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Uma revista sobre a história e a cultura das cidades do Estado do Rio de Janeiro.
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208 anosResende
1801 - 2009
CAFÉResende é o berço da
cultura no Brasil
Ano 01 - n°01 / set 09
CC A T
PUBLICIDADE
Cidadesddo RIO
GOVERNADOR FALA SOBRE RESENDE E A REGIÃOSÉRGIO CABRAL
VOLKSWAGEN AGORA É MANOs novos projetos
VOTORANTIM SIDERURGIAEstá chegando a hora
FOTOS HISTÓRICASUm painel com
fotos antigas de Resende
LUIZ PEREIRA BARRETOUm homem
à frente do seu tempo
JOSÉ MARCO PINESCHIO prefeito visionário
MEIO AMBIENTEOs pássaros da região
Viver Resende é estar presente e participar do dia-a-diados programas culturais, de lazer, sociais e de saúde.É alcançar objetivos com trabalho, agilidade e união.Respeitar as diferenças, dar as mãos e olhar para cima.Se você acredita nisso, você e sua cidade estão pensandoda mesma maneira. Viva Resende. Viva a cidade!
Ao olhar um álbum de família e revivermomentos alegres que passamos ou ao observar-mos em uma foto o belo olhar de alguém que já sefoi, quase sempre somos tomados pela emoção dalembrança. É a nossa vida, é a nossa história.
Nas fotos revemos os amigos de infância, apracinha, a primeira casa, a escola...os filhospequeninos. É o nosso patrimônio histórico. Sãopequenas gotas que se juntam para matar a sededa saudade.
Da mesma maneira, devemos resistir àindiferença pela perda da memória da cidade; énosso dever, como guardiões, preservar para asfuturas gerações tudo o que representa a luta e otrabalho... nosso e dos nossos antepassados.
Quantas batalhas, quantos sacrifícios,quantos momentos de beleza que podem se perderpara sempre porque não preservamos a nossamemória e os prédios que foram testemunhasfísicas de um passado.
Resende cresce mais a cada dia. Novosmoradores chegam diariamente em busca demelhores oportunidades sem imaginar quantaspessoas dedicaram suas vidas em prol de umacidade melhor.
Nesse primeiro número da revista Cidadesdo Rio, a cidade de Resende recebe uma homena-gem, um presente. Uma edição que resgata umpouco de sua história, seus personagens para quea nossa juventude e os “novos resendenses“valorizem a nossa gente, a nossa terra.
Deixo o trecho de uma carta de um dospersonagens da revista, Luiz Pereira Barreto,
escrita em 1864 ao seu professor Pierre Laffitt, omaior expoente do positivismo na França. O texto éuma bela declaração de amor à Resende.
“
.“
Quanto ao aspecto físico do país, estou
encantado, em êxtase: não se pode achar nada
comparável no mundo, às tantas esmagadoras
belezas naturais! A propriedade campestre de meu
pai, onde estou atualmente, é verdadeiramente de
uma grandeza mágica. Uma imensa cordilheira
azulada, ao longe as nuvens; em baixo, uma vasta
planície verdejante plena de flores de inflorescên-
cia púrpura e rosa; dos dois lados as mais elegan-
tes colinas, cobertas de uma luxuriante vegetação
primitiva, palmeiras... árvores seculares, laranjei-
ras, figueiras, uma quantidade inumerável de
árvores frutíferas de um sabor delicado; enfim é
indescritível, é bom demais para ser reproduzido
ou descrito por frases
Viva Resende!
Celso Dutra
Editorial
Resende é bom demais
ÍNDICEEditorial.................................3Mensagem do Prefeito................5Mensagem do Governador............7Resende, berço do café..............8Maria Benedita........................12Luiz Pereira Barreto.................14A Província de Resende..............18Painel com fotos históricas.........22Resende FC 100 anos.................24Resende FC.......................28200 anos do Ensino Militar...........30A chegada da AMAN..................34
Pássaros da região.......................38O Prefeito visionário....................40Crônica visual de Resende..........44Volkswagen agora é MAN..............46Votorantim...........................48Anglo Americano..........................50
Resende em dados.........................51
EXPEDIENTE:
CAT PUBLICIDADE
:Celso Dutra Moura e Adriana Vilhena
Otacílio [email protected]
[email protected](24) 9821-1048
Criação, Produção e Programação
Edição e Arte
Capa em arte digital sob foto de:
Contatos:
CNPJ 02.330.153/0001-22
Jornalista Responsável:Lélis Dutra Moura
MTB 1027-RJ
3
Foto
: O
tací
lio R
odrigues
Mensagem do Prefeito
O bem-estar do cidadão
Resende chega aos 208 anos e, nessa data
tão querida para todos nós, podemos afirmar:
apesar do pouco tempo à frente da Prefeitura, a
nossa administração tem muito o que mostrar. Os
resultados positivos do nosso trabalho já estão
ajudando a devolver a alegria de viver em um
município que se desenvolve economicamente,
sem perder uma das suas referências principais: a
qualidadedevida.
Estamos buscando a qualidade de vida de
cada pessoa residente em Resende através,
principalmente, de um novo conceito de gestão
pública que implantamos este ano na área da
saúde: oResendeSaudável.
Isso porque entendemos que o pleno bem-
estar físico e mental do cidadão se alcança não
apenas commaismédicos e postos de saúde. Essas
ações são fundamentais, e conseguimos avanços
importantes. Mas elas devem ser acompanhadas
por outras em todas as áreas do serviço público,
como infra-estrutura, saneamento básico, esporte,
lazer, cultura e programas sociais. Do que adianta,
por exemplo, um paciente ser bem tratado em um
hospital se as ruas do seu bairro não estiverem
pavimentadas? Ele correrá o risco de voltar à sua
residência e ficardoentedenovo.
Neste sentido, as realizações são muitas,
entre as quais podemos destacar as seguintes:
Programa Terceira Idade Ativa; Programa
Segundo Turno, que oferece atividades esportivas
e culturais para estudantes da rede pública;
pavimentação de ruas; início da construção e
reforma de unidades médicas; melhorias nas
escolas municipais; academia de ginástica para
idosos; programas sociais destinados a crianças e
adolescentes, além da assinatura de um decreto
que garante a qualidade no abastecimento de água
potável. Isso sem contar as realizações na área da
cultura, e o nosso trabalho voltado à instalação de
novas empresas. Recentemente, por exemplo,
divulgamos a ampliação da MC Lane, centro
distribuidor de produtos eletrônicos, a maioria
deles fabricadanaZonaFrancadeManaus.
Resende já é uma terra privilegiada por
vocações naturais para o desenvolvimento. Resta
ao Poder Público fazer a sua parte, realizando
obras e serviços a favor do bem-estar do cidadão. É
nesta direção que vamos continuar trabalhando.
Afinal, a gente vive aqui. Por isso, merecemos e
temosodireitoaumavida saudável.
José Rechuan Junior
Prefeito Municipal
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5
Mensagem do Governador
Resende, cidade parceira do Estado
Resende é uma das cidades quemais cresce
no estado e que tem hoje uma grande vocação
industrial, atraindo a atenção de empresas de
diversas partes do Brasil. Por isso, estamos
fazendo investimentos muito importantes no
município, principalmente nas áreas de
infraestrutura, indústria, turismo e meio
ambiente.
Em agosto, concretizamos na cidade o
Programa de Apoio ao Desenvolvimento dos
Municípios, o Padem. É um investimento de R$ 4
milhões do nosso governo que permitirá à
prefeitura executar obras de drenagem pluvial em
maisde trêsquilômetrosdevias edepavimentação
em28quilômetrosde ruas.
Também levamos, em primeira mao para o
município, o serviço móvel de tomografia
computadorizada, com capacidade para fazer até
2.500 exames por mês, dando mais dignidade no
atendimento à população. E reformamos o prédio
do IML, fechado há quatro anos, enquanto
construiremos, com recursos do estado, a nova
sede, emumterrenocedidopelaprefeitura.
Na área do meio ambiente, estamos
implementando em todo o estado os centros de
tratamento de resíduos sólidos, que são aterros
sanitários modernos e ecológicos. Vamos acabar
comos lixões em até dez anos.Na região doMédio
Paraíba, esse aterro ficará em Resende e atenderá
Itatiaia, Porto Real, Quatis e Visconde de Mauá,
beneficiando 170milhabitantes.
Construímos ainda na cidade um Centro
Vocacional Tecnológico (CVT), que oferece
cursos profissionalizantes gratuitos, formando
mão-de-obraespecializada.
Em outra ponta, estamos investindo na
região deResende e Itatiaia (nas AgulhasNegras),
recursos do Prodetur, um convênio com o governo
do presidente Lula que contempla obras de
infraestruturaeplanejamento turístico.
Portanto, é com enorme alegria que dou os
parabéns a Resende, por mais um ano de vida, e ao
prefeito José Rechuan, que tem sido um grande
parceirodonosso governo.Quemganha com isso é
o povo de Resende. É uma honra ter essa grande
parceria comacidade.
Sérgio Cabral
Governador do Estado do Rio de Janeiro
Foto
: Luiz
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7
Resende, outra vez, torna-se
difusor desta cultura para o
'Oeste' paulista, através da lendá-
ria Caravana Pereira Barreto, que
levou as preciosas mudas do Café
Bourbon, cultivado inicialmente
na Fazenda Monte Alegre, propri-
edade dos Pereira Barreto na
Vargem Grande em Resende.
Resende foi o primeiro
pedaço de terra brasileira onde o
café encontrou acolhida de
elementos que propiciaram o seu
grande desenvolvimento, de
modo a alcançar aquele surto
admirável na nossa balança
econômica. No final do século
XVIII, o café já era cultivado nos
distritos de Resende, por isso o
Vale do Paraíba (fluminense),
teve a prioridade de ser o viveiro
inicial das grandes plantações do
'ouro-rubro'.
A Província do Rio de
Janeiro era rica, feliz e invejada,
uma princesa entre suas irmãs;
que durante oitenta anos concor-
reu decisivamente para a forma-
ção das nossas forças armadas: o
exército e a marinha; fornecendo
abundantes recursos ao governo
para as despesas extraordinárias
da guerra do Paraguai, assim
como para todos os melhoramen-
tos; tais como as estradas de
ferro e de rodagem, edifícios
públicos... etc.
Para ter uma idéia da
opulência da cultura cafeeira
nesta região (São Vicente Ferrer e
Vargem Grande), em 1868 no
auge da produção de café, estes
dois distritos possuíam quase a
metade dos fazendeiros de café
do município que eram em torno
de 560.
Quando em 1927 realizou-
se uma grande exposição come-
morativa do bicentenário da
introdução do café no Brasil, os
organizadores escolheram a
cidade de Resende para inaugura-
ção de um obelisco em homena-
gem ao 'Berço da Grande Lavoura
Cafeeira'. Atualmente encontra-
se esquecido e localizado ao lado
da Fundação Cultural.
AFazenda MonteAlegre em
Vargem Grande, era uma das
grandes produtoras de café e
cereais que num desenvolvimen-
to agrícola assombroso, valoriza-
va a gleba, dando situação de
UMAFAZENDAMODERNA
As primeiras fazendas cafeeiras do país surgiram na Vargem Grande
Por José Eduardo de Oliveira Bruno
O berço do Café no Brasil
8
O distrito de Santo Antônio
da Vargem Grande inicialmente
foi originado de um desmembra-
mento de São Vicente Ferrer
(atual Fumaça) e uma pequena
parte do distrito sede, através de
intervenções constantes do
ilustre resendense Comendador
Fabiano Pereira Barreto.
As divisões administrativas
de 1892 e 1938, conservaram o
distrito sob o nome de Vargem
Grande, mas o Decreto-Lei 1056
de 31 de dezembro de 1943,
substituiu-o, com a troca da
denominação para Ibitigoaia, que
durou pouco tempo, logo depois,
em 1944, passou a denominação
atual de Pedra Selada.
Nesta região resendense,
foi onde surgiram as primeiras
plantações do café no Vale do
Paraíba, introduzidas inicialmen-
te pelo Padre Couto (Antônio do
Couto da Fonseca). Da fazenda de
Antônio Bernardes Bahia em São
Vicente Ferrer, saíram as primei-
ras sementes para o início da
cultura cafeeira em toda a região
meridional fluminense e também
para o Estado de São Paulo,
introduzidas inicialmente em
Bananal e Areias e mais tarde
irradiando-se para a região de
Campinas. No início da decadên-
cia do café no Vale do Paraíba,
relevo e consagrando-o como o
maior produtor agrícola da
região.
O café 'Bourbon', nasceupor experiência de fecundaçãopor hibridação do café Libériacom o café Comum, realizadapelo Dr. Luiz Pereira Barreto,filho de Fabiano Pereira Barreto,na Fazenda Monte Alegre naVargem Grande em Resende.
Eram plantas lindas, com
as características de excelente
qualidade, e completamente
diferentes do Libéria e dos dema-
is. Com o produto desses cinco
pés, ao cabo de quatro anos, os
Barretos iniciaram a plantação de
regular cafezal de Bourbon,
nome com que foi batizado pelo
Dr. Luiz Pereira Barreto, o novo
café obtido, apesar de aconselha-
do por amigos, para que lhe fosse
dado a denominação de café
'Barreto'.
A preferência foi por se
lembrar o Dr. Barreto de ter
conhecido nas estufas da Univer-
sidade de Bruxelas, uma qualida-
de de café muito semelhante
aquele, conhecido pelo nome de
Bourbon. Daí a história da famosa
variedade conhecida pelo nome
de café Bourbon que se destacou
pela grande produção de seus
arbustos de 2 a 3 metros de
altura, de forma mais ou menos
cilíndrica com folhas verde-
claras e quando maduras ficam
verde escuras, elípticas, leve-
mente coriáceas, com lâmina e
margens mais onduladas do que a
variação Typica.
Porém, um acontecimento
que não podemos deixar cair no
esquecimento, pela sua real
importância na historiografia da
cafeicultura em nosso país, foi o
da "Caravana Pereira Barreto",
que no ano de 1876, numa verda-
ACARAVANA
deira expedição conquistadora
saiu da fazenda Monte Alegre,
constituída em sua liderança pelo
clã dos Barretos, homens de
recursos, ativos sertanistas e
grandes empreendedores, lidera-
dos pelo médico, cientista e
filósofo Dr. Luiz Pereira Barreto, e
por seu irmão José Pereira Barre-
to, acompanhados pelos outros
irmãos: Cândido Pereira Barreto,
Francisco Pereira Barreto, Rodri-
go Pereira Barreto e Miguel
Pereira Barreto, juntamente com
alguns filhos, sobrinhos, parentes
e amigos etc., saíram de Resende
para procurar em outras regiões,
campo mais produtivo, em vez
das constantes tentativas infrutí-
feras de reanimar os velhos
cafezais, cansados de tanto
produzir.
