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Revista CRN-1, nº 9

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Page 1: Revista CRN-1, nº 9

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Page 2: Revista CRN-1, nº 9

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Expediente Í n d i c eRevista CRN-1

Publicação do Conselho Regional deNutricionistas � 1ª Região

SCN - Qd. 1 – Bl. E – Ed. Central Park - Sala 1.611 -CEP 70711-903 - Brasília - DF

Telefax: (61) 3328-3078Página na internet: www.crn1.org.br

Endereço eletrônico: [email protected]

Delegacias RegionaisGoiânia – Av. Anhanguera, 4.803 - 11º andar – sala 1.101Ed. Rita de Albuquerque – Centro - Goiânia-GOCEP 74038-900 - Telefax: (62) 3225-6730

Cuiabá - Av. Rubens de Mendonça n° 990, Ed. Empire Center,sala 502 - Bairro Baú - Cuiabá-MT - CEP: 78008-000Telefax: (65) 3052-8380

Diretoria CRN-1Presidente - Simone da Cunha Rocha SantosVice-Presidente – Iara Maria Mello RamiresTesoureira – Carla Caputo Laboissière BragançaSecretária – Jucinéia Gonçalina Nogueira

Membros efetivosSimone da Cunha Rocha Santos CRN-1 nº 1.566 DFCarla Caputo Laboissière Bragança CRN-1 nº 1.704 DFVânia Varini De David Pinto CRN-1 nº 1.218 MTPatrícia Afonso de Almeida CRN-1 nº 4.008 GOSalete Teresinha Rauber Klein CRN-1 nº 1.084 TOIara Maria Mello Ramires CRN-1 nº 012 DFJucinéia Gonçalina Nogueira - CRN-1 nº 1.227 DFGláucia Rodrigues Medeiros - CRN-1 nº 2.997 DFCarolina Martins dos Santos Chagas - CRN-1 nº 3.069 DF

Membros suplentesDanielle Luz Gonçalves Barros - CRN-1 nº 1.682 DFTânia Quintella Santos - CRN-1 nº 1.814 MTRosane Pescador - CRN-1 nº 810 DFDeise Lopes Silva - CRN-1 nº 1.168 DFMarluce Maria Oliveira CRN-1 nº 1.785 DFRegina Valéria Ribas Mariz de Oliveira CRN-1 nº 1.714 DFAna Flávia de Rezende Gomes Máximo CRN-1 nº 1.557 DF

Comissões Permanentes

Comissão Tomada de ContasPatrícia Afonso de Almeida CRN-1 nº 4.008 GOCarolina Martins dos Santos Chagas - CRN-1 nº 3.069 DFMarluce Maria Oliveira CRN-1 nº 1.785 DF

Comissão de ÉticaCarla Caputo L. Bragança - CRN-1 nº 1.704Carolina Martins dos Santos Chagas - CRN-1 nº 3.069 DF

Comissão de FiscalizaçãoIara Maria Mello Ramires - CRN-1 nº 0012Jucinéia Gonçalina Nogueira - CRN-1 nº 1.227Danielle Luz Gonçalves Barros - CRN-1 nº 1.682

Comissão de Formação ProfissionalGláucia Rodrigues Medeiros - CRN-1 nº 2.997Deise Lopes Silva - CRN-1 nº 1.168.

Comissão de ComunicaçãoSimone da Cunha Rocha Santos - CRN-1 nº 1.566Jucinéia Gonçalina Nogueira - CRN-1 nº 1.227

Comissão de LicitaçãoJucinéia Gonçalina Nogueira - CRN-1 nº 1.227Domênico Ramos de Souza (funcionário CRN-1)Denise Samari Silva Pelles (funcionária CRN-1)Elaine Teixeira Ribas (funcionária CRN-1)Ivan dos Santos Silva (funcionário CRN-1)

Jornalista ResponsávelSilvia Maria Alves � RP 2030/DF

RevisãoClarissa Lima

Projeto gráfico, diagramação e arte finalAdriano Moura - ponto design editorial

GráficaGráfica Êxito

Tiragem: 5.000 exemplares

O CRN-1 abre espaço para que você diga quais assuntos quer ver nasua revista. Envie sua sugestão para [email protected] e aComissão de Comunicação estudará a inclusão na pauta da próximaedição.

Contamos com sua participação!

Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03

CRN-1 comemora o Dia doTécnico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04

CEP-Saúde oferece curso a distânciapara técnico . . . . . . . . . . . . . . 05

Planejamento alimentar no controle dodiabetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

CFN reúne-se com os Regionais no IIICongresso do Sistema . . . . . . . . . . . . . 10

Fiscalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Espaço sindical . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

CFN empossa novo plenário para gestão2009-2012 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

O papel do nutricionista na cirurgiabariátrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Obesidade aumenta entre brasileirosadultos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Cecane Norte e Centro-Oeste em prolda alimentação escolar . . . . . . . . . . . . 21

Jurídico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

Você define a pauta

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Edito

rial

Edito

rial Caros colegas,

A cada dois anos o CFN promoveum congresso onde reúne os conselhei-ros e funcionários de todo o SistemaCFN/CRN. Este é um momento ricoem que são elaboradas diretrizes a se-rem seguidas por todos, respeitando asdiversidades regionais. O CRN-1 es-teve presente em todos os debates, es-pecialmente na definição dos critériospara uniformizar as ações fiscais – ati-vidade-fim do Conselho.

Durante o III Congresso Nacionaldo Sistema, o CRN-1 sediou o Pro-grama de Orientação Itinerante (POI),atividade cujo objetivo é promovera integração entre o Conselho e osprofissionais. Os cerca de 170nutricionistas, estudantes e técnicospresentes puderam entender melhor ofuncionamento do Sistema CFN/CRNe também participar dos debates sobrea propaganda de alimentos.

Além de apresentar um resumo des-sas duas atividades, esta edição da Re-vista CRN-1 aborda os procedimentosa serem adotados no atendimento ao pa-ciente submetido à cirurgia bariátrica –no período pré e pós-operatório. Tam-bém fala da importância de integraçãoà equipe multidisciplinar e do entendi-mento que o nutricionista deve acom-panhar o paciente por toda sua vida.

Para falar sobre a prevenção do di-abetes e o tratamento do portador dadoença, foi entrevistada a nutricionistaAnelena Soccal. Ela responde questõesreferentes aos diferentes tipos de dia-betes e as orientações para que os pa-cientes possam levar uma vida o maisnormal possível.

A comemoração do Dia do Técni-co em Nutrição e Dietética, 27 de ju-nho, e a abertura do curso a distância

Simone RochaPresidente do CRN-1

no Distrito Federal mereceram desta-que nesta publicação. Mas não poderí-amos deixar de abordar a recente po-lêmica que gerou um parecer de nos-sa assessoria jurídica, que é onutricionista assumir as funções detécnico, tanto em empresas particula-res como em públicas.

Por fim, mas não menos importan-te, falamos sobre alguns temas atuais,como a parceria do CFN com a Asbranpara registro do título de especialista.Também abrimos espaço para divul-gação de informações do Sindicato dosNutricionistas do Estado de Goiás, in-cluindo a publicação da tabela de ho-norários válida para aquela região.

