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Crn Em Revista - Ano I - nº 1

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1ª edição da Revista do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe)

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dien

te

Editorial

A “CRN-5 em Revista” é a concretização de um importante passo na criação de um canal de comunicação mais eficaz com você, nutricionista ou técnico em nutrição e dieté-tica (TND). Este objetivo foi traçado há muito tempo pela atual gestão do Regional e, por meio dessa publicação e do nosso novo site, www.crn5.org.br, pretendemos contribuir para a promoção da categoria. Nossa ideia

é divulgar temas e trabalhos de relevância nacional e/ou re-gional e compartilhar ações e conquistas do Sistema CFN/CRN e de seus parceiros.

Nesta edição, apresentamos algumas conquistas, frutos dos muitos esforços. Todas refletem na garantia da prestação de serviços pelo nutricionista no intuito de assegurar a saúde e a segurança alimentar e nutricional da sociedade brasileira. Temas como a inserção do nutricionista nos Planos de Saúde e na Ali-mentação Escolar, assegurada pela Lei Federal nº 11.947/09; a prescrição de fitoterápicos e a valorização dos alimentos regio- nais estão presentes aqui.

Nossa gestão tem dispensado atenção especial aos TND, motivo pelo qual reservamos um espaço exclusivo para eles. No “Espaço do Técnico”, abordamos o papel desse profissional em campos de atuação e sua relação com o CRN-5 e com o nutricionista. Atenção especial também tem sido dispensada às demais entidades representativas da categoria, com as quais temos desenvolvido ações conjuntas que serão divulgadas nos próximos números desta revista. Nesta edição, o presidente do Sindnut-BA apresenta algumas atividades desenvolvidas.

Aproveito para destacar a importância de sua colaboração, leitor, na elaboração de nossas edições. Envie sugestões de pautas e críticas. Para participar, basta encaminhar e-mails para [email protected]. Aproveite!

Bárbara PanelliPresidente do CRN-5

Publicação do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região

(Bahia e Sergipe) - Ano I – nº. 1 - 2009

www.crn5.org.br E-mail: [email protected]

Salvador (BA): Avenida Centenário, 2883, Edifício Victoria Center, Sala 106,

Chame-Chame. CEP: 40155-150 – Telefax: (71) 3237-5652.

Aracaju (SE): Praça Tobias Barreto, Centro Médico Odontológico, Sala 502,

São José. CEP: 49.015-130 - Telefax: (79) 3211-8248.

Diretoria: Bárbara Eduarda Panelli Martins – presidente; Janine Márcia

Santos – vice-presidente; Lindanor Gomes Santana Neta – secretária; Ana

Karina de Assis Braga – tesoureira.

Conselheiros: Cinara Araújo de Souza; Cristiane Queiroz Borges; Eliana

Costa Neves; Fábio Rodrigo Santana dos Santos; Isabel Cristina Rios da Silva;

Joelma Claudia Ribeiro; Maira Patriarcha Leal; Vanilson Santos Silva e Ana

Paula do Nascimento Passos.

Comissão de Ética: Ana Karina Braga, Cinara Araujo de Souza, Eliana Costa

Neves, Janine Márcia Santos e Maíra Patriarcha Leal

Comissão de Tomada de Contas: Cinara Araújo de Souza; Vanilson Santos

Silva e Joelma Cláudia Ribeiro.

Comissão de Fiscalização: Bárbara Eduarda Panelli Martins, Fabio Rodrigo

Santana dos Santos, Isabel Cristina Rios da Silva.

Comissão de Comunicação: Cinara Araujo de Souza, Eliana Costa Neves,

Maira Patriarcha Leal, Vanilson Santos Silva

Comissão de Formação Profissional: Cristiane Queiroz Borges, Fabio

Rodrigo Santana dos Santos, Joelma Claudia Ribeiro, Lindanor Gomes San-

tana Neta

Comissão de Eventos: Isabel Cristina Rios da Silva, Ana Karina de Assis

Braga, Eliana Costa Neves e Maíra Patriarcha Leal

Assessorias: Comunicação – Lume Comunicação, Contábil - Gercon Gerência

e Consultoria Contábil, Jurídica - Sabrina Moreira Batista.

Criação, coordenação editorial e gráfica da publicação: Lume Comuni-

cação (71) 3341-8922 www.lumecomunicacao.com.br

[email protected]

Edição e jornalista responsável: Cristina Barude – MTB 1284

Redação e planejamento: Carla Santana e Maísa Picasso

Fotos: José Simões e sites de domínio público

Projeto Gráfico: Gisele Lopo

Índice

Compensa atender pelos planos de saúde? 04

Pessoas com estômago reduzido aprendem a mudar hábitos 06

Entrevista com Walter Moraes, presidente do Sindnut-BA 08

Artigo sobre Alergias Alimentares 09

Técnicos valorizados, mas com desafios a vencer 10

CRN-5 com você e Dicas Culturais 13

Valor nutritivo de pratos típicos da Chapada Diamantina 15

Alimentação Escolar deve estimular hábitos saudáveis 16

Fitoterapia como tratamento nutricional 17

Canal de comunicação com você

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4 CRN-5 Em Revista | n° 1| 2009

Desde abril do ano pas-

sado, os planos de saúde

de assistência complemen-

tar contratados após 1999

oferecem a seus usuários a

possibilidade de consultas

com nutricionistas. Com a

medida, mais de 40 milhões

de brasileiros passaram a

receber assistência nutri-

cional coberta pelos con-

vênios. Para tornar isso pos-

sível, o Conselho Federal de

Nutricionistas (CFN) atuou

ativamente nas audiências

públicas na Câmara dos De-

putados e na consulta pública

realizada pela Agência Nacio-

nal de Saúde Suplementar

(ANS), quando encaminhou a

Tabela de Referência Nacional

de Procedimentos Nutricio-

nais, com 43 procedimentos.

Embora a ANS con-

sidere a decisão posi-

tiva, vários nutricio-

nistas decidiram não se ca-

dastrar junto aos planos de

saúde. As principais justifica-

tivas para isso são os baixos

valores repassados pelos pla-

nos e a limitação no número

de consultas por ano.

Para a nutricionista propri-

etária da Clínica Nutrir, Rosa-

na Chagas, “é inviável man-

ter a estrutura da empresa,

seus encargos e funcionários

com os baixos valores repas-

sados pelos planos”, diz. Os

planos pagam de R$ 20,00 a

R$ 50,00 por consulta, en-

quanto cada atendimento

particular custa, em média,

de R$ 70,00 a R$ 200,00,

dependendo da clínica.

