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A Escrita da Luz O purismo fotográfico de Ilana Caiafa pag 11 Papel fotográfico, ilustrações melancólicas, protestos contra a guerra, vodka e muito mais... 6 63257 55465 9 4 5 8 7 Nº 15 Outubro 2009 R$ 8,90 EDIÇÃO ESPECIAL - FOTOGRAFIA

Revista Deisgn!

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Projeto gráfico e diagramação: Janaina Braga. Direção de arte: Rangel Sales. Trabalho de conclusão da disciplina Diagramação. Senai Cecoteg - BH - MG - Brasil

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A Escrita da LuzO purismo fotográfico de Ilana Caiafa

pag 11

Papel fotográfico, ilustrações melancólicas,protestos contra a guerra, vodka e muito mais...

4 663257 55465

94587

Nº 15Outubro 2009R$ 8,90

EDIÇÃO ESPECIAL - FOTOGRAFIA

Page 2: Revista Deisgn!
Page 3: Revista Deisgn!

nome da sessão | 3

Expediente

A fotografia atribui uma importância fun-

damental para o design. Muitas vezes

constitui o centro de atração visual. Em-

bora seja vista, em alguns casos, apenas

como um elemento ilustativo, a fotogra-

fia possui uma grande carga informativa,

uma vez que faz com que o público se

identifique ou não com determinado pro-

duto ou peça gráfica.

Pag 4Notícias Novidades fotográficas

Pag 6Pré-impressãoCMYK x RGB

Pag 10AcabamentoVerniz. Quando e como utilizar

Pag 14Criação e DesignWhat goes

around, comes

around

Pag 18IlustraçãoA morbidês fofa de Luke Chueh

Pag 22Artigos TécnicosTeoria das Cores

Pag 5Tipografia

Type the Sky

Pag 8Impressão

Como escolher papel

fotográfico

Pag 11Portifólio

Foto-grafia.

Pag 16FotografiaO Retrato

Pag 20Embalagem

Absolut Vodka “No

Label”

Projeto Gráfico, Diagramação e Revisão

Janaina Braga

Coordenação e Supervisão Técnica

Rangel Sales

Tiragem

10 mil exemplares

papel couché fosco 140g e capa em 230g

Impresso por

Futura Express

Page 4: Revista Deisgn!

4 | Notícias Gráficas

Novidades fotográficas

Polaroid lança versão digital da máquina que foi sucesso

nos anos de 70

A PoGo é a versão digital da máquina fotográfica da

marca Polaroid que fez sucesso a partir da década de 70 ao

revelar as imagens logo após captá-las. Com 5 MP, a câmera

tem impressora embutida, permitindo imprimir suas fotos na

hora. Imprime no formato 5x7, em papel termoativo resist-

ente à água e deterioração pelo ambiente. A tecnologia da im-

pressora Zink permite imprimir fotos enviadas por celulares

e outros aparelhos portáteis.

Custa US$ 200.

Portátil, potente e rápida...

A mini impressora fotográfica da Sony, PictureStation DPP-

FP55, permite imprimir fotos em qualquer lugar e em qualquer

momento. É compatível com Memory Stick/SD, pode impri-

mir fotografias de até 7 megapixels em 56 segundos em uma

folha de tamanho B6 (125mm de largura e 176mm de altura)

com qualidade de 300dpi. Pesa um pouco mais de 1 quilo

e possui uma tela de LCD de 2 polegadas. Foi lançada em

junho na Digital World Tokyo.

Custando, então ¥18,000.

Content-Aware Scale (CAS)

Vídeos no YouTube, antes do lançamento da Suíte CS4, já

mostravam o poder da ferramenta Content-Aware Scale.

Como mágica, imagens eram redimensionadas e as dimensões

do objeto principal, permaneciam praticamente intactas.

