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PREÇO PARA ESTUDANTE R$ 2,00 CONHEÇA SERGIO JANIO (E), 23, RENATA MINDELLO, 18, E FÁBIO JACKEL, 18. TRÊS JOVENS QUE ENCONTRARAM NO INTERCÂMBIO UMA FORMA DE MISTURAR AVENTURA E APRENDIZADO ANO 02 Nº 9 – DEZ/JAN 2010/11 leia mais no portalfera.com.br

Revista Fera! 09

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Revista Fera! 09

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Conheça Sergio Janio (e), 23, renata Mindello, 18, e Fábio JaCkel, 18. trêS JovenS que enContraraM no interCâMbio

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ano 02 nº 9 – dez/jan 2010/11 leia mais noportalfera.com.br

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Primeiro, falemos de coisas boas: chegamos a 9ª edição. Em clima de fim de ano, abordamos na matéria de capa um tema que, com certeza, vai chamar a atenção de muita gente: os cursos de língua estrangeira. Nos dias de hoje, saber outro idioma é o diferencial necessário na vida de todos. Aproveitando o embalo, vamos tratar sobre intercâmbios. Qual a importância de ter experiências no exterior? Qual o perfil dos intercambistas? Quais os países ideais para o aperfeiçoamento de cada dialeto? Para responder a estas perguntas, basta ler o conteúdo de destaque deste exemplar.

Para quem não foi à Fliporto ou para aqueles que ficaram com gostinho de “quero-mais”, resolvemos fazer um resumão da VI Festa Literária Internacional de Pernambuco. O evento fez sucesso e contou com o comparecimento especialíssimo dos jovens. E que a próxima Fliporto seja tão boa quanto essa!

Quer mais? Então lá vai. Prepare-se, pois o Grupo Fera! vem aí com uma novidade para ninguém botar defeito. A partir de 2011, os leitores e internautas vão ter à sua disposição uma nova atração: A TV Fera!. A televisão será o nosso novo meio de passar conteúdo educativo de qualidade, sem, é claro, deixar a diversão de lado. Aguarde!

Agora, é inevitável. Precisamos comentar uma questão não tão agradável: o Enem. Novamente, o Exame não deu certo e gerou incertezas nos estudantes brasileiros. Confusão, problemas na confecção das provas e reclamações não faltaram. Faltou mesmo organização. Uma quantidade considerável de candidatos se sentiu prejudicada pelo fato de alguns cadernos de cor amarela terem sido impressos com problemas de montagem.

No início do ano, neste mesmo espaço reservado ao editorial, a Revista Fera! mencionou os erros do Enem 2009 e desejou que, em 2010, os testes fossem melhores que os daquela ocasião. Infelizmente, não foi isso o que aconteceu.

Porém, vejamos o lado positivo: as falhas servem, acima de tudo, para serem corrigidas, a fim de que os erros não sejam repetidos.

Mudando de assunto, desejamos um ótimo começo de semestre para os feras. Que, como em todo começo, a empolgação e a vontade de cumprir as etapas que estão por vir estejam sempre presentes!

Nós continuaremos com você.

Boa leitura!Mateus Lima.

Revista Fera!diretoria executiva – Ira Oliveira e Sandra Paivaeditor de artes – Ira Oliveira / [email protected] Comercial – Sandra Paiva / [email protected]órteres – Mateus Lima / [email protected] Lima – [email protected]ção – Ira OliveiraRevisão – Dolores [email protected] depto. administrativo – Fernanda EsterTratamento de Imagem – Jair Teixeira eClaudio CoutinhoColaboradores – Fotos: Fabíola Melo. Texto: Arthur Vinícius.Colunas: Dolores Orange, Luciano Gouveia, Marina Motta e Silvana Marpoara.Artigos: Wilson Barreto e Arnaldo Mendonça.Para anunciar – Rede3 Mídia81 3031.0968Sandra Paiva - 81 9291.4325e-mail: [email protected] – ExemplaresPublicada pela Rede3 Mídia - Rua Estevão Oliveira, 75 - Santo Amaro - Recife/PE - CEP 52050-160Os textos publicados na Revista Fera! não expressam necessariamente a nossa opinião.

24 – Fliporto

índice

expediente

14 – que línguavoCê Fala?

20 – JovenS SeM FronteiraS

28 – viver FuneSo

30 – CurSoS à diStânCia

07 – Segunda FaSe

13 – é preCiSo planeJar

34 – inCluSão digital

artigoSSala 3d e louSa digital – 12

dinheiro: MoCinho ou bandido? – 23

ColunaSinterCâMbio – 10Marketing – 29SétiMa arte – 36rodapé – 38

editorial

Capa: Fotos de Fabíola Melo com design de Ira Oliveira

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marcel calbusch (e), 21, e jorge falcão (D), 24, já entraram no mercaDo De jogos Digitais

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levaDa a sério

Diversão

confira o que a nova colunista Da fera!, marina motta, tem a Dizer

intercâmbio

o que muDa na viDa De um aDolescente com a chegaDa De um filho

graviDez

leia mais noportalfera.com.br

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bruno machado (e), abraão ximenes e kércia amorim. veja como foi passar no vestibular e o que é a medicina para eles

ano 02 nº 8 – out/nov 2010

e médicosjovens

afinal, o que pode levar você a virar um concurseiro?

concursos

os diferentes estilos e círculos de amizade dos jovens

como agir na reta final para driblar o nervosismo

tribos

enem

leia mais noportalfera.com.br

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Camila coutinho, 22,

faz sucesso com seu blog de

moda, “Garotas Estúpidas”

O CURSO QUE TÁ

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jovens e empreendedores

Mateus Dfdff,

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Mateus Dfdff, 21 anos, cursa o6º período de Jornalismo na Unicap

Daniel Orange -

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Mateus D

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Unicap

um novo começo para voltar a estudar

o futuro para o crescimento

do país

projovem

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enem - confira as dicas para se preparar para o novo exame

Desbancando os tabús impostos pela sociedade, um grupo de jovens talentosos vem mostrando que o sucesso não precisa de tempo para acontecer, basta apenas acreditar

EXEM

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BONSVENTOSSOPRAM A FAVOR

JOVENS TIVERAM QUE ALTERAR ROTINA DE ESTUDOS

DANILO CABRAL, SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO

ENEM

ENTREVISTA

HELOISO IKEDA, DA APROMO, JÁ SABE QUE O SUCESSO COMEÇA DESDE CEDO

Diante dos investimentos,

Pernambuco parte para um novo cenário

econômico. Então, é hora de se preparar para o

mercado e aproveitar o bom momento

A FAVOR

HELOISO IKEDA, DA APROMO, JÁ SABE QUE

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ANO 02 Nº 6 – JUN/JUL 2010 PORTALFERA.COM.BR

O PERIGO QUE RONDA O CAMINHO DOS JOVENS

DROGAS

O QUE FAZER NESSE PERÍODO:

ESTUDAR OU RELAXAR?

FÉRIAS

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FISGADO PELO PALADARLUCAS, 18 ANOS, FOI ATRAÍDO PELOS PRAZERES DA CULINÁRIA. ESTUDANTE DO CURSO DE GASTRONOMIA DO SENAC, ELE JÁ É SUCESSO NO RESTAURANTE “É”

37 – diverSão

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rápidas

Após disputarem a 2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil – realizada pela Universidade de Campinas – com aproximadamente 15 mil equipes de todo o país, os alunos do Colégio Grande Passo foram premiados com a medalha de bronze. Orientada pelo professor de História, Bruno Véras, a equipe “Passo a Passo” teve como integrantes os alunos Pedro Basílio, do 1º Ano do Ensino Médio, Aline Braga e Daniele Bruna, ambas do 9º Ano.

“Crônicas Únicas” é o nome do livro produzido pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Único. Com direito a noite de lançamento, a iniciativa busca incentivar o hábito da leitura e incitar os jovens a produzirem textos literários. Em tempo: capitaneada pelo professor Ednaldo Ernesto, a instituição é a 3ª maior nota do Enem 2009 entre as escolas particulares. Acima o Diretor Pedagógico Ednaldo Ernesto e a Professora Glícia Lemos, que é responsável pelo projeto.

Entre 23 e 27 de outubro deste ano, em São Bernardo do Campo-SP, realizou-se a FEI com a Competição Latino Americana de Robótica (LARC), reunindo diversas apresenta-ções de robótica. As equipes pernambucanas se classificaram nos níveis 1 (Mechasystem, do NAAH/s) e 2 (Lugamica, do Colégio Santa Emília). Com a Robocup Júnior Dance, Guaia-muns Cibernéticos e o frevo robótico, o Colégio Santa Emília trouxe o título inédito de Campeão Nacional para Pernambu-co. A equipe representará o Brasil, em Istambul-Turquia, em julho de 2011, na fase internacional da competição.

O atleta Cosme Filho, estudante do 3º Ano do Ensino Médio, do Colégio Luiza Cora, foi até o Uruguai para disputar o IV Campeonato del Mundo Artes marciales Uruguay 2010, tra-zendo na bagagem nada menos do que o título de campeão Mundial 2010. O campeonato ocorreu nos dias 12, 13 e 14 de novembro na cidade de Punta del Este, com a participação de atletas de outros países. Valeu Cosme pelas medalhas de ouro e prata nas modalidades Kata e Combate. E que em 2011 você possa conquistar muitas outras medalhas e orgu-lhar ainda mais o nosso estado.

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a HIstÓrIa de eVa“O meu livro relembra às pessoas a importância de se discutir o holocausto. Enquanto eu puder, irei espa-lhar pelo mundo os horrores que passei ao ser levada para um campo de concentração nazista na Polônia. Escrevi estes relatos porque sei que, em pouco tempo, não haverá mais vítimas daquela atrocidade para contar a história como ela realmente aconteceu. Na época, eu era tão inocente e nem sabia, ao certo, o que estava se passando. Hoje, eu me pergunto: até quando teremos de conviver com o racismo e o preconceito?” eva Schloss é escritora e sobrevivente do extermínio nazista durante a Segunda Guerra Mundial. A autora deu relato exclusivo ao nosso repórter Mateus Lima.

raImundo Carrero - a fragmentação do HumanoUm dos mais importantes escritores brasileiros da atualidade, vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura de 2010, o salgueirense Raimundo Carrero é retratado de corpo inteiro nesta fotobiografia literária que permite ao leitor conhecer melhor o homem e o escritor. O livro contém uma longa entrevista, na qual Carrero fala da família, da formação literária e comenta suas obras; além de um ensaio sobre a recepção e divulgação de sua obra pela imprensa, assinado por Marcelo Pereira, o livro conta com orelhas, prefácio, um conto inédito e uma fortuna crítica organizados pelo professor Anco Márcio Tenório Vieira, da UFPE. As fotografias são de Roberta Guimarães. O projeto gráfico é de Gisela Abad.

InoCÊnCIa“Filmes brasileiros feitos numa época diferente da atual sempre foram um problema, particular-mente pelo figurino e direção de arte. Mas este trabalho de Walter Lima, e não só por estes dois aspectos técnicos, é de grande valia para o cinema nacional. Mesmo sem muito esplendor, é uma produção convincente. O melhor de tudo está na fotografia e na delicadeza com a qual a dramatização é conduzida sobre um amor impossível, contando com as atuações de Edson Celulari e Fernanda Montenegro.” Luiz joaquim é professor de Cinema e curador da Fundaj.

indicações

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arthur Vinícius – especial

o Enem, este ano, deixou os 3,3 milhões de feras pernambucanos apreensivos com a quase anulação do Exame acarretada pelo vazamento de informa-

ções sobre o tema da redação e pelos erros de organização dos cadernos de prova e na impressão do gabarito. No ano anterior, a prova foi cancelada dois dias antes de acontecer. “Em relação ao Enem, todos nós fomos pegos de surpresa. Infelizmente, uma surpresa negativa no que diz respeito a uma expectativa criada, uma vez que, no ano passado, o Brasil já teve um problema sério com isto. Além de aguar-dar uma decisão oficial, nós, enquanto diretores do Colégio Boa Viagem, estamos discutindo a melhor forma de sermos ouvidos, obviamente, representando nossos alunos”, afirma Ana Paula Saraiva, supervisora pedagógica do CBV.

