28

Revista carga n1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Uma publicação voltada para o setor atacadista nacional com temas que envolvem logística, gestão, economia, tecnologia, dentre outros. A revista é publicada pelo Sindiatacadista/Df, uma entidade representativa do setor atacadista distribuidor do DF. Por isso, a publicação traz também ações realizadas pela entidade.

Citation preview

Page 1: Revista carga n1
Page 2: Revista carga n1
Page 3: Revista carga n1

Mudança exige coragem!Dizem que uma mudança sempre deixa caminho aber-

to para outras. Quando decidimos resgatar o informe men-sal Carga de Notícias, o nosso objetivo era de aproximação com um público que ainda não tinha acesso direto à entida-de ou autonomia em buscar informações nos nossos canais.

Para o Sindiatacadista/DF é importante se comunicar não somente com os associados, mas com as empresas represen-tadas nas quais as alterações e toda a representatividade da entidade tem grande influência. Mais de dois anos depois do relançamento da publicação, decidimos novamente inovar em busca das pontes que um informativo como este faz jun-to ao leitor.

Amadurecido, o Carga de Notícias passa agora a ser uma Revista, em todas as particularidades características des-te formato: multiplicidade de assuntos, matérias mais elabo-radas e aprofundamento de temas, além de um visual bonito, moderno e que facilita a leitura. Agora, nosso encontro passa a ser bimestral, para que tenhamos mais tempo, empenho e dedicação nos assuntos de relevância que abordaremos.

Foi tudo feito para você! Aprecie cada página sem moderação. Boa leitura!

EXPEDIENTE

MAIS INTERATIVIDADE

Laniér RosaEditora

SINDIATACADISTA/DFEnd.: C – 01 LOTES 1/12 SALAS 314/316 ED.TAGUATINGATRADE CENTER - TAGUATINGA/DF - CEP: 71010-010TEL.: (61) 3561-6064

Fale com a redação:(61) 3561-6064 / [email protected]

Presidente interino Roberto Gomide Castanheira

2º vice-presidente Lysipo Torminn Gomide

3º vice-presidente João Orivaldo Oliveira

Diretor financeiro Cláudio Da Nova Bonato

Diretor comercial Clair Ernesto Dal Berto

Diretor social Ricardo Durante Itacarambi

Diretor tributário Álvaro Silveira Júnior

Diretor secretário Rogério Aragão Albuquerque

Diretor de relações do trabalho Júlio César Itacaramby

Diretor executivo Anderson Nunes

Diretores suplentes Saulo Davi De Melo Josafá De Morais Oliveira Marcelo Antônio Maniero Ricardo Antônio Mamede Marlon Amaral De Oliveira Teodomar Rodrigues Andrade

Jornalista responsável Laniér Rosa

Estagiário Thiago Silva

Projeto gráfico e diagramação Estudioab Comunicação

Revisão Luísa Dantas

Impressão Mais Soluções Gráfica

Tiragem 2.500 exemplares

Periodicidade Bimestral

Quer saber mais? Acesse:

Veja novidades sobre cursos, esporte, viagens,

e eventos do mercado atacadista

Navegue pelas principais notícias, artigos e novidades do setor atacadista por meio do seu celular. Comodidade e rapidez ao seu alcance.

Para acessar é muito simples: basta focar – ou “escanear” – o QR code com o seu

smartphone ou tablet. E pronto!

A revista Carga de Notícias traz mais interatividade com o uso do QR code. O leitor poderá, a partir de agora, dar continuidade às matérias, ver outras informações, acessar vídeos, websites, etc.

EDITORIAL

B E M - V I N D O

Page 4: Revista carga n1

14O FUTURO ECONÔMICO DO

BRASILEspecialistas da área mostram preocupação

com economia para os próximos anos.

6

7

8

10 26

18

22

24

SINDIATACADISTA EM AÇÃO

Ações representativas, reuniões de diretoria e com o governo

movimentam entidade.

PALAVRA DO PRESIDENTE

Presidente interino, Roberto Gomide, comenta sobre

os próximos passos do Sindiatacadista nos mais

diversos segmentos.

PERCALÇOS DO SETOR

A complexidade tributária e os desafios burocráticos

que atrapalham o desenvolvimento do atacado.

ARTIGO CONTÁBIL

Adriana Marrocos traz calendário sobre obrigações

para que você não se esqueça dos deveres contábeis.

CARGA CULTURAL

Fique por dentro das dicas literárias do Sindiatacadista/

DF especialmente para você.

ENTREVISTAOscar Attisano fala sobre

o desafio de preparar a maior feira da América

Latina voltada para o setor atacadista distribuidor.

MERCADO Segundo especialista, as

empresas devem investir em gestão de processos se

quiserem crescer.

AGENDAAlmoço de Negócios e cursos

investem no desenvolvimento, enquanto campanhas sociais

exercem papel importante na sociedade.

SUMÁRIO

Cré

dito

: shu

tter

stoc

k.co

m

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 5

Page 5: Revista carga n1

MP isenta obrigação de farmacêutico em drogarias enquadradas no Supersimples

Com apoio de distribuidor, varejo melhora gestão

ABAD divulga números da Feira ABAD 2014

A Secretaria de Fazenda (SEF/DF) passou a enviar notificações a mais de 8,5 mil contadores e

de Pessoas Jurídicas que deixaram de entregar o Livro Fiscal Eletrônico (LFE) entre julho de 2009 e abril de 2014, in-formando sobre a necessidade de re-gularizarem a situação via Agênci@net. O número enviado neste ano é 23,07% maior do que o de comunicados em 2013, em que mais de 2,3 mil empresas

foram autuadas. Quem não entregar o documento até 12 de setembro pode-rá ter suspensa a inscrição no Cadastro Fiscal/DF e pagar multa acessória entre R$888 e R$1.115. O livro deve ser entre-gue por meio do aplicativo “Validador” e não é necessário qualquer tipo de avi-so, resposta ao comunicado ou contato telefônico com a Sefaz. A regularização dos contribuintes com pendências é fei-ta automaticamente.

Empresas que não

entregaram Livro Fiscal

serão notificadas

A Câmara dos Deputados analisa a Medida Provisória nº 653/14, que obriga a presença de um técnico farmacêutico, inscrito no Conselho Regional de Farmácia e formado em curso profissionalizante (nível médio), em farmácias caracterizadas como micro ou pe-quenas empresas. Nos demais estabelecimentos será obrigatória a presença de farmacêutico (nível superior), como determina a Lei nº 13.021/14, publicada em agosto deste ano.

O setor atacadista pode ajudar a aumentar a lucratividade, bem como melhorar o atendimento nos pontos de venda sem realizar gastos dispendiosos. É o que mostra o “Programa Varejo Competitivo: capacitação com foco na gestão eficiente” promovido pela ABAD em parceria com o Sebrae, de 2011 a 2013. Segundo levantamento feito com 445 donos de lojas de vizinhança (até quatro checkouts) em 15 Estados, 75% dos entrevistados registraram melhora na qualidade do atendimento, enquanto 65% asseguraram que houve evolução em suas negociações com os fornecedores. Outros aspectos apresentaram evolução, embora em patamares menores, como visibilidade da empresa na região (61%), controle de estoque (52%), geren-ciamento da informação (51%), controle financeiro (48%) e tecnologia (48%).

A 34ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor, realizada pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), no Expotrade Convention Center, em Pinhais (PR), encerrou-se no dia 7 de agosto como mais um encontro estratégico para os agentes de distribuição de todo o Brasil. O tema da convenção - Foco e Eficiência: Fazendo mais pelo Brasil - re-mete aos esforços da ABAD para promover o desenvolvimento do setor, ampliar o debate sobre temas estratégicos e disseminar o conhecimento, valorizando a capacitação. A ABAD divulgou os números da 34ª Convenção realizada em Curitiba (PR). Foram regis-tradas cerca de 20 mil visitações durante os quatro dias do evento. A feira contou com a presença de cerca de 200 fornecedores de produtos, serviços e equipamentos. Compradores e indústrias prospectaram negócios estimados em cerca de 10% do faturamento anual do setor, que movimentou R$ 197,3 bilhões em 2013. Além disso, os investimentos realizados para a concretização do evento chegam a R$ 25 milhões, dos quais R$ 10 milhões foram injetados na economia local. O turismo de negócios foi um dos segmentos mais beneficiados pela ABAD 2014 CURITIBA, que gerou demanda por serviços de hotelaria, restaurantes, comércio local e táxis. Os hotéis da cidade receberam cerca de 4 mil hóspedes por conta do evento, vindos de diferentes regiões do país. A mão de obra local contratada foi de cerca de 1.500 profissionais de segurança, limpeza, receptivo, manutenção, entre outros serviços.

