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MANUEL MOREIRA | CM Marco de Canaveses ‘Com cinco milhões de euros por ano não é possível fazer mais’ O condicionamento financeiro em que vive a Câmara do Mar- co de Canaveses vai demorar “vários mandatos” a ultrapassar. Essa é a convicção do presidente da autarquia, Manuel Morei- ra, que estima ser necessário o tempo de “uma geração”. p.15 Professor de Bragança é o ‘anjo da guarda’ dos imigrantes de Leste repór ter do marão do Tâmega e Sousa ao Nordeste 26 Jan a 09 Fev’10 Barragem não mete medo– assegura o presidente da Câmara de Amarante Românico aproxima Tâmega e Sousa Horários no Douro afugentam passageiros Nº 1230 | Quinzenário | Ass. Nac. 40€ | Ano 25 | Director: Jorge Sousa | Director-Adjunto: Alexandre Panda | Subdirector: António Orlando | Edição:Tâmegapress | Redacção: Marco de Canaveses | 910 536 928

Repórter do Marão

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Maior jornal regional do país - 30 mil exemplares - Distritos Porto, Vila Real e Bragança

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MANUEL MOREIRA | CM Marco de Canaveses

‘Com cinco milhões de euros por anonão é possível fazer mais’O condicionamento financeiro em que vive a Câmara do Mar-co de Canaveses vai demorar “vários mandatos” a ultrapassar. Essa é a convicção do presidente da autarquia, Manuel Morei-ra, que estima ser necessário o tempo de “uma geração”. p.15

Professor de Bragança é o‘anjo da guarda’ dos imigrantesde Leste

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‘Barragem não mete medo’– assegura o presidente da Câmara de Amarante

Românico aproximaTâmega e Sousa

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Paula Costa e Jorge Sousa | [email protected] | Fotos CMA, EDP e Arquivo

Autarca de Amarante e a barragem de Fridão

“Estou preparado p ara não ter medos”

repórterdomarão02 26 Jan a 09 Fev’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I sociedade

O estudo ambiental da barragem de Fridão está em fase de discussão públi-ca até 15 de Fevereiro, mas o assunto parece interessar pouco à maioria da população, atitude mais difícil de perceber por tratar-se da fase decisi-

va do processo. Visto pelas associações ambientalistas como “partidário” da barra-gem, o presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu, diz confiar no trabalho dos técnicos que acompanham o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) e “preparado para não ter medos”. Em entrevista ao Repórter do Marão, o presidente da Câma-ra de Amarante afirma que tomou a decisão de optar pelo “conhecimento científico” em detrimento do “conhecimento do senso comum”.

O que está actualmente em avaliação ambiental é a execução da barragem de Fridão, mas a sua construção está directamente relacionada com o aproveitamen-to já existente a jusante, no Torrão, foz do rio Tâmega, pelos efeitos que provoca no ecossistema da cidade.

É por isso que a manutenção da cota da barragem do Torrão – desde a sua entra-da em funcionamento, há 20 anos, no nível 62 – é fundamental para manter alguma corrente no Tâmega na área urbana (em vez de uma espécie de lago, com águas pa-radas). Ou seja, o limite do regolfo do Torrão (local até onde chegam as oscilações da cota das águas de uma albufeira) não pode ultrapassar o chamado açude dos Morlei-ros, em frente ao parque florestal.

O autarca de Amarante recorda que embora a barragem esteja preparada para funcionar à cota máxima de 65, a autarquia não permitirá que tal aconteça.

“Quando o município der o parecer [sobre o EIA da barragem de Fridão], eviden-temente que não vai deixar de referir o facto de que embora a barragem possa fun-cionar à cota 65, não aceitamos que ultrapasse a cota 62. Aliás, é o compromisso que existe. Penso que tem sido e continuará a ser cumprido. A própria EDP já disse isso

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Paula Costa e Jorge Sousa | [email protected] | Fotos CMA, EDP e Arquivo

Autarca de Amarante e a barragem de Fridão

“Estou preparado p ara não ter medos”

sociedade I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão0326 Jan a 09 Fev’10

publicamente. Há o compromisso público”, afirmou.Questionado sobre se estão a ser devidamente

ponderados os impactes negativos da nova barragem de Fridão – situada a apenas oito quilómetros a mon-tante da cidade e com a albufeira à cota 160 –, o pre-sidente responde que “as universidades estão envolvi-das no EIA e portanto não deixarão de ter em conta os aspectos negativos e positivos da construção des-ta barragem”.

O mesmo acontece com a Agência Portuguesa do Ambiente e a Comissão de Coordenação e Desenvolvi-mento Regional do Norte, entidades públicas que es-tão a “acompanhar o desenvolvimento do EIA e vão pronunciar-se”.

E isso deixa o presidente da Câmara de Amaran-te descansado? “Não, não deixa descansado… Repare uma coisa: é o conhecimento científico e técnico. Estou preparado para aceitar como bom o que os peritos de competência técnica reconhecida irão dizer. Em prin-cípio, são pessoas independentes, não tenho nenhuma razão para desconfiar, nomeadamente dos peritos do Governo e das entidades públicas”.

| A segurança e o medo | Armindo Abreu tem consciência que “para a população em geral há duas preocupações fundamentais: a questão da se-gurança – já fizemos esse debate e sei que as pessoas que estiveram presentes saíram descansadas em rela-ção a essas questões –, mas admito que se mantenha esse medo e até será óptimo por causa dos riscos indu-zidos, porque evidentemente uma barragem num rio cria riscos”.

“Se as pessoas ficarem completamente alheadas, dizendo racionalmente que não há problema absolu-tamente nenhum, em simulações que se possam fazer

não reagem e é necessário reagir para que os planos de emergência funcionem e possam ser devidamente testados”, acrescenta o autarca.

A nível da segurança, por se tratar “de uma estru-tura em betão, feita com a experiência que a engenha-ria portuguesa tem” é um aspecto tido como positivo.

“E veja que temos várias barragens no Douro e nunca houve nenhum acidente. E fiquei a saber outra coisa: é que todas estas barragens estão a ser moni-torizadas ao segundo”, sublinha o autarca, afirmando que o único fenómeno natural que poderia fazer colap-sar uma barragem seria um tremor de terra.

| Questões ambientais | Em curso es-tão diversos debates sobre os impactes ambientais. “O que me parece que mais preocupa a população é a qualidade da água. Não sou técnico. É para isso que se fazem estes debates. Aí há várias opiniões: há técni-cos que defendem que existe uma clara degradação da qualidade da água. Há outros técnicos que defendem que a água que corre pode até permitir a melhoria da qualidade a jusante [da barragem], dependendo dos caudais e da própria qualidade da água a jusante, que é péssima, na albufeira do Torrão”, considera.

Armindo Abreu diz que tem feito a si próprio uma pergunta: “E se de tempos a tempos houver uma des-carga maior de água isso não melhorará a qualidade da água na albufeira do Torrão? A simples movimen-tação aumenta a oxigenação da água, agora depende se ela vem mais ou menos degradada de montante”.

A concluir, o presidente da Câmara de Amarante defende – mau grado reconhecer aos biólogos preocu-pações legítimas na questão da fauna e aos botânicos competências no que se refere à flora –, que deve pre-valecer “o interesse público”.

ESCALÃO PRINCIPALESCALÃO PRINCIPAL

Localização da Barragem 4,7 km a montante da foz do rio Olo

Altura da Barragem 97 m

Largura da Barragem 300 m

Extensão da Albufeira 33 km

Área Inundada 817 ha

Volume Armazenado (para o NPA) 196 mil hm3

Nível Mínimo em Exploração Normal -157

Caudal Máximo a lançar pela Central 350 m3/s

Queda de Água 77 m

Potência no alternador (MW) 238 MW

Energia (média/anual) produzida 295 GWh

Volume de Escavação 901 mil m3

Volume de Betão 364 mil m3

BARRAGEM DE JUSANTEBARRAGEM DE JUSANTE

Localização da Barragem 0,5 km a montante da foz do rio Olo

Altura da Barragem 30 m

Largura da Barragem 135 m

Nível de Pleno Armazenamento -86

Nível Mínimo em Exploração -77

Volume Armazenado (para o NPA) 5,3 mil hm3

Caudal a lançar para jusante A lançar conforme condicionantes

Volume de Escavação 175 mil m3

Volume de Betão 59 mil m3

VALORES TOTAISVALORES TOTAIS

Acessos e Restabelecimentos 8,7 km

Investimento Total 255 milhões euros

Page 4: Repórter do Marão

A assinatura dos protocolos que estabelecem o alargamento da Rota do Românico do Vale do Sou-sa à região do Tâmega está marcada para meados de Fevereiro, numa cerimónia pública em que será for-malizada a adesão de mais seis municípios: Amaran-te, Baião, Marco de Canaveses, Celorico de Basto, Cinfães e Resende.

De acordo com o inventário feito por iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Re-gional, existem nestes seis novos municípios 36 mo-numentos que poderão vir a integrar a Rota do Ro-mânico. Mas, sendo “impossível arrancar com os 36 imóveis”, explicou ao Repórter do Marão Rosário Machado, directora da Rota do Românico do Vale do Sousa, serão escolhidos um, ou eventualmente dois, por concelho. Nesses monumentos serão feitas obras de salvaguarda e recuperação, financiadas por di-nheiros da União Europeia, do Turismo de Portugal e das autarquias.

A equipa da Rota do Românico vai ser reforçada com técnicos do Baixo Tâmega e a partir de Março deverá iniciar-se o trabalho conjunto, adiantou Rosá-rio Machado considerando que a inclusão de um nú-mero maior ou menor de imóveis “vai depender da

vontade e da capacidade dos municípios”.No próximo ano deverá iniciar-se a integração

dos primeiros monumentos românicos do Tâmega e, “se tudo correr bem”, salienta a directora, o processo de alargamento deverá estar concluído em 2015 ou, no limite, em 2017. Nessa altura, a Rota do Românico será “um produto comum”, já sem a designação que a liga ao Vale do Sousa.

Directora da Rota do Românico desde 2006, a so-cióloga Rosário Machado diz acreditar que este alar-gamento traduz “uma perspectiva de retorno históri-co” a uma região que nos séculos XII e XIII “era uma só”, governada pelos Sousa e pelos Ribadouro, duas proeminentes famílias nobres que estavam entre as seis que formavam o Condado Portucalense, recorda.

A solidez e consolidação da Rota do Românico terá “claramente” efeitos na coesão dos territórios, que sairá reforçada “a partir dos elementos patrimo-niais”, porque trata-se de “um projecto de desenvol-vimento territorial que tem como função a sua coe-são”, refere a directora.

Para o presidente da Associação de Municípios do Baixo Tâmega, Armindo Abreu, o alargamento da Rota do Românico é um passo “no sentido da unida-

de regional”.“Com os êxitos e os inêxitos até agora alcança-

dos, está a começar a criar-se esse sentimento de re-gião. Por exemplo, hoje é com naturalidade que a re-gião do Sousa entende que a Rota do Românico deve ser estendida a todo o Tâmega. Já é um sinal”, con-sidera o autarca. Chegou-se à conclusão que “é útil para as duas sub-regiões, para eles e para nós, fa-zermos uma rota mais alargada. São pequenos pas-sos, mas são passos, apesar de tudo”, entende Ar-mindo Abreu.

