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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS EMPRESAS DE VIGILÂNCIA PATRIMONIAL BASEADA NA PORTARIA 387/2006.
MÁRCIO MANOEL DA SILVA
Itajaí (SC), 17 de novembro de 2009.
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS EMPRESAS DE VIGILÂNCIA PATRIMONIAL BASEADA NA PORTARIA 387/2006.
MÁRCIO MANOEL DA SILVA
Monografia submetida à Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito.
Orientador: Professor MSc. Jefferson Custódio Próspero
Itajaí (SC), 17 de novembro de 2009.
iii
Agradecimento
Primeiramente a Deus, por ter sido amigo fiel em
todas as horas;
A minha amada esposa Karla, que com o
seu amor e compreensão está sempre ao meu
lado;
Aos meus lindos filhos Matheus e Kamilly, pela
alegria que suas vidas me trazem;
Aos meus pais Arnaldo e Lena, pelo incentivo,
nesta trajetória de minha vida;
As minhas irmãs Valéria e Luzia, meus cunhados
Diones e Paulo Sérgio e as minhas sobrinhas
Guimell e Amandha, pelo carinho e colaboração
nos momentos mais necessários;
Ao grande Ricardo, pela amizade e apoio na
realização deste trabalho;
Ao meu orientador Prof. Jefferson Custódio
Próspero, que me acolheu com paciência e
dedicação;
Aos valiosos amigos que encontrei nestes cinco
anos de Universidade;
iv
DEDICATÓRIA
À pessoa mais importante de minha vida, o suporte de
minha existência!
Meu presente, sem ela nenhum sonho seria possível ou
valeria a pena!
Mulher esta que esbanja esforço e compreensão!
Pessoa por quem serei eternamente grato, e que ainda que
dedique exclusivamente à ela, jamais conseguiria retribuir todo esse amor,
carinho e dedicação!
Por quem peço a DEUS que, por naturalidade, alivie o seu
sofrimento, aqueça-lhe o coração, fortaleça-lhe o corpo e lhe agracie com eterna
benção;
Dedico este trabalho, reflexo de muito esforço, à
minha amada esposa KARLA.
TE AMO!
v
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo
aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do
Vale do Itajaí, a coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e o
Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo.
Itajaí (SC), 17 de novembro de 2009.
Márcio Manoel da Silva Graduando
vi
PÁGINA DE APROVAÇÃO
A presente monografia de conclusão do Curso de Direito da Universidade do Vale
do Itajaí – UNIVALI, elaborada pelo graduando Márcio Manoel da Silva, sob o
título RESPONSABILIDADE CIVIL DAS EMPRESAS DE VIGILÂNCIA
PATRIMONIAL BASEADA NA PORTARIA 387/2006, foi submetida em 17 de
novembro de 2009 à banca examinadora composta pelos seguintes professores:
MSc. Jefferson Custódio Próspero (Orientador e Presidente da Banca) e MSc.
Aparecida Correia da Silva (Examinadora) aprovado com a nota [_____]
(______________________).
Itajaí (SC), 17 de novembro de 2009
Prof. MSc Jefferson Custódio Próspero Orientador e Presidente da Banca
Prof. MSc Antônio Augusto Lapa Coordenação da Monografia
vii
ROL DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AP APELAÇÃO
AP,C APELAÇÃO CÍVEL
CC/1916 CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO DE 1916
CC/2002 CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO DE 2002
CCASP COMISSÃO CONSULTIVA PARA ASSUNTOS DE SEGURANÇA PRIVADA
CDC CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
CGCSP COORDENAÇÃO GERAL DE CONTROLE DE SEGURANÇA PRIVADA
CNV CARTEIRA NACIONAL DE VIGILANTE
CRFB/88 CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERAL DO BRASIL DE 1988
CV COMISSÃO DE VISTORIA
DELESP DELEGACIA DE CONTROLE DE SEGURANÇA PRIVADA
DG/DPF DIRETORIA GERAL / DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
SINARM SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
STF SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
STJ SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
TJRJ TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO
TJSC TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA
TJSP TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
viii
ROL DE CATEGORIAS
Rol de categorias que o Autor considera estratégicas à
compreensão do seu trabalho, com seus respectivos conceitos operacionais.
Ato lícito1
Ato praticado sob o amparo da lei, ou seja, toda ação permitida pelas normas
jurídicas que não atente contra interesses alheios ou contra a segurança coletiva,
ou quando, os viole, encontre apoio na razão de ter sido praticado por se tornar
absolutamente necessário para a remoção do perigo.
Culpa2
É o vínculo de caráter interno a demonstrar a imputabilidade do resultado ao
agente, gerando o dever de restabelecer a situação anterior ao prejuízo.
Dano3
É o prejuízo causado ao bem alheio, patrimonial ou extra-patrimonial. Se o dano
foi causado ao desabrigo de qualquer das excludentes prevista na legislação,
sujeita-se ao correspondente ressarcimento, mas nenhum direito lhe assistirá,
exatamente porque obrou em dissonância ao que determina a lei.
Responsabilidade civil4
É a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou
patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, por
pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de simples
imposição legal.
1 SILVA, 2000,p. 97
2 MATIELO, 2001, p. 15
3 MATIELO, 2001, p. 12
4 DINIZ, 2006, p. 40
ix
Responsabilidade civil subjetiva5
É decorrente de dano causado em função de ato doloso ou culposo. Esta culpa,
por ter natureza civil, se caracterizará quando o agente causador do dano atuar
com negligência ou imprudência.
Responsabilidade Contratual6
Obrigação de indenizar ou de ressarcir os danos causados pela inexecução de
cláusula contratual ou pela má execução de obrigação, nela estipulada.
Responsabilidade Extracontratual7
Responsabilizar alguém pela violação de um dever jurídico pré-existente.
Segurança Patrimonial8
Cuida da proteção de uma determinada área ou instalação, assim como de seus
bens, seu pessoal e atividades, contra um possível ataque ou qualquer fato
anormal. A segurança patrimonial é executada pelo agente de segurança
patrimonial, também conhecido como vigilante, que é o profissional credenciado,
uniformizado e adequadamente preparado para desempenhar as atividades de
segurança patrimonial.
5 GAGLIANO, 2006. p. 13
6 SILVA, 2000, p. 714
7 GIOSTRI, 1998, p.120
8 ARAUJO, 2004, p. 39
x
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................................... xi
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 1
CAPÍTULO 1 ...................................................................................................................................... 3
1. RESPONSABILIDADE CIVIL ........................................................................................................ 3 1.1 CONCEITO .................................................................................................................................. 3 1.2 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL ................................................................. 5 1.2.1 AÇÃO OU OMISSÃO DO AGENTE ................................................................................................... 5 1.2.2 RELAÇÃO DE CAUSALIDADE ......................................................................................................... 7 1.2.3 DANO .......................................................................................................................................... 8 1.2.4 CULPA E RISCO ......................................................................................................................... 10 1.3 RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL .......................................... 11 1.4 TEORIAS DA RESPONSABILIDADE CIVIL ............................................................................ 15 1.4.1 RESPONSABILIDADE SUBJETIVA ................................................................................................. 15 1.4.2 RESPONSABILIDADE OBJETIVA .................................................................................................. 18
CAPÍTULO 2 .................................................................................................................................... 21 2.1 HISTÓRICO ............................................................................................................................... 21 2.2 CONCEITO ................................................................................................................................ 22 2.3 DAS MEDIDAS ESTÁTICAS E DINÂMICAS ............................................................................ 23 2.4 DA FORMAÇÃO DO VIGILANTE ............................................................................................. 25 2.5 DOS DIREITOS, DEVERES E APURAÇÃO DAS CONDUTAS DOS VIGILANTES. .............. 32 2.6 DAS DEMAIS CATEGORIAS DE SERVIÇOS DE SEGURANÇA .......................................... 35 2.6.1 DO TRANSPORTE DE VALORES ......................................................................................... 36 2.6.2 DA ESCOLTA ARMADA ........................................................................................................ 38 2.6.3 DA SEGURANÇA PESSOAL PRIVADA ................................................................................ 40 2.6.4 DOS CURSOS DE FORMAÇÕES .......................................................................................... 41
CAPÍTULO 3 .................................................................................................................................... 43 3.1 DA CULPA DO AGENTE .......................................................................................................... 43 3.1.1 DA GRAVIDADE DA CULPA .................................................................................................. 45 3.2 CAUSAS EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL ................................................. 47 3.3 RESPONSABILIDADE CIVIL E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ....................... 49 3.4 DA RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS DE VIGILANCIAS AOS ORGÃOS FISCALIZADORES. 53 3.5 JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................... 63
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 66
REFERENCIA DAS FONTES CITADAS......................................................................................... 68
ANEXOS .......................................................................................................................................... 70
xi
RESUMO
A presente monografia tem como objetivo fazer um estudo da Teoria da
Responsabilidade Civil, analisando seus pressupostos e objetivos. A partir daí,
examina-se a relação vigilante/cliente, questionando o fato gerador da
responsabilidade da vigilância sob o patrimônio do cliente, bem como as causas
excludentes. Um ponto de suma importância são as penalidades previstas na
portaria 387/06 para as empresas que descumprir as normas estabelecidas na
portaria. Desta o presente trabalho faz ainda um estudo dos tipos de
responsabilidade civil que são aplicadas na atividade de vigilância. Para finalizar
a fixação das penalidades aplicadas na lei para as empresas de vigilância ao
descumprir as normas estabelecidas na portaria.
INTRODUÇÃO
A presente Monografia tem como objeto de estudo,
demonstrar “a responsabilidade civil das empresas de vigilância patrimonial
baseada na portaria 387/06” e, como objetivos: institucional, produzir uma
monografia para obtenção do grau de bacharel em Direito, pela Universidade do
Vale do Itajaí – UNIVALI; geral, pesquisar, à luz da doutrina pátria e do reiterado
entendimento Jurisprudencial, a Responsabilidade Civil das empresas de
vigilância patrimonial junto a legislação especifica da atividade em relação ao
patrimônio vigiado do cliente.
Com o grande aumento da criminalidade, a maioria das
empresas de grande e médio porte procuram proteger os seus patrimônios
utilizando a vigilância humana e para dar maior segurança utilizam ainda
dispositivos de segurança, tais como câmeras de circuito fechado de TV,
controles de acesso, alarmes com sensores internos e externos, cercas
eletrificadas e demais equipamentos de segurança.
Para tanto, principia–se, no Capítulo primeiro, tratando de
responsabilidade Civil e apresenta a seguinte estrutura: conceito do instituto;
pressupostos (ação ou omissão do agente, relação de causalidade e dano);
responsabilidade contratual e extracontratual; bem como as duas teorias da
responsabilidade civil, ou seja, teoria subjetiva e objetiva.
No Capítulo segundo, aborda a atividade de vigilância, com
enfoque no histórico, conceito, medidas estáticas e dinâmicas, medidas essas
que auxiliam o vigilante na guarda do patrimônio, sobre a formação do vigilante,
dos seus direitos e deveres e da apuração das condutas praticas em decorrência
do serviço e das respectivas categorias normatizadas pela portaria 387/06 que se
trata do transporte de valores, escolta armada, segurança pessoal e privada e por
ultima da formação dos vigilantes nos centros de treinamento.
2
No terceiro e ultimo capítulo analisa a Responsabilidade Civil
das empresas de vigilância, com enfoque na culpa do vigilante, na gravidade
dessa culpa, bem como as causas excludentes, a responsabilidade do vigilante
com base no código de defesa do consumidor. Por fim dos tipos de penalidades
aplicadas pelas autoridades fiscalizadoras, que no caso, da vigilância patrimonial,
trata-se do Departamento de Policia Federal, penalidades essas que poderá ser
desde uma simples advertência até o cancelamento definitivo da autorização de
funcionamento.
O presente Relatório de Pesquisa se encerra com as
algumas Jurisprudências e Considerações Finais, nas quais são apresentados
pontos conclusivos destacados, seguidos da estimulação à continuidade dos
estudos e das reflexões sobre responsabilidade civil das empresas de vigilância
ao patrimônio físico e material do patrimônio vigiado do cliente.
Para a presente monografia foram levantadas as seguintes
hipóteses:
√ Qual o tipo de teoria da Responsabilidade Civil é aplicado na atividade de
vigilância patrimonial.
√ A obrigação das empresas de vigilância é contratual ou extracontratual
com os seus clientes.
√ Quais são os tipos de penalidades que a empresa de vigilância pode
sofre quando deixar de cumprir com as suas obrigações perante os órgãos
fiscalizadores.
Quanto à Metodologia empregada, registra-se que, na Fase
de Investigação foi utilizado o Método Indutivo, na Fase de Tratamento de Dados
o Método Cartesiano, e, o Relatório dos Resultados expresso na presente
Monografia é composto na base lógica Indutiva.
Nas diversas fases da Pesquisa, foram acionadas as
Técnicas, do Referente, da Categoria, do Conceito Operacional e da Pesquisa
Bibliográfica.
3
Capítulo 1
RESPONSABILIDADE CIVIL
1.1 CONCEITO
O termo responsabilidade pode ser utilizado para definir
varias situações no campo jurídico. A responsabilidade, em sentido amplo,
encerra a noção em virtude da qual se atribui a um sujeito o dever de assumir as
conseqüências de um evento ou de uma ação9.
Segundo Sílvio de Salvo Venosa “(...) é uma conduta do
agente, qual seja, um encadeamento ou série de atos ou fatos, o que não impede
que um único ato gere por si o dever de indenizar”10.
A responsabilidade civil foi definida por René Savatier citado
por Silvio Rodrigues 11 “(...) como a obrigação que pode incumbir uma pessoa a
reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por fato de pessoas ou
coisas que dela dependam”.
Já para Maria Helena DINIZ12, responsabilidade civil é:
A responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem
uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a
terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, por pessoa
por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de
simples imposição legal.
9 VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2003. p.12. 10 VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil, p.13. 11 SAVATIER, Traité de la responsabilité civile. Paris, 1939, v.I, n.1, citado por RODRIGUES,
Silvio. Responsabilidade Civil, São Paulo: Saraiva, 2002. p.6. 12 Diniz, Maria Helena Responsabilidade civil, 7 volume p. 40.
4
No entanto, para PEREIRA13 a responsabilidade civil
consiste em :
A responsabilidade civil consiste na efetivação da reparabilidade
abstrata do dano em relação a um sujeito passivo da relação
jurídica que se forma. Reparação e sujeito passivo compõem o
binômio da responsabilidade civil, que então se enuncia como o
principio que subordina a reparação à sua incidência na pessoa
do causador do dano. Não importa se o fundamento é a culpa, ou
se é independente desta. Em qualquer circunstância, onde houver
a subordinação de um sujeito passivo à determinação de um
dever de ressarcimento, ai estará a responsabilidade civil.