Lembramos que estamos abertos asugestões de temas para as próximasedições de nossa revista, que podem serenviadas diretamente para o correio ele-trônico [email protected] .Aguardamos seu contato para podermosfazer dessa revista cada vez mais umcanal participativo e democrático.

Abraços.

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CRN-1comemora oDia do Técnico

TND

O CRN-1 e a Secretaria de Saú-de do Distrito Federal organizaramuma palestra em 25 de junho paracomemorar o Dia do Técnico emNutrição e Dietética, a qual reuniucerca de 80 técnicos. Com o tema“A atuação profissional do TND– aspectos legais e mercado detrabalho”, o evento debateu a re-gulamentação da profissão, a his-tória do curso técnico e a inserçãodesse profissional na Secretaria deSaúde do DF e no Conselho deNutricionistas.

A representante do SindSaúde,Vânia Lúcia Cabral de Arruda,abriu o evento explicando toda aluta que vem sendo travada nosúltimos anos para aprovar a lei deregulamentação da profissão deTécnico em Nutrição e Dietética(TND). Vânia Lúcia destacou algu-mas normas inseridas no projeto delei, a maioria acompanhando as reso-luções do CFN relativas ao técnico.

A seguir a presidente do CRN-1, Simone da Cunha Rocha Santos,falou sobre o Sistema CFN/CRN ea inserção do TND em sua estrutu-ra. “Há dois anos temos um grupode trabalho do Conselho Federaldiscutindo as modificações nasnormas do Sistema CFN/CRN paragarantir a participação mais efeti-

va do técnico”, esclareceu. SimoneRocha acrescentou que a mudançado nome, de Conselho de Nutri-cionistas para Conselho de Nutrição,depende de modificação na lei fe-deral que criou o Conselho.

A gerente de Nutrição da Secre-taria de Saúde do Distrito Federal(SES/DF), Márcia Regina Pontes, ea representante da Subsecretária deAtenção à Saúde, Norma Guima-rães, falaram sobre o técnico naque-le órgão. Nesse sentido, falaramsobre o trabalho desse profissional

LINHA DO TEMPO

1968 � Lei 5.524 autoriza a profissão de Técnico Industrial

1999 � Resolução CFN 227 prevê registro no CRN

1999 � Resolução CNE/CEB nº4 define a habilitação de Técnicoem Nutrição e Dietética como Área Profissional da Saúde, e subáreade Nutrição e Dietética

2003 � Resolução CFN 312/03 � registro no CRN e atribuiçõespor áreas de atuação

2004-2009- Aumento do número de escolas técnicas em todo pais

2004 � Resolução CFN 333 cria o Código de Ética dos Técnicosem Nutrição e Dietética

2006 � Resolução CFN 389 (revoga inciso XIV do art. 7º do Códi-go de Ética): proíbe exercer atividades quando portador de doen-ças infecto-contagiosas

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

nas diversas áreas, como por exem-plo o banco de leite, a necessidadede realizar novo concurso, a ques-tão salarial, entre outros assuntos.

Ao final, os técnicos presentespuderam tirar suas dúvidas com ospalestrantes sobre piso salarial, oprojeto de lei, a complementaçãodo curso para os atuais auxiliaresde nutrição se tornarem técnicos ecomo ficarão os hospitais do DF,uma vez que grande parte dos téc-nicos irão se aposentar em um fu-turo próximo.

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CEP-Saúde oferece curso adistância para técnico

O curso técnico em Nutrição eDietética, na modalidade a distân-cia, já é realidade no Distrito Fe-deral. O Centro de Educação Pro-fissional de Saúde (CEP-Saúde),localizado em Planaltina/DF, ini-ciou a primeira turma nesse pri-meiro semestre de 2009, com ofer-ta de 275 vagas. Para ministrar ocurso, foram contratados 80 ins-trutores ou facilitadores da educa-ção a distância.

A formação do aluno se dará aotérmino de 1.400 horas de curso(dois anos), cujo percurso será deacordo com a capacidade do alu-no. Para facilitar o acesso à inclu-são digital, a Secretaria de Estadode Ciência e Tecnologia dispo-

nibiliza local próprio na sede dasescolas técnicas da Secretaria deEducação (SEE) em Planaltina,Ceilândia e Taguatinga, equipadoscom computador e instrutores.

A diretora do CEP-Saúde,Silvana Seixas Fernandes Romar,enaltece as vantagens da educaçãoa distância como forma de facilitara formação técnica profissionalpara as pessoas que não possuemdisponibilidade de horário. Ressaltaque a presença dos instrutores per-mite checar os conhecimentos as-similados por meio de testes e diri-mir as dúvidas apresentadas duran-te os estudos.

Não apenas as provas são pre-senciais, como também a parte des-

tinada ao estágio. Para este últimomódulo, foi firmado convênio coma Secretaria de Saúde do DistritoFederal para oferecer estágio aosalunos em suas unidades hospita-lares – 100 horas na área clínica e100 horas na área de produção dealimentos.

A oferta de cursos a distância éparte de uma política educacionaldo governo federal de oferecer cur-sos técnicos para qualificação dejovens e adultos a fim de facilitarsua inserção no mercado de traba-lho. Esses cursos, da chamada Redede Escolas Técnicas de Saúde, hojeperfazem mais de 37 unidades nopaís e tem o reconhecimento doMinistério da Saúde.

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Planejamentoalimentar nocontrole dodiabetes

O diabetes está se tornando

a epidemia do século e já afeta

cerca de 246 milhões de pesso-

as em todo o mundo. No Brasil,

de acordo com dados do Minis-

tério da Saúde, a ocorrência

média de diabetes na popula-

ção adulta (acima de 18 anos)

Entrevista Anelena Soccal

1- Há especificidades no trata-mento nutricional do pacientenos diferentes tipos de diabetes?

Diabetes tipo I – priorizar as

necessidades de energia e de

nutrientes para o desenvolvimento

adequado das crianças e dos

adolescentes, ou seja, deve-se evitar

restrição calórica para esta clientela.

O plano alimentar deve ser indivi-

dualizado e adaptado às preferências

do paciente e da família.

Diabetes tipo II – desenvolver o

plano alimentar considerando se o

paciente precisa ganhar, manter ou

em seu estilo de vida que, na maioriadas vezes, incluem uso crônico demedicamentos, modificação dopadrão alimentar, prática deexercícios. As dificuldades existem,e alguns as enfrentam melhor queoutros. No que diz respeito àalimentação, os pacientes referem-sedificuldades financeiras, preferênciasalimentares específicas e objeção defamiliares às mudanças propostascomo fatores que prejudicam suaadesão. Cabe ao nutricionista investigara realidade de vida da pessoa e ajudá-la a contornar estas situações. Oimportante é considerar que não

é de 5,2%, o que representa

6.399.187 de pessoas que con-

firmaram ser portadoras da

doença. Para falar sobre esta

que é uma das Doenças Crôni-

cas Não Transmissíveis de mai-

or incidência, entrevistamos a

nutricionista da Secretaria de

Estado de Saúde do Distrito

Federal, Anelena Soccal

Seyffarth, especialista em Nu-

trição Clínica pela Universida-

de de Brasília e membro do De-

partamento de Nutrição da So-

ciedade Brasileira de Diabetes

(biênio 2008-2009).

perder peso (mais freqüente nestetipo de diabetes). Os dadoslaboratoriais e a presença ou nãode complicações crônicas tambémvão indicar a proporção degorduras, proteínas, carboidratos,sódio e outros nutrientes que devemser considerados no planejamentoalimentar do paciente.

