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ÓRGˆO OFICIAL DO PARTIDO SOCIALISTA Director António JosØ Seguro Director-adjunto Silvino Gomes da Silva Internet www.ps.pt/accao E-mail [email protected] N” 1139 - Semanal 0,50 31 Janeiro 2002 RESTABELECER A CONFIAN˙A AMBIENTE CINCO ANOS ˝MPARES PÆgina 13 UE/`FRICA MARIA CARRILHO QUER COOPERA˙ˆO DESCENTRALIZADA PÆgina 14 LISTAS DE DEPUTADOS À hora de fecho desta ediçªo do Acçªo Socialista iniciava-se, na sede do Largo do Rato, uma reuniªo conjunta da Comissªo Política do PS e dos presidentes da federaçıes distritais para elaboraçªo das listas de candidatos a deputados pelo Partido Socialista à Assembleia da Repœblica. Esta reuniªo tem lugar um dia depois das federaçıes se terem pronunciado sobre cada lista no respectivo distrito. Como órgªo oficial do PS, nªo nos cabe o papel de semear intrigas ou levantar polØmicas a propósito da sempre complicada e delicada tarefa da constituiçªo dessas listas. Na próxima ediçªo daremos a notícia da arrumaçªo dos nossos candidatos em cada círculo eleitoral, deixando para outros as tricas e o tricô.

RESTABELECER A CONFIAN˙A - as.ps.pt · campanha. Mas, evoquemos outra vez Sophia e os seus versos de aviso: fio demagogo diz da verdade a metadefl, e a prova de que tem razªo

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Ó R G Ã O O F I C I A L D O P A R T I D O S O C I A L I S T ADirector António José Seguro Director-adjunto Silvino Gomes da Silva

Internet www.ps.pt/accao E-mail [email protected]

Nº 1139 - Semanal0,50

31 Janeiro 2002

RESTABELECER A CONFIANÇAAMBIENTE

CINCO ANOS ÍMPARES Página 13

UE/ÁFRICA

MARIA CARRILHO QUERCOOPERAÇÃO DESCENTRALIZADA

Página 14

LISTAS DE DEPUTADOSÀ hora de fecho desta edição do �Acção Socialista� iniciava-se, na sede do Largo do Rato, umareunião conjunta da Comissão Política do PS e dos presidentes da federações distritais paraelaboração das listas de candidatos a deputados pelo Partido Socialista à Assembleia da República.Esta reunião tem lugar um dia depois das federações se terem pronunciado sobre cada lista norespectivo distrito. Como órgão oficial do PS, não nos cabe o papel de semear intrigas ou levantarpolémicas a propósito da sempre complicada e delicada tarefa da constituição dessas listas. Napróxima edição daremos a notícia da arrumação dos nossos candidatos em cada círculo eleitoral,deixando para outros as tricas e o tricô.

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31 de Janeiro 2002

A SEMANA REVISTA

EDITORIAL

Em clima de unidade e coesão decorreu no passado sábado em Lisboa a Convenção Nacional do PS que sufragou a moção �Renovar a Maioria�apresentada por Ferro Rodrigues. Foi definida uma prioridade, uma estratégia e um objectivo, e aprovados diversos compromissos eleitoraisque passarão a constar no Programa de Governo que os socialistas irão apresentar ao eleitorado.

O primeiro tempo de antena com o novo secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, que foi ontem para o ar no canal 1 da RTP, está disponívelno endereço www.ps.pt, o novo site do Partido Socialista.

As listas de candidatos a deputados à Assembleia da República pelo Partido Socialista foram aprovadas na Comissão Política Nacional deontem. Para o combate eleitoral de 17 de Março, falta só o Programa de Governo para que o PS esteja condições para entrar plenamente nacampanha.

Acabaram definitivamente as lixeiras a céu aberto em Portugal. Bandeira eleitoral dos socialistas, o cumprimento de mais esta promessa é aresposta àqueles que nos acusam de nada fazer. Partindo com 10 anos de atraso relativamente à União Europeia, Portugal está agora nopelotão da frente no que respeita à salvaguarda do meio ambiente.

O ministro da Cultura, Santos Silva, assinou com o cardeal-patriarca de Lisboa um protocolo que vai permitir a recuperação da Sé de Lisboa,devolvendo assim a dignidade a um dos mais importantes monumentos da capital, datado do século XII.

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, inaugurou dois açudes de aproveitamento hidro-agrícola do vale do Lis que ascenderam a maisde 3,7 milhões de euros.

Foi publicada a portaria que permite que todas as unidades de cuidados intensivos possam proceder à colheita de órgãos para transplante,medida que visa aumentar o número de transplantes no nosso país.

FAZER BEM POR PORTUGALFerro leva-nos lá, a esse Portugal moderno, desenvolvido e competitivo com que sonhas e nosfazes sonhar a nós. Falando verdade aos portugueses, pois claro. E que outra linguagem poderíamosfalar senão a da verdade, pois se entre nós temos poetas que a cantam e dirigentes que aelogiam.Porque com a poesia também se faz política, os caminhos que o novo Secretário-geral trilha nosseus discursos lembram os versos de Sophia, aqueles em que fala Abril, como só ela sabe sentir edizer-nos. �Nesta hora limpa da verdade é preciso dizer a verdade toda / Mesmo aquela que éimpopular neste dia em que se invoca o povo�. Ou quando, a mesma Sophia numa actualidadeintemporal sentencia �Nestes últimos tempos é certo que a esquerda fez erros (...) Mas quediremos da longa tenebrosa e perita / Degradação das coisas que a direita pratica?�.O mesmo diz Ferro Rodrigues na sua linguagem política quando afirma que o confronto daspróximas legislativas opõe dois projectos, dois modelos de sociedade dois caminhos. As escolhasem democracia cabem aos cidadãos. O nosso consubstancia a coesão com o desenvolvimento e oprogresso, alicerçado na solidariedade e nos nossos laços históricos comuns, para avançarmosjuntos e em condições de igualdade para o mundo do Século XXI. O outro traz o neoliberalismodesenfreado, o salve-se quem puder, na promessa já expressa de baixar os impostos às classesmais favorecidas e no aumento do IVA que colhe a todos por igual.Há dificuldades económicas grandes e as finanças públicas estão obrigadas com Bruxelas ametas, compromissos que o Estado português tem que honrar. Para isso a receita só pode ser a dorigor. Rigor nas contas públicas. E é isso que o novo líder do PS diz que vai fazer. Quem fez areforma da Segurança Social, quem criou o Rendimento Mínimo Garantido, quem aumentou de 60milhões para mais de 700 milhões de contos o Fundo de Pensões, quem combateu eficazmente afraude à Segurança Social é porque vai mesmo cumprir com o défice zero em 2004, no mínimo,atribuir o salário mínimo a cada casal de idosos, acabar com a sisa e tornar obrigatória a prescriçãode genéricos. A palavra é de um economista reputado com provas dadas.Seriedade, coragem e determinação são as palavras escolhidas pelo marketing para ajudar àcampanha. Mas, evoquemos outra vez Sophia e os seus versos de aviso: �o demagogo diz daverdade a metade�, e a prova de que tem razão fica clara quando lemos os cartazes que o PSDespalhou pelo País. É também contra isto, contra a demagogia que temos de lutar.Há novos projectos para a saúde, novas ideias para a ciência e tecnologia, renovadas propostaspara a educação, um calendário social com políticas de nova geração, uma agenda exigente que

só os socialistas conseguem cumprir.Num partido Republicano e Laico como o nossoa fé em Ferro é enorme. O partido estámobilizado, as feridas das listas sararão embreve, porque a batalha nos espera, e temencontro marcado a 17 de Março. O PS nãopretende o poder pelo poder como sublinhou ogesto elevado de António Guterres, mas almeja-o porque tem um projecto de justiça social etem as melhores propostas para o País. Porisso vamos ganhar. Também iremos vencer opróximo acto eleitoral porque os governossocialistas dos últimos seis anos serviram defacto Portugal. Avançaram as políticas sociaiscomo nunca, alcançaram-se metas ambientaiscom reconhecido sucesso, com tranquilidadefez-se uma revolução na justiça, a cultura ficoumais acessível e mais perto dos cidadãos paraquem foram criadas Lojas, e em todos ossectores se progrediu qualitativa equantitativamente. Ao mesmo tempo osportugueses tornaram-se mais exigentes e oseu nível de vida melhorou enormemente. Assuas expectativas aumentaram e as nossasresponsabilidades também. Renovar a Maiorianos termos do compromisso é essencial para odesenvolvimento de Portugal. De imediato,vamos ao trabalho para voltar a merecer aconfiança portugueses, formar governo e terFerro Rodrigues como primeiro-ministro dePortugal.

SILVINO GOMES DA SILVA

Seriedade, coragem e determinaçãosão as palavras escolhidas pelomarketing para ajudar à campanha.Mas, evoquemos outra vez Sophiae os seus versos de aviso: �odemagogo diz da verdade ametade�, e a prova de que temrazão fica clara quando lemos oscartazes que o PSD espalhou peloPaís. É também contra isto, contraa demagogia que temos de lutar.

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CONVENÇÃO NACIONAL

A ambição de Ferro Rodrigues para o nosso paíspassa pela definição de uma agenda políticaexigente, assente numa prioridade, numobjectivo e numa estratégia. A prioridadepolítica assumida pelo líder do PS, diz que épreciso �restabelecer a confiança� paraultrapassar as dificuldades, aproveitar comeficácia as oportunidades de desenvolvimentoe utilizar as nossas capacidades paraacompanharmos a retoma económica já em2002.O objectivo aponta para o reforço do ritmo deconvergência com União Europeia, não só aonível económico, mas também tecnológico,cívico e social. E a estratégia consiste emaumentar a competitividade, garantido aomesmo tempo a coesão nacional.

O nosso património é o alentopara continuar

Herdeiro de Mário Soares, Victor Constâncio,Jorge Sampaio e de António Guterres, cabeagora a Ferro Rodrigues continuar a fazer doPS a força do progresso, da modernidade e dajustiça na sociedade portuguesa�.Na sua primeira intervenção como Secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues teve uma palavraespecial para António Guterres �pela dedicação,pela inteligência, pela visão com que conduziu oPartido durante uma década. A década da nossaexistência em que ganhámos mais eleições�.Com o horizonte das próximas legislativas de17 de Março, o recém-eleito líder do PS avançapara a batalha eleitoral com o �dever máximode falar verdade� de modo a que os portuguesespossam compreender com a maior profundidadepossível a situação do País e os desafios dofuturo.Depois de comparar o momento actual comaquele que PS encontrou Portugal após 10 anosde governos laranja, o saldo é altamente

CONVENÇÃO NACIONAL

DA SERIEDADE, DA CORAGEME DA DETERMINAÇÃO

Duas formidáveis intervençõesdo nosso secretário-geral

marcaram a Convenção do PS,que se realizou no passado

Sábado em Lisboa. Desde logo,a da abertura dos trabalhos,

onde se referiu a trêscompromissos concretos na área

da saúde e que passarão aconstar no Programa do Governo

que o PS vai apresentar aoeleitorado. São eles: a

prescrição dos medicamentospor nomes genéricos a partir de

janeiro de 2003; a criação de100 farmácias sociais tuteladas

por entidades sociais e agarantia de que os cidadãos

poderão escolher o centro desaúde onde querem ser

atendidos sem limitaçõesgeográficas. Na de

encerramento, comprometeu-sea levar Portugal a �vencer o

desafio histórico de atingir odéfice zero em 2004�.

favorável para os socialistas. E Ferro Rodriguesdeu exemplos claros dos avanços registados nosúltimos seis anos: mais de 50 mil jovensconcluem anualmente a sua licenciatura noensino superior; mais de 55 mil crianças têmhoje acesso ao ensino pré-escolar; oinvestimento público na ciência foi multiplicadopor quatro; a criação de mais de 138 milempresas com a redução do tempo da sua criaçãode 4 a 6 meses para menos de 30 dias; osbeneficiários de equipamentos de apoio áterceira idade passaram de 94 mil em 1995 para175 mil em 2001; a formação de 10 mil agentespoliciais que correspondeu a um reforço de 6 milpolicias nas ruas; desde 1995 reduziu-se em maisde 125 mil o número de desempregados; maisde um milhão de portugueses comprou casaprópria e mais de 310 mil famílias jovensbeneficiaram de apoio à habitação. Relembroutambém Ferro Rodrigues que Portugal �soubenegociar um QCA com investimentos da ordemdos 50 mil milhões de �uros e que é hoje o paísda Europa mais avançado na sua concretização�.Sem escamotear a realidade, assumindo que�Portugal está a sofrer de forma séria oabrandamento da situação económica� e que�não nos foi possível em 2001 continuar areduzir o défice das contas públicas comosempre o fizemos desde que chegamos aoGoverno�, Ferro Rodrigues está certo de que sóPS pode dar resposta a estas dificuldades porque�conhecemos melhor do que ninguém osproblemas do País e porque os queremosresolver�, além de que o �PS sempre pôs osinteresses de Portugal acima dos de qualquergrupo ou lógica partidária�.

