Revista ESTRAFÊGUE N.º 9 - Versão PDF (5.91 MB)

  • Upload
    lyanh

  • View
    220

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

9 maio 2011

Van Gogh, Girassis numa jarra

(1888)

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

Nesta Edio . . .

Editorial . 3

A Nossa Capa Vicent van Gogh . 4

Quem foi Marie Curie? . 5

Porqu estudar Qumica? . 6/7

Porqu estudar Qumica? - testemunhos . 8/9

Antoine de Lavoisier ( pequena biografia ) . 10

Carta de um Qumico sua namorada ............................................................................ 11

A Qumica e a Nossa Vida . 12

O Mistrio dos amarelos de van Gogh . 13

A Nanotecnologia na Preservao da Arte . 14/15

Molculas transmissoras de mensagens . 15/16

Curiosidades Alfred Nobel . 17

Ncleo do Ambiente Coastwatch . 18/19

Prmio Nobel da Qumica 2010 . 20

ndice de massa corporal dos nossos alunos . 21

Poemas ( A. Gedeo e Daniel Carrilho ) 22/23

Atividades dos alunos de Qumica 24/25

A gua Um Bem Precioso 26

Acordando para o ( novo ) Acordo... . 27

A gua Um Bem Precioso ( concluso ) . 28/29

A Qumica est em todo lado, at na Literatura 30

As Minhas Primeiras Leituras 31

Leituras para todos . 32

A Qumica est em todo lado, at na Literatura . 33

Oficina de Escrita 34/37

HEALTHY FOOD * HEALTHY LIFE 38

As nossas receitas . 39

EDITORIAL

Em 1911, Marie Curie recebeu o prmio Nobel da Qumica. Para comemorar

esta efemride, as Naes Unidas decretaram o ano de 2011 o Ano Internacional

da Qumica e a revista Estrafgue no quis deixar passar em branco esta ocasio.

A disciplina de Qumica faz parte do percurso de muitos dos nossos alunos.

Estes, quando chegam ao ensino secundrio, optam pelos cursos cientfico-

tecnolgicos e deparam-se com grandes dificuldades no estudo desta cincia,

expressas no s nos baixos resultados como tambm na incompreenso verbali-

zada da sua utilidade. Para desmistificar a ideia de que as reas de estudo tm de

ter uma relao direta com a utilidade evidente para qualquer leigo, no quisemos

deixar de nos associar a esta efemride e, com a colaborao preciosa dos colegas

da rea das Cincias Fsico-Qumicas, preparmos este nmero da revista dedica-

do ao Ano Internacional da Qumica.

A reflexo sobre a presena e a importncia desta cincia no nosso dia a dia

e nos currculos dos nossos alunos foi o ponto de partida para uma srie de peque-

nos textos, nossos ou de outrem, que procuram, sobretudo, demonstrar a abran-

gncia desta rea do conhecimento. A forma como se entretecem as teias das dife-

rentes reas cientficas nas pequenas coisas da realidade no so, muitas vezes,

evidentes para os jovens. Pretendemos, assim, ajudar a compreender estas rela-

es e incentivar o estudo das cincias. Desejamos, tambm, realar que o conhe-

cimento no se constri de forma compartimentada e que as artes e as cincias

no so estanques, antes complementares.

A outra parte da nossa revista preenchida com algumas das rubricas habi-

tuais que, desta vez, esto menos ricas neste nmero, porque os muitos projetos

ainda esto em desenvolvimento, no deixando aos envolvidos alunos e profes-

sores tempo de balano e de testemunho de todo o trabalho j feito. Promete-

mos, por isso, que no prximo nmero (previsto para Julho) vos daremos conta da

multiplicidade e da qualidade das atividades realizadas.

Por agora, esperamos que ler a Estrafgue vos d tanto prazer

quanto nos tem dado a ns prepar-la .

Boas leituras e at Julho!...

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

A NOSSA CAPA

Vincent van Gogh

Eu no quero pintar quadros, quero pintar a vida Vincent

Pintor, Vincent Willem van Gogh nasceu na aldeia de Groot-Zundert, no Sul dos Pases Baixos, em 1853, filho de Theodorus van Gogh, um proco protestante e extremamente severo, e de Anna Cornelia, uma senhora de comovente humanidade. Internado aos oito anos de idade num colgio longe de casa, Vincent nunca recuperou da dor da separao da famlia e, aos poucos, foi-se isolando e refugiando na natureza que lhe lembrava a infncia. Como mais tarde confessaria ao irmo Theo, a minha juventude foi... triste e fria e estril... Incapaz de se adaptar vida em sociedade, Vincent passou por vrios empregos, desde aprendiz de comerciante at proco. Traba-lhou na galeria de arte do tio, em Haia, mas uma desiluso amorosa arrastou-o novamente para a solido completa, levando-o a refugiar-se numa profunda religiosidade que ele considerava como voca-o. Estudou Teologia e foi pregador em Borinage, mas entrou em conflito com as autoridades eclesisticas devido sua tendncia para o sacrifcio e autoflagelao, numa tentativa de imitar a vida de Cristo. Por volta de 1880, decide enveredar pela carreira artstica. Ape-sar de ter frequentado algumas academias de pintura, Vincent praticamente um autodidata. Imita os grandes modelos e opta por pintar as paisagens simples da sua terra natal. Artista excecional, a sua paleta distingue-se, sobretudo, pelas tonalidades de castanho-escuro e amarelos. Paralelamente a isso, os desenhos atravs de traos carregados em negros intensos, procurando com o verde e o vermelho exprimir as mais terrveis paixes humanas. O exce-lente trabalho desenvolvido em conjunto com Gauguin, durante dois efmeros meses, acabou em agresso. Arrependido, cortou uma orelha e foi internado num hospital psiquitrico. Aqui comeou a pintar sem nunca mais parar. Autor de vrios auto-retratos onde surge um ser inquieto, trans-tornado e cheio de mgoas, Vincent pinta paisagens, mdicos e doentes, celas e campos. Os seus ltimos quadros so extrema-mente perturbadores e inquietantes. Van Gogh pinta a sua prpria realidade, tornando os campos turbulentos e revoltos, os ciprestes trmulos e angustiantes, cheios de tenso e as oliveiras exalta-das e torcidas. Libertando a cor do desenho, a sua pintura fez dele o precursor do Expressionismo. Tornou-se conhecido, sobre-tudo, pelo tratamento da cor e o uso dos amarelos. Os catorze girassis numa jarra (1888) que apresentamos na capa repre-sentavam para a poca a vontade de viver e o idealismo e onde o trabalho da cor acentua a ideia da luz do sol. Em Julho de 1890, suicida-se no campo com um tiro, reproduzin-do a cena que, dias antes, tinha pintado numa tela...

Nada na vida para ser temido, mas sim para ser entendido

(Marie Curie)

Marie e Pierre Curie

Em 1903, juntamente com o marido e Henri Becquerel, recebeu o prmio Nobel da Fsica, pela descoberta da radioatividade. Em 1911, em reconhecimento pelos seus servios para o avano da qumica, com a descoberta dos elementos qumicos rdio e do polnio, o isolamento do rdio e o estudo da natureza dos compostos deste elemento, conquistou sozinha outro prmio Nobel, desta vez, o da Qumica. Reconhecida e respeitada mundial-mente, Marie Curie recebeu 15 medalhas de ouro. Ficou para a Histria como a primeira mulher a receber um Nobel e a nica a ser galardoada duas vezes 1903 e 1911 com prmios Nobel na rea cientfica.

Em cima: Os trs laurea-dos do prmio Nobel da Fsica (1903) direita: O diploma do Nobel da Qumi-ca (1911)

Marya Skodowska, de ori-gem polaca, nasceu em 1867, e formou-se em Fsica e em Mate-mtica na Sorbonne, a celebrri-ma e antiqussima universidade de Paris. Casada com Pierre Curie (da o seu nome), cientista e professor universitrio, tornou-se na primeira mulher a ser dou-torada, na primeira professora e na primeira senhora a chefiar o Laboratrio de Fsica Geral naquela universidade, aps a morte do seu marido, em 1906.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a aplicao da radioterapia na medicina, levou-a a convencer os franceses a criarem unidades mveis de radiologia para ajudar os soldados feridos no campo de batalha. Ela prpria se encarregou de formar tcnicos espe-cializados e de conduzir as ambulncias (foto da esquerda), que fica-ram conhecidas como as petites curies, para ir tirar radiografias nas frentes de batalha.

Aps ter fundado o Instituto do Rdio (1922), trabalhou com a filha, Irene Joliot Curie (laureada tambm com o Nobel da Qumica, em 1935, juntamente com o marido), no desenvolvimento do raio X. Faleceu em 1934, vtima de leucemia. Em 1995, o governo fran-cs trasladou os seus restos mortais para o Panteo Nacional, onde repousa ao lado do marido, tornando-se assim na primeira mulher a receber tamanha honra.

QUEM FOI MARIE CURIE?

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

PORQU ESTUDAR QUMICA?

Para uma pessoa formada na rea da Qumica, assim que me fazem esta pergunta,

penso que ela no faz sentido nenhum pois, para mim, muito importante o estudo desta

cincia. De facto, sou suspeita: considero a Qumica muito determinante no nosso dia a

dia, tal como o conhecemos, e o grande desafio deste artigo fazer-te a ti, aluno, perce-

ber isso, invocando as mais diversas aplicaes desta cincia no nosso quotidiano.

J alguma vez te perguntaste porque que as estrelas morrem? Porque no se deve

adicionar limo ao tomate? Porque no devemos adicionar gua fervente ao fermento?

Porque precisamos de comer tantas vezes ao dia? Porque ficamos doentes, porque

tomamos medicamentos quando estamos doentes? Porque temos automveis, rdios,

telemveis, computadores, naves espaciais e satlites?