NOTAS

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 5

Page 6: Revista carga n1

Durante os meses de julho e agosto, ocorreram as duas primeiras edições do projeto nomeado “Café com Associado”. Na oportunidade, o presidente interino do Sin-diatacadista/DF, Roberto Gomide, recebeu na sede da entidade mais de 20 associados.

Foram apresentadas as ações relevan-tes e atuais do Sindiatacadista/DF e conce-dido espaço para que fossem abordadas as dificuldades e expectativas em relação ao trabalho da entidade representativa. Den-tre as questões levantadas pelos partici-pantes, estava a necessidade de um bene-fício voltado para operações interestaduais e a dificuldade em relação aos Licencia-mentos de Funcionamentos, que passam por processos burocráticos e demorados.

Setor expõe expectativas para candidato à reeleição

Café com associados abre mais uma porta de diálogo

com empresários do setor

Um café da manhã foi a oportunida-de encontrada pelo Sindiatacadista/DF para expor ao governador e candidato à reeleição, Agnelo Queiroz, as expectati-vas do setor para o novo governo. Caso seja reeleito, Agnelo está ciente de que o setor atacadista e distribuidor espera so-luções para a atual desigualdade tributá-ria e falta de competitividade do Distrito Federal frente a outros Estados.

O governador afirmou que um dos fo-cos do novo mandato, caso reeleito, será o investimento voltado para o setor pri-vado e uma área destinada ao pólo ata-cadista. Além do governador, estiveram presentes o vice-governador, Tadeu Fili-ppelli; o secretário do Estado de Fazenda, Adonias Santiago; o presidente interino do Sindiatacadista/DF, Roberto Gomide, além de mais de 30 empresários do setor.

Gomide iniciou o discurso relembran-do a massiva participação do setor ata-cadista na arrecadação de ICMS e con-cluiu falando da esperança do setor em relação a um futuro próximo. “O atacado tem uma extensa lista de reivindicações que vão desde a melhoria da seguran-ça até a destinação de área apropriada à fixação do pólo atacadista”; e conti-nuou: “A exemplo da solução encon-

trada para as operações internas [com a Lei nº 5.005/12], rogamos que criem, para o setor, benefício que dê condi-ções de competitividade nas operações interestaduais, como ocorre em todas as unidades da Federação, inclusive - e principalmente - com o estado de Goiás”. O encontro ocorreu no dia 13 de agosto, a convite do governador, na Residência Oficial de Águas Claras (DF).

O encontro funciona a convite do Sin-dicato para os empresários, por tempo de associação. Os participantes avaliaram positivamente a iniciativa e se colocaram à disposição para novos eventos. As duas primeiras edições aconteceram nos dias 10 de julho e 15 de agosto.

Quer saber mais? Acesse:

Fique por dentro das principais ações do

Sindiatacadista/DF por meio do nosso site.

Cré

dito

: Lan

iér

Ros

aC

rédi

to: L

anié

r R

osa

SINDIATACADISTA EM AÇÃO

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 76 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV

Page 7: Revista carga n1

Unidos por um futuro de desenvolvimento humano e econômico

E stou exercendo interinamente a presidência do Sindicato desde junho de 2014, devendo ser efeti-

vado definitivamente a partir de 1º de ja-neiro de 2015. Preliminarmente, agradeço o apoio do segmento, que acreditou na minha proposta de fazermos uma tran-sição pacífica e conciliada na gestão do Sindiatacadista/DF.

Neste período, intensificamos nossas relações com a Secretaria de Fazenda, apresentamos ao Governo nossos since-ros agradecimentos pela edição e amplia-ção da Lei nº 5.005/12 – que viabilizou a manutenção, mesmo que parcialmente, do segmento atacadista. À oportunidade, cobramos uma política adequada para as operações interestaduais, bem como a re-tirada do papel das promessas da criação do “Polo Atacadista”. Nossa expectativa é que ambos os objetivos serão alcançados.

No campo social, demos o maior pas-so do Sindicato ao definirmos o apoio à Creche Alecrim. Trata-se de uma entida-de ultracarente da Cidade Estrutural (DF), que atende precariamente 120 crianças de 0 a 8 anos. Identificada a impossibili-dade da manutenção da creche na atual área, articulamos com a administradora da Estrutural, a qual já destinou à entida-de uma área de 1.500 m², onde iremos construir a nova sede da Alecrim. Assim, conclamamos o segmento a iniciarmos imediatamente a mobilização para apoio e captação de recursos para implantação do projeto. Temos certeza de que o lema

“Se você conhecer vai querer colaborar!”, fala por si e será o catalisador do processo.

No ambiente macro, estamos no auge da campanha eleitoral e ao mesmo tem-po em que o Sindicato deve manter sua neutralidade institucional, não podemos ser apolíticos. Como empresários, temos obrigação de participar ativamente do processo e exercer nosso poder de in-fluência e pressão para buscarmos o me-lhor para o futuro do segmento, do Distri-to Federal e do Brasil.

Com o costumeiro otimismo, te-nho absoluta convicção de que estamos no caminho certo, que o Sindicato está cada vez mais forte, que o segundo semes-tre será ótimo, que o resulta-do das eleições será o me-lhor para o Brasil e que os empresários conti-nuarão a ser a má-quina locomotiva da nação.

Roberto Gomide, presidente interino do Sindiatacadista/DF C

rédi

to: T

elm

o Xi

men

es

PALAVRA DO PRESIDENTE

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 7

Page 8: Revista carga n1

Diz o ditado popular que “tempo é dinheiro”. Atualmente, esse ditado tem se tornado cada vez mais verdadeiro para todos os empresários que visam o cresci-mento. Talvez seja exatamente isso que incomode os incomodem quando é ne-cessário realizar tantos processos burocrá-ticos para permanecer regular com todas as atividades que desenvolvem.

Para ser empresário no Brasil, segundo o presidente interino do Sindiatacadista/DF, Roberto Gomide, é preciso entender de tudo um pouco: tributário, adminis-trativo, jurídico, dentre outros temas. “Não é preciso ser especialista em cada área. Para isso investimos na contratação de profissionais especializados. Porém, é importante que o empresário tenha co-nhecimento sobre os temas, até mesmo

para poder cobrar ou acompanhar esses outros profissionais”, explica.

Existem, atualmente, ao menos 80 tipos de processos tributários que pre-cisam ser realizados pelos empresários. O especialista em direito tributário e assessor jurídico do Sindiatacadista/DF, Jacques Veloso, explica que é preciso ter noções gerais sobre cada área, mas que o importante é estar bem assessorado.

A complexa legislação tributária brasi-leira exige tempo e dinheiro das empresas. O Banco Mundial contabiliza que são gastas mais de 2,6 mil horas por ano para calcular e pagar tributos, quando a média mundial é de 277 horas. Nos Estados Unidos, uma empresa equiparada precisa de apenas 187 horas para realizar os procedimentos para abertura de uma nova empresa. Nesse ran-

king, o Brasil ficou em último lugar – 194º – como o país mais burocrático.

O sócio-proprietário da Vetcenter, Juliano José Marques, confirma esse in-vestimento de tempo e dedicação: “Meu maior investimento foi em horas de estu-dos. É preciso entender para acompanhar melhor a contabilidade e ver se tudo está sendo feito da forma correta”, afirma.

Veloso explica que o Brasil é mesmo um mau exemplo quando se trata de excesso de tributos, burocracia e obri-gações acessórias. “Há um excesso de declarações que devem ser preenchidas pelas empresas, e isto gera um custo des-necessário tanto para a iniciativa privada quanto para o próprio Estado, que precisa processar todas estas informações redun-dantes”, explica.

Empresários e especialistas relatam como a burocracia atrapalha os negócios e que processos são redundantes e repetitivos, dificultando crescimento e desenvolvimento

Os ecos dos processos burocráticos e do excesso da carga tributária

PERCALÇOS DO SETOR

8 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 9

Page 9: Revista carga n1

Mudanças aguardadasO Instituto Brasileiro de Planejamento

Tributário (IBPT) realizou um estudo que mostra que, desde 1988, ano de publi-cação da Constituição Federal, já houve mais de 300 mil edições de normas rela-cionadas à matéria tributária. Ainda assim, o presidente interino do Sindiatacadista/DF, Roberto Gomide Castanheira, afirma que há uma distância real entre o ideal para o que precisa acontecer. “Aguarda-mos ansiosamente por uma reforma que retire o que é redundante e simplifique o que é necessário. Temos certeza de que, uma vez que isso aconteça, teremos mais tempo e dinheiro para investir no cresci-mento das nossas empresas”, revela.