O MEC realizou dois procedimentos diferentes para

tentar corrigir as falhas: através do site do Ministério, os alunos que no primeiro dia de provas (sábado) preenche-ram o cartão-resposta considerando os cabeçalhos e não a ordenação numérica da prova puderam, até o dia 19 de novembro, solicitar correção diferenciada do gabarito. Já os que receberam provas com falha de impressão estão sendo identificados através das atas de cada sala. Até a data de fechamento desta edição, um total de 2.817 candidatos haviam sido considerados prejudicados. A nova prova de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, para eles, será realizada no dia 15 de dezembro.

Arthur Felipe, professor do Panorama, fala que os alu-nos estão mais nervosos do que nunca, com medo que a COVEST cometa erros parecidos, e muito mais preocupa-dos com o Enem do que com a segunda fase. “O Exame trouxe uma descredibilidade por parte do corpo discente e mostrou, mais uma vez, que uma prova só para o Brasil

A Revista Fera traz

dicas indispensáveis

para os jovens que ainda

continuam preocupados,

principalmente, com a

tensão proporcionada

pela repercussão negativa

do ENEM

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é hora daSegunda FaSe

Victor Lacerda, mesmo estando no segundo ano, realizou a prova do Enem

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inteiro não pode dar certo.” Victor Lacerda, 17, estudante do segundo ano do ensino médio do colégio Santa Maria, fala que é necessário garantir uma segurança para o ano se-guinte.

PRePaRe-Se PaRa a PRóxIMa eTaPa!As provas da segunda fase da UFPE, assim como as do

ENEM, consistem em dois dias de provas, com a vantagem de serem apenas as matérias específicas de cada área. Deste modo, o fera que se sentir inseguro por seu resultado no Exame não deve desanimar. Este é o momento de reforçar a segurança em si para seguir adiante na luta por uma das vagas oferecidas pelo curso. Como o Enem trouxe língua estrangeira em sua prova deste ano, a prova da segunda etapa valerá 50% da nota do estudante no fim do processo. “Na semana que antecede esta prova, é momento de focar ainda mais”, salienta Ana Paula Saraiva.

O sistema de provas permanece o mesmo do ano anterior, com quatro horas para a realização de questões re-ferentes a duas matérias de acordo com o curso, podendo ser Português 1, com uma redação e duas questões discur-sivas, ou Língua Estrangeira 1, com a exceção de ter apenas 8 questões escritas ou objetivas de cinco alternativas, e His-tória ou Química, que seguem as demais, com 16 questões escritas ou objetivas de escolhas múltiplas cada. No segun-

Ana Paula Saraiva, supervisora pedagógica do CBV fo

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Alfredo Martins prestará vestibular para Medicina

do dia, as matérias podem ser duas das demais: Geografia, Matemática, Física, Língua Estrangeira 2, Literatura, Biologia, Português 2, Teoria Musical e Geometria Gráfica.

Ana Gabriella Machado, 20, estudante de Publicidade e Propaganda na Universidade Federal de Pernambuco, dá a seguinte dica aos feras: “É importante estudar, entre as es-pecíficas, aquelas que você gosta, porque eu, por exemplo, gostava mais de Literatura e História, as duas matérias que deram uma alavancada na minha nota. Para mim, não vale a pena tentar aprender de última hora o conteúdo que não se conseguiu absorver ao decorrer do ano letivo”.

aMIzade ou ConCoRRênCIa?Muitos feras se encontram na tensão do vestibular, em

geral, devido ao elevado número de concorrentes por vaga. Com tanta pressão, os estudantes, por vezes, se afastam dos amigos que escolheram o mesmo curso. O aluno Alfredo Martins, 17, do Colégio Boa Viagem, explica que não tem problemas com os amigos para lidar com isso e prestará vestibular para um dos cursos mais concorridos: Medicina. “Acho que vai de cada um a consciência de se organizar e se preparar para sentir-se apto a passar no curso. É sempre bom estudar em grupo. Mesmo com desejo de passar, nós ficaríamos felizes de ver um amigo da gente conseguindo uma vaga”.

É imprescindível para o fera saber que, através de es-tudos coletivos, há a possibilidade de aprender, pelas expli-cações dos próprios colegas, conteúdos que não conseguiu em sala de aula. Por ser uma fase de muito mais detalhes nas questões e no raciocínio, transformar a disputa da segunda fase em cooperação pode garantir muito mais a aprovação de um estudante no vestibular.

“Ih, deu bRanCo... e agoRa?”Um dos maiores problemas que os estudantes en-

contram na hora das provas com relação ao nervosismo é o esquecimento súbito, principalmente dos conteúdos que eles têm pleno domínio. Isso acontece muitas vezes pela falta de tempo suficiente de sono. “Acho que véspera de prova é para descansar. Se quiser, e achar que não vai atrapalhar, dar uma olhadinha em alguma coisa é bom, mas se já es-tiver se sentindo cansado, é bom parar. O ideal agora é se preocupar com horários de dormir e acordar, para chegar na prova bem e tranquilo!”, aconselha o professor Arthur Fe-lipe. É de extrema importância acostumar-se, inclusive, com o horário de acordar para não perder a prova. Também não podem faltar alimentos saudáveis acompanhados da prática de exercícios adequados a fim de evitar um desgaste ener-gético. Alfredo explica como faz para diminuir a tensão: “Eu tenho muita tranquilidade, tenho o tempo para estudo, mas também tenho o meu lazer. Pela manhã, estou no colégio, mas a tarde, até umas 18h, é pra estudo, depois disso dou

uma pausa pra não ficar sob estresse, isso tá deixando muita gente mal e na hora da prova pode pesar”.

Com a frequência de aulões e revisões constantes, o “branco” pode ser evitado, então é muito válido, para o fera que ainda se encontra inseguro diante da prova, refazer exercícios e anotar as dicas que os professores apresentam, pois estas são indispensáveis para resolver algumas questões logo de cara.

No entanto, o estudante precisa ter em mente que o vestibular não representa tudo para sua vida, compõe apenas um passo rumo à vida acadêmica e, por isso, deve maneirar na rotina para não sofrer desgastes permanentes na mente e no corpo. É preciso sempre lembrar detalhes importantes: manter uma relação social saudável e estável com os que o cercam, agendar seus momentos de lazer e ter em mente que todo o esforço foi válido.

ServiçoColégio boa Viagem – Rua Prof. Eduardo Wanderley Filho, 529, Boa Viagem. Telefone: 3466.4004www.cbvweb.com.brColégio Santa Maria – Rua Pe. Bernardino Pessoa, 512, Boa Viagem. Telefone: 3465.5133www.stamaria.com.brColégio Panorama – Av. Conde da Boa Vista, 1632, Boa Vista. Telefone: 3423-5678

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Internacionalista, Administradora de Empresas

e Gerente de Intercâmbio do STB (Student Travel Bureau) em Recife. Com a bagagem

de 11 Intercâmbios realizados na Inglaterra, EUA, Austrália, França, Canadá e Alemanha,

Marina é autora do livro: Intercâmbio de A a Z (www.

intercambioaz.com.br).

eStudar na eSpanha - eSColha a Cidade que MaiS CoMbina CoM voCê!

intercâmbio

maRina motta

O espanhol é hoje o segundo idioma mais falado no mundo dos negócios! Sorte nossa, já que este idio-ma tão familiar pode ser uma alternativa fácil para con-tar mais pontos no currículo e viajar por toda América Latina e Espanha (e por que não dizer Miami, EUA e arredores?). Com o espanhol bem afiado, é fácil viajar se sentindo hermano dos hermanos!

Pois bem, exatamente pelo fato do espanhol ter esta posição tão importante em termos globais, ele é o segundo idioma mais procurado por intercambistas brasileiros que decidem passar um tempo estudando fora do País.

Os intercambistas procuram um país de língua es-panhola ou para fazer um curso de idiomas ou para re-alizar um intercâmbio de um semestre pela faculdade (já que muitas universidades brasileiras têm parcerias com universidades na Espanha e na América Latina). A Espa-nha, em especial, já atraiu muitos brasileiros em busca de trabalho, muitas vezes ilegal. Por esta razão, quem pretende estudar por lá deve estar bem documentado sobre o propósito da viagem.

Feito isso, é só correr para o abraço! A Espanha certamente vai lhe encantar com excelentes opções

de cursos em diversas cidades! As escolas Don Quijote (www.donquijote.com) e Enforex (www.enforex.com) são as mais famosas por lá, sendo a primeira mais tra-dicional e a segunda mais descolada e com um público mais jovem.

Madrid, a capital e a maior cidade, tem museus fa-mosos, como o Museu do Prado, bom transporte pú-blico e vida noturna para todos os públicos.

Já Barcelona, segunda maior cidade da Espanha, é TUUUDO para amantes da arte de Picasso, da arquite-tura de Gaudí ou mesmo das baladas!!! Segundo minha amiga italiana Augustina (que morou lá dois anos), os melhores agitos são: na sexta ou no sábado, no por-to olímpico (um complexo noturno), a Opium Mar, o Carpe Diem, restaurante e boate até às 4 da manha, ou a balada de quatro andares com música diferente em cada andar na imponente Razzmatazz. É importante lembrar que, em Barcelona, fala-se também o Catalão. Então, todas as placas são em Espanhol e em Catalão, além disso, você vai ouvir os dois idiomas nas ruas, como acontece em

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Montreal (Canadá) com o Inglês e o Francês... Fora isto, Barcelona é A CIDADE para mim, realmente linda, quase poética! Dia de quinta-feira, a melhor balada é a Sutton, na qual se deve entrar bem vestido. Já no verão (Julho e Agosto), existe uma balada aberta chamada La Terrazza dentro do Pueblo Español. Nos meses de Julho, tem o CARNACELONA, carnaval fora de época com bandas de Salvador, como Asa de Águia, e Djs internacionais.

Para quem quer uma cidade grande com muitos estudantes e bem espanhola, outra opção excelente é Valência. É a terceira maior cidade da Espanha e não tem tantos brasileiros como Barcelona ou Salamanca. A Paella, aquele prato de arroz com frutos do Mar, é inclusive de lá! Las Fallas é umas das festas mais típicas da Espanha e acontece em Março em Valência! Estive lá, in-clusive, nesta época! Ah, além de ficar a cerca de 2h de Barcelona ou 2h de Madrid, Valência é a cidade mais próxima da badaladíssima e paradisí-aca ilha de Ibiza e das ilhas de Maiorca e Minorca.

Já em Salamanca, uma cidade pequena uni-versitária há 2h de Madrid, a intercambista bra-sileira Marcelinha me disse que a melhor balada é La Chupiteria (onde se pode beber chupitos “shots” a 1 Euro para começar a noite). Depois, todos seguem para o Irish Rover e, lá pelas qua-tro da manhã, quem ainda tiver energia vai para o Candávia.

Para quem quer uma Espanha mais exótica com uma vibe meio árabe, Sevilha e Granada, no sul da Espanha, na turística região da Andalu-zia, são excelentes opções! Ótimos restaurantes para você ver a típica dança Flamenca da região. Outras cidades pequenas, mas muitos legais e ba-daladas, no sul da Espanha, são Cádiz e Marbella, sendo ambas de praia e muito turísticas! O máxi-mo no verão europeu! Dias longos e clima quen-te! Nestas cidades, a possibilidade de topar com brasileiros é menor, além disso, elas ficam perto do Marrocos, no Norte da África! Are baba!

E aí? Ficou na pilha de fazer um intercâmbio para lá? Então corra atrás do seu sonho, vá em frente e OOOlé!

Beijos e até a próxima viagem!

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Sagrada Família em Barcelona

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Durante a década de 80 do século XX, surgiu uma onda que chegou a causar terror aos professo-res de então: a onda do computador vinha para ficar e iria invadir as salas de aula, ameaçando o empre-go dos professores. Essa era a ideia que se tinha do desconhecido.

Ouvi de muitos colegas docentes que não iriam aceitar a “máquina” na sala de aula, porque não ce-deriam seus lugares às máquinas. O tempo passou e ficou mais que comprovado que as máquinas são “burras” sem a ação inteligente do humano.

Hoje, professores e computadores convivem harmonicamente, com os mestres fazendo uso adequado das Tecnologias da Informação e Comu-nicação – TIC para abrilhantar suas aulas, tornan-do-as mais atrativas e motivadoras. É a maturidade chegando e mostrando a todos que a tecnologia não veio para substituir o professor, muito pelo contrário, ela está sendo desenvolvida a cada dia para tornar mais eficiente e confortável o trabalho dos docentes.

Mas a TIC usada para a educação avança a pas-sos largos. Depois do projetor multimídia, que é ferramenta indispensável às aulas nos dias de hoje, surgiram as lousas digitais, onde o professor pode editar a sua aula de acordo com as suas necessida-

des, acrescentando ou substituindo slides em função da sua conveniência.

