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Revista GRR #1

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Surge uma Guerrilha

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E N T R ESEM PEDIR LICENSA

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O Coletivo/Rede Guerrilha [GRR] nasce com o propósito de se apropriar das mais variadas ferramentas, mídias e plataformas que possibilitem a expressão das ideias de seus integrantes e colaboradores, seus incômodos, sonhos e lutas. Tomamos o fluxo de multiparcialidades como instigador maior dos conflitos políticos, sociais, culturais e econômicos da atualidade. Acreditamos que o guerrilheiro do séc XXI se arma com narrativas e tem o Imaginário como o mais importante campo de batalha.

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O movimento anti-globalização surgiu com força total no final da década de 90 e começo dos anos 2000, quando a cidade de Seattle foi palco de uma verdadeira batalha contra a reunião da OMC - Organização Mundial do Comércio - que foi realizada na cidade em 1999. Nas ruas estavam sindicatos de trabalhadores, movimentos sociais, estudantes universitários, ecologistas e órfãos do marxismo. Ambos acreditavam no mesmo: não se pode continuar permitindo o abuso dos países e corporações capitalistas contra a sociedade, seja ela destruindo o meio ambiente ou empobrecendo ainda mais a gigante massa que é a classe trabalhadora em todo o mundo.O tempo passou, e o movimento acabou ampliando seu poder de ação em diversos aspectos, sendo que um deles só ganhou notoriedade no Brasil ano passado: a mídia independente. Apesar de só ter explodido com os protestos de Junho em 2013, os midialivristas tupiniquins trabalham de forma árdua faz muito tempo.

Minha primeira experiência com o midialivrismo foi ainda quando adolescente, depois de ter meu primeiro contato com as ideias marxistas e o seu contexto na atualidade. Foi com o CMI - Centro de Mídia Independente - que acompanhei os protestos contra a reunião do G8 em Gênova, na Itália, no ano de 2001. O CMI já contava com um site básico ao extremo no Brasil, mas com

atualizações diárias e notícias vindo de todos os cantos, postada por entusiastas do jornalismo independente e ativistas. Uma opção em particular do CMI me fez ter ainda mais afeição ao modo como o midialivrismo trabalhava: todos podem publicar artigos no site, tendo cadastro ou não, sendo jornalista ou não - e segue dessa forma até hoje, em diversos países espalhados pelo mundo.

Porém, o que realmente deu impulso para a mídia independente crescer no Brasil e no mundo foram as redes sociais, e foi utilizando uma delas que o NINJA - Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação - ganhou notoriedade em nosso país. Ainda assim, não foi apenas por causa do Facebook que o núcleo de jornalistas e ativistas do NINJA conseguiram colocar seu trabalho em destaque. Muito do que aconteceu foi resultado da explosão ativista no Brasil, que parecia perdida após a vitória do Partido dos Trabalhadores no Planalto em 2002.

Da Marcha pela Liberdade em 2011, passando pelo Existe Amor em SP no ano seguinte, as Marchas da Maconha e o surgimento dos ativistas digitais, eclodindo nos protestos contra o aumento da tarifa em São Paulo, em Junho do ano passado. Tudo foi o resultado um tanto quanto tardio dos movimentos anti-globalização, pelo menos no Brasil, mas que parece ter surgido na hora certa. Mesmo após a queda gradual das manifestações em 2013, já estava nascendo uma nova forma de agir politicamente fora dos padrões tradicionais representados pelos partidos políticos ou sindicatos pelegos.

E após o nascimento, chega o ano de 2014, prometendo uma nova reviravolta por parte das ruas e da Internet.

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Amigos, analisando o contexto (Comunicação em Rede Sociais), eu gosto de utilizar um fato novo e presente. A questão das mídias alternativas, independentes e sociais que estão cada dia mais se firmando como arma na luta contra a desinformação. Pegando o foco – Primavera Árabe - ainda que não seja a primeira (vide a Revolução Verde, no Irã) como o melhor exemplo de como a mídia tradicional não tem mais condições de garantir a realidade dos fatos e nem sua simultaneidade, fator primordial para que a mídia alternativa dispare na frente com força e ação. Podemos afirmar que a globalização hoje vem como um elemento dinamizador na vida humana. Tecnologias novas, lançadas a cada 5 minutos levam as informações para lugares remotos, com velocidade, fatos reais, foco e custo quase zero comparado as “falidas” mídias tradicionais. A criação de blogs, sites de compartilhamento e, sobretudo as Redes Sociais criou um novo cenário, ampliando não apenas o acesso a informação, mas também possibilitando a produção de conteúdo

Foto: Orhan Tsolak

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(informativo ou não) pelos usuários, multiplicando exponencialmente as opções de fontes. Com essa tecno-evolução global está se tornando capaz de influenciar e modificar a sociedade atual, notando-se que o poder e alcance dessas novas formas de comunicação agrega uma nova força com potencial global e não somente como uma opinião pública local. Neste contexto, os rápidos avanços tecnológicos do computador e das comunicações contribuíram para a revolução da informação.Como resultado desta nova força, temos que: à medida que o acesso à internet aumenta; a criação de comunidades virtuais, ou redes sociais também crescem e, consequentemente, os “movimentos instantâneos” de protestos por parte destes usuários tomam grandes proporções no cenário internacional. Por outro lado, e ao mesmo tempo em que o indivíduo foi adquirindo mais força e visibilidade, o poder regulador estatal vem diminuindo, em razão das dificuldades de se controlar o ciberespaço. Ou seja, “em vez de reforçar a centralização e a burocracia, as novas tecnologias de informação tendem a promover organizações em rede, novos tipos de comunidades e ações, fazendo com que chamemos como “tecnologias da liberdade”.

