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FORA DE CASA REVISTA DA CASABLANCA TURISMO OUT-NOV-DEZ | 2012 MUNDO DISNEY ESPIRITUALIDADE Os destinos sagrados e os caminhos da fé LITERATURA OS ESCRITORES RUY CASTRO E HELOISA SEIXAS COMPARTILHAM ROTEIROS ORIGINAIS GASTRONOMIA Em busca de sabores nos templos do paladar MODA UM GUIA PARA ACOMPANHAR TODAS AS FASHION WEEKS UM GUIA ESPECIAL PARA ENCONTRAR TODOS OS PERSONAGENS NOS PARQUES DA DISNEY

Revista Fora de Casa (Outubro, Novembro, Dezembro 2012)

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Revista voltada para o universo das viagens e turismo, oferece aos leitores matérias sobre destinos variados ao redor do mundo. Aborda ainda temas como cinema e música.

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  • FORA DECASAREVISTA DA CASABLANCA TURISMO

    OUT-NOV-DEz | 2012

    Mundodisney

    espiritualidadeOs destinos sagrados e os caminhos da f

    literaturaOS ESCRITORES RUy CASTRO E HELOISA SEIxAS COMpARTILHAM ROTEIROS ORIgINAIS

    GastronoMiaEm busca de sabores

    nos templos do paladar

    ModaUM gUIA pARA

    ACOMpANHAR TODAS AS fASHION wEEkS

    Um gUia especial para encontrar todos os personagens nos parqUes da disney

  • CINEMA

    REVISTA FORA DE CASA

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    Com algum dinhei-ro no bolso e mui-tos sonhos na ca-bea, trs jovens americanos cru-zaram os Estados

    Unidos numa jornada de auto-descoberta e celebrao da li-berdade. Por quatro vezes atra-vessaram de leste a oeste todo o territrio norte-americano, co-lecionando paisagens, momen-tos e histrias nicas que mais tarde seriam reunidas no livro On The Road, lanado, em 1957, pelo escritor Jack Kerouac.

    Em julho deste ano, o trio aventureiro chegou ao Brasil pelas mos do cineasta Walter Salles, veterano na direo dos chamados roadmovies ou fil-mes de estrada, em traduo li-teral. Dois meses antes, o longa foi exibido na competio ofi-cial do Festival de Cannes, ao lado de nomes como Michael Haneke e David Cronenberg. On The Road dividiu opinies e levantou a dvida: seria possvel traduzir em imagens a intensi-dade intimista da obra original?

    A ESTRADA A VIDAFoi assim que Kerouac defi-

    niu On The Road depois das trs semanas de abril de 1951 em que redigiu, de forma quase inin-

    terrupta, o livro que o tornaria famoso. O manuscrito original, datilografado em um rolo de papel com 36 metros de com-primento com ritmo de 100 palavras por minuto foi ven-dido, em 2001, por 2,43 milhes de dlares. Isto no escrita, datilografia, disse o lendrio e cido jornalista Truman Capote quando terminou de ler On The Road, referindo-se ao modo espontneo e intenso que o autor utilizava no texto. Ke-rouac preferia dizer que escre-via orientado pelo ritmo do jazz, pela pulsao da vida.

    E a busca por essa vida pal-pitante se estendeu por todos os extremos do territrio norte--americano. Na direo de um Hudson 1949, Kerouac, Neal Cassady e Luanne Henderson Sal Paradise, Dean Moriarty e Marylou, na verso do livro cruzaram estados e percorreram milhares de quilmetros, com as carteiras vazias e fazendo paradas ao sabor do tempo e de encontros que marcaram suas histrias. Fascinados pela mar-ginalidade, cruzaram com vaga-bundos, prostitutas, operrios e imigrantes, como uma eterna celebrao ao ideal de liberdade fsica e intelectual que mais tar-de definiria a gerao beat.

    WalTer salles levou para as telonas a adaptao de On The Road. A obra mxima de Jack Kerouac inspira aqueles que gostam de roadmovies e de estar, literalmente, na estradajder [email protected]

    GERAO p na estrada

    A ESTRADA A VIDA FOI ASSIM QuE kEROuAC DEFINIu ON THE ROAD DEPOIS DAS TRS SEMANAS EM qUE REDIGIU, DE FORMA qUASE ININTERRUPTA, O LIVRO qUE O TORNARIA FAMOSO

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    REVISTA FORA DE CASA

    O DESAFIO DE WALTERO convite surgiu em 2004. Diversos diretores j ha-

    viam tentado adaptar a obra de Kerouac para o cinema desde a dcada de 1980, mas o detentor dos direitos para a realizao do longa ainda no estava confiante de que aqueles nomes fariam um bom trabalho. Ele mudou de ideia enquanto assistia aos crditos finais de Dirios de Motocicleta, roadmovie dirigido por Walter Salles em 2004. Naquele momento, Francis Ford Cop-pola decidiu que um brasileiro filmaria On The Road.