Rosana Chagas acredita que

essa é uma questão políti-

ca complexa, pois “falta

conscientização dos gestores

da área de saúde em relação

à valorização da Nutrição.

Muitos não compreendem a

importância da área na pre-

venção de doenças”, afirma.

Ao contrário de Rosana, a

proprietária da Nutriclin & Cia,

Andréa Souza e Silva, é regis-

trada junto a diferentes pla-

nos de saúde. Quando abriu a

clínica, há pouco mais de um

ano, ela não oferecia a pos-

sibilidade de atendimento por

planos de saúde e a realidade

era de três atendimentos por

turno. Quando, porém, há

cinco meses, suas consultas

passaram a ser cobertas pe-

los planos, ela precisou mu-

dar de endereço e contratar

mais três nutricionistas, de-

vido ao salto no número de

Limitação de consultas por ano

A resolução que incluiu

os nutricionistas nos planos

de saúde determinou seis

consultas por ano para cada

conveniado. Esta limitação

tem sido criticada tanto por

profissionais quanto por pa-

cientes, sobretudo diabéticos

e obesos, que precisam de

um acompanhamento mais

intenso por demandar um

maior número de atendimen-

tos. A boa notícia é que al-

guns planos estão liberando

até 12 atendimentos anuais.

“Os planos com os quais nós

trabalhamos estão permitindo

até uma consulta por mês,

durante o ano todo”, afirma a

nutricionista da Nutriclin, An-

dréa Souza e Silva.

Para o administrador Mar-

celo Figueiredo, 37 anos,

mesmo uma dúzia de con-

sultas anuais não é o sufi-

ciente. Ele conta que sua

nutricionista recomendou

consultas quinzenais para o

tratamento de sua obesidade

e controle do seu colesterol,

triglicerídeos e ácido úrico

através de uma reeducação

alimentar. “Mas meu plano de

saúde autorizou só um atendi-

mento por mês. Então, se eu

quiser me submeter a dois,

um terá que ser particular.

Não concordo com isso, já

que pago a mensalidade do

meu plano em dia”, declara o

paciente.

Assim como Marcelo, mui-

tos outros clientes acredi-

tam que a inclusão do nutri-

cionista está de acordo com

a filosofia de integralidade

da saúde, já que a Resolução

Normativa da ANS nº 167 de

9 de janeiro de 2008, que

determina o atendimento,

contempla ainda consultas

em terapeutas ocupacionais,

psicólogos e fonoaudiólogos,

além de procedimentos para

anticoncepção, cirurgias e

exames laboratoriais.

Nutrição Clínica

Os planos pagam de R$ 20 a 50 por consulta,

enquanto cada atendimento particular custa, em

média, de R$ 70 a 200, dependendo da clínica.

Compensa atender pelos planos de saúde?

atendimentos. “Agora nosso

consultório é muito mais pro-

curado. Apesar dos encargos

dos planos serem muitos e

dos valores repassados serem

pequenos, a introdução deles

valeu a pena. Continuamos a

atender com a mesma quali-

dade, mas numa proporção

muito maior”, afirma.

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5 n° 1| 2009 | CRN-5 Em Revista

Como se cadastrar Os profissionais interessados em garantir o atendimento por meio do plano de saúde precisam exercer suas atividades

profissionais de forma regulamentada. Os consultórios dos profissionais liberais e as clínicas de pessoas jurídicas devem fazer a

inscrição junto ao Conselho Regional de Nutricionistas, bem como à Secretaria Estadual da Fazenda, a fim de possibilitar a emissão

de faturas e notas fiscais. Outras importantes recomendações sobre o cadastramento são fornecidas pelo Conselho Federal de

Nutricionistas, através de perguntas e respostas , disponíveis no site do CFN (www.cfn.org.br), e publicadas a seguir.

Como devo proceder para me cadastrar junto aos planos de saúde? O credenciamento nas em-presas prestadoras de ser-viço, nas seguradoras ou nas operadoras de planos de saúde deve ser negociado di-retamente pelo nutricionista, como profissional liberal ou como pessoa jurídica, com a contratante. Devem entrar na negociação o contrato e os valores. Para isso, sugeri-mos que seja utilizada como base os valores indicados pelo Sindicato de Nutricionistas de seu Estado ou da Federação Nacional de Nutricionistas (FNN), em caso de não existir sindicato na região.

É necessário que eu me especialize em Nu-trição Clínica para atender

no plano de saúde? Para a prestação da assistência nu-tricional, o nutricionista não é obrigado a ser especialista em Nutrição Clínica. O bacha-rel em Nutrição já tem esta prerrogativa. Ressaltamos, no entanto, que a especialização é uma forma de o profissional se atualizar e se diferenciar no mercado.

Já trabalho em uma clínica em que outros pro-fissionais atendem por um convênio. Como faço para também atender por esse mesmo plano? Consideran-do que trabalha numa clínica cadastrada por um plano, você deverá simplesmente informar o seu número de inscrição no CRN e estabe- lecer convênio com este novo plano.

Sou nutricionista, não atuo numa clínica, mas quero atender pelo plano de saúde. O que devo fa- zer? Caso tenha o interesse em se tornar um profissional liberal, que deve ter possi-bilidade de emissão de fatura ou recibo, você deve se ca-dastrar como contribuinte do Imposto Sobre Serviços - ISS, na Secretaria de Fazenda de seu Estado.

Todos os planos de saúde devem cadastrar nutricionistas? Todos os planos devem disponibilizar a seus usuários os procedi-mentos constantes do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS, estabelecidos pela Resolução Normativa nº. 167, de 09/01/2008, e pode ser consultada no site:

www.ans.gov.br. Essa nor-matização determina que os planos ofereçam aos seus usuários seis con-sultas anuais com nutricio- nista. Caso os planos não cumpram o que está determi-nado, eles poderão ser multa-dos.

Quais são os docu-mentos que preciso apre-sentar às operadoras de plano de saúde? O nutri-cionista precisa entrar em contato diretamente com as operadoras e prestadoras de serviços de planos de saúde para se informar sobre a do- cumentação necessária para contratação ou credencia-mento pelas empresas.

Andréa Souza e Silva, proprietária da Nutriclin: “agora nosso consultório é muito mais procurado. Apesar dos encargos

dos planos serem muitos e dos valores repassados serem pequenos. A introdução deles

valeu a pena”.

Rosana Chagas , proprietária da Clínica

Nutrir: “é inviável manter a estrutura da empresa, seus

encargos e funcionários com os baixos valores

repassados pelos planos”.