Com isso, as revoltas do mundo árabe de 2010 expressam exatamente este novo momento que a sociedade global está vivendo. A falta de perspectivas para o futuro em um universo em que o desemprego predominava, a população vivia marginalizada e sem perspectivas motivou fortemente as pessoas a buscarem por melhorias imediatas através da internet. Embora cada país do mundo árabe tenha tido um desenrolar diferente nas revoltas, o sentimento de descontentamento com as políticas nacionais foram em geral comum

a todos, sendo este o epítome dos protestos. Em um ambiente em que predominantemente a população jovem chegava mais instruída e com mais facilidades de acesso à informação; os governos dominantes, que há anos estabeleciam uma mesma conduta política; a alta no preço dos alimentos, a baixa oferta de emprego e o direcionamento político-religioso foram para a sociedade o principal pilar das revoltas, cujo objetivo era lutar contra toda esta estrutura defeituosa.

Ao atear fogo contra seu próprio corpo em forma de protesto às péssimas condições de vida impostas pelas políticas públicas de um governo ditador que há anos dominava o poder, um jovem tunisiano chocou o mundo por dar início a uma série de revoltas que culminariam com a queda de alguns dos regimes políticos mais conservadores e estáveis da região, inclusive o do presidente tunisiano Ben Ali. A partir deste momento, a comunidade internacional se deparava, então, com uma onda de protestos pela região, que atingiu os governos do Egito, Iêmen, Bahrein, Jordânia, Síria e Líbia.

Com o caos instaurando a massa inconformada utilizou-se das novas tecnologias e das mídias sociais, principalmente o Facebook para chamar a população para as ruas e jogar ao mundo os fatos reais do que ali acontecia, como estimular os debates, divulgar imagens e vídeos. O Twitter era sempre usado para disseminar os locais de encontro dos ativistas e proliferar as informações dos protestos. O Youtube ficou como a estrutura de armazenamento dos vídeos que depois eram linkados a outras plataformas. O cerceamento foi imposto pelos governos logo no início dos levantes e do uso das ferramentas em questão como uma arma mais eficiente. Tanto

o Egito quanto a Líbia decidiu cortar o acesso a internet. Mas isso não impediu a capacidade de disseminação do fatos ali acontecendo. As novas ideologias e reclamações foram espalhadas para o mundo. Assim provando que o poder dessas mídias e ferramentas são uma grande ameaça a governos que não são apoiados pela massa.

A auto-comunicação em massas se firmou como arma contra atos nunca mostrados de forma parcial, digo parcial, pois a imparcialidade vela o errado e deturpa o reprimido, e assim fez com que países em conflitos fossem o centro das atenções desde então. E nesse nosso mundo globalizado, as experiências vividas em qualquer parte deste globo estão servindo como referência para o mundo. O sucesso que os levantes na Tunísia e no Egito mostrou para muitos o caminho da sua revolução, criando parâmetros para articulações e ações. Pois hoje nenhuma comunidade (povos em geral) passa batido pelos fenômenos globais, fica inquestionável o fato da pressão por mais liberdade civil.

E para finalizar, hoje podemos olhar ao redor do mundo com uma nova perspectiva, de que a civilização moderna é com total certeza capaz de iniciar uma nova era, que é exequível a materialização de todas as suas queixas através da rede. Assim sendo, teremos uma sociedade mais presente, informada e ativa.

A revolução não para.

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Consumismo europeupira o cabeção

PorManuella Carvalho

Há 7 anos quando pisei por aqui pela primeira vez (mais precisamente na Itália) pude notar logo de supetão o quanto a população chorava de barriga cheia. Trocar de carro a cada dois anos era necessidade absoluta, ir para o mar ou montanhas todo feriado era regra, e ostentar smartphones ou coisas do tipo então, nem se fala.

Mas o pais faliu, e faliu com força. Mas a lei do consumismo desenfreado era a última coisa que para os europeus podia acabar. O orgulho era bem mais forte, e nos telejornais só se ouvia sobre pessoas tirando a própria vida pelo simples fato de não poder mais ostentar. E não estou falando de fome ou pobreza extrema, que esteja mais do claro.

