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23 de Maio de 2012 Restaurante do Futuro abordou a Formação como fator competitivo da restauração A AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) em cooperação com a idtour – unique solutions e com a Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão do Instituto Politécnico do Porto ESEIGIPP, realizou no dia 23 de maio de 2012 no auditório da ESEIGIPP o workshop ‘A formação como fator competitivo da restauração’, parte integrante do projeto de investigação aplicada – Restaurante do Futuro, projeto cofinanciado pela CCDR Norte, através do ON.2, que tem como área objeto de estudo, a região do Douro. A sessão pública foi dedicada à temática da Formação e a sua importância na competitividade do sector da Restauração. A sessão de abertura contou com a presença de Rosário Gamboa (Presidente do IPP), de Flávio Ferreira (Presidente da ESEIG), de Carlos Costa (Coordenador Científico do Projeto "Restaurante do Futuro" Universidade de Aveiro) e de Pedro Carvalho (Coordenador do DIPE AHRESP). A moderação do Workshop ficou da responsabilidade do Coordenador Científico do Projeto Carlos Costa, que após a sessão de abertura apresentou os oradores do workshop: Manuel Salgado da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda, Fernando Florim de Lemos do Instituto Superior Politécnico Gaya, Luís Correia da ESEIG – IPP, no primeiro painel, e Fausto Airoldi Presidente da Associação dos Cozinheiros Profissionais de Portugal, Ruben Vieira The Yeatman e exaluno da ESEIG – IPP e Mafalda Vieira Sheraton Algarve e exaluna da ESEIG – IPP que componham o segundo painel. Na sessão de abertura foi salientado por todos os presentes a necessidade de formação, de base e contínua, para que os colaboradores contribuam de forma significativa para o desenvolvimento sustentável e para o sucesso do sector da restauração. Evidenciouse, ainda, a importância do sector da restauração na economia nacional e as dinâmicas que lhe estão

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 23  de  Maio  de  2012    Restaurante  do  Futuro  abordou  a  Formação  como  fator  competitivo  da  restauração  

 

A  AHRESP  (Associação  da  Hotelaria,  Restauração  e  Similares  de  Portugal)  em  cooperação  com  

a   idtour   –   unique   solutions   e   com   a   Escola   Superior   de   Estudos   Industriais   e   de   Gestão   do  

Instituto  Politécnico  do  Porto  -­‐  ESEIG-­‐IPP,  realizou  no  dia  23  de  maio  de  2012  no  auditório  da  

ESEIG-­‐IPP  o  workshop   ‘A   formação  como  fator  competitivo  da   restauração’,  parte   integrante  

do  projeto  de  investigação  aplicada  –  Restaurante  do  Futuro,  projeto  cofinanciado  pela  CCDR  

Norte,  através  do  ON.2,  que  tem  como  área  objeto  de  estudo,  a  região  do  Douro.  

 

A  sessão  pública  foi  dedicada  à  temática  da  Formação  e  a  sua  importância  na  competitividade  

do   sector  da  Restauração.  A   sessão  de  abertura   contou  com  a  presença  de  Rosário  Gamboa  

(Presidente   do   IPP),   de   Flávio   Ferreira   (Presidente   da   ESEIG),   de   Carlos   Costa   (Coordenador  

Científico  do  Projeto  "Restaurante  do  Futuro"   -­‐  Universidade  de  Aveiro)  e  de  Pedro  Carvalho  

(Coordenador  do  DIPE  -­‐  AHRESP).  

 

A  moderação   do  Workshop   ficou   da   responsabilidade   do   Coordenador   Científico   do   Projeto  

Carlos   Costa,   que   após   a   sessão   de   abertura   apresentou   os   oradores   do  workshop:  Manuel  

Salgado   da   Escola   Superior   de   Turismo   e   Hotelaria   do   Instituto   Politécnico   da   Guarda,  

Fernando  Florim  de  Lemos  do  Instituto  Superior  Politécnico  Gaya,  Luís  Correia  da  ESEIG  –  IPP,  

no  primeiro  painel,  e  Fausto  Airoldi  Presidente  da  Associação  dos  Cozinheiros  Profissionais  de  

Portugal,   Ruben   Vieira   The   Yeatman   e   ex-­‐aluno   da   ESEIG   –   IPP   e   Mafalda   Vieira   Sheraton  

Algarve  e  ex-­‐aluna  da  ESEIG  –  IPP  que  componham  o  segundo  painel.  

