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A IECLBA IECLBÉ A MINHA IGREJA
Joel Pavan
OS CAMINHOS DAIGREJA DA PALAVRA
Ao apresentar suas 95
teses, Martinho Lutero
certamente nem sonhava
com o impacto de suas ideias
na história do cristianismo.
A doutrina da justificação
pela fé, o acesso do povo às
Escrituras, as reformas no
culto e as críticas ao sistema
clerical corrompido dividi-
ram a igreja e o protestantis-
mo ganhou força à medida
em que recebeu apoio da
nobreza européia.
Apesar de encontrarmos
relatos das ideias luteranas
ecoarem em solo brasileiro
ainda no século XVI, é no
século XIX que a maciça
imigração alemã e suíça irá
configurar o surgimento da
igreja protestante no Brasil.
Em 1824, as cidades de Novo
Hamburgo/RS e Fraibur-
go/SC recebem colonos
alemães evangélicos e a
partir daí surgem as comu-
nidades luteranas. Durante
muito tempo os luteranos
vivem sua religiosidade de
forma clandestina, acuados
pelo catolicismo oficial do
império.
Não podendo construir
locais de culto com aspecto de
igreja, as comunidades cons-
truíram escolas, usando-as
também como capelas para os
cultos. A falta de pastores fez
com que as comunidades
escolhessem entre os seus
membros pessoas com melhor
formação para exercer o
magistério e o ministério
pastoral. Tinham neste
aspecto uma profunda vincu-
lação ao sacerdócio geral de
todos os crentes.
As comunidades luteranas
pioneiras não contavam com
uma homogeneidade doutri-
Através da história, a mão de Deus tem conduzido o seu povo. A IECLB tem provado a providência divina e celebra seu amor e sua justiça em comunhão fraternal
A história da vida de Martinho Lutero se insere dentro do
contexto de busca pelas origens evangélicas.
2 A IECLB E A MINHA HISTÓRIA
Igreja evangélica luterana em Erechim, início do século XX
nária e teológica. Pelo contrá-
rio, coexistiam evangélicos de
tradição luterana, unida e
reformada. Tal pluralidade se
consolidará como uma carac-
terística da igreja e também
trará alguns desafios, na
medida em que se estruturam
as comunidades e a organiza-
ção se verticaliza na busca de
uma unidade denominacional.
A partir da segunda metade
do século XIX observa-se a
chegada de pastores da
Alemanha. Eles são enviados
pela Igreja Evangélica da
Prússia, pela Sociedade
Missionária de Basiléia (Suíça)
e pela Sociedade Evangélica
para os Alemães Protestantes
na América, de Barmen
(Alemanha). Até o início do
século XX, já existem diversas
comunidades espalhadas nos
Estados do Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná, São
Paulo, Rio de Janeiro, Minas
Gerais e Espírito Santo.
Constata- se a necessidade de
uma maior articulação entre
Durante vários anos, houve
debates e estudos sobre uma
estrutura mais funcional da
IECLB. Considerava-se dema-
siado grande a distância entre
as comunidades e a Direção,
motivo pelo qual acabou
prevalecendo a proposta de
substituir os níveis de Distrito
e Região por novas unidades:
os 18 Sínodos. A nova Consti-
tuição e o Regimento Interno
foram adotados a partir de
as comunidades, que passam a
organizar-se em núcleos
regionais denominados
Sínodos, que tinham autono-
mia jurídico-administrativa e
funcionavam como uma igreja
mais ou menos independente.
A primeira organização
sinodal tem vida curta, talvez
pela disputa entre os pastores-
-colonos formados na prática e
os recém chegados com sua
bagagem acadêmica. Porém,
em 20 de maio de 1886, em
São Leopoldo/RS, sob a presi-
dência do Pastor Dr. Wilhelm
Rotermund, foi fundado o
Sínodo Rio-Grandense. Nos
próximos anos, mais três
sínodos seriam fundados e
serviriam como base à Federe-
ção Sinodal, constituída em
1949. Já em 1950 acontece a
filiação da federação ao
Conselho Mundial de Igrejas e,
em 1952, à Federação Lutera-
na Mundial.