Jacques Veloso não acredita em uma reforma ampla. Para ele, as alterações tri-butárias têm de ser feitas paulatinamente para não se tornarem inviáveis. O assessor também dispensa a necessidade de alterar a Constituição Federal. Segundo Veloso, para melhorar o sistema tributário, muito pode ser feito apenas no âmbito infracons-titucional, o que é muito mais fácil. “Já tive-mos algumas importantes modificações, porém estamos longe do ideal”, comenta.

Adriano Marrocos, assessor contábil do Sindiatacadista/DF, também lembra que existem projetos tentando facilitar o regis-tro de empresas, mas tudo ainda encontra--se em fase de implantação. Hoje, a reali-dade do empresário é de dificuldade para conseguir a Licença de Funcionamento, para não falarmos numa impossibilidade.

Fábio Afonso, proprietário do Café Ex-port, conta que enfrentou inúmeras difi-culdades para conseguir o alvará de cons-trução. “É complexo, porque tentamos nos adequar e andar conforme o previsto, mas se fôssemos aguardar, nada sairia do papel e o investimento se perderia”, relata.

Juliano José Marques, da Vetcenter, também passou pela dificuldade de con-seguir licença. Neste caso, de funciona-mento. “Estamos mudando de galpão, já

que tentamos por diversas vezes a Licença de Funcionamento e não conseguimos. Ficamos por algum tempo renovando a [licença] provisória, cheguei a contratar um engenheiro, mas o processo sempre era indeferido. Por isso, decidimos mudar para um galpão que tenha esse processo adiantado”, revela.

Simplificar a estrutura tributária e de-sonerar também as exportações são algu-mas das propostas para aumentar a pro-dutividade. O sistema tributário resultante da Constituição de 1988 foi eficiente para o aumento da receita do setor público. A carga tributária, segundo estudos da Re-ceita Federal do Brasil, elevou-se de 25,7% para 35,8% do PIB no curto espaço de 15 anos, entre 1993 e 2008. Porém, torna-se

mandato, diminuiria a burocracia para mi-cro e pequenas empresas – um montan-te que soma 8,6 milhões de empresas. “O compromisso [com a redução da burocra-cia] é meu, do ministro Afif Domingos [da Secretaria da Micro e Pequena Empesa] e do meu governo”, garantiu.

O Simples Nacional é uma dessas ten-tativas. Ele unifica os impostos federais, estaduais e municipais e reduz a carga tri-butária – um grande passo para as micro e pequenas empresas fugirem da alta bu-rocracia e das obrigações acessórias ex-cessivas. Para Adelmir Santana, presidente da Fecomércio/DF, essa é uma boa solu-ção para as organizações pequenas, mas não resolve o problema na totalidade.

O presidente interino do Sindiataca-dista/DF, Roberto Gomide, completa: “Pre-cisarmos de um regime especial chamado simples já é motivo para entendermos o quão complexo é o arcabouço tributário”.

Para mudar a realidadeUma pesquisa do Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Se-brae), de 2013, aponta que três, em cada quatro brasileiros, querem montar um negócio próprio. Essa é a maior taxa de empreendedorismo do mundo. Porém, a burocracia torna-se uma barreira cons-tante para a realização e a potencialidade desse setor. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), no primeiro semestre de 2014 houve uma queda de novas empresas no Brasil de 13,1%; no Distrito Federal a porcentagem é maior: -15,60%.

Toda essa questão que envolve ex-cesso de tributação, taxas elevadas e bu-rocracia resulta na desistência dos brasi-leiros em investir. “É desestimulante para empreendedores locais. Muitas vezes a pessoa sai do próprio negócio para in-vestir no mercado financeiro, porque não quer mais se envolver nesses processos complexos”, lembra o presidente da Feco-mércio/DF, Adelmir Santana.

entrave para a continuidade de cresci-mento do País. Por meio do Impostôme-tro – que mede os valores de impostos pagos no Brasil -, foi possível calcular que até agosto foram pagos R$1, 07 trilhões, somente em 2014.

Simples, mas só para os pequenosDurante o I Fórum Nacional de Confe-

derações das Associações Comerciais Em-presariais do Brasil, que aconteceu em abril deste ano, em Brasília (DF), a presidente Dilma Rousseff garantiu que, ainda neste

O setor de serviço é responsável por 46,95% da fatia das empresas ativas no Brasil.

PERCALÇOS DO SETOR

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 9

Page 10: Revista carga n1

Parte I

A saga do e-Social: Não dá para esperar!

CALENDÁRIO – 01 a 31/10/2014.

Diversas vezes temos sido procurados para esclarecer o que é, realmente, o e-Social e quais as implicações sobre

sua implantação. Nossa proposta com esse artigo é apresentar com mais detalhes esse sistema que tende a ser um “grande” repositó-rio de dados, hoje dispersos em várias declara-ções e arquivos. A ideia do governo federal é unificar, em meio eletrônico, “o envio de infor-mações trabalhistas, previdenciárias, tributá-rias e fiscais”, ou seja, a observância de diversas obrigações, com uso de vários programas e datas mais variadas, serão cumpridas com um único arquivo de dados. Este projeto preten-de, em relação aos empregadores, promover a redução de custos; já em relação ao governo, a melhoria da fiscalização, a redução de frau-des e o aumento na formalização de empre-gos; e, aos empregados, a facilidade de acesso a informações sobre o vínculo laboral. Se fosse só isso, seria o máximo, mas vamos entender melhor o processo.

Atualmente, o setor de pessoal man-

O QUÊ e QUANDO pagar?

O QUÊ e QUANDO entregar?

tém diversos arquivos impressos e eletrô-nicos para acompanhar o funcionário du-rante o pacto laboral. Esses arquivos, além de área, requerem investimentos para sua conservação e organização. Com a implan-tação do e-Social, as obrigações acessórias adiante serão eliminadas: a. Livro de Regis-tro de Empregado; b. Folha de Pagamento; c. GFIP/SEFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência So-cial); d. CAGED (Cadastro Geral de Empre-gados e Desempregados); e. RAIS (Relação Anual de Informações Sociais); f. DIRF (De-claração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte); g. CAT (comunicação de aciden-te de trabalho); h. PPP (perfil profissiográ-fico previdenciário); e, i. MANAD (Manual Normativo de Arquivos Digitais) dos re-gistros Contábeis e Folha de Pagamento. Outras obrigações acessórias deverão ser eliminadas com o tempo. Mas, se tanta burocracia será reduzida, qual o motivo de tanto alarde e tantas preocupações?

O motivo é simples. Esse processo não representa redução de trabalho ou simplifi-cação de processos, mas sim, uma revolução cultural que atingirá empregados e empre-gadores (particularmente, incluo o Fisco pois sei que não estão preparados). Desde o processo de admissão até o processo de de-missão deverão ser seguidos “novos” passos. Não novos no sentido da lei, mas no sentido prático. Em uma contração não poderemos deixar de exigir documentos e exames que, hoje, muito se diz: “Traz tudo amanhã, mas comece a trabalhar agora”. “Sim senhor, pode contar comigo”. Com o advento do e-Social, a cultura será outra (a fórceps) e o empregador deverá planejar as admissões, mantendo um banco de currículos, por exemplo.

Nos próximos artigos vamos tratar fase por fase e controles que deverão ser implan-tados em todas as empresas, porque o e-So-cial não é obrigação do profissional contábil de sua empresa, mas sim do empresário.

Fique atento!

06/10 Data limite para pagamento dos Salários referente à 09/2014.

07/10Data limite para pagamento do FGTS (GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social) referente à 09/2014.

15/10• COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 30/09/2014.

• Contribuição Previdenciária (contribuintes individuais, facultativos e domésticos) referente à 09/2014.

20/10

• Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e empresas desoneradas) referente à 09/2014.

• Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente à 09/2014.

• SIMPLES NACIONAL referente à 09/2014.

• ISS e ICMS referente à 09/2014 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações).

24/10 PIS e COFINS referente à 09/2014. 07/10 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ao MTPS referente à 09/2014.