 

Na   sessão  de  abertura   foi   salientado  por   todos  os  presentes  a  necessidade  de   formação,  de  

base   e   contínua,   para   que   os   colaboradores   contribuam   de   forma   significativa   para   o  

desenvolvimento  sustentável  e  para  o  sucesso  do  sector  da  restauração.  Evidenciou-­‐se,  ainda,  

a   importância   do   sector   da   restauração   na   economia   nacional   e   as   dinâmicas   que   lhe   estão  

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associadas,   nomeadamente   ao  nível   do   volume  de   emprego   gerado,   dos   produtos   nacionais  

incorporados  e  do   contributo   crescente  para  a  definição  e   controlo  das  dietas  da  população  

nacional,  bem  como  para  a  introdução  de  estratégias  que  promovam  a  educação  alimentar.  

 

Manuel   Salgado   refere   a   necessidade   de   se   organizar   os   planos   e   os   conteúdos   dos   cursos  

numa   perspetiva   regional   e   nacional   de  modo   a   promover   uma   oferta   adequada   ao   sector  

empresarial  e  ao  mercado  de  trabalho,  em  que  se  estimule  a  cooperação  crescente  através  de  

uma   rede   colaborativa,   entre   os   diferentes   níveis   de   formação   (universidade,   politécnicos,  

ensino  profissional).    

 

O  processo  de  Bolonha  exige  uma  crescente   internacionalização  dos  sistemas  de  educação  o  

que  promove  uma  mudança,  que  seja  motor  da  sustentabilidade  das  diferentes  entidades  de  

formação,   este   processo   de   interligação   internacional   entre   as   diferentes   instituições   e   os  

diferentes  países  possibilita  um  aumento  da  qualidade  da  informação  existente.  

 

Os  primeiros   cursos  do  ensino  na  área  do   turismo  surgiram  em  1957   tendo-­‐se   registado  um  

acréscimo  ao  nível  da  oferta  nos  últimos  10  anos.  Na  década  de  oitenta  começa  a  surgir  uma  

perspetiva  educativa  alargada  e  aparecem  os  primeiros  cursos  de  turismo  (bacharel  –  ISLA,  INP  

e   ISAG;   licenciatura  –  Universidade  de  Aveiro).  Atualmente,  os  cursos  de   licenciatura  na  área  

do   turismo   estão   integrados   no   subsistema   universitário   e   politécnico   com   uma   oferta  

formativa  composta  por  81  cursos,  o  que  representa  uma  oferta  anual  de  cerca  de  3450  vagas.    

 

O  processo  de  Bolonha  constitui  um  bom  exemplo  das  pressões  europeias  sobre  os  sistemas  

nacionais  de  ensino,  assumindo  a  importância  de  uma  educação  de  qualidade  que  favoreça  a  

internacionalização  nas  suas  várias  vertentes.  Neste  sentido  torna-­‐se  fundamental  aumentar  a  

interligação   entre   os   diferentes   sistemas   e   unidades   de   ensino,   bem   como   potenciar   a   sua  

ligação  ao  ensino  secundário,  normal  e  profissional,  e  a  interligação  continua  com  as  empresas  

e  o  mercado  de  trabalho.  

 

Os   cursos,   na   área   do   turismo,   deviam   ser   estabelecidos   de   acordo   com   as   necessidades  

nacionais  e  regionais,  e  com  o  planeamento  integrado  da  respetiva  rede  pública  e  privada,  em  

que  a  reorganização  do  sistema  formativo  numa  perspetiva  regional  pode  constituir-­‐se  como  

uma   oportunidade   para   a   reorganização   dos   recursos   (humanos,   financeiros   e   de  

equipamentos)  no  período  de  crise  económica  atual.    