2 - A adesão do paciente aotratamento é difícil? Por quê?

A adesão do paciente depende muitode suas características pessoais. Apartir do diagnóstico, o indivíduo éincentivado a promover mudanças

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existe “uma dieta para diabetes”, massim várias estratégias nutricionaisadaptáveis às condições de cada um.

3 � E em relação a crianças eadolescentes, é maiscomplicado?

As crianças e os adolescentessão pessoas com necessidades es-pecíficas. Estão em processo decrescimento e desenvolvimento. Asestratégias nutricionais devem con-siderar estes aspectos sob risco decolocarmos estes pacientes em “di-etas” de restrição com conseqüen-te prejuízo ao crescimento e ao con-trole glicêmico. O envolvimento dafamília é crucial, pois cabe a elaintroduzir as mudanças necessári-as para que a criança/o adolescen-te possa seguir seu tratamento semser excluído(a) das atividadesfamiliares.

4 � O que pode ser usadocomo fonte motivadora/sensibilização para adesão aotratamento?

O indivíduo é parte integrantede uma família e, como tal, seushábitos são fruto de sua interaçãocom esta família. A introdução oua modificação de hábitos será me-lhor quanto mais a família estiverpositivamente envolvida nestatransformação. O diabetes é umadoença crônica, mas não necessa-riamente incapacitante. As pessoaspodem ser portadoras de diabetese seguir com a sua vida pessoal eprofissional normalmente. Estedeve ser o principal fator motivadortanto para o paciente como para osprofissionais. O controle do diabe-tes deve, portanto, ser encaradocomo o caminho para a saúde equalidade de vida, permitindo que

a pessoa desenvolva todas as ativi-dades que deseje. O objetivo é vi-ver bem com diabetes e não para odiabetes.

5 � Qual deve ser a orientaçãopara os pacientes sobre comoagir em ocasiões sociais comofestas, bares, trabalho, escola?

Cada paciente receberá orienta-ção específica sobre como se com-portar em cada uma destas situa-ções. Como cada pessoa é única,as orientações devem ser individu-alizadas. Com os novos esquemasde tratamento, que incluem insuli-nas com ações diferenciadas e es-tratégias de orientação alimentarcomo a contagem de carboidratos,atualmente ficou mais fácilflexibilizar o consumo alimentar eo uso de insulina, especialmentenas situações de trabalho, vida so-cial e escola.

De modo geral, os pacientessão orientados a monitorar diaria-mente a glicemia para, em conjun-to com a equipe de saúde, decidirqual a melhor conduta para cadauma destas situações. Tudo envol-ve planejamento, como: levar lan-ches adequados para o trabalho e aescola, fazer trocas alimentares e/ou suplementar a cota de insulinaem festas e eventos sociais, desen-volver suas próprias receitas.

6 - O nutricionista tem comofazer a detecção das complica-ções advindas do diabetes?Como proceder?

Estudos internacionais bem de-senvolvidos demonstraram clara-mente que as complicações crôni-cas do diabetes (neuropatia,retinopatia, nefropatia e alteraçõescardiovasculares) podem ser evita-

das ou reduzidas com o bom con-trole glicêmico ao longo dos anos.O nutricionista, em conjunto coma equipe de saúde, pode analisar osregistros glicêmicos e exameslaboratoriais específicos que detec-tam precocemente as alterações.Nestes casos, as mudanças na ori-entação são fundamentais para au-xiliar a prevenir o progresso dacomplicação. As ações incluemênfase no controle glicêmico ade-quado, monitoração do perfillipídico, controle da pressão arte-rial e de peso, entre outros. Onutricionista, além da prescriçãohabitual, deve observar o consumoadequado de proteínas e sódioquando há indicativos de alteraçãoda função renal ou deve rever o teore a qualidade das gorduras alimen-tares quando há maior risco de al-terações cardiovasculares que ohabitual.

7 � Quais as principais compli-cações metabólicas, agudas ecrônicas do diabetes?

As principais complicações agu-das são: i) cetoacidose diabética,comum em diabéticos tipo I (ocor-re em cerca de 20% dos casos re-cém-diagnosticados), que tambémpode ocorrer naqueles com contro-le glicêmico muito alterado. O ajus-te da alimentação e dos medica-mentos é a orientação básica nestecaso; ii) hipoglicemia - valoresmuito baixos de glicemia associa-dos a sintomas inicialmente levesque podem evoluir, quando não tra-tados, para sintomas mais severoscomo convulsão e coma.

O paciente e a família devemser orientados quanto aos sintomaspara poder identificá-los e agirrapidamente.

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Com relação ao tratamento naocorrência da hipoglicemia, é im-portante ter sempre à mão tabletesde glicose, saches de mel ou balasmoles e consumir 15 g decarboidratos – tabletes de glicoseou 150 ml de refrigerante comumou 150 ml de suco puro de laranjaou quatro balas mastigáveis. Seapós 15 minutos não melhorar, re-petir o consumo. Quando melho-rar, fazer um lanche extra ou ante-cipar a próxima refeição se o horá-rio estiver perto.

As complicações crônicas inclu-em: retinopatia diabética; nefropatiadiabética; neuropatia diabética; do-enças cardiovasculares.

8 - Que outros nutrientes ouaspectos dos alimentos erefeições, além doscarboidratos, interferem naglicemia?

Vários fatores determinam a ra-pidez com que os carboidratos dosalimentos são convertidos emglicose e esta é absorvida na cor-rente sanguínea:

- tipo de amido do alimento;

- estado do alimento ao ser con-sumido: cru, cozido ou líquido;

- grau de processamento do ali-mento: alimento integral x alimen-to refinado;

- teor de fibras dos alimentos oudas refeições;

- quantidade de proteínas e gor-duras presentes nos alimentos erefeições.

Pode-se dizer que o impacto naglicemia será melhor se o alimentoou a refeição que o contiver apre-sentar bom teor de fibras e maiorproporção de alimentos crus e pou-co processados.

9 � Quais as recomendaçõessobre o uso de adoçantes?Quais os malefícios advindosdesses produtos?

A primeira consideração que sedeve fazer é que os adoçantes sãoopções e não uma obrigação. Sepriorizarmos uma alimentação sau-dável, pouco precisaremos deadoçantes ou produtos que os con-tenham. Preferir consumir mais fru-tas que sucos ou refrigerantes éuma das boas escolhas a serem fei-tas. Reduzir o consumo de café éoutra orientação, especialmentepara aquelas pessoas que o con-somem em grande quantidade.Deste modo não haverá necessi-dade do uso exagerado deadoçantes.