Actualmente a Rota do Românico do Vale do Sou-sa, que tem como entidade gestora a Associação de Municípios do Vale do Sousa, abrange 21 monumen-tos dos municípios de Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel.

A Rota do Românico do Vale do Sousa recebeu este mês duas distinções: uma atribuída pelo Turis-mo de Portugal, no âmbito da Feira Internacional de Turismo que decorreu no Parque das Nações, em Lisboa e a outra, em Madrid, na Feira Internacional de Turismo - FITUR 2010 onde lhe foi atribuído o XXXV Troféu Internacional de Turismo, Hotelaria e Gastronomia. Paula Costa

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão04 26 Jan a 09 Fev’10

cultura

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Românico aproxima Sousa e TâmegaHá 36 monumentos catalogados nos seis novos municípios mas apenas um ou dois por cada entrarão na Rota

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O sucesso acumulado ao longo dos últimos seis anos pelo Teatro de Vila Real não se pode dissociar da equipa liderada por Vítor Nogueira. Em 2009, o teatro voltou a ser líder nacional em visitantes e espectadores.

É um apaixonado pelas letras. Conjuga a escrita com a direcção do Teatro e a coordena-ção da Biblioteca Municipal. Vítor Nogueira é, aos 43 anos, o homem da cultura em Vila Real.

Natural da cidade transmontana, foi professor no ensino politécnico, jornalista e já escre-veu 13 obras entre poesia, ensaio, filosofia e historiografia local. Ler, escrever ou assistir a es-pectáculos são algumas das coisas com que mais gosta de ocupar o seu tempo. Tempo esse que é repartido com a família, a mulher e os dois filhos de 9 e 14 anos. “Tenho uma vida mui-to organizada”, afirmou ao Repórter do Marão.

O seu último livro, “Mar Largo” foi considerado pelo semanário Expresso como uma das melhores obras de 2009, reunindo um conjunto de poemas que têm como ponto de partida o calcetamento, em 1848, da Praça do Rossio, em Lisboa. Na sua volta à praça o autor fala-nos dos trabalhos, executados por reclusos, ou então dos seus cafés, reflectindo sobre o sentido da vida ou expondo inquietações.

Há oito anos, Vítor Nogueira (na foto, à direita) foi convidado pelo presidente da Câma-ra de Vila Real, Manuel Martins, para liderar o projecto do Teatro Municipal, que entrou em funcionamento em Março de 2006. Há cinco anos assumiu também a Biblioteca Municipal. Em tudo o que mexe, parece que ganha vida.

| Seis anos a dar espectáculos | Seis anos depois de ter sido inaugurado pelo então primeiro-ministro, Durão Barroso, o Teatro de Vila Real continua a ser o equipa-mento da Rede Nacional de Teatros e casas de espectáculos do país a registar o maior núme-ro de visitantes e espectadores a nível nacional.

“Foi um ano bom. Embora com menos gastos, mantivemos o fluxo de público. A nossa aposta continua a ser na qualidade da programação em vez da quantidade”, salientou Vítor Nogueira.

Em 2009, o Teatro recebeu a visita de 283.576 pessoas, registando uma média de ocupa-ção de salas de cerca de 90 por cento. A média de visitantes entre 2004 e 2008 foi de 259.023, enquanto que a média nesses quatro anos de ocupação das salas foi de 88,6 por cento.

“O grande objectivo continua a ser facilitar o acesso à cultura, através de preços baixos e acessíveis aos nossos espectadores”, afirmou.

Mais de 65 mil pessoas assistiram aos 420 espectáculos. O custo médio de cada espectador foi de 15 euros. A média entre 2004 e 2008, rondou os 66 mil espectadores.

Na programação do ano passado estiveram representados 19 países, houve seis estreias nacionais em Vila Real, sete espectáculos únicos em Portugal e duas co-produções.

As estatísticas de 2009 revelam ainda que cerca de 60 mil pessoas visitaram as ex-

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Sala transmontana é líder nacional em visitantes e espectadores Mais de 65 mil pessoas assistiram aos 420 espectá culos realizados em 2009

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Sala transmontana é líder nacional em visitantes e espectadores Mais de 65 mil pessoas assistiram aos 420 espectá culos realizados em 2009

Paula Lima | [email protected] | Fotos Miguel Meireles e TVR

posições permanentes e itinerantes e mais de 20 mil visitaram o Museu do Som e da Imagem. O Teatro de Vila Real conta já com um cartaz de espectá-culos anuais com público fidelizado e em número crescen-te, como é o caso do FAN (Festival de Ano Novo), Vinte e Sete (Festival Internacional), Músicas do Mundo (Festival de Verão) e o Douro Jazz.

Vítor Nogueira diz que o equipamento “facilita” o tra-balho da equipa que lidera. Pois ao grande auditório, com mais de 500 lugares, junta-se o pequeno auditório, o audi-tório exterior, o café concerto, a sala de exposições, a gale-ria bar e o museu da Imagem. “Não é fácil trabalhar com uma única sala grande”, referiu.

Do trabalho feito em 2009, o director destacou a co-produção com a Peripécia, cujo espectáculo esteve um mês em cena no Teatro D.Maria II.

O orçamento anual do Teatro é de um milhão de euros. Mas, em 2010, a estrutura vai contar com o apoio dos fun-dos comunitários, através de candidaturas já aprovadas, como o projecto Articular, que irão reduzir “o esforço fi-nanceiro da câmara”.

| Ana Moura e Rodrigo Leão | A nova temporada na programação do Teatro Municipal de Vila Real arrancou com a “mais internacional” das edições do FAN – Festival de Ano Novo, que, durante o mês de Ja-neiro, propôs 24 concertos nas cidades de Vila Real, Bra-gança e Chaves.

Os músicos vieram da Bulgária, Bélgica, Coreia do Sul, Inglaterra e Portugal e, sob o lema, “Música séria para gente divertida”, o FAN pretende chegar a públicos de to-das as idades e de todos os gostos e ao mesmo tempo in-centivar o turismo cultural neste território.

No entanto, os “momentos altos” da área da música para o primeiro trimestre deste ano, vão ser os concertos de Rodrigo Leão, que regressa a Trás-os-Montes a 13 de Fevereiro para apresentar o novo álbum “A Mãe”, e a fa-dista Ana Moura que actua pela primeira vez em Vila Real

a 06 de Março com o seu mais recente trabalho “Leva-me aos Fados”.

Uma das “obras maiores” do dramaturgo inglês William Shakespeare, “Otelo”, será apresentada em Março pela ACE/Teatro do Bolhão, o espectáculo que dá o arranque ao Vinte e Sete – Festival Internacional de Teatro.

As propostas nesta área integram ainda outro drama-turgo importante da história do teatro, designadamen-te Samuel Beckett, com a peça “Começar a Acabar”, que será representada pelo actor João Lagarto.

| Garrett pela Jangada Teatro | A dra-maturgia portuguesa será representada pela Jangada Te-atro que traz ao palco transmontano a peça “Frei Luís de Sousa”, de Almeida Garrett. Os novos dramaturgos por-tugueses também têm espaço na programação de 2010, como é o caso de Daniel Jonas, que verá um dos seus tex-tos encenados pela companhia Teatro Bruto.

A peça “Reféns”, com texto de Daniel Jonas, assinala o sexto aniversário do Teatro Municipal de Vila Real.

O espectáculo do novo circo “Paisagens em Trânsi-to” será apresentado pela companhia Circolando, e na área da dança, a Quorum Ballet, vencedora da primeira edição dos Prémios de Dança em Portugal, apresenta-rá o espectáculo “Impacto”, que inclui uma sessão para as escolas.

Pelos palcos do teatro passarão ainda os portugueses The Weatherman, um banda que recupera o universo pop dos Beatles, a Roda de Choro de Lisboa, que une músicos portugueses e brasileiros, e a OliveTreeDance, uma banda de Renato Oliveira, natural de Vila Real.

As exposições que poderão ser vistas neste trimes-tre são: “Rádios Gira Discos”, a partir de 5 de Fevereiro no Museu do Som e da Imagem, a exposição de fotografia “Entre Nós”, que uniu jovens de Alijó e de Matosinhos, de 17 de Fevereiro a 3 de Março e a pintura de Eurico Bor-ges, de 6 a 31 de Março, na sala de exposições.

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Horários no Douroafugentam passageiros

Paula Costa | [email protected]

Intervalos dos comboios na Régua chegam às 4 horas

C om uma cadência de comboios que nas ho-ras de ponta chega a ser inferior a meia hora, a Linha do Douro até Caíde contrasta

em absoluto com o resto do troço até à Régua onde os intervalos entre a passagem das composições che-gam a durar quatro horas.

Na Linha ferroviária do Douro coexistem duas realidades completamente distintas. Uma, no tro-ço servido pelos comboios suburbanos , que termi-na em Caíde, no concelho de Lousada. Durante a se-mana, as várias dezenas de automóveis estacionados junto à estação de Caíde comprovam a grande aflu-ência de passageiros de freguesias e concelhos vizi-nhos a um serviço que nos dias de semana disponibi-liza diariamente cerca de duas dezenas de comboios. A outra, oposta, é a que se vive no troço onde a linha não foi modernizada e onde opera o serviço regional da CP, entre Caíde e a Régua. A insuficiente oferta de horários há muito que motiva queixas dos uten-tes e obriga passageiros que residem no interior do distrito do Porto (nos concelhos de Baião e do Marco de Canaveses) a levantarem-se de madrugada para conseguirem chegar a tempo ao trabalho, ao hospi-tal ou à escola, no Porto.

“A Linha do Douro está muito mal de comboios, acima do Marco”, comenta uma passageira à beira de completar 70 anos. Residente em Santa Cruz do Douro, concelho de Baião, com problemas de saúde que obrigaram a um transplante renal, sempre que precisa de ir ao Hospital de S. João, no Porto, levan-ta-se às 04:30 da manhã. Faz a pé o percurso até à es-tação ferroviária de Aregos, onde apanha o comboio das 06:37. Na estação de Caíde muda para um com-boio suburbano que segue até Porto-S. Bento.

“Uns são portugueses, outros são espanhóis”, critica outro passageiro, ferroviário aposentado e residente em Ancede, Baião, referindo-se aos pou-cos comboios que saem da estação da Régua. “Espe-ramos aqui horas perdidas. Já estou aqui há quase duas horas… porquê?”, pergunta uma idosa, en-

quanto espera que parta da Régua o primeiro com-boio regional da tarde. O anterior tinha partido qua-tro horas antes. Os passageiros queixam-se de que o serviço tem vindo progressivamente a degradar-se: “Piorou, mas de que maneira!”, responde de imedia-to a passageira.

De Caíde até ao Marco “devia haver mais com-boios”, considera outra passageira com cerca de 40 anos que usa regularmente o transporte ferroviá-rio para ir a consultas médicas no Porto. Nessa ma-nhã saiu da estação do Marco de Canaveses às 06:35 no comboio que chega ao Porto às 08:00. A passagei-ra sabe que está prometida a melhoria da linha, mas também já constatou que a promessa está por cum-prir. “Nunca mais andam com ela”, diz.

“Venho sempre no [comboio] mais barato”, op-ção que faz com que, por vezes, tenha de esperar no Porto “duas a três horas” pelo comboio até ao Mar-co de Canaveses.

