Resposta às observações de um católico ao artigo “O culto às imagens”

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  • 7/31/2019 Resposta s observaes de um catlico ao artigo O culto s imagens

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    Resposta s observaes de um catlico ao artigo Oculto s imagens

    Os comentrios do catlico ao artigoO culto s imagensencontram-se a negrito aque se segue a respectiva resposta.

    Muito bem, o autor nos inicia no que ele chama "culto s imagens", qualculto?... o ignoramos. Como catlico, creio que s imagens se lhes deveculto relativo de dulia, e sinceramente, no creio que a ESSE culto se refira oautor.

    Suponho que este um rudimentar artifcio retrico, pois no esperar umadefinio precisa a partir do ttulo, e suspeito que voc prudentemente ter lido oartigo que comenta.

    Caso contrrio, a declarada ignorncia se esclarecer mais frente.

    De novo nos perguntamos, que classe de culto s imagens estava proibido?..

    considerando o fundamentalismo evanglico, que no admite mais que umtipo de culto, e considerando as proibies de idolatria feitas anteriormente,creio que o autor quer dar-nos a entender que est proibida a idolatria simagens. Correcto, a doutrina catlica PROBE a idolatria s imagens,embora admita um culto relativo de dulia s imagens.

    A distino que pretende estabelecer artificial e tardia por razes que esto clarasno artigo.

    Alm disso, neste caso voc omitiu a definio da expresso "fundamentalismoevanglico".

    Em que consiste este culto? Em cuidar a imagem, proteg-la e exibi-la, emconsider-la um objecto que representa Deus ou uma criao de Deus (AVirgem, os santos, os anjos...), o culto de acender velas imagem significadevoo no pela prpria imagem material, mas, pela pessoa QUEREPRESENTA a imagem. At esse momento, no vejo idolatria em nenhum

    ponto do culto catlico s imagens, porque no se atribui imagem nenhumpoder nem significado prprio.

    Coisa que, como notaram os mestres cristos antigos, tambm no faziam ospagos mais ou menos inteligentes.

    Obrigado pela lio, embora duvido que muitos dos que lem este blog ignoremcoisas to bsicas. Esse um dos tipos de culto que a Escritura proscreve de

    maneira inequvoca, como o entenderam correctamente os cristos dos primeirossculos.

    xodo 20, 4-5, diz claramente:

    "No fars para ti escultura nem imagem alguma do que h em cima no cu,nem do que h em baixo na terra, nem do que h nas guas debaixo daterra. No te prostrars diante delas, nem lhes dars culto; porque eu, oSenhor teu Deus, sou um Deus zeloso, que castigo a iniquidade dos pais nosfilhos at a terceira e quarta gerao daqueles que me odeiam"

    O rigorismo indica que est proibido FAZER IMAGENS, e PRESTAR-LHESCULTO. Isto implica considerar DUAS partes: a feitura de imagens e o culto

    prestado a elas.

    http://conhecereis-a-verdade.blogspot.pt/2009/09/o-culto-as-imagens_20.htmlhttp://conhecereis-a-verdade.blogspot.pt/2009/09/o-culto-as-imagens_20.html
  • 7/31/2019 Resposta s observaes de um catlico ao artigo O culto s imagens

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    Antes de tudo, o mandato rigorista foi para os judeus e NO para oscristos.

    Que o mandato foi dado primeiramente aos hebreus (por ento no eramconhecidos como judeus) no cabe dvida. No obstante, em nenhuma parte seinsinua que a proibio no continue debaixo do Novo Pacto.

    Em primeiro lugar porque seria o nico mandamento do declogo que carece devigncia para os cristos. Mas a revogao certamente no aparece em nenhumaparte do Novo Testamento e resplandece pela sua ausncia qualquer mandatopositivo neste sentido.

    Na verdade, o Magistrio da Igreja de Roma reconhece a vigncia do Declogocomo expresso perptua da vontade de Deus para os seus filhos em todos ostempos, como o demonstra o facto do Catecismo da Igreja Catlica dedicar asegunda Seco da 3a Parte precisamente aos Dez Mandamentos (que tente evadiras implicaes da proibio do culto s imagens outro assunto).

    O autor diz: "...no est proibida para os cristos a feitura de imagens...".

    Ou seja, o autor derroga a primeira parte do mandamento (feitura deimagens), mas NO derroga a segunda (prestar-lhes culto, de qualquertipo). No entendo por que o autor derroga um ponto do mandamento, emantm um segundo ponto. O autor diz que a feitura no est proibida(primeiro ponto), mas o culto sim (segundo ponto). Que argumentos d

    para derrogar o primeiro ponto e manter o segundo? Nenhum. Algumaobjeco at o momento por parte do autor para a derrogao do segundo

    ponto? Nenhuma. Apenas silncio.

    Voc subdivide arbitrariamente o mandamento em dois, quando na realidade ums: no fazer imagens com o objectivo de prestar-lhes culto.

