perfil, uma
identidade, expressa em condutas e atitudes caractersticas dos seguidores de
uma determinada f. Para os praticantes do catolicismo, porm, a definio
estreita de um perfil de identidade e conduta, torna-se cada vez mais difcil.
Em termos institucionais, a Igreja Catlica, teria sim, uma misso, que se
manteria praticamente a mesma desde os tempos da Reforma Catlica: o
povo catlico deve crer que realiza em todo o mundo o trabalho de salvao de
sua pessoa individual e de todos os seres de todos os tempos. Fora da Igreja
no h salvao, e ela a confisso da f crist mais primitiva portanto, a
mais universalmente verdadeira. (Brando, 1988, p. 46) . Como instituio, a
Igreja Catlica caracteriza-se ainda pela manuteno de forte rede hierrquica,
que detm o monoplio da reproduo de bens simblicos; cabe alta
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32
hierarquia e, somente a ela, definir o que pode ou no ser considerado como
sinal da presena Divina; demarcando assim a diferena e a fronteira entre o
campo de ao dos sacerdotes e o campo de ao dos fiis.
Contudo, colocando de lado quaisquer juzos de valor, o que os estudos
como os de Brando nos mostram que, diante dessa identidade institucional
to clara, temos uma identidade do fiel catlico bem mais fluda. Nessa
perspectiva, a principal caracterstica da identidade do catlico brasileiro seria a
sua natureza inclusiva; ou seja, a comunidade catlica, no Brasil,
caracterizada por sua inclinao por aceitar; para Brando, o catolicismo
socialmente a possibilidade de todas as categorias de sujeitos sociais
possurem uma mesma religio e diferenciarem, no seu interior, modalidades
prprias de religiosidade.
O exemplo clssico do frequentador espordico de terreiros de
Umbanda ou mesas brancas espritas e que no considera essa uma prtica
que o afaste da f catlica. No estamos aqui, nem de longe, apontando que
essa seria uma prtica reconhecida como correta pelos ditames da Igreja
Catlica como instituio, estamos, outrossim, apontando caractersticas da
religiosidade popular, das formas do praticante, do indivduo compreender,
agir e aceitar sua religio. Assim, para os pesquisadores que observam as
caractersticas do brasileiro catlico de hoje:
Diferentemente do protestantismo, onde o fiel precisa ser para participar, mas tambm de outro modo diverso dos cultos afro-brasileiros, onde absolutamente comum a pessoa participar sem ser, no catolicismo, tal como povo brasileiro o vive e significa, h uma pluralidade de modos de ser que configuram uma equivalente pluralidade de maneiras de participar. (...) Quando perguntado em uma pesquisa do censo nacional ou de algum socilogo sobre sua religio, o catlico tpico responde em geral de uma das seguintes maneiras: eu sou catlico, eu sou catlico praticante, eu sou catlico, mas no pratico. A forma variante da terceira alternativa : eu sou catlico, mas minha maneira. Ora jamais um protestante e, mais ainda, um pentecostal podem dizer essa terceira frmula. (...) Reconhecida com pesar e dificuldade pela hierarquia da Igreja, h uma oposio bsica entre dois modos de se ser catlico: (para a religiosidade popular) voc pode ser catlico ou pode ser catlico praticante. (Brando, 1988, p.50)
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Essas diferentes formas do catlico identificar-se a si prprio, no Brasil,
associam-se a uma srie de variaes quanto ao envolvimento, compreenso e
formas de ao do fiel; muitos se dizem catlicos de tradio, indicando que
sua incurso na religio se deve ao familiar, ou seja, ser catlico, por ter
sido criado no seio de uma famlia catlica e no necessariamente por viver
individualmente os ditames da religio. Em geral, compem uma grande massa
de indivduos que, de fato, foram batizados, casaram-se na igreja, batizaram
seus filhos e procuraram o padre para encaminhar seus servios no caso de
falecimentos na famlia; no passando, basicamente disso, o envolvimento
entre o indivduo e a igreja.
Podemos remeter igualmente s heranas coloniais essa forma to
frouxa de relacionar-se com a religio. Podemos lembrar que durante o
perodo colonial, o cotidiano da vida religiosa estava muito mais a cargo das
irmandades leigas que dos prprios clrigos.
