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A serviço da Igreja de Dourados, a Diocese do Coração Distribuição Gratuita. Venda proibida. Ano XXXVI - nº 401 - Maio/2016

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A serviço da Igreja de Dourados, a Diocese do Coração

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A Palavra do Pastor Igreja em saída!

Revista Elo - Maio/2016 - Ano XXXVI - nº 401Diretor: Pe. Marcos Roberto P. SilvaEquipe Revista Elo: Dom Henrique A. de Lima; Dom Redovino Rizzardo; Padre Jander da Silva Santos; Seminarista Éverton F. S. Manari; Estanislau N. Sanabria; Adriana dos Santos Gonçalves; Maria Giovanna Maran; Suzana Sotolani; Ozair Sanabria.Diagramação e Projeto Gráfico: Michelle Picolo CaparrózPropriedade: Mitra Diocesana de DouradosTelefone: (67) 3422-6910 / 3422-6911Site: www.diocesededourados.com.brContatos e sugestões: [email protected]ão: Gráfica Infante Tiragem: 17.380 exemplares

Índice

Expediente

Pe. Marcos Roberto P. [email protected]

Apresentação

Patrocinadores

Palavra de vida“Ele vai morar junto deles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus-com-eles será seu Deus” (Ap 21,3)

Testemunho de vidaSanta Joana d’Arc

A Palavra do PapaEncontro com o Mundo do Trabalho

Opiniões que fazem opiniãoSer uma “boa pessoa” não é o suficiente

Círculos bíblicos

Pergunte e responderemosA CNBB é comunista? Petista?

A Diocese em revista

Vida em FamíliaO papel da mãe na criação dos filhos

A Igreja em ServiçoCursilho de Cristandade e o Quarto Dia

Fatos em foco

Fique por Dentro!

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Ensina-nos, Maria, o teu jeito de amar! Caro leitor, Maio, por ser considerado o mês mariano

e também das mães, nada mais propício que nos fazermos aprendizes e imitadores do jeito amoroso, puro e sincero de Maria mãe.

Dom Henrique, de forma muita clara, na Palavra do Pastor (p.3), apresenta-nos que o grande desafio hoje, sermos verdadeiramente missionários. Esta propriedade constitutiva da Igreja, não pode, de modo algum, ser negligenciada por nós, seguidores do Mestre Jesus. Nosso bispo citando o Papa, destaca que “o anúncio do evangelho é a primeira e constante preocupação da Igreja”, é o seu compromisso essencial, o seu maior desafio e fonte de renovação.

As páginas 4 e 5, são dedicadas ao nosso crescimento espiritual. A primeira, através da proposta de vivermos a comunhão com Deus, com os outros e com toda a criação. A segunda, com o grande testemunho de vida de Santa Joana d’Arc.

Maio também se inicia com o dia dedicado a todos os trabalhadores, portanto, nossa revista traz na página A Palavra do Papa, um trecho do discurso do Papa, no Encontro com o Mundo do Trabalho, sediado no México, em sua Viagem Apostólica, em fevereiro.

Acompanhe as notícias da Igreja no mundo, na página 7. Estamos vivendo, também, um momento delicado no cenário político e econômico de nosso país, preocupados com esta situação, nossos bispos reunidos em Aparecida, para a 54ª Assembleia Geral da CNBB, emitiram uma declaração que podemos ver na página 8.

Na vivência do Ano da Misericórdia, a equipe dos Círculos Bíblicos, preparou um belo material, para celebramos e refletimos nos grupos das pequenas comunidades. Nosso bispo emérito, Dom Redovino, com uma boa reflexão, nos responde a uma pertinente dúvida, presente na mente e no coração de muitos brasileiros, vale a pena ler.

Já que estamos do mês das mães, qual será seu papel na criação dos filhos? Quem nos ajuda para clarear essa questão é o professor Felipe Aquino, na página Vida em Família (p. 14). Que tal conhecer um pouco mais sobre o Cursilho? Este é, com certeza, um importante instrumento de evangelização, presente em nossa Diocese.

Também não podemos deixar de conferir nas páginas, A Diocese em Revista (p.16 e 17) e Fatos em Focos (p. 17), alguns relevantes eventos, que aconteceram em nossa Igreja Diocesana, bem como, os que irão ocorrer durante esse mês, na agenda Diocesana, que traz o dia do aniversário dos padres, diáconos, religiosos e religiosas que atuam em nossa Diocese, confira!

Boa leitura abraço fraterno!

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Igreja em saída!A Palavra do Pastor

Dom Henrique A. de Lima, CSsRBispo Diocesano

O grande desafio da Igreja hoje é o de ser missionária. Desafio extremamente necessário para a sua vitalidade e crescimento. “Como gostaria de encontrar palavras para encorajar uma estação mis-sionária mais ardorosa, alegre, generosa, ousada, cheia de amor, até o fim, e feita de vida contagian-te,” diz Papa Francisco. Ele lembra que o anúncio do evangelho é a primeira e constante preocupa-ção da Igreja, é o seu compromisso essencial, o seu maior desafio e fonte de renovação. Essa missão será sempre desafiadora. No dia em que ela deixar essa dimensão de lado, nada mais lhe resta a fazer nesta terra. Hoje, o problema maior não é a falta de dinheiro, distância geográfica, recursos humanos etc. e sim falta de missão mesmo. Isto é, vontade de fazê-la. Vivemos num mundo de pessoas bem mais acomodadas, mais isolados uns do outros, in-dividualista. A cultura do eu. O outro é apenas mais um. Muitas vezes não é visto como irmão, irmã. Isso faz parte da cultura contemporânea, exclusivista. Como Igreja, precisamos estar atentos.

O grande desafio é cuidar da missão. Gerar cultura missionária. Transformar estruturas paro-quiais em algo decididamente missionário. Não é difícil celebrar sacramentos: eucaristia, batismo, matrimônio, penitência e unção dos enfermos. Há uma expressão interessante, diante desse desafio da Igreja em saída: o desafio imperioso de transformar essa prática milenar em missão, capaz de gerar vida nova, na vida das pessoas (cf. DAp 370).

Na maioria das vezes, ficamos presos à práti-cas devocionais. Isso é bom, mas não leva adiante o desafio missionário. É mais fácil ficar na igreja que sair nas ruas. Visitar pessoas que estão distantes da

vida da Igreja. que estão nas periferias da vida, da sociedade, da política. Como chegar a elas? Fazendo grupos de rua com elas e despertar o valor de suas vidas para Deus e para a sociedade. É importante trazê-las para o meio, sair da periferia da “vida”. A missão tem essa força. Da Palavra de Deus pode suscitar anseios, desejos, aspirações para viver me-lhor o valor da vida, em todos os sentidos. Isso é desafiador! Os Agentes (discípulos missionários) precisam sair; deslocar da vida da igreja (edifício) e lançar-se, para fora. Precisa-se de coragem, apren-dizado, discernimento, fé e despojamento.

Ao olharmos os evangelhos, percebemos que Jesus está sempre em movimento, deslocando--se de um lugar para outro. Em algum momento ele diz que precisa ir a outros lugares, porque lá tam-bém estão as ovelhas que precisam entrar no seu redil.

Desde o lançamento do Documento de Apa-recida em 2007, com o Papa Bento XVI, a Igreja Ca-tólica do Brasil vem debruçando em esforços para colocar isso em prática contínua. Muitos lugares já estão avançados nessa nova maneira de evangeli-zar, com experiências fortes e aprofundado, em se tratando de missionariedade. Não podemos perder de vista o projeto maravilhoso da Igreja do Brasil, porposto pelo Documento de Aparecida.

Nossa Diocese, inclusive mais de uma vez, entrou, nas prioridades diocesanas, essa temática. E queremos aprofundá-la cada vez mais. Algumas paróquias têm experiências bem positivas que, in-clusive, podem orientar outras paróquias que, por ventura, ainda não entraram nessa dinâmica. Ou-tras até já fizeram, mas ficou no modelo de missio-nariedade temporária. O que a Igreja pede hoje é que esse modelo seja contínuo, perene, permanente. Nesse trabalho é importante destacar o protagonis-mo dos Leigos na Igreja. O padre, sozinho, não vai conseguir muita coisa. É preciso que todo o corpo da Igreja se envolva, para que tenhamos bons resul-tados e perseverança, na missão de evangelizar!

Louvado seja nosso Se-nhor Jesus Cristo: para sempre seja louvado!

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Palavra de Vida

“Ele vai morar junto deles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus-com-eles será seu Deus” (Ap 21,3)

Pe. Fábio Ciardi

Sempre foi este o desejo de Deus: morar conosco, o seu povo. Desde as primeiras páginas da Bíblia nós o vemos na atitude de descer do Céu, passear pelo jar-dim e entreter-se com Adão e Eva. Não foi para isso que nos criou? O que deseja aquele que ama, senão estar com a pessoa amada? O livro do Apocalipse, que sonda o proje-to de Deus na história, nos dá a certeza de que esse desejo de Deus será realizado em sua plenitude.

