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Unidade 1- princípios Continuação: Unidade 01 1.1- Abertura da sucessão: -momento- princípio da saisine - pressupostos: morte do de cujus e existência de herdeiro - efeitos: foro competente, lei aplicável vigente à abertura da sucessão, posse direta do inventariante e indireta dos (co)herdeiros, transmissão por comoriência 1.2 - Espécies de sucessão: legítima, testamentária, a titulo universal 1.3 - Capacidade sucessória. 1.4 - Proibição de pactos sucessórios Unidade 2: ACEITAÇÃO E RENÚNCIA À HERANÇA 2.1 Conceito. 2.2 - Formas e requisitos. 2.3 - Irretratabilidade da aceitação da renúncia. 2.4 Efeitos. UNIDADE 4 - A ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA 4.1 - A sucessão legítima e suas regras. 4.2 - A vocação dos herdeiros legítimos. 4.3 - Herdeiros ascendentes. 4.4 - Herdeiros descendentes. 4.5 - Direitos hereditários do cônjuge e da companheira. 4.6 - Herdeiros colaterais. UNIDADE 3 - A EXCLUSÃO DE HERDEIROS POR INDIGNIDADE E A DESERDAÇÃO 3.1 - Conceitos e sujeitos da indignidade e da deserdação. 3.2 - Causas legais de exclusão e de deserdação. 3.3 - Processos de exclusão e de deserdação. 3.4 - Efeitos da exclusão e da deserdação. 3.5 - Atos de disposição praticados pelo herdeiro aparente. UNIDADE 5 - A SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA 5.1 - Conceito é fundamentos. 5.2 - Restrições a liberdade de testar. 5.3 - Caracteres jurídicos do testamento. 5.4 - O formalismo testamentário. UNIDADE 6 - CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA 6.1 - Capacidade é legitimação: ativa e passiva. 6.2 - Os incapazes de testar. 6.3 - Os impedidos de receber por testamento. -Espécies de TESTAMENTO a) Testamentos público, particular e cerrado b) Testamentos militar, aeronautico, marítimo c) Os codicilos -Disposições testamentárias e cláusulas restritivas à legítima UNIDADE 7 - A REVOGAÇÃO DOS TESTAMENTOS 7.1 - Revogação, invalidação é ineficácia dos testamentos. 7.2 - A revogação expressa dos testamentos. 7.3 - A revogação tácita das deixas testamentárias. 7.4 - Casos de revogação presumida dos testamentos. UNIDADE 8 - OS LEGADOS 8.1 Conceituação. 8.2 - Espécies de legados. 8.3 Efeitos. 8.4 Caducidade. UNIDADE 9 - O DIREITO DE ACRESCER Resumo Direito das Sucessões Cronograma de estudos

Resumão Direito Das Sucessões

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Page 1: Resumão Direito Das Sucessões

Unidade 1- princípios Continuação: Unidade 01

1.1- Abertura da sucessão: -momento- princípio da saisine - pressupostos: morte do de cujus e existência de herdeiro - efeitos: foro competente, lei aplicável vigente à abertura da sucessão, posse direta do inventariante e indireta dos (co)herdeiros, transmissão por comoriência

1.2 - Espécies de sucessão: legítima, testamentária, a titulo universal 1.3 - Capacidade sucessória. 1.4 - Proibição de pactos sucessórios

Unidade 2: ACEITAÇÃO E RENÚNCIA À HERANÇA 2.1 – Conceito. 2.2 - Formas e requisitos. 2.3 - Irretratabilidade da aceitação da renúncia. 2.4 – Efeitos.

UNIDADE 4 - A ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA 4.1 - A sucessão legítima e suas regras. 4.2 - A vocação dos herdeiros legítimos. 4.3 - Herdeiros ascendentes. 4.4 - Herdeiros descendentes. 4.5 - Direitos hereditários do cônjuge e da companheira. 4.6 - Herdeiros colaterais.

UNIDADE 3 - A EXCLUSÃO DE HERDEIROS POR INDIGNIDADE E A DESERDAÇÃO 3.1 - Conceitos e sujeitos da indignidade e da deserdação. 3.2 - Causas legais de exclusão e de deserdação. 3.3 - Processos de exclusão e de deserdação. 3.4 - Efeitos da exclusão e da deserdação. 3.5 - Atos de disposição praticados pelo herdeiro aparente.

UNIDADE 5 - A SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA 5.1 - Conceito é fundamentos. 5.2 - Restrições a liberdade de testar. 5.3 - Caracteres jurídicos do testamento. 5.4 - O formalismo testamentário. UNIDADE 6 - CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA 6.1 - Capacidade é legitimação: ativa e passiva. 6.2 - Os incapazes de testar. 6.3 - Os impedidos de receber por testamento.

-Espécies de TESTAMENTO a) Testamentos público, particular e cerrado b) Testamentos militar, aeronautico, marítimo c) Os codicilos

-Disposições testamentárias e cláusulas restritivas à legítima UNIDADE 7 - A REVOGAÇÃO DOS TESTAMENTOS 7.1 - Revogação, invalidação é ineficácia dos testamentos. 7.2 - A revogação expressa dos testamentos. 7.3 - A revogação tácita das deixas testamentárias. 7.4 - Casos de revogação presumida dos testamentos.

UNIDADE 8 - OS LEGADOS 8.1 – Conceituação. 8.2 - Espécies de legados. 8.3 – Efeitos. 8.4 – Caducidade. UNIDADE 9 - O DIREITO DE ACRESCER

Resumo Direito das Sucessões

Cronograma de estudos

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UNIDADE 1 - PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO SUCESSÓRIO até pag. 40 livro gonçalves.

Do Código Civil sobre o Direito das Sucessões (art. 1784)

-

1.1 - Abertura da sucessão: momento (Princípio da Saisine), pressupostos, efeitos.

A sucessão representa o movimento de substituição de um ente por outro em direitos e obrigações. Existe, no direito a sucessão inter vivos (o comprador sucede o vendedor nos direitos a um bem). Aqui, no entanto, interessa apenas a sucessão inter mortis. Segundo Gonçalves: “O referido ramo do direito disciplina a transmissão do patrimônio (o ativo e o passivo) do de cujus (ou autor da herança) a seus sucessores.”. O ativo, aqui, representa o patrimônio deixado pelo de cujus. O passivo representa as dívidas e obrigações. “ er er e u so r o e ue se c ue os e s e s s os cr os e os os os re os e s o r es s re e s es e es e ue er u r o ec o e s ue co r e e or ro os s es e ue r s ss e s” ( 35 Go es). Ambos (ativo e passivo) compõe o espólio, universalidade composta pela massa de bens deixados, sem personalidade jurídica (e que por isso necessita de um procurador direto: o inventariante).

Legitimidade ad causam

-Apesar de o espólio não ser dotado de personalidade jurídica, o direito dá-lhe legitimidade ad causam, sendo representado ativa e passivamente pelo inventariante (CPC, art. 12, V, o que não ocorre, porém, se ele for dativo, conforme o § 1º) ou pelo administrador provisório, se o inventário ainda não tiver sido instaurado (CPC, art. 986).

9.1 – Conceito. 9.2 - O direito de acrescer entre co-herdeiros. 9.3 - O direito de acrescer entre co-legatários. 9.4 - Casos de inocorrência do direito de acrescer. UNIDADE 10 - AS COLAÇÕES 10.1- Conceito é finalidade. 10.2- Bens é valores sujeito à colação. 10.3- Dispensa da obrigação de colacionar. 10.4- Formas é prazos da colação. 10.5- A ação de sonegados. UNIDADE 11 - O CÁLCULO DA LEGÍTIMA 11.1- Legítima e porção disponível. 11.2– Doações e deixas oficiosas é inoficiosas. 11.3- A redução das deixas testamentárias e dos legados.

UNIDADE 12 - O INVENTÁRIO 12.1- Conceito é natureza jurídica do inventário. 12.2- O foro do inventário. 12.3- O inventariante é suas atribuições. 12.4- Impugnação à nomeação e remoção do inventariante. UNIDADE 13 - O INVENTÁRIO : RITOS 13.1- Diferenças entre o inventário solene e arrolamento. 13.2- O arrolamento por acordo dos herdeiros (sumário). 13.3- O arrolamento pelo valor dos bens (comum). 13.4- Adjudicações. UNIDADE 14 - O PAGAMENTO DAS DIVIDAS 14.1- Dívidas do hereditando e dívidas do espólio. 14.2- Pagamento de dívidas nos pontos do inventário. 14.3- O envio dos credores às ações próprias. UNIDADE 15 - A PARTILHA 15.1- Regras gerais da partilha. 15.2- A observância de disposições testamentárias sobre a forma de partilha. 15.3- Partilha judicial e partilha amigável. 15.4- Nulidade, anulabilidade, prazos, legitimação. 15.5- Retificação da partilha e sobrepartilha.

Page 3: Resumão Direito Das Sucessões

A sucessão se opera historicamente pelo principio da afeição ou afetividade, considerando que o herdeiro

possui o direito fundamental constitucional de sê-lo haja vista o vínculo emocional ou sanguíneo com o de

cujus. (art. 5º, XXX, CF). Tal premissa também fundamenta o conceito de propriedade, considerando que

uma vez adquirida, é um direito perpétuo. Mas esse não é o único modelo possível: se acaso a sucessão

não fosse um direito, os bens do de cujus voltariam para o Estado. Nesse caso, porém, é discutível o

conceito de propriedade, considerando que nesse modelo a propriedade seria mero usufruto, por não

conferir aos seus titulares capacidade de dispor de seus bens pós-mortem.

-Momento de sucessão: Delação ou Devolução Sucessória

Como o ordenamento jurídico não admite direito subjetivo sem que haja para ele titular, o momento da

sucessão é prelecionado pelo Principio da Saisine: “o próprio defunto transmite ao sucessor o domínio e a

posse da herança (le mort saisit le vif). Ou seja, o momento da abertura da sucessão é automático e é o

mesmo momento da morte real do de cujus, independentemente da ciência,anuência ou existência de

herdeiros. Por essa razão o de cujus também é chamado de autor da herança, e somente pode ser pessoa

física.

Pressupostos da sucessão:

a) morte do de cujus (ou a sua presunção)

b) herdeiro sobrevivente, segundo a ordem de vocação hereditária (sendo

o estado considerado herdeiro, em último caso).

ara ue a transmiss o ten a u ar necess rio por m a ue o erdeiro e ista ao tempo da de a o e

b) que a esse tempo n o se a incapa de erdar

-Morte presumida: é possivel declarar a chamada morte presumida, nos casos em que não houver como constatar a morte real e em casos em que a ausência do indivíduo tiver sido declarada. Nesses casos, a lei poderá autorizar a abertura de sucessão provisória ou definitiva (arts. 6º e 7º CC). Morte presumida: ingresso dos herdeiros com ação declaratória para declarar a presunção da morte, quando o corpo não tiver sido encontrado. A sentença irá declarar data do provável falecimento. Caso de naufrágios, guerras, etc. “A ei autori a os erdeiros do ausente num primeiro momento a in ressarem com o pedido de a ertura de sucess o pro isória e depois de passados de anos da a ertura dessa sucess o o ausente n o ti er retornado ou n o se ti er confirma o de sua morte os erdeiros poder o re uerer a sucess o definiti a ue tam m ter a dura o de de anos ode-se ainda re uerer a sucess o definiti a pro ando-se ue o ausente conta anos de idade e ue de cinco datam as timas notícias de e art on a es p

Efeitos da abertura da Sucessão:

a) Lei competente: regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura

daquela (CC, art. 1.787). -Quando da abertura da sucessão (=morte), tal processo seguirá a lei vigente

nesse momento- casos de mudança de interpretação de tema por lei anterior (filhos legitimos e ilegitimos

antes CF mas abertura da sucessão após sua vacacio legis).

