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Trabalho de Psicologia
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Escola Técnica Estadual República - ETER/FAETEC Disciplina: Psicologia - Professor: Leandro Aluno: Pedro Emmanuel M. P. Almeida - Nº:12 - Turma: 3421 Curso: Eletrônica - Data: 20/04/2015
No documentário "A Invenção da Psicanálise" é apresentado o percurso da Psicanálise
freudiana, através do desenvolvimento dado pelo seu inventor, e os desdobramentos
posteriores que se seguiram com seus seguidores e discípulos. Também é apresentado o
contexto histórico em que se deram estes desenvolvimentos assim como as vicissitudes por
que passaram Freud e todos os envolvidos no Movimento Psicanalítico.
Freud, ainda um jovem neurologista, vai até Paris para assistir às aulas de Charcot, o
maior neurologista da época, que dirige o grande Hospício da Salpêtrière. Lá ele assiste
Charcot hipnotizando mulheres histéricas e obtendo sucesso no alívio temporário dos
sintomas, mostrando que a histeria não tinha origem orgânica, não era uma "doença do
útero". Freud sofre grande influência de Charcot e seu método, e já então desconfia da origem
sexual da histeria e outros transtornos.
Em seguida, Freud retorna à Viena e abre seu consultório, onde passa a atender
principalmente jovens mulheres da burguesia vienense. Nesse momento, ele abandona a
hipnose, quando ao atender uma paciente, esta ordena que ele não fale, não a toque, apenas
escute. Com isso, Freud inventa o divã, em que o paciente permanece deitado, atrás do qual o
psicanalista se senta e apenas escuta a fala do paciente, que se expressa livremente.
Passa a relacionar os sintomas de suas pacientes com traumas sexuais na infância. Nesse
período conhece o médico berlinense W. Fliess, com quem passa a se corresponder
vivamente. Passa a desenvolver sua primeira teoria do aparelho psíquico, a teoria da sedução,
em que supõe que toda neurose tem um trauma sexual real na infância. Após sofrer muitas
críticas, resolve mudar sua teoria, pois esta não daria conta do imaginário sexual de cada
sujeito. Elabora a teoria da fantasia. As neuroses tem origem não mais em traumas reais, mas
em fantasias.
Freud lança o livro "Interpretação dos sonhos", que busca descobrir o sentido dos
sonhos através de uma interpretação psicanalítica, revelando seu lado oculto. Os sonhos vão
ser, então, a realização de desejos reprimidos ou inconscientes, não só no caso dos neuróticos,
mas valendo para qualquer um.
Cria a "Sociedade Psicológica da Quarta-Feira", a primeira associação freudiana, em que
se reúnem ao seu redor vários entusiastas e interessado na psicanálise freudiana. Discutiam
filosofia, literatura, mitologia e, sobretudo, sobre doenças psíquicas e mentais.
Freud publica, em 1905, "Três ensaios sobre a teoria sexual". O livro gera escândalo na
sociedade vienense da época, pois atribui a crianças e adultos "normais" fantasias e
comportamentos considerados tabus ou patológicos. Nessa obra Freud elabora o complexo de
édipo, baseado na famosa tragédia de Sófocles. Nele, há o desejo inconsciente da criança pelo
genitor do sexo oposto e hostilidade para o de mesmo sexo. Segundo Freud, toda criança
passa por esse conflito, para vir a superá-lo mais tarde.
As descobertas de Freud dão um novo sentido ao tratamento dos transtornos mentais,
em oposição às práticas adotadas na época por médicos e psiquiatras em todas as partes da
Europa. A Psicanálise passa a se preocupar com o sofrimento mental do paciente, propondo
ouvir o paciente e vislumbrando a ideia de uma cura.
Em 1907, Freud conhece Carl Gustav Jung, em quem vê o homem ideal para disseminar
suas ideias para o mundo. Pois ele não era austríaco, era jovem e não era judeu. Freud
acreditava que a psicanálise não era assunto exclusivamente dos judeus, mas do mundo, por
isso ele viu Jung com tais olhos. Após 4 anos de troca de cartas entre os dois, Jung resolve se
afastar de Freud, escolhendo um caminho diferente.
Não obstante, o movimento psicanalítico freudiano começa sua disseminação.
Budapeste se abre para o movimento freudiano. Freud conhece Ferenczi em 1907, um
psiquiatra que está formando psicanalistas, e se torna o principal nome do movimento
psicanalítico mundial. Freud cria em 1910 a Associação Psicanalítica Internacional, da qual Jung
será seu primeiro presidente, na qual permanecerá por dois anos apenas, até seu rompimento
definitivo com Freud.