Essa elasticidade permitiu que, para o bem ou para o mal, a religio
catlica fosse reinterpretada com grande fora pela expresso popular, que
dela se apropria sem maiores cerimnias. Vemos expresses como Nossa
Senhora rogai por ns, ser cantada em estribilhos de sambas-enredo na
avenida, durante o carnaval, onde mulheres seminuas e homens fazendo
evolues insinuantes danam, tocam e cantam a plenos pulmes. Vemos
santas se tornarem tema de novelas, nas quais no s a f, mas os interesses
pessoais, romnticos e polticos, circundam o roteiro de pedidos e milagres;
sem falar no trato dado questo da representao do sagrado nessas
produes de apelo popular que, contrariando as incessantes advertncias da
igreja Catlica, continuam seguindo a viso popular e no a cannica a
representar a imagem, o santo, como se fosse uma divindade e no um
exemplo para o fiel catlico.
Na outra extremidade, teramos o catlico praticante, que reconhece e
deseja acentuar em si traos de conduta que o integram a uma tradio. Ao
contrrio daquele que se identifica com uma religio da qual participa muito
vagamente, o praticante, identifica-se por dela fazer parte, por nela estar
integrado.
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Ser catlico praticante acentua no fiel, traos de prtica e de identidade a que o catlico por tradio se sente desobrigado. Ao contrrio do segundo, que vimos, identifica-se como catlico por se definir como sendo de uma religio mesmo quando no a pratica, o primeiro ao estilo protestante constri sua identidade de catlico atravs de reconhecer-se na religio por participar da Igreja. Mais frequente em seus cultos, ele modela a sua pessoa por uma observncia mais motivada das crenas oficiais e das doutrinas de conduta da hierarquia religiosa. A devoo popular submete-se s situaes sacramentais da vida da Igreja, e no raro que um catlico praticante exercite a sua participao vivendo no interior da Igreja um dos muitos grupos especializados de presena e atividade confessional que, milenarmente, o catolicismo criou, destinou a diferentes categorias de fiis, transformou, destruiu e, mais adiante, em alguns casos, recriou. Brando, 1988, p. 53
Dessa forma, conclui Brando que haveria hoje um modo catlico de
tradio aquele que se diz catlico porque foi batizado e porque toda a sua
famlia fora catlica, e que, contudo, no participa, ele mesmo, do dia-a-dia da
comunidade catlica, um modo catlico praticante (daquele que se diz
catlico) por de fato, viver e participar da vida e do dia-a-dia da comunidade de
catlicos qual est inserido; participando de cultos, viglias e aes) e um
outro ainda, do catlico militante, fruto de aes como a da Teologia da
Libertao, que no v a ao do catlico praticante como restrita s atividades
na Igreja ou nas pastorais, mas tambm e, principalmente, como ao poltica
e efetiva, contra a desigualdade e a pobreza. Fruto de muita discusso e
controvrsia, a postura do catlico militante, tomou grande fora no apenas
no Brasil, mas em toda a Amrica Latina.
Como aponta Brando, essa anlise bem como a observncia de tais
variaes, nos so teis, acima de tudo, para que possamos compreender
melhor a natureza da religiosidade como construo cultural, historicamente
constituda e, as identidades como estratgias simblicas, que possibilitam ao
indivduo, meios para que possa lidar com elementos como o poder e a
diferena, seus interesses terrenos e sua relao com a sacralidade.
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A Teologia da Libertao
No se referindo a uma diviso no interior da Igreja Catlica, mas sim a
uma orientao teolgica, dentro do prprio catolicismo apostlico romano, a
Teologia da Libertao foi um dos mais importantes e mais polmicos
movimentos catlicos do final do sculo XX.