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Fernando   de   Florim   De   Lemos   começou   por   partilhar   uma   peça   cómica   de   Ricardo   Araújo  

Pereira  que  passou  na   rúbrica  Mixórdias   Temáticas  da  Rádio  Comercial,   como   introdução  às  

questões  de  formação  no  sector  da  restauração  e  similares,  deste  modo  lançou  o  debate  sobre  

a  formação  que  é  necessária  para  os  profissionais  do  sector  e  relançou  a  questão  sobre  qual  o  

tipo   de   restauração   que   queremos   para   o   futuro   e   a   sua   interligação   com   a   cozinha   e  

gastronomia   tradicional   portuguesa,   bem   como   a   utilização   de   produtos   regionais  

portugueses.  

 

O   setor   da   restauração   é   dinâmico   e   a   velocidade   do   mercado   atual   transformam-­‐no  

estruturalmente,   suscitando   o   aparecimento   de   novas   oportunidades   e   novos   problemas   às  

quais   o   setor   tem  que   se   adaptar.  A   educação  e   formação  em   turismo   têm  vindo   a   assumir  

uma   importância  verdadeiramente  estratégica  para  capacitar  o   setor  com  recursos  humanos  

devidamente  qualificados  e  habilitados  para  responder,  cabalmente,  com  contributos  para  as  

soluções   operacionais   nos   contextos   do   mercado   de   trabalho,   que   se   assumam   como  

verdadeiros  agentes  da  mudança  e  de  alavanca  ao  desenvolvimento  do  setor.  

 

Ao  nível  da  formação  aponta  para  o  futuro  a  uma  evolução  no  sentido  de  serem  preparados  

programas   mais   adequados   ao   mercado   de   trabalho.   O   processo   de   Bolonha   deve   ser  

entendido   como   uma   oportunidade   para  melhorar   a   relação   entre   a   oferta   de   formação,   a  

nível   superior  e  as  necessidades  prospetivas  de  mercado,  neste   sentido   torna-­‐se   importante  

aferir  as  conexões  existentes  ao  nível  da  educação  e  formação  em  turismo  no  ensino  superior.  

 

Apesar  da  oferta  formativa  de  cursos  superiores  de  turismo  ter  aumentado  exponencialmente  

no  setor  do  turismo,  a  educação  e  formação  em  turismo  precisa  de  ser  reconhecida  através  da  

clarificação  da  avaliação  da  qualidade  e  do  seu  desenvolvimento  e  enquadramento  no  quadro  

político  e  económico  dos  mecanismos  de  decisão  que  a  afetam.  Em  termos  do  1º  ciclo  existem  

81   cursos,   2º   ciclo   35  e  no   terceiro   ciclo   5   cursos   relacionados   ao   turismo.  No  brasil   tem-­‐se  

registado  a  uma  diminuição  significativa  na  reformulação  e  redução  da  oferta  de  formação  em  

turismo,  em  Portugal  regista-­‐se  o  inverso  com  o  crescimento  da  oferta  formativa.  

 

As   exigências   do   mercado   profissional,   cada   vez   mais   competitivo,   exige   que   os   recursos  

humanos  tenham  uma  formação  sólida,  sejam  inovadores,  possuam  competências,  aptidões  e  

conhecimento  em  determinadas  áreas.  Neste   sentido,  é  necessário  proceder  a  uma   reflexão  

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crítica  do  sistema  de  ensino,  da  rede  escolar  e  dos  conteúdos  de  modo  a  que  se  promova  uma  

reorganização   rigorosa   e   exigente   da   oferta   de   cursos   existente,   construindo   uma   oferta  

ministrada  por  instituições  capazes,  por  professores  que  possuam  conhecimentos  científicos  e  

pedagógicos  apostando  cada  vez  mais  numa  educação  eficaz.  

