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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO REMEDIAÇÃO TERMAL DE CONTAMINAÇÃO POR HIDROCARBONETOS E A RELAÇÃO COM AS PROPRIEDADES DO SOLO ISABELA OLIVEIRA CASTRO 2020

REMEDIAÇÃO TERMAL DE CONTAMINAÇÃO POR HIDROCARBONETOS …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10031343.pdf · 4. Contaminação por Hidrocarbonetos de Petróleo. 5. Remediação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

REMEDIAÇÃO TERMAL DE CONTAMINAÇÃO POR HIDROCARBONETOS E A

RELAÇÃO COM AS PROPRIEDADES DO SOLO

ISABELA OLIVEIRA CASTRO

2020

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REMEDIAÇÃO TERMAL DE CONTAMINAÇÃO POR HIDROCARBONETOS E A

RELAÇÃO COM AS PROPRIEDADES DO SOLO

Isabela Oliveira Castro

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Renan Finamore

Coorientador: Prof.ª Maria Claudia Barbosa

Rio de Janeiro

Março de 2020

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REMEDIAÇÃO TERMAL DE CONTAMINAÇÃO POR HIDROCARBONETOS E A

RELAÇÃO COM AS PROPRIEDADES DO SOLO

Isabela Oliveira Castro

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CNIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

!rof.a Mria CíaUdia Barbosa

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

Março de 2020

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iv

Castro, Isabela Oliveira

Remediação termal de contaminação por hidrocarbonetos e

a relação com as propriedades do solo / Isabela Oliveira Castro. –

Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2020.

xiii, 65 p.:il.; 29,7 cm.

Orientador: Renan Finamore

Coorientador: Maria Claudia Barbosa

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Civil, 2020.

Referências Bibliográficas: p. 56-65

1. Introdução. 2. Propriedades dos Solos. 3. Solos Tropicais.

4. Contaminação por Hidrocarbonetos de Petróleo. 5. Remediação

Termal. 6. Dispositivos Legais e Normas Técnicas. 7. Conclusão.

I. Finamore, Renan et al; II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.

Remediação termal de contaminação por hidrocarbonetos e a

relação com as propriedades do solo.

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v

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus pelo dom da vida, por me permitir chegar até aqui e por

toda as pessoas e oportunidades que colocou em meu caminho.

Aos professores Renan e Maria Claudia por compartilharem sua experiência e

conhecimento para orientação deste trabalho.

Ao Luiz Alberto pela disponibilidade e incentivo na elaboração desta pesquisa.

A todos os amigos que conheci no curso de engenharia civil pelas incontáveis conversas,

trabalhos em grupo e amizade. Em especial ao Anderson, Bertrand, Vinícius, Guilherme, e

Tamires que me apoiaram na elaboração deste projeto.

Aos amigos do Colégio Brigadeiro Newton Braga que mesmo após tantos anos, ainda se

fazem presentes na minha vida. Em especial a Priscila por sua amizade tão sincera.

Aos amigos da Fluxo Consultoria e da Ipiranga pela convivência saudável, bom humor,

aprendizado e apoio.

Aos meus irmãos da Igreja Cristã de Nova Vida pelo apoio e orações.

Ao Jonathan por estar sempre ao meu lado, me incentivar e aconselhar nas minhas

escolhas, por aceitar minhas falhas e defeitos e, ao mesmo tempo, me incentivar a melhorar.

Aos meus pais e irmãos por toda dedicação e amor.

A todos aqueles que me apoiaram, torceram por mim e suportaram minha ausência nos

momentos de estudo e, principalmente, na elaboração deste trabalho.

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vi

“Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece

para sempre.”

Salmos 125:1

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vii

Dedico este trabalho aos meus pais,

Eneide e Sérgio Castro.

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viii

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

REMEDIAÇÃO TERMAL DE CONTAMINAÇÃO POR HIDROCARBONETOS E A

RELAÇÃO COM AS PROPRIEDADES DO SOLO

Isabela Oliveira Castro

Março de 2020

Orientador: Renan Finamore

Coorientador: Maria Claudia Barbosa

A atividade de revenda de combustíveis pode gerar contaminação do solo e da água subterrânea

devido a vazamentos que, em geral, ocorrem na área de tanques subterrâneos, bombas de

abastecimento e/ou linhas de distribuição. Uma das formas de tratar esta contaminação é através

da remediação termal, técnica que consiste no aquecimento do solo muito utilizada no exterior e

que está sendo difundida no Brasil. Este trabalho apresenta as propriedades do solo de maior

relevância para a aplicação da técnica, que são as propriedades hidráulicas, elétricas e térmicas,

nas condições saturada e não saturada; e a relação destas propriedades com a operação de sistemas

de remediação termal em campo. É dada ênfase nas características de solos tropicais, que cobrem

cerca de 60% do território brasileiro. O trabalho descreve as principais técnicas de remediação

termal disponíveis no Brasil, as condições e fatores que influenciam a eficiência de cada técnica,

os impactos potenciais no solo e vizinhanças, e a legislação pertinente.

Palavras-chave: Remediação termal; Contaminação do solo; Hidrocarbonetos; Postos de

combustíveis; Remediação do solo; Áreas contaminadas.

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ix

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Engineer.

THERMAL REMEDIATION OF HYDROCARBON AND SOIL PROPERTIES

Isabela Oliveira Castro

March 2020

Adviser: Renan Finamore.

Co-adviser: Maria Claudia Barbosa.

The fuel resale activity can contaminate soil and groundwater because of leaks that

generally occur in underground tanks, fuel dispensers and/or fuel distribution lines.

Thermal remediation is one of the solutions to treat this contaminations, technique that

consists of heating the soil, widely used abroad and that is being spread in Brazil nowdays.

This work presents the soil properties of greater relevance for the technique, which are

soil hydraulic, electrical and thermal properties, at saturated and non-saturated conditions;

and the relationship of these properties with field operation of thermal remediation

systems. Tropical soils characteristics are emphasized, which cover around 60% of

Brazilian territory. The major thermal remediation techniques commercially available in

Brazil are described, as the conditions and factors that influence the efficiency of each

technique, their potential impacts on the soil and site vicinity, and related legislation.

Keywords: Thermal Remediation; Soil Contamination; Hydrocarbons; Gas stations; Soil

remediation; Contaminated areas.

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x

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1 - Resumo das etapas do gerenciamento de áreas contaminadas .................................. 2

Figura 2.1 - Três tipos de fluxo dentro de uma massa de solo poroso ......................................... 4

Figura 2.2 - Sonda de Termopar .................................................................................................... 8

Figura 2.3 - Sonda de Termistor .................................................................................................... 9

Figura 2.4 - Geotermômetro Tipo Espeto ..................................................................................... 9

Figura 2.5 - Analisador de Propriedades Térmicas KD2 PRO .................................................... 10

Figura 2.6 - Intervalos de variação de k ..................................................................................... 12

Figura 2.7 – Formas de representação da curva de retenção. ...................................................... 14

Figura 2.8 – Parâmetros de uma curva de retenção. .................................................................... 15

Figura 2.9 - Relação entre a resistividade e a umidade em um solo arenoso .............................. 18

Figura 2.10 - Dupla camada difusa ............................................................................................. 20

Figura 2.81 - Representação dos fenômenos eletro-cinéticos ..................................................... 21

Figura 3.1 - Ocorrência de solos lateríticos no território brasileiro ............................................ 23

Figura 3.2 - Horizontes de um solo tropical ................................................................................ 24

Figura 3.3 – Estrutura de uma camada de Caulinita .................................................................... 26

Figura 4.1 - Representação esquemática do comportamento de DNAPL ................................... 29

Figura 4.2 - Esquema do transporte de contaminantes em água subterrânea .............................. 30

Figura 4.3 - Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustível ...................................... 31

Figura 4.4 – Contaminações por hidrocarbonetos de petróleo. ................................................... 31

Figura 5.1 – Relação entre técnicas de tratamento, propriedades do solo e contaminantes em

função da temperatura ................................................................................................................. 34

Figura 5.2 - Processo de remediação térmica com tecnologia ET-DSP ...................................... 37

Figura 5.3 - Esquema de TCH com cobertor térmico ................................................................. 38

Figura 5.4 - Esquema de TCH com bastonetes verticais ............................................................. 38

Figura 5.3 - Diagrama da Remediação com Sistema de injeção de Vapor com MPE ................ 41

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xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Condutividade térmica em W/mK ............................................................................ 6

Tabela 2.2 – Calor específico de diferentes materiais ................................................................... 7

Tabela 2.3 – Faixas de valores de resistividade de certos tipos de solo ...................................... 17

Tabela 4.1 - Valores orientadores para solos e águas subterrâneas em São Paulo ...................... 28

Tabela 7.1 – Comparação de técnicas de remediação térmica (Elaboração própria). ................. 53

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xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANP - Agência Nacional Do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

COVC - Composto Orgânico Volátil Clorado

CTA – Capacidade de Troca Aniônica

CTC – Capacidade de Troca Catiônica

CVOC - Chlorinated Volatile Organic Compounds (composto orgânico volátil clorado)

DNAPL - Dense Non-Aqueous Phase Liquid (líquido de fase não aquosa densa)

EPA - United States Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental

dos Estados Unidos)

ERH - Electrical Resistance Heating (aquecimento por resistência elétrica)

ET-DSP - Electro-Thermal Dynamic Stripping Process (processo de decapagem

dinâmica eletro-térmica).

HTP- Hidrocarbonetos Totais de Petróleo

INEA - Instituto Estadual do Ambiente

ISTD - In Situ Thermal Desorption (dessorção térmica in situ)

MMA - Ministério do Meio Ambiente

NAPL - Non-Aqueous Phase Liquid (líquido de fase não aquosa)

NTC - Negative Temperature Coeficient (coeficiente de temperatura negativa)

LNAPL - Light Non-Aqueous Phase Liquids (líquido de fase não aquosa leve)

OLUC - Óleo lubrificante usado e contaminado

PCB - Bifenilo policlorado

PCZ – Ponto de Carga Zero

PTC - Positive Temperature Coeficient (coeficiente de temperatura positiva)

SASC – Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis

SVE - Soil Vapor Extraction (extração de vapor do solo)

SVOC – Semi Volatile Organic Compounds (composto orgânico semi volátil)

TCH - Thermal Conduction Heating (aquecimento por condução térmica)

VOC - Volatile Organic Compounds (composto orgânico volátil)

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xiii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1

1.1 MOTIVAÇÃO ................................................................................................................. 1

1.2 OBJETIVO ....................................................................................................................... 3

1.3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 3

2 PROPRIEDADES DOS SOLOS .......................................................................................... 4

2.1 PROPRIEDADES TÉRMICAS ....................................................................................... 4

2.1.1 CONDUTIVIDADE E RESISTIVIDADE TÉRMICA .......................................... 5

2.1.2 CAPACIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO ........................................... 6

2.1.3 DIFUSIVIDADE TÉRMICA .................................................................................. 7

2.1.4 MEDIÇÃO DA TEMPERATURA ......................................................................... 8

2.2 PROPRIEDADE HIDRÁULICAS ................................................................................ 10

2.2.1 CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA .................................................................... 10

2.2.2 CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA .................................................................. 13

2.3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS.................................................................................... 16

2.3.1 CONDUTIVIDADE E RESISTIVIDADE ELÉTRICA ....................................... 16

2.3.2 A MINERALOGIA DO SOLO E AS CARGAS ELÉTRICAS ............................ 18

2.3.3 DUPLA CAMADA DIFUSA ................................................................................ 19

2.3.4 FENÔMENOS ELETROCINÉTICOS ................................................................. 20

3 SOLOS TROPICAIS .......................................................................................................... 23

3.1.1 SOLOS LATERÍTICOS ........................................................................................ 25

4 CONTAMINAÇÃO POR HIDROCARBONETOS DE PETRÓLEO ............................... 27

5 REMEDIAÇÃO TERMAL ................................................................................................ 33

5.1 RESISTÊNCIA ELÉTRICA .......................................................................................... 35

5.2 CONDUÇÃO TÉRMICA .............................................................................................. 37

5.3 INJEÇÃO DE AR QUENTE, ÁGUA QUENTE OU VAPOR...................................... 40

5.4 TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO DE VAPORES .............................................................. 43

5.5 EFEITO DO TRATAMENTO TÉRMICO NAS PROPRIEDADES DO SOLO .......... 44

6 DISPOSITIVOS LEGAIS E NORMAS TÉCNICAS ........................................................ 48

7 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 56

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1

1 INTRODUÇÃO

1.1 MOTIVAÇÃO

Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2009), uma

contaminação é caracterizada pela presença de substâncias químicas no ar, água ou solo,

decorrentes de atividades exercidas pelo homem, em concentrações tais que restrinjam a

utilização desse recurso ambiental para uso atual ou futuro, por causar riscos à saúde humana,

ao meio ambiente ou a outro bem a proteger. E, a extensão de uma contaminação, seja ela em

água superficial, subterrânea, solo, sedimento ou ar é chamada de pluma.

Os contaminantes se propagam alterando as propriedades naturais de qualidade do meio.

O desenvolvimento desta contaminação para os diferentes meios pode se dar através da

percolação do solo para a água subterrânea, da absorção e adsorção dos contaminantes pelas

raízes de plantas, verduras e legumes, escoamento superficial, inalação de vapores, contato da

pele com o solo ou ingestão por seres humanos e animais (MMA, 2019).

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB, 2007) estabelece uma

metodologia de gerenciamento de áreas contaminadas composta por três etapas, conforme

ilustrado na Figura 1.1: Identificação; Reabilitação; e Cadastro de áreas contaminadas. Na

primeira fase é definida a região de interesse, são identificadas as áreas com potencial de

contaminação e realizada a avaliação preliminar e a investigação confirmatória. Já a etapa de

reabilitação envolve a investigação detalhada, avaliação de risco, plano de intervenção e

monitoramento. Por fim, a terceira etapa diz respeito à classificação das áreas em função das

informações obtidas e dos riscos existentes e ela ocorre paralelamente à segunda etapa.