Para muitos fotógrafos, é o fim da mais pura fotografia. Já

para designers e publicitários, é a flexibilidade que as imagens

precisavam. Não é um feito divino, é apenas o novo recurso

do Adobe Photoshop CS4. A Adobe promete: esse é o futuro

da manipulação de imagens.

Antes

Depois

Page 5: Revista Deisgn!

Type the Sky

Passeando por Barcelona,

Lisa Rienermann, estudante

de Kommunikationsdesign

da universidade alemã Duis-

burg-Essen viu um “Q” lite-

ralmente escrito pelo céu nas

silhuetas dos prédios. “Eu

estava em um tipo do pátio

em Barcelona. Eu olhei para

cima e vi casas, o céu azul e

nuvens. Quanto mais eu olha-

va, eu via que as casas deram

forma a uma letra Q.”.

Este foi o catalizador para o

desenvolvimento de seu pro-

jeto para a disciplina de Tipo-

grafia que acabou como um

livro publicado. A estudante

confessa que houve um míni-

mo de Photoshop para reto-

ques, mas que buscou todo o

alfabeto nos edifícios.

www.l isar ienermann.com

“Quanto mais eu olhava,

eu via que as casas deram

forma a uma letra Q.”

Tipografia | 5

Page 6: Revista Deisgn!

6 | Pré-Impressão

CMYK x RGBAbrir o sistema

interno de gestão de cor, uma

exigência do mercado

Este é um assunto desafiador para ser discutido de âni-

mo leve porque não existe consenso entre a comunidade

dos pré-impressores / impressores / fotógrafos entre aqueles

que defendem trabalhar exclusivamente em RGB e outros

que trabalham em CMYK. Sempre que o assunto é aborda-

do, pode-se garantir uma grande variedade de discussão

relativa aos méritos de cada um dos modos de trabalhar, ou

o saber quando a conversão deve tomar lugar, ou ainda se

será o fotógrafo responsável por isso?

Antes, e muito rapidamente para aqueles que não sabem, o

que é RGB e CMYK? Se fosse fotógrafo, deve estar familiari-

zado com o modo RGB, porque, se tira fotografias, o seu filme

ou a sua impressão em papel fotográfico são feitos de ama-

relo, magenta e ciano (uma espécie de matéria corante) que

absorvem luz do azul (Blue), verde (Green) e vermelho (Red)

do espectro visível ao olho humano. O filme fotográfico en-

tão grava em vermelho, verde e azul. O espaço RGB é muito

grande e largo e inclui muitas das cores visíveis do espectro

estando algumas fora dele. Uma boa foto de uma paisagem

bem tirada e revelada, vai parecer espectacular em papel fo-

tográfico, mas quando se trata de reproduzi-la em impressão,

terá de ser convertida para CMYK.

É aqui que começa o desapontamento porque a gama de cores

possíveis de imprimir em CMYK é muito mais limitada e só

vão aparecer algumas dessas cores originais. Particularmente

as cores da relva verde ou o céu azul vão ter dificuldade em

ficar iguais ao original.

Os fotógrafos fazem esses ajustamentos sempre em RGB,

quando estão a revelar as fotos para serem captadas digital-

mente e quando entregam esse seu trabalho à pré-impressão, o

efeito de conversão passa a ser o problema de outro alguém.

Exceto agora! Estando o fotógrafo, atualmente em mais com-

petência e número (ao menos assim se espera com o tempo

que sim), mais perto desse processo, saberá preparar melhor

Page 7: Revista Deisgn!

Pré-Impressão | 7

as imagens já tendo em vista

o fim a que se destinam. Isto

é importante. Se, como no

caso das câmaras digitais,

estiver trabalhando com

imagens digitais, a conver-

são para CMYK deve ser um

ponto importante a ter sem-

pre presente.

Às vezes fotógrafos argu-

mentam que tudo se origi-

na em modo RGB: os slides,

as fotos reveladas, as ima-

gens ‘scannerizadas’ ou as

fotografadas digitalmente.

