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Revista Histórias da Cooperação

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1ª Edição da Revista Histórias da Cooperação.

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SISTEMA OCBDIRETORIA EXECUTIVA

Presidente Márcio Lopes de Freitas

Superintendente da OCBRenato Nobile

Superintendente do SescoopLuís Tadeu Prudente Santos

HISTórIAS dA COOpErAçãO Publicação eletrônica mensal produzida pelo Sistema OCB em comemoração ao Ano Internacional das Cooperativas.

COORDENAÇÃOEruza RodriguesInês Rosa

REDAÇÃODaniela LemkeGabriela PradoGisele DaemonAssessorias de comunicação das OCEs, do Sistema Sicoob e Sicredi e cooperativas

FOTOSArquivos das cooperativas

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOCláudio NóbregaIgor Felipe Machado

Acesse: www.ano2012.coop.br

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Editorial

A força da união

Estamos vivendo um momento histórico para o cooperativismo mundial, a comemo-ração do Ano Internacional das Cooperativas. Não há dúvida de que 2012 será um marco na trajetória desse movimento socialmente responsável que hoje mobiliza 30 milhões de brasileiros, em todo o território nacional. Para sensibilizar a sociedade do importante papel que desempenha o setor nos cenários econômico e social, reunimos nesta publicação exemplos que retratam a diversidade do cooperativismo brasileiro. Histórias de Cooperação é o nome da revista eletrônica que contará um pouco do que as nossas cooperativas estão fazendo Brasil afora para construir um mundo melhor. Ao longo do ano, publicaremos 12 edições. Esses relatos também podem ser conferidos diariamente em outro espaço preparado especialmente para o Ano 2012, no portal Brasil Cooperativo –www.brasilcooperativo.coop.br. Aproveite a leitura e surpreenda-se com a riqueza do universo cooperativista. Márcio Lopes de Freitas Presidente do Sistema OCB

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Sicredi Pioneira RS, uma referência nacional

Pois se uma grande pedra se atra-vessa no caminho e 20 pessoas querem passar, não conseguirão

se uma por uma a procuram remover in-dividualmente. Mas, se as 20 pessoas se unem e fazem força ao mesmo tempo, sob a orientação de uma delas, conse-guirão solidariamente afastar a pedra e abrir o caminho para todos.”

Fundamentado no princípio de união das pessoas, o padre Theodor Amstad, autor da frase, fundou em 1902 a pri-meira cooperativa de crédito da América Latina. A decisão não somente integrou as pessoas com objetivos em comum, mas também promoveu, na prática, a solidariedade e a resolução, de maneira conjunta, de um problema.

A Sicredi Pioneira RS é uma das 116 cooperativas de crédito do Sistema Sicredi que entrou em funcionamen-to no início do século XX. Em 2012, Ano Internacional das Cooperativas, completa 110 anos de atividades inin-terruptas, com o objetivo de valorizar o relacionamento. Além de oferecer so-luções financeiras para agregar renda, contribui para a melhoria da qualidade de vida dos cooperados e da sociedade. Seus mais de 70 mil associados são mais do que clientes, são os donos do negócio cooperativo. Eles que fazem a coopera-tiva crescer e gerar desenvolvimento na região onde atua.

Foi com base na filosofia cooperativis-ta que a Sicredi Pioneira RS idealizou e hoje integra a Casa Cooperativa de Nova Petrópolis, inaugurada oficial-

mente no dia 15 de julho de 2011. Ela existe na prática desde 2010. Primeira do Brasil, tem a missão de promover a educação e a cultura do cooperativismo; incentivar a criação e desenvolvimento de cooperativas e associações, por meio da articulação de redes de cooperação e também estimular o desenvolvimento de lideranças.

EmpreendedorismoAlém de estreitar o relacionamento

com seus associados, a Sicredi Pioneira RS oferece um programa de educação para crianças em idade escolar, “A união faz a vida”, que surgiu da necessidade de desenvolver um projeto que propusesse o empreendedorismo e o coletivismo, em substituição à prática individual. O objetivo é disseminar o cooperativis-mo como forma de desenvolvimento e sensibilizar crianças e jovens para a importância do tema. O pro-jeto surgiu em 2000, na cidade de Picada Café, e foi implantado em mais oito municípios da região

(Nova Petrópolis, Feliz, Morro Reuter, Linha Nova, São José do Hortêncio, Vale Real, Alto Feliz e Santa Maria do Herval).

A cooperativa também apoia o proje-to das Cooperativas Escolares da região, atualmente nos municípios de Nova Petrópolis, Linha Nova e São José do Hortêncio. A ideia é estimular os jovens a realizarem todo o processo de planeja-mento, fundação, definição de produto, produção e venda. O aprendizado den-tro de uma cooperativa escolar forma muito mais do que futuros gestores e líderes de comunidade. Forma cidadãos mais solidários, que cultuam os princí-pios do cooperativismo. É por meio do cooperativismo e da divulgação dessa filosofia às pessoas que a Sicredi Pionei-ra ajuda a construir um mundo melhor, mais humano e igualitário.

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Agrária investe emgestão e tecnologiaOs investimentos constantes da

cooperativa Agrária em pes-quisa agrícola e qualificação

de pessoal estão dando resultados. Com sede no Distrito de Entre Rios, em Gua-rapuava, região Centro-Sul do Paraná, a entidade chegou aos 60 anos, em maio de 2011, com cerca de 550 cooperados e 1.200 funcionários.

O balanço do trabalho é positivo. O domínio da tecnologia agrícola em cul-turas de verão (soja e milho, com cerca de 105 mil hectares) e de inverno (trigo e cevada, em torno de 55 mil hectares) e as produtividades que colocaram parte do terceiro planalto paranaense entre as regiões mais produtivas do país acelera-ram o processo de crescimento.

Outro ponto importante é a vertica-lização da produção de seus associados, viabilizada por meio de uma estrutura que contempla um moinho de trigo, fá-brica de rações, indústria de óleo e farelo de soja, além de uma das maiores fábri-cas de malte do mundo. A Agromalte teve, em 2009, a capacidade instalada ampliada em 60%, de 140 mil tonela-das/ano para 220 mil toneladas/ano.

Em outubro do ano passado, a Agrá-ria anunciou que, por meio do programa Paraná Competitivo, colocará em ope-ração, em 2013, a quinta indústria, para processamento de milho em produtos, como grits, flakes, entre outros. Para o presidente Jorge Karl, o êxito da coope-rativa pode ser explicado pela fidelidade

e profissionalização do quadro social. “A razão número 1 dos resultados obtidos é o per-fil dos cooperados, que têm conhecimento técnico e são ligados totalmente à Agrária. Os associados praticam 100% das operações de compra e venda na cooperativa”, afir-ma.

A participação dos coope-rados é um dos fatores, mas não o único que impulsiona os indicadores da cooperati-va. “Buscamos sempre gestão eficiente e resultados em todas as opera-ções”, enfatiza Karl.

pesquisa e tecnologia A Agrária investe ainda no desenvol-

vimento de cultivos mais produtivos e adaptados ao solo e clima da região. Desde meados da década de 90, essa função cabe à Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (Fapa), com foco nas culturas de soja, milho, cevada, tri-go e aveia. As informações geradas pelos experimentos da Fapa ajudam no plane-jamento da safra dos cooperados e até mesmo originam novas cultivares.

Em 2011, a Agrária destinou R$ 1,6 milhão para a fundação. As médias pro-dutivas, superiores aos índices nacionais e paranaenses, demonstram os resultados do investimento em pesquisa. No caso da cevada, na safra 2010, a produtividade na área de atuação da Agrária foi de 4.084 kg por hectare, enquanto a média

nacional ficou em 2.599 kg/ha. No trigo, o índice nacional foi de 2.070 kg/ha ante uma média, na região da cooperativa, de 3.237 kg/ha. No milho, as diferença são ainda mais acentuadas, chegando a 150% - 11.138 kg/ha na área da Agrá-ria, enquanto a média nacional foi de 6.015 kg/ha (dados referentes à safra 2009/2010).

A cooperativa também tem uma atuação social. Mantém o Hospital Sem-melweis - até hoje, o único do distrito de Entre Rios. Aberto a toda a comunidade, o hospital foi construído pela cooperativa em 1992, com atendimento 24 horas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, tem uma equipe de seis médicos e 32 profissionais de saúde. Em 2010, a cooperativa investiu R$ 772 mil no hospital, o que correspondeu a mais da metade dos custos da instituição. “A Agrária procura contribuir para o desen-volvimento econômico e social da nossa região”, conclui Jorge Karl.

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Foi no ano de 1974 que pro-dutores rurais de Rio Verde (GO) começaram a planejar o

nascimento da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano Ltda (Comigo). Sentados em um banco ao lado do posto onde abasteciam seus veículos, eles discutiam problemas, como secagem de arroz e aquisição de sacaria e óleo lubrificante. Na época, o arroz de sequeiro era o principal produto culti-vado, por ajudar na formação de novas pastagens para o gado.

A ideia de formar uma cooperativa foi, então, se solidificando. O objetivo era vencer as barreiras, criar um mecanismo de defesa para os produtores e prestar ser-viços de comercialização, armazenagem e assistência técnica. Naquele ano, 31 produtores integralizaram as cotas-parte da cooperativa. Em 1977, 50 cooperados faziam parte do quadro social da Comigo.

A Comigo começou a funcionar ofi-cialmente em 1976, ao abrir uma loja de revenda de bens de consumo, que fun-cionava como sede, escritório e espaço para reuniões. Em seguida, foi criado o Departamento de Assistência Técnica (DAT) e um terreno de 114 hectares às margens da BR-060 foi adquirido. No local, anos mais tarde, implantou o seu complexo industrial.

Assim, em 1978, a Comigo abriu seu primeiro entreposto, com a instalação de uma loja de bens de consumo, em Santa Helena de Goiás. Uma área de 47.972 m², contendo dois armazéns para depó-sito de cereais, escritório, casa de zelador,

casa de força e rede de alta tensão, tam-bém foi comprada. Com a obtenção de crédito junto ao Banco do Brasil, nesse mesmo ano, a Comigo iniciou a cons-trução de um armazém graneleiro em Santa Helena, e de um armazém se-menteiro em Rio Verde. Também em Rio Verde foi criado o setor de peças e acessórios. Ainda em 1979, as lideranças rurais de Jataí e de Acreúna demons-traram interesse dos produtores desses municípios em contar com entrepostos da Cooperativa. Em 1980, então, foram abertas lojas de consumo, peças e acessó-rios nessas localidades.

resultadosHoje, a Comigo é uma das maiores

cooperativas agropecuárias do país. Detentora de importantes certificações, como NBR ISO 9001 (qualidade), GMP B2 (boas práticas de fabricação-segurança de alimentos) e uni-dades armazenadoras (IN nº 03-MAPA), foi pioneira em Goiás ao abrir as portas para o mercado exportador. O primeiro país a receber os grãos goianos foi a Suíça.

Logo em seguida, como forma de evitar a saída dos grãos “in natu-ra”, a Comigo deu asas a um de seus maiores pro-jetos: a implantação de

uma agroindústria de esmagamento de soja, que logo passou a ser o carro-chefe da cooperativa. A iniciativa agregou ain-da mais valor ao produto, beneficiando os cooperados.

Com movimentação financeira anual de R$ 1,65 bilhão e capacidade arma-zenadora de 1,2 milhão de toneladas de grãos, a Comigo tornou-se um dos maiores complexos agroindustriais de Goiás. Nem por isso ela para de fazer planos de expansão e de diversificação das atividades para atender a uma gama cada vez maior de cooperados, que hoje somam 5.500. Em 2012, a cooperativa planeja investimentos na ordem de R$ 108 milhões para melhor atender a seus cooperados e fortalecer sua presença no mercado.