Ainda sobre a responsabilidade civil, vejamos sobre a
obrigação da qual ressalta o dano, conforme menciona abaixo FRANÇA14:
Em meio às diversas causas eficientes da obrigação, é de se
ressaltar o dano, que assim definimos: é a diminuição ou
subtração causada por outrem, de um bem jurídico. Ora, o
conceito de responsabilidade civil se vê estreitamente ligado a
esta noção, pois, em suma, constitui a obrigatoriedade de pagar o
dano. Esse dano pode ser patrimonial ou moral, conforme seja ou
não, por natureza, redutível a uma soma pecuniária.
Entretanto no que pressupõe atividade danosa de alguém,
fica obrigado a reparar, como menciona bem GAGLIANO15:
De tudo o que se disse até aqui, conclui-se que a noção jurídica
de responsabilidade pressupõe a atividade danosa de alguém
13 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Responsabilidade Civil. 5 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1994.
p.16. 14 França, R. Limongi. Instituições de direito civil, p.883. 15 Glagliano, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil volume III: Responsabilidade civil,
pag.9
5
que, atuando a priori ilicitamente, viola uma norma jurídica
preexistente (legal ou contratual), subordinando-se, dessa forma,
as conseqüências do seu ato (obrigação de reparar).
Então, poderíamos dizer que a responsabilidade é a
aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar o dano moral ou
patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, ou por
pessoa quem ela responda por algo que à pertence ou, ainda, a partir de simples
imposição legal.
No sub-capitulo seguinte serão apontados os pressupostos
da responsabilidade civil.
1.2 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Para que seja aplicada a teoria da responsabilidade civil,
faz-se necessário a existência de pressupostos de validade apontados pela
doutrina, quais sejam, a ação ou omissão do agente, a culpa do agente, a relação
de causalidade entre o fato e o dano ocorrido e ainda a possibilidade de aplicação
da teoria do risco.
1.2.1 Ação ou Omissão do Agente
Todo o agente que ocasionar o dano, independente de
omissão ou não, mais desde que fique comprovada a sua culpa, seja de forma
omissa ou não, fica obrigado a reparar o dano.
Para Silvio Rodrigues16:
O ato do agente causador do dano impõe-lhe o dever de reparar o
dano não só quando há de sua parte, infringência a um dever
16 RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, p.15.
6
legal, portanto ato praticado contra lei como também quando seu
ato, embora sem infringir a lei, foge da finalidade social a que ela
se destina.
Ainda Silvio Rodrigues: 17 (...) ”o pai responde pelos atos dos
filhos menores que estiverem em seu poder ou em sua companhia, bem como, o
patrão responde pelos atos de seus empregados”.
Nessa modalidade de culpa, na forma positiva (ação)
entende Maria Helena Diniz18:
A ação, elemento constitutivo da responsabilidade, vem a ser o
ato humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou licito, voluntário e
objetivamente imputável, do próprio agente ou de terceiro, ou o
fato de animal ou coisa inanimada, que cause dano a outrem,
gerando o dever de satisfazer os direito do lesado.
No entanto na modalidade de culpa, de forma negativa
(omissiva) dispõe o Pablo Stolze Gagliano19:
Trata-se de atuação omissiva ou negativa, geradora de dano. Se,
no plano físico, a omissão pode ser interpretada como um “nada”,
um “não fazer”, uma “simples abstenção”, no plano jurídico, este
tipo de comportamento pode gerar dano atribuível ao omitente,
que será responsabilizado pelo mesmo.
Portanto vejamos em seguida que no código civil está
tipificado a responsabilidade subjetiva pela culpa no artigo 18620:
17 RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, p.15.
18 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil, p.43. 19 GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, volume III: Responsabilidade civil,
p.9.
7
Art. 186º - aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito ou causar prejuízo a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. (...)
Entretanto, devemos destacar que também na ação
omissiva a voluntariedade da conduta se faz presente. Isso porque, se faltar este
requisito, haverá ausência de conduta na omissão, inviabilizando, por
conseguinte, o reconhecimento da responsabilidade civil.
1.2.2 Relação de Causalidade
O nexo causal refere-se à relação direta entre a ação do
agente e o dano causado. É uma relação que une a conduta do agente ao
resultado que conduzem à responsabilidade, quer objetiva, quer subjetiva.
Portanto, tem-se que o vinculo de causalidade é elemento
indispensável para a caracterização da responsabilidade, seja baseada na culpa
ou no risco. Destaque-se que, não basta que a condição ou fato tenha sido fator
determinante do dano, é essencial que o fato seja uma causa adequada à
produção daquele resultado.
SERPA LOPES; citado por Gagliano, Pablo Stolze21
(...) uma das condições essenciais á responsabilidade civil é a
presença de um nexo causal entre o fato ilícito e o dano por ele
produzido. É uma noção aparentemente fácil e limpa de
dificuldades. Mas se trata de mera aparência, porquanto a noção
20 BRASIL, Código Civil; Comercial; Processo Civil; Constituição Federal/ obra coletiva da autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3 ed. São Paulo: Saraiva. 2007 21 LOPES, Miguel Maria Serpa. Curso de Direito Civil / Fontes Contratuais das Obrigações e
Responsabilidade Civil. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2001 p. 218. citado por GAGLIANO,Pablo Stolze Novo curso de Direito Civil 5ª Ed. Ver. pag. 85.
8
de causa é uma noção que se reveste de um aspecto
profundamente fisiológico, além das dificuldades de ordem prática,
quando os elementos causais, os fatores de produção de um
prejuízo, se multiplicam no tempo e espaço.
Portanto a existência da relação de Causalidade é fator
indispensável para o devido cumprimento da obrigação reclamada, sendo que a
relação de Causalidade cria condições para que a responsabilidade seja imputada
ao seu verdadeiro causador, resguardando assim o direito da pessoa que
porventura viesse a ser confundida.
Para Maria Helena Diniz22:
O vinculo entre o prejuízo e a ação designa-se “nexo causal”, de
modo que o fato lesivo deverá ser oriundo da ação, diretamente
ou como sua conseqüência previsível. Tal nexo representa,
portanto, uma relação necessária entre o evento danoso e a ação
que o produziu, de tal sorte que o dano resulte apenas
imediatamente do fato que o produziu.
Assim como no Direito Penal, a investigação deste nexo que
liga o resultado danoso ao agente infrator é indispensável para que se possa
concluir a responsabilidade civil.
1.2.3 Dano
Somente haverá possibilidade de indenização se o ato ilícito
ocasionar dano. O dano ou interesse deve ser atual e certo, não sendo
22 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Responsabilidade Civil, p.110.
9
indenizáveis, á princípio, danos hipotéticos. Sem dano ou sem interesse violado,
patrimonial ou moral, na se corporifica a indenização.
Segundo Caio Mário da Silva Pereira23 :
(...) É claro, então, que, se a ação se fundar em mero dano
hipotético, não cabe reparação, Mas esta será devida se
considerar, dentro na idéia de perda de uma oportunidade e puder
situar-se na certeza do dano.
Ainda sobre o tema ensina Maria Helena Diniz24:
(...) O dano é um dos pressupostos da responsabilidade civil,
contratual ou extracontratual, visto que não poderá haver ação de
indenização sem a existência de um prejuízo. Só haverá a
responsabilidade civil se houver um dano a reparar. Isto é assim
porque a responsabilidade resulta em obrigações de ressarcir,
que, logicamente não poderá concretizar-se onde nada há que
reparar.
Sendo o dano um pressuposto da responsabilidade civil, não
pode se falar em obrigação de indenizar sem que haja comprovação de que o ato
do agente causou dano á vítima, sendo que, só haverá responsabilidade civil se
houver um dano.
Carlos Roberto Gonçalves25 observa que :
23 PEREIRA, Caio Mário da Silva, Responsabilidade Civil. 5 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1994.
p.28. 24 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Responsabilidade Civil, p.65. 25 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 6 ed, São Paulo: Saraiva, 2000, p.27.
10
Sem prova do dano, ninguém pode ser responsabilizado
civilmente. O dano pode ser material ou simplesmente moral, ou
seja, sem repercussão na órbita financeira do ofendido. O Código
Civil consigna um capitulo sobre liquidação do dano, ou seja,
sobre o modo de se apurarem os prejuízos e a indenização
cabível.
Nesses sentindo poderíamos definir que sem a prova do
dano, não há como ninguém ser responsabilizado civilmente.
1.2.4 Culpa e Risco
A Idéia da culpa sempre foi a idéia informadora da
responsabilidade civil, isso porque há um fundamento no princípio geral de direito,
segundo o qual aquele que causa dano à outrem deve repará-lo, mas só deve se
infringiu uma regra de conduta legal, social ou moral.
Portanto, a Teoria da Responsabilidade26 foi criada baseada
no tradicional conceito de culpa, mas, com a evolução da sociedade e o aumento
dos acidentes de diversas naturezas, essa idéia de culpa, apresentava-se talvez
inadequada para atender aquele anseio de ressarcimento que começou a brotar
na sociedade. Isso porque, importa a vítima, como pressuposto para ser
ressarcido, o encargo de demonstrar não só o liame de causalidade, como por
igual comportamento culposo do agente causador do dano, equivalia a deixá-la ir
ressarcida27.
No entanto a Teoria do Risco28 se inspira na idéia de que o
elemento culpa é desnecessário para caracterizar a responsabilidade. A
obrigação de indenizar não se apóia em qualquer elemento subjetivo, de
indagação sobre o comportamento do agente causador do dano, mas se fixa no
26 Teoria da responsabilidade: é a divisão de duas teorias, ou seja, responsabilidade objetiva
(teoria do risco) e responsabilidade subjetiva (teoria da culpa). 27 RODRIGUES, Silvio. Direito civil. São Paulo: Saraiva, 2002. p.156. 28 Teoria do risco: é a justificativa para a responsabilidade objetiva.
11
elemento meramente objetivo, da indagação sobre o comportamento do agente
causador do dano, ma se fixa no elemento meramente objetivo, representado pela
relação de causalidade entre o ato causador do dano e este.
Portanto ficando comprovada a existência de dano, entre o
fato gerador e o prejuízo, o agente agido culposamente, o mesmo terá a
obrigação de reparar.
Desta forma, aquele que, no seu interesse, criar um risco e
causar dano a outrem, terá que repará-lo se este dano sobrevier. A
responsabilidade deixa de resultar da culpabilidade, para derivar exclusivamente
de causalidade material. Responsável, portanto, seria aquele que causou o dano.
A seguir, tratar-se-á da responsabilidade contratual e
extracontratual, apresentando suas principais características e destacando
aquelas mais importantes para o presente trabalho.
1.3 RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL
Questão de grande relevância é a distinção entre
responsabilidade contratual29 e extracontratual,30pois uma pessoa pode causar
prejuízo à outra tanto por descumprir uma obrigação contratual como por praticar
outra espécie de ato ilícito.
Enquanto o artigo 18931 do Código Civil disciplina,
genericamente, as conseqüências derivadas da responsabilidade aquiliana, o
artigo 389 do referido Código cuida dos efeitos resultantes da responsabilidade
contratual.
29 Responsabilidade contratual: obrigação de indenizar ou de ressarcir os danos causados pela
inexecução de cláusula contratual ou pela má execução de obrigação, nela estipulada. 30 Responsabilidade extracontratual: responsabilizar alguém pela violação de um dever jurídico
pré-existente. 31
BRASIL, Código Civil; Comercial; Processo Civil; Constituição Federal/ obra coletiva da autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3 ed. São Paulo: Saraiva. 2007. p.272.
12
Senão vejamos o artigo 38932 do Código Civil·: Não
cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.
Para Silvio Rodrigues33:
Poderíamos entender que as duas responsabilidades são de igual
natureza, não havendo por que discipliná-las separadamente,
pois, tanto na configuração da responsabilidade contratual como
na aquiliana vários pressupostos são comuns. Nunca e noutra
necessária se faz a existência do dano, a culpa do agente e a
relação causalidade entre o comportamento do agente e o dano
experimentado pela vítima ou pelo outro contratante.
A fim de exemplificar, o Silvio Rodrigues34 diz que:
Alguém atropela um homem que, no desastre, perde um braço. O
agente causador desse dano fica obrigado a repará-lo, e sua
responsabilidade e extracontratual. A indenização consistira no
pagamento correspondente às despesas de tratamento da vítima,
lucros cessantes até o fim da convalescença, e ainda, no dever de
fornecer uma pensão correspondente à diminuição de sua
capacidade laborativa. Note-se que essa indenização não é a
devolução do braço perdido; apenas substitui por cifra em
dinheiro, aquilo que aproximadamente se calcula tenha sido o
prejuízo da vítima do ato ilícito.
32 BRASIL, Código Civil; Comercial; Processo Civil; Constituição Federal/ obra coletiva da autoria
da Editora Saraiva com a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3 ed. São Paulo: Saraiva. 2007. p.298.
33 RODRIGUES, Silvio. Direito civil, p.9 34 RODRIGUES, Silvio. Direito civil, p.9.
13
Na responsabilidade contratual a indenização, em muitos
casos, se não em todos, é, por igual, um substitutivo da prestação contratada. A
indenização nesse caso abrangerá o prejuízo efetivo, bem como, o lucro
cessante, mas, a cifra arbitrada em dinheiro, não será a prestação permitida, mas
apenas um sucedâneo dela35.
Em matéria de prova, na responsabilidade contratual,
demonstrado pelo credor que a prestação foi descumprida, o ônus probandi se
transfere para o devedor inadimplente, que terá que evidenciar a existência de
culpa de sua parte, ou a presença de força maior, outra excludente da
responsabilidade capaz de eximi-lo do dever de indenizar, enquanto, se for
aquiliana a responsabilidade, caberá à vítima o encargo de demonstrar a culpa do
agente causador do dano.
Sobre a matéria entende Pablo Stolze Gagliano36:
Assim, se o prejuízo decorrente diretamente da violação de um
mandamento legal, por força da atuação ilícita do agente infrator
(caso do sujeito que bate em um carro), está diante da
responsabilidade extracontratual, Por outro lado, se, entre as
partes envolvidas, já existia norma jurídica contratual que as
vinculava, e o dano decorre justamente do descumprimento de
obrigação fixada neste contrato, estaremos diante de uma
situação de responsabilidade contratual.
Ainda sobre a matéria, demonstra Pablo Stolze Gagliano 37 o
seguinte quadro esquemático:
35 RODRIGUES, Silvio. Direito civil, p.10. 36 GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, volume III: Responsabilidade Civil,
p.16. 37 GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, volume III: Responsabilidade Civil,
p.17.
14
Responsabilidade Civil:
1. Contratual → inadimplemento da obrigação prevista no
contrato (violação de norma contratual anteriormente fixada pelas
partes);
2. Extracontratual ou Aquiliana → violação direta de uma norma
legal.