    O longa que chegou aos cinemas resultado de quase uma dcada de trabalho. Antes de iniciar as filmagens de Na Estrada, em 2010, Waltinho realizou uma extensa pesquisa flmica e histrica que originou o documentrio Looking For On The Road (Em Busca de On The Road). Para esse projeto, o cineasta refez boa parte dos percursos realizados pelo trio, indo ao encontro dos personagens citados pelo livro que ain-da estavam vivos.

    Para quem viu a adaptao de Walter para o clssi-co de Kerouac, fica a percepo de seus esforos para transmitir em pelcula a intensidade delirante vivida por uma gerao e representada por trs figuras icni-cas da contracultura norte-americana. Com Sam Riley, Garrett Hedlund e Kristen Stewart nos papis princi-pais, Na Estrada pode no ter o mesmo vio da obra original, mas deve ser reconhecida e celebrada por reavivar e difundir em nosso sculo, para novas gera-es, a poesia rebelde e ritmada do jazz dos anos 50.

    Conhecedores ou no do legado Kerouac, al-guns brasileiros j se aventuraram pelas estradas dos Estados unidos. Entre as vantagens mais cita-das, a liberdade de criar o prprio ritmo e trajeto, a imerso na cultura de vrias cidades que podem passar despercebidas nos roteiros convencionais e a possibilidade de fazer novos amigos. O publi-citrio Raul moreno viajou com dois amigos por toda a costa da Califrnia, com o intuito de visi-tar todos os faris e cidades universitrias: Voc comea a entrar nas cidades, conversar com o pessoal, bem interessante, conta. No final de 2011, o grupo pegou a estrada e passou por cida-des como So Francisco, monterey, Carmel, Santa Cruz, Santa mnica e malibu.

    Quem tambm colocou o p nas estradas americanas foi o estudante Rafael Castelo Branco, que viajou com o irmo pela costa da Califrnia e Las Vegas num trajeto que durou duas sema-nas. Alugaram um carro com GpS e saram de So Francisco conhecendo os lugares com certa liberdade, de acordo com nossa vontade, explica Rafael. A dupla viajou pela Big Sur, uma rodovia que segue a costa do pacfico, e seguiu at Las Vegas, onde conheceram o Grand Canyon. Va-leu muito, apesar de ter ido alm do oramento planejado, conta.

    Os viajantes tambm do algumas dicas de cuidados essenciais que o motorista precisa to-mar: sempre bom estar com um GpS e ficar ligado nos limites de velocidade, que variam muito. So estilos bem diferentes de dirigir, e ns mesmos nos perdemos, conta Raul.

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  • CINEMA

    REVISTA FORA DE CASA

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    Autor do livro Na Estrada O Cinema de Walter Salles, o jornalis-ta Marcos Strecker traou em sua obra um panorama completo e sincero da vida e carreira do ci-neasta carioca. Com a experincia de quem acompanha a carreira de Waltinho h mais de 20 anos, ele revela nesta entrevista quais moti-vaes movem o trabalho do dire-tor e qual a importncia de On The Road em sua filmografia.

    FORA DE CASA: Como surgiu seu interesse pelo trabalho do Walter?MARCOS STRECKER: Eu era repr-ter da Folha de So Paulo e Walter estava fazendo seu primeiro longa, A Grande Arte (1991). Como tnha-mos as mesmas influncias, em es-pecial a admirao pelo trabalho do diretor alemo Wim Wenders, acabamos nos conhecendo e foi natural eu passar a cobrir a carreira dele. Nem sempre estivemos pr-ximos, mas sempre acompanhei com ateno o trabalho dele. On

    The Road eu pude acompanhar de perto, ele foi muito generoso.

