Resenha HILL, Chriistopher

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  • 8/8/2019 Resenha HILL, Chriistopher

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    Ele busca entender a revoluo inglesa como um movimento social tal como a revoluo francesa foi, e que uma revoluo que mata o monarca, e que vista por ele como uma luta de classes e que tem seu sucesso devido ao

    apoio das massas.No sculo 16 o Rei esta apoiado e esta estvel, e como ser possvel no sculo 17 essa monarquia se fragiliza de talmodo a ponto de se decapitar o rei ? Porque as classes terratenentes e as classes mercantis comearam lutar por suasliberdades ?

    Uma possvel a analise a estupides de Carlos e Jaimen, pois eles no conseguem fazer uma leitura a fundo doseu tempo e de sua sociedade, e prope uma politica econmica que era arcaica para o momento que a Inglaterra vivia

    e se tratava de um empecilho para o progresso tecnolgico dessa sociedade. E para alm disso, essa politica nocomtemplava os interesses da burguesia emergente. Ou seja parece ser um aglomerado de insatisfaes diante dessa

    sistema poltico-econmico.Para alm dessas questes econmicase politicas, existe o embate entre duas religies os anglicanos e o

    puritanismo que escondem em suas entranhas interesses sociais e econmicos, pois a interpretao construda em cadareligio deflagram interesses dos seus agentes. E essa da religio colabora pa ra um rompimento do status quo a medidaque permite que a burguesia possa ascender socialmente, rompendo com a ideia da desigualdade natural entre oshomens.

    No Sculo 17 a Inglaterra era profundamente agrcola, mas em 1942 Colombo vai descobrir as Amricas o queabre as portas para se pensar na exportao e comercializao com as ndias. E isso nos mostra que o comercio esta emmutao.

    O sul da Inglaterra por produzir l e txteisvai se desenvolver mais, alterando a configurao dessa sociedadepois os burgueses vo comear a se enriquecer e ganhar importncia.Portanto esse cenrio extremamente dinmicono compatvel com a tentativa do rei de se manter uma economia agraria.

    No Sculo 16 os preos aumentam, e isso enriquecera a burguesia e empobrecer a nobreza.E por uma falta deterra no mercado se confisca as terras da igreja e comercializa essa terra, o que rompe a estratificao dessa sociedade,

    e para alm disso se quebra com uma logica social de sculosNo sculo 17 a populao ainda habitava no campo, e teremos vrios desenvolvimentos como os tecidos, a

    retirada e o uso do carvo que possibilitar a metalurgia e a produo de vidros e a produo naval. E a produo naval

    vai auxiliar e garantir a hegemonia da Inglaterra como senhora dos mares.Esse comercio enfrento resistncia no comercio oriundo das guildas, e vo fugir delas para se instalar onde

    no existe a influencia comercial delas.A monarquia oscilava o seu apoio entre a burguesia e a nobreza, pois existia alguns inimigos em comum que

    era a igreja que no deixava o individuo enriquecer. Entretanto quando a burguesia consegue se enriquecer, ela vai

    adquirindo poder e deixando de precisar do rei. E como j foi visto a nobreza vai se endividando para a burguesia.E para resolver isso a taxa tributaria aumenta sobre o comrcio burgus, e esses prejudicados vo reivindicar

    ao rei melhores condies e quando isso no acontece via dialogo, a burguesia vai procurar outros meios.A monarquia possui uma forte aliada que ea igreja anglicana, e para c ontrapor a essa religio a burguesia se

    aliou aos puritanos que tinha em seus seios ideias que muito se assemelham s ideais burgueses.Os puritanos esto em ascenso, e para conter isso o Rei Jaime I que era catlico vai fazer uma aliana com o

    a Espanha que eraa maior defensora do Papado Catlica, entretanto a Espanha era a maior inimiga da Inglaterra, e issovai trazer uma repercusso pssima no parlamento de tal modo que a cmera dos comuns vo se opor a essa deciso aponto de Jaime abdicar ao trono, e logo em seguida sobe ao trono Carlos I e da continuidade a politica social eeconmica, e vendo que no houve alteraes significativas a cmera dos comuns organizam a Petio dos Direito, queretira a autonomia executiva do rei, negando a ele o direito d e ter um exercito e de aumentar os impostos semautorizao do parlamento.

