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A Revista de negócios da Bahia
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Eduardo Kalil fala sobre aimportância da ouvidoria
ENTREVISTAEstudo da Bain & Company mostra osriscos da “bolha imobiliária” no Brasil
MERCADO IMOBILIÁRIO
Edição 19Ano IIIOut/Nov 2013
Tel.: (71) 3288-0227 (71) 3121-7967 / (71) 3484-3565
Cada vez mais, o mercado exige uma
qualidade a preços competitivos. Por isso -
mente em máquinas e equipamentos de ponta,atualizado e sempre pronto para acom-panhar as novas tecnologias, além de
com vasta experiência nos segmentos
São 37 anos de experiência e tradição no
históricas no que diz respeito à impressão , dos tipos móveis à mais atual
tecnologia, tornando-se especializada na produção de revistas, folders, cartões, portfólios, pastas, agendas, cadernos e tantos outros impressos.
37 anos de boa impressão
Tel.: (71) 3288-0227 (71) 3121-7967 / (71) 3484-3565
Cada vez mais, o mercado exige uma
qualidade a preços competitivos. Por isso -
mente em máquinas e equipamentos de ponta,atualizado e sempre pronto para acom-panhar as novas tecnologias, além de
com vasta experiência nos segmentos
São 37 anos de experiência e tradição no
históricas no que diz respeito à impressão , dos tipos móveis à mais atual
tecnologia, tornando-se especializada na produção de revistas, folders, cartões, portfólios, pastas, agendas, cadernos e tantos outros impressos.
37 anos de boa impressão
4 Primeira Página
Caro Leitor,
A última edição de 2013 da Primeira Página está imperdível. Você sabia que uma nova legislação sobre o setor de mineração está sendo preparada em Brasília? Apesar de ter como objetivo modernizar o segmento, a nova lei está longe de ser unanimi-dade. Na matéria de capa desta edição, especialistas falam so-bre as mudanças propostas pelo governo e como elas afetarão as empresas e o meio ambiente.
Outra matéria que você não pode deixar de ler trata de uma suposta “bolha” imobiliária no Brasil. Será que o tom alarmista de alguns especialistas corresponde mesmo à verdade? Confira nas nossas páginas se seus investimentos correm algum risco e conheça o desempenho da indústria da construção neste ano.
Por falar em riscos, algumas empresas estão se tornando cam-peãs de críticas e reclamações nos órgãos de defesa do con-sumidor, e isto acontece, na maioria das vezes, simplesmente por elas ignorarem ou não conseguirem resolver problemas de comunicação com os clientes. Uma maneira de evitar esse pro-blema é a implantação de uma ouvidoria. Na entrevista desta edição, a Primeira Página ouviu o especialista Eduardo Kalil sobre a importância da ouvidoria, suas atribuições e como im-plementá-la numa empresa.
Esta edição traz também as notícias mais recentes sobre inves-timentos e inovações na Bahia, com destaque para o aniversá-rio do Parque Tecnológico, a chegada de um supercomputador ao Senai/Cimatec, a implantação de uma nova universidade federal no interior do estado, as novas linhas de crédito da De-senbahia, as obras de mobilidade urbana na capital e as mais recentes oportunidades de franquias.
Bem, como as férias de fim de ano estão batendo à porta e nin-guém é de ferro, apresentamos ótimas dicas para uma viagem de turismo. Desta vez, falamos sobre as atrações de Jacobina (BA) e do festival “Natal Luz”, em Gramado (RS).
Boa leitura!
EDITORIAL
Marivaldo Teixeira Diretor
5Primeira Página
18 24
08
Conflitos marcam as discussões sobre o novo Código de Mineração
Parque Tecnológico atrai 26 empresas em um ano de atividade
Eduardo Kalil falasobre como implantar uma ouvidoria e atuar nessa área
SUMÁRIO
Investimentosmelhoram trânsito da capital baiana
34
32 Setor de fertilizan-tes deve receberUS$ 13 bi eminvestimentos
12 Construção civil desacelera ecresce apenas 2,5% em 2013
Maior problema de Salvador é amobilidade, diz pesquisa
36 38 Jonny Motorcycles investe R$ 20 mi-lhões na Bahia
Fique calmo.Não existe "bolha imobiliária" no Brasil
14
6 Primeira Página
EXPEDIENTE
Revista bimestral, com distribuição dirigida ao meio empresarial e industrial
dos estados da Bahia e de Sergipe
Ano I I I, Nº 19 | outubro / novembro | 2013
DIRETORMarivaldo TeixeiraDEPTO. JURÍDICO
Marcos Antônio da C. PintoGERENTE FINANCEIRASonia Mª. Cunha Teixeira GERENTE COMERCIAL
Viviane TeixeiraGERENTE DE MARKETING
Eliza TeixeiraGERENTE ADMINISTRATIVA
Soraya Teixeira Pinto JORNALISTA RESPONSÁVELJan Penalva (DRT/BA 3672)
REPÓRTERIgor Leonardo (DRT/BA 3449)
COLABORADORESDaniela Camardelli Villa Flor
Domingos LeonelliAntônio Rosevaldo Pereira
PROJETO GRÁFICOGanesh BrandingDIAGRAMAÇÃO
Renato SouzaREVISÃO DE TEXTOS
Rita CanárioREVISÃO GERAL
Solon Cruz (DRT/BA 393) FOTO
Rômulo PortelaDEPTO. DE CIRCULAÇÃOJean Fabian Alves Silva
WEB DESIGNERAntonio Carlos da S. Sales
IMPRESSÃOJacográfica Serv. Gráficos Ltda.
CNPJ: 34.248.187/0001-69
A Revista Primeira Página é uma publicação bimestral, de propriedade daJacográfica Serviços Gráficos Ltda. Conceitos e opiniões emitidos em artigos
assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores.
Próxima edição: fevereiro 2014Para receber gratuitamente a revista Primeira Página, envie e-mail com o seu
endereço para [email protected]
Tel.: (71) 3288-0227 / (71) [email protected] | [email protected]
Av. Brigadeiro Mário Epinghaus, 33, Centro, Lauro de Freitas - Bahia. CEP 42.700-000
7Primeira Página
Os dados de desempenho das quatro companhias aéreas integrantes
da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) – AVIANCA,
AZUL, GOL e TAM –, registrados no mês de setembro, revelam a esta-
bilidade do ritmo de expansão que vem marcando o setor de aviação
ao longo de 2013. A oferta total de transporte aéreo no período somou
9,3 bilhões de ASKs (assentos-quilômetros oferecidos), uma retração
de 5% em relação aos 9,7 bilhões de agosto. A demanda, por sua vez,
foi de 7,1 bilhões de RPKs (passageiros-quilômetros pagos), 1% abaixo
dos 7,2 bilhões de agosto.
Grande Hotel de Itaparica é reinauguradoNos últimos sete anos, a
Bahia ganhou 27 grandes
empreendimentos hoteleiros,
o que representa um aporte
privado de mais de R$ 1 bilhão
e a geração de 4,5 mil empregos
em diversas regiões do Estado.
A última unidade hoteleira
inaugurada foi o Grande Hotel
Itaparica, que retomou as
atividades em outubro. Foram
investidos no hotel – que gerou
135 empregos diretos – cerca de
R$ 20 milhões.
Basf inovaA divisão de novos negócios da Basf fechou um acordo com a Fundação Holandesa de Tecnologia (STW), com a Delft University of Technology e com a Universidade de Amsterdam para licenças das patentes básicas de material magnetocalórico, da família do ferro manganês. Sistemas de refrigeração com base nesse novo grupo de material permitem o resfriamento mais eficiente em geladeiras e aparelhos de ar-condicionado, e são destinados a substituir a tecnologia de compressão convencional. A Basf vai vender seu material magnetocalórico sob a marca “Quice”.
Décimo terceiro salário injeta R$ 143 bi na economiaAté dezembro de 2013 devem ser injetados na economia brasileira pouco mais de R$ 143 bilhões, em decorrência do pagamento do 13º salário. Este montante representa aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do País e será pago aos trabalhadores do mercado formal, aos beneficiários da Previdência Social, aos aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados. Cerca de 82,3 milhões de brasileiros serão beneficiados com um rendimento adicional de R$ 1.663,87, em média, segundo estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
Aviação estagnada
Venda de veículoscresce 6,6% em outubroA venda de veículos cresceu 6,6% em outubro, com comercialização de 330.203 unidades, segundo dados divulgados pela Associa-ção Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na comparação com outubro do ano passado, houve queda de 3,3%. No acumulado do ano foi registrada uma queda de 0,7%. De janeiro a outubro foram licencia-das 3.110.558 unidades, enquanto no mesmo período de 2012 o número de licenciamentos chegou a 3.130.944.
Notícias veiculadas no site www.revistaprimeirapagina.com.br
Mande suas sugestões e comentários para [email protected]
BRASIL | CURTAS ONLINE
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@rprimeirapagina
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ilva/
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8 Primeira Página
A ouvidoria como aliada na fidelização de clientes
ENTREVISTA
Mestre em Administração de Empresas com MBA em Finanças, Eduardo Kalil tem mais de 20 anos de experiência profissional. Já atuou em gestão de pessoas, ouvidoria, modelo de negó-cios, CRM, planejamento estratégico, gestão de riscos, tecnologia da informação e agências de varejo. Recentemente lançou o livro Como implantar ouvidoria e atuar nessa área, pela Trevi-san Editora. Nesta entrevista exclusiva à Primeira Página, ele fala da importância da ouvidoria em uma empresa.
Foto
: D
ivul
gaçã
oPrimeira Página – Qual o principal objetivo da ouvi-doria em uma empresa?Eduardo Kakil – Assegurar que
todo e qualquer atendimento ao
cliente, principalmente a comer-
cialização de produtos e serviços,
seja realizado de acordo com as
leis aplicáveis, a oferta realizada
pela empresa e as normas inter-
nas e políticas da organização, vi-
sando a satisfação e retenção do
cliente e contribuindo para o cres-
cimento sustentável da organi-
zação. Para tanto, ela deve atuar
reativamente, atendendo às recla-
mações dos clientes e, preventiva-
mente, sugerindo melhorias.
PP – Qualquer empresa pode ou deve montar uma ouvidoria?EK – Quando falamos em ouvido-
ria, estamos nos referindo a uma
segunda instância para tratamen-
to das reclamações, ou seja, pri-
meiramente o cliente reclama em
uma Central de Atendimento ou
Serviço de Atendimento ao Con-
sumidor, recebe uma resposta
9Primeira Página
PP – No Brasil, o senhor acha que as empresas têm as melhores práticas em ouvidoria?EK – Quanto mais a empresa
cumprir a oferta, o acordo cele-
brado, o contrato e a legislação,
garantindo a satisfação do cliente,
menor será a necessidade de se
ter ouvidoria nas empresas. O ide-
al é que nem houvesse ouvidoria.
Por isso, prefiro falar em melho-
res práticas na comercialização e
no atendimento aos clientes, cam-
po em que o Brasil tem evoluído,
mas tem muito ainda a evoluir.