*O tempo da abertura da sucessão é importante pois irá influenciar outros atos posteriores, gerando efeitos retroativos. É o exemplo do cálculo do ITCM: Sum 112, STF: “ os o e r s ss o c us or s e o e uo e e o e o er ur sucess o”. * Mesmo que seja editada lei com previsões diferentes, após a abertura da sucessão, não será válida. O que se aplicará será a lei vigente no dia da abertura (ver vacatio legis), independentemente se mais benéfica ou não. Isso se aplica também as normas sobre a redação do testamento. b) Posse dos Bens: Entre a abertura da sucessão e a efetiva partilha, o direito à posse e propriedade da herança dos coerdeiros é indivisível (somente sucessao legitima). (Art. 1791). Assim, aplicam-se as normas referentes a condomínio, sendo destinada a posse direta ao herdeiro-inventariante, e os demais coerdeiros

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são possuidores indiretos (a coexistência de uma posse não anula a outra, o que justifica a capacidade de proposição de interdito possesório por qualquer um deles ). Nos casos em que houver Sucessor Universal (herdeiro único), este continua de direito a posse do seu antecessor, com os mesmos caracteres (art. 1.206).1 c) Comoriência: o herdeiro que sobrevive ao de cujus, ainda que por um instante, herda os bens deixados

e os transmite aos seus sucessores, se falecer em seguida. A sequencia de transmissao de bens não se

opera quando não for possível determinar a hora exata da morte, e para esses casos a lei presume que a

morte tenha sido simultânea (art. 8º CC).

“Quando duas pessoas morrem em determinado acidente, somente interess s er u e s orreu r e ro se u or er e r ou e e c r ou r . o co r r o e s e u uer eresse ur co ess es u sa. r c e e o resu o e or e s u e ue o e o o e o ou o or u e r r s er c e e s entre os comor e es u o er o ou ro. o o go anterior como o atual utili e ress o “ es e o o” r es r o o e o e o e ue o e cu us su s u o or seus er e ros s re es ur c s ue co e er ue es transmite. (...) Por conseguinte, se morre em aci e e c s se esce e es e sce e es se s er u orreu r e ro u o erda do outro. Assim, os colater s u er c r o co e o e enquanto os colaterais do mari o c r o co e o e e.” P 37.

d) Foro Competente:

Regra: O foro competente é o último domicílio do falecido (art. 1785,CC),mesmo que a morte tenha

ocorrido em lugar diverso deste ou no exterior.

Exceções: 1. Se o autor não possuia domicilio certo- a competência é o foro do local onde estão situados os

bens. 2. O lugar onde ocorreu o óbito: se o de cujus possuia bens em localidades diversas. (Art. 96, CPC)

Inventários simultâneos: s r s. . 3 e . o o e Processo r os c sos e ue se rocess e r os co u os. s e o r e ro ue u o ecer o c u e ee ro su rs e es r os e s o re or o s u s er s ser o e r adas e partilhadas cumulativamente, desde que os herdeiros de ambas sejam os mesmos.

Espécies de sucessão: legítima, testamentária e a título universal ou singular a)Sucessão Legítima ou Ab intestato: é a sucessão legal, que segue a ordem de vocação hereditária (herdeiros legítimos). Serve também de sucessão subsidiária, para os casos onde testamento existente for revogado, julgado nulo ou inválido, ou nos casos em que houver bens testados e não testados (art. 1.788, 2ª parte: a sucessão é simultaneamente legítima e testamentária, em relação a esses bens). *O testamento originariamente válido pode vir a caducar, isto é, a tornar-se ineficaz por causa ulterior, como a falta do beneficiário nomeado pelo testador ou dos bens deixados, sem que tenha sido nomeado substituto em seu lugar, por ruptura (destruição do documento) ou por anulação de suas cláusulas. b) Sucessão Testamentária: por disposição de última vontade. O testador pode fazer quantos testamentos quiser, sendo que os posteriores não necessariamente irão anular os anteriores (isso deve estar expresso ou ser possível constatar que as cláusulas testamentárias são incoerentes). O testador também pode

Page 5: Resumão Direito Das Sucessões

incluir bens diferentes em cada testamento, desde que observe a reserva da legítima dos herdeiros necessários (cônjuge/descendentes/ascendentes), se existirem. Os beneficiários da sucessão testamentária são chamados de herdeiros testamentários ou instituidos, quando sucederem a título universal. Mais comuns, os legatários são os beneficiários de sucessão testamentária agraciados a titulo singular, com um legado (bem individualizado). * capacidade para testar, prevalece a lei do tempo em - A posse dos legatários: Quanto aos legatários, a situação é diferente: adquirem a propriedade dos bens infungíveis desde a abertura da sucessão; a dos fungíveis, porém, só pela partilha. A posse, em ambos os casos, deve ser requerida aos herdeiros, que só estão obrigados a entregá-la por ocasião da partilha e depois de comprovada a solvência do espólio. c)Sucessão a título universal ou singular: o de cujus pode definir a destinação dos seus bens a pessoas determinadas, ou não. A sucessão legítima sempre será a título universal, e a testamentária poderá ser a titulo universal ou singular. Herdeiro é o sucessor a titulo universal, que receberá quota da universalidade de bens deixados. Legatário é aquele que recebe bem pré-definido pelo de cujus (bem chamado de legado), através de testamento. O testador e o e e c r o u e cer o e e er o e o o e o co o u e cu o ou u erre o or e e o. Pode ocorrer a sucessão a título universal pela via legítima ou pela via testamentária se o testador não possuir herdeiros necessários, sendo que a totalidade (universalidade) dos bens poderá ser destinada a uma só pessoa pela via testamental. Nesses casos não será lavrado auto de partilha, mas sim de adjudicação quando do inventário.

Capacidade sucessória- legitimidade passiva para ação de inventário Independe da capacidade civil. A regra é que todos os herdeiros e legatários possuem capacidade sucessória, com exceção daqueles expressamente excluídos da sucessão. Mas há pontos controvertidos:

a) Apenas pessoa viva pode suceder, perdendo sua capacidade sucessória quando pré-morto. Para os herdeiros necessários, existe capacidade de representação aos descendentes. No caso dos legatários, só será válida a transmissão de legado se for nomeado substituto (o legado nao se transmite aos herdeiros do legatários pré-morto).

b) Pessoas ainda não nascidas: Herdeiros concebidos até 2 anos após a abertura da sucessão tem capacidade. Embriões in vitro podem ser considerados capazes.

c) Nascituros: será representado por curador (normalmente a mãe) e tem direito aos frutos percebidos desde a abertura da sucessão

d) Pessoa Jurídica: somente pode ser herdeira testamentária, desde que regularizada e) Outros: fundações ainda não criadas, quando o testador houver deixado bens para a sua criação

Proibição de pactos sucessórios

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Sucessão Contratual: é vedado que um contrato tenha por objeto herança de pessoa viva (art. 426, CC). A lei permite, no entanto, que seja realizada partilha em vida ou como ato de ultima vontade, desde que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários. Cessão de direitos hereditários: é permitida, desde que realizada antes da partilha e mediante outras exigências Sucessões irregulares: tipos de transmissão sucessória não recepcionados pelo código civil, que seguem normas próprias -transmissão de enfiteuse -transmissão de direitos autorais ao dominio publico, com a morte do de cujus sem herdeiros; ou a deixa aos co-autores, quando houverem

UNIDADE 2 - ACEITAÇÃO E RENÚNCIA À HERANÇA- pg. 87 Gonçalves

Os intitutos de aceitação e renúncia são alternativos, porque implicam sempre a inclusão/exclusão de um direito sobre TODA A HERANÇA. Não pode haver renúncia de uma parte, e aceitação de outra, ou a imposição de condição ou termo a sua escolha. Ou se aceita ou se renuncia a tudo.

Essa alternatividade não envolve aos herdeiros que são e r os. Esses podem ce r er e renunciar ao legado, e vice-versa, ou a ambos, se ue sso re u ue e c o e o e s u es or ue or e u s o er o erfere com a do legado, distintas que s o objetiva e subjetivamente.

ACEITAÇÃO: Conceito “ com a abertura da sucessão. É uma confirmação, já que a aquisição de direitos sucessórios não depende z ” Sua necessidade se justifica pelo fato de que ninguém é obrigado a ser herdeiro ou legatário, apesar de possuir esse direito. Como o direito protege o direito à sucessão, a aceitação nada mais é do que uma confirmação da vontade do herdeiro/legatário, tendo os direito já sido transmitidos a eles com a abertura sucess o. “ ce o e or o e e o re ro-o er e. s re os ere r os o sce co e s re ro e u o c e e e e e s o o o u or er .” Go es . 88 Enquanto a aceitação é um ato de confirmação da vontade do herdeiro, que não depende de formalidades, sua outra alternativa é a renúncia a esses direitos. Para salvaguardar a vontade do de cujus em destinar seus bens a pessoa específica, o ordenamento prevê que a renúncia necessita de manifestação expressa e inequívoca de vontade. Como o herdeiro só responde pelas obrigações que forem proporcionais à herança, a sua aceitação não o obrigado a pagar os débitos a ela superiores. E, por isso, o seu silêncio (aceitação tácita ou implícita) não pode ser compreendido como a assunção de todas as dívidas do espólio.

RENÚNCIA: Conceito Também chamada de repúdio, é quando “ ” da sua capacidade sucessória. É obrigatória forma solene e expressa (escrita) e feita por instrumento público ou termo judicial, lançado nos autos do inventário. Não se admite renúncia tácita ou presumida, porque constitui abdicação de direitos, nem promessa de renúncia, porque implicaria ilegal pacto sucessório. A renuncia é irretratável, mas poderá ser tornada inválida pela não observação da forma solene e dos requisitos de capacidade exigidos (falta de representação de herdeiro incapaz, renuncia feita por ato

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particular, sob dolo ou coação, sem anuência do cônjuge, etc.) Também poderá ser tornada ineficaz, pela suspensão temporária dos seus efeitos pelo juiz, a pedido dos credores que tiverem sido por ela prejudicados. Há duas espécies de renúncia: -Abdicativa: é a renúncia pura e simples, quando o herdeiro abre mão de sua condição e perde o direito sucessório, sem indicar a quem cede esses direitos. -Translativa: O herdeiro em um só ato renuncia em favor de determinada pessoa, citada nominalmente. Alguns autores entendem que ele está praticando dupla ação: aceitando tacitamente a herança e, em seguida, doando-a. (Isso o se co u e co oss e e re r o e o “re ú c r s ” o o e 9 6!) Pressupostos da aceitação: Não há rigor formal exigido para a aceitação, que pode ser: a) tácita: aceitação pela conduta do herdeiro, que mantém a posse de bens e intervém no inventário b) expressa- somente por escrito, como através de uma declaração por carta simples ao juiz. Não é admitida aceitação oral. c) implícita: o herdeiro permanece em silêncio, mesmo se notificado a dizer se aceita ou não a herança. Exceções art. 1805, CC: “ o o e r e ce o e er os os o c osos co o o u er o o os er e e co ser r os ou os e s r o e u r ro s r .- A ação do INVENTARIANTE não necessariamente implica na sua aceitação (ex. Abertura do inventário, manutenção para a não deterioração dos bens) o o or u e e ce o cess o r u ur e s es er os e s coer e ros”- essa cessão é na verdade a renúncia em favor dos demais

Prazo: Pelo CC/02, o prazo para aceitação ou renuncia é de 10 anos. Se ao herdeiro não for requerido manifestar-se em prazo certo, ele poderá renunciar até o 10 ano, e após esse momento sua aceitação será presumida e inalterável. Quem pode aceitar:

a) o herdeiro, quando vivo b) seus descendentes, quando pré-morto ou morto antes de aceitar (apos abertura do inventario),

pelo direito de representação: O herdeiro que falece antes de aceitar, morre na posse de um direito, que é trans ss e or sucess o ere r u o o os os ou ros o es o. esse c so seus herdeiros deverão declarar a aceitação duas vezes, nessa ordem: primeiro pela herança do “ ” (c e se u er e o e o os er or) r e o s er reito à herança “ o ” ( r e r o s ec o cro o co) .

** O direito de representação só vale para os herdeiros legítimos. Para os testementários, deverá haver pessoa indicada para substituí-lo, quando pré-morto. Outro caso é o de legado deixado mediante condição suspensiva: morrendo o legatário antes de seu implemento, seus descendentes não terão direito à representação.

c) Seu procurador constituido por mandato d) Tutor ou curador de um dos herdeiros e) Credor de um dos herdeiros, mediante autorização judicial

Pressupostos da Renúncia:

Page 8: Resumão Direito Das Sucessões

Irretratabilidade da aceitação da renúncia

O CC/16 permitia a conversão da aceitação em renúncia, caso o herdeiro mudasse de idéia, o que era chamado de “re ú c r s . O que ocorria nesses casos era que por decidir renunciar, se beneficiaria os demais herdeiros, transmitindo a sua quota àqueles, o que exigia o pagamento de imposto inter vivos, desde que o ato não prejudicasse credores.