Dois projectos em confrontoa 17 de Março

A próxima pugna eleitoral vai colocar em confrontodois projectos, duas lideranças e dois caminhos.

A escolha caberá, como sempre em democracia,aos portugueses que terão de optar entre nós e adireita �disfarçada de capuchinho vermelho efalinhas mansas�.Depois de nos terem acusado de não termos umlinha de rumo definida, vejamos o que já está aacontecer com o nosso principal adversário que�ora quer privatizar a CGD, ora já não quer, oraquer privatizar a RTP, ora já não é bem assim, oraextingue o RMG, ora já não é bem assim, ora querequilibrar as contas públicas, ora parece que jánão quer�.Mas Ferro Rodrigues vai mais longe nas suascríticas para afirmar que o projecto que o PSD tempara oferecer aos portugueses corresponde ao�liberalismo desenfreado: irrealista naquilo quejá é apresentado, perigoso naquilo que é apenasameaçado�.Por isso, e mais uma vez, o líder socialista sepropõe falar verdade em todos os seus contornose exige que os nossos adversários usem da mesmalinguagem. Desde logo no que respeita à propostade redução de impostos. Sendo certo que a ossocialistas se afirmam a favor da redução dosimpostos desde que essa diminuição contribuapara tornar a fiscalidade mais justa de modo afavorecerem as famílias mais desfavorecidas ou apromover o emprego e o investimento, já não épara nós aceitável que se precedam a reduçõessocialmente injustas por �atingirem as famíliasde mais altos rendimentos, ou são incomportáveispor atingirem valores que se podem aproximardos 700 milhões de contos.� Nesta base,interroga-se Ferro Rodrigues: �Como é que dessaforma se cumprem os objectivos de equilíbrioorçamental? Que despesas suprimiriam? E como?E porque não o dizem?�

Um governo de missão

Se o PS ganhar as próximas eleições, comoesperamos, Ferro Rodrigues formará um

Gabinete mais pequeno em número deministros e de secretários de Estado. Apromessa foi deixada perante os milharesde socialistas e de simpatizantes queenchiam por completo o Coliseu de Recreiosde Lisboa. �Será um governo aberto àsociedade, para o qual contamos com ocontributo de todos de todos e para o qualescolheremos os melhores� afirmou o futuroPrimeiro-ministro de Portugal para quem �aresponsabilidade de funções públicas, a todosos níveis, deve, acima de tudo, significarcompetência e capacidade�.Na sua intervenção de encerramento, FerroRodrigues avançou com um vasto leque depropostas e compromissos que destacamosem quadro +anexo, tendo ao mesmo tempolançado o alerta sobre a receita ultraliberalque a direita gostaria de ver aplicada e quese consubstanciaria na �diminuição daprotecção dos direitos dos trabalhadores,num choque de despedimentos e diminuiçãodo emprego e numa segurança social só paraos mais pobres�. Uma receita que �impõe aprivatização dos riscos sociais(...) que vendeilusões e não conta as verdades (...) quepenaliza as classes médias disfarçada-mente�.Pedindo aos portugueses que confiem em si,Ferro Rodrigues pede um mandato claro paragovernar o País, uma maioria absoluta quelhe permita ultrapassar os problemassentidos pelos governos socialistas demaiorias relativas, e levar Portugal à primeiralinha da União Europeia, realizando em 2004o objectivo do equilíbrio orçamental.A única coligação possível, segundo o nossoSecretário-geral, �é a do PS com os seuspróprios eleitores. Por isso, não somos nósque necessitamos de uma maioria absoluta,é o País que necessita. Nós temos detrabalhar para a merecer�.

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Finanças Públicas� Desafio histórico: défice zero em 2004.� Consolidação das contas públicas e equilíbrio

orçamental� Manutenção do investimento tendo em vista

a dinâmica de modernização, do país.� Cruzamento obrigatório da informação fiscal

e da segurança social com condicionante doscontractos públicos e das ajudas do Estado

� Desagravamento do IRS para as famílias depequenos e médios rendimentos

� Redução gradual e selectiva do IRC, tendocomo objectivo o patamar de 20% para asempresas que invistam em áreas económica,ambiental e socialmente reprodutivas

� Substituição da sisa pelo imposto de selo� Criação de um sistema de tributação de venda

e de circulação de automóveis que incorpore avertente ambiental

� Levantamento do sigilo bancário quandohouver indícios da prática de crime.

Reforma do Parlamento� Adopção de um sistema eleitoral proporcional

de representação personalizada comintrodução de círculos uninominais

União Europeia� Reforçar o ritmo de convergência económica,

tecnológica, cívica e social.

Educação, formação e qualificação� Expansão progressiva da escolaridade

obrigatória� Todos os jovens até aos 18 anos devem estar

na escola ou em formação profissional

� Lançamento de um programa integrado demelhoria dos níveis escolares em matemática,português e inglês no ensino básico

� Generalização da avaliação das escolas básicase secundárias

� Estabilidade do corpo docente e valorizaçãodos melhores professores

� Criação de programas de recuperação paraalunos com dificuldades

� Criação do programa �depois das aulas�

Competitividade das empresas� Nova geração de políticas económicas

estruturais� Criação de uma Autoridade Independente

dotada de capacidade de investigação eintervenção rápida.

� Redução para apenas 48 horas para criaçãode empresas

� Reorientação da política de apoio directo aoinvestimento através de uma política selectivade apoio ao investimento directo estrangeiroe de estímulo à iniciativa empresarial de basetecnológica.

� Reforço do investimento na conclusão da redede plataforma logística

� Investimento público em infra-estruturas

Acessibilidades e Transportes� Prolongamento até Bragança da A4� Ligação entre Sines e a fronteira espanhola� Conclusão dos investimentos lançados na

Rodovia, na modernização ferroviária,portuária e aeroportuária

� Criação de Autoridades Metropolitanas deTransportes

� Investimento no plano ferroviário de altavelocidade

� Construção de nova ligação - Porto - Vigo

Reforma da Administração Públicae da Justiça� Valorização e qualificação dos funcionários

públicos� Criação de um regime de remuneração em que

se diferenciará o vencimento, premiando obom desempenho e os objectivos atingidos

� Criação do cartão único de identificação docidadão que concentre as funções dos actuaisBI, cartão de saúde, cartão de eleitor e dasegurança social.

� Fusão do livrete e do título de propriedadenum documento único

� Criação da informação predial única� Fim da necessidade das certidões dentro da

administração� Criação gradual em cada Junto de Freguesia

de um posto de atendimento ao cidadão� Julgamento em menos de 30 dias dos arguidos

detidos em flagrante delito.

Saúde� Obrigatória a prescrição por normas genéricas,

nas consulta externas, urgências hospitalarese consultórios particulares, a partir de 1 deJaneiro de 2003

� Criação de 100 farmácias sociais tuteladas porentidades sociais

� Possibilidade dos cidadãos escolherem ocentro de saúde em que querem ser atendidossem limitações geográficas

� Combate ao desperdício através do controlo

financeiro directo e do aprofundamento daresponsabilização dos gestores

Social� Até ao final de 2002 definição do Estatutos de

Regime complementares de segurança social� Redução da base de incidência contributiva

para a aplicação de taxa contributiva globalpara as empresas e respectivos trabalhadoresque instituam regimes complementares debase profissional

� Criação de um rendimento para idosos de modoa que cada casal de idosos tenha direito pelomenos, ao correspondente ao salário mínimonacional

� Pagamento de todas as prestações num prazomáximo de 30 dias

� Implementação em todo o território nacionalde uma rede social até 2006

� Lançamento até 2003 de programas relativosao combate à pobreza urbana e rural

� Apoio aos nossos emigrantes que vivem emsituações muito difíceis, dentro daspossibilidades do país, particularmente os quevivem na África do Sul ou na Venezuela

Coesão Territorial e Ambiente� Triplicar a recolha selectiva de embalagens de

modo a que a reciclagem atinga as 600 miltoneladas

� Duplicar a valorização de matéria orgânica emunidades de compostágem

� Travar o crescimento de habitação suburbana� Reorientar o investimento para a recuperação

do parque habitacional degradado e areutilização de fogos devolutos

PRIMEIROS COMPROMISSOSELEITORAIS DO PS

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Na passagem de testemunho, AntónioGuterres teve palavras de grande admiraçãoe apreço por Ferro Rodrigues, elogiando asua capacidade política e realçando as suasqualidades humanas. �A reforma dasreformas, a da Segurança Social�, fica adever-se a Ferro Rodrigues �que é o melhorprimeiro-ministro que Portugal pode terneste momento� afirmou o ex-lider do PSno início da Convenção, para depoissublinhar também que o seu nome ficarápara sempre ligado à introdução no nossopaís do Rendimento Mínimo Garantido, quetrês anos após a sua criação, se já encontraem velocidade cruzeiro.António Guterres apelou também àunidade do partido em �torno daquele quehoje lidera o projecto socialista, porqueo País precisa e Ferro merece�.Apego à verdade, rigor, capacidade,eficácia foram outros dos adjectivosusados por António Guterres que,relembrou ainda, o papel de FerroRodrigues na definição da estratégiaeuropeia aprovada na Cimeira de Lisboa,mostrando-se convencido que o seuprograma eleitoral �se inspirará numavisão humanista e não tecnocrática�.

EM DEFESA DO INTERESSE NACIONALO presidente do PS, Almeida Santos, nãopoupou elogios a António Guterres e aFerro Rodrigues. Num longo discurso,começou por afirmar que o PS deu �aosadeptos da conquista do poder a todo ocusto, uma lição de desapego à tentaçãode mandar. Mas, a maior lição, receberam-na os que só na ambição e na expectativade poder são democratas�.Depois de se considerar �político em fimde ciclo�, garantiu que não é fácilencontrar na crónica da ambição política�uma atitude de tanta nobreza e tantodesprendimento� como a de AntónioGuterres, vaticinando que �Portugal e aDemocracia vão voltar a precisar dele�.Sobre Ferro Rodrigues, relembrou a suaobra à frente da pastas do Trabalho, daSolidariedade e do Equipamento Social,para concluir que o novo Secretário-geralé um realizador com provas dadas e umhomem que se tem pautado por valores econvicções socialistas.Defendendo a estabilidade política,Almeida Santos afirmou que �fez bem onosso candidato a Primeiro-ministro emter, sem evasivas nem hipocrisias, pedidoaos portugueses a maioria absoluta.

seria duplicar o problema darepresentação sem o resolver, ao mesmotemo que disse três vezes sim àdesdentralização ou à regionalização najusta medida em que o �progressivodistanciamento dos centros de poderexigem centros de decisão intermédios.Relativamente à limitação dasrecandidaturas, �duas vezes sim�, e aomonopólio partidário da apresentação decandidaturas �uma vez não�. Já no finalda sua intervenção, Almeida Santosdefendeu a diminuição do número dedeputados com alteração do mapa doscírculos eleitorais e a manutenção dosemi-presidencialismo. A concluir,apresentou como essencial o �espiritocrítico de mais largo alcance, e dedeterminação mais profundamentereformista. Nesse sentido, as própriascrises podem sem criativas, e o fim dosciclos inspirador. Que este o seja.� Opresidente do partido confia no nossosecretário-geral para �a lufada de ar frescoque o país e o mundo precisam� e vê nosmilitantes do PS os �utopistas de outraseras que empurraram o mundo paradiante�.

Outros que também a pediram, agorarecuam. Ela será salutar.� Mas, aconselhaque no caso desse objectivo não seralcançado, que não se rejeite de �antemão,e em definitivo, qualquer coligação, seja

ela qual for, que venha revelar-secoincidente com o interesse nacional�.Sobre o futuro do sistema político emPortugal, disse três vezes não àconstituição de um Senado porque isso

FERRO MERECEE O PAÍS PRECISA

CONVENÇÃO NACIONAL

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Elisa Ferreira, ministra do Planeamento,fortemente aplaudida a exemplo dos outrosindependentes que intervieram antes dodiscurso de encerramento de Ferro Rodrigues,afirmou que �só um grande partido atrai,acolhe independentes e lhes entregaresponsabilidades como entregou a mim�,sublinhando que seis anos depois de terintegrado as listas do PS, continua a acreditarno nosso projecto.A governante, na sua intervenção, destacoualgumas diferenças entre os projectos do PSe do PSD, a começar pela produtividade.�Falar de produtividade para o PS é a outraface da coesão, enquanto para o PSD aprodutividade é a outra face da exclusão�,disse.Para o PS, salientou, �a coesão não éassistência, é criar as condições para quetodos os portugueses part ic ipem nodesenvolvimento�, apontando como exemploa aposta do Governo na ampliação da rededo ensino pré-escolar.No final da sua intervenção, e dirigindo-se aFerro Rodrigues, afirmou: �És o melhor paradirigir os destinos de Portugal, és competentee sério�.O professor universitário Walter Lemos,candidato por Castelo Branco, teceurasgados elogios ao trabalho feito no interiorpelo PS, em áreas como as v ias decomunicação ou a educação.�Nunca nenhum governo como o do PS feztanto interior do País�, disse, acrescentandoque �está a nascer um País novo, com melhoracesso à ciência e educação, no fundo, commelhor qualidade de vida�.Outra professora universitária, candidata porCoimbra, Maria Manuela Ramos, lembrou quenos últimos seis anos �melhorou muito aqualidade de vida a todos os níveis�,acrescentando que �há mais conforto, maisinformação, e os cidadãos mais informadossão menos permeáveis à demagogia e àsprofecias da desgraça�.A docente universitária referiu que omomento �está longe de ser fácil�, masmanifestou confiança na vitória socialista,recusando um regresso ao passado, à

Elisa Ferreira, Mega Ferreira,Vicente Jorge Silva, Teresa Lagoe os professores Walter Lemos eMaria Manuela Leitão Marques �

seis independentes vindos dasociedade civil � apresentaramas suas razões para integrarem

as listas do PS para aslegislativas de 17 de Março.