Por quê preocupar-se com

o CMYK? A pré-impressão

faz isso. Acho que é uma

visão redutora para um fo-

tógrafo actual e dar essa

responsabilidade só ao pré-

impressor e impressor vai

logo à partida excluir a pos-

sibilidade de ter as imagens

já preparadas conveniente-

mente para esse processo de

transformação com vista à

reprodução em impressão.

Basicamente, o que se ins-

tala e que acaba como um

processo cristalizado, é a

pré-impressão descartar-

se dessa responsabilidade

devido à falta de conheci-

mento de certos fotógrafos,

aceitando todas as ima-

gens já pré-convertidas em

CMYK e no caso de algum

retoque, fazem-no sempre

em CMYK. O problema é

que se o fotógrafo entrega

todo o material preparado

para ser impresso pode-

rá acontecer que este volte

para trás por não obedecer

aos mesmos parâmetros de

conversão definidos pelo

equipamento de alta defini-

ção do pré-impressor.

Por outro lado, entregar todo

o material para ser digitali-

zado e tratado e convertido

na pré-impressão, pode não

ser a melhor opção pelos

custos que isso vai implicar

ao cliente final. Para além do

atraso, tempo requerido, e as

verificações mais ou menos

importantes a fazer durante

esse processo.

Page 8: Revista Deisgn!

Gramatura

Muita gente confunde a

gramatura do papel com es-

pessura. Está certo que em

90% dos casos o papel que

apresenta gramatura maior

tem uma espessura maior

também, mas é incorreto di-

zer que um papel que pesa

300 g/m² é mais ‘grosso’ que

um papel de 270g/m². Gra-

matura quer dizer quantos

gramas uma folha de 1m x 1m

pesa, isso quer dizer o quanto

o papel é “encorpado”.

Um papel de 280 g/m² e um

PapelFotográfico

Quais características devem ser analizadas na

hora de escolher?

8 | Impressão

Page 9: Revista Deisgn!

230g/m² vão ter a espessura

muito parecida, mas o papel

280g/m² vai ser mais resis-

tente, pois suas camadas de

confecção do papel serão

mais densas.

Tecnologia

São dois tipos básicos de fa-

bricação de papel fotográfi-

co: cast coated e microporos

Cast-coated: geralmente

tem gramaturas menores

(90 até 230g/m²) devido à

baixa densidade, só aceitam

tinta corante, com muita

dificuldade para absorver

tinta pigmentada, não têm

a textura de foto, a capaci-

dade de brilho é menor. O

custo desse papel é menor

e provavelmente essa é sua

única vantagem.

Microporos: pode ter em

qualquer gramatura (75g/

m² até 380g/m²) devido à

alta densidade, aceita tinta

corante e pigmentada, mais

parecido com foto analógica

e alta capacidade de brilho.

Mais liberdade em esco-

lhas de acabamentos, aceita

mais tinta no papel (maior

resolução) e a resistencia à

agua é bem maior, até com

tinta corante! Seu custo é

ligeiramente maior, mas a

qualidade é muito superior!

Repleto de vantagens, bom

para quem vende fotos digi-

tais e quer entregar serviço

de qualidade!

Para diferenciar é simples:

geralmente o papel micropo-

ros é liso atrás o cast-coated

é mais rugoso.

Acabamento

Existem muitos tipos de aca-

bamentos: glossy, high-glos-

sy, semi-glossy, soft glossy,

matte, semi-matte, luster,

fosco, ultra-brilhante, brilho,

semi-fosco, acetinado, lustro-

so, satin, brilhoso, canvas...

Muitos desses acabamen-

tos são iguais, apenas tra-

duzidos e ficam divididos

dessa maneira:

Brilhante: tem o acabamen-

to mais comum para fotos,

o que varia nesse tipo é a

quantidade de brilho, geral-

mente os papéis cast-coated

tem acabamento brilho e os

microporos, acabamento

alto-brilho

Semi: tem um acabamento

com brilho difuso, como vi-

dro jateado, bom para por-

ta retratos, pois sua ‘micro

textura’ evita que o papel

cole no vidro, é o ‘fosco de

fotografia’, ainda nessa ca-

tegoria existem os papéis

lustrosos e acetinados.