A força da cooperativa Comigo

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A inclusão digital está chegando gradativamente à sétima maior favela do Brasil, localizada em

Fortaleza (CE), graças ao trabalho de-senvolvido pela cooperativa Pirambu Digital. Fundada em 6 de setembro de 2007 por jovens moradores do Pirambu, a entidade é um empreendimento capaz de gerar renda e promover projetos so-ciais, ao oferecer serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC) à comunidade.

A história que resultou na constituição da cooperativa emociona. Jovens, entre 18 e 28 anos, que não conheciam um computador e estavam totalmente sem perspectiva de construir uma carreira profissional, participaram de cursos téc-nicos na área de informática promovidos pelo Instituto Federal de Educação, Ci-ência e Tecnologia do Ceará.

A fórmula para ter sucesso em ações

dessa natureza é simples: força de von-tade e união de pessoas com objetivos comuns. É o caso dos 25 associados à Pirambu Digital. “A verdadeira inclusão social só se dará mediante a apropriação do jovem pelo seu entorno social”, diz o idealizador do projeto, Mauro Oliveira.

A oportunidade de ter conhecimento não só deu resultados, como também serviu para levar o ideal da cooperação aos moradores do bairro cearense. Além

de desenvolver softwares e sites, os cooperados fazem treinamentos de informática e prestam serviços de manutenção de computadores e redes, com qualidade e eficiência. “Nossa maior conquista em 2011 foi a melhoria da organização da cooperativa. Prestarmos serviços a uma variedade de clientes e o cunho social da cooperativa faz com que ela seja reconhecida, não somente no bairro, como também em outras localidades, inclusive fora do país”, disse a presidente da Pirambu Digital, Jocilda Ribeiro.

Um exemplo marcante é o do jovem Raul Ficherry, 22 anos, que

se juntou ao grupo três anos atrás. Mora-dor de um dos locais mais ‘barra pesada’ de Pirambu, estava envolvido com gan-gues e seu comportamento em sala de aula era perturbador. Com a inserção na cooperativa, Raul descobriu o gosto pela informática, se interessou e pediu para atuar como voluntário. “Hoje, ele é gerente do setor de hardwares e um dos melhores técnicos que temos nesta área.

Se tornou, além de um multiplicador, co-perado destaque”, conta Jocilda.

Ações A cooperativa busca alternativas para

envolver a população nos projetos e democratizar o acesso à internet. A ini-ciativa se tornou reconhecida e virou um projeto de inclusão digital para o Serviço Nacional de Processamento de Dados do Governo Federal (Serpro).

Como reconhecimento da força do co-operativismo, a Pirambu Digital está de portas para jovens que gostam de estudar e aprender novas tecnologias. Em 2012, vai celebrar cinco anos. Apesar de muito jovem, foi premiada por diversas organi-zações pelas ações desenvolvidas com a comunidade.

Em 2011, cerca de 4 mil pessoas par-ticiparam de treinamentos promovidos pela cooperativa. Os cursos são de in-formática básica e avançada, reforço escolar, pré-vestibular, administração, dança, teatro e inglês. Todos contam com parcerias, como o Movimento Emaús, uma organização não governamental que atua na região.

Saiba mais - O bairro do Pirambu é uma favela com 350 mil habitantes, com uma alta concentração populacional, baixa escolaridade e, consequentemen-te, baixo índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Estima-se que 50% da população são jovens, convivendo num espaço onde predomina o desemprego e a desqualificação profissional.

Pirambu digital muda vidas no Ceará

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A proposta de formar uma coo-perativa que respondesse pela comercialização dos produtos

agroflorestais extrativistas passou por vá-rias tentativas, até que em 2001 o sucesso veio com o trabalho de muitas mãos. Foi a determinação de seringueiros e castanhei-ros, liderados por Manoel José da Silva, que concretizou a primeira Cooperativa Central de Comercialização Extrativista (Cooperacre), que reúne cerca de 1,8 mil famílias agroextra-tivistas, organizadas em 32 associações e cooperativas do es-tado do Acre. Esse novo formato social trouxe a possibilida-de de ampliação da estrutura física e o acesso ao crédito.

A capacidade de financiamento para a compra da castanha do Brasil pela coope-rativa, em 2008, era de 180 mil latas (18 litros cada) e no ano passado saltou para 400 mil latas. Os re-cursos foram contratados com o Banco da Amazônia, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O projeto trouxe ganhos significativos para os co-operados, que têm garantida a venda de toda a produção, com preços atraentes.

Segundo o superintendente da Coo-peracre, Manoel Monteiro, o preço pago

hoje é de R$14 pela lata, durante a safra (dezembro a março), aumentando para R$ 30 na entressafra. Muito diferente da realidade vivida na década passada, an-tes mesmo de a cooperativa se estruturar, quando o trabalhador da floresta sofria numa relação injusta com o mercado que chegou a pagar R$ 2,50, pela lata. “A central nos proporcionou a garantia do preço, acesso ao crédito, valorizou o produto e tornou mais justa a

distribuição da riqueza ge-rada pela castanha”, diz Manoel Monteiro.

NegóciosO crescimento sempre

deve vir, mas o que a Co-operacre não abre mão é do espírito cooperativista. Segundo Monteiro, os co-operados são informados de tudo o que se passa nos negócios por meio da assem-

bleia geral realizada uma vez por mês. Além de analisar relatórios, as lideran-ças associadas tomam decisões coletivas, assumindo a responsabilidade pelos su-cessos e fracassos.

Fora a castanha, a cooperativa desti-na 60% da produção de polpa de frutas, que chega a 400 toneladas ao ano, ao programa do governo que determina a compra de produtos da agricultura fami-liar para a alimentação.

A lei que regulamenta o assunto, aprovada em janeiro de 2010, obriga o governo a repassar um mínimo de 30% do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a aquisição de produtos da agricultura familiar para a merenda escolar.

Cooperacre abre mercado para extrativistas

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Promover o desenvolvimento educacional, cultural e social, bem como a difusão do com-

portamento cooperativo entre crianças e jovens. Foi para atender a esse objetivo que surgiu, em 1993, a Cooperativa Edu-cacional de São Carlos (Educativa), no estado de São Paulo. A possibilidade de oferecer aos filhos uma educação de qua-lidade e, ao mesmo tempo diferenciada, com economia de recursos, mobilizou os pais da região a darem início ao projeto e a manterem a escola Educativa.

Hoje, com 829 associados, a coope-rativa de ensino atende 850 alunos de São Carlos e cidades vizinhas, divididos em quatro núcleos: Educação Infantil, Ensino Fundamental 1 e 2, e Ensino Médio. No papel de cooperados, os pais são co-responsáveis no processo educati-vo, contribuindo para a implantação de uma política pedagógica que valoriza a criatividade e a autonomia do aluno na construção do conhecimento.

Há 18 anos em atividade, a Educativa colhe os resultados do trabalho desen-volvido, com a aprovação significativa nos vestibulares das principais universi-

dades do país e a primeira colocação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre as instituições de ensino de São Carlos, por cinco anos consecutivos.

Os destaques nesses exames têm ex-plicação. A cooperativa se antecipa às novas tendências educacionais, compor-tamentais e tecnológicas, além de investir constantemente na capacitação do quadro de professores. Assim, consegue aperfeiço-ar as práticas de ensino e aprendizagem.

“Os benefícios desse trabalho não ficam restritos aos associados, mas se estendem à comunidade local. Tanto é assim que a Educativa se tornou referên-cia para outras instituições, contribuindo sensivelmente para a melhoria da edu-cação na região”, ressalta o presidente da cooperativa, Marcos Henrique dos Santos.

diferenciais competitivosA proposta pedagógica estimula a

capacidade do aluno de exercitar a atenção, a memória e o pensamento au-tônomo. Para a Educativa, a escola tem o papel de despertar, gradualmente, no estudante a vontade

de adquirir habilidades intelectuais que servirão para toda a vida. A metodologia está dando tão certo que alguns dos ex--alunos fazem curso superior e retornam à cooperativa como docentes.

Por meio do planejamento cuidadoso e integrado das atividades curriculares, a escola incentiva o crescimento natural e seguro do aluno em suas habilidades e competências, preparando-o para en-frentar os desafios futuros, especialmente aqueles ligados aos estudos e à carreira profissional.

Para complementar o processo, a cooperativa também investe em aulas laboratoriais de ciências e informáticas, viagens de estudo, atividades teatrais, culturais e físicas, biblioteca informa-tizada para a realização de pesquisas e leitura, entre outras ações.

O projeto “Os Sentidos da Leitura” é um dos destaques. Vencedor do Prêmio Cooperativa do Ano em 2010, ele tem como objetivo capacitar os professores das séries iniciais com subsídios teóricos e metodológicos, para aprimorar a práti-ca em sala de aula.

Educativa, exemplo de formação diferenciada

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A Integrada Cooperativa Agroin-dustrial acaba de comemorar 16 anos de vida. Com matriz

em Londrina (PR), ela atua no norte e oes-te do estado e conta com mais de 6.500 associados. Surgiu para preencher uma lacuna criada depois de um período con-turbado do cooperativismo paranaense. “Nosso começo foi muito difícil. Tínha-mos pouco crédito e muito trabalho pela frente”, lembra o presidente da coope-rativa, Carlos Murate. “Mas quando acreditamos em um ideal, vencemos todas as adversidades”, completa.

No primeiro ano de funcionamento, a movimentação financeira foi de R$ 97 milhões. Hoje, a Integrada faz par-te das poucas cooperativas paranaenses com faturamento superior a R$ 1 bilhão. “Esse sucesso demonstra a confiança dos associados e parceiros comerciais no trabalho da cooperativa”, diz Mu-rate, acrescentando que grande parte desse montante vem do recebimento de grãos, feito em 52 unidades. Em 2010, a cooperativa comercializou 1,3 milhão de toneladas de soja, milho, trigo e café, entre outros produtos.

Agora, o desafio é aumentar a partici-pação industrial no volume global, que atingiu 20% do total. Para isso, a coope-rativa está investindo R$ 30 milhões na construção de uma unidade industrial para processamento de milho, em Andi-rá. A Integrada já possui uma indústria, que produz anualmente 180 mil tonela-das de diversas matérias-primas para as principais multinacionais de bebidas e

alimentos do país. Com a nova indústria, a capacidade de produção vai atingir até 300 mil toneladas/ano.

A cooperativa espera abrir o leque comercial com a área de amido modi-ficado. “Buscaremos um novo nicho de mercado, mais pulverizado e com valor agregado maior, voltado para indús-trias de massas, biscoitos, sorvetes e até mesmo papel e celulose para produção de embalagens onduladas”, afirma o superintendente da Integrada, Jorge Hashimoto.

De olho na diversificação, a Integra-da investe ainda em citricultura. Com o Projeto Sucos, está incentivando o plan-tio de cinco mil hectares de laranja no norte do estado, além da implantação de uma indústria para extração de suco vol-tado ao mercado externo.

Sustentabilidade A preocupação da cooperativa com

a comunidade resultou na implantação de projetos de responsabilidade socio-ambiental. Um exemplo é o “Nossa Água”, que distribuiu 199 mil mudas nativas. Além do plantio, incentivou o re-povoamento dos rios Tibagi, Cinza, Caracol, Piquiri e Ivaí, com a soltura de 255 mil pei-xes. Também foram feitos dois treinamentos de proteção de nascente com solo cimento e três dias de campo voltados à educação ambiental, com a pre-sença de mais de 2 mil pessoas.