Pois ... Podamos ter todos os conhecimentos de Fsica, Biologia, Medicina, Geologia,

Geografia, Informtica e Aeronutica entre outras cincias mas, se no estudsse-

mos a Qumica, no sabamos nem tnhamos tudo o que sabemos e temos hoje!

Foquemos a nossa reflexo, sobre as razes para estudar Qumica, em duas reas

importantes para as opes de carreira dos jovens como tu e para a sociedade atual.

MEDICINA

Existem cada vez mais doenas diferentes e at raras, algumas incurveis, outras

com possibilidade de tratamento e cura. H vinte anos atrs, as pessoas morriam quando

infetadas pelo vrus HIV. Hoje, existem medicamentos que permitem a um seropositivo

ter uma vida normal (em termos de esperana de vida e de sade estvel), medicamen-

tos estes que s existem devido Qumica aplicada nesta doena. H pouco tempo pre-

sencimos tambm o aparecimento da Gripe A (chamada gripe das aves) que se propa-

ga atravs do vrus H1N1. Este vrus causou o pnico entre as pessoas por no haver

uma cura ou um medicamento que o travasse, mas os cientistas estudaram o vrus e pro-

duziram uma vacina. Desde ento nunca mais este assunto foi abertura de notcias nos

telejornais! A Qumica no pode, de todo, evitar o aparecimento das doenas, mas pode,

de facto, reduzir a sua propagao e at curar os indivduos, atravs de medicamentos e

de aparelhos que tornam a nossa vida mais segura.

INFORMTICA

Computadores portteis, internet porttil, Mp3, Iphone, Ipad, enfim... um sem fim de ins-

trumentos com nomes cada vez mais estranhos e cada vez com mais utilidades que deixam

qualquer um adulto ou criana com vontade de ter um brinquedo destes. Tu, certa-

mente, tens alguns destes aparelhos e, quase que aposto, costumas dizer: no gosto de

estudar Qumica, isto no serve para nada no estudo dos computadores! Certo? Pois bem,

tenho uma grande notcia: se no fosse a Qumica, no existia o conhecimento dos metais e

das suas capacidades, nem os conhecimentos dos novos materiais utilizados nestes apare-

lhos (que so cada vez mais resistentes e apelativos).

Moral da histria?

A Informtica no poderia existir sem o estudo da Qumica (e de outras cincias, claro!)

e, neste momento, tu no poderias ter um computador porttil, com internet sem fios e port-

til, um telemvel com ecr tctil, um leitor de Mp3 com fones minsculos (timos para escon-

der dos professores!) e no poderias, como bvio, comunicar com outras pessoas atravs

do Facebook, rede social que est muito em voga neste momento.

Depois de todos estes exemplos, espero que tenhas ficado a compreender que a Qumi-

ca muito importante para todos ns. Tenho a certeza que salva a tua vida todos os dias

sem sequer te aperceberes, que contribui para conheceres melhor o mundo que te rodeia, e

que ajuda a tornar a tua vida mais fcil e segura, ainda que indiretamente.

Da prxima vez que pensares em menosprezar a importncia da Qumica ou de outra

cincia qualquer pensa, pelo menos, nestes exemplos e em como a tua vida no seria se

o estudo das cincias no existisse.

Bruna Rico (Professora de Fsica e Qumica)

A QUMICA EST EM TODO O LADO... AT QUANDO FAZEMOS UM BOLO... No por acaso que, quando misturamos os ingredientes, temos de respei-

tar uma determinada ordem, sob pena de sair tudo estragado ou... deslaado!

Assim, por regra, batemos as gemas com o acar e a manteiga. Porqu? Por-

que os cristais do acar formam pequenas bolsas de ar que ajudam sus-

tentao inicial da massa. S possvel conseguir claras em castelo porque,

quando as batemos com um garfo ou batedeira, o ar vai entrando e multiplican-

do o seu volume inicial. De todos os ingredientes, um dos mais importantes o

fermento. Quando este se junta massa, h uma transformao qumica que liberta dixido de carbono

(CO2). este gs que faz o bolo crescer e torna a massa fofa e macia. Para alm disto, no nos podemos

esquecer de que o forno j deve estar quente antes de cozer o bolo e de que nunca o devemos abrir

durante a cozedura!...

8 N a H C O 3 + 3 C a ( H 2 P O 4 ) 2 > C a 3 ( P O 4 ) 2 + 4 N a 2 H P O 4 + 8 C O 2 + 8 H 2 O

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

Desde muito cedo o homem procurou compreender a matria para melhor a dominar. Nas premissas da Qumica, na Grcia Antiga, Empdocles 5 sculos A.C. compreendia a matria em termos de elementos: a terra, a gua, o fogo e o ar, com as propriedades quente, frio, seco e hmido. No Renascimento, o conhe-cimento passava pela decomposio dos elementos, o que o caso ainda hoje. Os elementos qumicos da tabela peridica constituem os tijolos com os quais est construdo tudo que compreende o Universo em toda a sua infinita diversidade, toda a matria inerte e todos os organismos vivos. Para poder com-preender o Universo fundamental estudar a Qumica. Desde o tomo e a mol-cula at sua forma mais complexa que se conhece que compreende os orga-nismos que ns somos. As molculas podem entrar em interaco com outras molculas de maneira especfica e para alm de molculas isoladas, conjuntos de molculas podem-se reconhecer tambm de maneira especfica para que uma dada funo se possa cumprir. Este reconhecimento est na base da auto-organizao da matria e se ns existimos porque a matria tem a capacidade de se auto-organizar. Estas interaes entre conjuntos de molculas constituem a Qumica Supramolecular, e esta que nos permite compreender e estudar esses fenmenos e desvendar a origem da vida. A Qumica hoje uma cincia central que se encontra em todo o lado, na Biologia, na Medicina, na Farmcia, e tambm na Informtica e nas Cincias dos Materiais, para citar s algumas disciplinas. Para alm dos estudos fascinantes do ponto de vista fundamental que a Qumica oferece, ela est omnipresente no mundo das aplicaes, englobando uma enorme parte de tudo o que nos rodeia na nossa vida de todos os dias, resultante de contnuos desenvolvimentos tecnolgicos nos domnios da Sade, da Indstria e da Agricultura.

Alfredo Cravador Professor Catedrtico (Biotecnologia Molecular e Fitopatologia) Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Universidade do Algarve (UAlg)

PORQU ESTUDAR QUMICA?

Fomos em busca de respostas.

Os investigadores responderam.

muito importante estudar qumica para poder entender a nvel molecular o que se passa nos alimentos e assim poder intervir no seu processamento (durante o qual mltiplas reaces qumicas ocorrem), evitando a degradao da sua qualidade que se traduz por alteraes da cor, sabor, aromas, de vitaminas e da sua textura.

Maria Margarida Corts Vieira Professora e Diretora do

Departamento de Engenharia Alimentar ISE UAlg

H diversos motivos pelos quais o estudo da Qumica sempre foi, e ser, muito importante para mim. Enquanto era estudante numa escola secundria, a Qumica ajudou-me a compreender melhor a natureza e despertar o meu gosto pela cincia. Mais adiante, permitiu o meu ingresso no curso que sempre sonhei tirar: Medicina Veterinria. J na Faculdade, as bases da Qumica permitiram o estudo de disci-plinas mais complexas e fascinantes. Hoje trabalho como investigadora na Univer-sidade Tcnica da Dinamarca, onde estudo o efeito de antibiticos e metais capa-zes de eliminar bactrias que causam doenas em pessoas e/ou animais. A Qumica est sempre presente no meu trabalho no dia a dia, desde a sim-ples preparao de reagentes at ao planeamento, execuo e anlise de estu-dos mais complexo, como por exemplo, o estudo de genes que causam a resis-tncia de bactrias ao efeito de antibiticos que so usados para tratamento de infees em pessoas e animais. Deste modo, ajudo a melhorar a forma como so feitos os tratamentos e poderei, assim, contribuir para salvar pessoas e animais doentes! A Qumica uma disciplina que tambm se poder tornar muito importante nas vossas vidas. Por isso, s vos posso aconselhar a estudarem-na com dedicao. Bons estudos...