A maioria dos adoçantes é arti-ficial e tem uma ingestão diáriamáxima estabelecida para evitarqualquer prejuízo à saúde da po-pulação. Há muita controvérsiaquanto à possibilidade de osadoçantes causarem danos à saú-de. Como medida preventiva, amelhor opção é utilizar o mínimopossível de adoçante ou de produ-tos que os contêm, fazendo rodí-zio entre os diferentes tipos.

10 � Qual deve ser a dosagemdos adoçantes para ascrianças?

Como a ingestão diária máximade adoçantes é estabelecida porquilo de peso, as crianças são aspessoas com maior risco de atingiro teor máximo de consumo. Por-tanto, seu uso deve ser muito cui-dadoso, priorizando alimentos epreparações mais naturais, deixan-do para utilizar opções comadoçantes apenas quando muitonecessário.

11 � É alto o índice de diabetesgestacional? Esse quadro mudadepois do parto?

Dados indicam que o diabetesgestacional está presente em 2% a4 % das gestações. Após o parto oquadro tende a reverter, porém amulher que teve diabetes gestacionaltem mais chance de desenvolver odiabetes tipo II em outro momentoda vida. Logo, as medidas preven-tivas devem ser orientadas logoapós o parto – avaliação rotineirada glicemia, controle de peso, ali-mentação saudável e atividade fí-sica freqüente.

12 � Como deve ser o acompa-nhamento dessa gestante? Háindicações especiais?

O plano alimentar da pacientecom diabetes gestacional deve serestabelecido assim que o diagnós-tico for confirmado, e as revisõesdevem ser mais freqüentes. Os cui-dados especiais incluem:

- distribuição adequada de nu-trientes para atender às necessida-des da mãe e do feto;

- distribuição criteriosa doscarboidratos ao longo do dia, evi-tando grandes concentrações des-te nutriente especialmente na pri-meira refeição do dia;

- definição do valor energéticoadequado para a gestação, porém emquantidade suficiente para evitar gan-ho de peso além do necessário.

Sugestão para os nutricionistas:pesquisar no site da SociedadeBrasileira de Diabetes -www.diabetes.org.br, especialmen-te o Manual de Nutrição, Alimen-tação e Nutrição, Educação Con-tinuada, Colunistas (Nutrição eCiência) e o e-book Diabetes naPrática Clínica.

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CFN reúne-se com os Regionaisno III Congresso do Sistema

Conselheiros e funcionários doCRN-1 participaram ativamente doIII Congresso Nacional do Sistema(III CNS), promovido pelo CFN de17 a 20 de março, em Brasília. Reali-zado a cada dois anos, este eventoreúne representantes de todos os Re-gionais e tem por objetivo discutir asquestões internas para melhorar oatendimento e os serviços que prestaao profissional e a sociedade, além depadronizar as ações dos CRNs.

O dia 17 de março foi dedicadoa oficinas para gestores e fiscais,em uma atividade denominadacomo “pré-congresso”. A aberturaoficial aconteceu no dia 18, com apresença de autoridades e convida-

dos, além dos congressistas. A pre-sidente do CRN-1, Simone Rocha,compôs a mesa da solenidade aolado da presidente do CFN, NelcyFerreira, e do deputado federalNazareno Fontelles (PT-PI), o qualapresentou uma conferência sobrea responsabilidade social e o direitohumano à alimentação adequada.

No segundo dia de programa-ção oficial do III CNS, foram de-batidos temas nacionais como oPrograma de Alimentação do Tra-balhador (PAT), o Programa Na-cional de Alimentação Escolar(Pnae), o controle social pelo Con-selho Nacional de Saúde (CNS), aPolítica Nacional de Alimentação

e Nutrição (Pnan) e os avançospós-III Conferência Nacional deSegurança Alimentar e Nutricional.Como aconteceu nas edições ante-riores do Congresso, foram reali-zadas oficinas temáticas, com con-selheiros e funcionários nas diver-sas áreas de funcionamento dosCRN: de gestores (conselheiros),de comunicação, de ética, de fis-calização, administrativa, técnica,de formação profissional, de toma-da de contas e jurídica. No últimodia do evento, foi realizada uma ple-nária para deliberar sobre as pro-posições dos grupos, as quais sub-sidiarão as políticas dos Regionais.

Ao final do III CNS, foi feita umahomenagem ao senador PedroSimon (PMDB-RS), pelo seu apoioa luta do CFN na defesa das 4 milhoras como carga horária mínimado curso de graduação em Nutrição.

Para Simone Rocha, presidentedo CRN-1, esse evento bianual éum momento não apenas para de-finir as políticas a serem adotadaspelo Sistema CFN/CRN, mas tam-bém uma oportunidade para trocade experiências e para integraçãoentre os Regionais. “È certo queesse encontro fortalece o funciona-mento como um Sistema integra-do, no qual todos possam falar amesma linguagem”, elogia.

III CNS

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11

foi feita uma avaliação da Política Nacional de Fiscalização (PNF),enfatizando a necessidade de padronizar os procedimentos e instru-mentos adotados na ação fiscal (mais detalhes podem ser obtidos nestarevista no texto da Fiscalização).

A oficina jurídica abordou a necessidade de harmonização dos en-tendimentos a respeito de assuntos jurídicos, evitando aplicação de nor-mas de formas diferentes no âmbito do Sistema CFN/CRN. Nesse item,foi elaborado um parecer sobre a contratação temporária de funcionári-os, que poderá se tornar uma nova resolução do CFN, e apresentadarespostas às consultas freqüentes da fiscalização sobre Pessoa Jurídica.

Por fim, a oficina de coordenação técnica constatou a necessidade dereestruturação das Coordenações de Fiscalização, Técnica e Administra-tiva, com delimitação das atribuições de cada área. Nesse item, foi apro-vada permissão para que o coordenador técnico participe das ReuniõesConjuntas dos CRN e CRN, quando convocado.

Programa de Orientação ItineranteDentro da programação do III Congresso Nacional do Sistema, foi

realizada a sexta edição do Programa de Orientação Itinerante (POI).Como anfitriã desse projeto idealizado pelo Federal, o CRN-1 reuniucerca de 170 pessoas para esta ação que tem por objetivo aproximar osConselhos de seus representados - nutricionistas e técnicos em Nutriçãoe dietética - e dos futuros profissionais, hoje estudantes de Nutrição.

Na abertura do evento, a conselheira do CFN, Andréa Luiza Jorge,que atualmente é nutricionista-chefe da seção de cozinha experimentaldo Instituto do Coração/FMUSP, falou sobre o trabalho realizado naque-la entidade com os pacientes para ensinar preparações saudáveis. Ofici-nas de Culinária como estratégia de Educação Nutricional e Gastronomia

A presidente do CFN, Nelcy Ferreira da Silva, presidente do CFN,falou sobre o que é o Sistema CFN/CRN, sua atuação em prol do pro-fissional e da sociedade. Simone da Cunha Rocha Santos, presidentedo CRN-1, falou sobre os recentes avanços da profissão e do Regio-nal, os projetos implantados e as participações em ações externas.