Deus já começou a morar em nosso meio desde a chegada de Jesus, o Emanuel, o “Deus- Conosco”. E agora que Jesus res-suscitou, a sua presença não está mais limitada a um lugar ou a um tempo, mas se dilatou sobre o mundo inteiro. Com Jesus, se iniciou a construção de uma nova comunidade humana muito ori-ginal: um povo composto por muitos povos. Deus quer morar não somente na minha alma, na minha família, no meu povo, mas entre todos os povos chamados a formarem um só povo. Além do mais, a atual mobilidade humana está mudando o próprio concei-to de povo. Em muitos países o povo já é composto por muitos povos.

Somos bem diferen-tes pela cor da pele, pela cultura, pela religião. Olhamo-nos muitas vezes com descon-fiança, suspeita, medo. Ficamos fazendo guerra

uns contra os ou-

tros. E, no entanto, Deus é Pai de todos, ama-nos a todos e a cada um. Não quer morar com um povo – “o nosso, naturalmente”, é o que se pensa logo – e aban-donar os outros povos. Para Ele somos todos filhos e filhas Dele, somos uma única família.

Vamos então exercitar-nos, orientados pela Palavra de Vida deste mês, em valorizar a diver-sidade, em respeitar o outro, em olhá-lo como uma pessoa que me pertence: eu me identifico com o outro, o outro se identifica comi-go; o outro vive em mim, eu vivo no outro. Começando pelas pes-soas com as quais convivo todo dia. Desse modo podemos abrir espaço para a presença de Deus entre nós. Será Ele que irá com-por a unidade, que vai salvaguar-dar a identidade de cada povo, criar uma nova socialidade.

Chiara Lubich já tinha intuí-do isso em 1959, numa página de extrema atualidade e de incrível profecia: «Se um dia os homens, não como indivíduos, mas como po-vos souberem pospor-se a si mesmos, a ideia que têm

d e

suas pátrias, se fizerem isto pelo amor recíproco entre os Estados, que Deus exige, como exige o amor mútuo en-tre irmãos, aquele dia será o início de um tempo novo, porque naquele dia Jesus estará vivo e presente entre os povos.

Estes são os tempos em que cada povo deve ultrapassar os próprios confins e olhar além. Chegou o mo-mento em que a pátria do outro deve ser amada como a própria, em que o nosso olhar deve adquirir uma nova pureza. Não basta o desapego de nós mesmos para sermos cristãos. Hoje os tempos exigem algo mais do segui-dor de Cristo, uma consciência social do cristianismo.

Nós esperamos que o Senhor tenha piedade deste mundo dividido e disperso, destes povos trancados na própria casca a contemplar a própria beleza – para eles sem igual – limitada e insatisfatória, a defender com den-tes cerrados os próprios tesouros – a resguardar até aqueles bens que pode-riam servir a outros povos nos quais se morre de fome – e faça cair as bar-reiras e jorrar em fluxo ininterrupto a caridade entre terra e terra, torrente de bens espirituais e materiais.

Esperamos que o Senhor com-ponha uma ordem nova no mundo,

Ele, o único capaz de fazer da humanidade uma família, e de

preservar as distinções entre os povos para que, no es-

plendor de cada um, posto a serviço do outro, reluza a única luz de vida que, embelezando a pátria ter-

rena, faz dela a antessala da Pátria eterna».

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Santa Joana d’ArcTestemunho de Vida

Joana nasce em Domremy, pequeno povoado na fronteira entre a França e a Lorena. Os seus pais são camponeses abastados, conhecidos por todos como cris-tãos excelentes. Deles recebe uma boa educação religiosa, com uma notável influência da espirituali-dade do nome de Jesus, ensinada por São Bernardino de Sena e pro-pagada na Europa pelos francisca-nos. Ao nome de Jesus está sempre unido o de Maria e, assim, por detrás da religiosidade popular, a espiritualidade de Joana é profun-damente cristocêntrica e mariana. Desde a infância, ela demonstra uma grande caridade e compaixão pelos mais pobres, pelos doentes e por todos os que sofrem, no con-texto dramático da guerra.

De suas próprias palavras sa-bemos que sua vida religiosa ama-durece como experiência mística a partir dos 13 anos. Através do arcanjo São Miguel, Joana se sente chamada por Deus a intensificar a sua vida cristã e a comprometer-se pela libertação do seu povo. A sua resposta imediata, o seu “sim” é o voto de virgindade, com um novo compromisso na vida sacramental e na oração: participação quotidia-na na missa, confissão e comunhão frequentes, longos momen-tos de oração silenciosa diante do Crucifixo e da imagem de Nossa Senhora.

A compaixão e o com-promisso da jovem campo-nesa diante do sofrimento do seu povo tornam-se mais intensos graças à sua relação com Deus. Um dos aspectos mais originais da santidade desta jovem é precisamente este vínculo entre experiência mística e missão política. Depois dos anos de vida escondida e de amadure-cimento interior, segue-se o biênio breve, mas intenso, da sua vida pública: um ano de “ação” e um ano de “paixão”.

No início de 1429, Joana co-meça a sua obra de libertação. Os numerosos testemunhos nos mos-tram esta jovem de apenas 17 anos como uma pessoa forte e determi-nada, capaz de convencer homens inseguros e desanimados. Supe-rando todos os obstáculos, encon-tra o futuro rei Carlos VII que, em Poitiers, a submete a um exame por parte de alguns teólogos da Universidade. O juízo é positivo: nela eles não veem nada de mal, mas só uma boa cristã.

A 22 de março de 1429, Joana dita uma importante carta ao rei da Inglaterra e aos seus homens que assediam a cidade de Orléans. A sua proposta é de paz na justiça en-tre os dois povos cristãos, à luz dos nomes de Jesus e de Maria. A pro-posta é rejeitada. Desta forma, Joa-na tem que partir para a luta pela libertação da cidade, o que ocorre no dia 8 de maio. O momento cul-minante da sua obra é a coroação de Carlos VII em Reims, no dia 17 de julho de 1429.

Em seguida, durante um ano inteiro, Joana vive com os solda-dos, realizando no meio deles uma verdadeira missão de evangeliza-ção. São numerosos os testemu-nhos relativos à sua bondade, à sua coragem e à sua pureza extraordi-nária.

A “paixão” de Joana inicia a 23 de maio de 1430, quando cai prisio-neira nas mãos dos seus inimigos.

No dia 23 de dezembro é conduzida à cidade de Rou-en. É ali que se realiza o lon-

go e dramático “Processo de Condenação”, que

começa em fevereiro de 1431 e termina a

30 de maio, com a fogueira. É um processo solene,

presidido por dois juí-zes eclesiásticos, o bis-po Pierre Cauchon e o inquisidor Jean le

Maistre, mas, na realidade, inteira-mente orientado por um grupo de teólogos da célebre Universidade de Paris, que participam no proces-so como assessores.

Este processo é uma página triste da história da santidade, mas também uma página ilumi-nadora sobre o mistério da Igreja que, segundo as palavras do Con-cílio Vaticano II, é «simultaneamen-te santa e sempre necessitada de pu-rificação». É o encontro dramático entre uma santa e seus juízes, que são eclesiásticos. Joana é condena-da como herege e enviada à morte na fogueira.

O apelo de Joana ao juízo do Papa, a 24 de maio, é rejeitado pelo tribunal. Na manhã de 30 de maio, ela recebe pela última vez a sagra-da comunhão e é conduzida ao suplício na praça do velho merca-do. Pede a um dos sacerdotes que conserve diante da fogueira uma cruz de procissão. Assim, morre contemplando Jesus Crucificado e pronunciando várias vezes e em voz alta o nome de Jesus.

Cerca de 25 anos mais tarde, o “Processo de Nulidade”, aberto sob a autoridade do Papa Calis-to III, conclui-se com uma solene sentença, que declara nula a con-denação. Joana d’Arc será canoni-zada por Bento XV, em 1920.

Apraz-me recordar como santa Joana d’Arc teve uma pro-funda influência sobre uma santa da época moderna: Teresa do Me-nino Jesus. Numa vida completa-mente diferente, transcorrida na clausura, a carmelita de Lisieux sentia-se muito próxima de Joa-na, vivendo no coração da Igreja e participando nos padecimen-tos de Cristo para a salvação do mundo. A Igreja reuniu-as como Padroeiras da França, juntamente com a Virgem Maria.

(Bento XVI, audiência pública do dia 26 de janeiro de 2011).