Lina Cavaco Investigadora na DTU, Copenhagen, Dinamarca

Snia Gonalves

Professora de Fsica e Qumica

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

Lavoisier no seu laboratrio

ANTOINE DE LAVOISIER (1743-1794) Antoine Laurent de Lavoisier nasceu em Paris, filho de uma famlia aris-tocrata, e ficou rfo de me muito cedo. Fez os seus estudos nos melhores colgios parisienses e, por vontade da famlia, formou-se em Direito. Porm, nunca trabalhou nesta rea, j que o seu enorme interesse pela cincia o levou a enveredar por outros caminhos, fazendo dele o cientista ilustre que ficou para a Histria como o criador da Qumica moderna, ao publicar, em conjunto com outros cientistas, o famoso Mtodo de Nomenclatura da Qumica, onde criou uma nova terminologia para as substncias qu-micas. Com o seu Tratado Elementar de Qumica (obra traduzida para vrias lnguas em pleno sculo XVII) afastou, definitivamente, esta cincia da Alquimia. Lavoisier foi o primeiro cientista a conseguir demonstrar e explicar que a combusto apenas precisa de um dos constituintes do ar, a que batizou de oxignio, baseando-se nos estudos desenvolvidos pelos ingleses John Priestly (1733-1804) e Henry Cavendish (1731-1810) e deitan-do, assim, por terra as teorias flogistas at ento vigentes, que defendiam que havia um elemento do fogo, imaginrio, libertado durante a combusto. Em 1783, juntamente com o astrnomo e matemtico Pierre Laplace, mostrou que a gua um composto de oxignio e hidrognio, estabelecendo assim as regras bsicas das combinaes qumicas e demonstrando tambm que os compostos orgnicos contm carbono, hidrognio e oxignio. Uma das suas principais caractersticas enquanto investigador era o uso quase sistemtico da balana. Na verdade, pesava tudo. E foi este mtodo por ele utilizado para compreender a combusto (pesagem do dixido de carbono e da gua por ela produzidos) e os seus compostos orgnicos que fez dele o pai da Qumica moderna j que estas foram as primeiras experincias em anlise quantitativa orgnica a ser feitas. A este propsito, Lavoisier ter dito que, para chegar verdade dos factos, segui[u] sempre o mais possvel o rumo da observao e da experimentao, suprimindo sempre que possvel o uso de dedues, o qual no costuma ser um instrumento digno de confiana. Foi, ainda, graas a este mtodo das pesagens que conseguiu demonstrar que a matria se conservava durante a fermentao, como nas reaes qumicas mais convencionais. Foi com a celebrrima frase, bem conhecida de todos ns, Na Natu-reza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma que ele definiu, baseado em reaes qumicas, a Lei da Conservao da Matria que nos diz que a soma das massas dos reagentes igual soma das massas dos produtos de uma reao. Alm do trabalho desenvolvido na rea da Qumica, Lavoisier fez igualmente alguns estudos noutras reas cientficas, tais como a Matemti-ca, a Fsica Experimental, a Geologia, a Botnica e a Astronomia. Deputado e membro da elitista Academia das Cincias de Frana,

Lavoisier aderiu Ferme Gnrale (sistema repressivo de cobrana de impostos, dos quais as classes mais ele-vadas estavam isentos), em 1768, o que o levaria, mais tarde, em 1794, aps a to cruel e turbulenta Revoluo Fran-cesa de 1789, a ser preso, julgado e condenado guilhotina, com apenas 51 anos de idade. Pedro Ferreira (Antigo Aluno )

Esttua de Lavoisier, no Htel de Ville, Paris

http://2.bp.blogspot.com/_RAnVCA5lKjM/SdoEm9dS72I/AAAAAAAAAEc/Q7aosJx00h0/s1600-h/antoine_lavoisier.jpg

CARTA DE UM QUMICO APAIXONADO SUA NAMORADA

Berlio Horizonte, zinco de benzeno de 2001

Querida Valncia

No estou sendo precipitado e nem desejo catalisar nenhuma reao irreversvel entre ns

dois, mas sinto estrncio perdidamente apaixonado por ti. Sabismuto bem que te amo. De anti-

mnio posso te assegurar que no sou nenhum rbio e que trabario muito para levar uma vida

estvel.

Lembro-me de que tudo comeou nuranio passado, com um arsnio de mo, quando atra-

vessvamos uma ponte de hidrogneo. Estavas num carro prata, com rodas de magnsio. Houve

uma atrao forte entre ns dois. Acertmos os nossos coeficientes, compartilhmos os nossos

eletres, e a ligao foi inevitvel. Inclusive depois, quando te telefonei, respondeste carinhosa-

mente: Proto, com quem tenho o praseodmio de falar?

Nosso namoro crio, estava ndio muito bem, como se morssemos num palcio de ouro, e

nunca causou nenhum escndio. Eu brometo que nunca haver glio entre ns e at j disse qui-

micasaria contigo. Espero que no estejas saturada, pois devemos fazer uma reao de adio e

no de substituio.

Soube que a Ins te contou que eu a embromo: mangans cuidar do seu cobre e acredite

nquel digo, pois saiba que eu nunca agi de modo estanho. Caso algum dia apronte alguma, eu

sugiro que procure um avogadro e que me metais na cadeia.

Sinceramente, no sei por que ests procura de um processo de separao, como se fs-

semos misturas e no substncias puras! Mesmo sendo um pouco voltil, nosso relacionamento

no pode dar erradio. Se isso acontecesse, iridio emboro urnio de raiva. Espero que no tenhas

tido mais contacto com o Hlio (que um nobre!), nem com o Tlio e nem com os estrangeiros

(Germnio, Polnio e Frncio)... Esses casos devem sofrer uma neutralizao ou, pelo menos,

uma grande diluio.

Antes de me deitar, ainda com o abajur acesio, descalcio meus sapatos e mercrio no sil-

cio da noite, pensando no nosso amor que est acarbono e sinto-me slido. Gostaria de deslocar

este equilbrio e fazer com que tudo voltasse normalidade inicial. Sem ti, a minha vida teria uma

densidade desprezvel, seria praticamente um vcuo perfeito.

s a luz que me alumnio e estou triste porque, atualmente, o nosso relacionamento possui

pH maior que 7, isto , est naquela base.

Aproveito para lembrar que me deves devolver o meu disco da KCI.

Fica sabendo, Valncia, que no sais do meu pensamento, em todas as suas camadas.

Abrcidos do

Marcelantnio

(De autor desconhecido, o texto foi cedido por Olvia Gomes Professora de Fsica e Qumica)

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

A QUMICA E A NOSSA VIDA...

LCOOL ETLICO

De toxicidade moderada, pode causar hipertenso, gastrite, hepatite, cirrose e distrbios neurolgicos.

ANFETAMINA

Poderoso estimulante, provoca mudan-as no comportamento, emagrecimento acentuado e problemas cardacos

COCANA

Provoca dependncia fsica e psquica, causando leses na mucosa nasal, con-vulses, emagrecimento acentuado e morte.

HERONA

Causa dependncia, problemas na ves-cula e priso de ventre. Quando o seu uso interrompido de modo brusco, pode causar morte por desidratao.

Drogas e coisa e tal...

A VIDA QUE EU NO QUERO PARA MIM...

Olvia Gomes

Professora de Fsica e Qumica

O nico lugar onde o sucesso vem antes do trabalho no dicionrio.

Albert Einstein

A originalidade de Van Gogh vem, acima de tudo, da composio dos seus quadros, que se apoiam na perspetiva obtida atravs de certas combinaes cromticas que reforam e/ou diminuem o efeito de profundidade; da pincelada, caracteri-zada por uma aplicao vigorosa, com relevo, de cores puras ou com variaes; do contorno, geralmente escuro, que desenvol-ve na estruturao do quadro efeitos contrastantes e dinmicos; e, finalmente, do cromatismo onde as cores puras transmitem as impresses nicas do momento. A proximidade de uma das trs cores primrias (vermelho, amarelo ou azul) forma, com a mistura das duas outras cores primrias, uma intensidade lumi-nosa especial e o maior contraste possvel. Estes amarelos intensos e brilhantes, escolhidos delibera-damente pelo pintor para conferir mais emoo, eram obtidos a partir de um produto industrial txico, muito em voga entre os artistas do final do sculo XIX. Ao longo do tempo, contudo, os famosos amarelos de Van Gogh foram perdendo brilho e ficando mais escuros. Muitos se interrogavam sobre as causas deste fenmeno. No incio deste ano, foi publicado um estudo por cientistas europeus, no jornal Analytical Chemistry (EUA), que veio des-vendar o mistrio. Segundo testes realizados com um ultrassensvel raio X microscpico, o desaparecimento do amarelo causado por uma reao qumica desencadeada pela luz do sol que reduz/altera os tomos de crmio presentes em compostos qumicos que contm brio e sulfeto. Assim, a tcnica de Van Gogh de mesclar pintura branca e amarela levou a que o que era um amarelo brilhante passasse a ser castanho escuro, o que explica porque que muitos dos mais famosos trabalhos do pintor holands, incluindo Os Girassis, j pouco tenham a ver com o que ele, inicialmente, pintou. Hoje, graas Qumica, foi possvel perceber o porqu das mudanas. Ser tambm, graas Qumica, que poderemos conservar, para as geraes futuras, os muitos tesouros da arte que nos vm do passado...

Eurdice Gonalves e M do Carmo Loureiro (Professoras)

A QUMICA E A PINTURA...

O MISTRIO DOS AMARELOS DE VINCENT VAN GOGH

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

A QUMICA E A ARTE...

Foi desenvolvido recentemente por cientistas italianos um sistema nanofludico

para restaurar obras de arte. Anteriormente, os conservadores de arte recorriam a revesti-

mentos de polmeros orgnicos sintticos numa tentativa de proteger as pinturas. Porm,

sabe-se agora que esses revestimentos danificam as pinturas aquando da sua degrada-

o, sendo a sua remoo uma das atuais prioridades na conservao de arte.

Neste contexto, foram ento desenvolvidas microemulses baseadas em gua

que so mais efetivas na remoo dos polmeros quando comparadas com os tradicionais

solventes orgnicos, sem provocar qualquer dano nas obras de arte. Os cientistas da Uni-

versidade de Florena (Itlia) desenvolveram uma nova formulao nanofludica e investi-

garam o mecanismo de limpeza em murais Mesoamericanos, no Mxico. A formulao

proposta foi composta por dodecilsulfato de sdio, pentanol, acetato de etilo e carbonato

de propileno em gua, formando um sistema micelar de esferas de tamanho nanomtrico.

Quando aplicada, a mistura de solventes absorvida pelo revestimento polimrico,

provocando a sua dilatao e subsequente separao da superfcie da pintura. A compar-

timentao nano-escala dos diferentes constituintes da mistura de limpeza permite

que o polmero "escolha" a fraco de solventes presentes na mistura que vai absor-

ver, de acordo com as suas propriedades fsico-qumicas. Isto significa que o sistema de

limpeza proposto tem a capacidade de fornecer a mistura de solventes tima para remo-

ver qualquer polmero.