Os objetivos deste plano de intervenção são: detalhar os limites das plumas de

contaminação, as concentrações dos contaminantes, e determinar a necessidade e formas de

intervenções a serem utilizadas visando a reabilitação da área. Essa intervenção é também

chamada de remediação e consiste na aplicação de tecnologias com o intuito de reduzir a

concentração dos poluentes a níveis aceitáveis conforme estabelecidos em normas vigentes.

Foi lançada em 2013, pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA, 2019), a 1ª edição do

cadastro de áreas contaminadas no Estado do Rio de Janeiro, que contava com a relação de 160

áreas. Em 2014, foi realizada uma revisão que contabilizou 270 áreas. Em 2015, houve uma

nova atualização do relatório que computou um total de 328 áreas. Destas, 192 áreas eram

referentes a postos de combustíveis.

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2

Figura 1.1 - Resumo das etapas do gerenciamento de áreas contaminadas (MORAES, et al., 2014).

A contaminação de solos e águas subterrâneas decorrente da atividade de revenda de

combustíveis ocorre principalmente devido a vazamentos nas bombas de abastecimento,

conexões, tanques de combustíveis, caixas de visita e tubulações. Em geral, esses vazamentos

são pequenos, mas tomam grandes proporções por permanecerem durante um longo tempo sem

identificação e tratamento.

O petróleo é uma mistura complexa de compostos orgânicos, sendo principalmente

hidrocarbonetos (compostos constituídos de átomos de carbono e hidrogênio) que podem se

associar a outros elementos, sendo os mais comuns o nitrogênio, enxofre e oxigênio. A

remediação de áreas contaminadas por hidrocarbonetos de petróleo é complicada por se tratar

de poluentes hidrofóbicos, ou seja, pouco solúveis em água, tendendo assim a ficar fortemente

retidos na matriz do solo (MARQUES e GUERRA, 2008). Dentre as técnicas de remediação

existentes, podemos citar: tratamento térmico, biorremediação, escavação e remoção de solo ou

resíduo, extração de vapores, bombeamento e tratamento de águas subterrâneas, atenuação

natural, entre outras. Este trabalho focará na técnica de remediação termal, sua eficácia e

impactos potenciais.

A remediação termal consiste na dessorção, ou seja, na retirada dos contaminantes

adsorvidos ou absorvidos pelo solo, através do aquecimento. Este tratamento pode ser realizado

tanto com a remoção do material para descontaminação (ex situ) quanto com a aplicação da

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3

tecnologia no local da contaminação (in situ). Além disso, este aquecimento pode ser realizado

através de injeção de vapor, injeção de ar quente, injeção de água quente, uso de resistência

elétrica, rádio frequência, entre outras tecnologias.

1.2 OBJETIVO

Propõe-se avaliar as técnicas de remediação térmica disponíveis no Brasil, bem como a

possibilidade de aplicação destas tecnologias no tratamento de sítios contaminados por

hidrocarbonetos de petróleo. Este trabalho se restringirá ao uso de técnicas de remediação

térmica in situ. Será analisada a eficácia da remediação, as propriedades do solo de maior

relevância para a aplicação da técnica, a legislação pertinente e a relação dos constituintes do

solo com a geração e distribuição da temperatura na região tratada.

1.3 METODOLOGIA

Para realizar este trabalho, foi feito um levantamento bibliográfico discorrendo sobre as

principais propriedades dos solos que estão relacionadas com o transporte de contaminantes. A

ênfase nos solos tropicais, foi realizada em virtude das suas características peculiares e da sua

expressiva presença no território brasileiro.

Foi analisada a maneira como se processa a contaminação de hidrocarbonetos de

petróleo na matriz do solo, além de verificar o estado da arte no Brasil no que diz respeito as

técnicas de remediação térmica ofertadas e suas aplicabilidades.

Em seguida, foram analisados os impactos da aplicação da técnica na estrutura e

propriedades de um solo e levantadas as legislações envolvidas na prevenção e tratamento de

resíduos gerados por postos de abastecimento de combustíveis. Além disso, foi desenvolvido

um quadro comparativo entre as técnicas mais aplicadas no Brasil.

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4

2 PROPRIEDADES DOS SOLOS

Para entender como funcionam os fluxos dentro da massa de solo, serão abordadas

algumas propriedades térmicas, hidráulicas e elétricas de interesse, conforme esquematizado na

Figura 2.1.

Figura 2.1 - Três tipos de fluxo dentro de uma massa de solo poroso. (MITCHELL e SOGA, 2005)

Na figura são representados os fluxos de água (lei de Darcy), de corrente elétrica (lei de

Ohm) e de calor (lei de Fourier). Os dois primeiros ocorrem apenas através dos poros do solo,

e o terceiro (calor, energia) pode ser transmitido através dos poros e das partículas sólidas. Além

destes, ocorre também o fluxo de espécies químicas através dos poros, como na contaminação.

Como o solo é um meio poroso e trifásico (sólidos, água e ar), as suas propriedades são

determinadas pelas propriedades de cada um dos constituintes, pelo arranjo e pela proporção de

cada constituinte no conjunto.

2.1 PROPRIEDADES TÉRMICAS

O estudo das propriedades térmicas do solo é utilizado para diversos fins, como para o

dimensionamento de estruturas de aterramento e de transmissão e distribuição de energia

elétrica subterrânea e também é importante na aplicação de sistemas de descontaminação com

técnicas termais.

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5

O teor de umidade, o grau de saturação, a concentração de sais e a temperatura são

alguns dos agentes que influenciam as propriedades térmicas dos solos (GARCIA, 2017). Neste

trabalho, serão abordadas as seguintes propriedades: condutividade térmica, difusividade

térmica, calor específico e resistividade térmica.

2.1.1 CONDUTIVIDADE E RESISTIVIDADE TÉRMICA

Materiais com alta condutividade térmica possuem maior capacidade de conduzir calor

do que materiais com baixa condutividade térmica. Em outras palavras, esta propriedade

corresponde à quantidade de calor que é transferida em uma unidade de tempo, pela área de

uma seção transversal unitária, devido a uma variação de temperatura imposta na direção do

fluxo (Eq. 2.1).

𝜆 =𝑞 × 𝑙

𝐴 × ∆𝑇

(2.1)

sendo:

λ – Condutividade térmica (W/mK ou cal/smºC)

q – Fluxo de calor (W ou J/s ou cal/s)

A – Área da seção transversal (m²)

ΔT – Variação de temperatura (K ou °C)

l – Distância percorrida (m).

Esta propriedade varia de acordo com o tipo de solo (mineralogia e granulometria),

massa específica e umidade (HUKSEFLUX, 2019). A porosidade do solo também influencia,

uma vez que solos com menor índice de vazios apresentam maior condutividade térmica. Este

fato é explicado pela maior condutividade térmica dos sólidos minerais (de 2,0 a 9,0 W/mK

dependendo do mineral) em relação à água e ao ar presentes nos poros. Estão apresentados na

Tabela 2.1 valores de condutividade térmica para diferentes tipos de solo. A partir dos valores

tabelados, verifica-se que a condutividade térmica é maior em solos saturados do que em solos

secos, pois a água é um melhor condutor do que o ar, uma vez que, segundo MITCHELL e

SOGA (2005), a condutividade térmica da água assume valores de 0,6 W/mK, enquanto o ar,

apresenta valores de 0,024 W/mK. Além disso, de acordo com DUARTE (2004), solos arenosos

permitem que o fluxo de calor seja transmitido de forma mais rápida, enquanto solos argilosos

têm alta capacidade de reter calor.

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6

Tabela 2.1 - Condutividade térmica em W/mK (HUKSEFLUX, 2019).

Material λ (W/mK)

Solos Granulares 0,15 – 4,0

Solo saturado 0,6 – 4,0

Areia seca 0,15 – 0,25

Areia úmida 0,25 – 2,0

Areia saturada 2,0 – 4,0

Argila seca a úmida 0,15 – 2,0

Argila saturada 0,6 – 2,5

Solo orgânico 0,15 – 2,0

A resistividade térmica é o inverso da condutividade térmica. Logo, ela representa a

dificuldade ou resistência na condução de calor por um material. Vale ressaltar que a

resistividade e/ou condutividade de um terreno não é uniforme e varia de acordo com as

características de cada camada do solo.

2.1.2 CAPACIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO

O calor específico corresponde à quantidade de calor necessário para elevar um grama

de determinada substância em um grau Celsius (Eq. 2.2). Quanto maior o calor específico,

maior a quantidade de energia necessária para aquecer o material. Além disso, quando o calor

específico do solo é multiplicado pela sua massa, obtém-se a capacidade térmica do solo (Eq.

2.3). Quanto maior a capacidade térmica de um solo, maior a sua capacidade de armazenar

energia (calor), ou seja, uma parcela menor da energia recebida é transformada em variação da

temperatura.

𝑐 =𝑄

𝑚 × ∆𝑇

(2.2)

𝐶 = 𝑐 × 𝑚 =𝑄

∆𝑇

(2.3)

Onde:

c – Calor específico (cal/g ºC)

Q – Calor (cal)

m – Massa (g)

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7

ΔT – Variação da temperatura (ºC)

C – Capacidade térmica (cal/ºC).

O calor específico depende da textura, estrutura e umidade do solo (TRINDADE,

BRIAN S., 2011). A Tabela 2.2 apresenta alguns valores de calor específico para diferentes

materiais. Observa-se que a água é o material de maior calor específico, e deve contribuir para

o valor resultante de calor específico do solo, ou seja, solos saturados devem apresentar maior

calor específico e capacidade térmica do que solos secos para a mesma composição.

Tabela 2.2 – Calor específico de diferentes materiais (Adaptado TRINDADE, BRIAN S., 2011).

Material c (cal/g ºC)

Solo minerais (seco) 0,18 – 0,20

Solos orgânicos (seco) 0,46

Água 1,00

Ar 0,24

2.1.3 DIFUSIVIDADE TÉRMICA

A difusividade térmica está relacionada com a facilidade de alteração da temperatura do

solo. Logo, ela corresponde à razão entre a condutividade térmica e a capacidade térmica por

unidade de volume (Eq. 2.4). A difusividade aumenta com a umidade até alcançar um valor

máximo e depois decresce, pois, a capacidade térmica volumétrica atinge valores maiores do

que a condutividade térmica com o aumento da umidade. (GARCIA, 2017)

𝐷 =𝜆

𝐶𝑣

(2.4)

Onde:

D – Difusividade térmica (m²/s)

𝜆 – Condutividade térmica (cal/smºC)

Cv – Capacidade térmica volumétrica (cal/m³ºC).

Materiais que apresentam baixos valores de difusividade térmica são capazes de reter a

energia por mais tempo. Além de ser afetada pela umidade, esta propriedade também varia com

a estrutura, textura e massa específica dos solos (COLABONE, 2002).

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2.1.4 MEDIÇÃO DA TEMPERATURA

Existem no mercado diversos equipamentos que permitem a medição e monitoramento

das propriedades térmicas dos solos, como os termopares, geotermômetros e termistores.

Os termopares são sensores muito utilizados devido ao seu baixo custo e simples

manuseio. Existem diversos tipos de termopares no mercado, com múltiplas combinações de

metais ou calibrações, de forma a medirem diferentes intervalos de temperatura e atenderem à

incerteza requerida. Alguns modelos medem faixas de temperaturas de -200º a 1250ºC (ÔMEGA

ENGINEERING INC, 2019). O sensor é constituído de dois metais distintos, unidos por suas

extremidades. Quando há uma diferença de temperatura entre as extremidades livres e as

extremidades unidas, é gerada uma tensão elétrica que pode ser medida na extremidade livre.

Alguns modelos são também incorporados a sondas, conforme ilustrado na Figura 2.2.

Figura 2.2 - Sonda de Termopar (ÔMEGA ENGINEERING INC, 2019).

Os termistores (ou permissores) são um tipo de resistor também muito utilizado para

medição de temperatura. Porém, este equipamento mede faixas de temperaturas menores

quando comparado aos termopares, pois apesar de ser possível encontrar equipamentos que

medem numa faixa de -50° a 300°C (UFPR, 2019), em geral, a sua faixa de operação é de 0º a

100ºC (ÔMEGA ENGINEERING INC, 2019). Existem dois tipos de termistores atualmente: o

PTC (Positive Temperature Coeficient) e o NTC (Negative Temperature Coeficient). O PTC

sofre um aumento de sua resistência elétrica com o aumento da temperatura, enquanto o NTC

reduz a sua resistência. Os termistores também podem ser incorporados a sondas, conforme

ilustrado na Figura 2.3.

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Figura 2.3 - Sonda de Termistor (ÔMEGA ENGINEERING INC, 2019).

Os geotermômetros são termômetros de solos compostos por um bulbo que deve ser

enterrado no solo a profundidades definidas e uma haste de vidro com uma escala termométrica

ou um visor digital, conforme ilustrado na Figura 2.4. Podem ainda ser instalados como um

sítio de geotermômetros com a utilização de aparelhos com diferentes profundidades. Estes

equipamentos medem temperaturas de -50 a 200º (SOILCONTROL, 2019) e são amplamente

utilizados para monitoramento do solo na agricultura pois a temperatura do solo influencia

diretamente no desenvolvimento de muitas espécies de plantas.

Figura 2.4 - Geotermômetro Tipo Espeto (SOILCONTROL, 2019).

Há ainda sensores produzidos especificamente para medição das propriedades térmicas

de solos, que fornecem, além da temperatura, a condutividade, resistividade, difusividade e

calor específico dos solos. Dessa forma, não é necessária a execução de cálculos para

determinação destes parâmetros. Entretanto, é importante compreender a forma como cada uma

destas propriedades varia e como ela influenciam no comportamento dos diferentes tipos de

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solos. Como um exemplo deste tipo de equipamento, podemos citar o sensor KD2-PRO, da

Decagon, ilustrado na Figura 2.5.