PP – Já existe uma legisla-ção específica para a área de ouvidoria?EK – O que existem são resolu-
ções governamentais que deter-
minam a implantação de ouvi-
doria em alguns segmentos da
economia, tais como instituições
financeiras, sociedades segurado-
ras, entidades abertas de previ-
dência complementar, sociedades
de capitalização e operadoras de
planos privados de assistência à
saúde.
PP – Quais são as diretrizes que as empresas devem ter para decidir pela implanta-ção de uma ouvidoria?EK – De maneira geral, penso
que grandes empresas de varejo
prestadoras de serviços devem
implantar ouvidoria, atuando
em segunda instância. Em pri-
meira instância, as demais em-
presas precisam identificar quais
são as principais reclamações
dos clientes e usuários, com o
objetivo de melhorar a presta-
ção de seus serviços. Vale lem-
brar que é sempre importante ter
uma área dentro da empresa que
receba as reclamações dos clien-
tes, evitando que eles se dirijam
a órgãos externos, como Procon,
órgãos reguladores ou até mes-
mo à justiça. O próprio empre-
sário ou os principais dirigentes
podem decidir se devem ou não
implantar uma área de atendi-
mento a reclamações em uma ou
duas instâncias.
PP – Quais são os desafios e as oportunidades que a área de ouvidoria encon-tra atualmente no Brasil? EK – Os desafios são vários, mas
posso citar dois: O primeiro é
encontrar profissionais que real-
mente saibam como conciliar os
interesses da empresa com os dos
clientes, havendo poucos cursos
para formação de ouvidores. O
segundo consiste no fato de que,
uma vez implantadas as ouvido-
rias nas empresas, deve-se fazer
com que as demais áreas deem a
devida importância à ouvidoria,
não tomando as reclamações dos
clientes como uma crítica pesso-
al ao trabalho desenvolvido, mas
sim como oportunidade para me-
lhorar cada vez mais a prestação
dos serviços, inclusive quando
recebem sugestões de melhorias
pela ouvidoria. As oportunida-
des são grandes, pois cada vez
mais os empresários veem a ne-
cessidade de atuar com foco no
cliente, para fidelizá-lo, e a ouvi-
doria pode ser uma importante
aliada.
e, se não ficar satisfeito, recorre
à ouvidoria. Assim, eu entendo
que ouvidoria atuando em segun-
da instância deve ser implanta-
da apenas em grandes empresas
prestadoras de serviços. Nada im-
pede, porém, que uma empresa
de pequeno ou médio porte im-
plante uma ouvidoria atuando em
primeira instância de reclamação.
PP – Qual seria o primeiro passo para um empresário que está pensando em im-plantar uma ouvidoria na sua empresa?EK – O primeiro passo é pensar
em uma equipe com profissionais
de perfil adequado para atender
o cliente, tratar suas reclamações
e garantir autonomia e indepen-
dência à ouvidoria, para que ela
possa atingir sua finalidade, seja
tratando da reclamação ou suge-
rindo melhorias nos processos da
empresa.
PP – Diferentes situações envolvem clientes e empre-sas todos os dias. Como a ouvidoria pode ajudar nes-se processo?EK – Identificando as principais
causas dessas reclamações e su-
gerindo melhorias nos produtos,
serviços e processos, para que a
empresa aprimore a qualidade
dos serviços prestados aos seus
clientes, elevando o nível de sa-
tisfação e alavancando os resul-
tados, a fim de garantir a susten-
tabilidade dos negócios. Assim, a
empresa poderá ser reconhecida
pelo respeito ao cliente e pela atu-
ação ética.
10 Primeira Página
RENOVAÇÃO
Odebrecht dá início às obras de requalificação da Barra
A construtora baiana Odebrecht
já iniciou a reforma da Barra, que
faz parte do projeto de requalifi-
cação da orla da capital baiana. A
empresa foi a vencedora de uma
licitação em que participaram
outros três grupos e a decisão da
Prefeitura de Salvador se baseou
em quesitos técnicos e financei-
ros. A obra está orçada em R$
57,7 milhões e a primeira etapa,
que vai do Porto ao Barra Center,
deve ficar pronta antes do carna-
val de 2014.
Metade dos recursos investidos
vem da própria Prefeitura de Sal-
vador. A outra parte vem do gover-
no federal, através do Ministério
do Turismo. A reforma completa
deve ficar pronta até a Copa do
Mundo. “Mais de 250 empregos
diretos estão sendo gerados so-
mente com a obra de requalifi-
cação da Barra”, afirma o enge-
nheiro responsável da Odebrecht,
Henrique Paixão, em entrevista à
Primeira Página.
A nova orla da Barra vai se trans-
formar em uma espécie de praça.
O acesso de carros no trecho da
obra ficará permanentemente res-
trito a moradores. O piso especial
que será implantado vai nivelar
rua e calçada, de forma que pe-
destres e veículos compartilhem o
mesmo espaço.
Próximas etapasA segunda etapa da obra atingirá a
Avenida Sete de Setembro – do Farol
da Barra ao Forte Santa Maria – e
a terceira parte, as ruas Barão de
Sergy e Barão de Itapuã, com início
previsto para novembro. O projeto
pretende ainda fazer a revisão e o
eventual redimensionamento de re-
des existentes, com aterramento das
linhas de energia elétrica e telefo-
nia, através do sistema subterrâneo.
Além disso, a região da Barra vai ga-
nhar novo paisagismo, iluminação
cênica, sinalização visual e turística.
Com o modelo, que já existe em ci-
dades dos Estados Unidos e da Eu-
ropa, a velocidade dos veículos será
de apenas 20 quilômetros por hora.
Maquete da orla da Barra. A obra começou no final do mês de setembro
11Primeira Página
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12 Primeira Página
CONSTRUÇÃO CIVIL
Setor decepciona e crescerá apenas 2,5% em 2013
A indústria brasileira de construção civil não conseguiu retomar o fôlego. Depois de um fra-co crescimento em 2012, com expansão de apenas 1,4%, a expectativa era de uma grande aceleração em 2013. No início do ano a Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção (Abramat) chegou a falar em um crescimento de 4,5%. A expectativa agora é bem mais modesta: 2,5%. Além disso, a intenção de investimentos da indústria caiu de 74% em agosto para 67% em setembro.
A queda nas intenções de investi-
mento ocorre em face da incerteza
sobre a continuidade da política
federal de desoneração do IPI para
o setor da construção. Também
há dúvidas sobre a velocidade de
recuperação das vendas para o
segmento da infraestrutura, que
estiveram bastante deprimidas em
2012 e neste ano.
Apesar dos números desanima-
dores em 2013, a Associação do
setor acredita que 2014 será um
ano muito melhor. “As vendas
aumentarão de 4% a 5% no pró-
ximo ano. A previsão considera
que a política atual de apoio à in-
dústria de material de construção,
que é um dos principais induto-
res do Produto Interno Bruto, terá
13Primeira Página
continuidade”, afirma à Primeira
Página o presidente da Abramat,
Walter Cover.
Em outubro, o gestor se reuniu
com o secretário de Política Eco-
nômica do Ministério da Fazenda,
Márcio Holland, a fim de discu-
tirem o impacto das medidas de
estímulo para o setor, beneficia-
do pelos programas habitacionais
do governo federal, pelo estímulo
ao crédito e por impostos reduzi-
dos. A entidade pede a inclusão
de pregos, grampos e produtos de
aço na relação de itens que pa-
gam IPI menor.
Para o presidente da Abramat, a
linha de crédito Construcard, da
Caixa Econômica Federal, tem
ajudado a impulsionar as ven-
das. “O programa deverá encerrar
o ano emprestando R$ 6 bilhões
para a compra de material de
construção. Além disso, o aumen-
to da renda e a manutenção do ní-
vel de emprego contribuem para o
otimismo do setor”, diz.
EmpregoEm setembro, o emprego na cons-
trução civil cresceu 1,03% em
todo o País, na comparação com
o mês anterior, com a abertura de
mais de 36 mil vagas. O desempe-
nho é 2,6 vezes superior ao que
foi apresentado em setembro de
2012, quando o setor registrou
13,7 mil contratações. Entre ja-
neiro e setembro deste ano, no
entanto, 174,1 mil trabalhadores
foram contratados, ante 247,9 mil
no mesmo período do ano passa-
do, o que representa uma retração
de 29,78%.
“Isso mostra que o setor está de-
sacelerando. Ainda é cedo para
falar, mas com os números de se-
tembro, pode ser que esteja ocor-
rendo a evolução desse ciclo e que
um novo ciclo de aceleração esteja
se reiniciando”, disse a coordena-
dora de projetos da Fundação Ge-
túlio Vargas (FGV), Ana Castelo, à
Agência Brasil. O levantamento,
feito em parceria com a FGV, foi
divulgado em outubro pelo Sindi-
cato da Indústria da Construção
Civil do Estado de São Paulo (Sin-
dusCon-SP).
Segundo Ana Castelo, o aumento
considerável em setembro, em re-
lação ao mesmo mês do ano an-
terior, se deve principalmente ao
fato de que a base de comparação
foi muito baixa. “O setor da cons-
trução cresceu muito, num ritmo
muito forte, até 2011, com auge em
2010. Em 2012, o ritmo de cresci-
mento do setor começou a desa-
celerar porque as obras orçadas
e vendidas até 2010 começaram a
ser entregues. Também em 2012,
principalmente no segundo se-
mestre, o ritmo de contratação das
empresas reduziu bastante. Então,
estamos comparando com uma
base mais baixa”, explicou.
Ao final de setembro, o setor em-
pregava 3,547 milhões de traba-
lhadores com carteira assinada em
todo o País. Este número supera o
recorde anterior, de setembro de
2012, que apontou 3,525 milhões
de trabalhadores com carteira as-
sinada.
Em setembro, o emprego na
construção civil cresceu 1,03% em
todo o País, na comparação com o mês anterior, com a abertura de mais de
36 mil vagas
Foto
: D
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gaçã
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Foto
: D
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Walter Cover, presidente da Abramat
Márcio Holland, secretário do Ministério da Fazenda
14 Primeira Página
Existe “bolha imobiliária”no Brasil?Bastou visitar um feirão imobiliário para o empresário Livison Dantas, 33 anos, aproveitar as facilidades do financiamento e adquirir um imóvel próprio. Para ele, o preço reduzido e as facilidades de pagamento foram fundamentais na decisão pela compra. Dantas, na verdade, é um dos três milhões de brasileiros que compraram a casa própria nos últimos dois anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O imóvel estava numa campanha promocional com quase R$ 56 mil de desconto. E também pela localização, que está valorizando bastante, decidi comprá-lo”, explicou o empresário, que há cinco meses fazia pesquisa de preços.
Esta oscilação de preços apontada
por Livison é uma das principais ra-
zões para que alguns economistas
cogitem a existência de uma bolha
imobiliária no Brasil. Em algumas
capitais, o preço dos imóveis mais
do que dobrou nos últimos cinco
anos. Dados da Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas (FIPE)
apontam que, de 2008 a 2013, os
imóveis no Rio de Janeiro, por
exemplo, tiveram uma valorização
de 225%. Em São Paulo, de 185%
e no Distrito Federal, de 115%. Nú-
meros alarmantes em um mercado
cada vez mais crescente no Brasil,
mas que não acompanhou a renda
do brasileiro.