Todos percebem em programas e noticiários televisivos os apresentadores escrevendo e apagan-do com as mãos, arrastando figuras e tabelas de um lado para outro da tela. O que parecia ficção científi-ca hoje é realidade de algumas escolas de educação básica.

Mas o avanço tecnológico não parou por aí. A mais recente e encantadora novidade das escolas é a sala de aula 3D, onde os alunos mergulham nos conteúdos em terceira dimensão. É possível viajar por dentro das veias e artérias ao lado das hemá-cias, beijar um golfinho que nada em nossa direção ou ver o milagre da vida acontecendo, desde a fe-cundação do óvulo por um espermatozóide até o nascimento do bebê.

O Colégio DOM – Olinda optou por firmar parceria com o Sistema COC de Ensino por en-tender que é o que existe de mais avançado em termo de tecnologia educacional e, sem dúvida, irá gerar aprendizagens significativas para todos os seus alunos, convivendo com aulas 3D e lousas digitais. É preciso ensinar de forma concreta, trazendo as crianças e jovens para o mundo real. É nessa escola que acreditamos.

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Sala 3d e louSa digital: teCnologia gerando aprendizageM

Diretor Pedagógico do Colégio DOM, Diretor Executivo do SINEPE / PE e Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco

aRnaldo CaRlos de mendonça

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A Metropolitana está com

novidades para 2011:

cursos agrupados em três

núcleos: Comunicação

Social, Portos e

Hospitalidade; Turismo com

duração de 3 anos e um novo

tecnológico: Gastronomia

Com o fim do ano, o ritual se repete: paramos para analisar os 365 dias que se passaram, pensar no que deu certo e no que não foi bom, para enfim traçarmos

os planos para o futuro. Muitas vezes fazemos isso de manei-ra despretensiosa, colocando no papel sonhos, que deixa-mos esquecidos, ao longo do ano, em um canto qualquer. O ano começa e a confusão do dia a dia atropela nossas re-flexões. Mas quando esses projetos envolvem mais pessoas, eles não podem ser esquecidos. É por isso que a Faculdade Metropolitana começa a pensar desde agora em seus pla-nos para 2011. Como parte do projeto de reestruturação da faculdade, importantes cursos foram agrupados em três núcleos: comunicação social, portos e hospitalidade.

Comunicação Social – formado pelo curso de gra-duação em Publicidade e Propaganda (4 anos) e pelos tec-nológicos em Marketing e em Produção Audiovisual (2 anos) – todos autorizados pelo MEC. De acordo com Nadezhda Batista, responsável pelo núcleo, além dos laboratórios de desenho, fotografia, rádio, VT e produção gráfica, três proje-tos merecem ser destacados: a agência experimental “Pro2”, que, sob a orientação da professora Mônica Tavares, tem a finalidade de fazer com que os alunos vivenciem, na prática, a publicidade, realizando desde o atendimento aos clientes até a produção das peças publicitárias; o programa “Primeiro contato”, no qual, através de parcerias com empresas publi-citárias, os alunos selecionados têm a oportunidade de viven-ciar por um mês a rotina do mercado de trabalho realizando todas as funções determinadas pelos parceiros – o que pode abrir muitas portas para posteriores contratações, como já ocorreu. Há ainda a “Excursão do conhecimento” que, re-conhecendo a necessidade de um bom publicitário dominar assuntos de variados campos do conhecimento, promove algumas discussões em grupos e a organização de trabalhos sobre o tema proposto. No semestre passado, os assuntos foram criacionismo e evolucionismo; neste, escolas literárias.

Portos – formado pelos cursos de Construção Naval, Gestão Portuária, Petróleo e Gás, Administração Portuária e Logística. Pessoas de idades variadas têm procurado estas for-mações para suprir a demanda criada pelo Porto de Suape. Com duração de dois a três anos, pode ser uma boa escolha para aqueles que ainda pretendem entrar no mercado de trabalho ou que já fazem parte, mas buscam especialização.

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Com a implantação do porto em Suape, muitos profissionais encontraram em Pernambuco parada certa na rota de traba-lho, assim, o núcleo de portos da Faculdade observou que o Estado não está totalmente preparado para receber essas pessoas e, como solução, mais um núcleo de cursos surgiu.

hospitalidade – formado por Hotelaria e Turismo, as grandes novidades são a criação do curso de Gastronomia em 2011 e da nova duração do curso superior em Turismo, que passou de quatro para três anos e é reconhecido pelo MEC. Segundo Adriana Grani, coordenadora de turismo, as oportunidades no Estado já são grandes e a copa do mundo de 2014 irá aumentá-las - lembrando que ainda há tempo para terminar o curso antes do início do evento esportivo. Vale destacar que toda a infraestrutura melhorada e criada para a copa ficará de legado para o Estado, aumentando os postos de trabalho para os profissionais do ramo, que podem trabalhar em hotéis, companhias de transporte, bares e res-taurantes, em órgãos públicos como a secretaria de turismo, prestando consultorias para ONGs e empresas ou exercen-do a docência.

ServiçoFaculdade Metropolitana – Av. Barreto de Menezes, 809, Piedade – Jaboatão dos Guararapes. Fones: (81) 2128-0500 / (81) 3361-0620 www.metropolitana.edu.br

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Adriana Grani (E) e Nadezhda Batista são coordenadoras dos núcleos de Hospitalidade e Comunicação Social, respectivamente

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do you Speak

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parlez vouS FrançaiS?

hablaS eSpañol?

Hoje em dia, quem não tem fluência em um segundo idioma acaba ficando para trás no mercado

de trabalho. Línguas como inglês, espanhol e francês estão sendo cada vez mais requisitadas e virando um diferencial na hora de garantir um

estágio ou uma vaga de emprego

mateus Lima

Se comunicar. É a necessidade de todo o ser hu-mano, esteja ele onde estiver. Para que seja re-almente possível viver em sociedade, é preciso,

ao menos, saber se expressar para conseguir suprir as próprias vontades.

Para se relacionar bem, é imprescindível aprender a ouvir e, é claro, expor ideias. A forma mais comum de colocar isso em prática é por meio das palavras. Elas nos possibilitam chegar ao lugar que queremos e ter acesso a uma infinita gama de informações novas. Através delas, a grande maioria das pessoas pode com-preender o mundo, além de também se fazer com-preendida.

Com o intuito de expandir o vocabulário e, con-sequentemente, o poder de alcance de suas palavras,

muitos decidem estudar outros idiomas. Essa é uma maneira de aprimorar a capacidade comunicativa e ter mais opções na hora da troca de conteúdo e va-lores com o próximo. Falar línguas diversas proporcio-na ainda a chance de conhecer melhor outros países, crenças, até então, desconhecidas, culturas e modelos de vida diferentes dos quais se está acostumado a conviver.

Os cursos de língua estrangeira são os maiores aliados dos interessados em se torna-rem bilíngues ou poliglotas. O número de locais especializados no ensino de idiomas vem cres-cendo consideravelmente nos últimos anos, a exemplo da quantidade de pessoas – especial-mente jovens – à procura destes locais.

Mas, afinal, para que aprender outros dia-letos?

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do you speak english?

Quem nunca fez essa pergunta, mesmo que de brin-cadeira? O inglês é uma língua de suma importância no mundo, e não é difícil entender o porquê. O idioma é con-siderado o principal em todo o planeta, sendo exorbitante a quantidade de pessoas que o domina sem nem sequer ser nativo de um país cuja língua oficial é o inglês.

Várias são as explicações para o fato. Uma delas está relacionada à incontestável hegemonia britâni-ca nas forças armadas, à sua potência econômica e aos avanços científicos durante os séculos XVIII, XIX e início do XX, e ainda à influência dos EUA, nação mais poderosa do mundo desde meados do século XX.

Alguns países têm o inglês como segundo dialeto oficial. Em organizações internacionais,

hotéis de luxo e empresas ligadas ao turismo, é primordial que os funcionários saibam in-glês. Nos meios de comunicação, o sistema é semelhante. Cerca de dez mil jornais es-

palhados pelo exterior utilizam o inglês para ter acesso ao maior número de leitores possível. Ele está em todo lugar: trabalhos científicos, pesquisas e até expressões do nosso dia a dia.

Os cursinhos, sempre lotados, procuram criar novas táticas de ensino e tentam atrair ainda mais estudantes para dentro das salas de aula. De acordo com a diretora geral da unidade da Cultura Inglesa localizada no bairro de Casa Caiada, em Olinda, Bruna Gueiros, há muito tempo o idio-ma deixou de ser modinha e virou necessidade. “Não é opcional, é obrigatório. Hoje, quem não fala inglês não tem o diferencial. Agora, é fundamental não transformar essa obrigatoriedade em uma coisa chata, nem tirar o prazer do aluno em aprender.”

Bruna é uma diretora jovem, de apenas 24 anos. Co-meçou a estudar inglês quando criança e afirma que isso é essencial para quem quer se destacar no mercado de trabalho. “Ao abordar esta questão, costumo dar o seguinte exemplo: quem nasce na época atual, já vai crescer tendo contato direto com o computador, se familiarizando com a tecnologia e se integrando ao contexto globalizado. Por outro lado, o indivíduo adulto que não teve a oportunidade de vivenciar a modernidade de maneira intensa terá um pouco de dificuldade para se incorporar a este campo. No

Bruna Gueiros é a diretora da Cultura Inglesa de Casa Caiada. Já Kerley Muniz, passou de adolescente tímido a professor da Cultura

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Hablas español?

O espanhol é uma das línguas mais faladas do mundo. Em território brasileiro, o idioma é o segun-do mais procurado pela população, perdendo apenas para o inglês. Porém, de uns tempos para cá, essa di-ferença vem ficando cada vez menor. Hoje, não é di-fícil encontrar pessoas entrando num curso ou, pelo menos, pensando em fazê-lo.

O que contribui para a afirmação do castelhano – como também pode ser chamado o dialeto hispânico, ou seja, relativo à Espanha – no Brasil é o fato de o país estar rodeado por nações sul-americanas hispanofalantes (que têm o espanhol como língua prin-cipal). São elas: Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Bolívia, Peru e

caso do dialeto estrangeiro, é parecido. Ou seja, quanto antes for o convívio com ele, melhor. Não significa que os adultos não podem absorver o conteúdo. Apenas será um pouco mais difícil. Por sorte, estamos numa geração onde boa parte dos pais, ao ter seus filhos, já pensa assim.”

O professor da Cultura Inglesa, Kerley Muniz, lecio-na há 15 anos. A relação dele com o inglês aconteceu de forma natural, mas mudou completamente a sua vida. “Na adolescência, eu era tímido, gostava de ficar reservado. Depois de perceber a minha extrema facilidade para a lín-gua, passei a sentir vontade de transmitir os meus conheci-mentos e descobri o meu lado extrovertido.”

O “teacher” – que, em português, quer dizer profes-sor - alerta: “O aprendizado de um dialeto, seja ele qual for, é benéfico, primeiramente, para quem o pratica. Então, ao se indagar sobre a relevância de ter a segunda ou terceira língua, é preciso ponderar isso”.

Pensando de maneira similar a de Kerley, Fernando Estima, 15, se matriculou na Cultura Inglesa. Fernando já estuda inglês há sete anos e, em janeiro de 2011, vai para Londres, com o intuito de aperfeiçoar o idioma. “Estou an-sioso para o dia da viagem. Enquanto eu estiver lá, espero melhorar a minha pronúncia.”

Ao ser perguntado sobre a diferença entre o inglês ensinado na escola e o ensinado no cursinho, o garoto res-ponde: “A divergência é enorme, sobretudo, pelo fato de nas turmas dos cursos haver bem menos gente. Assim, dá para se concentrar facilmente, tendo em vista que os que lá estão vão porque gostam e realmente almejam sair da sala de aula falando inglês”.

O estudante Fernando Estima, 15

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Venezuela. Obviamente, para difundir e auxiliar no processo

de aprendizado, começaram a surgir os cursinhos es-pecializados. Patrícia Menguel é espanhola e dá aulas no Recife, no Instituto Cervantes. Para Patrícia, outro fator fundamental para o aumento do número de estudantes em busca do Cervantes está ligado ao momento pelo qual o Brasil, especialmente Pernambuco, está passan-do. “Se vive uma nova fase econômica, tendo sido a integração com países europeus solidificada, inclusive com a Espanha. Isso significa, por exemplo, a instala-ção de empresas hispânicas por aqui, acarretando na necessidade de profissionais que tenham o domínio da

língua. Para quem souber falar espanhol, oportunidades não vão faltar.”