Para falar sobre a propaganda de alimentos no Brasil foram con-vidadas duas especialistas: Renata Ferreira, da Agência Nacional deVigilância Sanitária (Anvisa) e Renata Monteiro, da Universidade deBrasília (UnB). A pesquisadora da UnB apresentou os resultados doprojeto “Monitoramento de Propaganda de Alimentos Visando à Prá-tica da Alimentação Saudável”, que teve por objetivo investigar asinserções comerciais de alimentos e como a propaganda.tem contri-buído para formação de hábitos alimentares não-saudáveis e para ofortalecimento da sociedade de consumo atual.

A nutricionista Renata de Araújo Ferreira, especialista emRegulação e Vigilância Sanitária da Anvisa, apresentou a proposta daAgência para regulamentar o setor. Segundo Renata Ferreira, a inici-ativa tem basicamente dois objetivos principais, que muitas vezes sesobrepõem: tornar o ambiente menos obesogênico, por meio do con-trole do marketing de alimentos com quantidades elevadas de nutri-entes e de substâncias potencialmente prejudiciais, e também forne-cer proteção às crianças, que são mais vulneráveis à publicidade.

Relatórios finais

As oficinas das diferentes áreastécnicas do Sistema CFN/CRN ti-veram suas propostas debatidas evotadas na plenária final do III CNS.Este documento final será levadopara a Plenária do CFN para aprova-ção e implantação por todos os Re-gionais. Como houve eleição para oFederal, esses temas deverão ser vo-tados somente após o mês de junho.

A oficina de Comunicação apre-sentou a Política Nacional de Co-municação, debatida no III Encon-tro Nacional de Comunicação (IIIEnacom), ocorrido no final de2008. Essa política contém os cri-térios para patrocínios e apoio paraeventos e anúncios em veículos decomunicação válidos para todo oSistema CFN/CRN.

A Comissão de Tomadas deConta propôs a revisão de fluxos,padronização e a implantação denovos procedimentos e rotinas peloSistema, permitindo a agilização, atransparência de resultados e aotimização dos recursos envolvi-dos. A Ética enfocou a necessida-de de ampliar e aperfeiçoar a açãodas suas Comissões nos Regionais,valorizando o exercício ético doprofissional.

A reunião dos gestores enfocouo Planejamento Estratégico Situa-cional ( PES) como forma de inte-grar as ações gerenciais e subsidi-ar a gestão. Também foi proposta aconstrução de um Fundo Nacionalde Reserva para o Sistema CFN/CRN. Na oficina da fiscalização,

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Fiscalização

Roteiros das visitas fiscais sãoinformatizados

A coordenação de fiscalizaçãodo CRN-1 participou ativamenteda II Oficina Nacional de Fiscais,programação integrante do IIICongresso do Sistema CFN/CRN.Como uma das impulsionadorasdo processo de padronização einformatização das rotinas fiscais,a coordenação defendeu, aprovoue implantou a proposta do Pro-cesso de Ações Fiscais (PAF) –modo de inserir todos os dadosda fiscalização no sistema de in-formações utilizado pelos CRNs,de forma cíclica e interativa, quepossibilitará agilizar a fiscaliza-ção como um todo.

Na II Oficina Nacional de Fis-cais também foram pactuados en-tre os regionais os novos roteirosde visitas técnicas aplicados pe-los fiscais nas visitas aos profis-sionais nas diversas áreas de atu-ação. Os roteiros de alimentaçãocoletiva, nutrição clínica – hos-pitais, saúde coletiva – atenção epromoção à saúde e alimentaçãoescolar – gestor público já estãoem formato digital dentro do sis-tema, o que torna as visitas fis-cais mais assertivas e ágeis.

A proposta do PAF foi apro-vada na Comissão Nacional deFiscalização e levada para serapresentada a todos os fiscais ecoordenadores dos demais CRNsdurante o Congresso. Na oportu-nidade, foi realizado treinamen-to de fiscais para aplicação dosroteiros informatizados. Essesroteiros de visita fiscal podemser acessados no sítio doCRN-1 www.crn1.org.br , noitem “Fiscalização”.

Segundo Janaína Baiocchi,

coordenadora de fiscalização doCRN-1, essa padronização das ro-tinas fiscais era uma demandaaveriguada desde os primeirosdebates da Política Nacional deFiscalização (PNF). “A implanta-ção do PAF vem agilizar todo oprocesso de fiscalização, desde averificação da necessidade da vi-sita fiscal até o relatório. Mas suaimportância maior é padronizaressas rotinas para todo o SistemaCFN/CRN, contribuindo para aefetivação da PNF”, avalia.

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Em Goiânia, a fiscalização doCRN-1 tem visitado os hospitais paraconscientizar sua direção a mudaruma prática de colocar comonutricionistas responsáveis pela nu-trição clínica das unidades profissio-nais das empresas das quais com-pram a dieta enteral. Nessas visi-tas, a orientação fiscal busca es-clarecer que o nutricionista res-ponsável técnico pelo serviço denutrição e dietética em estabele-cimentos hospitalares tem de cum-prir inúmeros requisitos legais.

Em primeiro lugar, a legislação ébastante enfática ao fixar que estabe-lecimentos hospitalares que mante-nham serviços de Nutrição Dietéticaficam obrigados à inscrição no Con-

selho Regional de Nutricionistas e àmanutenção de nutricionista comoresponsável técnico. Este profissionalhabilitado assume o planejamento, acoordenação, a direção, a supervisãoe a avaliação na área de alimentaçãoe nutrição.

Em segundo lugar, para a con-tratação do responsável técnico,devem ser avaliados o grau e a com-plexidade dos serviços realizados,se a carga horária semanal e a jor-nada diária são compatíveis, se otempo despendido para acesso aoslocais de trabalho e para o desen-volvimento pleno das atividades ésuficiente, e se o profissional é re-gular perante o CRN.

Enfim, para que o profissional

CRN-1 registrará título de especialista emitido pela Asbran

responsável pela nutrição clínica dohospital seja contratado diretamen-te ou terceirizado, ele deve ter vín-culo comprovado com a instituição,inclusive com termo de compromis-so homologado pelo CRN-1, e cargahorária compatível com as atri-buições inerentes à função exercida.

Essas informações, com detalha-mento da legislação que as regem,foram enviadas em forma de pare-cer pelo CRN-1 a todos os estabe-lecimentos hospitalares particularesde Goiânia, alertando para a neces-sidade de se adequar à legislação.É importante ressaltar que essasnormas valem para todos os esta-belecimentos hospitalares que tra-balham com dieta enteral.

O CRN-1 está elaborando umato normativo para regulamentar oregistro do título de especialistaemitido pela Associação Brasileirade Nutrição (Asbran) nas áreas deAlimentação Coletiva, Nutrição Clí-nica, Saúde Coletiva e Nutriçãoem Esportes. Esta normalizaçãosegue normas firmadas pela parce-ria entre o Conselho Federal de

Nutricionistas (CFN) e a Asbran, eoficializadas pela Resolução CFNnº 416/2008.

As inscrições para obtenção dotítulo de especialista estão abertas;os detalhes do processo de conces-são podem ser conhecidos no siteda entidade (www.asbran.org.br),responsável pela emissão do título.As provas ocorrerão em novembro

deste ano como parte da programa-ção do Simpósio 60 Anos Asbran.