    Isto o pode fazer mediante a arte da citao selectiva, como pode notar-se se seconsidera a frase imediatamente anterior do meu escrito:

    Cabe sublinhar que o que se probe de maneira absoluta que o homem faaimagens por sua prpria iniciativa com o objectivo de prestar-lhes culto.

    Aqui o autor admite que a proibio de imagens era relativa, porque atribuiaos judeus a interpretao ABSOLUTA.

    O autor, novamente, no explica que pontos do mandamento completo(xodo 20, 4-5), eram absolutos, e que pontos eram relativos. At aomomento NO h argumento que demonstre que o primeiro ponto

    relativo, e o segundo absoluto.De facto, no achei necessrio estender-me sobre este ponto porque acreditavaque estava suficientemente claro, e que haveria acordo geral sem necessidade demais justificao nem argumento. Admito o meu erro.

    Bom, eis o que diz xodo 20:4, o mais literalmente possvel:

    No fars para ti dolo nem imagem (do) que est nos cus em cima nem na terraem baixo nem nas guas debaixo da terra, no te inclinars a elas nem as servirs.

    A palavra hebraica que aqui se traduz "dolo" psel que tambm significa"imagem talhada".

    Em hebraico, a segunda palavra ou mandamento do Declogo uma s frase queno correcto subdividir como voc o faz.

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    Repito que o texto e o contexto deixam claro que o que se probe taxativamente a feitura de esttuas ou representaes com o objectivo de prestar-lhesculto, como o indica a expresso "inclinar-se diante delas e servi-las". Isto cobretanto a dulia como a latria.

    Que este texto e o seu paralelo em Deuteronmio causam muita comicho Igreja

    de Roma (entre outras que prestam culto s imagens) o mostra o facto de esteponto do Declogo ter sido suprimido durante muito, muito tempo. Certamenteno o aprenderam nos Colgios Catlicos aqueles que foram educados na dcadade 1960, coisa que provavelmente ignora a gerao ps-conciliar.

    O Catecismo da Igreja Catlica teve pelo menos a decncia de reproduzir oDeclogo em trs verses, duas bblicas (xodo 20 e Deuteronmio 5) e umaterceira cuja fonte no se indica, mas que foi o "Declogo" apcrifo que nosensinaram:

    1 Amars a Deus sobre todas as coisas.

    2 No tomars o Nome de Deus em vo.

    3 Santificars as festas.

    4 Honrars a teu pai e a tua me.

    5 No matars.

    6 No cometers actos impuros. (verso politicamente correcta)

    7 No roubars.

    8 No dirs falso testemunho nem mentirs.

    9 No desejars a mulher do teu prximo.10 No cobiars os bens alheios.

    Nesta verso manipulada, alegremente se suprimiu o mandamento sobre asimagens e para manter o nmero de dez se desdobrou o ltimo.

    Aqui sim, o Catecismo omite a indicao da fonte e da data do pseudo-declogo daterceira coluna. Ter tido as suas razes. De facto, no texto explica o declogoapcrifo e no o bblico.

    O autor no se estende sobre a Serpente de Bronze. Yahv mandou pr aSerpente de Bronze (uma imagem FEITA), para que olhando-a, os israelitas

    mordidos por serpentes se curassem. Em minha humilde opinio, se o culto(de qualquer tipo) s imagens, estivesse proibido, Yahv no recorreria aela para que fosse instrumento de seu poder curativo.

    Mera conjectura. Deus certamente pode fazer coisas que esto vedadas ao homem.O homem NO pode fazer imagens para prestar-lhes culto, mas Deus SIM pdemandar erigir uma imagem como meio de cura. No h a menor insinuao de quebuscar a cura olhando para a serpente fosse algum tipo de culto.

    Com isso Yahv se arriscava a uma m interpretao por parte dosisraelitas. Se Yahv autorizou que a imagem fosse intermedirio entre o seu

    poder e os homens, fica claro que a imagem pode ser um intermedirio, edesse modo, ser digna de um apreo mais alto que a outra imagem, isso o

    culto relativo de dulia que entendem os catlicos: uma estima alta.

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    cristos no concebiam ainda o culto relativo de dulia s imagens, emborasim aos santos (mrtires), e s relquias. O autor se guarda de explicar quea Igreja Catlica considera distintos o culto de Adorao a Objectos(Idolatria), e Venerao aos mesmos.

    Sem dvida que se trata de denncias dirigidas contra a idolatria dos pagos, que

    se manifestava de maneira bastante ostensiva no culto a imagens. O que no podeignorar-se que os Padres antigos viam claramente que pela sua naturezaintrnseca tais prticas no eram susceptveis de ser adoptadas peloscristos. Por ex., reproduzo aqui parte do que diz Orgenes (j citado):

    se necessita ser ignorante e escravo para supor que as mos vis de unsartesos possam modelar a semelhana da Divindade; vos asseguramos que omais humilde dos nossos se v livre de tamanha ignorncia e falta dediscernimento.

    Ou seja, o que voc atribui a falta de luz (conceber o culto relativo de dulia) nosculo III se atribua a uma ignorncia e falta de discernimento que no eraconcebvel no mais rstico dos cristos.