Já na Alemanha, a situação ficava cada vez mais precária. Semana passada eu estive no Ikea, uma rede de loja de móveis espalhada pela Europa, e pude notar que no setor de móveis 'semi-usados' (sempre da própria loja), a mercadoria era tanta e tão intacta que eu poderia montar um apartamento inteiro com tudo aquilo. Me chocou ver que as pessoas compram por um vicio

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incontrolável, pois era tudo tão novinho em folha que era impossível encontrar uma explicação plausível pra tanto descaso com o próprio dinheiro, e trocando em miúdos, até mesmo com o próprio suor. Me revolto mais ainda quando lançam algum 'novo Aplecaralhoaquatro' e induzem os mesmos que já possuíam talvez algum produto da marca a comprar a nova versão. Já dizia o ditado "roupa cara não esconde educação barata", mas as pessoas só querem mesmo é saber do 'statis, da bebida que pisca e do camarote...'

Na Alemanha possuímos o 'Harz IV', que são basicamente pessoas (ou famílias inteiras) que vivem na cacunda do governo. Ganham desde aluguel pago até uma quantia relativamente boa para sobreviver, incluindo nessa uma parcela direcionada a cultura, lazer e bem estar. Esse grupo também alimenta o consumismo. O dinheiro gira. Eles recebem a grana, compram, pagam imposto, a grana volta ao cofre público e assim em diante. Antes da maternidade, meu salário era reduzido em até 400€ de imposto.

Nos dias de hoje, tudo e todos nós indicam que comprar é a saída. Saída inclusive para os problemas da psique. Aqui temos um inverno longo e grande parte da população alcança a depressão. Saída talvez para aliviar a tensão? Comprar... E comprar o que você, definitivamente, não precisa.

O fato das quatros estações serem bem definidas também eleva mais ainda o fator. Somos obrigados a no mínimo quatro vezes ao ano sermos tentados com as ofertas da estação passada e as novas coleções da nova temporada. Resultado? Todo mundo cai nessa.Já ouvi relatos de pessoas que preferem ter um Gucci no pulso a um yogurte na geladeira. E com certeza eles não são minoria.

Fecho esse artigo no intuito de passar uma única mensagem, de quem um dia foi consumista igual a Dona Elô: comprar não te cura os problemas, um iPhone não te faz mais imponente, e as roupas da moda não escondem a podridão da sua falta de caráter. No lugar de abrir a mão para gastar, que tal colocar o cérebro pra trabalhar?

comprar não te cura os problemas, um iPhone não te faz mais imponente, e as roupas da moda não escondem a podridão da sua falta de caráter

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Andrew Thompson é ilustrador e designer da equipe oficial de corridas da Reebok norte-americana, e é o responsável pela capa da primeira edição da Revista Guerrilha. Natural de Indianopolis (EUA), vive atualmente em Boston, Massachusetts. Seu interesse pelo campo artístico, desde os primeiros anos, veio pela falta de habilidade com esportes na escola.

Curte ilustrar posters e retratos de filmes, programas de tv e bandas favoritas. Foca naquilo que gosta, que lhe faz feliz. Começou a ilustrar pra valer quando assistiu o primeiro Transformers e, mesmo achando que o filme não tivesse um bom storytelling, para Andrew só era necessário que tivesse robôs gigantes para chamar sua atenção. Depois disso, descobriu algo que se tornaria sua paixão.

Entre os designers e artistas que o inspiram, estão J.C. Leyendecker, Maxfield Parrish, James Gurney, Howard Pyle, Al Buell e Coby Whitmore. Ter esses nomes como referências desde os tempos de universidade fazia de Andrew Thompson, como ele mesmo diz, um cara mais tradicional em relação aos seus colegas. Entre os mais contemporâneos, estão Erik Jones, Nielly Françoise e Kev Walker. Segundo o designer e ilustrador, alguns de seus amigos também lhe servem de inspiração, como Wes Talbott e Miles Tsang. Sem dúvidas, pesquisar todos esses nomes é mergulhar em uma fonte profunda de criatividade, vale muito a pena.

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Matheus, a.k.a. algum(e)meio. Responsável pelas ilustrações da matéria de capa da primeira edição da Revista Guerrilha, “Surge uma Guerrilha”.

“Designer gráfico e eterno estudante em éssepê. Tenta sempre prestar atenção nas cores dos filmes de que assiste, nas linhas das ruas por onde anda e nos pontos e vírgulas das famílias tipográficas que vê. Prefere o tropicalismo ao modernismo. Não tem ritual nem firula. Não desenha em pé no ônibus ou em qualquer situação que exija uma habilidade digna de orgulhar-se. Não desenha sério, não tem a autodisciplina tão cobrada, não se dispõe a estudar a fundo a(s) área(s) da ilustração. É um hobby natural, cotidiano, que se comunica com os outros interesses.

As inspirações são incontroláveis, inevitáveis e imprevisíveis. Torna-se inspiração aquilo que se remói na cabeça por mais tempo que o esperado, ainda que a sua origem já seja nebulosa. Quanto às referências, essas sim, come até crua. Livros de arte, recorte de revista, um metrô lotado, um catálogo de moda primavera, a conversa na mesa de esquina, uma caralhada de fotos que tirou e tinha esquecido. É visível o desconforto pra juntar os caracteres (escritos ou falados), mas ainda não desistiu. Não liga pro ovo nem pra galinha, mas sabe que as granjas existem e os ovos são vendidos nas quitandas. Em suma, os Mutantes são demais”

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Um espectro ronda São Paulo — o espectro do vandalismo. Não contentes com a baderna gerada no decorrer do último ano, vândalos mascarados de manifestantes com discursos que incitam a liberdade da mulher, a legalização da maconha e chegam até a falar em criminalizar a homofobia, se unem na elaboração de uma rede tendenciosa e revoltosa.