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A Palavra do Papa

Encontro com o Mundo do Trabalho

Queridos irmãos e irmãs!Quis encontrar-me convosco nesta terra de Juá-

rez, devido à relação especial que esta cidade tem com o mundo do trabalho. Agradeço-vos não só a saudação de boas-vindas e os vossos testemunhos que revelaram as ânsias, as alegrias e as esperanças que sentis na vossa vida, mas gostaria também de vos agradecer esta opor-tunidade de intercâmbio e reflexão. Tudo o que puder-mos fazer para dialogar, para nos encontrar, para pro-curar melhores alternativas e oportunidades já é uma conquista que merece apreço e destaque. Obviamente não é suficiente, mas hoje não podemos permitir-nos o luxo de cortar qualquer possibilidade de encontro, dis-cussão, confronto, pesquisa. Esta é a única maneira que temos de poder construir o amanhã: ir tecendo relações duradouras, capazes de gerar a estrutura necessária para, pouco a pouco, se reconstruir os vínculos sociais consumidos pela falta do mínimo de respeito requeri-do para uma sadia convivência. Obrigado e que esta instância sirva para construir futuro, seja uma oportu-nidade boa para forjar o México que o seu povo e os seus filhos merecem.

Quereria debruçar-me sobre este último aspec-to. Hoje encontram-se aqui várias organizações de tra-balhadores e representantes de câmaras e associações empresariais. À primeira vista, poderiam considerar--se antagonistas, mas une-os uma responsabilidade co-mum: procurar criar oportunidades de trabalho digno e verdadeiramente útil para a sociedade e sobretudo para os jovens desta terra. Um dos maiores flagelos a que estão expostos os vossos jovens é a falta de oportu-nidades de instrução e trabalho sustentável e rentável, que lhes permitam lançar-se na vida; isso gera em mui-tos casos situações de pobreza. E esta pobreza torna-se o terreno favorável para cair na espiral do narcotráfico e da violência. Um luxo que ninguém se pode conce-der é deixar só e abandonado o presente e o futuro do México.

Infelizmente, o tempo em que vivemos impôs o paradigma da utilidade econômica como princípio das relações pessoais. A mentalidade dominante pretende a maior quantidade possível de lucro, a todo o custo e imediatamente. Não só provoca a perda da dimensão ética das empresas, mas esquece também que o melhor investimen-to que se pode fazer é investir no povo, nas pessoas, nas suas famí-lias. O melhor investimento é criar oportunidades. A mentalidade do-minante coloca o fluxo de pessoas ao serviço do fluxo de capitais, pro-vocando em muitos casos a explo-

ração dos trabalhadores, como se fossem objetos que se usam e jogam fora (cf. Enc. Laudato si’, 123). Deus pedirá contas aos escravagistas dos nossos dias, e nós devemos fazer todo o possível para que estas situações não ocorram mais. O fluxo do capital não pode deter-minar o fluxo e a vida das pessoas...

Que mundo queremos deixar aos nossos filhos? Nisto, julgo que a grande maioria está de acordo. Eles são precisamente o nosso horizonte, são a nossa meta: por eles, hoje, devemos unir-nos e trabalhar. Se é sem-pre bom pensar no que gostaria de deixar aos meus filhos, também é uma boa medida pensar nos filhos dos outros. Que quer o México deixar aos seus filhos? Quer deixar-lhes uma recordação de exploração, de sa-lários insuficientes, de pressão laboral? Ou deixar-lhes na memória a cultura de um trabalho digno, um teto decente e terra para trabalhar? Em qual cultura quere-mos ver nascer aqueles que virão depois de nós? Que atmosfera vão respirar? Um ar contaminado pela cor-rupção, a violência, a insegurança e desconfiança ou, pelo contrário, um ar capaz de gerar alternativas, gerar renovação e mudança?

Sei que aquilo que proponho não é fácil, mas sei também que é pior deixar o futuro nas mãos da cor-rupção, da brutalidade, da falta de equidade. Sei que muitas vezes, numa negociação, não é fácil harmoni-zar todas as partes, mas sei também que é pior e acaba por fazer um dano maior a falta de negociação e a falta de avaliação. Sei que não é fácil viver de acordo num mundo cada vez mais competitivo, mas é pior deixar que o mundo competitivo acabe por determinar o des-tino dos povos. O lucro e o capital não são um bem superior ao homem, mas estão ao serviço do bem co-mum. E, quando o bem comum é forçado a estar ao serviço do lucro e o único a ganhar é o capital, a isto chama-se exclusão.

Comecei por vos agradecer a oportunidade de estar juntos, agora quero convidar-vos a sonhar o Méxi-co, a construir o México que os vossos filhos merecem; onde o pai tenha tempo para jogar com o seu filho, e a mãe tenha tempo para brincar com o seu filho. Isso conseguirão negociando, perdendo para que ganhe to-dos. Um México, onde não haja pessoas de primeira,

segunda ou quarta classe, mas um México que saiba reconhecer no ou-tro a dignidade de filho de Deus. A Guadalupana, que Se manifestou a Juan Diego demonstrando como os que aparentemente não contam se-jam as suas testemunhas privilegia-das, vos ajude e acompanhe nesta construção.

Trecho do discurso do Papa em sua Viagem Apostólica ao México, Ciudad Juárez, fevereiro 2016.

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Luterana convertida à Igreja será declarada

santa pelo Papa Francisco

A Igreja é Notícia

54º Assembleia Geral da CNBB

A Irmã Dulce dormiu durante 30 anos em uma cadeira de madeira. Mas seu sacrifício

maior foi a entrega da própria vida por amor aos mais pobres

Comissão Nacional da CNBB lança o “Hora da Família” 2016

Papa Francisco pede libertação de Pe. Tom e de todos sequestrados

em zonas de conflitoNo final da Oração do Regina Coeli, no domingo, 10

de abril, o Papa Francisco renovou seu apelo pela liberta-ção de todas as pessoas sequestradas em zonas de conflito, de maneira especial o Pe. Tom Uzhunnalil, sequestrado em 4 de março pelos terroristas muçulmanos que atacaram o convento das Missionárias da Caridade em Áden (Iêmen). “Na esperança a nós doada por Cristo ressuscitado, renovo o meu apelo pela libertação de todas as pessoas sequestra-das em zonas de conflito armado; em particular desejo re-cordar o sacerdote salesiano Tom Uzhunnalil, sequestrado em Áden, no Iêmen, no último dia 4 de março”, expressou o Pontífice ante os fiéis presentes na Praça de São Pedro.

A beata irmã Dulce, muito reconhecida no Brasil pela grande obra de caridade que levou adiante em prol dos mais necessitados, dormiu durante 30 anos em uma cadeira de madeira. A penitência foi feita em ação de graças a Deus pela recuperação de sua irmã, Dulcinha, que, em 1955, tinha passado por uma gravidez de alto risco. A religiosa cumpriu sua

promessa durante 30 anos com muita dificuldade, já que tinha um enfisema pulmonar. Em 1985, os médicos a convenceram a encerrar essa penitência – mas não foi fácil, porque a Irmã Dulce pretendia continuar fazendo o sacrifício.

“O amor supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios. Por mais que fizermos, tudo é pouco diante do que Deus faz por nós” (Irmã Dulce)

O Papa Francisco vai canonizar, no pró-ximo dia 5 de junho, a religiosa sueca Maria Isabel Hesselblad. Nasceu no vilarejo de Fa-glavik, sudoeste da Suécia, no dia 4 de junho de 1870. Foi durante uma viagem a Bruxelas, enquanto acompanhava suas amigas católicas em um procissão do Santíssimo na Catedral de São Miguel e Santa Gudula, que Isabel teve um encontro pessoal com Jesus na Eucaristia. Em 15 de agosto de 1902, já com 32 anos, Isa-bel finalmente recebe o Batismo e mais tarde o sacramento da Confirmação e descobriu que devia dedicar toda a sua vida a rezar pela uni-dade dos cristãos. Em 1906, ela recebe a per-missão do Papa São Pio X para tomar o hábito da Ordem do Santíssimo Salvador, fundada por Santa Brígida. Cinco anos depois, passa-dos inúmeros percalços, ela consegue estabe-lecer em Roma uma casa das brigidinas, dan-do início a um novo ramo da comunidade.

Temática central do subsídio está em sintonia com o Ano da Misericórdia, proclamado pelo papa Francisco. Com o tema “Misericórdia na Família: Dom e Missão”, o subsídio Hora da Família 2016 contém roteiros para sete encontros, além de celebrações como via-sacra em famí-lia, para o Dia dos Pais, dos Avós e das Mães. O material, produzido pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família. Com uma proposta moderna e explicativa, o ma-terial é organizado de forma interativa, sugerindo encon-tros participativos e celebrativos, buscando envolver a co-munidade, famílias, lideranças, crianças, jovens e adultos.

A Conferência Nacional do Bispos do Brasil – CNBB – esteve reunida entre os dias 06 e 15 de abril, em Aparecida, São Paulo. A Assembleia Geral é o órgão supremo da CNBB e uma expressão de colegialidade e corresponsabilidade dos bispos da Igreja no Brasil. É uma oportunidade para conhecer os colegas bispos e para partilhar as alegrias, projetos e preocupações. Na Assembleia foram tratados prioritariamente assuntos pastorais que envolvem a evangelização. O tema central deste ano foi sobre a missão do cristão leigo na Igreja e na sociedade. Deste estudo resultará um documento para subsidiar a Igreja.