    A inveno do culto relativo no foi, portanto, nenhum avano mas antes umretrocesso grave que contribuiu para a sobrevivncia do paganismo e dasuperstio at aos nossos dias.

    Mas o prprio autor reconhece ANTES, que o facto simples de utilizarimagens como representaes, no nenhum problema porque o mandatoera RELATIVO. Portanto, se os autores cristos antigos condenavam as

    simples representaes, devemos entender que estavam ao mesmo nvel dojudasmo tardio que entendia como ABSOLUTA a proibio das imagens.

    Este argumento um mero sofisma baseado na ambiguidade dos termos. Como

    disse antes, a proibio era absoluta quanto confeco de imagens compropsito de prestar-lhes culto, e nunca foi revogada para os que crem que os DezMandamentos so uma expresso perptua da lei moral de Deus. Tal proscriotaxativa no exclui, naturalmente, o uso de imagens com fins no cultuais(didcticos, estticos, identificativos, etc).

    Disto tiramos como concluso que esses autores antigos estavam ao mesmonvel que o judasmo tardio, pelo menos no que a feitura e culto de imagens

    se refere. No uma grande base crist, a opinio de quem estava aomesmo nvel que os judeus.

    Este comentrio, alm de emitir certo cheiro a judeofobia, chega a uma conclusoerrada por basear-se numa premissa falsa, que supe uma genuna e lcita

    evoluo na ideia de que lcito e bom para os cristos prestar culto s imagensdesde que se estabeleam certas condies. Portanto, devo insistir em que oscristos dos primeiros sculos mostraram uma compreenso mais perfeita que o

    judasmo do tempo de Jesus e que o cristianismo posterior.

    Aqui vemos que se tem que evitar a ADORAO das imagens, isto , igual aoque manda o catolicismo oficial.

    Pela primeira vez o autor admite que o catolicismo considera dois tipos deculto, o de latria e o de dulia, ANTES no o fez, para dar a impresso, emminha opinio, de que o culto unicamente pode ser de latria. No explicaque a Igreja Catlica considera distintos os dois tipos de culto, nem explicaque o dado s imagens de DULIA.

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    voc livre de opinar como queira acerca de minha forma de expor o problema.Francamente, creio que recorre repetidamente a este duvidoso argumento faltade elementos mais slidos.

    O que probe o catolicismo oficial (sic) o bvio at ao ridculo: que se adore aimagem em si mesma, como diferente daquele a quem a imagem representa. Esta

    distino no requer um magistrio infalvel, pois qualquer pago com dois dedosde testa poderia entender isto.

    Por outro lado, parece bvio que as proibies oficiais no so muito insistentes,a julgar pelas massas catlicas que se amontoam em santurios determinados paraprestar culto a determinada advocao da Virgem ou a um Santo particular.

    Diz o autor que na poca de So Gregrio Magno (600 D.C.), ainda "no seinventava" a distino entre ambos os cultos, mas isto FALSO.

    Sobre o culto de Dulia (este como absoluto se presta aos anjos e aossantos), o testemunho mais antigo data de 156 D.C., no Martyrium Policarpi,onde o autor diz: "A este (Cristo), o adoramos por ser o Filho de Deus; e aos

    mrtires os amamos com razo como discpulos e imitadores do Senhor,pela sua adeso exmia ao seu rei e mestre" (17, 3). Isto seria redundantese no se desse aos mrtires um tipo de culto DISTINTO ao que se dava aCristo, porque tal explicao seria desnecessria em caso contrrio.

    Julgue o leitor a diferena entre factos e conjecturas. O meu interlocutor nemsequer tenta mostrar que Gregrio Magno estabeleceu alguma excepo s suasproibies.

    Lamentavelmente, a sua ousada afirmao no apoiada pelo texto que apresentacomo prova, no qual no aparece nem a expresso latreia nem tampouco o termodulia.

    A passagem do Martyrium Polycarpi(assim se escreve) a que apela usa em relaoa Cristo o verbo proskyne, que deve correctamente ser traduzido adorar. Emrelao aos mrtires, usa-se amar (grego agapa). Naturalmente que qualquercristo pode concordar com tal declarao, que no oferece o mnimo apoio ao cultos imagens nem dulia dos santos.

    So Jernimo, nas suas lutas com Vigilncio, defendeu este tipo de culto,diferenciando-o da Adorao a Deus (Ep. 109, I, Contra Vigil. 6).

    Santo Agostinho tambm defende o culto aos mrtires refutando a objecode que com isso se adorava a homens (Contra Faustum XX, 21).

    "Veneramos os servos para que os resplendores DESSE CULTO glorifiquemao Senhor", palavras de So Jernimo em Ep. 109, I, cf. Cat. Rom. III, 2,14).

    Sobre o culto relativo de dulia (s relquias), o Martyrium Policarpi recolhetambm dados, referindo como os cristos de Esmirna recolheram os ossosdo bispo mrtir "mais valiosos que as pedras preciosas e mais estimveisque o ouro" (18, 2).

