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Renascimento

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Iremos observar o que é o renascimento e as suas caraterísticas.

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Pintura gótica

“La Pièta” de E. Quarion

• O Homem medieval era

profundamente religioso.

A vida terrena

representava para ele,

apenas, uma simples

passagem para a vida

eterna.

• “Somos cá em baixo

viajantes que suspiram

pela morte”

Santo Agostinho

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Durante a Idade Média, os Homens tinham pouca

confiança em si e a sua visão da vida e do mundo era

centrada em Deus – TEOCENTRISMO.

• Teocentrismo – do grego Theos = Deus + centro, Deus como centro do estudo e do pensamento do homem.

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Os Europeus tinham, no início do século XV, um conhecimento muito

reduzido do mundo. Os contactos directos com outros continentes

limitavam-se Á Ásia Menor e ao Norte de África.

• Mapa-mundo do início do século XV.

• Trata-se dum mapa feito a partir das informações do geógrafo grego do século II, Ptolomeu, e corresponde à imagem que tinham do mundo os homens da Idade Média.

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No imaginário europeu medieval acreditava-se na

existência de criaturas estranhas.

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Muitas lendas e mitos circulavam acerca do mar tenebroso, povoado

de monstros, perigos e fenómenos extraordinários que povoavam de

medo a imaginação dos europeus.

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O mundo conhecido pelos europeus nos princípios do século XV

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Entre os séculos XV e XVI, a expansão europeia pôs os povos em contacto

uns com os outros, permitindo a troca de produtos e o encontro de culturas.

Pormenor dum biombo Nambam onde os Japoneses registaram, com detalhe, a presença dos

Portugueses nos seus portos.

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À medida que as viagens marítimas europeias avançavam e se iam descobrindo a

navegabilidade do Oceano Atlântico, novas terras, novos povos, novas culturas, na

Europa, o homem ia-se descobrindo a si mesmo e a cultura , a ciência, a técnica e as

artes transformavam-se. Era o Renascimento.

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Entre os séculos XV e XVI, o Homem europeu

desenvolveu uma nova visão, não só das suas

capacidades, mas também do mundo que o rodeava.

O homem de Vitrúvio. Divina Proporção. As proporções ideais do corpo humano – Leonardo da Vinci

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Rafael, Retrato de Jovem

Ao mesmo tempo que o Homem

descobria um mundo novo, começava

também a descobrir-se a si próprio.

Durante séculos, tinha vivido

preocupado com as coisas divinas,

ignorando quase tudo sobre si próprio.

E todavia, na Antiguidade Clássica

(Grécia e Roma antigas), muitos

pensadores tinham já centrado os seus

estudos no conhecimento do Homem.

Esta ideia foi bem expressa pelo poeta

romano Terêncio (séc. II a.C.) na

seguinte frase: “Sou homem e,

portanto, nada do que é humano

me pode ser estranho”.

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Antonello da Messina, Retrato de um

homem, (séc. XV)

Foi este interesse pelo

conhecimento do ser humano que

ressurgiu na Europa a partir dos

finais da Idade Média. Sem deixar de

ser religioso, o intelectual do século

XV coloca o Homem no centro das

suas preocupações, passando a ter

uma visão antropocêntrica da

vida e do mundo.

Antropocêntrico (do grego

anthropos = homem + centro), quer

dizer o homem no centro, isto é, o

Homem como centro das

preocupações humanas.

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“Deus escolheu o homem (…) e, colocando-o no centro

do Mundo, disse-lhe: (…). És tu que, segundo os teus

desejos e o teu discernimento, podes escolher (…) .

Coloquei-te no centro do Mundo para que, daí, pudesses

facilmente observar as coisas. Não te criei nem do céu

nem da terra, nem mortal nem imortal. És tu que, pela

tua livre vontade, podes escolher o teu próprio modelo e

a forma de te realizares. Pela tua vontade, poderás

descer às formas mais degradadas da vida, que são

animais. Pela tua vontade, conseguirás alcançar as

formas mais elevadas, que são divinas.”