Nascido aps o Conclio Vaticano II, a Teologia da Libertao tem por
base a preocupao com questes sociais e, mais precisamente, com as
populaes oprimidas,
A teologia da libertao um movimento teolgico que quer mostrar aos cristos que a f deve ser vivida numa prxis libertadora e que ela pode contribuir para tornar esta prxis mais autenticamente libertadora (Mondin, 1980, p.25)
Um dos grandes tericos do movimento, aqui no Brasil foi Leonardo Boff
- telogo, escritor e professor universitrio, ex-frade franciscano, punido com o
Silncio Obsequioso, pelo ento cardeal Joseph Ratzinger, em razo da
publicao das ideias sobre a Teologia da Libertao, expressas em seu livro
Igreja, Carisma e Poder. Publicou vrios outros livros sobre essa teologia,
dentre eles, o comentadssimo A guia e a Galinha. Para ele, a libertao, em
questo defendida por sua corrente teolgica, corresponderia a toda ao que
visa criar espao para a liberdade (Boff, 1980, p. 87). Nascida num contexto
de intensa crise social e poltica na Amrica Latina os anos 60 a Teologia
da Libertao questionava a ao dos cristos catlicos diante do sofrimento
real impingido ao povo cristo latinoamericano por polticas autoritrias e
violentas. Marcados pelas ditaduras militares como as que ocorreram, por
exemplo, no Brasil, Argentina, Uruguai, Chile; por regimes que viravam as
costas aos direitos humanos, por polticas econmicas que no privilegiavam o
fim das desigualdades sociais e que, ao contrrio, ao se dobrarem aos
interesses do capital estrangeiro, apenas acentuavam tais desigualdades os
anos 60 e 70 na Amrica Latina corresponderam a um perodo de grande
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instabilidade social e penalizao da populao desfavorecida. Sobre os anos
60 e 70, segundo Mondin:
o ambiente poltico geralmente caracterizado pela presena de governos que administram o poder arbitrariamente em vantagens dos ricos e poderosos, fazendo amplo uso da fora e da violncia. (...) O ambiente econmico e social est marcado pela misria e pela marginalizao da maior parte da populao. Os recursos econmicos so controlados por um pequeno grupo de privilegiados. (...) No ambiente cultural se verifica ainda uma notvel dependncia da Europa e dos Estados Unidos. Na cincia como na Filosofia, na arte como na Literatura, quase nada concedido originalidade das populaes latino-americanas (Mondin, 1988, p.25-26).
Buscando a ao em prol da libertao, essa corrente teolgica buscou
no mtodo histrico-dialtico, suas ferramentas tericas e, justamente essa
escolha, tornou a teologia da libertao ainda mais controversa, contudo, os
prprios tericos da libertao insistem que, o marxismo, na Teologia da
Libertao no tratado como um fim em si, mas como uma ferramenta para a
leitura da relao entre o opressor e os oprimidos na histria das sociedades; o
objetivo final do uso do materialismo histrico seria, portanto, no a busca pelo
pensamento de Marx, mas sim a busca pelo cumprimento da misso crist
junto aos pobres. Contudo, essa teologia foi muito criticada por achar-se que
propunha uma maior nfase s questes sociais e materiais e menor cuidado
s questes da f e do esprito, que seriam as preocupaes primeiras da
Igreja.
O principal legado da Teologia da Libertao para a cristandade foi a
criao das comunidades eclesiais de base, que tm por objetivo organizar a
comunidade em torno da evangelizao dos mais carentes e dos menos
favorecidos. Misses que auxiliavam na formao de CEBs como eram
chamadas nas periferias das metrpoles ou junto aos povos que vivem da
floresta como os trabalhadores dos seringais da Amaznia, tinham por objetivo
no apenas levar a evangelizao mas tambm discutir sobre a necessidade
de organizao comunitria para vencer as dificuldades materiais.
Hoje, em praticamente todos os pases latinoamericanos que possuem
populao catlica, as CEBs continuam, criadas sob a influncia da Teologia
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da Libertao, sendo modelo de ao e organizao das comunidades
catlicas.
A Renovao Carismtica
O movimento pentecostal, que cr na renovao do pentecostes e,
portanto na manifestao dos prodgios do Esprito Santo entre os homens de
hoje, tambm teve seu eco entre os membros da Igreja Catlica.