Portanto a lendária carava-
na, capitaneada por José Pereira
Barreto e seus irmãos e mais 60
escravos em carretas e troles,
inicialmente até Cachoeira
9
A lendária Fazenda Monte Alegre
Paulista, onde era naquela oca-
sião ponto terminal da Estrada de
Ferro D. Pedro II, depois passando
por Jacareí, sempre margeando o
rio Paraíba do Sul, e numa outra
etapa, até Casa Branca em via-
gem áspera e longa, cruzando a
Serra da Mantiqueira em Minas
Gerais, passando por Camandu-
caia e percorrendo os vastos
campos até atingirem Ouro Fino,
Pinhal, Casa Branca, São Simão,
Cravinhos e finalmente, Ribeirão
Preto...
O fluminense e resendense
Luiz Pereira Barreto, foi o intro-
dutor do café Bourbon, no 'Oeste'
paulista, que como todos sabe-
mos, foi o elemento principal, e a
causa primordial do grande
desenvolvimento e progresso de
São Paulo no cenário brasileiro.
Com a intensa propaganda
que então fizeram em prol da
'terra roxa' do Oeste Paulista,
O ÊXODO
provocaram autêntico êxodo,
especialmente nos municípios de
Resende, Barra Mansa, Areias,
Silveira e outros do Vale do Paraí-
ba, (paulista e fluminense).
A somatória desses fatores
marcou o período sombrio da
decadência dos fazendeiros de
Resende e região limítrofe, que
viram vicejar enormes cafezais e
sentindo-se desamparados e
desesperançosos de um ressurgi-
mento, vendiam as fazendas
desvalorizadas por preços ínfimos
e irrisórios, apesar do aspecto
visual de suas grandezas do
passado.
Constrangedora situação,que só foi superada, em parte,com a vinda dos mineiros quecompraram estas fazendas desva-lorizadas e implantaram a pecuá-ria leiteira no município e emtodo o Vale do Paraíba.
Ainda não estavam termi-nados os funerais da grandelavoura cafeeira fluminense, ecomeçou a segunda descida dos
mineiros. Antes, quando o valeera uma imensa floresta, vierameles para a exploração do café,desiludidos da garimpagem doouro e do diamante; agora, seriapara aproveitar na 'bacia dasalmas', a aquisição de boas ter-ras, cansadas embora, mas pró-prias para a criação de gado,exploração dos laticínios, àsportas da Capital Federal,então...!
As grandes fazendas de
café, providas de excelente
maquinário de amplos terreiros
de pedra cal, de vastas senzalas,
desapareceram do cenário, por
completo. Caíram as 'Casas
Grandes', com a transformação
das lavouras de café para centros
de pastoreio de gado, pois a ruína
e a destruição de muitas delas,
foram exigidas por esta última
exploração, do gado, sendo assim
O FIM DAS GRANDES
FAZENDAS
Secagem do café. Marc Ferrez. 1885. Coleção Gilberto Ferrez. IMS
10
necessárias extensas glebas,
impondo-se a necessidade de
incorporação de duas ou mais
fazendas em uma só, ficando
inúteis os casarios das que se
unificavam eram então abando-
nadas ou destruídas para o apro-
veitamento de pastos.
As lavouras cafeeiras
atingiram o maior desenvolvi-
mento, até a década de 1860 /
70, depois Resende e região,
sofreram um colapso angustian-
te, uma fulminação de desorgani-
zação do trabalho agrário, com
fazendas abandonadas devido ao
desgaste e a esterilidade das
terras, cansadas de tanto produ-
zir. Os caprichos da natureza
reservaram aos fazendeiros a
queda da opulência que se desfez
como um sonho, que se dissipou
como uma miragem.
A Escravidão e o Café eram
os dois poderosos fatores vitali-
zantes de todas as regiões produ-
toras e a eliminação de um e a
decadência progressiva do outro,
determinaram o desalento que
arruinou as fazendas do Vale do
Paraíba, que torturou municípios
e entristeceu cidades...
Monteiro Lobato quando
ocupava o cargo de promotor
público em Areias - SP (1906),
cidade limítrofe com Resende,
espantado com a decadência
econômica da região, escreveu
seu primeiro livro denominado
“Cidades Mortas”:
Há uma correspondência,
inequívoca, entre a força da
província fluminense com o seu
poderio econômico, alicerçado
no café, e a força do Império dos
Braganças, pois, enquanto a
província foi poderosa o Império
brilhou e quando a província
enfraquece o Império acaba.
Não tinha esse, o flumi-
nense, nem o orgulho do paulis-
ta, nem o democratismo do
mineiro. Era mais fino, mais
polido, mais socialmente culto
pela proximidade, convívio e
hegemonia da Corte, cuja ação o
Feitor observando o trabalho.
Christiano Júnior.1885.
Coleção Particular.
absorve. O polimento urbano lhe
corrigiu a rusticidade e pela
finura, pelo senso do meio-
termo, acabou por desempenhar,
no Sul, o papel dos atenienses da
política e das letras.
A fazenda de café fora
indispensável àquele resultado
de elegância espiritual e poli-
mento urbano. Dos meados dos
oitocentos, sobressaem já os
proprietários enriquecidos pela
lavoura cafeeira. Eram palacetes
cercados por jardins, prados à
entrada, com pequenos lagos
com renques de palmeiras impe-
riais soberbas que conduziam os
visitantes à porta do solar Olivei-
ra Viana.
Bibliografia:
"Família Pereira Barreto" - NotasGenealógicas (Itamar Bopp/São Paulo-1983)
O Vale do Paraíba, Eloy de Andra-de (Real Rio Gráfica e Editora Ltda. /RJ-1989)
“Luiz Pereira Barretto e o CaféBourbon" ("O Estado de São Paulo"-15/10/1937)
C.A.Krug / Instituto Agronômicode Campinas
Barretto, resendense e figura de
maior projeção no cenário político
e social do município, alcançando
todos os mais importantes postos
da representação política local.
Sua mãe chamava-se Francisca de
Salles Barretto, prima de seu pai, e
de tradicional família de Guaratin-
guetá – SP. Em Resende, aprendeu
as primeiras letras, fazendo ainda
parte de seus preparatórios no
Colégio Brasil, de Joaquim Pinto
Brasil, depois concluindo seus
estudos no Colégio João Carlos em
São Paulo.
Posteriormente seguiu para
Bélgica com o objetivo de estudar
medicina. Em 1864 doutorou-se
com “grande distinção”. Entretan-
to, saudoso de sua pátria, que não
visitava há muito tempo, Barretto,
mesmo pensando em continuar na
Bélgica, quis vir antes ao Brasil,
onde seus planos seriam modifica-
dos e sua vida tomaria outros
rumos.
Em 1865, revalidou seu
diploma na Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro clinicando em
Resende até 1869, quando se
transferiu para Jacareí, onde se
casou com Carolina Peixoto, aos 28
anos de idade.
Positivista ortodoxo, inicial-
mente, pois durante sua perma-
nência na Bélgica, o jovem estu-
O POSITIVISMO
dante transformar-se-ia em um
discípulo apaixonado das doutrinas
de Augusto Comte, tornando-se um
positivista integral. O positivismo é
uma filosofia materialista, mas
empírica, que propõe respeitar os
passos do homem como inventor e
herdeiro da história. Essa filosofia
está intimamente ligada à moral
cristã ortodoxa.
E isso marcou a formação de
Luiz Barreto. Chegou a publicar
algumas importantes obras de
cunho positivista, tais como: As
Três Filosofias; Soluções Positivas
da Política Brasileira; Positivismo e
Teologia, que muito influenciaram
a intelectualidade da época. O
Positivismo, no final do século
passado e início do XX, exerceu
forte influência não só na intelec-
tualidade, mas também entre a
classe política e militar, pois o lema
de nossa bandeira “Ordem e Pro-
gresso”, foi fundamentado no
preceito positivista “Amor como
princípio, Ordem como base e
Progresso como fim”.
Em 1876, Pereira Barretto
pressentindo que o café no Vale do
Paraíba estava com os seus dias
contados, começou a publicar uma
série de artigos na imprensa de São
Paulo sobre a “terra roxa” do
“Oeste” paulista que com sua
fertilidade maravilhosa seria o
O DESCOBRIDOR DO OESTE
PAULISTA
Um homem à frente do seu tempo
Por José Eduardo de Oliveira Bruno
Luiz Pereira Barretto
14
É u m a
árdua tarefa
poder sintetizar a
vida de Pereira
Barretto, pois ele
cuidou de tudo, ou
quase tudo: medicina,
filosofia, educação, imprensa,
cafeicultura, pecuária, sociologia,
vitivicultura, política, geologia,
etc. No entanto, de tudo que
tratou, sempre fez com muito
discernimento, segurança e sabe-
doria, conquistando as credenciais
de sábio, com que passou para
história. E é como sábio, como um
cidadão onisciente, que dominou
com lucidez todos os problemas do
homem, que podemos, sem nenhu-
ma sombra de dúvida, dizer em
uma só palavra, desta forma sinte-
tizando todas as suas qualidades,
que ele foi acima de tudo, um
Humanista.
Dr. Luiz Pereira Barretto é
uma das mais significativas figuras
do pensamento nacional. Viveu
oitenta e três anos, nascendo em
Resende-RJ à 11 de janeiro de 1840
e falecendo em São Paulo à 11 de
janeiro de 1923.
Desde 1864, quando retor-
nou ao Brasil, após graduar-se,
começou a desempenhar um
importante papel na vida científica
e intelectual brasileira. Filho do
Comendador Fabiano Pereira
AORIGEM
novo campo de ação da cafeicultu-
ra brasileira. Considerado o primei-
ro agrônomo do Brasil, ele escreveu
uma série de artigos sobre as
causas do declínio da cultura do
café em terras fluminenses – em
sua opinião, principalmente pela
falta de adubação – e sobre as
vantagens da “terra roxa”, publi-
cados no jornal “A Província de S.
Paulo.
Inicialmente, são os “Bar-
rettos”, homens de recursos,
ativos, sertanistas e inteligentes
que lançaram diversas lavouras
naquela região, disseminando
princípios racionais de agricultura
num meio até então considerado
inóspito. Introduziram o café
Bourbon que se espalhou vertigino-
samente por todo o “Oeste” paulis-
ta, desta forma trazendo a riqueza
e a prosperidade que tomariam
conta da economia da região e
fariam Ribeirão Preto se tornar o
novo “Eldorado do Café”.
Ribeirão Preto no início do
século tinha sua população consti-
tuída de 2/3 de fluminenses, sendo
Resende o ponto em que a migra-
ção se revelou em maior amplitu-
de.
Assim, em janeiro de 1876, o
coronel José Pereira Barretto,
irmão de Luiz, seu filho Fabiano, o
'Bizinho', seu sobrinho Antônio de
Paulo Barreto Ramos e seus irmãos
Miguel Pedroso Barretto e Francis-
co Pereira Barretto, saíram em
expedição para conhecer as terras
do então, “Oeste” paulista. Da
Estrada de Ferro Pedro II, hoje
Central do Brasil, seguindo até
Cachoeira Paulista, ponto então
terminal dessa via férrea. Ali
chegados, em janeiro de 1876,
acompanhados de escravos pajens,
transportando enormes cargueiros,
que haviam partido antes pela
estrada de rodagem, margeando a
várzea do Paraíba, prosseguiram
ACARAVANA
até Jacareí, onde os aguardava o
Dr. Luiz Pereira Barretto, pronto
para acompanhá-los às plagas tão
faladas do “Oeste paulista”. Depois
de uma demora de alguns dias em
Jacareí, para descanso das fadigas
que lhes trouxera a grande cami-
nhada ao longo do Vale do Paraíba,
os ilustres Barrettos, seguros no
feliz êxito da aventura a que iam
entregar-se, puseram-se de novo a
caminho do “Oeste paulista”,
através da expedição que integra-
vam, depois conhecida como a
“Caravana Pereira Barretto”.
Partindo de Jacareí, os
Barrettos passaram por Camandu-
caia e Ouro Fino, em Minas Gerais e
Espírito Santo do Pinhal, já na
província de São Paulo. Depois
chegaram a Casa Branca. A partir
daí, foram guiados pelo coronel
Hipólito de Carvalho, que conhece-
ram naquela cidade. O entusiasmo
para com as terras paulistas era tão
notório que o Dr. Luiz disse ao guia
Hipólito, enquanto descansavam
num hotel: “Estamos maravilha-
dos... São Paulo dentro de poucos
anos será o maior empório cafeeiro
do mundo. Para isso, só lhe faltam
fáceis meios de transporte. Feliz-
mente o paulista é inteligente e
empreendedor e, em breve, fará
com que estradas de ferro rasguem
todos os seus sertões. Assim, a
imigração virá!”.
De Casa Branca, os Pereira
Barretto chegaram à Fazenda
Cravinhos, de 800 alqueires, que
foi comprada de Antônio Caetano
por Luiz Pereira Barreto, por
36:000$000 (trinta e seis mil contos
de réis), algo em torno de 150 ou
200 mil dólares atualmente. Nesse
período, embora existissem outras
propriedades na região, inicia-se a
formação da cidade de Cravinhos.
O local onde hoje se encontra a
A ORIGEM DA CIDADE DE
CRAVINHOS E OS NOVOS TEMPOS
PARARIBEIRÃO PRETO
cidade foi a Fazenda Cantagallo, de
80 alqueires, também comprada
por Luiz Pereira Barreto, de Domin-
gos Borges, ao valor de 600$000
(seiscentos mil réis).
Os Barrettos não esmorece-
ram, plantaram o cafezal na
região, em sua maioria, o excelen-
te 'Bourbon', garantidor da prima-
zia cafeeira paulista, das sementes
trazidas cuidadosamente de Resen-
de, como 'pepitas de ouro', quando
da mudança deles para a região das
terras roxas “encaracoladas”,
também vulgarmente conhecidas
por “sangue de tatu”.