Pico della Mirandola, Sobre a Dignidade do Homem (1486)

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Uma das características mais importante do Renascimento é a

valorização do homem.

Os pensadores e homens de letras do

Renascimento retomaram o estudo dos

problemas humanos que já tinham

interessado os filósofos da Antiguidade

Clássica. Esse conhecimento do der humano

conduziu a uma das principais conquistas do

Renascimento: a dignificação da pessoa

humana.

Rafael, Pormenor de A Escola de

Atenas, pintura de (1504 – 1510)

Neste fresco Rafael representa

alguns dos mais notáveis filósofos e

homens de ciência da Grécia antiga

(ex: Sócrates, Platão e Aristóteles).

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Os intelectuais dos séculos XV e XVI, apaixonados pela cultura clássica, são chamados

humanistas. Profundos conhecedores das línguas clássicas – o latim e o grego – os

humanistas estudaram cuidadosamente os autores clássicos.

Todavia o humanismo renascentista

foi mais do que o ressurgir das letras

greco-latinas. Os humanistas tinham

um novo conceito da vida e do

mundo, uma nova atitude

intelectual, caracterizada pela

curiosidade e pelo espírito crítico.

Criticaram a sociedade do seu

tempo e demonstraram um especial

interesse pela valorização do

Homem e das suas capacidades.

Erasmo de Roterdão, pintura de Quinten Massys.

Escreveu “O Elogio da Loucura” onde criticou a

sociedade do seu tempo, incluindo a Igreja.

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Os humanistas, apesar de

admirarem os filósofos da

Antiguidade, discutiam e

criticavam com rigor as suas

afirmações. Também a

sociedade e os problemas

colectivos – a paz e a guerra, a

riqueza e a pobreza, a política e o

ensino – interessavam os

humanistas.

Nicolau Maquiavel, escritor e político do

Renascimento autor do livro “O Príncipe”

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A natureza foi também objecto de grande curiosidade, por parte dos humanistas.

No sé. XV, muitos dos conhecimentos sobre o Homem, a natureza e o universo

eram os mesmos que haviam sido formulados pelos sábios da Antiguidade

Clássica.

Planisfério de Baptista Aguesa (c. 1543), feito após a viagem de

circum navegação realizada por Fernão de Magalhães

Os

Descobrimentos

portugueses

provaram que

Ptolomeu estava

errado sobre a

ideia de um Índico

fechado, provaram

que havia mais

mundo do que

aquele que se via

nos mapas antigos,

provaram que a

terra era esférica.

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Os Descobrimentos portugueses vieram pôr em causa esse conhecimento

livresco, ao mesmo tempo que apontavam para um conhecimento feito

através da observação, da experiência e do espírito crítico.

No início do século XV os mapas

europeus apresentavam lacunas,

imprecisões e erros grosseiros.

Este mapa representa o percurso da

viagem de circum-navegação iniciada

por Fernão de Magalhães

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“… disseram que as partes da equacional eram

inabitáveis pela muito grande quentura do sol. De onde

parece que segundo sua tenção aquela tórrida zona por

esta causa se não podia navegar, pois que a fortaleza

do sol impedia não haver aí habitação de gente.

Ora tudo isto é falso (…)

E como quer que a experiência é madre das cousas,

por ela soubemos radicalmente a verdade.”

Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldo de situ Orbis, 1506

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As descobertas geográficas contribuíram para o alargamento do conhecimento da

flora, da fauna, de raças, de terras, de mares e astros. Desta forma ciências como a

Geografia, a Botânica, a Zoologia, a Matemática, a Medicina e a astronomia

desenvolveram-se baseadas na observação, na experiência e na razão.

Índio da tribo Yanomami (Brasil) Nobre português na Índia (séc. XV)

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A observação da natureza – naturalismo – permitiu a abertura de novos

caminhos da ciência e o nascimento de uma nova visão do mundo.