A professora chama a atenção para um ponto

importante: “Não bas-ta que os estudantes

absorvam o dialeto e falem só por falar,

por pura conveni-ência. No Instituto Cervantes, temos

a preocupação de transmitir também os

valores culturais originários da Espanha, que são mui-to marcantes. Assim, os alunos irão se interessar de verdade pelos assuntos, melhorando a qualidade do resultado obtido”.

Já a médica Alessandra Fam, 37, resolveu apren-der espanhol e não perdeu tempo: se matriculou no Cervantes. Há um ano e meio no curso, ela diz não se arrepender da opção tomada: “Adoro viajar e gosto de me sentir parte dos lugares que visito. Ter condições de se comunicar de igual para igual com os habitantes do local onde você está é maravilhoso”.

Alessandra tem dois filhos – o mais velho de 10 anos e o caçula de 8 anos – e garante a eles a oportunidade de saber idiomas diversos, pois isso será de grande valia para o futuro das crian-ças. “Os meninos fazem cursinho e, na minha próxima viagem para o exterior, irão junto co-migo. Assim, eles po-derão se divertir apren-dendo”, afirma.

A aluna Alessandra Fam (esq.), 37, e a professora espanhola Patrícia Menguel, ambas do Instituto Cervantes

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Seis anos de duração, maiores

notas no vestibular, muito trabalho e responsabilidade. Por que o curso de Medicina é tão procurado pelos jovens e o que mudou desde a sua

implementação ?

Parlez vouzFrançais?

Estudar inglês ou espanhol? Para muitos, o francês é a opção escolhida e já entrou no páreo para disputar espaço com as línguas consideradas mais importantes. Mais importantes? Será? Não restam dúvidas em rela-ção à relevância do francês ao redor do mundo. Vários são os lugares onde o idioma é proferido oficialmente – Bélgica, Suíça e parte do Canadá, por exemplo, além da França, é claro.

O dialeto é romântico e atrai milhares de adeptos de todas as idades. O glamour exercido por ele ainda é visto por todos como um diferencial. Falar francês é não só útil para a vida acadêmica e profissional da pes-soa, como é sinônimo de classe e elegância. É inegável: certas pronúncias soam poeticamente aos ouvidos, tornado o som das expressões agradável e, ao mesmo tempo, misterioso.

Segundo François Tardieux, francês que reside e dá aulas no Recife há 13 anos, na Aliança Francesa, é possível notar que muitos realmente vêm em busca da língua pelo glamour exercido por ela. Porém, outros fatores deixaram de ser secundários e passaram a ser enxergados com cuidado. “Ter o francês no currículo é, certamente, um ponto a favor. A globalização e a interação entre países latino-americanos e europeus resultam na necessidade do aprendizado do idioma. Hoje, o francês não é só status, mas também moder-nidade.”

Ele enfatiza: “Quem sai do Brasil para estudar fora tem a chance de acumular conhecimento e vivências inigualáveis. Para isso, é preciso saber se comunicar adequadamente”, completa François.

Já a professora Marilde Pessoa leciona na Aliança Francesa e analisa o francês e outros dialetos, expon-do convergências e divergências: “Semelhante ao por-tuguês, o francês é cheio de pequenos detalhes que exigem atenção para quem ainda está se adaptando à língua. A gramática é um pouco complicada, trazendo consigo inúmeras regras e peculiaridades, ao contrário da gramática inglesa, por exemplo”.

Marilde é educadora há mais de 36 anos e reve-la: “É justamente na hora de escrever que os alunos sentem dificuldade. Muitas palavras possuem a fo-nética igual, porém, a forma de escrevê-las não é a mesma”.

A jovem Lia Souto Maior, 21, está no 5º período de Direito na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e cursa francês há

A jovem Lia Souto Maior, 21, até já morou na França

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sete anos na unidade da Aliança Francesa locali-zada no bairro do Derby, no Recife. Ela morou na França durante os anos de 2006 e 2007, e resume a experiência: “Fui para lá para concluir uma parte do meu ensino médio. Ao final de tudo, consegui cumprir o meu objetivo de me aprimorar no idioma. Fiquei na casa de uma família e fui extremamente bem recebida. Foi ótimo”.

De fato, deve ter sido. Nada se compara à oportunidade de desfrutar da beleza de luga-res mundialmente famosos, fazer amizades, se inteirar sobre novas culturas, ter histórias para

contar e, de quebra, incrementar o currículo. Au revoir.

ServiçoCultura Inglesa (unidade de Casa Caiada) – Av. Dr. José Augusto Moreira, 1598, Casa Caiada, Olinda-PE. Fone: (81) 3432-5444www.culturainglesape.com.brInstituto Cervantes – Av. Agamenon Magalhães, 4535, Derby, Recife-PE. Fone: (81) 3334-0450www.recife.cervantes.esaliança Francesa (unidade do Derby) – R. Amaro Bezerra, 466, Derby, Recife-PE. Fone: (81) 3202-6262www.af.rec.br

Marilde Pessoa, professora da

Aliança Francesa, dá aulas há mais

de 36 anos

Para François Tardieux, ter o francês no

currículo é um ponto a favor

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muito dinheiro enquanto estão fora. O país possui dois idiomas oficiais: inglês e francês, sendo o pri-

meiro falado pela maior parte da população. As cidades canadenses visitadas com frequência pelos brasileiros são Toronto, Vancouver

e Montreal. E Vancouver foi o destino escolhido pelo recifense Fábio Jackel, 18.

Ele fez inglês durante cinco anos e resolveu, através do intercâmbio, melhorar a sua pronúncia

no dialeto. O jovem revela não ter viajado antes por-que sentia não estar preparado para uma experiência

como essa. Então, ao alcançar a maioridade, conver-sou com os pais e disse ter chegado a hora. “Vai ser um grande aprendizado e, ao mesmo tempo, uma

aventura inesquecível. Os meus pais estão me dando total apoio e isso é fundamental para eu me sentir mais seguro. Minha mãe ainda está meio receosa, mas esse receio é normal de toda mãe.”

Fábio concluiu o ensino médio em 2009 e, atualmente, está em um curso pré-vestibular, se preparando para tentar ser aprova-

do numa boa universidade e ingressar na graduação de Administração. Ele lembra que a ida ao Canadá será essencial para abrir as portas do mercado de trabalho no futuro: “Com certeza, vou poder colher bons frutos se souber aproveitar os cinco meses que passarei na América do Norte”.

As férias escolares já estão bem próxi-mas. Geralmente, o mês de janeiro é apro-priado para se dar início a uma viagem de in-tercâmbio. Muitos jovens se programam para fazer turismo em outros países ou, simples-mente, para se aprimorar em alguma língua estrangeira e voltar ao Brasil com requisitos a mais no currículo.

A relevância de ir ao exterior a fim de obter novos conhecimentos é hoje o assunto presente em qualquer ambiente educacional ou profissional. Após experiências deste tipo, tam-bém é possível notar transformações pessoais no intercambista. Sensação de independência, capacidade de se relacionar facilmente e auto-estima elevada são apenas exemplos de mu-danças decorrentes das descobertas feitas no período em que se esteve fora.

Não importa quanto tempo dura a viagem ou qual a nação visitada. Deve-se mesmo é levar em consideração os benefícios adquiridos e como eles irão influenciar nas ações de cada indiví-duo.

Conexão braSil – Canadá

O Canadá é a opção preferida dos es-tudantes brasileiros em busca do aperfeiçoa-mento da língua inglesa em períodos curtos. A viagem é muito mais acessível se comparada a uma ida aos Estados Unidos ou à Inglaterra, por exemplo. Além disso, os custos para se manter por lá são bem menores, fator atra-ente para aqueles que não pensam em gastar

Fábio Jackel, 18, está prestes a embarcar numa aventura inesquecível

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Torre Eiffel, Museu do Louvre, Arco do Triunfo. Difícil encontrar alguém que nun-

ca tenha sentido vontade de conhecer estes luga-res. Ter a oportunidade de saber a história de locais assim é, também, de grande valia. Melhor ainda é poder ouvir estas histórias na língua francesa e en-tender tudo o que está sendo contado, em seus mí-nimos detalhes.

Para quem resolve fazer intercâmbio na Fran-ça, isso é possível. O país é rico culturalmente e é, sem dúvidas, apropriado aos fãs de tipos culinários clássicos e sofisticados. Porém, há mais coisas boas para se distrair por lá, e é o que a aluna do 2º pe-ríodo do curso de Ciência Política com ênfase em Relações Internacionais da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Renata Mindello (18), preten-de descobrir.

A garota vai realizar um intercâmbio de duração de dois meses, na França, com o intuito principal de aperfeiçoar a sua pronúncia. Ela tem aulas de francês há 1 ano, e vai, na pacata cidade de La Rochelle, pôr em prática o idioma. Renata irá se hospedar em casa de família e diz o porquê de ter preferido não ficar na

capital: “Nas regiões onde a agitação é intensa, como Paris, por exemplo, a cor-reria é enorme. Enquanto eu estiver lá, vou necessitar que as pessoas tenham condições de me dar atenção. Assim, irei conversar com frequ-ência e, consequentemente, colocar o meu vocabu-lário à prova”.

A jovem confessa que terá dificuldades para se adaptar a algumas características típicas da Europa. “Vou pegar a época de frio, e esse será o meu pro-blema. Costumo sentir bastante frio e pretendo levar roupas quentes para tentar superar essa barreira”, diz ela, aos risos. Renata completa: “Também é pre-ciso levar em consideração o fato de os hábitos de lá serem totalmente diferentes dos nossos. No entan-to, o clima vai mesmo ser a pedra no meu sapato”.

Muitos acusam os franceses por eles não serem receptivos com os turistas. A estudante, por sua vez, opina sobre a questão levantada: “Os franceses com quem mantenho contato são bem calorosos. Não sei quem são os donos da casa na qual irei me insta-lar, mas já tive informações de que são simpáticos e estão ansiosos com a minha viagem”.

Renata Mindello, 18: “Para mim, o frio será um problema”

ConexãobraSil – França

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Conexão ColôMbia – braSil

Nós já sabemos: é enorme a quantidade de jovens saindo do Brasil para países diversos a fim de fazer intercâmbio. Mas e as pessoas que vêm do exterior para o território brasileiro? Bem, o Brasil, de fato, não é um dos lugares mais procurados pelos inter-cambistas. Porém, isso não significa que nenhum deles tenha interesse em visitar as nossas terras tupiniquins.

Existem diferentes modelos de intercâmbios que têm o Brasil como destino. Alguns focam estágios e o amadureci-mento em áreas profissionais, outros o aprendizado do por-tuguês e há até aqueles onde o estrangeiro fica em casas de famílias para dar aulas de seu idioma enquanto, ao mesmo tempo, exercita o dialeto local.

O colombiano Sergio Janio (23), por exemplo, veio pas-sar seis meses no Recife. Através da Organização Não-Go-vernamental (ONG) AIESEC. O estudante irá cumprir estágio e aprimorar o desempenho na língua portuguesa. A AIESEC é uma rede global incentivadora da prática do intercâmbio ligada a experiências de trabalhos de impacto positivo na sociedade.

A corporação funciona no Brasil há 40 anos, mas teve a unidade recifense instalada em 2003. Quando foi criada – por graduandos e recém-graduados de Economia e Administra-

ção – lhe foi dado o nome (derivado do francês) de Asso-ciation Internationale des Estudiants em Sciences Economi-ques et Comercialles. Hoje, o papel da instituição já não se restringe apenas aos setores econômicos e administrativos, tendo sido estendido a campos de Gestão de Informação, Marketing e Gestão de Talentos.

Sergio é um dos jovens que fazem parte da AIESEC. No Recife, ele realiza atividades relacionadas à sua gradu-ação, prestes a ser concluída na Colômbia. “Sou aluno do curso de Negócios Internacionais, e as tarefas exercidas aqui irão me ajudar a alcançar a carga horária necessá-ria para eu conseguir me formar. Opero em projetos sociais. Foi a maneira encontrada por mim de amadu-recer como ser humano e como profissional. Sou o responsável por funções administrativas, de planeja-mento e marketing e de obtenção de recursos, to-das voltadas para o meu espaço de atuação.”

Ao comentar sobre a capital pernambu-cana, o estudante não poupa elogios: “É bem melhor do que eu pensava. Os nordestinos são alegres e receptivos. Os traços culturais são fortes e muito bonitos. O único problema é que, às vezes, as pessoas falam meio rápido”, afirma, aos risos.