Outro projeto é o “Plante um Sor-riso”, que atendeu 6.496 crianças de 69 entidades do Paraná, por meio de doação de brinquedos pedagógicos e ali-mentos. A cooperativa promoveu ainda o conhecimento das obras de Monteiro Lobato para mais de 1.000 professores de 22 municípios paranaenses, totali-zando 654 obras doadas. O resultado da ação foi visto em um concurso literário, que contou com a participação de mais de 2 mil redações, premiando cerca de 300 crianças.

Para uma cooperativa que surgiu num contexto de superação, o futuro começa a ser construído pela educação e o respeito ao meio ambiente. “A cooperativa nas-ceu de um sonho, que só se concretizou porque houve comprometimento e mui-to trabalho. Na época, a possibilidade de dar certo era remota. Mas, quando o ser humano se compromete, as realizações acontecem. A atitude faz acontecer”, conclui Murate.

Integrada, uma história de superação

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Criada em setembro de 1963, a Cooperativa Mista Agro-pecuária de Manacapuru

(Coomapem) atua fortemente no inte-rior do Amazonas (AM), tendo como principal atividade a extração e comer-cialização de fibras de juta e malva. É composta atualmente por 254 juticulto-res cooperados.

Sob a coordenação do padre Rafa-el Tobin, 84 juticultores se reuniram pela primeira vez nas dependências do Colégio Nossa Senhora de Nazaré, em Manacapuru (AM). O objetivo do grupo era trabalhar pela melhoria das con-dições de vida dos produtores de juta e malva e de pequenos produtores rurais da região. Assim, fundaram a Cooma-pem, que teve como primeiro presidente o agricultor Genézio Camilo de Lima.

Os anos se passaram e, hoje, a presi-dência da cooperativa é exercida, pela primeira vez na sua história, por uma mulher. Eliana Medeiro do Carmo, fi-lha de cooperado e participante desde jovem das atividades da cooperativa, é a dirigente responsável por grandes con-quistas, entre elas, a expansão da atuação da Coomapem. Hoje, a cooperativa tem seu leque diversificado para a produção de hortifruti e pescado, abrangendo, no total, seis municípios do interior de Ma-naus.

Essa diversificação das atividades levou a cooperativa a um aumento sig-nificativo na produção. A safra de 2010 totalizou 750 toneladas e a de 2011 superou as 1.800 toneladas. O cresci-

mento foi visível, também, na hortifruticultura, alcançando a marca de 400 toneladas de frutas e legumes comercializados. A Coomapem deu um grande passo ao conquistar a par-ticipação em programas do governo, como o “Merenda Escolar” e o “Pro-grama de Aquisição de Alimentos” (PAA).

A inauguração de sua sede própria, após 48 anos de funcionamento, também foi ou-tra conquista importante, há muito tempo almejada pelos associados, além da aquisi-ção do novo barco, COOMAPEM I, para realizar a coleta das fibras nas propriedades dos associados. “Essas conquistas só foram possíveis devido ao empenho e trabalho dos nossos cooperados”, destaca Eliana Medeiro, presidente da Coomapem.

Em janeiro de 2011, a Coomapem foi confirmada como a primeira cooperativa do Brasil a receber a Certificação Orgânica Internacional da Ecocert – empresa fran-cesa que certifica produtos orgânicos para comercialização. O reconhecimento abrirá novos mercados no Brasil e no exterior, me-lhorando ainda mais o valor de venda para o produtor cooperado.

Coomapem: uma administração de fibra

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No dia 7 de no-vembro de 2004, 37 produtores

rurais baianos perceberam que a união de esforços era necessária para mu-dar a realidade de suas famílias. Nasceu, assim, a Cooperativa de Produto-res de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm). Como o início do negócio foi difícil, os agricultores passaram a contar com apoio de instituições públi-cas e privadas. Os recursos oriundos desses parceiros foram empregados na assistência técnica aos cooperados, compra de insumos de forma coletiva, manejo da planta e pre-paro da terra para o plantio.

Para conquistar espaço no mercado, a cooperativa investiu na capacitação dos gestores. Do escoamento do produto até o consumidor final, os cursos abordaram estratégias de negócio sobre a cadeia produtiva. O principal objetivo é dupli-car a produção até 2013.

Eliminar os atravessadores foi a pri-meira grande conquista da Coopalm. A partir de então, os agricultores passaram a não mais perder dinheiro no processo de comercialização do palmito. Em se-guida, veio a etapa de agregar valor à produção. O palmito, inicialmente ven-dido isoladamente na forma de hastes, obteve maior rendimento ao ser repassa-do em bloco. A mudança beneficiou os

cooperados, devido ao maior poder de barganha, e, por consequência, preços e prazos mais vantajosos.

As melhorias resultaram no cres-cimento progressivo do número de colaboradores, na adoção de técnicas agrícolas cada vez mais sustentáveis e no aumento do ganho para as famílias. As projeções são ainda mais animadoras: o incremento de renda, em 2010, foi de 35%, e a meta do programa é aumentar esse valor em mais de 100% nos próxi-mos anos.

Os 499 cooperados estão produzin-do, atualmente, uma média de 180 mil potes de palmito em conserva por mês. Em 2013, a produção deverá duplicar, em função do aumento da produtivida-de e do crescimento da área plantada. O produto é destinado aos mercados brasileiros, além de ser exportado, entre outros países, para a França.

reconhecimentoO trabalho está dando

resultados positivos. A Coo-palm foi vencedora do Prêmio Cooperativa do Ano 2010, na categoria “Gestão para a Qualidade”. A premiação, realizada pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e pelo Serviço Na-cional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), reconhece iniciativas pauta-das na inovação, criatividade e eficiência, tornando-as refe-rências para o setor.

O esforço dos agricultores também foi reconhecido pela concessão do selo de agricultura familiar: toda a produção do palmito de pupunha no Baixo Sul é feita segundo um modelo de alianças coope-rativas, com inclusão social, geração de trabalho e renda digna para os produto-res e suas famílias.

Em parceria com a indústria de bene-ficiamento Ambial, o palmito produzido pela Coopalm, o Cultiverde, já possui as certificações ISO 9001 (gestão da quali-dade); 14001 (gestão ambiental); 22000 (segurança alimentar); Rainforest Allian-ce; Reconhecimento Estadual e Federal de Produtos de Origem da Agricultu-ra Familiar; IBD (produto orgânico) e HACCP (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), que auxiliam o consumidor a identificar produtos agrí-colas de origem responsável.

Coopalm,crescimento consistente

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C. Vale fortalece a agroindústria

Na década de 90, ao colocar em prática seu plano de moder-nização, a C.Vale, de Palotina

(PR), iniciou processo de diversificação e geração de renda para seus cooperados que acabaria por impulsionar o crescimento da cooperativa, hoje uma das duas maiores cooperativas singulares do Brasil. Com for-te participação nos segmentos de soja, milho, trigo, mandioca, leite, suínos e aves, a C.Vale movimentou R$ 2,4 bilhões em 2010.

A meta é ampliar o resultado. “Os volumes de recebimento foram 3% menores em relação a 2010, mas os preços contribuíram para minimizar essa diferença. Na época da colheita, a saca de milho passou de R$ 12,60 para algo em torno de R$ 20”, revela o presidente da cooperativa, Alfredo Lang. Segundo ele, a C.Vale deve fe-char 2011 com faturamento de R$ 2,7 bilhões.

Com 48 anos, a C.Vale tem 12,4 mil cooperados e 5.500 funcionários. Possui unidades de recebimento de produção nos estados do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Paraguai. Também financia a produção dos cooperados, comercializa insumos, peças, acessórios e revende máquinas agrí-colas, além de produzir semente de soja em Santa Catarina e manter uma rede de supermercados com oito lojas no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Pelo ranking das Melhores e Maiores de 2011, da revista Exame, a C.Vale é 198ª maior empresa brasileira em vendas. Entre

as do segmento comercial, a cooperati-va aparece como a 35ª maior do país em vendas. O estudo comparou também o desempenho das 50 maiores empresas do agronegócio brasileiro por faturamento. No Paraná, aparece como a 6ª maior e na 8ª posição no Sul do país.

No 7º Prêmio Melhores do Agrone-

gócio, da revista Globo Rural, a C.Vale figurou como a 30ª melhor empresa do agronegócio brasileiro e venceu a catego-ria Produção de Soja. Em 2008 e 2009, a cooperativa foi premiada no mesmo seg-mento.

Industrialização A trajetória de sucesso começou a ser

traçada no início dos anos 90, durante uma série de encontros com os associados, coordenados por Alfredo Lang que, em 1995, assumiria a presidência da coopera-tiva. O objetivo era saber as necessidades e anseios dos produtores rurais ligados a C.Vale. Diante do exposto, montou-se um

plano de ação pautado na diversificação da produção e agregação de valor aos pro-dutos primários.

Era o começo de uma nova etapa. A lar-gada ocorreu em outubro de 1997, com a inauguração do complexo avícola C.Vale. O projeto deu aos cooperados a oportu-

nidade de produzir frango em grande escala. “Nossa principal vitória foi a diversificação e a industrialização. In-vestimos ainda na industrialização da mandioca, na produção de leite e suínos e, com isso, criamos oportuni-dades para os cooperados terem uma renda maior e mais estável”, conta Alfredo Lang.

As atividades ligadas a soja, milho e trigo respondem hoje pela maior parcela do faturamento (47,88%), mas a participação da avicultura é representativa, sendo responsável

por 41% do resultado de 2010 e por 25% da movimentação financeira. Nos últimos 16 anos, a C.Vale investiu mais de R$ 800 milhões na construção de indústrias e na melhoria da infraestrutura para recebi-mento de cereais, entre outras obras.

A estratégia adotada deu tão certo que colocou a C.Vale entre as maiores expor-tadoras de carne de frango do Brasil. Em 2010, o frango C.Vale chegou a 50 países e a 21 estados brasileiros. Com matrizeiro, incubatório, fábrica de rações, aviários de campo e abatedouro, a cooperativa abateu 79,3 milhões de aves. Dos 159.789.855 quilos de carne de frango comercializados no período, 51,5% destinaram-se ao mer-cado externo.

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A Unimed Vitória foi a primeira experiência de cooperativismo médico no Espírito Santo. A

história de sucesso teve início em 27 de agosto de 1979, quando um grupo de 26 médicos reuniu-se na sede da Associação Médica do Espírito Santo (Ames), com a finalidade de fundar uma sociedade de cooperativa de trabalho médico.

Hoje, presidida pelo proctologista Ale-xandre Augusto Ruschi Filho, a Unimed Vitória atua em nove municípios e se po-siciona como uma das melhores e mais bem estruturadas singulares do Sistema Unimed. Isso se deve não só pelos mais de 240 mil clientes, 2.184 cooperados e 1.500 colaboradores, mas pelo nível de organização, estrutura econômica--financeira, atendimento, equipamentos

e profissionalismo.Com investimento de R$ 23 milhões,

o Centro Integrado de Atenção à Saúde (Cias), hospital próprio da cooperativa, foi inaugurado no dia 30 de junho de 2003, com um conceito inovador, utili-zando tecnologia de ponta, priorizando a qualidade e a humanização do atendi-mento. Desde sua criação, o Cias traz o conceito de centro integrado, reunindo todas as fases do atendimento médico necessárias em um único local. Essa am-pla atenção à saúde só foi possível devido à integração dos principais serviços ofe-recidos pela cooperativa e o apoio direto do SOS Emergências Médicas e Assis-tência Domiciliar.