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Opiniões que fazem opinião

Declaração da CNBB sobre o momento Nacional

Nós, bispos católicos do Brasil, reunidos em Aparecida, na 54ª Assembleia Geral da Confe-rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), frente à profunda crise ética, política, econômica e institu-cional pela qual passa o país, trazemos, em nossas reflexões, orações e preocupações de pastores, todo o povo brasileiro, pois, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (Gaudium et Spes, 1).

Depois de vinte anos de regime de exceção, o Brasil retomou a experiência de um Estado demo-crático de direito. Os movimentos populares, orga-nizações estudantis, operárias, camponesas, artísti-cas, religiosas, dentre outras, tiveram participação determinante nessa conquista. Desde então, o país vive um dos mais longos períodos democráticos da sua história republicana, no qual muitos aconteci-mentos ajudaram no fortalecimento da democracia brasileira. Entre eles, o movimento “Diretas Já!”, a elaboração da Carta Cidadã, a experiência das pri-meiras eleições diretas e outras mobilizações pací-ficas.

Neste momento, mais uma vez, o Brasil se defronta com uma conjuntura desafiadora. Vêm à tona escândalos de corrupção sem precedentes na história do país. É verdade que escândalos dessa natureza não tiveram início agora; entretanto, o que se revela no quadro atual tem conotações próprias e impacto devastador. São cifras que fogem à com-preensão da maioria da população. Empresários, políticos, agentes públicos estão envolvidos num esquema que, além de imoral e criminoso, cobra seu preço.

Quem paga pela corrupção? Certamente são os pobres, “os mártires da corrupção” (Papa Fran-cisco). Como pastores, solidarizamo-nos com os sofrimentos do povo. As suspeitas de corrupção de-vem continuar sendo rigorosamente apuradas. Os acusados sejam julgados pelas instâncias competen-tes, respeitado o seu direito de defesa; os culpados, punidos e os danos, devidamente reparados, a fim de que sejam garantidas a transparência, a recupe-ração da credibilidade das instituições e restabele-cida a justiça.

A forma como se realizam as campanhas elei-

torais favorece um fisiolo-gismo que contribui fortemente para crises como a que o país está enfrentando neste momento.

Uma das manifestações mais evidentes da cri-se atual é o processo de impeachment da Presidente da República. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acompanha atentamente esse processo e espera o correto procedimento das instâncias com-petentes, respeitado o ordenamento jurídico do Es-tado democrático de direito.

A crise atual evidencia a necessidade de uma autêntica e profunda reforma política, que assegure efetiva participação popular, favoreça a autonomia dos Poderes da República, restaure a credibilidade das instituições, assegure a governabilidade e ga-ranta os direitos sociais.

De acordo com a Constituição Federal, os três Poderes da República cumpram integralmente suas responsabilidades. O bem da nação requer de todos a superação de interesses pessoais, partidários e corporativistas. A polarização de posições ideológi-cas, em clima fortemente emocional, gera a perda de objetividade e pode levar a divisões e violências que ameaçam a paz social.

Conclamamos o povo brasileiro a preservar os altos valores da convivência democrática, do res-peito ao próximo, da tolerância e do sadio pluralis-mo, promovendo o debate político com serenidade. Manifestações populares pacíficas contribuem para o fortalecimento da democracia. Os meios de comu-nicação social têm o importante papel de informar e formar a opinião pública com fidelidade aos fatos e respeito à verdade.

Acreditamos no diálogo, na sabedoria do povo brasileiro e no discernimento das lideranças na busca de caminhos que garantam a superação da atual crise e a preservação da paz em nosso país. “Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são cha-mados a se preocupar com a construção de um mundo melhor” (Papa Francisco).

Pedimos a oração de todos pela nossa Pátria. Do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, invo-camos a bênção e a proteção de Deus sobre toda a nação brasileira.

Aparecida – SP, 13 de abril de 2016.

“Quem pratica a verdade aproxima-se da luz” (Jo 3,21).

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Círculos Bíblicos

Acolhida: Preparar uma mesa com a Bíblia, flores, crucifixo, e figuras de pessoas em oração.

Animador/a: Irmãos e irmãs se-jam bem vindos! O cristão autên-tico busca sempre imitar seu Mes-tre – Jesus Cristo. Esta, porém, não é uma tarefa fácil, de modo especial quando se trata da ora-ção. Em diversas citações bíblicas, percebemos que Jesus retira-se para rezar. E, quando em supre-ma angústia, pede aos discípu-los que permaneçam em oração, estes encontram grandes dificul-dades. Peçamos o auxílio divino para este momento de reflexão e oração. Em nome do Pai...

Canto: Com Jesus, tudo pode ser mudado pela força da oração (2x)Tenha fé, acredite no poder de Deus, meu irmão (2x)

ABRINDO OS OLHOS PARA VERAnimador/a: Nós somos muito voltados às nossas próprias ne-cessidades e preocupações, con-tudo, uma das obras de miseri-córdia nos exorta à oração, pelos vivos e pelos mortos.

ORAÇÃO INICIALLeitor/a 1: Rezemos o salmo 33.Todos: Procurei o Senhor e ele me atendeu! Glorificai comigo o Se-nhor!

Leitor/a 2: Glorificai comigo o Senhor, juntos exaltemos o seu nome. Procurei o Senhor e Ele me atendeu. Livrou-me de todos os temores.Leitor/a 3: Vede, este infe-liz clamou e o Senhor o ouviu. De todas as an-gústias o livrou. Provai e vede como o Senhor é bom. Feliz o homem que se refugia nele.

Leitor/a 4: Guarda a tua língua do mal, e teus lábios de palavras enganosas. Aparta-te do mal e faze o bem; busca a paz e vai ao seu encalço.

ESCUTANDO A PALAVRALeitor/a 1: Para Jesus, a oração constitui uma fonte de força e inspiração para seu trabalho. Sua ação missionária é sustentada pela constante intimidade com o Pai. Há uma perfeita coerência entre o que Jesus reza ao Pai e o que realiza. “Não vim fazer a mi-nha vontade, mas a daquele que me enviou” (Jo 6,38).

Canto: Aleluia, aleluia, a minh’alma abrirei / Aleluia, aleluia, Cristo é meu Rei.

Leitor/a 2: Abramos o coração para acolher a Palavra de Deus: 2º Macabeus 12, 38-46.

PARTILHANDO A PALAVRAa) Judas Macabeu e seus compa-nheiros puseram-se em oração pelos mortos. O que pediram a Deus?b) Leia novamente o versículo 42 e comente: que exortação fez Ju-das à multidão? Esta exortação vale para nós, hoje?

REZANDO A PALAVRAAnimador/a: Sobre a importân-cia da oração nos alerta o Papa Francisco: “Conservemos viva a nossa fé por meio da oração e dos Sacramentos; estejamos vigi-lantes, para não nos esquecermos

de Deus”. Se não alimentamos o corpo morremos. E, quan-

do não rezamos, não nos colocamos na presença de Deus, em oração, fragili-zamos o espírito; enfra-quecemos a vontade,

deixamos de ser altru-

ístas, generosos, misericordiosos e ficamos indiferentes às necessi-dades do próximo.

Leitor/a 1: Seguindo o conselho de Santo Agostinho: “É melhor falar com Deus, do que falar de Deus”, elevemos nossos pedidos:Todos: Pai misericordioso, aco-lhei nossa súplica!

(Leitores espontâneos)- Pelo Papa e pelos ministros or-denados que conduzam a Igreja, segundo a vontade de Deus, re-zemos:- Por todos os pecadores, a fim de que voltem seu coração para o Se-nhor e se convertam, rezemos:- Por todos os cristãos persegui-dos, para que tenham sua fé for-talecida e que Cristo os recom-pense, rezemos:-Pelos governantes do país, do estado e do município para que governem em favor do povo e não dos seus próprios interesses, rezemos:- Pelas almas do purgatório, que alcançadas pela misericórdia di-vina, cheguem á Luz Eterna, re-zemos:- (outras preces)

ASSUMINDO A PALAVRALeitor/a 2: Em Filipenses 4,6 a Palavra de Deus diz: “Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, súplicas e ação de graças”. c) É assim que estou agindo? Como posso melhorar minha ora-ção, meu contato com Deus?

BÊNÇÃO FINALAnimador/a: O Senhor volte para nós o seu olhar, nos dê sua paz, nos abençoe: Pai...Canto: Ensina teu povo a rezar, Ma-ria, mãe de Jesus...

1º EncontroObra de misericórdia: rezar pelos vivos e pelos mortos

Maio de 2016 9

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2º EncontroObras de misericórdia corporais:

acolher e socorrer os irmãos necessitados

Círculos Bíblicos

Acolhida: Preparar o ambiente com Bíblia, vela, imagem de Nossa Senho-ra, uma foto do rosto de Jesus, flores, cartaz com o tema do encontro.