Em 1962 no IV Concílio
Eclesiástico a expressão
Federação Sinodal é suprimi-
da, permanecendo apenas
Igreja Evangélica de Confissão
Luterana no Brasil.
1998. Com a proposta da
reestruturação também foi
adotado novo sistema de
contribuição: comunida-
des/paróquias contribuem
com 10% de suas receitas para
a manutenção dos Sínodos e
da administração central da
IECLB. É significativo que a
IECLB, com essa reestrutura-
ção, voltou a ter Sínodos,
termo cuja origem no grego
implica o caminhar em
conjunto, o estar juntos no
caminho do discipulado.
Enquanto a Igreja caminha e
vai se desincumbindo de sua
tarefa, confiamos que o
Espírito Santo nos “guiará a
toda a verdade” (Jo 16.13).
ATUAL ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL DA IECLB
3A IECLB E A MINHA HISTÓRIA
Em que crê anossa igreja?
perdão e da salvação pode ser
recebida somente pela fé, não
por obras e sacrifícios que nos
tornassem merecedores diante
de Deus. Contudo, a fé que
recebe a graça produz frutos
de gratidão e torna a pessoa
crente livre e atuante em
obras de amor.
É claro que os credos ecumê-
nicos e as confissões luteranas
(com especial referência à
Confissão de Augsburgo, 1530,
e ao Catecismo Menor de
Lutero, 1529) não estão em pé
de igualdade com a Palavra de
Deus, mas são palavras
humanas em resposta à
Palavra de Deus, devendo
sempre ser testadas à luz das
Escrituras. Hoje, experimen-
tamos transformações cada
vez mais rápidas e assaltos à fé
bíblica que podem nos deixar
desorientados, balançados por
todo vento de doutrina (Ef
4.14). É difícil ficar imune às
influências do pluralismo
religioso, do subjetivismo, da
busca de emoções e fenôme-
nos, do querer sentir e “ver
para crer”. Mas, com o distan-
ciamento do que eventual-
mente se considera dogmatis-
mo ultrapassado, crescem as
incertezas e a solidão das
pessoas. Por isso é salutar
lembrar as verdades objetiva-
mente afirmadas e confessa-
das, experimentadas e vividas
como essenciais por pessoas
que nos precederam na fé.
Não se trata de verdades
abstratas. São bom depósito (1
Tm 6.20; 2 Tm 1.14), tradições
(1 Co 11.2; 2 Ts 2.15) e padrões
éticos comprovados ao longo
da caminhada com o Deus que
habitou entre nós por Jesus
Cristo e continua presente
pela Palavra, mediante a ação
do Espírito Santo.
Pertencemos à família luterana, que confessa e manifesta a sua fé baseada nas Sagradas Escrituras, pelos credos da Igreja Antiga e pela Confissão de Augsburgo
4 A IECLB E A MINHA HISTÓRIA
A Igreja Evangélica de Confis-
são Luterana no Brasil
(IECLB), uma das Igrejas-her-
deiras da Reforma, é Igreja da
Palavra, isto é, tem como um
de seus pilares confessionais
que somente as Escrituras são
a norma determinante do que
a Igreja proclama e ensina.
Como o povo de Deus está
num “caminho que se faz
caminhando”, de tempos em
tempos é necessário clarear o
que diz a Bíblia e reafirmar no
novo contexto o que cremos e
confessamos. Segundo Lutero,
Cristo é a mensagem central
da Bíblia, e a justificação do
pecador se realiza somente
pela graça de Deus oferecida
por Cristo. E essa graça do
As Escrituras como norma da fé evangélica
Somente Cristo, somentea fé, somente a graça
Confissões de fé
UNIDADE NADIVERSIDADETanto mais importante é que nos reunamos renovadamente sob o
Evangelho de Cristo, conforme as bases confessionais da IECLB,
comprometendo-nos com uma prática que expresse nossa unidade
6 A IECLB E A MINHA HISTÓRIA
A pluralidade teológica,
dentro de uma concepção
de fé reformada, marca a
história da IECLB desde
suas origens. Os Sínodos
abrangiam comunidades do
Espírito Santo ao Rio
Grande do Sul, tendo cada
um suas características
confessionais próprias. A
consolidação da organiza-
ção e a identidade confes-
sional avançaram de mãos
dadas ao longo de muitos
anos. Como decorrência
desse processo, a vertente
luterana tornou-se a
expressão oficial de confes-
sionalidade na IECLB, sem,
no entanto, excluir as
demais tradições teológicas
existentes no seu universo,
mas, sim, acolhendo-as e
moldando-as nessa confes-
sionalidade, com peculiari-
dades contextuais. Prevale-
ceu nesse diálogo a lógica
evangélica da inclusão. Esse
Luteranismo, de cunho
decididamente ecumênico,
tem características próprias
da IECLB.