Fosco: são os papéis geral-

mente mais baratos, o aca-

bamento é como sulfite co-

mum, se tiver alta resolução

fica bom para exposição, pois

a ausência de brilho permite

ver mais detalhes da foto.

Essas nomenclaturas não

seguem um padrão pelos fa-

bricantes, você pode encon-

trar papel matte que era pra

estar na categoria fosco, mas

é da categoria semi. O corre-

to na escolha do papel é ve-

rificar se o papel é parecido

com um que já tenha usa-

do de um fabricante como

Epson, HP e Canon.

Impressão | 9

Page 10: Revista Deisgn!

10 | Acabamento

Verniz:Quando e como utilizar

Atualmente um dos re-

cursos de acabamento mais

utilizados em impressos é

aplicação de verniz. Além de

valorizar visualmente a peça,

a aplicação de verniz garante

maior resistência e durabili-

dade principalmente aque-

las destinadas ao manuseio

intenso, como catálogos ou

que precisem ficar expostas

por um periodo prolongado,

como é o caso de displays e

móbiles. Como existem di-

ferentes tipos de vernizes,

é necessário conhecer cada

um deles e analizar qual o

melhor em função do tipo de

peça e utilização da mesma.

Verniz Off-Set

Tem como característica bá-

sica a proteção contra atri-

tos durante o acabamento

(dobra/manuseio). Oferece

pouco brilho e requer tempo

maior de secagem.

Verniz UV

Oferece alto brilho, similar

a plastificação, confere ca-

racterísticas de maior resis-

tência a peça. Não influencia

nas cores e a secagem por

luz ultra-violeta é rápida.

Podem ser: total ou locali-

zado, com brilho ou fosco,

perolizado em ouro ou pero-

lizado em prata, texturizado

e outros.

Verniz UV-High-Gloss

Tem como caracteristica ser

de brilho intenso, podem ser

total ou localizado.

Verniz a Base D’água

Fornece um bom brilho (in-

termediário entre os dois

anteriores), e proteje contra

atritos. A aplicação é feita “

on-line” e a secagem é bas-

tante rápida, pois utiliza

luz infra-vermelha. É mui-

to importante saber que a

perfeição dos resultados da

aplicação de qualquer tipo

de verniz depende sempre

do papel utilizado. Não é re-

comendada a aplicação em

papeis chamados porosos

(off-set, alta alvura etc).Os

melhores resultados são ob-

tidos em papéis ou cartões

com “coating” como couchê,

supremo, triplex etc.

Laminação BOPP

Fornece à peça publicitária

um efeito especial de sofis-

ticação, podendo ser: fosco,

com brilho, com efeito cas-

ca de ovo (gofrado) ou com

holográfia. Este acabamento

juntamente com sua textura

suave oferece uma imagem

de alta qualidade. Aumen-

tam a resistência ao atrito, e

ainda servem de barreira à

umidade em impressos.

Page 11: Revista Deisgn!

Foto-GrafiaA arte de captar a escrita da luz

Portifólio | 11

Page 12: Revista Deisgn!

A jóvem fotógrafa, Ilana Caiafa,

não reflete nada de inexperiên-

cia em seus variados trabalhos.

Tem uma vocação por retratos,

mas também dedica seus cli-

ques a objetos, em composições

abstratas e a paisagens.

“Fotografia é como o rítmo do co-

ração. Cada um tem o seu. Mas

é sempre tão bonito quando en-

costamos o nosso corpo ao outro

corpo e percebemos as batidas

nos mesmos instantes! E assim

é, também, na fotografia: é belo

quando encontramos uma ima-

gem que está no nosso balanço.