    FC: Walter dirigiu Terra Estrangei-ra, Central do Brasil, Dirios de Mo-tocicleta e, agora, On The Road. Por que essa fixao por roadmovies? MARCOS: No diria que uma fixa-o. Acho que o cinema de estrada um gnero moderno, que tem a ver com a busca de identidade, um tema do ps-modernismo, e com a tradio do romance de formao. Walter viajou muito, desde a infn-cia, e um piloto de automobilis-mo. Acho natural ter atrao pelos filmes de estrada.

    FC: Qual o papel e a importncia do Walter Salles na cinematografia nacional?MARCOS: Foi o responsvel pela internacionalizao do cinema brasileiro na Retomada, nos anos 90, com Central do Brasil, que foi premiado em todo o mundo e atraiu a ateno para o pas. um

    cineasta brasileiro requisitado no exterior, nos EUA e na Europa, apontando um caminho que mui-tos esto seguindo atualmente. Ele modernizou o cinema brasileiro nos anos 90, quando havia uma tendncia excessivamente nacio-nalista e autocentrada.

    FC: Voc est acompanhando a re-alizao de On The Road desde o incio. Como avalia o resultado fi-nal do filme? Walter soube captar a importncia da obra de Kerouac? MARCOS: Acho um filme surpre-endentemente fiel obra de Kerou-ac, respeitando integralmente o autor, os personagens retratados e a gerao Beatnik. Especialistas e pessoas que conheceram Kerouac elogiam muito o rigor do filme, um tremendo elogio, j que On The Road era considerada uma obra impossvel de ser adaptada. Acho a obra fiel ao livro e ao escritor.

    FC: Na poca de seu lanamento,

    ENTREVISTA: MARCOS STRECKER

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  • CINEMA 53

    REVISTA FORA DE CASA

    serviol Na EstradaO cinema deWalter SallesMarcos Strecker Editora Publifolha336 pginasR$ 49,90

    os originais de On The Road foram editados para que fossem retirados alguns excessos que pode-riam chocar uma sociedade ainda muito puritana. Voc acha que o filme de Walter tambm carrega essa parcela de inquietao e rebeldia?MARCOS: Acho sim, mas tambm leva em conta outros aspectos. Por exemplo: D importncia s mulheres, que foram negligenciadas de muitas for-mas no livro e pelos protagonistas da gerao beat. Tambm explora, na minha opinio, a sensibilidade e a tica de Kerouac, que depois do sucesso do livro sofreu muito.

    FC: Voc conversou com o Walter depois do lana-mento do filme? Ele est satisfeito?MARCOS: Conversei pouco. Notei que ele ficou muito feliz com a crtica do responsvel pelo Mu-seu Beat em So Francisco, que apontou o entusias-mo dos admiradores de Kerouac pelo filme.

    FC: O cinema de Walter apreciado pelos crticos e pblico em geral. Por qu?MARCOS: Porque um grande cineasta que j deu vrias obras-primas ao cinema brasileiro. sens-vel, tico e um lder discreto de sua gerao.

    FC: Quais seus roadmovies favoritos?MARCOS: Paris, Texas, de Wim Wenders, e Central do Brasil, de Walter Salles.

    ATENO - Valores a partir de, sujeitos a disponibilidade e alterao sem aviso prvio, calculado em 21/8/2012, ao cmbio dlar/real R$ 2,08

    PACOTESlas vegas e grand canYon (10 dias)Incluil Passagem area ida e voltal hospedagem

    Valores por pessoa em apto. Duplol Sada de Fortaleza ou RecifeR$ 5.766,00+ taxasFinanciamentoEntrada: R$ 1730,00 + taxas05 parcelas de R$ 807,20

    l Sada de So PauloR$ 5.195,00 + taxasFinanciamentoEntrada: R$ 1.559,00 + taxas05 parcelas de R$ 727,20

    caliFrnia dourada (7 dias)Incluil Passagem area ida e voltal Conhecendo: San Francisco, Monterey, Carmel, Santa Maria e Los Angeles

    Valores por pessoa em apto. Duplol Sada de Fortaleza ou RecifeR$ 4.817,00+ taxasFinanciamentoEntrada: R$ 1.445,00 + taxas05 parcelas de R$ 674,40

    l Sada de So PauloR$ 4.378,00 + taxasFinanciamentoEntrada: R$ 1.313,00 + taxas05 parcelas de R$ 613,00

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  • CORPORATIVO

    REVISTA FORA DE CASA

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    No s nas frias que arrumamos as malas e samos em viagem para conhe-cer um novo lugar. Na rotina de muitos empresrios, escritrios so trocados por aeroportos e a mesa de trabalho reduzida e transformada na mesinha

    da poltrona do avio. So reunies de negcios, apresentaes de produ-

    tos, encontro de parceiros comerciais e muitas, muitas decises importantes. Para ter sucesso em meio ao catico sistema de partidas e chegadas, organizao fundamental. E para gerir sua agenda de turismo cor-porativo, a Casablanca Turismo tem o servio ideal.