Outra situação que demonstra a desadequação dos horários é explicada ao Repórter do Marão por um utente de 36 anos que trabalha na zona da Maia e utiliza o comboio seis dias por semana. O primeiro comboio Inter-Regional que sai da Régua, às 07:30, não pára em nenhuma estação do concelho de Me-são Frio, o que obriga pessoas que moram neste concelho a terem de se deslocar de automóvel 12, 15 e mais quilómetros até à estação de Ermida, no vi-zinho concelho de Baião, para aí entrarem no Inter-Regional que chega a Campanhã às 09:16. Se o com-boio parasse em Barqueiros, a diferença na chegada ao destino seria de apenas quatro minutos, soube o RM.

Tamillys Reis entrou com uma amiga na estação de Mosteirô. A jovem estudante universitária reside em Cinfães (a 15 quilómetros) e até chegar ao Porto conta com “uma viagem longa e stressante”. Os com-boios a diesel da década de 70 do século passado não têm fichas para ligar o computador, nem ar condicio-nado, nem serviço de bar. A universitária deixa o re-cado à CP: “o serviço podia ser bem melhor”.

Ministra recebe Alto TâmegaA Associação de Municípios do Alto Tâmega

(AMAT) reúne-se a 03 de Fevereiro com a minis-tra da Saúde para denunciar alegados problemas funcionamento da unidade hospitalar de Chaves, incluída no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro desde 2007.

Os seis autarcas de Boticas, Chaves, Monta-legre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, vão a Lisboa falar sobre a saúde na região.

O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos, fala numa “situação escandalosa” como estão a ser prestados os serviços de saúde à popu-lação que é servida pelo Hospital de Chaves.

O autarca de Chaves, João Batista, disse que “são inúmeras as queixas” apresentadas contra a unidade hospitalar de Chaves, que não “tem con-seguido dar resposta às carências dos utentes”.

Referiu ainda que esses problemas estão essen-cialmente relacionados com a “falta de médicos”.

A administração do CHTMAD também já re-conheceu que os problemas e as queixas que se co-locam em Chaves são as urgências, onde “se regis-ta um afluxo muito grande de pessoas”.

Parque de Ciência e Medicina são novas apostas da UTAD

A Universidade de Vila Real quer avançar com dois projectos “estruturantes”, o Parque de Ciên-cia e Tecnologia de Trás-os-Montes e Alto Douro e o curso de Mestrado Integrado de Medicina.

Depois de ter sido reprovada uma primeira candidatura aos fundos comunitários, os promoto-res estão a preparar uma nova candidatura con-junta do Parque de Ciência e Tecnologia de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Mascarenhas Ferreira referiu que a UTAD, em parceria com um dos maiores grupos privados portugueses ligados ao ensino e saúde, o CESPU, quer criar o primeiro curso de Medicina fora de uma faculdade. O mestrado está programado para a frequência de 60 alunos.

As eleições para a reitoria da UTAD vão de-correr no primeiro semestre deste ano.

Boa resposta cirúrgicano C.H. do Tâmega e Sousa

O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), com unidades em Penafiel (Hospital Pa-dre Américo) e Amarante (Hospital de S. Gonça-lo), com universo populacional superior a meio mi-lhão de habitantes, apresenta a melhor capacidade de resposta ao nível das cirurgias no norte do país.

De acordo com o hospital, “nenhum doente ul-trapassa o tempo de espera máximo”.

Segundo a fonte, a média das listas de espe-ra do CHTS registava, no final de 2009, um mês e meio, enquanto que a média da região Norte era superior a três meses.

O centro hospitalar explica que estes indica-dores resultam da “aposta estratégica” de alargar o funcionamento do bloco operatório e do investi-mento efectuado ao nível do ambulatório”.

Trás-os-Montes unidoO presidente da Comunidade Intermunicipal

de Trás-os-Montes, Fernando Campos, definiu como um dos principais propósitos conseguir unir as duas comunidades intermunicipais transmon-tanas: a de Trás-os-Montes e a do Douro.

Page 9: Repórter do Marão

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10 26 Jan a 09 Fev’10

Quando chegaram, os lugares eram desconhe-cidos, os rostos pouco familiares e a língua completamente ininteligível. Só o frio não era

estranho para os imigrantes de Leste que, em 2000, começaram a “invadir” Bragança. Na nova terra, des-cobriram a mão amiga de Luís Costa, que os ajudou a traduzir documentos e os acompanhou em várias situ-ações de necessidade.

A casualidade acabou por marcar o primeiro con-tacto. “Um dia, ia a passar na rua e ouvi-os a falar rus-so. Meti conversa com eles, perguntando se eram turis-tas ou quê e eles ficaram muito admirados por alguém falar russo”, recorda o professor do Instituto Politéc-nico de Bragança. E foi logo nesse primeiro momento que os imigrantes lhe pediram ajuda. “Comecei a falar com os senhorios e a traduzir documentos. Eles ficaram com o meu contacto de telemóvel e, quando era preci-so, ligavam-me.”

Depois de ter concorrido a uma bolsa de estudo, Luís Costa foi viver para Krasnodar (na ex-União Soviética), onde fez a licenciatura, o mestrado e o doutoramento. Os nove anos e meio de permanência em território soviético justificam a fluência em russo e a única motivação para ajudar os imigrantes. “Estudei à custa deles, por isso, já pagaram adiantado. Não faço mais do que o meu dever de gratidão para com eles”, reitera.

Nesse apoio à integração é preciso criar empatia e estabelecer vínculos de confiança. O segredo de Luís Costa ser tão bem sucedido está “na própria vivência, já que uma das maiores riquezas que trouxe de lá foi ter es-tudado com pessoas de cerca de 60 países diferentes, o que me deu maior maleabilidade de estar e compreen-são dos outros”.

Mykmaylo Sydoruk, 30 anos, foi dos primeiros imi-grantes a cruzar-se com Luís Costa. “É a única pessoa em Bragança que fala russo e entende-nos melhor do que qualquer outra, dá-se com todos e está sempre dis-ponível.” O ucraniano não esquece a ajuda prestada no processo de legalização. “Foi de início o nosso tradutor para todos os documentos, é muito nosso amigo.”

Luís Costa percebe perfeitamente quais os obstácu-los à integração num país estrangeiro ou não tivesse pas-sado também por essa experiência. A barreira linguística acabava por dificultar tudo o resto. “Não lhes era possí-vel ler os contratos de trabalho e, por isso, vários tiveram que recorrer ao tribunal de trabalho. Se as pessoas não sabem entender a língua é difícil explicar as leis do nos-so país.” Além de ter traduzido contratos de trabalho, do-cumentos para a Direcção-Geral de Viação e para o Ser-viço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), teve ainda um papel importante na inserção dos filhos dos imigrantes. “Agora as escolas já têm esse serviço, mas antes tradu-zia documentos [cadernetas de educação] e tratava com os professores.”

| Começou como tradutor | De sorriso fácil e boa disposição constante, o engenheiro agrónomo de 51 anos estava longe de imaginar que viria a tornar-se uma referência para a comunidade imigrante e não só. Tanto na polícia como nos tribunais do distrito ainda hoje o chamam para “servir como tradutor”. “No início do próximo mês tenho que ir ao Tribunal de Valpaços”, diz.

Há sete anos que Bragança é a residência oficial de Tatiana Roborciuc e tão depressa não deve deixar de o ser. “Fico aqui porque gosto muito das pessoas”, confi-dencia. Vinda da Moldávia, esta imigrante de 41 anos re-fere-se a Luís Costa como “uma pessoa muito boa, impe-cável mesmo”. Conheceu-o num jantar e ele acabou por ajudá-la “em todas as questões de papéis, como declara-ções ou documentos de casamento”.

Tatiana veio para a capital de distrito depois de ter fi-cado sem trabalho em Lisboa. “Tinha cá um amigo que me ligou e vim. Ao segundo dia, comecei a trabalhar”, re-vela sorridente. Apesar de “já falar português”, a língua foi a principal dificuldade.

Para que os imigrantes pudessem aprender a língua portuguesa e a legislação nacional, Luís Costa empe-nhou-se na criação de uma escola que funcionou, duran-te mais de dois anos, no Centro Cultural da cidade. Por lá passaram mais de uma centena de imigrantes e serviu também como “centro de emprego, onde os empresários

Imigrantes de Leste elogiam acolhim ento brigantinoProfessor de Bragança é o “anjo da guarda” de ucranianos, romenos, moldavos e russos

repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I imigração

Page 11: Repórter do Marão

iam à procura de trabalhadores”.Se há uns anos os imigrantes procuraram Luís

Costa “bastantes vezes, quase diariamente”, hoje em dia é “mais pontualmente, só quando preci-sam”. O engenheiro considera que, agora, a cor-rente imigratória “parou praticamente” e está con-vencido que quem cá está é para ficar, até porque “já trouxeram os garotos”.

Natural da Bielorrúsia, Veronica Yakubchik tem 35 anos e está em Bragança desde 2002. Tra-balha numa lavandaria e é na cidade transmonta-na que tenciona permanecer. “É um meio pequeno e o acolhimento foi bom. Gosto muito disto.” Tem como vizinho Luís Costa, que “sempre explica do-cumentos do SEF ou do tribunal, quando a gente precisa”. “É muito boa pessoa, tem coração gran-de”, assegura.

Segundo os dados do SEF relativos a 2008, re-sidiam 1679 imigrantes no distrito de Bragança. Dos países de Leste, os mais representados eram a Ucrânia com 201 imigrantes (128 homens e 73 mulheres), a Roménia com 111 (59 homens e 52 mulheres) e a Moldávia com 110 (63 homens e 47 mulheres). Todos estes imigrantes eram detento-res de títulos de residência ou com vistos de lon-ga duração.

| Histórias que ficam na baga-gem | Ao longo do tempo, houve alguns episó-dios que o marcaram, desde o falecimento de um ucraniano ao moldavo que sofria de amnésia. No primeiro caso, “a complicação” foi com o funeral. “Queriam fazer-lhe um enterro cristão ortodoxo e eu, que sou ateu, tive que andar a resolver essa questão”, conta. Depois de alguma reticência ini-cial, a missa “acabou por ser rezada por dois pa-dres”.

Na outra situação, a polícia apareceu-lhe em casa porque “não sabia o que fazer” com um mol-davo que tinha partido uns vidros de uma institui-

ção pública para pernoitar. O imigrante “bem-pos-to”, trazia dinheiro consigo e tinha visto, logo não podia ficar preso.

“Ele pensava que estava na Moldávia, numa aldeia vizinha. Pensámos em interná-lo, porque es-tava amnésico, mas através do telemóvel descobri o número do genro”, explica Luís Costa.

Então, engenheiro e polícias quotizaram-se para lhe comprar o bilhete de autocarro e envia-ram-no para Lisboa ao encontro do familiar, mas o transbordo no Porto fez com que o moldavo andas-se por lá até ser encontrado 15 dias depois, sem do-cumentos e sem nada.

| Um convite inesperado | Há cerca de dois anos, no seguimento de uma conversa in-formal, Luís Costa recebeu um convite do Cônsul da Ucrânia no Porto. “Entrei em contacto com ele por causa de uma cer-tidão de casamento, que serviria para confirmar que o cidadão ucraniano nunca tinha sido casado e que estava a demorar meses. Foi quando ele dis-se que já me conhecia, para meu grande espanto, e me perguntou se não queria ser cônsul honorá-rio”, recorda.