    Antes de ver o que dizem Jernimo e Agostinho, cabem aqui duas observaes. Aprimeira que o meu interlocutor est, segundo a sua prpria confisso, tentandoestabelecer que a distino entre latria e dulia estava estabelecida muito antesdo tempo de Gregrio Magno.

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    A segunda que apela a autores que escreveram em latim, quando os termos quepretende distinguir so, como sabido, gregos. Deveria pois demonstrar quais soos termos latinos que correspondem aos respectivos gregos, e que eles foramusados por Jernimo e Agostinho de maneira consistente com a sua tese.Alternativamente, deveria mostrar como minimo minimorum que as noes a quese referem Jernimo e Agostinho reflectem a distino posterior entre latria e

    dulia.

    Agora sim, vejamos o que diz Jernimo:

    Ns, verdade, nos recusamos a prestar culto ou adorar, digo no s as relquiasdos mrtires, mas tambm o sol e a lua, os anjos e os arcanjos, os querubins eserafins, e todo [outro] nome que se nomeie, no somente neste mundo, mastambm no que h-de vir. Pois no podemos servir a criao em vez do Criador,que bendito para sempre". No obstante, honramos as relquias dos mrtires

    para poder adorar Aquele de quem os mrtires so. Honramos os servos para quea sua honra possa reflectir-se sobre o seu Senhor, que diz Ele prprio: "o que vosrecebe, me recebe a mim.

    evidente que este texto no diz uma palavra acerca do uso das imagens no culto,que o tema tratado. E o que diz sobre os mrtires parece plenamentecompreensvel e aceitvel para qualquer cristo. Finalmente, diz que no prestanenhum tipo de culto ou adorao nem aos mrtires, nem aos anjos.

    Agora leiamos Agostinho contra Fausto, o maniqueu:

    verdade que os cristos rendem honra religiosa memria dos mrtires, paraexcitar-nos a imit-los, e para obter parte dos seus mritos, e a assistncia dassuas oraes. Mas no construmos altares a nenhum mrtir, mas ao Deus dosmrtires, ainda que seja para a memria dos mrtires (...) A oferta se faz a Deus,que deu a coroa do martrio, enquanto em memria dos assim coroados (...)

    Consideramos os mrtires com a mesma intimidade afectuosa que sentimospelos homens santos de Deus nesta vida, quando sabemos que os seuscoraes esto preparados para suportar o mesmo sofrimento pela verdade doevangelho. H mais devoo nos nossos sentimentos pelos mrtires, porquesabemos que a sua luta terminou; e podemos falar com mais confiana em louvordaqueles j vencedores no cu, que dos que ainda combatem aqui. O que culto

    propriamente divino, que os gregos chamam latria, e para o qual no h palavraem latim, tanto na doutrina como na prtica, o damos s a Deus. A este cultocorresponde a oferta de sacrifcios; como vemos na palavra idolatria, que significadar este culto a dolos. Consequentemente, nunca oferecemos, nem exigimos deningum que oferea, um sacrifcio a um mrtir, ou a uma alma santa, ou a algumanjo. Qualquer que caia neste erro instrudo pela doutrina, quer seja como

    correco ou como advertncia. Pois os prprios seres santos, sejam santos ouanjos, se recusam a aceitar o que sabem que se deve s a Deus (...) Sacrificar aosmrtires, mesmo jejuando, pior que voltar a casa intoxicado da festa; sacrificaraos mrtires, digo, o que muito diferente que sacrificar a Deus em memria dosmrtires, como o fazemos constantemente, da maneira requerida desde arevelao do Novo testamento, pois isso pertence ao culto ou latria que se deve sa Deus.

    Como pode ver-se, Agostinho traa a distino entre latria e a honra que se d aosmrtires, mas no menciona de modo nenhum a dulia,j que deixa claro que talhonra qualitativamente similar que se deve s pessoas santas aindavivas. O que corrobora a afirmao de que a suposta distino entre latria e dulia posterior.

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    Como se fosse pouco, nem a citao do Martyrium Polycarpi, nem a de Jernimonem a de Agostinho dizem palavra sobre o tema em questo, que se por acasoalgum est esquecido, o culto s imagens.

    Tudo isto nos indica CLARAMENTE que muito antes de So Gregrio MagnoJ se conhecia, amplamente, que o culto de Adorao a Deus, e o culto de

    Venerao a Relquias e Santos era diferente, por isso, So Gregrio Magnono podia ignorar que existiam distintos tipos de culto.

    Como acabo de observar, o que voc proclama como to claro e amplamenteconhecido no o de modo algum.

    O autor j fala aqui do desenvolvimento do culto s imagens, embora a suacomparao no seja to acertada, em praticamente todos os temploscatlicos, h imagens de Cristo, e cruzes. O autor diz acertadamente que oculto s imagens no remonta aos tempos primitivos. Isto exacto, o cultorelativo de dulia s imagens no remonta aos tempos primitivos, por causado paganismo e do perigo que era o culto s imagens naqueles tempos emque o cristianismo convivia com o paganismo.