Nos anos sessenta, nos Estados Unidos, teve incio um movimento
inicialmente denominado como Movimento Catlico Pentecostal (Machado,
1996, p.46) e, posteriormente conhecido como Movimento Carismtico Catlico
ou Renovao Carismtica.
Esse movimento caracterizou-se por uma renovao dos ritos
tradicionais e da mstica catlica, a Renovao Carismtica teria incio nos
Estados Unidos, no ano de 1967, na cidade de Pittsburg, onde um grupo de
catlicos, todos pessoas bastante envolvidas com a comunidade, passou a
reunir-se com o objetivo de estudar e desenvolver dons carismticos,
revalorizando a glossolalia, a profecia, a orao de intercesso dentre outros,
o que inicialmente no foi bem aceito entre os padres da regio. O movimento
cresceu e, medida que membros do grupo relataram terem vivenciado o
Batismo no Esprito Santo, o movimento foi tomando maiores dimenses,
chegando Europa e, em 1969, no Brasil.
No Brasil, este movimento foi introduzido em 1969 por membros da prpria hierarquia catlica, (...) O ncleo central do movimento foi o Estado de So Paulo, mais precisamente a cidade de Campinas, onde dois padres jesutas, seguindo estratgias diferentes, comearam a enfatizar a leitura do Livro dos Apstolos e a busca do batismo de fogo organizando grupos de oraes e retiros de fim de semana denominados Experincias de Orao no Esprito Santo. (Machado, 1996, 48)
O Movimento Carismtico, ao tomar fora no Brasil, recebeu apoio da
Arquidiocese do Rio de Janeiro que, desde o incio, objetivou que se tomasse
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cuidado com os excessos e principalmente, demarcando as diferenas entre o
Movimento Carismtico Catlico e o Movimento Pentecostal Protestante,
pontuando tal diferena fortemente na devoo Virgem Maria e na Eucaristia,
momento fundamental para o culto catlico como um todo.
Em 1978, formou-se no Brasil, no Estado de So Paulo, inicialmente na
cidade de Lorena e hoje sediada na cidade de Cachoeira Paulista a
comunidade de evangelizao da Cano Nova, de orientao pautada na
Renovao Carismtica. Em seus 29 anos de existncia a comunidade conta
hoje com um sistema de rdio e de televiso, que transmite diariamente
programao voltada ao pblico catlico, sendo a programao transmitida
para pases como Portugal, Itlia, Israel, Estados Unidos e Frana.
O Movimento Carismtico no deve ser compreendido como uma
dissidncia (ao contrrio da Igreja Catlica Carismtica, que no de
orientao romana, no pertencendo assim Igreja Catlica Apostlica
Romana, sendo, portanto ela sim uma Igreja dissidente), mas como um
movimento interno do catolicismo romano. Com relao natureza do
movimento, afirma Machado:
Os estudiosos da tendncia pentecostal no universo catlico apresentam dificuldades semelhantes (s daqueles que pesquisam sobre o pentecostalismo protestante). Os poucos estudos que contemplam o Movimento de Renovao Carismtica Catlico foram realizados por intelectuais pertencentes aos grupos progressistas daquela tradio religiosa (Oliveira, 1978; Benedetti, 1988), e suas anlises expressam o duplo esforo de distingui-lo dos movimentos da tradio protestante e de mostrar sua funcionalidade para a reproduo da hegemonia dos setores conservadores da hierarquia catlica. verdade que os autores reconhecem a origem ecumnica do movimento carismtico e as influncias evanglicas expressas no biblicismo, na crena nos dons do Esprito Santo, na espontaneidade e na emoo dos adeptos durante rituais e celebraes. No entanto preferem compar-lo com outros movimentos em curso na prpria Igreja Catlica, sobretudo nos setores mdios, e analisar sua relao com a estrutura institucional. Assim, identificam uma certa continuidade entre os Cursilhos de Cristandade, os Encontros de Casais com Cristo e a Renovao Carismtica, para conclurem que o Movimento de Renovao Carismtica Catlica se ajusta Igreja, no sendo, portanto um movimento de contestao hierarquia catlica. (Machado, 1996, p.52,53)
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UNIDADE 7 - O PROTESTANTISMO HOJE
O protestantismo no Brasil distingue-se reconhecendo a existncia de
diferentes denominaes, em funo de distines na orientao de diretrizes e
vises da organizao da vida e da prtica religiosa. Basicamente, as religies
denominadas evanglicas ou denominadas protestantes estariam divididas em
trs ramificaes, conforme Brando:
a) as denominaes de imigrao, que em boa medida, demogrfica e culturalmente, comportam-se como outras religies de minorias nacionais; b) as denominaes histricas, de ingresso posterior no pas e onde a influncia do trabalho conversionista de misses norteamericanas foi muito marcado (presbiterianos, congregacionistas, batistas, metodistas); c) as confisses pentecostais. (Brando, 1988, p.30)
Sem dvidas, dentro do protestantismo, a maior fora que se pode
observar em relao s denominaes evanglicas.