O registro desse título na Cartei-ra Profissional será feito pelo CRN-1, após a normalização, sendo neces-sária a apresentação do diploma dotítulo acompanhado da Carteira Pro-fissional e do comprovante de paga-mento da taxa de R$ 17,96. Esse va-lor é unificado para todo o país.

Asbran

Nutricionistas nos hospitais têmde comprovar vínculo

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Atualize seu endereço junto ao CRN-1Lembre-se de, sempre que mudar de endereço, telefone ou e-mail, atualizar seus dados junto ao CRN-1.

Essa ação permite que vcoê receba informações de seu interesse.

Essa atualização pode ser feita pelo sítio do Conselho na internet www.crn1.org.br ou pelo [email protected].

Espaço sindical

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CFN empossanovo plenáriopara gestão 2009-2012

Os novos conselheiros eleitospara a gestão 2009-2012 do Con-selho Federal de Nutricionistas(CFN) foram empossados no dia 18de maio, na sede do Conselho Fe-deral de Engenharia, Arquitetura eAgronomia (Confea), em Brasília.Rosane Maria Nascimento da Sil-va, indicada pelo CRN-1 para com-por o novo plenário, foi escolhidacomo a nova presidente do CFN.Esta conselheira, indicada junta-mente com a nutricionista MartaEvangelista de Araújo, já foi presi-dente do CFN anteriormente.

Também foram escolhidas asconselheiras que vão ocupar a di-retoria do Federal no primeiro anoda gestão. Além da presidenteRosane Nascimento, foram eleitas:a vice-presidente Nina da CostaCorrêa, a tesoureira Ana MariaCalábria Cardoso e a secretáriaIvete Barbisan.

Nessas eleições, apenas a cha-pa “Nutrição em Ação” se inscre-veu para a disputa. Conforme de-termina a lei de criação dos Con-selhos, a escolha do plenário doCFN ocorre de forma indireta. Osconselhos indicam representantespara compor o Colégio Eleitoralque acompanhou todo o processo.

Por isso, nos dias 27 e 28 de abril, esse grupo analisou a documentaçãoda chapa e, após o prazo de 24 horas, realizou a votação para escolha dachapa que irá dirigir o plenário do CFN de maio de 2009 a maio de2012.

CFN

Conheça, a seguir, o novo plenário do CFN e seus respectivosRegionais:

Efetivos

Rosane Maria Nascimento da Silva – CRN-1Ivete Barbisan – CRN-2Nina da Costa Corrêa – CRN-3Simone Bareicha Corrêa Marques – CRN-4Edilene Maria Queiroz Araújo – CRN-5Cristiane Ragnar dos Santos Monteiro – CRN-6Ana Maria Calábria Cardoso – CRN-7Marilsa Suemy Sakamoto Santini – CRN-8Ivan Mourthé de Oliveira - CRN-9

Suplentes

Marta Evangelista de Araújo – CRN-1Suzi Barletto Cavalli – CRN-2Aline Pereira da Fonseca – CRN-3Regina Maria de Vasconcellos Carvalhaes de Oliveira – CRN-4Telma de Cássia Mero Sales – CRN-5Maria Ruth Vieira de Lemos Vasconcelos – CRN-6Ana Lúcia Rocha Faillace – CRN-7Simone Fiebrantz Pinto – CRN-8Eliane Aparecida Queiroz Alvarenga – CRN-9

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O papel donutricionistana cirurgiabariátrica

Artigo Silvia Leite Faria

1. Introdução

O nutricionista tem um papelvital no processo do tratamento ci-rúrgico da obesidade. Estudos têmrelacionado a presença da avalia-ção nutricional e do manejodietético pré e pós-operatório comofatores preditivos positivos nos re-sultados da cirurgia bariátrica(COTTAN, 2006).

O tratamento do paciente porta-dor de obesidade grave inclui equi-pe interdisciplinar, formada porvários profissionais – cirurgião,nutricionista, psicólogo, educadorfísico, fisioterapeuta, clínico, entreoutros. O nutricionista deve ocuparseu espaço dentro da equipe, pois estaé a área da cirurgia bariátrica que maiscresceu nos últimos 10 anos.

Têm-se como consenso, em re-lação ao critério de sucesso, a per-da e a manutenção de, pelo menos,50% do excesso de peso (BROLIN,2002). A perda ponderal reflete emuma melhora na qualidade de vidados indivíduos e uma melhora oucura das comorbidades associadasà obesidade.

A terapia nutricional em cirur-gia bariátrica deverá ser iniciada noperíodo pré-operatório e compre-enderá aspectos relevantes na per-da ponderal assim como na ma-nutenção do estado nutricional a lon-go prazo. O nutricionista nos serviçode cirurgia bariátrica deverá acompa-nhar o paciente por toda a vida.

2. Pré-operatório

No período pré-operatório, o pa-pel do nutricionista inclui: avalia-ção nutricional, avaliação antropo-métrica, auxílio na perda de peso,promoção de mudança de hábitosalimentares e estilo de vida. Naavaliação antropométrica, é impor-tante que o nutricionista calcule aestimativa provável de perda depeso para que o paciente possa al-mejar um peso saudável e factível.A composição corporal deve seranalisada, pois no pós-operatóriodevemos avaliar perda de gordurae massa muscular, visando maiorperda de tecido gorduroso. Existemparâmetros estabelecidos para ospacientes que serão submetidos à

cirurgia bariátrica tanto para o cál-culo de expectativa de perda depeso como para a composição cor-poral adequada a longo prazo.

3. Pós-operatório

No primeiro mês, o pacienteserá submetido à dieta líquida, afim de manter a integridade dasanastomoses (KUSHNER, 2000;ELLIOT, 2003). É importante nes-ta etapa que o paciente sejamonitorado semanalmente paraavaliação da tolerância à dieta lí-quida e manejo de possíveis defi-ciências nutricionais. Com quatrosemanas de dieta líquida, o paci-ente é liberado para ingerir alimen-tos sólidos. É importante manteruma alimentação balanceada comquantidades adequadas de proteí-na, a fim de que haja perda de pesocom saúde. O suplemento de vita-minas é obrigatório em todas as téc-nicas cirúrgicas (STOCKER, 2003).Inicia-se com 15 dias de pós-ope-ratório, na forma líquida. Compri-midos são prescritos com 60 diasde pós-operatório.

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Os suplementos de rotina são:

operatório é a alopécia. Ocorre ge-ralmente entre o terceiro e o sextomês de pós-operatório e pode estarassociada à deficiência de proteí-na, ferro, vitamina A, zinco,selênio, ácidos graxos essenciais ebiotina (ELLIOT, 2003). Deve-semonitorar a ingestão de proteínase suplementar zinco, selênio e vi-tamina A. Outra queixa comum é asíndrome de dumping, que podeocorrer com a ingestão de alimen-tos líquidos ou pastosos muitocalóricos. Mais de 70% dos paci-entes submetidos ao By Pass Gás-trico apresentam, em algum mo-mento, a síndrome de dumping. Omanejo implica a exclusão dessesalimentos, os quais são geralmentecalóricos e pouco nutritivos.