Tudo o que você tem de fazer é

perceber qual é o seu.”

Ela se diz amante de uma foto-

grafia pura. Se recusa a tratar,

editar ou filtrar suas imagens.

“Bem, se fotografar é deixar com

que a luz escreva a sua imagem

livremente, seria hipocrisia mu-

dar esta escrita tão única com

ferramentas como Photoshop ou

outros editores de imagem. Para

mim quando se muda as linhas

dessa escrita a foto-grafia (como o

nome já deixa claro) deixa de sê-

la, pois passa a ser edição.”

www.i lanaca ia fa . com.br

12 | Portifólio

Page 13: Revista Deisgn!

Portifólio | 13

Page 14: Revista Deisgn!

Einstein já dizia que se

uma criança não consegue

entender visualmente uma

teoria, esta teoria é uma por-

caria. Creio que o pessoal da

Big Ant Internacional, quan-

do elaborou a campanha

contra a guerra no Iraque

para a Global Coalition for

Peace, pensou em algo as-

sim. A campanha, conhecida

como “What goes around,

comes around. Stop Iraq

War.” (Tudo que vai, volta.

Pare a Guerra do Iraque.)

foi distribuída pelos postes

de New York e já recebeu

alguns prêmios, inclusive o

Clio Awards deste ano.

As imagens abertas não

causam tanto impacto, mas

quando estão pregadas

num poste...Perceba que

nos cartazes dispensam-se

os depoimentos e imagens

de pessoas mutiladas pela

guerra que já conhecemos

para causar impacto.

What goes around,comes around...

14 | Criação e Design

Page 15: Revista Deisgn!

Criação e Design | 15

Page 16: Revista Deisgn!

A fotografia foi a primei-

ra das técnicas a representar

cientificamente um momen-

to, uma única faceta de um

ser em mutação. Até seu sur-

gimento, tudo que se conhe-

cia era a câmera escura, uma

caixa dotada de uma lente

e no lado oposto a essa um

despolido, vidro opaco no

qual se observa, de cabeça

pra baixo, a imagem enqua-

drada pela lente. Tal apara-

to era usado por cientistas,

feiras de curiosidades e, no

que mais nos interessa, dese-

nhistas e pintores. Estes, que

à época tinham como objeti-

vo uma representação fiel da

realidade, usaram a câmera

escura como um artifício

que possibilitava maior re-

alismo, copiando a imagem

do despolido. Na cópia, po-

rém, sobressai a capacidade

técnica do pintor, bem como

suas escolhas estéticas, per-

mitidas pela liberdade de

O Retrato16 | Fotografia

Page 17: Revista Deisgn!

ignorar detalhes ou partes

inteiras da paisagem refleti-

da, escolher o que se queria

copiar. Atuava-se assim no

plano atemporal da pintura.

E é nesse espaço que atua-

ram os primeiros retratistas

da fotografia. E não era ape-

nas uma questão de estar-se

acostumado a ele, mas tam-

bém das características das

técnicas fotográficas dispo-

níveis (Só se pode especular

sobre as forças ocultas que

relacionam essas duas face-

tas da evolução). As primei-

ras emulsões fotossensíveis

às quais tivemos acesso re-

queriam tempos de exposi-

ção de minutos ou horas. O

que obrigava o fotografado a

posar de maneira mais rígida

até do que a antes requerida

pela pintura, usando apara-

tos e superfícies de apoio,

transformando-se já numa

abstração de si mesmo, uma

personagem imutável. Po-

rém a evolução técnica pas-

sou a permitir tempos de ex-

posição cada vez menores,

dando a oportunidade de

um distanciamento maior

da tradição e da perspectiva

dos pintores. Com o tempo

os olhares conectados foram

descortinando um novo es-

paço, uma nova dimensão.