    Carlos I realiza um governo extremamente pessoa, ela no da muito moral para os burgueses eparlamentares, entretanto esse governo teve um favorecimento externo, ou seja, no havia guerras declaradas com aEspanha. Contudo vai se destacar tambm uma classe burguesa mais definida e cristalizada a qual no aceitara taispolticas impositivas. O autor identifica a monarquia Stuart ligada ordem feudal, a necessidade de manter cada u m noseu estamento, bem como a de proteger a aristocracia e o povo dos comerciantes, porm necessitada do capital gerado

    pelos burgueses para custear a monarquia em guerras e na economia nacional.Seu governo foi marcado pelo aumento intensivo de impostos que normalmente recaia sobre a burguesia, e issopressiona cada vez mais de modo a eclodir na libertao da Esccia, e Carlos I quando tenta recuperar a Esccia para oreino cria um clima ruim dentro do reino, e aqueles que estavam insatisfeitos apoiam a i niciativa de emancipao daEsccia.

    Portanto olhando de modo geral se enxerga como ocorre o processo de fragilizao da monarquia que ser

    atravs dessa fragilizao que a revoluo eclodira.Existem dois grupos que vo se debater durante esse processo, o s cabeas redondas ligadas as burguesias e oscavaleiros que eram ligados a nobreza. Entretanto os cabeas redondas no possuam experincia militar, mas possuamdinheiro j os cavaleiros possuam uma vasta experincia militar.

    Mas nesse cenrio surge a figura como Oliver Cromwellque vai dar ao exercito dos cabeas redondas forasobre as fraquezas dos cavaleiros, como por exemplo no seu exercito no existia a hereditariedade de patentes e simpremiao de acordo com mritos e uma disciplina diferenciada na hora de ocupar os t erritrios.

    Diante dessa nfase Oliver vence o rei e o parlamento e dividido, e os presbiterianos vo fazer um acordo comCarlos I que estava em cativeiro e contesta a petio de direitos em comum, para que ele va com o exercito para Irlanda,e o exercito sabendo disso vo tentar evitar isso e vo se afastar da cmera dos comuns para evitar que esse acordo sejafechado, e o exercito e enviado para prender o rei, entretanto o rei foge e diante dessa fuga a monarquia no e mais

    necessria para a Inglaterra. E o rei foi morto e a monarquia foi abolida e foi instaurada a republica de Cromwell.

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    Na republica deCromwell os vai acontecer os atos de navegaes, onde as mercadorias inglesas vo sertransportadas apenas por navios inglesas, e isso vai incentivar o crescimento da marinha inglesa de maneira significante

    de modo a ser considerada a rainha dos mares. Diante disso Cromewll vai ser considerado protetor da Inglaterra.Quando o mesmo morre assume o seu filho que no teve um bom governo e o parlamento o afastou e convidou CarlosII que atravs da revoluo gloriosa tambm foi deposto e assumiu Guilherme de Orang.

    A obra de Christopher Hill construda sob uma perspectiva marxista da dcada de 1950 de se ver a Histria.

    Nessa perspectiva, a viso materialista da historia a que prevalece. Hill estuda o evento da Revoluo Inglesa sob umatica progressista, teleolgica, e tenta explicar o determinado evento atravs da anlise da disputa poltica do que ele

    considera a classe decadente (a monarquia) e a classe em progresso (a "burguesia"). A viso marxista de Hill foi

    importante para se estudar e analisar os entrela amentos da Revoluo Inglesa na poca em que a obra foi pensada,

    porem no servindo mais para explicar a dita "revoluo" nos dias de hoje. Desta maneira, faz -se necessrio analisar

    alguns pontos da obra de Hill. Primeiramente, se pensarmos como Lawrence Stone, no existia uma classe slida e

    unida a qual Hill chamava de "burguesia". Em um cenrio histrico caracterizado pela constante instabilidade das

    instituies sociais, a "burguesia" era na verdade um ajuntamento dos novos ricos da Inglaterra (os come rciantes) que