14/10Escrituração Digital do PIS/Pasep, da COFINS e da Contribuição Previdenciária (EFD CONTRIBUIÇÕES) a SRF/MF referente a 08/2014.

21/10 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) a SRF/MF referente à 08/2014.

31/10 Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) a SRF/MF referente à 09/2014.

Várias Livro Fiscal Eletrônico (LFE) a SEF/DF referente à 09/2014: observar Portaria/SEFP nº 398 (09/10/2009).

31/10

• Contribuição Sindical Laboral Mensal referente à 09/2014.

• 1ª quota ou cota única do IRPJ e da CSLL referente ao 3º trimestre/2014 pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado.

• Recolhimento do Carnê Leão referente à 09/2014.

• IRPJ e CSLL referente à 09/2014, por estimativa.

• COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 01 a 15/10/2014.

• Recolhimento da parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do SIMPLES Nacional e do Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado).

Assessora contábil do Sindiatacadista/DF

Adriana Marrocos

ARTIGO CONTÁBIL

10 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 11

Page 11: Revista carga n1

N o dia 26 de junho de 2014, foi publicada, no Diário Oficial da União, a Lei Complementar nº

146/2014, que estende a estabilidade pro-visória da trabalhadora gestante, prevista na alínea b, inciso II, art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, a quem detiver a guarda de seu filho, nos casos de morte da empregada.

A regra entrou em vigor na data da publicação da citada lei, isto é, em 26 de junho de 2014. Sendo assim, em caso de morte da trabalhadora em gozo da esta-bilidade provisória concedida à gestante, esta será estendida ao empregado, seja homem ou mulher, que detiver a guarda da criança órfã, pelo prazo restante que estava usufruindo a mãe falecida.

O prazo da estabilidade provisória da empregada gestante não se confunde com o tempo da licença-maternidade: esta é de 120 dias após o parto, enquan-to que, para o primeiro caso, a garan-tia se estende desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

Sendo que, para a licença-maternidade, conforme Convenção Coletiva de Tra-balho firmada para o setor atacadista, a genitora ainda tem direito a mais 30 dias, além do prazo assegurado na lei.

Portanto, a título de exemplo, em caso de falecimento da genitora durante o parto, o pai, ou qualquer outra pessoa que permanecer com a guarda da crian-ça, terá direito a estabilidade provisória pelo período de 120 dias (mais 30, caso seja do setor atacadista), contados a par-tir do dia do nascimento do bebê.

A questão que certamente gerará polêmica acerca do tema é o fato de que o eventual processo de guarda judicial de uma criança pode demorar anos, ou seja, tempo muito superior ao prazo da estabilidade provisória a que teria direi-to o guardião.

Quando o pai da criança ficar natu-ralmente com sua guarda, sem qualquer questionamento de outros parentes, não haverá dúvidas de que este terá di-reito à estabilidade.

Licença- maternidade de gestante é estendida para guardião de criança órfã

Assessora trabalhista do Sindiatacadista/DF e especialista em direito trabalhista.

Clarisse Dinelly

A controversa ocorrerá quando hou-ver questionamento judicial acerca da guarda da criança órfã. Na prática, tais questões terão que ser tratadas indivi-dualmente, dependendo de cada caso.

De toda a forma, a questão que as empresas devem ficar atentas é que outros empregados, que não as gestan-tes, poderão ter direito a estabilidade provisória prevista na alínea b, inciso II, art. 10 do Ato das Disposições Constitu-cionais Transitórias.

ARTIGO TRABALHISTA

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 11

Page 12: Revista carga n1

E specializada no segmento alimentício – especificamente, na linha de bomboniere – a Apoio Distribuidora foi criada em 2009. Se no início das atividades contava com cerca

de 20 colaboradores, hoje são mais de 100 pessoas empregadas e envolvidas no trabalho realizado pela distribuidora. O respon-sável por dirigir a Apoio é o representante direto da Mondelez Brasil, Marco Aurélio Domingues de Aguiar.

Aurélio foi colaborador na própria Mondelez por mais de 15 anos, quando a indústria precisou criar laços para a distribuição no Distrito Federal. Foi aí que resolveu investir também no setor de distribuição. “Eu tinha a ideia de mercado do outro lado da si-tuação, porque sabia como funcionava na indústria. Mas a expe-riência que eu tinha facilitou bastante o caminho até aqui”, lembra.

Atuando em todo o Distrito Federal e no entorno, a empresa conta com profissionais preparados e com foco na distribuição de chocolates. A formação dos funcionários é o diferencial apon-tado por Marco Aurélio. “Eu vejo que os colaboradores fazem a diferença na empresa. Nossa equipe tem sempre o cuidado de passar formação para os funcionários naquilo que eles que-

rem trabalhar”, aponta o diretor. Essa formação é constante, de acordo com as precisões da empresa. “Do administrativo até o promotor de vendas, todos recebem formações trimestrais para atender às necessidades da empresa e os anseios dos nossos clientes”, ressalta o proprietário.

Marco Aurélio também destaca que é de extrema importân-cia ter um profissional treinado, pois é este o fator que auxilia a empresa a competir com os concorrentes que, muitas vezes, oferecem os mesmos produtos, mas com um número de pastas – em outras palavras, uma lista de produtos – maior.

A relação com a indústria não é diferente. Marco Aurélio reve-la que a Apoio Distribuidora tornou-se vencedora por atender à risca as exigências das indústrias com as quais tem parceria. “Pro-curo ser o braço direito da indústria e nós procuramos cumprir todas as exigências que eles nos pedem. Por conta desse traba-lho, ganhamos três vezes como a Melhor Empresa Distribuidora do Centro-Oeste”, revela o empresário. O prêmio Max-Excelência é realizado pela Mondelez, anualmente, para as distribuidoras que atendem bem as exigências impostas.

Com seis anos de mercado, empresa investe na formação específica em vendas

para os mais de 100 funcionários

Quer saber mais? Acesse:

Apoio Distribuidora tem crescimento de 35% ao ano

Apoio Distribuidora tem crescimento de 35% ao ano

Cré

dito

: Thi

ago

Silv

a

EMPRESA EM FOCO

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 1312 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV

Page 13: Revista carga n1

Para o futuroEm ano de eleições, o empresário

aposta em uma política que unifique o setor atacadista. “Espero uma parceria mais justa, independente de quem se ele-ger. Nosso setor precisa de uma atenção maior, somos muito prejudicados pelos estados vizinhos e isso nos atrapalha. A carga tributária diferente é o que nos dei-xa pra trás em relação aos outros estados”, analisa Marco Aurélio.

Sobre a expectativa de crescimento do atacado, o empresário destaca as conquistas realizadas ao longo do tem-po. “Eu vejo o quanto o setor atacadista se profissionalizou e cresceu. Tivemos que buscar saídas para não depender do governo. Hoje, vejo Brasília com um grande potencial, seja pelo poder aqui-sitivo ou pelo nível dos empresários. Ainda vamos crescer muito mais”, des-taca o diretor.

Acompanhando o setor há mais de 20 anos, sendo 15 na indústria e seis no atacado, o Aurélio destaca a união dos atacadistas. “Acredito que esse aumento se deu devido à junção dos empresários, e também ao empenho do Sindiatacadista/DF, que está nos reunindo e tornando-nos mais próximos por meio de suas ações. Isso nos permite ter uma interação maior e trocar experiências com os próprios ata-cadistas e distribuidores”, conclui Aurélio.

“Eu vejo o quanto o setor atacadista se profissionalizou e cresceu. Tivemos que buscar saídas para não depender do governo. Hoje, vejo Brasília com um grande potencial de crescimento, seja pelo poder aquisitivo ou pelo nível dos empresários. Ainda vamos crescer muito mais”Marco Aurélio, diretor da Apoio Distribuidora

DEIXE SUA EMPRESAMAIS VISÍVELANUNCIE AQUI

8173-53513561-6064/[email protected] I N D I

ATACADI A

EMPRESA EM FOCO

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 13

Page 14: Revista carga n1

Apostas lançadas

Opinião de economistas, empresários e especialistas da área

é unânime: quem vencer a corrida presidencial terá grandes desafios

para reestabelecer a economia brasileira e, de quebra, alavancar

os setores de venda do País

MATÉRIA DE CAPA

14 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 15

Page 15: Revista carga n1

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 15

Page 16: Revista carga n1

Em 2009, a revista britânica The Eco-

nomist surpreendeu a todos ao es-tampar o Brasil em matéria de capa,

na qual elogiava o bom desempenho da economia e as inúmeras perspectivas que resultariam para o país nos próximos anos. Quatro anos depois, a publicação voltou a focar na situação econômica do Brasil, porém, com outra abordagem: na reportagem, criticou-se os rumos toma-dos no último quadriênio pela atual pre-sidente da República, Dilma Rousseff, que resultaram na estagnação da economia do país. Os fatos comprovam-se em nú-meros: o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 4,3% ao ano, em 2005-2010, para 2,0% anuais, em 2011-2013. Além disso, neste último triênio, a inflação média ficou em 6,1% ao ano.