Nota comum nas suasintervenções: o reconhecimentodo PS como a única grande força

política capaz de assegurar odesenvolvimento com coesão

social e a recusa do regresso aum passado de economicismo

sem alma e de arrogânciaautocrática.

�arrogância autocrática de quem nunca seengana e raramente tem dúvidas�.

Devolver à esquerda a cultura deprincípios

Vicente Jorge Silva, por sua vez, salientou queaceitou fazer parte das listas do PS por �razõespolíticas, cívicas e afectivas�, pretendendo dar umcontributo para a �renovação da esquerdademocrática�.O antigo director do �Público� considerou que anova liderança do PS �pode devolver à esquerda acultura de princípios, valores, causas e convicçõesque tanta falta lhe faz�, explicando ainda que foibastante crítico em relação aos últimos governosdo PS, por entender que �a exigência da críticadeve ser tanto maior quanto maior foi a afinidadeideológica�.�Sou um homem livre, mas leal e transparente nosmeus compromissos�, disse, garantindo que será

�exigente e incómodo�.Vicente Jorge Silva alertou para a tentação de seprocurar alibis na Comunicação Social, defendendoque �a indispensável modernização da vida políticaportuguesa só se fará se os partidos � e, nestecaso, o PS � deixarem entrar uma lufada de arfresco no interior poluído e tantas vezes asfixiantedos gabinetes e corredores do poder�.Já Teresa Lago, responsável pela organização doPorto Capital da Cultura, afirmou acreditar na�capacidade dos portugueses�, acrescentando que�o que nos falta cultivar a auto-estima�, emsimultâneo com a �humildade suficiente parareconhecer os erros�.

PS está distante dos grandesinteresses

Mega Ferreira, que encerrou as intervençõesdos independentes, referiu que aceitouintegrar as listas dos deputados do PS, em

lugar não elegível, por considerar que �o PS éo eixo fundamental das iniciativas de desen-volvimento e justiça social�, num movimentotransversal da nossa sociedade �que deveprivilegiar os que trabalham�.O responsável pela sociedade parque Expo fezum balanço muito positivo da acção dosgovernos do PS, referindo que �o País avançouclaramente na senda do progresso e do bem-estar dos cidadãos�.�Respira-se hoje muito melhor que em 95,sem ameaças e sem exclusão�, disse,adiantando que só o PS está �distante dosgrandes interesses� e tem capacidade paramodernizar, longe da �crispação nervosa dadireita� e do �imobilismo à esquerda�.Segundo Mega Ferreira, �o PS pode abordar acampanha eleitoral numa clara perspectiva devitória�, afirmando estar seguro de que FerroRodrigues será o próximo primeiro-ministrode Portugal.

CONVENÇÃO NACIONAL

INDEPENDENTES COM O PS

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A reunião magna dos socialistas do passadosábado foi largamente participada. Cerca denove horas de intervenção saldaram-se naaprovação do documento definidor das linhasgerais da política nacional do PS apresentadopor Ferro Rodrigues � �Renovar a Maioria�.Garantida a unidade, o novo secretário-geralaproveitou a V Convenção do PS para passardiversas propostas para Portugal, tornandoclaras as linhas de demarcação que estarãoem causa nas próximas eleições legislativasde 17 de Março.As intervenções após o intervalo para o almoçoderam o tom que se fez eco nas seguintes.Um dos primeiros oradores a subir ao palco daV Convenção socialista foi o opositor internode Eduardo Ferro Rodrigues. Passada a disputa,Paulo Penedos manifestou total apoio ao novolíder e uma disponibilidade plena para travara combate de Março próximo, pois, como fezquestão de salientar: �Gosto tanto do PS comogosto de mim próprio�.Outro jovem que não deixou de merecerpresença foi o camarada Miguel Fontes, actualsecretário de Estado da Juventude.Fontes partilhou com a assistência a suaapropriação do desígnio de Ferro � �falarverdade� �, associando-o claramente a umachamada de atenção para a urgência de umacultura de responsabilidade.Exorcizando o velho fantasma dos lobbies,Miguel Fontes assegurou que a governaçãosocialista soube, em muitas e diversasocasiões, dizer não aos poderes instalados,

Dezenas de dirigentessocialistas desmontaram odiscurso laranja, deficitárioem substância, como ficouprovado.Os socialistas sabem quetêm líder. A alma do PSreencontrou-se na figura de�um homem de projectos ede respostas� como muitosfizeram questão de frisar aoaludir à competência edeterminação de Ferro.A maioria quer-se renovada,mas a marca genética do PSpermanece imutável: aspessoas e as questõessociais em primeiro lugar.

não cedendo às pressões de grupos deinteresses.E foi precisamente em prol do futuro dasjovens gerações portuguesas e a favor dointeresse nacional que João Nuno Mendes,mais um jovem camarada, apelou à retoma,na próxima legislatura, da reforma daEducação, apontando igualmente para anecessidade do reposicionamento da Ciênciano lugares nobres das prioridadesgovernativas.Na primeira vez que falou numa Convençãosocialista, Nuno Mendes encorajou todos ossocialistas a se assumirem �contra a preguiçae o incumprimento, em favor do mérito�.Sobre as faladas alianças à esquerda, JoãoNuno Mendes mostrou-se incrédulo nascondições que o PCP apresenta para assegurarum projecto viável para Portugal, pelo queaconselhou o Partido Socialista a apresentar-se sozinho às legislativas de Março, já que fazum balanço muito positivo da actuaçãogovernativa do PS.

DNA socialista

Os desafios de solidariedade e de justiça socialinscrevem-se claramente nas preocupaçõesdos jovens socialistas. Por isso, a secretária-geral da JS fez referência, na sua intervenção,à �marca do social que está no DNA do PS�.�O Partido Socialista é um partido de desafios�que não tem medo de �abraçar causas justas�,garantiu a jovem dirigente e deputada da JS.

E porque se trata de resistir e combater adespolitização da sociedade portuguesa, nãosó os jovens quadros do PS são convocadospara a luta da renovação.À juventude e empenho da camarada Jamilajuntou-se a experiência e a dedicação de umguerreiro dos velhos tempos do PS.Manuel Jerónimo usou da palavra para saudaras medidas implementadas por Ferro Rodriguesna pasta de Solidariedade e Segurança Social,recordando os benefícios que elas trouxerampara a terceira idade.O popular �Manuel 25� � como é conhecido noseio da grande família socialista �, foi concisoe preciso, assegurando: �Vou fazer tudo paramobilizar os idosos para que votem FerroRodrigues a 17 de Março�.

Governámos com sobriedadee sem deslumbramentos

O primeiro murro na mesa contra o �botaabaixo� da oposição foi dado por, JoséSócrates. O ministro do Ambiente enumerouas �marcas na governação do PS�, elogiandoFerro Rodrigues e criticando o PSD por se limitara criticar destrutivamente, sem apresentarpropostas concretas.�Nestes seis anos contribuímos para um grandedesenvolvimento do Estado Social�, disse oSócrates, acrescentando: �governámos comsobriedade e sem deslumbramentos�.José Sócrates lembrou os empreendimentose êxitos dos governos liderados por António

Guterres e embora ressalvasse que �ninguémtem a certeza quanto ao resultado� daspróximas eleições legislativas, manifestou-seconvicto em que o PS as merece ganhar�.Esta autodefesa contra todos os derrotismosfoi também sublinhada pelo camarada JoséLello. Uma nova atitude, uma atitude positivafoi o apelo deixado pelo actual ministro doDesporto e da Juventude na V Convençãosocialista, onde também falou em�autenticidade� como marca da personalidadede Ferro Rodrigues.Lello discursou sobretudo para criticar apostura arrogante do presidente do PSD, DurãoBarroso, sustentando que �não foi ele quemganhou as eleições autárquicas de Dezembropassado�.Deixou ainda uma farpa ao líder laranja, numcomentário às mais recentes visitas feitas porBarroso a Espanha, França e Bélgica.�Mais importante do prestar vassalagem alíderes estrangeiros é ir ao encontro daspreocupações dos portugueses�, afirmou ogovernante, acrescentando: �O que nos moveé e será o interesse nacional�.

Durão Barroso é antipatrióticoe irresponsável

O líder da Oposição está a fazer �propostasantipatrióticas� e �irresponsáveis� aoscidadãos. A denúncia foi feita, sem pruridosnem falsas diplomacias por Helena Roseta.�É preciso ir buscar essa energia disponível,

UNIDADE DE FERROCONVENÇÃO NACIONAL

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não só dentro do PS, mas na sociedade�,referiu, para depois esgrimir argumentos emdefesa do �respeito pelos direitos das pessoase dos operários�.Neste sentido, Roseta insurgiu-se contra �olobby da construção e do betão�,reconhecendo que a construção civil é umsector fundamental para muitas famílias, masafirmando que existe promiscuidade entre aindústria da construção e o poder político.Quanto à política interna, Helena Roseta pediua todos os militantes e simpatizantes doPartido Socialista para contribuírem para umprojecto político com a sua individualidade.Contra todas as tentativas de �clonagem� donovo secretário-geral, Helena Rosetamanifestou-se a favor da diversidade nopartido, sem deixar de elogiar personalidadee competência de Ferro Rodrigues.Numa intervenção bastante aplaudida naConvenção Nacional do PS, a reivindicativaHelena Roseta pediu a Ferro Rodrigues quedesse maior destaque e maior relevo ao papelque as mulheres desempenham na sociedade,bem como na vida política nacional.

Os socialistasnão estão derrotados

Sem esquecer que o PS perdeu efectivamenteas últimas eleições autárquicas, Manuel Alegredefendeu que, �para vencer o PSD, nós temosde nos vencer a nós mesmos�.

�Os socialistas não podem interiorizar oderrotismo�, sentenciou, arrancando daplateia os aplausos inflamados e a ovação empé a que nos tem habituado com as suassentidas intervenções.Alegre subiu ao palanque, saudando, àpartida, Ferro Rodrigues, bem como o discursoproferido pelo líder na abertura dos trabalhos,que classificou de �íntegro�.Manuel Alegre também alertou o novosecretário-geral para a necessidade de �daruma volta ao PS (...), rejeitando ounanimismo e devolvendo-lhe o espírito deesquerda�.Alegre afirmou ainda que o Partido Socialistaprecisa de vencer �o autismo, a arrogância ea acomodação� que marcou os seus últimosanos de governo, evitando, porém, �oderrotismo� depois do desaire eleitoral nasautárquicas de Dezembro.Depois de convocar os militantes e osdirigentes socialistas à �insubmissão erebeldia� contra os interesses instalados, oex-deputado advogou também pelanecessidade imperiosa de desenvolver �umapolítica de reabilitação da política�.Manuel Alegre assegurou, sem reservas, queestá ao lado de Ferro Rodrigues �indepen-dentemente de estar ou não nas listas� dedeputados para as próximas eleiçõeslegislativas de 17 de Março.�É preciso abrir o PS à vida e à sociedade parafora sem o afunilar para dentro�, disse Alegre,

evitando �guerras de gerações� entre ossocialistas, porque o desafio que se coloca aoPS a curto prazo exige a colaboração de todos,�resistentes e combatentes�.Segundo o histórico socialista, na contendaeleitoral de Março, os portugueses vão fazer�uma escolha decisiva� entre o Estado socialdefendido pelo PS e o modelo� do PSD, quequer �dar a particulares� competências quefazem parte do papel do Estado.O camarada Manuel Alegre criticou fortementeo líder laranja, Durão Barroso, por andar pelaEuropa a �deitar foguetes antes da festa�,esquecendo que �para ser primeiro-ministrotem que ganhar as eleições�.