    tinham interesses em comum e reivindicavam maior poder poltico, ou seja, maior poder de deciso dos rumos da

    sociedade da poca. Outro ponto a destacar o juzo de valor que o autor faz de algumas instituies polticas:

    chamando a pequena nobreza de "parasita", evidencia a "podrido" da estrutura governamental de Carlo I e insiste em

    classificar o sistema feudal como "obsoleto". Percebemos a identidade ideolgica do autor atravs desse juzo de valor,

    os quais devem ser evitados, pois, segu ndo os historiadores da nova Histria, quem estuda um documento histrico

    objetivando produzir alguma analise documental, deve afastar -se o mximopossvel de influencias e ideologias. Lgico,

    sabemos que no existe o historiador sem influencia alguma, mas o mximo de afastamento necessrio para que seja

    feita uma boa anlise do documento. Destacamos ainda que a chamada "burguesia" no queria derrubar o rei. Segundo

    Stone, os comerciantes reivindicavam maior participao poltica. J detinham o poder econ mico, logo se achavam no

    direito de reivindicar tambm o poder poltico. bom lembrarmos que esses homens so descendentes de uma tradio

    medieval e no sculo XVII no possvel rejeitar essa tradio.At mesmo o termo "revoluo" de que tanto Hill se

    utiliza para justificar uma suposta ruptura de sistemas (do feudal para o capitalista) deve ser criticado. Segundo Stone, o

    termo "revoluo" no deve ser entendido como nos dias de hoje, que representa uma ruptura com alguma ordem

    estabelecida, mas sim como uma "reforma" do sistema vigente. Tanto que para justificar a decapitao do rei Carlos I,

    os parlamentares utilizaram o motivo de que o rei teria atentado contra o direito consuetudinrio, tradio que era

    produto da sociedade feudal que Hill considerava "obsoleta". Posteriormente, os prprios membros da Cmara dos

    Comuns admitiram a necessidade da presena do rei como um elemento essencial e aglutinador paramaior controle da

    sociedade. Apesar da lgica reivindicante dos comerciantes, possvel entender que eles consideravam o rei como

    "pai", um lder natural. O prprio Cromwell admite, aps o regicdio, que aquele desfecho no era o que eles buscavam.

    possvel criticar ainda a separao de "classes" que Hill faz nas duas Cmaras do Parlamento: a dos L ordes, reservadapara a aristocracia; e a dos Comuns, reservada aos comerciantes. necessrio destacar que essa separao no foi to

    cristalizada. possvel que houvesse comerciantes na Cmara dos Lordes e aristocratas na Cmara dos Comuns. Isso

    demonstra a relativa desarticulao da sociedade, a instabilidade dos Estados. Desarticulao essa causada por vrios

    fatores. Por esse motivo, segundo Stone, no possvel pensar os eventos da Revoluo Inglesa sob a tica da luta de

    classes, do embate entre o sistema "decadente" e o sistema "progressista". No possvel destacar apenas uma causa

    para a Revoluo Inglesa, mas sim uma gama de fatores que eclodiram com a reforma dos lugares que cada um dos

    grupos de status exercia na sociedade inglesa do sculo XVII. necessrio pontuar que, apesar dos problemas de

    contextualizao histrica e de influncias ideolgicas, a obra de Hill de grande valor e importncia para o estudo da

    Revoluo Inglesa. sempre bom lembrar que Hill produziu o documento "A Revolu o Inglesa de 1640" no contexto

    histrico da Guerra Fria, na polarizao e embate entre os defensores do capitalismo e os defensores do socialismo.

    Portanto, para aquele momento essa forma de se pensar os eventos da Revoluo Inglesa poderia ser satisfatr ia, mas

    hoje em dia, com novas abordagens da Histria, essa lgica no suficiente para explic -la, um acontecimento to

    complexo como foi este. Ademais, essa uma obra importante para refletirmos sobre os eventos ocorridos na

    Inglaterra durante o sculo XVII, local onde houve grandes transformaes e onde uma nova ordem estaria estabelecidaa partir daquele momento.