Figura 2.5 - Analisador de Propriedades Térmicas KD2 PRO (TABGIATNEJAD, et al, 2016)

Este tipo de equipamento aplica uma variação de temperatura em um ponto no solo e

mede a resposta em outro ponto. A partir do registro da temperatura aplicada e medida, distância

e tempo da resposta, as propriedades térmicas correspondentes são calculadas e apresentadas.

2.2 PROPRIEDADE HIDRÁULICAS

Para estudar os fenômenos de fluxo de água em solos é importante entender que a água

sempre fluirá do ponto de maior energia para o ponto de menor energia total e conhecer as

propriedades hidráulicas do solo onde este fluxo está sendo processado. A partir deste

pressuposto, a característica mais importante que deve ser analisada é a condutividade

hidráulica.

2.2.1 CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA

A Condutividade hidráulica corresponde à taxa na qual a água se movimenta através dos

vazios do solo ou rocha, podendo ser definida para a condição saturada ou não saturada. Esta

propriedade pode ser determinada tanto através de métodos de laboratório, quanto de campo.

A Equação 2.5 foi a primeira fórmula apresentada para quantificar o movimento da água

em solo saturado, e ficou conhecida como “Lei de Darcy”, uma referência ao seu autor, o

engenheiro Henry Darcy. Em 1907, Buckingham descreveu o fluxo de água em solos não

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saturados fazendo uma modificação na equação obtida por Darcy. A sua expressão matemática

é hoje conhecida como equação de Darcy-Buckingham. Anos depois, Richards combinou a

equação de Darcy-Buckingham com a equação da continuidade para estabelecer uma relação

mais geral que descrevesse o movimento da água em um meio poroso não saturado e sua

fórmula ficou conhecida como equação de Richards.

𝑄 = −𝑘(∆ℎ)

𝐿𝐴 = 𝑘 × 𝑖 × 𝐴

(2.5)

𝑣 = 𝑘 × 𝑖 (2.6)

sendo:

Q – Vazão (m³/s)

𝑘 – Coeficiente de permeabilidade ou condutividade hidráulica (m/s).

L – Espessura da camada de solo medida na direção do escoamento (m)

Δh – Diferença de potencial (m)

A – Área da amostra (m²)

i – gradiente hidráulico (m/m)

v – Velocidade aparente de percolação (m/s)

A Equação 2.6 foi obtida a partir da Equação 2.5, uma vez que a velocidade aparente de

percolação da água corresponde à vazão dividida pela área da seção transversal ao fluxo. A lei

de Darcy é válida para escoamentos laminares, porém o escoamento que ocorre dentro dos solos

é considerado laminar na maioria dos solos naturais (CAPUTO, 1988). Analisando a Equação

2.5, observamos que para a mesma geometria, gradiente hidráulico e condições do fluido, a

vazão é diretamente proporcional ao k.

A Lei de Darcy utiliza a velocidade aparente de percolação da água no solo, portanto é

importante apresentar também a velocidade real de percolação, que considera a área de vazios,

ao invés da área total da seção transversal. Quando o princípio da continuidade é aplicado a

estes dois conceitos, é possível concluir que a velocidade real de percolação é maior do que a

velocidade aparente, conforme esquematizado nas Eqs 2.7, 2.8, 2.9 e 2.10. Pois, a porosidade

do solo é menor do que 1, uma vez que representa a relação entre o volume de vazios e o volume

de total da amostra de solo.

𝑄 = 𝑣 × 𝐴 = 𝐴𝑓 × 𝑣𝑓 (2.7)

𝑣𝑓 =𝐴 × 𝐿

𝐴𝑓 × 𝐿× 𝑣 (2.8)

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𝑣𝑓 =𝑉𝑡

𝑉𝑣× 𝑣 (2.9)

𝑣𝑓 =𝑣

𝑛 (2.10)

sendo:

Q – Vazão (m³/s)

v – Velocidade aparente de percolação (m/s)

vf – Velocidade real de percolação (m/s)

A – Área da amostra (m²)

Af – Área dos vazios (m²)

L – Comprimento da amostra (m)

Vt – Volume da amostra (m³)

Vv – Volume dos vazios (m³)

n – porosidade

O coeficiente de permeabilidade é uma propriedade que pode variar muito de um local

para o outro devido à estrutura da matriz do solo e até dentro de um mesmo solo, em virtude de

fatores como a heterogeneidade e a estratificação do terreno. A condutividade hidráulica do

solo assume diferentes valores nas direções horizontal e vertical, sendo a condutividade

horizontal (kh) maior do que a condutividade vertical (kv), em todo depósito estratificado.

Ademais, quanto maior a temperatura, menor é a viscosidade da água e mais facilmente ela

escoa através dos vazios do solo. O que correspondente ao aumento do coeficiente de

permeabilidade, uma vez que k é inversamente proporcional à viscosidade da água (CAPUTO,

1988).

Quando é citada a estrutura da matriz do solo, é preciso mencionar ainda a organização

das partículas. Uma amostra com estrutura dispersa terá uma permeabilidade menor que outra

com estrutura floculada devido à combinação de forças de atração e repulsão (MARAGON,

2020). Na Figura 2.6 estão apresentados intervalos de variação da condutividade hidráulica para

diferentes tipos de solo.

Figura 2.6 - Intervalos de variação de k (A. Casagrande e R. E. Fadum.,1940, apud CAPUTO, 1988).

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Além disso, quando está sendo abordado um solo não saturado, é importante considerar

também o grau de saturação. Quando o solo está saturado, todos os vazios estão preenchidos e

conduzindo água, portanto a condutividade hidráulica é máxima. Entretanto, quando o solo está

em condição não saturada, alguns vazios ficam preenchidos com ar e k diminui (GONÇALVES

e LIBARDI, 2013). Solos granulares, de textura mais grossa, possuem condutividade hidráulica

saturada mais elevada do que a de solos finos.

Porém, em condição não saturada, há grande variação de umidade e os solos finos

podem apresentar valores superiores à de solos granulares para determinados níveis de sucção

(MIQUELETTO, 2008).

2.2.2 CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA

A maneira como o solo administra a presença da água no seu interior pode ser

representada pela curva de retenção da água, que consiste na relação entre a quantidade de água

presente no meio poroso e a energia necessária para remover essa água. Esta é uma propriedade

muito importante para compreensão dos processos que ocorrem dentro da matriz dos solos não

saturados. Porém, essas duas grandezas podem ser representadas de formas diferentes conforme

ilustrado na Figura 2.7, é possível utilizar tanto a umidade gravimétrica, quanto o grau de

saturação ou a umidade volumétrica para representar a quantidade de água no solo, por exemplo

(CARVALHO et al, 2015).

O teor de umidade gravimétrico corresponde à relação entre a massa de água e a massa

de sólidos e o teor de umidade volumétrico consiste na relação entre o volume da água e o

volume total da amostra, conforme Eq. 2.11 e 2.12. A umidade gravimétrica é medida

diretamente e a volumétrica é calculada. Já o grau de saturação é obtido pela razão entre o

volume da água e o volume de vazios, conforme Eq. 2.13.

𝑤 =𝑀𝑤

𝑀𝑠 (2.11)

𝜃 =𝑉𝑤

𝑉𝑡 (2.12)

𝑆 =𝑉𝑤

𝑉𝑣 (2.13)

sendo:

w – umidade gravimétrica

Mw – Massa de água (kg)

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Ms – Massa de sólidos (kg)

θ – umidade volumétrica

Vw – Volume de água (m³)

Vt – Volume total da amostra de solo (m³)

Vv – Volume de vazios (m³)

S – Grau de saturação

Figura 2.7 – Formas de representação da curva de retenção. a) Grau de saturação em escala linear e

sucção em escala logarítmica. b) Teor de umidade volumétrica. c) Grau de saturação e sucção em

escala linear (CARVALHO et al, 2015).

Na Figura 2.7.a, 2.7.b e 2.8 é possível observar claramente a formação de 3 trechos bem

definidos. No primeiro trecho, o material está inteiramente saturado. Este trecho se estende até

o valor de entrada de ar (Ψb) que é o valor da sucção máxima que os maiores poros conseguem

suportar sem que ocorra drenagem. No segundo trecho, o solo é drenado através do

desenvolvimento de fluxos de água em forma líquida (sucção residual – Ψres). No último trecho,

a água armazenada nos poros está em condição menos livre (grau de saturação residual, Sres).

Porém, há solos que apresentam curvas de retenção com formatos diferentes destas

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(CARVALHO et al, 2015). Segundo GERSCOVICH (2011), o formato da curva depende do

tipo de solo, da distribuição de tamanhos de vazios e, consequentemente, da sua distribuição

granulométrica.

Figura 2.8 – Parâmetros de uma curva de retenção. (CARVALHO et al, 2015).

Então, Carvalho et al (2015) fazem três afirmativas:

Quanto mais uniforme a distribuição granulométrica de uma areia, mais íngreme é a

curva, isto é, menor o intervalo de sucções necessárias para drenar a água dos poros;

Conforme é realizado um aumento de sucção, os poros maiores são os primeiros a serem

drenados.

Solos finos demandam maiores valores de sucção para serem drenados do que solos

mais granulares.

SANTOS et al (2015) explicam que os solos finos retêm maior porcentagem de água do

que os solos grossos devido ao fato de que possuem uma superfície de adsorção maior e

menores espaços porosos. A sucção é inversamente proporcional ao diâmetro do poro, então,

no caso de poros muito pequenos é preciso um valor maior de sucção para permitir a saída da

água e a entrada do ar.

Porém, CARVALHO et al (2015) ressaltam que a retenção de água não depende apenas

da estrutura do solo, mas também de sua mineralogia. Além disso, a curva será diferente se

obtida por secagem progressiva de um solo saturado (também chamada de curva de secagem)

ou por umedecimento de um solo seco. Essa diferença é chamada de histerese, e ocorre no

campo (Santos et al, 2015). O processo de secagem permite ainda a obtenção do chamado limite

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de contração, pois em alguns solos saturados, a perda de água é acompanhada de variação de

volume e essa variação também deve ser medida para obtenção da curva de retenção de água

(CARVALHO et al, 2015).

2.3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS

Os principais parâmetros elétricos dos solos que estão envolvidos no desenvolvimento

dos fluxos de energia são: gradiente elétrico, resistência, resistividade e condutividade elétrica.

2.3.1 CONDUTIVIDADE E RESISTIVIDADE ELÉTRICA

A condutividade elétrica corresponde à capacidade de um material conduzir corrente

elétrica e é equivalente ao inverso da resistividade elétrica, conforme enunciado na Equação

2.5. Já resistência elétrica é determinada como na Equação 2.6, também conhecida como Lei

de Ohm. E, o gradiente elétrico é calculado pela Equação 2.7

𝜎 =1

𝜌=

𝐿

𝑅𝐴

(2.5)

𝑅 =𝑉

𝑖

(2.6)

𝑖𝑒 =∆𝑉

𝐿

(2.7)

sendo:

σ – Condutividade elétrica (s/m)

ρ – Resistividade elétrica (Ωm)

R - Resistência elétrica (Ω)

A - Área da seção transversal (m²)

L – Comprimento (m)

i – Corrente elétrica (A)

ie – Gradiente elétrico (V/m)

V – Tensão elétrica (V)

Em seu estado natural, o solo é considerado um mau condutor de eletricidade e quando

está completamente seco, ele se comporta como um material isolante. Pois, enquanto os

materiais considerados condutores apresentam resistividade da ordem de 10-8Ω.m, encontram-

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se solos com 5 a 20.000Ω.m, conforme apresentado na Tabela 2.3 (FILHO, 2002). Quando é

aplicada uma corrente elétrica no solo, ela atravessa os poros, principalmente, pela água. A água

possui condutividade elétrica da ordem de 0,055×10-5 a 1Ω-1.m-1 quando deionizada e 0,01 a

0,2 Ω-1.m-1 quando proveniente de fontes de água doce. A água do mar pode apresentar valores

de condutividade de até 5.5 Ω-1.m-1 devido à presença de sal (FONDRIEST, 2020). Já o ar se

caracteriza como um isolante elétrico e conduz eletricidade apenas quando submetido a altas

diferenças de potencial.

Tabela 2.3 – Faixas de valores de resistividade de certos tipos de solo (FILHO, 2002).

Tipo de Solo Resistividade (Ω.m)

Lama 5 a 100

Humus 10 a 150

Limo 20 a 100

Argilas 80 a 330

Terra de jardim 140 a 480

Calcário fissurado 500 a 1.000

Calcário compactado 1.000 a 5.000

Granito 1.500 a 10.0000

Areia 3.000 a 8.000

Basalto 10.000 a 20.000

A condutividade elétrica no solo depende principalmente de três fatores: teor de

umidade, teor de sal e temperatura (BAPTISTA, 2005). O aumento de água no solo gera a

diminuição da sua resistividade elétrica e consequente aumento da condutividade. Na Figura

2.11 é apresentado um exemplo da relação entre a umidade e resistividade em um solo arenoso.

O aumento da quantidade de sais também gera a diminuição da resistividade, uma vez que a

condução se processa nos solos através de mecanismos eletrolíticos. Por outro lado, a variação

da temperatura precisa ser analisada com mais cuidado. Se esse aumento ocorrer ao ponto de

gerar diminuição da umidade, ocorrerá um aumento da resistividade. Entretanto, quando a

temperatura diminui para valores menores do que zero, também é observado uma diminuição

da condutividade elétrica, pois a estrutura cristalina do gelo confere alta resistividade ao meio

(FILHO, 2002).

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Figura 2.9 - Relação entre a resistividade e a umidade em um solo arenoso (FILHO, 2002).