Agora o debate sobre este atual cená-rio se intensifica: no dia 5 de outubro, mi-lhões de cidadãos brasileiros e brasileiras irão às urnas para definir quem encabeça-rá, por mais quatro anos, o posto mais alto na hierarquia da democracia brasileira. Faltando pouco menos de um mês para as votações, os dez candidatos na disputa pelo Palácio do Planalto já lançaram seus programas de governo e têm intensifica-do campanhas e alianças, com o objetivo de conquistar o grande volume de elei-tores indecisos, na casa dos 16%, ou que pretendem votar nulo ou em branco, de 7%, segundo pesquisa Datafolha, divulga-da em 5 de setembro.

Mas se passos trôpegos têm sido da-dos com frequência nessa corrida presi-denciável pontuada por tragédias ines-peradas, como o precoce falecimento do candidato Eduardo Campos, ou os acalo-rados debates nas emissoras mais vistas do país, empresários, economistas, diri-gentes de ambientes sindicais e cientistas políticos já têm traçado os mais diversos cenários entre a manutenção do atual modelo econômico e a realização de mu-danças. E nesta bola de neve em que a

toral, ainda mais com as últimas pesqui-sas apontando cada vez mais resultados distintos uns dos outros. Mas é necessário, independente de quem assuma, de que sejam adotadas medidas que atraiam investidores para o nosso país, com o objetivo de se melhorar a infraestrutura nacional. Isto funcionará em uma espécie de efeito dominó, em que todas as ramifi-cações e sub-ramificações das áreas eco-nômicas sofrerão os impactos positivos”, afirma Gomide.

O economista brasileiro Eduardo Giannetti, formado na Faculdade de Eco-nomia, Administração e Contabilidade (FEA), afirmou, recentemente, em palestra na Convenção Anual dos Atacadistas Dis-tribuidores, que houve uma reversão de expectativa em relação ao Brasil. Segun-do ele, o país investe apenas 18% do PIB, contra países como os Estados Unidos da América, que investem 30% – de 40% que o Estado brasileiro drena da sociedade, ele reverte em benefícios somente 2%.

“Não faz tempo que o Brasil era um país emergente. E, agora, existe uma re-versão dessa expectativa, ou seja, falta condução competente. O governo Dil-ma [Rousseff ] se acomodou, mas, caso ela seja reeleita, deverá fazer a chamada ‘curva de aprendizado’, que é o reconhe-cimento dos equívocos (macro e micro) e correção dos erros”, analisa. Além disso,

economia se encontra intrinsecamente ligada, resta a pergunta: quais são as prin-cipais prospecções para o setor atacadista nos próximos anos?

O presidente interino do Sindiataca-dista/DF, Roberto Gomide, é enfático ao afirmar que o novo governante precisará manter uma postura firme e endurecida no controle da inflação, hoje de 6,5% aci-ma do teto da meta, para garantir uma gestão de finanças públicas adequadas e que mude o atual quadro econômico do Brasil. Atualmente, ocupa a 7ª posição no ranking mundial de economia, de acordo com dados do Banco Mundial, divulgadas em abril deste ano.

“Não temos bola de cristal para adivi-nharmos quem vencerá essa corrida elei-

“É necessário, independente de quem assuma, de que sejam adotadas medidas que atraiam investidores para o nosso país”

Crescimento do Produto Interno

Bruto (PIB) entre 2005 e 2013

4,3%

2%

MATÉRIA DE CAPA

16 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 17

Page 17: Revista carga n1

Giannetti afirma que é necessária uma abertura de canal de crédito voltado para o atacado, para que o setor tenha incenti-vos de expansão e consolidação em todo território nacional.

Para o presidente da Associação Bra-sileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), José do Egito, ainda é cedo para se fazer pro-jeções para 2015, mas torce para que o novo governo – seja ele reeleito ou não – se empenhe na missão de colocar a casa em ordem. “Já se sabe o que tem de ser feito, ou seja, enxugar a máquina pública, promover a reforma tributária e aumentar os investimentos em infraes-trutura. Os empresários do exterior dei-xam claro que se mostram cautelosos em relação ao futuro do Brasil, que ainda é considerado um país em crescimento, mas com um contexto que preocupa os investidores”, relata.

À derivaApesar do desafiador ambiente ma-

croeconômico do Brasil para os próximos anos, os especialistas visualizam dois ca-minhos que poderão ser seguidos – e es-tes são os de manutenção da atual base econômica, que pode ser mais facilmen-te aplicada caso haja reeleição, ou o de mudanças drásticas. Com isso, pode-se compreender o atual modelo econômico em três gargalos: a política fiscal frouxa,

regras de câmbio que mudam a cada momento, e a ausência de um controle inflacionário adequado.

O pesquisador da Universidade de São Paulo, Nelson Barrizzelli, afirma que, ape-sar das perspectivas de um 2015 fraco e com grande interferência do Estado sobre algumas empresas, os modelos atacadis-tas são facilmente adaptáveis conforme o crescimento das necessidades. Para ele, este setor em países de primeiro mundo, como Estados Unidos e Inglaterra, não desapareceu – e sim, desenvolveu-se.

“A hipótese de que o atacado irá aca-bar no Brasil é uma previsão a longo pra-zo, que depende da homogeneização da distribuição de rendas. Digo isto porque os modelos atacadistas vão se modifican-do conforme as necessidades da região, ou seja, há público e mercado para a dis-seminação deste setor. No futuro, é preci-so que não haja ruptura com o cliente. Se há falta de produtos ou de atendimento, há uma ruptura de relação entre empre-sário e cliente”, revela.

Contudo, Barrizzelli alerta que deter-minadas mudanças se fazem necessárias para que essa adaptação seja mais palatá-vel tanto aos empresários quanto ao setor no geral. “Atualmente, o atacado ainda não focou em uma área importante, que é o e-commerce. Há muita tecnologia de automação, de gestão, mas pouco inves-

timento no comércio digital, onde existe uma grande oportunidade não aproveita-da”, finaliza.

Já para Adauto Mesquita, sócio-pro-prietário da Garra Atacadista, o cenário pode até se mostrar um tanto complexo para os setores econômicos no geral, mas o atacado permanecerá buscando ma-ximizar resultados para evitar prejuízos maiores. “O atacadista já é um otimista por natureza, por ser um ramo compli-cado do ponto de vista de arrecadação líquida. Sabemos que os próximos anos serão complicados e não tem como acre-ditar que o nosso setor ficará de fora des-ses efeitos negativos. O segredo é saber esperar e ter a responsabilidade financeira de conseguir frear o desejo inicial de abai-xar valores demasiadamente, porque aí não há rentabilidade e sim, muito prejuí-zo”, comenta.

“Atualmente, o atacado ainda não focou em uma área importante, que é o e-commerce”

Quer saber mais? Acesse:

O site do Sindiatacadista/DF é atualizado constantemente

com novidades e reportagens voltadas para o atacado.

MATÉRIA DE CAPA

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 17

Page 18: Revista carga n1

Um evento que gera R$20 mi em negócios

por ediçãoOscar Attisano, superintendente da ABAD,

organiza a maior feira da América Latina voltada para o setor atacadista e distribuidor

e conta os desafios de realizar uma convenção a essa altura

A Associação Brasileira de Atacadistas Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD) escolheu, em 2014, a cidade de Curitiba (PR) para sediar a 34ª Convenção

Anual do Atacadista Distribuidor entre os dias 4 e 7 de agosto. Em 2014, cerca de 200 expositores e quase 20 mil visitantes com-pareceram ao evento.

A Feira ABAD é o maior encontro de negócios do segmento atacadista e distribuidor na América Latina, onde profissionais da cadeia de abastecimento encontram produtos, equipamen-tos e serviços que desenham novas tendências e geram gran-des oportunidades de negócios. O visitante e expositor têm a oportunidade de realizar novos contatos e estreitar relaciona-mentos com a indústria, varejo, agentes de distribuição e pres-tadores de serviço. Outro destaque fica por conta das palestras, voltadas para a gestão de empresas, o futuro do setor e as ten-dências do mercado.

