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A Legisla NEWS tem publicação bimestral eletrônica e impressa e destina-se à difusão do conhecimento e ao debate de matérias relacionadas à administração pública e ao processo legislativo municipal. Uma Revista inédita e inovadora voltada às Casas Legislativas.
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LegislaO Poder Legislativo em Pautawww.legislaweb.com.br/rn
Artigos TécnicosJurisprudência comentadaPerguntas e respostasVerbetesCalendário de Treinamentos
Obrigações Municipais
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Publicações
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS DE AVALIAÇÃO DE METAS FISCAISA baixa adesão da população a esse processo não retira asua eficácia como instrumento garantidor da transparênciana gestão fiscal.
VEJA TAMBÉM:
Darcí Reali
Sumário
Graziela Bellé Lange
O Poder Legislativo em PautaLegislaNEWS
Revista Legisla NEWS - O Poder Legislativo em PautaEdição 02 - Ano 01 - Agosto e Setembro de 2013
Periodicidade: Bimestral
Tiragem: 1000 exemplares
Fechamento desta edição: 29 de julho de 2013
Editora: DPM PN Publicações - Prefixo Editorial: 65481
Avenida Pernambuco nº 1001, Bairro NavegantesPorto Alegre/RS - CEP: 90.240-004
Designer Responsável: Luciano Mariante (Massa Criativa)
Capa: foto Gustavo Lima. Fonte: Secretaria de ComunicaçãoSocial da Câmara dos Deputados.
ISSN: 1238148712
EXPEDIENTE
ESPAÇO DO LEITOR
ERRATA
EDITORIAL
Mensagem ao leitor 02
03Soberba no Supremo Tribunal Federal e casuísmos nas Câmaras de Vereadores
04Breves comentários à jurisprudência
Lourenço de Wallau
05As audiências públicas de avaliação das Metas Fiscais como instrumentos garantidores da transparência na gestão �iscal
Rafael Edison Rodrigues09Páginas Azuis – Perguntas e Respostas
Ana Maria Janovik08Verbetes
Cíntia Malta Kovaski11Gestão ambiental e o papel do Poder Legislativo
Bartolomê Borba12Roteiro de análise do veto
Júlio César Fucilini Pause13Estudo de caso
Antônio Augusto Mayer dos Santos
15Aposentadoria por invalidez e exercício da vereança
16Enunciados Técnicos DPM
17Calendário de Treinamentos de Capacitação Técnica
Marta Marques Avila
07A forma federal de Estado na Constituição de 1988: a expressa menção da autonomia municipal
A Revista Legisla NEWS é uma publicação bimestral da DPM PN Publicações, com circulação no Estado do Rio Grande do Sul, dirigida a gestores públicos municipais, em especial vereadores e servidores que atuam junto às Câmaras Municipais.
Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem a citação da fonte, sujeitando os infratores às penali-dades legais. As matérias/artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da Revista Legisla NEWS.
Sugestões, Releases, Artigos e Críticas podem ser enviados ao endereço eletrônico: [email protected], sempre acompanhados do nome e endereço do autor.
Na edição nº 1 da Revista Legisla NEWS, constou na nota de rodapé nº 1 do artigo “Fundo Especial de natureza contábil criado pelo Poder Legislativo Municipal”, referência à Informação Técnica nº 29/2012, quando deveria ter sido referida a Informação Técnica nº 39/2012.
MENSAGEMAO LEITOR
É com imensa satisfação que lançamos a segunda edição da Revista Legisla NEWS - O Poder Legislativo em Pauta, dando continuidade ao trabalho iniciado em junho deste ano. A DPM e a equipe do Portal Legisla WEB comemora o êxito de sua primeira edição e convida-o a prestigiar o segundo exemplar deste periódico, preparado pelos quali�icados pro�issionais que integram seu quadro técnico.
A Legisla NEWS tem publicação bimestral eletrônica e impressa e destina-se à difusão do conhecimento e ao debate de matérias relacionadas à administração pública e ao processo legislativo municipal. Uma Revista inédita e inovadora voltada às Casas Legislativas.