Milho. Este cereal cultivado na América

central desde o séc. XII a.C., foi trazido

para a Europa pelos colonizadores

espanhóis, no séc. XVI.

Gravura dos finais do séc. XVI,

representando alguns dos novos

produtos que os Portugueses

encontraram no Oriente: ananás,

manga e caju

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A partir do século XV defendeu-se a ideia de que todo o conhecimento tinha

que ser confirmado pela experiência e pela razão.

No dizer de Duarte Pacheco Pereira,

a experiência era a

“verdadeira mestra”

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A autoridade dos sábios greco-romanas e a admiração pela Antiguidade não

impediram o aparecimento de uma atitude crítica quanto ao saber herdado.

Todo o saber era agora sujeito a uma reflexão crítica.

Iluminura do século

XIV. Desenho do

corpo humano.

Desenho de

anatomia de

André Vesálio

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Para Leonardo da Vinci, artista, filósofo e inventor genial o saber devia

resultar da observação da Natureza e só se tornava verdadeiramente válido

depois de ser fundamentado racionalmente, recorrendo a critérios

matemáticas.

Estudos anatómicos de Leonardo da

Vinci

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“Os mestres estão empoleirados na sua cátedra como as galinhas e, com um notável ar de desprezo, dão informações sobre coisas que jamais tocaram com as suas próprias mãos, mas que se lembram de ter lido nos livros dos outros (…). Por consequência, todo o ensino é falso: perde-se o tempo com questões absurdas e é tudo tão confuso que o aluno aprende ali menos do que se seguisse o curso de um carniceiro.”

André Vesálio, Acerca da estrutura do corpo humano

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Estudo anatómico de André Vesálio

(1452-1519). Este flamengo foi um

dos primeiros anatomistas a dissecar

o corpo humano.

A obra de Vesálio, De Humani

Corporis Fabrica (1543), foi escrita

com base nas dissecações de

cadáveres que efectuou e serviu de

manual de anatomia durante muito

tempo.

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A ciência anatómica progrediu, apesar da oposição da mentalidade da época e

sobretudo da própria Igreja Católica

Leonardo Da Vinci, Embrião no

Útero, c. 1510

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Leonardo da Vinci demonstra nestes desenhos evidentes conhecimentos de

anatomia, só possíveis através da dissecação de cadáveres.

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(…)Parecem-me vãs e erróneas as

ciências que não nascem da

experiência, mãe de toda a

certeza, e que não desembocam

em noções experimentais (…).

Antes de mais começarei por fazer

certas experiências, porque quero

sobretudo começar pela

experiência. Em seguida

demonstrarei por que razão se

têm de comportar os corpos desta

ou daquela maneira. É este o

método que devemos respeitar na

investigação dos fenómenos

naturais.

Leonardo da Vinci, Tratado da Pintura,

1505

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Desenho de uma hélice

Processo para movimentar os barcos

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Do geocentrismo ao heliocentrismo

“ Depois de longas investigações, convenci-me, enfim, de que o sol é uma

estrela fixa, rodeada de planetas que giram à sua volta e dos quais ele é o

centro (…).” Nicolau Copérnico, De Revolutionibus Orbium Coelestium Libei, 1543

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No modelo geocêntrico a Terra

estava no centro do Universo e

os astros giravam em torno dela

em movimento circular, presos a

esferas transparentes de centro

na Terra. Estas esferas de

Ptolomeu, na Idade Média,

julgava-se serem feitas de

cristal. Existiam esferas ou céus

para a Lua, para Mercúrio, para

Vénus, para o Sol, para Marte,

para Júpiter e para Saturno. A

esfera mais excêntrica era a das

estrelas, chamada “Primum

Mobile” (a primeira que se move)

porque, impelida pelo amor

divino, era ela a origem do

movimento de todas as outras

esferas.