O sucesso da Feira ABAD é um esforço de toda a equipe da associação, com a liderança de Oscar Attisano, que é, há quase 20 anos, o superintendente da ABAD, onde mantém uma atua-ção estratégica e executiva. A parte estratégica é desenvolvida junto com o presidente e a diretoria da entidade e consolidada no Plano Anual de Atividades da ABAD.

A atuação executiva compreende a coordenação das diver-sas gerências que compõem a ABAD no sentido de cumprir a agenda construída com a diretoria e garantir a perfeita execução de todas as atividades, entre as quais a mais importante é a Con-venção Anual do Atacadista Distribuidor (Feira ABAD). A ABAD, embora seja uma entidade sem fins lucrativos, é estruturada como uma empresa, pautada nos critérios de eficiência e profis-sionalismo. Para contar mais sobre a responsabilidade de estar à frente de um evento como este, Oscar Attisano é o entrevistado nessa edição da Revista Carga de Notícias.

ENTREVISTA

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 1918 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV

Page 19: Revista carga n1

Qual é o foco da Convenção Anual do Atacadista Distribuidor?A Convenção Anual do Atacadista

Distribuidor é um evento que vem se de-senvolvendo e se aperfeiçoando ao longo dos anos. É o maior encontro do setor na América Latina, consolidado como um evento de relacionamento e fechamento de negócios, reconhecido pelos próprios convencionais como o melhor evento de negócios do Brasil. A Convenção reúne todos os elos da cadeia de abastecimen-to, incluindo executivos com poder de decisão em suas empresas, agentes de distribuição de todo o Brasil, varejistas e as principais indústrias e prestadores de serviços do setor. A Feira ABAD também permite ao visitante conhecer lançamen-tos de produtos, tendências de mercado e inovações tecnológicas voltadas ao se-tor, além de oferecer excelentes oportu-nidades de negócios e a possibilidade de novos contatos nacionais e internacionais. Nesse espaço voltado a relacionamento e realização de negócios, empresários de todo o país podem relacionar-se com seus pares e fortalecer o relacionamento com seus fornecedores, o que contribui para o planejamento de seus futuros negócios.

Como é vista a participação do Centro-Oeste na Convenção?Historicamente, a região Centro-Oes-

te tem marcante participação na Con-venção, com forte presença nas sessões solenes de abertura e de encerramento, bem como em todas as atividades desen-volvidas durante o encontro. Na última edição do evento, em 2013, as quatro fi-liadas da região levaram 150 participantes para o evento. Na ocasião, o Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF) recebeu o prêmio de Maior Caravana Estadual por Região.

Por que a ABAD investe nesse tipo de evento?A ABAD desenvolve várias atividades

como Viagens Técnicas Internacionais (VTIs),

a pesquisa anual do ranking ABAD/Nielsen, a pesquisa mensal do Banco de Dados, o es-tudo Marcas em Destaque, a premiação do Fornecedor Nota 10, encontros, grupos de trabalho sobre temas específicos (Comitês ABAD), além de publicações como o Anuá-rio ABAD, o informativo semanal ABADNews e as revistas Distribuição e Abastecimento.

Todas essas atividades dão relevantes contribuições para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do setor. Contudo, a Convenção é a mais importante delas, por ser o único encontro nacional e anual da cadeia de abastecimento, reunindo em-presários de todo o Brasil, representantes da indústria, prestadores de serviços, va-rejo e agentes de distribuição.

Além disso, é o momento em que as várias áreas da ABAD têm a oportunidade de se relacionarem com o setor e apresen-tarem as atividades realizadas ao longo do ano, atualizando os convencionais sobre o andamento das discussões dos diversos comitês, apresentando as ações do Institu-to ABAD e proporcionando o envolvimen-to dos jovens sucessores das empresas do setor, reunidos no Grupo ABAD Jovem, com os demais parceiros da cadeia de abastecimento, notadamente a indústria.

Por que os empresários devem participar da Feira ABAD?São muitos os motivos para participar

da Convenção ABAD. Além de acompa-nhar lançamentos de produtos e inova-ções em equipamentos e serviços, os agentes de distribuição presentes no evento podem participar de debates que promovem o desenvolvimento de novas estratégias e tracem novos caminhos para o desenvolvimento do setor.

É também uma excelente oportuni-dade para os executivos e empresários do setor estreitarem o relacionamento entre si e com a indústria, participando de ações de capacitação, como as palestras e a visita à Loja Modelo do varejo de vi-zinhança. É, por isso, um encontro onde C

rédi

to: A

BA

D/d

ivul

gaçã

o

ENTREVISTA

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 19

Page 20: Revista carga n1

todos os profissionais da cadeia de abas-tecimento devem marcar presença.

Como é feita a escolha da cidade que receberá a feira?A ABAD sempre procura alternar a

sede da Convenção entre estados mais ao Norte ou mais ao Sul do país, para fa-cilitar o acesso de indústrias e atacadistas de todas as regiões. Claro, sempre leva em conta que as grandes distâncias bra-sileiras são muitas vezes fator impeditivo para a participação de algumas empre-sas. É uma forma de prestigiar associados e parceiros regionais.

Contudo, apenas meia dúzia de ca-pitais reúnem as condições necessárias para receber o evento: boa malha aeroviá-ria, boa estrutura hoteleira e área de even-tos compatível. Para se ter uma ideia, para uma feira de 10 mil metros quadrados, é necessária uma área total de pelo menos 25 mil metros quadrados.

Dessa forma, estivemos em Curitiba, em 2010; Recife, em 2011; Rio de Janeiro, em 2012; Fortaleza, em 2013; e, novamen-te, em Curitiba, em 2014.

Por que Fortaleza foi escolhida para receber a edição 2015? A experiência com o Centro de Even-

tos do Ceará (CEC), em 2013, foi bastante positiva. A Feira encontrou excelente re-ceptividade e trouxe ótimos resultados para expositores e convencionais, com amplo comparecimento de atacadistas das regiões Norte e Nordeste. Além dis-so, contamos com amplo apoio dos go-vernos estadual e municipal, inclusive no sentido de fazer no CEC as adequações necessárias para um evento de porte como o nosso. Tudo isso nos levou a es-colher a cidade, no intuito de repetir o sucesso de 2013.

O que falta para que Brasília seja, no-vamente, sede da Convenção Anual?Embora o Distrito Federal esteja loca-

lizado praticamente no centro geográfi-co do país, o que seria conveniente para

o comparecimento de convencionais da maior parte dos estados, os locais de eventos disponíveis não são adequados. Quando realizamos o encontro anual em Brasília, em 2003, bancamos um custo adicional para a realização da feira que, hoje, seria inviável.

Certamente teríamos prazer em voltar a Brasília, mas precisaríamos contar com o apoio do governo para providências relativas à infraestrutura complementar necessária. Tudo depende de chegarmos a um entendimento com os órgãos res-ponsáveis sobre os ajustes que devem ser feitos no pavilhão de eventos.

fazer o convite aos presidenciáveis para que expusessem os principais pontos de seus programas de governo aos nossos empresários, e temos certeza de que hou-ve interesse por parte deles. Prova disso é que o recém-falecido governador Eduar-do Campos prontamente confirmou pre-sença no evento, mas precisou desmarcar na última hora.

O senador e candidato Aécio Neves não pôde comparecer pessoalmente, mas fez-se presente por meio de um ví-deo e enviou um representante, o ex-se-cretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Wilson Bru-mer, que fez para o público da Sessão Solene de Encerramento da ABAD 2014 Curitiba uma apresentação sobre de-senvolvimento e algumas das questões econômicas relevantes para o país. Já a presidente Dilma [Rousseff ] era desde sempre uma presença improvável, dado que precisa conciliar as agendas de chefe do Executivo e candidata. Mesmo assim, fizemos questão de enviar o convite. Des-de o início, tínhamos consciência de que a agenda de candidatos à presidência, em plena campanha eleitoral, é bastante complicada, e isso não significa que des-considerem o setor.

Aproveito para agradecer o apoio e a presença da diretoria e da equipe do Sin-diatacadista/DF, bem como dos empre-sários do Distrito Federal, na ABAD 2014 CURITIBA. O Sindiatacadista/DF é uma filiada sempre presente e atuante nas atividades da ABAD, e esse comprometi-mento e ótimo relacionamento merecem ser destacados.