    Menos mal ... assim que a proibio podia ignorar-se se j no houvesse perigo... Ofacto que o perigo da idolatria nunca desapareceu, como o demonstram osfrequentes abusos que neste sentido se toleram dentro da grei catlica.

    Neste sentido muito ilustrativa a obra de J. Seznec The Survival of Pagan Gods.The Mythological Tradition and its place in Renaissance Humanism and Art (NewYork: Princeton University Press, 1953).

    De qualquer modo, pelo menos admite que o culto s imagens (o nosso tema)no existia em tempos primitivos, ou seja acrescento eu - durante osprimeiros quatro sculos da nossa era. A irrupo do culto s imagens foi

    contrabandeada para o cristianismo quando este se tornou a religio do imprio.O que existia nos tempos primitivos era o culto relativo de dulia aos santose s relquias, o que indica distines: no paganismo, embora se conhecesseo culto ltrico s imagens, NO se dava nenhum tipo de culto a "santos" ou"relquias", por isso, no que se refere a santos e relquias, o cristianismotinha diferenas grandes em relao ao paganismo, o que permitiu que osPadres antes mencionados reconhecessem outros tipos de culto.

    Esta parte confusa, possivelmente pela sua repetida tentativa de igualar avenerao para com os que nos precederam na f com o tipo de culto que maistarde se chamou dulia.

    Nos escritos clssicos e nos Padres mais antigos, latreia e douleia e vocbulos afinsse usavam de forma intercambivel. Ambas as palavras se relacionam com servir.Isto tambm evidente no Novo Testamento:

    Outrora, quando no conheceis a Deus, serveis (edouleusate) aos que pornatureza no so deuses. (Glatas 4:8).

    Porque eles mesmos anunciam de ns qual a entrada que tivemos entre vs, ecomo vos convertestes dos dolos a Deus, para servirdes (douleuein) ao Deus vivoe verdadeiro,... (1 Tessalonicenses 1:9).

    Da que deve ficar claro que a venerao de que se falava desde o MartyriumPolycarpino o mesmo nem justifica o culto s imagens sancionado em II Niceia.

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    Mais de 300 bispos concorreram a um conclio convocado em Hieria porConstantino V, filho e sucessor de Leo III em 754. Ali aps escutar ediscutir os argumentos dos partidrios das imagens, se estabeleceu queosnicos smbolos do culto cristo eram o po e o vinho da Eucaristia.O autorno nos d o Denzinger do Conclio que estabeleceu tal coisa, de modo queestou espera de que nos proporcione o dado. Seria interessante

    determinar quem estabeleceu que o Po e o Vinho eram "smbolos".

    Outro recurso retrico, por duas razes:

    1) Se algum alguma vez teve um Denzinger nas suas mos, saber que o materialest disposto em ordem cronolgica, de modo que no realmente necessrianumerao alguma para localizar um texto se se conhece o ano em que foisancionado.

    2) Obviamente este Conclio nunca foi includo no Denzinger, que uma compilaocontempornea do que a Igreja de Roma hoje cr e ensina.

    Em todo o caso, reproduzo abaixo o pargrafo relevante:

    A nica figura admissvel da humanidade de Cristo, no entanto, o po e o vinhona Santa Ceia. Esta e nenhuma outra forma, este e nenhum outro tipo, elegeu ele

    para representar a sua encarnao. Po ordenou ele que se trouxesse, mas nouma representao da forma humana, para que no surgisse a idolatria.

    (The Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series. Philip Schaff, Henry Wace,Eds. Edinburgh: T&T Clark and Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans, 1899; Reprinted1988. Vol. 14, p. 544).

    Em linha: http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf214.xvi.x.html

    Os acordos do snodo foram firmados pela regente Irene e pelo seu filho

    Constantino VI. Foi neste conclio que se introduziu a arbitrria distinoentre o culto de latria, devido s a Deus, e o de dulia, que seria lcito para os

    santos. Tambm se falou de um culto "terminativo", dirigido pessoa, eoutro "relativo" dirigido imagem que a representa

    J ficou demonstrado que So Jernimo e outros Padres reconheciamdistintos graus e tipos de culto, muito ANTES deste Conclio de Niceia, demodo que impossvel que neste Conclio se tenham introduzido asdistines. Os termos sim, mas no as distines, estas J eramreconhecidas muito antes.

    Ah, os termos sim so uma novidade, mas no a distino....

    Precisamente este o ponto. A distino entre o culto devido a Deus e a honra deque falou Jernimo, ou a intimidade afectuosa a que se refere Agostinho, qualitativamente diferente da gradao que se estabeleceu em Niceia. No umasimples elaborao, mas uma novidade teolgica que somente podia fundamentar-se com referncias vagas tradio sem prova documental nem das Escriturasnem dos autores cristos dos primeiros sculos.

    Sem dvida, taisbizantinismos (strictu sensu!) so por completo alheios sEscrituras, onde h um s culto vlido, o que se dirige ao Trino Deus.