É possível citar ainda o volume dos poros, as características dos minerais presentes nos

solos, a sua capacidade de retenção de água e a continuidade física do solo como fatores que

exercem alguma influência sobre sua capacidade de condução de corrente. Porém, prever o

comportamento do solo sob influência de tantos fatores, não é tão simples e é recomendada a

medição desta propriedade, em campo ou laboratório para melhor compreensão (FILHO, 2002).

2.3.2 A MINERALOGIA DO SOLO E AS CARGAS ELÉTRICAS

Os solos se formam através da decomposição das rochas que formam a crosta terrestre.

Esta decomposição ocorre através da atuação de agentes físicos e químicos, como a variação

da temperatura e a presença da água, da flora e da fauna. Estes agentes promovem ataques

químicos no solo, gerando reações de hidratação, hidrólise, oxidação lixiviação, troca de

cátions, carbonação, entre outras. Porém, para entender como as partículas do solo se formam

e reagem entre si, é importante conhecer quais são os minerais presentes na região de estudo.

Segundo PINTO (2006), os argilo-minerais, presentes em solos tropicais, apresentam

uma estrutura e comportamento complexos por existirem imperfeições em sua composição

mineralógica. É comum átomos de alumínio (Al3+) substituírem átomos de Silício (Si4+) em

partículas de argila com estrutura tetraédrica e átomos de alumínio serem substituídos por

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átomos de menor valência como o magnésio (Mg2+) em estruturas octaédricas, por exemplo.

Essas alterações são chamadas de substituições isomórficas, uma vez que não alteram o arranjo

dos átomos, mas as partículas ficam com uma carga negativa. Para compensar esta deficiência

de cargas positivas, outros cátions são adsorvidos nos espaços intermelares ou nas superfícies

das partículas. Porém, como as forças de interação eletrostática são ligações fracas, estes cátions

são facilmente substituíveis. Esse mecanismo é denominado “troca catiônica”, uma vez que

envolve íons positivos (BARBOSA, 1995).

As cargas presentes na superfície das partículas do solo podem ser chamadas de

permanentes ou variáveis. As cargas permanentes são decorrentes de trocas iônicas na estrutura

dos argilo-minerais, conforme já explicado. Na teoria, a carga permanente pode ser negativa ou

positiva, porém, em função dos tamanhos iônicos é comum o elemento de menor valência

substituir o de maior valência, causando um déficit de carga positiva na estrutura do mineral.

As cargas variáveis também podem ser chamadas de cargas dependentes e são cargas

influenciadas pelo pH do meio. Ou seja, elas ocorrem quando o mineral possui terminações OH

nas extremidades das partículas que podem se ligar aos íons hidrogênio disponíveis na solução

do solo.

Segundo BARBOSA (1995), a propriedade de troca iônica em solos é quase totalmente

devida aos componentes minerais da fração fina (silte e argila) e à matéria orgânica. Além dos

argilo-minerais, os óxidos e hidróxidos de Fe, Al e Ti, frequentemente encontrados em solos

tropicais, também apresentam carga de superfície e contribuem significativamente para a

atividade coloidal do solo. Dessa forma, há três conceitos que precisam ser definidos:

Capacidade de troca catiônica (CTC) – corresponde ao valor máximo de carga positiva

que o solo pode absorver (meg/100g ou cmolc/kg).

Capacidade de troca aniônica (CTA) – corresponde ao valor máximo de carga negativa

que o solo pode absorver (meg/100g ou cmolc/kg).

Ponto de Carga Zero (PCZ) – Valor do pH para o qual a carga total de cátions adsorvidos

é igual à carga total de ânions adsorvidos.

2.3.3 DUPLA CAMADA DIFUSA

A teoria da dupla camada difusa descreve um modelo de distribuição de íons na solução

do solo. Em um sistema água-argila, a partícula de argila está carregada negativamente em sua

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superfície, a água intersticial conta com a presença de cátions e ainda há água livre com carga

total neutra. Esta combinação de elementos gera a dupla camada difusa (SILVEIRA, 2009).

Figura 2.10 - Dupla camada difusa (Mitchell, 1976, apud NETO, 2020).

MITCHELL e SOGA (2005) comparam a relação entre os íons no sistema água-argila

às moléculas de ar na atmosfera, em que a tendência de fuga dos gases é combatida pela atração

gravitacional da Terra. A distribuição dos íons acontece de maneira que o potencial elétrico

máximo se desenvolve na superfície da partícula e diminui com distância conforme ilustrado

na Figura 2.10 (NETO, 2020). Além disso, o campo elétrico da dupla camada atua como uma

membrana semipermeável que viabiliza trocas com os íons presentes no meio (GARCIA, 2017).

2.3.4 FENÔMENOS ELETROCINÉTICOS

A aplicação de campo elétrico em um solo com estas características pode culminar na

geração de fenômenos eletro-cinéticos, como: eletro-osmose, eletroforese e eletro-migração,

conforme esquematizado na Figura 2.11.

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Figura 2.81 - Representação dos fenômenos eletro-cinéticos (Mitchell, 1993, apud SILVEIRA,

2009). a) Eletro-osmose. b) Eletroforese. c) Eletro-migração.

Ao ser gerado um campo elétrico no solo, os íons são atraídos pelo eletrodo de

polaridade oposta (Figura 2.11 c), no fenômeno de eletromigração. A eletrosmose se caracteriza

pela geração de um fluxo de água resultante em direção a um dos eletrodos (em geral o catodo)

devido à aplicação de um potencial elétrico (Figura 2.11 a). Esse fluxo decorre do arraste da

água de hidratação dos íons em movimento nos dois sentidos, com predominância do sentido

dos íons presentes em maior quantidade, que em geral são os cátions. A eletroforese (Figura

2.11 b) consiste na geração de um fluxo de partículas carregadas através da água em direção ao

eletrodo de polaridade oposta. Esse fenômeno ocorre, por exemplo, com bactérias, que têm

carga superficial negativa e se movem em direção ao catodo.

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A contribuição destes fenômenos para os fluxos elétricos que ocorrem dentro da massa

de solo varia de acordo com o tipo de solo, umidade, composição química do fluido, gradiente

de voltagem, entre outros fatores (SILVEIRA, 2009).

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3 SOLOS TROPICAIS

Os solos tropicais são assim chamados por serem encontrados principalmente na zona

localizada entre os trópicos. Estes solos possuem características particulares devido ao clima e

aos demais processos pedológicos desta região. Quando são mencionados os solos tropicais, é

importante citar os solos lateríticos e saprolíticos, típicos destas áreas. Segundo NOGAMI e

VILLIBOR (2009), 65% do território brasileiro é composto por solos lateríticos, conforme

ilustrado na Figura 3.1.

Figura 3.1 - Ocorrência de solos lateríticos no território brasileiro (NOGAMI e VILLIBOR, 2009).

Ao observar a seção vertical de um solo, verifica-se uma série de camadas

aproximadamente paralelas à superfície, mas com aspecto e constituição diferentes entre si.

Essas camadas são chamadas de horizontes e estão relacionadas aos processos de formação e

alteração do solo no local de deposição. Os solos são formados por quatro principais

componentes: partículas minerais, matéria orgânica, água e ar. A fase sólida é formada pelas

partículas minerais e pela matéria orgânica e normalmente a matéria orgânica se encontra em

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maior quantidade próxima à superfície. Entremeados aos materiais sólidos estão a água (fase

líquida) e o ar (fase gasosa), que ocupam o espaço poroso do meio (LEPSCH, 2010). A camada

superficial de um terreno é subdividida, em geral, em dois horizontes: A e B (MELLO, 2005).

MARAGON (2019) apresenta um perfil de solo tropical típico em corte, conforme ilustrado na

Figura 3.2, em que são apresentados 3 horizontes. Nos horizontes A e B são observados solos

lateríticos e no horizonte C, um solo saprolítico.

Figura 3.2 - Horizontes de um solo tropical (MARAGON, 2019)

Os solos saprolíticos são resultado da decomposição ou desagregação da rocha mãe e

mantêm a estrutura da rocha matriz. Ou seja, são solos residuais jovens que permanecem

praticamente no mesmo local da rocha mãe (MARAGON, 2019). Já os solos lateríticos são

formados através da intensa intemperização de solos residuais de zonas tropicais e úmidas. São

solos residuais maduros, típicos de regiões de clima quente e com regime de chuvas moderadas

a intensas que provocam a percolação de partículas finas e alguns cátions básicos, deixando no

solo partículas pesadas como o ferro e o alumínio, processo denominado como Laterização.

Estes elementos são responsáveis pela coloração avermelhada do solo e pela retenção de íons,

além disso, eles se ligam às partículas do solo dando origem às lateritas (ARAUJO e DANTAS,

2014).

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3.1.1 SOLOS LATERÍTICOS

Quanto mais úmido e quente for o clima, mais intensa é a Laterização do solo e maior a

profundidade do terreno que é submetida a estas alterações físicas e químicas, pois o aumento

da temperatura aumenta a velocidade das reações químicas. Porém, em regiões com escassez

de água, as rochas sofrem maior intemperismo físico do que químico e a profundidade destas

modificações é menor (MELLO, 2005). Por causa do intemperismo intenso e duradouro, a

maioria dos latossolos é muito pobre em nutrientes vegetais, porém os avanços tecnológicos na

pesquisa agrícola permitiram uma maior utilização destes solos na agricultura com o uso de

corretivos de acidez e fertilizantes (LEPSCH, 2010).

Os solos lateríticos apresentam-se, em geral, não saturados e com alto índice de vazios,

alcançam elevada capacidade de suporte quando compactados (PINTO, 2006) e grande parte

da sua granulometria possui diâmetro menor que 2 mm.

A presença de óxidos de ferro na constituição de um solo pode conferir maior

permeabilidade à água e maior resistência à erosão, quando comparado a outros solos de

mineralogia similar, mas com menores taxas desses minerais (GARCIA, 2017). Na época da

seca, os óxidos de ferro são cristalizados como hematita e em ambientes constantemente

úmidos, como goethita. Já o óxido de alumínio dá origem principalmente à gibbsita

(MARTINEZ, 2003).

A fração argila presente nos solos tropicais é formada principalmente de minerais

cauliníticos. A caulinita é um mineral argiloso silicatado e possui carga negativa permanente,

em adição à carga variável, mas ela é pequena e de pouca expressão. Sua estrutura é formada

por uma camada tetraédrica e uma octaédrica (estrutura de camada 1:1), conforme ilustrado na

Figura 3.3. Na verdade, a caulinita possui atividade coloidal reduzida, baixa plasticidade, baixa

capacidade de expansão e contração e alta resistência ao cisalhamento. Caulinita, goethita,

hematita e gibbsita são os principais minerais que apresentam característica de carga variável.

Porém, é a ocorrência de substâncias orgânicas que contribuem para intensificar a atividade

coloidal, pois possuem carga variável negativa devido à dissociação de hidroxilas e

desenvolvem baixos valores de pH.

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Figura 3.3 – Estrutura de uma camada de Caulinita. a). Atômica. b) Simbólica (PINTO, 2006).

Devido à sua formação e por influência da sua mineralogia, solos severamente

intemperizados e com carga variável apresentam algumas propriedades agronomicamente

desejáveis como: boa profundidade, estrutura estável, boa porosidade e alta permeabilidade.

Porém, eles também apresentam características inconvenientes, como: alta acidez e baixa

reserva de nutrientes, baixa capacidade de troca catiônica, alta capacidade de adsorção aniônica

(especialmente fosfato) e PCZ alto (FONTES et al, 2001).

Devido à sua característica peculiar, os solos tropicais não se enquadram no Sistema

Unificado de Classificação dos Solos e alguns autores já propuseram outras classificações

visando o melhor enquadramento destes solos, tomando como base a sua mineralogia, estrutura,

granulometria, grau de intemperismo, clima local, entre outros fatores. Como exemplo, pode-

se citar a metodologia MCT proposta por Nogami e Villibor, que visa analisar as propriedades

mecânicas e hídricas dos solos tropicais para utilização como bases de pavimentos rodoviários

(NOGAMI e VILLIBOR, 2009).

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4 CONTAMINAÇÃO POR HIDROCARBONETOS DE PETRÓLEO

A Agência Nacional Do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP, 2020) define o

petróleo como uma substância fóssil, oleosa e inflamável e de alto valor energético. Podemos

considerá-lo ainda como uma fonte de energia não renovável, utilizado como matéria prima na

indústria de combustíveis, dentre as suas diversas aplicações. O petróleo bruto é uma mistura

complexa de hidrocarbonetos, cujas frações leves formam os gases e as frações pesadas o óleo

cru. O que define os diversos tipos de petróleo existentes no mundo é exatamente a distribuição

destes percentuais de hidrocarbonetos. Após a seleção do tipo desejável de óleo cru, os mesmos

são refinados por meio de processos que permitem a obtenção dos subprodutos de interesse,

livres de impurezas e componentes indesejáveis. A separação das frações é baseada no ponto

de ebulição dos hidrocarbonetos (SANTOS et al, 2008).

Os líquidos presentes em contaminações podem ser miscíveis ou imiscíveis. Os líquidos

miscíveis contêm compostos inorgânicos como ácidos, base e sais, e compostos orgânicos

hidrofílicos como éteres, cetonas e os álcoois (VERHNJAK, 2015). Porém, a maior

problemática da contaminação com hidrocarbonetos totais de petróleo (HTP) está relacionado

aos hidrocarbonetos aromáticos e os alifáticos. Estes compostos são consideravelmente tóxicos

e podem estar presentes no subsolo como líquido de fase não aquosa, ou seja, líquidos

imiscíveis, do inglês, Non Aqueous Phase Liquids, NAPL (PICCIONI e GREGORCZYK,

2011). Um hidrocarboneto alifático é um composto que não apresenta anéis de benzeno em sua

estrutura, pois a sua cadeia carbônica é aberta. Podem ser alcanos, alcenos, alcinos ou

alcadienos. Já os hidrocarbonetos aromáticos possuem pelo menos um anel benzênico em sua

estrutura (SANTOS et al, 2008).