O modelo geocêntrico foi adoptado pela

religião cristã. Apoiado pela Igreja católica

durante toda a Idade Média, o modelo de

Ptolomeu (séc. II) impediu o progresso da

astronomia durante mais de mil anos.

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Só em 1543, o Sol voltou ao

centro do Universo. Nicolau

Copérnico, um clérigo polaco,

publicou uma nova hipótese

explicativa do movimento

aparente dos planetas: no

centro do Universo estava o

Sol, enquanto a terra passava

a ser o terceiro a contar do Sol

numa órbita circular.

Copérnico apresentou esta

teoria na sua obra De

Revolutionibus Orbium

Coelestium em 1543.

Anos mais tarde Galileu Lalilei

viria a ter graves problemas

com a Inquisição por te

adoptado este sistema

Heliocêntrico.

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Os humanistas italianos pesquisavam, nas bibliotecas dos inúmeros mosteiros

existentes, originais ou cópias de livros de autores antigos.

Entre os humanistas italianos destacam-se Pico della Mirandola e Maquiavel.

No Norte da Europa viveram dois dos principais humanistas do Renascimento: Erasmo

de Roterdão e Thomas More.

Principais focos de difusão do Renascimento e humanistas

A – Maquiavel; B – Copérnico; C – Petrarca; D – Erasmo de Roterdão; E – W.

Shakespeare; F – Thomas More; G – Miguel Cervantes; H – Luís de Camões; I

– Damião de Góis

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Os Humanistas exprimiam-se ,geralmente, em latim que era usado nos livros e

na correspondência. No entanto, muitos escritores utilizaram as línguas

nacionais, que se tornaram as línguas da criação literária.

Erasmo dedicou a sua vida

ao estudo. No Elogio da

Loucura apela a uma

profunda reforma moral,

religiosa e política da

sociedade

Thomas More, Inglaterra

(1478-1535

Na Utopia, defendeu a

tolerância religiosa e uma

sociedade ideal, sem

pobreza, nem injustiça

Maquiavel publicou o

primeiro tratado de

ciência política: O

Príncipe onde

aconselhava os

governantes a não

olharem a meios para

atingirem os seus fins.

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William Shakespeare,

Inglaterra (1564-1616).

Um dos maiores autores de

teatro de todos os tempos.

Nas suas peças analisa as

alegrias e as tristezas do

homem, os seus dramas, os

seus medos e os seus

desejos.

Luís de Camões,

Portugal (1524?-1580).

Nos Lusíadas relatou a

História de Portugal,

inspirado no estilo dos

autores clássicos.

Miguel de Cervantes,

Espanha (1547-1616).

Em o D. Quixote,

caricaturou os valores da

nobreza medieval; foi um

dos maiores representantes

da literatura renascentista

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Em Portugal, no século XVI,

houve um notável

desenvolvimento da criação

literária. Camões foi um dos

maiores poetas europeus.

Camões enaltece os valores

humanos e revela-se um

verdadeiro Homem do

Renascimento. Conhecedor da

cultura antiga. Por sua vez,

António Ferreira (1528-1569),

com a tragédia A Castro,

contribuiu para a renovação do

teatro de inspiração clássica

Luís de Camões.

Desenho do séc. XVI, considerado como o retrato

mais autêntico do poeta.

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.

A activa produção literária do

Renascimento, não teria sido

possível sem a valiosa contribuição

da imprensa, inventada em meados

do séc XV por Gutenberg, na

Alemanha.

Em meados do séc. XV havia, na

Europa, uma dezena de milhar de

livros manuscritos. Cinquenta anos

após a invenção da escrita passou a

haver 10 milhões de livros impressos

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Os artistas do renascimento, tal como os humanistas, tinham uma verdadeira

paixão pela Antiguidade greco-romana – classicismo.