Maria Helena Diniz38 preconiza o tema separadamente,
demonstrando a priori que responsabilidade contratual:
(...) oriunda de inexecução de negócio jurídico bilateral ou
unilateral. Resulta, portanto de ilícito contratual, ou seja, de falta
de adimplemento ou da mora do cumprimento de qualquer
obrigação. É uma infração a um dever especial estabelecida pela
vontade dos contratantes, por isso decorre de relação obrigacional
preexistente e pressupõe capacidade para contratar.
Destarte, uma vez feito entre os contratantes o pacto, a
regra geral, é que não há como se libertar unilateralmente do avençado,
passando o contrato a ter força de lei entre aqueles que o firmaram39.
Ainda referente ao tema Maria Helena Diniz40 conceitua
responsabilidade extracontratual:
A responsabilidade extracontratual, delitual ou aquiliana decorre
de violação legal, ou seja, de lesão a um direito subjetivo ou da
pratica de um ato ilícito, sem que haja nenhum vinculo contratual
entre lesante e lesado. Resulta, portanto, da inobservância da
norma jurídica ou de infração ao dever jurídico geral de abstenção
38 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Responsabilidade Civil, p.136. 39 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Responsabilidade Civil, p.136. 40 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Responsabilidade Civil, p.533.
15
atinente aos direitos reais ou de personalidade, ou melhor, de
violação à obrigação negativa de não prejudicar ninguém.
A seguir, trataremos da Teoria da Responsabilidade Civil e
suas varias correntes.
1.4 TEORIAS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil divide-se em duas teorias, segundo
os vários autores41 consultados, quais sejam responsabilidade objetiva e
responsabilidade subjetiva.
Para melhor entendimento analisaremos individualmente
cada teoria.
1.4.1 Responsabilidade Subjetiva
A Responsabilidade Subjetiva é fundamentada na culpa,
sendo que o lesado deverá provar o dano.
Para Pablo Stolze Gagliano42:
A responsabilidade civil subjetiva é a decorrente de dano causado
em função de ato doloso ou culposo. Esta culpa, por ter natureza
civil, se caracterizará quando o agente causador do dano atuar
com negligência ou imprudência, conforme cediço
doutrinariamente, através da interpretação da primeira parte do
art. 159 do Código Civil de 1916 (“Art. 159. Aquele que, por ação
ou omissão voluntária negligenciar, ou imprudência, violar direito,
41 Autores: Maria Helena Diniz, Miguel Kfouri Neto, Fabrício Zamprogna Matielo.
42 GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, volume III: responsabilidade civil, p.13.
16
ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”),
regra geral mantida, com aperfeiçoamentos, pelo art. 186 do
Código Civil de 2002 “ (Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligencia ou imprudência, violar direito e causar dano
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”).
Portanto, para que seja configurada a teoria subjetiva,
deverá existir um elemento de cunho subjetivo, que poderá decorrer do dolo, ou
seja, da ação ou omissão voluntária do agente causador ou decorrer da culpa,
negligência, imprudência ou imperícia do agente.
De e acordo com a primeira espécie, o dolo direto, ação ou
omissão do agente é consciente e direcionada ao alcance do resultado, existe,
portanto, uma vontade deliberada de infringir um dever legal. Já na segunda
espécie de dolo, o eventual, o agente tem consciência da conduta praticada
poderá causar um dano, mesmo assim, ignora o risco e prossegue rumo ao que
.deseja.43
Se o dano for causado por culpa, ou seja, imprudência44,
negligência45 ou imperícia46, constata-se que no agente não existe a pretensão
de causar o prejuízo, que será ocasionado justamente pelo comportamento ilícito.
Portanto, para a teoria da responsabilidade subjetiva, a
prova da culpa do agente causador do dano é indispensável para que surja o
dever de indenizar. A responsabilidade é subjetiva porque dependerá do
comportamento do sujeito47.
43 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Responsabilidade Civil, p.533. 44 Imprudência: é a falta de cuidados básicos ou cautela que deveriam ser tomados em
determinado caso. 45 Negligência: é a falta de diligência, atenção no momento necessário. 46 Imperícia: é a conduta produzida à margem de conhecimentos suficientes, deficiência na
formação do profissional ou incompetência na prática profissional por falta de estrutura técnica.
47 RODRIGUES, Silvio. Direito civil, p.11.
17
Caio Mario da Silva Pereira48 assim demonstra seu
entendimento sobre o assunto:
Na tese da presunção de culpa subsiste o conceito genérico de
culpa como fundamento da responsabilidade civil. Onde se
distancia da concepção subjetiva tradicional é no que concerne ao
ônus da prova. Dentro da teoria clássica da culpa, a vítima tem de
demonstrar a existência dos elementos fundamentais de sua
pretensão, sobressaindo o comportamento culposo do
demandado.
Entretanto Caio Mario da Silva Pereira49 diz:
Ao se encaminhar para a especialização da culpa presumida,
ocorre uma inversão do ônus probandi. Em certas circunstâncias,
presume-se o comportamento culposo do causador do dano,
cabendo-lhe demonstrar a ausência de culpa, para se eximir do
dever de indenizar. Foi um modo de afirmar a responsabilidade
civil, sem a necessidade de provar o lesado a conduta culposa do
agente, mas sem repelir o pressuposto subjetivo da doutrina
tradicional. Em determinadas circunstâncias é a lei que enuncia a
presunção. Em outras, e a elaboração jurisprudencial que,
partindo de uma idéia tipicamente assentada na culpa, inverte a
situação impondo o dever ressarcitório, a não ser que o acusado
demonstre que o dano foi causado pelo comportamento da própria
vítima.
Entretanto, hipóteses há em que não é necessário sequer
ser caracterizada a culpa. Nesses casos, estaremos diante do que se
convencionou chamar de responsabilidade objetiva.
48 PEREIRA, Caio Mário da Silva, Responsabilidade Civil, p.265. 49 PEREIRA, Caio Mário da Silva, Responsabilidade Civil, p.266.
18
1.4.2 Responsabilidade Objetiva
Na responsabilidade objetiva não há necessidade de se
comprovar a culpa por parte do agente, para que esteja caracterizada a obrigação
de reparar o dano, desde que exista o nexo causal entre o dano causado a vítima
e o ato do agente.
Sobre o tema, é importante a lição de Silvio Rodrigues50:
Na responsabilidade objetiva a atitude culposa ou dolosa do
agente causador do dano é de menor relevância, pois, desde que
exista relação de causalidade entre o dano experimentado pela
vítima e o ato do agente, surge o dever de indenizar, quer tenha
este agido ou não culposamente.
Carlos Roberto Gonçalves51 trata sobre a teoria do risco
como justificativa para a responsabilidade objetiva, dizendo que:
Para esta teoria, toda pessoa que exerce alguma atividade cria
um risco de dano para terceiros. E deve ser obrigada a repará-lo,
ainda que sua conduta seja isenta de culpa. A responsabilidade
civil desloca-se da noção de culpa para a idéia de risco, ora
encarada como “risco-proveito”, que se funda no principio
segundo o qual é reparável o dano causado a outrem em
conseqüência de uma atividade realizada em beneficio do
responsável (...).
Caio Mário da Silva Pereira52 assim demonstra seu
entendimento sobre o assunto.
50 RODRIGUES, Silvio. Direito civil, p.11. 51 GONÇALVES, Carlos Roberto, Responsabilidade civil, p.18. 52 PEREIRA, Caio Mário da Silva, Responsabilidade Civil, p.271.
19
Cada um deve sofrer o risco de seus atos, sem cogitação da idéia
de culpa, e, portanto, o fundamento da responsabilidade civil
desloca-se da noção de culpa, porem deve viver ao seu lado. (...)
a teoria do risco ou da responsabilidade objetiva na atualidade
encontra resistência na doutrina, no tocante à sua aplicação
ampla com que se defendeu o seu préstimo. Isso não obstante,
conquistou aceitação na doutrina e na jurisprudência e penetrou
no principio constitucional do art. 5.º, ns. V e X, da Carta de 1988.
O legislador brasileiro adotou tanto a responsabilidade
subjetiva (teoria da culpa) quanto á teoria da responsabilidade objetiva (teoria do
risco) em seu ordenamento jurídico.
O atual Código Civil Brasileiro, em seu art. 92753, parágrafo
único, estabelece:
Art. 927 - Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
No entanto adota critérios de responsabilidade objetiva no
âmbito do direito privado.
No Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de
11/09/1990)54, como exemplo, adota a teoria objetiva, para resguardar os direitos
53 BRASIL, Código Civil; Comercial; Processo Civil; Constituição Federal/ obra coletiva da autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3 ed. São Paulo: Saraiva. 2007. 54
http://www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/13/1990/8078.htm acesso em 19 de junho de 2009.
20
do consumidor. Ainda referente ao tema Maria Helena Diniz55 conceitua
responsabilidade objetiva:
A responsabilidade objetiva, fundada na teoria do risco, decorre
no direito brasileiro de acidentes de trabalho; acidentes
resultantes do exercício de atividades perigosas; furto de valores
praticado por empregados de hotéis contra hóspedes; queda de
coisas de uma casa ou seu lançamento de lugar indevido;
pagamento de cheque falsificado por banco; comportamentos
administrativos comissivos prejudiciais a direito de particular e
atos praticados no exercício de certos direitos, e diversas outras.
Desta forma, a distinção da culpa se objetiva ou subjetiva é,
na prática, de difícil estabelecimento. Com estas considerações sobre a
responsabilidade civil, encerra-se este capitulo, para se iniciar o segundo,
destinado sobre as empresas de vigilância patrimonial.
55 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil, p.59
21
Capítulo 2
DAS EMPRESAS DE VIGILÂNCIA PATRIMONIAL 2.1 HISTÓRICO
O homem sempre sentiu a necessidade de se proteger,
inicialmente ele procurou proteção para si e sua família, dentro de cavernas e
com a utilização de machados de pedra, lanças e arcos. Mais tarde, já em
grupamento maiores, a necessidade era de uma proteção coletiva, contra outros
grupos que poderiam conquistar seus territórios, saquear seus bens, roubar suas
mulheres e filhos, escravizar ou exterminar seu povo56.
Ainda segundo Araujo57, os primeiros vigilantes de que se
tem noticias surgiram na Inglaterra, por volta do século XVI, e era composto por
pessoas locais, hábeis na arte de luta e no uso da espada, e eram remunerados
pelos senhores feudais, com os impostos cobrados dos cidadões. Tinham por
missão patrulhar as cidades e as estradas, contra ladrões e salteadores que
afluíam as cidades construídas junto as muralhas dos castelos.
No século XIX, aproveitando-se das deficiências naturais do
poder público para combater o crime em toda sua extensão, surgem então, nos
Estados Unidos da América do Norte, as primeiras empresas de segurança
privada. Em 1852, surge a WELL FARGO, fundada por Henry Wells e Willian
Fargo, e que tinha por objetivo escoltar diligências de cargas ao longo do rio
Mississipi; em 1855, surge a PINKERTON´S, fundada por Allan Pinkerton e em
1859, surge a BRINK´S, fundada por Perry Brink em Washington e que tinha
como missão transportar cargas e que mais tarde se transformou em
transportadora de valores, com seu primeiro carregamento em 1891, no primeiro
carro-forte, adequado as condições da época58.
56 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante.3º Edição– Rio de Janeiro de 2004- pag.10 57 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante.3º Edição– Rio de Janeiro de 2004- pag.11 58 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante. 3º Edição– Rio de Janeiro de 2004- pag.11
22
Segundo Araujo59 aqui no Brasil, as empresas de vigilância
surgiram, através do decreto-lei nº 1.034, de 09 de novembro de 1969 e nº 1.103,
de março de 1970, que passaram a exigir dos estabelecimentos bancários e de
créditos, uma vigilância armada. Tal medida tinha por objetivo inibir as ações de
grupo de esquerda que buscavam recursos, em assaltos a estabelecimentos
bancários, para financiamento de sua causa revolucionária. Mais somente em
1983, com a lei nº 7.10260,a atividade de segurança privada passou a ser
disciplinada, sob responsabilidade do Departamento de Policia Federal.
No entanto com o acréscimo dos serviços de segurança em
todo o país, teve-se a necessidade da criação de decretos, leis e portarias, dos
quais a portaria 387/06 que é matéria de nosso estudo.
2.2 CONCEITO
É um estado proporcionado pelas garantias possíveis contra
riscos prováveis a que está sujeito um determinado Objeto de Proteção (O.P) ou
Conjunto de estruturas ou atividades com capacidade de oferecer as garantias
possíveis contra os riscos prováveis, a que um Objeto de Proteção (O.P) está
sujeito.61
Para Araujo62, conceito de segurança patrimonial é:
Cuida da proteção de uma determinada área ou instalação, assim
como de seus bens, seu pessoal e atividades, contra um possível
ataque ou qualquer fato anormal. A segurança patrimonial é
executada pelo agente de segurança patrimonial, também
conhecido como vigilante, que é o profissional credenciado,
uniformizado e adequadamente preparado para desempenhar as
atividades de segurança patrimonial.
59 ARAUJO, Jorge Heleno.Livro Básico do Vigilante. 3º Edição–Rio de Janeiro de 2004- pag. 11 60 http://www.dpf.gov.br/. Acesso 24 de julho de 2009. 61http://www.abgs.org.br/modules.php?name=FAQ&myfaq=yes&id_cat=10&categories=Gestao+d
e+Seguran%E7a+Privada+ acesso 25 de julho de 2009. 62 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante. 3º Edição – Rio de Janeiro de 2004- pag. 39
23
A segurança patrimonial é realizada, na prática, através de
ações ou medidas, podendo dividi-las em dois grandes grupos: os das medidas
estáticas e o das medidas dinâmicas, do qual passamos a conhecer melhor as
suas características.
2.3 DAS MEDIDAS ESTÁTICAS E DINÂMICAS
As medidas estáticas são aquelas providencias de natureza
não humana, destinadas a facilitar, ou complementar, o trabalho da segurança
patrimonial e podem constar de: barreiras, guaritas, iluminação de proteção,
alarme, equipamento eletro-eletrônicos e comunicações63.
São quaisquer obstáculos, dispostos na área do imóvel, que
tenham por finalidade dificultar a entrada ou saída de pessoal, de material ou de
veiculo não autorizado. As barreiras podem ser classificadas como: naturais,
artificiais e animais.64
A guarita é local destinado a abrigar o vigilante,
principalmente contra as intempéries. Normalmente o vigilante não deve
permanecer no interior da guarita, a não ser que ela seja suspensa ou blindada,
caso contrário poderá tornar-se alvo fácil de ataque. É importante frisar que, caso
tenha que permanecer na guarita, á noite, ela nunca deverá permanecer com as
luzes acessas.