 

Luis   Correia   focou   especificamente   a   formação   ao   nível   da   área   da   hotelaria   e   restauração,  

referindo   que   o   sector   do   alojamento   e   da   restauração   é   composto   por   pequenas   e   micro  

empresas  maioritariamente  familiares  com  menos  de  10  trabalhadores.  

 

A   diversidade   da   nossa   gastronomia   potencia   o   aparecimento   de   diferentes   tipos   de  

restauração  para  os  quais  são  necessários  diferentes  tipos  de  conhecimentos  e  de  diferentes  

tipos   de   colaboradores,   salientando   como   conhecimentos   importantes   das   seguintes   áreas:  

bebidas,   segurança   alimentar,   línguas,   atendimento,   vendas,   comportamental   dos  

colaboradores.    

 

Temos  de  ter  em  atenção  que  a  restauração  é  uma  prestação  de  serviço  considerando  a  sua  

intangibilidade,  heterogeneidade,  peracidade,   etc.   o  que  aumenta  a   importância  do  nível  de  

qualidade  da  interação  das  empresas  através  dos  seus  colaboradores  com  os  clientes.  

 

Neste   sentido   o   sistema   educativo   e   de   formação   devem   ajustar   os   seus   programas   e  

conteúdos   de   acordo   com   as   exigências   e   necessidades   do   mercado,   considerando   as   suas  

especificidades  ao  nível  das  diferentes  áreas  temáticas  de  operação  e  uma  formação  de  base  

genérica  sólida  e  consistente  com  os  domínios  de  atuação  dos   futuros   recursos  humanos  no  

mercado  de  trabalho.  Esta  adequação  visa  promover  e  facilitar  a  integração  dos  alunos  recém-­‐

formados   no  mercado   de   trabalho,   dotando-­‐os   de   conhecimentos   sólidos  mas   flexíveis   que  

potenciem  um  comportamento  diferenciador  e  disruptivo  capaz  de  contribuir,  enquanto  mais-­‐

valia  efetiva  para  o  desenvolvimento  económico  das  empresas,  do  sector  e  do  país.    

 

No  final  do  primeiro  painel  foram  colocadas  questões  no  sentido  de  alertar  para  a  necessidade  

de   interligar   o   perfil   académico   dos   cursos   com   o   perfil   técnico-­‐profissional,   aumentar   a  

transparência   e   comunicação   das   instituições   de   ensino   com   o   mercado,   promover   uma  

formação  continua  ao  longo  da  vida,  articular  os  diferentes  níveis  de  ensino  e  adequar  os  seus  

programas   de   forma   integrada   e   promover   uma   cooperação   efetiva   entre   as   instituições   de  

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ensino  superior,  as  escolas  secundárias  e  ensino  profissionalizante,  os  alunos  e  profissionais  e  

com  o  mercado  de  trabalho  (empresas).  

 

Ao  nível  da  transição  do  ensino  para  o  processo  de  Bolonha  questiona-­‐se  se  esse  processo  tem  

contribuído   para   a   qualidade   do   ensino   ou   antes   pelo   contrário   com   a   diminuição   dos  

programas  e  dos  anos  de  curso  tem  contribuído  para  uma  diminuição  da  qualidade.  Referindo-­‐

se,  por  exemplo,  que  o  sistema  espanhol  tem  uma  licenciatura  na  área  do  turismo  tem  cerca  

de  4  anos  o  que  dificulta  a  comparabilidade  (um  dos  objetivos  do  processo  de  Bolonha)  entre  o  

sistema  Português  e  Espanhol.  

 

Com  a  redução  dos  cursos  levou  ao  corte  dos  estágios  curriculares  o  que  originou  uma  perda  

de  experiência  de  formação  em  ambiente  empresa  e  no  mercado  de  trabalho,  no  entanto  deve  

ser  feito  um  esforço  para  adequar  a  formação  às  necessidades  do  mercado.    