Tal possibilidade foi extinta pelo Novo Código Civil, sendo hoje a aceitação e a renúncia rre o e s e irretratáveis. Isso não se confunde com o instituto da cessão, que implica aceitação prévia (?). Anulação da aceitação: quando se verifica que apesar de aceitar, o herdeiro não possui direito sucessório. Ex: ascendente que é chamado pela linha de vocação hereditária, mas que em momento posterior se verifica a existência de descendente, ou quando um colateral já aceitou a herança mas se verifica a existência de um testamento que destina os bens a pessoa diversa, etc. Efeitos da aceitação e renúncia: Ambas são s e s e co c o s. er e ro ue ce er co u osse o e cu us su -ro o-se e seus re os e o r es, ocorrendo o contrário na renúncia.

UNIDADE 3 - A EXCLUSÃO DE HERDEIROS POR INDIGNIDADE E A DESERDAÇÃO

a) declarados indignos — A legitimidade passiva é a regra e a ilegitimidade, a e ce o: “Le -se a suceder as pessoas nascidas ou co ce s o o e o er ur sucess o” ( art. 1.798). Só não se legitimam, portanto, as expressamente excluídas. Ressalvou-se o direito do nascituro, por já concebido. — O citado art. 1.798 refere-se tanto à sucessão legítima quanto à testamentária. — Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: a) os filhos, ainda não concebidos (prole eventual), de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão; b) as pessoas jurídicas; c) as pessoas jurídicas cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação (art. 1.799). 3.1 - Conceitos e sujeitos da indignidade e da deserdação. 3.2 - Causas legais de exclusão e de deserdação. 3.3 - Processos de exclusão e de deserdação. 3.4 - Efeitos da exclusão e da deserdação. 3.5 - Atos de disposição praticados pelo herdeiro aparente.

UNIDADE 4 - A ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA (Art. 1.829) O chamamento é feito por classes, sendo que a mais próxima exclui a mais remota. Se existirem pessoas na primeira classe, ficam excluidos os da segunda, e assim sucessivamente. Por isso diz-se que tal ordem é preferencial. Dentro das classes, a preferência estabelece-se pelo grau: o mais afastado é excluído pelo mais próximo. O art. 1829 estabelece a ordem de vocação hereditária dos cônjuges, mas é feita interpretação extensiva aos companheiros nesses casos. Assim, todas as disposições atinentes aos cônjuges aplicam-se aos companheiros, quando possivel.

Page 9: Resumão Direito Das Sucessões

*A União não mais figura na Ordem de vocação, mas será beneficiada nos casos em que inexistirem as

classes anteriores, o que é chamado de herança jacente ou vacante.

Primeira Classe: Sucessão dos Descendentes em concorrência com o Cônjuge

-O cônjuge SOMENTE concorrerá como herdeiro junto aos descendentes quando casado no regime da

convencional (posição majoritária, ainda que haja controvérsias doutrinárias e jurisprudenciais na aplicação desse

dispositivo), no regime da e o e cu us ossu e s r cu res e u o c s o o re e

final dos aquestos (regime hibrido, que funciona como separação convencional no casamento e

comunhão parcial quando da dissolução, inexistindo bens comuns salvo aqueles em condomínio).

-Ademais, para ser herdeiro não poderá estar separado judicialmente (com o trânsito em julgado da sentença), ou

separado de fato por tempo superior a 2 anos.

-Logo, conclui que o conjuge não concorre se: casado com o falecido no regime da comunhão universal (so tem direito a

legitima de 50% dos bens), no regime da separação obrigatória de bens (art. 1641: casamento com causas suspensivas, maiores

de 70 anos e suprimento judicial para casamento), e no regime da comunhão parcial, quando inexistirem bens particulares.

Observações:

- Os filhos sucedem por cabeça (ou direito próprio), e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe (representação) (art. 1.835) -Reserva da 4ª Parte: (aplicavel somente a quarta parte dos bens particulates no caso da comunhão parcial de bens)

Quando o conjuge concorre com filhos comuns que tiver com o de cujus, ele tem direito a quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança. Assim, no caso de haverem mais de 3 filhos, primeiro será retirado ¼ para o cônjuge, e o restante partilhado entre os descendentes, ficando eles com quinhão inferior a seu pai/mãe. - Se, no entanto, o cônjuge não for ascendente de todos ou de alguns dos herdeiros (filiação híbrida: enteados, filhos unilaterais), seu quinhão deverá ser igual a dos filhos. SO HÁ RESERVA DA 4ª PARTE QUANDO TODOS OS FILHOS FOREM COMUNS, Sendo a herança dividida igualmente entre o número de herdeiros, incluido aqui o cônjuge.

Sucessão dos Ascendentes: Art. 1829, II:

Os ascendentes são chamados quando não houverem descendentes de qualquer grau (filhos, netos,

bisnetos). Os cônjuges ou companheiros sobrevivos herdaram em concorrência independentemente do

regime de casados.

Aqui, existem alguns aspectos importantes:

a) “o r u s r o e c u o s re o o se s o de s” ( º) b) “ e o u e e r u e ers e em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo ou r os er ” ( º). I or e c) “O direito de representação dá-se na linha reta descendente mas nunca na ascendente”. art. 1.852 Com base nisso, é possivel afirmar que não havendo prole, herdam os genitores do falecido, em partes iguais (por direito próprio). Se apenas um está vivo, recebe a totalidade da herança, ainda que estejam vivos os avós, pais do genitor falecido, pela impossibilidade de representação. No caso da concorrência com o cônjuge, a divisão ocorre da seguinte forma:

Page 10: Resumão Direito Das Sucessões

a) De cujus deixa pai e mãe- a herança é dividida em 3 partes iguais entre eles e o conjuge b) De cujus deixa pai ou mãe, e cônjuge- divide-se tudo meio a meio c) De cujus não tem/deixa pais, mas deixa avós ou bisavós- conjuge fica com 50%, dividindo-se o

restante igualmente entre as linhas (materna/paterna) do grau mais próximo.

Sucessão dos Cônjuges

o e e reco ec o re o sucess r o o c u e su rs e conforme o art. 1830 se o e o

or e o ou ro o es se r os u c e e com sentença transitada em julgado e

se r os e o s e o s os (extinta a affectio societatis), salvo prov es e c so e ue ess

co c se or r oss vel sem culpa do sobrevivente (apesar de a EC 66/10- PEC do Divorcio ter

extinguido a discussão da culpa na separação)

. Morrendo um dos c u es o curso o e rc o re o e co ers o e se r o e rc o

ou de se r o u c e ue-se o rocesso. ess ese o es o c o ou ro o ser e

se r o u c e e ou orc o s e ú o. co sor e so re o ser c o er r se

o casamento or ec r o u o ou er ser u o se e o - es e ue sucess o se r es

se e u r ( r . .56 e o)

O cônjuge sobrevivente, independentemente do regime de bens adotado, possui direito a herança e à

reserva de legítima, portanto, não poderá ser totalmente excluido por sucessão testamentária. Assim,

mesmo quando não houver meação, na ausência de testamento e das classes anteriores, irá o cônjuge

supérstite recolher todo o patrimônio da herança.

Igualmente, possui o direito real de habitação em relação ao imóvel de sua residência, desde que fosse o

único a inventariar, enquanto for viúvo (o conjuge pode no entanto renunciar a esse direito) . A

interpretação é que esse direito cessa caso o viuvo contrair novas nupcias ou contituir união estável. (art.

1831).

Sucessão dos Companheiros- art. 1790

A CF/88 reconhece a união estável como entidade familiar, mas é controverso se estabeleceu isonomia em

relação ao casamento. O novo Código Civil traz a união estável dentro do ca u o e re o e e

os r s. 6º e 7 3º reco ece or co o re o soc e u o es e e re o o e e

mulher como entidade familiar, mas no direito das sucessões o companheiro é prejudicado em relação ao

cônjuge pelas seguintes razões:

- r . 79 res r e o re o o co e ro os e s ue e s o u r os o eros e e

c u o es e

-não inclui os companheiros no rol de herdeiros necessários, trazido no art. 1829, o que implica que

inexistindo ascendentes e descendentes, o companheiro irá concorrer com os colaterais em 1/3

- s o e re co corr c o co e ro co os co u s ou s o ec o

- re o re o e s e e o ue cou er os ue esce ere so e e o u or er e

es e ece u er o co corr c co er e ros e ou r s c sses ue o os esce e es o

ec o e o r u o o co corr c co os e s er e ros

-Direito Real de Habitação: antes do CC/02, apenas a lei 9.278/96 tratava do tema. Hoje, em favor do direitos real de habitação dos companheiros, há o argumento pelo Enunciado 117/2002 do Conselho da Justiça Federal, que sustenta a equiparação do companheiro ao cônjuge por não ter

Page 11: Resumão Direito Das Sucessões

sido revogado o art. 7º, parágrafo único, da Lei n. 9.278/96, por interpretação analógica do art. 1.831 c/c art. 6º caput da CF/88.

Sucessão dos Colaterais: ordem de preferência:

1. Irmãos (uni/bilaterais) 2. Sobrinhos (Filhos dos irmãos com direito a representação) 3. Tios 4. primos-irmãos, sobrinhos-netos e tios-avós (colaterais em quarto grau). Como não existe

representação,sucedem por direito próprio, herdando todos igualmente, sem qualquer distinção.

- Direito de representação dos filhos de irmãos: os filhos de irmãos pré-mortos podem representar em

nome de seus pais, mesmo que haja tios vivos, mas a representação não se extende aos netos. Se todos os

irmãos forem pré-mortos, mas houver sobrinhos, estes herdam por cabeça.

- Divisão de quinhoes entre irmãos bilaterais (germanos) e unilaterais: os unilaterais tem direito a metade

do quinhão dos bilaterais, quando há irmãos das duas naturezas. Quando todos os irmãos forem bilaterais

ou unilaterais, herdam todos por cabeça, na mesma proporção. A disparidade de proporções se extende

também aos filhos dos irmãos.

SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA

Estrutura-se pela figura do testamento. O testamento é um ato tratado de forma especial. O testamento não é um contrato; é um ato personalissimo, intransferivel

(não se faz por procuração, é necessária a presenca da pessoa do testador).

A principal caracteristica do testamento é a revogabilidade; é um ato essêncialmente revogável. Isso porque o testamento só entra no plano da eficácia com a morte;

antes, é válido, mas sem eficácia. Em tese, a pessoa faz de seu patrimônio o que quiser. Esta regra encontra ressalvas.

Em havendo herdeiro necessário (descendentes, ascendentes e cônjuge) teremos a

divisão em parte legitima e parte disponivel. Não havendo herdeiro necessário, pode-se testar todo o patrimônio, com alguma ou outra exceção.

No momento da abertura da sucessão é calculada a legitima, e, caso havendo, a parte a ser testada.

Art. 1847. Caso não houver herdeiro necessário, testa-se para quem quiser, salvo os casos do 1801:

A pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos; há ressalvas em algumas especies de testamento.

As testemunhas do testamento; O concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de

fato do cônjuge há mais de cinco anos; O tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer,

assim como o que fizer ou aprovar o testamento.

Cláusulas restritivas e legítima

Basicamente, serão três as cláusulas restritivas: inalienabilidade, incomunicabilidade é impenhorabilidade. Essas cláusulas SÃO AS ÚNICAS que podem afetar a parte

legitima, contanto que haja justa causa. Art. 1848 CC.

O testador poderá indicar quais bens comporão a legitima (art. 2014);

Page 12: Resumão Direito Das Sucessões

A legitima pode sofrer algumas situações. Como regra geral, o sistema proibe as cláusulas restritivas sobre a legitima. Por exceção, o sistema admite que a parte

legitima seja gravada dessas clausulas,desde que o testador, no momento de fazer o testamento, diga o causa de fazer isso. O sistema chama de justa causa. Ex.: a

parte legitima que cabera a Marcelo será inalienável em virtude de seu historico como toxicomania. A grande parte da literatura diz que seja qual for a justa causa, pode ser

discutida em juizo. Essa discussão será em ação autonoma. Desta forma, não se pode como regra gravar a legitima com as clausulas restritivas,

salvo se houver indicação de justa causa no testamento. O par. primeiro do art. 1848 diz, também, que não é permitido que o testador estabeleça a conversão dos bens

da legitima em outros da especie diversa: não pode obrigar que o herdeiro da legitima venda o bem que esta recebendo e compre outro, etc. (somente

poderá fazê-lo em relação aos legados)

Mediante autorização judicial e havendo justa causa, poderão ser alienados os bens

gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros.

Considerações importantes:

* O sistema exige a indicação de justa causa para que a legitima seja gravada com

uma das clausulas restritivas. * A justa causa poderá ser discutida em juizo em ação propria.