Trata-se de uma guerrilha urbana que utiliza métodos digitais para conseguir aumentar seu poder de fogo, sempre atingindo aqueles que teimam em se informar ao invés de ligar suas televisões. Apesar da aparência pacífica de seus atos, todo cuidado é pouco para não cair na armadilha dos guerrilheiros da informação. Existem relatos de que um dos vândalos do grupo utilizou da sua arma, uma máquina fotográfica profissional, para impedir que o inocente policial se defendesse dos demais baderneiros, que atiravam coquetéis de suquinho de laranja e coxinhas deliciosas em sua tropa. Felizmente, nenhum policial ficou ferido.

A proposta dos arruaceiros é abordar diversos temas atípicos aos cidadãos de bem: moda underground, expressões artísticas de rua, opiniões de diversas forças ocultas. Questões perigosas que afetam diretamente todo tipo de moralidade e bons costumes que a nossa sociedade preserva tão bem.

Para as autoridades, a Guerrilha não possui um front definido: sem nenhum líder e de forma horizontal, todas as decisões são tomadas em

conjunto pelos vândalos que, entre outras coisas, pretendem utilizar das redes sociais para espalhar suas mensagens de ódio, compartilhando temas polêmicos e proibidos como liberdade de expressão e igualdade social.

Ao contrário de um grupo armado tradicional, os guerrilheiros utilizam da Internet para mobilizar suas ações baderneiras, como as postagens poéticas do terrorista Fábio Chap — uma verdadeira incitação ao vandalismo em forma lírica. Ou até mesmo o trabalho dos Fotógrafos Ativistas, que usam da Guerrilha para espalhar sua mensagem de ódio com ensaios fotográficos de grupos terroristas, tais como sindicatos de trabalhadores ou até mesmo jovens da periferia, que decidiram invadir os shoppings de São Paulo recentemente, espalhando terror através dos “rolezinhos”, uma ação completamente baderneira que envolve diversão e pegação, atrapalhando o bem estar da comunidade do Jardins, trabalhadora e branca.

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Além dos métodos citados na matéria, os guerrilheiros prometem ir além, com uma proposta de construir uma teia jornalística capaz de ameaçar o domínio da imprensa tradicional, que temerosa já prepara uma dezena de matérias completamente imparciais sobre a ação terrorista do grupo: “Temos que defender o jornalismo das verdades que esses terroristas querem empurrar para a população”, afirma o colunista de uma famosa revista defensora dos direitos dos coxinhas, que preferiu não se identificar. “Onde já se viu, jornalismo sem fins lucrativos? Saudades ditadura”, finaliza o bravo e corajoso colunista.

Seguidores dos distúrbios do jornalista — mais conhecido como terrorista comuna — Vladimir Herzog, os ativistas pretendem lutar pela democratização da mídia, indo contra os valores tradicionais cultivados em nossas telenovelas e defrontando os jornais santificados pela informação de cada dia. Os ditos, não achando suficiente toda essa demência, querem opor-se à religião envolvida com a política, com discursos de "laicidade".

Anarquistas, comunistas e feminazis, não se sabe ainda qual a verdadeira ideologia por trás dos terroristas da comunicação, o que dificulta o trabalho dos defensores da moralidade nacional. O que se sabe é que além de utilizar as redes sociais para transmitir sua mensagem de desordem, a Guerrilha ainda contará com materiais subversivos em formato de vídeo na Internet — uma verdadeira convocação para o caos, com registro de intervenções diretas, ataques terroristas em forma de manifestação, e até cobertura de ações culturais, que na verdade se trata de acompanhar o cotidiano de “artistas” como grafiteiros, que como todas as pessoas de bem sabem, não passam de mensageiros do Diabo.

Os comedores de criancinha ainda insistem em pautas completamente pífias, como a desmilitarização da polícia e a tal da distribuição de renda, o que distorce o perfeito sistema em que vivemos, já que se a renda fosse igualmente distribuída provavelmente ninguém se arriscaria em ser policial para defender os nossos interesses, que mesmo favorecendo menos de 10% da população é o que tem feito nossa sociedade caminhar pacificamente em toda a história. Afinal, todos nós sabemos que o tal do Amarildo na verdade era um médico cubano infiltrado na Rocinha para promover o comunismo na periferia, certo?

Ainda nessa linha de debilidade mental dos guerrilheiros, eles vitimizam os drogados e marginais através da riqueza conquistada pelo cidadão de bem.

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A algazarra que os guerrilheiros da informação pretendem fomentar através da informação ao povo deve ser contida, não se pode deixar que eles nos roubem a massa que serve de manobra a fim de politizá-los, menos ainda apresentar a eles culturas alternativas, coisas de baixo calão e infâmia, isso irá depravar a mente da juventude de bem, misturará a parte elitizada com os bárbaros, unificará a população como sendo uma só — coisa que não o é.

