Resumo CONIC Isabella Puente

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  • 8/15/2019 Resumo CONIC Isabella Puente

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    O MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO (MNU) DE PERNAMBUCO ESUAS RELAÇÕES NO CONTEXTO NACIONAL

    Isabella Puene !e An!"a!e#$ Isabel C"%s%na Ma"%ns Gu%llen &1 Estudante do Curso de História - CFCH – UFPE; E-mail: [email protected]!

    " #oente$pes%uisador do #epto de História – CFCH – UFPE. E-mail: im&'(@&mail.om

    Su'"%*  Essa pes%uisa tem omo esopo a an)lise da historio&ra*ia tra+ada pelosmo,imentos ne&ros em Pernambuo na luta ontra a disrimina+o e se&re&a+o raial!notadamente o o,imento /e&ro Uni*iado 0/U! bem omo as rela+2es onstru3das

     por seus militantes om a ultura a*rodesendente nas d4adas de 1(56-"666. Foramanalisadas as estrat4&ias dessa or&ani7a+o no ombate anti-raista! assim omo a busainessante na onstru+o de uma identidade ne&ra! om desta%ue para a ati,idade pol3tio-ultural do /U-PE. 8rabalho esse reali7ado atra,4s do manuseio de uma ,ariedade dedoumentos! or&ani7ados e di&itali7ados no 9Hmios.

    Pala+"as,-.a+e* mo,imento ne&ro; Pernambuo; ultura; identidade

    INTRODUÇ/O

    or&ani7a+2es ulturais em on?unto om a on?untura pol3tia de reartiula+o dosmo,imentos soiais deu ori&em ao /U! no ano 1(5! aliando a neessidade de mudan+ana estrutura pol3tia brasileira om a luta ontra o raismo. En%uanto isso! em Pernambuo!di,ididos entre os *undadores do o,imento /e&ro do Aei*e 0/A e os onsumadoresdo Centro de Cultura e Emanipa+o da Aa+a /e&ra 0CECEA/E! os militantes ne&ros doestado enontra,am-se em propostas indidas para o *uturo do mo,imento ne&ro. Comapenas dois anos de atua+o! o /A! ao sentir a neessidade de uma pr)tia soial e

     pol3tia apro*undada! lo&o aderiu B proposta pro&ram)tia do /U! tornando-se uma desuas 4lulas: o /U-PE. s inmeras *ormas de ombate! atra,4s da sade! da edua+o ede e*em4rides omo o "6 de /o,embro passaram pelo ri,o desta pes%uisa! om desta%ue

     para a ati,idade pol3tio-ultural do o,imento /e&ro se+o Pernambuo. ,alor dado ao

    uni,erso ultural a*riano 4 a%ui entendido omo um dos prinipais meios de resist>niane&ra! em %ue as pr)tias ulturais so disutidas em seu sentido pol3tio! riando possibilidades para a ,i,>nia de uma idadania. mobili7a+o dos mo,imentos a*ro- brasileiros *oi! durante todo o seu perurso! *reada pela *or+a das tradi+2es e ideolo&ias domito da demoraia raial! bem omo o ideal de bran%ueamento. Dua ati,idade ,isadesmisti*iar e ne&ar tais mitos e ideais para a e*eti,a+o de uma ,erdadeira soiedade

     plurirraial. intuito desse trabalho 4 tra+ar as estrat4&ias do /U-PE! dentro do ontetonaional! no ombate B disrimina+o e onstru+o da identidade ne&ra! ,isto %ue ahistorio&ra*ia em rela+o aos mo,imentos ne&ros ainda 4 relati,amente reente.

    MATERIAIS E M0TODOS

     /o %ue onerne aos primeiros seis meses de pes%uisa! *oi *eita uma an)lise &eral de toda adoumenta+o ainda desor&ani7ada no aer,o do /U-PE! na Casa da Cultura! para %ue

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    *ossem riadas ate&orias pertinentes aos tipos de doumentos enontrados. Esses! bastantedi,ersos! so em &eral relatórios de reunio! doumentos ?ur3dios! %uestion)rios e

     pes%uisas! atas! artas! on,ites! on,oatórias! rono&ramas! alend)rios! pan*letos!manusritos! arta7es e desenhos! erti*iados! o*3ios! pro?etos! *oto&ra*ias! in*ormes!mani*estos e releases! propostas! e,entos ulturais! e tetos di,ersos distribu3dos tanto pelo

     próprio /U! omo tetos pessoais pertenentes aos militantes. s pastas %ue ontinham adoumenta+o do aer,o esta,am repletas de todos os tipos de doumentos. o estar ientede %uais doumentos eram esses! em primeiro lu&ar *oi enaiado todos os doumentos%ue possu3am a mesma tipolo&ia! todos arma7enados separadamente em apilhas; emse&undo! os doumentos *oram or&ani7ados em ordem ronoló&ia e %uanto a sua ori&emloal! para %ue! em tereiro! *ossem sistemati7ados em de,idas ate&orias e! *inalmente!di&itali7ados. Essa ltima etapa! %ue abarou os ltimos seis meses! ontou om autili7a+o de duas =meras di&itais. Por meio de *oto&ra*ias de,idamente or&ani7adas nosomputadores do 9Hnia no ima&in)rio brasileiro!notadamente! se&undo