Animador/a: Queridos Irmãos e Irmãs sejam bem-vindos ao nosso encontro. Neste mês dedicado a Maria, olhemos para o rosto ma-terno da Mãe e também o rosto de seu Filho Jesus Cristo, que ex-pressam a misericórdia do Pai. Sintamo-nos acolhidos/as e nos revistamos de muita alegria para contemplarmos juntos, a ação mi-sericordiosa de Cristo que revelou nas bem-aventuranças: “Bem-a-venturados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” (Mt 5,7).

Todos: Em nome do Pai... Canto: Imaculada, Maria de Deus...

ABRINDO OS OLHOS PARA VERAnimador/a: Jesus Cristo sempre teve compaixão dos sofredores. Os Evangelhos relatam vários momentos em que Jesus acolhe, atende, socorre e liberta. Jesus se desdobrou em misericórdia para com o irmão e a irmã que sofre. João Batista exorta: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem. E quem tiver comida, faça a mes-ma coisa.” (Lc 3,11). Vale lembrar que Maria, mesmo grávida, atra-vessou montanhas, para ajudar e colocar-se a serviço da sua prima Isabel, grávida de seis meses e ido-sa. É urgente de nossa parte uma postura orante e atuante diante da realidade que temos hoje.

ORAÇÃO INICIALAnimador/a: O discípulo missio-nário acolhe a Palavra e a põe em prática. Ele escuta o Mestre, aque-le que “embora fosse rico, se tornou pobre por causa de vocês, para com a sua pobreza enriquecer a vocês” (2

Cor 8,9).

Leitor/a 1 – A Igreja tem a mis-são de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evan-gelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa. A Esposa de Cristo assume o comportamento do Fi-lho de Deus, que vai ao encontro de todos sem excluir ninguém. Lado A – Onde tantos incentivam o PRECONCEITO,Lado B – Que nós pratiquemos a TOLERÂNCIA.Lado A – Onde tantos promovem a CONCENTRAÇÃO,Lado B – Que nós sejamos a PAR-TILHA.Lado A – Onde tantos sofrem o peso da INJUSTIÇA,Lado B – Que nós lutemos pela JUSTIÇA.Lado A – Onde tantos perderam a ESPERANÇA,Lado B - Que nós sejamos a LUZ!Todos: A tua ternura Senhor vem me abraçar...

ESCUTANDO A PALAVRAAnimador/a: Somos chamados a acolher e socorrer a pessoa huma-na que se apresenta a nós com vá-rios rostos de sofrimento. Acolher na vida familiar, na convivência, no afeto, na dedicação de nosso tempo, na escuta; abrir espaços e encontrar meios de acolhida. As obras de misericórdia nos in-terpelam a socorrer sem precon-ceito. Ter misericórdia não é ter pena de alguém. É exercitar a compaixão, a solidariedade para com a necessidade do outro. Mi-sericórdia é estar perto de quem sofre acolhê-lo e socorrê-lo, mes-mo sem entender a extensão do sofrimento, pois a dor na carne é sentida verdadeiramente por quem está machucado. “Crescer

misericordiosos significa aprender a ser corajosos no amor prático e desin-teressado”. (Papa Francisco).Canto: Pela Palavra de Deus sabere-mos por onde andar...

Leitor/a 2 – Leitura de São Paulo 2 Cor 8,7-9.13-15a) Quais são as frases no texto que chamam à atenção?b) Olhando para a comunidade de Corinto como nós estamos vi-vendo a misericórdia?

REZANDO A PALAVRAAnimador/a: Somos convidados a contemplar Cristo, que se fez po-bre por amor dos homens. Peça-mos a Deus que, pela intercessão de Maria, nos ajude a interiorizar esta resposta de São Paulo, para sabermos recorrer a Cristo e à Es-critura e podermos fazer as nossas escolhas de acordo com a Palavra.Todos: Pai Nosso... Ave Maria

ASSUMINDO A PALAVRAc) Que gesto concreto nosso gru-po, dentro das Obras de Miseri-córdia Corporais, pode realizar nesta semana?

BÊNÇÃO FINALAnimador/a: Coloquemos a nos-sa mão no ombro da pessoa que está ao nosso lado. Rezemos por todos que necessitam da miseri-córdia do Pai. (Tempo de silêncio) Pela intercessão de Nossa Senho-ra Mãe da Misericórdia, peçamos ao Senhor que Ele nos abençoe. Pai, Filho, Espírito Santo. Amém!

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3º EncontroVisitar as famílias em dificuldade

Círculos Bíblicos

Acolhida: Colocar sobre o altar o crucifixo, flores, vela, fotos de famílias que estão sofrendo e um pão grande para a partilha ao fi-nal.

Animador/a: Famílias que vivem o amor são plenamente vivas e o caminho cristão é a melhor dire-ção para encontrar o verdadeiro amor. O impulso missionário pe-las famílias e com as famílias, se funda no mandamento do amor, e busca a edificação da Igreja e da sociedade para o bem de cada pessoa e de toda a humanidade. (Hora da Família 2015). Acolha-mo-nos uns aos outros dizendo: “que bom que você veio” e juntos cantemos o Sinal da Cruz.

Canto: Que a família comece e ter-mine sabendo onde vai e que o ho-mem carregue nos ombros a graça de um pai que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor e que os filhos conheçam a força que brota do amor.Abençoa, Senhor, as famílias, amém! Abençoa, Senhor, a mi-nha também. (2X)

ABRINDO OS OLHOS PARA VERAnimador/a: As situações sócio--político-econômicas do mundo de hoje revelam desigualdades, injustiças, corrupções, abusos, violências e exclusões de todo tipo. Este não é o mundo que sonhamos e muito menos o mun-do querido por Deus.

Leitor/a 1: Por mais que a vida humana seja preciosa, muitas pessoas não são reconhecidas, va-lorizadas e são colocadas à mar-gem. É preciso ter quem as acolha e as ajude a reencontrar o verda-deiro valor da vida. As famílias e grupos cristãos devem ser fonte de misericórdia, segurança, ami-

zade e apoio nas inúmeras situa-ções de sofrimentos.

ORAÇÃO INICIAL Lado A: Deus e Pai de todos nós, em Jesus, vosso Filho e Senhor Nosso, vós nos fizestes filhos e fi-lhas na família da Igreja.

Lado B: Que a vossa graça e amor ajudem nossas famílias em todos os lugares do mundo a perma-necerem unidas na fidelidade ao Evangelho.

Lado A: Que o exemplo da Sagra-da Família, com o auxílio de vos-so Espírito Santo, guie todas as famílias, especialmente as mais atribuladas, para que sejam lares de comunhão e oração e sempre busquem vossa verdade e vivam em vosso amor.

Todos: Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém! Jesus, Maria e José, rogai por nós! (Hora da Fa-mília 2015).

ESCUTANDO A PALAVRAAnimador/a: As famílias se tor-nam enfraquecidas quando o in-dividualismo e o consumismo ba-tem à nossa porta. Deixamos de viver a verdadeira aliança inau-gurada por Jesus Cristo que é o mandamento do amor.Canto: Palavra de salvação, somente o céu tem pra dar. Por isso o meu coração se abre para escutar.Por mais difícil que seja seguir tua pa-lavra queremos ouvir. Por mais difícil, de se praticar, tua palavra queremos guardar.

Leitor/a 1: Leitura da Carta de São Tiago 2, 14-18.

PARTILHANDO A PALAVRAa) Conforme São Tiago, basta apenas acreditar para que seja-

mos salvos?b) Como podemos viver uma fé prática em meio às famílias com dificuldade?

REZANDO A PALAVRAAnimador/a: Nosso mundo vive hoje não poucas contradições, seja em relação à vida ou a fa-mília, colocando diariamente as pessoas em situações de conflitos, exclusões e sofrimentos.

c) O que uma fé prática exige de nossa parte? Como gesto concre-to, vamos nesta semana visitar uma família em dificuldade.Canto: A tua ternura Senhor, vem me abraçar. E a tua bondade infi-nita me perdoar. Vou ser o teu se-guidor e te dar o meu coração, eu quero sentir o calor de tuas mãos.

ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINALAnimador/a: Rezemos a oração do Pai Nosso, uma Ave Maria e o Glória por todas as famílias que estão passando por dificuldades, especialmente as mais atribula-das e que precisam de nossa visi-ta e de nossa ajuda solidária. Que o Senhor nos abençoe e nos guarde, que Ele mostre sua face e tenha compaixão, que Ele volva o seu rosto e nos dê a Paz. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Canto: Pelas estradas da vida nunca sozinho está...

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Círculos Bíblicos

4º Encontro“Sejam, portanto, sóbrios e moderados!” (1 Pd 4,7)

Acolhida: Preparar Bíblia, vela, crucifixo.

Animador/a: Em nome de Jesus, sejam todas e todos bem-vindos! Coloquemo-nos na presença de Deus, Uno e Trino, cantando o Si-nal da Cruz!