A NANOTECNOLOGIA NA PRESERVAO DA ARTE

Revestimentos polimricos so removidos num sistema nanofludico

Este apenas um exemplo de como a fsica, a qumica e as nanocincias, em geral,

podem dar um enorme contributo para resolver as mais variadas questes, mesmo em

aplicaes completamente inesperadas, particularmente no campo da conservao das

obras de arte.

(Adaptado de http://www.spq.pt/boletim/docs/boletimSPQ_119_048_17.pdf)

Snia Gonalves (Professora de Fsica e Qumica)

MOLCULAS TRANSMISSORAS DE MENSAGENS

No poema Lgrima de Preta, Antnio Gedeo

resumia as lgrimas a gua com algum cloreto de sdio

[Mandei vir os cidos, / as bases e os sais, / as drogas

usadas / em casos que tais. / Ensaiei a frio, / experimentei

ao lume,/ de todas as vezes / deu-me o que costume: /

nem sinais de negro, / nem vestgios de dio. / gua

(quase tudo) / e cloreto de sdio.] mas a verdade que as

lgrimas contm protenas, enzimas, lpidos, electrlitos e

outros compostos em menores quantidades. Nem todas as lgrimas so iguais; a sua com-

posio varia com as condies em que se produzem. As lgrimas de proteo ocular so

diferentes das lgrimas vertidas emocionalmente.

Um grupo de investigao do Instituto Weizmann, em Israel, demonstrou recentemen-

te que as lgrimas de tristeza vertidas por um grupo numeroso de mulheres, mesmo ausen-

tes, quando cheiradas, reduzem o apetite sexual dos homens (verificado pela anlise da

atividade cerebral por ressonncia magntica e pela reduo dos nveis de testosterona,

hormona relacionada com o apetite sexual masculino). Este fenmeno no assim to sur-

preendente se analisarmos o que acontece nas outras espcies.

A comunicao entre os seres humanos realiza-se de modos muito variados, mas a

comunicao entre os seres das outras espcies, tais como os insetos, faz-se especialmen-

te por meios qumicos, em que a molcula transporta a mensagem. Esses seres produzem

e emitem substncias para atrair indivduos do sexo oposto, para estabelecer caminhos,

para marcar territrios, para identificar amigos e inimigos, para produzir sinais de alarme e

aglomerar indivduos da mesma espcie em aces de hibernao e migrao. Estes com-

postos designam-se por semioqumicos e podem ser utilizados na comunicao entre seres

da mesma espcie (as feromonas) ou de espcies diferentes (os aleloqumicos).

A QUMICA E A COMUNICAO...

http://www.spq.pt/boletim/docs/boletimSPQ_119_048_17.pdf

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

Todos j observmos com curiosidade os carreiros de formigas, os enxames de abe-

lhas, os diferentes tipos de funes dos habitantes da colmeia, a atraco dos insectos pelo

plen, a marcao de territrio que os ces fazem com a sua urina e outros fenmenos

curiosos na Natureza.

Os semioqumicos so substncias volteis de intensa atividade fisiolgica, bastando

quantidades minsculas da substncia (10-19 a 10-20 g/cm3) para que o recetor se aperce-

ba da sua existncia e compreenda a mensagem. Estas concentraes equivalem a um

nmero relativamente pequeno de molculas (algumas centenas por cm3).

A descoberta deste tipo de compostos s foi possvel a partir de meados do sculo XX

devido utilizao de mtodos fsico-qumicos de anlise, como a cromatografia de fase

gasosa, a espectrometria de massa, a espectroscopia de infravermelho e a ressonncia

magntica nuclear, que permitem identificar compostos a partir de poucos miligramas de

substncia.

A primeira feromona foi identificada em 1959 a partir do bicho-da-seda fmea e tratava-

se do hidrocarboneto insaturado hexadeca-(E,Z)-10,12-dien-1-ol (A), aliado ao correspon-

dente aldedo hexadeca-(E,Z)-10,12-dienal (B). Para identificar esta feromona de atrao

sexual foram necessrios muitos milhares de fmeas do bichos-da-seda.

Exemplos de fenmenos naturais em que a mensagem transmitida por molculas

Noutro caso, para isolar 20 mg da feromona de atrao sexual gipluro [acetato

de (Z)-1-hexil-10-hidroxidec-3-enilo (C)] a partir dos dois ltimos anis do abdmen da

Lymantria dispar, uma espcie de traa, foram necessrias cerca de meio milho de

fmeas deste animal.

A nossa espcie no exceo. O cheiro de algumas substncias existentes no suor

humano provoca vrios efeitos emocionais nas pessoas. Tal como o aroma de certos ali-

mentos tem efeitos fisiolgicos associados ao apetite, existem no comrcio variadas subs-

tncias alegadamente promotoras de atrao sexual.

(Adaptado de http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=47091&op=all)

Snia Gonalves (Professora de Fsica e Qumica)

Curiosidades...

ALFRED NOBEL (1833-1896)

Especialista em explosivos, inventou a

dinamite.

Aos 16 anos, era j um qumico muito com-

petente e falava quatro lnguas, para alm do

sueco, sua lngua materna.

Chocado pela m utilizao dos seus inventos e sem filhos,

decidiu legar todos os seus bens a uma fundao com o intuito

de premiar todos aqueles que contribussem para a paz e para

o progresso da humanidade em diversos ramos do saber.

ESTRAFGUE A SUA / NOSSA REVISTA

COLABORE E FAA-A CONNOSCO!

ENVIE-NOS SUGESTES, CRTICAS, IMAGENS, TEXTOS...

[email protected]

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

COASTWATCH

Maravilhas e riscos do litoral

A nossa escola participou pela 5 vez no Projeto CoastWatch, que um projeto de cariz europeu, coorde-nado pela Irlanda desde 1988, e que conta com a colabo-rao de 23 pases deste continente, entre os quais Portu-gal. A sua coordenao a nvel nacional est a cargo do Grupo de estudos de Ordenamento do Territrio e Ambiente (GEOTA). Todos os anos, so cobertos aproximadamente cerca de 2000 km da nossa costa, atravs da participao de voluntrios, de todas as idades, que colaboram integrados em escolas, grupos de escuteiros, ONGA, cmaras muni-cipais, grupos particulares, etc. O Projeto Coastwatch no apenas uma recolha de informao e monotorizao do litoral, mas abrange outras reas, como a consciencializao e educao ambiental, no que diz respeito ocupao do litoral. Neste mbito, e como vem sendo hbito desde h cinco anos, a nossa Escola voltou a participar nesta inicia-tiva, desta vez com os alunos das turmas A e C do 12 ano, acompanhados das docentes de Biologia, Carla Miguel e Susana Viegas, respetivamente.

E PARA QUEM NO TEM IDEIA DO TEMPO

DE DEGRADAO DOS RESDUOS DO

MAR VEJAM BEM

Alunos

das turmas A e C do 12 ano

Carla Miguel e

Susana Viegas (Professoras de Biologia e Geologia)

Assim, o grupo deslocou-se ilha da Culatra para que se pudessem preencher os questionrios relativos ao NUT 151 - Bloco 97, de 5 km selecionado (10 unidades / troos de 500m). Estes questionrios pretendem, sobretudo, categorizar e qualificar os resduos encontrados nos diferentes blocos em que o litoral est dividido e identificar o tipo de ocupao do litoral e as ameaas ambientais encontradas, alm das espcies presentes nestes ambientes e/ou em risco. Os dados recolhidos foram depois lanados e enviados para a Coordenadora Regional, Dr Ana Paula Martins (PNRF) para que, posteriormente, qualquer cidado possa ter a possibilidade de analisar a situao ambiental do litoral portugus, atravs do relatrio nacional publicado numa plataforma web.

Desta forma, a ESFFL contribuiu uma vez mais para que possa ser feita uma maior sensibilizao das populaes para a importncia do litoral e, assim, contribuir para a pre-servao dos sistemas litorais, bem como incentivar a partici-pao ativa dos cidados na defesa da qualidade ambiental desta rea, to sensvel e to ocupada na nossa regio. Agradecemos a todos os que, de modo to empenhado e entusiasta, participaram nes-ta jornada, e esperamos que, de futuro, continuem esta mis-so de zelar pelo nosso litoral e preservar todo o nosso patri-mnio ambiental. Com os melhores cum-primentos ecolgicos