O zigue ou o zague

�Os portugueses esperam do novo líder do PSum novo estilo audaz e concretizador�. Foi estaa mensagem deixada por Manuel MariaCarrilho na V Convenção do PS.No seu estilo provocador e polémico, o ex-ministro da Cultura de Guterres advertiu FerroRodrigues que não lhe bastará reconhecer os�ziguezagues� cometidos na adopção depolíticas pelos governos socialistas.Sem deixar de sublinhar os méritos do novosecretário-geral do Partido Socialista, ocamarada Carrilho reforçou, ao longo do seubreve discurso, a ideia da necessidade de umaaposta convicta na audácia e no pragmatismopara vencer a batalha de 17 de Março, renovar

a maioria e melhor servir Portugal.�Temos de saber escolher entre o zigue e ozague. Quem assumir com coragem os desafiosque enfrenta o País, ganhará as próximaseleições legislativas�, sustentou Manuel MariaCarrilho.Carrilho não se furtou a apresentar as suasideias sobre a aposta decisiva da novaliderança do PS: ela deve passar pela reformadas áreas da cultura, da ciência e da educação.�Essa é a convergência mais difícil paraPortugal�, apontou, antes de sublinhar que�nada adianta ao País ter a maior taxa deutilizadores de telemóveis, sem tem tambéma maior taxa de iliteracia�.

O �homem certo�

Ao palco da V Convenção do PS subiramtambém outros antigos rostos do Executivosocialista. A ex-ministra da Saúde e daIgualdade usou da palavra para denunciar asfalsidades trazidas a público pela Oposição eseus �aliados de ocasião�.Sem escamotear o que correu menos bem nagestão socialista do País, Maria de Belém frisouque �os erros devem servir para retirarmoslições e não para exercermos represálias�.�Esta é a hora de, em torno do nossosecretário-geral, esquecermos o que nos dividee lembrarmos o que nos une�, apelou,assegurando de imediato que Ferro Rodriguesé o �homem certo para o projecto socialista

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de sociedade�.Por seu turno, o ex-secretário de Estado doDesporto secundou a premissa de Ferro,defendendo que face à abundância dedemagogia �há que falar verdade, comdeterminação e rigor�. Deste modo,acrescentou �o PS é e continuará a ser opartido da esperança para todos osportugueses�.Da Madeira, a voz de Emanuel JardimFernandes pôs a tónica na urgência de se �agircom determinação�.O ex-líder do PS/Madeira exortou o partido eo seu novo secretário-geral a �avançar semhesitação� na concretização do projectosocialista.�Revelemos o que de positivo fizemos e vamosdar novas resposta àquilo que fizemos menosbem�, disse, lembrando que o Governo deAntónio Guterres �foi o que, até hoje, melhorinterpretou as autonomias�.

Contra a velha solução ultraliberalda direita

Paulo Pedroso, na sua intervenção, começoupor recordar o Portugal de 95, em pleno ocasodo cavaquismo, quando o Governo de entãonão cumpria leis essenciais, como as daSegurança Social e das Finanças Locais.�Portugal era um país crispado socialmente,onde se confundia autoridade do Estado comrepressão�, afirmou.

Depois de 95, adiantou, foram realizadasimportantes reformas, como a das 40 horas,�a maior redução do tempo de trabalho�, e daSegurança Social.O actual ministro do Trabalho e daSolidariedade acusou o PSD de fazer umaoposição de �bota-abaixo�, alertando aindaque a direita apenas tem para dar aosportugueses �a velha solução ultraliberalsempre à custa da coesão social�.Paulo Pedroso referiu ainda que a privatizaçãoda Segurança Social preconizada pelo PSDacarretaria uma perda de receitas para osistema público de cerca de 160 milhões decontos.�O PSD está a fazer um jogo do esconde-esconde, dizendo muito pouco para procurarnão perturbar ninguém�, acusou o porta-vozdo PS.António Costa, coordenador do programa doGoverno socialista, salientou que o PS estáunido em torno do novo líder, manifestouorgulho na obra feita pelo Governo em seisanos, e anunciou as prioridades em áreascomo a educação, o ambiente e as novastecnologias.Segundo António Costa, após a expansão darede pré-escolar, na próxima legislatura aaposta passará pelo reforço da qualidade dosensinos básico e secundário.Na área do ambiente, elogiou a �determinaçãoe coragem� do ministro do Ambiente, JoséSócrates, por se ter mantido firme em defesa

da co-incineração e por ter acabado com aslixeira a céu aberto �deixadas pelos governosdo PSD�.Ainda no domínio do ambiente, afirmou queno futuro a nova aposta passa pela reduçãodos resíduos industriais e domésticos, e naárea das novas tecnologias, disse que o PSorgulha-se do lançamento das Lojas do Cidadãoe do impulso dado à Sociedade da Informação,anunciando que o novo desafio do PS, noprazo de uma legislatura, é proporcionar aosportugueses a possibilidade de tratarem detodas as questões burocráticas porcomputador.O ministro da Justiça referiu depois diferençasentre o PS e o PSD, designadamente na áreada Administração Pública.�Para o PSD, a reforma da AdministraçãoPública passa pelo despedimento de 150 milfuncionários, enquanto o PS quer que areforma se faça não por despedimentos, maspela eliminação de actos inúteis, servindoassim melhor os contribuintes�, sustentou.O ex-ministro Jorge Coelho começou a suaintervenção afirmando que tem �um grandeorgulho no que foi feito pelo Governo� e lançoude imediato um veemente apelo à mobilizaçãodos militantes para eleger Ferro Rodriguesprimeiro-ministro.�Começa aqui uma resposta clara para ganhare fazer de Ferro Rodrigues o primeiro-ministrode Portugal�, disse Jorge Coelho, desafiandoo partido, �habituado a lutar�, a �dar tudo�

para conseguir ganhar as legislativas de Março.Para quem �procura dizer que não hádiferenças� entre PS e PSD, Jorge Coelhoapontou o emprego, a segurança social, oemprego e a saúde como áreas onde o PS foiresponsável por profundas melhorias e quepodem ser postas em causa com as propostasde cariz neoliberal do PSD.Referindo que para os socialistas acompetitividade da economia não significaabdicar da coesão social, Jorge Coelhosublinhou que �o neoliberalismo tem sido umfracasso em todo o mundo�.Jaime Gama subiu à tribuna para salientar �anotável acção de civismo� que foi aConvenção Nacional.O actual ministro dos Negócios Estrangeirossublinhou que os governos do PS colocaramPortugal no pelotão da frente da moeda única,aumentaram o peso das despesas sociais noinvestimento público, lançaram o projecto doAlqueva, entre outras realizações.No plano externo, destacou a presença dePortugal no centro das operações de paz daONU e o contributo para a independência ereconstrução de Timor-Leste.

Socialistas estão mobilizados

António José Seguro, na sua intervenção,referiu que os socialistas encaram as próximaseleições com a humildade de �quem aprendeucom os próprios erros�, em contraste com a

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de esperança, em que Portugal seja um paísde inclusão, e que cresça sem exclusão�.O ex-ministro Pina Moura, que fez umaintervenção centrada nos aspectoseconómicos e financeiros da acção doGoverno, salientou que �nos últimos seisanos nunca nos deixámos de aproximar daEuropa�.Pina Moura sustentou que a produtividade eas finanças públicas devem assentar em basesmais sólidas e referiu que a actual conjunturaeconómica é das �mais complexas dos últimos20 anos�.Para Pina Moura, só um Governo do PS estaráem condições de levar a cabo um projecto deajustamento da nossa economia com coesãosocial.�Temos um objectivo: tornar Portugal aindamais europeu, mais solidário e com mais coesãosocial�, disse.A antiga ministra do Trabalho Maria JoãoRodrigues sustentou que �tem de haver umapolítica mais ambiciosa para o reforço da nossacompetitividade�, ou seja, prosseguir aindacom mais afinco �a aposta na qualificação daspessoas e das empresas� que tem sido levada

a cabo pelos governos do PS.Maria João Rodrigues referiu ainda que amoção de Ferro Rodrigues contém �um projectoambicioso de modernização económica esocial�.

PS discute ideiase PSD discute lugares

Particularmente duro para com o PSD foiNarciso Miranda. �Enquanto nós estamos aquina Convenção a discutir ideias e soluções parao País, o PSD anda a discutir lugares�, afirmou.O líder do PS/Porto manifestou �orgulho notrabalho dos governos do PS� e lembrou quehá seis anos �havia desemprego, a economiaestava parada e o poder local estavaneutralizado�.Carlos Zorrinho, que apontou a Cimeira deLisboa e o euro como dois acontecimentosmarcantes, reconheceu que os socialistas, porvezes, �foram melhor a pensar do que aconcretizar�.Para o próximo acto eleitoral, Zorrinhoconsiderou que os portugueses terão deescolher entre �renovar com o PS� ou �voltar

atrás com o PSD�.A saúde foi, naturalmente, o tema dominanteda intervenção de Correia de Campos, quefalou dos progressos registados na saúde e domuito que pretende fazer para melhorar estaárea, como a abertura de cem farmácias sociaisaté à construção de mais hospitais e centrosde saúde, bem como da sua determinação emprevenir fraudes.Correia de Campos alertou ainda que o CDS/PP pretende �privatizar o Serviços Nacionalde Saúde (SNS)�, enquanto �o PSD querabraçar o SNS para o desmantelar�.

Governode sensibilidade social

Já João Proença, que começou a suaintervenção rebuscando a velha frasemobilizadora �Quanto mais a luta aquece, maisforça tem o PS�, referiu que o PS deve estar�orgulhoso da sua governação�.�Queremos um governo de sensibilidade social(PS) e não um governo que só fala em mercadoe privatizações (PSD)�, disse.Carlos César teceu rasgados elogios aosgovernos de António Guterres, afirmando que�Portugal progrediu e as famílias viram a suasituação melhorada�.O chefe do Governo Regional dos Açoresdefendeu uma maioria socialista nas eleiçõeslegislativas �para dar mais qualidade à vidapolítica e se avançar nas reformas da saúde eeducação�.Medeiros Ferreira considerou que �o PS podee deve continuar a governar Portugal pelaesperança que representa para largossectores da nossa sociedade, em especial osmais desfavorecidos�, acrescentando sernecessário �um novo impulso reformador compolíticas sociais firmes nas áreas da saúde eda reforma fiscal�.Paulo Pisco, que centrou a sua intervençãono muito que foi feito pelos governossocialistas nas comunidades portugueses,onde se partiu do zero absoluto dos temposdo PSD, afirmou que �o PS merece ganhar aspróximas eleições pela obra feita e pelahumildade democrática�.Maria do Carmo Romão, que fechou asintervenções dos militantes na ConvençãoNacional, abordou a temática da igualdade dedireitos entre homens e mulheres, lembrandoque �o PS foi o primeiro a introduzir a igualdadede direitos na sua prática e ideário�.

arrogância do PSD.E deixou um aviso: �Desenganem-se aquelesque acham que os socialistas atiraram a toalhaao chão�, acrescentando que �enquantohouver exclusão há razão para o nossoprojecto�.O actual ministro adjunto do primeiro-ministroreferiu que os seis anos de governação do PSforam mais profícuos que os 10 anos degovernos laranja, e defendeu que nacampanha eleitoral �temos de falar verdade eser rigorosos. A propósito desmontou a faltade seriedade dos dois cartazes manipuladoresdo PSD.�Será que o Dr. Durão esqueceu-se do período(90-95) em que Portugal decresceu?�,perguntou.Referindo que �seriedade é não mentir aosportugueses�, Seguro lembrou que �Portugalcresceu mais que a média europeia�.�Que confiança podem ter os portugueses emDurão Barroso cuja única proposta é aprivatização da caixa Geral de Depósitos�,perguntou.Segundo António José Seguro, �temos de falardurante a campanha do futuro, num projecto

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ACTUALIDADEWWW.PS.PT

O NOVO SITE DO PSwww.ps.pt é o novo site

do PS � lançado naConvenção Nacional � que

permitirá acompanharexaustivamente, atravésde um vasto conjunto de

informações, todo operíodo de campanha até

às eleições legislativas de17 de Março.

Segundo explicou o secretário nacionalAntónio Galamba, numa conferência deImprensa no Largo do Rato, o novo sitepretende dar �um contributo para que acampanha eleitoral das legislativas tenha umamais forte componente ao nível da informação�.Pensado para servir de apoio ao trabalho daComunicação Social e para contribuir para umamaior interacção entre eleitores e candidatos,o novo site inclui muitos �aspectos inovadores�como wallpapers e postais alusivos á campanha,mensagens SMS (texto, imagens e sons) paraenviar aos amigos, entrevistas, um fórumsemanal e uma sala de imprensa.Na sala de imprensa, os jornalistas poderãoacompanhar todo o noticiário de campanha,aceder aos comunicados oficiais da candidaturade Ferro Rodrigues, a uma revista de imprensa(actualizada diariamente, com notícias do PSna Comunicação Social) e ainda a uma vastagaleria de imagens (fotos da campanha e docandidato), sons e pequenas passagens devideo, prontas para transmissão. Ainda na salade imprensa, os profissionais da ComunicaçãoSocial poderão encontrar uma lista de contactosúteis para apoio ao trabalho deacompanhamento da campanha (membros doGabinete de Imprensa, por exemplo), assimcomo algumas sugestões de links que poderãoajudar na investigação e esclarecimento dedúvidas.