Canto: O Povo de Deus...

Animador/a: Uma das Obras de Misericórdia é a SOBRIEDADE. Isto é: viver de um jeito simples, modesto, sóbrio e solidário! Já disse o Livro do Eclesiástico e também São Paulo:

Leitor/a 1: “Quem ama o ouro, não se conserva justo; e quem cor-re atrás de lucro, com ele se per-derá! Muitos foram vítimas do ouro, e sua ruína foi inevitável!” (Ecl 31, 5 - 6).Todos: “Não trouxemos nada para o mundo, e dele nada pode-mos levar!” (1 Tm 6, 7).

ORAÇÃO INICIALSalmo 49 Leitor/a 1: “Povos da terra! Habi-tantes do mundo inteiro! Todos, ricos e pobres, grandes e peque-nos; prestem atenção! Ouvi o que vou dizer: Por que eu haveria de inquietar-me no tempo da priva-ção, quando sentir de perto a mal-dade dos meus opressores? Esses que confiam na sua grande fortu-na; que se gloriam na quantidade enorme das suas riquezas!

Todos: Comprar a vida, ninguém compra! Ninguém poderá pagar a Deus o preço exigido, para viver sempre e escapar da morte! É alto demais este preço; nunca poderá cobri-lo! Morrer; todos morrem; o sábio e o louco! Vão todos juntos, deixando para os outros os seus bens! O cemitério será para sem-pre sua morada.

Leitor/a 2: Não te inquietes, vendo que o outro se enriquece! Porque na sua morte não levará nada; sua riqueza não irá atrás dele! Ainda que, em vida, o tivessem elogiado: ‘Parabéns! Você soube viver!’ Irá juntar-se a todos os outros. Nunca mais verá a luz!Todos: Quanto a mim, Deus sal-vará a minha vida, tirando-me da morte e tomando-me consigo”!

ABRINDO OS OLHOS PARA VERAnimador/a: Diz Papa Francis-co: “O dinheiro deve servir e não governar! Riqueza só é bênção de Deus, se for partilhada!”

Leitor/a 1: Quantas situações de precariedade e sofrimento, presen-tes no mundo atual! Quantas feri-das, gravadas na carne de muitos, que não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos ricos!”

Animador/a: E Papa Francisco continua, propondo um novo es-tilo de vida, simples, sóbrio e so-lidário:Leitor/a 2: “Quanto mais vazio está o coração da pessoa, tanto mais necessita de objetos para comprar, possuir e consumir. A obsessão por um estilo de vida consumis-ta só poderá provocar violência e destruição! A sobriedade, porém, vivida livre e conscientemente, é libertadora! A espiritualidade cristã propõe uma vida sóbria e a capa-cidade de se alegrar com pouco. É possível necessitar de pouco e viver

muito e intensamente!” Todos: “Descobri que eu preciso de pouca coisa para ser feliz!” (Gandhi)

ESCUTANDO A PALAVRACanto de aclamaçãoAnimador/a: “Sejam sóbrios e moderados!” Até na bebida! O vinho pode causar tanto alegria, quanto amargura!

Leitor/a 3: Leitura do Livro Ecle-siástico 31, 25-31 (ler 2 vezes)a) Nesta leitura, o que mais cha-mou sua atenção? Por quê?b) “Estou apenas observando quanta coisa que existe de que eu não preciso para ser feliz!” (Só-crates). Comente!

ASSUMINDO A PALAVRAAnimador/a: Não é fácil viver de um jeito simples e sóbrio! A ido-latria do deus-dinheiro fascina muita gente. Já disse o livro de Provérbios:

Leitor/a 1: “A sanguessuga tem duas filhas, chamam-se: “Quero mias”, Quero mais”! Nunca diz: “Chega! Basta!” (Pr 30, 15).c) Que posso fazer para viver mais sóbrio?

ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINALTodos: Senhor, Pai e Mãe, dá-nos hoje o pão de cada dia; isto é, o necessário para viver humana e dignamente! Não deixes faltar pão em nenhum lar! Não permitas que a ganância de alguns, arran-que da boca de teus filhos e filhas, o pão a que todos e todas têm di-reito! Amém! Pai Nosso, Ave Ma-ria, Glória ao Pai.

Animador/a: Que o Deus da Vida nos proteja, nos guie e nos aben-çoe: PAI...

Canto final e abraço.

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Pergunte e Responderemos

Dom Redovino Rizzardo, csBispo Emérito

A CNBB é comunista? Petista?

Envie sua pergunta para: [email protected]

«No dia 24 de março, durante as celebrações da quinta-feira santa, realizadas na Catedral da Sé, em São Paulo, uma mulher atacou o Cardeal Odilo Scherer, gritando que a CNBB é comunista. A meu ver, mais do que comunista, a cúpula da CNBB continua acreditando no PT, como prova a “Nota sobre o momento atual do Brasil”, divulgada no dia 10 de março. Nela se afirma que “o Congresso Nacional e os partidos políticos têm o dever ético de favorecer e fortificar a governabilidade” – já que (é a conclusão a que chego) a Presidente e os Ministros estão cumprindo com esta obrigação...». (Caio Machado de Souza).

Prezado Caio, começo lembrando que, por se tratar de uma organização da Igreja Católica, jamais a CNBB poderá – ou deveria – ser vista como co-munista, já que esta ideologia, em vários aspectos, é totalmente contrária à doutrina cristã e ao Evan-gelho. Quanto ao PT, não nego que, alguns bispos que, em 1980, lutaram para o nascimento de um partido político que levasse adiante os ideais de justiça, igualdade e solidariedade alimentados pela imensa maioria do povo brasileiro, continuem com esta esperança, acreditando que esse partido possa concretizá-la.

Contudo, a meu ver, a acusação tem também outra razão, muito mais profunda e... cristã. Costuma--se dizer que o Continente Latino-americano foi bati-zado, mas não evangelizado. É por isso que, ao longo desses 500 anos, a maioria dos católicos foi motivada para uma fé mais “intimista” do que “comunitária”, mais voltada para o “templo” do que para a “socie-dade”. Na verdade, rezar, participar de procissões, fazer promessas, etc. custa muito menos do que atuar decididamente por um Brasil mais justo e solidário e, consequentemente, menos corrupto e menos violento.

Não nego: uma coisa completa a outra. Se nos-sas autoridades do poder executivo, legislativo e ju-diciário fossem realmente cristãs, tudo seria mais fácil. Infelizmente, muitas delas, levadas pela ideo-logia marxista e pela mentalidade secularista cada dia mais em voga na sociedade, combatem a maior parte dos valores que sempre fizeram a grandeza das famílias e da pátria. Assim, juntamente com o descalabro das finanças e da política, o que se vê é também o descalabro dos valores humanos e cris-tãos. E, se estes desaparecem, salve-se quem puder!

É o que percebemos também em outros países, como na França, a pátria da famosa Revolução que, em 1789, “redescobriu” a fraternidade, a igualdade e a liberdade. Na prática, o que é que ela fez até hoje senão insistir apenas na liberdade? Como sabemos, a liberdade sem igualdade social e, pior ainda, sem

fraternidade, pode ser vista como a causa principal da revolta que levou alguns radicais islâmicos a enfrentarem, em janeiro de 2015, o jornal satírico “Charlie Hebdo” e, onze meses depois, em novembro, a promoverem um novo ataque terrorista, matando quase 200 pes-soas.

Desde o seu primeiro escrito, a Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”, publicada no dia 24 de novembro de 2013, o Papa Francisco pe-diu aos bispos, padres, diáconos e religiosos que não se confinassem nas sacristias: «Os Pastores, aco-lhendo as contribuições das diversas ciências, têm o direi-to de exprimir opiniões sobre tudo aquilo que diz respeito à vida das pessoas, dado que a tarefa da evangelização implica e exige uma promoção integral de cada ser hu-mano. Não se pode afirmar que a religião deve limitar-se ao âmbito privado e serve apenas para preparar as almas para o céu. Sabemos que Deus deseja a felicidade dos seus filhos também nesta terra, embora estejam chamados à plenitude eterna, porque Ele criou todas as coisas “para nosso proveito” (1 Tm 6,17), para que todos possam usufruir delas. Por isso, a conversão cristã exige rever especialmente tudo o que diz respeito à ordem social e consecução do bem comum» (Nº 182).

Imensa e maravilhosa é a missão do cristão que, levado pela força da fé, se sente escolhido por Deus para renovar a sociedade e a criação. É o que Francisco lembra logo a seguir: «Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sem-pre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela. Amamos este magnífico planeta onde Deus nos colocou, e amamos a humanidade que o habita, com todos os seus dramas e cansaços, com os seus anseios e esperanças, com os seus valores e fragilidades. A terra é a nossa casa comum, e todos somos irmãos. Embora a justa ordem da sociedade e do Estado seja dever central da política, a Igreja não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a preocupar-se com a construção dum mundo melhor» (Nº 183).