Carla Miguel e

Susana Viegas

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

PRMIO NOBEL DA QUMICA 2010 para fazedores de molculas orgnicas

Os trs laureados deste ano desenvolveram uma poderosa ferramenta de sntese de molculas complexas. No fundo do mar das carabas, vive uma pequena esponja indefesa. Para se proteger dos preda-dores, fabrica um potente veneno e h quem pense que a substncia ativa, o discodermolide, possa ser um poderoso medicamento contra o cancro. Para testar a hiptese, so precisas quantidades substanciais de discodermolide. Ora, a sua produo natural pelas esponjas-marinhas mnima; pre-ciso fabric-lo artificialmente. Sem o trabalho dos laureados do Nobel da Qumica 2010, no seria possvel sintetizar compos-tos naturais to complexos como este num tubo de ensaio, nem muitas das molculas com importan-tes aplicaes na eletrnica ou na agricultura. O norte-americano Richard Heck (79 anos), da Universidade de Delaware, e os japoneses Ei-chi Negishi (75 anos), da Universidade de Purdue, e Akira Suzuki (80 anos), da Universidade de Hokkaido, desenvolveram, cada um pelo seu lado, mtodos semelhantes de sntese de grandes molculas org-nicas. Sob o nome genrico de acoplamento cruzado catalisado por plcido, esses mtodos consis-tem em utilizar o elemento qumico paldio para ligar entre si tomos de carbono, que constituem a ossatura de base das molculas orgnicas. As ligaes carbono-carbono esto na base da qumica da vida explicou ontem um dos elementos do Comit Nobel, na conferncia de imprensa, transmitida em direto em webcast, desde Estocolmo, durante a qual os nomes dos cientistas foram anunciados. Os tomos de carbono so muito estveis e no reagem facilmente entre si. Os laureados des-cobriram que, como um autntico casamenteiro, um tomo de paldio pode ligar-se a dois tomos de carbono e, ao fazer isso, colocar esse dois tomos que, normalmente, seriam indiferentes um ao outro numa relao de suficiente proximidade para reagirem entre si. A seguir, o paldio retira-se sem participar na reao que ajudou a catalisar. Em teleconferncia com Estocolmo, desde a sua casa em Lafayette, Indiana (EUA), o japons Negishi declarou-se extremamente feliz e confessou que j tinha ouvido um burburinho sobre a sua eventual escolha. Disse que h 50 anos, ainda na casa dos 20 e recm chegado aos Estados Unidos, j sonhava em ganhar o Nobel. E, quando vrios jornalistas insistiram em saber qual era a sua molcu-la favorita entre todas aquelas cuja sntese tinha sido possvel graas a esta tcnica, respondeu: Pensamos que a nossa tcnica poder ser aplicada a um imenso leque de compostos, antes mesmo de se saber se podem ou no ser importantes para a medicina ou para a cincia dos materiais. Aqui, a palavra-chave versatilidade. S nos anos 1990 que se percebeu como isto era importante salientou, mais tarde, Lars Thelander, o Presidente do Comit Nobel da Qumica, entrevistado em dire-to pelo site nobelprize.org. Hoje em dia, 25 por cento dos medicamentos so feitos com reaes des-te tipo. Graas s propriedades mgicas do paldio, a sntese artificial decorre em condies muito amenas, sem recurso a altas presses ou temperaturas ou solventes invulgares e, portanto, sem criar subprodutos muito txicos. Therlander disse ainda que os outros dois laureados tambm tinham sido contactados telefonica-mente. Heck tinha ficado em choque e Suzuki no fazia ideia de que ia ter o prmio.

In Jornal Pblico por Ana Gerschenfeld

R. Hecker, E. Negishi e A. Suzuki

NDICE DA MASSA CORPORAL DOS ALUNOS

DA NOSSA ESCOLA EM 2010/2011

O ndice da Massa Corporal (IMC) estabelece uma relao entre a estatura e o peso de um indivduo, indicando se o peso est ou no adequado estatura e calculado mediante a aplica-o da seguinte frmula:

O IMC no permite calcular a percentagem de massa gorda. Isto significa que, para os alu-nos que apresentem um IMC superior ao desejvel, conveniente a medio de pregas adipo-sas ( geminal, tricipital) e, para alunos com mais de 18 anos, da prega abdominal, de modo a verificar se o peso a mais se pode atribuir ao excesso de gordura. No estudo realizado na nossa Escola, durante as aulas de Educao Fsica do 1 perodo, e que abrangeu 701 alunos, de ambos os sexos, dos cursos diurnos e da faixa etria dos 15 aos 20 anos, podemos retirar algumas concluses bastante animadoras. Assim, a maioria dos alunos est na chamada Zona Saudvel (ZSAF). Contudo, convm salientar que na faixa etria dos 15 e dos 16/17 anos que existem as percentagens mais altas de alunos do sexo feminino com valores acima da ZSAF (15 e 13% respetivamente). Por outro lado, nos rapazes, apenas na faixa etria dos 17 anos que se verifica a maior percentagem de alunos com valores acima da ZSAF (11%). Outro aspeto curioso o facto de, no segmento mas-culino, na faixa etria dos 16 e dos 17 anos, a percentagem mais elevada de alunos com valores abaixo da ZSAF ser de 13 e 14% respetivamente. A aptido fsica associada sade envolve vrias componentes, e no apenas as ligadas composio corporal, como o caso do indicador IMC. So tambm fatores muito importantes a aptido aerbica e a aptido muscular. Por isso, se os teus valores de IMC se encontram fora da ZSAF, quer seja acima ou abaixo dela, poders melhorar a tua aptido fsica, praticando um estilo de vida mais saudvel, que alie a prtica regular de atividade fsica a uma alimentao saudvel e caloricamente equilibrada.

Ins Reis Professora de Educao Fsica

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

Encontrei uma preta que estava a chorar, pedi-lhe uma lgrima para a analisar. Recolhi a lgrima com todo o cuidado num tubo de ensaio bem esterilizado. Olhei-a de um lado, do outro e de frente: tinha um ar de gota muito transparente. Mandei vir os cidos, as bases, os sais, as drogas usadas em casos que tais. Ensaiei a frio, experimentei ao lume, de todas as vezes deu-me o que costume: Nem sinais de negro, nem vestgios de dio. gua (quase tudo) e cloreto de sdio. Antnio Gedeo

EXPERINCIA DE UM DISCENTE

No laboratrio da adolescncia Penso na actualidade

Realizo uma experincia Apenas por curiosidade

O tubo de ensaio a escola

Estrutura apropriada aqui que tudo se desenrola De uma forma muito agitada

O professor o cido

Substncia com sabedoria Por vezes inquieto, por vezes plcido,

Sem a base, o que dele seria!

A base o aluno Substncia saturada de ambio

Costuma deslizar no momento oportuno Sem o cido, no tem sentido de orientao

Ento, junto os dois, para criar uma soluo

O tubo de ensaio est danificado Devido espontnea reaco

O fumo dissipa-se

E agora chego a uma concluso No fundo do tubo encontra-se

Nitrato de educao

Daniel Carrilho, aluno do 3 F Curso Profissional Tcnico de Turismo 2 lugar no Concurso Nacional Faa L um Poema!...

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

FEIRA DAS CINCIAS No mbito da comemorao do Ano Internacional da Qumica, os alunos de Qumica do 12 ano, acompanhados dos professores Bruna Rico, Emanuel Betten-court e Joo Tavares, participaram com uma experincia de Qumica, Relgio de Iodo, na Feira das Cincias, que se reali-zou no Largo do Mercado, em Faro, nos passados dias 6 e 7 de Maio.

Relgio de Iodo

Trata-se de uma reao qumica inserida na temtica da Cintica Qumi-ca, que uma rea que estuda a veloci-dade das reaes qumicas. Esta reao conhecida como uma reao oscilante ou relgio, pois evidencia a variao de cor ao longo do tempo, e baseada no Princpio de Le Chatelier. Consiste na mistura de trs solu-es praticamente incolores que, aps mistura, oscila entre as cores azul, amarelo e incolor. Este ciclo de cores repete-se a cada quinze segundos, sendo que, aps alguns minutos, a cor azul se tor-na definitiva.

Alunos de Qumica

Bruna Rico, Emanuel Bettencourt e Joo Tavares

Professores de Fsica e Qumica

DESAFIO: CONSTRI UM FORNO E COZE UM BOLO!... Na ltima semana do 2 perodo, quem passava em frente ao bloco Norte no ficava indiferente ao que, por ali, estava a acontecer: a corrida/competio de fornos solares das turmas A e D do 10 ano. O desafio feito aos alunos foi construrem um for-no solar que cozesse um bolo de chocolate/laranja/mrmore, aplicando os conhecimentos lecionados na unidade 1 da disciplina de Fsica e Qumica A Do Sol ao aquecimento. A atividade iniciou-se no 2 tempo da manh do dia 7 de Abril, 5 feira, no espao do recreio entre o bloco Norte e as Oficinas da nossa Escola. O dia no estava famoso e o sol, tmido, l se foi mostrando Uns mais atrasados que outros, uns com melhor rendimento que outros, os fornos l foram funcionando e, por isso, alguns dos bolos ficaram a meio da coze-dura, mas nada impediu que no se comessem!.... A verdade que, no final, no sobrou nenhuma migalha! A atividade teve como objetivo a continua cha-mada de ateno para o uso desta energia de modo a promover a sustentabilidade relativamente produ-o/consumo de energia. A regio do Algarve uma das regies do pas que tem um elevado ndice de insolao solar o que a torna uma regio com enormes potencialidades de aproveitamento da radiao solar, quer para a produ-o de energia eltrica (painis fotovoltaicos), quer para aquecimento central e de guas de uma habita-o. Os alunos, entusiasmadssimos, aprenderam e puderam constatar que est nas mos deles o saber preservar a Natureza e (re)encontrar novas fontes de energia.

Emanuel Bettencourt

Professor de Fsica e Qumica

Testemunho real de algum que sabe bem o seu valor

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

As minhas origens ligam-me ilha da Culatra, e desde de muito cedo que estou

ligado a um problema grave, a preservao de um bem essencial vida, a gua.

A gua surgiu no decurso de reaces qumicas que tiveram lugar no nosso pla-

neta durante as primeiras fases da sua formao. Foi na gua que, h cerca de 3800

milhes de anos, surgiu a vida na Terra.

A gua extremamente importante para o homem. Na antiguidade, por exem-

plo, as grandes civilizaes desenvolveram-se s margens de rios.

Cerca de 70% da superfcie da Terra est coberta de gua, o que lhe confere a

tonalidade azulada quando vista do espao. 80% de frutos e vegetais so constitu-

dos por gua. Os nossos corpos so cerca de 50-70% de gua e por dia perdemos

cerca de 2,5 litros de gua. 65% desta gua removida atravs da urina e fezes,

20% atravs de secrees e 15% pelos nossos pulmes.

A gua uma substncia com propriedades que a tornam nica. Comparada

com outras substncias moleculares de massa semelhante, a gua "quase mgica".

Ilha da Culatra, Algarve

http://ilhaculatra.nireblog.com/cat/fotos

Acordando para o (novo) Acordo!