Sandro Botticelli, O Nascimento de Vénus

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Os arquitectos puseram de parte a arquitectura medieval (à qual chamavam

gótica, isto é bárbara) e inspiraram-se nas formas da arquitectura clássica,

caracterizada pela ordem e harmonia das proporções.

Donato Bramante (1502), S. Pietro in

Montorio, Roma

Catedral de Santa Maria das Flores

(Florença século XV). Em primeiro plano a

grandiosa cúpula, obra de Brunelleschi

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Os artistas do Renascimento inspiraram-se na arte greco-romanas: era

o classicismo. Isto levou-os a estudar as obras de arquitectos da

Antiguidade.

Parténon de Atenas (séc. V a. C.) Panteão romano (séc. II)

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Basílica de S. Pedro (Roma, séc. XVI). Concebida por Bramante e revista por

Miguel Ângelo, caracteriza já a fase final da arte renascentista e contém

acrescentos posteriores. A cúpula foi concluída por Giacomo della Porta.

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Usaram nas suas construções

elementos da arte clássica

como colunas, arcos de volta

perfeita, frontões triangulares,

abóbadas de berço e cúpulas.

Mas aplicaram também novas

formas artísticas como fachadas

com pilastras, cornijas e

balaustradas.

Características importantes da

arquitectura renascentista são

também a simetria e o

predomínio da horizontalidade.

Igreja do Redentor (Veneza, séc XVI), obra de Andrea Palladio.

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Villa Capra, de Andrea Palladio (1566-1585, Vicenza, Itália)

A decoração passou a limitar-se a zonas do edifício que lhe eram reservadas.

Predominavam os elementos naturalistas (conchas, florões, grinaldas), medalhões

em baixo-relevo, estátuas de personagens da mitologia grega e romana, etc.

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Palácio Farnese, de Miguel Ângelo e António de Sangallo (séc. XVI), Roma.

Neste edifício notam-se a horizontalidade das linhas, a simetria e o

equilibrio dos elementos clássicos da decoração (colunas dóricas e jónicas,

arcos de volta perfeita e frontões triangulares

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Interior da Igreja de S. Lourenço, em Florença, de Brunelleschi

A arquitectura renascentista, tal como a greco-romana, caracteriza-se pelo

racionalismo: um equilíbrio perfeitamente geométrico e uma rigorosa

simetria na distribuição dos volumes

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A pintura do Renascimento

teve origem em duas áreas

geográficas diferentes: por um

lado, as das cidades italianas;

por outro, a região da Flandres,

a partir da qual se expandiu uma

nova técnica a pintura a óleo

que permitiu aos artistas maior

liberdade no tratamento da luz,

das cores, das formas e dos

contornos.

Rafael, O Papa Leão X com os seus sobrinhos

Giulio de Medici e Luigi de Rossi, c. 1518

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Jan Van Eyck, Retrato de casamento, c. 1434

Através da técnica de perspectiva

os artistas renascentistas dão-nos a

ilusão de uma terceira dimensão

(profundidade).

A aplicação da técnica do sfumato,

que através da gradação das cores e

dos efeitos de luz e sombra, permitia

representar com maior rigor o que

estava mais próximo, envolvendo

numa espécie de névoa as figuras

mais afastadas.

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Pieter Bruegel, Brincadeiras de Crianças, 1560

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Pieter Bruegel, Pormenor de Brincadeiras de Crianças

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Pieter Bruegel, O Triunfo da Morte, c. 1562

Uma visão do fim do mundo: os esqueletos da morte arrebatam os vivos, em grupo ou

separadamente. Toda a resistência é inútil.

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Pieter Bruegel, A Dança da Noiva ao Ar Livre, 1607

Page 55: Renascimento

Rafael, Madona no Prado, 1505 ou 1506

Os artistas tentam distribuir equilibradamente as formas dentro da superfície do quadro.

Neste caso, a composição é muito claramente geométrica. As linhas dominantes do

quadro desenham um triângulo ou, mais exactamente, uma pirâmide.