Luiz Pereira Barretto,
vibrante de fé e entusiasmo,
inoculou em todos, em memorável
campanha de propaganda, a confi-
ança necessária para o prossegui-
mento e consolidação desta nova
grande lavoura cafeeira e foi assim
que Ribeirão Preto depois de
poucos anos, trabalhados e lavra-
dos inicialmente pelo braço escra-
vo e caboclo, e posteriormente
pelos braços dos imigrantes,
tornou-se o maior centro cafeeiro
do mundo.
Entretanto em 1885, Pereira
Barretto abandona a lavoura
cafeeira, tornando-se vitivicultor,
pois achava que seríamos capazes
de produzir, não só café e borracha,
como país tropical, mas também
poderíamos produzir o vinho que
seria a única forma de atrair o
colono europeu em emigração
voluntária.
O PAI DA VITIVINICULTURA
NACIONAL
15
Cravinhos em 1903
Dizia: “A vinha é vista pelo
europeu, não como um arbusto
qualquer, mas como uma verdadei-
ra pessoa, um membro da família,
uma segunda companheira que
sempre amou e adorou”. Dispôs-se
a cultivar a “Vitis vinifera” em
Pirituba, nos arredores de São
Paulo, em uma verdadeira estação
experimental agrícola, aonde
chegou a reunir mais de 400 varie-
dades de uvas vindas da França,
Portugal, Itália, Egito, Síria... etc.
Colaborou durante 12 anos
na imprensa européia, e em especi-
al na francesa, dando lições aos
viticultores europeus. O sucesso
das videiras do Dr. Barreto foi
publicamente apresentado à
sociedade paulistana em de 1897,
na “Exposição das Uvas”. O evento
foi patrocinado pela veneranda e
de tradicional família paulistana
Dona Veridiana Prado.
Nessa festa aconteceu um
interessante encontro de sábios. O
poeta Olavo Bilac, de passagem
pela cidade, escreveu uma ode
espirituosa sobre o evento:
“Já não há mais vinho que
nos envergonhe;
Não beberemos Verde, nem
Colares,
Nem Bordeaux, nem Marsa-
la, nem Bourgogne,
Vindos de além dos mares!
(...)
E em prantos de ventura me
derreto,
Vendo-te, oh Baco, naturali-
zado,
Graças ao Gênio do Dr.
Barretto,
Graças à Dona Veridiana
Prado!”
Dizia Barretto: “O caminho
que o presente nos aponta e que o
futuro exigirá de nós é o da policul-
tura. É preciso que se abandone o
velho lema 'o café dá para tudo'; é
preciso compreender que a ciência
permite fazer deste país uma
maravilha; todas as culturas são
aqui possíveis; podemos exportar
tudo”.
Pereira Barretto, como
grande cientista que era, se lança-
ra na grande campanha contra a
febre amarela, pois achava que o
saneamento não era só um dever de
humanidade para a medicina, mas
também uma medida de extrema
importância política, pois a obten-
ção de uvas européias no Brasil,
provava a fertilidade de nosso solo
e a excelência de nosso clima.
Portanto a extinção das
moléstias epidêmicas que nos
assolavam, provaria sua salubrida-
de e seria um estímulo e conse-
qüentemente um convite aos
imigrantes europeus. Barretto,
mais uma vez dá uma grande
contribuição para a ciência, cau-
sando uma enorme polêmica
quando afirma que a febre amarela
não era contagiosa e sim um pro-
blema de saúde pública devido à
contaminação das águas.
Então publica uma série de
artigos na imprensa em defesa de
sua tese, que acabou prevalecen-
do. Num desses artigos, ele cita o
exemplo de Resende: “Em Resen-
de, sobretudo, o problema se
apresenta em sua maior simplifica-
ção. A cidade está dividida em duas
partes pelo rio Paraíba, achando-se
uma em colina e abastecida de
excelente água canalizada, e a
outra em planície não dispondo
senão de água de poço. Ora, ao
passo que esta última está sendo
flagelada pela febre amarela, a
outra permanece completamente
indene”.
Posteriormente em Havana
O CIENTISTA
foi descoberto o transmissor, que
era um mosquito denominado na
ocasião de “stegomya”, e hoje
conhecido como ”Aedes aegypti”.
Logo após, começou-se a
combater o mosquito através da
pulverização com inseticidas, por
iniciativa e campanhas coordena-
das pelo Dr. Oswaldo Cruz no Rio de
Janeiro.
Pereira Barretto foi também
o introdutor da cerveja em nosso
país. Em 1885, foi organizada em
São Paulo a Cia. Antárctica com a
finalidade de produzir presuntos e
outros artigos congêneres. Os
cálculos falharam, pois logo após a
instalação da grande fábrica, a
matéria prima começou a escasse-
ar, devido ao avassalamento da
lavoura de café que se espalhava
por todo o interior. A cultura do
café extinguindo a fonte de produ-
ção de porcos, desfechou um golpe
mortal sobre a nova indústria
nascente. As custosas e magníficas
instalações, não tinham mais razão
de ser; não restava à utilissima
empresa, outro recurso senão
fechar as suas portas.
Entretanto, Pereira Barretto
mais uma vez entra em ação,
propondo aos diretores e acionistas
que aproveitassem os excelentes
aparelhos de fabricação de gelo de
que dispunha a Antárctica, passan-
do a companhia a fabricar cerveja.
Portanto, no dia da assembléia
geral que seria para extinção da
empresa, Pereira Barretto faz uma
explanação da viabilidade de se
transformar aquelas magníficas
instalações em uma fábrica de
cerveja.Até então ninguém acredi-
tava na possibilidade de se fabricar
cerveja no Brasil, pois o nosso
clima parecia a todos um obstáculo
insuperável.
Contudo, uma grande
indústria constituiu-se, os acionis-
ACERVEJANO BRASIL
16
tas se enriqueceram, a empresa
tornou-se milionária e a cerveja
pioneira da Antárctica derramou-
se por todo o país, desta forma
cessando a importação desta
bebida, afirmando-se a nossa
emancipação em um domínio que
até então fôramos inteiramente
tributários.
Como se não bastasse, este
cientista, foi também o descobri-
dor dos benefícios que o guaraná
traz a vida do homem. Foi o pionei-
ro nos estudos científicos e na
realização de experiências com o
propósito de produzir uma bebida
refrigerante industrializável, com
base no guaraná, criando um
método de processamento desse
fruto, que deu origem ao xarope do
guaraná, utilizado até hoje na
fabricação do refrigerante.
Roque Spencer Maciel de
Barros em seu livro: “A Evolução do
Pensamento de Pereira Barretto”
diz: “Chamaram-no de o médico do
Vale do Paraíba, muitas vezes, 'o
sábio Dr. Barretto'. Parece-nos mais
exato – e mais nobre mesmo –
chamá-lo 'o educador Pereira
Barretto'. Por que, que é, senão
educador, o homem que anela
despertar o seu país, erguê-lo e
dar-lhe consciência de si próprio,
para que este cumpra o papel
histórico reservado a todos no
estado positivo da mentalidade
humana?
O GUARANÁ
NOTADO EDITOR 1
‘Luiz Pereira Barreto, o
patrono da cadeira Nº 1 e funda-
dor da Academia de Medicina de
São Paulo.
Data de 24 de novembro de
1881 o decreto que criaria, em
São Paulo, uma Academia de
Medicina, Cirurgia e Farmácia, a
qual, entretanto, não vingou.
Esse decreto, certamente teve a
influência direta de Luiz Pereira
Barreto, considerando que era
líder da Medicina paulista, e
nessa área nada acontecia de
importante que não tivesse a sua
especial providência.
Seis anos antes (final de1894, início de 1895), havia sidodeflagrada campanha difamató-ria contra os médicos paulistas,que eram acusados da prática deapresentar contas exorbitantes aser cobradas quando do inventá-rio de pacientes ricos falecidos.Revoltados com a difamação quelhes recai, os médicos preparamuma reunião de desagravo, naqual estava Pereira Barreto.Nesse dia surgiu a idéia da cria-ção de uma, a primeira, entidademédica de São Paulo. Avençaramencontro para o dia 24 de fevere-iro de 1895, à Rua São Bento, 23,consultório de SérgioMeira.
Neste dia ocorreu a prime-ira reunião preparatória. Presen-tes as mais importantes expres-sões da Medicina, como ArnaldoVieira de Carvalho, TeodoroReichert, Matias Valadão, Candi-do Espinheira, Amarante Cruz,Carlos Botelho, Luiz PereiraBarreto. Logo a seguir, aos 7 demarço do mesmo ano, com maisvinte e oito nomes unidos emtorno do mesmo ideal, deu-se asegunda reunião preparatória,quando foram aprovados osEstatutos da agremiação, estabe-lecendo-se, assim, aquela datacomo a da fundação da Sociedadede Medicina e Cirurgia de SãoPaulo, depois mudado paraAcademia de Medicina de São
Paulo.
Uma semana depois, aos 15de março de 1895, houve a insta-lação solene da “Casa de PereiraBarreto”, no edifício da Faculda-de de Direito de São Paulo, asArcadas do Convento Francisca-no, gentilmente cedido pelo seudiretor, Barão de Ramalho.’
‘Iniciou a vida políticaainda no Império como DeputadoGeral por São Paulo. Renunciouao mandato em 1877, por não serpaulista nato.
Com a Proclamação deRepública, foi o 2° Vice-Governador do Estado (1889/90),nomeado pelo Marechal Deodoroda Fonseca.
Elegeu-se Senador Estadu-
al pelo Partido Republicano
Paulista (PRP), tendo presidido o
primeiro Congresso Constituinte
Estadual, em 1891. Em seguida,
foi eleito Presidente do Senado
Estadual, exercendo o cargo
entre 15 de julho de 1891 e 29 de
janeiro de 1892.
Elegeu-se ainda, Deputado
Federal para o período 1891/93.
Foi membro fundador da
Academia Paulista de Letras e do
Instituto Histórico e Geográfico
de São Paulo.’
Autor: Guido Arturo Palom-ba. Fonte: Academia de Medicinade São Paulo.
Fonte: Assembléia Legisla-
tiva de São Paulo.
Em alguns documentos a
grafia de “Barreto“ aparece com
uma letra “t“ e, em outros, com
duas letras “t“. Então, iremos
considerar as duas grafias corre-
tas.
NOTADO EDITOR 2
NOTADO EDITOR 3
17
A crise culminou em 6 de
abril de 1831 com uma grande
manifestação popular no Rio de
Janeiro, à qual aderiu a guarni-
ção da cidade, comandada pelo
brigadeiro Francisco de Lima e
Silva.
Na madrugada do dia
seguinte, 7 de abril, Dom Pedro I
abdicou do trono brasileiro em
nome de seu filho de cinco anos,
Pedro de Alcântara. Neste turbi-
lhão de idéias liberais onde o
separatismo, a independência
econômica e política são tônicas
recorrentes é que se dá a 4 de
agosto de 1829 uma Seção Extra-
ordinária da Câmara da Vila de
Resende, conclamando varias
vilas a criação de uma nova
província do Império do Brasil,
uma vez que os signatários desta
idéia, formavam já a base econô-
mica daquilo que se conheceria a
frente como o “Império do Café”.
O café, desde o final do
século XVIII, transformara-se em
produto de luxo que aos poucos se
tornava cada vez mais consumi-
do. Os mercados internacionais
estavam favoráveis ao café.
Nestas condições é que se
dá o auge da cafeicultura resen-
dense bem como dos outros
municípios a seu entorno, ou
seja, na virada da década de 1840
para 1850.
Mas ao final da década de
1820 um episódio grande relevân-
cia ocorre na história de Resende
envolvendo a câmara Municipal e
a população de toda região do
Médio Paraíba. Foi a idéia da
criação de uma nova província
para o Império do Brasil, provín-
cia esta movida pela força e
poder econômico do café. E
assim, quem melhor nos relata tal
momento é João Maia:
"
."
À época do período da
independência, havia municípios
pertencentes a três províncias,
com cidades prósperas, que
mantinham íntimas relações
comerciais entre si. Na Província
do Rio de Janeiro tínhamos
Resende, Valença, Parati, S.João
Príncipe e Ilha Grande; Campa-
nha e Baependi, na de Minas
Gerais, e Areias, Lorena, Cunha e
Desde 1829, concebeu a
câmara municipal de Resende,
uma idéia grandiosa que por ser
arrojada e não terem sido previs-
tos os obstáculos que a deviam
malograr, não teve o sucesso que
estava nos desígnos[sic] dessa
corporação animada do mais
elevado patriotismo e de intuitos
progressistas sem igual em
outras municipalidades desse
tempo
As primeiras fazendas cafeeiras do país surgiram na Vargem Grande
Por Júlio Cesar Fidélis Soares
A Província de Resende
18
Nosso estudo inicia-se no
período em que se processa a
Abdicação de Dom Pedro I, pois o
imperador procurou atenuar a
hostilidade da Câmara organizan-
do um novo ministério chefiado
pelo marquês de Barbacena, que
contava com a simpatia dos
políticos do Partido Brasileiro.
A queda desse gabinete, a
repercussão dos ideais liberais na
Europa com repercussões nas
principais províncias do Brasil,
fez ferver os ânimos dos liberais.
No Rio de Janeiro, violentas lutas
de rua entre brasileiros e portu-
gueses colocaram em evidência a
impopularidade do imperador.
Novo ministério de tendências
liberais foi substituído em segui-
da pelo Ministério dos Marqueses,
de tendências absolutistas.
Dom Pedro I
Guaratinguetá, na de São Paulo.
Por relações comerciais e
facilidades de transporte, de
acordo com os recursos da época,
tais cidades estavam intimamen-
te ligadas por laços de parentesco
de seus habitantes e também,
inspiradas no interesse comum
desses municípios, que como o de
Resende, tinham grande dificul-
dade de transporte em relação às
vias de ligação, tendo de percor-
rer grandes distâncias e péssimos
caminhos para irem às capitais
respectivas o que demandou
atitudes que pudessem resolver
sua necessidades locais com mais
velocidade e presteza, no caso a
abertura de caminhos alternati-
vos para escoamento da produ-
ção, sobretudo, o café.
Os interesses e aspirações
comuns, as dificuldades para
entendimentos com os presiden-
tes das respectivas províncias,
geraram no espírito dos muníci-
pes a grande conveniência da
nova organização, com os citados
municípios, de uma nova provín-
cia destacada das de São Paulo,
Rio e Minas.