Descobriram a possibilida-

de de um retrato às avessas,

que não tivesse como único

objetivo mostrar a aparên-

cia ou a beleza do retrata-

do. Um retrato que, fruto

do momento mais presente

que conseguimos imaginar

figurativamente, pudesse

mostrar a essência de seu

retratado, uma persona

normalmente oculta que se

mostra por poucos e raros

instantes. Daí nasce o po-

der místico do fotógrafo, do

trânsito em um espaço que

nos assusta, o espaço desnu-

dante do agora.

Fotografia | 17

Page 18: Revista Deisgn!

O artista americano

Luke Chueh tem um estilo

muito forte e característico.

Suas pinturar são facilmen-

te reconhecidas pelo estilo

característico que inclui sim-

plicidade, cores em tons es-

curos e animais quase sem-

pre em situações sombrias

ou melancólicas.

A escolha por usar animais

como personagens não foi a

toa. Luke acredita que, dessa

forma, pode transcender et-

nia e sexo e não passar uma

mensagem errada, como

poderia acontecer caso uti-

Luke Chueh18 | Ilustração

Page 19: Revista Deisgn!

Toy-art baseado no quadro Possessed (2006)

lizasse humanos. Assim,

ele deixa seu trabalho mais

universal e acessível.

Todos os seus personagens

sempre tem um ar melan-

cólico, fruto de suas frusta-

ções e intolerância que ele

sofreu como uma criança

chinesa-americana.

Luke formou em design

gráfico pela Universidade

Politécnica de California

e logo começou trabalhar

como ilustrador e designer

de guitarras. Hoje é um ar-

tista extremamente ativo,

super conhecido e fazendo

exposições pelo mundo.

Além de ter ilustrado capas

de CD, shapes de skate, ca-

pas de iPod, etc.

The PRISONERAcrylic + Ink on Canvas24” x 36”2005

Guitar GeroAcrylic + Ink on Canvas18” x 24”2008

15 Minutes of ShameAcrylic + Ink on Canvas24” x 30”2007

Ring 7 (Outer - The River of Blood)da coleção Inferno

Acrylic + Ink on Canvas18 x 36 inches

2009

Francisco Goya : Saturn Devours his son(Rabbid Remix)

Acrylic + Ink on Canvas18” x 36”

2008

Ilustração | 19

Page 20: Revista Deisgn!

20 | Embalagem

No começo de junho a

Vodka Absolut divulgou o

lançamento de uma edição

limitada, pensando na co-

munidade LGBT. A edição

“Absolut No Label” traz a

tradicional e famosa gar-

rafa da vodka Absolut sem

rótulos e com um pequeno

triângulo contendo o sím-

bolo do Orgulho LGBT – a

bandeira do arco-íris.

Com o slogan “In an abso-

lut world there are no labels

(Em um mundo perfeito/

absoluto não há rótulos)”,

a marca pretende levantar

a discussão sobre o excesso

de rótulos da comunidade

LGBT, ressaltando a impor-

tância do lado interior de

cada um.

Imidiatamente começaram

a divulgação do site inter-

nacional para a “Absolut No

Label”. A edição deve chegar

em Setembro às lojas brasi-

leiras e ainda não se sabe se

Começa a divulgação de “No Label”, uma edição

limitada davodka Absolut.

Page 21: Revista Deisgn!

Embalagem | 21

haverá uma versão nacional

do site.

Confira abaixo a mensagem

de apresentação, retirada do

site oficial da “Absolut No

Label” e conheça o site em

www.absolut.co.uk/nolabel.

“O Manifesto Sem Rótulo

Pela primeira vez, a VODKA

ABSOLUT ousa encarar o

mundo completamente nua.

Fazemos isso para manifestar a

idéia de que, não importa o que

está por fora, é o interior que

realmente importa. Queremos

apoiar as pessoas que passam

suas vidas sendo rotuladas pe-

los outros. Agora, nós gentil-

mente te convidamos a aderir

nossa idéia, apenas removendo

o rótulo dessa garrafa.