Toda essa dedicação e excelência nos serviços prestados trouxeram para a co-

operativa o Prêmio Top Hospitalar 2003, reconhecendo o Cias como Hospi-tal Destaque Especial do Espírito Santo. A unidade foi a primeira a ter o seu Sis-tema de Gestão da Qualidade certificado pela Norma ISO 9001:2000 e a certifica-ção holandesa RVA.

reconhecimentoPela qualidade de sua gestão, a Uni-

med Vitória ganhou o Prêmio Hall of Fame e menção no livro “A Execução Premium – A obtenção de vantagem competitiva através do vínculo da estra-tégia com as operações do negócio”, de autoria dos criadores da metodologia de gestão Balanced Scorecard (BSC), Robert S. Kaplan e David P. Norton.

O Balanced Scorecard Hall of Fame for Executing Strategy é um prêmio de alto ní-vel e prestígio, que seleciona as empresas que melhor executam as estratégias do BSC, a maior ferramenta de gestão da atualidade.

A Unimed Vitória, além de receber a premiação, ganhou citação no prefá-cio do livro de Kaplan e Norton, uma obra que explora, de forma inovadora, a busca pela excelência na gestão. Ou-tras cinco empresas brasileiras também foram contempladas.

Trata-se de um “reconhecimento internacional à Unimed Vitória”, de-clarou o presidente da cooperativa, Alexandre Augusto Ruschi Filho. “O reconhecimento muito nos orgulha. Isso nos inspira ainda mais a buscar a exce-lência e a qualidade”, comemora.

Unimed Vitória recebe reconhecimento internacional

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A Batavo Cooperativa Agroin-dustrial inaugurou em 2011 sua nova indústria de proces-

samento de leite, a Frísia. A indústria está localizada em Ponta Grossa (PR), região dos Campos Gerais, que é conhe-cida nacionalmente como a principal bacia leiteira do país. Com o investimen-to na casa dos R$ 60 milhões, a nova fábrica tem capacidade de receber 650 mil litros de leite diariamente, o que deve gerar um faturamento de aproximada-mente R$ 14 milhões por mês. A meta é a industrialização e o processamento de leite concentrado de outras empresas do ramo lácteo.

Fundada em 1925, no município de Carambeí, a Batavo conta com 567 coo-perados, tendo movimentação financeira estimada em R$ 680 milhões. A nova in-dústria marcou o retorno da marca ao mercado. A Batavo Cooperativa, que industria-lizava produtos lácteos por meio da Cooperativa Central de Laticínios do Paraná Ltda (CCPL), saiu do varejo em 1997, quando ações da mar-ca Batavo, que pertenciam a três cooperativas (Batavo, Castrolanda e Capal, esta última de Arapoti), foram vendidas para a Parmalat e mais recentemente trans-feridas para a Brasil Foods (Perdigão/Sadia).

Desde então, a cooperati-va vinha atuando apenas na

produção e comercialização de grãos e industrialização de ração animal. Hoje, 15 anos depois, aposta na marca Frísia, que traz o nome da região da Holanda de onde vieram muitos dos imigrantes que colonizaram a região de Carambeí (PR). “O retorno à atividade industrial dará mais segurança à comercialização da produção de nossos cooperados”, diz Renato João de Castro Greidanus, presi-dente da Batavo Cooperativa.

CapilaridadeOs postos de trabalho que já estão

sendo gerados pela Frísia possibilitaram a conquista do primeiro emprego a mui-tos jovens que buscavam se inserir no mercado de trabalho. Entre os colabora-dores da indústria, 95% são dos Campos Gerais. Inicialmente, Frísia gerou 85 em-

pregos diretos e cerca de 500 indiretos. O leite vem de produtores cooperados da Batavo, que hoje somam 567, dentre eles, 250 se dedicam à atividade da pe-cuária leiteira.

Mas nem só de leite vive a cooperativa Batavo, apesar de o nome ser mais iden-tificado ao produto. Ao longo de seus 85 anos de existência, o carro-chefe dos ne-gócios tem sido a produção de grãos que chegou ao patamar de 780 mil toneladas no ano passado.

A diversificação também se estende para a produção de carne suína, esti-mada anualmente em 10 mil toneladas. A importância da capilaridade está na prestação de serviços aos cooperados, que compram por ano 480 mil sacas de sementes e mais de 200 mil toneladas de ração animal.

Batavo investe em nova indústria internacional

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Em 14 de janeiro de 1968, a re-alidade de milhares de famílias rurais do Rio Grande do Sul

começou a mudar. O desejo de ter mais conforto, segurança e desenvolvimento, aliado à coragem de muita gente, fez nas-cer a Coprel - Cooperativa de Energia. Hoje, a principal atividade da cooperati-va é a distribuição de energia elétrica de forma cooperativa. No lazer, no trabalho e no desenvolvimento, a Coprel partici-pa da vida de cerca de 50 mil famílias, de 72 municípios, das regiões de Alto Jacuí, Alto da Serra do Botucaraí, Nordeste, Noroeste Colonial, Central, Rio da Vár-zea, Norte e Vale do Rio Pardo.

Foi Olavo Stefanello, fundador e ex- presidente da Coprel, que reuniu um grupo pioneiro de homens e mulheres com muita energia para transformar um sonho em realidade. O resultado hoje está no barulho das águas das usinas que fornecem mais do que energia. Elas

criam oportunidades de crescimen-to para região.

Nos últimos anos, a cooperativa vem modificando cenários, valori-zando histórias e transformando a vida de muitas pessoas.

A Coprel também coloca, entre suas atividades, programas sociais, que levam conforto e maior ca-pacidade de desenvolvimento e produção às famílias rurais. Esses benefícios são concedidos com o resultado dos exercícios, a partir de um amplo debate do Conselho Consultivo e da Assembleia Geral Ordinária, que estimula a partici-pação e a democracia na gestão da cooperativa.

“Trabalhamos para que a nossa energia movimente a economia do interior, das áreas industriais e ur-banas. Investimos em tecnologias, melhorias no sistema elétrico, em

atendimento de qua-lidade, pois queremos que cada cooperado sinta orgulho em fazer parte da história de vida da Coprel,” enfatiza o presidente Jânio Vital Ste-fanello.

A Coprel além de distri-buir, também gera energia. São três pequenas centrais hidrelétricas próprias: a Usi-na do Pinheirinho (Ibirubá), a Usina do Posto (Lagoa Ver-melha) e a Usina Cotovelo do

Jacuí (Victor Graeff) e duas em parceria com outros empreendedores: BME Ca-pão da Convenção (de 13MW em Júlio de Castilho) e BME Rincão do Ivaí (de 17,7MW em Salto do Jacuí), ambas no Rio Ivaí. As duas últimas tiveram investi-mentos em torno de 85 milhões de reais. E mais: a cooperativa possui mais de 10 novos projetos de geração de energia elé-trica, que estão sendo desenvolvidos com responsabilidade social e ambiental.

Coprel: levando energia a 50 mil famílias

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Unimed Circuito das Águas: capacitação em foco

Localizada no Sul de Minas Gerais, com sede em São Lou-renço, a Unimed Circuito das

Águas é uma cooperativa de trabalho médico com 50 mil clientes em 28 cida-des, sendo líder absoluta de mercado na região.

A Unimed Circuito das Águas tem hoje um complexo empresarial coopera-tivista, que faz parte do Sistema Unimed do Brasil, fundado há 40 anos. Em 2008, quando completou 20 anos, fundou um Projeto Memória, que conta toda a sua história, desde a fundação em 1988 até os dias atuais.

Para a Unimed, praticar responsabili-dade social é uma tarefa complexa, que

exige uma solução compartilhada entre o Poder Público e os demais setores da sociedade. Este é o conceito de parceria que a Unimed Circuito das Águas tem embutido em todas as ações sociais que pratica, merecendo por isso o reconheci-mento da sociedade organizada.

Pelos projetos sociais desenvolvidos em benefício de crianças e adolescentes da co-munidade, desde o ano 2000, a Unimed Circuito das Águas tem o selo Empresa Amiga da Criança, concedido pela Fun-dação Abrinq. A Unimed também recebe anualmente o Selo de Responsabilidade Social da Unimed do Brasil, que certifica as cooperativas do sistema que praticam

ações e projetos de responsabilidade social.O complexo empresarial cooperativis-

ta é formado por diversas unidades de negócio: 198 cooperados em diferentes especialidades, 128 colaboradores, mais de 1.000 empresas clientes, 100 servi-ços credenciados em todo o Circuito das Águas, 16 hospitais credenciados, 3 UTIs Móveis e 1 ambulância, pronto atendimento 24 horas para urgências e emergências e serviço de remoção aérea e terrestre.

A cooperativa conta ainda com um Centro de Treinamento e Educação Corporativa (CTEC); um Espaço Saúde, onde funcionam a Drogaria Unimed, um cyber café, o Espaço Saúde Beleza e o Espaço do Diabético; e uma Central de Vendas em São Lourenço, além de agências em Caxambu, Lambari, Ita-monte e Itanhandu.

O CTEC é atualmente referência na formação científica dos seus cooperados. Com estrutura de alta tecnologia, moder-

nos equipamentos e recursos áudios-visuais para videoconferên-cias, o CTEC marcou a história da Unimed. Convênios com progra-mas de treinamento e educação médica a dis-tância, como a Edumed e Conexão Médica, foram assinados para atender às demandas de formação do quadro de cooperados.

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Fundada em abril de 1981, em Rodeio Bonito (RS), por um grupo de 20 pequenos agricul-

tores, a Sicredi Alto Uruguai é hoje uma cooperativa de livre admissão que conta com 44 mil associados e 25 unidades de atendimento nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A entidade tornou-se referência em termos de or-ganização do quadro social após elevar de 26 para 213 os seus núcleos coopera-tivos, por meio dos quais os associados participam efetivamente do planejamen-to e das decisões da instituição.

Esse nível de organização foi con-

quistado a partir de conhecimentos assimilados nos programas Crescer e Pertencer, promovidos pela Fundação Sicredi de Educação e Cultura, com sede em Porto Alegre. Marcos Schwingel, gerente de Educação Cooperativa da Fundação, explica que a proposta des-ses programas é exatamente qualificar a participação dos associados na gestão e no desenvolvimento das cooperativas. “Ambos se completam. Dizemos que o Pertencer é a prática e o Crescer é a teo-ria. Tudo o que o participante estuda no Crescer, depois ele coloca em prática no Pertencer. O objetivo é garantir a com-

petitividade das cooperativas de crédito no mercado financeiro, mas sem perder as características cooperativistas”, afir-ma o gerente.

Segundo Schwingel, entre as intenções dos programas, está a de incentivar os associados a utilizarem mais os produtos e serviços de sua cooperativa. “Se ele é dono de uma cooperativa, deve entender que, quanto mais fizer uso dos produtos e serviços da entidade, maiores serão os resultados obtidos”, raciocina.

Formação profissionalO presidente da Sicredi Alto Uruguai,

Eugênio Poltronieri, confirma que o in-vestimento em formação profissional é, de fato, um dos segredos do sucesso da coo-perativa. “Investimos em capacitação pela própria necessidade de cumprir a filosofia cooperativista. Na nossa área de atuação, poucas instituições mantêm esse foco. A cooperativa possui, em sua missão, o pa-pel de agregar renda e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos asso-ciados e das comunidades em que está situada”, diz o cooperativista.