 

Em  termos  teóricos  o  processo  de  Bolonha  é  uma  oportunidade  para  melhorarmos  a  oferta  de  

formação   na   área   do   turismo   e   o   seu   grande   impacto   era   a   internacionalização   e  

comparabilidade  nos  diferentes  países  da  união  europeia,  mas  em  termos  práticos  isso  não  se  

tem   verificado.   EM   Portugal   existe   cerca   de   25   designações   de   curso   de   turismo   quando  

Bolonha   queria   harmonizar   a   designações   do   curso.   Por   outro   lado   com   a   crise   económica  

houve  um  aproveitamento  do  processo  de  Bolonha  para  reduzir  custos.  

 

Objetivamente   com   a   redução   dos   anos   de   cursos   houve   uma   redução   de   conhecimentos   e  

conteúdos  das  cadeiras  curriculares  que   foram  eliminadas.  Por  outro   lado  com  a  redução  do  

número  de  anos  os  alunos  saem  com  menos  experiência  e  com  menor  maturidade  o  que  se  

reflete  na  sua  entrada  no  mercado  de  trabalho.  

 

A  reformulação  dos  programas  e  a  introdução  do  processo  de  Bolonha  deve  ser  realizado  com  

as   empresas   e   com   as   estruturas   associativas   do   sector.   E   neste   sentido   tem   que   haver  

abertura  de  parte  a  parte  quer  das  instituições  de  ensino  em  procurarem  e  saberem  ouvir  as  

empresas   e   as   empresas   mostrarem-­‐se   interessados   em   colaborar   com   as   instituições   de  

ensino.  

 

A   relação   entre   o   ensino   superior,   o   ensino   secundário,   as   empresas   e   o   mercado   de  

emprego/trabalho   deve   ser   cada   vez   maior,   uma   vez   que   falta   informação   sobre   as  

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especificidades  e  mais-­‐valias  que  os  cursos  oferecem,  a  informação  sobre  as  saídas  e  percursos  

profissionais  é  importante  para  que  os  alunos  e  as  suas  famílias  possam  tomar  cada  vez  mais  

decisões  sustentadas  e  informadas.  

 

Focou-­‐se,  ainda  a  necessidade  das  instituições  superiores  começarem  a  valorizar  a  experiência  

prática  adquirida  pelos  alunos  no  ensino  profissional  até  ao  12  ano,  uma  vez  que  sendo  uma  

experiência   mais   técnica   e   profissional   valoriza   mais   o   percurso   escolar   de   cada   aluno.  

Nomeadamente   ao   nível   dos   CET   são   dadas   acreditações,   no   entanto   esse   trabalho   é   feito  

através  de  protocolo  específico  entre  as  instituições.  Existe,  no  entanto,  muito  trabalho  a  fazer  

com  o  intuito  de  harmonizar  os  conteúdos  e  os  programas  e  consolidar  a  informação  existente  

dos  diferentes  níveis  de  formação  e  a  sua  possível  integração  e  interligação.    

 

Fausto  Airoldi,  começou  por  focar  a  adequação  ou  desaquação  entre  o  ensino  e  as  empresas,  

sendo  que  a   formação  contínua  e  ao   longo  da  vida  é  que  é  determinante  para  o   futuro  dos  

profissionais  da  restauração  sendo  que  é  a   formação  nos  estabelecimentos  de  restauração  e  

na  hotelaria  que  é  importante  para  os  profissionais.  Deste  modo,  o  profissional  deve  ter  boas  

bases  de  técnicas  de  cozinha,  bons  conhecimentos  das  matérias-­‐primas,  conhecer  e  potenciar  

os  equipamentos,   ser  criativo  e  acompanhar  as   tendências,   ter  boas  práticas  de  segurança  e  

higiene  e  ter  bases  de  nutrição  e  dietética.  

 

A   importância   dada   boa   cozinha   e   à   qualidade   da   refeição,   em   função   do   preço   devem   ser  

evitadas,  pois  não  é  o  preço  que  induz  à  qualidade.  Cada  vez  mais  se  deve  dar  importância  aos  

produtos  regionais  às  características  da  região,  apostar  no  valor  nutricional  e  reduzir  o  que  nos  

faz  mal,   educar   o  público   como  deve   comer,   promover  uma  boa   cozinha  e   estar   atualizado.  