    VIAJE SEM PREOCuPAESE por que contratar uma agncia de turismo para

    organizar as viagens de sua empresa? Quem responde Vera Kayatt, gerente de vendas corporativas da Ca-sablanca Turismo: As empresas hoje tm uma polti-ca de viagens para implementar. E ns fazemos essa ligao entre ela e os fornecedores, dando todo o su-porte que vai ajudar no gerenciamento da viagem. Ou seja, o trabalho de elaborao dos oramentos, contro-le das despesas, agendamento das passagens, hotis e traslados fica por conta da Casablanca. O funcionrio faz sua viagem com uma nica preocupao: realizar o que foi estipulado em termos empresariais.

    Para cumprir suas atribuies de maneira ade-quada, a Casablanca Turismo rene todas essas in-formaes (objetivos, oramentos, despesas, tarifas, passagens, hotis e locadoras) em uma plataforma digital que vai segmentar os dados e propor as me-lhores opes de negociao para o cliente. Na ges-to, um dos objetivos se adequar e colocar em pr-tica a poltica de viagens da empresa, explica Vera.

    na moderna rotina empresarial, viajar transformou-se em algo rotineiro. Pensando em organizar e gerir a agenda de turismo corporativo das empresas, a Casablanca Turismo oferece um servio que faz toda a diferenajder [email protected]

    quando viajar o

    negcio

  • CORPORATIVO 67

    REVISTA FORA DE CASA

    diFerenciais casaBlanca- Rastreamento de bilhetes no voados- Solicitao e acompanhamento de reembolso online- Gesto de custos e monitoramento de budget (oramento empresarial)- Acompanhamento das polticas de viagem- Solues para o perfeito controle e reduo de custos de viagem- Negociao direto com o fornecedor- Servios de self booking e self ticketing- Oferta de web service para captura de informaes pelo cliente- Sistema online para emisso de relatrios, consultas e informaes- Academia Casablanca Turismo (ACT), que promove a realizao de cursos para funcionrios e clientes.- Empresa filiada Associao Brasileira de Agncias de Viagens Corporativas (Abracorp)- Certificao ISO 9001:2008, que garante a qualidade dos servios prestados

    Antes, durante e depois

    Depois da viagem, a empresa ainda pode ter acesso aos relatrios criados pela Casablanca Turismo para demonstrar o que foi realizado e o que ainda precisa ser feito. Existe dentro do site uma rea corporativa que disponibiliza para o cliente uma srie de relatrios. De acordo com a solicitao da empresa, o sistema pode gerar relatrios de acompanhamento personalizados, de acordo com o que foi pedido. O cliente pode ver, por exemplo, o que ainda est em aberto, os pagamentos que vo vencer, pode solicitar reembolso de passagens, acessar sua fatura, checar os trechos mais utilizados. So muitas opes, explica Vera Kayatt, gerente de vendas corporativas da Casablanca Turismo.

    Segundo a gerente, as viagens corporativas so a segunda maior despesa dentro de uma empresa, perdendo apenas para os gastos li-gados folha de pagamento. Hoje existe uma preocupao de criar uma rea que faa essa gesto. preciso ter uma equipe que contro-le, oriente como as viagens devem ser feitas, cuide da segurana e apresente relatrios, conta.

    ENTENDA O MERCADOO mercado de viagens corpora-

    tivas no Brasil, considerado o fil mignon do turismo, movimentou, em 2011, mais de R$25 bilhes, le-vando em conta a renda gerada por hotelaria, locao de veculos e transporte areo. O faturamento previsto para o setor em 2012 deve ser ampliado em 15%, o que vai ele-var o valor total para cerca de R$29 bilhes. Os altos valores so refle-xo da preocupao que o viajante corporativo demonstra com a sua estadia no destino escolhido: cos-tumam se hospedar em hotis mais caros, alugam carros melhores e utilizam seguro-sade. So turistas que consomem mais do que aque-les que costumam viajar para lazer.

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