Marcos Schwingel acrescenta que, hoje, o sistema Sicredi está presente em 11 estados brasileiros, e conta com quase dois milhões de associados. E que em todas as 120 cooperativas filiadas, a participação nos programas Crescer e Pertencer é uma exigência. “As nos-sas cooperativas colocaram nos seus estatutos, como condição de ingresso ou permanência no sistema, implantar esses dois programas”, comemora o gerente.

Sicredi Alto Uruguai: referência em organização social

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A Unimed-Rio é uma coopera-tiva de médicos com 40 anos de tradição e mais de 850 mil

clientes, o que a faz líder do mercado de planos de saúde do Rio de Janeiro. Nas-cida do desejo de melhores condições para a prática da medicina, a coopera-tiva tem por objetivo assegurar nível de excelência no atendimento médico para milhares de clientes. Para isso, conta com 5.200 médicos cooperados em quase 50 especialidades, distribuídos por todas as regiões do município.

Atualmente com 1.500 colaboradores, atua com base na medicina humana e ética. Tem também grande pre-ocupação com seus processos, tanto que investe em em ações de responsabilidade social na capital carioca e é a maior coo-perativa do Sistema Unimed em termos de movimentação finan-ceira. Nos anos de 2006 e 2007, foi reconhecida nacionalmente por sua gestão econômico-fi-nanceira, além de estar presente nas listas das melhores empre-sas para se trabalhar em todo o Brasil.

Por meio do Programa de Responsabilidade Social, a co-operativa busca disseminar iniciativas que promovam a sus-tentabilidade. Uma das formas de colocar este ideal em prática é o apoio a projetos sociais e na realização de projetos próprios, que estejam ligados aos princí-

pios da promoção de saúde, integração social e educação.

Para gestão e comunicação de resul-tados, a Unimed adotou os padrões da Global Reporting Initiative (GRI), entida-de internacional com sede na Holanda que pesquisa e publica diretrizes para as melhores práticas para relatórios de sustentabilidade em todo o mundo. Em 2011, a cooperativa tornou-se a primei-ra empresa brasileira (e 12ª do mundo) a obter a verificação da GRI com nível máximo de aderência.

Os resultados sociais da Unimed-Rio se revertem em reconhecimento da socie-

dade em geral com importantes prêmios. Em 2010, pelo terceiro ano consecutivo, a cooperativa recebeu a certificação “Empresa Cidadã”, do Conselho Re-gional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro (CRC-RJ), ressaltando o compromisso das empresas com a práti-ca da responsabilidade social. No mesmo ano, recebeu também o Prêmio Djalma Chastinet Contreiras 2010, um reco-nhecimento do próprio sistema Unimed que destaca as singulares que obtiveram melhor pontuação no Selo de Responsa-bilidade Social com relação à gestão de ações socialmente responsáveis.

Unimed-Rio: social com responsabilidade

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Construir um armazém para a produção de trigo e um fri-gorífico para abate de gado

de corte, há pouco mais de 40 anos, era uma tarefa desafiadora para 100 pro-dutores do interior catarinense. Para realizar esse sonho, o grupo decidiu fundar a Cooperativa Regional Agrope-cuária de Campos Novos (Copercampos) no dia 8 de novembro de 1970.

A decisão de unir forças para promo-ver o desenvolvimento da região ocorreu no salão paroquial da Igreja Matriz de Campos Novos. Era o início de uma tra-jetória de sucesso. Tanto que dois anos depois os associados decidiram incen-tivar o plantio da soja no município. O trigo já não era mais a principal cultura agrícola. Soja, milho, feijão e forrageiras (aveia e azevém) passaram a fazer parte da produção.

De lá para cá, a Copercampos cresceu e conquistou novos mercados. A im-plantação de um departamento

técnico composto por diversos engenhei-ros agrônomos e veterinários possibilitou a profissionalização no setor de grãos e o início de novas atividades, como o gado de leite e a suinocultura. Hoje, investe em fontes de energia renováveis nas granjas de produção de suínos e na correta utilização de fertilizantes.

Com quatro unidades de produção, mais de 13 mil matrizes e 330 mil leitões, a cooperativa conta com modernos siste-mas de tratamento de efluentes e dejetos suínos. Por meio de biodigestores insta-lados nas unidades, todo o gás metano produzido pelos dejetos é transformado em energia. O resultado é redução de gastos e maior sustentabilidade nas pro-priedades.

Para utilizar corretamente a matéria seca produzida pelos suínos e também por frangos, a Copercampos inaugurou, em 2009, a indústria de fertilizantes, que utiliza dejetos de suínos e cama de frango

para produção de um biofertilizante utilizado na produção de alimentos. O produto garante aos agricultores o melhor aproveitamento da matéria or-gânica, com a vantagem de preservar o meio ambiente.

Os resultados também podem ser vis-tos na produção de sementes de soja e de outros cultivares. Elas possuem alto padrão de germinação e vigor, tendo conquistado mercado em diversas regi-ões do país e também do exterior. Com uma produção de mais de 800 mil sa-cos/40 kg de sementes de soja na safra 2010/2011, a cooperativa de Campos Novos se tornou referência em tecnolo-gia na soja.

produtividadeO planejamento estratégico da entida-

de, que estabelece metas e diretrizes para o crescimento sustentável, é outro pon-to positivo. A Copercampos alcançou segunda posição entre as cooperativas agropecuárias de Santa Catarina e pos-sui, entre armazéns, lojas agropecuárias, granjas de suínos, indústria de rações, indústria de fertilizantes, supermercado, unidades de beneficiamento de sementes e posto de combustíveis, mais de 36 uni-dades distribuídas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

O segredo é simples. “Para sermos competitivos, precisamos obter maiores índices produtivos e ferramentas que pre-servam o meio ambiente. A cooperativa auxilia os agricultores a conquistar esses objetivos”, disse o diretor-presidente da Copercampos, Luiz Carlos Chiocca.

Copercampos investe em tecnologia

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Depois de consolidar o projeto de agroindustrialização, fa-zendo com que o faturamento

saltasse de R$ 111,7 milhões para R$ 1,8 bilhão num período de 16 anos (1995-2011), a Cooperativa Agroindustrial Lar, com sede e Medianeira, no Oeste do Paraná, está certa de que encontrou o caminho para crescer num mercado competitivo e em constante evolução. “Nosso desafio é acompanhar as tendências de consumo que apontam, por exemplo, um cresci-mento na demanda por produtos com um maior valor agregado. Portanto, além de ampliar nosso mix, queremos aumentar a oferta de produtos mais sofisticados e elaborados”, afirma o presidente da Lar, Irineo da Costa Ro-drigues.

A Lar foi fundada em 19 de março de 1964 por um grupo de agricultores que buscava, por meio da organização, conseguir maiores vantagens e com-petitividade na aquisição de insumos agrícolas e na comercialização da pro-dução. O que esses pioneiros não sabiam é que estavam plantando a semente do que viria a ser uma das maiores coo-perativas do Brasil. Levantamento das Melhores & Maiores da Revista Exame, em 2011, apontou a Lar como a 316ª maior empresa em vendas do País e a 55ª maior do agronegócio nacional.

O quadro social da Lar é composto por

8,5 mil associados e mais de seis mil fun-cionários. Com uma forte atuação nos segmentos de soja (grão, farelo e óleo), milho, trigo, carnes, vegetais congelados, empacotados e insumos agropecuários, a Lar projeta atingir R$ 2,015 bilhões em movimentação financeira em 2012.

Mudança de focoRodrigues lembra que a realidade da

cooperativa mudou completamente a partir de 1995. “Foi quando mudamos o foco de cerealista para agroindústria. Como pequenos produtores, precisáva-mos diversificar, não depender somente de grãos”, afirma. “Foi um divisor de águas, porque os nossos pequenos pro-dutores agora têm suínos, ovos, leite, mandioca e hortifrutigranjeiros como fonte de renda. E a cooperativa indus-trializa, agregando valor à produção. Com isso, o faturamento cresceu muito, o resultado melhorou”, completa.

Da mesma forma, a estrutura física hoje é significativamente maior com-parada ao ano de 1995. Presente em

23 municípios não apenas do Para-ná, como também no Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e até no Paraguai, a Lar possui uma estrutura própria de recebimento, secagem, armazenamento de cereais e industrialização, represen-tada por um complexo de 22 (vinte e

duas) unidades com armazéns e lojas de insumos; uma unida-de produtora de sementes, seis unidades industriais para soja, mandioca, vegetais, aves, empa-cotados e carnes, e rações; cinco unidades voltadas à produção de ovos, pintainhos, leitões, sêmen, matrizes; uma unidade de recria de novilhas; unidades de atendi-mento (13 no Oeste do Paraná, 10 no Mato Grosso do Sul, uma

em Santa Catarina e outras 7 no Para-guai); uma rede de 13 supermercados; postos de combustíveis; uma unidade de tratamento de madeira; e uma unidade tecnológica.

Atualmente, a marca da cooperativa está presente no Japão, Hong Kong, Chi-na, Arábia Saudita, Líbano, Emirados Árabes, Angola, África do Sul, Chile, Aruba, Alemanha, Holanda, Bulgária, Romênia, Espanha, Portugal, Ilhas Ca-nárias, entre outros. No mercado interno, a maior parte da produção é comercia-lizada no Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No entanto, a intenção é crescer interna-mente, aproveitando as oportunidades de mercado e colhendo os frutos dos fortes investimentos na industrialização.

Lar,acompanhando as tendências de consumo

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Criada em 2005 como alter-nativa para os pequenos produtores que não tinham

onde entregar o leite produzido, a Coo-perativa de Agricultores e Pecuaristas da Regional do Baixo Acre (Coopel) está em plena ascensão e já se tornou referência no Acre pelo modelo de gestão adota-do. A ideia é procurar diferenciais para atender às exigências de um mercado al-tamente competitivo. Para isso, a palavra de ordem na Coopel é capacitação.

As conquistas foram chegando aos pou-cos, mas o ano de 2006 ainda está muito vivo na memória do presidente da Coopel, Ezequiel Rodrigues de Oliveira. “Precisá-vamos de um espaço maior e de estrutura que atendesse às necessidades dos coopera-dos”, disse. O que fez a diferença, explicou Oliveira, foi uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Coopera-tivismo (Sescoop) e com o Poder Público para a realização de treinamentos.

Por meio de cursos, os associados re-ceberam assistência técnica adequada, compraram um antigo laticínio que pro-cessava o leite fornecido pelos então 140 produtores e assumiram um passivo de R$ 800 mil. Era o início de um negócio que, hoje, apresenta resultados positivos.

Passada essa etapa, partiram para uma nova empreitada: conseguir recursos para aumentar a produção. Foi aí que a coo-perativa decidiu participar do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultu-ra Familiar (PAA), conhecer as ações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pegar um empréstimo no Ban-

co da Amazônia. Assim, puderam in-vestir e faturar mais.

“O nosso princi-pal compromisso foi repassar os recursos aos produtores que não recebiam há meses”, informou Ezequiel. Após os repasses, a capa-cidade diária de recepção de leite sal-tou de 2 mil para 12 mil litros. Atualmen-te, a cooperativa chega a receber 22 mil litros diários.

Outro ponto importante do PAA na região tem sido a regulação dos preços do produto no mercado. Antes da ação do programa, os produtores do Baixo Acre recebiam o equivalente a R$ 0,40 por litro, porém, se a produção extra-polasse o previsto no mês, o valor pago caía para R$ 0,13 o litro. Hoje, isso não acontece mais. Com a capacidade de aquisição de leite garantida, a Coopel pode pagar ao produtor o valor pratica-do no mercado, independentemente do volume entregue.