NOVO ACORDO ORTOGRFICO

Introduzem-se algumas alteraes e estabelecem-se novas sistemati-zaes no uso de maisculas e minsculas.

Os meses do ano: janeiro, fevereiro, maro, As estaes do ano: primavera, vero, Os pontos cardeais e colaterais: norte, sul, este, nordeste, (se

estas designaes se referirem a uma regio, ou quando se usam as correspondentes abreviaturas, escrevem-se com inicial maiscu-la. Exemplo: Ele um homem do Norte.)

As designaes usadas para mencionar algum cujo nome se desconhece ou se prefere evitar: fulano, sicrano, beltrano,

Disciplinas escolares, cursos e domnios de saber. Exemplo:

portugus ou Portugus. Nomes de vias, lugares pblicos, templos ou edifcios. Exem-

plo: Torre de Belm ou torre de Belm. Formas de tratamento e dignidades. Exemplo: Exmo. Senhor ou

exmo. senhor. Nomes de livros ou obras, exceto o primeiro elemento e os

nomes prprios que se grafam com maiscula inicial. Exemplo: Memorial do Convento ou Memorial do convento.

Grupo 300 (Docentes de Portugus)

MAISCULAS E MINSCULAS

Passam a escrever-se com minscula:

Estabelece-se o uso facultativo de minscula ou de maiscula nos seguintes

casos:

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

Algumas propriedades da gua que a tornam nica:

1. Existe na natureza, simultaneamente, nos 3 estados fsicos: slido, lquido e gasoso.

2. Permanece no estado lquido num largo intervalo de temperatura.

3. presso atmosfrica tem elevado ponto de ebulio e baixo ponto de fuso.

4. Tem elevada capacidade trmica mssica c = 4186 J/(kg K) ou c = 1 cal / (g C), o que a tor-

na uma boa reguladora trmica.

5. Tem elevado calor de vaporizao, cerca de 10000 J/mol, a 100C.

6. um solvente polar que dissolve uma grande variedade de compostos inicos ou molecula-

res. A gua considerada um solvente universal.

7. Tem uma tenso superficial elevada, o que permite que objectos leves, como folhas e

alguns insectos, no conseguem romper essa camada. Por essa razo, no afundam, e s

vezes nem se molham.

8. a nica substncia comum que se expande (aumenta de volume) quando congela. A den-

sidade do gelo a 0C 0,924 g/cm3 enquanto que a densidade da gua a essa temperatura

0,998 g/cm3 e diminui com a temperatura.

Durante anos, enquanto houve gua potvel na ilha da Culatra, esta era extrada dos

poos e das cisternas que o homem construa para aproveitar a gua da chuva. Antiga-

mente os habitantes da ilha deslocavam-se povoao dos Hangares ali mesmo ao lado

para se abastecerem de gua num poo gigante l existente, feito pela marinha, cujo

acesso era restrito. Assim, os habitantes da ilha comearam a construir os seus prprios

poos e alguns que tinham mais posses para comprar tijolos e cimento faziam cisternas

Algumas pessoas no tinham sorte com a construo dos seus poos devido s difi-

culdades em encontrar o lenol de gua doce.

http://setqui.blogspot.com/2008/02/algumas-propriedades-da-gua-tenso.html

Esta situao atravessou geraes. As pessoas que tinham gua doce potvel nos

poos forneciam familiares e amigos mas esta situao veio-se agravando com o passar

dos anos. O consumismo era cada vez maior e como as geraes tambm iam aumentan-

do, o lenol de gua doce era cada vez mais pequeno para uma populao cada vez

maior. O consumo de gua no foi o principal motivo para a gua deixar de ser potvel,

mas sim a falta de saneamento bsico, os resduos era despejados em fossas e com o

multiplicar das geraes, a contaminao da gua era inevitvel.

A gua potvel deixou de existir h cerca de 15 a 20 anos e, talvez por isso eu saiba

bem o valor deste fluido. A populao da minha ilha lutou durante 22 anos para ter gua

potvel canalizada.

A gua um patrimnio de todos e todos devemos reconhecer o seu valor. Cada um

de ns tem o dever de a economizar e de a utilizar com cuidado!

10 regras para poupar gua. A bem do ambiente e... da sua carteira!...

1. Opte pelo duche e feche a torneira enquanto se estiver a ensaboar.

2. Encha o lava-loia com gua e detergente para lavar toda a loia. Volte a abrir a torneira

s para enxaguar a loia e seja rpido a faz-lo.

3. Utilize a mquina de lavar roupa com a carga completa, evitando mais lavagens frequen-

tes.

4. Feche a torneira enquanto lava os dentes. Use um copo com gua para bochechar.

5. Coloque uma garrafa com areia no reservatrio do autoclismo para que este gaste menos

gua para encher aps cada descarga.

6. Evite torneiras a pingar. Mantenha as torneiras e canalizaes em bom estado para evitar

desperdcios de gua.

7. Guarde a gua de lavar frutas e legumes para regar as suas plantas.

8. Regue o jardim ao amanhecer ou ao final do dia para evitar a maior evaporao de gua.

9. Evite lavar o carro com a mangueira sempre aberta. Prefira o balde e a esponja, recorren-

do mangueira apenas para enxaguar a viatura.

10. Compare regularmente a leitura do seu contador com a sua fatura de gua e tente contro-

lar a evoluo dos seus gastos.

Octvio Lopes (Formando do Processo RVC _ CNO)

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

Poesia e Cincia so entidades que no se podem confundir;

mas elas podem e devem deitar-se na mesma cama. E, quando o fizerem,

espero bem que dispam as velhas camisas de dormir.

Mia Couto (Escritor moambicano)

A Qumica est em todo o lado... at na Literatura!...

LIO SOBRE A GUA

Por Antnio Gedeo

Este lquido gua. Quando pura inodora, inspida e incolor. Reduzida a vapor, sob tenso e a alta temperatura, move os mbolos das mquinas que, por isso, se denominam mquinas a vapor. um bom dissolvente. Embora com excees mas, de um modo geral, dissolve tudo bem, bases e sais. Congela a zero graus centesimais e ferve a 100, quando presso normal. Foi neste lquido que numa noite clida de Vero, sob um luar gomoso e branco de camlia, apareceu a boiar o cadver de Oflia com um nenfar na mo.

As minhas primeiras leituras.

RMULO DE CARVALHO / ANTNIO GEDEO (1906-1997)

Lembro-me muito bem... Tinha eu uns dez ou onze anos, quando, pelo Natal, o meu pai me ofereceu o meu primeiro livro de cincia. Chamava-se His-tria da Radioatividade e fora escrito, anos antes, por um senhor chamado Rmulo de Carvalho. Li-o, de uma ponta outra, e fiquei deliciada com o modo simples e claro como, atravs de interessan-tes histrias, nos levava desco-berta das grandes invenes cien-tficas. Mais tarde, tive a sorte de receber um outro, do mesmo autor, intitulado Histria dos Bales. O prazer foi o mesmo, embora este tenha sido, infelizmente, o ltimo livrinho desta preciosa coleo que dava pelo nome de Cincia para Gente Nova, da Editora Atlntida, de Coimbra, minha terra natal. Foi j no Liceu, a por volta do 25 de Abril de 1974, que ouvi, pela primeira vez, o poema Pedra Filosofal, musicado e cantado por Manuel Freire. Na poca, todos ns, jovens, adorvamos cantar esta melodia to bela e cheia de esperana... Com a entrada na Faculdade de Letras da Universidade Clssi-ca de Lisboa, foi, finalmente (confesso!), a grande descoberta, o encontro feliz e para a vida com Rmulo de Carvalho, o homem, o cientista, o pedagogo, e Antnio Gedeo, o humanista, o poeta. No esqueo um encontro, nos corredores da Faculdade, com o excelente Professor Urbano Tavares Rodrigues e a conversa que tivemos sobre Rmulo de Car-valho / Antnio Gedeo.

ramos trs colegas. Em voz alta, lamos/dizamos alguns poemas de Gedeo. To entusias-madas estvamos que nem demos pela peresena do Profes-sor. Parado, olhava-nos com aquele sorriso sempre to simpti-co e gentil. E falou-nos um pouco do excelente poeta e professor que fora Antnio Gedeo / Rmu-lo de Carvalho. Dois ou trs anos depois, comecei a lecionar numa grande escola da capital. Tinha uma tur-ma da rea das eletricidades, s de rapazes, turbulentos e pouco interessados no estudo da lngua me. Um dia, dei-lhes a descobrir a poesia do professor poeta e qual no o meu espanto quando, sem saber bem como, dou por mim, sentada no caf da esquina (a tasca da Rosa) com os meus alunos a saborear e a discutir a poesia de Gedeo!... Marcou-nos a todos. A eles e a mim. Por tudo isto, no podia dei-xar de, neste ano de 2011, dedi-cado Qumica, lembrar esse decifrador do mundo, alquimista do sonho que foi o professor, pedagogo, cientista e humanista, Rmulo Vasco da Gama de Car-valho, nem o poeta Antnio Gedeo que to bem soube conci-liar dois mundos aparentemente to opostos: o mundo da cincia e do conhecimento cientfico e o mundo da cultura literria e huma-nstica. Obrigada, Professor, pela vasta e rica obra que nos legou!

M do Carmo Loureiro

Leituras para todos

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

Ttulo: A Ao da Qumica na nossa Vida

Autor: M Teresa Escoval

Editora: Editorial Presena

Gnero: Divulgao Cientfica

Ano: 2010

ISBN: 9789722344258

Preo: 9,90 (com Carto FNAC)

SINOPSE

Embora nem sempre tenhamos plena conscincia disso, a Qumica tem uma presena e uma ao constantes na nossa vida. Pretendendo incentivar o gosto pela cincia, esta obra d a conhe-cer ao grande pblico uma parte da Qu-mica que entra no nosso quotidiano. Baseia-se em dados cientficos, mas adota uma abordagem extremamente acessvel ao leitor que no domina esta rea do conhecimento. Inclui ainda um captulo consagrado aos primrdios da Qumica em Portugal e um glossrio.

www.fnac.pt

Este livro de momento est indisponvel, mas poder ser encontrado no site a seguir indicado e por apenas 20,00!...