A idéia não tardou a ser
aceita com entusiasmo pelos
donos poder de tais cidades,
transformando-se numa verdade-
ira aspiração da maioria de seus
habitantes. Houve entendimen-
tos entre representantes dos
vários municípios, no intuito de
tornar realidade esta aspiração
de seus munícipes, pois existiam
pequenas dúvidas e ligeiras
rusgas, oriundas de interesses
locais específicos que acabariam
sendo resolvidas num contexto
geral.
Mas em Baependi, guartel
general dos "Nogueira", exigia-se
as honras de capital da nova
província. Contudo, Resende
também almejava esta primazia
e tal pretensão era justificada
pela sua melhor posição geográfi-
ca em relação ao plano proposto,
situação esta que Zaluar comenta
em sua obra nos idos de 1860:
”três artérias magnaimportância comunicam Resendecom as outras províncias irmãs:pela estrada Presidente Pedrei-ra, da Barra Mansa ao Picu,estáela em contato com o grande
CCMLCCML
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centro da capital; pela estradachamada da Bocaina comunicacom a Província de Minas; e pelaestrada do Ariró, com a de SãoPaulo , parte de cujo territórioatravessa.”
Não se chegou a um acordoa respeito da denominação danova província. A questão dadenominação da nova provínciaestava ainda em pauta , quando oimpetuoso vereador da CâmaraMunicipal de Resende, o padreJosé Marques da Motta, inabil-mente precipitou os aconteci-mentos, fechando questão quan-to a capital e o nome da novaprovíncia que deveria adotar amesma denominação da entãoVila de Resende, ou Província deResende.
Tal gesto impetuoso dopadre provocou grande polêmica,discussões, discordâncias eposicionamento regionalistasentre os outros municípios,sobretudo Baependi, tendogerado um retrocesso nas negoci-ações, até então já consumadas eacertadas com todos da necessi-
dade da criação de uma novaordem administrativa. O quepodemos ver é a força do podereconômico da região, principal-mente a liderança de Resende,por sua pujança em termos deligações políticas e de poder,mostrando toda a força dospequenos e médios produtoresem se unirem em prol de interes-ses comuns sejam eles ligadosgeograficamente e administrati-vamente a outras Províncias.
O documento inicial quepropõe a idéia da nova provínciafoi a ata da Sessão de 7 de julhode 1829. Nela tratou-se de diver-so assuntos como nomeação deJuiz Ordinário para vila , a nome-ação de um carcereiro paraCadeia Pública e uma série deoutros assuntos administrativo daVila de Resende. Mais o trechoque nos interessa está registradona página 27 da ata citada anteri-ormente e assim foi registrado :
“ O Senhor Motta propôs oseguinte. Havendo considerado aquanto fosse útil aos povos deSerra Acima a Criação de huma
nova Província que compreendeesta Villa , a de Areias, Sam Joãodo Príncipe , Valença, de Lorena ,Guaratinguetha, Cunha e outrasdas Província de Minas proponhoa esta Câmara que Convide asMunicipalidades das dittas Villaspara se reunirem a esta Câmarana representação que se houverde fazer a Assembléia Legislativa.... em Seção de sete de julho demil e oitocentos e vinte nove.Motta que foi apoiado Remetidoa Comissão dos Officios para dar(Apreciação) na Seção de três deAgosto.”
Assim pelo que vimos, tal
sessão só se realizou em verdade
no dia 4 a de Agosto de 1829,
conforme registrado em Ata de
Seção Extraordinária. Segundo o
historiador local, Dr. João Maia,
somente em 7 de abril de 1831
esta idéia volta a despertar
interesse e alguma esperança,
talvez quem sabe algum padrinho
político pudesse ajudar tão
arrojado ideal.
Poderíamos imaginar a
20
O café trouxe riqueza para a cidade
hipótese de que este padrinho
pudesse ser o Imperador, que via
nesta nossa região uma grande
base de apoio ao poder uma vez
que sabemos que o ano 1831 é um
período muito difícil na gestão do
império, mas fato é se este era o
padrinho, foi neste 7 de Abril que
Sua Majestade renuncia ao trono
brasileiro, pois viu que não tinha
sustentação política, abdicando
em favor de seu filho.
O que observamos então, é
a força do poder econômico da
região, sobretudo da liderança de
Resende, por sua pujança em
termos de ligações políticas e de
poder, mostrando toda sua força
na representação dos pequenos e
médios produtores de café em se
unirem em prol de interesses
comuns, sejam eles geografica-
mente ou administrativamente a
outras províncias como São Paulo
e Minas.
Vemos neste momento quea hegemonia de poder e influên-cia de relações se transferegradativamente para estes pro-dutores de café, seja ele peque-no, médio ou grande (os Barõesdo Café). Assistimos, a partir deações precursoras como a estuda-da, que as províncias do Rio deJaneiro, São Paulo e Minas,representadas por nossa micro-região, passam a conformar-senum novo laço de relações depoder dentro de seus interessesno Brasil Independente do Segun-do Reinado.
O Padre José Marques daMotta veio para Resende em 1826vindo São João Del Rey. Presidiu aCâmara Municipal em 1829, foi oidealizador da criação do ProjetoProvíncia de Resende. Em 1831funda o primeiro jornal de Resen-de e terceiro da Província do Riode Janeiro – que se denominou OGênio Brasileiro (1831). Em 25 de
NOTADOAUTOR
março de 1830, o Pe. Marquesconvida o ilustre visitante oCapitão Eleutério da Silva Prado,membro da família Prado de SãoPaulo, ao terminar uma SessãoSolene do aniversário do jura-mento da Constituição, para ver orecém inaugurado quadro dafigura do Imperador o que faz daseguinte maneira: “Queres ver oretrato de um mono?” o queobteve de resposta do visitante –“Não vejo bem esse macaco defardão, chega-lhe a luz maisperto.”
Segundo João Maia , é
neste momento que impeliu a
mão do padre fazer arder o qua-
dro da imagem de Sua Majestade
Imperial. E em 1º de Julho de
1830 é mandado abrir um inquéri-
to por Crime de Lesa-Majestade
com punição de pena de morte.
Maia, João de Azevedo Carneiro.
Do Descobrimento do Campo
Alegre À Criação da Vila de Resen-
de. [ S.Ed] , 1891 p.182
Dom Pedro II, em 7 de abril de 1831, com a abdicação do pai, foi aclamado segundo imperador
do Brasil, aos cinco anos de idade. José Bonifácio de Andrada e Silva,
tutor do menino,apresentou-o ao povo de uma janela do paço da Cidade.
21
Fotos Históricas
22
Resende Shopping em construção
Getúlio Vargas na AMAN
Baile no CCRRAstolpho VillaçaEleição na década de 20
Boulevard Albino de Almeida Rua Alfredo Whately
Enchente vista pela Ponte VelhaIgreja Matriz - 1920
Hypódromo RezendenseConstrução da Resende /Riachelo
Desfile Cívico na Praça Oliveira Botelho. Foto: Flávio Maia
23
Construção da Cidade Alegria
Colégio João Maia
Ponte Velha
Hotel Central visto da MatrizPonto de ônibus ao lado da Matriz
O futebol chegou à Resen-
de no início do século XX. Claro
que era um futebol muito ama-
dor, sem regras, ainda em organi-
zação. O primeiro clube de fute-
bol foi o Fluminense F. C., poste-
riormente transformado em
Resende F. C., com as cores preta
e branca. Seu famoso 1º time era
respeitado em disputas com
cidades vizinhas do Vale do Paraí-
ba. Jogaram nessa época – Dico
Novais no gol; Lindo Constantino
e Tato Anechino na zaga; Chico
Soares e Barbosa na linha média;
Mário Gambá, Filhinho Veloso,
Rodolfo Peline, Jezer Brasileiro e
Lecyr Lobato, no ataque.
Pos te r i o rmente , por
influência de Noel de Carvalho,
presidente do Bangu A. C., o
Resende jogava quase sempre,
contra Barra Mansa, Cruzeiro,
Guará e outras cidades vizinhas,
com alguns jogadores do Bangu e
que se denominavam “enxertos”.
Com a vinda para cá do
Fiscal do Imposto de Consumo,
Dr. Pedro Rocha, muito ligado ao
Botafogo F. C., pois era irmão de
Carlito Rocha, integrando-se no
movimento esportivo da cidade,
foi eleito presidente do Resende;
murou o campo, lançou a pedra
fundamental das arquibancadas,
e, mais ainda, conscientizou o
clube de que deveria formar seus
quadros de futebol com os própri-
os atletas daqui.
Conseguiu, portanto,
formar um dos melhores grupos
de jogadores que Resende já
possuiu: Mendonça, Wadyh e
Gumercindo; Mineiro ou Villaça,
Castorino e Silva Sapateiro, Mário
Gambá, Nelson, Jezer, Silveira e
Joaquim Fernandes.
Em 1930 havia muitos
praticantes, mas somente o
Resende F. C. como clube organi-
zado; havia também o Aventurei-
ro F. C., de Campos Elíseos, e o
Juvenil, de onde saiu safra extra-
ordinária de jogadores, tais
como: Walter Pato Manco, Élmio,
Orfeu, Basoca, Ismael, Ismar,
Morelzinho e Manoel do Morel,
entre outros.
O Resende, por seu presi-
dente, Pedro Braile Neto, organi-
zou torneio com quatro equipes
capitaneadas por Castorino de
Carvalho, Augusto de Carvalho,
Mário Villaça e Waldeberto Taran-
to.
O referido torneio propor-
cionava assistência numerosa às
partidas realizadas no campo do
Resende, e revelou série enorme
e bons jogadores, que a seu
término atingiram o 1º quadro do
Resende. Era esse o quadro
principal: Waldemar Padre,
Walter Pato Manco e Augusto –
Gal, Élmio e Orfeu; Sabininho,
Marino, Ismael, Basoca e Ismar.
Havia, porém, um fato
extraordinário no futebol resen-
Fundado em 1909, o Resende Futebol Clube é o protagonistada história do futebol na cidade
Por Eitel César Fernandes, publicado em fevereiro de 1987 pela revista ACIAR
Futebol em Resende
100 anos
24
dense; não era propriamente um
clube, nem mesmo um time, pois
não jogava contra ninguém, era
um aglomerado de jogadores,
aliás, muitos deles bons, que
apenas treinavam aos domingos,
de 8 às 13 horas.
Era o “Charuto”. E Charuto
era o apelido de um crioulo bom,
querido por todos e que era dono
da bola. Do Charuto saíram
grandes jogadores como Miguel
do Leofrídio, Ilídio, Eldino,
Pacuera e tantos outros.
Posteriormente, o Charu-
to, com o advento da Liga Despor-
tiva de Resende, se transformou
no Cruzeiro do Sul F. C. que, aliás,
teve vida muito curta.
Falamos de Resende, mas o
futebol se desenvolveu também
nos distritos; em Itatiaia havia o
Campo Belo F. C., com o Macha-
do, Goiabinha, Nascimento,
irmãos Nunes e outros. Enfrenta-
va o Resende de igual para igual.
Em Porto Real havia o Colônia
onde pontificavam os irmãos
Tupinambá e muitos outros. O
Engenheiro Passos, de onde veio o
extraordinário Filhinho Bojudo.
Com a construção da
Escola Militar e com o afluxo de
população adventícia, surgiram
novos clubes, e, organizada a
Liga Desportiva de Resende,
conforme determinação do
Conselho Nacional de Desportos.
O esporte resendense tomou
outra feição com o Campeonato
Municipal, disputado por clubes
da cidade, Campos Elíseos,
Itatiaia, Eng. Passos e Porto Real.
Na AMAN surgiu um extra-
ordinário quadro de futebol
composto de cadetes: Assump-
ção, Lucena, Bürman, Narizinho,
Dória, Amílcar, Hamilton, Etche-
pare, Graxaim, Batista, Caminha,
Ney e muitos outros.
Surgiram o Tabajaras,
Campos Elíseos,Alambari, Ordem
e Progresso, Lavapés, Flamengui-
nho, Nacional de Itatiaia, Agulhas
Negras etc.
Posteriormente surgiu o
Paraíso F. C. que possui hoje
ótima praça de esportes.
Com o advento da Rodovia
Presidente Dutra e do Maracanã,
ficou fácil sair após o almoço para
assistir jogos do Campeonato
Carioca e voltar no mesmo dia.
Com isso, nossos campeonatos
locais se tornaram desinteressan-
tes. Houve época em que os jogos
do Rio eram televisionados; ora,
quem iria ao campo do Alambari
assistir Vila Araújo contra Itapu-
ca, se a televisão proporcionava
Flamengo x Botafogo?
Qualquer praticante hoje,
juvenil, procura um clube maior
para experiência e possibilidade
de fazer carreira profissional, e
com isso o futebol do interior vai
perdendo potencialidade. E
Resende não foge à regra...
Produziu Resende, nestes
quase 80 anos de futebol muitos
atletas de renome; explica-se: -
não havia lazer para criançada a
não ser jogar bola e nadar no
Alambari; surgiram praticantes
em quase todas as famílias, e,
famílias onde surgiram muitos
jogadores; tais como: família
Pinheiro e Carvalho, com Frederi-
co (tio), Fred (primo), Augusto,
João e Noel; a família Nascimen-
to, com Irineu, Ismael e Ismar; a
família Brasileiro, com Irineu,
Ismael e Ismar; a família Brasilei-
ro, com Jezer, Negrinho e Basoca;
a família Bruno, com Felipe,
Jefferson e Sérgio; a família
Veloso, com filhinho, Nelson,
Walter e Milton; a família Pelini,
com Rodolfo, Xisto e Rodolfo
Filho; a família Alves Almeida,
com Antonio Morel, Morelzinho e
Manoel; a família Siqueira, com
Sabininho, Walter e Manequinho;
a família Gomes, com Zé Gomes e
Nininho; a família Santos, com
Waldyr e Oscar; família Fernan-
des, com Joaquim e Tuninho; a
família Villaça, com Mário Gam-
bá; a família do Leofrídio Cartei-
ro com Miguel e Nenê Frutinha; a
família do Emídio Sacristão, com
Otacílio, Zé Nunes e Otavinho; a
família Carvalho, com Ninico e os
filhos Tião e Ubirajara e muitas
outras.