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6 CRN-5 Em Revista | n° 1| 2009

Nutrição Clínica

Pessoas com estômago reduzido aprendem a mudar hábitos

A obesidade atinge hoje mais de 38 milhões de brasileiros com mais de 20 anos. Diante deste quadro, a cirurgia bariátrica, conhecida popularmente como redução de estômago, tornou-se uma opção para melhorar a qua- lidade de vida de muita gente. “Mas nós, nutricionistas, só devemos indicar ou concordar com a indicação do procedi-mento em último caso. Apenas se o Índice de Massa Corporal (IMC) for a partir de 35 ou 40 kg/m². Neste primeiro caso, é indicado se for acompa- nhado de agravantes como hipertensão arterial, diabe-tes, apnéia do sono ou ou- tras doenças. E, ainda, se o paciente não tiver alcançado resultados positivos com di-etas orientadas ou tratamen-tos à base de medicamen-tos”, explica a nutricionista clínica e professora do curso de Nutrição da Universidade Salvador (Unifacs), Márcia Magalhães.

A cirurgia bariátrica im-plica em diversas formas de acompanhamento: médico, psicológico, fisioterapêutico e nutricional. A adequação da alimentação antes e depois do procedimento é o ponto

principal para que o paciente reaja bem às mudanças pro-vocadas pela redução do seu estômago e, por isso, o acom-panhamento direto de um nu-tricionista é essencial.

Além da avaliação nutri-cional completa, que inclui definição de IMC, circunfe- rências, composição corporal e densitometria óssea (quan-do possível), o nutricionista sugere uma dieta antes da cirurgia, além de algumas ações para minimizar seus riscos. Outros objetivos da atuação do nutricionista são: perda de peso do paciente (casos mais graves precisam perder de 10 a 20 quilos antes mesmo da cirurgia), minimi-zação das doenças associa-das, prevenção e controle das deficiências nutricionais.

Para que o paciente ob-tenha o melhor resultado, Márcia Magalhães sugere a reformulação de hábitos como fumo, mastigação e tempo de refeição. Além disso, orienta o consumo de suplementos alimentares, em alguns ca-sos iniciado antes mesmo da operação. “Juntamente com o psicólogo, orientamos o paci-ente e seus familiares sobre a alimentação depois do pro-cedimento”, destaca.

Nutricionistas ajudam pacientes submetidos à cirurgia bariátrica a perder peso, minimizar doenças associadas, prevenir e controlar deficiências nutricionais

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7 n° 1| 2009 | CRN-5 Em Revista

Fases da dieta O período que sucede à

cirurgia é um momento de adequação de nutrientes. Nele é preciso minimizar possível refluxo, promover saciedade, garantir o peso saudável e minimizar efeitos da “Síndrome de Dumping”. O paciente deve obedecer às orientações de cada uma das fases graduais da dieta, onde a ingestão de suplementos de vitaminas, proteínas e sais minerais é mantida.

No primeiro dia, o paciente passa por uma dieta zero, sendo apenas hi-dratado por meio de soro. O segundo, ainda no hospi-tal, é o dia da dieta líquida clara, isenta de açúcar, com líquidos (porções de 30 a 50 mililitros de água, chás claros ou água de coco) à tempe- ratura ambiente e que ge- rem o mínimo de resíduos gastrintestinais. Após 48

horas, já em casa, o paciente continua com a dieta líquida, mas já pode ingerir alimen-tos mais consistentes como iogurte (pedaços de frutas devem ser peneirados), su-cos, bebidas à base de soja e sopas.

A partir da terceira ou quarta semana, tem início a fase pastosa, em que é liberado o consumo de peque-nas quantidades de alimentos como purês, vitaminas, ovos mexidos e triturados e, para al-guns pacientes, até um peda- ço de queijo macio. Na quinta semana, começa a chamada fase branda, quando se inicia a mastigação de alimentos de consistência mais macia. A fase regular, em que é pos-sível comer quase tudo (com bom senso), começa por vol-ta de 60 dias após a cirurgia bariátrica. “Até os seis meses, porém, é recomendo evitar o consumo de açúcar, álcool e bebidas carbonadas”, declara Márcia Magalhães.

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8 CRN-5 Em Revista | n° 1| 2009

Walter Moraes Souza é presidente do Sindicato dos Nutricionistas no Estado da Bahia (Sindnut-BA). Começou sua atividade profissional como gestor administrativo da unidade de alimentação e nutrição do Hospital Geral de Camaçari - BA e passou para área comercial de refeições coletivas. Atualmente, presta consultoria técnica e financeira em bares e restaurantes e trabalha na área comercial de uma indústria de alimentos, além de ser consultor em Gestão de Food Service. É graduado em Nutrição pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e cursa tanto o MBA em Gestão de Negócios na Faculdade Ruy Barbosa, em Salvador, quanto o MBA em Gestão de Negócios em Alimentos pela Universidade Cruzeiro do Sul, de São Paulo. Nesta entrevista, Walter fala sobre mobilização política dos nutricionistas, áreas de atuação, remunera-ção e formação profissional.

É verdadeira a afirma-ção de que os nutricio- nistas, de modo geral, têm baixa inserção e mobili-zação política? Por que? Sim. Hoje temos mais de dois mil profissionais na Bahia, mas são poucos os que de- monstram interesse político para valorização da profissão. Acredito que alguns confun-dem luta política com luta par-tidária. O sindicato não é par-tidário e qualquer mobilização em prol da Nutrição deve ser abraçada pela categoria, pois não existe sindicato forte sem categoria mobilizada.

Quantos nutricionistas na Bahia são sindicaliza-dos? O que este número representa em relação ao total de profissionais que atuam no estado? Como o sindicato está em processo de regularização de documentos, ainda não abrimos a possi-bilidade de associação. Assim que concluirmos esta fase, em breve, convocaremos uma as-sembléia geral com a catego-ria a fim de definir os detalhes da associação.

Que fatores devem mo-

tivar o nutricionista a se sindicalizar? Ao associar-se, o profissional passa a contar com assessoria jurídica para todas as causas trabalhistas, além de benefícios e descon-tos em empresas parceiras. Com um número represen-tativo de associados o sindi-

cato passa a ter força para as negociações com o sindicato patronal. A filiação ao Sind-nut-BA não é uma obrigação, mas uma questão de opção, que depende da consciência individual do nutricionista e da vontade de fortalecer a sua categoria.

O que o Sindicato tem feito desde sua posse como presidente, no sentido de valorizar a profissão? Par-ticipamos de eventos com es-tudantes e profissionais para divulgação dos trabalhos e esclarecimentos de dúvidas. Trouxemos para Salvador um MBA em Gestão de Negócios em Alimentos, pois acredita-mos que qualificação pro-fissional é importante para valorização dos nutricionis-tas. Divulgamos as vagas dis-ponibilizadas pelas empresas em nosso banco de emprego, que em breve estarão dis-poníveis em nosso site.