Outro fato importante é não confundir portaria com guarita, o
agente de portaria não se ausenta daquele local e sua função não é reprimir um
ataque e sim atender ao publico que para ali se destina. 65
A iluminação de proteção são luminárias, na área da
instalação, de tal forma que o vigilante possa, sem ser visto, observar um
individuo que tente infiltra-se ou evadir-se por qualquer ponto. Tecnicamente, a
63 ARAUJO, Jorge Heleno.Livro Básico do Vigilante. 3º Edição Rio de Janeiro de 2004- pag. 40 64 ARAUJO, Jorge Heleno.Livro Básico do Vigilante. 3º Edição Rio de Janeiro de 2004- pag. 40 65 ARAUJO, Jorge Heleno.Livro Básico do Vigilante. 3º Edição Rio de Janeiro de 2004- pag. 40
24
iluminação de proteção subdivide-se em: iluminação continua, iluminação de
reserva e iluminação de emergência66.
Os alarmes são dispositivos visíveis, audíveis ou uma
combinação de ambos, que tem por finalidade denunciar a ocorrência de um fato
anormal na instalação a proteger. Entendamos por fato anormal qualquer
ocorrência que possa vir a interferir no desenvolvimento das atividades naquela
instalação: roubos, acidentes, enchentes, desabamentos, incêndios, etc.67
A moderna tecnologia eletroeletrônica muito vem
contribuindo na proteção de instalação. Circuito fechados de TV, leitores óticos,
scaners (raio x), sensores de calor ou de movimento, identificadores de
chamadas, alarmes silenciosos, detectores de metais e outros.
Em se tratando de segurança patrimonial, ela jamais será
completa se não houver um perfeito sistema de comunicação. É através das
comunicações que são realizados o contato rotineiro ou emergencial entre
vigilantes, empresas, policia, moradores, funcionários, hospitais, etc.
Hoje em segurança patrimonial, os meios de comunicação
mais utilizados são os intercomunicadores, os telefones (de linha viva ou celular)
e os rádios (de mesa ou de mão). 68
Já em relação ás medidas dinâmicas, são aquelas relativas
as atividades do vigilante, ou seja, de natureza humana. Como o ser humano é
individual, devemos procurar criar um padrão de exigência para o elemento de
segurança, sendo que citamos o desonesto, inidôneo e o incompetente.
O desonesto é aquele que, pelos traços predominantes de
seu caráter não age corretamente nas atitudes relativas ao serviço, ao patrimônio
ou nas suas relações com os pares, com a empresa ou com a coletividade. O
desonesto mente, subtrai coisa alheia, é desleal69.
66 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante. 3º Edição Rio de Janeiro de 2004- pag.42 67 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante. 3º Edição Rio de Janeiro de 2004- pag.42 68 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante. 3º Edição Rio de Janeiro de 2004- pag.42 69 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante. 3º Edição Rio de Janeiro de 2004- pag.43
25
Sendo que o inidôneo, apesar de poder ser honesto, é
aquele individuo que, devido a seu modo particular de vida, pode se tornar alvo
para uma chantagem, por parte de marginais ou elementos desonestos. São
considerados inidôneos para a segurança os alcoólatras, os viciados em drogas e
os jogadores.70
Entretanto o incompetente é o indivíduo sem condições
técnicas ou profissionais para exercer uma função e que, exercendo-a, poderá
ocasionar riscos á segurança. O incompetente fala muito e escuta pouco; rende o
serviço atrasado; anda sujo ou em desalinho; não conhece as normas da
empresa; não segue as normas de segurança; exige todos os seus direitos mais
não cumpre seus deveres71.
Desta forma, a base de um programa de segurança é a sua
ação dinâmica e preventiva, impedindo que indivíduos considerados uma ameaça
á segurança, tenham acesso ao sistema, e mesmo aqueles que adentraram ao
sistema devem ser permanentemente acompanhados, podemos considerar como
ameaça á segurança os seguintes indivíduos72.
A seguir, mencionaremos os requisitos, objetivos e todos os
procedimentos descritos na Portaria 387/200673, para a formação do vigilante.
2.4 DA FORMAÇÃO DO VIGILANTE
A atividade de segurança, por sua importância na sociedade
moderna, deve ser dividida em fases, que vão desde o desejo do individuo em ser
um profissional de segurança, até o momento, em que, formado, desempenha as
suas atividades profissionais.
70 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante. 3º Edição Rio de Janeiro de 2004- pag.43 71 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante. 3º Edição Rio de Janeiro de 2004- pag.43 72 ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante. 3º Edição Rio de Janeiro de 2004- pag.44 73 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.45 acesso no dia 16 de junho de 2009
26
Citamos os principais incisos do artigo 10974 da Portaria Nº.
387/200675 - DG/DPF, de 28 de agosto de 2006 que diz:
Art. 109 - Para o exercício da profissão, o vigilante deverá
preencher os seguintes requisitos, comprovados
documentalmente:
I - ser brasileiro, nato ou naturalizado;
ll - ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos;
III - ter instrução correspondente à quarta série do ensino
fundamental;
IV - ter sido aprovado em curso de formação de vigilante,
realizado por empresa de curso de formação devidamente
autorizada;
Dispõe no inciso primeiro que para exercer a profissão de
vigilante tem que ser brasileiro nato ou naturalizado. No segundo inciso ter que
ser maior de 21 anos. Já no terceiro inciso informa que deverá ter no mínimo o
ensino fundamental e no quarto inciso que esse curso terá validade somente nas
empresas autorizadas pelo Departamento de Policia Federal.
V - ter sido aprovado em exames de saúde e de aptidão
psicológica;
VI - ter idoneidade comprovada mediante a apresentação de
antecedentes criminais, sem registros de indiciamento em
inquérito policial, de estar sendo processado criminalmente ou ter
sido condenado em processo criminal;
No quinto inciso trata-se da aprovação tanto em exame de
saúde e psicológico. Já no sexto inciso informa que não poderá ter nenhum
74
http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.44
acesso no dia 16 de junho de 2009 75 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.45 acesso no dia 16 de junho de 2009
27
indiciamento em inquérito policial, de estar sendo processado e muito menos ter
sido condenado em processo criminal.
Além desses requisitos profissionais já mencionados acima
para a realização do curso, há que se observar também o perfil desse candidato
ao curso de vigilante.
PREVENTIVO/OSTENSIVO – atributo de o vigilante ser visível ao
público em geral, a fim de evitar a ação de delinqüentes, manter a
integridade patrimonial e dar segurança às pessoas.
PROATIVIDADE - ação de antever e se antecipar ao evento
danoso, com o fim de evitá-lo ou de minimizar seus efeitos e,
principalmente, visar à adoção de providências para auxiliar os
agentes de segurança pública, como na coleta das primeiras
informações e evidências da ocorrência, de preservação dos
vestígios e isolamento do local do crime.
RELAÇÕES PÚBLICAS – qualidade de interação com o público,
urbanidade, sociabilidade e transmissão de confiança, priorizando
o atendimento adequado às pessoas com deficiência.
VIGILÂNCIA – atributo de movimento, dinamismo e alerta,
contrapondo-se ao conceito estático.
Para a formação do vigilante é de suma importância
observar o perfil desse candidato, por que caso não atenda tais requisitos, terá
dificuldade para obter uma colocação nas empresas de vigilância, por causa das
exigências do mercado.
DIREITOS HUMANOS – respeito à dignidade da pessoa humana,
compromisso que o Brasil assumiu perante a comunidade
internacional e princípio constitucional de prevalência dos direitos
humanos.
TÉCNICO-PROFISSIONAL – capacidade de empregar todas as
técnicas, doutrinas e ensinamentos adequados para a consecução
de sua missão.
28
ADESTRAMENTO – atributo relacionado à desenvoltura corporal,
com aprimoramento físico, domínio de defesa pessoal e
capacitação para o uso proporcional da força através do emprego
de tecnologias não-letais e do uso da arma de fogo, como último
recurso de defesa própria ou de terceiros.
HIGIDEZ FÍSICA E MENTAL – certeza de não ser possuidor de
patologia física ou mental.
PSICOLÓGICO – perfil psicológico adequado ao desempenho do
serviço de vigilante.
ESCOLARIDADE – 4ª série (exigência legal)76.
Mencionamos o perfil do candidato para a formação do
vigilante, sendo que passaremos em seguida mencionar sobre os objetivos do
curso de vigilante, dos quais são gerais e específicos, conforme a Portaria Nº.
387/200677 - DG/DPF, de 28 de agosto de 2006.
Os objetivos gerais são dotar o aluno de conhecimentos,
técnicas, habilidades e atitudes que o capacitem para o exercício da profissão de
vigilante, em complemento à segurança pública incluída as atividades relativas à
vigilância patrimonial, à segurança física de estabelecimentos financeiros e
outros.
Necessita ainda de preparo para dar atendimento e
segurança às pessoas e manutenção da integridade do patrimônio que guarda,
bem como adestramento para o uso de armamento não-letal, armamento
convencional e o emprego de defesa pessoal. Elevar o níveo do segmento da
segurança privada a partir do ensino de seus vigilantes78.
76 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf- pag.45 acesso
no dia 16 de junho de 2009. 77
http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf- pag.45 acesso
no dia 16 de junho de 2009. 78 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf- pag.55 acesso
no dia 16 de junho de 2009.
29
Em relação aos objetivos específicos, se trata de
conhecimentos, técnicas, habilidades e atitudes para prevenir ocorrências
inerentes às suas atribuições, dentro da área física a ele delimitada, a fim de
manter a integridade patrimonial e de dar segurança às pessoas.
Da mesma forma, antecipar-se ao evento danoso, a fim de impedir
sua ocorrência ou de minimizar seus efeitos, principalmente,
adotar as providências de auxílio aos agentes de segurança
pública. Operar com técnica e segurança equipamentos de
comunicação, alarmes e outras tecnologias de vigilância
patrimonial, Aplicar conhecimentos de primeiros socorros, adotar
medidas iniciais de prevenção e de combate a incêndios.
Por fim, executar outras tarefas que lhe forem atribuídas,
notadamente pela criação de divisões especializadas pela sua
empresa, para permitir um crescimento sustentado em todas as
áreas de segurança privada. 79
Assim sendo, os objetivos gerais são referentes a dotar o
aluno de conhecimentos, técnicas, habilidades e atitudes que o capacitem para o
exercício da profissão de vigilante, sendo que os objetivos específicos são os
meios utilizados pelo profissional na execução do serviço.
Em relação á organização o curso funcionará de acordo com
as disposições contidas neste Programa de Curso, no Regime Escolar das
Escolas de Formação e demais normas vigentes80.
As Escolas de Formação adotarão a metodologia do ensino
direto, utilizando-se de métodos e técnicas de ensino individualizado, coletivo e
em grupo, enfatizando ao máximo a parte prática, no intuito de alcançar os
79 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag. 55-56
acesso no dia 16 de junho de 2009. 80 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.55-56.
acesso no dia 16 de junho de 2009.
30
objetivos propostos para o curso, bem como palestras e mesas redondas
abrangendo temas de interesse dos futuros vigilantes.
Os exercícios simulados, aproximados ao máximo da
realidade, serão admitidos para aguçar a destreza e como antecipação aos
exercícios reais, desde que em condições de segurança adequadas, a cargo e
sob a responsabilidade do Curso.
O Plano de Curso e a Grade Horária ficam a cargo das
Escolas de Formação, com base neste Programa de Curso.
As disciplinas teóricas (excetuadas a de Educação Física,
Prevenção e Combate a Incêndio e Primeiros Socorros, Defesa Pessoal e
Armamento e Tiro) serão ministradas de forma seqüencial, conforme um conteúdo
programático for pré-requisito para os subseqüentes.
A linguagem usada pelo professor e a complexidade na
apresentação dos temas deverão levar em consideração a escolaridade e nível de
compreensão mais baixa dentre o grupo.
Os professores serão selecionados conforme as
especialidades, sendo que os psicólogos que venham a aplicar os testes
psicológicos deverão estar inscritos no SINARM e os instrutores de tiro no
SINARM ou no DFPC/EB; os monitores serão de livre opção das Escolas de
Formação, desde que estas observem o desenvolvimento do conteúdo
programático e a segurança dos alunos.
As Escolas de Formação deverão manter em arquivo o
Plano de Curso, Grade Horária e os Planos de Aula elaborados pelos
professores, a serem apresentados por ocasião da fiscalização.
As aulas teóricas de Tecnologias Não-Letais devem abordar
de forma abrangente todas as circunstâncias e cenários de seu possível uso,
objetivando preservar a incolumidade física das pessoas controladas com uso da
força durante o exercício da profissão, em conformidade com os preceitos da
ONU relativos aos Direitos Humanos.
31
As aulas de armamento e tiro deverão ser distribuídas ao
longo do curso, de forma intercalada com as demais disciplinas, com o fim de
valorizar o manuseio e propiciar intimidade com a arma, mediante exercícios de
empunhadura, visada e tiros em seco antes do tiro real.
O tiro real não poderá ser realizado em uma única etapa,
cuja distribuição seguirá o programa de matéria abaixo.
A disciplina de Criminalística e Técnica de Entrevista será
ministrada, preferencialmente, por policial lotado em unidade de controle e
fiscalização do segmento da segurança privada, neste caso observados os
termos da Instrução Normativa nº 03/200481, do Diretor Geral do Departamento de
Polícia Federal.
O curso de vigilante terá carga horária total de 160 (cento e
sessenta) horas-aula, podendo ocorrer diariamente no máximo 10 horas-aula82.
Alem disso deve cumprir a seguinte carga de treinamento:
Disciplinas curriculares.................... 138 h/a
Verificação de aprendizagem.......... 20 h/a
Abertura de curso............................ 02 h/a
TOTAL............................................. 160 h/a
As turmas serão compostas de classe com no máximo 45
(quarenta e cinco) alunos cada uma. A freqüência é obrigatória a todas as
atividades programadas para os alunos. Somente será submetido à avaliação
final o candidato que obtiver freqüência de 90 % (noventa por cento) da carga
horária em cada disciplina.
81 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf- pag.55-56.
acesso no dia 16 de junho de 2009. 82 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.57
acesso no dia 16 de junho de 2009.
32
Será desligado do curso o aluno que ultrapassar o limite de
faltas, podendo aproveitar as disciplinas concluídas apenas no curso subseqüente
da mesma Escola83.
Ao final de cada disciplina teórica será realizada uma
avaliação de aprendizagem escrita, do tipo objetiva, sendo considerado aprovado
o aluno que obtiver o mínimo de 5 (cinco) pontos num máximo de 10 (dez) pontos.
A complexidade das questões elaboradas deverá ser
condizente com o nível de escolaridade dos alunos.
A avaliação das disciplinas práticas (Educação Física,
Prevenção e Combate a Incêndio e Primeiros Socorros, Defesa Pessoal e
Armamento e Tiro) será realizada de forma prática, sendo que a disciplina de
Prevenção e Combate a Incêndio e Primeiros Socorros serão de forma
simulada84.
Por fim, mencionamos sobre a carga horária, bem como as
avaliações da formação do vigilante, logo, trataremos no próximo sub-titulo os
direitos, deveres e apuração das condutas dos vigilantes.
2.5 DOS DIREITOS, DEVERES E APURAÇÃO DAS CONDUTAS DOS
VIGILANTES.