Esta é a prova de que, ao abrir as portas do mundo para si próprio, é pos-sível também abrir a cabeça e ver as coi-sas de um jeito novo e, com certeza, mais prazeroso.

Sergio Janio, 23, é colombiano e atua em projetos sociais no Brasil

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O dinheiro é um vale para trocas. Você troca dinheiro por educação e, com educação, você se torna um profissio-nal para receber dinheiro em permuta de suas habilidades profissionais. Desenvolvendo as suas atividades ao merca-do de trabalho, seu ganho é trocado pela alimentação do dia a dia, pela casa própria, pelo automóvel, pelos estudos de especialização e atualização profissional e por uma série de eventos que inclui diversão, ajuda a terceiros e tantos outros bens que tornam a vida mais saudável e alegre.

Quando o dinheiro é pouco, o papel que ele repre-senta é o de entrar como mocinho nas estradas da vida. Sua aplicação em primeiras necessidades torna-o limpo, desejado e responsável. Quando cresce de forma fácil, é bandido. Sua origem pouco divulgada, mas conhecida, pas-sa como água entre os dedos com a mesma facilidade que chegou. Patrocina vícios e comportamen-tos irregulares, por isso é sujo e indesejável por pessoas de bem.

Quando o dinheiro aumen-ta no desenvolvimento de uma atividade produtiva, a distribuição de renda é posta. Empregos que geram ganhos diretos e indiretos facultam o desenvolvimento do município, do estado e do país. Uma população economicamen-te ativa realimenta a produção através de maior consumo que, por sua vez, cria concorrência em benefício dos con-sumidores. É o ciclo da produção e do consumo que leva à inovação de produtos e serviços de conformidade com o desenvolvimento tecnológico e econômico.

Todo afortunado tem atrelado a si uma série de auxi-liares que pessoalmente exercem função de apoio e servi-ços em troca de salários e de benevolência para seus indi-cados, agregando sempre parentes ao seu benfeitor. Isso aumenta, no tempo, a responsabilidade social, que significa uma inércia econômica que não cala junto a qualquer ati-tude que não cuide dos agregados. Esse fato tira a liberda-de ou a independência do comando do negócio, que não

pode reduzir sua produção para não causar transtornos à comunidade associada.

A multiplicidade de atividades do empresário deixa pouca sobra de tempo para o lazer e a liberdade de ir e vir sem ser incomodado por pessoas que gravitam em seu po-der de ganho. A individualidade é devassada, a privacidade é destruída, tornando o viver familiar público. O dinheiro, que torna possível a diversidade do conhecimento e do ver de perto outras civilizações, vai mudando o seu viver. Mas essa é a forma de acontecer, distribuindo rendas e fazendo o bem. É participar da sociedade dividindo com ela os be-nefícios recebidos intelectual e/ou materialmente.

A hipótese de viver como ermitão, simplesmente acu-mulando dinheiro pela simples vaidade de tê-lo, não leva

a lugar algum. O sovina é aquele que sempre terá como companhia a solidão. E as vastas experiências que vêm das trocas não existirão para o mesmo. O dinheiro vilão que acumulará através do tempo sempre será bandido. Egoísta e interesseiro, envelhecerá sempre escravo de seu dinheiro vilão. Não produz, não agrega benefícios, apenas espera ser comido pelas traças.

Finalmente podemos resu-mir os comentários a uma colocação bem simples. A inten-sidade de sua vaidade pode tornar o dinheiro mocinho ou bandido. Quando ele é dirigido para o acúmulo que não produz e simplesmente acontece como cédulas ou núme-ros, a ele nenhum valor é agregado. Existindo como papel ou informação bancária, sem significado de troca, sempre será vulnerável.

No entanto, quando é redistribuído através do con-sumo e do emprego, no trabalho de cidadãos, ele é mo-cinho. Para o bem da verdade, o dinheiro não é mocinho nem bandido, o seu gestor é que o faz tendencioso para o bem ou para o mal em conformidade com o que lhe é agregado em suas trocas.

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dinheiro: MoCinho ou bandido?

Engenheiro, professor de Acústica Arquitetônica da Faculdade de Ciências Humanas - ESUDA. Blog: quimera-wilsonmar.blogspot.com

Wilson José maCedo BaRReto

leia mais noportalfera.com.br

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Sem dúvidas, quem lê, viaja. Em 2010, o ponto de embarque não poderia ter sido melhor: Olinda, a primeira capital nacional da cultura – título con-

quistado em 2005 – e patrimônio histórico e cultural da humanidade. Como cidade sede da VI edição da Festa Literária Internacional de Pernambuco – Fliporto, Olin-da transformou-se em leitura. Entre os últimos dias 12 e 15 de novembro, palestras, apresentações didáticas, debates, discussões sobre literatura e exposições foram algumas das atrações oferecidas. Quem conferiu, com certeza, deve ter gostado do que viu por lá.

Este ano, a Fliporto – que deixou de ser sediada no balneário de Porto de Galinhas – homenageou Clarice Lispector. A escritora e jornalista brasileira, nascida na

Ucrânia e de origem judaica, foi abordada com frequên-cia. As obras de Clarice, notórias pela qualidade e pelo estilo peculiar, também serviram como objeto de con-versas e palestras que prenderam a atenção do público.

Já o tema principal do encontro, “Literatura e Pre-sença Judaica no Mundo Ibero-Americano”, segundo o curador e coordenador geral do evento, Antônio Côr-tes, é fruto de um legado muito importante, mas pouco comentado pelos brasileiros. “As heranças judaicas intro-duzidas em nosso país, especialmente em Pernambuco, são notadas até hoje. Essa história não é tão recente. Vem desde a época do descobrimento do Brasil, quan-do judeus se instalaram no Nordeste.” Antônio comple-ta: “Eles ajudaram o Recife a se consolidar como polo comercial, por exemplo. As pessoas precisam saber disso”.

literaturaolinda é A Festa Literária

Internacional de

Pernambuco – Fliporto

foi, mais uma vez, um

grande sucesso. O evento

convidou milhares de

espectadores a entrar de

vez no mundo da leitura

fliporto

O público lotou os standsnos quatro dias da Festa

fotos: fabíola melo

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A programação se mostrou bastante vasta e fez a população, de fato, sentir-se interessada em dar uma olhada nos destaques voltados à leitura. No dia 12 (sexta-feira), a abertura contou com um time de peso. A escritora austríaca e ex-prisioneira de um campo de concentração nazista, Eva Schloss, narrou ao jornalis-ta Geneton Moraes e ao escritor Moacyr Scliar como sobreviveu ao período de horror durante a Segunda Guerra Mundial, na Polônia.

Para Eva, a oportunidade de relembrar os fatos marcantes da sua vida foi essencial para levar a todos a verdade de uma fase da história que, apesar de triste, não deve ser apagada. “Em breve, não haverá sobrevi-ventes para esclarecer as atrocidades cometidas pelos nazistas. Enquanto eu puder, estarei disposta a cumprir esse papel”, diz a austríaca. O jornalista Geneton Mo-raes opina em relação à relevância das palavras de Eva Schloss: “Muitos não sabem, ao certo, o significado des-ta etapa de sofrimento e injustiças. Ela é a pessoa apro-priada para elucidar o ocorrido”.

No sábado, 13, as celebridades mais esperadas foram o escritor Raimundo Carrero, os escritores e jornalistas Guilherme Fiúza e Marcelo Pereira, e a atriz e apresentadora de TV Maria Paula. Na palestra “Assim não é se lhe parece: literatura e vida real”, Marcelo di-vulgou o livro “A Fragmentação do Humano”. A obra é composta por uma coletânea e fotobiografia literária de Raimundo Carrero.

Maria Paula e Guilherme Fiúza discutiram a res-peito do humorista judeu Bussunda Besserman Viana,

Clarice Lispector foi a grande homenageada da Fliporto 2010

Antônio Côrtes é o coordenador geral do evento

O jornalista Geneton Moraes

foi uma das atrações da

abertura

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ex-integrante do programa Casseta e Planeta, da Rede Globo. Fiúza lançou, recentemente, o livro “Bussunda – A Vida do Casseta”, que trata sobre o comediante falecido em 2006.

No dia 14 – domingo -, o foco foi mesmo o juda-ísmo. Alguns dos palestrantes foram o jornalista e pro-fessor Richard Zimler e a escritora e professora Adria-na Armony. Adriana publicou, junto com a escritora Tatiana Salém, o livro “Primos”, reunindo contos de autores brasileiros descendentes de árabes e judeus.

Na data de encerramento - segunda-feira, 15 – da Fliporto, o cantor e compositor Alceu Valença di-vertiu os espectadores passando uma animada tarde com o jornalista Duda Guennes. O papo foi regado de música, poesia e uma boa dose de risadas, deixando em todos aquele gostinho de “quero-mais”.

O escritor e jornalista Xico Sá foi o mediador de uma das mesas mais aguardadas, abordando o cresci-mento e a difusão da literatura em quadrinhos, surgida há pouco tempo, mas que já virou moda. Após o de-bate, o jornalista declarou: “O assunto chama a aten-ção dos jovens. Aliás, tudo aqui vem com a proposta de puxar estes jovens para o âmbito cultural. Fico feliz em ter sido convidado”.

Segundo Xico, autor do sucesso de vendas “Chabadabadá – Aventuras e Desventuras do Macho Perdido e da Fêmea que se Acha”, a adaptação dos quadrinhos para o campo literário é consequência da globalização e da necessidade de se criar o novo. “É outra tendência chegando para acrescentar conteúdo. Sem dúvidas, é uma forma de conquistar leitores.”

Um dos leitores é Aurimar Neto, 22. O estudan-te do curso de Publicidade e Propaganda foi à Fliporto pela primeira vez e afirma que ficou surpreso com a organização do encontro, que superou as suas expec-tativas: “Eu nunca tinha vindo e não sabia muito bem o que esperar. Quando cheguei e vi os stands, as tendas e as bibliotecas montadas, fiquei maravilhado”.

O estudante exalta uma questão fundamental: “Achei muito legal o lance de reservar espaços para as crianças. O hábito de ler deve começar desde cedo e nunca ter fim. Atitudes assim auxiliam na formação de adultos conscientes, que vão querer passar a mesma lição para os filhos e assim por diante”.

Paralelamente à Fliporto, foi realizada a Fliporto Criança, com a temática “Da Europa Para a Vida Urba-na do Recife: Presença Judaica em Pernambuco”. Lá, a meninada se ocupou com brincadeiras educativas, narração de histórias e uma carroça itinerante dando voltas pelas imediações do lugar. Cerca de 50 escolas do Estado participaram do projeto.

Para Xico Sá, a Fliporto serviu para incentivar a leitura

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Abraão Ximenes, 20, estudante do 6º período de medicina

A aluna de Administração, Kézia Mayara, 21, re-vela que, para ela, o ponto forte da festa literária foi a diversidade. A garota não saiu de mãos abanando e comprou um folheto contendo literatura de cordel, produzido por artistas locais. “Resolvi adquirir o cordel porque valorizo o que vem do povo nordestino. Além de passar mensagens que me distraem, o item retrata, comicamente, o nosso modo de ser e de se comportar frente às situações rotineiras.”

Já Eduarda Abelenda, 19, cursa a graduação de Le-tras e descobriu o programa perfeito para o fim de se-mana. A universitária adora ler e promete: “Não perco a próxima edição por nada. De agora em diante, vou ser frequentadora assídua do evento”.

O encontro teve também espaços destinados à ciência e à tecnologia, onde foram expostos e-books – livros virtuais – e telões interativos projetando imagens da cidade de Olinda. Enquanto isso, o Cine Fliporto lembrou, através de circuitos cinematográficos, oficinas e exibições de filmes, que cinema e literatura andam sempre juntos. A gastronomia não ficou de lado. Dez restaurantes olindenses incrementaram seus cardápios com pratos regionais e internacionais, fazendo a alegria de quem não dispensa uma paradinha para comer em meio a tantas atividades.

E assim foi a Fliporto. Ótima para quem aprecia o mundo literário. Melhor ainda para quem não abre mão de ser parte dele.

A criançada teve bastante espaço na Fliporto deste ano A estudante de Letras Eduarda Abelenda, 19

Kézia Mayara,21, garantiu a sua

literatura de cordel

Aurimar Neto, 22, estuda Publicidade e Propaganda

Palestra com Alceu Valença

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A Faculdade de Ensino

Superior de Olinda -

Funeso - realizou a quarta

edição do Viver Funeso.