Ernest Jones, um médico inglês, sucede Jung como presidente da Associação. Ele vai ser
de grande importância para a expansão do movimento psicanalítico, principalmente na
Inglaterra e Estados Unidos. Jones traduz as obras freudianas para o inglês e cria a Associação
Americana de Psicanálise e a Sociedade Britânica de Psicanálise. Na Inglaterra, o movimento
freudiano se dissemina, através do grupo liderado por Virginia Woolf e seu marido, Leonard, e
James Strachey, que também contribui para a tradução da obra completa de Freud e sua
disseminação no mundo anglo-saxão.
Com a Iª Guerra Mundial e a queda do Império Austro-Húngaro, Viena deixou de ser o
centro do movimento freudiano mundial. Na Hungria, as insurreições decorrentes da queda do
império são reprimidas pela ascensão dos fascistas. Os psicanalistas ligados ao movimento
freudiano vão para o exílio em Berlim.
Berlim, que já possui uma tradição psiquiátrica, se mostra um terreno fértil para a
psicanálise. A capital alemã recebe a vanguarda do Movimento psicanalítico mundial. Eles se
associam ao Instituto Psicanalítico de Berlim, fundado e financiado por M. Eitingon, que se
torna o primeiro instituto voltado para a formação de psicanalistas do mundo. O instituto
atende de forma gratuita as camadas mais pobres da população. No Instituto se destaca Karl
Abraham, admirado pelos analistas formados na Policlínica, é o primeiro médico a praticar a
psicanálise em Berlim. Abraham vai defender a Psicanálise de calúnias e contribuir para a
disseminação do movimento psicanalítico.
Entre os vários psicanalistas formados por Abraham, Melanie Klein vai ter um papel de
destaque, pela importância que ela vai adquirir para o Movimento Psicanalítico posterior e por
seu trabalho voltado para a análise infantil. Melanie Klein se afasta do freudismo clássico,
acentuando a relação arcaica do filho com a mãe. Sua principal rival será Anna Freud, a filha
mais nova e preferida de Freud.
Em 1920, perde repentinamente sua filha Sophie, em virtude de uma epidemia de gripe.
Desenvolve um novo dualismo: as pulsões de vida e as pulsões de morte, duas forças
elementares que se opõem. Publica "Além do princípio do prazer", onde apresenta sua nova
concepção da divisão do aparelho psíquico, com os conceitos do Ego, Id e Superego. Suas
novas concepções não são bem aceitas pelos seus discípulos, mas aumenta o número de
pessoas querendo ser analisados, a maioria vem dos EUA.
Karl Abraham morre precocemente aos 48, sua morte foi grandemente sentida pelos
pioneiros do freudismo e por seus discípulos em Berlim. Melanie Klein vai para Londres, onde
passa a influenciar o movimento freudiano local com suas ideias sobre o psiquismo infantil.
Em 1929, a República de Weimar sofre os efeitos do "crack" da bolsa de NY. Ascensão de
Hitler e do Nacional-socialismo ao poder. Invasão da Áustria pelos nazistas. Começo da
perseguição anti-semita. Freud e sua família conseguem se manter a salvo por um tempo,
graças a influência de Freud, mas logo são obrigados a deixar Viena, ajudados por Marie
Bonaparte. Vai para Londres, onde passa o último ano de sua vida.
Os principais analistas judeus, ligados à Policlínica de Berlim, são obrigados também a
deixar a Alemanha. Vão para a América e Inglaterra. Em Londres, há um conflito interpretativo
entre os discípulos de Melanie Klein e os freudianos recém-chegados, liderados por Anna
Freud, o que dá origem a duas linhas de pensamento e duas associações. Nesse período
desponta Winnicott, ligado a um grupo independente, interessado principalmente pela
infância.
Na França, enquanto o restante da Europa se vê esvaziado, se destacam F. Dolto e
Jaccques Lacan, o último grande intérprete da obra freudiana. Lacan terá grande presença na
Europa do pós-guerra e no mundo latino-americano. Nos EUA, os freudianos exilados tentam
se adaptar ao novo mundo que os acolhe, puritano e pragmático, e fazem da psicanálise uma
ferramenta de adaptação do individuo à sociedade, respondendo as exigências da sociedade
capitalista americana.
Após os anos 70, essa abordagem começa a perder força, frente aos avanços da
farmacologia. O próprio Freud, em sua última obra inacabada, previu esta situação. Para ele,
chegaria um momento em que a psicanálise seria superada pelo avanço da técnica
farmacológica, quando os medicamentos já seriam suficientes para nos fazer sentir melhor e
mudar nosso estado de espírito. Nesse momento, diz Freud, talvez a psicanálise possa ser
substituída por essas novas técnicas
Não obstante esses avanços, a psicanálise segue como alternativa para a resolução dos
conflitos e a compreensão do sujeito por si mesmo. Além disso, a Psicanálise permanece tendo
grande importância por sua enorme contribuição para a compreensão da natureza humana,
em toda sua diversidade de manifestações, que permanece até hoje.