Este ano, por se tratar de ano elei-toral, foi feito o convite aos presi-denciáveis para participarem do evento. Como isto foi aceito por eles? Alguns não compareceram, isso mostra que não se importam o com o setor?O setor atacadista e distribuidor tem

papel importante na economia nacional, sendo responsável por 5% do PIB brasi-leiro. Por isso, consideramos adequado

“O Centro-Oeste tem marcante participação na Convenção, com forte presença nas sessões de abertura e de encerramento. Na última edição, em 2013, as quatro filiadas levaram 150 participantes para o evento”

Quer saber mais? Acesse:

Leia mais entrevistas com personalidades da

área em nosso site.

ENTREVISTA

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 2120 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV

Page 21: Revista carga n1

Reforma tributária: a verdadeirarevolução social

Tramitam em nosso Congresso Nacional inúmeros projetos de re-forma tributária. O debate sempre

tem sido travado com enfoque na neces-sidade de simplificação do sistema e na redução da carga tributária, considerada elevadíssima para o nível de desenvol-vimento do País e, principalmente, dos péssimos serviços públicos ofertados à população.

Nas discussões sobre o tema, sempre afirma-se que a reforma tributária é es-sencial para o país, a fim de gerar maior desenvolvimento econômico, empre-go e outros efeitos correlatos. Ou seja, o debate sobre o tema é travado longe do alcance do cidadão comum que identifi-ca os temas descritos como de interesse exclusivo da classe empresarial ou das elites econômicas. Contudo, a verdade é que uma reforma tributária bem pensada pode significar uma verdadeira transfor-mação social.

No sistema tributário brasileiro, a maior fatia da arrecadação, cerca de 65%, advém dos tributos sobre a produção e consumo, ou seja, sobre os tributos in-cidentes na cadeia produtiva (indústria/ atacado/varejo) que integram os preços dos produtos adquiridos pelo consumi-dor final, que é quem verdadeiramente arca com este pesado ônus.

Em decorrência deste sistema regres-sivo, a fatia mais pobre da população, pro-porcionalmente, paga muito mais tributo no Brasil do que as classes sociais mais

altas. Contudo, esta tributação injusta é indolor! A grande maioria da população brasileira ignora como funciona a tributa-ção no país e o impacto desta na sua vida, principalmente a parcela mais humilde da população, que não é alcançada pela tri-butação direta.

As classes C, D e E, principalmente, que normalmente não pagam tributos diretos como IPVA, IPTU e IR, pois não possuem bens e cuja renda ainda está na faixa de isenção do tributo, ou advém do trabalho informal, assim, imaginam que o debate sobre tributação não lhes interes-sa. Pior ainda, imaginam também que não possuem legitimidade para reclamar dos péssimos serviços públicos que lhes são ofertados, porque não contribuem para o sustento destes. Entretanto, este cidadão paga tributo em tudo que consome, e esta tributação é altíssima e pode consu-mir mais de 30% da sua renda.

Em média, no Brasil, os tributos repre-sentam 40% dos preços dos produtos. Imagina se o “Silva” soubesse que ao be-ber a sua cervejinha no final de semana, ele consome uma e paga outra ao fisco a título de tributação. Provavelmente não aguardaria tão pacatamente por horas nas filas dos hospitais públicos.

O brasileiro precisa saber o quanto paga de tributos, chega de ignorância!

A reforma tributária, independente-mente da necessidade de simplificação e redução da carga, deve trabalhar com dois pilares essenciais, ao meu sentir: pri-

meiro, reduzir a regressividade do siste-ma, diminuindo o impacto financeiro da tributação sobre os preços dos produtos e possibilitando, assim, o acesso das pes-soas a produtos mais baratos. Segundo, que o cidadão saiba exatamente o quan-to está pagando ao fisco em cada com-pra que realiza, que nós possamos ver o impacto sobre nossas vidas da imposição tributária para, assim, adquirirmos cons-ciência fiscal.

A redução do impacto fiscal sobre os preços possibilitará a população de me-nor renda acesso a produtos hoje muito caros para o seu orçamento, proporcio-nando-lhe uma melhor qualidade de vida. Contudo, mais importante ainda é esta população ter ciência do que está pagando. Acredito que ao ter ciência de que boa parte de sua renda é destinada ao Estado por meio da tributação indi-reta, o “Silva” não venderá o seu voto por uma “dentadura”.

Assessor jurídico do Sindiatacadista/DF e especialista em direito tributário

Jacques Veloso

Cré

dito

: Gar

y Yi

m -

Shu

tter

stoc

k

ARTIGO TRIBUTÁRIO

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 21

Page 22: Revista carga n1

Além de possibilitar aumento em 60% das atividades nas empresas e organizar todo o ciclo do atacado, a ferramenta faz com que o empresário ganhe tempo para atender seus clientes

Gestão de processos: eficiência para o setor atacadista

A maioria das empresas possui uma preocupação diária em como satisfazer a necessidades de seus clientes. A inovação na organização do controle de estoque, de

despesas, na qualidade dos produtos e na velocidade na entrega são melhorias que empresários buscam constantemente no dia a dia de suas empresas.

Acompanhando o avanço da tecnologia, muitas empresas já utilizam a gestão de processos desde 2010 para dar este suporte. O recurso permite acoplar outras metodologias no modelo de gestão de uma determinada empresa. Exemplo disso é o soft-ware Six-Sigma, que proporciona várias ferramentas que fazem a diferença na rotina de uma empresa, como:

• Visão – funções estratégicas e processo;• Definir – situação do processo atual ou melhorias a serem

implantadas;• Modelar – simular mudanças de processos;• Analisar – comparar as várias simulações para selecionar o

melhor processo;• Melhorar – implantar a melhoria selecionada;• Controlar – a partir de métricas definidas, avaliar o impacto

das mudanças em tempo real e avaliar novas mudanças;• Reengenharia – a partir do zero, desenvolver novos

processos baseados na inovação para obter melhores resultados.

MERCADO

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 2322 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 23

Page 23: Revista carga n1

O consultor de gestão de processos Fabiano Galeno explica a importância dessa nova gestão para as empresas. “A gestão de processos pode ser usada para compreender as estruturas organiza-cionais a partir das relações entre os pro-cessos, além de permitir a separação dos processos de negócios da plataforma da infraestrutura tecnológica e operacional, alinhada com as estratégias das empre-sas”, afirma Galeno.

O consultor destaca ainda os benefí-cios da gestão de processos. “A padroniza-ção e documentação, além dos processos definidos e alinhados com a estratégia, garantem maior produtividade na ope-ração e viabiliza uma empresa preparada para as mudanças do mercado”. E conclui: “Dessa forma, essa nova ferramenta per-mite ainda uma maior interação entre os setores, gestores e diretoria”.

Para o analista de sistemas, Alfredo Dias, toda empresa tem consciência que para garantir o crescimento e a maximiza-ção de seus lucros é fundamental o inves-timento em sua estrutura interna, princi-palmente na base operacional.

“As organizações que priorizam ape-nas o nível estratégico não conseguem preparar o nível tático e, consequente-mente, o nível operacional que vai exe-

cutar as ações para conseguir alcançar as estratégias definidas pela empresa. E quando citamos a gestão de processos, toda organização está envolvida, pois a empresa é uma só. Dessa forma, todos devem caminhar com o mesmo objetivo, em todas as instâncias da organização”, explica Alfredo.

Gestão de processos no atacado O setor atacadista tem uma estrutura

muito bem definida no seu ciclo operacio-nal: compra, armazenagem, estoque, ven-da, financeiro, fiscal e contábil. No entanto, essas atividades, para garantir esse ciclo operacional, sofrem grandes embaraços, já que não são definidas e normatizadas pelas empresas. Isto se dá devido a sua di-namicidade em requerer decisões rápidas para que o negócio continue crescendo.

No caso, as maiores dificuldades ope-racionais do setor atacadista estão na au-sência e falta de processos definidos que abrangem todos os setores.

Fabiano Galeno comenta essa difi-culdade dentro do ciclo atacadista. Para ele, o excesso de estoque não é só res-ponsabilidade do setor de compras, mas da logística que não consegue apontar em tempo hábil e gerir as informações da gestão de estoque, bem como do fi-nanceiro, que também tem dificuldades

em gerir o ciclo financeiro da empresa. Sendo assim, o setor investe muito em tecnologia da informação, mas, ao mes-mo tempo, os gestores não conseguem transformar essa informação em conhe-cimento para a tomada de decisão. Isto acaba gerando volumes de trabalhos em planilhas Excel, conversão de informação, o que alimenta grande quantidade de indicadores que, ao mesmo tempo, são banalizados pela diretoria executiva, por se tornarem repetitivos.