Esta igreja, por sua
história e por seus compro-
missos atuais, acolhe, em
seu meio, várias correntes
com perspectivas teológicas,
práticas e espiritualidades
diversificadas, em alguns
casos organizadas em
movimentos ou pastorais
específicas no interior da
Igreja, com relativa autono-
mia de organização. Todas
constituem expressões
legítimas da vitalidade da
Igreja, sempre e quando
ancoradas nas Escrituras,
identificadas com a confes-
sionalidade da Igreja e
propondo-se a observar
seus documentos normati-
vos. A confessionalidade
luterana da IECLB é, assim,
não apenas herança teológi-
ca e espiritual da Reforma,
mas também construção de
identidade desta Igreja
dentro de um contexto
específico. Tem, portanto,
uma fisionomia própria,
peculiar, oriunda de nossa
própria história e nosso
contexto. Com essa fisiono-
mia peculiar, a IECLB
insere-se na comunhão
luterana mundial e sabe-se
vinculada, em fé, a todas as
igrejas que confessam Jesus
Cristo como Senhor e
Salvador.
O trato das questões que
afetam a unidade da Igreja,
requer ambas: integridade
evangélica e sensibilidade
pastoral. Nas situações
controvertidas, torna-se
necessário alcançar um
consenso que não seja
simples decisão de maioria
nem decreto da Direção da
Igreja, mas fruto de um
processo teológico e espiri-
tual que, com paciência e
respeito às consciências,
interpretando os “sinais dos
tempos” e, simultaneamen-
te, com plena disposição
para alcançar definições
doutrinárias inequívocas,
ouve a Escritura, interpreta
a tradição confessional e
dialoga com irmãs e irmãos.
A Missão Evangélica União Cristã (MEUC) se apresenta como uma entidade missio-nária evangélica que se reco-nhece na tradição da reforma e do pietismo, inserida no contexto da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), com atividades realizadas em diversas cida-des brasileiras. A partir de uma carta, enviada por Johanna Michel em 1926, solicitando o envio de missio-nários ao Brasil, a MEUC inicia um trabalho de apoio e suporte pastoral às comuni-dades luteranas. O trabalho da MEUC é desenvolvido por meio de diversas comunidades cristãs, departamentos com foco específico, através de trabalhos sócio-missionários, e o ensino e formação teológica.
Missão Evangélica
União Cristã
MISSÃO - Ser uma entidade missionária marcada pelo amor de Deus e voltada para a vivência e a propagação do evangelho de Jesus Cristo ao ser humano, por meio da pregação, do acompanha-mento pastoral e teológico, e do resgate diacônico da
pessoa em sua integralidade e seu ambiente de vida.
VISÃO - Ser um movimento auto-sustentado de avanço missionário, acompanha-mento pastoral e diacônico e de formação de comunidades e de lideranças da igreja cristã.
VALORES - Vivência da fé no Deus triúno; Amor a Deus, ao próximo como a si mesmo, bem como à criação; Aceitação de toda a Bíblia como Palavra de Deus; Iniciativa de avanço missio-nário pioneiro e consistente. Orientação teológica na Reforma Luterana e no Pietismo; Ética cristã; Busca de formação continuada; Promoção do sacerdócio geral de todos os crentes; Abertura para o diálogo ecu-mênico cristão; Trabalho em equipe.
Sede da MEUC em Blumenau/SC - 1937
Trabalho com crianças no Congresso da JUMEUC em 2016
8 A IECLB E A MINHA HISTÓRIA
A partir do ano de 1965 chega-
ram missionários norte-ameri-
canos que falavam de um Deus
que está perto, próximo de nós.