Page 56: Renascimento

Rafael, Madona del Cardellino

É visível, neste quadro de Rafael

o enquadramento das figuras num

esquema de composição

piramidal.

Page 57: Renascimento

A representação da realidade tal

como a observavam – realismo

– é outra característica da pintura

renascentista. A encomenda de

retratos era habitual. Este tipo

de trabalho reflectia o

individualismo do homem

renascentista, através da

valorização da personalidade do

retratado.

Leonardo da Vinci, A Gioconda ou

Mona Lisa, c. 1503-05

Page 58: Renascimento

Jan Van Eyck, O Homem do Cravo

O retrato assume um importante

papel na valorização do indivíduo.

Este tipo de obra era encomendada

com alguma regularidade aos

artistas.

Rafael, O Papa

Júlio II

Page 59: Renascimento

A representação do nu valorizava o Homem

na sua beleza natural. O nu era, geralmente,

integrado em paisagens naturais

(naturalismo).

Lucas Cranach, Eva

Page 60: Renascimento

Piero Della Francesca, Parte de O Achamento da Verdadeira Cruz, de c. 1460

Page 61: Renascimento

Ticiano, Bacanal, c. 1518

Os principais temas

da pintura eram as

cenas da mitologia

clássica, os temas

religiosos e, por

causa do

individualismo e do

mecenato, a pintura

de retratos.

Page 62: Renascimento

Tintoretto, Cristo perante Pilatos, 1566-67

Page 63: Renascimento

Albrecht Dürer, Os Quatro

Apóstolos

O realismo e o naturalismo

das figuras representadas.

Page 64: Renascimento

Botticelli, A Primavera

Esta composição de Boticelli revela o gosto por temas da mitologia greco-romana.

A cena mostra Vénus ao centro, sobrevoada por Cupido, e Mercúrio à esquerda,

junto das Três Graças. O grupo à direita representa Flora (semeando flores), uma

ninfa e Zéfiro

Page 65: Renascimento

Giorgione, A Tempestade, c. de 1505

A natureza assume grande importância na pintura do Renascimento.

Page 66: Renascimento

Miguel Ângelo, A tentação de Adão e a expulsão do Jardim do Paraíso, 1508-12.

Fresco do tecto da Capela Sistina, Vaticano.

Page 67: Renascimento

Rosso Fiorentino, A Descida da

Cruz, 1521

A composição deste quadro tem por

base um quadrado e um círculo.

Page 68: Renascimento

Nuno Gonçalves, Painéis de S. Vicente, séc. XV

A pintura renascentista chegou a Portugal primeiro que a arquitectura

ou a escultura, trazida sobretudo por artistas oriundos da Flandres,

outro dos grandes focos do Renascimento.

Page 69: Renascimento

Vasco Fernandes, A Natividade

Vasco Fernandes,

conhecido por Grão-

Vasco, foi um dos mais

famosos pintores

portugueses do século

XVI

Page 70: Renascimento

Vasco Fernandes e Francisco Henriques, Descida da Cruz,

1501-06

Page 71: Renascimento

Vasco Fernandes, Criação dos animais,1506-1511

Page 72: Renascimento

Vicente Gil e Manuel Vicente, Assunção da Virgem, início do século XVI

Page 73: Renascimento

Gregório Lopes, Salomé apresentando a cabeça de S. João Baptista,

1538-1539

Page 74: Renascimento

O tema principal da escultura grega é a

figura humana, bem presente na frase de

Protágoras: “O Homem é a medida de todas

as coisas”.

A escultura é o exemplo vivo do

humanismo grego. O Homem, só ou em

conjunto, é representado, na perfeição, na sua

beleza física e espiritual. Assim, os artistas

gregos privilegiavam a escultura de jovens

atletas, heróis, políticos, chefes militares e

deuses.

Míron, O Discóbolo, séc. V a.C.