Além disso, os aromáticos possuem maior mobilidade em água, sua solubilidade é da

ordem de três a cinco vezes maior que a dos alifáticos e possuem maior facilidade de

volatilização, apresentando risco de contaminação por inalação. Os postos de abastecimento de

combustíveis são as principais fontes de contaminação de solo e águas subterrâneas pelos

compostos BTEX, forma como são conhecidas as substâncias aromáticas benzeno, tolueno,

etilbenzeno e xilenos (PICCIONI e GREGORCZYK, 2011). Esses elementos são conhecidos

pelo seu alto grau de toxidade e capacidade cancerígena, podendo afetar o sistema nervoso, a

medula óssea, provocar dores de cabeça, náusea, anemia e leucemia (MARQUES e GUERRA,

2008). Embora de baixa solubilidade, são os mais solúveis compostos orgânicos e, portanto, os

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primeiros a serem dissolvidos por infiltração (SCHMIDT, 2004). Os valores de referência

dessas substâncias em solos e águas subterrâneas estão apresentados na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 - Valores orientadores para solos e águas subterrâneas em São Paulo (CETESB, 2016).

HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS VOLÁTEIS

Substância CAS N°

Solo (mg kg-1 peso seco) Águas

Subterrâneas

(μg L-1)

Valor de

Referência

Qualidade

Valor de

Prevenção Valor de intervenção (VI)

(VRQ) (VP) Agrícola Residencial Industrial VI

Benzeno 71-43-2 - 0,002 0,02 0,08 0,2 5

Estireno 100-42-5 - 0,5 50 60 480 20

Etilbenzeno 100-41-4 - 0,03 0,2 0,6 1,4 300

Tolueno 108-88-3 - 0,9 5,6 14 80 700

Xileno 1330-20-7 - 0,03 12 3,2 19 500

Os NAPL são classificados como LNAPL (Light Non aqueous Phase Liquids) quando

possuem densidade menor do que a da água e DNAPL (Dense Nonaqueous Phase Liquids)

quando possuem densidade maior do que a da água. Uma vez inserido no subsolo, o produto do

petróleo passa a compor as quatro fases ilustradas na Figura 4.1: vapor, devido à volatilização

dos hidrocarbonetos retidos na zona não saturada; adsorvida, caracterizada pela retenção de

compostos na superfície dos grãos devido à ação de forças geradas por tensões interfaciais (fase

residual); dissolvida, em virtude da dissolução dos hidrocarbonetos em contato com a água

subterrânea; e separada, também chamada de fase livre (BORGES et al, 2006). Dessa forma, o

fluxo de contaminantes pode ser bifásico, composto por água e NAPL, ou trifásico, composto

por água, NAPL e ar, como ocorre na zona não saturada do solo.

Os NAPL se movimentam verticalmente através do solo a partir da fonte de

contaminação superficial em consequência da atuação de pressões. Quando a quantidade de

NAPL é diminuta, todo o contaminante pode ficar retido nos poros como fase residual. Nesse

caso, a contaminação atinge o aquífero por infiltração de água onde os contaminantes mais

solúveis são dissolvidos (SCHMIDT, 2004). Os DNAPL podem liberar compostos solúveis na

fase gasosa contida na zona não saturada e na água de infiltração que os transporta para a zona

saturada (HANSEN, 2013). Como são mais densos, penetram maiores profundidades do que os

LNAPL, eles ultrapassam a zona saturada e migram até encontrar uma camada de baixa

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permeabilidade, onde se depositam sob a forma de piscinas. Porém, eles ainda podem se infiltrar

na camada impermeável através de fissuras. São exemplos de DNAPL: hidrocarbonetos

poliaromáticos, organoclorados e pesticidas, entre outros (SCHMIDT, 2004).

Figura 4.1 - Representação esquemática do comportamento de DNAPL (BORGES et al, 2006).

Já os LNAPL migram por gravidade através da zona não saturada até a zona de

capilaridade, localizada acima do nível de água subterrânea. Na zona de capilaridade, o

movimento vertical do LNAPL é reduzido até atingir a saturação residual. Então, no topo da

zona de capilaridade, o composto cessa sua migração vertical e começa a migrar

horizontalmente na mesma direção do fluxo subterrâneo (HANSEN, 2013). Como o LNAPL

possui densidade menor do que a água, a sua presença não deveria ser registrada na zona

saturada do solo. Porém, há registros de LNAPL residual na zona saturada. Isso pode ocorrer

devido a variações do nível d’água. Ao rebaixar-se o nível d’água, o LNAPL desce junto com

a superfície do lençol, mas ao retornar o nível à posição anterior, parte do contaminante pode

ficar retida na superfície dos grãos, agora na zona saturada. Além disso, parte deles também

tem uma fração solúvel, mesmo que em baixa concentração. Os compostos BTEX são exemplos

de LNAPL (SCHMIDT, 2004).

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Segundo NANNI (2003), os principais processos de transporte de contaminantes em

águas subterrâneas são: a advecção, difusão e dispersão. A advecção é observada quando a

direção do fluxo é definida pela velocidade, logo, o soluto se movimenta junto com a superfície

freática. O transporte difusivo ocorre em função do gradiente de concentração do poluente, os

compostos de deslocam de uma área de maior concentração para outra com menor

concentração. Já a dispersão é o processo de diluição de contaminantes e varia de acordo com

diversos fatores, como: as características físicas do contaminante, a variação espacial dos

caminhos de fluxo, a heterogeneidade do aquífero e a velocidade do fluxo subterrâneo. Por isso,

as plumas tendem a desenvolver formas alongadas seguindo a direção de fluxo predominante

das águas subterrâneas, conforme esquematizado na Figura 4.2.

Figura 4.2 - Esquema do transporte de contaminantes em água subterrânea (TEIXEIRA E ABREU,

2018).

A CETESB (2020) levantou os principais locais onde se originam a contaminação com

combustíveis, bem como suas possíveis causas, conforme apresentado a seguir. A Figura 4.3

identifica os componentes do Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis

(SASC) abordados nos tópicos abaixo.

Infiltração no solo durante a operação de abastecimento ou descarga de produtos devido

à utilização de materiais inadequados na composição do piso da pista, como: blocos de

concreto, asfalto ou paralelepípedos. Bem como a ausência das canaletas ao redor do

estabelecimento, que são responsáveis por coletar eventuais resíduos do abastecimento

e lavagem de veículos e direcioná-los até uma caixa separadora de água e óleo.

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Figura 4.3 - Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustível (COGO, 2017).

Rupturas de conexões subterrâneas ou das tubulações metálicas que conectam os

tanques às unidades de abastecimento, devido a esforços mecânicos impostos pela

constante circulação de veículos. Esta problemática já tem sido reduzida com a

utilização de tubulações de PEAD (polietileno de alta densidade), um material flexível,

que possui maior resistência a impactos e esforços.

Extravasamentos em câmaras de calçada de acesso à boca de descargas sem

impermeabilização, ilustrado na Figura 4.4.a.

Figura 4.4 – Contaminações por hidrocarbonetos de petróleo.

a) Câmara de calçada de boca de descarregamento contaminada por óleo diesel. b) Unidade de

abastecimento com vazamento de produto (CETESB, 2020).

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Vazamentos nas conexões das bombas de combustíveis. Este problema é facilmente

identificável na presença de desgastes na pintura externa dos painéis do equipamento,

causado pela ação direta do produto; ou, na presença de produto impregnando no solo

ou areia existente na base das unidades de abastecimento, conforme ilustrado na Figura

4.4.b.

Reinstalação inadequada das válvulas extratoras dos tanques de combustíveis. A troca

destas válvulas pode ser realizada com certa frequência devido a entupimentos e a sua

instalação inadequada pode gerar vazamentos. Porém, este dispositivo vem sendo

substituído por válvulas de retenção, que ficam localizadas junto à base das unidades de

abastecimento.

Extravasamento nos respiros durante operações de descarga e vazamentos nas linhas

que conectam o tanque ao respiro ou nas tubulações que conectam o filtro de diesel à

unidade de abastecimento.

Trincas na estrutura das caixas separadoras de água e óleo ou extravasamento devido ao

acúmulo excessivo de resíduos.

Vazamentos em tanques devido à corrosão; danos causados por transporte ou instalação

inadequada dos tanques; má qualidade de compactação do solo nas cavas de instalação;

fixação, profundidade de instalação ou altura da área recoberta inadequadas. Quando

não é possível realizar a retirada de um tanque enterrado desativado, recomenda-se que

eles sejam preenchidos com material inerte, como areia. Os tanques atualmente são

fabricados com parede dupla (tanques jaquetados) de forma a reduzir o risco de

vazamentos e contaminações.

Infiltração de óleos lubrificantes a partir de tanques subterrâneos de alvenaria

construídos para armazenamento temporário.

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5 REMEDIAÇÃO TERMAL

As técnicas de remediação térmica utilizam processos associados a variação da

temperatura e, na maioria dos casos, busca-se o aquecimento da região contaminada, de maneira

a produzir efeitos sobre as espécies contaminantes e/ou sobre o meio (solo e água subterrânea).

O aquecimento pode se refletir em aumento da volatização, aumento da solubilização,

diminuição da viscosidade do fluido, facilitando o seu transporte e remoção ou, até mesmo,

para temperaturas mais elevadas, a destruição do contaminante. Algumas vantagens da

aplicação de técnicas in situ é que há economia com custos referentes à escavação e transporte,

uma vez que a tecnologia é aplicada diretamente no local degradado e há menor perigo

associado ao manuseio de solo contaminado, uma vez que a escavação do solo pode expor os

trabalhadores à inalação, ingestão ou contato cutâneo com os contaminantes (YEUNG, 2009).

O tratamento com tecnologias térmicas tem sido utilizado para tratar uma ampla

variedade de contaminantes, incluindo: compostos orgânicos voláteis clorados (CVOC -

Chlorinated Volatile Organic Compounds), compostos orgânicos semivoláteis (SVOC – Semi

Volatile Organic Compounds), hidrocarbonetos totais de petróleo, hidrocarbonetos aromáticos

policíclicos (HAP) incluindo creosoto e alcatrão de carvão, bifenilas policloradas (PCB) e

pesticidas. Em diferentes tipos de sítios, tais como: instalações industriais, tinturarias, terminais

a granel, ex-fábricas de gás manufaturado, edifícios comerciais e residenciais, entre outros

(EPA, 2014).

Porém, para executar o tratamento é necessário que não esteja sendo realizada nenhuma

outra atividade na área em questão. É preciso também se atentar ao fato de que os minerais e

matéria orgânica presentes no solo se decompõem e podem ser totalmente destruídos quando

submetidos a temperaturas muito elevadas, portanto a intenção de realizar um replantio na área

é algo que deve ser levado em consideração no momento de escolher a técnica de remediação.

Bem como o fato de que, para promover o aquecimento de uma região contaminada a altas

temperaturas, é necessária uma grande quantidade de energia, fornecida de maneira constante,

o que torna o empreendimento relativamente caro (VIDONISH et al, 2016).

A Figura 5.1 relaciona algumas técnicas de descontaminação, sua faixa de temperatura

e forma de atuação (melhorar a mobilidade dos contaminantes, separar contaminantes das

partículas dos solos, entre outros) com o tipo de substância responsável pela contaminação e as

temperaturas em que certos constituintes do solo podem ser afetados.

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Figura 5.1 – Relação entre técnicas de tratamento, propriedades do solo e contaminantes em

função da temperatura. a) Faixas de temperaturas associadas à aplicação de técnicas de

descontaminação para certos tipos de contaminantes. b) Temperaturas nas quais a biologia, química,

matéria orgânica e a mineralogia da argila são afetadas (O’BRIEN, et al, 2017).

Abaixo estão descritas algumas técnicas de remediação térmica de solos que têm sido

utilizadas no Brasil, suas formas de execução e quando a aplicação de cada uma delas é mais

indicada. Porém, ainda é possível que seja realizada a aplicação de duas ou mais técnicas

combinadas para realizar a remediação de uma área com geologia complexa, por exemplo. A

escolha correta do método de tratamento depende do cenário de contaminação (incluindo a

profundidade e extensão da pluma, o tipo de poluentes presentes, seus pontos de ebulição, entre

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outros fatores) e características específicas do local, como as propriedades do solo,

disponibilidade de água e sensibilidade ao calor (VIDONISH et al, 2016).

5.1 RESISTÊNCIA ELÉTRICA

O aquecimento por resistência elétrica (Electrical Resistance Heating, ERH) é realizado

através de eletrodos colocados diretamente na matriz do solo através de poços instalados por

toda a região contaminada, permitindo que a energia seja concentrada em uma região específica.

Os eletrodos podem ser construídos em grafite, aço ou outro material condutor (EPA, 2014). A

corrente elétrica é aplicada por meio destes elementos e flui dentro da massa de solo, de um

eletrodo para o outro, através da água, e gera calor devido ao efeito Joule. Além de promover

fenômenos eletrocinéticos. Isso faz com que o solo e os líquidos presentes nos poros tenham as

suas temperaturas elevadas. Este aquecimento causa a volatização de compostos contaminantes

e a evaporação da água, que são removidos através da aplicação de técnicas de extração de

vapores (Soil Vapor Extraction, SVE), cujo funcionamento será explicado posteriormente. Em

zonas vadosas ou com lençol freático baixo, pode-se injetar água nos poços para manter um

bom contato elétrico dos eletrodos com o solo e, algumas vezes, são adicionadas pequenas

concentrações de sal à água (BAPTISTA, 2005).