Entre os destaques desta segunda edição, �iguram os artigos “Gestão Ambiental e o papel do Poder Legislativo”, “As audiências públicas de avaliação das Metas Fiscais como instrumentos garantidores da transparência na gestão �iscal”, “Soberba no Supremo Tribunal Federal e casuísmos nas Câmaras de Vereadores”, “A forma federal de Estado na Constituição de 1988: a expressa menção da autonomia municipal” e “Aposentadoria por invalidez e exercício da vereança”, além de importantes informações, calendários e guia de perguntas e respostas.
Delegações de Prefeituras Municipais
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Caro leitor,
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SOBERBA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E CASUÍSMOS NAS CÂMARAS DE VEREADORES
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1. LIMA, Ruy Cirne. Princípios de Direito Administrativo. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1939, p. 26-27. O autor resgata o período de sombras que predominou do Brasil Colonial até décadas da Proclamação da República, trazendo pérolas das Ordenações Filipinas, que ditaram o Direito daqueles tempos.2. Cavalcanti, Themistocles Brandão. Instituições de direito administrativo brasileiro. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1936. p. 153
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Advogado e mestre em Direito; Diretor do IEM – Instituto de Estudos Municipais; Docente na Universidade de Caxias do Sul nos cursos de Direito e Gestão Pública e em diversos cursos em nível de pós-graduação, dentre os quais especialização em Direito
Ambiental e especialização em Direito do Estado; Autor de diversas obras e artigos direcionados à Administração Pública
Houve um tempo em que os monarcas eram lei: “Daquele supremo senhorio majestático dimanam, porém, igualmente, a competência legislativa do monarca – que ‘he lei animada sobre a terra’ - e a jurisdição que nele tem a sua fonte [...]”. Mais: ditavam leis, aplicavam como bem entendiam e julgavam os con�litos advindos: “Fazem lei, portanto, as sentenças judiciárias que o soberano subscreve, e fôrça de lei obtêm os contratos que celebra, a ponto de entender-se abrogada a lei a que eles intencionalmente contravenham.” (mantida a redação original).
Mas houve um tempo bem mais recente, de pouco mais de um mês, em que um “supremo senhorio magestático” vestiu-se com os mantos de sangue azul e tentou repetir a façanha de ditar sobre o nascedouro de um processo legislativo, com a pena do Poder Judiciário. Ao apreciar o Mandado de Segurança 32.033, impetrado pelo Senador Rodrigo Rollemberg (PSDB-DF), o Ministro Gilmar Mendes deferiu liminar com ordem de suspensão da tramitação do Projeto de Lei PLC 14/2012 (aprovado na Câmara sob a denominação PL 4470-2012), aprovado pela Câmara Federal e tramitando no Senado, que tratava de restrições para a criação de novos partidos. Dito Ministro defendeu a medida por considerar que um parlamentar tem o direito de “[...] não se submeter a processo legislativo inconstitucional”, que estaria sendo violado, dentre outras razões, pela “[...] aparente tentativa casuística de alterar as regras para criação de partidos na corrente legislatura, em prejuízo de minorias políticas e, por conseguinte, da própria democracia;”.
A medida liminar não fulminou apenas a tramitação do referido PDL, como violou todos os fundamentos jurídicos sobre o princípio da separação dos Poderes. Seria o mesmo que um juiz da comarca local proibir o processo legislativo de determinado projeto de lei ou de emenda à lei orgânica, por discordar previamente do mérito.
Posteriormente, em 20 de junho pp., o mesmo Supremo Tribunal Federal cassou a liminar e negou seguimento ao referido mandado. Na esteira da Ministra Cármen Lúcia, o Presidente da Corte, Ministro Joaquim Barbosa, fez síntese do tratamento histórico dado a esse tipo de embate: “Situações concretas de tensão entre os Poderes são corriqueiras em todas as democracias, mas não há registro histórico de Corte Constitucional que tenha impedido um Parlamento de deliberar a respeito de matéria de sua estrita competência”, expressou.