Devemos, acima de tudo, alertar os amigos do Facebook compartilhando essa matéria através do link dessa revista para que eles não caiam na tentação de cair na falácia marxista financiada pelo órgão supremo criado pelo ditador Lula, o MEC. Depois disso, devemos invocar nosso espírito patriota para combater a marginalidade; afinal, essas aberrações são totalmente contra o patriotismo. Onde já se viu?!

Lembremos do feito em prol da família de bem comandado pelo ícone da decência Coronel Ubiratan Guimarães, que cometeu o “Massacre” do Carandiru: a morte de cento e onze vermes sociais. Devemos nos inspirar em pessoas como o Coronel, ou aqueles da ‘Revolução’ Militar de 64 que interviram numa ditadura comunista que estava prestes a acontecer. Lembremos que hoje vivemos uma situação similar — mesmo havendo o direito ao voto e liberdade de expressão.

Essas falácias marginais só servem para alicerçar o tráfico, fazendo apologias às drogas e incentivando os cidadãos a terem repúdio por seus tão benquistos patrões. Graças a Deus nosso exército é pesado, a gente tem poder. Vamos propagar nossos clássicos discursos pacificadores da moral em revistas decentes, nos blogs, em canais do Youtube e até mesmo na televisão. Tudo para salvar os cidadãos da informação precisa, eles não são capazes de digeri-la, precisam da nossa ajuda imparcial.

Conservadores da moralidade, da Igreja e da família de todo o mundo, uni-vos!

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Junho de 2013.

Enquanto os atos do Movimento Passe Livre se tornavam cada vez maiores em São Paulo, a jovem cineasta Carla Dauden lançava seu primeiro vídeo contra a forma como a Copa do Mundo tem sido conduzida pelo governo federal. Apesar de morar atualmente nos Estados Unidos, Carla conseguiu chamar a atenção não só dos brasileiros mas também dos os gringos, do país do Tio Sam até a Turquia.

O sentimento em comum: insatisfação.

Conversamos com a cineasta sobre a Jornada de Junho, o cenário artístico brasileiro, e também sobre a Copa do

Mundo.

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GUERRILHA: Você afirmou no ano passado não ter vínculo ativista com nenhum movimento social ou até partidos políticos, mas o seu trabalho mostra de forma engajada uma viés de crítica social muito forte. Você sempre se interessou pela pauta política ou foi algo que surgiu recentemente?

GRR: Da mesma forma que no Brasil muitos tentaram 'roubar' a pauta política do MPL, nos Estados Unidos estamos vendo um fortalecimento de movimentos conservadores como o Tea Party, mas ao mesmo tempo uma organização política que inspirou diversas revoltas globais, encabeçadas pelos indignados do Occupy Wall Street. Afinal, como anda o cenário político na gringa?

GRR: Qual sua expectativa para o ano de 2014 no Brasil? Com a realização da Copa do Mundo, as eleições e uma gigante possibilidade de protestos se espalharem pelas capitais novamente.

GRR: A partir do momento em que o MPL decidiu sair das ruas em São Paulo, as manifestações começaram a perder o foco e abrir espaço para demonstrações nacionalistas, o que acabou assustando muita gente. Nesse contexto, você foi criticada por alguns setores da esquerda no Brasil, que afirmaram que seus vídeos sobre a Copa abordaram de uma forma um tanto quanto 'reacionária' a pauta em questão. Mas se formos olhar a fundo o seu trabalho, conseguiremos enxergar uma preocupação social digna de ideias de esquerda. Qual foi a sua reação na época?

CARLA DAUDEN: Como muitos, por muito tempo eu costumava pensar que não valia a pena me envolver com política "pois no fim todos são corruptos e nada muda." Erro meu. Recentemente, depois de me formar e tendo mais tempo livre, comecei a me envolver mais em questões políticas e logo de cara, com o meu primeiro protesto, pude ver claramente que mudanças são possíveis e podem partir de cada um de nós.

CD: Pra ser sincera eu estive mais envolvida com a política do Brasil do que com a daqui. As coisas ficaram mexidas com as revelações do Snowden ano passado, mas infelizmente, mesmo assim, movimentos como o Occupy perderam força e foram abafados rapidamente. No momento há um descontentamento grande com a presidência atual, mas ainda não sei pra onde isso vai levar o país.

CD: Minha expectativa é que os protestos vão ficar mais e mais intensos no decorrer do ano; meu medo, é que a distração vai ser maior e que as festas vão ocultar o movimento. Acredito que é um ano de mudanças, mas vamos ter que continuar firmes pra que elas de fato aconteçam.

CD: Fiquei surpresa e bastante assustada com os que interpretaram o meu vídeo como reacionário, já que meus ideais me colocariam muito mais para a esquerda do que para a direita. Me incomoda essa insistência em categorizar tudo e todos, e por eu criticar o governo atual automaticamente me colocaram na direita reacionária.