O ERH é limitado a temperaturas baixas (<100°C) e moderadas (~100ºC), pois se

restringe ao ponto de ebulição da água, uma vez que a evaporação da água limita o transporte

de energia no solo e limita o processo de aquecimento, consequentemente. É comprovadamente

eficaz para recuperação de locais com contaminantes voláteis, como VOC (Volatile Organic

Compounds), CVOC e NAPL (TERRATHERM, 2019). Pode ser utilizada em solos

heterogêneos e pouco permeáveis, como argilas e sedimentos de grão fino. Pois, o calor seca o

solo, causando fraturas que tornam o solo mais permeável e permitem o uso de SVE para

remover os contaminantes (FRTR, 2019).

Segundo REZENDE (2015) as técnicas eletro-cinéticas apresentam maiores taxas de

eficiência justamente em solos homogêneos e de baixa permeabilidade, como os solos argilosos

e solos de granulometria fina devido à presença de partículas eletricamente negativas e da dupla

camada difusa, que contribuem para a condutividade elétrica do solo e, consequentemente, para

a transmissão da corrente elétrica no meio. Por outro lado, o efeito Joule de geração de calor é

diretamente proporcional à resistência elétrica do meio e à intensidade de corrente aplicada.

Assim, como observado em REZENDE (2015), solos com menores valores de condutividade

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térmica e maiores valores de resistividade elétrica apresentam maior desenvolvimento da

temperatura para a mesma intensidade de corrente.

As taxas de aquecimento podem ser muito rápidas em locais com rochas fraturadas, em

que há menos água para aquecer e a porosidade das fraturas é menor do que a porosidade típica

do solo. Lembrando que a energia térmica é transmitida mais facilmente pelos sólidos minerais

do que pela água ou pelo ar dos poros. Entretanto, o aquecimento pode ter seu desempenho

prejudicado em locais com alto fluxo de águas subterrâneas, que atuam como um dissipador de

calor contínuo e dificultam o alcance dos objetivos da remediação (EPA, 2014).

A resistência total de um ERH é determinada a partir da resistência elétrica do solo e da

geometria do sistema de eletrodos. Para solos com resistência entre 10 e 100 Ω, as tensões

aplicadas variam de 100 a 1500 volts, atingindo potências na ordem de dezenas a centenas de

quilowatts. Em geral, a frequência fornecida é de 60 Hertz e para atingir frequências maiores

utilizam-se equipamentos de conversão. Dependendo das propriedades do solo, pode-se operar

em áreas de até 35 m de diâmetro (BAPTISTA, 2005). As técnicas de aquecimento por

resistência elétrica são amplamente executadas devido à sua eficiência, uma vez que apresentam

taxas de descontaminações superiores a 95% em períodos de seis a oito meses de tratamento.

Além disso, outro fator que favorece a sua aplicação é o fato do aquecimento se dar através das

propriedades elétricas do próprio solo. Dessa maneira, não é necessária a aplicação de

temperaturas maiores do que a temperatura alvo nas áreas próximas às fontes do aquecimento,

como ocorre nas técnicas de Remediação Termal por condução térmica, por exemplo

(RECONDITEC SISTEMAS, 2019).

Esta tecnologia já é ofertada no Brasil pela Servmar do Grupo Oceanpac (SERVMAR,

2020) que atua em parceria com a TRSDOXOR, uma companhia que oferece equipamentos

para empresas de consultoria em remediação ambiental. E também pela Reconditec Sistemas,

que atua em parceria com a McMillan-McGee Corp. (Mc²), uma empresa Canadense que possui

a patente da tecnologia ET-DSP™ (Electro-Thermal Dynamic Stripping Process). A ET-

DSP™ é considerada uma evolução do ERH convencional por possuir consumo energético e

aquecimento otimizados (RECONDITEC SISTEMAS, 2019) e seu processo de funcionamento

encontra-se esquematizado na Figura 5.2.

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Figura 5.2 - Processo de remediação térmica com tecnologia ET-DSP (TERRATHERM, 2019).

5.2 CONDUÇÃO TÉRMICA

O aquecimento por condução térmica (TCH - Thermal Conduction Heating) também é

chamado de dessorção térmica in situ (ISTD - In Situ Thermal Desorption) e é realizado através

de cobertores ou bastonetes térmicos. Quando a corrente elétrica é aplicada ao elemento

aquecedor, o calor é gerado e transferido ao ambiente, solo ou rochas, por condução através da

superfície do material aquecido. À medida que a região contaminada esquenta, os

contaminantes são destruídos ou volatizados. Os bastonetes são utilizados quando a

contaminação se estende por maiores profundidades de solo e os cobertores quando a

contaminação é mais superficial. Assim como no ERH, também é comum a utilização de

sistemas de SVE para extração e tratamento do vapor e contaminantes voláteis. Os dois tipos

de sistemas de aquecimento por condução térmica estão representados na Figura 5.3 e 5.4.

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Figura 5.3 - Esquema de TCH com cobertor térmico (TERRATHERM, 2020).

Figura 5.4 - Esquema de TCH com bastonetes verticais (TERRATHERM, 2020).

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A dessorção térmica é aplicável para o tratamento de uma grande variedade de

compostos orgânicos voláteis (VOC), compostos orgânicos semivoláteis (SVOC – Semi

Volatile Organic Compounds) e compostos clorados de alto ponto de ebulição, como PCB,

dioxinas e furanos. Pode ser utilizado para remediação de resíduos de refinaria, alcatrão de

carvão, resíduos de tratamento de madeira, solos contaminados com creosoto, hidrocarbonetos,

mistura de resíduos (radioativos e perigosos), resíduos de processamento de borracha sintética

de tinta, pesticidas e resíduos de usinas a gás. Porém, a tecnologia não é eficaz e não se destina

ao tratamento de contaminações com metais ou para o tratamento de corrosivos orgânicos e

oxidantes e redutores reativos (NFESC, 1998).

O cobertor térmico trabalha como um grande cobertor elétrico com hastes de

aquecimento (“heater rods”) que transferem o calor ao solo abaixo do cobertor por radiação e

condução térmica. Mais de um cobertor podem ser colocados lado a lado para aumentar a área

total a ser tratada. Então, os contaminantes são vaporizados e extraídos por um sistema de

vácuo. Os bastonetes térmicos trabalham da mesma forma que os cobertores térmicos, exceto

que os elementos de aquecimento são colocados em poços verticais perfurados em um perfil

regular. Os poços de aquecimento operam a temperaturas de até 800°C e o espaçamento típico

dos poços é de 2 a 3 metros (PORTES, 2002).

O TCH pode ser aplicado em níveis baixos de temperatura (<100ºC), moderados

(~100ºC) e mais elevados (>100ºC), acima ou abaixo do lençol freático e em praticamente

qualquer profundidade. Das técnicas que foram estudadas neste trabalho, o TCH é a que alcança

maiores temperaturas. As temperaturas de 100°C são utilizadas para remediação de

contaminantes voláteis e temperaturas entre 150°C e 325°C para contaminantes semivoláteis.

Onde houver um fluxo significativo de água subterrânea, podem ser necessárias medidas

adicionais, como gerenciamento de água subterrânea ou uma barreira hidráulica

(TERRATHERM, 2020), pois o fluxo de águas subterrâneas pode atuar como um dissipador de

calor. Além disso, pode ser utilizado em solos heterogêneos e com baixa permeabilidade.

Quando comparado aos processos de injeção, o aquecimento por condução é mais

uniforme em sua varredura vertical e horizontal, aquecendo uniformemente o solo. A maioria

dos contaminantes é destruída antes de chegar à superfície e aqueles que não são destruídos,

são extraídos com o vapor. A destruição ocorre devido a processos de evaporação na corrente

de ar, destilação, ebulição, oxidação ou pirólise. A possibilidade de aplicação de altas

temperaturas por longos períodos de tempo permite o uso da tecnologia para remediação de

contaminantes com altos pontos de ebulição a taxas de quase 100% de eficiência (VINEGAR

e STEGEMEIER, 2001).

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40

O custo da remediação por condução térmica varia de acordo com o tipo de

contaminante, a extensão e profundidade da contaminação e o custo da eletricidade. A

quantidade de energia necessária para aquecer o solo é determinada pelo tipo de solo e seu teor

de umidade. Termopares podem ser utilizados para controlar a entrada de energia e monitorar

o desempenho dos elementos aquecedores (VINEGAR e STEGEMEIER, 2001).

No Brasil, a Geoambiente oferece o serviço de dessorção térmica (GEOAMBIENTE,

2020). Porém, ao invés de eletricidade, o sistema utiliza gás natural, propano ou butano para

aquecer o subsolo em processo que leva de 45 a 180 dias de tratamento. O sistema é formado

por um controlador de chama interligado por controladores lógicos programáveis que são

conectados a instrumentos termopares. Os sensores de temperatura são inseridos no solo ao

redor da área de influência térmica dos tubos de aquecimento em aço carbono (bastonetes). A

queima ocorre na câmara de combustão e a energia gerada é transmitida ao solo através dos

bastonetes por condução térmica. Também são inseridos no solo poços para a extração dos

vapores produzidos durante o processo de aquecimento.

5.3 INJEÇÃO DE AR QUENTE, ÁGUA QUENTE OU VAPOR

A injeção de ar quente ou vapor é muito eficiente na remediação de solos contaminados

com VOC e SVOC, como hidrocarbonetos de petróleo e NAPL, a partir de meios saturados ou

não saturados (MONTEZUMA, 2010). Já a injeção de água quente é mais utilizada na

recuperação de áreas contaminadas com óleo de baixa volatilidade e baixa solubilidade

(BAPTISTA, 2005). A injeção é realizada abaixo da zona contaminada, aquece o meio a

temperaturas baixas (100°C) e moderadas (~100ºC) e aumenta a mobilização de contaminantes

na matriz do solo (FRTR, 2019). Estas técnicas são comumente combinadas com métodos de

SVE ou ainda com a extração multifásica (MPE – Multi Phase Extraction) conforme ilustrado

na Figura 5.5 e cujo funcionamento será abordado no próximo tópico. Em suma, o método se

resume na injeção de calor no solo para volatilizar e mobilizar os contaminantes, que são

extraídos em seguida.

A injeção de ar quente pode ser utilizada tanto em solos superficiais quanto em

contaminações profundas, através de aplicações de alta pressão em poços ou fraturas do

solo/rocha. A aplicação da técnica resulta em temperaturas de 77 a 82°C na massa de solo,

temperaturas mais baixas do que quando é aplicada a injeção de vapor. Além disso, ela não

apresenta mecanismo de condensação. Os contaminantes volatilizados são direcionados para o

sistema de extração (SVE) pelo fluxo advectivo que é gerado dentro do solo. Até a fração que

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não está em contato direto com o fluxo de ar quente é volatilizada devido ao aumento de

temperatura e migra por difusão para os poros sob fluxo advectivo, apesar deste mecanismo ser

mais lento do que o primeiro. A técnica se torna mais eficiente à medida que o solo seca durante

a passagem do ar quente, porque aumenta a permeabilidade ao ar no solo (BARBOSA, 2012).

Figura 5.3 - Diagrama da Remediação com Sistema de injeção de Vapor com MPE (JUNIOR, 2006).

Já o vapor é aplicado em poços dentro e ao redor da área em tratamento e a zona de

vapor cresce em torno de cada poço de injeção. Conforme mais vapor é injetado, a zona de

vapor se expande e se move, distanciando-se do ponto de injeção. Os contaminantes presentes

na zona de vapor volatizam e condensam, gerando uma acumulação de contaminantes em fase

(MONTEZUMA, 2010). A fase dissolvida pode migrar verticalmente devido às forças da

gravidade em direção à água subterrânea, de onde pode ser captada através de poços de

bombeamento. Já o fluxo de vapores é direcionado para os poços de extração do sistema SVE

(BARBOSA, 2012). A injeção de vapor possui capacidade de aquecimento aproximadamente

quatro vezes maior do que a de ar quente e é mais aplicável em locais onde a condutividade

hidráulica alcança valores maiores do que 10-4 cm/s, pois permitem uma maior eficiência na

injeção (EPA, 2014). Em solos com baixa permeabilidade, o vapor encontra dificuldade para

penetrar nos vazios e ocorre elevada perda de calor, em alguns casos não é possível aquecer

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completamente a área. Além disso, a evaporação dos contaminantes pode ocorrer a taxas

diminutas, devido à existência de pressões capilares elevadas (BAPTISTA, 2005). Portanto, a

injeção de vapor se mostra mais eficaz em solos arenosos do que em solos argilosos (YEUNG,

2009), tendo apresentado taxas de descontaminação de 20 a 80% em sítios argilosos e 98% em

sítios arenosos (VIDONISH et al, 2016).

O fator que mais influencia o custo no sistema de injeção de vapor é o número de poços

necessários por unidade de área, que está relacionado à profundidade da contaminação, à

permeabilidade do solo e à geologia do local. Contaminações superficiais requerem pressões

operacionais mais baixas para evitar fraturas do solo e menor distância entre os poços.

Contaminações mais profundas requerem pressões operacionais mais altas e maior

espaçamento entre os poços; portanto, dependendo da geologia do local, menos poços podem

ser usados, o que reduzirá os custos de capital (FRTR, 2020). Os parâmetros operacionais

importantes para os equipamentos de injeção incluem justamente o controle da pressão de

vapor, a qualidade do vapor (nível de saturação) e a habilidade de injetá-lo continuamente.

Além disso, controladores elétricos são colocados para monitorar as temperaturas

subsuperficiais. Após a temperatura desejada na zona de tratamento ser atingida, a injeção passa

a ser realizada ciclicamente (BAPTISTA, 2005).

A água quente também é injetada através de poços de injeção e diminui a viscosidade

do contaminante na subsuperfície, aumentando a sua mobilidade. Sua eficácia é maior quando

a fase não aquosa está presente em quantidades maiores do que o residual de saturação, uma

vez que o seu principal mecanismo de recuperação é o deslocamento da fase não aquosa. Como

a água quente tende a subir quando injetada abaixo do lençol freático, ela é muito eficaz para

extração de contaminações com óleos de baixa densidade, que flutuam sobre a água. Porém, o

aquecimento da subsuperfície com água quente pode ajudar a flutuar óleos mais densos,

facilitando a sua recuperação (DAVIS, 1997).