Colheita Os resultados já podem ser vistos. Há

seis anos, desde que passou a entregar o leite para a Coopel, o dia de Wilmar An-tonio Vicenze começa às 4h30. Ainda é noite quando ele prepara 20 vacas para

a coleta manual, em sua propriedade, a 60 quilômetros de Rio Branco. Na sa-fra, que ocorre de outubro a março, ele chega a retirar 180 litros de leite por dia, baixando para 66 litros na entressafra (abril a setembro). O trabalho garante o sustento da sua família, composta por cinco pessoas.

Tudo é feito com muito cuidado e agi-lidade. Tanto que o agricultor só toma o seu café da manhã depois das 6h30, quando o caminhão da Coopel passa e re-colhe a produção. A história de Vicenze, que vende cada litro por R$ 0,65, confun-de-se com a de outros 330 cooperados de sete cidades do Acre (Plácido de Castro, Capixaba, Xapurí, Senador Guiomar, Acrelândia, Porto Acre, e Beijari) e mos-tra que a união das pessoas em prol de um bem comum vale muito a pena.

Coopel faz parceria e amplia captação de leite

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A união de 143 pequenos trans-portadores do meio-oeste de Santa Catarina, em 1990, deu

origem a uma das dez maiores empresas de transporte e logística do país: a Coo-percarga. Com a missão de potencializar as atividades e ganhar mercados, o grupo encontrou no associativismo o caminho para a geração de trabalho e renda com competitividade.

Atuando no Brasil e nos demais países do Mercosul, a cooperativa oferece novas alternativas para o transporte rodoviário de cargas e soluções logísticas. O objeti-vo é figurar entre as cinco organizações mais expressivas do setor.

Para a prestação dos serviços, a Coo-pecarga conta com mais de 45 unidades, entre filiais e pontos de apoio, e uma fro-ta superior a 1,7 mil veículos, atendendo principalmente os segmentos de bebidas e alimentos.

A renovação dos caminhões é feita constantemente para garantir a segu-rança durante os trajetos. As etapas são monitoradas por um moderno sistema de controle, que permite o rastreamento e o controle efetivo da frota, além de dar mais agilidade e redução de custos em toda a cadeia.

A cooperativa promove ainda a capa-citação dos profissionais que atuam nas estradas. Os treinamentos são realizados em parceria com a Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte (Fa-bet). Segundo estimativas da Fabet, os ganhos são significativos, como a redu-ção de 15% no consumo de combustível,

o aumento em até 10% da vida útil dos pneus e a diminuição de 47% no número de sinistros.

Outras medidas contribuem para o sucesso dos negócios, como controle da velocidade, restrição de tráfego, avalia-ção psicológica e realização de exames médicos dos motoristas. O investimen-to em infraestrutura e equipamentos também está entre as prioridades da cooperativa. Com o intuito de auxiliar no transporte de produtos secos, clima-tizados, refrigerados e congelados, por exemplo, a cooperativa dispõe de arma-zéns estrategicamente localizados.

Essas medidas refletem diretamen-te nos resultados da Coopercarga. O diretor-presidente da cooperativa, Osni Roman, ressalta que os ganhos são fruto de um trabalho conjunto. “Essa performance foi possível graças ao en-

gajamento e envolvimento de todo o time de colaboradores e associados. Ti-vemos quatro grandes conquistas em 2011. No segmento florestal, houve a inauguração da unidade de Telêmaco Borba, de transporte de madeira, e na distribuição urbana de bebidas, a par-tir das incorporações com a Ambev nos centros de distribuição de Diadema (SP), Mooca (SP) e São Cristovão (RJ)”, disse.

responsabilidade social A preocupação com o bem-estar da

comunidade é outra prioridade para a Coopercarga. A cooperativa incentiva a participação de associados e colabora-dores em ações de cidadania e inserção social, tanto na cidade de Concórdia, onde fica a sede, como nos municípios nos quais estão instaladas suas unidades.

Coopercarga aposta em rapidez e eficiência

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O estímulo à educação finan-ceira e ao uso adequado do capital, com juros abaixo

do mercado, são fatores que fazem das cooperativas de crédito instituições fi-nanceiras diferenciadas. Foram esses diferenciais que motivaram um grupo de servidores públicos a criarem a Coopera-tiva de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (Cred-UFMS).

Instituída em agosto de 1988, a Cred-UFMS começou a funcionar efeti-vamente em junho do ano seguinte, após autorização do Banco Central (BC). E foi nesse mês que a cooperativa liberou os

primeiros empréstimos ao seu quadro so-cial. Desde aquela época, fundamentava sua organização em comitês educativos, buscando difundir e promover a dou-trina e filosofia cooperativistas a seus associados, no próprio local de trabalho. O modelo venceu o tempo e continua perdurando até hoje.

Dez anos depois de sua fundação, a Cred-UFMS passou a integrar o Sistema Sicredi e adotar o nome Sicredi UFMS. “Demos um passo determinante para a gestão da cooperativa e para os resulta-dos alcançados. Esse é o caminho: buscar o fortalecimento por meio de uma atu-ação sistêmica. Assim, conquistaremos

um espaço cada vez maior no mercado”, comenta o presidente da instituição, Cel-so Ramos Régis.

O crescimento se evidencia em diver-sas frentes e uma delas é no número de associados. Inicialmente com 45 pessoas, a entidade cresceu e hoje reúne cerca de 10 mil cooperados. Essa ampliação foi motivada pela aprovação de um novo estatuto social, em outubro de 2001, per-mitindo a participação na cooperativa de todos os servidores públicos federais do estado e não mais só da universidade. Com isso, o nome sofreu nova alteração, desta vez para Sicredi Federal – MS.

AdesãoMais uma década se passou e ou-

tra mudança ocorreu. Em dezembro de 2011, alinhado ao seu processo de expansão, a instituição apresentou ao BC um projeto de transformação para cooperativa de livre admissão. Isso sig-nifica que, após a aprovação do órgão regulador, qualquer pessoa física terá a possibilidade de associar à entidade.

Além de estimular o trabalho coopera-tivo, a Sicredi Federal – MS incentiva a integração e o desenvolvimento de ações para melhorar a qualidade de vida do seu quadro social. Para prestar aten-dimento personalizado, conta com 68 empregados.

Os resultados já podem ser vistos. Em 2011, os ativos totalizaram R$ 81 mi-lhões e o patrimônio líquido atingiu R$ 29 milhões. Os números comprovam que a cooperação é o segredo do sucesso.

Sicredi Federal/MS: serviços de qualidade com crédito mais barato

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Cooperelp, educação de qualidade

O sonho de oferecer aos filhos uma educação diferenciada, de um grupo de pais de alu-

nos do interior de São Paulo, se tornou realidade em janeiro de 2000. Nes-sa data, eles fundaram a Cooperativa Educacional de Lençóis Paulista (Co-operelp), que hoje conta com cerca de 580 estudantes, divididos em 23 classes diferentes.

Com 12 anos de atuação, a Cooperelp utiliza o Sistema Anglo de Ensino como modelo educativo, ressaltando também os valores e princípios cooperativistas. “Nos-so objetivo é colocar os alunos em boas universidades, mostrando-lhes a impor-tância do espírito solidário e da prática da

cooperação. E fazemos isso com preços justos”, destaca a diretora pedagógica da instituição, Maria Cristina Giacomini.

Os conteúdos são trabalhados com base nos Parâmetros Curriculares Nacio-nais (PCN), elaborados pelo Ministério da Educação (MEC), em sintonia com os novos formatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e dos vestibulares. Além disso, o atendimento psicológico e fonoaudiólogo reforçam e enriquecem a qualidade do trabalho pedagógico.

Situada em uma área de 10 mil me-tros quadrados, a cooperativa conta com salas de aula amplas, biblioteca, parques infantis, quadras poliesportivas, labo-ratórios, entre outros espaços. Tudo foi

pensado para incentivar a busca pelo co-nhecimento.

Na Cooperelp, professores e alunos compartilham de ambiente acolhedor, criado especialmente para fortalecer os laços de amizade, solidariedade e coo-peração. Além de oferecer orientação profissional e de estudos, a instituição desenvolve projetos de integração que estão conectados ao dia a dia dos estu-dantes.

A preocupação com o meio ambiente e a cidadania é outra questão abordada pela Cooperelp. “Participamos cons-tantemente de ações sociais, como campanhas de doação, reforçando para os alunos a importância desse tipo de ati-vidade”, conta Maria Cristina.

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Em Urucará, município situado a 260 quilômetros de Manaus, no interior do Amazonas (AM),

a produção de guaraná impulsiona a economia local e abre horizontes para a juventude da região. O negócio movi-menta tanto a cidade que, em 2001, um grupo de 29 pessoas se reuniu para cons-tituir, no dia 15 de janeiro, a Cooperativa Agrofrutíferas dos Produtores de Uruca-rá (Agrofrut). Guaraná - em grãos e em pó - e artesanato em argila, feito por mu-lheres das comunidades, são os produtos desenvolvidos pela entidade.

De acordo com o presidente da Agro-frut, Antonio Carlos Fonseca, a média de produção de guaraná na região gira em torno de 60 toneladas por ano. Esse nú-mero já chegou a alcançar a marca de 90 toneladas/ano. “Quando batemos esse recorde, houve elevação no índice dos preços e a consequente necessidade de reorganizar os produtores”, afirmou.

Desde o início, a Agrofrut definiu que sua atuação está ligada à organiza-ção, beneficiamento e comercialização da produção. Por esse motivo e com o intuito de aumentar a competitivida-de, implementou, em 2003, projetos de qualidade e segurança alimentar, como o Boas Práticas de Fabricação (BPF) e o Programa de Capacitação Rural, em parceria com o Serviço de Apoio às Mi-cro e Pequenas Empresas (Sebrae), e o Educação Cooperativista, realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no estado do Amazonas (Sescoop/AM).

Os investimentos não param por aí. A cooperativa trabalha em toda cadeia produtiva, no intuito de buscar soluções competitivas para colocar o guaraná no mercado. Além disso, atua para consoli-dar o potencial dos produtos amazônicos em outras regiões do Brasil e do mundo.

Para aumentar a produtividade e a qualidade, também desenvolve ações para a formação de novas lideranças co-operativistas. “A Agrofrut confia e investe nas novas gerações, proporcionando, entre outros benefícios, acesso ao curso de Formação de Jovens Lideranças Co-operativistas, promovido pelo Sescoop. É uma forma de garantir a

continuidade da cooperativa e incentivar os jovens da comunidade a ingressarem no mercado de trabalho”, complementa.

reconhecimentoA Agrofrut encerrou o último ano com

mais um motivo para celebrar. Além de conquistar novos parceiros, a cooperati-va foi premiada com o troféu “Destaque 2011”, concedido pelo Sebrae Amazo-nas durante a 38ª edição da Expoagro de Manaus. É assim que a cooperativa aju-da a construir um mundo melhor e mais solidário.

Agrofrut: de olho no futuro

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Em menos de dez anos, a mo-vimentação financeira da cooperativa agropecuária Cas-

trolanda quintuplicou. Em 2011, com a experiência de uma sexagenária, a co-operativa alcançou um faturamento de R$ 1,1 bilhão. São 725 cooperados e 705 empregos diretos gerados pela cooperati-va sediada na colônia de Castrolanda, no município de Castro (PR).

O investimento em pesquisa e tecno-logia fez da cooperativa sinônimos de produtividade e qualidade na pecuária leiteira. “Os bons indicadores são resul-tados da dedicação dos cooperados, do esforço de crescimento, desenvolvimen-to sustentado e visão empreendedora”, afirma Frans Borg, presidente da coope-rativa.