Já atualizamos e apro-vamos em assembléia geral o novo estatuto, que estava pendente desde 2001; re-alizamos o registro junto à Receita Federal e já estamos com o CNPJ. Estamos em pro-cesso de atualização no Minis-tério do Trabalho.

O que o nutricionista deve fazer para se filiar ao Sindicato? Para associar-se será preciso manter contato com o sindicato ([email protected]) para solicitar a

ficha de associação e paga-mento da anuidade. Tão logo iniciemos o processo de as-sociação iremos divulgar mais informações para a categoria.

Que áreas de atu-

ação dos nutricionis-tas estão “em alta”? Temos recebido muitas so-licitações para profissio- nais da área de administração de serviço de alimentação e consultores para adequação à legislação sanitária. A procura por profissionais da área de clínica com consultório tam-bém vem crescendo, espe-cificamente para especialistas em alimentos funcionais. O crescimento de cursos de Nu-trição e gastronomia tem au-mentado a procura por docen-tes com titulação de mestrado ou doutorado.

A remuneração dos pro-

fissionais na Bahia está

de acordo com suas atri-

buições? A remuneração

na Bahia ainda está abaixo

do exigido pelas atribuições

e importância do nutricio-

nista nas empresas. Como

ainda não temos convenções

coletivas, fica a cargo da

Federação Nacional dos Nu-

tricionistas (FNN) definir um

valor de referência nacional,

por isso estamos adotando

esses valores como indicação

regional. O profissional pode

conferir os valores no site:

www.fnn.org.br.

Como o senhor ava-lia a ética profissional da categoria na Bahia? Ficamos tristes ao saber de profissio- nais que aceitam valores bai- xos de salário, por terem outro emprego e utilizarem como complemento de remunera-ção. Isto vai contra o Código de Ética do Nutricionista, pois representa prática de con-corrência desleal, bem como aceitar valores abaixo do in-dicado pela entidade sindical (Capitulo V, Art 10 e Capitulo X, Art 18). Outra situação de descompromisso com a ética é assumir a Responsabilidade Técnica (RT) em empresas ou prefeituras e comparecer sem cumprir a carga horária ou mesmo sem comparecer, ga- nhando só para assinar como RT.

O que o senhor pensa sobre a qualidade da for-mação profissional dos nutricionistas na Bahia? Preocupa-nos o número cres-cente de cursos de gradu-ação em Nutrição no estado, sendo hoje mais de vinte, pois nem sempre o foco das insti-tuições está na qualidade da formação profissional. Nutri-cionistas sem boa preparação para o mercado de trabalho representam a desvalorização dos profissionais. O mercado baiano ainda não está satura-do e há oportunidade para to-dos que se qualificam, mas a tendência, com o crescimento dos cursos, é que ocorra satu-ração, como em Minas Gerais.

Papo Sério

Walter Moraes: “A filiação ao Sindnut depende da vontade de fortalecer a categoria”

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9 n° 1| 2009 | CRN-5 Em Revista

A Alergia Alimentar (AA) é uma das rea-ções adversas aos alimentos na qual se pre-sume que exista um envolvimento de me-canismo imunológico em sua fisiopatologia. Muitas vezes, a AA é confundida com in-tolerância alimentar por apresentarem sin-tomas semelhantes, porém a intolerância é uma manifestação adversa ao alimento não relacionada a mecanismos imunológicos. Exemplo clássico deste processo, muito característico na infância, é a intolerância à lactose.

As reações imunológicas mais envolvidas são as mediadas pelo anticorpo Imunoglobulina E (IgE) ou hipersensibilidade imediata; mediadas por células (linfócitos Th1 e macrófagos) ou hipersensibilidade tardia. Essa resposta imunológica do or-ganismo pode acontecer minutos após a ingestão do alimento alergênico ou em até 72 horas. Quando as manifestações clíni-cas não são tão evidentes, como por exemplo, um comprome-timento no ganho de peso ou crescimento, a conclusão deste diagnóstico é mais difícil e demorada.

A incidência de reações alérgicas é maior na infância, em torno de 10%, enquanto que os adultos apresentam apenas 3%. As crianças menores de dois anos são mais afetadas, sen-do a Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) a causa mais freqüente de AA nesta faixa etária. No Brasil, a incidência é de 2,2% e prevalência de 5,7% por inquérito epidemiológico em consultórios de gastroenterologia pediátrica, sendo esta proteí-na responsável por 77% dos casos suspeitos de AA, seguido da soja em 8,7% e do ovo em 2,7%.

O teste terapêutico, com dieta de exclusão, determinado pelo desaparecimento da sintomatologia e, quando indicado, o teste de desencadeamento para comprovação diagnóstica, constituem

os processos mais utilizados na avaliação destes pacientes, frente à inexistência de exames subsidiários que permitam um diagnóstico preciso.

O tratamento da APLV consiste na exclusão completa de ali-mentos que contenham a proteína do leite de vaca, pois míni-mas quantidades do alérgeno podem provocar reações adver-sas. Em caso de lactentes em uso de leite materno, deve-se excluir o leite de vaca e derivados da dieta materna.

Embora as fórmulas à base de proteína isolada de soja sejam a alternativa mais comum no tratamento da APLV, não são re-comendadas pela maioria das Sociedades Pediátricas em razão da sensibilização a essa proteína, que ocorre em mais de 60% dos casos. Considerando esta alta taxa de alergia à proteína isolada de soja, nos pacientes com APLV, é que se recomenda fórmulas extensamente hidrolisadas. Podendo, em alguns casos (cerca de 10%), ser necessária a utilização de fórmulas semi-elementares, à base de aminoácidos livres. O leite de cabra, que possui grande similaridade no perfil de proteínas alergêni-cas com o leite de vaca, não é indicado para o tratamento de lactentes com APLV.

Considerando a relevância deste tema, vale ressaltar que compete ao médico, juntamente com o nutricionista, conduzir o processo diagnóstico da AA com segurança, para evitar os graves inconvenientes do uso de uma dieta de exclusão desne-cessária e inadequada do ponto de vista nutricional, principal-mente pelo alto custo das fórmulas utilizadas. Em todas essas condições de AA deve-se enfatizar o uso do aleitamento ma-terno exclusivo até os seis meses e complementado até os dois anos, como principal fator protetor desse processo.

* A nutricionista Sandra Valois (CRN-5 1093) é professora adjunta da Escola de

Nutrição da UFBA (Enufba e pesquisadora há 12 anos do Centro de Pesquisa Fima

Lifshitz, que funciona na Unidade Metabólica do Hospital Pediátrico da UFBA.