*Só vai ser aplicado a questão do 1848 se o sujeito morreu um ano após a entrada

em vigor do CC (11/01/2004), ainda que o testamento tenha sido feito na vigência do codigo anterior. (2042 CC).

*Observação ditada: O art. 1848 so é aplicável se houver a abertura da sucessão um

ano após a vigência do CC/02 (art. 2042 CC), ainda que o testamento tenha sido feito

na vigência da lei anterior. Se, no mesmo prazo de um ano, o testador não aditar o testamento para declarar a justa causa de clausula aposta a legitima, não subsistira a

restrição. Isso ocorre porque no sistema anterior o sujeito poderia gravar sem justa causa; então, com a entrada em vigor, o sujeito teve um ano para aditar é indicar a

justa causa. Quem não fez o aditamento, caiu a restrição. Geralmente, essas clausulas não ultrapassam o seu destinatário. Então, quando o herdeiro suceder, seu

herdeiro não tera a clausula.

Observações: - Não excede em duração a vida do herdeiro; agrega a esfera patrimonial do

herdeiro, mas quando este morrer, seus herdeiros não receberão o bem com a clausula.

- Poderá gravar por tempo determinado, mas acabará com a morte do herdeiro. - A clausula poderá ser absoluta ou relativa. Absoluta quando se relacionar a

qualquer pessoa; relativa quando for para pessoas ou grupos determinados

Ex.: Para um gremista não poderá alienar, para um colorado poderá.(RELATIVA)

A inalienabilidade importa na incomunicabilidade e na impenhorabilidade. (art. 1911). A reciproca NÃO é verdadeira.

Page 13: Resumão Direito Das Sucessões

* Clausula de incomunicabilidade: É o não alcance da figura do cônjuge. Apenas terá

lógica na comunhão universal. * Cláusula de impenhorabilidade: O testador diz que aquilo que esta deixando é

impenhorável. No entanto, poderá ser desfeita por decisão judicial em virtude dos credores do herdeiro. A impenhorabilidade não significa inalienabilidade.

Disposições testamentárias

-Regras proibitivas:

-instituir nomeação de herdeiro a termo (é possivel nomear o legatário a termo no

entanto) -instituir herdeiro ou legatário sob a condição captatória (pacto sucessório) : cláusula

pela qual o testador institui fulano herdeiro se ele, em seu testam ento, igualmente nomeá-lo seu sucessor.

-cláusula que beneficie pessoa incerta, cuja identidade não se possa averiguar

-cláusula que deixe a arbítrio do herdeiro ou 3ª o valor ao legado (inciso IV), pois tais atos são eminentemente personalíssimos.mas há duas exceções: a) valerá a

indicação do favorecido por terceiro, dentre duas ou mais pessoas mencionadas pelo testador; b) valerá, também, a determinação do valor do legado pelo herdeiro, ou

por outrem, quando se tratar de legado remuneratório de serviços prestados ao testador, por ocasião da moléstia que o vitimou.

-Regras permissivas:

-O legado pode ser deixado a herdeiro, chamando-se então , prelegado , e o

beneficiado fica numa dupla situação. As normas sobre legado se aplicam ao prelegado.

-Clausula em remuneração de serviços prestados ao testador, por ocasião da moléstia de que faleceu, ainda que fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem determinar o

valor do legado.

-Se o testamento nomear dois ou mais herdeiros, sem discriminar a parte de cada um, partilhar-se-á por igual, entre todos, a porção disponível do testador.

-Se as quotas dos herdeiros nomeados pelo testador não absorverem toda a herança, o que sobrar pertencerá aos herdeiros legítimos, obedecida a ordem da vocação

hereditária

DO TESTAMENTO

As principais caracteristicas estão na constituição do testamento como um ato personalissimo e essencialmente revogável. (Art. 1857 CC.) No testamento podemos

contemplar várias outras possibilidades que não se encontram no 1857. O conceito de testamento trazido pelo 1857 é extremamente reducionista. É possivel num

testamento reconhecer filho, perdoar indigno, gravar os bens da legítima de cláusulas restritivas (justa causa), designar deserdação, etc.

CARACTERISTICAS:

A) ato personalissimo. Isso gera uma serie de implicações, como a proibição de

realização por procuração. Quem testa é o testador, terceiro poderá no máximo

redigi-lo, em situações específicas. O ato testar é um ato privativo do testador.

Page 14: Resumão Direito Das Sucessões

Em hipotese alguma o sistema brasileiro admite testamento por

procuração, EM HIPOTESE ALGUMA. Não há formas de delegar.

Antigamente, antes da CF/88, não se admitia que se levasse anotações na hora da constituição do testamento, ainda tendo uma atenção mais especial quando a pessoa

tivesse uma instrução mais limitada. No entanto, hoje existe a possibilidade da pessoa se valer de anotações, inclusive pode levar quase que um esboco de

testamento. B) Testamento é um ato essencialmente revogável (art. 1969).

A revogabilidade é da essência do testamento, e qualquer cláusula em contrário é inválida. So passa a esfera da irrevogabilidade com a morte. Até a morte o testador

poderá fazer quantos testamentos quiser. Não há hierarquia nas formas testamentárias; vale o último.

Exceção: cláusula que reconheça filiação é irrevogável. O testamento so ira entrar no plano da eficácia depois do registro. Todo é

qualquer testamento passa pelo crivo de um juiz de direito, é esse juiz quem

atestará a sua validade. O juiz não irá declarar a nulidade do testamento, apenas não irá registrar. Caso o testamento for revogável, o testamento cai. Art. 1609, III. Deve-

se observar que caso o sujeito perdoa o suposto indigno por testamento, e este é anulado, em tese o perdão cai. Contudo, caso o perdão seja público, há decisões que

o perdão é ratificado. * O testamento é um ato causa mortis. Significa dizer que so produz efeito após a

morte do testador. c)NJ solene. Cada modalidade testamentária tem os seus requisitos próprios, mas

são sempre solenes. É preenchido por requisitos de validade que em sua medida devem estar presentes, sob pena de nulidade.

d) Testamento é um ato gratuito. Não estabelece vantagens ao testador. e) É um negócio juridico unilateral. Para se aperfeicoar basta uma única vontade,

a do testador. Por isso que o testamento não é contrato. A aceitação é mera caracteristica secundária; não é um elemento da essência do testamento. É a morte

que vai gerar o ingresso do testamento. É um ato de ultima vontade (NJ causa

mortis), negócio juridico unilateral que se aperfeicoa com uma unica vontade, a do testador.

____________________________________________________________________ OBS: Por ser ato personalissimo, o sistema civilista proibe o testamento conjuntivo,

ou testamento de mão comum ou mancumunado (testamento feito por duas ou mais pessoas). Art. 1863.- Esses testamentos são proibidos porque ferem algumas

caracteristicas essenciais do instituto testamentário, como a revogabilidade, e porque são pactos sucessórios.

Existem três espécies de testamentos vedados pelo ordenamento:

-Testamento simultaneo: quando 2 pessoas se juntam para testar em favor de 3º. P.ex.: A é B são casados e tem bens comuns, e testam juntos em favor de C ou D.

-Testamento reciproco: Quando um testa para o outro, no mesmo instrumento. -Testamento correspectivo: Aquele em que as disposições são em retribuição a

outras. Ou seja, as pessoas prometem se contemplar com alguns requisitos, no

mesmo instrumento. _________________________________________________________________

Capacidade testamentária:

Page 15: Resumão Direito Das Sucessões

Ativa (para testar): Pressupõe os mesmos elementos dos negócios juridicos classicos:

agente capaz, objeto licito, determinado, e forma prescrita e não defesa em lei. Alem desses requisitos, a capacidade testamentária exige que o testamento pressupõe

como um ato de inteligência é vontade. Cego, analfabeto, surdos, idosos e falidos podem testar.

O momento da verificação da capacidade é aquele no qual o testamento esta sendo redigido (tempo rege actum). Se o testador era capaz quando testou e

incapaz quando morreu, persiste o testamento.

Art. 1861: A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o testamento do incapaz valida com a superveniência da capacidade.

PODEM TESTAR OS CAPAZES E TODOS OS QUE PUDEREM EXPRIMIR SUA VONTADE, EM PLENO GOZO DAS FACULDADES MENTAIS (VONTADE): São eles

a) Absolutamente capazes com limitações: os cegos, analfabetos, só poderão

testar pela via publica b) Surdos (depende da sua capacidade cognitiva)

c) Testador que não fale portugues, só pelo testamento particular. d) Pródigos (Relativamente capazes) a doutrina entende que o pródigo teste

porque a alienação do prodigo é a limitação do seu patrimônio. e) Maiores de 16 anos (Relativamente capazes): podem testar livremente sem

necessidade de assistência ou qualquer outro plus. É uma exceção aberta pelo sistema.A justificativa que a literatura traz é que o testamento é personalissimo

é revogável, ou seja, poderá ser revogado é feito outro quantas vezes quiser. f) O suicidio logo após a confecção de testamento não o invalida.

g) Pessoas em idade avançada (mas lúcidos), ainda que proximos da morte. h) Sentimentos como a ira, colera, raiva, não geram a incapacidade testamentária.

Não PODEM TESTAR:

Art. 1860: Alem dos incapazes, não podem testar os que, no ato de faze-lo, não tiverem

pleno discernimento.

Incapazes: Menores de dezesseis anos (nulidade)

Relativamente incapazes: não podem testar os ébrios regulares, viciados em toxicos, alem do art. 4, II (excepcionais, sem desenvolvimento mental por completo).

Incapacidade por falta de discernimento, ou enfermidade mental: os doentes

mentais, alienados, perturbados mentalmente etc., são absolutamente incapazes.

Causa transitória (embriagados, drogados, surdos transitóriamente) que impossibilite a sua faculdade mental.

Obviamente que se a pessoa já esta interditada, o testamento será nulo de pleno

direito. Contudo, existe a possibilidade da pessoa ter testado antes da interdição, sendo resoluvel em juizo.

- Obs.: Na medida que o indio vai adentrando na sociedade não indigena, o sistema

Page 16: Resumão Direito Das Sucessões

entende que estará deixando de ser tutelado pelo seu sistema proprio

Impugnação da validade do testamento:

Somente é possível após a morte do testador por meio de ação anulatória de

testamento (rito ordinário). O prazo é contado da data do registro pelo juiz. A regra geral é que o nulo não convalida, mas o artigo representa uma

exceção:

PRAZO DECADENCIAL: Se não entrar com a ação em 5 anos a contar do registro, mesmo com causa de nulidade, convalidará.

Mais adiante, o art. 1909 traz prazo de 4 anos para a impugnação das disposições testamentárias (em separado, ainda que cause anulação parcial

do ato) eivadas de vício- erro, dolo ou coação. Discussão doutrina: o art. 1909

entende que o prazo para impugnação depende da causa da invalidade e não há termo inicial fixo, mas variável. Nos casos de nulidade por erro, dolo ou coação, a

doutrina entende que o prazo seria de 4 anos, a contar da data em que descobriu a verdade ou cessou a condição.

Registro do testamento:

É a judicialização do testamento. Ou seja, a verificação pelo juiz dos pressupostos de validade. Então, se todos os pressupostos estão previstos, pode-se lançar no

inventário. O art. 1126 do CPC trata do registro. Obs.: o testamento poderá ser anulado tanto no que tange a vicios de nulidade

quanto aos vicios de anulabilidade. Os vicios de nulidade recebem o prazo de cinco anos; já os de anulabilidade (vicios de consentimento, erro, dolo, coação, etc.),

teriam o prazo de quatro anos – par. unico do 1909. Em regra, relativamente incapazes refere-se a anulabilidade. Aqui, tratando-se de testamento, será questão

de nulidade, como os absolutamente incapazes. Os vicios de anulabilidade não

contam do registro, mas sim da ciência do vicio. Capacidade passiva testamentária- de receber: pessoas físicas e jurídicas, nascidas ou não, desde que conste expressamente no testamento (prole eventual é inseminação artificial,desde que concebidas até dois anos da abertura da sucessão). Por óbvio, Independe

da capacidade civil.

Não podem ser beneficiários do testamento: art. 1801,CC

- A testemunha não poderá ser beneficiária direta do testamento (art. 1801 e

incisos). Da mesma forma, aqueles que tiverem escrito o testamento a rogo do testador.