    As Escrituras NO dizem que s haja um tipo de culto, embora deixem claroque s a Deus se deve adorar, cultos de outros tipos, e bases para os

    mesmos; tambm os h na Escritura:

    http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf214.xvi.x.htmlhttp://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf214.xvi.x.html
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    Santos (Daniel 8, 17; Tobias 12, 16, 2 Macabeus 15, 11-16; Tobias 12, 12;Apocalipse 8, 3)

    Imagens (Nmeros 21, 8)

    Relquias (xodo 13, 19; 2 Reis 13, 21; Actos dos Apstolos 19, 12).

    As referncias bblicas fornecidas no apoiam de modo algum a tese catlica.

    Daniel 8:17 diz que o profeta caiu com o rosto em terra por causa do medo, nonum acto de adorao ou culto. E no era um santo mas um anjo quem tinha emfrente.

    Em Apocalipse 8:3 no h nenhum culto aos santos; pelo contrrio, um anjomedeia a adorao oferecida a Deus pelos santos.

    Em Nmeros 21:8 tambm no se trata de um acto de culto, mas do remdiofornecido por Deus para a praga de serpentes.

    xodo 13:19 trata do transporte dos restos de Jos no para prestar-lhes cultoalgum, mas em cumprimento da sua vontade.

    2 Reis 13:21 no descreve nenhum culto, mas menciona de maneira muito concisaum milagre operado mediante os ossos de Eliseu.

    Actos 19:12 tambm no descreve nenhuma classe de culto, mas os milagres queDeus operava (v. 11) por meio de Paulo.

    A evidncia proporcionada por Tobias e 2 Macabeus no aceitvel, por no tersido estes livros reconhecidos como cannicos pelos hebreus. No obstante, aindaque por causa do argumento se os admitisse, tambm no suportam a teseromana.

    Tobias 12:12 (Fala o anjo Rafael) Quando tu e Sara fazeis orao, era eu quemapresentava vossas splicas diante da Glria do Senhor e as lia; eu fazia o mesmoquando enterravas os mortos.

    O texto fala do trabalho de mediao que os anjos realizam, no de algum culto aosanjos.

    Tobias 12:16 Ficaram ambos cheios de espanto e caram com a face em terra, comgrande temor.

    Caso anlogo ao de Daniel 8:17, no um acto de culto mas uma reao causadapelo medo. O anjo os alenta, e acrescenta que a Deus a quem devem bendizer e

    adorar (v. 17-21).

    2 Macabeus 15:11-16 refere um sonho ou viso de Macabeu, onde aparece osacerdote Onias orando e a seguir aparece o profeta Jeremias. Deste diz Onias,

    Este o amigo dos seus irmos, aquele que muito ora pelo seu povo e por toda acidade santa, Jeremias, o profeta de Deus. No h indicao de que Onias presteculto algum a Jeremias.

    No somente estes textos narrativos no demonstram que se prestasse culto aalguma criatura. Tambm no h nenhum texto bblico que prescreva ou ensinetal tipo de culto.

    Quando Paulo e Barnab foram tomados por deuses, rejeitaram com horror o culto

    que se lhes queria prestar, e perderam uma boa oportunidade de explicar que haviaoutro tipo de culto (dulia) que era lcito (Actos 14:8-18).

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    Igualmente, o anjo diante do qual se prostrou Joo supostamente desaproveitouem duas ocasies a oportunidade de explicar ao vidente de Patmos que havia umtipo de culto (dulia, diferente do dirigido a Deus) que lhe era lcito aceitar. Naverdade as suas palavras excluem que se preste culto a santos e a anjos(Apocalipse 19:10; 22:8-9).

    Este conclio niceno, de infausta memria, ao no poder fundamentarescrituralmente o culto s imagens, declarou a insuficincia das Escrituras elanou um antema contra os que no estavam dispostos a aceitar doutrinascom base na autoridade da tradio e dos conclios, se as tais no tivessemclaro fundamento bblico.

    Novamente o autor omite o, ou os, Denzinger de tal Conclio... falta umapea de investigao histrica.

    Ainda que por razes que antes assinalei, no seja necessria a numerao deDenzinger para encontrar uma declarao nesta obra, na verdade neste caso o meuinterlocutor leu com descuido, j que est indicada a referida numerao no final dacitao.

    Note-se que os bispos iconolatras no puderam nem sequer apelar suposta tradio apostlica, pois nenhuma havia para apoiar o culto simagens.

    O autor acusa de "iconolatras" os bispos, sem dar provas histricas de quetais bispos prestaram culto de latria s imagens, o que os faria"iconolatras". Falta outro elemento de investigao histrica.

    Por favor... as provas histricas so as que at aqui foram acumuladas, e quedemonstram claramente que o movimento do culto s imagens penetrou na Igrejade Cristo procedente no das Escrituras nem da tradio crist mais antiga, mas de

    prticas e concepes pags. Os bispos de Niceia tentaram desembaraar-se daacusao de iconolatria com o recurso distino artificial e injustificada entrelatria e dulia, evidentemente para justificar-se como iconodulos (literalmenteescravos dos cones) em lugar de iconolatras (adoradores dos cones). Mas apenas um verniz para dissimular o desvio fundamental que sancionaram emrelao Igreja antiga.