Um dos especialistas que apontam
a existência da bolha é o vencedor
Foto
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com
MERCADO IMOBILIÁRIO
15Primeira Página
o que ocupa a menor percentagem
no PIB com o crédito imobiliário
(6%) e também o que tem o me-
nor risco de uma crise imobiliária,
já que nos países afetados mais de
75% dos imóveis são financiados,
enquanto que por aqui este percen-
tual não chega a 65%, que seria o
limite seguro para o Brasil.
Consumidor X CriseOutro ponto estudado pela Bain &
Company foi o comportamento do
tomador de crédito imobiliário em
tempos de crise. Em situações nor-
mais, o financiamento de imóveis
é o produto de crédito que apre-
senta a menor taxa de inadimplên-
cia. Dados da Caixa Econômica
Federal, banco que concentra mais
de 70% dos créditos imobiliários
no Brasil, mostram que a taxa de
inadimplência é de apenas 1,5%.
E assim acontece também com os
outros bancos.
A pesquisa mostra que os baixos
índices de inadimplência apre-
sentados no Brasil pelos produ-
tos de crédito imobiliário são
consequência das mudanças es-
truturais pelas quais o setor tem
passado na última década. Em
primeiro lugar, a criação, em 2001,
da Empresa Gestora de Ativos
(Emgea). Depois, a instituição da
Lei da Alienação Fiduciária de
2004, que vincula o imóvel ao con-
trato de empréstimo e, por isso, dá
maior capacidade de credores re-
cuperarem bens inadimplentes, o
que até então era impossível.
“A explicação para a baixa inadim-
plência são regras rigorosas prati-
cadas na originação do crédito,
sustentada em um sistema de aná-
lise de risco bastante sofisticado,
associado ao rigor na análise da
documentação comprobatória de
renda, de endividamento fami-
liar, cadastral e da avaliação do
imóvel”, diz o diretor de Habita-
ção da Caixa Econômica Federal,
Teotônio Rezende, em entrevista à
Primeira Página.
Sobre uma possível estagnação do
do Prêmio Nobel de Economia de
2013, Robert Shiller. Mas, contradi-
zendo as conclusões de Shiller, uma
pesquisa da Bain & Company Con-
sultoria mostra que, além da osci-
lação de preços, outros fatores são
fundamentais para se analisar a real
existência deste fenômeno no País.
No estudo “Risco de bolha ou mo-
tor de crescimento?”, divulgada
em outubro deste ano, o alto com-
prometimento da renda e a recente
elevação acelerada dos valores dos
imóveis em relação à receita das
famílias no Brasil sugere atenção
à evolução dos indicadores. Desde
2005, o endividamento total das
famílias brasileiras mais do que
duplicou e o comprometimento da
renda familiar superou a faixa dos
20% em 2011, apesar das quedas
nas taxas de juros, da ampliação
dos prazos e do crescimento da
receita.
Mas, mesmo com a grande deman-
da e liberação de crédito, o País
ainda não está em estado de alerta
para os riscos de uma “bolha imo-
biliária”. O estudo fez um compara-
tivo com diversos países, a exemplo
de Alemanha, Canadá, Espanha,
Estados Unidos, Irlanda, Portugal
e Reino Unido. Desses, o Brasil é
O Brasil ainda não está em estado de alerta para
os riscos de uma 'bolha imobiliária'
Foto
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O percentual de imóveis financiados no Brasil não chega a 65%
16 Primeira Página
setor, Teotônio afirma que o défi-
cit habitacional no Brasil é grande
e que o número de famílias tem
aumentado. “O Brasil possui um
déficit habitacional em torno de
sete milhões de unidades, enquan-
to que o número de novas famílias
tem crescido num percentual bas-
tante superior ao do crescimento
populacional”, completa.
Em um cenário de crise, entretanto,
o desempenho do crédito imobiliá-
rio pode apresentar comportamen-
to diferente. Nos Estados Unidos,
por exemplo, o crédito imobiliário
também apresentava índices bai-
xos de inadimplência (em compa-
ração com o de crédito para veícu-
los). Porém, durante a crise, essa
taxa sofreu grande crescimento e o
setor passou a apresentar as maio-
res taxas de inadimplência dentre
todos os produtos de crédito, che-
gando a 15% no total.
A pesquisa também aponta que
no Brasil os contratos de crédito
imobiliário são tipicamente sem
recurso, quando o cliente devol-
ve as chaves e não é obrigado a
reparar qualquer eventual perda
incorrida pelo financiador, o que
poderia levar a uma maior ten-
dência à inadimplência estratégi-
ca. Por outro lado, hoje se estima
que 90% dos imóveis financiados
sejam para a casa própria destina-
da à moradia, o que indica que o
tomador teria uma inadimplência
menor que no caso de um segun-
do imóvel ou investimento.
E a “bolha”, existe no Brasil?As métricas analisadas pela Bain
& Company não indicam formação
de “bolha imobiliária” no Brasil. Os
principais pontos de atenção são o
nível atual de comprometimento
de renda, que vem se aproximando
de uma zona mais crítica, e a valo-
rização dos imóveis, cujos preços
cresceram com o dobro da veloci-
dade do crescimento da renda fa-
miliar. Mesmo assim, a dimensão
da “bolha” que poderia se formar
ainda seria pequena, dado o peso
relativamente baixo do preço dos
imóveis, quando comparado com
a renda anual familiar e a baixa
penetração de crédito imobiliário
como percentual do PIB.
Dentre todos os países estudados
pela consultoria, uma caracterís-
tica comum aos que mais sofre-
ram com a crise imobiliária ficou
perceptível: a expectativa irreal de
valorização contínua dos imóveis.
Esta crença leva as pessoas a in-
vestirem cegamente no mercado
imobiliário, forçando um aumento
ainda mais especulativo dos pre-
ços e a criação de uma perigosa
“bolha imobiliária”, pois desco-
la os preços dos fundamentos da
oferta e da demanda. Para o Brasil,
a principal conclusão da pesquisa
é que não há e nem está se for-
mando uma “bolha imobiliária”.
Por outro lado, existem indicado-
res críticos no País que merecem
ser avaliados e acompanhados,
a fim de que se possa identificar
prematuramente uma formação de
“bolha”, como o percentual médio
do valor do imóvel financiado an-
tes da crise, as condições e a pene-
tração de crédito imobiliário como
percentual do PIB e o comprometi-
mento de renda familiar, já que, se
a inadimplência começa a subir, a
“bolha” terá estourado e será tar-
de demais. Fo
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18 Primeira Página
Parque Tecnológico completa um ano atraindo cada vez mais empresas
INOVAÇÃO I
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O Parque Tecnológico da Bahia completou em setembro um ano de vida. O espaço já conta com 26 empresas e instituições no Tecno-centro (primeiro prédio construí-do), empregando 450 pessoas. Até o mês de dezembro, mais 13 em-presas devem se instalar no local. O interesse das companhias não é por acaso. O Parque baiano é con-siderado pelos especialistas um dos 13 melhores do Brasil.
“Este é o primeiro parque total-mente estruturado no Norte e Nor-deste, seja do ponto de vista cien-tífico ou pela estruturação física. Com apenas um ano de implan-tação, já contamos com empresas como IBM, Imbra e Portugal Tele-com, que são multinacionais, e ou-
tras empresas incubadas. Isso nos dá uma variação grande, além de incorporar conhecimento científi-co produzido aqui na Bahia”, afir-ma à Primeira Página o secretário de Ciência, Tecnologia e Informa-ção da Bahia, Paulo Câmera.
O coordenador de serviços da Softwell Solutions (uma das empresas instaladas no local), Adriano Barbosa, concorda. “Per-cebemos um fortalecimento do mercado de tecnologia na Bahia e conseguimos unir empresas baia-nas com empresas internacionais. Isso nos confere um conhecimen-to maior e uma visibilidade muito grande”, diz.
Segundo o secretário Paulo Câmera,
a próxima etapa do Parque con-templa a implantação do com-plexo de equipamentos dina-mizadores, com laboratórios compartilhados voltados princi-palmente para as áreas de biotec-nologia e saúde. Ele enfatiza que o grande foco é a biotecnologia na área de saúde.
“Nós já temos a Bahiafarma, fa-zendo uma grande fábrica de medicamentos voltados para con-sumo da comunidade carente, e agora estamos trazendo uma em-presa cubana e um centro de bio-tecnologia. Tudo isso gera um pro-cesso de transformação que pode nos colocar nos próximos dez anos na ponta de algumas pesqui-sas nacionais”, empolga-se.
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20 Primeira Página
Bahia ganha computador mais potente da América do Sul
INOVAÇÃO II
A Bahia ganhará em janeiro dois supercomputadores. Um deles, com capacidade para realizar de 300 a 400 trilhões de operações por segundo (TFlops), é considera-do o computador mais potente da América do Sul. Os equipamentos integrarão o Centro de Supercom-putação para Inovação Industrial do Senai.
“Os supercomputadores intro-duzirão a Bahia no universo das chamadas pesquisas em compu-tação de alto desempenho (HPC), permitindo o desenvolvimento de competências nas mais modernas técnicas de modelagem compu-tacional, transformadoras da pro-dutividade industrial”, explicou o presidente da Federação das In-
dústrias do Estado da Bahia, José Mascarenhas, durante o anúncio das aquisições.
Segundo Mascarenhas, o super-computador será utilizado ainda nas áreas de eletrônica computa-cional; na indústria automobilísti-ca, com a otimização de projetos mecânicos e térmicos, além da si-mulação de impactos de acidentes; e na indústria farmacêutica, onde pesquisará formulações químicas de novos produtos.
O principal computador – consi-derado o mais potente da Améri-ca do Sul – está sendo implanta-do pelo Senai em parceria com a companhia de óleo e gás BG Bra-sil. O equipamento, que demanda
investimentos superiores a R$ 70 milhões, foi submetido à aprova-ção da Agência Nacional do Petró-leo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “O supercomputador resul-tará em um centro de excelência em imageamento sísmico e mode-lagem de nível internacional, con-tribuindo significativamente para o desenvolvimento de estudos em campos complexos de óleo e gás, como os do pré-sal”, afirma o pre-sidente da BG Brasil, Nelson Silva.
O projeto vai priorizar o estudo e aprimoramento da tecnologia Full Waveform Inversion (FWI), para o processamento de dados sísmicos 3D e 4D de dimensões industriais, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
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22 Primeira Página
QUALIFICAÇÃO
Bahia ganha nova Universidade Federal
Serão 12 cursos de Bacharelados
Interdisciplinares em quatro gran-
des áreas de conhecimento: Artes,
Humanidades, Saúde e Ciência
& Tecnologia, além de cinco Li-
Mais de dez mil vagas serão oferecidas na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), ins-tituição que foi aprovada pela presidente Dilma Rousseff em junho deste ano e terá sede no município de Itabuna. O planejado é que a UFSB inicie as atividades no segundo semestre de 2104, atingindo 18 mil vagas até 2020.
cenciaturas Interdisciplinares em
Ciências da Natureza, Ciências
Humanas e Sociais, Matemática,
Computação e Tecnologias, Lin-
guagens e Códigos. A nova univer-
sidade contará ainda com 15 cur-
sos superiores tecnológicos, 30 de
graduação profissionalizante, 10
residências, 19 mestrados e nove
doutorados.