Uma pechincha que vale bem a pena!...

http://lisboa.coisas.com/para_venda/livros_e_revistas/obra-completa-antonio-gedeao/1954763/

So 736 pginas, onde se apresenta a obra literria completa de Antnio Gedeo (pseudnimo literrio de Rmulo de Carvalho), incluindo poemas inditos e narrativas da infncia e da juventude, e a correspondncia com Jorge de Sena. Com uma nota introdutria da escritora Natlia Nunes, viva do poeta, a publicao continua com um ensaio de Jorge de Sena sobre a poesia de Gedeo, a que se seguem os seus primeiros quatro livros: Movimento Perptuo, Teatro do Mundo, Mquina de Fogo e Linhas de Fora. Seguem-se Quatro Poemas de Gaveta, um Soneto, os livros Poemas Pstumos e Novos Poemas Pstumos, as Cartas a Jorge de Sena, as narrati-vas A Poltrona e Outras Novelas, duas peas de teatro e seis ensaios literrios. No final, os inditos de poesia, narrativa e teatro, escritos na infncia e juventude.

www.fnac.pt

A leitura nutre a inteligncia Sneca

A Qumica est em todo o lado... at na Literatura!...

As Naes Unidas determinaram que 2011 fos-se o Ano Internacional da Qumica e, por todo o mun-do, celebram-se os triunfos dessa cincia. Hoje no podemos viver sem a qumica, que, de uma forma ou de outra, est em todo o nosso quotidiano: os rem-dios, os alimentos, os materiais, etc. Mas, para verificar que ela est tambm presen-te na literatura, basta atentar em alguns exemplos. O maior dramaturgo de todos os tempos, o ingls Wil-liam Shakespeare, tinha uma boa bagagem de conhe-cimentos cientficos. Na sua pea Romeu e Julieta, o envenenamento de Romeu deve-se a um veneno comprado num boticrio. Nesse tempo, porm, estava ainda muito longe a qumica que conhecemos hoje, existindo em vez dela a alquimia. A qumica moderna s surgiu, no final do sculo XVIII, graas principal-mente ao francs Antoine de Lavoisier. Logo a seguir, na reao romntica do iluminismo, entra na literatu-ra, pela mo do germnico Johann Wolfgang Goethe, um alquimista da gerao anterior a Shakespeare, o Doutor Faust: a tragdia Fausto imortalizou como um dos mitos da cincia o protagonista de um suposto pacto com o demnio. De resto, Goethe o autor de um outro ttulo inspirado na qumica, As Afinidades Eletivas. J no final do sculo XIX, com a qumica pujante nos laboratrios, e com a apario da qumica foren-se devido ao desenvolvimento de tcnicas analticas, no admira que o ingls Arthur Conan Doyle tenha criado um outro lendrio personagem literrio, Sher-lock Holmes, como um qumico capaz de encontrar um reagente identificador de sangue (na novela Um Estudo em Vermelho). Dando um pulo at ao sculo XX, onde a qumi-ca entrou em fora na indstria, no seu caminho para entrar nas nossas vidas, multiplicaram-se as obras literrias de temtica ou de inspirao qumica. A minha preferida o Sistema Peridico (Gradiva, 1989), do qumico italiano Primo Levi, mais conhecido por ter experimentado os horrores do Holocausto: um livro onde os elementos da tabela peridica so o mote para histrias pessoais. A Royal Society de Lon-dres, num inqurito de 2006, apurou que esse era o melhor livro sobre cincia de sempre, pelo que a obra, h muito esgotada entre ns, merece reedio neste Ano da Qumica.

Crnica

de Carlos Fiolhais, publicada no jornal SOL

28 de Janeiro de 2011

Uma obra mais moderna de um grande romancista norte-americano da atualidade, Don deLillo, Rudo Branco (Sextante, 2009) reflete a omnipresena da qumica na con-temporaneidade. Mas, se esse livro est traduzi-do, outras obras recentes relaciona-das com a qumica ainda esperam edio nacional: o caso de Gra-vitys Rainbow, do gnio excntrico norte-americano Thomas Pynchon, ou de Gain, do seu compatriota Richard Powers, que como ele comeou por estudar cincias para s depois enveredar pela literatura. No falta qumica nos roman-ces...

OFICINA DE ESCRITA

Comentrio ao captulo 3 Faz o que quiseres do livro tica para um jovem de Fernando Savater

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

Este captulo muito bom, porque representa muito bem a realidade de outros tempos e, at mesmo, da atualidade. Concordo com muita coisa que descrita. Por exemplo, pode verificar-se ainda a existncia de mui-ta discriminao social, racismo e pessoas que no pensam por elas prprias. Muitas vezes no somos ns prprios, porque temos medo de sermos criticados pelos outros e pela sociedade. Por isso, seguimos as suas tendncias e modas mesmo que elas no sejam as melhores. A influncia dos outros leva-nos, muitas vezes, a fazer certas coisas que achamos divertidas, mas podem destruir-nos a mente, o corpo e a alma. A ignorncia e a falta de sensibilidade contribuem para que a sociedade viva em conflitos e de forma desorganizada. Por outro lado, verdade que existem hierarquias, como, por exemplo, antes quem era rei tinha o poder de mandar e todos os seus inferiores tinham de obedecer. Na sociedade atual, apesar de no estarmos no tempo dos reis, ainda existem grupos hierrquicos mais elevados que outros, porque fazem falta. No entanto, as pessoas j tm mais liberdade e podem pensar por elas prprias decidindo o seu prprio caminho. Contudo, tm de obedecer sempre a certas regras, porque no esto sozinhas no mundo, permitindo assim a sua integrao numa comu-nidade, no meio de trabalho, no meio escolar, etc. Mas as pessoas tm sempre a liberdade de expresso e de escolha, tm que criar os seus prprios valores e princpios, de acordo com a sua educao e cultura para vive-rem bem consigo prprias e perante o prximo. Neste mundo claro que existem opinies diferentes. Por exemplo, nas escolhas dos partidos polticos, nem todas as pessoas votam no mesmo, se no, no haveria necessidade de recorrer a eleies, mas as opinies de cada um devem ser discutidas e ouvidas de uma forma civilizada, sem recorrer violncia, pois por haver pessoas sem escrpulos que h conflitos, guerras e disputas. Para que isto no acontea, tem que haver o tal respeito pelo prximo, o que muita gente, infelizmente, no sabe o que ! Passo a explicar, pelo prximo saber ouvir o outro, saber aceitar as diferentes opinies, religies, culturas, orientaes sexuais, saber ajudar e deixar ser ajudado, no ser muito orgulhoso, invejoso e mafioso. Ou seja, numa s palavra, o respeito pelos outros moralidade. Observa-se tambm que as pessoas todos os dias cumprem rotinas, como ir para o trabalho, ir para a esco-la, fazer a lida domstica, etc. No entanto, no se podem viciar nestas rotinas tornando-se anti-sociais, antipti-cas, e, at mesmo, causar transtornos psicolgicos. Porm, todos tm necessidade de convivncia, de planear programas familiares ou de sada com os amigos. certo que temos que cumprir certas rotinas, mas no nos podemos esquecer que existe uma vida prpria por detrs delas. Porque ser que todas as pessoas dizem que a melhor parte da sua vida foi a infncia? Eu penso que seja por no terem responsabilidades. As crianas so seres inconscientes que tm de ser ensinadas para lidarem com todos os obstculos que vo atravessar at chegarem fase adulta, tornando-se pessoas conscientes perante uma realidade mais complexa. As crianas vivem no mundo da fico de Fadas e Prncipes, de Drages e Guerreiros e de Heris e BonecasQuem no quereria trocar a realidade da vida por qualquer um destes mundos? J passei por esses momentos de fantasia, estando agora na hora de enfrentar a vida. A leitura deste captulo fez-me pensar na actualidade, nas pessoas que me rodeiam e em mim prpria, per-

mitindo-me retirar diversas concluses: a vida um conceito complicado e saber viv-la no s aproveit-la

como muitos dizem. A vida curta, por isso temos que dar o nosso melhor e seguirmos todas as normas e

modelos existentes no mundo. s vezes, no damos conta que existem regras, mas elas esto l. Podemos

compar-las com um jogo que traz sempre um manual de instrues. Como a vida no traz esse manual,

somos ns que o temos de criar e respeitar as regras existentes na sociedade para sermos o melhor possvel

como pessoas e um exemplo a seguir, pois o mundo gira, mas somos ns que lhe damos corda. Eu sincera-

mente no diria: faz o que quiseres, mas sim faz o que achares melhor.