É clássico, sempre que presente tais discussões, a avocação ao princípio da separação dos Poderes da República. A soberba, no entanto, sepultou todo o referencial teórico e as vivências do Ministro Gilmar Mendes na operação do Direito. Ao vestir-se de paladino da democracia, esqueceu este mais do que elementar princípio que norteia a co-existência dos Poderes Republicanos.
Já assinalava Cavalcanti, sobre o dogma político do princípio da separação dos poderes: “A confusão e a intromissão de um na esfera do outro, ainda constitue preoccupação dos doutrinadores, que procuram construir um regimen de contrôle que mantenha o perfeito funccionamento dos diversos órgãos de Governo.” (gra�ia original mantida).
O Ministro Gilmar Mendes denunciou o casuísmo da lei atacada através do MS. Que seja, mas não sujeita a controle prévio de constitucionalidade pelo Poder Judiciário, sob pena de subtrair-se a função primordial do Poder Legislativo, que é a de inovar no mundo jurídico e de estabelecer os �ins sociais do Estado.
Quando casuísticas as leis, mas já como leis, ressalta-se, aí sim impõe-se o agir do Poder Judiciário, nunca antes, até mesmo porque, no curso do processo legislativo, pode ser rejeitada a proposta em votação; declarada inconstitucional pelos próprios pares, através de suas comissões; ser vetada sem queda posterior de veto; ser retirada de pauta ou até mesmo substituída por outro projeto de lei.
Esqueceu, ainda, o eminente Ministro do STF de outro dos princípios basilares que informam o agir do Poder Legislativo, que é o da universalidade da atividade legislativa. Em outras palavras, pode-se dizer que a capacidade de editar normas não encontra limites, bastando a capacidade política para tanto. “A vida do Estado é uma constante elaboração do direito,
logo uma contínua legislatura, integrada por atos legislativos parciais, que todos os órgãos capazes de legislar, em toda a jurisdição de Estado, estão produzindo.”
Mas o princípio da universalidade da atividade legislativa não pode ser usado como manto para casuísmos, que não faltam ao Poder Legislativo e, de modo corriqueiro, às Câmaras Municipais de Vereadores. Temas de interesse social são sub-repticiamente manipulados com objetivos meramente eleitoreiros, fazendo do destinatário um abjeto. É o caso das iniciativas que, sabem de antemão os nobres edis, são inconstitucionais por vício de iniciativa ou material, mas são levadas à votação.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, apenas para citar um, coleciona in�indáveis decisões neste sentido. São leis de iniciativa do Legislativo que autorizam o Prefeito Municipal a conceder aumentos a determinadas categorias funcionais do Poder Executivo; emendas parlamentares que garantem privilégios no serviço público; que reduzem carga horária funcional de outro Poder; que de�inem requisitos de acesso a cargos públicos do Executivo; que concedem gratuidade de serviços públicos apenas a determinadas categorias de cidadãos; que desobrigam cidadãos do cumprimento da legislação urbanística municipal e tantos outros casuísmos bem ou mal intencionados.
Pior: que um ou dois vereadores tenham a iniciativa de �lagrante inconstitucionalidade se entende, pelo pressuposto da ignorância em matéria constitucional. Mas que toda a Casa consinta pela aprovação e até mesmo opte pela derrubada de veto do Poder Executivo, quando existente, não parece razoável.
“[...] O dominus, no Estado de Direito, é a coletividade, o povo, fonte de todos os poderes conforme expressa dicção do art. 1.º, parágrafo 1.º da Carta do País, e sua vontade é exprimida pelo Poder Legislativo, ao qual cabe dispor sobre “todas as matérias” [...]”. O sensível Celso Antônio realça a fonte dos Poderes: a coletividade, o povo, ... mas o mandamus deve ser exercido com bondade de propósitos, com o objetivo de contemplar as vontades sociais, não de iludir com acenos inaplicáveis pela inconstitucionalidade.
Casuísmos conscientes que lidam com a vontade e a necessidade social representam conduta sub-reptícia, traiçoeira, manipuladora, tendenciosa. Primam pela falta de ética, pela traição ao que os elegeu. Notabilizam seus autores pela falta de con�iança e de crédito e sinalizam a ausência de legitimidade para a recondução ao cargo público.