Após um ano de cirurgia, ospacientes podem estar próximos de

um peso saudável. Há uma dimi-nuição na velocidade de perda depeso e/ou uma estabilização dopeso. É importante ajudar o paci-entes a manter hábitos que favore-çam que se atinja ou mantenha-seum peso saudável (HSU, 1998).

O papel da educação e do ma-nejo nutricional de pacientes sub-metidos à cirurgia bariátrica vaicontinuar a crescer. A nutrição pro-porciona os meios pelos quais opaciente pode aperfeiçoar os resul-tados da cirurgia e manter sua per-da de peso com saúde. A cirurgia éuma ferramenta poderosa para con-trolar essa doença incurável, pro-gressiva e dispendiosa que é a obe-sidade mórbida. E o nutricionista éo profissional que vai ensinar opaciente a usar essa ferramenta deuma forma adequada.

Referências bibliográficas

in a single U.S. center with three-year

follow-up. Obes Surg 2006;16: 534-40.

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- HSU, L.K.G.; BENOTTI, P.N.;DWYER, J.; ROBERTS, S.;SALTZMAN, E.; SHIKORA, S.; et al.Nonsurgical factors that influence theoutcome of bariatric surgery : a review.Psychosomatic Medicine 60: 338-346,1998.

KUSHNER R.F.

Managing the obese patient after bariatric surgery: a case report of severemalnutrition and review of the literature.Journal of Parenteral and EnteralNutrition, 24 (2):126-32, 2000.

- STOCKER D.J. Management ofbariatric surgery patient.Endocrinology and MetabolismClinics. North America 32: 437-457,2003.

- WOODWARD, B.G. The surgicalexperience. In: A complete guide toobesity surgery. 1a ed. TraffordPublishing, Victoria, 82:115, 2001.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

A avaliação da perda ponderaldeve ser feita mensalmente no pri-meiro ano. Espera-se uma perdamédia de 20 % do excesso de pesono primeiro mês, 30% no segundo,50% no sexto e 70% ao final de umano. Além disso, o nutricionista deveestar atento a sinais e sintomas dedeficiências nutricionais e também àqualidade da perda de peso. No pri-meiro ano de pós-operatório, deve-se solicitar os exames laboratoriaistrimestralmente. A partir do segun-do ano, as consultas com o nu-tricionista deverão ocorrer trimes-tralmente, e os exames de sanguede rotina devem ser feitos a cadaseis meses. Do terceiro ano em di-ante, as consultas e os exames de-verão ocorrer semestralmente.

Uma queixa comum entreos pacientes no primeiro ano pós-

- AILLS, L.; BLAKENSHIP, J.;BUFFIGTON, C.; et al. ASMBS AlliedHealth Nutritional Guidelines for theSurgical Weight Loss Patient.Surgeryfor Obesity and Related Diseases 42008; S73-S108

- BROLIN, RE. Bariatric surgery andlong-term control of morbid obesity.JAMA 2002; 288: 2793-6.

- COTTAN, C.R; ATKINSON, J.A;ANDERSON A.; GRACE B.; FISHER B.A case-controlled matched-pair cohortstudy of laparoscopic Roux-en-Ygastric Bypss and Lap-Band patients

* Exclusivo para mulheres em idade fértil(KUSHNER, 2000).

1 AILLS L. et al, 2008.2 MARCASON, 2004.

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Obesidade aumenta entrebrasileiros adultos

Pesquisa realizada pelo Minis-tério da Saúde mostra que a obesi-dade aumentou entre os brasilei-ros. Atualmente, 13% dos adultossão obesos, sendo o índice maiorentre as mulheres (13,6%) do queentre os homens (12,4%). Em2006, quando foi apresentada aprimeira edição do estudo Vigilân-cia de Fatores de Risco e Proteçãopara Doenças Crônicas PorInquérito Telefônico (Vigitel),11,4% dos brasileiros eram obe-sos. Em 2007, esse índice subiupara 12,9%.

Luciana Sardinha, coordena-dora do Ministério da Saúde,aponta a globalização como umdos fatores determinantes do au-mento do excesso de peso da po-pulação brasileira, pois a difusãorápida de padrões de comporta-mento não saudáveis tem contri-buído para as mudanças nos há-bitos alimentares. Outro pontonegativo enfatizado pela coorde-nadora e que contribui para a obe-sidade é o sedentarismo; segun-do o Vigitel, em 2008, apenas

16,4% da população adulta bra-sileira praticava atividade físicasuficiente no lazer. “Diante dessequadro preocupante, torna-se ur-gente e necessária a construção depolíticas públicas voltadas paraincentivar modos de viver maissaudáveis do brasileiro”, destaca.

Nas pesquisas anteriores, de2006 e 2007, a obesidade em mu-lheres apresentava uma tendênciade estabilização; na de 2008, hou-ve um aumento preocupante. Já oíndice de brasileiros com excessode peso se manteve estável nos úl-timos três anos. Entre os adultos das26 capitais e do Distrito Federal,43,3% estão acima do peso. A fre-qüência entre os homens é maior:47,3% deles estão com excesso depeso, enquanto 39,5% delas estãonessa faixa.

Um dado destacado pelo Vigitelé a relação entre escolaridade eobesidade. O resultado mostra que,no estrato de menor escolaridade,18% das mulheres são obesas. Node maior escolaridade, são apenas

8,5%. Essa relação é diferentequando se trata dos homens: o ín-dice de obesidade é praticamente omesmo em todos os níveis de es-colaridade – de 12% a 13%.

Quanto à relação com a ida-de, o relatório revela maior fre-qüência de obesidade em homensentre 45 e 54 anos de idade; nes-sa faixa etária, o índice aumentamais de três vezes quando com-parado àqueles entre 18 e 24anos, diminuindo nas faixas se-guintes. Nas mulheres, a fre-qüência aumenta mais de seisvezes entre 18 e 24 anos e de 55a 64 anos. E diminui a partir dos65 anos.

Esses dados aumentam a res-ponsabilidade social dos profis-sionais da área da Nutrição e res-salta a necessidade de se traba-lhar na conscientização da popu-lação em relação à importânciade uma alimentação saudável ali-ada à prática de atividade físicano dia-a-dia.

Fonte: Ministério da Saúde.

Pesquisa

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Cecane Norte eCentro-Oeste emprol da alimentaçãoescolar

Artigo

O Cecane Norte e Centro-Oesteresultou de um convênio entre oFundo Nacional de Desenvolvi-mento da Educação (FNDE) e aUniversidade de Brasília (UnB)para o desenvolvimento de ações eestratégias voltadas à construção eà consolidação da promoção da ali-mentação saudável na comunida-de escolar. Sua equipe conta comnutricionistas, docentes, discentes,pedagogo, administrador, auxiliaradministrativo, jornalistas e conta-dor. Trabalha fortemente articula-do com os Cecanes das universi-dades de Goiás, Santa Catarina eOuro Preto.