Entrevistas interactivas

O site terá uma forte componente interactiva,onde os cidadãos poderão colocar perguntasao candidato. De destacar ainda a iniciativa�entrevistas interactivas�, publicadas todas as

sextas-feiras, que terá como primeiroconvidado, amanhã, o camarada António Costa,membro da Comissão Permanente eresponsável pela preparação do programa deGoverno.O site tem também uma biografia do novosecretário-geral do PS, Ferro Rodrigues,profusamente ilustrada com fotografias,algumas delas inéditas, discursos e entrevistasjá dadas pelo líder.No período de campanha eleitoral, a direcçãodo PS vai disponibilizar uma agendapormenorizada das actividades de campanha,incluindo comícios, discursos e fotografias,contactos com a população, tempos de antena,debates, citações, entre outros eventos,materiais que, segundo António Galamba,�poderão ser extremamente úteis para osórgãos de Comunicação Social que optarem pornão acompanhar no terreno as acções de

campanha�.O site terá ainda uma link intitulado �apoio dodia�, onde serão apresentados nomes decidadãos independentes, com relevância anível nacional, que decidiram apoiar acandidatura de Ferro Rodrigues ao cargo deprimeiro-ministro.Para os emigrantes, uma parte do eleitoradomuitas vezes esquecida, o site também lhesdestina um espaço especial, �Voz doEmigrante�, onde estes cidadãos podem obterinformação sobre como poderão exercer o seudireito de voto ou contactar os candidatossocialistas pelos respectivos círculos eleitorais.Todas as perguntas serão respondidas.O site estará �on-line�, actualizado, até ao dia23 de Março, dando depois de novo lugar ápágina do Partido Socialista.

J. C. CASTELO BRANCO

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31 de Janeiro 2002O MILITANTE

PerfilNome Vasco VilelaIdade 20 anos

Ocupação Estudante de EconomiaMilitância Na JS desde 1995 e há cerca

de um ano no PS

Um cachecol vermelho da JSà volta do pescoço, sorriso

rasgado na boca, VascoVilela diz, a quem o quiser

ouvir, que o PartidoSocialista está inscrito no

seu código genético.�Não me imagino a não ser

militante do PS. Sersocialista faz parte de mim�,assume com a convicção que

construiu ao longo de seisanos de militância activa na

Juventude Socialista. Umjovem com fé e vontade de

ferro.

A sua ficha de adesão à Juventude Socialistadata de 1995. Sem ser insólita a ocorrência é,porém, notável, pois Vasco Vilela integrou osector jovem da família do PS aos 14 anos.Este camarada, que desde cedo tem participadodinamicamente nas actividades políticas doPartido, faz questão de frisar que não se limitaa �militar só por militar�.Diz sentir-se em casa no PS e na JS e que porconcordar com os princípios e valores dosocialismo democrático não teve dúvidas emaderir à vasta família socialista.A inscrição na Juventude Socialista foi�felizmente aceite� pelos pais e amigos, aosquais também deve a sua proximidade aoPartido, ressalvando, contudo, que nunca foi�pressionado a entrar� e que assinou a fichapor vontade própria e não por uma questão de�Maria vai com as outras�.Sem pretensões a um precoce despertar daconsciência política, Vasco sublinha que o factodo pai pertencer ao Partido Socialista e a mãeser uma �mulher assumidamente de esquerda�o ajudaram a permanecer sempre informado eactualizado, interessado nas notícias,conduzindo-o a desenvolver uma opinião críticasobre a questão política.

O privilégio de dar

�Ser militante do PS, para mim, neste momento,mais do que tudo é uma honra�, afirma,categórico, o jovem camarada, que aos 20 anosfrequenta um curso superior de Economia, masque apesar da agenda académica encontrasempre tempo para a militância.Estar disponível para trabalhar, colaborar epensar, tornando eficaz o espírito de missãoque implica ser socialista é a definição demilitante que Vasco Vilela esgrimiu sem hesitar,confessando que se trata de uma �uma granderesponsabilidade�.�É uma responsabilidade que aceitei com

orgulho e que tentarei honrar sempre com aminha participação dentro do PS�, garante.E porque tudo é mais fácil em teoria, Vasco citaalguns exemplos práticos da sua militância.Sou militante da JS há seis anos. Desde 1995já fiz parte de secretariados do núcleo daJuventude Socialista, tendo integrado depoiso secretariado federativo da JS/Ribatejo. Maisrecentemente foi convidado por Jamila Madeirapara fazer parte da equipa do SecretariadoNacional da �jota�, convite que aceitou e quequalifica como sendo �um grande desafio� paraalguém que provavelmente tinha crescido muitorapidamente�.No plano pessoal e profissional, o jovemcamarada assegura que o Partido Socialista oajudou a crescer e a evoluir.�Eu diria que antes de estar nestas coisas dapolítica tinha, porventura, outros objectivos.Se calhar sonhava ser polícia ou bombeiro,como a maior parte dos meninos. Porém, apolítica e toda esta envolvência nacional levou-me a pensar de outra forma. A pensar que defacto há profissões que mudam o destino daspessoas�, diz a modo de confissão, porqueafirma ter consciência de que não é só commilitância partidária que se consegue mudar orumo do País.Quando confrontado com a alegadodesinteresse dos jovens pela política, Vascodiscorda e garante que não são os jovens quese afastam do universo político. �São antes ospolíticos que se afastam dos jovens�, pelo queassume a tarefa de fazer com que o Partidonunca descuide a importância da juventude.�Muitas vezes lembramo-nos dos jovens quando

vemos que esse eleitorado nos foge. Penso queeste não é o objectivo�, observa o jovemsocialista, alegando que a meta deve ser adefinição uma política nacional para ajuventude, que não se deixe intimidar peranteuma alegada apatia dos jovens face à política.�Temos de ir ao encontro juvenil, trazê-losconnosco. Embora considere fundamentalfocalizarmos a campanha para o eleitorado emgeral, devemos ter especial atenção pelosjovens, porque eles serão o futuro do PS e doPaís�, aconselhou.

Referências

Quanto aos seis anos de Governo do PS, VascoVilela fala de �vitórias claras na política dejuventude� e remete para a recente aprovaçãoda lei do associativismo e para o esforço feitopelo IPJ em prol do alargamento dos subsídioàs associações juvenis.Referiu ainda desafios como o Euro-2004 e apreservação ambiental, explicando que, sendoclaras conquistas para os portugueses em geral,não deixam de ser �obviamente� um �impactodecisivo na população mais jovem emparticular�.Na opinião de Vasco Vilela, o projecto socialistapara a sociedade portuguesa não se prendeapenas ao imediatismo eleitoralista. �Pensar noPortugal do amanhã é pensar, hoje, nos jovens�.Questionado sobre as suas referências políticas,Vasco não tem dúvidas em nomear dois mitosdo PS: Mário Soares e António Guterres.Nos tempos que correm, o jovem fala de AntónioVitorino, Ferro Rodrigues e António José

Seguro, pessoas e políticos pelos quais nutreuma evidente admiração, não abdicando dooptimismo de quem confia na vitória do lídersocialista nas próximas eleições legislativas.

Força de Ferro

�Estou convicto de que o PS, no clima de uniãoconseguido, tem todas as condições paraganhar em Março�, argumenta, mostrandocomo prova a última Convenção, onde �a forçagenuína do Partido Socialista se fez sentir�.�Ganhar as eleições não é uma necessidade doPS, mas sim do País. É necessário prosseguircom as políticas de desenvolvimento nacionalque o Governo socialista soube implementar�.O jovem militante aposta forte e firme na certezade que �os jovens portugueses sabem que FerroRodrigues fala verdade, sabem que Ferro nãose esquecerá deles e que os acarinhará atravésde boas políticas de juventude�. Por isso, o PSe seu líder contam com a militância de VascoVilela para a contenda eleitoral de 17 de Março.Vasco está pronto a participar na campanha deNorte a Sul do País, como sempre, com força deferro.

MARY RODRIGUES

A HONRA DE SER SOCIALISTA

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GOVERNO EM ACÇÃOAMBIENTE

CINCO ANOS ÍMPARES

Cinco anos, 187 milhões de contos, muitafirmeza e determinação foram suficientes paraencerrar o capítulo das lixeiras a céu aberto emPortugal.Com a inauguração, no dia 28, do aterrosanitário de Évora, o País passou a tratar atotalidade dos seus resíduos sólidos urbanos.O ministro do Ambiente, José Sócrates, nãohesita em qualificar o feito de �revolução�,assegurando que �em nenhum outro país houveuma evolução tão rápida como a que se deu emPortugal�.

�Deixámos de ser um país de lixeiras� e �emapenas cinco anos passámos de 26 por centode tratamento adequado dos resíduos sólidosurbanos para 100 por cento�, declarou Sócrates,frisando ainda que, pela primeira vez, Portugalatingiu um indicador ambiental próprio de umpaís de Primeiro Mundo.Uma política de tratamento de resíduos clara,um esforço de cooperação com o poder local euma estratégia firme que não cedeu a pressõesnem recuou perante populismo, foram ostrunfos apontados por José Sócrates, os

intermunicipal de Évora, um equipamento queconstitui o centro do sistema de tratamento deresíduos sólidos a nível distrital, servindo 12concelhos.O equipamento compreende quatro estaçõesde transferência, sete ecocentros, mais de 400ecopontos, e um centro de triagem, a construirjunto do aterro de Évora.Recorde-se que até agora, 22 lixeiras (11 dasquais concelhias) recebiam o lixo dos 12municípios. A partir desta semana, os resíduossólidos urbanos serão recolhidos nessasmesmas localidades por viaturas que farão otransporte diário para quatro estações detransferência, que se encontram em fase deconstrução em Borba, Montemor-o-Novo, Morae Reguengos de Monsaraz. Depois, o lixo serátransportado e compactado no aterro sanitário.Ao mesmo tempo, procede-se ao tratamentodos resíduos recicláveis, processo que começarános ecopontos.Sete ecocentros assumirão a recolha de volumesmaiores de detritos industriais.Os resíduos gerados a partir da recolha selectivanos ecopontos e ecocentros serãoconcentrados no centro de triagem e depoisseparados e enviados para as indústrias dereciclagem.

MARY RODRIGUES

HISTÓRIA DE MAIS UM SUCESSOQuando, em 1997, o Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) foi lançado, oentão secretário de Estado do Ambiente, José Sócrates, apenas existia o edifício jurídicopara as questões ambientais, mas faltava fazer tudo o resto.Apostado na erradicação de todas as lixeiras e na construção de uma rede nacional deaterros até ao ano 2000, o agora ministro do Ambiente pôs mãos à obra, e no cenário caóticopôs ordem e deixou marca.No final de 1996 havia 341 lixeiras a céu aberto, 13 aterros sanitários � muito embora nãopassassem, na sua esmagadora maioria, de meros locais de depósitos de resíduos �, e cincoestações de compostagem.Dois anos mais tarde, Sócrates dilatou prazo das suas promessas para 2001, porque fazerdepressa não é fazer melhor.Desde então, foram construídas duas incineradoras (Lipor e Valorsul), 35 novos aterros,tendo sido requalificados dois existentes, criados 30 sistemas multimunicipais de gestão deresíduos sólidos urbanos, seladas 243 lixeiras e desactivadas 98, estando em curso a suaselagem.Na passada segunda-feira, dia 28, exactamente cinco anos e 28 dias após o empreendimentodo PERSU, o processo de despoluição nacional é um facto. Com a entrada em funcionamentodo sistema intermunicipal de resíduos sólidos de Évora, as últimas lixeiras activas no Paísforam definitivamente encerradas. A céu aberto a concretização de mais uma promessasocialista.

M.R.

OBRA EMNÚMEROSLixeirasEncerradas ................................ 243Desactivadas/em obra .................... 98

Estações de compostagemEm exploração ............................... 5Em obra ....................................... 1Prevista ....................................... 1

Estações de Transferências deresíduosEm exploração .............................. 54Em obra ...................................... 16Previstas ...................................... 7

Estações de triagem de resíduosEm exploração .............................. 18Em obra ....................................... 5Previstas ...................................... 6

EcocentrosEm exploração ............................ 133Em obra ...................................... 17Previstos ..................................... 42

EcopontosEm exploração ........................ 13.492Previstos .................................5.506

FONTE: MINISTÉRIO DO AMBIENTEE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

MUDAM-SEOS TEMPOSE AS MENTALIDADESA revolução operada pela gestão socialista doambiente nacional teve impacto não só napaisagem de Portugal, mas no comportamentoda maioria dos portugueses. Operou-se, destaforma, uma autêntica mutação dementalidade, passando-se da apatiairresponsável para a consciencializaçãoparticipativa dos cidadãos.Assim, o ano passado, o País separou mais 20mil toneladas de embalagens para reciclagemdo que em 2000, no total de 111 mil toneladas,segundo dados fornecidos pela SociedadePonto Verde.O total de recolhas atinge as 174 mil toneladas,num aumento de 69 por cento face ao anoanterior, se contarmos com as embalagensdos operadores (indústria e distribuição).

M.R.