Será que iniciativas análogas não poderiam ser revistas neste momento de clamor pela moralidade e pela ética no exercício das funções públicas?
Podemos aprender muito com os acenos que atualmente emanam das ruas. Fonte: banco de imagens do STF.
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Graziela Bellé Lange
1. LIMA, Ruy Cirne. Princípios de Direito Administrativo. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1939, p. 26-27. O autor resgata o período de sombras que predominou do Brasil Colonial até décadas da Proclamação da República, trazendo pérolas das Ordenações Filipinas, que ditaram o Direito daqueles tempos.2. Cavalcanti, Themistocles Brandão. Instituições de direito administrativo brasileiro. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1936. p. 153
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Houve um tempo em que os monarcas eram lei: “Daquele supremo senhorio majestático dimanam, porém, igualmente, a competência legislativa do monarca – que ‘he lei animada sobre a terra’ - e a jurisdição que nele tem a sua fonte [...]”. Mais: ditavam leis, aplicavam como bem entendiam e julgavam os con�litos advindos: “Fazem lei, portanto, as sentenças judiciárias que o soberano subscreve, e fôrça de lei obtêm os contratos que celebra, a ponto de entender-se abrogada a lei a que eles intencionalmente contravenham.” (mantida a redação original).
Mas houve um tempo bem mais recente, de pouco mais de um mês, em que um “supremo senhorio magestático” vestiu-se com os mantos de sangue azul e tentou repetir a façanha de ditar sobre o nascedouro de um processo legislativo, com a pena do Poder Judiciário. Ao apreciar o Mandado de Segurança 32.033, impetrado pelo Senador Rodrigo Rollemberg (PSDB-DF), o Ministro Gilmar Mendes deferiu liminar com ordem de suspensão da tramitação do Projeto de Lei PLC 14/2012 (aprovado na Câmara sob a denominação PL 4470-2012), aprovado pela Câmara Federal e tramitando no Senado, que tratava de restrições para a criação de novos partidos. Dito Ministro defendeu a medida por considerar que um parlamentar tem o direito de “[...] não se submeter a processo legislativo inconstitucional”, que estaria sendo violado, dentre outras razões, pela “[...] aparente tentativa casuística de alterar as regras para criação de partidos na corrente legislatura, em prejuízo de minorias políticas e, por conseguinte, da própria democracia;”.
A medida liminar não fulminou apenas a tramitação do referido PDL, como violou todos os fundamentos jurídicos sobre o princípio da separação dos Poderes. Seria o mesmo que um juiz da comarca local proibir o processo legislativo de determinado projeto de lei ou de emenda à lei orgânica, por discordar previamente do mérito.
Posteriormente, em 20 de junho pp., o mesmo Supremo Tribunal Federal cassou a liminar e negou seguimento ao referido mandado. Na esteira da Ministra Cármen Lúcia, o Presidente da Corte, Ministro Joaquim Barbosa, fez síntese do tratamento histórico dado a esse tipo de embate: “Situações concretas de tensão entre os Poderes são corriqueiras em todas as democracias, mas não há registro histórico de Corte Constitucional que tenha impedido um Parlamento de deliberar a respeito de matéria de sua estrita competência”, expressou.
É clássico, sempre que presente tais discussões, a avocação ao princípio da separação dos Poderes da República. A soberba, no entanto, sepultou todo o referencial teórico e as vivências do Ministro Gilmar Mendes na operação do Direito. Ao vestir-se de paladino da democracia, esqueceu este mais do que elementar princípio que norteia a co-existência dos Poderes Republicanos.
Já assinalava Cavalcanti, sobre o dogma político do princípio da separação dos poderes: “A confusão e a intromissão de um na esfera do outro, ainda constitue preoccupação dos doutrinadores, que procuram construir um regimen de contrôle que mantenha o perfeito funccionamento dos diversos órgãos de Governo.” (gra�ia original mantida).