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A UFSB iniciará as atividades no segundo semestre de 2014
23Primeira Página
Em cerimônia realizada no dia
20 de setembro, o governador Ja-
ques Wagner empossou o Conse-
lho Universitário Matriz, que tem
como reitor Naomar de Almeida
Filho, para a implantação da Ins-
tituição. “A UFSB foi concedida a
partir de uma análise muito cui-
dadosa do contexto econômico e
cultural da região. Nós avaliamos
a situação do ensino básico e
encontramos uma grande carên-
cia de educação superior públi-
ca em todos os territórios do Sul
da Bahia. Em seguida, visitamos
quase todos os municípios e ter-
minamos construindo um projeto
capaz de priorizar a juventude da
região”, afirma Naomar à Primei-
ra Página.
A implantação da nova univer-
sidade vai gerar 1200 empregos
diretos, sendo 617 docentes de
carreira de magistério superior,
242 servidores de nível superior e
381 funcionários federais técnico-
-administrativos em Educação.
A massa salarial total vinculada
ao orçamento da União será de
aproximadamente R$ 90 milhões
por ano. Somente para o custeio
da instalação, R$ 30 milhões se-
rão investidos. O impacto eco-
nômico pode ser ainda acrescido
dos investimentos previstos em
construção civil, equipamentos e
instalações, estimados em R$ 200
milhões, ao longo de cinco anos.
Diferenciais O Plano Orientador da UFSB foi
elaborado a partir de audiências
públicas, seminários acadêmicos e
oficinas de trabalho, além de visi-
tas técnicas a todos os municípios
da região. De acordo com o Plano,
a UFSB terá como eixos institucio-
nais: excelência acadêmica; plura-
lidade pedagógica e flexibilidade,
com diversidade metodológica e
de áreas de formação; interface
sistêmica com a Educação Básica;
articulação interinstitucional na
oferta de educação superior públi-
ca na região; ampliação do aces-
so com inclusão social; eficiência
com uso otimizado de recursos
públicos; sustentabilidade e im-
pacto no desenvolvimento econô-
mico, social e humano da região.
“O desenho curricular adotado
reproduz os modelos mais avan-
çados de ensino universitário,
tomando como base o conceito
de Colégios Universitários. Este é
um sistema adotado pelo Canadá,
Estados Unidos, Alemanha e até
mesmo Cuba”, completa Naomar.
Entre as novidades está o regime
letivo quadrimestral, com a otimi-
zação de equipamentos, instala-
ções, recursos financeiros e gestão
de pessoas e carreiras, além da
arquitetura curricular organizada
em Ciclos de Formação, com mo-
dularidade progressiva, mas que
oferece certificações independen-
tes a cada ciclo.
O ingresso se dará através dos Ba-
charelados Interdisciplinares (BI),
diretamente por meio de seleção
geral via ENEM/SiSU ou através
da Rede de Colégios Universitá-
rios (CUNI) instalados em esco-
las públicas dos 36 municípios de
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24 Primeira Página
MINERAÇÃO
Considerado pelo governo federal como um novo marco da mineração brasileira, a proposta do novo Código de Mineração tem gerado discussões entre parlamentares, ambientalistas, representantes das mineradoras e Ministério Público Federal.
Conflitos marcam as discussões sobre o novo Código de Mineração
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Unidade de mineração industrial do níquel em Itagibá (BA) – Mineração Mirabela do Brasil, inaugurada em 2009
25Primeira Página
por ser um projeto de lei que vai
ao Congresso Nacional, que é a
casa das discussões dos temas
nacionais. Isso é de grande im-
portância. Em segundo lugar, é
importante frisar que temas que o
Ibram debateu durante todo esse
tempo com o governo estão con-
templados, como a segurança ju-
rídica, atratividade e respeito aos
contratos”, disse Coura.
Retrocesso ambientalDe acordo com o procurador da
República Darlan Dias, coordena-
dor do grupo de trabalho da mine-
ração no Ministério Público Fede-
ral (MPF), há questões positivas e
negativas no projeto e o governo
precisa estar atento ao papel fisca-
lizador do Departamento Nacional
de Produção Mineral (DNPM).
“Na nossa visão, o projeto de lei
faz com que o DNPM cumpra me-
lhor a sua missão de fomento e re-
gulamentação da atividade. Além
disso, a substituição de prioridade
para o processo de licitação é mui-
to mais compatível com a Consti-
tuição, já que o minério é um bem
público”, disse à Primeira Página.
Ele também informa que atual-
mente, no regime de prioridade, a
O projeto prevê, dentre outras
questões, a licitação de blocos de
minas e jazidas ao setor privado,
como ocorre atualmente no setor
de petróleo e gás natural, e que
a Contribuição Financeira sobre
Exploração Mineral (CFEM), o
"royalty da mineração", deixe de
incidir sobre o faturamento líqui-
do e passe a ser cobrada sobre a
renda bruta das empresas. Além
disso, o plano se concentrou em
questões econômicas da explora-
ção mineral, deixando de lado o
aspecto ambiental.
Em entrevista à Primeira Página, o
presidente do Instituto Brasileiro de
Mineração (Ibram), José Fernando
Coura, afirmou que tanto o mi-
nistro de Minas e Energia, Edison
Lobão, quanto a presidente Dilma
Rousseff asseguraram em seus dis-
cursos que o novo Código respeita-
rá contratos, direitos adquiridos e
que serão adotadas medidas para
tornar os investimentos em mine-
ração efetivamente atrativos.
“Recebemos a proposta com mui-
ta tranquilidade. Primeiramente,
Para a WWF Brasil e o Ministério Público Federal, os pontos
negativos do projeto são as questões
ambientais
primeira empresa que se interessar
por determinada mina tem o direi-
to de explorar o mineral. Algumas
delas, entretanto, só especulam e
não investem em pesquisa.
O procurador explicou ainda que os
pontos negativos do projeto são as
questões ambientais, já que o go-
verno prevê uma “neutralidade” ao
Código, quando determina que não
cabe ao texto tratar do meio am-
biente. “Essa visão representa um
retrocesso. O governo precisa estar
atento aos danos ambientais causa-
dos pela exploração do minério. O
Brasil tem uma legislação ambien-
tal muito rigorosa, mas a fiscaliza-
ção ainda é falha”, completou.
A opinião é compartilhada pela
WWF Brasil, entidade que está
trabalhando junto ao governo a
possibilidade de uma exploração
mineral sustentável e o zonea-
mento socioambiental do País, a
fim de preservar os recursos hídri-
cos, as unidades de conservação e
os territórios de comunidades tra-
dicionais.
“No Brasil, temos uma série de in-
formações públicas do território,
Aldem Bourscheit, do WWF Brasil
José Fernando Coura, diretorpresidente do Ibram
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ção
26 Primeira Página
mas essas informações não são
cruzadas. As questões socioam-
bientais são observadas apenas na
hora de requerer o licenciamento.
Então, se esses estudos fossem
feitos anteriormente ao pedido
de alvará, teríamos menos entra-
ves socioambientais na instalação
das mineradoras”, defende o es-
pecialista em Políticas Públicas do
WWF Brasil, Aldem Bourscheit.
A Associação Brasileira das Empre-
sas de Pesquisa Mineral (ABPM)
também critica o projeto. “O texto
precisa de algumas modificações.
O projeto é desnecessário, por-
que o atual poderia ser alterado.
O intervencionismo do Estado na
exploração não deve ser a melhor
maneira de resolver as questões do
setor mineral”, afirma o presidente
da ABPM, Elmer Prata Salomão.
Problemas na fiscalizaçãoEm audiência realizada no mês
de setembro, na Câmara Federal,
o ouvidor do Departamento Na-
cional de Produção Mineral, Paulo
Ribeiro de Santana, defendeu o ór-
gão e reclamou da falta de recur-
sos para combater as irregularida-
des. Ele lembrou que, em 2012, a
parte da Contribuição Financeira
sobre Exploração Mineral que ca-
beria ao órgão era de R$ 197 mi-
lhões, mas que só foram liberados
R$ 6,6 milhões pelo governo.
“Eu recebo denúncias de lavras ir-
regulares a toda hora, porém, por
falta de recursos, não tenho como
fiscalizar”, declarou, polemizan-
do o assunto quando disse ainda
que não cabe ao órgão a tarefa de
fiscalizar, mas sim a de recolher e
distribuir a Contribuição entre os
estados e municípios.
Perspectivas negativasEntrevistado pela Primeira Página,
o economista Gilberto Calaes, es-
pecialista em Economia Mineral,
afirmou que se o novo Código for
aprovado do jeito que se encontra,
trará sérias repercussões econô-
micas à indústria mineral. “Esse
novo marco irá desestimular inves-
timentos. Empresas tenderão a re-
duzir investimentos por causa dos
riscos. Além disso, poderá ocorrer
uma queda na descoberta de novos
depósitos de geração de riqueza,
implicando a economia”, avalia.
Calaes afirmou ainda que a queda
de novas descobertas no setor mi-
neral poderá provocar o aumento
da dependência de importações,
e defendeu o aperfeiçoamento do
marco atual. “Ainda que a legis-
lação mineral tenha mais de 40
anos, ela é eficiente. Grandes ja-
zidas estão em produção até hoje.
Na década passada, por exemplo,
houve um grande ciclo de produ-
ção resultante do marco de 1967.
O marco atual permanece bom,
mas carece de aperfeiçoamentos.
A ideia predominante do novo Có-
digo deveria pedir apenas altera-
ções no que já existe”, completou.
Mercado de US$ 55 bilhõesDados oficiais apontam que o se-
tor representa cerca de 5% do PIB
Elmer Prata Salomão,presidente da ABPM
A Bahia é o terceiro estado que mais investe na produção mineral, atrás apenas de Minas Gerais e Pará
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27Primeira Página
OuroDados do Departamento Nacio-nal de Produção Mineral apon-tam que a produção do ouro, um dos principais metais explo-rados no Brasil, vive a melhor fase dos últimos 17 anos. Como exemplo, o órgão divulgou que em 2007 havia concedido 745 alvarás para a exploração do metal, contra os 2.421 expedi-dos em 2011. Atualmente, 922 licenças de pesquisa estão em vigor e outros 466 requerimen-tos aguardam liberação.O Canadá é o país que lidera o ranking da exploração do ouro brasileiro, através de empresas como Aura Gold, Jaguar Mi-ning, Kinross e Yamana, segui-do da sul-africana AngloGold
Ashanti.
brasileiro e quase 30% da balança
comercial do País. De acordo com
informações do Instituto Brasileiro
de Mineração, entre 2002 e 2012,
a produção mineral no Brasil cres-
ceu 550%, saltando de US$ 5,5 bi-
lhões para US$ 55 bilhões. Dentre
os metais mais explorados estão o
ferro, ouro, nióbio, cobre concen-
trado e bauxita.