ESPECIES TESTAMENTÁRIAS

1. PUBLICO, LIVRO DE NOTAS, 2 TESTEMUNHAS 2. CERRADO, ENTREGA CEDULA,AUTO DE APROVAÇÃO, 2

TESTEMUNHAS

3. PARTICULAR, ESCRITO PELA PROPRIA PESSOA, LIDO A 3 TESTEMUNHAS COM ASSINATURA

Page 17: Resumão Direito Das Sucessões

São 3 espécies tradicionais (ordinários): o testamento público, cerrado e o particular.

Existem tambem outras 3 espécies especiais: Militar, marítimo e aeronáutico.

Testamento Publico

É o mais comum, frequente, é seguro. É escrito pelo tabelião em seu livro de notas de acordo com as declarações do testador feitas em lingua nacional, em presença de 2

testemunhas que devem assistir a todo ato. Os requisitos do testamento estão presentes no 1864 do CC.:

Procedimento:

* Ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou

apontamentos; Quem pode lavrar é o tabelião ou substituto legal, ninguém mais. O tabelião deve se certificar da identidade e da capacidade das pessoas envolvidas no

ato. A identidade do testador obrigatoriamente deve ser conhecida pelas

testemunhas. O tabelião poderá basear-se na minuta entregue pelo testador. * Lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas

testemunhas, a um so tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presenca destas e do oficial. É evidente que a leitura é essencial ao testador e as duas

testemunhas, que, já registrando, devem obrigatoriamente estarem presentes do inicio ao fim do ato. Não pode ter menos do que duas

testemunhas, mas pode ter mais. Após a leitura todos devem assinar. Observar o art. 1865. Neste caso a prática aconselha que se tenha no minimo uma

testemunha so para a assinatura. A presença das testemunhas durante todo o ato é imprescindivel. Há decisões que a testemunha não poderá sair em momento algum

da solenidade. Observar também o art. 1866.

PODEM TESTAR PELA FORMA PÚBLICA:

-Cegos :Art. 1867. Quando o testador for cego, o ato será lido duas vezes. O cego só

pode realizar testamento publico. O tabelião e uma testemunha lerão o testamento, cada um fazendo uma vez.

-O analfabeto só poderá testar pela via publica, não tendo a via cerrada e a via particular (art. 1872).

- Os inteiramente surdos, com a leitura do testamento por pessoa que designar.

-O MUDO E O SURDO MUDO NÃO PODEM testar pela via publica, porque não podem dizer ao testador a sua vontade (ainda que levem minuta) tendo em vista

que o testamento publico é feito pelo tabelião a partir das declarações do testador.

Data e assinatura

Assinatura a rogo: o testador não pode/sabe assinar, e designa que alguem assine por ele, o que tem que constar na cédula, nao bastando a

assinatura do tabelião.

A morte das testemunhas após a assinatura do testamento não o invalida Mesmo o testamento publico necessita de registro

A assinatura do testador e a data são requisitos de validade. Caso o testador

morre antes de assinar, o testamento não vale absolutamente em nada. Se uma

Page 18: Resumão Direito Das Sucessões

testemunha acompanhar todo o ato, inclusive a assinatura do testador, é antes de

assinar morre, não invalidara. Fecha-se o testamento com local e data.

TESTAMENTO CERRADO

É um testamento sigiloso (o seu teor, não a sua existência). Constitui-se em dois

atos: 1. cédula+entrega 2. auto de aprovação+cozimento Requisitos:

a) Cédula com entrega pessoal do testador b) 02 Testemunhas presentes na entrega da cédula e no auto de aprovação c) Lavratura do Auto de aprovação pelo Tabelião, e leitura perante o testador e as testemunhas d) Assinatura do testador e testemunhas no auto de aprovação, apontamento de data (essa é a data

que vale) e na cédula, na ultima página (ou um sinal se não houver espaço, e o auto em nova folha)

A cédula testamentária escrita pelo testador é entregue dobrada ao tabelião, que não lê o teor da cédula, mas lavra auto de aprovação, registrando o testamento sem

verificar o seu conteúdo. A segunda fase é a costura ou lacre do testamento, que após é devolvido ao testador. O auto de aprovação é juntado ao testamento, sem que

permaneça cópia no tabelionato, o tabelião irá apenas anotar o procedimento em livro com data e local (livro de notas).

-Aqui, pode o testador deixar a escritura da cédula a rogo de alguém (alguem escreve

o testamento), mas é obrigatória a sua assinatura. A cédula por ser digitada no

computador, desde que o testador rubrique todas as paginas. -A pessoa que escrever o testamento a rogo não pode ser nomeada herdeira

ou legatária. O tabelião é apto a escrever o testamento a rogo. -Pode fazer testamento cerrado o surdo-mudo, desde que saiba escrever.

-o auto de aprovação (escritura pública) é requisito de eficácia do testamento cerrado -é necessária a presença de duas testemunhas quando da entrega e do auto de

aprovação do testamento. As testemunhas não presenciam a escrita do testamento (é segredo).

- O rompimento do lacre da cédula testamentária invalida o testamento -A unica pessoa apta a romper o lacre é o juiz, quando do registro do testamento.

-O testamento cerrado poderá ser mantido com o Testamenteiro, que é pessoa que guarda o testamento.

-O testamento (cédula) pode ser feita em lingua estrangeira, mas o auto de aprovação apenas em lingua nacional.

-O rompimento do lacre antes do registo caracteriza revogação tácita do testamento

ou nulidade.

-Não podem os analfabetos e cegos realizar testamento cerrado (não sabem ler, e não será a cédula lida pelo tabelião, portanto, impossivel).

TESTAMENTO PARTICULAR

Requisitos:

a) Escrito de próprio punho pelo testador, ou digitado impresso e assinado.

Page 19: Resumão Direito Das Sucessões

b) Leitura e assinatura pelo testador perante 3 testemunhas (deve constar que

foi lido)

O testamento particular nao tem custo, mas possui maior fragilidade. A sua validade fica adstrita a confirmação do testamento pelas testemunhas no ato

do registro perante ao juiz, após a abertura da sucessão, sendo citados os herdeiros e as testemunhas.

A falta da assinatura das testemunhas é causa de nulidade da cédula. Não é

possivel relegar a escritura ou a assinatura a rogo.

O testamento particular pode ser escrito em lingua estrangeira, desde que as testemunhas compreendam. (e isso seja confirmado no registro).

Art. 1878, §único: ainda que alguma das testemunhas esteja ausente ou morra quando da abertura da

sucessão, atestando uma delas a validade do testamento em registro, poderá ser este confirmado pelo juiz.

____________________________________________________________________________________

****TESTAMENTO PARTICULAR SEM TESTEMUNHA*** Art. 1879- Testamento em circunstâncias excepcionais

-Causas de calamidade, risco iminente de vida do testador: é possível que o testador faça testamento particular,

dispensadas as testemunhas, desde que a circunstância excepcional conste da cédula. A sobrevivência do testador

não implica a caducidade do testador.

Ex: testador é sequestrado, está perdido numa selva, numa catástrofe natural

_____________________________________________________________

Testamentos especiais: Marítimo, aeronáutico e militar

Nessas três formas, o tabelião é substituido pelo comandante, e o livro de notas

pelo diário de bordo. Implica o risco de vida do testador, e necessita de confirmação caso o testador sobreviver. Essas são as únicas formas especiais possíveis, não sendo reconhecidas outras formas.

1. Testamento maritimo e aeronáutico

Art 1891. Esse testamento CADUCA (não entra no plano da validade) se o testador não morrer na viagem ou nos 90 dias subsequentes ao desembarque. Entende-se que a sobrevivência do testador implicaria na realização de testamento ordinário

em terra.

-O testamento não tem validade se o navio estiver parado e o testador puder descer e testar em solo firme.

Art. 1888. Pode testar quem estiver correndo risco de vida, a bordo de navio nacional, de guerra ou mercante, seja um barco de pesca ou um submarino (equiparam-se a navio desde

que tenham comandante e diário de bordo), ou em avião comercial ou militar, pela forma pública ou cerrada.

É obrigatório que esse tipo de testamento fique registrado no diário de bordo do navio/avião; para isso, deve haver comandante e diário de bordo. O testamento ficará com o comandante,

que fica encarregado de entrega-lo no primeiro porto/aeroporto nacional onde a aeronave/embarcação chegar, junto a anotação no diário de bordo.

Page 20: Resumão Direito Das Sucessões

- Forma do testamento maritimo/aeronautico: Se público, o comandante fará as vias do

tabelião, na presenca de duas testemunhas. Caso sendo o cerrado, o proprio testador ou alguem a seu rogo o fará, o cerrando e entregando a cédula ao comandante.

-Entre o maritimo e o particular, gera mais segurança o maritimo, tendo em vista ser na via publica. Mas, numa situação dessas, pode ser feito pelo particular.

-A hipotese do testamento maritimo fica condicionada do testador estar em algum risco de morte, e deve se presumir a condição de estar impossibilitado de desembarcar e testar. Para

o testamento ser válido, aquele que testou deve morrer dentro de noventa dias do desembarque. -O testador deve encontrar-se diante do surgimento de algum risco de vida é da

impossibilidade de desembarcar em algum porto onde possa testar por uma das formas ordinárias.

Cuidar a regra do 1892: não valerá o testamento maritimo, ainda que feito no curso de uma viagem, se ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinária. Cuidar a questão de, caso não haver tabelionato, o

testador procurar a autoridade diplomática para testar (já trabalhado no publico). –Regra flexibilizada, se justificavel a utilização da forma especial: impossibilidade ou pouco tempo

para desembarcar, país estrangeiro, enfermidade do testador. A embarcação poderá estar em agua de outros paises. Tendo bandeira brasileira, aplica-se a

regra. O registro da cedula testamentária no diário de bordo é obrigatório!

Testamento aeronautico Muito parecido com o maritimo. Aqui, pode ser realizado pelo comandante ou por

alguem designado, tendo em vista que a aeronave deve continuar sendo pilotada. Tem previsão no art. 1889. Pode ser aeronave militar, comercial, etc. A forma também é a

mesma, ou publica ou cerrado. Deve estar na iminência da morte. Testamento militar (audio aula sucessoes 006min 72:51)

Previsto no art. 1893. É o testamento exclusivo dos militares, ou melhor, de qualquer um que esteja prestando servico militar em operação de forca, mobilizada. Não apenas em guerra,

mas pode ser em forca de segurança, missão de paz, campanha, etc. O militar deve estar em risco de vida, situação de perigo real, não se justificando a modalidade caso contrário. Assim como o aeronautico é maritimo, o testamento militar é excepcionalissimo. Tanto é que

praticamente não se tem registro jurisprudêncial dessas modalidades.

Temos tres formas de se realizar um testamento militar: * Semelhante ao publico; quem faz as vias do tabelião é o comandante. Agora, caso o

comandante não puder ou não quiser, será o mais graduado. Art. 1893, par.3. * Assemelhante ão cerrado; Entrega-se a cedula ão comandante, que na presenca das testemunhas atesta que recebeu, atraves do auto de provação assinado por

ele é pelas duas testemunhas. * Nuncupativo; Não temos a figura do comandante. Esta na plena iminência de morrer, é

na presenca de duas testemunhas testa. Não poderá deixar para as testemunhas; caso deixando, será anulado. As testemunhas terão a obrigação de reduzir a termo é levar em juizo o testamento por elas escrito, relatando as declarações que de viva voz presênciaram.

ex.: Militar leva tiro é testa segundos antes de morrer. Obs.: Após a morte do testador, o testamento nuncupativo deve ser apresentado em juizo,

reduzido a termo pelas testemunhas, que serão inquiridas sobre o conteudo. A campanha pode ser em qualquer lugar do mundo, desde que procure o comandante, ou se enquadre nas nas outras hipoteses, é teste. Caduca o testamento militar desde que, depois dele, o testador

esteja noventa dias seguidos, em lugar onde possa testar na forma ordinária, salvo se esse

Page 21: Resumão Direito Das Sucessões

testamento apresentar as solenidades prescritas no paragrafo unico do artigo antecedente. (art.1895). Caso seja assemelhado com o publico ou cerrado não caduca.

Codicilo aula 008b min 3:10min- 24:40 min

O codicilo é algo parecido com o testamento, mas é um instrumento menos formal. Tem relação com epistola, que significa pequena carta assinada é datada. É um

instrumento onde se pode escrever até mesmo a mão, em papel simples. Apenas pode abranger bens de pequeno valor. ex..: um relogio, uma garrafa de uisque, etc.

A literatura entende que o codicilo em um todo não pode superar 10% do total da herança. É se superar, o juiz poderá reduzir até esse limite.