Alergias AlimentaresArtigo

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10 CRN-5 Em Revista | n° 1| 2009

Embora pouco reconhe-cido na sociedade, o técnico em nutrição e dietética (TND) tem sido cada vez mais valo-rizado nos estados da Bahia e Sergipe. Com a abertura de novos cursos de formação e a intensificação das fiscaliza-ções da Vigilância Sanitária em relação às boas práticas nos serviços de alimentação, a presença deste profissional em hospitais, clínicas, restau-rantes, hotéis e outros esta-belecimentos é crescente. “À medida que está se expan- dindo, nossa profissão está se valorizando”, acredita Simone Bispo Pinheiro.

Simone desligou-se do seu último emprego por mo-tivo de saúde, pois teve que se submeter a uma cirurgia. Recuperada, ela procura uma oportunidade no mercado de trabalho sergipano, mas acredita que vai encontrá-la em Salvador. “É que aqui em Aracaju os técnicos são mais aproveitados na área hospi-talar. Infelizmente, em res-

taurantes e hotéis os gestores ainda não entenderam a im-portância de nossa presença. Já em Salvador há mais espa-ços para nós”, acredita.

Segundo a técnica em nu-trição e dietética, quando en-trega seu currículo em alguns estabelecimentos de Aracaju, os possíveis contratantes di-zem “nós já temos um nutri-cionista”. “Mas, acontece que o nutricionista Responsável Técnico pelo restaurante, por exemplo, conta apenas com um chefe de cozinha para ajudá-lo, o que está longe de ser a melhor opção. Nós, técnicos, temos capacitação para executar atividades que um chefe de cozinha não tem, por melhor que ele seja. A função desse profissional, que também é muito importante, não passa, por exemplo, pelo controle de temperatura dos alimentos armazenados. Nós é que fazemos isso, e muito mais, embora sempre orien-tados por um nutricionista”, afirma Simone.

A técnica Simone Bispo Pinheiro também acredita que a profissão ainda tem muito a crescer, embora reconheça alguns avanços. “Ainda temos poucos subsídios, os salários são baixos e, tanto nós, pro-fissionais, quanto a sociedade de modo geral, temos poucas informações sobre a área”, declara.

Formação profissional

Em Salvador não havia nenhuma escola para formar TNDs. Este ano, dois cur-sos foram abertos na capi-tal baiana: um na Escola de Formação e Aperfeiçoamento Profissional Pierre Fauchard e outro no Centro de Aprendiza-gem e Integração de Cursos (CAIC). Já em Aracaju, pelo menos quatro instituições ofe-recem o curso há algum tem-po: Centro de Estudos Aplica-dos em Saúde (CEAS), Escola Padrão, Fundação São Lucas e Senac.

Técnicos valorizados, mas com desafios a vencer

Curso de formação prepara profissional para compreender cientificamente atividades ligadas à produção de alimentos em hospitais, clínicas, cozinhas industriais e restaurantes

Hilana Correia Carvalho, coordenadora geral dos cursos técnicos da Escola Padrão: “a

maioria dos 50 técnicos em nutrição e dietética formados pela instituição

desde 2003 foi aproveitada pelo mercado de trabalho”

Espaço do Técnico

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11 n° 1| 2009 | CRN-5 Em Revista

De acordo com a coor-denadora geral dos cursos técnicos da Escola Padrão, Hilana Correia Carvalho, a maioria dos 50 técnicos em nutrição e dietética, formados pela instituição desde 2003, foi aproveitada pelo mercado de trabalho, “até porque nós oferecemos habilitações ex-tras que melhoram o currículo do profissional, como Micro-biologia de Alimentos, além de qualificações profissionais para assistentes de prepara-ção e distribuição de alimen-tos e agentes sanitários de alimentos”, conta.

Segundo a coordenadora do curso de TND da Escola de Formação e Aperfeiçoamento Profissional Pierre Fauchard, Ana Paula Aguiar, infeliz-mente, na prática, ainda existem técnicos subapro- veitados, atuando como co-peiros. “Mas a formação destes profissionais os capacita para ir muito além. Eles são pre-parados para atuar na área de produção de alimentos, onde

exercem funções importantes sob orientação de um nutricio- nista”, explica.

Na Pierre Fauchard, eles passam por disciplinas básicas como “primeiros socorros”, “anatomia e citologia huma-nas”, “nutrição básica”, “bio-química”, “legislação e ética” e “educação nutricional”. Os futuros técnicos aprendem conteúdos ligados à “tecno-logia de alimentos”, “con-trole de qualidade”, “higiene e inspeção de alimentos”, “nutrição materno-infantil”, “nutrição e saúde pública”, “dietoterapia”, “estatística” e “epidemiologia”, entre outras disciplinas.

Todo este aprendizado é aplicado em um estágio su-pervisionado por um nutricio- nista. “Estabelecemos par-cerias com empresas de produção de alimentos, tais como cozinhas industriais, restaurantes, hotéis e hospi-tais. O objetivo é fazer com que o estudante ponha em prática os conhecimentos e adquira experiência para começar a trabalhar”, afirma Ana Paula.

Futuros profissionais

A estudante do curso téc-nico em nutrição e dietética (TND) da Pierre Fauchard, Ivone Pereira da Luz, está com grandes expectativas em relação à carreira. Ela é copeira no Hospital das Clínicas, em Salvador, há 11 anos. “O conhecimento so-bre o mundo microscópico é fascinante. Espero poder aplicá-lo na própria insti- tuição onde trabalho, como técnica, mas se isso não for possível, acredito que encon-trarei boas oportunidades”, declara.

O auxiliar de cozinha do Hospital Otávio Mangabeira, de Salvador, Fábio Santos Sales, também está se pre-parando para ser um TND. “Por já atuar na área há seis anos, senti a necessidade de aprender mais, principalmente sobre dietas. O curso também tem servido para desconstruir mitos como o de que todos

os fungos fazem mal para a saúde ou o de que beber água depois de comer doce causa diabetes. Agora sei que nada disso é verdade”, afirma o es-tudante que pretende fazer vestibular para Nutrição após concluir o curso técnico.

A nutricionista Ana Paula Aguiar destaca que muitas pessoas confundem, errada-mente, auxiliares em nutrição com técnicos em nutrição e dietética. “Os auxiliares, que agora precisam se tornar téc-nicos, para obterem registro profissional, porcionam dietas e levam para os quartos dos pacientes. Técnicos vão muito além e podem até participar de pesquisas científicas (com aval de um nutricionista), pois possuem conhecimentos so-bre dietas específicas, como aquelas indicadas para paci-entes com disfunções renais”, destaca. E completa: “Os atuais auxiliares precisam buscar o melhoramento de sua carreira, pois a concorrência está grande e é preciso abrir oportunidades de inserção profissional”.