Enfrente seus preconceitos e

faça um mundo mais diversi-

ficado, feliz e de respeito. Des-

carte seus rótulos aqui no blog

No Label no Absolut.com.”

Não é a primeira vez que a

marca suéca demonstra seu

apóio à essa causa social,

anunciada em conferência

de imprensa em 29 de abril

de 2008 e lançada em 05 de

maio do mesmo ano, a Ab-

solut Colors homenageia

os 30 anos de apoio à causa

GLBT no mundo.

A forma de ilustrar sua garra-

fa com as cores do movimen-

to LGBT, orgulhou o criador

da bandeira, Gilber Baker,

salientando não ser a primei-

ra vez que a marca Absolut

apoia movimentos ligados

aos direitos humanos.

Em seu rótulo é possível ler:

“Em um mundo Absolut (ab-

soluto/perfeito) todo mundo

é encorajado a ser o que é.

Esse mundo é mais colorido,

diversificado e respeitoso. Te-

nha orgulho do que você é e

deixe suas cores brilharem. A

Absolut é consumida por pes-

soas orgulhosas desde 1879″.

Já a Diretora Internacional da

marca, a sueca Nina Gillsvick,

diz que a proposta de cobrir

a garrrafa de Absolut com a

bandeira nas cores do arco-

íris “é para que as verdadeiras

cores brilhem nas pessoas”.

Page 22: Revista Deisgn!

As cores são muito impor-

tantes para o desenvolvi-

mento de uma interface

gráfica não só pelo seu va-

lor estético, mas pelo poder

em criar códigos estruturais

e uso estratégico em deter-

minadas situações. Se bem

utilizadas, podem facilitar

o processo de comunicação,

direcionando o olhar do lei-

tor a regiões específicas da

página. Do contrário, pode-

se misturar cores que criam

um ruído entre si ou que di-

ficultam a leitura, devido a

uma diminuição de contras-

te entre texto e fundo, por

exemplo.

Nesse processo de comu-

nicação, e assim como no

desenvolvimento de um

site, diagramação de uma

revista, composição de um

folder, decoração de um am-

biente, questões intuitivas

irão se defrontar com ques-

tões técnicas. Uma não deve

anular a outra, mas se com-

plementar, de modo a afinar

a composição e layout com

o intuito e conteúdo do que

está sendo projetado.

tada no contexto cultural em

que se insere.

Para o designer a interpreta-

ção irá combinar o que está

sendo retratado/criado em

uma composição com as co-

res utilizadas e sua relação.

Esse processo passará pelo

momento em que a cor é

vista somente como um es-

tímulo, até a fase posterior

a sua decodificação, onde

emoções, lembranças e con-

ceitos atribuídos a ela serão

relacionados ao contexto so-

cial e cultural. A cor apresen-

ta uma carga cultural muito

forte e seu significado pode

ser imposto tanto por costu-

mes locais, globais ou pela

própria memória pessoal.

Discorrer sobre cores é

sempre garantia de um de-

bate cheio de controvérsias e

muita discussão. Falar sobre

o uso de cores no design tor-

na-se ainda mais complexo,

devido às questões técnicas e

de uso inerentes a esse meio.

Após ser captada pela visão,

a cor é processada pelo cé-

rebro, formada, quantifica-

da e avaliada, tornando-se

um elemento de significado.

Nessa etapa o cérebro iden-

tifica qual cor é vista e a re-

laciona com experiências an-

teriores para atribuir valores

a cor. Desse modo, pode-se

considerar que os seres hu-

manos têm uma resposta

emocional à cor, fundamen-

Teoria das cores:Arte ou Ciência?

22 | Artigos Técnicos

Page 23: Revista Deisgn!

Morphing - Seu aparelhose tranforma em music player,

câmera e celular

Page 24: Revista Deisgn!

ABSOLUT ABSTRACT.