Avesso a títulos “por natureza”, Luís Cos-ta recusou ou não ajudasse agora os filhos daque-les que, um dia, o ajudaram. O apoio estende-se, na maioria dos casos, a imigrantes de nacionali-dade ucraniana, romena, moldava e russa, sendo que não quer “ter a contabilidade” de quantos já terá auxiliado. Diz-se “compensado por certos la-ços de amizade que se foram estabelecendo”, daí a sua presença ser agora mais solicitada para conví-vio em almoços e jantares.

Quando se encontram, falam russo, esse idio-ma que legitima a cumplicidade. “São os meus meninos”, diz Luís Costa quando se aproxima do grupo de imigrantes. Lá longe, mais a Leste da Europa, ficam as raízes.

imigração I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão1126 Jan a 09 Fev’10

Imigrantes de Leste elogiam acolhim ento brigantinoProfessor de Bragança é o “anjo da guarda” de ucranianos, romenos, moldavos e russos

Patrícia Posse | [email protected] | Fotos PP

Page 12: Repórter do Marão

É por haver gente que chegou “ao fundo do poço” que existem os Narcóticos Anónimos (NA). Essa me-táfora é frequentemente usada por quem teve ou tem experiência de consumo de drogas (álcool ou drogas duras). São esses “adictos em recuperação”, dependen-tes de drogas mas também do jogo, que frequentam as reuniões dos NA que se regem por um preceito funda-mental: o anonimato. Entre quem aparece às reuniões o que conta é o nome próprio. Os apelidos, que cono-tam com o contexto familiar ou público, são irrelevan-tes. Dessa forma “Somos todos iguais embora sejamos todos diferentes” (ouve o Repórter do Marão, na reu-nião nocturna dos NA de Lousada), e põe-se em práti-ca um dos princípios basilares do movimento criado em 1953 nos Estados Unidos da América, e que segue um programa espiritual, não religioso. Em Portugal, os NA existem há 25 anos.

A primeira condição para pertencer aos NA é “re-conhecer que se tem um problema e que se quer tra-tá-lo”. Os grupos guiam-se “pelos 12 passos e pelas 12 tradições”, que se traduzem em momentos e em rituais que se põem em prática nas reuniões. Esses 12 passos correspondem às etapas para prosseguir a recupera-ção individual, processo que exige “humildade, mente aberta e boa vontade”. Se a tentativa “resultar, muito bem”, se falhar, o grupo de NA está lá e pode aconte-cer que noutro momento, noutras circunstâncias, outra tentativa resulte.

Espaços de auto e de entreaju-da, onde existe identificação, par-tilha, e se criam laços de amiza-de, as reuniões dos NA acontecem porque há gente que tendo chega-do “ao fundo do poço” deparou-se com duas saídas: procurar, por ve-zes desesperadamente, a sobrevi-vência ou afundar (o mesmo que morrer).

“Quem chega pela primeira vez é a pessoa mais importante da reunião”. Traz consigo “o desejo de parar de usar”. O ponto de par-tida é o “só por hoje”, as primeiras 24 horas sem consumir drogas (ou sem jogar) que o adicto em recu-

peração terá de cumprir. Os grupos, que têm um coordenador (o cargo de

mais responsabilidade), são muito heterogéneos. Apa-recem pessoas sem-abrigo (ou muito perto dessa con-dição), dependentes da Segurança Social, funcionários públicos, até ao empresário bem sucedido ou às figu-ras públicas do meio artístico ou da política. Resumin-do: “Basta ser humano e ter problemas” de consumo de drogas duras, jogo e bebida.

Há quem reconheça no seu percurso pessoal “uma aptidão muito grande”, uma propensão obsessiva para consumir drogas, e lembrar-se vagamente de como co-meçou, na adolescência, experimentando comprimidos e de, muitos anos e um tormentoso caminho, ter a no-ção de estar a chegar ao fim da linha. Para trás ficava uma longa “lua-de-mel” com as drogas. “Estava farto, farto, farto, de droga. Tinha 38 anos já feitos, tinha he-patite e tinha que deixar de beber senão morria”. De-pois de sucessivas desintoxicações, do apoio da famí-lia, das rupturas, do desalento, há quem vá ter aos NA. “Agarrei-me a isto como a última tábua de salvação. Pensei: se funciona para outros tem de funcionar para mim”. Fala-se da importância de “não sofrer por ante-cipação”, de encontrar o equilíbrio, de acreditar que “as coisas hoje estão melhor que ontem e amanhã estarão melhor que hoje”. Manifesta-se o desejo de não fazer grandes projectos que podem impedir de “ viver o dia

de hoje”. Recuperar só é possível pela

determinação, pela vontade pró-pria. “Deixei de andar aos es-ses, de andar para trás”, conta quem até à adolescência “estu-dava, comia, dormia” e era acó-lito na igreja.

“Quando fui para a grande cidade [estudar na universidade] parecia que me tinham aberto as portas do paraíso”. A mesma pessoa consegue agora aper-ceber-se que a “fuga e a com-pulsividade” estavam lá, no seu trajecto pessoal, e são traços co-muns a muitos dos que tentam a recuperação. Paula Costa

repórterdomarão12 26 Jan a 09 Fev’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I sociedade

Mão amiga a quem quer deixaras drogas duras ou o álcool

Padeiro com mão esmagada em Paços de Ferreira

Um funcionário de uma padaria ficou, a 25 de Janeiro, com uma mão esmagada depois de ter fi-cado preso numa máquina em que estava a traba-lhar durante a madrugada, no centro da cidade de Paços de Ferreira.

O jovem de 25 anos estava a preparar mas-sa para cozer o pão quando a mão ficou presa por uma máquina. Os colegas de trabalho da empresa Panipal é que chamaram o 112, por volta da 01:00. O trabalhador foi assistido pelos bombeiros de Pa-ços de Ferreira e transportado para o hospital de Penafiel.

Ourives assaltados e roubados em Lousada

Um casal de ourives regressava a casa a pé, depois de ter estado no velório de um amigo da família, quando foi abordado por encapuzados ar-mados a 16 de Janeiro, em Lousada.

Homem e mulher foram empurrados para dentro da carrinha dos assaltantes que tinham outros cúmplices no veículo. Durante cerca de meia hora, os assaltantes andaram de carro pe-las ruas de Lousada, até pararem em frente à ou-rivesaria Neto onde fez o proprietário abrir a loja e dar o código de abertura do cofre-forte, que con-tinha uma grande quantidade de ouro.

Ramiro Gomes ainda tentou resistir aos as-saltantes mas foi agredido com um golpe de co-ronha na cabeça ficando deitado no chão da loja enquanto a mulher permaneceu dentro da viatu-ra dos assaltantes, sendo mais tarde abandonada.

Encapuzados roubamtabaco em Paredes

Um grupo de pelo menos quatro encapuza-dos montou na manhã de 20 de Janeiro, uma em-boscada a uma carrinha de tabaco, simulando um acidente de viação, na localidade de Sobreira, em Paredes. Uma viatura de segurança, que acompa-nhava o pesado de distribuição, conseguiu esca-par à emboscada preparada ao pormenor, e aler-tou de imediato as autoridades. De uma carrinha com dezenas de milhares de euros de tabaco, os encapuzados apenas levaram cerca de 40 emba-lagens.

As autoridades acreditam que o assalto foi preparado ao pormenor, uma vez que os assaltan-tes balizaram previamente a estrada pela qual a carrinha de tabaco passava habitualmente.

PJ acaba com sequestroem Paços de Ferreira

A Polícia Judiciária deteve, em Paços de Fer-reira, um homem de 41 anos e outro de 42 que se-questraram uma mulher estrangeira durante cin-co horas, agredindo-a violentamente.

De acordo com a polícia, a vítima, de 33 anos, foi “violentamente agredida” no interior da resi-dência do seu actual companheiro.

De seguida, “foi introduzida à força no inte-rior de uma carrinha do tipo furgão, que, horas mais tarde, foi interceptada” pela PJ.

Aos arguidos, diz a polícia, é imputada tam-bém a prática reiterada de crimes de tráfico de pessoas e lenocínio em vários estabelecimentos de diversão do Vale do Sousa.

Um dos detidos tem antecedentes policiais pela prática dos mesmos crimes, refere a PJ.

Nas regiões do Tâmega e Sousa e do Dou-ro há quatro grupos organizados de NA que reúnem semanalmente: em Amarante (nas traseiras da igreja de S. Pedro), em Lousada, o mais antigo, fundado em 1995, e que reú-ne numa sala ao lado da igreja do Senhor dos Aflitos; em Penafiel, na Junta de Fregue-sia de Novelas e em Vila Real, na União Ar-tística Vilarealense, (junto à câmara munici-pal). Uma vez por mês há uma reunião que é aberta ao público.

Na região do Tâmega e Sousa há cerca de 40 “adictos em recuperação”. Apesar de ser “uma população um bocado flutuante”, participam regularmente nas reuniões cerca de 12 pessoas.

Mais informações sobre os NA na inter-net em www.na-org.pt ou pelo número de te-lefone 800 202 013 (linha de ajuda).

Page 13: Repórter do Marão

repórterdomarão1326 Jan a 09 Fev’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Ipub

Page 14: Repórter do Marão

tâmega e sousaI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão14 26 Jan a 09 Fev’10

Choque fatal na A4 paracinco operários do Marco

Cinco mortos e três feridos – trabalhado-res da construção civil de diversas freguesias do Marco de Canaveses – é o balanço de um gra-ve acidente que ocorreu na manhã de terça-fei-ra na A4 (no sentido Amarante/Porto), próximo de Valongo.

Os outros operários mortos eram naturais das freguesias de Soalhães, Paços de Gaiolo, Maureles e Tabuado.

O sinistro envolveu um camião e uma carri-nha de sete lugares mas que transportava oito operários da construção civil que trabalhavam para uma empresa do concelho do Marco de Ca-naveses.

Fonte dos bombeiros de Valongo disse que o acidente resultou da colisão da carrinha – que fi-cou um monte de destroços, como se vê na foto – contra a traseira do pesado de mercadorias.

As vítimas mortais, que ficaram encarcera-das, tal como os feridos, eram todas ocupantes da carrinha de cabina dupla e caixa de carga.

Os três feridos do acidente foram internados no Hospital de S. João do Porto, com ferimentos considerados “sem gravidade”. Um deles teve alta algumas horas depois.

A presidente da Junta de Freguesia da So-alhães, Cristina Vieira, de onde eram naturais duas das vítimas mortais, informou que foi dis-ponibilizado apoio psicológico aos familiares.

Uma das vítimas era “um jovem com 27 anos muito querido na freguesia”, conhecido por ser “vocalista do grupo musical ‘Ritmo Douro’”, com grande prestígio na região marcuense e ou-tro dos trabalhadores estava ligado a um grupo de bombos.

As causas do acidente estão a ser investiga-das mas sabe-se que a carrinha que transportava os oito trabalhadores embateu na traseira de um camião – depois de falhada uma alegada tentati-va de ultrapassagem – que circulava a uma velo-cidade muito reduzida, presumivelmente devido a avaria mecânica. Foto Estela Silva/Lusa

Acidente causou comoção na freguesia de Soalhães

Lousada requalifica centro urbanoO projecto de requalificação do centro urbano de Lousada vai

obrigar à demolição do actual estádio municipal e à construção de um novo nos arredores da vila, anunciou o presidente da Câma-ra, Jorge Magalhães.