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    De&undo o soiólo&o Carlos Hasenbal&! o ideal de bran%ueamento! inenti,ador nato daultura raista! 4 um est3mulo B eibi+o narisista de branura! in*ertili7ando o terreno daonstru+o da ne&ritude e *erindo o or&ulho raial dos no-branos. s mo,imentos ne&ros,>m no intuito de desmasarar esses ideais! busando uma ultura pol3tia de demoraiarepresentati,a aos subordinados! em ,ista de uma ,erdadeira soiedade plurirraial.

    o,imento /e&ro Uni*iado! or&ani7ado om pro&rama e estatuto! onstitui o au&e daonsi>nia pol3tia a*ro-brasileira atual. reusa do 1M de maio omo dia do ne&ro eealta+o do "6 de no,embro! marou em muito essa no,a etapa da mo,imenta+o pol3tiado /U! o %ual deidiu por enalteer e omemorar a e*em4ride da morte de Numbi dosPalmares! em detrimento do dia da aboli+o da esra,atura. re,erbera+o desse e,entoanual deu-se! em Pernambuo! om a G/oite do Ca*un4 na Demana da Consi>nia /e&radurante toda a d4ada de 1(56. ,alori7a+o do ne&ro na história para uma e*eti,a*orma+o eduaional *oi outra das etapas mais importantes para a solide7 dasrei,india+2es do o,imento /e&ro insur&ente. Era ei&ida uma mudan+a ompleta naedua+o esolar! de modo a Getirpar dos li,ros did)tios! dos urr3ulos e das pr)tias deensino os estereótipos e os preoneitos ontra os ne&ros 0JU

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     brasileiro apresenta t)tias sólidas em sua luta! demonstrando ada ,e7 mais a neessidadede a+2es a*irmati,as %ue ao menos miti&uem os on*litos raiais. s mais de ento ein%uenta relatórios de reunio atalo&ados e analisados apresentam as di*iuldades e*ra%ue7as da milit=nia em Pernambuo! notadamente o preoneito em le&itimar a lutados ne&ros. /o entanto! 4 tamb4m e,idente o mo,imento pu?ante desses militantes! desde o

    "6 de /o,embro Bs rei,india+2es por melhorias na edua+o! no or&ulho da est4tia ne&raomo modo de assumir a ne&ritude! assim omo a aten+o para a nemia Fali*orme para aonsienti7a+o de homens e mulheres de *enótipo esuro %uanto aos uidados na sade.

     posiionamento ideoló&io inlinado para a es%uerda re,oluion)ria tamb4m *a7 parte domo,imento ne&ro ontempor=neo! u?o %ual! no estado pernambuano! busou estreitasalian+as om o Partido soa 8rabalhadores 0P8 para he&ar aos seus ob?eti,os. prinipalonluso dessa pes%uisa! no entanto! 4 omo a representa+o em s3mbolos! si&nosest4tios ulturais a*rianos pode estruturar uma identidade soial! om ,i4s pol3tio naluta anti-raista. sa3da ulturalista dos a*ro-brasileiros est) intrinseamente relaionadaBs partiularidades de omo as rela+2es raiais oorrem no Lrasil. Essa peuliaridade se d)atra,4s de uma lin&ua&em %ue reonhe+a a oer>nia própria de uma ultura popular! de

    omo ela se preser,a dentro de um meanismo de domina+o e imposi+o do ideal de branura. reusa dos dominados aos prin3pios de domina+o se *a7! no mo,imentone&ro naional! assumindo e ,alori7ando a ne&ritude presente nas representa+2es ulturais%ue! antes do en*rentamento ruamente pol3tio! lutam pela derrota de uma ,iol>niasimbólia. ,iol>nia! se&undo unan&a! de uma reli&io de matri7 a*riana ,ista pelosenso omum e i&nóbil omo Goisa do diabo! de um a*o4 ou maraatu-na+o enaradoomo in*erior perante a ontribui+o brana para a ultura! no de,ido apenas ao seuar)ter popular! mas ao raismo enrai7ado na tradi+o brasileira.

    AGRADECIMENTOS&rade+o ao C/P% por proporionar uma ria eperi>nia de pes%uisa atra,4s da Lolsa de