Em relação aos direitos dos vigilantes, estão descritos no
artigo 11785 Portaria Nº. 387/2006 - DG/DPF, de 28 de agosto de 2006, que diz:
Art. 117 - Assegura-se ao vigilante:
83 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag. 59
acesso no dia 16 de junho de 2009. 84 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag. 59
acesso no dia 16 de junho de 2009.
85 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.48 acesso no dia 16 de junho de 2009.
33
I - o recebimento de uniforme, devidamente autorizado, às
expensas do empregador;
II - porte de arma, quando em efetivo exercício;
III - a utilização de materiais e equipamentos em perfeito
funcionamento e estado de conservação, inclusive armas e
munições;
Dispõe no seu inciso primeiro que o uso do uniforme deve
ser exclusivo em serviço, já no inciso segundo, trata do direito de ter porte de
arma quando em efetivo exercício, no terceiro inciso faz menção do uso de
matérias e equipamento que deverá ser fornecido pela empresa para a execução
do serviço:
IV - a utilização de sistema de comunicação em perfeito estado de
funcionamento;
V - treinamento regular nos termos previstos nesta portaria;
VI - seguro de vida em grupo, feito pelo empregador;
VII - prisão especial por ato decorrente do exercício da atividade.
Dispõe no inciso quarto o perfeito estado de conservação e
funcionamento do sistema de comunicação, até por que o vigilante em caso de
emergência utiliza-se desse meio para pedir apoio a supervisão da empresa, no
inciso quinto prevê treinamentos que neste caso, trata-se da reciclagem por
exigência legal deve ocorrer a cada dois anos, no sexto inciso se refere ao seguro
de vida em grupo que é feito pelo empregador e por ultimo no inciso sétimo
menciona a prisão especial nos casos de ocorrência durante o serviço, o vigilante
possui essa prerrogativa legal.
34
Preconiza o artigo 11886 da Portaria Nº. 387/2006 - DG/DPF,
de 28 de agosto de 2006, os deveres dos vigilantes:
Art. 118. São deveres dos vigilantes:
I - exercer as suas atividades com urbanidade, probidade e
denodo;
II - utilizar, adequadamente, o uniforme autorizado, apenas em
serviço;
III - portar a Carteira Nacional de Vigilante - CNV;
No inciso primeiro dispõe que é dever do vigilante exercer
sua atividade com responsabilidade, sendo que no segundo trata-se da utilização
correta e adequada do uniforme em serviço. Já no inciso terceiro trata-se do uso
da carteira de vigilante em serviço.
IV - manter-se adstrito ao local sob vigilância, observando-se as
peculiaridades das atividades de transporte de valores, escolta
armada e segurança pessoal;
V - comunicar, ao seu superior hierárquico, quaisquer incidentes
ocorridos no serviço, assim como quaisquer irregularidades
relativas ao equipamento que utiliza, em especial quanto ao
armamento, munições e colete à prova de balas, não se eximindo
o empregador do dever de fiscalização.
No quarto inciso, o vigilante deve manter adstrito o local sob
vigilância, principalmente nas atividades de alto risco como transportes de
valores, escolta armada e segurança pessoal. Dispõe o inciso quinto, sobre a
comunicação ao superior hierárquico de qualquer incidente que ocorra durante o
serviço, bem como quaisquer irregularidades relativas ao equipamento,
86 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.48
acesso no dia 16 de junho de 2009.
35
armamento, munições e outros, não se eximindo o empregador do dever de
fiscalização.
No entanto, no artigo 11987 da Portaria Nº. 387/2006 -
DG/DPF, de 28 de agosto de 2006, consta a conduta que as empresas devem
seguir para apuração das condutas dos vigilantes.
Art. 119. As empresas de segurança privada deverão:
I - apurar, em procedimento interno, o envolvimento de seus
vigilantes, quando no exercício de suas atividades, nas
ocorrências de crimes contra o patrimônio e contra a organização
do trabalho, juntando cópias do boletim de ocorrência e de outros
documentos esclarecedores do fato;
II - encaminhar o procedimento apuratório à CGCSP, através da
DELESP ou CV, para conhecimento e difusão às empresas de
segurança privada, em nível nacional.
Sendo assim, cabe as empresas apurar todas as
ocorrências praticadas pelos seus vigilantes, aplicando medidas disciplinares
conforme a gravidade do ato praticado pelo vigilante em serviço. Trataremos no
próximo sub-capitulo sobre as demais categorias de serviço de segurança, bem
como as sua características.
2.6 DAS DEMAIS CATEGORIAS DE SERVIÇOS DE SEGURANÇA
Além da atividade de vigilância patrimonial que é matéria de
nossa pesquisa, temos ainda as atividades de transporte de valores, escolta
armada e segurança pessoal privada, sendo que para atuar nessas modalidades
o profissional tem que possuir obrigatoriamente o curso de vigilante, bem como a
extensões de cada curso dessas modalidades.
87 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.49
acesso no dia 16 de junho de 2009.
36
2.6.1 DO TRANSPORTE DE VALORES
Essa modalidade de segurança, tem por objetivo atender
as instituições financeiras, estabelecimentos comerciais e grandes empresas,
transportando numerários em veículos especial e guarnição profissionalizada
conforme dispositivo legal.
As empresas que pretende atuar nessa categoria de
prestação de serviço, necessariamente tem que atender os seguintes requisitos
do artigo 1488 da Portaria Nº. 387/2006 - DG/DPF que diz:
Art. 14. O exercício da atividade de transporte de valores, cuja
propriedade e administração são vedadas a estrangeiros,
dependerá de autorização prévia do DPF, mediante o
preenchimento dos seguintes requisitos:
I - possuir capital social integralizado mínimo de 100.000 (cem mil)
UFIR;
II - prova de que os sócios, administradores, diretores e gerentes
da empresa de segurança privada não tenham condenação
criminal registrada;
Dispõe o inciso primeiro que para o exercício da atividade
transporte de valores, tem que possuir capital integralizado no mínimo de 100.00
(cem mil) UFIR, que serve como garantia caso essa empresa não cumpra com as
suas obrigações. No inciso segundo alerta que os sócios, administradores,
diretores e gerentes não tenham condenação criminal registrada.
III - contratar, e manter sob contrato, o mínimo de 16 (dezesseis)
vigilantes com extensão em transporte de valores;
IV - comprovar a propriedade de, no mínimo, 02 (dois) veículos
especiais;
88 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.13 acesso no dia 16 de junho de 2009
37
V - possuir instalações físicas adequadas, comprovadas mediante
certificado de segurança;
O inciso terceiro dispõe que deve ter sob contrato no mínimo
16(dezesseis) vigilantes com extensão em transporte de valores para iniciar a
atividade e no inciso quarto a comprovação de no mínimo 02 dois veículos
especiais, sendo que cada veiculo desse terá quatro vigilantes armados de
pistolas e espingarda calibre 12 e no inciso quinto possuir as instalações físicas
adequadas e comprovadas mediante o devido certificado de segurança expedido
pelo Departamento de Policia Federal.
Para a execução deste serviço, deve ser observado o artigo
2489 da Portaria Nº. 387/2006 - DG/DPF :
Art. 24. As empresas de transporte de valores deverão utilizar
uma guarnição mínima de 04 (quatro) vigilantes por veículo
especial, já incluído o condutor, todos com extensão em
transporte de valores.
Entretanto está previsto ainda no artigo 2690, §2º da Portaria
Nº 387/2006 – DG/DPF, que há impossibilidade do transporte ser através de
veículos especiais, poderá ser através de via aérea, fluvial ou por outros meios:
Art 26. Nas regiões onde for comprovada a impossibilidade do
uso de veículo especial, as empresas de transporte de valores
poderão ser autorizadas a efetuar o transporte por via aérea,
fluvial ou por outros meios, devendo:
§ 2º Nas regiões onde for comprovada, perante a autoridade
competente, a impossibilidade do uso de veículo especial pela
empresa especializada ou pelo próprio estabelecimento financeiro
89 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.14 acesso no dia 16 de junho de 2009 90 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.14 acesso no dia 16 de junho de 2009
38
com serviço orgânico de segurança, o transporte de numerário
poderá ser feito por empresa de transporte de valores por via
aérea, fluvial ou outros meios, condicionado à presença de
vigilantes especialmente habilitados, em quantidades a serem
fixadas pela DELESP ou CV da circunscrição.
Como requisito para habilitação no curso de extensão em
transporte de valores o candidato deverá apresentar no centro de treinamento o
certificado de conclusão do curso de formação de vigilante homologado pelo
Departamento de Policia Federal.
2.6.2 DA ESCOLTA ARMADA
O serviço de escolta armada tem o objetivo de garantir a
segurança do transporte de carga em todo território nacional.
Para as empresas atuar nessa atividade é necessário
atender os seguintes requisitos do artigo 3091 da Portaria Nº. 387/2006 - DG/DPF.
O exercício da atividade de escolta armada dependerá de autorização prévia do
DPF, mediante o preenchimento dos seguintes requisitos:
Art. 30. O exercício da atividade de escolta armada dependerá de
autorização prévia do DPF, mediante o preenchimento dos
seguintes requisitos:
I - possuir autorização há pelo menos 01 (um) ano na atividade de
vigilância patrimonial ou transporte de valores;
Dispõe no inciso primeiro que a empresa deverá possuir no
mínimo um ano de atividade de vigilância patrimonial ou de transporte de valores
91 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.20 acesso no dia 16 de junho de 2009.
39
para que possa solicitar o pedido de autorização ao Departamento de Policia
Federal para atuar em escolta armada.
II - contratar, e manter sob contrato, o mínimo de 08 (oito)
vigilantes com extensão em escolta armada e experiência mínima
de um ano nas atividades de vigilância ou transporte de valores;
No inciso segundo trata da exigência mínima de 08 (oito)
vigilantes com extensão em escolta armada para solicitar autorização de atividade
de escolta, diferentemente dos 16(dezesseis) exigidos para atividade de
transporte de valores:
III - comprovar a posse ou propriedade de, no mínimo, 02 (dois)
veículos, os quais deverão possuir as seguintes características:
a) estar em perfeitas condições de uso;
b) 04 (quatro) portas e sistema que permita a comunicação
ininterrupta com a central da empresa;
c) ser identificados e padronizados, com inscrições externas que
contenham o nome, o logotipo e a atividade executada pela
empresa.
No entanto no inciso terceiro menciona que a empresa
deverá possuir dois veículos e deveram ter as seguintes características alencadas
nas alíneas a, b e c, sendo que os agentes da Policia Federal realizam vistoria em
loco para conferir os veículos se estão dentro dessas exigências legais. Para a
execução deste serviço, deverá ser observado o artigo 3392 da Portaria Nº
387/2006 – DG/DPF:
Art. 33. Os vigilantes empenhados na atividade de escolta armada
deverão compor uma guarnição mínima de 04 (quatro) vigilantes,
92
http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.22
acesso no dia 16 de junho de 2009
40
por veículo já incluído o condutor, todos especialmente
habilitados.
Nesta atividade é necessário que o candidato que pretenda
realizar o curso de extensão em escolta armada, já possua o curso de formação
de vigilante homologado pelo Departamento de Policia Federal.
2.6.3 DA SEGURANÇA PESSOAL PRIVADA
Nesta categoria de segurança, que tem por finalidade a
segurança pessoal de executivos ou dignitários, garantindo a integridade física
dos mesmos e quando contratados de seus familiares.
Para a realização de tal atividade a empresa prestadora do
serviço deverá possuir autorização do Departamento de Polícia Federal/DPF e
para obter essa autorização deverá atender os requisitos legais previsto no artigo
3693 da Portaria Nº 387/2006 – DG/DPF:
Art. 36. O exercício da atividade de segurança pessoal dependerá
de autorização prévia do DPF, mediante o preenchimento dos
seguintes requisitos:
I - possuir autorização há pelo menos 01 (um) ano na atividade de
vigilância patrimonial ou transporte de valores;
II - contratar, e manter sob contrato, o mínimo de 08 (oito)
vigilantes com extensão em Segurança Pessoal e experiência
mínima de um ano nas atividades de vigilância ou transporte de
valores.
Desta forma, para a realização do curso de extensão em
segurança pessoal privada, o candidato deverá comprovar ter o curso de
93 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.22 acesso no dia 16 de junho de 2009
41
formação de vigilante, bem como atuar no mínimo 01(um) ano nesta atividade de
vigilância patrimonial ou transporte de valores.
2.6.4 DOS CURSOS DE FORMAÇÕES
Nesses centros de treinamentos onde ocorre a formação dos
vigilantes e demais categorias de segurança, tais como transporte de valores,
escolta armada e segurança pessoal privada, dependerá de autorização do
Departamento de policia Federal e terá que atender os seguintes requisitos no
artigo 4194 da Portaria 387/2006 – DG/DPF. O exercício da atividade de curso de
formação, cuja propriedade e administração são vedadas a estrangeiros,
dependerá de autorização prévia do DPF, mediante o preenchimento dos
seguintes requisitos:
Art. 41. O exercício da atividade de curso de formação, cuja
propriedade e administração são vedadas a estrangeiros,
dependerá de autorização prévia do DPF, mediante o
preenchimento dos seguintes requisitos:
I - possuir capital social integralizado mínimo de 100.000 (cem mil)
UFIR;
II - comprovar a idoneidade dos sócios, administradores, diretores,
gerentes e empregados, mediante a apresentação de certidões
negativas de registros criminais expedidas pela Justiça Federal,
Estadual, Militar dos Estados e da União, onde houver, e Eleitoral;
III - possuir instalações físicas adequadas, comprovadas mediante
certificado de segurança;
Ainda deverá atender os requisitos do artigo 4695 da Portaria
387/2006 – DG/DPF. As empresas de curso de formação deverão:
Art. 46. As empresas de curso de formação deverão:
94 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.22 acesso no dia 16 de junho de 2009 95 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.22 acesso no dia 16 de junho de 2009
42
I - matricular apenas alunos que comprovem os requisitos do art.
109;
II - informar ao DPF, em até 05 (cinco) dias após o início de cada
curso de formação ou de extensão, a relação nominal e a
qualificação dos candidatos matriculados;
Dispõe o inciso primeiro sobre matricular alunos que
comprovem os requisitos do artigo 10996 que já vimos neste capitulo, sendo que
no inciso segundo menciona que a escola em até 5 (cinco) dias após o inicio do
curso deverá informar a DPF através de relação nominal e a qualificação desses
candidatos matriculados.
IV - informar ao DPF, em até 05 (cinco) dias após a conclusão de
cada curso de formação, extensão ou reciclagem, a relação
nominal e a qualificação dos candidatos aprovados,
encaminhando-se os documentos que comprovem os requisitos
do art. 109, bem como os respectivos certificados para registro,
informando-se também a quantidade de munição efetivamente
utilizada;
V - manter em arquivo a documentação apresentada pelos
vigilantes, pelo prazo mínimo de 02 (dois) anos;
Sendo que os incisos quarto e quinto tratam do prazo para
apresentar os documentos que comprovem os requisitos necessários para a
realização do curso, bem como o prazo que deverá ficar arquivados esses
documentos.