Embora o marco atual seja defen-
dido pelo economista, dados do
DNPM e do Ibram apontam uma
queda significativa na exportação
de minério no primeiro semestre
de 2011 e de 2012. O ferro, por
exemplo, que em 2011 exportou
US$ 18,38 bilhões, conseguiu al-
cançar apenas US$ 14,8 bilhões
em 2012. Já o ouro conseguiu um
pequeno aumento da exportação:
US$ 1,3 bilhão em 2012, contra
U$$ 1,02 do ano anterior.
Dentre os principais países com-
pradores do minério brasileiro,
destacam-se China, Japão, Coreia,
Alemanha, Estados Unidos, Cana-
dá e França. A Bahia é o terceiro
estado que mais investe na produ-
ção mineral, atrás apenas de Mi-
nas Gerais e Pará.
Entre 2002 e 2012, a produção mineral no Brasil cresceu 550%, saltando
de US$ 5,5 bilhões para US$ 55 bilhões
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28 Primeira Página
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
Petrobras integra Índice Dow Jones de Sustentabilidade pelo oitavo ano
Pelo oitavo ano consecutivo, a
Petrobras foi selecionada para in-
tegrar o Dow Jones Sustainability
Index World (DJSI World), ob-
tendo nota máxima nos critérios
Transparência, pela sétima vez, e
Liberações ao Meio Ambiente. A
companhia também se destacou
nos critérios Impacto Social nas
Comunidades, Políticas e Sistemas
de Gestão Ambiental e Gerencia-
mento de Risco e Crise.
Nesta edição, 333 empresas de 25
países participam do DJSI World
em 59 setores da indústria, sendo
27 empresas no setor de petróleo e
gás. A companhia também renovou
a participação no Dow Jones Sustai-
nability Emerging Markets, índice
regional que engloba 81 empresas
de 20 países em desenvolvimento.
O DJSI World é o mais importante
índice mundial de sustentabilida-
de, que avalia as melhores práti-
cas de gestão social, ambiental e
econômica no mundo. A presença
da Petrobras nestes índices é fruto
do seu empenho em alinhar cresci-
mento e desenvolvimento susten-
tável, minimizando o impacto de
suas atividades no meio ambiente
e reforçando o compromisso com
a sociedade e seus acionistas.
“A renovação da participação da
Petrobras demonstra não apenas o
foco no crescimento e na rentabili-
dade, mas também a preocupação
com aspectos sociais e ambientais,
que são determinantes para o futu-
ro da companhia e cada vez mais
relevantes para o mercado finan-
ceiro", afirma à Primeira Página o
diretor corporativo e de serviços
da Petrobras, José Eduardo Dutra.
Em 2012, os investimentos e gas-
tos operacionais da Petrobras em
proteção ambiental totalizaram R$
2,9 bilhões, o que representa um
aumento de 7% em relação ao ano
anterior. O valor inclui projetos de
gestão ambiental e patrocínio a
projetos externos. Entre os resulta-
dos dos projetos de gestão ambien-
tal, destaca-se a economia de qua-
tro mil barris de óleo equivalente
por dia (boed) ou 8,6 milhões de
gigajoules (GJ) de energia.
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nz
29Primeira Página
FINANCIAMENTO
Desenbahia anuncia novas linhas de crédito para inovaçãoO novo presidente da Agência de
Fomento do Estado da Bahia (De-
senbahia), Vitor Lopes, anunciou
na cerimônia de posse, realizada
no dia 12 de setembro, as novas
linhas de crédito e financiamen-
to para empresas baianas. Dois
novos produtos permitirão ele-
var a capacidade de investimen-
to do empresariado no estado: o
INOVACRED-Desenbahia, para fi-
nanciar a inovação empresarial, e
uma linha de crédito de capital de
giro destinada às micro e peque-
nas empresas baianas, totalmente
automatizada e cujo processo de
solicitação de crédito é feito intei-
ramente pela internet.
A Desenbahia já está credenciada
junto ao Programa INOVACRED,
da Financiadora de Estudos e Pro-
jetos (Finep), do Ministério da Ci-
ência e Tecnologia. A taxa de juros
da linha é de 3,5% ao ano e o pra-
zo de pagamento pode chegar a 96
meses, incluindo até 24 meses de
carência.
Os setores de biotecnologia, agro-
negócio, fármacos, tecnologia da
informação, games (jogos eletrôni-
cos) e atividades audiovisuais es-
tão entres os prioritários da nova
linha, assim como os de biocom-
bustíveis, energias alternativas,
transportes e acessibilidade. Em
entrevista à Primeira Página, o pre-
sidente da Desenbahia afirma que
o foco das operações desta linha
na Bahia deverá ser a inovação em
produtos e serviços competitivos.
“A competitividade é muito focada
na inovação, e a empresa inovado-
ra tem mais chances no mercado.
Então, esta linha de crédito tem
como objetivo estimular empresas
com produtos e serviços inova-
dores, fazendo com que a Bahia
tenha um potencial competitivo
ainda maior”, disse.
Os empresários interessados po-
dem entrar em contato com a Ge-
rência Comercial da Desenbahia
pelo telefone 71 3103-1066 ou atra-
vés da Central de Atendimento, li-
gando para 0800 285 1626. Outras
informações estão disponíveis no
site www.desenbahia.ba.gov.br.
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30 Primeira Página
A DESENBAHIA TEM PROFISSIONAIS
QUALIFICADOS PARA INDICAR AS
SOLUÇÕES DE CRÉDITO MAIS
ADEQUADAS AO SEU PLANO DE
NEGÓCIOS. TAMBÉM TEM ATENDIMENTO
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E CONDIÇÕES DE FINANCIAMENTO QUE
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A DESENBAHIA TEM PROFISSIONAIS
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32 Primeira Página
MERCADO DE CAPITAIS
Investimento no setor de fertilizantes deve ser deUS$ 13 bi até 2018O setor de fertilizantes deve receber cerca de US$ 13 bilhões em investimentos até 2018. Ape-sar da vultosa soma, isso representa uma redução nas expectativas do setor, uma vez que a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) havia estimado aportes de quase US$ 19 bilhões no mesmo período. O valor foi ajustado depois que o projeto da Vale Fertilizantes na Argentina, avaliado em cerca de US$ 6 bilhões, foi suspenso.
Em entrevista à Primeira Página, o
diretor executivo da ANDA, David
Roquetti Filho, traçou um panora-
ma do mercado de fertilizantes no
Brasil e afirmou estar trabalhando
junto ao governo por melhorias
no setor. “É um mercado extre-
mamente importante e estratégico
na produtividade. Nós temos feito
um trabalho muito próximo ao Mi-
nistério da Agricultura, de quase
três anos, com a modernização do
marco regulamentário para o seg-
mento”, afirma.
Dados da ANDA mostram que
somente nos últimos três anos a
produção de fertilizantes no Brasil
teve uma queda de 2,1%. O fatu-
ramento aproximado do setor em
2012 foi de R$ 33 bilhões. Quanto
à entrega do fertilizante ao con-
sumidor final, houve aumento de
5,4%. Já a importação, no mesmo
período, aumentou 9,8%, enquan-
to a exportação subiu 39% entre
2012 e 2013.
Novas unidades de produção de acrílicos e fertilizantes UNIGEL em Candeias
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m
33Primeira Página
atendidas internamente, para não
ficarem expostos às incertezas do
suprimento externo.
Estimativas agrícolasMesmo com tantos problemas en-
frentados pelo setor de fertilizan-
tes e a dependência dos importa-
dos, o Brasil deverá colher uma
safra recorde de grãos e oleagino-
sas na temporada 2013/14 - cerca
de 190 milhões de toneladas, de
acordo com uma avaliação preli-
minar de diretores do Ministério
da Agricultura. Em 2012/13, a pro-
dução de soja e milho respondeu
por 87% da safra total de grãos e
oleaginosas do Brasil, com a co-
lheita de soja estimada em 81,45
milhões de toneladas e a de milho
em 81,34 milhões de toneladas.
A estimativa é de que os investi-
mentos no setor gerem 6.500 em-
pregos diretos, além de quatro mil
indiretos. A Associação estima
também a redução da atual depen-
dência de fertilizantes importados.
Hoje, cerca de 70% dos fertilizantes
usados no País vêm de fora, valor
que deve cair para 50% até 2017.
Incentivo à importaçãoO Brasil é o único dos cinco gran-
des produtores agrícolas que ao
longo dos últimos anos vem incen-
tivando as importações e punindo
a produção nacional, cobrando
ICMS de até 8,4% em operações
interestaduais e zerando as tarifas
do produto importado.
“Fertilizante importado não paga
ICMS aqui no Brasil, mas o pro-
duto nacional tem que pagar.
Então, isso é falta de isonomia.
Há também os gargalos de infra-
estrutura logística e a questão do
tempo para obtenção de licença
ambiental, que pode demorar de
oito a dez anos. Estes são apenas
alguns dos principais problemas
enfrentados pelo setor”, completa
o representante da ANDA.
Ainda de acordo com ele, todos os
outros países – como China, Esta-
dos Unidos, Índia e Zona do Euro
– aplicam impostos de importação
ou taxas antidumping na entra-
da dos fertilizantes importados e
garantem isonomia de impostos
locais entre o produto nacional
e o importado. Além disso, to-
dos incentivam a produção local
e se preocupam em ter, pelo me-
nos, metade de suas necessidades
Agricultores já contrata-ram R$ 38,6 bilhões da
safra 2013/2014
Produtores rurais de todo o
País contrataram R$ 38,6 bi-
lhões em financiamentos no
período de julho a setembro
deste ano, primeiro trimestre
do ano agrícola 2013/2014, o
que equivale a 28,38% dos R$
136 bilhões disponibilizados
no Plano Agrícola e Pecuário
2013/2014, informou o secre-
tário de Política Agrícola do
Ministério da Agricultura, Pe-
cuária e Abastecimento, Neri
Geller. O dinheiro contratado
representa aumento de 43,9%
em relação aos R$ 26,8 bilhões
tomados em igual período do
ano passado.
34 Primeira Página
MOBILIDADE
Via Expressa e Complexo Imbuí-Narandiba melhoram trânsito da capital
Quem passa pela Avenida Paralela já percebeu o grande movimento de caminhões, tratores e trabalhadores da construção civil envolvidos com as obras do Complexo Viário Imbuí--Narandiba, que estão em ritmo acelerado. O projeto abarca três viadutos que interligam os bairros do Imbuí, Narandiba, Tancredo Neves, Boca do Rio, Costa Azul e Stiep. Também serão implantadas vias marginais destinadas a ligar o Centro Administrativo da Bahia (CAB) à Avenida Luís Eduardo Magalhães.