E, poderíamos formar uma
seleção dos melhores em todos os
tempos com: Batataes, Eros e
Eldino; Pacuera, Frederico e
Orfeu; - Mário Gambá, Bazóca,
Ismael, Átila e Ismar.
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0 5 25
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0 5 25
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Fundado em 1909, o tradi-
cional Resende Futebol Clube é
um dos times mais antigos do
Brasil, sempre atuante e presen-
te na evolução histórica do muni-
cípio.
Seu estádio começou a ser
erguido no ano de 1916, durante
os festejos da visita de Santos
Dumont, o “Pai da Aviação”, à
cidade. Localizado no centro
urbano, hoje cercado de prédios,
o Estádio dos Eucaliptos e a sua
sede social, além da prática do
futebol do time profissional
vencedor, agasalhou e ainda
recebe atividades sociais, recre-
ativas e educacionais com grande
participação na vida dos cidadãos
de Resende.
AVOLTAPOR CIMA
Em agosto de 2006, após anos de paralisação, o Resende Futebol
Clube celebrou parceria com a empresa Gol de Placa e iniciou a parti-
cipação no Campeonato da 3ª. Divisão de Profissionais do Estado do Rio
de Janeiro, classificando-se para o da 2ª Divisão em 2007.
Em 2008, numa ascensão meteórica, o Resende Futebol Clube
conquistou o título de Campeão da 2ª Divisão de Profissionais de 2007,
credenciando-se a disputar em 2008 a 1ª Divisão do Campeonato
Estadual.
Em 2009, sagrou-se Vice-Campeão da Taça Guanabara da 1ª.
Divisão do Campeonato Estadual, chegando à decisão após vencer o
Flamengo, nas semifinais, em pleno Maracanã.
Os novos tempos. Clube conquista vice-campeonato da Taça Guanabarae planeja moderno Centro de Treinamento
Por Eitel César Fernandes, publicado em fevereiro de 1987 pela revista ACIAR
Resende FC
28
Em sua estreia o quadro doResende Foot Ball Club:
Antenor Ferreira, Pedro Ferreira,João de Souza Leal, João PinheiroGuimarães, Chico Soares, Antonio
Pontes, José Domingos dos Santos,Artur Martins, Mário Guimarães,Francisco Maia e Felipe Bruno.
Fo
tos:
Go
l de
Pla
ca
Do site www.resendefc.com.br
29
NOVOS PROJETOS
O clube planeja a construção de um Centro de Treinamento (CT) com a previsão de seis campos
oficiais, um campo reduzido, butique, concentração, uma escola para os atletas e ainda um estádio para 20
mil pessoas, com três mil vagas de estacionamento, 15 cabines de Rádio e TV e 13 camarotes.
PROJETO ESTRELA
Além disso, o Resende Futebol Clube é um clube que pretende ser mais do que um time de futebol, e
para isso criou o PROJETO ESTRELA- um projeto que tem como fator de atração a massificação do esporte e
a educação como base.
A ideia é gradativamente fazer o Resende FC crescer no cenário esportivo nacional, e ao mesmo
tempo mudar a vida de jovens da região, incluindo-os direta ou indiretamente no MUNDO DO ESPORTE.
Aessência do projeto é a formação integral dos seus participantes, oferecendo:
(práticas esportivas diversas, inicialmente o futebol); (assistência médica garanti-
da); (profissionalização direta ou indiretamente no esporte);
; (escola / curso técnico / universidade / curso de idiomas / responsabilidade sócio-
ambiental); (entretenimento), (cultura / envolvendo música, dança, pintura, entre outros).
Esporte Saúde
Trabalho Ressocialização dos portadores de
deficiência Educação
Lazer Arte
então destinada a formar para a
Colônia oficiais de Infantaria,
Cavalaria, Artilharia e Engenhei-
ros militares e civis, consagran-
do-se historicamente como o
Berço do Ensino Militar Acadêmi-
co nas Américas e do Ensino
Superior Civil no Brasil, com a
formação de engenheiros civis e
militares, pois a Academia Militar
de West Point só foi criada pelo
Congresso dos EUAem 1802.
e instalada na Casa do
Trem, em 23 de abril de 1811,
aproveitando a estrutura de
Ensino da Real Academia que ali
funcionara por 19 anos, de 1792 a
1811.
A Academia Real Militar
foi criada por Dom João VI, por
Carta de Lei de 4 de dezembro
de 1810
De 1812 a 1858, a Acade-
mia Militar funcionou no
Largo do São Francisco, local hoje
considerado o Santuário da
Engenharia Civil e Militar do
Brasil.
E a dirigiu por largo perío-
do, desde a Casa do Trem, o
Tenente General Augusto Napion,
atual Patrono do Serviço de
Material Bélico do Exército. No
Largo do São Francisco (Largo
Real da Sé Nova) ela funcionou
como Academia Militar da Corte,
1832/38 e Escola Militar,
1839/58.
NestaAcademia estudaram
os oficiais que lutaram nas guer-
ras da Independência (1822/24),
na Guerra Cisplatina (1825/27),
na Guerra contra Oribe e Rosas
(1851/52), na Guerra contra
Aguirre (1864) e Guerra do Para-
guai (1865/70).
E entre eles os patronos no
Exército: Duque de Caxias –
Patrono do Exército, Marechal
Emílio Luiz Mallet – Patrono da
Artilharia e Ten Cel. João Carlos
Vilagran Cabrita – Patrono da
Arma de Engenharia.
Esta arma, centenária em
2008, foi criada pelo General
Hermes Ernesto da Fonseca no
contexto da centenária e grande
Real
Da Academia Real Militar à Academia Militar das Agulhas Negras
Por Claudio Moreira Bento
200 anos de Ensino Militar
30
O Príncipe Regente D.
João, decorridos quase dois anos
de sua chegada no Brasil, criou a
Academia Real Militar destinada à
formação de oficiais do Exército
de Portugal para todo o Reino.
Ela foi instalada na Casa do
Trem, atual local do Museu Histó-
rico Nacional, aonde vinha funci-
onando a Real Academia de
Artilharia, Fortificação e Dese-
nho, fundada pelo Vice-Rei Conde
de Resende em 17 de dezembro
de 1792, aniversário da Rainha D.
Maria I. O mesmo Vice-Rei que
criara a atual cidade e município
de Resende em 1801, cidade que
levou o seu nome e onde juntas
convivem, a AMAN e cidade de
Resende, há 65 anos.
Real Academia Militar até
A Academia Real Militar inicialmente
instalada na Casa do Trem,
1810 - 2010
Reforma do Exército que ele
promoveu em 1908 na qual foram
criadas as Brigadas Estratégicas,
as raízes históricas de muitas
Grandes Unidades que comemo-
ram 100 anos, sem se esquecer o
centenário dos velhos fuzis
Mauser 1908 que tão assinalados
serviços prestaram à Defesa
Nacional.
Foi aí professor Fortifica-
ções e Mecânica o Visconde de Rio
Branco que foi Ministro da Guerra
1858-59. Segundo Mario Barata,
"poucos edifícios são tão queridos
no Rio quanto ele", que foi o
primeiro, segundo Paulo Pardal,
“a ser construído especialmente
para abrigar uma Escola de Nível
Superior”.
Em 1939 o Marechal José
Pessoa escreveu na Revista da
Escola Militar do Realengo a
História do Espadim de Caxias
que havia sido instituído por sua
proposta como arma privativa dos
Cadetes do Exército.
E declarou que assim
procedia para não acontecer o
que havia acontecido com a
Academia Real Militar que então
apenas se sabe que existira.
E novos elementos foram
sendo descobertos ou achados
sobre a sua História.
O falecido patrono de
cadeira na AHIMTB, General
Francisco de Paula Azevedo
Pondé, pesquisando, descobriu
em dependências do Largo do São
Francisco os livros de Registros da
Academia Real e divulgou várias
matérias sobre o tema nos Anais
do Sesquicentenário da Indepen-
dência, publicados pelo Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro.
O ESPADIM DACAXIAS
Cedidos estes exemplares
por empréstimo ao Arquivo
Histórico do Exército foram
microfilmados e organizado um
Instrumento de Trabalho do
historiador com os nomes e
alterações de todos os seus
alunos. Mais tarde, o professor
Paulo Pardal resgatou grande
parte da Real Academia de Arti-
lharia, Fortificação e Desenho,
demonstrando que seu nome
camuflava a sua finalidade maior,
a de formar oficiais de Infantaria,
Cavalaria, Artilharia e Engenhei-
ros militares e civis para a Colônia
Brasil.
Entre seus ex-alunos
encontravam-se os pais de Duque
de Caxias e de seu amigo Miguel
Frias.
As matérias previstas no 1º
ano Matemático da Academia
Real eram Aritmética, Álgebra
(equação 3º, e 4º graus), Geome-
tria, Trigonometria Retilínea e
noções de Esférica e Desenho.
Eram indicadas obras específicas
dos seguintes autores franceses:
Sylvestre François Lacroix (1765-
1843) – Matemático,Adrien Marye
La Gendre (1752-1834) – Geome-
tria, Jean Baptista J. Delambre
(1759-1808) – Astrônomo e Euler
Leonard (1707-1783) - Geômetra
(suíço). Conhecido por Eulero.
No 2º Ano Matemático da
Academia Militar Real as matérias
previstas eram Resoluções de
Equações, Analítica, Cálculo
Diferencial e Integral, Descritiva
e Desenho.
A Carta de Lei indicativa as
obras específicas dos seguintes
mestres franceses: Sylvestre
François Lacroix (1765-1843)
Matemático e Gaspar Monge
(1746-1818) Geometria
No 3º Ano Matemático da
Academia Militar as matérias
previstas eram Mecânica (Estáti-
ca e Dinâmica); Hidráulica (Hi-
drodinâmica e Hidrostática);
Balística e Desenho. Foram
indicados os seguintes autores
franceses e dois ingleses: Louis
Benjamin Fracoeur Mecânica,
Gaspard Clair François M. Prony
(1755-1839)-Hidráulica, Olinthus
Gilbert Gregory (1774-1841)
Mecânica, (inglês), Jean Antoine
Fabre (1749-1834) – Engenheiro,
Adabe Charles Bossut (1730-
1814) Matemático, Etienne
Bezout (1730-1783) – Matemáti-
co, Benjamin Robins (1707-1751)
Matemático (inglês) e Leonard
Euler (1707-1783) - Geômetra
(conhecido como Eulero)
O 1º Ano Militar Academia
Real Militar era atribuído a dois
professores. O primeiro lecionava
Tática, Estratégia, Castramenta-
ção (Arte de Acampar), Fortifica-
ção de Campanha e Reconheci-
mento de Terrenos. O segundo
professor lecionava Químico.
Para assuntos militares
devia-se atentar no que de
importante havia aparecido
sobre a matéria e, em especial,
nos escritos dos seguintes gene-
rais franceses:
O Barão Simon François Gaide Vernon (1760-1822). Haviasido capitão de Engenheiros em
OS GENERAIS FRANCESES
31
Desenhos de Wasth Rodrigues
1790 e servido com distinção noExército do Reno (1792-93).Como major-general no Exércitodo Norte ele fez aceitar o planode campanha de que resultou asbatalhas Honds, Choote e Menin ea libertação de Dunkerque.Integrou a direção da EscolaPolitécnica - 1798-1811. Fez acampanha de 1812 e dirigiu, em1813, a defesa de Torgau. Era oautor de duas obras notáveissobre Fortificações de Campa-nha.
O Conde de Cessac, JeanGirard Lacuée (1752-1841),Capitão em 1785. Integrou em1789, o Comitê instituído pelaAssembléia Francesa para reorga-nizar o Exército da França. Gene-ral de Brigada, em 1793, encarre-
gado de organizar a defesa daFronteira dos Pirineus. Dirigiu oBureau de Guerra em 1795.Presidente de Seção de Guerra doConselho de Estado, em 1803.Ministro da Guerra em 1808,Inspetor Geral de Infantaria1814.
Curiosidade, D. João,
obrigado por Napoleão a transfe-
rir-se para o Brasil com a Família
Real estruturou o ensino Matemá-
tico na Real Academia com base
em cientistas franceses e o ensino
militar em obras de dois generais
franceses que se destacaram na
formulação da Doutrina Militar da
Revolução Francesa que foi
abordada pela Cadeira de Histó-
ria da Academia Militar e de
forma sintética na obra: AMAN -
História da Doutrina Militar na
Antigüidade a II GM. Barra Mansa,
Gazetilha. 1979 - p.79-83.
O brasileiro General Abreu
e Lima que foi general de Bolívar
foi Lima o único dos libertadores
da América Espanhola que havia
sido formado numa Academia
Militar estudou nestas obras em
1815 e o futuro Duque de Caxias
AINFLUÊNCIAFRANCESA
em 1819.
Aênfase dada a Engenharia
na Real Academia e Academia
Real demonstram que elas foram
estabelecidas para prioritaria-
mente construírem o Brasil, o que
perdurou até a Revolução Indus-
trial que obrigou a um preparo
mais sofisticado da Infantaria,
Cavalaria e Artilharia para sobre-
viverem num campo de batalha
coberto por grande intensidade
de projéteis de armas leves e de
Artilharia forçando os Exércitos a
procurarem a proteção em forti-
ficações e trincheiras.
Decreto nº 1718 de 17 de
junho 1937. Considerou a Escola
Militar atual AMAN como tendo
por raiz histórica aAcademia Real
Militar. Esta raiz histórica oficiali-
zada por Decreto Presidencial,
mas não raiz histórica, a qual, em
realidade é a Real Academia de
1792, fundada pelo Conde de
Resende, o criador do município
de Resende em 29 de setembro de
1801. A Real Academia Militar foi
criada 10 anos antes do que a
Academia de West Point, criada
em 1802 pelo Congresso dos EUA.
O DECRETO
Em 1812 a Academia Real Militar
muda-se aproveitando a estrutura
da Real Academia Militar criada
pelo Vice-Rei em 1792
cem anos.
Embora em toda a sua obra
ele jamais se refira a Resende – que
naquela época erradamente se
grafava com Z – a descrição da
monotonia, da ausência completa
de novidades, um dia igualzinho ao
precedente e ao seguinte, no
mesmo ramerrão - uma pesquisa
muito simples revela que, salvo os
nomes próprios, as cenas e os
cenários eram iguais, seja em
Queluz, seja em São José do Barrei-
ro, seja em Bananal, seja em
Resende. Enfim, em todo o médio
Vale do Paraíba de então.