Confirmo que não estou de acordo com o governo atual, mas isso não significa de forma alguma que eu seja a favor dos partidos da direita ou de ideias reacionários. É o mesmo fenômeno que acontece quando as pessoas automaticamente (e erroneamente) associam a esquerda com regimes ditatoriais comunistas: se você é de esquerda você é automaticamente a favor de ditadores como Stalin. Ninguém pensa nos governos democráticos com orientação socialista que deram certo, por exemplo na Suécia, Holanda, Finlandia, Noruega etc.

O vídeo acabou sendo postado em páginas com pautas de extrema direita e até em páginas que promoviam o golpe militar, o que me assustou bastante. Mas isso faz parte do buraco negro que é a internet, uma vez que o conteúdo sai, não tenho controle de quem o usa e de como ele é usado. Alguns usaram a minha mensagem para outros fins, mas a mensagem ainda é a mesma e não promove de maneira alguma a direita reacionária. Na época tentei esclarecer como pude, com notas publicas, entrevistas e com o segundo vídeo "Yes, you can still go to The World Cup - IF".

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GRR: Fugindo um pouco do assunto político, o que te fez escolher a carreira de cineasta?

CD: Sempre gostei de cinema e artes, mas fui condicionada, como muitos, a achar que eu morreria de fome se seguisse essa carreira, então a principio procurei algo mais "seguro", resolvi prestar direito. Prestei pra uma só faculdade, a federal, e não entrei por um ponto. Na época fiquei devastada, mas depois percebi que poderia tentar cinema e ver como eu me sentia. Vim para os EUA para ficar 6 meses a princípio, mas gostei tanto do curso que acabei ficando e me formando aqui. Hoje sou grata por aquele infeliz um ponto, foi o tapa na cara que eu precisava pra olhar pro lado e ver que havia mais do que o caminho seguro.

GRR: Seu objetivo como cineasta é trabalhar exclusivamente na elaboração de documentários ou pretende ir além?

CD: Não, na verdade estou muito mais voltada pro cinema narrativo (ficção) do que pra documentários, apesar de gostar deles. Esse vídeo da copa foi um projeto pessoal

que acabou tomando dimensões inesperadas, por causa dele talvez eu me envolva mais com documentários no momento, mas a minha meta é dirigir filmes narrativos.

GRR: No Brasil ainda vivemos uma carência de espaços artísticos, indo do cinema até o teatro, apesar do crescimento do número de produções nacionais de um tempo pra cá. O que falta para o país alavancar na área cinematográfica e teatral, já que somos relativamente fortes com produções televisivas?

CD: Não sou a melhor pessoa pra falar do cinema brasileiro, já que desde os 18 até hoje só estudei e trabalhei com cinema nos Estados Unidos, mas me parece que a indústria no Brasil ainda não é tão vista como um negócio. Aqui nos Estados Unidos os investimentos são altíssimos; no Brasil, a maior parte do dinheiro ainda vem do governo através de leis de incentivo.

Acho que poderemos crescer mais a partir do momento em que o cinema for visto como um bom investimento, e para isso, precisamos de uma rentabilidade maior. Ainda temos pouquíssima distribuição pelo Brasil, poucas

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GRR: Na sua opinião, o que a mídia independente tem em comum com o cenário atual cinematográfico alternativo? Tendo em vista que de um tempo pra cá, foram lançados ao redor do mundo diversos documentários abordando temas políticos, como o 'Dividocracia' sobre a crise econômica na Grécia, e também o 'Detropia' sobre o processo de destruição da cidade de Detroid nos Estados Unidos.

salas, e consequentemente, pouco público. Para que tenhamos um mercado lucrativo precisamos expandir nossos meios de exibição e precisamos dar mais valor ao cinema nacional, o que ao meu ver vem acontecendo mais e mais nos últimos anos.

GRR: Concluindo o papo, queremos saber o que você anda preparando para lançar neste ano de 2014.

CD: Ainda não tive a chance de assistir esses documentários especificamente, mas acho que tanto a mídia independente como o mercado de cinema independente tem contado as muitas histórias que a mainstream mídia tem tentado omitir. Histórias que há anos atrás seriam abafadas por interesses diversos e privados hoje chegam a nós através da arte e mídia alternativa, e me parece que mais e mais o público está interessado em ouvi-las. Acho que a mídia alternativa e o cinema alternativo podem fazer muito juntos.

CD: Acabei de lançar o vídeo e campanha #StoptheBall , e existe a possibilidade de eu acabar fazendo um documentário sobre o assunto, mas a ideia ainda está em desenvolvimento e no ar, nada confirmado. Fora isso tenho trabalhado com videoclipes de artistas daqui e do Brasil, e no roteiro de um longa -- mas esse é pra mais pra frente.

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Anarquia?

Não consigo entender, não dá pra entender, é muito inconcebível pra mim. Como que ficaria essa organização social? Todo mundo fazendo o que bem entender? E as leis? Como nos defenderíamos de assassinos, saqueadores, pilantras-estelionatários? Hoje já não conseguimos lidar com esses problemas, imagina então quando cada um só fizer o que quiser e estudar o que quiser, livres para escolher o caminho de suas vidas? Com certeza isso só poderia gerar seres humanos violentos e sanguinários!