A injeção de vapor, ar quente e água quente dependem do contato entre o fluído injetado

com o contaminante, para a transferência de calor e descontaminação da região. O ar quente é

utilizado para recuperação de compostos na fase de vapor, a água quente é aplicada para

contaminações na fase líquida e a injeção de vapor recupera contaminantes na fase líquida ou

de vapor (DAVIS, 1997).

A GB Eco Solutions (GBECOSOLUTIONS, 2020) oferece no Brasil o serviço de

remediação térmica através da injeção de vapor combinado com sistemas SVE para tratar áreas

contaminadas com compostos semivoláteis que possuem temperaturas de ebulição de até 160°C

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em zonas saturadas e não-saturadas do subsolo. Os contaminantes são extraídos e tratados com

filtros de carvão ativado ou incineradores catalíticos.

5.4 TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO DE VAPORES

O sistema SVE é utilizado para extrair vapores do solo, na chamada zona insaturada.

Para isso, é realizada a perfuração de um ou mais poços de extração no solo contaminado em

uma profundidade acima do lençol freático, que deve estar a mais de um metro abaixo da

superfície. Então, os equipamentos são conectados aos poços para criar um vácuo e aspirar os

vapores do solo até a superfície para tratamento, de maneira a evitar a emissão dos

contaminantes volatilizados para a atmosfera (EPA, 2012). Como o aquecimento também

acarreta um aumento da solubilização dos compostos contaminantes, pode ser necessário

combinar o sistema SVE com sistemas de extração de líquidos, o que deu origem a técnica

MPE.

A tecnologia de extração de vapor apresenta como vantagens a facilidade de instalação

dos equipamentos, a geração de perturbações mínimas no local de execução, curto período de

duração do tratamento variando de seis meses a dois anos e elevada eficácia para remoção de

contaminantes dissolvidos e de fase livre quando usada na configuração MPE, além de permitir

combinar o seu uso com outras técnicas de remediação. Porém a sua aplicação não é eficaz em

solos com baixa condutividade hidráulica, solos estratificados e com alto conteúdo húmico

(YEUNG, 2009). E o SVE não removerá metais, óleos pesados, PCB ou dioxinas segundo

observação em FRTR (2020).

O custo de um sistema SVE varia de um local para o outro, dependendo do tamanho da

área que será tratada, da natureza e extensão da contaminação e do cenário hidrogeológico do

terreno. Esses fatores afetam o número de poços, a capacidade requerida para os equipamentos,

o nível de vácuo necessário para extração dos vapores e o tempo requisitado para reduzir a

presença dos contaminantes aos níveis aceitáveis. A necessidade de tratamento de efluentes

gasosos aumenta significativamente o custo. A água também é frequentemente extraída durante

o processo e, em geral, também requer tratamento antes do descarte, aumentando os custos

envolvidos (FRTR, 2020). Para realizar o tratamento, os gases extraídos são canalizados para

um separador ar-água e bombeados através de um sistema de carvão ativado, que filtram o ar e

permitem a liberação de ar limpo para a atmosfera. Outros materiais de filtro, além do carvão

ativado, podem ser utilizados em um processo chamado "biofiltração" em que minúsculos

micróbios (bactérias) são adicionados para decompor os vapores em gases, como dióxido de

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carbono e vapor de água. Também é possível destruir os vapores, aquecendo-os a altas

temperaturas (EPA, 2012).

A MPE é utilizada quando há contaminação simultânea de solo e de água subterrânea,

pois permite remediar os VOC e ainda extrair combustíveis nas fases dissolvida e livre na água

subterrânea. Para isso é realizada a geração de vácuo nos poços de extração, o que gera um

gradiente de pressão em direção a estes pontos e promove a remoção conjunta de água e

vapores. Este processo acaba proporcionando o arraste e volatilização de compostos orgânicos

de baixa pressão de vapor, além da aeração passiva do meio, o que produz processos de

biodegradação dos compostos orgânicos (CAMPOS et al, 2013). Dessa forma, menos água

precisa ser aquecida para permitir que a formação atinja as temperaturas desejadas e há maior

controle hidráulico da mobilidade do NAPL (TERRATHERM, 2020). Pode ser aplicada na

zona saturada, ou não saturada, bem como na franja capilar e remove contaminantes em solos

com baixa permeabilidade (VERHNJAK, 2015).

Para realizar o tratamento destes fluídos extraídos, pode-se utilizar uma caixa

separadora de água e óleo, seguidos de filtros de carvão ativado em série para tratamento da

água recuperada. Os gases extraídos também passam por um sistema de filtro de carvão ativado

antes de serem liberados para atmosfera. A remoção de compostos orgânicos utilizando carvão

ativado é baseada na capacidade de adsorção do carvão ativado, no qual os compostos são

adsorvidos sobre a superfície interna e externa dos grãos de carvão, devido à sua grande área

superficial (CAMPOS et al, 2013).

5.5 EFEITO DO TRATAMENTO TÉRMICO NAS PROPRIEDADES DO SOLO

Como citado anteriormente, o aquecimento do solo a altas temperaturas gera degradação

em algumas propriedades do meio. Segundo O’BRIEN et al (2017), estas alterações dependem

das temperaturas utilizadas e do período de aplicação. Com base no seu trabalho, é possível

mencionar alterações nas seguintes propriedades do solo:

Matéria orgânica: o tratamento térmico resulta na degradação da matéria orgânica, uma

vez que as temperaturas necessárias à remediação excedem as temperaturas em que a

maioria dos seus componentes continua estável. O calor pode ocasionar a degradação

de alguns de seus constituintes através da sua volatização, carbonização ou até da sua

combustão. Porém, quando aquecido a temperatura igual ou inferior a 300°C, a matéria

orgânica não é grandemente reduzida. Foram encontradas reduções da ordem de 25% a

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estas temperaturas. No entanto, o aumento do tempo de aquecimento a temperaturas

acima de 300°C podem degradar mais de 50% do material presente no solo.

Textura e mineralogia: A estrutura dos argilominerais pode se tornar desidratada e

quebradiça sob aquecimento excessivo, causando a cimentação das suas partículas junto

aos hidróxidos de Fe e Al e resultando na formação de partículas de maior tamanho.

Cada mineral específico tem um limite de temperatura e os minerais cauliníticos

presentes nos solos tropicais geralmente começam a se deteriorar quando aquecidos

entre 420 e 500°C.

pH do solo: Em geral, quando a remediação térmica é aplicada a temperaturas abaixo

de 250° C, o pH do solo permanece inalterado, podendo diminuir ligeiramente devido a

reações de oxidação e à formação de carbonato de cálcio. No entanto, aquecimentos

acima de 250°C levam à combustão da matéria orgânica e consequente aumento do pH.

Assim, solos com maior abundância de matéria orgânica terão maiores mudanças no pH

após o tratamento termal. Por outro lado, em solos com alto teor de carbonato de cálcio

ou menores taxas de matéria orgânica, essa mudança é menos pronunciada.

Nutrientes, comunidades biológicas e vegetação: assim como a mudança de pH, os

nutrientes disponíveis no solo também são influenciados pela diminuição da matéria

orgânica decorrente do tratamento térmico. Geralmente, os nutrientes e microrganismos

diminuem com o aquecimento do solo.

Os nutrientes apresentam redução partir da temperatura de 350°C. A biomassa

microbiana do solo pode resistir a temperaturas de até 200°C e fungos e bactérias podem

sobreviver após aquecimentos de 300 a 400°C. Porém, apesar dos organismos do solo

serem destruídos imediatamente após o aquecimento, a sua recuperação pode ser rápida,

ocorrendo apenas alguns dias após aquecimentos a menos de 300°C e em cerca de 100

dias para aquecimentos acima de 300°C. O uso de temperaturas acima de 500°C, no

entanto, pode exigir a aplicação de técnicas de manejo para recuperação da atividade

microbiana do solo. Além disso, a composição da comunidade biológica do solo muda

após o aquecimento, onde exibe maior diversidade e favorece espécies tolerantes ao

calor.

No geral, a recuperação desses organismos e da capacidade de desenvolvimento de

vegetação dependem das condições do solo após o tratamento, como a presença de

matéria orgânica, nutrientes disponíveis, pH do solo e teor de água.

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Após analisar duas diferentes amostras de solo submetidas a um fluxo de calor acoplado,

sendo uma delas um solo argilo-arenoso, maduro e coluvionar e a outra um solo areno-argiloso

sedimentar, DUARTE (2004) não observou mudanças significativas em suas curvas

granulométricas até a temperatura de 200º. Porém, quando submetidos à temperatura de 300ºC,

as mudanças foram tão significativas que a amostra argilosa se tornou um solo com

classificação granulométrica areno-siltosa e o solo arenoso apresentou um aumento no seu

percentual de areia e uma diminuição no de argila, o que indica a ocorrência de cimentação dos

grãos de argila. Além disso, ambas as amostras apresentaram perda de plasticidade e perda de

parte da sua capacidade de troca catiônica, sendo significativa a diferença nas quantidades de

alumínio e no teor de ferro. Ocorreu precipitação de ferro no solo argiloso e eliminação da

gibsita no solo arenoso.

Conhecer os limites de degradação térmica dos constituintes do solo é muito importante

para escolher a remediação térmica menos prejudicial de forma que sejam obtidos os níveis de

limpeza desejados. Por isso, é importante analisar as propriedades térmicas dos solos

contaminados em conjunto com as temperaturas de tratamento para minimizar a ocorrência de

impactos ambientais não intencionais no local em tratamento. Apesar da aplicação de

tecnologias in situ, por si só, já auxiliar na preservação da estrutura do solo quando comparado

a técnicas ex situ (VIDONISH et al, 2010), vale ressaltar que as características de

compressibilidade e resistência ao cisalhamento presentes nos solos residuais tropicais têm seus

efeitos condicionados à não destruição da sua estrutura (MARTINEZ, 2003).

Pode-se citar como exemplo o fato de que, embora a injeção de vapor seja capaz de

recuperar óleos viscosos não voláteis, recomenda-se a injeção de água quente, porque, em geral,

é possível recuperar a mesma quantidade deste tipo de contaminante a uma temperatura mais

baixa. Além disso, os equipamentos necessários para injeção de água quente são relativamente

mais simples e baratos do que os equipamentos utilizados para geração e transporte de vapor, e

a operação com temperaturas mais altas envolve maiores riscos (DAVIS, 1997).

Dentre as técnicas estudadas, aquela que se apresentou com sendo mais agressiva ao

solo é a remediação por condução térmica, devido à manutenção de maiores temperaturas

durante o seu processo de operação. Já os tratamentos com injeção de ar quente e vapor são

considerados minimamente perturbadores, pois a sua faixa de temperatura de atuação causa

apenas a esterilização temporária de comunidades microbianas. Entretanto, VIDONISH et al

(2010) ressaltam que os dados sobre os impactos da temperatura na fertilidade do solo ainda

são muito variados e inconclusivos, pois enquanto há estudos que sugerem que solos tratados

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com condução térmica podem sustentar o crescimento das plantas, estes solos ainda são

normalmente recomendados apenas para uso como aterro.

Porém, em locais onde o replantio é desejado, pode ser realizado um tratamento

posterior à descontaminação do solo visando a recomposição de um ambiente mais propício à

germinação de plantas e vegetação. Sendo comum a adição de água logo após o término do

tratamento, de forma a saciar os solos quentes e acelerar o processo de resfriamento (EPA,

2014).

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6 DISPOSITIVOS LEGAIS E NORMAS TÉCNICAS

Não há atualmente uma lei ou norma no Brasil que trate especificamente sobre a

aplicação de técnicas termais na remediação de solos contaminados, porém existem

regulamentos que abordam sobre o gerenciamento de áreas contaminadas de uma forma geral,

bem como sobre a atividade de distribuição de combustíveis derivados do petróleo e também

há uma resolução que legisla sobre os produtos utilizados nas remediações.

Nesse sentido podemos citar as seguintes regulamentações:

Lei Federal 9.605/1998 – Também conhecida como Lei de Crimes Ambientais. Decreta

sanções penais e administrativas para condutas consideradas lesivas ao meio ambiente,

sejam eles contra a fauna, flora ou causadoras de poluição de qualquer natureza que

resultem em danos à saúde humana ou provoquem mortandade de animais ou destruição

da flora. Quando é mencionada a poluição, estão incluídos a poluição atmosférica,

poluição hídrica e lançamento de resíduos sólidos, líquidos, gasosos, detritos, óleos ou

substâncias oleosas (BRASIL, 1998).

Lei Federal nº 9.847/1999 – Dispõe sobre a fiscalização das atividades relacionadas às

indústrias de petróleo e biocombustíveis, bem como ao abastecimento de combustíveis

no Brasil. Seja a produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento,

processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem, distribuição,

revenda, comercialização, avaliação de conformidade e certificação do combustível ou

a construção e operação de instalações e equipamentos relacionadas a estas atividades.

A Lei estabelece infrações e suas respectivas penalizações (BRASIL, 1999).

Decreto nº 6.514/2008 – Define as multas e processos para apuração dos crimes

ambientais estabelecidos na Lei Federal 9.605, dentre outras providências (BRASIL,

2008).

Lei Federal nº 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos – Discorre sobre a

disposição correta de resíduos e rejeitos; define responsabilidades; classifica os resíduos

quanto a sua origem e periculosidade; e, instrui quanto a elaboração dos Planos de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010).

Projeto de lei nº 2.732/2011 – Estabelece diretrizes para a prevenção da contaminação

do solo e cria a contribuição de intervenção e o Fundo Nacional para descontaminação

de áreas órfãs contaminadas. Para isso, o projeto define os deveres do Poder Público e

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do responsável pelo imóvel em questão, bem como os procedimentos para

descontaminação de uma área com passivo ambiental.