    Esgrimiram, em contrapartida, uma espria "tradio da igreja catlica"quando, na realidade, todos os escritores cristos dos primeiros sculos quetrataram o tema se opuseram por completo a semelhante abominao.

    Lendo o escrito anterior, "semelhante abominao" era o culto idoltrico simagens, coisa que os prprios bispos "iconolatras", no aceitariam... do

    contrrio no teriam proposto, no Conclio de Niceia, os termos distintospara ambos os tipos de culto.

    Outro tipo de culto que no pode documentar-se nem na Igreja antiga (pr-nicena), nem muitssimo menos nas Escrituras.

    Em concluso, o culto s imagens, proibido na Bblia

    Se o autor se arroga o direito de derrogar o primeiro ponto do mandamentode xodo 20, 4-5 (feitura de imagens), por tom-lo de modo RELATIVO, oscatlicos podem com igual direito derrogar o valor absoluto do segundo

    ponto (culto s imagens), e tom-lo do mesmo modo relativo, de modo queo culto proibido na Bblia, no nos resta dvida, o culto idoltrico, mas

    NO o relativo de dulia, ao que se aproxima muito de perto, o episdio daSerpente de Bronze.

  • 7/31/2019 Resposta s observaes de um catlico ao artigo O culto s imagens

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    Como deve ficar claro do que precede, eu no me arrogo nenhum direito salvo o depraticar uma correcta exegese. Por razes que j apresentei, arbitrrio desdobraro mandamento em duas partes como quer o meu iconodulo interlocutor.

    O episdio da serpente de bronze no de modo algum um acto de culto, nemabsoluto nem relativo. Pela minha parte, reconheo aos catlicos todos os direitos

    que queiram invocar, e todas as prticas que desejem promover. O que no admito que pretendam apresent-lo como compatvel com as Escrituras, e muitssimomenos ensinado por elas.

    rejeitado unanimemente com horror pelos mestres cristos primitivos, eproibido pelo bispo de Roma Gregrio I e pelos trezentos bispos reunidosem Hieria

    Naturalmente, tais cristos primitivos rejeitavam a idolatria s imagens, porisso a Igreja Catlica a condena do mesmo modo.

    Vamos de novo: as Escrituras e os cristos antigos rejeitavam todo o culto dirigidos imagens, no um tipo determinado.

    Assim que, queridos catlicos e orientais, vos convido a rejeitar os falsosmestres que vos extraviam e a voltar s Escrituras e prtica da Igreja

    primitiva.

    Certamente, tenho em conta a recomendao do autor, e quando a Igrejame disser que devo adorar imagens, sairei dela, mas enquanto me disserque se as pode (no como dever mas como opo), VENERAR, no vejomotivos para sair dela.

    Era o que mais faltava. bvio que no v motivos, porque admitiu o inadmissvel.

    Em todo o caso, devo corrigir uma vez mais a errnea concepo de que prestar

    culto s imagens para o catlico simplesmente uma opo. Eis os antemasrelativos s santas imagens:

    1. Se algum no confessa que Cristo nosso Deus pode ser representado na suahumanidade, seja antema.

    2. Se algum no aceita a representao na arte de cenas evanglicas, sejaantema.

    3. Se algum no sada tais representaes como smbolos do Senhor e dos seussantos, seja antema.

    4. Se algum rejeita qualquer tradio da igreja, escrita ou no escrita, sejaantema.

    Retirado de Documenta Catholica Omnia

    http://www.documentacatholicaomnia.eu/03d/0787-0787,_Concilium_Nicaenum_II,_Documenta_Omnia,_EN.pdf

    No Denzinger 306-308 sai uma verso algo diferente.

    Opcional... obra!

    A validade do culto s imagens foi objecto de uma definio dogmtica por umconclio ecumnico (II Niceia), mais tarde reafirmada por outro menos ecumnico

    (Trento) mas igualmente tido por tal pela Igreja de Roma. segundo a teologia

    http://www.documentacatholicaomnia.eu/03d/0787-0787,_Concilium_Nicaenum_II,_Documenta_Omnia,_EN.pdfhttp://www.documentacatholicaomnia.eu/03d/0787-0787,_Concilium_Nicaenum_II,_Documenta_Omnia,_EN.pdfhttp://www.documentacatholicaomnia.eu/03d/0787-0787,_Concilium_Nicaenum_II,_Documenta_Omnia,_EN.pdfhttp://www.documentacatholicaomnia.eu/03d/0787-0787,_Concilium_Nicaenum_II,_Documenta_Omnia,_EN.pdf
  • 7/31/2019 Resposta s observaes de um catlico ao artigo O culto s imagens

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    catlica, uma verdade de f, j que foi, dizem, ensinada por Deus e proposto pelomagistrio.