Juramento do TND:

O juramento da profissão representa o compromisso ético e moral do profissional ao assumir o início de sua atuação. “Prometo exercer com lealdade e dedicação as fun-ções de técnico em nutrição e dietética, respeitando em qualquer circunstância a ética profissional, em benefício da saúde do homem, sem discriminação de qualquer natureza.”

“À medida que está se expandindo, nossa

profissão está se valorizando”, acredita a técnica Simone Bispo

Pinheiro

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13 n° 1| 2009 | CRN-5 Em Revista

Kate Armstrong (Catherine Zeta-Jones) é a chef de um so-fisticado restaurante de Manhattan. A vida dela muda completa-mente quando ela se torna a tutora de sua sobrinha. Em meio a um inferno astral, ela se vê obrigada a cuidar de si mesma e da pequena Zoe (Abigail Breslin), que fica aos seus cuidados após a morte da mãe. Manter a calma não será fácil, ainda mais depois da chegada do sub-chef Nick Palmer (Aaron Eckhart), que rouba seu lugar na cozinha.

O amor de uma vida e pratos maravi- lhosos temperam e aquecem esta deliciosa comédia romântica sobre uma mulher que descobre que o mundo é bem maior do que uma cozinha.

De 24 de julho a 7 de agosto, o Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (Bahia e Sergipe) realizou a terceira edição do fórum “CRN-5 Itinerante”. Além das visitas fiscais, que contemplam cidades de Sergipe, o Regional realizou um encontro com os técnicos em nutrição e dietética do estado e uma reunião de integração com nutricionistas e estudantes do curso de Nutrição. “Nosso desejo é aproximar o Conselho dos profissionais que atuam em Aracaju e no interior da Bahia e Segipe”, afirma a presidente do CRN-5, Bárbara Panelli. Os eventos foram realizados no Auditório do Centro Médico Odontológico, localizado à Praça Tobias Barreto, no bairro São José, em Aracaju.

A segunda edição do fórum aconteceu no campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Vitória da Conquista, no mês de março. Além de debater o exercício, a ética e a formação profissional, conselheiros do CRN-5 conversaram com gestores da região sobre a importância da fiscalização constante de unidades como restaurantes, cozinhas industriais, hotéis e clínicas, de modo a garantir a segurança alimentar e nutricional para a população de Vitória da Conquista e região. O primeiro destino do “CRN-5 itinerante” foi a cidade de Itabuna, em janeiro. Vamos aguardar as próximas edições!

“CRN-5 Itinerante” completa três edições

Orientar futuros nutricionistas de Salvador quanto às questões legais relacionadas à profissão, áreas de atuação, relacionamento com o Conselho e importância da inscrição e da ética profissionais. Estes são os principais objetivos dos Encontros de Concluintes e dos Encontros de Egressos dos Cursos de Graduação em Nutrição, realizados periodicamente pelo CRN-5. A entrega dos documentos de inscrição no Conselho só será realizada após a presença do estudante ou do recém-formado em um dos dois eventos.

Encontros de orientação

Os nutricionistas técnicos em nutrição e dietética registrados no CRN-5 que estiverem com sua anuidade em dia podem aproveitar os descontos concendidos por meio de convênios, recentemente estabelecidos com empresas que atuam na Bahia e Sergipe (a Qualicorp também atende Sergipe). Na área de saúde e bem-estar, os inscritos têm desconto de 20% no Sulamérica Saúde, 50% nos procedimentos da Terapia Holística Dayane Nardes e 10% na Clínica Odontológica Elaine Cristina (CLOEC). Além disso, os nutricionistas adimplentes têm 20% de desconto nos cursos de inglês e espanhol da AEC Idiomas. Em breve, novos convênios serão anunciados.

Convênios concedem descontos a nutricionistas

No dia 24 de julho aconteceu o I Encontro do CRN-5 com Técnicos em Nutrição e Dietética da Bahia. O evento foi promovido no Auditório da Faculdade Regional da Bahia (UNIRB), em Salvador. Na ocasião, uma mesa redonda debateu as atribuições e mercado de trabalho para esses profissionais. Também foi discutido o ato normativo sobre sua inclusão no quadro técnico das empresas. O objetivo do evento foi aproximar os técnicos do Conselho e instruí-los em relação a questões legais e oportunidades de atuação. Encontro semelhante com os técnicos de Sergipe aconteceu durante o último “CRN-5 Itinerante”.

Técnicos em nutrição e dietética em foco

com você

Dicas CulturaisLer e ver filme – quem não gosta?

Para quem curte uma boa leitura, um longa interessante e uma música agradável, a “CRN-5 em Revista” reservou este espaço com dicas especiais. Confira!

Livro: Nutrição - Da Gestação ao Envelhecimento

O livro de Maria Regina Vitolo é uma opção de boa leitura para os profissionais de nutrição. Abrange a nutrição em todo o ciclo da vida - da gestação ao envelhecimento, e tem como prin-cipal foco os aspectos de relevância na abordagem nutricional. Baseia-se nos 25 anos de experiência da autora e na colabo-ração de profissionais especializados em cada tema específico. O destaque da obra é a fundamentação científica imbuída de interpretação crítica e aplicada à realidade brasileira.

Filme: Sem Reservas

A técnica Lívia Paim e a nutricionista Ivoneide Abram

Os futuros nutricionistas participaram do evento

Fábio Rodrigo Santana, Jamile Pereira e Bárbara Panelli

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15 n° 1| 2009 | CRN-5 Em Revista

A culinária da Chapada

Diamantina segue os traços

históricos do lugar, por meio de

uma junção das influências de

escravos e garimpeiros que vi-

veram por lá nos séculos XVII

e XVIII, respectivamente. Um

dos pratos mais tradicionais

é a galinha ao molho pardo,

feita com o sangue da própria

ave, além da carne-de-sol. Os

acompanhamentos ficam por

conta do arroz com pequi e

ensopado de carne-seca com

banana verde, além de uma

combinação de banana da

terra com abóboras e feijão

verde. “De modo geral, são

comidas que repõem todas as

energias gastas nas visitas e

atividades físicas realizadas

por turistas que visitam o

lugar”, afirma a conselheira do

CRN-5 (Conselho Regional de

Nutricionistas da 5ª Região),

Ana Paula Passos.