Outro   sentido  do  profissional  de  cozinha  é   ter  em  atenção  a  adequação  da  gastronomia  aos  

diferentes   mercados   (questão   das   tripas   do   Porto   aos   estrangeiros,   sopa   de   cornos   com   a  

cabeça  das  vacas,  leitão  assado  inteiro,  etc.).  

 

A  missão  do  cozinheiro  é  (i)  promover  o  que  é  nosso  -­‐  o  gosto  português,  o  produto  regional  

de   um   modo   equilibrado   entre   o   que   é   nacional   e   o   gosto   dos   principais   mercados   sem  

prejudicar   a   perceção   dos   visitantes;   (ii)   promover   e   não   deixar   morrer   os   pratos  

emblemáticos,   a   memória   e   as   receitas   antigas;   (iii)   adequar   os   pratos   às   épocas  

(sazonalidade);   e   (iv)   preservar   os   valores   nutritivos,   os   aromas,   o   sabor   e   a   qualidade   dos  

produtos.    

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Ao   nível   da   introdução   de   tecnologias   na   cozinha   o   cozinheiro   deve   colocá-­‐las   ao   dispor   da  

cozinha   e   aproveitar   as   evoluções   tecnológicas   com   o   intuito   de   melhorar   o   serviço   e   a  

confeção  dos  alimentos  sem  adulterar  os  seus  sabores  e  propriedades  nutritivas.  A  perceção  

do  mercado  relativamente  à  formação  dos  colaboradores  é  o  de  que  o  cliente  não  quer  saber  

o  nível   de   formação  dos  profissionais  mas   sim   se  o   atendimento  é  profissional,   se   a   comida  

tem  qualidade,  e  se  conseguem  atender  as  suas  solicitações  ou  resolver  os  seus  problemas.    

 

Ruben  Vieira,  salientou  a  importância  dos  estágios  curriculares  e  extracurriculares  ao  longo  do  

seu  percurso  formativo,  e  a  interligação  que  conseguiu  consolidar  entre  a  formação  obtida  na  

licenciatura   na   ESEIG   e   a   experiência   obtida   na   sua   vida   prática.   A   licenciatura/formação  de  

base   que   obteve   contribuiu   significativamente   para   o   seu   percurso   profissional   e   para  

obtenção  de  competências  académicas  e  profissionais.  

 

Através  da  formação  académica  salienta  o  seu  desenvolvimento  cognitivo  ao  nível  das  práticas  

do  sector  da  hotelaria  e  da  restauração,  da  prática  de  línguas,  da  organização  de  operações  e  

serviços  e  eventos,  do  conhecimento  de  gastronomia,  enologia  e  cultura,  gestão  de  recursos  

humanos  e  de  equipas,  entre  outros.  Porém  no  mercado  de  trabalho  adquiriu  competências  ao  

nível   da   polivalência   de   funções   e   tarefas,   das   normas   dos   serviços,   do   conhecimento   de  

produtos  gastronómicos,  de  segurança  e  higiene  no  trabalho,  do  comportamento  e  do  tipo  e  

qualidade  de  serviço.  

 

Por   último   focou   a   necessidade   de   frequentar   ações   de   formação   continua   especificas   em  

função  das  atividades  que  desenvolve  ou  em  função  de  determinados  requisitos  específicos  de  

um  determinado  tipo  de  serviço.  

 

Mafalda  Vieira   destaca   a   formação  pessoal   enquanto   pessoas   que  deve   ser   complementada  

com   a   formação   académica,   uma   boa   formação   académica   fornece   os   alicerces   necessários  

para  garantir  uma  boa   introdução  no  mercado,  bem  como  a   formação  contínua  e   integrada,  

como   instrumento  para  o  desenvolvimento  e   competitividade  do  perfil   de   cada  profissional,  

que  comporta  a  realização  de  estágios  de  curta  duração  no  decorrer  da  licenciatura  de  modo  a  

possibilitar   a   obtenção   de   competências   práticas,   conhecer   as   realidades   operacionais,  

melhorar  as  suas  qualificações  e  a  capacidade  de  relacionamento  e  desempenho  profissional.  