Atualmente, é percebido que a gestão da empresa passa mais de 80% do seu tempo ocupada com o setor operacional. Com tanto tempo voltado para operação, a gestão não consegue capacitar a equipe tática, o que distancia o tempo de atingir as estratégias definidas pela empresa.

Para o setor atacadista, esse número tem uma eficiência maior, como explica Galeno. “A gestão de processos divide seu tempo de execução em 60% estratégia, 20% tático e 20% operação, aumentando, assim, a produtividade exponencial para atingir os resultados desejados, uma vez que os processos passam a ser mais com-preendidos pelos setores, aumentando a capacidade intelectual e a proatividade das equipes táticas e operacionais da em-presa”, finaliza.

MERCADO

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 23SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 23

Page 24: Revista carga n1

Curso de Negociação para Compradores

De 20 a 24 de outubro o Sindiatacadista/DF realiza o Curso de Negociação para Compradores. Serão abordados os temas: o que é negociação, as fases da negociação, táticas de negociação, definindo os objetivos da negociação, desenvolvendo um plano de ne-gociação, como se preparar para uma negociação e ética em negociação em compras. O curso será ministrado pelo administrador de empresas e MBA em Gestão de Pessoas, Robinson Santos.

2° Fórum Estratégico ABAD MATCON

A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD) realiza, no dia 22 de setembro, em São Paulo, o 2° Fórum Estratégico ABAD MATCON. Com o tema “Compartilhar para Transformar”, o encontro é voltado para empresários do setor de construção civil, fabricantes, agentes de distribuição e varejistas. Na oportunidade, serão discutidas ideias para aprimorar o desenvolvimento e a eficiência de todos os envolvidos na cadeia de abastecimento de materiais de construção.

Os empresários e profissionais do segmento terão a oportunidade de compartilhar experiências, vivências e opiniões, enriquecen-do as discussões propostas durante o evento. Mais informações nos sites www.abad.com.br ou www.forummatcon.com.br

Estrutura física, administrativa e profissional são alguns dos itens da lista de necessidade da Creche Alecrim, frente a uma nova campanha social do Sindiatacadista/DF. O “Projeto

Alecrim” é uma iniciativa da diretoria da entidade, que analisando as ações sociais realizadas anteriormente, sentiu a necessidade de atitudes mais contínuas e duradouras. “Temos feito muito quanto à fomentação das tradições e ajudado instituições. Mas o que quere-mos é dar a oportunidade para que as instituições caminhem com as próprias pernas e deem passos firmes nos auxílios que prestam”, afirma o presidente interino do Sindiatacadista/DF, Roberto Gomide.

Sindiatacadista/DF adota Creche Alecrim e visa ação contínua

Projeto inclui construção de uma nova estrutura e

composição administrativa da entidade que atende 120 crianças na Cidade

Estrutural

AGENDA

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 2524 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 25

Page 25: Revista carga n1

Viagem Técnica Internacional ABAD levará filiados para sede do Google

A ABAD conta com o programa Viagem Técnica Internacional (VTI) voltado para a for-mação de seus filiados e parceiros. Neste ano, o programa chega à sua 25ª edição e terá uma programação especial. A viagem, que será realizada entre os dias 3 a 12 de outubro, terá como destino as cidades de San Francisco, na Califórnia, e Tucson, no Arizona, nos Estados Unidos. Nelas, estão previstas uma visita à sede do Google, no Vale do Silício, e um programa de aulas na Universidade do Arizona.

Segundo o superintendente-executivo da ABAD, Oscar Attisano, a programação desse ano será diferenciada por conta da comemoração do programa. “Resolvemos fa-zer uma programação mais do que especial, por ser a 25ª edição de uma viagem que, ao longo dos anos, se caracterizou por contribuir com soluções de boas práticas e ideias que os empresários brasileiros podem buscar nas empresas estrangeiras instaladas em diversos países do mundo”, ressaltou.

Quer saber mais? Acesse:

Veja novidades sobre cursos, esporte, viagens,

e eventos do mercado atacadista.

Quer saber mais? Acesse:

Você está a par dos projetos apoiados pelo o

Sindiatacadista/DF?

Para isso, o Sindicato, por meio de extensa pesquisa, escolheu a Creche Ale-crim, localizada na Cidade Estrutural (DF). A entidade atende 120 crianças, a maioria filhos de catadores que trabalham no li-xão da cidade. A própria diretora da enti-dade, Maria de Jesus, conhece bem essa realidade e, ciente das dificuldades das mães e pais, resolveu fazer algo. Aos 27 anos, a jovem dedica a vida à obra, jun-tamente com outras mulheres que são voluntárias no cuidado das crianças. Ela expõe, porém, a falta de estrutura como fator limitador. “Eu fiquei doente e resolvi cuidar dos filhos das minhas vizinhas para que elas não precisassem levá-los para o

lixão. Começou com oito crianças e agora são 120. Mas a estrutura é limitada e não há condições ideais de higiene, educação e de alimentação”, afirma Maria.

A creche funciona, atualmente, num local com menos de 100m², sem qualquer auxílio do governo – um dos requisitos para ser adotada pelo Projeto. Na primeira etapa, o Sindiatacadista conseguiu, junto à administração da Cidade Estrutural, um lote de 1.000 m² para a construção de uma nova estrutura, uma vez que, atual-mente, a instituição funciona num antigo lava-jato. “Meu sonho é que as crianças te-nham espaços dignos para alimentação, higiene e aprendizado”, completa Maria.

Gomide explica que todas as etapas da ação envolvem o setor atacadista. “Não há outra forma de fazermos isso, a não ser que o setor se mobilize e ajude financeiramen-te, disponibilizando materiais, profissionais, dentre outros; pois esse é mais do que um projeto do Sindiatacadista, é uma ação do setor atacadista distribuidor do DF”, ressalta.

Cré

dito

: Lan

iér

Ros

a

AGENDA

SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 25SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DO DF • 25

Page 26: Revista carga n1

Saga BrasileiraOs desafios de um povo em busca da estabilização financeira de um país

Fazendo um relato impressionante sobre a história econômica do Brasil, a jorna-lista Miriam Leitão inicia seu relato com a narrativa da criação da moeda brasileira no início do império, as primeiras crises e os desafios e as soluções encontradas para resolver os problemas naquela época.

Na história recente da economia do Brasil, a autora conta a história da hiperin-flação ao Plano Real, passando pelos congelamentos, planos que não passavam de um verão e o confisco do governo Collor. Miriam Leitão mostra como os brasi-leiros sofreram até a estabilização da moeda em um livro definitivo sobre a história econômica recente do país – já esquecida pelas novas gerações. Publicado pelo Grupo Editorial Record. Boa leitura!

Sonho GrandeO livro, de Cristiane Correa, conta a história de três brasileiros, Jorge Paulo Le-

mann, Marcel Telles e Beto Sicupira, que revolucionaram o capitalismo do Brasil e conquistaram o mundo. A autora relata com detalhes o crescimento dos empre-sários que, além de sócios, eram grandes amigos, e tinham os olhos voltados para negócios. Com muito sangue frio e cautela, os sócios investiram em uma cervejaria que se tornaria uma das maiores do mundo.

O ponto principal do livro mostra que muito mais do que juntar dinheiro, os empresários buscavam construir uma grande empresa duradoura. Como? Investin-do, acima de tudo, em pessoas. Tendo impulso em um grande sonho, concentra-vam-se em criar algo gigante e não apenas em administrar dinheiro. Com esses e outros passos importantes, o livro vai mostrar como a simplicidade a genialidade se tornam ingredientes mágicos para se obter sucesso em todos os campos dentro de uma empresa. Publicado pela Editora Sextante, vale a pena a leitura.

Você tem até 20 de outubro para conferir a primeira exposição de fotos inéditas de Sebastião Salgado, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília. A mostra “Gênesis” é formada por 297 fotos de um dos maiores fotógrafos do mundo. A exposição fica aberta de quarta a segunda-feira, sempre das 9h às 21h. A classificação é livre, e a entrada gratuita.

Dica!

CARGA CULTURAL

26 • SETEMBRO|OUTUBRO nº1 ANO IV

Page 27: Revista carga n1
Page 28: Revista carga n1