A natureza do homem é selvagem, se não tiver regras todo mundo ia se matar! Acho até bacana esse papo de liberdade, mas sem ninguém pra mandar como que as coisas andariam? Sempre tem que ter um chefe pra dizer o que o povo tem que fazer! O povo é burro! Não consegue pensar sozinho! Não questiona, não tem educação, formação! Imagina isso na anarquia? Tem escola na anarquia?

Sem contar a maior dificuldade, dinheiro. Depois fala que é anarquista, tem Nike, iPhone, compra comida, como? Se é anarquista não pode ter dinheiro, como que querem viver no mundo capitalista? Impossível! Vai fazer sua roupa, seu celular? Tá tudo patenteado, tem que pagar direito autoral, desistam libertários!

O perfeito seria mesmo que tivesse união, respeito, compreensão, mas todo mundo só se preocupa com o próprio umbigo, como que a Anarquia ia funcionar desse jeito? Não dá! Impensável! A verdade é que a liberdade é impossível, o sistema é tão podre que não tem solução. Se você quiser ser anarquista vai lá então, eu que não me arrisco a perder tudo pra depois não ver essa mudança acontecer! Vai perder todas as suas amizades, seu emprego, sua casa, seus pertences!

E moradia gente? O que esse povo pensa? Vai morar onde? Em baixo da ponte? O capitalismo tá em tudo, e por um

motivo muito sensato! É a evolução social no seu ápice! Tudo tem seu preço, todos tem seu emprego e quem trabalha mais pode mais, simples!

Outro dia vi uma moça pedindo carona no ônibus e começou a falar que era anarquista. Anarquista o caramba! Isso é desculpa pra não pagar a passagem que iria para o cofre público!

E o outro? Me começa a ferrar as praças, falando que é horta-comunitária, com hortaliças e frutíferas, que é pra todos, quem vai comer essa porra sem pesticidas ou agrotóxicos? Vai comer tudo podre de bicho?A última foi esses mascarados aí do Black Bloc, falando que a mídia mente, impedindo os jornais de fazerem seu trabalho, absurdo! Atrapalhar o jornalista que tá batalhando pelo seu ganha pão.

Não dá gente, não dá!

O mundo tá fodido mesmo e a gente tem que só esperar a morte.Vão pra Cuba! Petralhas!

O terceiro mundo vai explodir, quem tiver de sapato não sobra, não pode sobrar!

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"rasgo a ruaabro o peito

tentodar

um jeito

no que vejotorto

no que vejomorno

eincapaz de mais

como assim?tem mais,

simtem mais

quesó isso

respiro o gáse

transpiroum pouco

mais

porque corroe

nessa corridapingo

gotas de suore

gotasde algo além

de frente comtudoquevivo

decidoe

assumo a culpade

cada verso

porqueainda valeacreditarqueexiste algo alémdopróprio[umbigo]

no universo"

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Quero começar a minha sequência de artigos na Guerrilha abordando um assunto que é a nossa cara: várias faces, ideias e ideologias dentro de uma gigante cabeça pensante. A nossa Rede conta com anarquistas seguidores de Mikhail Bakunin, neo-libertários de von Mises, e jovens comunistas esperançosos como eu - mas não é sobre a Rede que escreverei, e sim sobre um indivíduo em particular, de nome Jorge Mario, mais conhecido mundialmente como a celebridade religiosa Papa Francisco.

Só um Francisco consegue entender outro Francisco, já que somos poucos ao redor do mundo. Mas infelizmente não é o caso: o Papa de várias faces, é uma verdadeira incógnita. É notório na Argentina, seu país natural, sua participação e colaboração com a Ditadura Militar que durou mais de sete anos e que fez desaparecer cerca de 30 mil pessoas durante esse período. Aliás, não só Jorge Mario, como também a própria Igreja Católica, que colaborou com os militares argentinos com o objetivo de espantar o “fantasma do comunismo” do país latino-americano, seguindo a doutrina do então Papa João Paulo II contra a ideologia marxista ao redor do mundo. Assim que escolhido para ser o novo Papa no mês de Março de 2013, vimos em todos os cantos diversas personalidades da esquerda - inclusive do Brasil - criticarem a escolha da Igreja Católica, considerar um retrocesso, um passo para o conservadorismo. Afinal o Papa anterior, Joseph Ratzinger, já tinha seu passado cercado de polêmicas pesadas como seu envolvimento com a Juventude Nazista na Alemanha em tempos de Hitler, e agora teremos outro representante do catolicismo com o passado sujo?

O que absolutamente ninguém esperava era que, meses depois, veríamos o mesmo Papa criticado por fazer parte da história mais suja de seu país, ser envolvido em uma polêmica um tanto quanto cômica: ser chamado de marxista pelos conservadores do Tea Party nos Estados Unidos.