�segredos� do sucesso do PERSU.O titular da pasta do Ambiente não escondeu anatural satisfação pela obra � bem � feita ,observou, que chegar ao final de 2001 comcerca de 200 mil toneladas de lixos reciclados,o feito merece o aplauso nacional, pois há seisanos atrás apenas se reciclavam 28 toneladas.

Évora fecha com chave d�ouro

O primeiro-ministro e o ministro do Ambienteinauguraram, segunda-feira, o aterro sanitário

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31 de Janeiro 2002EUROPA

UE/ÁFRICA

MARIA CARRILHO QUERCOOPERAÇÃO DESCENTRALIZADA

POLÍTICA COMUM DE ASILO

LUÍS MARINHOELABORA RELATÓRIO

Luís Marinho é o autor de um relatório do PEsobre política comum de asilo na UniãoEuropeia.O eurodeputado socialista tem a responsabilidadede enformar a opinião do PE sobre o actocomunitário que irá substituir a Convenção deDublin de 1997, instrumento que até agora serviapara determinar qual o país da União competentepara a análise de um pedido de asilo apresentadopor um nacional de um país terceiro.O regulamento em causa irá suprir as lacunasregistadas na Convenção, e passará a estarsujeito à interpretação do Tribunal dasComunidades e ao controlo da ComissãoEuropeia.Com esta transformação, que se insere noconjunto de propostas para a área do asilo eimigração anunciadas pelo comissário AntónioVitorino, concretiza-se mais um importantepasso com vista à realização de um espaçoeuropeu de liberdade, segurança e justiça.No seu relatório, Luís Marinho sublinha anecessidade de haver uma uniformizaçãoeuropeia ao nível do procedimento comum deasilo, por forma a garantir que todo e qualquerpedido apresentado no território da União seja

de facto objecto de análise, e a evitar que, na sequência da apresentação de pedidos múltiplos,tenham lugar, em vários países da UE, processos de asilo paralelos.A apresentação do relatório do eurodeputado socialista terá lugar em Março, na próxima reuniãoda Comissão das Liberdades do PE, prevendo-se que o documento seja apreciado na sessãoplenária de Estrasburgo de Março.

FRANÇA

SOCIALISTAS APROVAMCANDIDATURA DE JOSPIN AO ELISEUOs socialistas franceses, reunidosem Convenção no passado fim-de-semana, escolheram Lionel Jospincomo o seu candidato às eleições

presidenciais em Abril e aprovaramum projecto de sociedade como

estandarte para as legislativas dopaís em Junho, onde a prioridadecontinua a ser �um emprego para

todos�.

A Convenção Nacional do PS francês quedecorreu em Paris, ratificou o voto dos militantesdo partido que se pronunciaram a 93,53 por centoa favor do texto preparado pela antiga ministrado Emprego e da Solidariedade Martine Aubry,actualmente presidente da autarquia de Lille,Norte de França.Martine Aubry quebrou um certo taburelativamente à candidatura de Lionel Jospin àeleição presidencial, cuja primeira volta terá lugarno dia 21 de Abril.A dirigente socialista anunciou que, �dentro dealguns dias, com o nosso projecto vamos fazerparte da batalha, ao lado de Lionel Jospin, paraa eleição presidencial�.Os manifesto do PSF para as eleiçõespresidenciais e legislativas, pretender ser um�projecto de sociedade para os próximos dez

anos�, onde a prioridade, à semelhança de 1997,continua a ser a luta por �um emprego paratodos�.No capitulo do emprego, os socialistas defendema generalização das 35 horas semanais, a criaçãoanual de 200 mil empresas, lutar contra otrabalho precário, e instituir um �contrato socialde trabalho� para os desempregados com maisde 50 anos.Para os jovens, com idades compreendidas entreos 18 e 25 anos, o projecto socialista propõe um�pacto de confiança com a juventude�, atravésde um contrato de autonomia, nomeadamente,com a atribuição de um subsidio individual.A manutenção dos serviços públicos é defendidapelos socialistas franceses: �O Estado e osserviços públicos têm um papel fundamental paracorrigir as desigualdades e melhorar a vidaquotidiana�, refere o texto.O projecto socialista dá uma particular atençãoà luta contra a insegurança, propondo �umamobilização geral contra a insegurança�, e umreforço do enquadramento dos menoresdelinquentes.No capitulo da Europa, os socialistas francesespronunciaram-se a favor de uma ConstituiçãoEuropeia, generalizando a maioria qualificadano processo de decisão comunitária, reforçandocada componente do triângulo institucional, ouseja, a Comissão, o Conselho e ParlamentoEuropeus.

«A política de cooperação e desenvolvimentotornou-se, sobretudo depois dosacontecimentos de 11 de Setembro, numelemento de grande peso no relacionamentoda UE com o resto do mundo», afirmou nasemana passada a eurodeputada, aoapresentar, no Parlamento Europeu (PE), orelatório de que é autora sobre a política decooperação e descentralização da UniãoEuropeia. Maria Carrilho sublinhou anecessidade de as instituições europeiaspassarem a encarar a vertente da cooperaçãocomo «uma modalidade mutuamente vantajosapara a UE e os países mais desfavorecidos».É que, advertiu Maria Carrilho, «a Europa pareceencarar a sua política de cooperação para odesenvolvimento mais como uma obrigaçãoditada pela má consciência resultante do seupassado colonial, do que como uma modalidademutuamente vantajosa».A eurodeputada considera que «odesenvolvimento económico, político e socialconstitui a única forma segura de evitarconflitos e viver em paz � condição importantetambém para as trocas comerciais». Daí que as

quadro da Convenção de Lomé e desde que oconceito de cooperação descentralizada oucooperação participativa foi timidamenteintroduzido em 1989, os passos têm sido lentos.Só em 1992 é que Bruxelas criou para este efeitouma rubrica orçamental especial, até que em1999 surge do Conselho um primeiro regulamentorelativo à cooperação descentralizada.Cerca de 12,5 milhões de euros estãodisponíveis para a cooperação em 2002 e 2003(a dotação financeira para o período total de1999 até 2003 é de 24 milhões de euros). Se oconceito de cooperação descentralizada vingarcomo opção estratégica, o montante poderáquadruplicar.

Cooperação alargadaa associações culturais

Nos termos do regulamento sobre cooperaçãodescentralizada em vigor desde 1999, podembeneficiar de apoio financeiro para cooperaçãodescentralizada entidades públicas locais(autarquias, por exemplo), ONG, associaçõesprofissionais e grupos de iniciativa locais,

cooperativas, sindicatos, organizações demulheres ou de jovens, estabelecimentos deensino ou de investigação e igrejas.Maria Carrilho propõe que se alargue o apoiopara as associações culturais e lembra que oAcordo de Cotonou estabelece que «acontribuição da sociedade civil para odesenvolvimento pode ser realçada através doreforço das comunidades locais e deorganizações não governamentais e sem finslucrativos em todas as esferas da cooperação».Para além da actualização do regulamento de1999, Maria Carrilho quer que a Comissão leve emconsideração o Acordo de Cotonou, assinado emJunho de 2000, entre a UE e o conjunto de paísesem desenvolvimento da África, América Latina eÁsia, nomeadamente no âmbito da assistênciafinanceira e técnica e da cooperação económica.Depois de períodos de avanços e recuos, aComissão Europeia reconhece que a cooperaçãodescentralizada - após os acontecimentos de11 de Setembro � terá de «passar de uma faseexperimental para uma fase de consolidaçãodo conceito a uma maior escala no âmbito dacooperação oficial».

A eurodeputada socialista MariaCarrilho quer um modelo de

cooperação descentralizada nasrelações da União Europeia com

os países mais desfavorecidosda África, América Latina e Ásia.

vantagens tenham que ser visivelmenterecíprocas.Até agora, recorde-se, a cooperação da UE como resto do mundo tem ficado circunscrita ao

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� Zé Manel, Zé Manel, tu deixa-te de renovações...� Pronto, Ferreira do Amaral, Eurico de Melo e agora a Maria Elis...� Zé Manel, Zé Manel...� Pronto, vou meter o Dias Loureiro, Leonor Beleza e agora a Maria E...� Zé Manel, Zé Manel, olha que eu...� Pronto! Pronto cá vai a Manuela Ferreira Leite, Vasco Valdez e agora a Mari...� Zé Manel, Zé Manel, olha que eu embaraço-te todo!!! Dei-te muita corda e viu-se aquela bronca da privatização da Caixa!!! Já não me voltas a

enganar!!! Vá, mete lá na lista mais o Álvaro Barreto, a Teresa Patrício Gouveia, a EduardaAzevedo, o...

FOTOMONTAGEM DE ANTÓNIO COLAÇO, A PARTIR DE FOTOGRAFIA DE LUÍS RAMOS, PÚBLICO

CORDELINHOS

AI SE FOSSE O PS...A arrogância de Santana. O novo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, na ânsia demostrar serviço, iniciou o seu mandato com uma cruzada contra os cartazes e as estruturas queos partidos mantiveram após as eleições autárquicas. Insensível à conjuntura política, marcadapelas eleições de 17 de Março; ignorando a protecção da Constituição ao exercício da liberdadede propaganda política, Santana Lopes notificou os partidos a retirarem as estruturas numprazo de 48 horas. Antes de pedir aos serviços que notificassem os partidos, combinou com oPSD a forma de salvaguardar os altos interesses partidários. Apesar de reafirmar o interesse emmanter as estruturas para a campanha das legislativas, o PS voltou a ser notificado. A fúria�santanista� em resolver este problema central de Lisboa, impossibilitou a constatação que oscartazes do PS �desabafavam� �Chega de bota abaixo�. Subsiste, no entanto, uma curiosasituação, se os cartazes dos partidos/coligações com temas autárquicos tinham de ser removidos,por que razão persistem à fúria e à arrogância do Sr. presidente de Câmara, os cubos que a suacandidatura colocou a anunciar um túnel nas Amoreiras. Será que há propaganda de segunda� a dos outros- e propaganda de primeira � a da sua candidatura. Utilizando um provérbio quemuito gosta, usou-o na Convenção de Coimbra, �Bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, nãofaças o que ele faz�.O rapto de Barroso e a criação do Senado. A suspeita existe, Durão Barroso poderá serraptado pela equipa de �marketing político� do PSD. Após o fracassado anúncio da privatizaçãoda Caixa Geral de Depósitos e do respectivo recuo; depois do anúncio da proposta de extinçãodos governadores civis e da correspondente centralização no Terreiro do Paço das suasfunções; seguido da defesa da diminuição do número de deputados e da compensação coma criação de um Senado, que custaria mais ao erário público do que o número de deputadosreduzido; o líder do PSD poderá ter sido remetido a uma nova forma de intervenção política :a intervenção fotográfica. O ideal é que fale o menos possível, seja fotografado junto delíderes europeus influentes e mostre umas caras novas susceptíveis de participarem numhipotético Governo PSD. O segundo, desde 1999, sim porque o Governo sombra do PSD,nunca viu o Sol e foi recentemente demitido. Por estas e por outras, Ferro Rodrigues corre orisco de debater com um homem que dirá nada poder prometer, com nada se podercomprometer, quando o que está em causa é o receio de dizer algo que motive o rapto paramais uma actualização de estratégia.O Director Luís Delgado. Firme e hirto, como uma barra de ferro, o colunista fixo da página 2 doDN conseguiu os seus mais íntimos intentos. Não, não, o PS não perdeu as eleições legislativas,nem os socialistas se vergam a qualquer adversidade destinada a favorecer o PSD. O tal colunistaconseguiu suscitar uma campanha do PSD de resposta aos cartazes do PS, disse �amanhã,aparece o PSD, também com uma excelente equipa de �marketing� e um cartaz que bem poderiadizer: chega de conversa fiada. Portugal merece melhor�. Inspirou, mas motivou uma respostalaranja marcada pela verdadeira conversa fiada. Imagine-se que o PSD esqueceu-se de mencionaro crescimento económico de Portugal no período dos seus Governos e omitiu que, com o PS,Portugal cresceu acima da média europeia. Para inicio de funções como director de Comunicação

não está mal. Muitas colunas depois, a expressão do�adonis inspirador� apenas valeu uns cartazes quefaltam à verdade, numa antevisão da campanha que aDireita e o Centro-Direita querem para as eleições de17 de Março. Os fins justificarão todos os meios. Talvezpor isso, Santana Lopes na euforia da festa antes detempo que decorreu no Pavilhão da Briosa, tenhamentido descaradamente ao afirmar que �FerroRodrigues há anos no Equipamento Social não tinhaconseguido adjudicar a Auto-Estrada do Litoral�.Quando os meses são transformados anos, algo vaimesmo mal.