O evento foi no Centro de

Convenções, em Olinda,

e o público participou de

palestras a shows

mateus Lima

Todos os anos, a Fundação de Ensino Superior de Olinda - Funeso realiza o projeto que tem como objetivo incen-tivar os estudantes a expandir o conhecimento e desen-

volver ideias ligadas à educação: o Viver Funeso. Em sua quarta edição, o Viver Funeso 2010 aconteceu durante os dias 19 e 20 de outubro, no Centro de Convenções, em Olinda.

Alunos, educadores e convidados estiveram presentes no local e ajudaram novamente a transformar o projeto em um grande sucesso. O evento foi aberto ao público e, para se ins-crever nas atrações contidas na programação, foi preciso doar 1 quilo de alimento não perecível. Ao final de tudo, os organiza-dores arrecadaram 800 quilos de alimento, que foram doados ao Abrigo Santo Antônio, que acolhe idosos e cuja sede fica no bairro de Casa Caiada, em Olinda.

Houve mesas redondas, palestras, oficinas, exposições, apresentações de trabalhos acadêmicos e shows culturais. No Teatro Beberibe, o presidente do Porto de Suape, Fernando Bezerra Coelho, foi o responsável pelo início das atividades. Ele abordou a sustentabilidade e o desenvolvimento tecnoló-gico da época atual, temáticas que formaram o carro-chefe do

encontro.O professor e psicólogo Luiz Schettini reservou o seu

tempo para falar sobre educação e motivação. Sempre des-contraído e utilizando-se de uma linguagem jovem, Schettini conseguiu prender a atenção de todos e arrancou aplausos dos espectadores ao concluir a sua palestra.

O diretor acadêmico da Funeso, Sófocles Medeiros, des-tacou a importância da participação ativa dos estudantes da ins-tituição: “Fico feliz em ver os universitários se interessarem e quererem fazer parte de eventos como o Viver Funeso. Alguns deles, inclusive, mostraram os seus trabalhos e não se conten-taram apenas em ser plateia.” Medeiros completa: “Também achei essencial a presença de alunos que ainda não ingressaram na faculdade. Montamos stands aonde os adolescentes pude-ram conhecer os cursos oferecidos pela Funeso e saber sobre a profissão que pretendem seguir. A movimentação nestes es-paços era sempre intensa”.

ServiçoFundação de ensino Superior de olinda – Funeso. Endere-ço: Jardim Fragoso, s/n, Olinda-PE. Fone: (81) 3054-1990www.funeso.com.br

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fotos: cortesia

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Gerente Comercial da Facottur/Bairro Novo e-mail: [email protected]

luCiano gouveia

A HSM Management é a mais importante publicação do País sobre as tendências mundiais e os principais concei-tos em gestão empresarial. Com alta qualidade anual, o es-copo e a organização do evento incluem peças chaves das maiores autoridades internacionais do management, nossos leitores, em breve, irão deslumbrar matérias especiais sobre casos de empresas inovadoras e entrevistas exclusivas com Gurus e CEOs do mercado nacional e internacional.

Durante a HSM ExpoManagement 2010, o guru do marketing, Philip Kotler, defende a criação um novo pata-mar para as organizações: o Marketing 3.0

O desafio de fazer mais com menos é compartilhado em qualquer área de trabalho. Como no marketing não é diferente, a autoridade mundial em marketing e autor de 44 livros, Philip Kotler, aborda um novo olhar sobre o Marke-ting, na abertura do segundo dia da HSM ExpoManagement 2010.

De acordo com Kotler, as empresas que não acreditam no valor de um trabalho sustentável acabam contribuindo para a sua inviabilidade no longo prazo. “Se negligenciarmos a sustentabilidade, voltaremos a era de escassez. Se não fi-zermos o que é certo, entraremos na era do ‘desmarke-ting’”, posiciona-se.

E para ajudar os congressistas da HSM ExpoManage-ment 2010, Kotler lista algumas características das empresas mais admiradas ao redor do mundo, enumeradas no livro “A Bolha da Marca”, que analisou 40 mil marcas durante 20 anos. São elas:

1. Alinham os interesses de todos os grupos de stakeholders;

2. Os salários de seus executivos são relativamente modestos;

3. Adotam uma política de “portas abertas” de acesso à alta gerência;

4. Contratam pessoas que têm entusiasmo pelos clientes;

6. Consideram os fornecedores parceiros legítimos, que colaboram para reduzir os custos e para melhorar a pro-dutividade e a qualidade;

7. Acreditam que a cultura corporativa é seu maior

marketing

hSM expoManageMent 2010

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leia mais noportalfera.com.br

ativo e sua principal fonte é a vantagem competitiva;Em resumo, Kotler defende que as empresas são ama-

das, porque seus clientes satisfeitos fazem a publicidade. “Se você cria um caso de amor com seus clientes, eles mesmos se encarregam por fazer a sua publicidade”, conclui.

Mas não me limitarei a apenas esse tema – no mundo complexo em que vivemos, esses ambientes são a base de coisas muito maiores: produtividade, aprendizagem orga-nizacional e inovação são algumas delas e estarão sempre aparecendo por aqui.

Também tivemos a presença marcante de Hans Don-ner, um dos maiores Designers da America Latina, que criti-cou a falta de paixão do brasileiro por seu país e afirmou ser possível reforçar o patriotismo por meio da criação visual, inclusive, da bandeira nacional.

Foi devido a essa paixão pelo país que Donner, ao ser contratado para elaborar o símbolo dos 500 anos da desco-berta do Brasil, colocou a nação no centro do mapa mundi, com setas apontando para o Brasil. O trabalho foi exposto nas capitais de todos os estados, em relógios urbanos.

E em especial destaco, na Expomanagement 2010, com suas brilhantes presenças, o Diretor Geral da Faculdade Facottur/Bairro Novo, Klennio Adam, e o professor e Coor-denador do Curso de Turismo da Instituição, Renato Santos.

Para maiores informações sobre a Expo 2010, man-dem um email com perguntas e questões.

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cursos

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as teorias clássicas da comunicação veem a informa-ção como um sistema: emissor envia a mensagem para o receptor através de um meio. Nessa pers-

pectiva, o meio serve apenas para transmitir a mensagem, que é formada por códigos. Já para o estudioso canadense Marshall McLuhan, “o meio é a mensagem”. Essa pequena afirmação muda toda a forma de ver a comunicação. De uma visão de meio inerte, transparente, que apenas dificul-ta, algumas vezes, o envio da mensagem para o receptor por conta de ruídos, passa-se a considerar o suporte como determinante para o modo como a mensagem se configura.

É fácil observar na prática o que McLuhan disse. Temos o fato: um incêndio. O ocorrido é o mesmo, mas a forma da notícia será diferente nos diversos meios de comunica-ção dependendo do suporte: um jornal impresso, um jornal televisivo, uma rádio e um site não noticiarão o incêndio da mesma forma, usarão estratégias e ferramentas de co-municação diferentes. Ou seja, o meio não só transmite a

mensagem, mas também influencia ativamente no modo como ela se configura, e isso para todas as formas de comu-nicação, sejam elas midiáticas ou interpessoais.

Outro conceito estudado por McLuhan que nos será importante é o de “aldeia global”. A expressão carrega em si uma contradição: aldeia, segundo o dicionário Aurélio, é uma “pequena povoação, de categoria inferior à de vila”. Como, então, pode existir uma aldeia global? Um pequeno aglomerado de muitas pessoas? Como todo o planeta pode estar conectado, compartilhando símbolos – como em uma aldeia - sem que exista o toque, o contato? Para nós que vivemos na sociedade atual, essa pergunta parece boba e tem uma resposta fácil: com a internet! Mas a rede que tem conectado o mundo nem sempre existiu, entretanto, a par-tir de sua criação e da descoberta das inúmeras possibilida-des que ela oferece, houve uma revolução na vida humana: mudamos nossa forma de nos relacionarmos pessoal e pro-fissionalmente, de nos informarmos e de nos educarmos. Que contribuições a internet trouxe para a educação?

Para quem estuda, chega a ser impensável um mun-

Superando

A internet possibilita

que alunos estudem sem

precisar sair de casa. Um

método cômodo, mas que

exige mais dedicação

do que você imagina.

Conheça melhor a

educação a distância

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do sem o querido amigo “google”. Os mais velhos devem se lembrar da época de pesquisas em grandes e pesadas enciclopédias e do trabalho de copiar o conteúdo no pa-pel. Não que hoje se tenha dispensando os livros, mas a informação publicada na web é de mais fácil acesso e de graça, o que torna nosso trabalho mais prático. Cada vez mais pesquisas surgem apontando os meios mais eficazes de otimizar o uso de tecnologias em sala de aula, de fazer com que os alunos se interessem mais e vejam seus meios eletrônicos como fonte de aprendizado dentro e fora de sala. Entre os mais jovens, o uso livre dessas ferramentas em aulas é mais complicado; em minha experiência pessoal, posso confessar que entre uma fala e outra da professora de redação jornalística no laboratório de informática, existe um “tuíte” ou um “scrap” enviado por nós, alunos.

Acontece que existe outro tipo de educação onde o computador não é só aliado, mas fundamental e mais: os alunos estão totalmente livres na hora do uso dessa tecno-logia. Você conseguiria manter o foco? Você seria um bom aluno de educação a distância? Estudar na hora que desejar em casa e no computador? Você e seus, em média, 20 anos saberiam se disciplinar? Você, que já foi jovem, saberia? Sabe hoje?

Maria Abnilsa Torres, supervisora dos polos de Educa-ção a Distância da faculdade Esuda/Unopar, não indica esse tipo de ensino para adolescentes e explica: “É primordial que o aluno de Educação a Distância (EaD) seja um sujeito disci-plinado, porque ele é autônomo, a autonomia está em pri-meiro lugar. Nós conhecemos essa característica disciplinar na personalidade adulta, no adolescente não - ele precisa ter o professor por perto, cobrando, e nós não temos essa condição nesse tipo de educação. Um adolescente ainda está em formação, está muito imaturo nas questões de de-cisões, de atingir metas e de escolher mesmo o que quer”. Assim, o perfil dos estudantes com os quais ela trabalha é mesmo de pessoas maduras, sendo a maioria já ativa no mercado de trabalho; pessoas que já exercem a profissão, mas que querem se profissionalizar no sentido da graduação por exigências do mercado. Por isso, a escolha por cursos tecnológicos é alta, pelo fato da proposta curricular afunilar os conteúdos, ou seja, o estudante irá tratar com disciplinas diretamente da área com conteúdo mais direcionado para as práticas profissionais fazendo com que a duração seja me-nor: em média dois anos.

Existem dois tipos de EaD: os modos totalmente a distância e os semipresenciais. Nos sistemas semipresen-

Maria Abnilsa Torres, supervisora dos polos de Educação a Distância da faculdade Esuda/Unopar

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ciais de graduação, o aluno precisa, uma vez por semana, se dirigir aos polos das instituições de ensino para assistir a aulas televisionadas. No caso da Esuda, a parceria com a Universidade Norte do Paraná – Unopar, permite que os alunos assistam a aulas semanais, transmitidas de Londrina ao vivo e via satélite com duração de três horas e meia cada. Enquanto isso, em cada polo de EaD, os alunos presenciam as aulas com a mediação de um tutor que, ao fim das expli-cações, estabelece um chat com os professores no Paraná para que os estudantes possam tirar suas dúvidas. Aulas, em Recife, televisionadas, comunicação via internet, professores no Paraná. Meio, mensagem, aldeia global!

Durante o restante da semana, os alunos precisam re-alizar suas atividades via internet. Com esse meio, o tipo de educação (a mensagem) muda. O método é baseado na realização de fóruns temáticos de discussão e centrado em atividades de pesquisa e produção do aluno. É como se o estudante recebesse as orientações nos encontros – quan-do também são realizadas tarefas – e, no restante dos dias aumentasse o conhecimento de forma direcionada, mas por conta própria, tendo apenas que publicar os trabalhos pron-tos. Como importante aliado direto, existe a enorme fonte de informação: a internet. É assim que os alunos, mesmo que distantes geograficamente uns dos outros, estão conec-tados: através de um programa de computador e de aulas transmitidas via satélite que chegam desde capitais grandes como Recife a pequenas cidades do interior do Estado e da Amazônia, por exemplo. Lembrando McLuhan, uma aldeia

global formada por “índios” do Paraná, de Pernambuco e do Amazonas.