No ano de 2009 estão previstascapacitações com manipuladoresde alimentos, nutricionistas e con-selheiros da alimentação escolar;pesquisas envolvendo a aquisiçãode gêneros alimentícios pela agri-cultura familiar, as modalidades degestão do Pnae, uso de preparaçõesregionais no cardápio escolar. OCecane prevê ainda a análise doparecer conclusivo sobre os Con-selhos de Alimentação Escolar e aeducação alimentar e nutricionalnas escolas. Além disso, coordena-rá as ações da Rede Brasileira de

Alimentação e Nutrição do Esco-lar (Rebrae), prestará assessoria aosmunicípios, desenvolverá o Núcleode Apoio ao Cecane e mapeará osmunicípios das Regiões Norte eCentro-Oeste, em parceria com oCecane-UFG.

Cecane-UFG

Criado no final de 2008, oCecane-UFG tem como base a Uni-versidade Federal de Goiás (UFG)e o Estado de Goiás como territó-rio de atuação. O Cecane-UFG ca-racteriza-se como um espaço paraconsolidação da garantia do direi-to humano à alimentação adequa-da e à cidadania, tendo como po-pulação-alvo os agricultores fami-liares, pescadores, manipuladoresde alimentos e gestores do Progra-ma Nacional de Alimentação Esco-lar (Pnae), alunos das escolas pú-blicas municipais e estaduais e in-diretamente toda a população doEstado de Goiás. Sua equipe é com-posta por nutricionistas, docentese discentes da Faculdade de Nutri-ção e Escola de Agronomia daUFG, além do suporte técnico deorganizações sociais ligadas à agri-cultura familiar e à alimentação

escolar do Estado de Goiás. Suasações estão articuladas com as ati-vidades e os profissionais do Cen-tro Colaborador em Alimentação eNutrição da Região Centro Oeste edo Cecane Norte e Centro-Oeste.

Neste ano o Cecane-UFG pre-tende realizar: um diagnóstico nosmunicípios selecionados onde seinclui a caracterização do poten-cial da cadeia produtiva agro-ali-mentar; estímulo à diversificaçãoda produção agrícola e à forma-ção de associações e cooperativasde agricultores familiares; forma-ção continuada dos atores envol-vidos na alimentação escolar, bus-cando o incentivo aos agriculto-res e empreendedores familiaresrurais a produzirem alimentoscom o uso potencial pelo Pnae; econstrução de um manual com epara o agricultor familiar, abor-dando a interface entre Pnae eprodução de alimentos. Inclui ain-da pesquisas que resultarão emum receituário regional e no estí-mulo à evolução tecnológica deassentados da reforma agrária nonordeste do estado.

Elaboração: Equipe Cecane-UFG e UnB, maiode 2009

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Jurídico

Pode o nutricionista exercer afunção de técnico em nutrição?

Dr. Rafael Rodrigues

O fato de nutricionistas serem con-tratados para realizar atividades de téc-nico em nutrição e dietética freqüen-temente é questionado perante o Con-selho Regional de Nutricionistas da 1ªRegião – CRN-1. Não só na iniciativaprivada, mas também no âmbito pú-blico, são comuns os relatos denutricionistas que exercem atividadesde técnicos em nutrição.

A questão a ser aqui enfrentada nãoestá restrita tão-somente à sua legalida-de, até porque a legislação nacional nãoé muito clara. Existe uma questão mai-or de fundo que diz respeito à preser-vação de princípios éticos e da condutaprofissional face à qualificação e aoposicionamento no mercado de trabalho.

É cediço que o mercado muitas ve-zes tem imposto aos profissionais dediversas áreas condições aviltantes queos sujeitam a reavaliar suas expectati-vas em relação à carreira que optouseguir. Não poderia ser diferente coma área da saúde, especificamente a Nu-trição. O Distrito Federal, segundo oúltimo Anuário de Qualificação Pro-fissional elaborado pelo Dieese dispo-nível no site do Ministério do Traba-lho e Emprego – MTE, possui uma taxade 5,8% da população economicamen-te ativa com curso superior concluídodesempregada. Em termos percentuais,talvez não tenha muito significado, masem valores absolutos, é possível detec-tar um grande volume de pessoas comnível superior desempregadas em bus-ca de inserção no mercado de trabalho.

Nesse sentido, tem-se observado umfluxo significativo de nutricionistasque, em busca de inserção no mercadode trabalho, concorrem, tanto na ini-

ciativa privada quanto na pública, paracargos cuja habilitação profissionalexigida para o seu exercício é a de téc-nico em nutrição e dietética. Certamen-te, o profissional nutricionista dispõede conhecimento e informações maisaprofundadas a respeito de sua área deatuação do que o técnico, isso porqueo curso de graduação permite ao pro-fissional o maior aprofundamento ci-entífico e a melhor capacitação profis-sional, autorizando ao nutricionista do-minar, coordenar e supervisionar as ati-vidades desenvolvidas pelo técnico emnutrição e dietética.

Até este ponto, a questão é simples,quem pode mais pode menos, ressal-vadas as exigências legais para o exer-cício da profissão.

Quanto ao serviço público, a ques-tão fica reduzida aos comandos doedital. Se este apresenta como requisi-to para investidura no mesmo cargopúblico o certificado de graduação emnutrição ou o de técnico em nutrição edietética, não há discussões a respeito,ambos os profissionais concorrerão emeqüidade, pois, como lei entre as par-tes, o edital define as regras do jogo.Contudo, em um cargo cujo exercícioda atividade se satisfaz com o título detécnico em nutrição e dietética, não épossível o desenvolvimento de ativi-dades inerentes ao nutricionista.

Deve ser afastada, ainda, a hipóte-se de um nutricionista concorrer aocargo de técnico em nutrição tendo emvista que, em um concurso público cujoedital disponibiliza vagas para técni-cos, certamente o título que lhe seráexigido é o de técnico. Isto tornainviável a concorrência do nutricionista

no certame não por uma questão de ha-bilitação profissional, mas pela restri-ção do edital que exige o título de téc-nico, não sendo cabível qualquer tipode interpretação, senão literal. Assim,o nutricionista que pretende concorrerà vaga de técnico em nutrição, deverápossuir a inscrição junto ao Conselhocomo técnico.

Também existem os casos em queo nutricionista servidor público, porfalta de funcionários no órgão ou enti-dade em que labora, é submetido à prá-tica de atividades inerentes ao cargode técnico.

O nutricionista contratado como tal,se submetido a atividades que corres-pondam a de nível hierárquico inferi-or ou que não correspondam à sua for-mação profissional, poderá ser consi-derado como desviado e, muito embo-ra tenha mantido o seu salário, não so-frendo, portanto, qualquer impacto fi-nanceiro, poderá pleitear judicialmen-te recolocação, bem como indenizaçãopor danos morais. Evidentementedeve comprovar que o desvio gerouum dano à sua dignidade, à sua hon-ra, à sua moral, podendo, inclusive,ser ventilada a hipótese de assédiomoral, o que também é possível noserviço público.

Portanto, o profissional deve estarsempre atento para as condições de tra-balho que lhe são propostas, tanto emcircunstâncias prévias, como o caso deconcursos públicos, quanto no próprioexercício da profissão, atentando-se àsua principal função: o benefício dasaúde humana.

* Dr. Rafael Rodrigues é assessor jurídico doCRN-1

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