Apesar de ter diversificado sua área de atuação com uma produção anual de mais de 500 mil toneladas de soja, milho, trigo, feijão e batata, além de sui-nocultura e ovinocultura, o leite ainda é o principal produto e responde por cer-ca de 30% da movimentação financeira. Manejo adequado e genética explicam os elevados índices de produtividade e qualidade, posicionando a cooperativa em condições de destaque.

No ano passado, a média de produção dos cooperados foi superior a 28 litros/dia por vaca. Em algumas proprieda-des, a média de produtividade chegou a 40 litros/dia. Em 2010, a Castrolanda captou de seus associados mais de 116 milhões de litros de leite.

O volume está em franco cresci-

mento graças aos investimentos em tecnologia. A coo-perativa investiu, em 2008, cerca de R$ 30 milhões na Usina de Benefi-ciamento de Leite (UBL), em Castro, com a capacidade para beneficiar 400 mil litros por dia. A estraté-gia possibilitou a entrada no vare-jo. Além de ser utilizado nessas linhas, o tipo lei-te concentrado é vendido a empresas fabricantes de leite em pó, iogurtes e outros derivados.

A Castrolanda também industrializa rações, batata frita e cortes especiais de cordeiros. “O objetivo é participar cada vez mais do mercado de produtos com maior valor agregado, para que isso se traduza em benefícios aos cooperados e fortaleça o sistema de comercialização da cooperativa”, informa Borg.

Mix diversificadoA cooperativa busca implementar

modernas práticas de gestão e descobrir vantagens competitivas na exploração das oportunidades no mercado. Inves-te em projetos de novos negócios, sem perder o foco de coordenar a cadeia pro-dutiva dos seus associados.

Com forte vocação para a produ-ção agropecuária, investe na melhoria da produtividade e na administração dos seus negócios. A busca incessante pela profissionalização está rendendo bons frutos. Em dezembro de 2010, a cooperativa lançou no varejo o leite UHT (Ultra High Temperatureh) Cas-trolanda, comercializado em três tipos: integral, desnatado e semidesnatado, em embalagens longa vida de 1 litro.

Para este ano, outros itens como bebidas achocolatadas e creme de leite chegam às gôndolas. A meta é conquistar espaço, de forma gradual, nos supermercados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, buscando o con-sumidor que paga mais por um produto diferenciado.

Castrolanda: de vento em popa

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Profissionalismo, regulação, qua-lidade e custos reduzidos são diferenciais que fazem o coope-

rativismo de crédito ser um segmento em crescente expansão e agente promotor de inclusão financeira em todo país. Apoia-do nesses diferenciais é que foi criado o Sicoob Judiciário no Distrito Federal. Constituída em 1991, por 20 servidores do Superior Tribunal de Justiça, a coope-rativa está presente também nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Hoje, a entidade possui um capital social próximo de R$ 7,6 milhões com operações de crédito que somam R$ 22 milhões. “Não é por acaso essa ex-pansão”, diz o presidente do Sicoob Judiciário, Miguel Ferreira de Oliveira. Ele avalia que os resultados fazem par-te do bom desempenho da economia e de um maior reconhecimento por parte da sociedade dos serviços oferecido pelas cooperativas. E para este ano, o projeto é atender mais dois estados: Tocantins e Maranhão.

Nesses 20 anos de existência, a coope-rativa, com sede no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) tem tra-balhado para aprimorar o atendimento, passando a oferecer todos os serviços de um banco convencional com custo sig-nificativamente reduzido. Além disso, priorizou investimentos em educação para seus funcionários e adotou política de capacitação e profissionalização para seus dirigentes. “O mercado é exigente, e necessitamos oferecer produtos com

diferencial de qualidade para competir com as instituições financeiras. “O Ban-co Central, órgão regulador do sistema financeiro, tem sido um grande aliado para o crescimento e qualificação das cooperativas”, acrescenta o presidente. A instituição tem estimulado perma-nentemente as cooperativas de crédito a aperfeiçoarem sua governança.

Outro ponto de destaque é a relação do cooperado com a instituição, que se difere muito das outras instituições. A cooperativa torna o cidadão ao mes-mo tempo cliente, investidor e dono do negócio. Além disso, existe o contato di-reto e personalizado com os dirigentes, orientação financeira especializada e dis-tribuição de parte do lucro no fim do ano.

O crescimento do Sicoob Judiciário proporcionou ainda, a possibilidade de atuação da cooperativa em outra área de grande relevância: a da responsabilida-de social. A cooperativa vem apoiando vários eventos sociais como o Coope-ra Criança, realizado anualmente, que beneficia meninos e meninas de baixa renda entre 3 e 6 anos, além de contri-buir também para o esporte local, meio de patrocínio ao atleta Giovanny Lopes, uma promessa para a natação brasileira.

“Todo esse resultado se deve ao apoio do associado, à seriedade do trabalho desenvolvido pelos dirigentes, além da dedicação dos funcionários no desempe-nho de suas funções”, pondera Miguel.

Sicoob Judiciário: uma cooperativa em franca expansão

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Há mais de 30 anos no mer-cado, a Uniodonto de Uberaba Cooperativa de

Trabalho Odontológico (Uniodonto Uberaba) encontrou na gestão profissio-nalizada o caminho para os bons negócios. Com o foco voltado à prestação de serviço odon-tológico de alto padrão, a instituição trabalha para levar saúde à população, em Uberaba e em loca-lidades próximas, como Sacramento, Planura e Conceição das Alagoas, e valorizar o trabalho de seus cooperados.

O plano de expan-são segue a todo vapor. Hoje, os 235 associa-dos prestam serviços a um universo de 23 mil clientes, entre pessoas físicas e jurídicas, em 13 especialidades. Entre elas: odontopediatria, radiologia, dentística, endodontia, prótese e ortopedia funcio-nal dos maxilares. Em 1984, dois anos após a fundação da cooperativa, a cartei-ra era composta por 416 usuários.

O salto expressivo ocorreu em 1986, período em que a organização passou a ser reconhecida no mercado. Na época, a cooperativa conquistou contratos com grandes empresas da região e ampliou a capacidade de atendimento.

Outro fator fundamental nesse pro-

cesso foi o investimento na divulgação dos produtos e serviços oferecidos pela Uniodonto Uberaba e no fortalecimen-to de sua marca. Tudo isso é resultado de um olhar atento às necessidades dos cooperados e dos usuários.

Crescimento Essa trajetória de sucesso começou

em 12 de setembro de 1981. A inicia-tiva partiu de 21 cirurgiões dentistas, que buscaram na cooperação uma nova forma de vida Além de exercer a profis-são de forma criativa, o grupo decidiu garantir um retorno econômico e social justo.

De olho na modernização e nas fer-

ramentas de gestão, a cooperativa busca alternativas para aprimorar a assistência odontológica e oferecer aos seus coo-perados oportunidades de reciclagem. Para alcançar esses objetivos, realiza treinamentos e compra materiais odon-

tológicos com menor custo. Ações que permitem o crescimento de forma orgânica e sustentável.

Os avanços gradativos ao longo da sua história resultaram na realização de outro sonho: a inaugu-ração da tão desejada sede própria em 2004. Um am-biente amplo e agradável para receber os clientes.

Os desafios não param por aí. A Uniodonto Ube-raba não mede esforços para disseminar os ideais do cooperativismo e para ampliar sua rede. Tanto que está atenta às parcerias e às tendências mercado-lógicas. A inovação, aliada

ao desejo de registrar altos índices de crescimento, tem papel importante nesse cenário.

Para 2012, o presidente da organiza-ção, Cézar Marra, diz qual a principal meta. “No Ano Internacional das Co-operativas, esperamos fazer com que a sociedade saiba a importante contribui-ção que damos ao desenvolvimento do nosso país. E faremos isso juntos, a partir da intercooperação”, ressalta.

Uniodonto Uberaba: foco na qualidade do atendimento

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Adamantina, região noroeste do estado de São Paulo, foi o lugar que Mário Matsuda

escolheu para viver. A região, que ofe-recia boas oportunidades na agricultura cafeeira necessitava de força de trabalho e comprometimento. Com fé no esforço e na criatividade das pessoas, Matsuda reuniu um grupo de amigos e fundou, em 1965, a Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina, (Camda), com 22 coo-perados.

“Nos primeiros anos foi preciso mui-ta luta para solidificar esses ideais. Ao mesmo tempo em que era necessário conquistar novos associados para forta-lecer a representatividade, a essência do

cooperativismo devia ser mantida entre a família Camda”, relata o fundador.

Em meio a avanços tecnológicos e pro-fissionalização, a grande preocupação do conselho diretor da cooperativa foi preparar novas lideranças que assumis-sem o compromisso de dar continuidade aos empreendimentos que por 31 anos tiveram à frente Mário Matsuda. Desde 1996, a cooperativa é presidida por Os-valdo Kunio Matsuda, filho do fundador.

Atualmente, a Camda possui 35 filiais localizadas entre os Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás, mais de 12 mil coope-rados e 600 colaboradores. Seu foco de atuação é a agropecuária, oferecendo

produtos e serviços variados para seus cooperados. A assistência técnica quali-ficada e profissionalizada é o carro-chefe da cooperativa, que promove encontros, palestras e dias de campo, assegurando atualização constante dos agricultores e dos pecuaristas.

DiversificaçãoEntre as culturas em destaque estão a

cana-de-açúcar, soja, milho, café e horti-fruti. Para o presidente da cooperativa, o futuro permite vislumbrar excelentes perspectivas de crescimento. O otimis-mo é creditado à expansão do cultivo da cana-de-açúcar, impulsionada pelas instalações de novas usinas nos diversos estados de atuação da cooperativa. E os planos vão além: “queremos vencer as barreiras de protecionismo existente em alguns países e conquistar novos mer-cados para a exportação de etanol e o biodiesel”, afirma Osvaldo Matsuda.

Outro ponto enfatizado por ele é o crescimento previsto na pecuária de corte e de leite. “Esses dois mercados - agrícola e pecuária - pelas suas raízes e perseverança dos tradicionais empresá-rios, oferecem segurança e estabilidade para o mercado”, pondera.

Para acompanhar essa evolução a Camda vem atualizando sua estrutura operacional e seu corpo técnico para adiantar-se às necessidades de seus coo-perados. Investimentos em treinamento, novas fábricas e modernização de equi-pamentos são ações permanente da cooperativa.

Camda prioriza qualificação e profissionalização

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Transformar a cada dia a vida dos seus cooperados, gerando melhor qualidade de vida a

todos. Esse tem sido o objetivo da Coope-rativa do Ramo Agropecuário da Região Sudoeste do Estado do Mato Grosso (Coopnoroeste) há 37 anos. Atuando de forma sistêmica com núcleos de produ-tores nos municípios que compreendem os Vales do Jauru‚ Guaporé e Cabaçal, a cooperativa levou o desenvolvimento para as regiões e detém atualmente gran-de fatia do mercado na produção de leite e seus derivados.

A história da Coopnoroeste começou em 1975 quando o Padre Ermínio Cel-so Duca reuniu um grupo de produtores rurais‚ com o objetivo de armazenar e comercializar o arroz, principal produ-to na época. Mais tarde, os agricultores viveram o período da pecuária leiteira que culminou com o desenvolvimento do setor produtivo de lácteos. Também fundada na década de 70, a indústria Lacbom implementou outro ritmo na produção da região e se tornou destaque com um mix de 21 produtos.