O reinado do café, aqui
iniciado nos primórdios do século
XIX, chegando ao auge por volta da
década de 1840, havia exaurido as
terras e quase nada deixara como
marca de sua passagem, a não ser
“pastos ensapezados e ensamam-
baiados, velhos e esqueléticos
casarões coloniais e nada mais”. E
seguira, ávido de terras férteis e
virgens, rumo ao oeste paulista.
Mas não servira nem mesmo
para abrir estradas, tanto que a
Rio-S. Paulo da década de 1940 era
a mesma pela qual passara D.
Pedro, em 1822, na viagem a S.
Paulo que culminou com a Procla-
mação da Independência. Getúlio
Vargas e sua comitiva, quando aqui
esteve, em 1938, para o lançamen-
to da pedra fundamental do Con-
junto Principal, teve que vir por
Barra Mansa, Bananal, Formoso
numa viagem de mais de oito horas,
por um caminho pouco mais do que
carroçável.
A notícia da Proclamação da
Independência levou quarenta e
oito horas para chegar a Resende,
pelo correio a cavalo. A da Abolição
da Escravatura arribou no dia
seguinte porque já existia o telé-
grafo da Estrada de Ferro Dom
Pedro II. A atual rodovia Presidente
Por Nei Paulo Panizzutti*
A Vinda da Escola Militar
para Resende
*O texto de 2004 é de
autoria de um gaúcho apaixonado
por Resende e pela AMAN. O
nosso Coronel Panizzutti deixou
para todos o seu exemplo de
dignidade e grandeza de espírito.
Fica a nossa homenagem.
Não é fácil, hoje, imaginar
as dificuldades que tiveram de ser
vencidas pela Comissão de Obras
para construir a nova Escola Militar
de Rezende. O melhor, para se
tomar pulso da situação, seria
começar lendo uma obra pouco
citada de Monteiro Lobato: Cidades
Mortas. Para escrevê-la, José
Bento Monteiro Lobato, aproveitou
os anos iniciais do século XX,
quando começava sua carreira
jurídica como promotor, em Areias,
SP. Com sua invulgar aptidão para
captar a realidade cotidiana,
obteve ele notáveis quadros vivos
do dia-a-dia de uma cidade peque-
na do Vale do Paraíba há cerca de
34
Dutra só viria a ser inaugurada em
1952, quatorze anos mais tarde.
Há que se levar em conta
que, em 1944, pouco antes da
chegada dos primeiros cadetes,
que viriam ocupar as instalações
ainda em final de obras, havia, em
Resende apenas 15 automóveis de
passeio. Em todo o município, que
incluía a imensidão de terras desde
Engenheiro Passos até Barra Mansa.
Neste território, contavam-se 97
caminhões, 43 charretes, 51 carro-
ças, 4 ônibus, uma ambulância
militar, do Sanatório Militar de
Itatiaia (atual CRI).
A vida social da cidade
resumia-se aos bailes no CCRR, às
sessões de cinema no Cine Theatro
Central, na Praça Oliveira Botelho,
e à chegada do “expressinho”, o
trem de passageiros vindo do Rio de
Janeiro, que atraía a mocidade
namoradeira e as pessoas interes-
sadas em adquirir os jornais com as
últimas notícias da Capital Federal,
do País e do mundo.
Por estes motivos, a plata-
forma da estação ferroviária ficava
pequena para tanta gente, no
horário matinal do trem, especial-
mente nas manhãs domingueiras.
Foi num trem, exatamente em
1944, março, que chegaram os
quase seiscentos cadetes que iriam
inaugurar a nova Escola Militar.
Resende nunca mais seria a mesma.
Antes ainda da conclusão
das obras da Escola Militar, o Prefe-
ito de Resende resolveu nomear
uma comissão encarregada da
modernização da cidade. Dela
faziam parte vários oficiais enge-
nheiros e planejadores da Comis-
são de Obras da Escola Militar de
Rezende. Sua missão inicial foi
empreender a reconstrução da
Matriz de Nossa Senhora da Concei-
ção, quase totalmente consumida
por um formidável incêndio, em
1945. Monsenhor Sandrup, vigário
da Matriz, teve nesta Comissão o
principal apoio para que, em dois
anos, pudesse reerguê-la e nela
rezar Missa de Ação de Graças de
re-inauguração, em 1947.
Os planejamentos desta
Comissão foram detalhados e
amplos. A atual Avenida Saturnino
Braga – que liga o túnel da AMAN à
residência do Comandante da
AMAN – por exemplo, foi traçada
naquela época. Outro item desse
plano incluía um porto fluvial no
Paraíba, baseado na tradição
histórica do trânsito de barcaças
pelo rio, entre Santana dos Tocos e
Barra do Piraí, muito utilizado
entre as décadas de 1850 e 1870,
para levar o café deste trecho do
Vale do Paraíba ao porto do Rio de
Janeiro, com grande economia de
frete e de tempo. Resende deixava
de ser uma “cidade-morta”.
A vinda da Banda de Música
da Escola Militar para cá, além de
abrilhantar os eventos civis e
militares maiores, criou uma
tradição muito grata a todos os que
foram cadetes, bem como aos mais
sensíveis corações resendenses: no
coreto da Praça Oliveira Botelho,
todos os sábados, ao anoitecer,
espalhavam-se por entre as copas
das árvores, os acordes inesquecí-
veis das retretas da Banda Sinfôni-
ca. A velha Praça regurgitava de
jovens, moças, rapazes, civis e
militares, aguardando que tocasse
a campainha avisando que ia ter
início a sessão de cinema do Cine-
Theatro Central. Ao som das can-
ções executadas com maestria,
pela Banda de Música... Quem
viveu aqueles tempos dourados
jamais os esquecerá. Anos verda-
deiramente dourados...
Uma das atividades que mais
se desenvolveu, na cidade, com a
vinda da Escola Militar foi o ensino.
A Escola dispunha de um notável
corpo docente formado por concur-
so público de provas e títulos. Estes
professores, aqui chegados, foram
autorizados pelo General Souza
Dantas – Comandante da Escola
Militar - a lecionar também nos
colégios civis. Com isto, a qualida-
de do ensino melhorou tanto que os
alunos, ao terminarem o curso
médio – hoje chamado segundo
grau – saíam do Colégio Dom Bosco
e do Santa Ângela, para prestar
vestibular às faculdades de S. Paulo
e do Rio de Janeiro, sem ter de
cursar “os preparatórios”, como
então se nomeavam os cursinhos
35
Os desfiles cívicos no Centro Histórico eram um grande acontecimento
pré-vestibulares. E eram aprova-
dos. Aliás, muitos deles prestaram
concurso diretamente para a
Escola Militar, conforme permitia o
Regulamento da época, foram
aprovados e tornaram-se brilhan-
tes oficiais do Exército Brasileiro.
Há ainda inúmeros remanescentes
vivos, em Resende, das muitas
gerações que, nos colégios civis,
foram educados por professores
militares. Este é um dos aspectos
que melhores elos de amizade e
respeito criaram, nesta cidade,
entre civis e militares.
Quando o café perdeu
realmente a relevância no orça-
mento resendense, houve mais
uma migração de mineiros, prove-
nientes de lugares do alto da Serra
da Mantiqueira, que adquiriram as
terras a preço baixo e aqui inicia-
ram a pecuária com gado de leite.
Assim, Resende produziu, em 1944,
mais de dez milhões de litros de
leite, além de açúcar, álcool e
aguardente, sobretudo na Açucare-
ira Porto Real. Mas, a cidade conti-
nuava a marcar passo em seu
desenvolvimento.
Levantando as possibilida-des de obter os materiais básicospara a grande obra, a ComissãoEspecial de Obras verificou queteria de erguer uma olaria própria,para fabricar os tijolos furados.Além disto, teria também demontar uma pedreira, cujo terrenoadquiriu de Francisco Fortes, paranele instalar as britadeiras capazes
de atender à demanda de pedrabritada para a enorme quantidadede concreto utilizada não só nasconstruções, como no piso internodos pátios e arruamentos da EscolaMilitar.
Inegavelmente, apenas o
início dos trabalhos de construção,
em 1938, já mudara muita coisa.
Nesse período, a população de
Campos Elíseos duplicou, pelo que
se depreende do censo de 1940.
Pela primeira vez, desde o censo de
1874, a população da cidade real-
cançou o nível de habitantes
daquele distante censo.
Sim, pois Resende, que
tinha, então perto de 23 mil habi-
tantes, perdeu mais da metade
com a Abolição da Escravatura e a
migração de famílias inteiras de
fazendeiros, e dos ex-escravos,
para o oeste paulista, sobretudo
para Cravinhos e Ribeirão Preto.
Agora, com a demanda enorme de
mão-de-obra, houve uma grande
afluência de operários especializa-
dos, além dos militares e funcioná-
rios advenientes do Rio de Janeiro.
À vista destes argumentos,
parece ficar fácil entender que a
transferência da Escola Militar para
Resende tenha representado um
verdadeiro vento de progresso a
sacudir toda a estrutura social do
antigo vilarejo decorrente da
povoação de Nossa Senhora da
Conceição do Campo Alegre da
Paraíba Nova. Problemas que só
muitos anos depois viriam à tona,
como o da poluição, foram tratados
com cuidados só concebíveis meio
século mais tarde: a estação de
tratamento de esgotos, construída
dentro dos mais apurados meios da
época, devolvia a água ao Alambari
em forma potável.
A estação de tratamento da
água obedeceu a tamanhos parâ-
metros de concepção e grandeza
que hoje, sessenta anos passados,
ainda fornece água potável para os
bairros civis do Paraíso, Alambari e
Campos Elíseos.
Um outro aspecto que não
deve ser olvidado no que tange à
alta qualidade com que foi conce-
bida a Escola Militar de Rezende foi
o do paisagismo. Como foi levado
extremamente a sério, acabou
antecipando, por alguns decênios,
o cuidado com a rearborização,
utilizando essências naturais desta
região. Quem tiver a paciência de
cotejar as árvores e arbustos dos
jardins acadêmicos notará que o
planejamento tocou as raias do
detalhe, ao cuidar de que, nas
cores florais predominasse o
verde/amarelo símbolo nacional.
Para os cadetes, também
constituiu notável evolução.
Saíram eles do Realengo, onde era
fácil arrebanhá-los para qualquer
movimento político que degeneras-
se em levante. Se o levante tivesse
êxito, tudo bem. Mas, em caso
contrário, a punição mais comum
era, no dia do Aspirantado, mandar
o cadete passar um ano como
soldado num corpo de tropa da
fronteira. E só receber sua espada e
estrela de Aspirante um ano depo-
is. Digamos que o ambiente resen-
dense tenha sido, através dos anos,
A Comissão de Obras
visita ao canteiro de contrução
Os Bailes na Academia
36
mais propício à formação do oficial. Embora esta enorme mudança se tenha dado e passado durante a Segunda
Guerra Mundial, a formação do oficial do Exército Brasileiro não sofreu solução de continuidade.
Ainda dentro da ótica do cadete, obviamente a nova Escola oferecia bem mais conforto. Para os licencia-
mentos, havia, nos primeiros anos, a previsão, pela Estrada de Ferro Central do Brasil, de composições ferroviá-
rias especiais, para o Rio de Janeiro e, algumas vezes, para São Paulo. Já em meados da década de 1950, chegou
a hora e vez dos ônibus especiais. Hoje, nos grandes licenciamentos e nas férias, a Sociedade Acadêmica Militar
freta ônibus para o extremo sul e para o nordeste. Sinal dos tempos...
A Casa do Laranjeira ganhou foros de órgão oficial do Corpo de Cadetes, já no final da década de 1950. O
cadete tinha, desde 1944, entrada franca no CCRR, e estes fatos elevaram cada vez mais o seu status social.
Ao fim e ao cabo, Resende passou a representar a cidade dos cadetes. Em contrapartida, os Aspirantes-a-
Oficiais aqui formados levam carinhosamente o nome de Resende a todos os recantos deste país-continente.
As relações entre as famílias dos militares provenientes do Realengo e as famílias resendenses sempre,
desde o início, foram extremamente cordiais. De idêntica forma, com os cadetes. Nestes sessenta anos de
convivência, foram muitos os casamentos de oficiais egressos da Academia com moças das famílias de Resende.
Obviamente, para tal muito concorreram as olimpíadas, as competições, as festas das Armas, a Entrega de
Espadins e a de Espadas e respectivos bailes. Desde sua chegada à cidade, o relacionamento entre os cadetes e as
famílias locais foi marcado pela simpatia e pelo bom acolhimento. Marcas registradas do povo resendense desde
os recuados tempos de Simão da Cunha Gago quando estas plagas tinham designação longa e poética: Nossa
Senhora da Conceição do CampoAlegre da Paraíba Nova.
O Coronel Travassos, primeiro Comandante
da Escola Militar, lê o Boletim nº 01
Cadetes no Refeitório da Academia
O primeiro
claviculário da
Escola Militar
em 1944.
O aluno mais
novo de cada
turma recebe as
chaves do
Portão Principal
e abre
oficialmente as
portas da
instituição.
Uma tradição
até hoje
conservada.
37
38
Brejão da Kodak
Ali, pertinho da Via Dutra, um santuário ecológico.Ao divulgarmos essas belas imagens do fotógrafo
Luiz Carlos Ribenboim, chamamos a atenção para aimportância da preservação de
habitats naturais de pássaros e animais.
Freirinha Falcão de coleirakm 298 da Via Dutra
Falcão de coleira
Tesoura do brejo Mergulhão pequeno Chopim do brejo
Polícia inglesa do sulCanário do campoJapacanim
39
Serrinha
A Área de Proteção Ambiental da Serrinha do Alambari, emResende/RJ, situa-se na encosta leste do Parque Nacional do Itatiaia,
Serra da Mantiqueira, a oeste da estrada para Visconde de Mauá.Abrange as comunidades de Serrinha e Capelinha, protegendoa parte alta das microbacias dos rios Alambari e Pirapitinga.
Tiê sangue Sabiá unaCanário da terra verdadeiro
Pica-pau rei Beija-flor de peito azul Saíra viúva
Saíra douradinhaPapa-moscas estrelaSaí azul
www.resende.rj.gov.br
Beija-flor de papo branco
O Prefeito que em dois anosmudou o destino de Resende
Texto extraído do jornal Ponte Velha publicado em setembro de 2009.