O novo equipamento vai custar 1,3 milhões de euros e vai ser disponibilizado nas imediações da área urbana, na zona onde a au-tarquia já tem vários equipamentos desportivos, nomeadamente para o hóquei em campo.

Segundo Jorge Magalhães, o novo estádio terá capacidade para 3000 lugares sentados, lotação que o autarca considera su-ficiente.

A demolição do actual estádio, situado no centro da vila, junto ao mercado, é uma das acções previstas no projecto de remodela-ção urbana já aprovado pela câmara e que vai implicar um inves-timento de seis milhões de euros.

Esta acção, apoiada em 70 por cento pelos fundos do QREN, deverá arrancar até Maio, abrangendo várias artérias da sede do concelho de Lousada.Com a demolição do estádio, na terceira e última fase desta inter-venção urbanística, vai ser possível criar naquela zona - cerca de 70 mil metros quadrados - novas áreas verdes e de estacionamen-to automóvel, além de equipamentos de lazer para a população.

Debate sobre Fridão em MondimA Câmara de Mondim de Basto promove a 05 de Fevereiro

uma sessão de esclarecimento sobre o Estudo de Impacte Am-biental da Barragem de Fridão, a construir pela EDP no rio Tâ-mega.

Segundo a autarquia, as maiores dúvidas levantadas pelas populações afectadas pela construção do empreendimento estão relacionadas com a qualidade da água, os efeitos da alteração do clima na agricultura e os impactes na fauna.

Entretanto, a EDP anunciou que vai criar um Posto de Atendimento nas instalações da câmara, sob a forma de quios-que, que tem como principal objectivo prestar informação gené-rica sobre o empreendimento e esclarecer dúvidas específicas que particulares ou entidades possam ter.

Gás natural chegou a FelgueirasO gás natural chegou este mês a Felgueiras, acontecimen-

to que foi assinalado pela empresa EDP Gás e pela Câmara e já abastece cerca de um milhar de clientes, residenciais e empresa-riais, anunciou a autarquia.

O gás natural, que se apresenta com um custo cerca de 50% mais barato em relação ao propano, é menos poluente e, segun-do os técnicos, mais seguro.

Foram instalados 23 km de rede na cidade de Felgueiras e a empresa garante que em breve chegará à Lixa.

A Polícia Judiciária deteve a 25 de Janeiro, em Amarante, um homem suspeito da autoria de um roubo à mão armada ocorrido a 13 de Ou-tubro de 2009.

Em comunicado, a PJ refere que o homem terá participado no roubo de uma vítima que, quando chegava a casa conduzindo o seu veícu-lo, foi abordada por dois indivíduos.

Os dois alegados assaltantes, um dos quais

detido em 10 de Novembro de 2009, terão ame-açado a vítima por duas vezes, sendo que o ago-ra detido terá revistado a vítima e apropriado de cerca de dois mil euros.

O detido, desempregado, de 35 anos de ida-de, tinha já antecedentes criminais por crimes de burla, falsificação de documento, furto e con-dução sem habilitação legal. O outro suspeito ainda se encontra a monte.

PJ deteve em Amarante homem suspeito de roubo à mão armada

Page 15: Repórter do Marão

“Com cinco milhões de eurospor ano não é possível fazer mais”

tâmega e sousa I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão1526 Jan a 09 Fev’10

O condicionamento financeiro em que vive a Câmara do Marco de Cana-veses vai demorar “vários mandatos” a ultrapassar. Essa é a convicção do presidente da Câmara, Manuel Moreira, que estima ser necessário o

tempo de “uma geração”, ou seja, 20 anos, para atingir o equilíbrio das finanças municipais e níveis razoáveis de desenvolvimento do concelho.

“O nosso orçamento, grosso modo, é de 25 milhões de euros por ano. Mas mais de 80 por cento está comprometido com as despesas correntes da câmara”e com os encargos financeiros do empréstimo de 45 milhões de euros feito pela Câmara do Marco em 2004”, relembra o autarca em entrevista ao Repórter do Marão. As-sim sendo, que dinheiro é que fica para investir? “Ficam cerca de cinco milhões, o que é pouco, muito pouco para a missão de empreender, de realizar coisas a bem da nossa terra que também merece ter uma oportunidade de ser um concelho de-senvolvido. Esse é o maior desígnio que temos para o Marco. Isso vai levar uma geração. Não digo isto como retórica de político, que sou, mas digo-o com convic-ção. É preciso dar tempo ao tempo. Isto é para se fazer ao longo de muitos anos. É por isso que eu costumo dizer: é comigo e para além de mim”.

| Câmara paga 400 mil euros todos os meses | Muito crítico da gestão de Avelino Ferreira Torres, Manuel Moreira diz que desde que chegou à Câmara foram surgindo novas dívidas que têm de ser pagas. “Como é possível quem me antecedeu ter feito em 2004 um empréstimo de 45 milhões de euros dizendo que era necessário esse valor para pagar as dívidas e com a audito-ria que fizemos às contas constatámos que afinal não pagaram tudo, porque nós a cada passo ainda estamos a descobrir novas dívidas. A verdade é esta: não pagou tudo e ainda por cima acrescentaram novas dívidas”. O presidente da câmara usa a expressão popular “cada cavadela, uma minhoca” para explicar que o que se tem passado com as dívidas é idêntico.

“Encontrámos um concelho muito condicionado financeiramente. Herdámos compromissos financeiros muitíssimo elevados” que, neste momento, são da or-dem “dos 400 mil euros por mês. Se eu não tivesse esses compromissos, em que todos os meses temos de pagar esse dinheiro, dava para eu fazer muito mais obras materiais e imateriais e com certeza seria muito mais avaliado pelos meus conci-dadãos da capacidade de empreender que eu tenho, só que não tenho é meios e eu não posso inventar dinheiro, não tenho essa capacidade, mas comigo está a huma-nidade porque ninguém inventa dinheiro”. Anualmente esses encargos totalizam cinco milhões de euros.

| “Eu não quero enganar as pessoas…” | Aquando do em-préstimo, em 2004, o Estado deu o aval através do contrato financeiro e autorizou aquele empréstimo de 45 milhões de euros com a garantia da Câmara de que du-rante 20 anos não faria mais nenhum empréstimo. Manuel Moreira acha inconce-bível que essa garantia tenha sido dada: “como é que é possível governar-se um concelho da dimensão do Marco de Canaveses, que tem 202 quilómetros quadra-dos, muito disperso, que tem 31 freguesias, que não tem água e saneamento na maior parte do território, que não tem um bom parque escolar, que não tem uma série de equipamentos sociais e culturais… como é que é possível dizer-se que não se precisa de contrair mais nenhum empréstimo durante 20 anos”, pergunta.

Para o presidente da Câmara do Marco é preciso lidar com a situação com ho-nestidade e realismo. “Eu não quero enganar as pessoas… como pessoas normais temos que tentar dar uma esperança ao Marco de Canaveses e aos marcoenses de que é possível. É isso que eu quero, mas para isso é preciso dar tempo ao tempo. Eu também gostava de fazer tudo o que ambicionei para o Marco nos meus man-datos”, salienta o autarca, convencido de que muitos projectos terão de ficar para futuros mandatos, para outros protagonistas. Paula Costa

Autarca do Marco adverte que reequilíbrio financeiro vai demorar 20 anos

Page 16: Repórter do Marão

repórterdomarão16 26 Jan a 09 Fev’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I desporto

A Equipa MCoutinho Rallye Team, for-mada pelos pilotos Manuel Coutinho e Ma-nuel Babo, começou da melhor maneira a temporada de 2010 no Campeonato Open de Ralis, ao dominar o Rali de Montelongo.

Ao volante do Mitsubishi Lancer Evolu-tion VI, o piloto Manuel Coutinho conseguiu mostrar durante a prova por que é um dos sérios candidatos ao título.

“Assumimos à partida que o nosso objec-tivo seria estar na luta pelas primeiras po-sições. No entanto, não contávamos sair vi-toriosos da primeira prova do Campeonato. Estamos muito satisfeitos e com bastante motivação para a restante temporada”, de-clarou o piloto.

Para o co-piloto Manuel Babo “alcançar a primeira vitória é marcante para todos”. “Penso que a merecemos e só espero que seja a primeira de muitas!”, acrescentou.

O Rali de Montelongo foi marcado por condições climatéricas muito adversas, o que não facilitou a tarefa dos pilotos.

“A muita chuva que caiu fez com que as classificativas se tornassem bastante traiço-eiras e muito escorregadias. Alcançar esta vitória foi um prémio para toda a equipa”, salientou o piloto Manuel Coutinho.

O próximo desafio da MCoutinho Rallye Team é o Rali de Barcelos, a 13 de Fevereiro.

Manuel Coutinho mostra por que é candidato ao título do Open de Ralis

Penafiel vence Taça da Proliga em Basquetebol

O Penafiel, orientado pelo ex-seleccionador nacional de basquetebol Valentyn Me-lnychuk, conquistou a Taça da Proliga, ao derrotar o Bar-celos, por 65-70, em Ponte de Sôr.

Depois de afastarem, nas meias-finais, 72-62, o Lusitâ-nia, equipa que ocupa o se-gundo lugar no campeonato, os penafidelenses mantive-ram a bitola que os mantém como líderes da Proliga ao fim da primeira volta do cam-peonato.

Na final da Taça da Pro-liga, os jogadores orientados por Valentyn Melnychuk até terminaram a primeira parte a perder por um ponto, 27-26, mas no regresso dos balneá-rios assumiram o comando do jogo para nunca mais o largar.

À entrada para o último período venciam por 52-56, vantagem que souberam ge-rir até ao apito final.

ÉDITOFaz-se público que, nos termos e para os efei-

tos do Art. 19º do Regulamento de Licenças para Instalações Eléctricas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26 852, de 30 de Julho de 1936, com redacção dada pela Portaria n.º 344/89, de 13 de Maio, esta-rá parente na Secretaria de MUNICÍPIO DE AMA-RANTE e na DIRECÇÃO REGIONAL DA ECO-NOMIA DO NORTE, Rua direita do Viso, 120, 4269-002 PORTO, todos os dias úteis, durante as horas de expediente, pelo prazo de quinze dias, a contar da publicação deste édito no “Diário da República”, o projecto apresentado pela EDP DIS-TRIBUIÇÃO - ENERGIA, SA , DIRECÇÃO DE REDE E CLIENTES NORTE, para o estabeleci-mento da LN Aérea a 15 KV, PINHEIRO MANSO - VILA MEÃ (MODIFICAÇÃO), na(s) freguesia(s) de S. Gonçalo e Fregim, concelho(s) de Amarante, a que se refere o Processo nº. EPU/34290.

Todas as reclamações contra a aprovação des-te projecto deverão ser presentes na Direcção Re-gional da Economia do Norte ou na Secretaria da-quele Município, dentro do citado prazo.