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Tudo por causa de seu inesperado e inusitado discurso contra o capitalismo global no século

XXI, exigindo da humanidade mais ações “coletivas” pelo próximo, deixando de lado

suas ganâncias pessoais, rasgando críticas ao neo-liberalismo e qualquer forma de opressão

financeira e territorial. É claro que não demorou muito e, todas aquelas

personalidades da “esquerda” latino-americana que criticaram o Papa Francisco logo na sua posse, decidiram mudar de discurso: o Papa

do Povo, esbravejaram. É o que eu chamo de ingenuidade da aceitação: mesmo que ele tenha

colaborado com o período mais sombrio da nossa história, qual o problema? Ele agora é um

dos nossos.

A celebridade católica representada na figura de Jorge Mario não é marxista, isso qualquer pessoa

com o mínimo de conhecimento sabe. Seu discurso pode até ser esperançoso, em tempos

onde o capitalismo colabora cada vez mais para o fracasso de qualquer forma igualitária de distribuição de renda, causando protestos

e revoluções globais do Oriente Médio até a Europa, passando pela América Latina e África.

Mas a Igreja Católica não vai largar o osso, muito menos suas torres de ouro que valem milhões de

dólares.Mesmo assim, estamos falando de uma

Instituição que sobreviveu séculos, passando por impérios e invadindo tribos indígenas e

africanas. Assistiram a queda do Império Romano, o fracasso da escravidão, o levante e queda do Comunismo, sempre colaborando com o “lado

mais forte”. O capitalismo como conhecemos não vai durar muito tempo, prova disso é a postura

do Papa Francisco ser a mesma de João Paulo II com o comunismo. Será então uma estratégia da

Igreja Católica? Ou teorias da conspiração não cabem na história da maior instituição religiosa

do Ocidente?

Independente disso, ficaremos sem saber qual é a verdadeira face de Jorge Mario.

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“Não minta! Fotografe e seja fotografado! Cristalize o homem não pelo retrato ‘sintético’, mas de vários instantâneos feitos em momentos e condições diferentes. Preze tudo o que

é real e contemporâneo. E seremos seres humanos reais, não de brincadeira”.

“Nós éramos a favor de um mundo novo, o mundo da indústria, tecnologia e ciência. Nós éramos a favor do ‘novo homem’. Sentíamo-lo, mas não tínhamos uma ideia

precisa do futuro. Criámos um novo conceito de beleza e expandimos os horizontes da arte. Fizemos cartazes, escrevemos slogans, e decoramos praças e edifícios. Até os tipos

de letra, tão precisos e persuasivos, foram por nós inventados. Fizemos objetos cuja utilidade já ninguém questiona”.

Aleksandr Ródtchenko

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A todos os carnistas do meu Facebook, aqui vos fala alguém que caiu numa armadilha. O que me levou a ser carregadx pela maré de equívocos foi ter acreditado algum dia que os animais são mais do que comida e bichos de estimação.Me desculpem por ter importunado vocês com falácias falso-libertárias. Me desculpem por todo o mimimi sobre casacos de pele e os vídeos pseudo-cults que postei, onde pintinhos são triturados e golfinhos morrem golpeados com arpão, em montagens toscas, com efeitos ridículos e conteúdo duvidoso.

Só de pensar em tudo que eu propaguei como verdade por aqui, já me bate uma puta vergonha. Acreditei que comendo só alface, poderia mudar o mundo. Disseram pra mim, em tom de incredulidade, que a indústria de carne - que surpreendentemente envolve também galinhas, porcos e peixes (aonde que peixe é carne?), mata por ano 58 bilhões de animais. Ué, eles não nasceram pra isso, não são criados pra isso, pra virar hambúrguer?

Parece que a cultura vegetariana só quer fazer com que as pessoas normais se sintam mal. Inventam histórias horrendas, de animais sendo enclausurados em gaiolas e espancados pra que sua carne fique mais macia. Berram aos sete ventos que resolveríamos o problema da fome mundial se consumíssemos os grãos que alimentam os animais de fazenda. Dizem com seus narizes empinados, em seus rolés alternativos da Paulista, que o veganismo trás uma calma espiritual.

Que fanfarronisse. Essa coisa de maltratar os bichos é a maior mentira, nunca ninguém provou que TODAS as indústrias fazem isso. Se viver de grão fosse bom, existiria rodízio de soja, meu bem. A palhaçada acabou e o boi no meu prato voltou.A verdade é - e vocês vão concordar comigo: carne é bom pra caralho!Não existe nada no mundo como saborear um delicioso pedaço de picanha primeiro corte na churrascaria. Tudo o que sinto é a textura da fibra mal passada na minha boca, o sangue do animal descendo pela minha garganta, meu estômago se estufando inchado e satisfeito ao final de uma refeição.

É óbvio que cada alimento tem suas qualidades, cada uma com a própria, e existem diversas formas de fazermos combinações para suprí-las, mas tirar uma classe de alimentos inteira é insanidade! Lógico que só a carne pode nos trazer o que elas nos traz.Às vezes fazemos propaganda por uma causa pela qual acreditamos pois acreditamos nos outros, mas a gente precisa sempre pesquisar. Pesquisar!

Nós humanos conquistamos com muito sangue e suor o topo da cadeia alimentar, e assim devemos ficar. Que as saladas fiquem para os animais de fazenda e os hipsters bichinhas!

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