De acordo com o diretor de Obras
Estruturantes da Companhia de
Desenvolvimento Urbano da
Bahia (Conder), Sérgio Silva, 70%
das fundações do complexo viário
estão concluídas. “As obras das
vias marginais também continuam
em um ritmo muito bom. Estamos
trabalhando todos os dias, e de
forma acelerada, para concluir as
obras entre abril e maio do próxi-
mo ano”, disse à Primeira Página.
Pinto de AguiarAlém do Imbuí, também estão
Foto
: A
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es/G
OV
BA
35Primeira Página
sendo realizadas obras estruturan-
tes na Avenida Pinto de Aguiar,
que será duplicada. A via passará
a ter seis pistas de tráfego, ciclovia
e passeios. A obra vai ligar a Pin-
to de Aguiar à Paralela, formando
uma via alimentadora que poderá
fazer parte de um verdadeiro cor-
redor de transporte de alta capaci-
dade até a Estação Pirajá, passan-
do pela Avenida Gal Costa.
Alças de ligação com extensão de
dois quilômetros entre a avenida e
a BR-324 (sentidos Centro e Retiro)
facilitarão o acesso à rodovia, inte-
grando-se a todas as outras inter-
venções viárias previstas para me-
lhorar o fluxo de tráfego na cidade.
O conjunto de intervenções viárias
já iniciadas representa um inves-
timento da ordem de R$ 164 mi-
lhões e terá também como um dos
reflexos positivos a diminuição
dos crônicos congestionamentos
em áreas como Iguatemi e aveni-
das Paralela e Tancredo Neves.
Via Expressa é inauguradaMaior intervenção viária em Sal-
vador nos últimos 30 anos, a Via
Expressa Baía de Todos-os-Santos
foi inaugurada oficialmente no dia
1º de novembro pelo governador
Jaques Wagner, pela presiden-
te Dilma Rousseff e pelo prefeito
ACM Neto. No total, foram inves-
tidos na obra – considerada uma
das principais intervenções do
Programa de Aceleração do Cres-
cimento (PAC) – R$ 480 milhões,
oriundos de uma parceria entre os
governos federal e estadual.
O sistema viário, construído pela
Conder, vai contribuir significati-
vamente para desafogar o tráfego
em áreas de grande congestiona-
mento, como Rótula do Abacaxi,
Ladeira do Cabula, Avenida Bono-
cô e San Martin. O trajeto entre a
BR-324 e o Porto de Salvador será
reduzido em 3,2 quilômetros.
A Via Expressa atende a uma
importante demanda da popula-
ção baiana por um novo acesso
ao Porto de Salvador, o primeiro
do Norte/Nordeste em movimen-
tação de contêineres e um dos
maiores em exportação de frutas.
Além de impulsionar o desenvol-
vimento, dinamizando as relações
comerciais, a nova via torna-se in-
dutora da revitalização dessa área.
Trajeto reduzido Caminhões e carretas serão co-
nectados diretamente à BR-324 e
ao porto, sem precisar trafegar no
centro da cidade. A previsão é de
que na via trafeguem pelo menos
3.500 veículos de cargas e 59,5
mil veículos leves e ônibus, o que
deve gerar uma média de 63 mil
veículos/dia.
Ao circular pela Via Expressa, o
motorista terá uma redução de 3,2
quilômetros no trajeto da BR-324
ao Porto de Salvador. Anterior-
mente, o trajeto era de sete quilô-
metros rodados. Agora são apenas
quatro quilômetros. O sistema viá-
rio perpassa Água de Meninos, La-
deira do Canto da Cruz, Estrada da
Rainha, Largo Dois Leões, Aveni-
da Heitor Dias, Rótula do Abacaxi,
Ladeira do Cabula e Acesso Norte.
A VE possui dez faixas de tráfego
(seis para tráfego urbano e quatro
exclusivamente para veículos de
carga), três túneis, 14 elevados,
duas passarelas, além de ciclovia,
pista de rolamento e passeios.
O conjunto de intervenções
viárias já iniciadas representa um
investimento de R$ 164 milhões
Foto
: A
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lson
Nun
es/G
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BA
A obra irá diminuir os congestionamentos no Iguatemi, Paralela e Av. Tancredo Neves
36 Primeira Página
INFRAESTRUTURA
Trânsito e transporte público são os maiores problemas de Salvador
Os maiores problemas de infraes-
trutura de Salvador são o trânsito
e o transporte público. A opinião
– identificada por uma pesquisa
realizada pelo Sindicato Nacional
de Arquitetura e Engenharia (Si-
naenco) – é da própria população
soteropolitana. Segundo 85% dos
entrevistados, os problemas re-
lacionados à mobilidade urbana
são os que causam maior impac-
to na vida da população. Não é
para menos: na última década, o
número de automóveis em Salva-
dor apresentou um crescimento
acumulado de 74,37%. Na Re-
gião Metropolitana, o número de
automóveis aumentou 230,32%.
Para o vice-presidente do Sina-
enco Bahia, Claudemiro Santos
Júnior, os resultados da pesquisa
não chegam a surpreender. Ele
credita os problemas de conges-
tionamento à falta de um plane-
jamento sério e consistente. “Os
investimentos em infraestrutura
e mobilidade urbana não acom-
panharam o ritmo da expansão
vigorosa da indústria automo-
bilística. Com o aumento real
da renda do trabalhador, os in-
centivos fiscais oferecidos pelo
governo federal e a ascensão de
uma parcela considerável da po-
pulação à classe média, muitas
pessoas puderam comprar o seu
carro próprio”, afirma à Primeira
Página.
Outro ponto nevrálgico citado no
levantamento é a moradia. Para
6% dos entrevistados, habitação
é a área mais problemática. De
acordo com o Sinaenco, Salvador
tem hoje um déficit de 275 mil
moradias. Mais de 30% da popu-
lação mora em condições insalu-
bres ou de risco.
A área de saneamento, incluindo
a coleta e o tratamento de esgotos
sanitários, a deficiência da coleta
do lixo, a ausência de ações de
macrodrenagem e de imperme-
abilização do solo, entre outras
questões essenciais à qualidade
de vida, foi lembrada por 4% dos
entrevistados.
O levantamento ouviu 1.500 pes-
soas na Grande Salvador, entre os
dias 1º e 15 de outubro.
Foto
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37Primeira Página
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38 Primeira Página
Jonny Motorcycles inaugura fábrica em Camaçari
Com um investimento de R$ 20 milhões, a Jonny Motorcycles, empresa com quase sete anos no mercado de duas rodas, vai inaugurar uma fábrica no Polo Industrial de Camaçari. A inau-guração está prevista para este mês de novembro.
A unidade é o primeiro empreen-
dimento de motos a operar fora da
Zona Franca de Manaus (AM) e
vai ser inaugurada mesmo depois
de o governo federal ter anuncia-
do aumento do Imposto sobre Pro-
dutos Industrializados (IPI) para
veículos do gênero fabricados fora
da área. Isto porque 80% das 30
mil unidades vendidas anualmen-
te pela Jonny estão no Nordeste e
são direcionadas para as classes C
e D. Nela, será feita a montagem
de motocicletas com peças impor-
tadas da China.
A capacidade de produção inicial
da nova fábrica será de 85 mil uni-
dades por ano. Em 2012, a mon-
tadora vendeu 70 mil unidades à
sua rede de concessionárias. Os
principais produtos da Jonny são
ciclomotores, modelos com até 50
centímetros cúbicos (cc) e muito
acessíveis, a partir de R$ 3,5 mil.
O início da montagem local será
com dois destes modelos, o Hype
INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
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39Primeira Página
50 e o New Hype 50. As motos são
feitas por mais de um fornecedor
chinês e virão parcialmente des-
montadas. O motor será trazido
inteiro. Além disso, a montadora
irá injetar plásticos no veículo.
O atual centro de distribuição de
peças da Jonny Motos em Simões
Filho será transferido para Cama-
çari, onde a fábrica está sendo ins-
talada em um terreno de 150 mil
metros quadrados e deve gerar 98
empregos diretos.
O mercado no BrasilDe acordo com a Associação Bra-
sileira dos Fabricantes de Motoci-
cletas, Ciclomotores, Motonetas,
Bicicletas e Similares (Abraciclo),
a principal engrenagem do seg-
mento de motocicletas é a venda
parcelada. No Brasil, 80% dos ne-
gócios são feitos por meio de fi-
nanciamento ou consórcio. Os ou-
tros 20% são consolidados à vista
ou em parcelas negociadas direta-
mente com as concessionárias. No
total, 48% dos compradores per-
tencem às classes D e E.
Aumento da inadimplênciaJuntamente com o aumento do
crédito veio o da inadimplência.
Dados do Banco Central do Brasil
apontam que 2,5% dos clientes de
financiamentos de veículos esta-
vam com pagamentos atrasados
em 2010. Em 2011, esse índice su-
biu para 4,9%, chegando a 6,1%
em maio de 2012. Um pequeno
recuo foi registrado (5,6%) em no-
vembro do mesmo ano. No perí-
odo, os bancos se tornaram mais
seletivos e o número de propostas
aprovadas caiu, fazendo com que
o setor sofresse uma forte retração.
Com a restrição do crédito frean-
do o desejo de compra dos consu-
midores, a produção ficou abaixo
de 1,7 milhão de motocicletas em
2012, representando uma redução
de mais de 20% em relação ao ano
anterior e que implicou também
a redução de 11% dos postos de
trabalho. “Neste semestre, pros-
seguiremos com os contatos jun-
to às áreas governamentais, em
busca de soluções para as atuais
dificuldades mercadológicas en-
frentadas pelo setor”, afirma o di-
retor executivo da Abraciclo, José
Eduardo Gonçalves, em entrevista
à Primeira Página.
A Associação estima que o cres-
cimento em 2013 seja de 3,7%
na produção, chegando a 1,750
milhão de unidades, com um au-
mento de 2,4% nas vendas por
atacado. A esperança de desenvol-
vimento do setor se deve ao traba-
lho que a Abraciclo vem fazendo
junto aos bancos públicos e priva-
dos, para que novas linhas de cré-
dito sejam oferecidas aos clientes,
a exemplo de um plano intitulado
“Melhor de Moto Nova”, apresen-
tado à Caixa Econômica e ao ban-
co PanAmericano.
Constante evoluçãoDe veículo destinado ao lazer na
década de 1970, a motocicleta
passou a desempenhar um papel
importante na economia brasileira
e até no padrão de vida dos usu-
ários. Depois de um começo tími-
do, quando ainda era vista como
“coisa de aventureiro”, o mercado
A Associação estima que o crescimento em 2013 seja de
3,7% na produção, chegando a 1,750
milhão de unidades
A restrição de crédito freou o desejo de compra dos consumidores em 2012
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40 Primeira Página
amadureceu nos meados dos anos
80. Nesse período, as vendas ul-
trapassaram a barreira das 10 mil
unidades/mês.
Mas a instabilidade econômica no
início da década de 1990 represen-
tou um duro golpe para o setor de
duas rodas. Em 1992, apenas duas
marcas atuavam e com uma mo-
desta cifra de 53.450 motos vendi-
das. A esperança chegou em 1994,
quando o Brasil conheceu a mo-
eda estável e o mercado deu um
salto, atingindo a marca de 1 mi-
lhão de motocicletas produzidas já
em 2005.