A proposta de evangelizar,
discipular e capacitar fez com
que o trabalho transcendesse
os limites da membresia tradi-
cional e formal da comunidade
luterana e, assim, também da
germanidade. O despertamen-
to nas comunidades passou a
agregar leigos, pastores e estu-
dantes de teologia também de
outras origens a este movi-
mento que se reunia informal
e espontaneamente.
Logo se viu a importância de
juntar as pessoas das mais
diversas localidades e comuni-
dades para celebrarem os
feitos de Deus em suas vidas e
juntos buscar por novas estra-
as a fim de que isto se espalhas-
se com maior força por todos
os rincões do nosso país. Gran-
des encontros reuniam estas
pessoas e nascia assim o Movi-
mento Encontrão, informal,
horizontal, transparente,
estando a serviço da ação de
Deus na prática da evangeliza-
ção, na vivência do discipulado
e no objetivo da edificação da
Igreja.
Os Encontrões foram multipli-
cando-se e em 1985 aconteceu
o primeiro Encontrão Nacio-
nal, que passou a se repetir a
cada quatro anos.
No final da década 1980, insa-
tisfeitos com os rumos da edu-
cação teológica convencional
na IECLB, resolveu-se investir
em um centro de formação.
Assim, no início dos anos 90
foi fundado o CPM (Centro de
Pastoral e Missão) em Curitiba-
-PR que hoje é Centro de
Pastoreio e Missão, nome da
casa do Movimento Encontrão.
Ela abriga a FATEV (Faculdade
de Teologia Evangélica em
Curitiba), a secretaria da
Missão Zero e os Ministérios. O
CPM é um braço de um movi-
mento que acontece em cada
comunidade envolvida e atra-
vés de cada pessoa que se iden-
tifica com esse chamado.
O Encontrão se apresenta
como um movimento de reno-
vação e despertamento espiri-
tual que afirma e se firma na
Palavra de Deus. Com raízes
na Igreja Evangélica de Confis-
são Luterana no Brasil (IECLB)
e vinculação inquestionável,
tem a vontade de renovação
canalizada pela evangelização,
discipulado e capacitação.
Na década de 1960-70 o Brasil
recebeu inúmeros impulsos de
avivamento e graças a Deus o
vento do Espírito Santo
também soprou sobre a IECLB.
Entre as diversas formas do
agir de Deus, alguns evangelis-
tas foram os instrumentos
para um trabalho de evangeli-
zação que mais tarde resultou
no Movimento Encontrão.
Movimento
Encontrão
Encontrão em Ituporanga/SC, 2014
9A IECLB E A MINHA HISTÓRIA
Pastoral Popular Luterana, se
apresenta como uma associa-
ção civil, sem fins lucrativos,
de cunho religioso, autônoma
em relação ao Estado e aos Par-
tidos Políticos, comprometida
com o movimento social e co-
munitário, de caráter assisten-
cial, educacional e de assesso-
ria, composta por pessoas liga-
das organicamente à Igreja
Evangélica de Confissão Lute-
rana no Brasil – IECLB
Com fundamentos na teologia
luterana assim como na teolo-
gia da libertação, a PPL visa
contribuir com suas ações para
a transformação social, por
meio de uma leitura crítica das
realidades que se apresentam e
da própria fé cristã. Esta tarefa
é realizada promovendo a reu-
nião e organização de pessoas
e grupos de comunidades cris-
tãs engajadas em instituições
da sociedade civil, visando pre-
pará-las para ações transfor-
madoras na sociedade, desde
uma perspectiva eclesial, bíbli-
co-teológica e sociocultural.
A PPL também visa realizar
encontros nacionais, regionais
e locais, em forma de seminá-
rios, cursos, congressos, reti-
ros, fóruns, debates e confe-
rências, visando o aprimora-
mento pessoal e comunitário
do público alvo da PPL, a inter-
ligação de atividades, a análise
da realidade e o aprofunda-
mento bíblico-teológico.
Uma pastoral é essencialmente
testemunho e ação. Tem suas
raízes na mensagem bíblica.