O Ministro Gilmar Mendes denunciou o casuísmo da lei atacada através do MS. Que seja, mas não sujeita a controle prévio de constitucionalidade pelo Poder Judiciário, sob pena de subtrair-se a função primordial do Poder Legislativo, que é a de inovar no mundo jurídico e de estabelecer os �ins sociais do Estado.
Quando casuísticas as leis, mas já como leis, ressalta-se, aí sim impõe-se o agir do Poder Judiciário, nunca antes, até mesmo porque, no curso do processo legislativo, pode ser rejeitada a proposta em votação; declarada inconstitucional pelos próprios pares, através de suas comissões; ser vetada sem queda posterior de veto; ser retirada de pauta ou até mesmo substituída por outro projeto de lei.
Esqueceu, ainda, o eminente Ministro do STF de outro dos princípios basilares que informam o agir do Poder Legislativo, que é o da universalidade da atividade legislativa. Em outras palavras, pode-se dizer que a capacidade de editar normas não encontra limites, bastando a capacidade política para tanto. “A vida do Estado é uma constante elaboração do direito,
logo uma contínua legislatura, integrada por atos legislativos parciais, que todos os órgãos capazes de legislar, em toda a jurisdição de Estado, estão produzindo.”
Mas o princípio da universalidade da atividade legislativa não pode ser usado como manto para casuísmos, que não faltam ao Poder Legislativo e, de modo corriqueiro, às Câmaras Municipais de Vereadores. Temas de interesse social são sub-repticiamente manipulados com objetivos meramente eleitoreiros, fazendo do destinatário um abjeto. É o caso das iniciativas que, sabem de antemão os nobres edis, são inconstitucionais por vício de iniciativa ou material, mas são levadas à votação.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, apenas para citar um, coleciona in�indáveis decisões neste sentido. São leis de iniciativa do Legislativo que autorizam o Prefeito Municipal a conceder aumentos a determinadas categorias funcionais do Poder Executivo; emendas parlamentares que garantem privilégios no serviço público; que reduzem carga horária funcional de outro Poder; que de�inem requisitos de acesso a cargos públicos do Executivo; que concedem gratuidade de serviços públicos apenas a determinadas categorias de cidadãos; que desobrigam cidadãos do cumprimento da legislação urbanística municipal e tantos outros casuísmos bem ou mal intencionados.
Pior: que um ou dois vereadores tenham a iniciativa de �lagrante inconstitucionalidade se entende, pelo pressuposto da ignorância em matéria constitucional. Mas que toda a Casa consinta pela aprovação e até mesmo opte pela derrubada de veto do Poder Executivo, quando existente, não parece razoável.
“[...] O dominus, no Estado de Direito, é a coletividade, o povo, fonte de todos os poderes conforme expressa dicção do art. 1.º, parágrafo 1.º da Carta do País, e sua vontade é exprimida pelo Poder Legislativo, ao qual cabe dispor sobre “todas as matérias” [...]”. O sensível Celso Antônio realça a fonte dos Poderes: a coletividade, o povo, ... mas o mandamus deve ser exercido com bondade de propósitos, com o objetivo de contemplar as vontades sociais, não de iludir com acenos inaplicáveis pela inconstitucionalidade.
Casuísmos conscientes que lidam com a vontade e a necessidade social representam conduta sub-reptícia, traiçoeira, manipuladora, tendenciosa. Primam pela falta de ética, pela traição ao que os elegeu. Notabilizam seus autores pela falta de con�iança e de crédito e sinalizam a ausência de legitimidade para a recondução ao cargo público.
Será que iniciativas análogas não poderiam ser revistas neste momento de clamor pela moralidade e pela ética no exercício das funções públicas?
Podemos aprender muito com os acenos que atualmente emanam das ruas.
3. Menegale, J. Guimarães. Direito Administrativo e Ciência da Administração. Rio de Janeiro: Borsoi, 1950. p. 239.4. Mello, Celso Antônio Bandeira de. Discricionariedade e controle jurisdicional. São Paulo: Malheiros, 1982. p. 66.