Com a mudança do papel das
motos e o surgimento de novos
ofícios atrelados ao veículo – oca-
sionando uma opção de sustento
para muitas famílias –, a loco-
moção em duas rodas represen-
tou também um jeito de driblar o
trânsito nas grandes cidades. Mas
toda a praticidade das motocicle-
tas teve um preço. O salto no nú-
mero de vítimas fatais em aciden-
tes com motos é bem maior que
o aumento do número de mortos
por acidentes de trânsito em ge-
ral, que envolve carros, motos, ca-
minhões, ônibus e pedestres.
“A Abraciclo constituiu um gru-
po de trabalho composto por re-
presentantes de suas associadas,
que prepara um plano setorial
de ações para conscientizar os
motociclistas sobre a necessida-
de de pilotar seus veículos com
segurança, prudência e respeito
às normas e regras de trânsito”,
completa Gonçalves.
Vítimas da violênciaEm dez anos, o número de
motociclistas mortos em aci-
dentes de trânsito aumentou
754%. De acordo com o Ins-
tituto Sangari, em 1998 foram
1.047 mortes de motociclistas
no Brasil. Em 2008, esse nú-
mero subiu para 8.939 mortes.
A instabilidade econômica no início da década de 1990
representou um duro golpe para o setor de
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41Primeira Página
FRANQUIASKing Games inicia expansão por meio de franquiasA rede King Games, especializada em jogos eletrônicos e acessórios, iniciou sua expansão por meio de franquias. Fundada em 1995, a marca tem oito unidades próprias no estado de São Paulo e quer se expandir pelo País. O modelo de franquia da companhia é indicado para centros comercias e o fatura-mento estimado é de R$ 70 mil. A taxa de franquia custa R$ 30 mil e a de royalties é de 3% sobre o faturamento. Com investimento inicial a partir de R$ 180 mil, já inclusos o capital de giro e a taxa de franquia, o prazo para retorno do investimento é de 24 meses.
“Entendemos a velocidade do se-tor e oferecemos soluções com-pletas aos nossos consumidores.
Assim, quando o gamer entra em uma de nossas unidades, ele logo percebe que está em um local di-ferenciado, haja vista a disponi-bilidade de consoles, jogos, atu-alizações, acessórios e bonecos”, afirma o gerente administrativo da rede e também responsável por sua expansão, Márcio Almeida.
De acordo com pesquisa realiza-da pela GFK Consultoria, o mo-mento é positivo para o mercado de games, pois os números re-gistrados em 2012 apresentaram alta tanto em venda de consoles no Brasil (crescimento de 43%, alcançando a marca de R$ 1 bi-lhão) quanto em venda de jogos (alta de 72%, chegando aos R$ 629 milhões).
Dentre os requisitos para ser um franqueado King Games, o empre-sário deverá dispor de uma área de 25 a 60 metros quadrados, em um centro comercial, e de pelo menos quatro funcionários para atuar na loja. Além disso, a vigên-cia do contrato é de cinco anos.
Segundo a Associação Brasilei-ra de Franchising (ABRF), o se-tor de microfranquias (nacional) cresceu 22% em 2012, em rela-ção ao ano anterior, passando de R$ 3,7 bilhões para R$ 4,5 bilhões. O número de redes cresceu 10%, enquanto o total de unidades evo-luiu de 12.561 para 13.352, com expansão de 6%. São resultados que precisam ser considerados, sem dúvida.
O setor de microfranquias nacional cresceu 22% em 2012
Foto
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42 Primeira Página
TURISMO I
Jacobina atrai turistas pela beleza natural e rico patrimônio histórico
Antigo atrativo para aventureiros
em busca de ouro, Jacobina, situa-
da na Chapada Diamantina, tem se
tornado um dos principais destinos
para os apreciadores do turismo
ecológico, já que é rodeada por ser-
ras, lagos, rios e cachoeiras. Além
das belezas naturais e das minas,
a cidade também possui um rico
patrimônio histórico-cultural. Mas
como a infraestrutura oferecida aos
visitantes ainda deixa a desejar, a
prefeitura anunciou um investi-
mento de R$ 1,5 milhão em dois
projetos voltados para o turismo.
“Vamos investir em sinalização tu-
rística, em parceria com o Minis-
tério do Turismo, e preparação do
sítio arqueológico para visitação”,
afirma à Primeira Página o diretor
de Turismo do município, Adroaldo
Ribeiro. De acordo com ele, um ter-
ceiro projeto para a construção do
Museu Histórico da Cidade, orçado
em R$ 2 milhões, está sendo ana-
lisado pelo Ministério do Turismo.
Como chegarLocalizada a 330 quilômetros de
Salvador, a cidade de Jacobina
pode ser acessada pelas rodovias
BA-131, BA-368, BA-373 e BR-324.
Se o acesso se der por via aérea, o
município conta com um aeropor-
to para aeronaves de pequeno e
médio portes. A economia local é
movimentada pelo comércio e por
serviços, daí haver mais de 800
leitos disponíveis na rede hotelei-
ra, com diárias que variam de R$
40 a R$ 150.
Dentre os festejos municipais, a
“Marujada” tem grande destaque.
Trata-se de uma tradição jacobi-
nense que se repete anualmente,
há vários séculos, no dia consa-
grado a Santo Antônio (13 de ju-
nho). Há também a “Caminhada
da Luz”, realizada durante a Sema-
na Santa, com romarias de fiéis ao
Morro do Cruzeiro. Do lado mais
profano, por assim dizer, o registro
fica com o grupo “Capetinhas”, que
geralmente se apresenta na micare-
ta local, uma das mais antigas do
Brasil. Outro ponto a ser destacado
– e visitado – em Jacobina é o seu
Patrimônio Histórico, formado por
construções seculares de grande
importância para a região, a exem-
plo da Casa Paroquial e da Matriz
de Santo Antônio de Jacobina.
Foto
: Lu
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43Primeira Página
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44 Primeira Página
TURISMO II
Natal Luz atrai milhares de visitantes à Serra GaúchaÀs vésperas do verão, milhares de
brasileiros já estão se preparando
para curtir a alta estação em algu-
ma praia paradisíaca do Nordeste.
Mas o forte sol nordestino não é a
única atração nesta época do ano.
A cerca de três mil quilômetros
de Salvador, uma pequena cidade
do Rio Grande do Sul, com 35 mil
moradores, atrai cada vez mais vi-
sitantes nos meses de novembro,
dezembro e janeiro. Trata-se de
Gramado, cidade da serra gaúcha
que todos os anos realiza o “Na-
tal Luz”. O evento, que demanda
investimentos de R$ 4 milhões, é
considerado o maior espetáculo
natalino do Brasil.
“Estão trabalhando no evento
cerca de duas mil pessoas, o que
mostra a grandiosidade do show.
São 360 mil ingressos à venda, e
já temos uma procura 38% maior
que no ano passado”, comemora o
presidente da Gramadotur (autar-
quia da prefeitura da cidade res-
ponsável por promover o turismo
da região), Rogério Poloni. Este
ano, a festa – que atrai cerca de
1,5 milhão de visitantes à cidade –
acontece entre 1º de novembro de
2013 e 12 de janeiro de 2014.
A novidade desta edição é o es-
petáculo "Natalis". O show usará
uma tecnologia inédita no Brasil,
com projeções em telas gigantes
(waterscreen), a mesma emprega-
da em espetáculos da Disney, Uni-
versal Studios e no Sea World, nos
Estados Unidos. “O “Natalis” irá
reunir efeitos sonoros e luminosos
com águas dançantes e fogos sin-
cronizados, será um show 100%
tecnológico”, explica à Primeira
Página o diretor do espetáculo,
Sérgio Korsakoff. Imperdível.
InfraestruturaGramado está bem preparada
para receber a grande quanti-
dade de visitantes que estarão
na cidade durante o Natal Luz.
O município conta com 137
hotéis, pousadas, albergues,
campings e motéis; são mais
de 10.500 leitos e cerca de 140
bares e restaurantes capazes
de atender mais de 10 mil pes-
soas simultaneamente.
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Gramado atrai cada vez mais visitantes nos meses de novembro, dezembro e janeiro
45Primeira Página
FÉ
Religião pode ajudar a construir um ambiente de trabalho positivoConsiderada um dos pilares da cul-
tura humana, a religião pode ser um
fator positivo no ambiente de traba-
lho. O argumento é da especialista
em Recursos Humanos e Psicologia
Organizacional, Renata Villela.
“Todas as religiões têm como má-
xima a experiência do amor, que
mais do que um sentimento, deve
ser uma atitude diária de respeito
ao próximo e promoção do bem e
da justiça. E é nessa medida que a
religião se torna importante tam-
bém no ambiente de trabalho. A
priori, as pessoas realmente en-
volvidas com sua fé têm o com-
promisso de seguir alguns ensi-
namentos que promovem a paz,
o respeito mútuo, a preservação
do meio ambiente e a ética nas
relações”, afirma a especialista à
Primeira Página.
Para ela, a experiência da fé pode
ajudar ainda o profissional na sua
valorização perante o mercado,
já que as relações pessoais, mui-
tas vezes, têm sido sobrepostas às
competências técnicas. “Hoje, o
perfil comportamental do profis-
sional tem um peso muito grande,
muitas vezes maior do que sua
especialização técnica. Técnica
se aprende, conhecimento se ad-
quire. Já o jeito de ser e de viver
das pessoas demanda um tempo
muito maior para uma ‘transfor-
mação’", ressalta Villela.
Por outro lado, a especialista aler-
ta: “Se a gente chega à empresa
e diz ‘eu sou católico’ ou ‘eu sou
evangélico’ e se amarra a isso
como um rótulo, o risco de pre-
judicar o ambiente de trabalho é
grande. As pessoas podem saber
qual é a minha religião do mesmo
modo que sabem se eu sou casa-
da, ou seja, de uma forma natural,
sem holofotes”, completa.
CuriosidadePor falar em religião, você sabia
que uma das mais importantes
edificações históricas e religiosas
de Salvador, o conjunto da Igreja
e do Convento de São Francisco,
foi erguido entre os séculos XVII
e XVIII e é considerado uma das
ricas expressões do barroco bra-
sileiro? Vale a pena visitar, antes
ou depois do expediente.
Foto
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46 Primeira Página
ARTIGO | PALAVRA DO LÍDER
A centralidade perdida
Confesso que me incomoda um pouco ouvir fa-
lar em revitalização do Centro Histórico. Como
revitalizar? Voltar à efervescência elegante que
pulsava na Rua Chile, no Comércio e na própria
Avenida Sete até os anos 60? Improvável. É pre-
ciso retornar algumas décadas na história para
entender os problemas do Centro, hoje. Talvez
algumas soluções venham dessa compreensão.
A implantação do Centro Administrativo e dos
shopping centers esvaziaram o Centro de Salva-
dor, retirando dele funcionários públicos e usu-
ários dos serviços, no caso do CAB. Foram ar-
rancados do Centro dois elementos básicos, dois
pilares sobre os quais se estruturam as cidades
historicamente: o poder e o comércio. Outras ci-
dades foram crescendo, mas sempre mantiveram
os seus centros vivos, pela preservação essencial
do poder político-administrativo e do alto comér-
cio.