Direcção Regional da Economia do Norte, 23-11-2009

O DIRECTOR REGIONAL(Manuel Humberto Gonçalves Moura)

Reporter do Marão, N.1230 - 26/01/10

Reporter do Marão, N.1230 - 26/01/10

ÉDITOFaz-se público que, nos termos e para os efei-

tos do Art. 19º do Regulamento de Licenças para Instalações Eléctricas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26 852, de 30 de Julho de 1936, com redacção dada pela Portaria n.º 344/89, de 13 de Maio, esta-rá parente na Secretaria de MUNICÍPIO DE AMA-RANTE e na DIRECÇÃO REGIONAL DA ECO-NOMIA DO NORTE, Rua direita do Viso, 120, 4269-002 PORTO, todos os dias úteis, durante as horas de expediente, pelo prazo de quinze dias, a contar da publicação deste édito no “Diário da República”, o projecto apresentado pela EDP DIS-TRIBUIÇÃO - ENERGIA, SA , DIRECÇÃO DE REDE E CLIENTES NORTE, para o estabeleci-mento da LN Mista a 15 KV, CENTRO HOSPITA-LAR DO TÂMEGA E SOUSA, na(s) freguesia(s) de Telões, concelho(s) de Amarante, a que se re-fere o Processo nº. EPU / 34285.

Todas as reclamações contra a aprovação des-te projecto deverão ser presentes na Direcção Re-gional da Economia do Norte ou na Secretaria da-quele Município, dentro do citado prazo.

Direcção Regional da Economia do Norte, 23-11-2009

O DIRECTOR REGIONAL(Manuel Humberto Gonçalves Moura)

Reporter do Marão, N.1230 - 26/01/10

O Paços de Ferreira distin-guiu pela primeira vez um fute-bolista do clube com um alfinete de ouro, agraciando Pedrinha, na cerimónia de despedida do capitão, que vai jogar no Cher-nomoretz-Burgas, da Bulgária.

“Estou a sangrar por den-tro, e, à medida que os dias vão passando, torna-se mais difí-cil. Foram nove anos fantásti-cos num clube pequeno, mas de grande dimensão [humana], que faz parte da minha vida”, disse Pedrinha, com a voz em-bargada, afirmando tratar-se

de uma “experiência nova” e de uma opção que pretende “abra-çar com toda a força”.

O presidente do Paços de Ferreira, Fernando Sequei-ra, destacou-o como uma “figu-ra carismática” do clube e um exemplo, elogios reforçados pelo técnico Ulisses Morais, di-zendo ser raro um clube sentir-se órfão de um jogador.

Os dois reconheceram a im-portância desta oportunidade para o atleta, de 31 anos, cuja saída vai permitir um encaixe fi-nanceiro ao clube nortenho.

Finalista do Curso de Edu-cação (ramo Ensino Básico, va-riante de Educação Física), Pe-drinha assinou por três épocas e meia com o Chernomoretz-Burgas, actual quarto classifica-do do campeonato búlgaro, com aspirações a lutar por um lugar nas competições europeias.

“A Bulgária é uma espécie de namoro antigo, pois já no fi-nal da última época fui contacta-do por um outro clube e as coi-sas estiveram muito perto de acontecer”, sublinhou Pedrinha.

Pedrinha despediu-se doPaços de Ferreira

Page 17: Repórter do Marão

nordeste I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão1726 Jan a 09 Fev’10

Page 18: Repórter do Marão

repórterdomarão18 26 Jan a 09 Fev’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I nordeste

Obra adjudicada pela

CÂMARA MUNICIPAL DE

GUIMARÃES

Montante:2.297.190,37 €

Centro Escolar de Urgezes

Page 19: Repórter do Marão

negocios & empresas I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão1926 Jan a 09 Fev’10

A MCoutinho Alvescar , sediada em Amarante, apresentou no fim-de-semana de 16 e 17 de Janeiro, a mais recente estrela da Opel, o Novo Astra. Este já-galardoado com o prémio “Volante de Ouro”.

A ação decorreu na sua filial de Vila Real, e con-tou com a presença dos administradores da empresa e grupo, clientes, comunicação social bem como públi-co em geral que por ali quis passar e ver o novo auto-móvel.

A apresentação ficou a cargo do actor/manequim Afonso Vilela que, juntamente com um grupo de bai-larinas, animaram a festa.

Aquando da apresentação do novo Astra foram expostos os modelos da geração Astra, sendo que a atenção se concentrava na nova estrela da Opel – o Astra.

As músicas escolhidas para a animação do lan-çamento estavam sentimentalmente ligadas ao auto-móvel, ou pelo menos, à sensação de conduzir o novo Astra. Desde a sensação de fama, glamour (Fame – Naturi Naughton) de quem conduz um carro de uma linha estética tão requintada, até ao “amor egoísta” de quem o possui.

“Ninguém deixará conduzir o seu carro pois o gosto pela sua condução será demasiado, que não vai querer que mais ninguém o conduza. Daí a esco-lha da música oficial do lançamento do Astra ter reca-ído sobre o tema “Selfish Love” do músico e Dj portu-guês Pedro Cazanova”, referiu ao Repórter do Marão a responsável de marketing da MCoutinho Alvescar, Valéria Alves.

No âmbito comercial, a venda deste modelo não tem grandes segredos, segundo o administrador da empresa, Paulo Pereira.

“A marca vende um pouco por si só e este modelo Astra tem todos os pormenores e instrumentação au-tomóvel para captar o público”, salientou.

O novo modelo da Opel tem um sistema de Con-trolo de Luzes automático, que “adapta automatica-mente os faróis à iluminação da estrada, através de sensores de luminosidade e velocidade”.

Destaca-se ainda o sistema Opel Eye que se ca-racteriza por ler os sinais de trânsito, informando os condutores sobre a velocidade máxima e proibição de ultrapassagem.

A juntar a isto, o novo Opel Astra tem um siste-ma de controlo electrónico de chassis FlexRide, pro-porcionando três modos de condução seleccionáveis, Sport, Tour e Normal, com comutação automática em situações extremas.

O ambiente também é uma das prioridades des-te novo modelo. A nova gama de motores Opel Astra prova que é possível equilibrar o desempenho activo com a economia de combustível e as baixas emissões.

“É um modelo com standards de qualidade eleva-dos, sendo o carro menos poluente do seu segmento”, sublinhou Paulo Pereira.

A aposta da MCoutinho Alvescar incide muito na região do Nordeste, nomeadamente, num grande es-paço de exposição em Vila Real, mercado que o ad-ministrador Paulo Pereira considera “forte e para ex-plorar”.

Para 2010, os objectivos do grupo passam pelo au-mento de vendas de automóveis, uma vez que o ano de 2009 foi “o pior dos últimos 10 anos”, afirmou o admi-nistrador do grupo, António Coutinho.

Para combater a crise no sector automóvel, Antó-nio Coutinho considera “muito importante” o apoio do Estado, nomeadamente o incentivo ao abate de car-ros em fim de vida.

Ainda segundo Paulo Pereira, as vendas da mar-ca Opel no ano passado foram sustentadas pelo apoio do Estado.

“Cerca de 40 por cento das vendas teve um veí-culo para abate”, frisou o administrador, que conside-ra que todos os apoios que possam ser dados “são fun-damentais para ultrapassar a crise económica em que Portugal se encontra”.

A gama Astra não se fica por este modelo. A meio do ano sairá para o mercado nacional a versão carri-nha e até ao final de 2010 a Opel lançará a nova versão do Opel Meriva. Iva Soares

“Volante de Ouro” chegou ao mercado nacional

Missão Sorriso do Continente contemplou hospital de Vila Real

A Missão Sorriso, uma iniciativa do Modelo e do Continente que se realizou pelo sétimo ano consecutivo, contemplou 11 unidades hospitalares de todo o país, que vão receber verbas para projectos na área da Pediatria.

De um total de 27 candidaturas provenientes de Hospitais Pediátricos, Maternidades e Hospitais com serviços de Pediatria e/ou Obstetrícia, todos localizados em áreas de influência das lojas Continente, foram galar-doados 11, nomeadamente o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).

Foi-lhe atribuída uma verba de 47.500,00 euros para o projecto “Melhores cuidados Pediátricos”, destinado a financiar parcialmente o equipamento e a sala de apoio ao ambulatório.

À semelhança dos anos anteriores, as verbas foram angariadas através da venda de um Produto Missão Sor-riso. Este ano foi lançado o Livro “Leopoldina e a Ordem das Asas”, uma história com vários finais possíveis onde é o leitor, à medida que vai avançando na história, que vai escolhendo os diferentes finais.

Segundo revela o Continente, desde 2003 o projec-to Missão Sorriso doou mais de quatro milhões de Euros para unidades de pediatria e hospitais pediátricos portu-gueses, contribuindo para melhorar os cuidados presta-dos às crianças hospitalizadas.

Grupo Martins aumenta redede Áreas de Serviço BP

O Grupo Martins, que tem sede em Paços de Fer-reira e é um dos maiores distribuidores da petrolífera BP, anunciou o alargamento da sua rede de distribuição de combustíveis a retalho e lojas de conveniência, com a integração de duas novas Áreas de Serviço, situadas na A41, em Moreira da Maia, junto à Lipor e próximas do nó de acesso ao Aeroporto Internacional do Porto – Francisco Sá Carneiro.

Em Novembro, o Grupo Martins já tinha incorpora-do na sua rede a Área de Serviço BP, em Lousada.

“Com estas novas instalações, o Grupo Martins con-ta agora com cinco áreas de serviço, desde a Maia a Fel-gueiras, passando por Paços de Ferreira e Lousada, do-tadas com os mais modernos equipamentos tecnológicos de apoio ao cliente, geridas de acordo com os mais eleva-dos padrões de segurança e qualidade, com um atendi-mento personalizado e a qualidade Grupo Martins”, assi-nala a fonte da empresa.

Entretanto, o Grupo Martins foi galardoado com o Troféu 4C’s Comunidade 2009, uma distinção que a BP Portugal institui anualmente entre os seus parceiros de negócio, no âmbito da sua política de boas práticas.

O Troféu 4C’s, da BP Portugal, visa distinguir aque-les que com notoriedade e consistência se diferenciem pela sua acção numa das seguintes áreas: Crescimento, Comunidade, Competitividade e Consolidação, adianta o Grupo Martins.

A empresa de Paços de Ferreira assinala que, de acordo com o manifesto do júri, o Grupo Martins foi o parceiro da BP Portugal “que mais sobressaiu no âmbito da responsabilidade social e na perfeita interpretação do conceito de boas práticas”.

MCoutinho Alvescar apresentou novo Opel Astra em Vila Real

Page 20: Repórter do Marão

repórterdomarão20 26 Jan a 09 Fev’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I opinião

E ncerro hoje esta espécie de tríptico despreten-sioso que me foi inspirado pelo último acto elei-toral.

Na crónica precedente ao falar de ‘pesos’, referi-me ao du-plo significado que essa palavra tem.

O mesmo acontece com ‘medida’, e também essa du-alidade se pode aplicar ao acontecimento referido, que no passado mês de Outubro nos deu mais do mesmo.

Um dos temas que foi mais debatido, e que tudo leva a crer, infelizmente, não vai mudar muito nestes tempos mais próximos, foi o do saneamento, espécie de mons-tro que todos conhecem, de que muitíssimos sofrem as consequências, mas que entra em letargia entre dois ac-tos eleitorais.

Se alguém disso tem dúvidas, basta sacrificar-se a dar uma vista de olhos nos programas eleitorais e re-ler as afirmações proferidas, com evidente manipulação de dados nem sempre fiáveis (quando disponíveis, o que é raro…).