O País de Belmiro. Sempre acutilante na forma e noconteúdo das referências ao poder político, ao Governoe ao poder do �Terreiro do Paço�, confesso que sempreme intrigaram as razões, certamente existentes, pelasquais para o Patrão da Sonae há Portugueses dePrimeira e Portugueses de Segunda. A questão até pode ser considerada menor, mas o que estáem causa é o princípio. Porque razão os cidadãos que se deslocam ao centros comerciais daSonae na Grande Lisboa têm de suportar um custo de estacionamento para usufruir do privilégiode estar numa catedral de consumo e os mesmos cidadãos, se viverem no Grande Porto, estãoisentos do pagamento de qualquer tarifa? E não contente com esta discriminação, os parquesa Sul sofreram aumentos de cerca de 50 por cento. Deve ter sido com base neste alto critério dejustiça, que Belmiro de Azevedo ameaçou �urbi et orbi� uma fuga para Holanda quando o PSaprovou a Reforma Fiscal. Bom, bom, é que alguns paguem quase tudo e outros não paguemnada.A campanha laranja da Galp-Energia. Imaginem que a Galp-Energia mexia na imagem, pelasegunda vez, no espaço de uma legislatura e que lançava uma campanha cor-de-rosa oumagenta em que enunciava as frases �energia positiva� ou �nova energia positiva em 2002�.Imaginem que estávamos em fase de pré-campanha eleitoral, que o PS utilizava tonalidadescor de rosa ou magenta claramente associada ao Partido. Imaginem que essa campanha tinhameios de suporte publicitários invulgares e que a ela estaria associada, em Espanha, a figura domelhor e mais conhecido jogador de futebol de nacionalidade português. Como imaginam, caíao Carmo e a Trindade. Mas não imaginem, a campanha existe, só que a cor é laranja. O mesmolaranja dos cartazes do PSD, só que colocado nas paragens de autocarro, ao virar de cadaesquina, ao alcance de qualquer olhar. Parabéns, Galp-Energia, uma campanha que mexe como Povo.É perante este quadro, que apetece exclamar, ai se fosse com o PS!

As últimas semanas evidenciaram um conjunto de sinais que ainda não foramsancionados pela sociedade portuguesa apesar de reflectirem estranhas formasde fazer política e entendimentos distorcidos do nosso País. Senão, vejamos...

ANTÓNIO GALAMBA

OPINIÃO

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31 de Janeiro 2002OPINIÃO

O léxico político acaba de ser enriquecido, em, Portugal, com a expressão �alerta rápido�.Como tem sido explicado por vários analistas e comentadores o �alerta rápida� é um sinal depreocupação, emitido pela Comissão Europeia, relativamente à evolução das finanças públicas deum país membro.Tal procedimento encontra-se previsto no texto que regula o Pacto de Estabilidade e Crescimento,podendo, obviamente, ser accionado quando existem razões fundamentadas para tal.Segundo parece Portugal corre o risco de ser vitima de um �alerta rápido� (quando este texto forpublicado essa eventualidade ter-se-á já ou não verificado) ou mesmo de uma recomendação, emvirtude da evolução negativa das finanças públicas e, nomeadamente, como consequência doincumprimento das metas fixadas para o déficit orçamental.Recorde-se que o nosso País tinha um compromisso de atingir um déficit orçamental, em 2001, daordem dos 1,1 por cento do PIB e os números que se conhecem apontam para um déficit verificadoda ordem dos 2,2 por cento (ou seja o dobro).Tal situação não é de resto isolada no contexto da União Europeia e verifica-se, pelo menos emoutras economias como a alemã ou a francesa.De resto o �alerta rápido� a confirmar-se será, de igual modo, apresentado à Alemanha onde odéfice orçamental derrapou de 1,5 por cento para 2,6 por cento do PIB.Significa isto que a justificação ou não justificação para o tal �alerta rápido� - ou recomendação -decorre muito mais da apreciação dinâmica que é feita das finanças públicas de um determinadopaís, e menos da análise ao concreto valor verificado para o défici num determinado exercício.Dito de outra forma a critica dependerá da avaliação que se faz sobre a utilização mais gradual oumais moderada dos chamados �estabilizadores automáticos� com o objectivo de contrariar tendênciasde recessão ou de desaceleração de crescimento.A ser confirmada a �sentença� da Comissão, tal significará que, enquanto foi encontrada para aAlemanha e para a França uma explicação para o relativo descontrolo orçamental, o mesmo não foiidentificado no que diz respeito à economia portuguesa.São sinais que não podem deixar de ser apreendidos e entendidos e fará mal quem, como a avestruz,se limitar a colocar a cabeça enterrada na areia para não ver o perigo.É por isso que é de louvar e apoiar o repto que o novo secretário-geral do Partido Socialista lançou aosrestantes partidos políticos e sobretudo o �caderno mínimo� que elaborou para sustentar umaeventual política de acordos para a governação.Desse caderno mínimo consta, como podia deixar de ser, o compromisso de aceitar e suportar umapolítica de consolidação e equilíbrio das finanças públicas, o que, por si só, significa um consensoalargado sobre as políticas fiscal e social e sobre o nível aceitável para a despesa do Estado.Neste quadro político é, pois, surpreendente a proposta recentemente avançada pelo líder do maiorpartido da oposição, visando aquilo a que chamou (indevidamente) um choque fiscal e que, naprática, se traduziria por uma diminuição da taxa de IRC (que incide sobre as empresas) e,exclusivamente, da taxa máxima de IRS (que incide sobre os rendimentos mais avultados).A principio não deu para entender; afinal o Dr. Durão Barroso interrompia uma peregrinação pelas

capitais da Europa e pela própria sede da União onde foideixando, irresponsavelmente, a dúvida sobre averdadeira dimensão do desequilíbrio das finançaspúblicas portuguesas (o que provavelmente ajudará acompreender a decisão da Comissão - se for tomada - debrindar Portugal com uma censura) e a 1ª coisa que faz,é uma proposta de diminuição da receita fiscal?Os dias seguintes vieram afinal desfazer o mistério.O Dr. Durão Barroso, ou seja o PSD, partido candidato agovernar Portugal nos próximos anos, propunharealmente uma diminuição da receita fiscal, em certotipo de rendimentos (os que normalmente são auferidospelas pessoas ou empresas de maiores posses) maspropunha também, em simultâneo, o cancelamentoimediato do recrutamento de pessoas na função pública,o gradual despedimento de muitos trabalhadores, ocongelamento das respectivas remunerações e aalteração imediata de diversas leis da República queorientam, para sectores desprotegidos ou regiões periféricas e para o poder local, significativosrecursos financeiros da Nação.Complementarmente propôs ainda, o aumento em 2 p.p. do IVA, ou seja daquele imposto que é pagopor todos (ricos e pobres) sem qualquer equilíbrio ou equidade e sobretudo, sem ter em conta, numasociedade como a portuguesa, a elevada dependência do consumo de bens de primeira necessidade dageneralidade das familias.O PSD mostrou a sua verdadeira face com estas propostas e sobretudo confirmou que a coesão económica,o bem estar social, a equidade fiscal e as políticas de discriminação positiva a favor dos mais necessitados,não faz parte dos seus objectivos políticos. Na melhor das hipóteses estaremos perante propostas decariz neoliberal sem quaisquer preocupações sociaisÉ em volta deste quadro de análise, a que pode adicionar-se a apreciação da verdadeira natureza daspolíticas de competitividade que o PSD defende - assunto a que voltarei noutra oportunidade - que aacção esclarecedora e pedagógica do PS, na campanha eleitoral, se deve orientar.Até porque neste, como noutros casos, é muito fácil comparar.Comparar as políticas dos últimos 6 anos e as políticas dos 10 anos que os antecederam.Comparar os resultados obtidos, no plano interno e no plano de aproximação à Europa, com o PS eos resultados conseguidos com as políticas anti-sociais do PSD prosseguidas na primeira metade dadécada de 90...Se para alguma coisa pode servir a eventual atitude critica da Comissão Europeia que o seja tambémpara que os socialistas consigam, junto dos portugueses, o alerta rápido contra a demagogia e aincompetência do PSD e do seu líder.

MANUEL DOS SANTOS

São sinais que não podem deixarde ser apreendidos e entendidos e

fará mal quem, como a avestruz, selimitar a colocar a cabeça enterrada

na areia para não ver o perigo.

VISTO DE BRUXELAS

O �ALERTA RÁPIDO�

APENAS DOIS TERÇOS?O tempo é o da clareza. Não pode haver hesitações, nem, muito menos, tibiezas. O PS tem de terum discurso inequívoco. Ser como é � plural nas opiniões, firme nas opções.Vale a pena falar do passado � destes últimos seis anos de Governo � e reconhecer sem receiosque os erros são os erros mas que o que foi feito em favor dos portugueses, sobretudo dos maisfracos, releva, em muito, o que não foi feito.Tenho a ideia � por experiência de quem viveu nestes anos a vida parlamentar � e a convicção deque, nem sempre, houve clareza na defesa das vossas opções. Mas tenho igualmente a certeza deraramente ter visto o PSD (a verdadeira alternativa de poder) apresentar propostas ou defenderideias que beneficiem os portugueses. Se vi, algumas vezes, criticas � normalmente feitas em tomviolento � ao Governo e ao PS, é certo que sempre o fizeram uma lógica que serve apenas osgrandes interesses económicos. É fácil, até, perceber isto: o PSD tem uma atitude de ser e de nãodisfarçar uma �correia de transmissão� do capitalismo gestionário. Não espanta, por isso, que ostecnocratas, sem ideal, desejem a vitória do PSD, um partido cuja ideologia é... a do lucro, a quenos remete a todos para uma �sociedade de dois terços� (o outro terço é, pura e simplesmenteabandonado à sua sorte...).Contra isso temos de promover um conjunto de ideias que constituam uma �barreira de protecção�dos que apenas querem mostrar aos accionistas os resultados da sua boa gestão. E mostrar que odéfice do Estado é cada vez menor... Ora, o Estado gasta � e dever gastar! � em favor dos maisfracos (na Educação, na Saúde, na Segurança Social).Por isso, gostei sinceramente da Convenção. Exactamente porque Ferro Rodrigues falou claro �uma intervenção recheada de propostas, umas mais apelativas, outras mais estruturantes � etodos perceberam que o PS não está desarmado para a luta. A questão está, agora, em ser capaz

de fazer chegar a cada um a �mensagem�. Já que bastaráa cada um dos que olham para a vida, a pensar nofuturo, compreender a diferença.Em resumo, a escolha é simples: se quisemosdespedimentos na Função Pública, vota-se no PSD; sequiserem uma Saúde paga por quem tem dinheiro, devevotar-se no PSD; se quiserem uma Segurança Social nasmãos das seguradoras, deve votar-se PSD; se quiseremuma escola mais cara � com propinas mais altas noEnsino Superior e a paragem de uma rede pré-escolar(que hoje já cobre mais de 70% do país) � deve-se votarPSD; se querem parar as obras públicas, vota-se no PSD.E assim, por diante...Só que não serão só os mais desfavorecidos a sofrer.Também a �classe média� � a última proposta do sr.Barroso que é o de aumentar o IVA é um exemplo do�ataque� à classe média, visto que é um imposto igualpara ricos e remediados...; e, uma outra de baixar o IRSapenas no escalão mais alto é um testemunho das opções do PSD.Tudo isto, enfim, se resume a uma simples questão: o PS quer Governar para todos, não abdicandode fazer prevalecer a política sobre os interesses inamovíveis. Com determinação. Mas nuncaesquecendo um terço da sociedade que o PSD despreza.  

JOSÉ SARAIVA

Mas tenho igualmente a certeza de raramente ter visto oPSD (a verdadeira alternativa de poder) apresentarpropostas ou defender ideias que beneficiem osportugueses.

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31 de Janeiro de 2002

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ACTUALIDADE

LEGISLATIVAS DE 17 DE MARÇO

VITALINO CANASÉ O MANDATÁRIONACIONAL DO PS

Vitalino Canas é o mandatário nacional do PSpara as eleições legislativas de 17 de Março.O mandatário nacional tem a responsabilidadedo processo de candidaturas e representa opartido junto dos organismos que tutelam asquestões eleitorais, designadamente oTribunal Constitucional e a Comissão Nacionalde Eleições.Vitalino Canas é membro do SecretariadoNacional do PS e secretário de Estado daPresidência do Conselho de Ministros.