O tema central da escultura é

Page 75: Renascimento

A escultura renascentista inspirou-se, tal

como a arquitectura e pintura, nos

modelos clássicos, representando o

corpo humano com rigor anatómico,

graças aos estudos desenvolvidos na

época.

Os escultores do Renascimento

revelaram o gosto pelo nu e pelo

realismo e harmonia das figuras.

No deu David, Miguel Ângelo talhou

num bloco de mármore de quase

quatro metros de altura, não um

jovem suave e delicado, como fizera

Donatello, mas sim um atleta

vigoroso e musculado

Miguel Ângelo, David, 1501-04

Page 76: Renascimento

No Renascimento, a

escultura já não era

apenas um elemento

decorativo da arquitectura,

passou a ter valor

por si própria.

Miguel Ângelo, Pietà

Page 77: Renascimento

Miguel Ângelo,

O Escravo

Rebelde,

1513.1516

Miguel Ângelo,

O Escravo

Moribundo,

1513-1516

Page 78: Renascimento

Este Moisés de Miguel Ângelo revela uma

atitude, ao mesmo tempo vigilante e

meditativa e sugere-nos um homem capaz

de uma chefia avisada, tanto como de

uma ira devastadora.

Miguel Ângelo, Moisés, c. 1513-

1515

Miguel Ângelo atingiu o ponto mais

elevado da arte escultórica no

Renascimento. Grande admirador da

escultura greco-romana, Miguel

Ângelo produziu algumas das mais

belas obras de todos os tempos,

plenas de movimento e

expressividade.

Page 79: Renascimento

Donatello recuperou da Antiga Roma

a escultura equestre.

Donatello, Estátua Equestre de

Gattamelata,1445-50, c. 3,35x3,96

A escultura renascentista, tal como

a romana, caracteriza-se pelo seu

realismo e naturalismo. Em

regra, as figuras representam de

maneira expressiva, os traços

pessoais de cada um.

Page 80: Renascimento

Outra característica da escultura

renascentista é a sua

monumentalidade, pois, por vezes,

atingem grandes dimensões, mas

respeitam sempre as proporções do

corpo humano.

Tal como na pintura, as esculturas

inserem-se em formas

geométricas.

Andre del Verrochio, Estátua

Equestre de Bartolomeo Colleoni,c.

1483-88; alt. C. 3,96 m

Page 81: Renascimento

Donatello, David

Donatello representou o primeiro nu

masculino desde a Antiguidade.

Page 82: Renascimento

João de Ruão, Retábulo

renascentista da Capela da

Varziela, c. 1530

Page 83: Renascimento

O séc. XV ficou marcado pelo vigor das

oficinas da região de Coimbra e do estaleiro

do Mosteiro de Santa Maria da Vitória.

Conhecemos os nomes de alguns escultores

que se destacaram pela individualização das

suas obras, mas o grosso da produção deste

período foi obra de artistas anónimos de

qualidade mediana.

O mais notável escultor nos meados do

século XV foi João Afonso. Gil Eanes e

Afonso Martins destacaram-se igualmente

como escultores portugueses, no séc. XV.

João Afonso, Santa Madalena,

segunda metade do séc. XV

Page 84: Renascimento

João Afonso, Nossa Senhora

com o Menino, segunda metade

do séc. XV

Diogo Pires-o-Velho, As Santas

Mães, finais do séc. XV

Page 85: Renascimento

No século XV e parte do XVI,

enquanto em Itália os artistas

recuperavam os modelos

clássicos e afirmavam o

Renascimento, em Portugal,

mantinham-se os modelos

góticos.

A arquitectura gótica manteve-se,

em Portugal, até meados do

século XVI, conhecendo, nos

reinados de D. Manuel I e D.

João III, uma fase final a que

chamamos gótico-manuelino.