Com estas informações sobre as empresas de vigilância,
categorias de vigilância, bem como a formação dos vigilantes, encerra-se este
capitulo, para se iniciar o terceiro, destinado responsabilidades das empresas de
vigilância patrimonial.
96 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.23
acesso no dia 17 de junho de 2009
43
Capítulo 3
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS EMPRESAS DE VIGILÂNCIA.
Neste capitulo vamos tratar da responsabilidade civil das
empresas de vigilância em relação ao patrimônio vigiado, para que ocorra o
cabimento de indenização por parte da empresa de vigilância, terá que ser provar
que houve culpa na guarda do patrimônio vigiado.
3.1 DA CULPA DO AGENTE
A culpa do agente segundo entendimento de Silvio
Rodrigues97 na idéia de negligência se inclui a de imprudência, bem como a de
imperícia, senão vejamos:
Aquele que age com imprudência, negligência em tomar as
medidas de precaução aconselhadas para situação em foco,
como, também, a pessoa que se propõe a realizar uma tarefa que
requer conhecimentos especializados ou alguma habilitação e a
executa sem ter aqueles ou esta, portanto, negligenciou em
obedecer às regras da profissão.
Ainda nesse mesmo sentido, ou seja, da culpa do agente
continua Silvio Rodrigues98:
(...) Já vimos que a regra básica da responsabilidade civil,
consagrada em nosso Código Civil, implica a existência do
elemento culpa para que o mister de reparar possa surgir.
Todavia, excepcionalmente, e em hipóteses especificas, nosso
direito positivo admite alguns casos de responsabilidade sem
97 RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, p.16.
98 RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, p.16.
44
culpa, ou irrefragavelmente presumida, sem culpa baseada na
idéia do risco.
Sobre o tema, ensina Maria Helena Diniz99 que “(...) a culpa
é a violação de um dever jurídico, imputável a alguém, em decorrência de fato
intencional ou de omissão de diligência ou cautela”.
Em relação a distinção entre o dolo e culpa, segue o
entendimento de Silvio Rodrigues100:
A distinção entre Dolo e Culpa, bem como entre os graus de
Culpa, de um certo modo perde sua oportunidade. Isto porque,
quer haja Dolo, quer haja Culpa grave, leve ou levíssima, o dever
de reparar se manifesta com igual veemência, pois o legislador
parece ter adotado a norma romana segundo o qual in Lex Áquila
et levíssima Culpa venit. Ou seja, dentro da responsabilidade
aquiliana, ainda que seja levíssima a Culpa do agente causador
do dano, cumpre-lhe indenizar a vítima. Ora, como a indenização
deve ser a mais possível completa, posto que indenizar significa
tornar indene a vítima, o agente causador do dano, em tese, tem a
obrigação de repara-lo integralmente, quer tenha agido com Dolo,
quer com Culpa levíssima.
Desta forma, podemos classificar a Culpa em seus diversos
graus, bem como, a distinção entre a conduta culposa e dolosa, sendo que,
subsiste a obrigação de indenizar, em que se pese tenha o agente ocasionado à
ofensa por um comportamento doloso ou culposo. Na culpa independe se foi de
forma grave, leve ou levíssima, basta apenas que tenha havido, para a incidência
da responsabilidade.
99 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Responsabilidade Civil, p.46. 100 RODRIGUES, Silvio. Direito civil, p.16.
45
3.1.1 DA GRAVIDADE DA CULPA
A culpa do agente poderá ser de forma grave, leve ou
levíssima. Para Santos a culpa grave, leve e levíssima é :
Grave – “Aquela em que “o agente atua com falha grosseira ao
dever de cuidado, com descuido injustificável, ante uma situação
em que o resultado era previsto”101.
Leve – “ É aquela que se “caracteriza pela falta a um dever de
cuidado ordinário, comum a qualquer pessoa”102.
Levíssima – “É aquela que “se revela pelo mero descuido, pela
ausência de habilidade ou de conhecimento para determinada
tarefa103.
Ainda a culpa pode ser classificada sob o critério da
gravidade; quanto à natureza do dever jurídico violado; quanto à relação da
responsabilidade por fato de terceiro, coisas e animais e relativamente aos modos
de apreciação.
Na prestação do serviço de vigilância em relação ao
patrimônio vigiado, ocorre a responsabilidade por fato de terceiro, coisas e
animais, do qual cabe as Culpa in eligendo, Culpa in vigilando e Culpa in
custodiendo.
Entretanto para Maria Diniz a Culpa in eligendo advém da
má escolha daquele a quem se confia a prática de um ato ou o adimplemento da
obrigação104.
101 SANTOS, Romualdo Baptista dos. Teoria Geral da Responsabilidade Civil. In VASSILIEFF GABURRI, Fernando; BERALDO, Leonardo de Faria; SANTOS, Romualdo Baptista dos; VASSILIEFF, Sílvia; ARAÚJO; Vaneska Donato de. In: ARAÚJO, Vaneska Donato de (coord.). Responsabilidade Civil. São Paulo: RT, 2008, p. 39, v.5. 102 SANTOS, Romualdo Baptista dos. Teoria Geral da Responsabilidade Civil. In VASSILIEFF GABURRI, Fernando; BERALDO, Leonardo de Faria; SANTOS, Romualdo Baptista dos; VASSILIEFF, Sílvia; ARAÚJO; Vaneska Donato de. In: ARAÚJO, Vaneska Donato de (coord.). Responsabilidade Civil. São Paulo: RT, 2008, p. 39, v.5. 103 SANTOS, Romualdo Baptista dos. Teoria Geral da Responsabilidade Civil. In VASSILIEFF GABURRI, Fernando; BERALDO, Leonardo de Faria; SANTOS, Romualdo Baptista dos; VASSILIEFF, Sílvia; ARAÚJO; Vaneska Donato de. In: ARAÚJO, Vaneska Donato de (coord.). Responsabilidade Civil. São Paulo: RT, 2008, p. 39, v.5.
46
Podemos dizer que a Culpa in eligendo, ocorre quando o
agente falha no seu dever de eleição daqueles que agem sob seu comando.
Na sumula nº. 341 do STF: “É presumida a culpa do patrão
ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto”.
Já na culpa in vigilando, Santos diz que “Falta de atenção e
cuidado para com o comportamento das pessoas que estavam sob a guarda ou
responsabilidade do agente105. Para Maria Helena Diniz106 (...) a culpa in
vigilando “decorre da falta de atenção com o procedimento de outrem”:
Portanto na Culpa in vigilando, ocorre também pela falha no
dever de fiscalização, ou seja, quando o supervisor não fiscalizar o trabalho do
vigilante e ocorre dano ao patrimônio vigiado.
Sobre a culpa in custodiendo Maria Helena Diniz107 diz que:
“Falta de cautela ou atenção em relação a um animal ou objeto (CC, arts. 936 e
937), sob os cuidados do agente”.
Por fim, na Culpa in custodiendo, ocorre quando o agente
falha no dever de custodia de coisa ou animal, que se encontra nos seus
cuidados.
Assim sendo, passamos as causas excludentes da
responsabilidade civil.
104 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro - Responsabilidade Civil. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 44, v. 7 105 SANTOS, Romualdo Baptista dos. Teoria Geral da Responsabilidade Civil. In VASSILIEFF GABURRI, Fernando; BERALDO, Leonardo de Faria; SANTOS, Romualdo Baptista dos; VASSILIEFF, Sílvia; ARAÚJO; Vaneska Donato de. In: ARAÚJO, Vaneska Donato de (coord.). Responsabilidade Civil. São Paulo: RT, 2008, p. 40, v.5. 106 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro - Responsabilidade Civil. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 44, v. 7. 107 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro - Responsabilidade Civil. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 45, v. 7.
47
3.2 CAUSAS EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL
As causas que excluem a responsabilidade civil são
também, aquelas que excluem a ilicitude penal, ou seja, são fatos atípicos ou de
exclusão da antijuridicidade.
Art. 21. do Código Penal: O desconhecimento da lei é
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta
de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou
se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era
possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência108.
O erro (de ignorância) configura-se como a falsa
representação da verdade e quando inevitável isenta de pena. A ignorância
pressupõe total desconhecimento a respeito de determinada matéria.
Dessa forma, percebe-se que as causas que excluem a
responsabilidade civil são resumidas e o ônus probatório caberá ao agente.
Art. 23. do Código Penal - Não há crime quando o Agente pratica
o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular
de direito.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo109.
Exercício regular de direito e cumprimento de dever legal –
O dever legal é decorrente de qualquer tipo de norma legal, seja ela, penal, civil
108 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art21 acesso em 21 de junho de 2009. 109 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art23 acesso em 21 de junho de 2009.
48
ou administrativa. Para restar caracterizada deve ter sido conduzida em estrita
obediência aos limites do dever, caso contrário pode configurar abuso de direito.
Fato exclusivo de terceiro – Figura ao lado do caso fortuito
ou força maior110 como expressão de “causa estranha”. Para a doutrina em
geral, somente exonera a responsabilidade quando afasta totalmente o nexo de
causalidade111.
Fato da vítima exclusivo ou concorrente – A culpa da vítima,
quando exclusiva, elide a causalidade entre o dano e o fato. A culpa concorrente
gera uma responsabilidade bipartida, fazendo com que cada um responda
proporcionalmente a sua parcela de culpa:
Art. 24. do Código Penal: Considera-se em estado de
necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que
não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não
era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever
legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços112.
Estado de necessidade consiste na ofensa de direito alheio
para remover perigo iminente, quando as circunstâncias o tornam absolutamente
indispensável e quando não exceder o limite necessário para a remoção do
perigo.
110 Caso fortuito ou força maior – Caso fortuito é o fato imprevisível provindo da natureza sem
qualquer intervenção humana. Na força maio o agente não tinha possibilidade de evitar o resultado danoso ainda que previsível. Na pratica são figuras que se equivalem. Consistem no fato necessário, cujos efeitos eram impossíveis de evitar ou impedir. Não basta que tenha sido um mero imprevisto para o vigilante, devem ser excepcionais para ele e pra as outra pessoas que se colocadas em seu lugar também não poderiam prevê-lo ou evita-lo.
111 Ausência de nexo de causalidade - Não existe nexo causal entre o dano e o fato não há o que se falar em responsabilidade Civil.
112 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art25 acesso em 20 de junho de 2009.
49
Conforme preconiza o artigo 25113 do Código Penal:
Art. 25. do Código Penal: entende-se legítima defesa quem,
usando moderadamente dos meios necessários repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Legitima defesa, age em legitima defesa, quem com o uso
moderado dos meios repele injusta agressão atual e iminente, a direito seu ou a
outrem. Vale lembrar que haverá responsabilidade se terceiro for atingido, embora
cabível ação regressiva contra o agressor.
3.3 RESPONSABILIDADE CIVIL E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
O artigo 14114, do Código de Defesa do Consumidor dispõe
sobre a responsabilidade por danos causados aos consumidores por serviço
prestado de forma defeituosa e consagra a responsabilidade objetiva, in verbis:
Art. 14. O fornecedor de serviço responde independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes e inadequadas sobre a sua
fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que
o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido."
113 DELMANTO, Celso et al. Código Penal Comentado. 5 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2000. p 45. 114 Lei 8.078 de 11.09.1990 – Artigo 14
50
No entanto, no parágrafo 3º deste mesmo artigo supracitado,
dispõe as causas de exclusão da responsabilidade objetiva mitigada:
§ 3º – O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
quando provar:
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
No entanto, sobre a teoria da responsabilidade objetiva,
incorporada á teoria do risco do negócio, ensina Luiz Antonio Rizzatto Nunes115:
O CDC adotou a Teoria da Responsabilidade Objetiva,
incorporada à Teoria do Risco do Negócio. Para o Código, a
responsabilidade com apuração da culpa (negligência,
imprudência ou imperícia) já não era mais suficiente para
salvaguardar os direitos do consumidor no mercado de consumo
atual. Se, toda vez que sofresse algum dano, o consumidor
tivesse que alegar culpa do fabricante do produto ou do prestador
do serviço, suas chances de ser indenizado seriam mínimas, pois
a apuração e prova da culpa são muito difíceis.No mundo atual,
de consumo de massa, o importante é o fato de que mesmo que o
fabricante ou o prestador do serviço não aja com culpa, ainda
assim seus produtos e serviços têm defeitos e podem ocasionar
danos.
Ainda sobre o tema , Luiz Antonio Rizzatto Nunes116 diz:
É a chamada 'responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço'
prestado ou, em outras palavras, é a preocupação com o dano
que a coisa, o produto, bem como o serviço em si, possam causar
ao consumidor. É a teoria moderna que coloca o próprio objeto e
115 Luiz Antonio Rizzato Nunes O Código de Defesa do Consumidor e sua interpretação jurisprudencial, Saraiva, 1997, p. 272/273. 116 Luiz Antonio Rizzato Nunes O Código de Defesa do Consumidor e sua interpretação jurisprudencial, Saraiva, 1997, p. 272/273.
51
serviço como causas do evento danoso. São os produtos ou os
serviços em si mesmo os causadores do evento danoso. Visto
assim, não há que se cogitar se houve ou não culpa do fabricante,
produtor, etc., na elaboração do produto, ou do prestador na
realização do serviço. Uma vez que estes - os produtos e os
serviços - encontram-se no mercado de consumo e podem
potencialmente ocasionar danos ao consumidor, é a eles que o
Código dirige sua preocupação.Ocorrido o dano, cabe ao
consumidor apenas apontar o nexo de causalidade entre ele
(consumidor) e o dano, bem como o evento que ocasionou o
dano, o produto ou o serviço que gerou o evento e, ainda, apontar
na ação judicial o fabricante, o produtor, o construtor, o importador
ou o prestador de serviço, que colocaram o produto ou o serviço
no mercado”.
Nesta linha de entendimento segue a Jurisprudência do
Egrégio Tribunal de Justiça de Santa Catarina:
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA - DIREITO DO
CONSUMIDOR - INTELIGÊNCIA DO ART. 14 DO CÓDIGO
CONSUMERISTA - EMPRESA DE SEGURANÇA QUE
DISPONIBILIZA FUNCIONÁRIO SEM CAPACIDADE TÉCNICA
PARA SERVIÇO DE ESCOLTA - MERCADORIA QUE VEM A
SER ROUBADA NO TRAJETO DE RETORNO DA AGÊNCIA
BANCÁRIA - ALEGAÇÃO DE FORÇA MAIOR - INOCORRÊNCIA
- RISCO DA ATIVIDADE DESENVOLVIDA - OBRIGAÇÃO QUE,
CONQUANTO SEJA DE MEIO, EXIGE O EMPREENDIMENTO
DE ESFORÇOS POSSÍVEIS E NECESSÁRIOS A OBSTAR A
PRÁTICA DELITUOSA - CONDUTA DA APELANTE QUE SE
ENQUADRA NO CONCEITO DE "SERVIÇO DEFEITUOSO"
(ART. 14, § 1º, DO CDC) - NEXO CAUSAL DEVIDAMENTE
COMPROVADO - DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO -
SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO. A obrigação
de empresa responsável por serviços de segurança e vigilância é
de meio e não propriamente de resultado, ante a impossibilidade
de se assegurar plenamente a incolumidade do bem vigiado.