O codicilo é um ato de ultima vontade, mais informal, destinado a coisas de pequeno valor. Parece-se com o testamento, mas não é.

Art. 1881 trata do codicilo. Em regra, o codicilo serve para joias, roupas, relogios,

oculos, moveis, revolveres. O limite de 10% é criação da jurisprudência é doutrina, não esta na lei. A solenidade do codicilo está no escrito particular, datado é assinado.

É solene, mas dentro dessas particularidades. Alem de deixar coisas de pequeno valor, o codicilo não poderá destituir um herdeiro ou legatário.

O art. 1883 diz que atraves do codicilo é possivel nomear ou substituir um

testamenteiro. O art. 1818 diz que se pode reabilitar um indigno pelo codicilo. Lembrar que a indignidade apenas se declara por sentenca. O testamento também é

uma forma de reabilitar o indigno. Ver art. 1998.

Obs.: Art. 1609, II. Por escrito particular (aqui inclui-se o codicilo) é possivel reconhecer um filho fora do casamento, mas parte da literatura não entende assim.

Caso haja excesso no codicilo, reduz-se. O excesso, joga-se para o monte mora. Testamento revoga codicilo, mas codicilo não revoga testamento. Caso o mesmo bem

seja objeto de um codicilo, é, posteriormente, de um testamento, o testamento é

superior. Em regra, o codicilo não revoga o testamento, mesmo que posterior. Há doutrinadores que divergem é acreditam que o codicilo prevalecera apenas no bem

especifico. Execucão do codicilo: com o registro, assim como o testamento particular.

Revogação e Caducidade dos Testamentos aula 008b min 24:44’-47min

-Não é só pela circunstância de existir um testamento posterior que estará revogado

o testamento anterior. Se o testamento posterior não contiver cláusula revogatória expressa, nem for incompatível com o testamento anterior, este subsiste, e ambos

(cada qual no que lhe for correspondente) regularão a sucessão do testador. A forma de revogação deverá ser novo testamento,

ainda que de modo distinto ao primeiro (testamento publico pode revogar cerrado, testamento particular por ser revogado por marítimo, etc.) O que não se admite:

revogação por escritura publica, revogação oral..

-A revogação do primeiro testamento pelo segundo depende da validade do posterior.

Em suma, não valendo o testamento revogatório, subsiste o testamento

anterior, que o outro pretendia revogar. ____________________________________________________________________ Art. 1.971. A revogação produzirá seus efeitos, ainda quando o testamento que a contém

caducar por exclusão, incapacidade ou renúncia do herdeiro nele nomeado. A revogação não

valerá se o testamento revogatório for anulado por omissão ou infração de solenidades

Page 22: Resumão Direito Das Sucessões

essenciais ou por vícios. . . .

._________________________________________________________________________

Não valerá a revogação se for anulado por omissão ou infração de solenidades essenciais ou por vícios intrínsecos, como a incapacidade decorrente de alienação mental, por exemplo.

Todavia, valerá se vier a caducar por exclusão, incapacidade, renúncia ou pré-morte do herdeiro nomeado ou por não ter cumprido a condição que lhe foi imposta (art. 1.971), pois o

testamento caduco é originariamente válido e só não pode ser cumprido devido à falta do beneficiário ou da coisa.

Revogação expressa e tácita arts. 1869 a 1975, CC

1) Expressa: declaração inequívoca do testador manifestada em novo testamento. Não se

admite outra forma, como escritura pública, codicilo ou outro ato autêntico, nem que seja provada por testemunhas, salvo na hipótese de ficar demonstrado o firme propósito do

testador de revogar o seu testamento e o impedimento decorrente do dolo ou violência de terceiros.

2)Tácita : interpreta-se a revogação do testamento por ato ou fato do testador

a)O testador não declara que revoga o testamento anterior, mas há incompatibilidade entre as disposições deste e as do novo testamento. Subsistem as

cláusulas da primeira cédula se não forem contrárias as do ultimo. Ex: Decretada a separação judicial, fica sem efeito testamento pelo qual um dos cônjuges institui o outro seu herdeiro (RF, 173:243; RT, 261:204). No entanto, o Supremo Tribunal Federal, em outro caso,

proclamou que o “desquite não revoga o testamento feito pelo marido à mulher, mormente se o testador, após o desquite, mantinha relação de amizade e de demonstração de estima à

esposa” (RTJ, 45:469); b) Dilaceração ou abertura do testamento cerrado, pelo testador ou outrem, com o seu consentimento. O art. 1.972 diz que, neste caso, “haver-se-á como revogado”.

Considera-se revogado tacitamente pelo testador o testamento cerrado por ele ou por outrem inutilizado, mas com o seu consentimento, ou por ele aberto, sendo apresentado em juízo

com o lacre violado, bem como o não encontrado, por estar desaparecido. Entretanto, não se tem por revogado o testamento se foi aberto por terceiro em razão de mero descuido. Em princípio, estando aberto ou dilacerado o testamento cerrado, o juiz deve considerá-lo

revogado, salvo se os interessados demonstrarem, de forma convincente, que a abertura ou dilaceração foi feita contra a vontade do testador, ou por terceiro, acidental ou dolosamente.

Ruptura do testamento por determinação legal

• A ruptura ou rompimento do testamento é uma revogação dada pelo juizo por determinação legal para que a cédula perca sua eficácia, porque presume que o testador não

teria disposto de seus bens, ou, pelo menos, nao tenha decidido daquele modo, se tivesse descendente, ou se não ignorasse a existência do que tinha.

Ocorre nos seguintes casos:

- Surgimento de novo descendente sucessível de que o testador não tivesse conhecimento no momento de testar. Entende-se que é aplicavel quando o

testador não tivesse nenhum descendente (contempla também adoção posterior a confecção do testamento, mas antes da morte do testador).

- Esse descendente deve estar vivo no momento da abertura da sucessão.

- Não há a ruptura quando surgir novo descendente, se porventura o testador já tivesse outro. Nesse caso, o testamento não se rompe, havendo

apenas os dois descenentes dividindo a porção da legítima.

Page 23: Resumão Direito Das Sucessões

- Não há ruptura do testamento se a cédula dispuser apenas quanto a parte

disponivel do testador, sem contemplar os herdeiros necessários. Se houver excesso, o testamento subsiste, havendo a redução das cláusulas

exorbitantes.

Caducidade do Testamento Testamento caduco ou deserto é o testamento válido, no entanto sem eficácia porque

nenhum dos herdeiros instituídos recolhe a herança, por terem sido excluídos (Art. 1.814 e s.), porque não têm legitimação para suceder (art. 1.798) — e aqui o art. 1.971 tropeça na

linguagem, falando em incapacidade —, ou por terem renunciado à herança (Art. 1.804, parágrafo único). Inclua-se a premorte do herdeiro nomeado, ressalvada a hipótese de ter havido substituição (art. 1.947).

• Nesses casos, o testamento é originária e intrinsecamente válido, devendo ser respeitada e

mantida a vontade do testador de revogar o testamento anterior. Subsiste, portanto, a revogação, embora o testamento posterior tenha caducado, ou seja, tenha perdido a eficácia (não se confunda com validade!) pelas razões referidas. A sucessão, no caso, será legítima.

LEGADOS

Art. 1912 CC.

Legado é uma deixa de uma coisa certa para alguem. A literatura vai chamar de deixa certa ou deixa de coisa certa, ou ainda deixa de coisa determinada. Opera-se via

testamento ou via codicilo.

Voltando ao legado: Qualquer pessoa pode ser legatária, não há restrição, apenas

deve ter capacidade para suceder. O objeto do legado é muito variado, podendo ser até mesmo uma divida, crédito, alimentos, etc.

Caso algum herdeiro legitimo for agraciado com um legado, chama-se precipuo ou prelegado. O onerado é um herdeiro que deve cumprir o legado.

Geralmente será o testamenteiro ou algum outro herdeiro, quando chamamos de herdeiro onerado. Caso tivermos mais de um legatário, tem-se, então, colegatários.

Classificação dos legados- são 5 categorias:

_____________________________________________

1. Legado de coisas 2. Legado de crédito 3. Legado de Alimentos 4.Legado de Usufruto 5.Legado de imóvel

__________________________________________________

1) Legado de coisas- alheia; comum e singularizada

É possivel legar alguma coisa que não pertence agora, mas se no momento da

abertura pertencer, será válido. O legado de coisa alheia é ineficaz se a coisa não pertencer ao testador no momento da abertura da sucessão. Evidentemente que se o

testador adquire a coisa antes de morrer, terá validade o legado.

Page 24: Resumão Direito Das Sucessões

Ex.: O sujeito faz o testamento e diz que coisa alheia ficará a alguem. Caso, quando

morrer, já tiver adquirido a coisa, terá validade. Se não tiver adquirido, não terá validade o legado.

1.1 Legado de coisa alheia é ineficaz ao que não pertence ao testador, com

2 exceções: a) legado de coisa do legatario/herdeiro e b) legado de coisa pelo gênero

a) legado de coisa de herdeiro ou legatário: com condição PRIMEIRA EXCEÇÃO

Art. 1913. Para o herdeiro receber legado ou herança, deve entregar coisa sua

a pessoa determinada (sublegatário): É uma condição posta ao legatário. Se a ordem não for cumprida, ocorre renuncia tácita ao legado/herança

*A LEGÍTIMA É INTOCÁVEL. As hipoteses de afetação da legítima são só as de impenhorabilidade, incomunicabilidade e inalienabilidade. Aqui, o

testador pode interpor restrição à quota da herança, desde que proveniente da parte disponível.

*A condição em questão deve ser lícita e possível. *O legatário poderá compensar (cobrar) o valor da coisa objeto do encargo

proporcionalmente da quota dos demais herdeiros , descontando também da sua (direito de regresso- art. 1935), a menos que o testador determine a

impossibilidade do regresso.

b) legado de coisa pelo gênero ou pela espécie SEGUNDA EXCEÇÃO

Art. 1915- Legado de coisa pelo gênero: coisa que não existe, como por exemplo, um cavalo, ou um carro. O testador não tem o cavalo ou o carro, mas deixa esse legado.

O legado é identificável pelo gênero e espécie. Dessa forma, o herdeiro onerado comprará um bem. Art. 1929. O testador poderá dizer quem deve fazer isso, se o

inventariante, testamentário ou herdeiro. Obs.: A coisa certa no legado não é necessáriamente a coisa identificada. O valor do bem será conforme as forças da

herança e o valor intermediário escolhido pelo herdeiro (meio termo, nem o cavalo mais caro nem o mais barato). Essa disposição deverá ser cumprida antes de chegar

no patrimônio líquido.

1.2 Legado de coisa comum: art. 1914-

Legado de coisa comum: Deixou no testamento um legado de uma coisa que não é totalmente sua, mas somente em parte. Ao legatário, caberá somente a parte que

cabia ao testador, e não o todo. Normalmente ocorre quando há bem entre os cônjuges, sendo a cláusula válida, mas com eficácia somente em relação à parte que

cabia ao testador.

Art. 1.914. Se tão-somente em parte a coisa legada pertencer ao testador, ou, no caso do artigo antecedente, ao herdeiro ou ao legatário, só quanto a essa

parte valerá o legado.

1.3 Legado de coisa singularizada e localizada

Page 25: Resumão Direito Das Sucessões

So entrara no plano da eficacia se a coisa estiver lá quando da morte. A

localização no lugar especifico deve ser estritamente obedecida, salvo se removida a titulo transitório. Art. 1917.

* Legado de coisa singularizada: É a coisa individualizada nos seus detalhes. Ex.:

Pintura de artista famoso. Art. 1916. A coisa deve existir no momento da morte. * Legado de coisa localizada: A coisa esta em algum lugar indicado pelo testador. O

legado caduca se a coisa nao se achar mais no local, salvo se prova-se dolo de herdeiro ao retirar a coisa do lugar.

2. Legado de créditos e quitação de dívida: dividas

constituidas até a confecção do testamento

-Legado de crédito: terceiro é o devedor. O legatário se subroga no lugar do

testador. (O legado é um título de crédito) -Legado de quitação de dívida: o testador é o devedor. O legado subsiste mesmo

se a divida ja tiver sido quitada, e só implicará em compensação se o testador assim determinar expressamente.

3. Legado de alimentos: depende das forças da herança. Se não for

estabelecido prazo, será vitalicio, até tiver dinheiro para pagar, ou a

morte do legatário. Art. 1920. É uma parte da herança que fica destinada para pagar ao legatário os alimentos devidos mensalmente.