Os entrevistadores foram Gustavo Praça, Joel Pereira, Marcos Halpern e Raimundo Luis Pereira.
José Marco Pineschi
40
GUSTAVO: Foi seu pai que veio da Itália? Ou seu avô?
PINESCHI: Meu avô. Marco Pineschi. Meu pai, João Archimedes Pineschi, já nasceu no Brasil.
GUSTAVO: Bem, Pineschi, o Joel, o Marcos e o Luis estão aqui pra me ajudar nessa conversa com você. Eu
sou sobrinho do Augusto de Carvalho, sou filho do Frederico, não sei se você lembra dele.
PINESCHI: Lembro bem deles todos.
JOEL: O Augusto gostava muito do Pineschi. Dizia que ele parecia um lenhador, porque era grande e forte.
Vocês eram amigos apesar de não serem da mesma política.
PINESCHI: Ah, mas isso não faz diferença... Nem sei de que lado ele era...
GUSTAVO: E isso dele dizer que você parecia um lenhador, procede? Você pegou no pesado?
PINESCHI: Ah, peguei... A vida pra mim foi difícil, viu. Tive que começar muito cedo. Órfão de pai. Fiquei
órfão aos seis anos.
LUIS: No dia do aniversário dele, quando ele fez seis anos, o pai dele faleceu.
PINESCHI: É duro. Logo cedo eu tive que partir para a luta. No início lidando com gado no retiro, não é?
Buscava o gado, tirava o leite. Depois eu trabalhei na casa da família Morgante, que era dona da Açucarei-
ra de Porto Real (que depois virou a Coca-Cola). Eu trabalhava na casa e no jardim. Fazia de tudo ali; tinha
muita coisa pra gente tomar conta. Aí a vida foi crescendo, a gente vai evoluindo.
JOEL: Você estudou o quê, Pineschi? Porque você é um excelente administrador. Todo mundo fala que o que
você administrou você administrou muito bem. Onde você aprendeu?
PINESCHI: Não estudei nada. A vida é que ensina. O maior professor do homem é a vida. Se eu fiz bem acho
que foi pela minha vivência. Logo cedo sempre na luta... O importante é você trazer para você aquilo que
você pode ir adquirindo na sua experiência. Desse meu trabalho, ainda menino, na casa dos Morgante, o
velho Morgante me levou para trabalhar na Açucareira Porto Real. Lá eu fiz de tudo, até carregar os trens,
levar os sacos de açúcar nas costas pra colocar no alto dos vagões. Eram 166 sacos em cada vagão. Cada
saco pesando 60 quilos. Eu era alto e forte e então colocava os sacos do alto, os últimos, que eram mais
difíceis. Tinha que encaixotar bem e depois encher a área do meio.
GUSTAVO: Ia só para o Rio e pra São Paulo.
PINESCHI: Pro Rio e pra São Paulo. E pra onde tivesse chance de vender. Não é Marcos?
MARCOS: A minha maior alegria é poder estar aqui hoje vendo você conceder essa entrevista.
LUIS: Conta como foi que você se tornou o gerente geral da Açucareira.
PINESCHI: Acho que o Renato Monteiro já tinha comprado ela, não é não? Aí um dia o Melo Morgante, que
gerenciava, se demitiu, não sei bem por que, acho que estava meio adoentado. O Renato ficou nervoso
com aquilo, pediu para ele ficar mais um tempo até mandar vir outra pessoa, do Rio, e o Melo disse assim:
“não precisa, o senhor tem o homem certo aqui dentro mesmo, ele entende tudo da usina, até de lavou-
ra...”. Era eu, não é...
JOEL: E quando foi que você entrou na política? Foi com o Aarão?
PINESCHI: Foi o Aarão que me empurrou na política. Eu estava um dia na
casa dele e ele disse: “Pineschi, você vai ser o meu candidato.” Eu até me surpreendi. Eu trabalhava no
serviço de água da Prefeitura. Mas antes disso eu já tinha sido vereador em Resende, por Porto Real.
JOEL: Naquele tempo a Câmara não tinha remuneração, o Luis está lembrando aqui; era puro idealismo.
41
PINESCHI: Nem cafezinho tinha...
MARCOS: Mas a dona Cora fazia o cafezinho pra você levar.
PINESCHI: Cora, coitada... Foi há tanto tempo... Fiz 87 anos agora... E estou vivendo... Enquanto tiver
força nós vamos...
GUSTAVO: E como é que está a vida nessa idade, Pineschi. O pessoal reclama muito da velhice.
PINESCHI: Olha, eu acho que reclamar não adianta. Você tem que tocar a vida como ela é. Vai em frente.
Tudo é aquilo que você tem na cabeça. A cabeça é que manda.
LUIS: Mas ele está bem assessorado. A família tem o maior carinho por ele. A dona Cora morreu vai fazer
uns quatro anos.
PINESCHI: Nós fomos casados 58 anos. Ela era da colônia também. Família Siriati. Tivemos cinco filhos. O
João Marcos hoje é advogado do grupo da Coca-Cola; a Ilka tem academia; a Kátia se aposentou como
professora, mas tem uma pequena indústria de congelados; o Márcio tem fazenda em Barra Mansa. E tive-
mos uma filha que faleceu. E tem um outro filho que nós adotamos quando criança, que é o Ari, que é
gerente de uma das lojas do Correio no Rio de Janeiro.
GUSTAVO: Nós estávamos falando que você foi vereador no tempo em que não se ganhava nada. Hoje, o
sujeito se elege e fica rico rápido.
PINESCHI: É verdade. Que coisa, não é? Hoje eu acho que a política é mais financeira. Antigamente o
sujeito entrava com vontade de ajudar alguma coisa.
GUSTAVO: E a sua eleição para prefeito foi difícil?
PINESCHI: Pelo contrário. Eu ganhei com 86% dos votos.
JOEL: Eu lembro bem que o slogan da sua campanha era: primeiro Aarão, depois Pineschi, e depois Aarão. E
foi exatamente isso que aconteceu.
GUSTAVO: O Joel diz que, embora o senhor só tenha governado dois anos, fez o melhor governo de Resen-
de.
PINESCHI: Eu fiz o que pude. O importante é você ser honesto, não tenha dúvida. E o Aarão foi um dos
prefeitos mais honestos que eu conheci.
JOEL: E o Pineschi, além de ser bom administrador, ainda deu sorte. Porque a sorte, pra mim, não é aquela
coisa mística, que o camarada fica sentado e ela acontece. A sorte em geral ajuda as pessoas que traba-
lham. Então, a prefeitura tinha umas ações que ele conseguiu que a Câmara aprovasse a venda e assim
pôde ter verba.
PINESCHI: Eram ações da Petrobrás. Com aquele dinheiro nós fizemos a segunda ponte para carros sobre o
Paraíba, ponte que sai ali em frente ao Royal, e duas pontes sobre o Sesmaria - uma próximo a onde é hoje
a faculdade da Estácio e outra próxima ao INSS. E ainda deu pra gente comprar aquela área onde foram
construídos depois o SESI, o SENAI, o Corpo de Bombeiros e a nova sede da Prefeitura.
JOEL: O Pineschi comprou tudo da família do Carlinhos Pinto.
PINESCHI: O Carlinhos chegou lá um dia e disse: - “Pineschi, vim te vender um terreno”. Eu abri o mapa lá,
vi que interessava, era bom, e perguntei quando ele queria. E comprei, na bucha.
JOEL: Quanto que ele pediu?
PINESCHI: Duzentos mil cruzeiros. Eu fui ver com o Secretário da Fazenda se tinha o dinheiro pra comprar
na hora.
Ponte Tácito Viana Rodrigues quase pronta. A Ponte Velha ainda inteira.
LUIS: Quem era o Secretário da Fazenda.
PINESCHI: O Mauro Mariante.
JOEL: O Pineschi se cercou de muita gente boa. O coronel Mariante, o Doutor Virgílio como vice, o Tácito
Vianna Rodrigues...
PINESCHI: Naquele tempo a gente podia escolher. Hoje eu não sei se é a mesma coisa...
MARCOS: O Mariante ajudou muito ao Pineschi e a Resende.
PINESCHI: Era um homem muito amigo e muito sério. Naquela ocasião ele viu que tinha recursos e nós
compramos o terreno.
GUSTAVO: O senhor regateou?
PINESCHI: Não. Paguei duzentos e dez, porque eu achava que valia muito mais.
GUSTAVO: E o senhor imaginava fazer o quê lá?
PINESCHI: Bem, a área era muito boa, não é? Eu tinha uma idéia de que no futuro as coisas ligadas à Prefei-
tura pudessem ficar próximas ali. Aí eu disse ao Mariante para fazer o cheque logo, com dez mil a mais.
JOEL: Hoje, além do que nós já citamos, tem ali ainda o Fórum, o Hospital, o Parque das Águas...
GUSTAVO: Isso é bonito na política: um trabalho que prepara o outro. O Noel de Carvalho - acho que princi-
palmente ele - completou bem essa preparação do Pineschi. Tipo no futebol, um cara faz a assistência e o
outro o gol.
JOEL: E outra coisa: eu acho que Resende deve muito para a família Pinto, porque se não fosse essa área
que o Carlinhos vendeu a cidade não seria o que é hoje.
MARCOS: Mas se não fosse o Pineschi...
JOEL: Eu sei... Estou pegando uma carona na entrevista dele para ressaltar o desprendimento do Carlinhos
Pinto.
MARCOS: Se bem que o Carlinhos queria mais um pouco depois...
PINESCHI: É... Eles vendem e depois se arrependem, não é?
GUSTAVO: Outra coisa que o senhor apoiou muito foi a primeira faculdade de Resende.
PINESCHI: Foi, a Dom Bosco. Ajudei o máximo que pude ao Coronel Esteves... Olha: eu só trabalhei, a
verdade foi essa.
MARCOS: Ele fez muita coisa por baixo da terra.
PINESCHI: Ih, o que eu fiz de esgoto... Aquela zona ali, como é que chama mesmo? Alegria, não é? Aquilo
está tudo canalizado por baixo. Aqueles tubos de plástico, não é?
LUIS: Ele canalizou também Porto Real, e fez aquele dique que tem atrás da Volkswagen. Lutou pela obra e
conseguiu que ela fosse realizada quando foi vereador. Dali pra cá, Porto Real nunca mais foi inundada.
PINESCHI: Isso para mim era muito importante. Para vocês terem uma idéia, no dia em que eu saí da casa
para me casar tive que ir pisando no charco.
JOEL: Eu acho que foi importante o Pineschi ter sido vereador antes de ser Prefeito, porque ele teve uma
relação muito boa com a Câmara, e com os dois presidentes da Câmara no seu mandato, que foram o
Toninho Capitão e o João Luis Gomes. Eles tinham uma união em torno de propostas para a cidade, uma
coisa bacana pra chuchu, um negócio difícil de você ver hoje.
GUSTAVO: Nesse tempo ainda não tinha arrecadação boa das indústrias.
PINESCHI: Não tinha, por isso foi importante vender as ações da Petrobrás.
LUIS: E por falar em indústria, a Xerox veio com ele.
PINESCHI: A Galvasud também?
LUIS: Não, a Galvasud foi depois.
GUSTAVO: Na época em que o senhor fez a ponte o trânsito já precisava?
PINESCHI: Não, o trânsito fluía tranquilo. Mas a gente tinha o dinheiro e eu achei que aquilo ia ser uma
coisa bem feita, que ia ser preciso mesmo mais adiante. Aí chamei o Tácito (Tácito Viana Rodrigues), que
era especialista em ponte, já tinha feito pontes por esse Brasil a fora.
JOEL: E ele deve ter feito um preço camarada porque era a cidade dele.
PINESCHI: E ele tinha uma tia que morava ali onde é hoje o Royal e que dizia assim: “Você vai fazer essa
ponte, mas tem que ser aqui!”. Queria que saísse perto da casa dela. E era o melhor lugar mesmo; ela
acertou...
JOEL: É importante observar que as duas pontes sobre o Sesmaria desafogaram o trânsito e prepararam a
42
cidade para o futuro, junto com a do Royal. E que esta última o Pineschi projetou e construiu em dois anos.
Uma obra difícil, haja visto o Acesso Oeste que ficou aí dois governos para ser planejado e construído.
GUSTAVO: Mais até. O projeto do Acesso Oeste é do tempo do Augusto Leivas.
LUIS: Quem foi o Ministro que veio ver o senhor fazendo a ponte? (Pineschi puxa pela memória e Luis
ajuda). Foi o Andreazza. Ele perguntou o que o senhor precisava e o senhor disse que era uma outra ponte
para o lado oeste da cidade. Ele aí falou: o senhor me mande o projeto que eu mando o dinheiro.
PINESCHI: Eu mandei?
LUIS: O senhor fez o projeto e passou para o Aarão, mas a coisa ficou esquecida.
JOEL: Nesse tempo houve um comentário na cidade sobre o Andreazza ter comentado com um assessor que
eles precisavam de um Pineschi no Ministério.
GUSTAVO: Pineschi, o que você achou desse processo de emancipação municipal. Resende se dividiu; Porto
Real, por exemplo, ficou rico.
PINESCHI: Esse dinheiro da indústria é muito importante, porque o município não consegue viver só de
IPTU. O dinheiro da indústria é uma coisa certa: vendeu, a Prefeitura arrecadou. Mas eu acho que a união
era melhor, não é? Tudo o que você divide, alguma coisa enfraquece. Eu acho que se ficasse um município
só a gente se fortalecia. Pegava esse dinheiro dessas indústrias todas e jogava num monte só. O importante
era distribuir bem depois.
GUSTAVO: E teríamos uma Câmara só! Já pensou que beleza!
JOEL: Qual foi a sua maior alegria como Prefeito, Pineschi?
PINESCHI: Olha, ter feito a ponte sobre o Paraíba foi muito bom. No dia da inauguração eu chamei a minha
esposa e a esposa do Aarão. Elas cortaram a fita e atravessaram a ponte a pé, com a gente atrás junto com
a população.
MARCOS: Ele entrou na Prefeitura com a roupa dele e saiu com a roupa dele.
GUSTAVO: Pineschi, o que você pensa desse nosso tempo. A humanidade vai suicidar? Vai destruir a natureza
toda.