E isso não porque estamos li-gados a um partido político, mas porque somos cristãos!

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Prof. Felipe AquinoProfessor e Apresentador

Educar é colaborar com Deus, e é na educa-ção dos filhos que se revelam as virtudes dos pais.

Educar é promover o crescimento e o ama-durecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões: material, intelectual, moral e religiosa. Por isso, educação não se recebe só na escola, mas principalmente em casa. Às vezes se ouve alguém dizer: “Ele é analfabeto, mas é muito educado”. Não adianta ser doutor e não saber tratar os outros como gente; não saber cumprir com a palavra dada; não se comportar bem; trair a esposa e os filhos; não ser gentil; não ser afável, etc. Sem dúvida, a educação é a melhor herança que os pais devem deixar aos filhos; esta ninguém pode lhes roubar nem destruir.

O livro do Eclesiástico, capítulo 30, versículo 1, ensina aos genitores: “Aquele que ama o seu filho, corrige-o com frequência, para que se alegre com isso mais tarde”.

A educação visa, principalmente, sobretudo colocar o homem no caminho do bem e da virtude, do qual ele sempre tende a se desviar. É aos pais que cabe, sobretudo, dar início a essa tarefa na vida dos filhos.

A Igreja nos ensina que: “Pela graça do Sacra-mento do matrimônio os pais receberam a responsa-bilidade e o privilégio de evangelizar os seus filhos. Por isso os iniciarão desde a tenra idade nos mistérios da fé, da qual são para os filhos os ‘primeiros arautos’ (LG,11). Associá-los-ão desde a primeira infância à vida da Igreja” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2225).

A tarefa de educar, como dizia D. Bosco, “é obra do coração”, é obra do amor, por isso tem muito a ver com a mãe. Sem o carinho e a atenção dessa fi-gura a criança certamente crescerá carente de afeto e desorientada para a vida.

O povo diz que atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher, mas é preciso não esque-cer que “esta mulher”, mais do que a esposa, é a mãe.

É no colo da mãe que a criança precisa aprender o que é a fé, aprender a rezar e a amar a Deus e as pessoas. É no colo da mãe que o homem de amanhã deve aprender o que é a retidão, o caráter, a

honestidade, a bondade, a pureza de coração.É no colo da mãe que a criança aprende a

respeitar as pessoas, a ser gentil com os mais velhos, a ser humilde e simples e não desprezar ninguém.

É no colo da mãe que o filho aprende a caridade, a vida pura da castidade, o domínio de todas as paixões desordenadas e a rejeitar todos os vícios.

É a mãe, com seu jeito doce e suave, que vai retirando da sua plantinha que cresce a erva daninha da preguiça, da desobediência, da má-criação, dos gestos e palavras inconvenientes. É ela que vai lhe ensinando a perdoar, a superar os momentos de raiva sem revidar, a não ter inveja dos outros que têm mais bens e dinheiro.

É a mãe que nas primeiras tarefas do lar lhe ensina o caminho redentor do trabalho e a responsabilidade.

Até o Filho de Deus quis precisar de uma Mãe para cumprir a Sua missão de salvar a humanidade; e Ele fez o Seu primeiro milagre nas Bodas de Caná exatamente porque Ela lhe pediu. Por isso, cada mãe é um sinal de Maria, que ensina seu filho a viver de acordo com a vontade de Deus.

Neste mundo, às vezes perverso, que penetra sorrateiro em nossas casas e insiste numa sistemáti-ca pregação de antivalores por algumas TVs, mais do que nunca é necessário uma mãe atenta para combater tudo aquilo que prejudica a educação dos seus filhos.

Mais do que nunca ela precisa saber conquistá--los, não por aquilo que lhes dá, mas por aquilo que é para eles: amiga de todas as horas, consoladora. Saiba sempre corrigir o seu filho, mas que nunca seja com grosseria, com gritos ou com humilhações. E jamais o faça na frente dos outros.

Se você conquistar o seu filho a ponto de ele ter um sagrado orgulho de tê-la como sua mãe, então, você poderá fazer dele o que desejar.

Vida em família

O papel da mãe na criação dos filhos

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Três anos após o fim da Guerra Civil, eis que surgiu uma luz no horizonte. Da Espanha, para o mundo. O JACE (Juventude de Ação Católica Espanhola) após muita oração e desafios contínuos, realizaram na década de 50 uma peregrinação que não imaginavam tamanha estrada que seria construída, atravessando os cinco continentes. Em Santiago de Compostela surgira, então, o primeiro cursilho, palavra em espanhol que significa pequeno curso. Com a missão de evangelizar os ambientes, alicerçados no tripé oração, formação e ação. Vários cursilhos foram realizados e constatou-se bons resultados e que o movimento realmente podia trazer uma solução universal à ação evangelizadora, pois se apresentava como uma resposta a diferentes pessoas (jovens e adultos, próximos ou distantes da religião) e as diferentes realidades sociais.

No Brasil, o MCC se iniciou na Semana Santa de Valinhos (SP) e se espalhou pelas terras de Santa Cruz, alcançando então o MS. De Campo Grande, os dois primeiros cursilhos da Diocese de Dourados aconteceram na Escola Imaculada Conceição. Até hoje, mais de 10 mil pessoas entre adolescentes, jovens e adultos passaram pelo MCC nesta diocese.

A família MCC de divide em três ramos: Decolores (14-17 anos), Jovens (18 a 30 anos) e Adultos (este último em retiro separado para homens e mulheres, acima de 30 anos, sendo possível a participação de jovens vivenciando o estado matrimonial, adultos em segunda união ou separados). A abertura do coração é a peça

fundamental para bem vivenciar o cursilho, por isso o cursilho, na fase adulta, é separado para homens e mulheres.

Vários sacerdotes ajudam o MCC a caminhar espiritualmente. Padre Duvílio, hoje residindo no RS, é um sacerdote que marcou com sua simplicidade, força de vontade e que encorajou por vários anos a todos com suas palavras e orações. Dom Redovino, hoje bispo emérito, não mediu esforços para alavancar o MCC na Diocese. Atualmente, o MCC conta com a direção espiritual do Padre Alex Dias (Decolores), Padre Toninho Maria (Jovens) e o Padre Rubens dos Santos (Adultos). Há ainda a divisão setorial, com seus respectivos coordenadores para cada ramo do MCC.

O MCC é um movimento que trabalha a família: ser um melhor esposo, uma melhor esposa, um melhor filho ou filha, ser fermento e luz em todos os lugares aonde for. Toda semana há as escolas vivenciais para os três ramos, as equipes de trabalho se preparam com antecedência para os retiros e além de tudo isso, a ação é o ponto de destaque no movimento, mostrando o rosto MCC para as comunidades e para as pessoas que mais precisam, tanto do alimento espiritual como corporal.

No mês passado, aconteceu o 111º cursilho para homens (1 a 3), para mulheres (8 a 10) e o 33º para Jovens (21 a 24). Neste mês, acontecerá o 28º Decolores (13 a 15). Aos novos cursistas, o pedido do Papa Francisco: “Nunca se cansem de procurar os chamados afastados. Mas para ajudarem os outros a crescerem na fé, é necessário experimentar na primeira pessoa a bondade e a ternura de Deus. Encorajo-vos a seguirem sempre além, fiéis ao seu carisma e terem a coragem de chegar a todas as periferias.”

Os retiros serão realizados em breve na Casa do Cursilho e da Acolhida, que está em fase final de construção.

Cursilho de Cristandade e o Quarto Dia

Gabriel FernandesApresentador do programa Sintonia da Paz

na Rádio Coração 95,7 FM aos sábados, 13h.

A Igreja em serviço

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A Diocese em Revista

Exemplo de Solidariedade:Campanha “Abra seu coração”

Cáritas e CNBBA respeito da Campanha Emergencial da Cáritas

e CNBB “Abra seu coração” – ação de solidariedade aos migrantes e refugiados, a Cáritas Diocesana de Dourados visitou no dia de 12 de abril, uma das mais fiéis doadoras das campanhas emergenciais motivadas pela Cáritas em favor dos mais necessitados e sobreviventes de catástrofes naturais e sociais.

Dona Ignês Z. Rossi (aposentada), é um exemplo de solidariedade, de caridade e amor ao próximo. Desde de 2013 ela colabora mensalmente com essas campanhas so-lidárias, motivadas pela Cáritas Diocesana de Dourados, desde então, com suas doações já ajudou inúmeras pesso-as do mundo todo: ao socorro às vítimas do Tufão Haiyan nas Filipinas, através da campanha (SOS Filipinas), aos desabrigados pelas enchentes no sudeste brasileiro, aos sobreviventes da Guerra da Síria (SOS Síria), apoiou tam-bém os projetos de socorro às pessoas de extrema pobreza da África (SOS África), aos sobreviventes do terremoto no Haiti (SOS Haiti), às vítimas das enchentes do rio acre da região norte (SOS Enchente Rio Acre), a recuperação e apoio as famílias que sofreram com a catástrofe de Maria-na – MG, dentre muitas outras.