O presidente da cooperativa, Ademar Furtado, sabe o valor da profissionaliza-ção das equipes e, para isso,a cooperativa desenvolve o Programa Educação Conti-nuada junto aos produtores cooperados. Foi criado um sistema de núcleos de cooperados que facilita a troca de infor-mações e integração entre os mesmos e a cooperativa. “Tenho orgulho de fa-zer parte da família cooperativista, que transforma a cada dia a vida dos seus

cooperados, gerando, principalmente, melhor qualidade de vida a todos”, diz.

processo sucessórioA Coopnoroeste também se dedica a

cuidar da sucessão no cooperativismo e, por isso, mantém anualmente eventos que envolvem os familiares dos coope-rados com o dia a dia da cooperativa, como, por exemplo, os encontros de casais, de jovens, semana do coopera-tivismo, reuniões de núcleos, palestras e seminários. Outro viés de incentivo está no investimento na formação su-perior, por meio de concessão de bolsas de estudo para associados, seus filhos e funcionários.

A proximidade com os cooperados e

sua consequente fidelização à coopera-tiva motivou a Coopnoroeste a instituir, em 1988, o “Prêmio Padre Celso”. É con-gratulado com a premiação o cooperado que demonstre espírito empreendedor, bom relacionamento humano, espírito liderança e associativismo, fidelidade e prática dos princípios cooperativistas.

Na avaliação do presidente Ademar Furtado, este ano será singular: “fomos contemplados com o Ano Internacional das Cooperativas, estabelecido pela Or-ganização das Nações Unidas (ONU). Temos convicção que é um excelente momento para a Coopnoroeste divulgar o seu trabalho que traz grandes transfor-mações para o estado do Mato Grosso”, enfatiza o dirigente.

Coopnoroeste: a força do cooperativismo no Mato Grosso

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Com forte atuação na indus-trialização de derivados de carne e de lácteos, a Frime-

sa vem ganhando espaço nas gôndolas dos supermercados, com 327 produtos em mais de 20 mil pontos de venda em todo o Brasil, sem perder de vista a pre-ocupação com a sustentabilidade. Um exemplo disso é o parque ambiental que a cooperativa inaugurou no dia 22 de outubro de 2011, em Medianeira, oeste paranaense.

Para idealizar o projeto, investiu R$ 363,4 mil, recursos gerados com a revenda de resíduos industriais. E os resultados já podem ser vistos. Em 2010, mais de 1.500 toneladas foram encaminhadas para a re-ciclagem e a arrecadação resultou em R$ 333,5 mil. “É a transformação do metal em ouro, ou seja, convertemos os resíduos industriais gerados em receita que foi in-vestida na construção da trilha ecológica e na preservação do meio ambiente”, afirma o diretor-executivo, Elias José Zydek.

O Parque Frimesa está integrado à unidade industrial de carnes, onde diariamente mais de 2,5 mil trabalhadores se dedicam ao processo de industrialização de 4 mil suínos. Esse contraste mos-tra, mais uma vez, que é possível conciliar as metas industriais com a preservação ambiental. Na prática, dos 70 hectares de área, localizado às margens da BR 277, 20 destinam-se à infraestrutura industrial e os outros 50 hectares são cobertos por floresta nativa. Por estar no perímetro urbano da

cidade, a área contribui para a qualidade do ar e do clima. “Do total de mata nativa de Medianeira, 42% estão dentro do terri-tório da Frimesa. Estamos comprometidos com a sua permanência”, afirma Zydek.

Rico em biodiversidade e em aspectos históricos culturais da época da coloniza-ção do município, o parque é mantido pela Frimesa como área de preservação perma-nente. Uma extensão de 1.500 metros do rio Alegria (principal do município) pas-sa pelo local, formando belas paisagens, como uma cachoeira natural.

Trajetória Outro atrativo é a barragem de uma

usina construída em 1953. A energia produzida iluminou, pela primeira vez, a principal avenida da cidade para mostrar a prosperidade da região e atrair compra-dores de terra. A usina também forneceu energia para atividades do frigorífico e foi desativada em 1963.

Uma cascata que nasce ao norte do par-que também deságua no rio Alegria. Na floresta, árvores raras como Pau Marfim,

Cedro, Peroba e Cabreúva podem ser vistas, bem como alguns animais: ma-caco, furão, diversos tipos de borboletas, pássaros (jacu, sabiá, pardal, trincaferro, canário terra, coleirinha e gavião).

Para viabilizar a visitação ao parque, a Frimesa precisou readequar a infraestru-tura com um projeto arquitetônico que envolveu a construção de uma trilha eco-lógica, dois portais e dois mirantes, além da reconstituição da flora com o plantio de forrageiras, flores e algumas espécies de árvores nativas e exóticas. Para receber o público, principalmente crianças das escolas da região, a Frimesa oferece mo-nitores que, durante o trajeto, repassam informações do parque e orientações de conscientização ambiental.

É assim que a Frimesa escreve a sua história. Fundada no oeste do Paraná com o ideal de promover a agroindus-trialização do campo, a cooperativa produz com sustentabilidade e cresce a passos largos. Tanto que está entre as empresas que mais geram empregos na

região: são 3,5 mil colabora-dores diretos e outras 20 mil pessoas estão ligadas econo-micamente à cooperativa. Com permanente visão de futuro, nos últimos 10 anos, registra crescimento médio anual de 12% em receitas e 14% em volumes de vendas. A receita de sucesso já tem 34 anos e, se depender de funcionários e produtores, não tem hora para acabar.

Frimesa,compromisso com a conservação da natureza

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O clima é de festa. Um dos maio-res grupos agroindustriais do país, a Coopercentral Aurora

completa, em 15 de abril, 43 anos de crescente participação no mercado na-cional. Com um mix de 700 produtos, entre carnes de aves e suínos, lácteos e pizzas, consolidou-se como uma das maiores expressões do cooperativismo brasileiro. Com sede em Chapecó, nor-te de Santa Catarina, a Aurora reúne 13 cooperativas singulares que, no conjun-to, representam 60 mil produtores rurais.

Ao completar mais um ano de funcionamento, a Aurora inicia a ex-portação de carne suína para a China. E o projeto de expansão continua todo vapor. A ideia é aumentar internamente o processamento da matéria-prima gera-da pelos produtores rurais associados e, em outra vertente, as vendas ao exterior.

Essa visão, que prioriza o crescimen-to com sustentabilidade, é resultado do planejamento estratégico da cooperativa. Começou a ser implantado com a diversifi-cação da produção e o lançamento da linha de lácteos e pizzas, entre outras ações.

A gestão profissionalizada foi funda-mental no processo, mas a cooperativa central não teria alcançado a atual po-sição se não fosse a determinação e o arrojo de dirigentes cooperativistas, tendo à frente o pioneiro Aury Luiz Bodanese. Visionários, esses líderes

construíram uma estru-tura agroindustrial capaz de absorver, transformar e conquistar espaço em um mercado altamente competitivo.

Criada, em 1969, da reunião de oito coo-perativas agrícolas que perceberam a impor-tância da conjugação de esforços, em grau su-perior, para superar a condição de fornecedor de matéria-prima, a Au-rora tinha a missão de organizar a produção em nível regional e obter uma

oferta em escala. Assim, criou as bases para a industrialização da produção dos associados das cooperativas singulares filiadas.

A união em prol da coletividade deu certo. A cooperativa cresceu e formou um complexo agroindustrial, constituí-

do hoje por quatro unidades industriais de aves (duas próprias, duas arrendada), oito unidades industriais de suínos (seis próprias, duas arrendadas), uma indús-tria de lácteos, dez unidades de vendas, quatro fábricas de rações (duas próprias, duas arrendadas), três incubatórios (um próprio, dois arrendados), três unidades armazenadoras de grãos, três granjas matrizes de aves (duas próprias, uma arrendada), três granjas de melhoramen-to genético de suínos, 31 distribuidores, mais de 100 mil clientes e mais de 15 mil colaboradores.

InvestimentosA Aurora tem atuado também como

difusora do conhecimento científico, as-segurando o acesso do pequeno produtor aos avanços da pesquisa agropecuária. A proteção econômica, a atualização tec-nológica e a defesa política que central proporciona aos cooperados são faces da doutrina cooperativista. Graças a esse modelo de negócios, o campo incorpo-rou novas tecnologias, diversificou as atividades, aprimorou as técnicas liga-das à agricultura e a outras explorações pecuárias, adquiriu mais máquinas e equipamentos, automóveis e utilitários, móveis e eletrodomésticos.

Os avanços não param por aí. O co-operativismo não só ajudou a levar a eletrificação rural a todos os cantos, como também garantiu assistência técni-ca às propriedades rurais e proporcionou habitação e saneamento. Enfim, elevou a qualidade de vida da família rural.

A trajetória de sucesso da Coopercentral Aurora

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Um novo tipo de turismo, segmentado e repleto de par-ticularidades, tem atraído

visitantes de diferentes cidades ao inte-rior do Paraná. Chamados de “turismo cooperativo”, os pacotes são oferecidos pelos 63 cooperados que integram a Cooperativa Paranaense de Turismo (Cooptur), a primeira do ramo a se for-mar no estado.

Comandada pelo presidente Dick Carlos de Geus, a Cooptur reúne, há quase oito anos, profissionais das mais diversas atividades econômicas, como donos de hotéis e pousadas, museus, res-taurantes e de outras atrações turísticas, típicas da região. “Com a união de todos, temos mais condições de alcançar nosso objetivo comum, que é o crescimento dos negócios. Isso é cooperativismo: unir para conquistar”, destaca Geus.

O grande diferencial da cooperativa é unir lazer e aprendizado, por meio da intercooperação. O público-alvo da Cooptur é formado, basicamente, por membros ou colaboradores de outras cooperativas de localidades próximas e, mais recentemente, também de outros estados interessados em ter um contato mais intensivo com o cooperativismo.

Como o local está repleto de comu-nidades típicas europeias, a cooperativa desenvolve rotas especiais, de acordo com a demanda de cada cliente. “A ideia é fa-zer com que uma cooperativa de outra região visite a nossa e receba, por meio de palestras técnicas, conhecimento sobre o surgimento, as dificuldades e

perspectivas de uma cooperativa forma-da por imigrantes”, explica o presidente da Cooptur. Almoços e jantares, com danças e comidas típicas, complemen-tam a vivência.

Novos roteirosA ideia de fundar cooperativas para

esse nicho de mercado começou a ser discutida em 2001, depois da assinatura de um convênio entre a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e o Mi-nistério do Turismo. O documento tinha o objetivo de implantar o projeto Turis-mo Rural Cooperativo.

A proposta deu tão certo que, em 2004, foi constituída, na sede da coope-rativa Batavo, a primeira cooperativa de empreendedores de turismo do Brasil, que hoje opera em dez municípios - Pon-ta Grossa, Lapa, Colônia Witmarsum, Carambeí, Colônia Castrolanda, Tibagi,

Arapoti, Sengés, Prudentópolis e Colô-nia Entre Rios.

O empreendimento é motivo de orgu-lho para seus associados, especialmente por ser pioneiro na criação de uma es-trutura empresarial cooperativista com estatuto e regimento interno próprios, seguindo os preceitos do Código Mun-dial de Ética no Turismo, os princípios do cooperativismo e a Carta de Princí-pios do Turismo Cooperativo.

Os cooperados trabalham juntos em busca de um turismo sustentável e de qualidade. De olho nessa tendência, a Cooptur deve incrementar seu portfólio e lançar em 2012, Ano Internacional das Cooperativas, novos produtos, como rotas de lazer, ecoturismo e turismo de aventura. É dessa forma que a coope-rativa preserva o patrimônio cultural, natural e produtivo, mostrando à socie-dade os benefícios do setor.

Pioneira no Paraná, Cooptur investe no turismo cooperativo

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