52
Todavia, quando a conduta de seu preposto enquadrar-se no
conceito de "serviço defeituoso", disciplinado pelo Código de
Defesa do Consumidor (art. 14, § 1º), deverá a fornecedora
responder objetivamente pelos prejuízos causados117.
Neste julgado supracitado, temos uma empresa de vigilância
privada foi condenada a reparar o prejuízo causado pelo serviço defeituoso, ou
seja, o vigilante que estava prestando serviço não era preparado para esse fim,
pois neste caso além do curso de vigilante teria que possuir o curso de segurança
pessoal privada, pois apesar de se tratar de uma atividade de meios e não de
resultado, caso tivesse prestado serviço com o vigilante habilitado não teria
reparado o dano, até por que diante de um assalto não teria como e evitar, mais a
condenação ocorreu exclusivamente pelo serviço defeituoso, ou seja, pela falta de
qualificação profissional deste vigilante.
Desta forma à responsabilidade do vigilante face ao Código
de Defesa do Consumidor, no que pese a prestação de serviço de segurança ser
uma obrigação de meio e não propriamente de resultado, uma vez que não
assegurar plenamente a incolumidade do patrimônio vigiado, pelo fato desse
vigilante não possuir qualificação para esse serviço, se enquadra no conceito de “
serviço defeituoso”, devendo nesse caso por conseqüência a empresa de
vigilância, responder objetivamente pelo dano ocasionado.
Passamos a seguir para as penalidades das empresas de
vigilância caso deixe de faltar com as suas responsabilidades perante os órgãos
fiscalizados, que nessa atividade é realizado pelo Departamento de Policia
Federal.
117 Apelação Cível n. 2004.029265-0, Relator: Des. Marcus Tulio Sartorato, 13.03.2007 – acesso no dia 15 de junho de 2009.
53
3.4 DA RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS DE VIGILANCIAS AOS
ORGÃOS FISCALIZADORES.
O Departamento de Policia Federal é o órgão responsável
pela fiscalização, bem como pela aplicação das penalidades quando ocorre
descumprimento das normas por parte da empresa.
As empresas de vigilância que contrariarem as normas de
segurança privada ficarão sujeitas penalidades do artigo 120118 da Portaria Nº.
387/2006 - DG/DPF, de 28 de agosto de 2006 que diz:
Art. 120. As empresas especializadas e as que possuem serviço
orgânico de segurança que contrariarem as normas de segurança
privada ficarão sujeitas às seguintes penalidades, conforme a
gravidade da infração e levando-se em conta a reincidência e a
condição econômica do infrator:
I - advertência;
II - multa, de 500 (quinhentas) a 5.000 (cinco mil) UFIR;
III - proibição temporária de funcionamento;
IV - cancelamento da autorização de funcionamento.
Dispõe o inciso primeiro a pena de advertência que se trata
de um alerta para que a empresa não venha ocorrer no mesmo erro, evitando
desta forma uma pena de multa. No inciso segundo trata da multa que varia entre
500(quinhentos) á 5.000 (cinco mil) UFIR, dependendo da gravidade da infração
cometida pela empresa.
Sendo que no inciso terceiro trata da proibição temporária
que é uma medida gravíssima para qualquer empresa e no inciso quarto o
cancelamento da autorização de funcionamento, que na pratica é o fim dessa
empresa nesta área de atuação de vigilância.
118 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.49
acesso no dia 16 de junho de 2009.
54
Nos artigos 122 á 127 da Portaria Nº. 387/2006 - DG/DPF,
de 28 de agosto de 2006, estão normatizadas as infrações administrativas, ou
seja, desde pena de advertência até o cancelamento da autorização de
funcionamento da empresa de vigilância infratora.
Em relação ás penas de advertência, diz o artigo 122119 da
Portaria N° 387/2006:
Art. 122. É punível com a pena de advertência a empresa
especializada e a que possui serviço orgânico de segurança que
realizar qualquer das seguintes condutas:
I - deixar de fornecer ao vigilante os componentes do uniforme ou
cobrar pelo seu fornecimento;
II - permitir que o vigilante utilize o uniforme fora das
especificações;
IV - deixar de providenciar, em tempo hábil, a renovação do
certificado de segurança;
VIII - possuir, em seu quadro, até 5 % (cinco por cento) de
vigilantes sem CNV ou com a CNV vencida.
Dispõe nos incisos primeiro e segundo sobre a empresa
deixar de fornecer uniforme ou cobrar pelo mesmo do vigilante, bem como
permitir que o vigilante utilize o uniforme fora das especificações. Já no quarto
inciso menciona sobre o certificado de segurança, do qual a empresa deve
providenciar anualmente. No oitavo inciso alerta que as empresas devem possuir
em seus quadros até 5% (cinco por cento) de vigilantes sem Carteira Nacionak de
Vigilante ou com a mesma vencidas.
No entanto, já em relação a pena de multa, está previsto no
artigo 123120 da Portaria N° 387/2006:
119 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.50.
acesso no dia 16 de junho de 2009.
55
Art. 123. É punível com a pena de multa, de 500 (quinhentas) a
1.250 (mil, duzentas e cinqüenta) UFIR, a empresa especializada
e a que possui serviço orgânico de segurança que realizar
qualquer das seguintes condutas:
I - deixar de apresentar qualquer informação ou documento, na
forma da legislação vigente, quando solicitado pela CCASP,
CGCSP, DELESP ou CV, para fins de controle ou fiscalização;
II - permitir que o vigilante exerça suas atividades sem os
equipamentos de proteção individual necessários ao desempenho
do trabalho em ambientes que possam causar riscos à sua
incolumidade, tais como capacetes, botas, óculos, cintos especiais
e outros necessários;
VII - não possuir, manter desatualizado ou utilizar irregularmente
os livros de registro e controle de armas e de munições, ou
equivalente.
Dispõe o inciso primeiro, quando as empresas deixar de
apresentar quaisquer informações ou documentos quando solicitados pelos
órgãos responsáveis. No inciso segundo, trata-se das empresas deixar de
fornecer o EPI ( equipamentos de proteção individuais) aos seus vigilantes em
serviço. O inciso sétimo dispõe que a empresa que não possuir manter
desatualizado ou utilizar irregularmente os livros de registros de armas.
Entretanto o valor da multa aumenta nas seguintes infrações
elencadas no art. 124121 da Portaria N° 387/2006:
Art. 124. É punível com a pena de multa, de 1.251 (um mil,
duzentas e cinqüenta e uma) a 2.500 (duas mil e quinhentas)
UFIR, a empresa especializada e a que possui serviço orgânico
de segurança que realizar qualquer das seguintes condutas:
120 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.50.
acesso no dia 16 de junho de 2009. 121
http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.54
acesso no dia 16 de junho de 2009
56
I - exercer a atividade de segurança privada em unidade da
Federação na qual não está autorizado;
II - contratar, como vigilante, pessoa que não preencha os
requisitos profissionais exigidos;
III - exercer atividade de segurança privada com vigilante sem
vínculo empregatício;
O inciso primeiro dispõe que a empresa será penalizada
caso exerça atividade de segurança em unidade da federação na qual não está
autorizada. Dispõe o inciso segundo diz que a empresa deve contratar apenas
como vigilante, pessoas, que preencha os requisitos profissionais exigidos. Já no
terceiro inciso dispõe que o vigilante deverá ter vinculo empregatícios com a
empresa de vigilância, caso contrário será penalizado por esse dispositivo legal.
VI - permitir que o vigilante exerça suas atividades com a
utilização de armas, munições, coletes à prova de balas, ou outros
equipamentos, que não estejam em perfeito estado de
conservação e funcionamento, ou fora do prazo de validade;
VIII - deixar de promover a reciclagem do vigilante, os exames de
saúde e de aptidão psicológica, quando devidos;
Dispõe o inciso sexto que o vigilante exerça sua atividade
com a utilização de armas, munições, coletes balísticos, ou outros equipamentos
de ronda ou comunicação, que não estejam em perfeito estado de conservação e
funcionamento, ou fora do prazo de validade que neste caso ocorre
principalmente com os coletes balísticos. Já no inciso oitavo menciona sobre a
empresa deixar de promover a reciclagem do vigilante dentro do prazo legal que
se trata de dois anos, bem como exames periódicos de saúde e psicológicos.
IX - deixar de assistir, jurídica e materialmente, o vigilante quando
em prisão por ato decorrente de serviço;
X - deixar de apurar administrativamente o envolvimento do
vigilante nos crimes ocorridos em serviço;
57
O inciso nono prevê que a empresa deverá assistir
juridicamente e materialmente o vigilante quando em prisão por ato decorrente de
serviço. Já no inciso décimo trata-se da empresa deixar de apurar
administrativamente o envolvimento do vigilante nos crimes ocorridos em serviço.
XI - deixar de contratar o seguro de vida em grupo para o
vigilante;
XIII - não possuir sistema de comunicação ou possuí-lo com
problemas de funcionamento;
XIV - utilizar veículos comuns sem que estejam devidamente
identificados e padronizados, contendo nome e logotipo da
empresa;
O inciso décimo primeiro dispõe que as empresas deveram
contratar o seguro de vida em grupo para os vigilantes. No inciso décimo terceiro
alerta que as empresas deveram possuir sistema de comunicação funcionando
corretamente. Já no inciso décimo quarto menciona que os veículos deveram
possuir identificação contendo nome e logotipo da empresa.
Por fim, o artigo Art. 125122 da Portaria N° 387/2006. Trata
das penas de multa mais gravosas:
Art. 125. É punível com a pena de multa, de 2.501 (duas mil,
quinhentas e uma) a 5.000 (cinco mil) UFIR, a empresa
especializada e a que possui serviço orgânico de segurança que
realizar qualquer das seguintes condutas:
I - utilizar em serviço armamento, munição ou outros produtos
controlados que não sejam de sua propriedade;
II - adquirir, a qualquer título, armas, munições ou outros produtos
controlados, de pessoas físicas ou jurídicas não autorizadas à sua
comercialização;
122 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.54
acesso no dia 16 de junho de 2009
58
III - alienar, a qualquer título, armas, munições ou outros produtos
controlados, sem prévia autorização do DPF;
IV - guardar armas, munições ou outros produtos controlados que
não sejam de sua propriedade;
Nos incisos primeiro, segundo, terceiro e quarto demonstram
os cuidados que as empresas devem ter com a utilização, aquisição, alienação e
a guarda de armas e munições ou outros produtos controlados que não sejam de
sua propriedade.
V - guardar armas, munições ou outros produtos controlados em
local inadequado;
VI - negligenciar na guarda ou conservação de armas, munições
ou outros produtos controlados
VII - permitir que o vigilante utilize armamento ou munição fora do
serviço;
VIII - realizar o transporte de armas ou munições sem a
competente guia de autorização;
Os incisos quinto, sexto, sétimo e oitavo mencionam sobre a
guarda da arma em locais inadequados, negligencia na guarda, no uso fora do
local de trabalho e no transporte da arma sem a competente guia de autorização,
bem como o pagamento de taxa para liberação desta guia no valor atualmente de
R$ 106,00 (cento e seis reais).
XVII - executar atividade de segurança privada em desacordo com
a autorização expedida pelo DPF;
XIX - impedir ou dificultar o acesso dos policiais da DELESP ou
CV às suas dependências e instalações, quando em fiscalização;
XX - declarar fato inverídico ou omitir fato verdadeiro ao DPF;
59
Dispõe o inciso décimo sétimo que as empresas não
poderão executar atividade de segurança privada em desacordo com a
autorização expedida pelo DPF. Já no inciso décimo nono menciona que a
empresa não poderá impedir ou dificultar o acesso dos policias em suas
dependências quando estiver em fiscalização. E no inciso vigésimo será
penalizado quando declarar fato inverídico ou omitir fato verdadeiro.
XXI - deixar de comunicar furto, roubo, extravio ou a recuperação
de armas, munições e coletes à prova de balas de sua
propriedade, ao DPF, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas da
ocorrência, bem como deixar de adotar as providências referidas
no § 1º do art. 93 desta portaria.
No inciso vigésimo primeiro menciona que a empresa tem o
prazo de 24 horas para comunicar sobre furto, roubo, extravio ou a recuperação
de armas, munições e coletes balísticos.
No entanto nas penas de proibição temporária de
funcionamento, diz o art. 126123 da Portaria N° 387/2006. que diz:
Art. 126. É punível com a pena de proibição temporária de
funcionamento, que variará entre 03 (três) e 30 (trinta) dias, a
empresa especializada e a que possui serviço orgânico de
segurança que realizar qualquer das seguintes condutas:
I - incluir estrangeiro na constituição societária ou na
administração da empresa, sem amparo legal;
II - ter na constituição societária, como sócio ou administrador,
pessoas que tenham condenação criminal registrada;
§ 1º No caso de aplicação da pena de proibição temporária de
funcionamento, as armas, munições, coletes à prova de balas e os
veículos especiais deverão ser lacrados pela DELESP ou CV,
123
http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.54
acesso no dia 16 de junho de 2009
60
permanecendo, pelo período que durar a proibição, em poder da
empresa, mediante lavratura de termo de fiel depositário.
Entretanto quanto ao cancelamento da autorização de
funcionamento, diz o art. 127124 da Portaria N° 387/2006.:
Art. 127. É punível com a pena de cancelamento da autorização
de funcionamento a empresa especializada e a que possui serviço
orgânico de segurança que realizar qualquer das seguintes
condutas:
I - seus objetivos ou circunstâncias relevantes indicarem a prática
de atividades ilícitas, contrárias, nocivas ou perigosas ao bem
público e à segurança do Estado e da coletividade;
II - possuir capital social integralizado inferior a 100.000 (cem mil)
UFIR;
III - deixar de comprovar, nos prazos previstos nos arts. 4º, § 1º e
14, § 2º, a contratação do efetivo mínimo de vigilantes, necessário
à atividade autorizada;
IV - deixar de possuir instalações físicas adequadas à atividade
autorizada, conforme aprovado pelo certificado de segurança;
V - ter sido penalizado pela prática da infração prevista no art.
125, XXIII, e não regularizar a situação após 30 (trinta) dias,
contados do trânsito em julgado da decisão125.