E atualmente, D. Ignês, mais uma vez, está prestan-do sua solidariedade aos refugiados/as e migrantes do Brasil, através da Campanha da Cáritas, em parceria com a CNBB “Abra seu coração”. Quando perguntada sobre quais os motivos pelos quais a mesma faz essas doações mensais à essas campanhas sociais e o porquê da esco-lha da Cáritas como mediadora, a mesma respondeu que: “Escolho a Cáritas por ser mais prática para colaborar e principalmente por saber que a Cáritas é uma entidade responsável com as doações e sempre dá a destinação cor-reta a elas, com transparência. Eu senti a necessidade de fazer alguma coisa para os irmãozinhos que sofrem. En-tão, nada melhor do que a Cáritas né?!”

São exemplos de pessoas como D. Ignês que per-cebemos como a solidariedade e a caridade são tão im-portantes na luta pelo combate às desigualdades sociais e no alento àqueles que sofrem. Por isso, mais uma vez pedimos a sua atenção a essa campanha tão importante,

abraçada pela Cáritas e CNBB. Ajude a trans-formar essa realidade cruel pela qual os nos-sos irmãos refugiados/as e migrantes passam.

Participe desse gesto de solidariedade, faça sua doação!

Formação LitúrgicaDuração do Processo Formativo: 3 anosInvestimento: R$ 200,00 por disciplina

(incluso: hospedagem, material e assessoria)Início: Sexta-feira às 19h30

Término: Sábado às 19hLocal: IPAD

Inscrições pelo site da Diocese: www.diocesededourados.com.br

ou Livraria Damasco

Informações: (67) 3422-6910E-mail: [email protected]

Conteúdo Programático

I. Etapa1. Ciência Litúrgica e Formação Litúrgica2. As diversas abordagens sobre a Liturgia3. Teologia Litúrgica

II. Etapa4. História da Liturgia 29 e 30/045. Antropologia Litúrgica 24 e 25/066. Metodologia Litúrgica 05 e 06/08

III. Etapa 7. Bíblia e Liturgia 04 e 05/118. Eclesiologia e Liturgia9. Mariologia e Liturgia10. Sociologia e Liturgia11. Ética Cristã e Liturgia

IV. Etapa12. História e Teologia da Arte Sacra 13. Espiritualidade Litúrgica14. Ano Litúrgico15. Direito litúrgico

V. Etapa16. Pastoral Litúrgica17. A música nos sacramentos18. Comunicação na Liturgia19. Catequese e Liturgia

VI. Especialização20. Celebração do Batismo21. Celebração do Matrimônio22. Celebração da Palavra

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A Diocese em Revista

Vila São Pedro, 8 a 10 de abril: 23º Despertar. Participaram 121 jovens (72 despertados e 49).

Dourados, 9 de abril:

Espiritualidade do Apostolado

da Oração, Forania Leste.

Dourados, 10 de abril: Encerramento do Cursilho de Cristandade, no IPAD.

07 de abril: em Missa Núncio Apostólico no Brasil acolhe

novos Bispos.

Aparecida/SP: 54º Assembleia Geral dos Bispos.

Dourados, 3 de abril: Retiro do RCC, na Capela

Santa Cruz.

Dourados, 3 de abril: Missa em ação de graças ao aniversário do padre Fernando Lorenz, na Catedral.

Dourados, 3 de abril: Missa em Ação de graças aos 25 anos do seminário Sagrado Coração de Jesus, na Catedral.

Dourados, 10 de abril: Retiro de Casais, na Paróquia São João Batista.

Dourados, 9 de abril: Jantar do

jubileu de prata do seminário Sagrado Coração de Jesus,

na Paróquia São Carlos.

Maio de 2016 17

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Fatos em foco

Dourados, 24 de março:

Missa do Lava-Pés

Dourados, 27 de março: Missa de Páscoa e também em ação de graças aos 15 anos de Episcopado de Dom Redovino. na Catedral

Dourados, 21 de março: Missa dos Santos Óleos, na Catedral.

Bonito, 14 a 17 de março: Retiro do Clero.

Dourados, 25 de março:

Celebração Sexta Feira

Santa/ Adoração a Santa Cruz, na

Catedral.

Dourados, 26 de março Missa do Sábado Santo, na Catedral.

Dourados, 10 de abril: Missa Vocacional, na Paróquia Bom

Jesus.

Dourados, 20 de março: Missa de Ramos, na Catedral.

Dourados, 29 a 30 de março: Assembleia da Vida Religiosa

Consagrada, no IPAD.

Indápolis, dia 13 de março: Posse do Pe. Amercio,

na Paróquia Nossa Senhora

Auxiliadora.

Fátima do Sul, dia 19 de março: Posse do Pe. Ademir, na paróquia Nossa Senhora de Fátima.

Ponta Porã, 12 de março:

Posse de Pe. Gilmar

Fornasier, na paróquia São

Vicente de Paulo.

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Datas Significativas

Agenda Diocesana

AniversariantesReligiosos/as Padres e Diáconos

Fique por dentro!

Dourados, 21 de março: Missa dos Santos Óleos, na Catedral.

Bonito, 14 a 17 de março: Retiro do Clero.

01- Festa do Padroeiro da Paróquia São José Operário, em Dourados - Formação para Ministros Novos nas foranias de Dourados na paróquia São João Batista

07 - Crismas em Dourados (Paróquia Nossa Senhora de Fátima)

08 - Crismas em Dourados (Paróquia Santa Terezinha)13 - Festa da Padroeira da Paróquia Nossa Senhora de

Fátima, em Fátima do Sul – DeColores, no IPAD14 - Crismas em Ponta Porã (Paróquia São José) –

DeColores, no IPAD15 - Crismas em Ponta Porã (Paróquia Divino Espírito

Santo e Paróquia São José) – DeColores, no IPAD18 / 20 - Formação Permanente para padres, diáconos

e religiosos/as, no IPAD

20 / 21– Escola Catequética Diocesana, no IPAD

21- Crisma em Itamarati22 - Festa da Padroeira da Paróquia Nossa Senhora

Auxiliadora, em Amambai - Formação para Ministros Novos nas foranias de Rio Brilhante e de Glória de Dourados, em Rio Brilhante

28 / 29 - Retiro das Equipes de Nossa Senhora, no IPAD29 - Festa da Padroeira da Paróquia Nossa Senhora

Rainha dos Apóstolos, em Vicentina – Formação para Ministros Atuantes na Forania de Amambai, em Caarapó

01 - São José Operário06 - São Domingos Sávio08 - Ascensão do Senhor / Dia das Mães15 - Pentecostes

22 - Santíssima Trindade / Santa Rita de Cássia26 - Corpus Christi27 - São Frei Galvão31 - São Félix de Nicosia

Nascimento05. Fr. Monízio Silvio de Campos, ofm07. Pe. Miguel N. Netto, cssr12. Pe. Adriano Stevanelli12. Pe. Nereu Borin, sac14. Diác. Rogério da Silva Rosário17. Diác. Nilson Domingos20. Diác. Carlos Alberto Afonso22. Diác. Zenildo José da Silva24. Pe. Valmor D. Righi, sac26. Pe. Jander da Silva Santos

Ordenação06. Diácono Carlos Alberto Afonso15. Pe. Amércio Rezende de Oliveira30. Pe. Angel F. C. Vicente, ive30. Pe. Jander da Silva Santos31. Pe. Neuton Cesar Vieira31. Pe. Odair José D. Boscolo, sjs

Nascimento04. Ir. Gema Menegat, isj06. Ir. Marlene Odila Thomazini, iascj08. Ir. Maria Beatriz Medeiros, sjs11. Ir. Maria Aparecida Betoni, fpcc12. Ir. Teresinha Maria Schlindwein, cifsj12. Ir. Elaine Silva Freitas14. Ir. Pier Luiza Weber, imc25. Ir. Neusa Maria do Menino Jesus e S. José, osc31. Ir. Janete Rosane Rojek, fpcc

Profissão dos Votos01. Ir. Maria Ângela do S. Sacramento, osc05. Ir. Ellen Maria do Coração de Jesus, fpss06. Ir. Olga Manosso, isj07. Ir. Agraciata do D. C. da V. Mãe de Deus, fpss07. Ir. Tereza Maria Vitoria da Cruz, fpss11. Ir. Maria Pierina Comim, mesc19. Ir. Ana Maria do Coração Amoroso do Pai, fpss19. Ir. Cleonice Maria Serva do Amor, fpss19. Ir. Meire de Cristo Sumo e Eterno Bem, fpss20. Ir. Maria Beatriz de Cristo Rei, osc22. Ir. Lisadele Mantoet, imc31. Ir. Ir. Safira Maria de Cristo Rei, fpss31. Ir. Hosana Maria da Misericórdia Eucarística, fpss

Maio de 2016 19

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