Oriundo do movimento reformista do sculo XVI, o evangelicismo tem
por objetivo a fidelidade ao evangelho, reconhecendo a necessidade do
indivduo nascer de novo, para de fato alcanar a converso pessoal alm da
orientao pela Bblia, como a nica base de f. No podendo, contudo, ser
confundido com o fundamentalismo cristo, que pregava a interpretao literal
do texto bblico, no permitindo o dilogo entre a teologia fundamentalista e as
outras reas do conhecimento. No caso da teologia evanglica no assim,
alm de permitir-se dialogar com as cincias, hoje, ela orienta o olhar e a
metodologia de inmeras instituies de ensino no s no Brasil como tambm
nos Estados Unidos.
Mas, o fenmeno que mais chama a ateno hoje, no seio do
protestantismo o crescimento do nmero de fiis das denominaes
pentecostais e principalmente das neopentecostais em detrimentos daquelas
de orientao protestante histrica. Com relao presena dos protestantes
histricos hoje, no quadro brasileiro, temos que, de acordo com os dados
apurados no ltimo senso, realizado no ano de 2000, 1.062.144 brasileiros
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declararam-se luteranos; j, com relao aos batistas, de acordo com a mesma
apurao, corresponderiam a 3.162.700 brasileiros. Ainda entre fiis de igrejas
protestantes histricas teramos os presbiterianos com 981.055 seguidores e
os metodistas com 340.967 fiis. Ferreira analisa os nmeros expostos,
demonstrando que:
A somarmos o total de protestantes histricos, veremos que em 2000 representavam 5% da populao brasileira. Em 1980, os protestantes histricos representavam 3,4% da populao brasileira e em 1991, contavam com 3% do total da populao. A leve recuperao da tendncia declinante ainda um fenmeno a ser estudado. Todavia, duas hipteses parecem razoveis como explicao para a recuperao: a) aproximao das tcnicas pentecostais de proselitismo; b) as igrejas pentecostais recebem muitas adeses, mas parte de sua clientela migra para as igrejas do protestantismo histrico. ( Ferreira, 2006)
Segundo o autor, enquanto os protestantes das denominaes histricas
corresponderiam hoje a aproximadamente 5% da populao brasileira, os
pentecostais representariam um nmero expressivamente maior: 10,6%. Esses
nmeros, para Mendona, expressariam uma resposta da sociedade ao caos
social em que nos encontramos hoje. Para Mendona,
A sociedade brasileira - e no somente a sociedade brasileira, bem
como o mundo contemporneo como um todo - seria hoje um mundo catico,
que marginaliza cada vez mais as classes pobres e desorganiza a classe
mdia. Nessa perspectiva, as religies tradicionais, como religio, teriam a
funo de manter um universo fixo e previsvel, ligado a uma ordem social e
familiar que no existe mais; ou seja, o autor cogita a hiptese de no estarem
mais as religies tradicionais conseguindo comunicar-se com os homens do
mundo de hoje, no atenderiam s angstias e necessidades dos homens de
hoje; ao passo que as novas denominaes, de orientao neopentecostal -
que se vale de meios extremamente atuais de comunicao e mesmo de um
roteiro bastante prprio de preocupaes, como possesses ou influncias de
maus espritos - por sua vez, estariam, com sua forma prpria de atuao, indo
de encontro a determinadas necessidades e angstias da sociedade.