Aline Santos, 28 anos, que mora em Marechal Deo-doro da Fonseca, interior do estado de Alagoas, a meia hora da capital Maceió, foi aluna da modalidade a distância do curso técnico de segurança do trabalho e confessa um certo estranhamento inicial: “No começo era meio complicado, mas depois deu pra pegar o ritmo, era só falta de costume e, como tudo era novo, estava ‘com o pé atrás’”. Não che-gou a concluir o curso por incompatibilidade com o horário da aula presencial. Sobre benefícios e malefícios do método, possui uma resposta já esperada, mas com uma aparente contradição: “O lado positivo era o fato das aulas serem se-manais e o negativo era porque como só era um dia, aca-bava se tornando muito puxado”. Para Abnilsa Torres, esse tipo de depoimento é comum: “A busca pela EaD começou pela facilidade das aulas serem em apenas um dia, o que é um ledo engano. Os próprios alunos, depois que entram na instituição comentam: ‘Professora, a gente não pensou que era tudo tão detalhado’”. A ausência de contato direto com os professores também pode impossibilitar certas adapta-ções: “Com o professor presencial, por exemplo, você tem um trabalho para o dia 24, não consegue terminá-lo e existe a possibilidade de uma negociação: ‘Ah, aceita até amanhã..‘, na educação a distância, não: o sistema trava. O aluno tem 15 dias para postar o trabalho, caso não o faça, o sistema fecha e não há mais condições de entregá-lo”, explica Maria Abnilsa. Mas, pensando pelo lado bom, já pensou em não ter que ver todos os dias aquele professor nada simpático?

Nos modelos a distância, a necessidade do compareci-mento nas instituições de ensino é menor. A supervisora de EaD, após duas formações superiores no ensino tradicional e cinco anos trabalhando com educação a distância, achou que faltava referencial teórico para embasar sua prática. Foi quando decidiu, em 2009, fazer um curso de especializa-ção em EaD e, claro, a distância e mais: com um método diferente do qual trabalha, para que conhecesse melhor a configuração. Sua pós-graduação foi totalmente a distância, sem mediações de tutores e com todas as atividades reali-zadas via internet. Só esteve na faculdade por três vezes: na aula inaugural, na orientação para o trabalho de conclusão

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Karla Janaina estuda Ciências Contábeis à distância

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Apoio:

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de curso (TCC) e na apresentação do trabalho. “Mas isso não fez com que eu não aprendesse, muito pelo contrá-rio, minha curiosidade foi mais aguçada”. Essa diferença nos tipos de EaD chamou tanto sua atenção que foi o assunto escolhido para o trabalho final: a condição afetiva na educa-ção a distância. Para Torres, o benefício do contato entre os alunos, os tutores e o polo é importante para apoiar o es-tudante, “fazer com que ele não se sinta um entre milhões de alunos na rede”.

Karla Janaina, 34 anos, também é estudante de edu-cação a distância e confirma bem o perfil anunciado por Abnilsa anteriormente. Já no mercado de trabalho, decidiu fazer um curso de graduação na sua área e desde 2008 faz bacharelado em ciências contábeis na EADCON. Kar-la escolheu a modalidade a distância para poder adaptar os estudos à sua rotina diária de profissional, mãe, esposa e estudante. As maiores vantagens para ela são: “Poder estudar nos horários que mais se adéquam à minha rotina diária; economia com transporte, já que só tenho que ir um dia na semana à faculdade; ter um ensino de qualidade mesmo que à distancia; ser a responsável principal pelo o meu aprendizado, já que o método depende em 80% da dedicação do aluno, e poder tirar dúvidas sobre as maté-rias a qualquer hora”, como deficiência, aponta a quanti-dade de disciplinas: por estar estudando seis matérias, a cada semana possui aula de apenas três delas. Ou seja, tem aulas das mesmas disciplinas a cada 15 dias, “acho esse intervalo grande, seria melhor terminar três discipli-nas em aulas consecutivas e depois iniciar as outras três”.

Um dos objetivos do modelo à distância é propiciar educação para todos. Segundo Maria Abnilsa Torres, esse é um dos motivos das mensalidades serem mais baratas. Nesse ponto, entra em questão, também, que um mes-mo professor pode dar aulas para uma quantidade ilimita-da de alunos, mas, enquanto reduz o custo com pessoal, os gastos tecnológicos são enormes como com a aquisi-ção de satélites, por exemplo. Mas como levar a educa-ção a todos se existe uma condição fundamental para o método: o computador? Será que todos têm acesso fácil a eles? A supervisora explica que para ser credenciado junto ao MEC como polo de EaD é necessário cumprir hoje uma série de exigências – o que mostra que o Ministério tem levado esse tipo de educação a sério – e uma delas é que existam computadores à disposição dos alunos na proporção de uma máquina a cada dez estudantes. As-sim, quem não possui computador em casa pode contar com o apoio físico e tecnológico da instituição de ensi-no. Quanto ao reconhecimento, é importante pesquisar como o MEC avalia a instituição em que você pretende estudar para não ter surpresas desagradáveis em relação à validade do seu diploma.

O mercado e a sociedade têm visto a EaD de uma maneira menos preconceitosa, de acordo com Abnilsa Tor-

res. Para ela, é importante que as pessoas se informem mais. As faculdades fazem sua parte dando palestras em empresas, por exemplo, a fim de estimular aqueles já no mercado da importância de um curso superior e das possibilidades da modalidade à distância. Um meio diferente (internet), outra mensagem (conhecimento produzido pelo aluno e apenas direcionado por pro-fessores) e uma imensa aldeia global – com to-das as contradições que a expressão carrega.

Serviço Faculdade de Ciências humanas eSuda – Rua Bispo Cardoso Ayres, s/n, Santo Amaro. Telefone: 3412.4242. http://www.esuda.com.brunopar – Universidade Norte do Paraná. www.unoparvirtual.com.br

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A educação a distância surgiu na Europa, no século XIX, com destaque para a Suécia

Correspondências, rádio, telefone, cinema, televisão e internet já foram meios de ensino a distância

A Universidade de Pernambuco (UPE) está com duas licenciaturas a distância: Letras e Ciências Biológicas. 50 vagas para cada

Outras universidades importantes do Brasil estão começando a adotar a modalidade: a USP é uma delas com o curso de Ciências

Na site do MEC (portal.mec.gov.br) você pode encontrar a lista de todas as instituições e polos credenciados para a educação a distância no Brasil. Vale a pena conferir!

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Se ConeCtaralana Lima

Às 9h de uma quarta-feira, no bairro de Caetés Velho, na cidade de Abreu e Lima, uma sala pequena na As-sociação Beneficente Betânia estava lotada com cer-

ca de vinte “meninas acima dos trinta anos” - maneira como Dulce Fontes, presidente da associação, se referia às senhori-nhas com idade pra lá dos cinquenta. Os “meninos” estavam em número menor, quatro. O tempo ia passando e a sala se tornava cada vez menor, um lugar onde quase não cabia tanta gente, nem tanta empolgação. Quando Dulce avisou ao senhor Eliel que o paciente já havia saído e era a vez de sua consulta, ele levantou da cadeira e disse enquanto andava: “Eu vou, mas eu volto”.

O motivo da reunião era a aula inaugural da Be-a-Byte, um projeto educacional que está no ar desde agosto de 2010 e que tem como objetivo promover inclusão digital de forma gratuita. Para ser mais um dos treze mil alunos é fácil: basta entrar no site, se cadastrar e começar a assistir às aulas de Introdução à Informática ou de Windows 7. Com duração de 45 a 60 minutos, depois de cada aula, o estudante deve responder a um questionário com dez perguntas. Se acertar pelo menos sete, o candidato pode ir à aula número dois no dia seguinte e assim sucessivamente. Do contrário, terá

que assistir novamente à primeira aula até atingir a pontuação mínima do teste. A proposta inicial foi pensada para disponi-bilizar essas aulas no site – e também permitir que cada um baixasse o conteúdo para o seu próprio computador – mas e quem não tem acesso à internet ou a computadores?

Com a denominação de “inclusão digital total e irrestrita em larga escala”, João Carvalho, fundador e coordenador do projeto pensou em maneiras de facilitar esse acesso. “No in-tuito de fazer com que as pessoas não deem desculpas para si mesmas”, João foi eliminando barreiras: quem deseja estudar informática com o Be-a-Byte não terá custos, poderá assistir às aulas na hora que for mais conveniente e sem sair de casa – basta ter um computador. E para os que não têm, a solução foi disponibilizar o conteúdo em DVD. Será assim que os 50 moradores de Caetés Velho que se inscreveram para as aulas de computação terão acesso às vídeoaulas – por DVD – e realizarão os testes nos dois computadores disponíveis na se-cretaria da Associação Betânia.

Como muitas estreias, os imprevistos apareceram na aula inaugural: o aparelho de DVD da instituição não reco-nheceu o formato do arquivo gravado em mídia. A solução foi projetar o conteúdo do notebook, mas o som não che-gava a todos. Resultado: os ansiosos alunos não puderam ter a primeira aula naquele dia, mas tudo ficou acertado para a

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sala em Caetés Velho para

começar a aprender o “be-

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segunda-feira seguinte. Conversaram, então, com João e Dulce a respeito das expectativas e o que se viu foram muitas cabeças afirmativas balançando: “Eu acho que a gente só dá um presente pra uma criança, quando conhece o presente”, disse a presidente da associação que espera que os idosos inscritos no curso possam se tornar mais autossuficientes, ir ao banco sozinhos, usar um celular sem medo da tecnologia e diminuir o tédio, que por vezes toma conta da vida deles.

A senhora Maria das Mercedes resolveu, aos 59 anos, aprender mais do que já sabe - ligar e desligar o computador - e disse que o maior incentivo é poder aprender com pessoas da mesma idade que ela e, por isso, sem ter vergonha. O senhor José Gomes da Silva quer, aos 63 anos, ter o mesmo ritmo da neta de catorze: “O que ela quer aprender, também aprendo para ter o que conversar com ela”; se matriculou no curso incentivado pela menina e pretende acompanhá-la até a lan house. Já Carlos Roberto Alves foi para a primeira aula mesmo sem ter se inscrito e acabou mudando de ideia. Não sabe nada sobre micros por falta de oportunidade e de incentivo, mas, a princípio, não pensou em fazer o curso por achar que tudo seria um “bicho de 7 cabeças”, e a vergonha de dizer que é leigo no assunto falou mais alto. No entanto, ao ver pessoas da mesma idade, e também com pouco co-nhecimento, tão empolgadas, pensou que também poderia aprender e resolveu efetuar a inscrição.

A Associação Beneficente Betânia existe há 49 anos e recebe cerca de setenta pessoas por dia, oferecendo oficinas e prestando assistência médica e funerária. Surgiu original-mente para atender idosos, mas hoje é frequentada por to-das as idades. Oferecer cursos de informática era um sonho antigo da instituição, mas restrições financeiras impediam a realização. A metodologia do Be-a-Byte, sem custo algum e sem a necessidade de um grande número de computado-res, pôde se adaptar muito bem à estrutura da Associação. O curso pode ser realizado por qualquer faixa etária, mas Dulce Fontes decidiu dar prioridade aos idosos que, sem dominar a tecnologia, “estão fora do mundo”, possibilitando-os visitas “a Paris, a Veneza e aonde mais quiserem com apenas um clique”. “Ó, eu quero!”, gritou um dos próximos viajantes.

De acordo com João Carvalho, o Be-a-Byte foi criado para dar oportunidade a quem não teve e, acreditando no potencial transformador da educação, melhorar a vida dessas pessoas seja profissional ou pessoalmente, fazendo com que se sintam mais úteis e autossuficientes. O projeto começou com informática porque João, fundador e coordenador, dá aulas sobre o assunto há 15 anos, mas o objetivo é expandir a experiência para as demais disciplinas, socializando o máximo de conhecimento possível. Usando uma linguagem simples e com vídeos sem cortes, João compartilha o conhecimento em meio a espirros, tosse e tudo o que pode acontecer na-

turalmente em uma aula presencial para fazer com que seus alunos sintam que estão lidando com uma pessoa real. As-pectos da informática são mencionados em meio a pedidos de dedicação e persistência. “Não desenvolvi uma forma de obrigar ninguém a aprender”, o aluno entra com a vontade e o Be-a-byte com o conhecimento. Na Associação Bene-ficente Betânia, a mistura ainda vem temperada com muita disposição. “Dulce, você não avisou a hora da aula na segun-da-feira. A que horas é a aula?” Segunda-feira, o dia menos esperado da semana, será aguardado ansiosamente por esses “jovens”.