Ivnia Santos Aluna do Curso Profissional de Tcnico de Secretariado (2 E)

Francesco Clemente, destacado pintor italiano ps-modernista, nasceu em Npoles, a 23 de Maro de 1952. Seus pais, viajados e cultos, no descuraram da sua educao, fator que o influenciou desde cedo. Comeou a pintar e a fazer poemas ainda na infncia e, devi-do s constantes deslocaes dos pais, pde conhecer outras culturas. Tem revelado influncias surrealistas e expressionistas. Debruou-se sobre a psique humana e viajou para a ndia onde viveu experincias de espiritualidade. A sua obra auto-biogrfica e consiste em desenhos, pastis de leo, pintura, escultura e mosaico. Transmite a ideia de transformao e metamorfose, um estdio intermdio entre o homem e a mulher, o ser humano e o animal ou at o objeto, criando figuras hbridas. A marca criativa do seu trabalho fortemente psicolgica e investiga a condio humana, instintos bsicos e expe-rincias do nascimento morte. Sente-se fascinado pelos sistemas metafsicos como o Cristianismo, astrologia, mitologia e outros, atravs dos tempos. Posiciona o seu trabalho entre a ideia e a imagem, revelando-se como um discurso filosfico aberto. Observemos, agora, com ateno, este seu quadro da transvanguarda italiana, intitula-do Rudo:

Por toda a obra, podemos ver as pinceladas num estilo rugoso e tosco, intencional. O pintor no se preocupou em construir um cenrio, de segundo ou terceiro planos, apresen-tando as duas formas num fundo vermelho, annimo, que mais parece uma cena teatral. Isso acontece, provavelmente, para dar a liberdade a cada um de ns, de imaginarmos a cena onde quisermos. Dois seres humanos que se cruzam, por exemplo numa cidade, na selva de pedra, no para se cumprimentarem, relacionarem ou se entreajudarem, mas para fazer a caa ao Homem, a perseguio, porque se suspeita de que o outro diferente! Ento, tudo passa a ser permitido, at digno: preciso apanhar o outro, prend-lo e aniquil-lo, se for preciso. Sim, porque a civilizao urbana no se compadece com a Diferena. No h lugar para ela numa sociedade de estandardizao. Esta tambm uma norma do bullying e de outras coisas parecidas, como a sectarizao. Ento, com a violncia, a figura dominadora do quadro, que hoje comentamos, aprisiona o outro e, rasgando-lhe as roupas, pe vista o motivo da questo: Ele no como os outros! Nasceu com uma cauda ao jei-to de Avatar!... Tolerncia, preciso!...

P. Palmeiro (Professora)

SER DIFERENTE

Rudo (1981) de Francesco Clemente

ESC

OL

AE

SC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

SE

CU

ND

R

IA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

OFICINA DE ESCRITA

ENTREVISTA AO REI D. JOO V NO SCULO XXI

Bom dia, sua majestade! uma honra entrevistar to distinta pessoa. Gostaramos de ficar a conhecer melhor a grandiosa obra que deixou, o Convento de Mafra. Podamos comear por saber qual o motivo que o levou a edificar o mais vasto monumento de Portugal? Naquele tempo, em que j me encontrava casado h trs anos com a rainha D. Maria de ustria, era o meu maior desejo que ela desse um descendente coroa. Tal era o meu desespero que me levou a aceitar um alvitre de Frei Antnio de So Jos, a quem prometi a edificao de um Mosteiro franciscano, caso o meu herdei-ro nascesse no prazo de um ano. O nascimento da minha filha, princesa D. Maria Brbara, determinou o cumprimento da promessa. Sabemos que escolheu, entre vrias plantas para a igreja, a do arquiteto Ludovice. Esse foi um passo importante para o incio da sua construo no dia 17 de Novem-bro de 1717. Quais as principais adversidades com que se deparou? A partir da, foram muitas as adversidades. Foi um processo rduo e moroso. Para a construo do convento contmos com cerca de 52 mil trabalhadores e precis-mos de materiais vindos de toda a Europa. Inicialmente, o projeto era modesto e tinha como objetivo abrigar 109 frades, valor que se alterou para 330, e, para alm do convento, decidiu-se que tambm seria palcio e uma das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com incontveis obras de arte. Como surgiu essa alterao dos planos? O ouro do Brasil comeou a entrar nos cofres portugueses e o meu arquiteto deu-me a ideia de iniciar estes planos mais ambiciosos. Foi o melhor que fiz. No nos poupmos a despesas, deixando, assim, de ser apenas um convento, como j referiu. Sinto-me muito bem na biblioteca, decorada com mrmores preciosos e madeiras exticas, que conta com uma coleo de mais de 40 mil livros... Ao olhar para o convento, sobressaem claramente as fachadas de assombrosas dimenses. , de facto, uma obra inovadora para a poca em que os meios de rea-lizao excederam tudo quanto, at ento, era uso fazer-se!... Na fachada, agrada-me muito o facto de no ser montona, como uma extenso daquela poderia tornar-se caso no tivesse a embelez-la vrias peas de escultu-ra.

ENTREVISTADOR:

D. JOO V:

ENTREVISTADOR:

D. JOO V:

ENTREVISTADOR:

D. JOO V:

ENTREVISTADOR:

D. JOO V:

realmente um enorme e magnfico monu-mento, que ocupa cerca de 38 mil metros quadrados, com 1200 divises, 4700 portas e janelas e 156 escadas. Deve ser para si um orgulho enorme fazer parte da sua hist-ria. Certamente sentir pena por no ter assis-tido, em 1910, sua classificao como monumento nacional nem a sua presena na final das 7 Maravilhas de Portugal, em 2007...

Foi realmente uma pena!... Mas sempre bom ver realizado o nosso sonho. Ainda para mais, vejo que, mesmo no tendo sido residncia habitual da Famlia Real, o Pal-cio de Mafra foi sempre muito visitado pelos reis posteriores a mim, para assistirem a festas religiosas ou caar na Tapada. Ape-sar de os frades terem deixado de habitar o convento em 1834, este continua a estar diretamente ligado ordem religiosa. Muito obrigada, sua majestade, pelo seu testemunho. A entrevista de hoje foi bastan-te enriquecedora e sabemos, agora, todos os pormenores referentes a esta grande obra, representativa do estilo barroco. Resta-nos esperar que este mosteiro, to famoso e monumental, continue a ser reco-nhecido mundialmente como at aqui.

ENTREVISTADOR:

D. JOO V:

ENTREVISTADOR:

Ins Governo

e Oleksandra Balystka

(Alunas do 12 E)

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

ESC

OL

A S

EC

UN

D

RIA

DR

. F

RA

NC

ISC

O F

ER

NA

ND

ES L

OP

ES

DOS

Eat various

types of food

Always eat vegetable

soup in 1st place

Make up 5 meals per day

Eat fruit and yoghurt

Eat grilled food

always accompanied by salads

or

cooked vegetables

Eat white meat such as chicken

breast, turkey,

Drink mineral

water

Make exercise

DONTS

Do not smoke Do not have a diet based on one sin-

gle food Do not drink alcohol Do not eat snacks or stuffed biscuits Avoid canned food Do not eat fried food Do not eat sweets Do not use oil in your salads; use vinegar or lemon and olive oil Avoid fast food

** HEALTHY FOOD * HEALTHY LIFE **

Sandra Gonalves e Teresa Jesus (Formandas do Processo RVC _CNO)

AS NOSSAS RECEITAS

Eurdice Gonalves e M do Carmo Loureiro (Professoras)

Diz-me o que comes, dir-te-ei quem s...

CURGETES NA FRIGIDEIRA

Lave bem 2 ou 3 curgetes no muito grandes e, sem retirar a pele, corte-as ao comprido em palitos muito finos (tipo batata palha). Numa frigideira, ponha trs dentes de alho esmagados e um pouco de bom azeite. Aquea em lume muito brando para que o azeite tome o gosto do alho. Junte as curgetes e salteie-as, em lume for-te. Baixe de novo o lume e deixe cozer os legumes, mexendo sempre (3-4 minutos). Tempere, a gosto, com sal, pimenta moda na altura e 3 a 4 folhas de manjerico picadas (e, se quiser, um pouco de vina-gre balsmico). Mexa bem e sirva.

GELATINA DE ANANS

1 pacote de gelatina de ana-ns, 1/4 de um anans e 3 colhe-res de sopa de acar. Prepare a gelatina segundo as instrues do pacote. Descas-que o anans e corte-o aos peda-os. Ponha-o num tacho e, junta-mente com o acar, cubra de gua. Deixe ferver 1 a 2 minutos. Escorra a gua e ponha o anans numa taa. Misture a gelatina e leve ao frigorfico para solidificar. Para desenformar, mergulhe a tigela em gua morna por bre-ves instantes. Sirva.

Sabe por que que no se pode juntar anans

fresco gelatina ?

1. Impede-a de gelificar;

2. A enzima do anans chamada bromelana

destri toda e qualquer estrutura molecular

de protenas que encontre;

3. A gelatina , como todos sabemos, consti-

tuda essencialmente por protenas;

4. A fervura da fruta neutraliza o poder destru-

tivo da bromelana;

5. O mesmo acontece com

outras frutas como o

figo, a papaia ou o kiwi

http://www.cienciaviva.pt/docs/

Colaboradores

Professores: Bruna Rico, Carla Miguel, Dcio Viegas, Docentes do Grupo 300 (Portugus)Emanuel Ribeiro, Euridce Gonalves, Ins Reis, Jaime Carvalho, Joo Tavares, Olvia Gomes, Plcida Palmeiro, Snia Gonalves, Susana Viegas, Teresa Costa,

Alunos: Alunos das turmas A e C do 12 ano; Daniel Carrilho; Ins Governo; Ivnia Santos; Oct-vio Lopes; Oleksandra Balystka; Pedro Ferreira; Sandra Gonalves e Teresa Jesus.

Design Grfico Dcio Viegas M do Carmo Loureiro

Composio Dcio Viegas Eurdice Gonalves M do Carmo Loureiro

Coordenao de contedos Eurdice Gonalves M. do Carmo Loureiro

FICHA TCNICA Responsabilidade Geral Escola Secundria Dr. Francisco Fernandes Lopes

Coordenadores Idalcio Nicolau M. do Carmo Loureiro

Fotografia Carlos Silva Orlando Carvalho

Nota: Esta revista respeita o Acordo Ortogrfico.