Aqui em Salvador, de uma só penada, retiramos
do Centro a sede do Governo do Estado, a As-
sembleia Legislativa, os Tribunais, quase todas as
Secretarias de Estado, repartições e empresas pú-
blicas. Só ficou no Centro de Salvador o elo mais
frágil da Federação, que é a Prefeitura Municipal.
A implantação do Centro Administrativo da
Bahia, acompanhada dos shoppings, esvaziou o
Centro da cidade, como área polarizadora dos
negócios, da administração e do poder, enfim.
O Centro se transformaria nessa coisa ambígua
chamada Centro Histórico ou Centro Antigo.
Foi um erro histórico, estratégico. Não me
recordo de nenhuma oposição de peso à im-
plantação do Centro Administrativo da Bahia.
Eu, inclusive, quando era publicitário e traba-
lhava na Propeg, escrevi para um anúncio do
governo: "Construir o futuro para preservar o
passado". E acreditava sinceramente naquilo.
Assim, a classe média deslocou seu domicílio
laboral para o CAB e seu poder de compra para
os shoppings.
Não fosse tudo isso, não teríamos substituído
o Centro da nossa cidade por um "Centro His-
tórico", ou "Centro Antigo". Pois o que pre-
cisamos é de um Centro da cidade vivo, não
apenas revitalizado.
Domingos Leonelli Secretário
Secretário do Turismo do Estado da Bahia
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ARTIGO | MARKETING
Gerente de Marketing do Labchecap
PublicitáriaDaniela Camardelli Villa Flor
Marketing em Saúde: Fundamentale Necessário
O aumento da expectativa de vida do brasilei-
ro, o crescimento econômico da classe média
que investe em saúde privada devido à defi-
ciência do sistema público e a aceleração nos
investimentos em serviços médicos (o Brasil
já é o sexto maior mercado do mundo) são al-
guns dos fatores que nos fazem lançar olhares
otimistas para o mercado da saúde.
Diante deste cenário, onde a concorrência é
cada vez mais acirrada, é preciso se destacar,
como em qualquer outro segmento do mer-
cado. E para fazer face a esta necessidade, o
Marketing se torna fundamental para que as
empresas da área de saúde possam se comu-
nicar com seus públicos, mostrar seus diferen-
ciais ou difundir suas marcas.
Esta tendência contraria um pouco a cultura
enraizada de que a opção pela área de saú-
de é filantropia. Associar a saúde humana
ao marketing soa, ainda, para alguns, como
algo controverso e aproveitador, como se fos-
se possível para qualquer empresa investir em
equipamentos e capacitação técnica sem obter
retorno financeiro. Apesar disso, alguns pro-
fissionais de saúde ainda enxergam com maus
olhos a capitalização e as práticas de marke-
ting no segmento.
Ainda que tenham suas especificidades, clíni-
cas e hospitais devem ser vistos como orga-
nizações que precisam se destacar no merca-
do, e para isso não há outra fórmula senão
aplicar os conceitos de marketing e utilizar
suas ferramentas. A elaboração de estratégias
competitivas e o posicionamento da marca fa-
zem parte de um planejamento que busca a
sustentabilidade da empresa e que regem to-
das as ações de marketing para prospectar e
fidelizar clientes.
O marketing em saúde deve ser sutil, levar
em consideração as regras determinadas pelo
Conselho de Medicina, ser institucional e com
aspectos de utilidade pública. É imprescin-
dível focar no marketing de relacionamento
com seus públicos (médicos, laboratórios, ou-
tras clínicas e consumidor) e no marketing di-
reto, pois com essas ferramentas consegue-se
otimizar a verba e obter um bom retorno.
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50 Primeira Página
A Ford e a Anira Caminhões escolheram a badalada
churrascaria Boi Preto, em Salvador (BA), para lan-
çar a nova linha de extrapesados da montadora. O
diretor comercial da Anira Caminhões, Ismael Ribei-
ro Filho, recebeu durante o evento o gerente regional
da Ford para o Nordeste, Flávio Dias, e o consultor
regional de vendas da montadora, Dárcio Rocha. O
jantar foi um sucesso, com vários negócios fecha-
dos, incluindo oito cotas de consórcios. Não é para
menos, a nova linha de caminhões está incrível.
Os saveiros Sombra da Lua e Mensageiro do Desti-
no fizeram uma rápida parada em suas navegações
pelos mares da Bahia para prestigiarem o lança-
mento do livro Viva Saveiro, realizado em outubro
durante a concorrida Flica – Festa Literária Inter-
nacional de Cachoeira. Com 138 páginas, a obra
traz textos de Carlos Ribeiro e Pedro Bocca, acom-
panhados das belas imagens do fotógrafo Nilton
Souza. A publicação já está à venda nas principais
livrarias da cidade.
Ford lança linha decaminhões em churrascaria
Flica recebe lançamento do Viva Saveiro
Senac inaugura mais uma unidade na BahiaEm todo o mundo, as grandes cidades estão investin-do na recuperação dos seus centros históricos, e em Salvador não é diferente. Desta vez quem contribuiu foi o Senac, que inaugurou uma unidade na Rua Chi-le. O espaço atenderá três mil alunos por ano, aju-dando a movimentar ainda mais esta via que já foi considerada uma das mais chiques da cidade. O diretor nacional do Senac, Sidney Cunha, veio a Salvador especialmente para o evento, atendendo ao convite do presidente do Sistema Fecomércio-BA, Carlos Amaral, e da diretora do Senac Bahia, Marina Almeida.
NOTAS SOCIAIS
51Primeira Página
CULTURA
Grandes empresas apostam em eventos corporativos para unir a equipeNão importa a área em que se tra-balha nem a cidade. Na maioria das grandes empresas, o fim do ano é marcado pelos chamados eventos corporativos. “Esse tipo de encontro pode acontecer em qualquer época, mas há um ‘pico’ no fim do ano. Eles têm várias fi-nalidades, como promover um momento de celebração e confra-ternização, fortalecer os valores da empresa junto a colaboradores e clientes e melhorar os relaciona-mentos”, explica a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – BA, Ana Athayde.
Há uma variedade de formatos para a realização de eventos dessa natureza, a exemplo de palestras, competições e shows, e cada for-mato atende a um perfil diferente
de público-alvo. “Eventos compe-titivos, como jogos e campeonatos, são bons instrumentos para reunir grupos, desde que não haja ape-nas a disputa, mas também a in-teração. Já no caso de atividades culturais, deve-se tomar cuidado para que o foco seja a confrater-nização; a apresentação do artista é uma motivação para isso”, conta Athayde.
Em Salvador, uma das bandas mais requisitadas para shows em even-tos corporativos é a Trama 3, com 13 anos de experiência. O produtor do grupo, Milton Moreno, explica que a personalização da apresen-tação e do repertório são pontos fundamentais para o sucesso da festa. “Sempre fazemos uma entre-vista com o contratante, no intuito
de identificarmos o perfil do públi-co, a faixa etária, se é um evento interno ou para clientes etc. Pode-mos tocar qualquer ritmo e estilo, desde que combine com a empresa contratante”, conta.
O cuidado de se adaptar ao “clima” do evento tem chamado a atenção para o trabalho da banda e gerado ótimos resultados. “A preparação prévia ajuda bastante, especial-mente naquelas festas em que há convidados estrangeiros. Como te-mos experiência internacional – já fizemos temporadas de shows no Bahrain e em Londres, por exem-plo – e falamos inglês fluentemen-te, isso gera boa impressão e inte-resse por nosso trabalho. A Trama 3 faz 16 shows por mês”, diz seu produtor, cheio de orgulho.
Apresentação da Banda Trama 3 no evento da HBO
52 Primeira Página
Guilherme Sawaya, gerente-geral de e-Business da
Cyrela, não dorme no ponto. O executivo está tra-
balhando duro para aumentar as vendas online da
companhia. A Cyrela investiu R$ 1 milhão em sua
nova estratégia digital, com a reestruturação do site
institucional, lançado no mês de novembro. O novo
portal incorpora ferramentas de busca inteligente e
interface mais sofisticada, entre outros recursos. A
aposta é alta, mas deve gerar um ótimo retorno à
companhia.
A empresa Camargo Schubert, presidida por Odilon
Camargo, acaba de prestar um grande serviço à Bahia
com a produção do Atlas Eólico da Bahia, lançado
em novembro. A publicação reúne 62 mapas que
ilustram os diferentes parâmetros da distribuição dos
ventos e de outras variáveis climáticas sobre o ter-
ritório baiano, bem como aspectos gerais acerca da
infraestrutura e da legislação ambiental. O atlas já se
tornou uma importante ferramenta para empresários
do setor eólico e deve servir de referência para o pla-
nejamento energético nacional.
Novo site
Lançamento do Atlas Eólico
Leonelli recebe título decidadão cairuenseO secretário do Turismo da Bahia, Domingos Leo-
nelli, recebeu em novembro o título de Cidadão da
Cidade de Cairu, tradicional destino nacional e in-
ternacional do estado, por conta das ilhas que com-
põem o seu arquipélago: Tinharé, Cairu e Boipeba. A
proposta foi do vereador Claudio Brito, que ressaltou
o trabalho de Leonelli para o desenvolvimento da
atividade na região.
53Primeira Página
54 Primeira Página
Expoman 2013 foi sucessoJoão Ricardo Lafraia, gerente-geral de Eficiência
Operacional da Petrobras e presidente da Abraman
(Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de
Ativos), comemorou bastante o sucesso da Expoman
(Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos
para Manutenção e Gestão de Ativos) 2013, maior
feira de manutenção e gestão de ativos da América
do Sul, realizada no mês de setembro em Salvador.
O evento ocorreu paralelamente ao 28º Congresso
Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos e ao
5º Congresso Mundial de Manutenção e Gestão de
Ativos.
Outro evento que movimentou o Nordeste em setem-
bro foi o Salão Internacional da Construção – Feicon
Nordeste, realizado em Recife. Por sinal, a Feicon con-
tou com um ponto de distribuição da revista Primeira
Página. Não foi por acaso. A última edição da revista
teve como tema de capa exatamente a construção ci-
vil no Brasil. Viviane Teixeira, gerente comercial da
Primeira Página, aproveitou o evento para fazer mui-
tos contatos e fechar negócios. Dizem por aí que a exe-
cutiva voltou para Salvador cheia de novos projetos.
Primeira Página na Feicon Nordeste
Intel Brasil assina protocolo de intenções com oSenai/CimatecQuem ainda duvidava do forte crescimento da área de
TI na Bahia viu suas interrogações desaparecerem em
novembro. A Fieb recebeu em suas dependências o
presidente da Intel Brasil, Fernando Martins, que veio
a Salvador assinar um Protocolo de Intenções com o
Senai/Cimatec. A Intel montou um laboratório dentro
do Senai para realização de cursos de especialização
na área de desenvolvimento de softwares.
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