 

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Assim  advoga  a   importância  o  conhecimento  das  diferentes  áreas  de  operação  das  unidades  

em   que   estamos   inseridos   de   modo   a   compreender   o   serviço   como   um   todo   de   forma  

integrada.  A  formação  linguística  é  importante  na  medida  em  existe  uma  forte  possibilidade  na  

área   do   turismo   em   que   os   clientes   são   na  maioria   estrangeiros,   bem   como   a   formação   ao  

nível   das   operações.  A   formação   interdisciplinar   operacional   no   âmbito   da   hotelaria   assume  

uma   importância  crítica,  porém  uma  boa   formação  académica  base  é  essencial  para  o  nosso  

percurso  profissional.  

 

Em  termos  de   formação  destaca  entre  outros   fatores  chaves  para  o   futuro  a  necessidade  de  

adequação   do   modelo   de   formação   ao   mercado   de   trabalho   compreendendo   as   bases  

genéricas   da   formação   e   as   especificidades   de   cada   operação   e   função.   A   formação  

operacional  assume   importância  crítica,  pois  é  a  que  articula  os  conhecimentos  previamente  

adquiridos,   com  a   realidade  operacional   especifica   do   local   de   trabalho,   no   entanto  deve-­‐se  

apostar  em  complemento  numa  formação  interdisciplinar  operacional  no  âmbito  do  sector  da  

restauração   e   hotelaria,   na  medida   em   que   é   a   que  mais   valor   acrescentado   poderá   trazer  

tanto  ao  profissional  de  restauração,  como  para  a  própria  empresa,  especialmente  tendo  em  

conta  o  presente  clima  de  crise.  

 

No   final   da   sessão   a   empresa   HIG   internacional   apresentou   um   conjunto   alargado   de  

propostas   de   fardamentos   profissionais   para   os   profissionais   do   setor   da   restauração   e   do  

alojamento.  

 

Como   complemento   ao  Workshop   a   Escola   Superior   de   Estudos   Industriais   e   de   Gestão   do  

Instituto   Politécnico   do   Porto   -­‐   ESEIG-­‐IPP   dinamizou   da   parte   da   tarde   um   conjunto   de  

workshops  práticos  e  técnicos  subordinados  aos  seguintes  temas:  

-­‐  À  mesa  com  a  ciência  (Projeto  de  Colaboração  com  a  Ciência  Viva);  

-­‐  A  Copo  –  promovido  pela  ViniPortugal  

-­‐  Cozinha  com  Chefe  Renato  Cunha  (Restaurante  Ferrugem)  Caviar  português    

-­‐  Serviço  de  Bar:  novas  tendências  e  estilos  

 

Esta  iniciativa  está  integrada  no  ciclo  de  workshops  do  projeto,  subordinados  a  temáticas  que  

determinam  a  competitividade  do  setor,  a  realizar  em  algumas  localidades  do  país  com  foco  na  

Região  do  Douro,  na  perspetiva  de  se  construir  uma  visão  estratégica  para  o  setor  como  um  

todo  e  para  as  unidades  de  restauração,   identificando  as  suas  áreas  críticas  e  os   fatores  que  

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determinarão  o  sucesso  desta  atividade  no  futuro  visando  a  sua  perfeita  integração  na  cadeia  

de  valor  do  setor  do  turismo.  A  iniciativa  foi  transmitida  em  direto  para  a  internet  através  da  

página  de  facebook  do  projeto  e  as  apresentações  estão  já  disponíveis  no  website  do  projeto.  

 

Mais  informações  sobre  o  workshop  e  o  projeto  Restaurante  do  Futuro  estão  disponíveis  no  

website  do  projeto  ‘Restaurante  do  Futuro’  www.restaurantedofuturo.com  e  no  Facebook  em  

https://www.facebook.com/ProjectoRestaurantedoFuturo