Concordo que o problema do saneamento não é sim-ples, e Amarante não foge à regra, com a diferença, pelo que me é dado observar, de não se dizer a verdade, es-camoteando um verdadeiro debate sobre o assunto e as medidas que se têm de tomar atempadamente.

Foi tornado público um documento, pelo visto subs-crito pela Câmara Municipal de Amarante (CMA), ela-

borado segundo parece pela entidade que agora é res-ponsável, pelo menos em parte, pelo problema (Águas do Ave), e que avançava com uma taxa de cobertura da rede de saneamento significativamente inferior da que a CMA cita.

As explicações, nos parcos debates que existiram, fo-ram insuficientes e imprecisas, e ao que me dizem chegou-se a avançar com pueril argumen-to duma distracção para justificar a as-sinatura, ‘de cruz’, do tal documento. A ser verdade, isso diz tudo da atenção de quem preside aos nossos (tristes) destinos.

O assunto, contudo, deve-lhe perturbar a mente, pois no discurso de tomada de posse, num total despro-pósito, voltou a ele, e mais uma vez os valores citados fo-ram diferentes, continuando nós sem saber a verdadei-ra taxa de cobertura.

O subterfúgio que consiste em confundir ‘rede en-terrada’ com utentes realmente podendo usufruir des-sa infra-estrutura, acusando ainda alguns de não que-rerem ‘ligar-se’, não lembra a qualquer um…E como nessas ocasiões, mesmo que houvesse quem estivesse disponível, não é permitido corrigir, fica-se com uma im-pressão de que se calhar algo daquilo que se ouve será verdade.

Já dizia Voltaire : menti, menti, que alguma coisa fica…

Será realmente difícil ‘medir’ essa taxa de cobertu-ra e saber onde se situa a verdade, se nos números das ‘Águas do Ave’, corroborados distraidamente por quem de direito (em todos os sentidos da palavra…) ou no que é proferido em ocasiões descabidas?

São ‘medidas’ relativamente fáceis de fazer, como qualquer estudante sabe.

Um pouco mais complicadas, e que exigem vontade, rigor e determinação, são as outras ‘medidas’, isto é, as decisões para que quem porventura tenha rede disponí-vel seja obrigado a ‘ligar-se’, e que quem, como eu, a tem à porta há anos, o possa fazer. Mas a ‘minha’ rede só ser-ve para as estatísticas, falsas como as afirmações que as envolvem, numa despudor inadmissível e que dura há demasiado tempo, e que cada vez mais exige outro tipo de medidas…

Eleições, pesos e medidas (Fim)

Luís MagalhãesEngenheiro

Regionalização:Comecemos com o debate, mas sério, já.

Depois do referendo de 1998, que chumbou a Re-gionalização, então centrada na proposta de criação de oito regiões administrativas, a Regionalização vol-ta hoje a ser tema de debate, com os dois principais partidos (PS e PSD) a recentrar a agenda política em torno deste assunto, da necessidade de um amplo de-bate, sendo que, quanto maior for o consenso alcança-do entre estes dois partidos, mais fácil se tornará a imple-mentação desta re-forma.

José Sócrates, na qualidade de se-cretário-geral do PS, disse em finais do ano passado que o Estado está pre-parado para proce-der a uma reforma que considera indis-pensável e urgente e que a Regionali-zação é um impera-tivo que se impõe, assim que houver um consenso político em torno dela.

O Partido Socialista levou o tema a debate nas jor-nadas parlamentares que realizou em Beja, apontan-do logo o caminho quanto ao recorte geográfico das futuras regiões administrativas, na base de 5 unida-des territoriais, corrigindo assim a proposta referen-dada há 12 anos atrás.

O PSD logo anunciou que vai propor na Assem-bleia da República a constituição de uma Comis-são Parlamentar Eventual sobre a Regionalização,

que avalie os contributos e opiniões externas sobre o tema, ouvindo políticos, economistas e outros técni-cos que se têm pronunciado sobre a matéria e procu-re as soluções inerentes ao processo da regionalização para, depois das eleições presidenciais, o tema da re-gionalização entrar na Agenda Política.

A Regionalização, que poderia e devia ser uma re-alidade no nosso País desde 1998, não será referenda-da antes de 2012. Perderam-se, assim, 14 anos que po-deriam e deveriam ter sido aproveitados para eliminar assimetrias e aprofundar a descentralização política do País. Neste período de tempo, a Grécia e a Irlanda deram passos significativos em relação à regionaliza-ção e Portugal é nesta matéria um caso atípico, é o úni-co País da Europa Comunitária que ainda está comple-tamente centralizado e onde não há estrato intermédio de poder entre o poder local e o poder central.

Enquanto a regionalização não avança, os portu-gueses, diga-se antes os políticos portugueses, entre-têm-se a discutir o número das regiões a criar, se são cinco, seis ou oito, quando mais importante que o nú-mero, são as competências que o Poder Central está disposto de abdicar a favor do novo Poder Regional, os órgãos a criar e o custo que estes novos cargos re-presenta para o erário público.

Mas se a discussão à volta do novo referendo da Regionalização só se efectuar depois das eleições pre-sidenciais, como é intenção dos principais partidos, aproveitemos então estas manifestações de vontade, para começarmos já, mas a sério, a debater o tema da Regionalização. Aproveitemos os fóruns políticos e cívicos, a Assembleia da República, as Assembleias Municipais e de Freguesia, para discutir a Regionali-zação. Talvez, assim, depois das Presidenciais, possa-mos obter o máximo denominador comum que sirva

de referência à construção das futuras regiões admi-nistrativas, alicerçado, num amplo consenso político. Comecemos já este debate, porque o futuro não pode esperar mais.

[email protected]

Carlos Sousa Pinto Penafiel

Page 21: Repórter do Marão

repórterdomarãoopinião / diversos

21I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

26 Jan a 09 Fev’10

Contar com Marcel Proust para mudarmos anossa vida

Pode um escritor, mesmo genial, influen-ciar decisivamente o curso da nossa existên-cia? Não são poucos os que acreditam nes-sa possibilidade. Um pensador de renome, Alain de Botton, vem desafiar-nos com a vida e a obra de Proust, um escritor considera-do difícil, um homem doente, amante de fes-tas e cosmopolita. O resultado desta incursão pela vida e obra de Proust é deslumbrante, te-mos aqui um livro maravilhoso, de leitura di-vertida, por vezes mordaz, sempre imaginati-vo e com o potencial para colar as mensagens de Proust na nossa vida, arrebatando-nos: “Como Proust pode mudar a sua vida”, por Alain Botton, Publicações Dom Quixote, 2009.

Primeiro, a ascendência deste génio lite-rário. Proust era filho de um médico influen-te dedicado à melhoria dos padrões de higie-ne pública, teve uma carreira internacional e dizia abertamente que fora feliz, toda a sua vida. Marcel Proust só se interessava pela literatura, os poucos trabalhos em que se envolveu foram de-cepcionantes. Ainda foi bibliotecário mas aca-bou por ser despedido. Além disso, o Dr. Proust escrevia imenso sobre a melhoria do bem-es-tar físico da população, livros populares de au-to-ajuda em que falava na prevenção das dores de costas ou nos exercí-cios físicos mais adequa-dos à higiene de vida. Esta imagem do pai, do seu incansável labor e do seu entusiasmo divulga-tivo, aparecerá reflecti-da em personagens nas suas obras-primas. O confronto com o irmão, Robert, também foi difícil. Robert dizia, sa-be-se lá com que grau de cinismo: “O que é triste é que é preciso que as pessoas estejam muito doentes ou tenham partido uma perna para terem oportunidade de ler Em Busca do Tempo Perdido”. Ao que Alain de Botton acrescenta que mesmo que se esteja doente, ler Proust é um tremendo desafio: a exten-são das frases, as construções serpenteantes, sendo que a mais longa, localizada no quinto volume, teria, se disposta em linha recta num corpo de texto normal, pouco menos de qua-tro metros.

Segundo, Proust introduziu uma nova arquitectura na construção do romance, foi uma inovação mas deixou os editores e os lei-tores do tempo boquiabertos ou indiferen-tes, de um modo geral. Um desses editores chegou a dizer: “Ao chegar ao fim das 712 pá-ginas deste manuscrito, depois de muito so-frimento ao ser afogado em desenvolvimen-tos incompreensíveis e de uma impaciência irritante por nunca conseguir chegar à su-perfície, é completamente impossível perce-ber qual é o tema. Qual é o propósito de tudo isto? Onde quer chegar? É impossível per-ceber. E mais adiante disse, indignado, que Proust tinha precisado de 17 páginas para

descrever um homem com insónias, revendo as suas impressões. Proust escrevia na cama, que gostava de ler o jornal à procura de his-tórias que pudessem ser transformadas em acontecimentos literários. Alguém obser-vou que depois de ele ler o jornal e ao rela-tar uma notícia lida era capaz de a transfor-mar num romance trágico ou cómico, graças à sua imaginação e fantasia. Proust estabe-leceu um novo cânon literário: é a beleza do estilo que ultrapassa a coscuvilhice, é a lite-ratura que faz o espectáculo e é respeitada e admirada porque nos obriga a despender o tempo necessário, sempre que necessário.

Terceiro, Proust foi um tão poderoso fic-cionista que transformou todos os seus per-sonagens à custa dos problemas pessoais e da sua atmosfera social circundante: a sua dependência da mãe, a sua homossexualida-de equívoca, o seu pessimismo romântico, a sua obsessão com as doenças e com os cui-dados pessoais, tudo e muitíssimo mais será

transplantado para a cria-tividade literária. Observa Alain de Botton que “O ro-mance de Proust está re-pleto de pessoas que po-deríamos considerar más sofredoras, almas atormen-tadas que foram traídas no amor ou excluídas de fes-tas, torturadas por um sen-timento de desadequação in-telectual ou de inferioridade social, mas que nada apren-dem com esse sofrimento e, na verdade, reagem envol-vendo-se numa série de me-canismos de defesa ruino-sos que incluem arrogância e ilusão, crueldade e impie-

dade, ira e ciúme”. Ele aproveita-se de tos-ses, gafes sociais e traições emocionais para procurar encontrar a felicidade. Porque toda a literatura de Proust está marcada por esse dom supremo de haver pessoas que se com-portam de forma inusitada, entregando-se à vaidade e às paixões. A vida é muito mais complexa que a representação de lugares-co-muns, é essa mensagem de fantasia que a fic-ção de Proust regista do princípio ao fim.

Este Proust, que é hoje considerado como um dos maiores vultos literários do século XX, procurava avidamente as novas e velhas ami-zades, era dissipador, mundano e cosmopoli-ta, adorava escrever cartas e ler a trivialida-des dos jornais e presumia que os seus livros pudessem trazer indicações de como ser feliz no amor. Nunca se tomou muito a sério, em-bora tenha trabalhado afincadamente na sua obra literária; acreditava que a leitura poderia cimentar toda a nossa vida espiritual e nunca excluiu as referências aos seus gostos culiná-rios, artísticos e o seu olhar sobre a justiça e o desprezo pelos poderosos. Sim, ler Proust é ganhar coragem para enveredar por novos caminhos dentro da nossa própria existência. Ele está nas livrarias e nas bibliotecas sempre pronto para nos acolher e estimular para essa arriscada aventura.