Esse testemunho e ação moti-
vada pela mensagem bíblica
ganha enorme relevância na
atualidade por seu conteúdo e
propostas de mudança da rea-
lidade. A ação pastoral é um
agir evangélico no meio popu-
lar. A pastoral popular tem sua
origem na luta de libertação na
América Latina, onde o povo
reconhece a atuação de Deus
na história pela prática da jus-
tiça. Esta sua origem também
define o seu público e tarefa es-
pecífica que o cuidado para
com aqueles/as que se encon-
tram em situação de fragilida-
Pastoral Popular
Luterana
de devido a desigualdade social
e de todas as demais consequ-
ências de tal desigualdade. A
pastoral popular eficiente é
aquela que,conforme Jesus
fez, consegue ler e interpretar
a sociedade do seu tempo, a fim
de detectar os problemas que
fazem com que o povo sofra. E,
a partir de então, sejam de-
nunciados, tendo em seu hori-
zonte a mudança, a realização
da justiça. É por meio desta voz
profética, que não somente de-
nuncia, mas também anuncia,
e que evidentemente não se
restringe ao grupo de pessoas
ligadas à PPL, que as pessoas
podem perceber que o Reino
de Deus já se manifesta aqui
neste mundo, na prática da
justiça, na vivência do amor e
da solidariedade.
Celebração em encontro da PPL - http://pastoral.org.br/
10 A IECLB E A MINHA HISTÓRIA
gélicas luteranas não abrem
mão da dimensão comunitária
da fé. Na comunidadeas pesso-
as experimentam comunhão,
perdão e solidariedade. Elas são
membros participantes da mul-
tiforme graça de Deus ( e não
meros clientes consumidores
de bens religiosos). A comuni-
dade torna-se um espaço privi-
legiado e fundamental para a
alimentação da fé e também
para o fortalecimento do teste-
munho evangélico.
A disciplina fraterna torna-se
um meio pelo qual se procura ir
e vir ao encontro da necessida-
de de chamar atenção para
falhas e erros. Por meio de
Deus acolhe todas as pessoas
por sua graça e pelo seu amor.
Pelo batismo elas são incorpo-
radas no corpo de Cristo e
fazem parte da comunhão dos
santos. A Palavra de Deus
transformadora promove
comunhão e os seus filhos e
suas filhas estabelecem novas
relações. Pelo Batismo as pesso-
as ingressam na dinâmica da
graça e da fé em Jesus Cristo. A
comunidade torna-se o espaço
de comunhão das pessoas agra-
ciadas. Elas criam comunida-
des de partilha e solidariedade.
Em meio a uma sociedade
atomizada, individualista e
concorrencial as pessoas evan-
Na comunidade é onde a igreja se torna testemunha viva do Evangelho que transforma e liberta.
VIDA EM COMUNIDADE
diálogos e admoestações exer-
cita-se a correção mútua com o
fim de evitar que o mal se alas-
tre no corpo eclesial e cause
danos à causa de Deus.
As pessoas, seguidoras de
Jesus, são chamadas luz do
mundo (Mateus 5.14). São
animadas a sinalizar a vontade
de Deus e os valores do seu
reino na sociedade e no
mundo. São desafiadas a ilumi-
nar com a luz que vem de
Cristo também as suas institui-
ções e organizações, a viven-
ciar junto com outras denomi-
nações cristãs o amor de Deus e
testemunhar a sua vontade em
seu contexto de vida.
Grupo de senhoras no Dia Mundial de Oração na Linha Jacuí/RS
11A IECLB E A MINHA HISTÓRIA
DISCIPULADO No discipulado a igreja se afirma em sabedoria e comunhão cristãs
É por meio da fé que todos vocês são filhos de
Deus, em união com Jesus Cristo. Pois foram batizados em união com
Cristo, e assim se vesti-ram com a pessoa do próprio Cristo. Desse
modo não há diferença entre judeus e não
judeus, escravos e livres, homens e mulheres:
todos vocês são um só, em união com Jesus
Cristo.” (Gálatas 3.28)
Ao sermos batizados
somos integrados na
comunidade cristã. Na
comunidade aprendemos a
guardar todas as coisas
que interessam para a vida
de fé. Na comunidade
recebemos forças, ânimo e
somos amparados e
encorajados nessa difícil
travessia que é o batismo.