4. Legado usufruto: O testador transfere o poder de uso de coisa a

alguém, e a propriedade a outro. A idéia é que o legatário possa colher os

frutos, por tempo vitalício se não determinado. O usufruto termina com a morte do usufrutuário. Para pessoa juridica, a lei diz que perdura por 30

anos, salvo se ocorrer a extinção da PJ antes (1410, III).

5. Legado de imovel: Lega o imovel como ele era no tempo em que o

legado foi testado. As benfeitorias de todos os tipos (necessárias, uteis, voluptuárias) estão incluidas no legado. As acessões (acréscimo do prédio,

construção) não serão levadas pelo legatário, salvo expressa menção do testador. Ex: construção de uma segunda casa com o legado de terreno com

uma casa

Efeitos dos legados Os legados somente serão cumpridos se o espólio for solvente O legatário adquire a propriedade e o direito aos frutos da coisa com a abertura da sucessão, mas não tem direito a aquisição/posse do bem, apenas podendo requerê-la após a abertura do inventário, tendo direito a coisa no momento da partilha. – Necessidade de registro do testamento

Page 26: Resumão Direito Das Sucessões

-Os frutos pertencem ao legatário desde a morte do testador, saldo são devidos se pender condição, termo ou encargo. Nesses casos, o juiz poderá reservar o legado

caso penda a condição/termo/encargo, e em caso de não implementação da condição, o legado é sobrepartilhado.

Legados de dinheiro: juros devidos desde a interpelação (entrada) do

legatário no inventário

Legado condicional e com encargo: só recebe se provar o cumprimento da condição, caso contrário a coisa volta pro monte mor.

Legado a termo: só é cumprido com o implemento do termo (arquivamento administrativo do inventario até que cumpra-se a circunstância)

Legado de renda ou pensão: eficácia desde a morte do testador, mas há prazo

prescricional retroativo de 3 anos, contados da habilitação do legatário quando houve

decurso maior entre essa data e a morte do testador.

Caducidade dos legados

Testamento declarado nulo, ou for revogado por outro, ou ainda simplesmente revogado, não ocorrera o legado. O que era legado, volta ao

monte mora. As causas de caducidade do legado dividem-se:

Objetivas: modificação, alienação ou perecimento- a culpa deve ser do testador ou causa maior. Se for do herdeiro, ele terá de ressarcir.

1.Modificação substancial da coisa legada pelo proprio testador: legou o armário, e após transformou o armário em lenha. Se lega terreno e após, constroi. A literatura

diz que o legado é válido, mas a casa não será parte do legado. 2.Alienação da coisa: o testador alienar coisa legada, caducara o legado. Observar

que se prometer a venda, também caducara. Art. 1939, II.

3.Perecimento ou evicção da coisa legada; Art. 1939, III.

Subjetivas: * Indignidade do legatário após o testamento

* Pré-morte: caduca, salvo se o testador prever substituto * Renuncia do legado

* Incapacidade do legatário: arts. 1801 e 1802: testemunhas, pessoa que escreveu o testamento a rogo, tabelião e os familiares destes todos; além do

concubino (salvo se este nao sabia q o testador fosse casado ou se ele fosse separado de fato).

Colações e Direito de Acrescer

Direito de Acrescer: um bem determinado e certo (uma carro, um

apartamento, etc) é legado a mais de uma pessoa sem estabelecer quotas, sem que haja substitos. Um dos colegatários morre/renuncia/é

excluido/não cumpre cond./termo/encargo, não possui cap. testamentária: o outro colegatário poderá acrescer a parte do segundo a sua parte.

Page 27: Resumão Direito Das Sucessões

Art. 1.942.0 direito de acrescer competirá aos co-legatários, quando nomeados

conjuntamente a respeito de uma só coisa, determinada e certa, ou quando o objeto do legado não puder ser dividido sem risco de desvalorização.

*Se o herdeiro ou legatário morrer depois do testador, quando já estava

aberta a sucessão, sem ter, ainda, aceitado a herança ou o legado, o poder de aceitar ou de renunciar transmite-se aos seus herdeiros (art. 1.809).

Dá-se o direito de acrescer quando o testador contempla vários beneficiários

(coerdeiros ou colegatários), deixando- -lhes a mesma herança, ou a mesma coisa determinada e certa, em porções não determinadas, e um dos concorrentes é pre-

morto, é exluido da sucessão, renuncia, não cumpre condição/termo/encargo que lhe cabia ou não possui capacidade para suceder.

Colações -O ascendente pode beneficiar um de seus herdeiros mais que os outros de duas formas: cláusula de dispensa de colação na doação em vida, e legado da parte disponível por testamento. As doações feitas em vida pelo ascendente aos descendentes importam adiantamento de herança. A colação é a declaração desse

valor recebido, a fim de integrar o cálculo da parte legítima, para que o valor seja dividido igualmente entre todos os herdeiros. O herdeiro que não realizar a colação está sonegando o bem recebido dos demais, o que implicará em penalidades. * O valor do bem é aquele atribuido no momento da liberalidade(doação) * A necessidade de colação subsiste inclusive se o herdeiro legatário renuncia à herança ou se for excluído, e se for pre-morto, seus filhos terão de realizar a colação ao representá-lo, ainda que não tenham

recebido o bem. *O herdeiro obrigado à colação conferirá os bens que recebeu no prazo concedido às partes para falar sobre as primeiras declarações(CPC, art. 1.014). Se negar o recebimento dos bens ou a obrigação decolacionar, as partes serão ouvidas no prazo comum de cinco dias, decidindo o juiz à vista das alegações e provas produzidas (art. 1.016). Declarada improcedente a oposição, o herdeiro terá cinco dias para proceder à conferência, sob pena de os bens serem sequestrados por ordem judicial,

ou de se imputar em seu quinhão o valor deles, se não os possuir (§ 1º). Se houver matéria de alta indagação, as partes serão remetidas às vias ordinárias (§ 2º). Na partilha, os bens conferidos serão imputados de preferência no quinhão do herdeiro colacionante, se não houver ofensa ao princípio da igualdade.

Page 28: Resumão Direito Das Sucessões

*Colação in natura: da coisa, que é depositada e poderá ser computada de seu quinhão

*Colação em dinheiro: é a mais comum, especialmente se o herdeiro já não tiver coisa. Deposita o dinheiro correspondente a coisa. -Cláusula de dispensa de colação: doação computada da parte disponível, o que deve constar expressamente da liberalidade. A dispensa da colação se opera apenas nos limites da parte disponível, havendo excesso, terá o legatário/donatário de devolvê-lo ao monte mor.

Doações Inoficiosas: é diferente de colação, porque ultrapassa a parte disponível do ascendente, que doa além do que poderia. A solução é ação de redução de doação. -Ação de Sonegados -Prazo da ação de sonegados: o herdeiro deve colacionar dentro do prazo de 10 dias para manifestação das partes. Caso haja omissão, o prazo para a proposição da ação será de 10 anos, a contar desse momento. art. 205, CPC -É ação própria, de rito ordinário, com questão de alta indagação- fica

fora do inventário -Legitimidade ativa para propor a ação: demais herdeiros, inventariante (cônjuge), credores - A procedência da ação implica na perda do direito a coisa sonegada pelo sonegador, que recebe menos que os demais, já que a coisa será sobrepartilhada pelos demais. - Entre os descendentes, devem colecionar os da primeira geração (se houver doação

pra neto, não precisa colacionar, pq não é herdeiro sucessivel se o seu pai for vivo?). Mas nada impede que seja feita a colação por netos, se a colação foi feita a seu pai,

já pré-morto.

Devolução do Excesso:“Em não havendo testamento, tudo é legítima”

a) Adicionar o valor da coisa colacionada ao monte mor e divide-se pelo

numero de herdeiros. SE a cota individual foi maior que o valor do bem doado (adiantamento), o herdeiro que colacionou só tem sua porção

inteirada ao montante do quinhão.

Quando houver testamento: divide a parte deixada em disponível e legítima. Se o legado caber dentro da metade, tá ok. Soma-se a colação a legítima.

b) Com excesso: valor da doação-valor quinhão

INVENTÁRIO E PARTILHA 33:30 min aula 007b

Page 29: Resumão Direito Das Sucessões

São 3 procedimentos judiciais de inventário, além da modalidade extrajudicial. 1. inventário ou partilha classicos (ordinário). É a regra geral, e ocorre quando

não há consenso, quando houver testamento e quando houver incapazes. Não é rito ordinário, mas especial, do gênero contencioso.

2. Por arrolamento, que se subdivide em 2: Herdeiros capazes e concordes

Arrolamento sumário, abrangendo bens de qualquer valor, para a hipótese de todos os interessados serem capazes e concordarem com a partilha e qdo houver

testamento. A partilha será homologada de plano pelo juiz mediante a prova de quitação dos tributos, na forma do art. 1.031. Quando houver um único herdeiro

ou legatário, a título universal, não haverá partilha, mas sim adjudicação dos bens em juizo.

Arrolamento comum: herdeiros capazes e concordes, e bens do espólio de valor

igual ou inferior a 2.000 OTNs.

3. Inventário administrativo, amigável ou extrajudicial, que é feito diretamente no cartório e dispensa homologação judicial. A condição de possibilidade é que

todos devem ser capazes é concordes, devendo as partes contar com a presenca de advogado. Constituirá escritura publica, que será título hábil para a

partilha junto ao registro imobiliário.

ROTEIRO DO PROCEDIMENTO

-Antes do inventário, até que seja nomeado inventariante, será responsável pelo

espólio o administrador provisório, que é quem se acha na posse e administração dos

bens. 1.Nomeação de inventariante: Ao despachar a petição inicial, o juiz nomeará o

inventariante, que prestará o compromisso e, em 20 dias, as primeiras declarações. 2. Citação e declarações iniciais: Serão citados os interessados- cônjuge,

herdeiros, legatários, Fazenda Pública, Ministério Público (se houver herdeiro incapaz ou ausente) e testamenteiro (se o falecido tiver deixado testamento).

3. Avaliação de bens: Decididas as questões suscitadas nessa primeira fase, segue-se a avaliação dos bens inventariados (CPC, art. 1.003), que servirá de base de

cálculo do imposto de transmissão causa mortis e da partilha. 4. Ultima declarações: Resolvidas eventuais impugnações, lavrar-se-á em seguida

o termo de últimas declarações (CPC, art. 1.011). 5. Pagamento dos credores e dívidas, e ao final, os impostos.

6. Partilha: Divisão dos bens. O juiz facultará às partes a formulação, no prazo de dez dias, de pedido de quinhão e, após, proferirá o despacho de deliberação da

partilha, que é irrecorrível (CPC, art. 1.022).

— O partidor organizará o esboço de acordo com a decisão do juiz. Contra a sentença que julga a partilha cabe recurso de apelação.

*No inicio, é apurado o patrimonio liquido, sendo apurado o ativo e o passivo.

*O credor do espólio sempre recebe primeiro. Os herdeiros, só ao final (partilha) *O inventário é um só, mesmo que haja sucessão legitima e testamentária a um só

tempo.

Page 30: Resumão Direito Das Sucessões

Inventário e Partilha Clássico (Ordinário-folha)

1) Ocorrência da Sucessão Principio da Saisine, ou seja, o evento morte. A partir deste momento o patrimônio do

falecido se chama espólio, que durará até a partilha. O espólio é um ente despersonalizado, não é uma pessoa nem fisica nem juridica, que pode ser parte do

processo, responde pelo conjunto do patrimônio. A morte do espolio é na partilha.

Se tivermos um herdeiro apenas, ficará com todo o patrimônio, não havendo partilha, mas sim adjudicação de herança.

-O espólio não tem personalidade jurídica (capacidade de direito), mas judiciária

(capacidade de ser parte). O representante do espólio, via de regra, é o inventariante.

3) Prazo para requerer/ultimar inventário

O art. 983 do CPC diz que tem prazo para a abertura do inventário. O processo de

inventário e partilha deve ser aberto dentro de sessenta dias contados da abertura da sucessão. Existe um problema porque tem estados da federação que impõe multa

para o descumprimento. No RS não tem legislação.

4) Vias ordinárias – dilação probatória

Não há produção de prova no inventário, só entra prova documental. Logo, se alguma

das partes necessitar de produção de prova ou da dilação probatória,deverá ingressar com ação fora dos autos. Exemplo é a questão da paternidade: no inventário, em

hipotese alguma, será investigada a paternidade. Será deslocado a outro processo nas vias ordinárias comuns. Questões de alta indagação, que são questões que

demandam questões de prova, não podem ser decididas no inventário.