ServiçoBe-a-Byte: Telefone: 3034.1332. www.beabyte.com.br

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Dulce Fontes, presidente da Associação Beneficente Betânia

Maria das Mercedes, 59

Carlos Roberto Alves, 58 José Gomes da Silva, 6335

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sétima arte

Quando se aproxima o final do ano, todo mun-do costuma fazer um balanço, olhar para trás, avaliar o que fez, o que quer fazer, temporada de vestibu-lar e... lembrar os filmes que viu! Pela primeira vez, resolvi anotar todos os filmes que assisti esse ano. Até agora são mais de 200 produções entre curtas, longas, filmes alternativos, comerciais, filmes que produzi ou ajudei a conceber, exibição nos grandes cinemas, pequenas sessões de cine clube ou ainda em mostras e festivais.

Comecei o ano vendo uma produção sueca “Deixa Ela Entrar”, um filme sobre vampiros, bem mais interessante que a famosa série Crepúsculo, que tanto tem dominado as telas dos cinemas nos últimos tempos. Depois veio a versão de “Sherlock Holmes” com Robert Downey Jr, que eu adorei; “In-victus”, o filme sobre Nelson Mandela e a África da Copa do Mundo e ainda “Guerra ao Terror”, o grande vencedor do úl-timo Oscar, que pela primeira vez premiou uma mulher como di-retora. Depois me encantei com “Alice No País das Maravilhas”, que assisti numa versão IMAX em plena Buenos Aires; Lá também vi algumas produções latinas que integravam o festival de cinema da cidade.

Por aqui, estreava “Chico Xavier”, uma das gra-tas surpresas do recente cinema brasileiro; “Educa-ção”, que foi exibido na sessão de arte, agradou em cheio quem gosta de uma boa história assim como “Crazy Heart”, uma belíssima interpretação de Jeff Bridges. Nesse meio tempo, coordenei com meus alunos o curta “Recife Digital”, um retrato sobre a cidade do Recife sob a ótica de câmeras de celulares e pequenas filmadoras, e também conclui meu cur-ta “Mulher Além da Maré”, fruto do mestrado e do contato com as mulheres pescadoras do município de Itapissuma. Há 7 anos faço parte da equipe de produção do CINE PE e, nessa edição, fui curado-

ra dos curtas 35mm destaque para: “Faço de Mim o Quero”, “Bailão”, “Amigos Bizarros do Ricardinho” e tantos outros que ajudei a escolher.

Também me permiti ver filmes tolos, mas que eu adoro, como “Sex And The City 2”, “Kick Ass”, “Car-tas para Julieta”, “Encontro Explosivo”, “A Ressaca”, “Amor à distância” e “Comer Rezar Amar”. Mas tam-bém me decepcionei com “Lula”, filme sobre o pre-sidente do Brasil, em pleno ano de campanha, que foi um fracasso de bilheteria; “O Golpista do Ano”, “O Bem Amado”, “Nosso Lar”, “O Último Mestre do Ar” e “Reflexos de um Liquidificador”. Nessa minha listinha, reservei um lugar especial para os longas “Es-critos Fantasma”, de Roman Polanski; “Toy Story 3”,

que realmente me emocionou; o novo “Karate Kid”, também repleto de re-ferências; “O Pequeno Nicolas”, um primor do cinema francês; e também

“The Big 4”, o super show de música na tela do cinema; “IEP”, produção holandesa

que tive o prazer de palestrar com as crianças do Festival de Cinema Infantil, e o surpre-endente “Tropa de Elite 2”,

que certamente transformou a história do cinema brazuca.

Assim, entre tantos filmes vistos durante apenas um ano, o que posso concluir é que o cinema está diretamente ligado ao nosso dia a dia tão repleto de histórias, dramas, comédias, surpresas, decepções, emoções e sonhos como a vida da gente costuma ser. O ano ainda não acabou e ainda temos tantos filmes para assistir, já existe também a expectativa so-bre que filmes veremos no próximo ano... Mas essa conversa a gente continua na próxima edição, pois, cinema é o nosso assunto e sempre rende muito! E você, a que filmes assistiu em 2010? E que diferença eles fizeram na sua vida? Um grande abraço a todos e bons filmes, sempre!!!

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Silvana Marpoara – é jornalista, produtora cultural, professora universitária, mestra e aluna do doutorado em educação da UFPE. [email protected]

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diversão

enchanté recife 2011 – Mais uma vez, o Enchanté Recife irá animar a comemoração de fim de ano dos pernam-bucanos. Quem vai comandar a festa que acontece todos os anos no Cabanga Iate Clube, no Recife, é a cantora baiana Ivete Sangalo. Aqueles que garantirem o ingresso terão, na virada do ano, direito a usufruir do sistema open bar do even-to. Será servido whisky 12 anos, cerveja, vodka, espuman-te, refrigerante e água. Serviço: Cabanga Iate Clube – Av. Engenheiro José Estelita, s/n, Cabanga, Recife-PE. Fone: (81) 3428-4277 Ingressos – Setor Privilege Lounge feminino: R$ 250,00 / Setor Privilege Lounge masculino: R$ 300,00

teatro

Baile do menino deus – O musical da Relicário Pro-duções faz sua temporada de 23 a 25 de dezembro, às 20h, no Marco Zero, com entrada franca. Com texto de Ronaldo Correia de Brito e Assis Lima, músicas de Antonio Madureira e reunindo quase 150 profissionais, o espetáculo é encenado pelo sétimo ano consecutivo no formato cantata natalina ao ar livre, com trilha sonora executada ao vivo por orquestra (15 instrumentistas), coro adulto (13 cantores) e infantil (12 crianças), além da participação dos cantores solistas Silvério Pessoa, Irah Caldeira, Isadora Melo, Virgínia Cavalcanti e Ja-diel Gomes. No enredo, os atores Arilson Lopes e Sóstenes Vidal (em revezamento com Williams Sant’Anna e Célio Pon-tes) vivem os dois Mateus que, juntos a um grupo de crianças, tentam abrir uma porta para celebrar o nascimento do Meni-no Jesus, com o consentimento de Maria (a atriz Sandra Rino) e José (Tatto Medinni). Nove bailarinos também compõem o elenco, coreografados por Jáflis Nascimento e Sandra Rino. A montagem comemora os 27 anos de criação desta obra, um dos textos mais montados em todo o país.

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megamente – Estreia – 3 de dezembro – Animação, em 3D, que faz uma sátira de filmes de super heróis e já fez enor-me bilheteria nas férias americanas. No elenco as vozes de Will Ferrell e Brad Pitt. Animação - Livre - 96 min. a rede social – Estreia – 3 de dezembro – Drama que conta a história da criação da rede social facebook, já foi exi-bido em grandes festivais de cinema e agora chega as telas brasileiras. Drama - 14 anos - 117min.as crônicas de nárnia: a viagem do peregrino da alvorada – Estreia – 10 de dezembro – Terceira parte da série de aventura inspirada pelos livros de C.S. Lewis. Dessa vez Lucie e Edmund reencontram o Príncipe Caspian numa viagem no navio The Dawn Treader. Cópias em 3D. tron: o legado – Estreia – 17 de dezembro – Jeff Bridges encabeça o elenco dessa aguardada aventura, clássico dos aos 80, que ganha uma nova versão e todos os recusros da tecnologia, também em exibição 3D. de pernas pro ar – Estreia – 31 de dezembro – Num ano de sucesso para o cinema nacional a última estreia é essa produção estrelada pela atriz Ingrid Guimarães,conhecida pe-las comédias na tv e no teatro. Dessa vez, ela vive uma mu-lher de 35 anos que após passar por uma separação e perder o emprego, torna-se vendedora de uma sex shop.

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evanave – Para quem gosta do som frenético da Banda Eva, vem aí mais uma edição do EvaNave. O show será realizado no dia 18 de dezembro, no Centro de Convenções, em Olinda. Além do grupo baiano, vão se apresentar as bandas Jeito Moleque, e a paulista Sambô, que toca músicas de rock em ritmo de samba, e os pernambucanos da Faringes da Paixão, que estão bombando no Estado. Serviço: Centro de Convenções – Av. Professor Andrade Be-zerra, s/n, Complexo Salgadinho, Olinda-PE. Fones: (81) 3427-8157 ou (81) 3427-8158 Ingressos – Pis-ta: R$ 30,00 / Camarote: R$ 60,00.

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doloRes oRangeRevisora de textos da Revista Fera!e-mail: [email protected]

Na biblioteca, entre livros e livros, somos como crian-ças perdidas. Os adultos altos, que guardam segredos e lições para a vida, se transformam nas enormes estantes cheias de páginas cuidadosamente escritas. As pessoas, as mesas, os cochichos e o cheiro de papel constroem o mun-do. Lá dentro, aprende-se com os livros, com a observação dos detalhes ao redor e com a troca de conhecimentos ou de olhares despretensiosos. A biblioteca é um verdadeiro microcosmo da vida. Essa constatação, no entanto, me dei-xa triste quando me lembro do desprezo a estas queridas companheiras. O prestígio das bibliotecas está descrito nos livros, mas perdeu a força na dureza do dia a dia de hoje. Será que a vida também perdeu sua “graça”?

Durante este ano, grande parte dos estudantes do en-sino médio se trancou em bibliote-cas a fim de fazer dos livros objetos tão seus que a memória cobraria mimos para mantê-los todos dentro de si. Essas bibliotecas, entretanto, são gélidas: alguns livros em peque-nas estantes ou nos braços dos alu-nos, paredes brancas, luz hospitalar, silêncio mórbido, mesas pequenas e divisórias. É isso mesmo: entre uma mesa e outra, divisórias, afinal, é preciso estabelecer distância entre os concorrentes. Os estudantes deixaram de se ver como amigos. Além disso, as matérias estudadas são, em geral, frutos de leituras mecâni-cas cujo objetivo é a memorização de assuntos que cairão na prova de vestibular. À outra educação (aquela educação do espírito, sabe?) não sobra tempo e, às vezes, interesse.

Além de terem criado uma nova estrutura física, in-ventou-se também um novo nome para esses locais que agregam alunos: sala de estudo. Mas deixa eu me corrigir: esses espaços não agregam pessoas, apenas as reúnem em um mesmo lugar. Nessas salas de estudo, as mesas são pe-quenas e rodeadas por paredões brancos à frente, à direita e à esquerda do estudante - a ordem é não compartilhar conhecimento, olhares ou um sorriso. Será realmente mais

produtivo estudar dentro dessa fortaleza ou isolado em casa? Fez-se do vestibular quase uma guerra. Em alguns pré-vestibulares, os alunos andam desconfiados, escondem os títulos dos livros que carregam, não “perdem tempo” com conversas depois da aula – correm para casa ou para a sala de estudo na mesma velocidade que vampiro foge da luz. Eu acredito que só pode haver alguma coisa errada nisso aí!

Eu me pergunto então: esses espaços de estudo re-presentam o novo microcosmo da vida? Mas deixa, antes, eu responder a minha primeira pergunta: não foi a vida que perdeu a graça, foi o mundo que inverteu os valores e fez das bibliotecas espaços com menor utilidade. Quando olho pela janela e vejo a pressa das pessoas, a ganância por di-nheiro, a falta de cuidado com os desconhecidos, temo o

quanto ainda iremos errar até per-ceber o verdadeiro valor da vida. Esses jovens vestibulandos estão, sem nem perceber, sendo atraídos pelo egoísmo, vivendo uma com-petição que desumaniza e separa as pessoas. Escolher o isolamento, por mais que haja “desculpas” profissio-nais, não é lógico. Pelo contrário, sem trocas e sem união, a teia da vida humana não se enreda. E é pre-

ciso, mesmo com toda a pressão da vida diária, lembrar que um mundo melhor se faz quando estamos unidos, quando compartilhamos com a mesma alegria a nossa conquista e a dos outros.

Por isso, é preciso ter cuidado para que o mundo não aconteça muito mais dentro da nossa mente do que entre as pessoas da vida real. Aproveitemos, então, o fim do ano e o término do vestibular para recuperar os verdadeiros valores, rever amigos, passar mais tempo com os familiares e, o mais importante, nos encontrarmos com nós mesmos. Abando-nemos a competição do dia a dia que desumaniza o homem para nos dedicarmos a colocar no lugar certo os valores da vida que esse mundo apressado bagunçou. Por isso, bom tra-balho de limpeza nas suas estantes, queridos! f!

MiCroCoSMoS: biblioteCaS e SalaS de eStudo

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