,,
BATISMO
PEQUENOS GRUPOS Evangelização, edificação e cuidado para uma igreja em transformação
CULTO Momento da comunidade celebrar e adorar ao Senhor em unidade
Grupo de discipulado na comunidade da IECLB em José de Freitas/PI
Reunião de célula masculina na comunidade da IECLB em Canoas/RS
Culto de Natal na comunidade da IECLB em Ijuí/RS
Porquê IECLB?Dado o número de opções que o “mercado” evangélico oferece, porque desejo atuar como ministro ordenado nesta igreja?
12 A IECLB E A MINHA HISTÓRIA
Em primeiro lugar, nesta igreja
eu conheci o Evangelho da
graça e experimentei a comu-
nhão fraterna dos irmãos em
Cristo, ainda na minha adoles-
cência. Foi através do trabalho
de um pastor da IECLB chama-
do Valdemar Botke, ligado ao
Movimento Encontrão, que
tive contato com a Palavra.
Tenho, portanto, uma dívida de
gratidão e honra para com
todos aqueles que, nesta igreja,
a despeito das dificuldades que
encontram, são testemunhas de
um Evangelho vivo, verdadeiro
e transformador.
É verdade que a IECLB necessi-
ta repensar, em alguns aspectos,
sua forma de ser igreja no
contexto da pós-modernidade,
das novas linguagens e simbo-
lismos que acompanham toda
essa transformação cultural
que se impõe velozmene sobre
as novas gerações. Talvez seja
necessário reconhecer que
alguns anacronismos litúrgicos
e teológicos têm afastado o povo
dos cultos e precisam ser reade-
quados, com zelo fraternal e
respeito aos que defendem a
sua permanência. Ao mesmo
tempo, a igreja precisa reafir-
mar o caráter luterano de sua
tradição eclesiológica, especial-
mente no que diz respeito ao
seu conteúdo. Há muitos púlpi-
tos onde o Evangelho tem sido
pregado de maneira irrelevante
ou irresponsável e os sacra-
mentos têm se convertido em
hábito inconsequente! Não por
acaso existem tantas comunida-
des agonizantes, incapazes de
se renovar, de manter sua
membresia ativa e participativa
na vida da igreja.
Reconheço, portanto, os diver-
sos desafios que se apresentam
ao ministério na IECLB, mas
também percebo as oportunida-
des e as virtudes que existem
nas comunidades que conheço.
Começando pelo trato austero e
reponsável com as questões
relacionadas ao dinheiro e ao
patrimônio, até a organização
democrática e o equlíbrio de
poder entre pastor, presbitério
e sínodo. Nesse sentido, prefiro
que minha comunidade seja
conhecida pela festa do porco
no rolete do que pela BMW do
pastor.
Outros motivos que elevam
minha perspectiva em relação à
IECLB são as comunidades
onde vemos os frutos do Evan-
gelho despontarem. Tais comu-
nidades mostram que é possível
ser uma igreja viva e relevante
justamente apostando nas
características evangélicas do
luteranismo. Creio que pode-
mos aprender muito das experi-
ências positivas dos movimen-
tos de nossa igreja, como
Encontrão, MEUC e PPL, muito
embora eu não assuma nenhum
rótulo unilateralmente.
Talvez pela minha própria
trajetória de vida , que transitou
no evangelicalismo do ME, na
teologia da libertação da Pasto-
ral da Juventude e no pietismo
da FLT e da MEUC, eu me sinta
confortável para elaborar
minha própria cosmovisão a
respeito da pluralidade de posi-
ções que convivem na IECLB,
nem sempre de maneira frater-
nal. O fato é que, na prática,
cada movimento teria muito a
contribuir e também a aprender
com os outros. Mas, sobretudo,
penso que é preciso cultivar o
respeito para com quem pensa
diferente, dentro daquilo que
pertence ao Evangelho, sem,
contudo, deixar e apontar erros
e desvios da sã doutrina,
conforme a própria Bíblia
exorta.