Mosteiro de Santa Maria de Belém,

Lisboa, portal sul, João de Castilho,

c. 1517

Page 86: Renascimento

Mosteiro de Santa Maria de Belém, Lisboa, portal axial, Nicolau

Chanterêne, 1517

Page 87: Renascimento

Igreja dos Jerónimos.

A abóbada apresenta

nervuras em diversas

direcções, chama-se

abóbada polinervada –

foi esta a mais utilizada

nas construções

manuelinas.

Page 88: Renascimento

O estilo manuelino

caracteriza-se pela

aplicação, em

edifícios religiosos e

civis, de elementos

decorativos

naturalistas

(troncos, raízes,

folhagens),

marítimos (cordas,

bóias, conchas,

redes), além de

emblemas

nacionais (escudo

real e esfera armilar)

e religiosos (cruz de

Cristo).

Torre de Belém, Lisboa, Francisco de Arruda

Page 89: Renascimento

Nos edifícios

manuelinos, os

elementos estruturais

são góticos (utilização de

arcos quebrados,

abóbadas sobre

cruzamento de ogivas,

arcobotantes, etc.)

Convento de Cristo em

Tomar, portal sul, João de

Castilho, 1515

Page 90: Renascimento

A cruz de Cristo e a esfera armilar são emblemas de D. Manuel I: a

cruz de Cristo, símbolo da religião que se espalhava pelas terras

descobertas; a esfera armilar, símbolo do novo mundo que surgia.

Page 91: Renascimento

Convento de Cristo, Tomar,

fachada ocidental do coro e

sala do capítulo, detalhe da

janela, Diogo de Arruda,

1510-1513.

Nesta janela vêem-se: a cruz

de Cristo; a esfera armilar;

as armas de D. Manuel I;

cabos; fragmentos de algas;

correntes de âncoras; cordas

retorcidas e incrustações de

coral. Em baixo vê-se um

busto que é, provavelmente,

o do autor da janela – Diogo

de Arruda.

Page 92: Renascimento

Igreja matriz da

Golegã, c. 1510-1515

Page 93: Renascimento

Fortaleza de Évora-Monte,

detalhe, Diogo e Francisco de

Arruda, c. 1531

Page 94: Renascimento

Convento de Jesus de Setúbal, Diogo Boitaca, 1490 c. 1500

Page 95: Renascimento

Convento de Jesus de Setúbal,

abóbada da capela-mor

Diogo Boitaca, 1490 – c. 1500

Page 96: Renascimento

Capela de S. Miguel,

Universidade de Coimbra, portal

Marcos Pires, 1510

Page 97: Renascimento

Igreja matriz de Vila do

Conde

João de Castilho, c. 1511

Page 98: Renascimento

Ermida de Nossa Senhora da Conceição, Tomar

João de Castilho, 1547

Page 99: Renascimento

Foi ainda na época de D.

Manuel que o novo estilo

renascentista começou a ser

introduzido em Portugal.

No entanto foi no reinado de D.

João III que as novas

tendências renascentistas e

afirmaram no nosso país.

Ermida de Nossa Senhora da

Conceição, Tomar

João de Castilho, 1547

Page 100: Renascimento

Ermida de Nossa

Senhora da

Conceição, Tomar

João de Castilho,

1547

Page 101: Renascimento

Convento de Cristo, Tomar, Claustro da Hospedaria

João de Castilho, 1541 - 1542

Page 102: Renascimento

Convento de Cristo, Tomar, Claustro de D. João III, Diogo de Torralva, 1558

Page 103: Renascimento

Quinta da Bacalhoa, Azeitão

Diolgo de Torralva(?), 1540

Page 104: Renascimento

Igreja Matriz de Caminha,

fachada principal

Tomé de Tolosa e pêro Galego

Page 105: Renascimento

Igreja Velha de S. João da Foz, Porto

Francisco de Cremona, 1527-1542

Page 106: Renascimento

Igreja e Convento de Nossa Senhora

da Graça, Évora, fachada

Nicolau Chanterêne