ENTREVISTA À RTP E PARTICIPAÇÃO NO FÓRUM TSF

NÃO SEREI CANDIDATODE LABORATÓRIO

Em entrevista ao canal 1 da RTP, o nossosecretário-geral disse que não mudava deimagem no sentido que �não serei umcandidato de laboratório�, e voltou areafirmar que a 17 de Março a escolha éentre um modelo de esquerdaprotagonizado pelo Partido Socialista eoutro da direita encabeçado pelo PSD,num quadro claro de bipolarização.Instado pela jornalista Judite de Sousa apronunciar-se sobre um cenário decoligação pós-eleitoral, Ferro Rodriguesdefendeu para o PS uma maioria absoluta,acrescentando que se essa realidade nãose verificar há três condições paraconcretização dessa eventual coligação:aceitação da participação de Portugal no

processo de construção europeia, dopacto de estabilidade e convergência e acontinuidade das políticas sociaispromovidas desde 1996.Pressionado a distanciar-se de AntónioGuterres, o líder socialista considerou queo balanço dos últimos seis anos se saldapor activos muito positivos,nomeadamente em matéria social, culturale económica. Reconhecendo que �cadapessoa tem o seu estilo� e que várias vezesdiscordou no interior do governo comcertas medidas, nunca veio para os jornaiscom �declarações bombásticas� nem sedemitiu do Executivo porque nas suasgrandes linhas sempre esteve de acordoas orientações definidas para o País e

porque as divergências não eramsuficientes �para pôr em causa umtrabalho global�.�Estou determinado a avançar com osgenéricos já em 2003�, foi desta formaperemptória que respondeu à questão daintrodução dos medicamentos com a suadesignação genérica, acrescentando queisso será feito de modo gradual e que haverámedicamentos que continuarão a servendidos pela sua designação de marca.Relativamente à diferenciação salarial naFunção Pública, �que também vai dar umaguerra�, Ferro Rodrigues entende que esseregime corresponde ao premiar do méritosegundo regras de avaliação que tenhamem atenção o desempenho de cadatrabalhador e não �prémio da rotina� comoacontece hoje em dia.Nas políticas sociais, defendeu asubstituição do conjunto de pensões porcasal de idoso para o equivalente ao saláriomínimo nacional.Duro com Durão, defendeu ao contráriodo líder do PSD, que na frente fiscal asmedidas que forem tomadas têm que serde discriminação positiva, e considerouirresponsável que o líder do PSD tenha idoa Bruxelas junto das instituições europeias,lançar suspeitas sobre os números dodéfice, afirmando que o próprio

governador do Banco de Portugal aindaesta semana confirmou que o nosso paísestá em condições de cumprir o Pacto deEstabilidade e Crescimento. Em ataquedirecto aos sociais-democratas, citando aPrice Water House Cooper�s, afirmou queem 2002 Portugal irá crescer o dobro damédia europeia, para seguidamenterecordar que em �1995 estávamos a 50 porcento da média europeia e hoje estamosnos 75 por cento�.A questão do aborto foi outros dos assuntospuxadas para cima da mesa, como tinhasido, aliás, um dos temas fortes do Forumda TSF da passada segunda-feira, com a suapresença em estúdio para responder aosouvintes daquela estação. Sobre este ponto,Ferro Rodrigues acrescentou que se houver�grande consenso no Parlamento�, até sepoderia ver �a questão do referendo comouma questão em que todos participaríamosde forma activa e onde os resultados seriamcertamente diferentes daqueles que foramhá uns anos�. Outra área abordada foi ados equipamentos sociais, com o novo líderdo PS a assegurar, caso ganhe as eleições,irá dar prioridade às áreas urbanas: �Não éa urbanização selvagem, mas odesenvolvimento de equipamentos sociais.Um bom hospital é certamente umequipamento social fundamental�.

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31 de Janeiro de 2002

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TRIBUNA LIVRE

PS, PARTIDO DA LIBERDADE

SOL NA EIRAE CHUVA NO NABAL

Não faltarão por aí os habituais vendedores de ilusões e/ou

apóstolos das soluções messiânicas, como se fosse possível,

em simultâneo...

Decorridas quase três décadas de vivência democrática e de liberdade em Portugal, parece-me lícitopoder dizer-se que os cidadãos terão hoje, de um modo geral, um conhecimento mais profundo davida política e, nessa medida também, uma visão muito mais sua e intrínseca dos diversos factoresem jogo.Assim sendo, parece-me igualmente lógico admitir que o voto expresso por cada cidadão em cadaacto eleitoral, corresponderá, grosso modo, a uma opção, porventura, melhor formada e consistenteou, pelo menos, mais em consonância com a sua própria opinião sobre as coisas, naturalmente, emfunção daquilo que, bem ou mal, conseguem apreender e percepcionar.Constituindo, então, em princípio, cada voto a uma opção deliberada, individual e consciente, nãodeixa de ser verdade que essa decisão, apesar de partir do foro íntimo de cada eleitor, poderá, nofundo, resultar numa opção inconscientemente tomada, se a fonte que a inspira e constrói, estiver,à partida, inquinada por uma informação diariamente distorcida e não isenta.Estou, por isso, inteiramente de acordo com o ministro das Finanças, Guilherme d�Oliveira Martins,quando refere a existência de dois princípios fundamentais em política que não podem ser descurados:Primeiro, que o eleitorado tem sempre razão, porque é soberano; segundo, que é preciso estarsempre atento e desmistificar as cabalas e mentiras, mil vezes repetidas, por forma a que as mesmasnão venham a parecer verdades.A este propósito entendo pertinente a preocupação evidenciada por. Ferro Rodrigues, candidato asecretário-geral do PS e posteriormente a Primeiro-ministro, de que é necessário estabelecer umarelação mais directa com o eleitorado e explicar-lhe, em todos os momentos e sem eufemismos, asituação concreta do País, os seus problemas e reais dificuldades, apresentando obviamente tambémas soluções preconizáveis.Sinceramente, acho que o PS falhou não tanto pela governação ou eventual falta de obra realizada,incomparavelmente melhor do que nos governos do PSD (não é por acaso que o insuspeito MiguelSousa Tavares diz que os portugueses ainda hão de chorar por Guterres) mas no modo como sedeixou enrolar por uma Comunicação Social impiedosamente hostil e ávida de sensacionalismo �então os Telejornais eram uma autêntica trituração diária! � não conseguindo transmitir ao Paístudo o que de positivo fez.Guterres e o PS terão cometido alguns erros de percurso (quem não os comete?! � a ideia dainfalibilidade cavaquista já não pega) sobretudo, em termos de avaliação da sua dialéctica com oPaís, mas é indiscutível que nestes últimos seis anos muita coisa mudou para melhor. Que o Paísprogrediu e se desenvolveu, não tanto quanto seria desejável, mas a verdade é que nem tudo

depende exclusivamente de nós e Portugal nãoestá imune ao que se passa no Mundo, com aquase totalidade das economias fortementeabaladas e algumas mesmo em sistemáticarecessão, há vários anos, como acontece noJapão.É indiscutível que os portugueses vivem hoje, deum modo geral, bastante melhor, usufruindo deoutros níveis de conforto e de bem estar quenão dispunham em 1995, no tempo do PSD.Se há dúvidas, veja-se o poder de compra daspessoas, com os centros comerciais sempre aabarrotar de gente, os cerca de 700 mil postosde trabalho criados, a quantidade de novashabitações construídas (mais de 600 mil) os 700km de auto-estradas realizadas (na Madeira, em25 anos apenas 40 km e de via rápida - nãoconfundir com auto-estrada - da Ribeira Brava aMachico, e meu Deus que espalhafato e quedeslumbramento!...) mas, particularmente,atente-se no número de automóveis emcirculação, hoje na ordem dos 330 por cada milhabitantes.Com as eleições legislativas à porta, não faltarãopor aí os habituais vendedores de ilusões e/ouapologistas das soluções messiânicas, como sefosse possível reduzir as despesas sociais semsacrificar os mais pobres, aumentar os saláriosreais sem agravar a despesa pública, ou reduzira carga fiscal sem a diminuição das receitas, emsuma, como se fosse possível ter, em simultâneo,sol na eira e chuva no nabal.

GIL FRANÇA

Em pretérita reunião da Assembleia Municipal da Câmara Municipal do Funchal, um autarcasocialista, Miguel Fonseca, referiu-se ao PS-M como o Partido da Liberdade. A resposta aos falsosautonomistas do PSD-Madeira foi, na verdade, célere e substancial, reafirmando, assim, o partidoque defende com o sentido verdadeiro a Liberdade.E já agora, caso o dr. Alberto João não concorde connosco no que concerne à liberdade, e se nãoaceita também o resultado das eleições presidenciais de Janeiro último, onde a Madeira votouclaramente no dr. Jorge Sampaio, candidato apoiado pelo Partido Socialista, o partido da liberdade,então, caro presidente, existe uma figura no Estatuto Político Administrativo da Região Autónomada Madeira que é a exoneração. Coloque o seu lugar à disposição do Ministro da República.Obrigado.Ora, o PSD-M é um partido de autonomias, ninguém duvida, desfralda a bandeira da Autonomia,mas uma autonomia privada, com accionistas apenas laranjas. Recusam a independência clara,porquanto ainda não foram capazes de assegurar o financiamento do seu Estado-Região. AAutonomia total e progressiva pretendida pelo PSD-M é a autonomia do clube privado, sem adependência dos órgãos de soberania Nacional, como o Presidente da República, mas sob o jugoda Rua dos Netos, cujos estatutos apresentam um ponto único: �yes-man�Como se observa, o PSD-M pretende transformar a Madeira numa colónia laranja, ao serviço dopensamento único, da festa única, do partido único, onde os direitos, liberdades e garantias doscidadãos sejam determinados segundo a opção política de cada indivíduo. Como afirma o presidentedo PSD-M, e com razão, esta autonomia não é de todos. Isso já nós sabíamos, mas agora fica claroque esta autonomia é só para alguns. Não é por acaso que a estátua da Autonomia tem um lindopar de catarinas.Os madeirenses já demonstraram que não pactuam com este ardil do PSD-M. Basta adicionar osmilhares de madeirenses abstencionistas aos votos de toda a oposição e conclui-se que a maiorianão vota nesta laranja de autonomia oblíqua. Os portugueses que vivem na pérola do Atlânticonão se resumem aos que se apresentam na parada laranja.O Partido Socialista, desde sempre, lutou pela Liberdade contra todas as formas de totalitarismoe ninguém pode conceber a Autonomia sem a Liberdade, primeiro a Liberdade e depois aAutonomia. Esta deriva daquela e não ao contrário. A Autonomia do PS-M assenta no pluralismodemocrático, na construção e na pluralidade de valores, a justiça e a solidariedade que são valores

essenciais na garantia da liberdade individual.O PS-M, o Partido da Liberdade, ambiciona aAutonomia numa perspectiva de modernidade,onde se confrontem valores, perspectivas eprioridades e onde se dignifiquem os espaçosdemocráticos de avaliação e decisão. ALiberdade é um valor inegociável e é essa lutaque tem de ser ganha por todos os madeirenses.A Autonomia do PSD, partido desta autonomiaque não é de todos, aquele que oprime, queexclui, que ameaça os seus militantes, aquelaque obriga a irem à festa do Chão do Lagoa,que bem podia ser o Chão do Lodaçal, é o partidodo centralismo do Governo Regional contra asCâmaras, contra as Freguesias, contra aSociedade civil, numa palavra, contra aautonomia dos cidadãos. Nesse ponto, o PSD-M é o partido mais anti-autonomista que existe.Altos dirigentes da autonomia privada que temoscá no burgo pegam no dinheiro que a Autonomialhes deu e vão aplicá-lo no estrangeiro, em vezde investirem na sua tão amada �Pátria�: �poresse Mundo além, Madeira, a tua desgraçacontinua�! Não investem nos clubes da região,na juventude, nas empresas para criaremempregos, estes autonomistas privados vãoinvestir no estrangeiro, sabe-se lá porque razão.Um dia, há-de-se fazer história. Um regime éeterno enquanto dura.O Comunismo também era eterno e viu-se.

RUI CAETANO(MADEIRA)

O Partido Socialista, desdesempre, lutou pela Liberdadecontra todas as formas detotalitarismo e ninguém podeconceber a Autonomia sem aLiberdade, primeiro a Liberdade edepois a Autonomia. Esta derivadaquela e não ao contrário. AAutonomia do PS-M assenta nopluralismo democrático, naconstrução e na pluralidade devalores, a justiça e a solidariedadeque são valores essenciais nagarantia da liberdade individual.

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31 de Janeiro 2002POR FIM...

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Segunda-feira, 4 de Fevereiro, é a data limite para a entrega das listas de candidatos adeputados nos tribunais.

Neste mesmo dia tem lugar no Largo do Rato uma reunião do Secretariado Nacional doPartido Socialista, presidida pelo secretário-geral, Ferro Rodrigues.

António Guterres visita as obras de restauro do Mosteiro de Tibães, cuja primeira fasejá se encontra concluída. A recuperação do património histórico foi uma das promessaseleitorais dos socialistas que tem vindo a ser paulatinamente cumprida, não só emTibães mas também em Tarouca, em Salzedas, e um pouco por todo o país, comoaconteceu recentemente com a celebração do protocolo entre o Estado e o Patriarcadode Lisboa com vista ao restauro da Sé da capital.

O Primeiro-ministro tem também previsto inaugurar a nova esquadra da PSP da Covada Moura e o Centro de Arbitragem de Empresas em Coimbra.

�Eleições e Democracia� é o título de um colóquio organizado pela Fundação LusoAmericana, cuja sessão de abertura contará com a intervenção do nosso camaradaAlberto Martins.

O ministro José Lello preside á cerimónia de assinatura de contratos-programa, noâmbito do Euro 2004, tendo em vista a construção de novos estacionamentos nosestádios do Braga e do Guimarães.

Portugal apresentará a candidatura da ilha do Pico como património mundial dahumanidade à UNESCO.