    Os bispos nicenos declararam:

    Entrando, por assim dizer, pelo caminho real, seguindo o ensinamento

    divinamente inspirado dos nossos Santos Padres, e a tradio da Igreja Catlica pois reconhecemos que ela pertence ao Esprito Santo, que nela habita -,definimos com toda a exactido e cuidado que de modo semelhante imagemda preciosa e vivificante cruz devem expor-se as sagradas e santas imagens, tantoas pintadas como as de mosaico .. Porque quanto com mais frequncia socontemplados por meio da sua representao em imagem, tanto mais se movem osque estas olham lembrana e desejo dos originais e a tributar-lhes a saudaoe a adorao de honra [grego apasmos kai timetike proskynesis], no certamentea latria verdadeira que segundo a nossa f s convm natureza divina; mas ... seas honre com a oferta de incenso e de luzes, como foi piedoso costume dosantigos (Denzinger 302; negrito acrescentado).

    interessante que enquanto se reserva para Deus a latria, se use para o culto aoscones o termoproskynesis, j que a maioria das 60 vezes que o verbo proskyneaparece no Novo Testamento, corresponde honra devida a Deus. Igualmente otermo adorador (gregoproskynts foi usado pelo Senhor para referir-se ao cultodevido s a Deus: Joo 4:23.

    Este texto citado pelo novo Catecismo da Igreja Catlica (#1161; por algumarazo, a edio que tenho diz erradamente DS 600).

    Tambm esta prola:

    Para dizer brevemente a nossa profisso de f, ns conservamos todas astradies da Igreja, escritas ou no, que nos foram transmitidas intactas.

    Uma delas a representao pictrica das imagens... (Ibid. # 1160; negritoacrescentado).

    O que no cita o Catecismo a sano correspondente, hoje politicamenteincorrecta:

    Assim, pois, os que se atrevam a pensar ou ensinar de outra maneira; ou adescartar, seguindo os sacrlegos hereges, as tradies da Igreja, e inventarnovidades, ou rejeitar alguma das coisas consagradas Igreja ... se so bispos ouclrigos, ordenamos que sejam depostos; se so monges ou leigos, que sejamseparados da comunho".

    PD: O autor mencionou o Manual de Teologia Dogmtica, de Ludwig Ott,

    explicando quando apareceu o culto s imagens nas igrejas gregas, masOMITIU (este autor omite muitas coisas), dizer quem defendeu o culto smesmas.

    Obviamente o facto de algum citar um autor a propsito de um assunto especficono exige que transcreva tudo o que esse autor disse.

    De resto, e falando de omisses, noto que a sua crtica se dirige a aspectosseleccionados da minha apresentao, obviamente aqueles que estimou como maisdiscutveis.

    Recordando os ensinamentos de So Jernimo, para alguns mestres doconflito iconoclasta, e na verdade para a doutrina catlica actual, fica claro

    que o culto s imagens o mesmo devido s relquias (este sim remonta aostempos primitivos), ou seja, o relativo de dulia:

  • 7/31/2019 Resposta s observaes de um catlico ao artigo O culto s imagens

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    Como disse em outro lado, o culto s imagens no o mesmo, pelo menos emprincpio, que a conservao de relquias. Os restos e os pertences dos que nosprecederam na f devem ser tratados com respeito. A conservao das relquiasdos santos mrtires no uma prtica que se ensine positivamente na Bblia, masno parece contrria s Escrituras j que h exemplos que a sustentam.

    Ora, prestar-lhes culto mesmo relativo - j outro assunto muito diferente, assimcomo esperar por seu intermdio milagres, como se Deus se tivessecomprometido a operar atravs de restos ou objectos de santos defuntos. Oproblema que a Igreja de Roma vai no seu ensino muito mais alm da revernciadevida s relquias ao ensinar que lcito e proveitoso prestar-lhes culto, com adesculpa que com isso se honra na realidade a Deus: posto que de tal maneiraadoramos e veneramos as relquias dos mrtires e confessores, que adoramos

    Aquele de quem so mrtires e confessores; honramos os servos para que a honraredunde no Senhor, que disse: O que a vs recebe, a mim me recebe [Mt. 10,40](Joo XV, 985-996 e Conclio Romano de 993; Denzinger 342). No entanto, nem osapstolos nem os anjos de Deus (Apocalipse 22:8-9) aceitaram algum tipo devenerao mesmo relativa.

    Para alm disso, uma coisa uma relquia, ou seja, um objecto ou fragmento dapropriedade ou dos restos mortais de algum santo, ou da cruz de Cristo, etc., eoutra uma imagem, com frequncia surgida da concepo do artista. A relquia, sefor autntica, tem uma relao directa com o santo, j que foi parte do seu corpo,ou dos seus pertences. A imagem no tem outra relao que a atribuda pelacrena de quem a venera.

    So Joo Damasceno, Germano e Nicforo de Constantinopla, e o abadeTeodoro de Estudion, deixaram claro o carcter relativo do culto s imagens.

    Ningum nascido antes do sculo VII, todos eles raciocinando a posteriori com baseno que se tinha tornado a prtica, para justific-la apesar da Escritura e inclusive

    da tradio mais antiga e confivel.

    Que nessa poca o culto s imagens tivesse defensores no muda o facto da suaconspcua ausncia nos sculos anteriores, por mais tradio que invocasse oII Conclio de Niceia.