A galinha ao molho par-

do tem um alto teor de gor-

dura e por isso é melhor não

exagerar. “A carne do sol, rica

em proteína, pode ser mais

saudável se for assada, ao

invés de frita”, afirma. Além

de ser rico em ferro, o fei-

jão verde protege o sistema

cardiovascular, devido ao

seu elevado conteúdo de fi-

bra, potássio, magnésio e

ácido fólico.

Com as baixas tempe-

raturas da região da Chapada

durante o inverno, os habi-

tantes não têm muito cos-

tume de comer saladas frias.

Entretanto, consomem en-

sopado de mamão verde e o

famoso “godó”, prato à base

de banana verde e carne de

charque ou frango. “Sozinho

serve como uma boa refeição,

sem precisar de acompanha-

mento”, garante Ana Paula.

Pequi: rico em vitaminas

O Pequi (Caryocara-

ceae), fruto típico do cer-

rado brasileiro, de cheiro

forte e casca verde-escuro,

tem várias camadas inter-

nas. Primeiro há uma polpa

verde-claro com a consistên-

cia de um abacate, que não

é aproveitada pelas receitas.

Mas é preciso ter cuidado ao

saboreá-lo: o caroço, bem

macio, não deve ser mordido,

mas sim raspado com os den-

tes, pois dentro dele há vários

espinhos que podem ferir.

Para os homens da Cha-

pada este fruto é afrodisíaco,

já para as mulheres grávidas é

um fortificante. Essa segunda

qualidade pode ser verídica

devido à quantidade de alguns

nutrientes: 13g de carboidra-

to, 2,3g de proteína, 18g de

lipídio, 19g de fibra, 8,3 mg de

vitamina c e 30 mg de mag-

nésio.

O pequizeiro floresce de

agosto a novembro, inici-

ando a maturação dos frutos

em meados de novembro até

início de fevereiro, quando

o acesso a esse fruto é mais

farto e barato para consumo

pela população da Chapada

Diamantina, que faz uso do

mesmo especialmente em

preparações como arroz,

carne, angu, sopas e curtido

na cachaça.

A Chapada é uma região

muito propícia também para

o cultivo de frutas cítricas.

Um exemplo é a tangerina

“Ponkan”, rica em C, dentre

outros nutrientes. Outro fruto

também conhecido é a

mangaba (Hancorniaspeciosa

Gomes), sendo Sergipe o

maior produtor da região.

Rica em vitamina A, B1, B2,

B3 e Vitamina C, a fruta é

usada contra úlcera, her-

pes e tuberculose; tem ação

digestiva; contém fibras,

carboidratos, cálcio, ferro e

fósforo. “A mangaba ajuda

também a prevenir a ceguei-

ra e oferece benefícios para

a pele e o cabelo”, conta a

conselheira do CRN-5, Ana

Paula Passos.

Valor nutritivo de pratos típicos da Chapada Diamantina

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16 CRN-5 Em Revista | n° 1| 2009

Mércia Barreto, Responsável Técnica

pela alimentação escolar em Salvador: “alimentos que fazem

parte do hábito alimentar do nordestino estão incorporados aos cardápios propostos”

Atuação Profissional

Alimentação escolar deve estimular hábitos saudáveis

Área demanda mais nutricionistas para preparar cardápios adequados na Bahia e Sergipe

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), implantado em 1955, garan-te, por meio da transferên-cia de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica em escolas públicas, filantrópicas e comunitárias. O objetivo do PNAE é atender às necessidades nutricionais dos estudantes durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para seu de-senvolvimento, aprendizado e rendimento escolar, bem como promover a forma-ção de hábitos alimentares saudáveis.

Em todo o Brasil, são 37 milhões de alunos, 5.560 mu-nicípios, 26 estados e o Dis-trito Federal beneficiados pela alimentação escolar. “Preten-demos contribuir não só para a aprendizagem e o rendi-mento escolar, como também para a formação de hábitos alimentares saudáveis e a dinamização da economia local, além do respeito aos hábitos regionais e a vocação agrícola da região”, declara a nutricionista coordenadora nacional do PNAE, Albaneide Peixinho, que mudou o para-digma da alimentação escolar, ao transformá-lo em um pro-grama de Segurança Alimen-tar.

O cardápio escolar deve ser elaborado por um nu-tricionista habilitado, com o acompanhamento do Con-selho de Alimentação Esco-lar (CAE), e deve suprir, no mínimo, 30% das neces-sidades nutricionais diárias dos alunos das creches e escolas indígenas e das lo-calizadas em áreas remanes-centes de quilombos. Para os estudantes matriculados em creches, pré-esco-las e no ensino funda-mental e médio, esse índice é de 15%.

Reeducação alimentar

No estado de Ser-gipe, apesar do baixo número de nutricio-

nistas contratados para a área da alimen-tação escolar, existe a preocupação em pro-

mover uma reeducação ali-mentar e incentivar os hábi-tos regionais. “Para isso são realizadas palestras e trei- namentos para alunos e pro-fessores, além de capacita-ções para merendeiras sobre higiene e cuidados com os alimentos. A meta é garan-tir sempre alimento seguro para as nossas crianças”, aponta a vice-presidente do Conselho Regional de Nu-tricionistas (CRN-5), Janine Márcia Santos, que já atuou como Responsável Técnica da Secretaria Municipal da Educação do Município de Aracaju-SE.

Alimentos in natura e semi-elaborados

Janine Márcia Santos, que atualmente é RT da alimen-tação escolar no Município de Carmópolis (SE), conta que o cardápio da alimentação nas escolas da capital e in-terior sergipano é composto, basicamente, de produtos in natura. Dessa forma, nos 75 municípios do estado, são consumidos legumes (batata inglesa, cenoura, chuchu, to-mate, cebola, beterraba), fru-tas (banana, mamão, laranja e melancia), carnes (frango, principalmente), cereais (ar-roz, macarrão), leguminosa (feijão) e açúcar. “Apenas em algumas escolas de difícil acesso é que são utilizados produtos semi-elaborados, devido à dificuldade para ar-mazenamento”, diz.

Segundo Janine, há pre-ocupação na confecção do cardápio, em respeitar os hábitos regionais dos alunos. “Na semana do último São João fizemos um exclusivo com comidas típicas consumi-das no estado nesta época e foi um sucesso. As crianças adoraram!”, lembra. “Nas es-colas do estado são realiza-dos testes de aceitabilidade e aplicação de questionários de aceitação dos cardápios”, comenta. Em Aracaju, 20 creches com 1.129 crianças e 62 escolas com 30.431 alunos recebem a alimentação esco-lar.