Beja Santos Assessor Inst. Consumidor

A EDP anunciou esta sema-na que já entregou o estudo das al-ternativas à linha do Tua que fica-rá submersa pela barragem de Foz Tua, mas sem revelar as soluções propostas.

“Foi entregue a quem de direi-to e que decidirá em conformidade e não seria delicado da nossa parte es-tar a divulgá-lo”, disse o administra-dor da EDP Manso Neto, em Bra-gança, à margem da cerimónia de entrega de apoios financeiros a ins-tituições de solidariedade, no âmbi-to da iniciativa “EDP Solidária Bar-ragens 2009”.

De acordo com Manso Neto, membro do conselho de administra-ção da EDP, o estudo sobre as alter-nativas de transporte na zona afec-tada pela barragem de Foz Tua, já foi entregue à comissão de avaliação da Declaração de Impacto Ambien-tal (DIA).

A DIA que autoriza a constru-ção da barragem foi emitida em Maio de 2009 com um parecer fa-vorável mas “fortemente condicio-nado”.

Uma das imposições à EDP foi a realização do estudo de alternativas aos cerca de 16 quilómetros da linha do Tua que ficarão submersos com a barragem.

A linha do Tua tem-se assumido como o principal obstáculo no pro-cesso da barragem por ser incom-patível com o aproveitamento hidro-eléctrico.

A DIA implicou a desactivação imediata de quatro quilómetros para estudos de prospecção e impõe que nas alternativas de transportes o es-tudo de uma solução ferroviária, que os especialistas apontam como dis-

pendiosa, sem conseguir evitar que se perca a zona mais atractiva do ponto e vista turístico.

Apesar de desconhecer ainda qual a decisão da comissão de ava-liação relativamente à linha do Tua, a EDP tem como objectivo arrancar com a obra da barragem ainda este ano (na imagem, a antevisão do em-preendimento).

De acordo o administrador, a EDP pretende lançar o concurso de construção durante o Verão e iniciar a obra da barragem ainda este ano, com um prazo de execução até 2014.

Pedida a suspensão de Fridão e do Tua

Entretanto, o Bloco de Esquer-da e os Verdes pediram quarta-feira no Parlamento a suspensão do Pro-grama Nacional de Barragens e a exclusão das infra-estruturas pre-vistas para o Tua e Fridão, apontan-do a falta de estudos sobre os impac-tos cumulativos.

“O estudo de avaliação ambien-tal estratégica foi manipulado e ba-seia-se em dados desactualizados”, afirmou a deputada do partido eco-logista ‘Os Verdes’ Heloísa Apolónia, aludindo a um estudo da Comissão Europeia que corrobora as críticas que têm sido feitas ao Programa Na-cional de Barragens.

“Não foi estudado o efeito cumu-lativo das barragens que já estão construídas com as previstas neste programa e as avaliações de impac-te ambiental que estão a ser feitas a cada uma das barragens estão a re-velar impactes ambientais, socioeco-nómicos e sociais muitíssimo supe-riores ao que se previa”, explicou.

EDP entregou propostas alternativas á linha do Tua

A Câmara de Celorico de Bas-to anunciou o arranque de um pla-no alargado de obras para corrigir os estragos causados pelo mau tem-po das últimas semanas.

Joaquim Mota e Silva (PSD) ex-plicou à Lusa que os trabalhos em curso mobilizam dezenas de funcio-nários e visam reparar várias der-

rocadas que ocorreram nas últimas semanas, um pouco por todo o con-celho devido à chuva forte.

Os serviços técnicos da autar-quia ultimaram um Plano de Con-tingência no qual são sinalizadas as situações mais urgentes e destaca-dos os meios humanos e de equipa-mento apropriados.

Celorico repara estragos do mau tempo

Page 22: Repórter do Marão

repórterdomarão22 26 Jan a 09 Fev’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I crónica|diversos

Boneca e SerginhoEu não me quero meter na

tua vida, Serginho, bem sabes que não sou como certas pesso-as que eu conheço, que só se sen-tem felizes se viverem a vida dos outros. Não, meu filho, eu não sou como essas pessoas, como é o caso da tua avó, a mãe do teu pai, que passa a vida meter-se onde não deve. Eu só penso nas minhas coisas, e já me chega. Nunca gostei do diz-que-disse, nem do traz e leva, leva e traz. Gosto de viver a minha vida, e detesto a má-língua.

Não, Serginho, a tua mãe não é dessas. Mas conta lá outra vez, meu filho, como isso aconteceu. Mas conta tudo, vê se não te es-queces de nenhum pormenor, porque as grandes coisas são sempre feitas de pormenores.

E não estejas tão triste, por-que ela não merece que sofras tanto. Nem te ponhas a beber, para afogar as mágoas. Não me mintas Serginho, porque não vale e pena. Eu acordei esta ma-drugada e bem vi como as pare-des do corredor te serviam de bengala.

E tudo por casa da Boneca, como tu lhe chamas.

Não fiques assim, Serginho. O mundo não vai acabar lá por-que a Boneca, como tu lhe cha-mas, depois de namorar contigo durante cinco anos, foi viver com outro homem.

Eu sei, meu filho, o que isso dói. Também bebi desse fel. Nes-sa altura eu pensei que o mundo ia acabar, tal era a tristeza que me roía a todas as horas do dia e da noite. Mas o tempo tudo sara, e só o tempo é que nos dá a cha-ve para abrir outras portas.

Um ano depois eu já estava casada com o teu pai, e tu a me-xeres-te dentro da minha barri-ga. E até hoje não me arrependi.

Eu acho que ela se cansou de esperar, Serginho. A Boneca que tu julgavas que já te perten-cia, tem trinta anos, e esperou por ti durante cinco anos. Cinco anos são sessenta meses, Sergi-nho. É muito tempo para quem sonha.

Serginho, és meu filho, mas eu tenho de te dizer a verdade: sempre foste um indeciso. Para nasceres tu, ia eu morrendo, tanto foi o tempo que demoras-te a sair de mim.

Quando tu eras pequeno nun-ca sabias o que dizer, nunca sa-bias que prenda havias de pedir, nunca sabias o que comer, nun-

ca sabias escolher nada, ficavas uma eternidade a olhar, perdido, sem te decidires.

Se calhar eu é que não te sou-be educar, mas não estou certa disso, porque as tuas irmãs são bem despachadas. Tu é que me saíste acanhadinho, tal e qual como o teu pai, que se não fosse eu a empurrá-lo, ainda agora es-tava à espera que ele me pedisse em casamento.

De modo que o que tu tens a fazer, Serginho, é pensares que a culpa da Boneca, como tu lhe chamas, te largar e ter corri-do para os braços do teu melhor amigo de infância, não é dela, é tua.

A tua Boneca, como tu lhe chamas, quer ser mãe, quer ter o canto dela, quer viver.

E tu, Serginho, em que é que pensas? Pensas na tua carrei-ra lá na GNR, queres ser capi-tão. É o teu sonho. E apareces por aqui quando o rei faz anos. Mal chegas, vestes o fato de trei-no, calças as sapatilhas e vais correr horas a fio à roda do par-que, tu dizes que é por causa da forma física, mas eu acho que é para mostrares a musculatura e os óculos de sol. E eu acho muito bem que tenhas um bocadinho de vaidade.

Tu dizes que gastaste um di-nheirão em telefone e em men-sagens, quase todas as noites vias e ouvias no computador a Boneca, e que nunca se zanga-ram.

Mas esqueceste um porme-nor, Serginho. Esqueceste que o amor é como a planta que nasce no calor do verão: morre se não for regado.

E é uma perda de tempo hu-medecer uma planta que mir-rou.

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António Mota

Eu acho que ela se cansou de esperar,

Serginho. A Boneca que tu julgavas que já

te pertencia, tem trinta anos, e esperou por ti

durante cinco anos. É muito tempo para

quem sonha.

Festival de Gastronomia do Norteenvolve centenas de restaurantes

O Turismo do Porto e Norte de Portugal lançou no Marco de Canaveses a maior e mais arrojada iniciativa de promoção da gastronomia do norte do país. São os “Fins-de-semana Gastronómicos”, uma iniciativa que vai envolver até ao final de Maio cen-tenas de restaurantes de 60 concelhos nortenhos.

Segundo fonte do organismo, esta iniciativa pretende “posicionar o produto es-tratégico ‘Gastronomia e Vinhos’, numa perspectiva de contemporaneidade, de novos horizontes e desafios revestidos de competitividade”.

Na sessão de abertura, a 23 de Janeiro, no Marco de Canaveses, no restauran-te Pensão Magalhães – que serviu o anho assado com arroz e as fatias do Freixo, es-pecialidades gastronómicas deste concelho do interior do distrito do Porto – partici-param o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira, e o presidente da câmara local, Manuel Moreira.

Os fins-de-semana gastronómicos vão percorrer, em datas distintas, os vários concelhos aderentes do Minho, Douro Litoral e Trás-os-Montes, que apresentarão as respectivas especialidades.

O festival encerra a 22 e 23 de Maio na cidade do Porto.A iniciativa assenta na marca “portoenorte.come” e conta com o envolvimento de

entidades públicas, nomeadamente os municípios.No Marco de Canaveses aderiram mais quatro restaurantes.Nos fins-de-semana de 6 e 7 e de 13 e 14 de Fevereiro os restaurantes dos conce-

lhos de Baião, Montalegre, S. Tirso, Trofa, Amarante, Bragança, Vimioso e Paços de Ferreira mostram os seus “pratos”.

Cozinha tradicional dá prémio aoRestaurante O Golfe, em Amarante

O Restaurante O Golfe, localizado no Campo de Golfe de Amarante, foi galardo-ado com o prémio Verde Prata, distinção que lhe foi atribuída pela Comissão de Viti-cultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).

O prémio, obtido num concurso realizado em Setembro passado, distingue os restaurantes “que associam de forma excepcional o Vinho Verde e a Gastronomia”, anunciou a organização.

O Restaurante O Golfe foi galardoado na categoria “cozinha tradicional”, tendo apresentado a concurso um menu que inclui “Enguia do Tâmega sobre tosta de Pão de Padronelo”, servida com Espumante de Vinho Verde Branco Quinta da Calçada (2006) e o prato de carne “Cabritinho da Serra de Carvalho de Rei, sobre grelinhos salteados e batatinha assada”, acompanhado por um Quinta da Lixa Tinto (2006).

A sobremesa servida é a “Sinfonia de São Gonçalo” com Espumante Branco Quinta da Lixa Meio Seco.

Quinta de Sabrosa propõe “Romance no Douro”

A Casa das Pipas, da Quinta do Portal, instalada no concelho de Sabrosa, propõe para 2010 um programa de “intenso romantismo”, o qual terá no mês dos namorados (Fevereiro) um dos seus momentos mais altos.

Os visitantes serão recebidos com vinho do Porto e o programa propõe uma noite de alojamento em quarto superior, pequeno almoço, visita à adega de envelhecimen-to, prova de vinhos da Quinta do Portal e um jantar vínico no restaurante da unidade, à luz das velas. Para que o “cenário seja perfeito”, a Quinta do Portal inclui no progra-ma de dois dias um passeio de barco nas águas do rio Douro.

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2326 Jan a 09 Fev’10

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2010

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