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UNIDADE 8 - EVANGLICOS E A POLTICA
H muitos anos atrs, uma das imagens que o senso comum fazia dos
protestantes era a de que esses no se interessavam por poltica. Contudo, o
processo de redemocratizao do pas, bem como os resultados das ltimas
eleies nos vm demonstrando que a realidade nem de longe se aproxima
desta antiga imagem estereotipada.
Em seu artigo Representantes de Deus em Braslia: A bancada
evanglica na Constituinte, Antonio Flvio Pierucci, nos mostra de que
maneira a comunidade evanglica se fez ouvir por meio de seus
representantes na Assemblia Nacional Constituinte de 1987.
Se antigamente as convices dos grupos evanglicos eram divulgadas
em outros cenrios, a partir de 1987, o cenrio da poltica tambm passaria a
ser palco das reivindicaes dessa comunidade diante da sociedade.
Como coloca Prandi, h protestantes que no so ativistas polticos,
contudo, na bancada evanglica que se formou quela poca, embora a
imprensa os visse como um grupo conservador em funo da defesa de
princpios morais e religiosos, a imprensa, segundo o autor, desde janeiro de
1987, chamou a ateno para o nmero de parlamentares da bancada
evanglica e para a sua vontade de atuar em conjunto, assim como para a sua
principal bandeira: os bons costumes. havia um nmero de parlamentares
evanglicos identificados com as teses populares e progressistas de
transformao social e superao das desigualdades de classe.
Pensando as religies no Brasil de hoje: Protestantismo e Ps-
modernidade
Segundo Sanchis, ao olharmos para o quadro que se delineia hoje no
Brasil, em relao questo das religies, um primeiro fato que nos chama a
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ateno o da ruptura da hegemonia, que perdurara at o incio do sculo XX,
da religio catlica.
Nas ltimas dcadas novos caminhos para organizao da vida religiosa
das comunidades, novas denominaes, novas ticas assumidas, surgidas
entre os prprios catlicos, permitiram o surgimento de novas instncias de
referncia identitria, que, conforme Sanchis, reagrupa os indivduos em novas
famlias de espritos, em torno de novas vises de mundo e etos
institucionalizados, novas etiquetas religiosas coletivas e novos produtos
dotados de poder espiritual consensual.
Todavia, aponta ainda o autor que, talvez, esta mudana, to visvel
hoje, no seja exatamente fruto apenas das ltimas dcadas, mas sim, fruto de
um processo mais longo e mais profundo, que teria acompanhado o prprio
transcorrer da modernidade. Dessa forma, para verificarmos e acompanharmos
tal processo, dividimos a modernidade em trs momentos:
Pr-moderno: vale dizer o tradicional; as mltiplas respostas, no necessariamente ordenadas conforme a nossa lgica, que uma sociedade elabora para tornar compatveis no mesmo espao e, possivelmente, no interior dos mesmos atores sociais, os sistemas simblicos que a histria leva a ali se encontrar ou se enfrentar. Um universo religioso fundamentalmente ritual (mgico-religioso como se diz); em consequncia, dominado pela obrigao, e imperfeitamente tico para nosso olhar contemporneo. Moderno: um nome para conot-lo: Kant. a representao ideal do indivduo portador de uma razo nica, de uma deciso soberana, que se exerce nos quadros de uma lgica universal. A conscincia transcendental no sentido precisamente moderno. Ps-moderno: uma construo ecltica mais ainda do que um verdadeiro sincretismo, que recorta os universos simblicos o do seu grupo e os alheios, todos igualmente virtuais, e multiplica as colagens, ao saber de uma criatividade idiossincrtica (idiossincrtica), radicalmente individual, mesmo se se articula em tribos de livre escolha. (Oro e Steil, 1997, p. 104 105)
A ideia do autor em encontrar as razes para um pluralismo religioso, j
no passado da cultura brasileira, deve-se ao fato de, ao analisarmos as
formaes da cultura brasileira, em tudo se observa a presena do pluralismo,
nessa perspectiva, no seria diferente com a religio, ainda mais, ao
pensarmos