PROGRAMA DE TRABALHO
13A IECLB E A MINHA HISTÓRIA
Finalmente, entendo a comuni-
dade como a razão de ser da
IECLB. E cada comunidade
possui sua própria característi-
ca, seus desafios e perspectivas.
Não há igreja missionária sem
comunidade com visão missio-
nária. Da mesma forma, não há
igreja evangélica com comuni-
dades sem Evangelho. Todo o
meu empenho como estudante
de teologia está relacionado em
responder aos anseios e expec-
tativas da comunidade, bem
como em apresentar novos
caminhos e resgatar aqueles
que foram esquecidos ou
desprezados ao longo do tempo.
Rogo a Deus que me dê uma
comunidade disposta a arrega-
çar as mangas e trabalhar duro,
em qualquer lugar do Brasil.
Tenho certeza que o Senhor
tem abençoado diversos minis-
térios na IECLB, que se coloca-
ram debaixo da autoridade do
Evangelho. Quanto a mim,
quero servir com fidelidade ao
chamado do Senhor, na certeza
de que Ele é quem faz a obra,
através da ação do Espírito
Santo. Existe um universo de
pessoas que precisam ouvir a
Palavra de Deus. Muitas delas,
pardoxalmente, são frequenta-
doras das igrejas evangélicas.
Assim como eu fui alcançado
pelo trabalho de um homem
temente a Deus, desejo que
outras pessoas possam ser
alcançadas pelo meu ministé-
rio. A revitalização da IECLB
acontecerá somente na medida
em que suas comunidades
sejam transformadas pela
participação de pessoas com-
prometidas com o Evangelho.
CULTO DOMINGO
DE MANHÃ
CULTO DOMINGO
À NOITE
MINISTÉRIOINFANTIL
ADOLESCENTES
LITURGIATRADICIONAL
LITURGIACONTEMPORÂNEA
JOVENS
CONTATOPOSTERIOR
PRESBITÉRIO
OASE
GRUPOCASAIS
ESTUDOBÍBLICO
CÍRCULOORAÇÃO
DISCIPULADO
CURSOSDA FÉ
LÍDERES
CURSO
PEQUENOSGRUPOS
RECEPÇÃO LOUVOR
Retiro juventude - 1998 - Pr. Werner Fuchs - Ijuí/RS
Ato contra a corrupção - 2003 - Porto Alegre/RS
Reencontro JEMAB - 2011 - Ijuí/RS
Encontrão de Famílias - Cruz Alta - 2014Turma de discipulado - 1996 - Ijuí/RS Retiro de jovens - 1996 - Ijuí/RS
Excursão a Dourados/MS - 1996
Grupo de Teatro - 1999 - Assis Brasil - Ijuí/RS
Passa dia no sítio - Ijuí/RS - 2014
Retiro - 1997 - Assis Brasil - Ijuí/RS
Galera do grupo de jovens - 1994 - Ijuí/RS
Dormindo na volta do Congresso - 1995 Retiro em 1994
Retiro juventude - 1998 - Pr. Werner Fuchs - Ijuí/RS
Ato contra a corrupção - 2003 - Porto Alegre/RS Grupo de jovens da comunidade Assis Brasil - 2015 - Ijuí/RS
Reencontro JEMAB - 2011 - Ijuí/RS
Encontrão de Famílias - Cruz Alta - 2014 Pastoral da Juventude - 1998 - Santa Maria/RS
Com Plínio de Arruda Sampaio - CEB´S - 1999 - Santa Maria/RS
EJPM 2015 - Cruz Alta/RS
Retiro de jovens - 1996 - Ijuí/RS
Excursão a Dourados/MS - 1996
Grupo de Teatro - 1999 - Assis Brasil - Ijuí/RS
Passa dia no sítio - Ijuí/RS - 2014
REFERÊNCIAS
IECLB. A Caminho com Lutero. Disponível em <http://goo.gl/rp4SzC>Acesso em: 05 mai. 2016.
IECLB. A Caminho em terras brasileiras. Disponível em <http://goo.gl/vVz7zU>Acesso em: 05 mai. 2016.
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FACULDADE LUTERANA DE TEOLOGIAHISTÓRIA DO PROTESTANTISMO BRASILEIRO
I Semestre - 2016