PINESCHI: A evolução do homem vai trazendo experiência e soluções. Não vai acabar nada, não.
O Parque das Águas, o Sesi, Senai, Senac, o Estádio do Trabalhador,
o Hospital de Emergência, o Fórum, a Delegacia, Bombeiros, a Prefeitura...tudo está
em um terreno adquirido pelo Prefeito José Marco Pineschi. Visão do futuro.
43
Crônica Visual
de Resende
44
Otacílio Rodrigues, um cronista visual de Resende.Registra de tudo um pouco: alterações urbanísticas,
momentos históricos, imagens cotidianas,paisagens deslumbrantes e cenas familiares.
Ao enxergar Resende pela ótica do fotodocumentarismo revelanovos pontos de vista e, ao mesmo tempo, perpetua
registros importantes para as próximas gerações.
45
VolkswagenCaminhões e Ônibusagora éMAN Latin America
A MAN Latin America foi
criada em 16 de março de 2009
após a aquisição da Volkswagen
Caminhões e Ônibus pela MAN SE.
Com uma capacidade deprodução estimada em 58.000unidades ao ano em dois turnos detrabalho, a empresa é a maiorfabricante de caminhões daAmérica do Sul, e a segundacolocada em chassis de ônibus. Osprodutos são montados no Brasil,no México e na África do Sul – afábrica brasileira instalada emResende (RJ) é ainda um Centrode Engenharia.
Soluções de transporte sobmedida e com a melhor relaçãocusto-benefício são as principaisexigências dos consumidores noBrasil. E isso tem assegurado àMAN Latin America a liderançalocal em vendas de caminhões e
ônibus há seis anosconsecutivos, com umaparticipação de mercadoacima de 30%.
O C o n s ó r c i oModular, investimentode US$ 250 milhões, trazpara dentro da fábrica,certificada segundo asnormas ISO TS e ISO14000, os principaisfornecedores para amontagem de veículos. A linha demontagem foi construída emapenas 153 dias, e ocupa umaárea de 1 milhão de metrosquadrados, com 110 mil metrosquadrados de prédios.
A empresa emprega 4.500pessoas, noventa e dois por centoda região. A produção diária é de178 veículos dividida em doisturnos de trabalho.
Treze anos após suainauguração, a unidade baterecordes de produção. Em 2008, afábrica de Resende produziu56.000 caminhões e ônibus, umvolume 19% superior ao de 2007.
A unidade oferece aindauma linha completa de produtos,com mais de 40 modelos decaminhões e ônibus vendidos em30 países da América Latina,África e Oriente Médio.
Uma comunidade não se desenvolve apenas com geração de empregos
Por Alberto Cunha, Gerente Geral da Unidade de Resende da Votorantim Siderurgia
Resende e Votorantim Siderurgia
O atual cenário mundial tem nos mostrado que já não é mais possível pensar em crescimento econômico
desalinhado ao desenvolvimento sustentável, considerando os investimentos ambientais e sociais. Cada vez
mais, as empresas vêm se preocupando com as comunidades onde atuam.As últimas décadas foram marcadas por
discussões em várias esferas da sociedade sobre a responsabilidade social empresarial e o apoio a causas socio-
ambientais.
A cidade de Resende, com seus diversos empreendimentos industriais, é um pólo empregatício que
movimenta a economia do Estado. Este ano, a chegada da Votorantim Siderurgia aumentará o número de postos
de trabalho e tornará a cidade referência em siderurgia. Porém, o investimento na economia local não para por
aí. A empresa traz para a região sul-fluminense toda a experiência em gestão de projetos socioambientais
desenvolvida pelo Grupo Votorantim e aplicada em mais de 300 municípios brasileiros.
Uma comunidade não se desenvolve apenas com geração de empregos. É preciso investir no capital
humano. O conceito de crescimento compartilhado já é uma realidade nas empresas modernas e responsáveis.
Seguindo este princípio, a política de investimento social privado da Votorantim Siderurgia visa direcionar
recursos, monitorar ações e colher resultados no âmbito do desenvolvimento comunitário.
Toda a atuação social da Votorantim Siderurgia segue as diretrizes e políticas de investimentos traçadas
pelo Instituto Votorantim. Algumas práticas da empresa demonstram o compromisso com o desenvolvimento da
cidade. No campo da geração de emprego e inserção no mercado de trabalho, o principal destaque é o programa
Futuro em Nossas Mãos. A iniciati-
va capacita jovens para trabalhar
na área de siderurgia e começou
em Resende no ano de 2007, ano
que a Pedra Fundamental foi
lançada. O projeto já formou
mais de 138 jovens no município
durante estes dois anos.
Ainda no campo do traba-
lho e inserção do jovem no
mercado de trabalho, a empresa
t a m b é m i m p l e m e n t o u o
Programa Oportunidade de Aço.
Com o apoio do Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial
(SENAI), 140 moradores do
município de Resende e região
participaram do módulo básico de
Operação em Siderurgia, em
2008. Com o conhecimento
adquirido durante o curso, os
jovens terão mais oportunidades
de ingressar no mercado de
trabalho da região.
Já o Projeto Conecta,
realizado em parceria com a
organização não-governamental
Comitê para a Democratização da
Informática – CDI, oferece cursos
de informática básica a jovens em
quat ro núc leos .
Somente no bairro de
Cidade Alegria, onde
a nova fábrica está
i n s t a l a d a , s ã o
atendidos atualmen-
te 310 jovens.
N a á r e a
a m b i e n t a l , a
V o t o r a n t i m
Siderurgia também é
pioneira. A nova
f á b r i c a t e m a
sustentab i l idade
como princípio de
atuação e foi plane-
jada com diversas
tecnologias baseadas
no conce i to de
produção mais limpa. O projeto
da usina conta com os mais
modernos e seguros processos
existentes no mundo no que diz
respeito ao controle de poluição
e monitoramento da qualidade
do ar, controle acústico, coleta
seletiva e gestão de águas. Por
exemplo, o sistema de despoei-
ramento utiliza a mais moderna
e avançada tecnologia empre-
gada na siderurgia mundial.
Outro destaque na área
ambiental é o Programa de
Reflorestamento. Atualmente,
está sendo plantando um
cinturão verde que abrange 38%
da área total da nova Unidade
Resende, que possui 4,3 milhões
de metros quadrados. Somente
em 2008, foram plantadas 180
mil mudas de espécies nativas, e
esse número deverá chegar a
mais de 250 mil.
Por meio do Programa de
Educação Ambiental (PEA), a
Votorantim visa despertar a
consciência para preservação
dos recursos naturais entre
funcionários e própria comuni-
dade de Resende. O PEA
envolve educadores da rede
pública, colaboradores e a
população em uma série de
ações, que seguem uma agenda
anual de atividades de sensibi-
lização ambiental.
Outra prática considera-
da referência no setor é o
monitoramento da qualidade
do ar e das águas do Rio Paraíba
do Sul. Em Barra Mansa,
Resende e Itatiaia a Votorantim
Siderurgia mantém cinco
estações que fazem o monito-
ramento da qualidade do ar nas
áreas de influência direta. Os
dados obtidos pelos equipa-
mentos, em tempo real e com
tecnologia de ponta, são
enviados diretamente ao órgão
ambiental estadual. No Rio
Paraíba do Sul, a empresa
mantém um monitoramento
mensal, em parceria com a
F u n d a ç ã o E s t a d u a l d e
Engenharia do Meio Ambiente
(Feema) e a UFRJ (Universida-
de Federal do Rio de Janeiro).
Os dados demonstraram que o
trecho Funil-Resende apresen-
ta uma boa qualidade de água
em relação à maioria dos outros
trechos.
O caminho para o desen-
volvimento sustentável em
Resende está sendo traçado por
meio de uma sólida parceria
entre setor público, privado e
sociedade. A Votorantim
Siderurgia espera, com sua
chegada, contribuir constante-
mente para o crescimento da
cidade e para a construção de
uma sociedade mais consciente
e justa.
49
Preocupados com a exi-
gência de idiomas no mercado
de trabalho, muitos pais brasile-
iros decidem optar por escolas
bilíngues. Quanto mais cedo a
criança for exposta a uma língua
estrangeira, mais facilidade terá
para aprender.
Até os quatro anos, o
aprendizado de uma segunda
língua é mais rápido. "A língua é
ensinada sem cobranças e os
pequenos estão mais acessíveis
à construção do desenvolvimen-
to de aprendizagem. Durante a
infância, as crianças estão mais
dispostas a aprender outra
língua com mais naturalidade”,
afirma Angélica Mereb, diretora
do Colégio Anglo-Americano -
Unidade de Resende.
Além da preocupação com
o ensino de uma língua estran-
geira, os pais brasileiros veem
nas escolas bilíngues uma porta
de entrada para o mundo globa-
lizado. O convívio com o multi-
culturalismo também é visto
como vantagem.
E por isso, o Anglo-
Americano chegou a Resende
como a primeira instituição
bilíngüe da cidade para formar
alunos em Português e Inglês, da
Educação Infantil ao Ensino
Médio. O Programa Bilíngüe
pretende dar ao aluno fluência
oral, escrita e na leitura, em
Português e Inglês.
O programa acontece da
seguinte forma: da Educação
Infantil ao Ensino Fundamental I
(até o 5º ano), os alunos terão
pelo menos duas horas de Inglês
por dia, por meio de contato
exploratório com foco na desco-
berta.
Dessa forma, irão adquirir
as habilidades necessárias para
leitura e escrita, podendo
transferir tal conhecimento para
a Língua Inglesa, de forma
gradual e natural, possibilitando
a alfabetização em Inglês no 2º
ano do Ensino Fundamental. A
partir do 6º ano do Ensino Fun-
damental até o Ensino Médio, os
alunos têm 1 hora de Inglês por
dia, sendo reagrupados por
níveis de conhecimento. Com
esse novo projeto, temos como
objetivo o desenvolvimento
pleno do potencial de nossos
alunos. Para aqueles que de-
monstrarem dificuldades, o
programa oferecerá atividades
opcionais complementares em
horário extra-classe, tendo em
vista a melhor adaptação desses
alunos”, explica Angélica,
enfatizamos que não haverá
taxa adicional com o bilinguis-
mo.
A escola proporciona
tempo livre, mantém a identida-
de cultural brasileira e respeita
o calendário do nosso país, bem
como as tradições e a cultura de
nossa Pátria (a Língua Inglesa é
a segunda língua).
Vale ressaltar, que além
de oferecer o ensino bilíngue, a
nova Unidade possui biblioteca
totalmente informatizada, com
acervo atualizado, laboratórios
de informática de última gera-
ção, além dos melhores docen-
tes da região.
50
Resende de olho no mundo
A cidade já tem escola bilíngue
Texto de Ana Rosado, Assessoria de Imprensa do Colégio Anglo Americano
Arte
em
fo
to d
e O
tacílio
Ro
drig
ues
Resende em númerosA cidade de Resende está está localizada no Rio de Janeiro às margens da Rodovia Presidente Dutra. Seu município éo último do Estado do Rio percorrido pela rodovia antes da divisa com São Paulo.
O relevo do município é típico de vale. É cortado pelo rio Paraíba do Sul em uma planície próximo às suas margens.Conforme nos afastamos delas encontramos um planalto, com leves colinas achatadas. E, mais longe, o Maciço doItatiaia, que compreende uma escarpa da Serra da Mantiqueira.
É tropical de altitude, a temperatura média anual é de 26°C, com mínima de 7ºC, em julho e máxima de39°C, em janeiro. As maiores precipitações são no período de novembro a março.
Mesorregião Sul: FluminenseMicrorregião:Vale do Paraíba FluminenseÁrea: 1.098 Km2 (IBGE)Áreas planas e drenadas: 40 milhões de m²Pólo Industrial: 23 milhões de m²Altitude: de 394,6m (Centro Urbano)População: 118.547 (contagem populacional IBGE – novembro/2007)População urbana: 94,01% = 111.439 habitantesPopulação rural: 5,99% = 7.108 habitantesPopulação economicamente ativa: 57,84% = 67.899 habitantesClima:
Índice pluviométrico: Média Anual: 1.500 mm³DDD: 24Cep: 27500-000Voltagem elétrica utilizada: 127v / 220vHorário comercial: das 8:30h às 18:30h; Horário bancário: das 11h às 16hNúmero de eleitores: 71.852 (CIDE – 2003)Veículos emplacados: 32.301 (Detran – RJ/dez – 2006)Consumidores de energia elétrica: 32.461 (AMPLA – 2000)Renda per capita: R$ 365,45 (2000 – IBGE)Distritos: 1º Centro; 2º Agulhas Negras; 3º Bulhões; 4º Visconde de Mauá; 5º Pedra Selada;6º Fumaça; 7º Engenheiro PassosLimites: Norte: Estado de Minas Gerais (Itamonte e Bocaina de Minas); Sul: Estado de São Paulo (São José doBarreiro, Formoso, Arapeí e Bananal); Leste: Estado do Rio de Janeiro (Barra Mansa, Porto Real e Quatis); Oeste:Estado de São Paulo (Queluz e Areias)Distância dos principais portos: Angra dos Reis (85km); Sepetiba (120km); Rio de Janeiro (180km); São Sebastião(280km) e Santos (350km)Distância dos municípios vizinhos e capitais: Itatiaia (16km); Porto Real (15km); Quatis (21km); Barra Mansa (34km);Volta Redonda (41km); Queluz (39km); Cachoeira Paulista (75km); Rio de Janeiro (143km); São Paulo (250km) e BeloHorizonte (350km)Municípios limítrofes: Barra Mansa, Itatiaia, Porto Real, Quatis, Areias (SP), Queluz (SP), São José do Barreiro (SP),Bananal (SP), Arapeí (SP), Bocaina de Minas (MG), Passa Quatro (MG), Itamonte (MG), Itanhandu (MG)e Passa-Vinte (MG
Esperança de Vida ao Nascer (em anos) = 70,002Taxa alfabetização adultos (%) = 93,107Taxa bruta frequência escolar (%) = 89,129Renda per capita (R$) = 365,45Índice esperança de vida IDHM - L = 0,750Índice de Educação IDHM - E = 0,918Índice do PIB IDHM - R = 0,758IDHM = 0,809Rankng no Brasil = 401
FONTE: Prefeitura de Resende
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH – 2000
FONTE: Atlas do Desenvolvimento Humano
51
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