Das penalidades, cabe por parte das empresas o direito de
defesa por escrito no prazo de dez dias, conforme artigo 144º Nº. 387/2006 -
DG/DPF, de 28 de agosto de 2006. A DELESP ou CV notificará o autuado através
da entrega, mediante recibo, de uma via do auto lavrado,, concedendo o prazo de
10 (dez) dias, ininterruptos, para a apresentação de defesa escrita126.
124
http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.54
acesso no dia 16 de junho de 2009 125 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.55
acesso no dia 16 de junho de 2009. 126 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.59
acesso no dia 16 de junho de 2009.
61
Nas defesas apresentadas pelas empresas, geralmente são
indeferidas, pela qualidade e quantidade de provas documentais, fotográficas
produzidas pelos agentes da policia federal no ato da vistoria.
Desta forma, dos artigos 135 á 139 da Portaria Nº. 387/2006
- DG/DPF de 28 de agosto de 2006, está previsto dosimetria da pena de multa,
bem como circunstâncias atenuantes, agravantes e reincidência.127
Segundo o art.135128 da Portaria N° 387/2006:
Art. 135. Na fixação da pena de multa, serão consideradas:
I - a gravidade da conduta;
II - as conseqüências, ainda que potenciais, da infração;
III - a condição econômica do infrator.
Entretanto sobre as circunstância agravantes, quando não
constituírem infração, dispõe no artigo 136129 da Portaria N° 387/2006.:
Art. 136. São consideradas circunstâncias agravantes, quando
não constituírem infração:
I - impedir ou dificultar, por qualquer meio, a ação fiscalizadora da DELESP ou CV;
II - omitir, intencionalmente, dado ou documento de relevância para o
completo esclarecimento da irregularidade em apuração;
III - deixar de proceder de forma ética perante as unidades de controle e fiscalização do DPF.
127 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.57
acesso no dia 16 de junho de 2009. 128 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.57
acesso no dia 16 de junho de 2009. 129 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.58.
acesso no dia 16 de junho de 2009.
62
Já as consideradas circunstância atenuantes, preconiza o
art. 137130 da Portaria N° 387/2006:
Art. 137. São consideradas circunstâncias atenuantes:
I - a primariedade;
II - colaborar, eficientemente, com a ação fiscalizadora da
DELESP ou CV;
III - corrigir as irregularidades constatadas ou iniciar de forma
efetiva a sua correção, ainda durante as diligências.
Em relação á reincidência das empresas, diz o artigo 138131
da Portaria N° 387/2006:
Art. 138. A reincidência, genérica ou específica, caracteriza-se
pelo cometimento de nova infração depois de transitar em julgado
a decisão administrativa que impôs pena em virtude do
cometimento de infração anterior:
§ 1º Considera-se específica a reincidência quando as infrações
anteriores e posteriores tiverem a mesma tipificação legal, e
genérica quando tipificadas em dispositivos diversos.
§ 2º No caso de infrações puníveis com a pena de advertência,
havendo reincidência genérica ou específica, aplicar-se-á a pena
prevista no art. 123 ou 129 desta portaria, a depender do ente
infrator
130
http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.58.
acesso no dia 16 de junho de 2009 131 http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.58
acesso no dia 16 de junho de 2009.
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Portanto após cinco anos do trânsito em julgado da ultima
punição, a empresa não estará sujeita a reincidência, conforme o artigo art. 139132
da Portaria N° 387/2006:
Art. 139. Transcorridos 05 (cinco) anos do trânsito em julgado da
última punição, a empresa de segurança privada não mais se
sujeitará aos efeitos da reincidência.
Concluindo, conforme demonstrado, que as empresas de
vigilância estarão sujeita a responsabilidade civil em relação ao patrimônio
vigiado, desde que houver culpa ou em algum caso não de seu vigilante e
também poderá sofrer penalidades dos órgãos fiscalizadores.
3.5 JURISPRUDÊNCIA
Só para ilustrar, colecionamos alguns julgados:
RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS. FURTO DE BENS DO INTERIOR DE
APARTAMENTO EM CONDOMÍNIO. PRELIMINARES DE
CERCEAMENTO DE DEFESA E DE ILEGITIMIDADE ATIVA E
PASSIVA AD CAUSAM. ARGÜIÇÕES AFASTADAS. CONTRATO
DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE VIGILÂNCIA E
MONITORAMENTO PARA CONDOMÍNIO. FURTO EM UNIDADE
AUTÔNOMA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. CULPA IN
VIGILANDO. NEGLIGÊNCIA DO PREPOSTO DA RÉ AO
PERMITIR O INGRESSO DE ESTRANHOS AO EDIFÍCIO SEM A
DEVIDA IDENTIFICAÇÃO. DEVER DE INDENIZAR
CONFIGURADO. DANOS MORAIS. SUBTRAÇÃO DE JÓIAS
132
http://www.dpf.gov.br/web/informa/segurancaprivada/portaria_387_2006_dg.pdf - pag.58
acesso no dia 16 de junho de 2009
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QUE PERTENCERAM À AVÓ E À MÃE DA AUTORA DE
INESTIMÁVEL VALOR SENTIMENTAL. ABALO PSÍQUICO
EVIDENCIADO, INCLUSIVE, COM A NECESSIDADE DE
REALIZAÇÃO DE TRATAMENTO MÉDICO. INDENIZAÇÃO
DEVIDA. RECURSO DA AUTORA PROVIDO. APELO DA RÉ
DESPROVIDO133.
Ainda neste mesmo sentido, verificamos outro julgado sobre
culpa in vigilando, do qual o agente falha no direito de fiscalizar e a culpa in
ilgendo, do qual a empresa responde pelo ato de seu agente:
RESPONSABILIDADE CIVIL - Apelação Cível. Ação indenizatória
pelos danos materiais e morais causados por vigilante do
condomínio para o qual a vítima prestava serviço.
Responsabilidade subjetiva dos empregadores de funcionário que
provoca lesões graves em colega de trabalho. Comportamento do
preposto motivado por um desentendimento pessoal com a vítima.
Nas ações de indenização fundadas em responsabilidade civil
comum - art. 186 NCC, caberá à vítima do acidente de trabalho
comprovar o dolo ou culpa da empresa empregadora, posto que
nestes casos não é objetiva a responsabilidade do empregador.
Jurisprudência dominante do STJ. RECURSO QUE SE NEGA
PROVIMENTO NA FORMA DO ART. 557 caput CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL.134
E ainda, julgados no sentido de demonstrar o nexo entre o
dano e a culpa do agente, para que ocorra a obrigação da empresa reparar o
dano:
133 Apelação Cível n. 2007.063092-1, da Capital-SC, Relatora: Desa. Maria do Rocio Luz Santa Ritta. 134 Apelação nº 2009.0001.45050. Des. Pedro Saraiva Andrade Lemos. Julgado 17/08/2009 – Décima Câmera Civel . Rio de Janeiro-RJ
65
RESPONSABILIDADE CIVIL- INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS - DISPARO DE ARMA DE FOGO
("ROLETA RUSSA") - Presentes as condições da ação - Agravo
retido improvido; Nexo causai estabelecido pela prova pericial
(incapacidade laborativa parcial e perda visual quase total do olho
direito) - Co-réu admite a "brincadeira" realizada com a arma de
fogo - Culpa na modalidade imprudência ?? Obrigação reparatória
da empresa que deriva da correta aplicação do artigo 1.521, 111
do Código Civil de 1916 (vigente à data dos fatos) - Culpa in
vigilando e in eligendo - Responsabilidade solidária (art. 1.518,
par. único, do mesmo Estatuto) - Condenação nas despesíis
futuras necessárias ao tratamento - Inteligência da do art. 1.538
do CC/1916 - Danos morais - Cabimento - Inequívoco o
sofrimento da autora com o disparo da arma e a perda quase total
da visão do olho direito - Monfante fixado (equivalente a 150
salários mínimos) - Inaplicabilidade do limite previsto no Código
Brasileiro de Telecomunicações - Arbitramento adequado à
capacidade da empresa condenada solidaríamente - Condenação
fixada apta a minimizar a dor e desestimular a reiteração do ato
culposo - Redução ou majoração descabidas - Fixação da
honorária que atendeu a regra do § 3o do art 20 do CPC -
Majoração também descabida - Sentença mantida - Recursos
improvisos, assim como o agravo retido135.
Conclui-se que a empresa é responsável pelos atos de seus
vigilantes, pois,conforme os julgados acima apesar de ter havido imprudência do
vigilante a empresa, por que deveria ter uma fiscalização mais efetiva, para evitar
estas ocorrências, que além de prejudicar a sua imagem no mercado pelo
despreparo de seu vigilante, terá que arcar com as indenizações eventualmente
arbitradas.
135 Apelação Cível n. 457.711.4/8-00 da 13º Varra São Paulo, 06/07/2007 Rel. Salles Rocha
66
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo investigar, à luz da
legislação, da doutrina e da jurisprudência nacional, a responsabilidade civil das
empresas de vigilância em relação ao patrimônio vigiado, bem como a suas
obrigações perante os órgãos fiscalizadores conforme a Portaria 387/2006.
O interesse pelo tema abordado deu-se em razão do
aumento constante de empresas do ramo de vigilante no mercado e pela falta de
conhecimento que grande parte dessas empresas possui em relação a esse tema
tão importante.
Para seu desenvolvimento lógico o trabalho foi dividido em
três capítulos.
O primeiro tratou da responsabilidade civil, no ordenamento
jurídico brasileiro, através do entendimento de diversos doutrinadores.
Dito isto, se percebeu que conforme previsto no art. 186 do
Código Civil, a responsabilidade civil, consiste na obrigação de reparar o prejuízo
causado a outrem, por ato próprio ou de pessoa ou coisa que deste dependa,
sendo caracterizada pelos seguintes pressupostos: ação ou omissão, culpa ou
dolo do agente, dano e relação de causalidades.
Conforme disposto naquele capítulo, a responsabilidade civil
pode ser: subjetiva, quando depende da comprovação do elemento culpa;
objetiva, quando independe da comprovação de culpa por parte do agente;
contratual, quando decorre da violação de um contrato previamente acordado
entre as partes; extracontratual, quando decorre da violação de um dever jurídico
pré-existente.
O segundo capítulo foi destinado a tratar especificamente
das empresas de vigilância e da formação do vigilante, conforme os requisitos
regulados pela portaria 387/2006.
67
Entretanto, nessa atividade o único obstáculo entre o
meliante e patrimônio são as barreiras estáticas ou humanas que nesse caso é o
vigilante, por esse motivo que é necessário que o mesmo tenha perfil e a
formação necessária.
No curso de formação de vigilante o aluno terá noção
básicas de direito penal, segurança de instalações e outros, sendo que na pratica
realizará treinamento de combate a incêndio, defesa pessoal e de tiro com
armamento previsto para a sua atividade laboral.
No terceiro e último capítulo, estudou-se a responsabilidade
civil das empresas, demonstrando que para a reparação do dano, deverá ser
comprovada a culpa do agente e que ocorra o nexo entre essa culpa e o dano.
Outro possível aspecto é a responsabilidade objetiva quando
ocorre o serviço prestado sem que o vigilante esteja habilitado para esse serviço,
ou seja, o vigilante que não possui a extensão na atividade de escolta armada e
presta esse serviço apenas possuindo o curso de vigilante e ocasiona um dano, a
empresa respondera objetivamente por serviço com defeito a luz do artigo 4º § 1º
do Código de Defesa do Consumido.
Assim sendo, retomam-se as três hipóteses básicas da
pesquisa: 1ª) na vigilância patrimonial, a responsabilidade civil das empresas de
segurança privada será subjetiva quando comprovada a culpa (negligencia,
imprudência ou imperícia) ou pela responsabilidade objetiva quando prestar
serviço que fique comprovado seja “defeituoso” 2ª) a obrigação das empresas de
vigilância é contratual com os seus clientes. 3ª) as empresas de vigilância ao
descumprirem com as suas obrigações junto aos órgãos fiscalizadores, poderá
sofrer penas de advertências, multas e perda da autorização de funcionamento.
Para registrar que todas foram integralmente confirmadas.
Concluímos que além do conhecimento pratico do dia a dia
de uma empresa de vigilância, ou seja, dos profissionais de segurança que
laboram nos seus respectivos postos de serviço, esse estudo também
demonstrou a parte legal dessa atividade.
68
REFERÊNCIA DAS FONTES CITADAS
ARAUJO, Jorge Heleno. Livro Básico do Vigilante. 3º Edição – Rio de Janeiro
de 2004.
Associação Brasileira dos Gestores de Segurança.
http://www.abgs.org.br/modules.php?name=FAQ&myfaq=yes&id_cat=10&categori
es=Gestao+de+Seguran%E7a+Privada. Sede Nacional: Av. Santo Amaro 5370 -
Brooklin - CEP 04702-000 -São Paulo - SP - Brasil - Fone/fax:(11)5181-1364
BRASIL. Código Civil; Comercial; Processo Civil; Constituição Federal/ obra
coletiva da autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antonio Luiz de
Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3 ed. São
Paulo: Saraiva. 2007
BRASIL. Portaria no. 387/2006 - dg/dpf, de 28 de agosto de 2006 publicada no
d.o.u. nº 169, seção 1, pg. 80, de 01 de setembro de 2006 errata publicada no
d.o.u. nº 190, seção 1, pg. 27, de 03 de outubro de 2006 alterada pela portaria n.
515, de 28 de novembro de 2007, publicada no d.o.u. n. 230.
DIAS, José Aguiar. Da responsabilidade civil. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense
1997.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Responsabilidade Civil.
20. ed. V. 7. São Paulo: Saraiva, 2006.
FRANÇA, R. Limongi. Instituição de direito civil. 3. ed. Atual, São Paulo:
Saraiva, 1994.
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: Responsabilidade Civil. 4.
ed. Rev., atual. e reform. São Paulo: Saraiva, 2006.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 6 ed. São Paulo:
Saraiva, 2000.
69
LOPES, Miguel Maria Serpa. Curso de Direito Civil / Fontes Contratuais das
Obrigações e Responsabilidade Civil. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2001.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Responsabilidade Civil. 5 ed. Rio de Janeiro:
Forense, 1994.
RODRIGUES, Silvio. Direito civil. São Paulo: Saraiva, 2002.
SANTOS, Romualdo Baptista dos. Teoria Geral da
Responsabilidade Civil . In VASSILIEFF GABURRI, Fernando;
BERALDO, Leonardo de Faria; SANTOS, Romualdo Baptista dos;
VASSILIEFF, Sílvia; ARAÚJO; Vaneska Donato de. In: ARAÚJO,
Vaneska Donato de (coord.). São Paulo: RT, 2008, p. 40, v.5.
SILVA, De Plácido. Vocabulário jurídico. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
70
ANEXOS
1. Apelação Cível n°. 2004.029265-0 SC.
2. Apelação Cível nº. 2007.063092-1 SC.
3. Apelação Cível nº. 2009.0001.45050 RJ.
4. Apelação Cível nº. 457.711.4/8-00 SP.
5. Portaria nº. 387/2006 – DG/DPF.