Art. 984. O juiz decidirá todas as questões de direito e também as questões de fato, quando este se achar provado por documento, só remetendo para os

meios ordinários as que demandarem alta indagação ou dependerem de outras provas.

-Outro exemplo é a deserdação de um filho e de indignidade: a ação corre pela via

normal, e o inventário não ficará suspenso, com a reserva do quinhão pelo juiz, e

em não havendo a procedencia da ação, haverá sobrepartilha.

5) Administrador provisório É uma figura sui generis, não é o inventariante. Ficara até a nomeação do

inventariante. É uma figura ficticia, um herdeiro que fica administrando o patrimônio do falecido, até que se abra o inventário e será nomeado o inventariante. O

administrador provisório tera que prestar contas.

Art. 985. Até que o inventariante preste o compromisso (art. 990, p. u.), continuara o espolio na posse do administrador provisório.

Poderá ser feita uma cautelar para que o juiz nomeie um administrador provisório,

caso alguma parte entenda que há risco no direito e no patrimônio do morto. A cautelar defende o direito em risco.

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Poderá haver mais de um administrador provisório; inventariante, apenas um.

Geralmente, não há nomeação do administrador provisório. Ele simplesmente assume esta figura, não havendo homologação judicial, nomeação, etc. O art. 986 fala sobre

a prestação de contas e reembolso, bem como responsabilidade do administrador provisório. Pode-se realizar uma cautelar de inventário, havendo fumus bonus iuris é

periculum in mora, realizando o levantamento dos bens,e, aproveitando, pedindo a nomeação do administrador provisório. Neutraliza-se, assim, o risco do direito.

6) Legitimidade ativa

Art. 987. Quem estiver na posse ou sendo o administrador provisório serão os primeiros indicados. Concorre com esses, as pessoas do 988: cônjuge superstite,

herdeiro, legatário, testamenteiro, cessionário do herdeiro ou do legatário, credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança, o sindico da falência do herdeiro do

legatário, do autor da herança ou do cônjuge superstite, o MP, havendo herdeiros incapazes, ou a fazenda publica, quando tiver interesse. Observa-se que são legitimos

por concorrência, ou seja, não há preferência.

Art. 989. O juiz determinara de oficio que se inicie o inventário, se nenhuma das pessoas mencionadas requererem a abertura do inventário. (Principio da inercia).

Obs.: qualquer um das pessoas mencionadas, quando requerer a abertura do inventário, deve ser instruido com a certidão de obito do morto.

7) Petição inicial

A petição inicial do inventário classico é simples é curta. Será assim: a) Qualificar o morto é o requerente (legitimado). Caso um terceiro tentara abrir o

inventário, não tera legitimidade. Deve-se dizer que tem ou não patrimônio, que tem ou não filhos, não havendo necessidade de precisar a quantidade. Após qualificar,

pede-se a abertura do inventário do morto, instruindo com a certidão de obito, e a nomeação de inventariante. Geralmente o inventariante será o proprio requerente da

abertura do inventário.

8) Valor da causa

Pode-se colocar valor de alcada, ou valor estimado dos bens. A dica do professor é colocar valor de alcada, é após a avaliação, paga-se as custas do valor real dos bens.

9) Documentos necessários: Certidão de óbito, o vinculo do requerente é o morto,

etc.

10) Testamento-Registro Para o testamento entrar no inventário há a necessidade de ter sido registrado. O

registro se faz no fórum, previsto no art. 1125 do CPC.

11) Competência É relativa. Art. 96 do CPC.

a) Foro do autor da herança. b) Se não tiver domicilio certo, no local onde o bem estiver situado (96, I).

c) Se tiver bens em mais de uma comarca, onde ocorrer o obito (96, II).

d) Se morrer no exterior, ou tiver qualquer uma das hipoteses, se escolhe onde quiser abrir o inventário.

Obs.: caso o morto tiver bens no exterior, tera que se fazer um inventário em cada pais.

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Art. 89 CPC. Caso não obedecer a questão da competência, um interessado poderá

provocar exceção de incompetência. O juiz será relativamente incompetente, ou seja, se nenhum dos herdeiros provocar a exceção no prazo, ele passara a ser competente.

12) Nomeação de inventariante

Ao juiz incumbe nomear e remover. O 990 traz a ordem. Preferência para inventariante: cônjuge, companheiro, herdeiro que estiver na posse,

qualquer herdeiro, testamenteiro, ou até qualquer pessoa idonea – geralmente, o advogado. O inventariante prestara o compromisso para desempenhar o cargo

(paragrafo unico 990).

O art. 991 traz uma serie de incumbências que deve ter o inventariante. Deve-se frisar que a ordem do 990 é um indicativo, mas não hierarquica.

13) Remoção de inventariante

Qualquer herdeiro tem a legitimidade para pedir a remoção.

Art. 995 ão 998. A decisão do juiz que remove o inventariante é uma decisão interlocutória e pode ser agravada por instrumento. E por um criterio logico, a que

nomeia também. As sanções da remoção estão no 998. O incidente de remoção ocorrerá em apenso aos autos do inventário (996, p. u).

Obs.: O juizo do inventário é universal, ou seja, se houver outra ação em que

o espólio for parte, esta será atraída para o inventário e tramitará como apenso.

14) Funções do inventariante

Lembrar que o inventariante deverá prestar compromisso em cinco dias, é o advogado do inventariante poderá prestar compromisso por ele (par. unico 990).

Art. 991.

* Representar o espolio ativa é passivamente;

* Administrar o espolio; * Prestar as primeiras (função mais importante do inventariante) e ultimas

declarações; * Alienar bens (992) de quaisquer especie, sob autorização judicial;

* Fazer acordo, pagar divida, fazer as despesas necessárias (deve-se pedir autorização do juiz);

15) Primeiras declarações

Dentro de vinte dias contados da data que prestou compromisso, fará o inventariante as primeiras declarações. É a peça basica do inventário e é o que traz o quadro real

da sucessão. Sempre por escrito. Contém:

* Identificação pormenorizada do morto (autor da herança); nome completo, estado civil, domicilio, dia é lugar do falecimento, CPF, RG, deixou ou não testamento, etc.

* Qualificação do cônjuge, dos herdeiros é dos cônjuges dos herdeiros; deve-se

colocar o regime de bens. * Declaração dos bens que compõe o espolio (momento mais importante); inciso IV

do 993. Entregue as primeiras declarações, cada herdeiro recebera uma copia. 16) Sonegados

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Quando o herdeiro não informar que, quando o morto era vivo, recebeu algum bem

em vida, que é adiantamento da legitima. O herdeiro deverá levar a colação o bem.

17) Sobrepartilha Caso, após o termino do inventário, apareça algum bem, não haverá a necessidade

de outro inventário, mas havera a sobrepartilha.

18) Citações Todos os que forem arrolados como herdeiros nas primeiras declarações, receberão

uma copia das primeiras declarações, que acompanhara a citação. O inventário forma um litisconsorcio necessário. O MP é a fazenda publica não serão reus do inventário,

mas partes interessadas. Reus serão os herdeiros. Serão citadas as pessoas arroladas pelo art. 999; caso houver algum ausente, o juiz nomeara curador especial. Os reus

serão citados por mandado, a exceção dos que residirem fora da comarca, que não serão citados por precatória, mas por edital.

19) Manifestação das partes Após a citação, prazo comum de dez dias para dizerem sobre. Art. 1000.

A parte poderá: * Concordar com as primeiras declarações;

* Arguir erros (descrição de bem, omissão de bem, etc.); * Levar a colação bens adiantados quando o morto era vivo; Caso não diga, será

sonegador (item 16). Há necessidade de ação de sonegados. Na ação de sonegados há uma penalidade, que é a pena do direito do herdeiro sob a coisa. Ou seja, perde-

se o direito sobre a coisa que recebeu em vida, mas não perde valores da herança. * Contestar a qualidade de quem foi incluido no titulo de herdeiro (não é filho, ou não

é credor, etc.). O juiz remetera as vias ordinárias, caso tenha que se produzir provas. O inventário continuara, é o herdeiro contestado não entrara na partilha.

20)Interessado preterido

Temos duas formas do terceiro entrar na partilha: requer entrada antes da partilha, ou, após a partilha, por petição de herança.

Se houver necessidade de discussão da paternidade ou parentesco, com

necessidade de dilação probatória, o processo de conhecimento corre na via ordinária em paralelo ao inventário.

O juiz poderá determinar medidas cautelares como a reserva de bens ou a

reserva de quinhão ao suposto herdeiro preferido, que ficará reservado até o final do processo de conhecimento. Se não houver procedencia, o quinhão

será sobrepartilhado.

Petição de herança: O prazo para requerer direito sucessório é de 10 anos, contados do trânsito em julgado a

21) Pedido de informações a fazenda publica Art. 1002. Dirá o juiz, o valor dos bens registrados. O imposto é calculado sobre o

que o herdeiro recebe (ITCM). Após o pagamento do imposto, deverá ser emitida a negativa municipal, estadual é federal, é juntada aos autos.

22) Avaliação dos bens

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Art. 1003 a 1013. Todas as regras estão nesses artigos previstas.

23) Ultimas declarações

O pagamento do imposto será realizado antes das ultimas declarações. Nas ultimas declarações será feito um resumo, realizado pelo inventariante.

24) Pagamento das dividas

Art. 1017. Primeiro paga-se as dividas. Caso sobrar, realiza a partilha. O credor do espolio recebe antes que o proprio herdeiro. Caso já existisse uma

execução contra o morto, quando vivo, será colocado no rosto dos autos a indicação de penhora. O credor de divida liquida é certa ainda não vencida, ou seja, vincenda,

pode requerer habilitação no inventário, reservando uma parte do quinhão para o pagamento da divida vincenda (ainda não exigível).

25) Partilha

Até aqui serão pagas as dívidas, e após os impostos, sendo apresentadas as certidões

negativas, para então poder realizar partilha.

Mesmo no procedimento judicial, a partilha poderá ser judicial e amigável. Só haverá partilha após o pagamento do imposto e das dividas: apuração do patrimonio

liquido.

26) Partilha amigável inventário poderá ser judicial, cm partilha poderá ser amigável.

tabelionato, ou em juizo, onde todos os advogados irão peticionar, sem litigio. O nome é partilha amigável por termo nos autos.

Obs.: A partilha amigável poderá ser anulada por dolo, coação, erro, intervenção de

incapaz. O direito de propor a ação de anulação de partilha amigável prescreve em um ano, contando:

* Em caso de coação, do dia que ela cessou;

* No erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato; * Quanto ão incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.

A partilha amigável se anula, já a judicial se rescinde.

28) Partilha judicial Sem consenso. Primeiro passo, o juiz deliberara sobre o que as partes querem.

O juiz poderá se valer, inclusive, de um partidor (art. 1023).

29) Retificação de partilha Art. 1028. Apresentou o plano de partilha, ou via judicial, após quinze dias, transitou

em julgado. O retificar a partilha é para corrigir inexatidão material (CPF, endereco, etc.). Após o transito em julgado, havera ação rescisória para alguns casos (art.

1030). Ação rescisória de partilha para incluir ou retirar herdeiro so ocorrera se o herdeiro for mencionado no inventário, é por algum erro ficou de fora da partilha, ou

por algum motivo foi dado menos a ele. Caso o herdeiro nunca fez parte do

inventário, havera a ação de petição de herança e sobrepartilha. Herdeiro preterido no todo do inventário, petição de herança; agora se for

mencionado no inventário mas preterido na partilha, a ação é rescisória. O prazo da

ação rescisória é de dois anos.

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31) Petição de herança Para o que foi preterido, há prazo de 10 anos a contar da

abertura da sucessão.

32) Arrolamento Tem previsão no 1031. Todos devem ser capazes. Se tiver um menor, não poderá ser no arrolamento nem

no extrajudicial. Todos devem ser concordes, ou seja, deve ser amigável. No arrolamento se faz quase tudo do rito tradicional, em uma fase.

Na petição inicial:

* Qualificação do autor é demais herdeiros; nomear administrador imediatamente; * Arrolar bens é atribuir valor;

* Juntar certidões; caso tenha debito fazendário, não há possibilidade de fazer arrolamento, pois não há certidões.

* Apresentar o plano de partilha; * Pedir a homologação do plano;

Antes de ir ão forum, pagar o imposto na exatória (receita estadual). Quando não se

tem bens, chama-se inventário negativo.