Responsável Técnica pela Alimentação Escolar em Salvador há três me-ses, Mércia Barreto afirma que atualmente 424 esco-las e 47 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI), além de alunos de escolas comunitárias, recebem a ali-mentação escolar na capital baiana. São quase 170 mil alunos no total. Do cardápio, além de frutas, verduras e legumes, há peixe, três ti-pos de corte de carne ver-melha (moída, em bife e em cubos), frango, arroz, feijão, farinha de mandioca, soja e macarrão, entre outros. “São priorizados alimentos in natu-ra ou semi-elaborados, fontes diretas de nutrientes essenci-ais para o crescimento e de-senvolvimento escolar”, diz.

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17 n° 1| 2009 | CRN-5 Em Revista

Indicações

O tratamento fitoterápico pode ser usado na prevenção e controle da dislipidemia, al-teração hepática, diabetes e doenças crônicas. O uso de plantas medicinais e fitoterá-picos é incentivado pela Or-ganização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Este publicou uma portaria que aprova o uso de plantas medicinais e fitotera-pia com um caráter de atu-ação multidisciplinar no Siste-ma Único de Saúde (SUS). Um exemplo que a nutrici-

A utilização de práticas terapêuticas alternativas está crescendo entre os profis- sionais de saúde e essa re-alidade não é diferente para os nutricionistas. Em 2002, o Conselho Federal de Nutri-cionistas (CFN) promoveu um seminário do Sistema, em parceria com a Associação Brasileira de Nutrição (As-bran) e a Sociedade Brasileira de Nutrição Clínica (SBNC). Os temas foram: acupuntura, homeopatia, fitoterapia, tera-pia floral, oligoterapia e irido-

logia. Desses debates, o principal resultado foi a Resolução CFN nº. 402 de 2007, que regulamenta a prescrição fitoterá- pica pelo nutri- cionista de plantas in natura frescas ou como droga vegetal nas suas diferen-tes formas farma- cêuticas.

A base dessa Resolução foi um estudo apresentado pelo Conselho Re-gional de Nutrici- onistas da 1º Re- gião (CRN-1), que, além de confirmar a fitoterapia como

Fitoterapia como tratamento nutricional

Saúde em Dia

complemento da prescrição dietética pelo nutricionista, aponta a importância da in-serção dessa matéria no currí-culo dos cursos de graduação em Nutrição. Para a nutricio- nista representante do Con-selho Regional de Nutricionis-tas da 5ª Região (CRN-5) no CFN, Edilene Araújo, o trata-mento fitoterápico é impor-tante porque serve como um elemento curativo e preven-tivo de baixo custo. “Todos podem ter acesso ao trata-mento. Ele é barato e vem atestando bons resultados”, afirma.

onista tem acompanhado em seu consultório é o de pacientes que procuram a fitoterapia para tratar a hi- percolesterolemia. Com o uso de alguns nutrientes como fi-bra solúvel, ômega 3 e os fito-químicos do alho, ela conse- gue controlar os casos desse distúrbio sem uso de medica-mentos. “Isso é um avanço na Nutrição porque agora não só aprendemos sobre isso, mas praticamos, acreditamos e colhemos excelentes resulta-dos”, destaca.

Além de prescrever os fi-toterápicos em diferentes for-mas farmacêuticas para uso via oral, o nutricionista não deve se esquecer do uso ali-mentício destes produtos, na forma de chás e temperos. Este uso culinário, com os adequados cuidados de tem-peratura e forma de prepara-ção para potencializar certos princípios ativos, também pode ter resultados terapêu-ticos positivos.

Edilene Araújo afirma que

alguns mitos giram em torno

da fitoterapia. Entre eles es-

tão a mistura de folhas dife-

rentes na composição de uma

fórmula. “Ao contrário do que

algumas pessoas acreditam,

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Cuidados na prescrição

Na Resolução CFN nº

402/2007 encontram-se ori-

entações sobre o que o pro-

fissional deve observar ao

prescrever este fitoterápico,

desde regras gerais sobre

os cuidados ao indicar o uso

desses produtos até o de-

talhamento da forma de

prescrição. O documento de-

fine como obrigatório colocar

a nomenclatura botânica (o

nome popular é opcional), a

parte da planta usada, modo

de preparo, tempo de uso

do medicamento, dosagem,

frequência de uso e horários.

Mas, atenção: é preciso estar

Outras dicas

É recomendável que o pro-

fissional que decida trabalhar

atento para não prescrever

produtos para os quais a le-

gislação exige prescrição

médica. Nutricionistas só de-

vem prescrever produtos fi-

toterápicos cujas indicações

terapêuticas estejam no cam-

po da Nutrição.

Para Edilene Araújo, “a

prescrição, infelizmente, não

é obrigatória. Se uma pessoa

se dirigir à farmácia e solici-

tar uma fórmula, ela acaba

adquirindo. Mas, o ideal é ter

acesso ao tratamento sob ori-

entação profissional adequa-

da”, destaca. Outra precaução

é recomendar produtos de

origem conhecida, com eficá-

cia comprovada por estudos

científicos. Se for um produto

in natura, o nutricionista deve

orientar sobre a procedência

da planta para que o con-

sumidor observe as condições

higiênico-sanitárias da espé-

cie vegetal prescrita e tam-

bém sobre a forma correta do

seu preparo e uso.

“A prescrição, infelizmente, não é obrigatória. Se uma pessoa se dirigir à farmácia e solicitar uma fórmula, ela acaba adquirindo. Mas, o ideal é ter acesso ao tratamento sob orientação profissional adequada”, destaca Edilene Araújo, nutricionista

representante do CRN-5 no CFN

é possível sim fazer certas

misturas, tendo critérios. Por

isso é necessário que o pro-

fissional conheça o que vai

prescrever na receita”, diz.

Outro mito é o uso do ‘chá-

suco’. “As pessoas podem

tomar alguns chás misturados

com suco, sem problemas. É

claro que, como todo o res-

tante, com cuidado e sem

exageros”, ressalta.

nesta área faça um curso de

especialização, pois é impor-

tante ter segurança técnica

para saber se os efeitos das

plantas a serem prescritas

estão comprovados e como

acontece sua interação com

as demais espécies vegetais.

Também é preciso saber li-

dar com situações em que o

paciente usa medicamentos

alopáticos prescritos por um

médico, para saber se pode

haver interferência no outro

tratamento.

É importante, ainda, ficar

atento para os modismos,

especialmente aqueles que

usam plantas no tratamento

da obesidade. Como a legis-

lação vigente deixa brechas

para o uso inadequado de

espécies vegetais e a pes-

quisa e registro dos medi-

camentos não acompanham

essas novidades, é preciso

ter uma postura crítica em

relação às plantas que às

vezes são apresentadas como

solução para vários pro-

blemas de saúde. Atualmente

a ANVISA aprova o registro de

cerca de 40 plantas.

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