Resolução CONAMA nº 273/2000 e 319/2002 – Estabelece licenças e instrumentos de

controle ambiental para operação, construção, instalação, ampliação ou modificação de

postos revendedores, postos de abastecimento, instalações de sistemas retalhistas e

postos flutuantes de combustíveis (CONAMA, 2000).

Resolução CONAMA nº 357/2005, 397/2008, 410/2009 e 430/2011 – Classifica os

corpos de água e estabelece parâmetros e diretrizes para o seu enquadramento. Define

instrumentos para avaliação da qualidade das águas e condições e padrões para

lançamentos de efluentes de qualquer fonte poluidora (CONAMA, 2005).

Resolução CONAMA n°382/2006 e 436/2011 – Determina limites máximos para

emissões de poluentes atmosféricos, condições de monitoramento das emissões e

responsabilidades do órgão ambiental licenciador (CONAMA, 2006).

Resolução CONAMA n° 396/2008 – Objetiva a classificação e enquadramento das

águas subterrâneas, de maneira a preservar a sua qualidade e respeitar as suas

particularidades quando comparadas às águas superficiais, uma vez que a sua

remediação é lenta e onerosa. Define parâmetros de monitoramento e valores máximos

permitidos para diversas substâncias (CONAMA, 2008).

Resolução CONAMA nº 420/2009 e 460/2013 – Define critérios e valores de referência

de substâncias químicas para manutenção da qualidade do solo, além de determinar

diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias

(CONAMA, 2009).

Resolução CONAMA n° 463/2014 – Trata a respeito do controle ambiental de

remediadores para recuperação de ambientes e ecossistemas contaminados, bem como

para o tratamento de efluentes e resíduos. Aborda questões relacionadas à autorização

para produção, importação, exportação, comercialização e utilização desses produtos ou

agentes de processo, seja ele de natureza física, química ou biológica (CONAMA,

2014).

Lei do Estado de SP nº 13.577/2009 e Decreto nº 59.263/2013 – Trata da proteção da

qualidade do solo e das águas subterrâneas contra contaminações, define

responsabilidades e orienta a respeito da identificação, classificação, cadastro,

desativação, reabilitação e reutilização destas áreas, de forma a tornar seguro os seus

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usos atual e futuro. Além de estabelecer infrações e penalidade para ações contrárias a

esta lei (SÃO PAULO, 2009).

Lei do Estado de SC nº 14.954/2009 – Discorre sobre a fiscalização e comercialização

de combustíveis adulterados ou em unidades de abastecimentos que forneçam volume

de combustível menor do que o indicado na bomba medidora. Trata inclusive a respeito

do monitoramento intersticial nos tanques de combustíveis para captura automática das

informações ambientais e do volume armazenado (SANTA CATARINA, 2009).

Decisão de Diretoria CETESB Nº 256/2016 – Aprova valores de referência para

substância encontrados no solos e águas subterrâneas (CETESB, 2016).

Decisão de Diretoria CETESB Nº 038/2017 – Aprova o “Procedimento para a Proteção

da Qualidade do Solo e das Águas Subterrâneas”, o “Procedimento para o

Gerenciamento de Áreas Contaminadas” e as “Diretrizes para Gerenciamento de Áreas

Contaminadas no Âmbito do Licenciamento Ambiental”. Fixa o “Preço para Solicitação

de Parecer Técnico sobre Plano de Intervenção para Reutilização de Áreas

Contaminadas” e define o destino dos recursos arrecadados com estes pareceres. Além

de definir responsabilidades quanto à atualização de documentos e procedimentos

relacionados ao gerenciamento de áreas contaminadas (CETESB, 2017).

NBR 15.495/2007 – Discorre sobre métodos para projeto e construção de poços de

monitoramento para obter dados da qualidade da água subterrânea. É dividida em duas

partes. A primeira contempla o projeto e a sua construção. Já a segunda parte contempla

os procedimentos de desenvolvimento dos poços para garantir a representatividade da

água subterrânea (ABNT, 2007).

NBR 15.515/2007 – Estabelece etapas, procedimentos e técnicas para identificação de

passivo ambiental em solo e água subterrânea. A norma é dividida em três partes, são

elas: investigação preliminar, confirmatória e detalhada. A avaliação preliminar visa

encontrar indícios de uma possível contaminação. Caso esses indícios sejam

encontrados, é realizada a investigação confirmatória, que busca a comprovação da

existência da contaminação. Por fim, a investigação detalhada caracteriza qualitativa e

quantitativamente a fonte de contaminação, o meio físico e a contaminação (ABNT,

2007).

NBR 14.605-2/2009 – Define parâmetros para projeto, além de uma metodologia de

dimensionamento de vazão e procedimentos para instalação e manutenção do sistema

de drenagem oleosa em postos revendedores de combustíveis. Sendo o sistema de

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51

drenagem oleosa composto por elementos como: separador de água e óleo, reservatório

de óleo, caixa de areia, entre outros (ABNT, 2009).

NBR 14.973/2010 – Estabelece os requisitos e procedimentos necessários para

desativação, remoção, destinação, transporte, recebimento, armazenamento, corte e

adaptação de tanque subterrâneo de armazenamento de combustíveis usado. Dentre as

etapas necessárias para estas operações, é possível citar: retirada de lastro de

combustível, desgaseificação e inertização (ABNT, 2010).

NBR 15.512/2014 – Classifica o diesel e define requisitos e procedimentos para o

armazenamento, transporte (rodoviário, ferroviário ou aquaviário), recebimento,

distribuição, revenda, controle da qualidade e limpeza de tanques de biodiesel e/ou óleo

diesel BX (ABNT, 2014).

NBR 16.764/2019 – Aborda princípios e requisitos relacionados à execução, instalação

e manuseio dos componentes do SASC, do óleo lubrificante usado e contaminado

(OLUC) e do ARLA 32. Percorre desde a elaboração dos projetos, os procedimentos

para execução de cada elemento até instruções para realização de ensaios de

estanqueidade, serviços de manutenção e controle de qualidade (ABNT, 2019).

NBR 13.784/2019 – Estabelece métodos e procedimentos necessários para detecção de

vazamentos no SASC, como: controle de estoque, instalação de poços de

monitoramento de águas subterrâneas, e de vapor, monitoramento intersticial de tanques

de parede dupla, ensaio de estanqueidade de tanques e tubulações, entre outros (ABNT,

2019).

NBR 13.786/2019 – Propõe uma seleção de equipamentos e sistemas para proteção

contra contaminações nas instalações subterrâneas de um posto de abastecimento de

combustíveis. Busca evitar: derrames, vazamentos, transbordamentos e corrosão do

SASC (ABNT, 2019).

Resolução ANP Nº 41/2013 – Constitui os requisitos necessários para exercício e

regulamentação da atividade de revenda varejista de combustíveis automotivos. São

abordados desde a documentação necessária para requerimento de autorização para

exercer a atividade, até instruções para aquisição de combustíveis, exibição de preços e

obrigações do revendedor varejista.

Pode-se citar ainda normas que regulamentam a fabricação e requisitos para os

componentes do SASC e demais equipamentos e instalações existentes em um posto de

serviços, como: NBR 15.005/2019 (válvula anti-transbordamento), NBR 14.722/2011

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52

(tubulação não metálica subterrânea – polietileno), NBR 16.867/2011 (tubo metálico flexível),

NBR 5.580/2015 (tubos de aço carbono), NBR 6.943/2016 (conexões de ferro fundido maleável

com rosca), NBR 15.015/2014 (válvulas de boia flutuante), NBR 15.118/2011 (câmaras de

contenção), NBR 15.138/2014 (disposto de descarga selada), NBR 15.139/2014 (válvula de

retenção para linhas de sucção), NBR 15473/2014 (filtro adicional para bomba medidora),

NBR16.713/2018 (Tanque subterrâneo em plástico reforçado com fibra de vidro), NBR

16.161/2019 (tanque metálico jaquetado subterrâneo), NBR 15.427/2006 (válvula de segurança

da mangueira), NBR 15.456/2006 (unidade abastecedora), NBR 15.474/2019 (bico automático

para unidade abastecedora), entre outras.

Existem também normas que regem a operação e execução de intervenções seguras em

postos de combustíveis, como a NBR 14.639/2014 que trata sobre a execução de instalações

elétricas e a NBR 15.594-1/2015 que estabelece procedimentos para a operação segura de

abastecimento de combustíveis e NBR 15428 que define regras para a manutenção das unidades

abastecedoras, entre outras. São normas que não estão diretamente relacionadas ao derrame de

resíduos, porém, é importante ressaltar que qualquer acidente em um ambiente que possua

armazenamento de combustíveis pode alcançar proporções muito maiores do que o esperado,

causando danos à vida e ao meio, portanto é de extrema importância que todos os requisitos e

normas vigentes sejam seguidos à risca.

Ademais, é importante observar que qualquer processo de remediação, sobretudo in situ,

requer uma licença de operação pelo órgão ambiental, que irá analisar os riscos e a pertinência

das técnicas propostas. Se houver algum risco para a população em torno, pode ser convocada

uma audiência pública antes de ser autorizado o serviço.

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53

7 CONCLUSÃO

Após conhecer as características dos solos tropicais, a aplicabilidade e a forma como se

processa a remediação dos hidrocarbonetos de petróleo em cada uma das técnicas ofertadas no

Brasil; é possível observar que o aquecimento por resistência elétrica pode ter maiores

vantagens quando comparado às demais técnicas analisadas devido à sua alta eficiência quando

aplicado em solos argilosos e solos de granulometria fina, característicos de regiões tropicais,

conforme abordado no capítulo 3. Além disso, as técnicas de injeção apresentam eficiência

reduzida em solos argilosos, devido à baixa permeabilidade. E as técnicas de condução térmica

podem ter maiores custos e impactos à estrutura e demais constituintes do solo devido à

necessidade de utilização de temperaturas mais altas do que a temperatura alvo nas áreas

próximas às fontes do aquecimento. A Tabela 7.1 foi elaborada visando uma melhor

comparação entre as técnicas estudadas.

Tabela 7.1 – Comparação de técnicas de remediação térmica (Elaboração própria).

TÉCNICA ERH TCH INJEÇÃO

Forma de atuação

Utiliza as

propriedades elétricas

do solo para aquecer,

mobilizar e remover

os contaminantes

Separa, destrói e remove

os contaminantes através

da condução térmica de

altas temperaturas.

Aumenta a

mobilidade dos

contaminantes e

remove-os.

Forma de

aplicação

Uso de eletrodos

construídos com

material condutor

inseridos na matriz do

solo.

Cobertores térmicos

(contaminações

superficiais) ou

bastonetes térmicos

(contaminações

profundas).

Injeção de ar

quente, água

quente ou vapor.

Contaminantes-

alvo VOC e SVOC.

VOC, SVOC, compostos

clorados de alto ponto de

ebulição, como PCB,

creosoto, dioxinas e

furanos.

VOC, SVOC e

óleos de baixa

volatilidade e

solubilidade.

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54

Não indicados

para

Regimes de alto fluxo

subterrâneo.

Metais, corrosivos

orgânicos e oxidantes e

redutores reativos.

Regimes de alto fluxo

subterrâneo.

Solos pouco

permeáveis.

Faixa de atuação

da temperatura Baixas e moderadas

Baixas, moderadas e

altas

Baixas e

moderadas

Solos

Pode ser utilizada em

solos heterogêneos,

finos, grossos e com

rocha fraturada.

Inclusive em solos

pouco permeáveis.

Pode ser utilizada em

solos heterogêneos,

finos, grossos e com

rocha fraturada. Inclusive

em solos pouco

permeáveis.

Mais indicados

para uso em solos

arenosos com alta

condutividade

hidráulica.

Taxas de

descontaminação 95% 99%

20 a 80% em

argilas; e 98% em

areias

Tempo de

tratamento 6 a 8 meses 45 dias a 6 meses 6 meses a 2 anos

Fatores que

influenciam no

custo

Energia, tipo,

extensão e

profundidade da

contaminação

Energia, tipo, extensão e

profundidade da

contaminação

Quantidade de

poços, tipo,

extensão e

profundidade da

contaminação

Conhecer a maneira como os fluxos hidráulicos, térmicos e elétricos se processam

dentro do solo também se revelou consideravelmente proveitoso, uma vez que são estas

propriedades que regem a maneira como as contaminações se movem no solo e na água

subterrânea, bem como regem o funcionamento e eficiência das técnicas de remediação. Como

exemplo, podemos citar a baixa eficiência da injeção em solos com condutividade hidráulica

menor do que 10-4 cm/s e a maior eficiência do aquecimento por resistência elétrica em solos

com menores valores de condutividade térmica e maiores valores de resistividade elétrica.

É importante destacar ainda que a escolha da técnica de remediação mais apropriada

para combater uma contaminação com resíduos de petróleo envolve outros fatores e etapas,

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55

como: a identificação e investigação da área contaminada, o estabelecimento de medidas de

controle e o mapeamento dos riscos envolvidos. Porém, todas as técnicas analisadas se

revelaram muito eficientes quando aplicadas corretamente, respeitando suas limitações e

indicações.

Além disso, vale ressaltar que apesar de não existirem normas e leis que tratem sobre

procedimentos específicos para cada técnica de remediação utilizada, foi verificada a existência

de uma série de regulamentações e normas técnicas que tratam a respeito da prevenção de

contaminações em postos de abastecimento, sejam ela relacionadas a especificações de

materiais, execução de serviços ou licenciamentos. Portanto, a ocorrência de tantos derrames e

passivos ambientais decorrentes desta atividade leva à reflexão se as legislações têm sido

efetivamente cumpridas pelos operadores de postos de combustíveis, prestadores de serviços e

órgãos responsáveis pela fiscalização.

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