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPE-CIFICADO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. DIÁRIAS. VEREADORES. REALIZA-ÇÃO DE CURSOS. COMPROVAÇÃO. ABUSO NÃO VERI-FICADO. MÁ-FÉ NÃO COMPROVADA. 1. A concessão de diárias de viagem aos vereadores do Município de [...], em quantidade razoável (de 26 a 36 diárias por parla-mentar, por ano), não con�igura ato de improbidade. Comprovação de realização de cursos cuja matéria estava relacionada ao exercício da atividade parla-mentar. 2. Ausente prova do elemento subjetivo a caracterizar o ato de improbidade. Nada há nos autos a indicar que os edis agiram com má-fé ao postular e receber as diárias, cuja concessão tem amparo legal. APELO DESPROVIDO. (Apelação e Reexame Necessário nº 70047750930, Segunda Câmara Cível - Serviço de Apoio à Jurisdição, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Torres Hermann, Julgado em 12/06/2013)
Na decisão referida entendeu-se que o número de diárias concedidas aos Vereadores – no caso, de 26 a 36 diárias por parlamentar, ao ano – não desborda do razoável. No julgado, refere o Relator que, da docu-mentação juntada no processo, �icou claro que os cursos frequentados pelos edis, razão dos afastamen-tos e do consequente pagamento de diárias, possuíam matéria relacionada ao exercício das atividades dos vereadores, muitos deles realizados em Porto Alegre e não em outros Estados da Federação ou lugares turísticos, a �im de que fosse aventada a possibilidade de desvio de �inalidade, que viesse a caracterizar ato de improbidade administrativa. Além disso, destacou o Relator que faltou a comprovação do dolo dos agen-tes públicos, ônus que incumbia ao Ministério Público, que impetrou o Recurso, e que era imprescindível para a con�iguração dos atos de improbidade. Assim, concluindo-se que não houve desvio de �inalidade, tampouco comprovada má-fé dos edis, foi mantida a sentença de improcedência.
BREVES COMENTÁRIOSÀ JURISPRUDÊNCIA
Jurisprudência
Comentário
Advogada, Especialista em “Práticas Jurídicas e Cidadania”,Consultora Jurídica da DPM-Portal Legisla WEB
Fonte: http://www.tjrs.jus.br
Graziela Bellé Lange
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Lourenço de Wallau
AS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS DE AVALIAÇÃO DAS METASFISCAIS COMO INSTRUMENTOS GARANTIDORES
DA TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO FISCAL
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1. O art. 5º (dos direitos e garantias fundamentais), no inciso XIV assegura a todos o acesso à informação; nos incisos XXXIII e XXXIV, garantem o direito de receber informações dos órgãos públicos e o direito de petição, materializando o princípio da publicidade; garante também nos incisos LV e LXIX, o devido processo legal administrativo e o mandado de segurança contra ilegalidade ou abuso de poder de autoridade pública. No âmbito municipal, o art. 29, XII, garante participação no planejamento e o art. 31, § 3º, garante a ampla fiscalização das contas. Ao disciplinar os princípios que regem a administração pública o Art. 37, § 3º, possibilita ainda a criação de outras formas de participação do usuário na administração pública. Há também a possibilidade da participação popular no processo legislativo, através de audiências públicas e reclamações contra atos das autoridades, nas comissões das casas legislativas, previstas no Art. 58, II e IV.
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Contador, Consultor Contábil da DPM-Portal Legisla WEB
Passados já treze anos de sua edição, a Lei de Responsabilidade Fiscal representou, indubitavel-mente, um novo marco na gestão dos recursos públicos, obrigando os entes públicos a apoiarem suas ações em quatro eixos fundamentais: planeja-mento, controle, responsabilização e transparência. Este último, segundo dispositivos da própria LRF, se concretiza através da realização de audiências públi-cas e com a divulgação ampla, inclusive pela Inter-net, de dados e relatórios que permitem identi�icar as receitas e as despesas em todas as suas fases.
No caso das audiências públicas, essas decorrem do art. 9º, § 4º da LRF, traduzindo-se na oportuni-dade que a Administração Municipal tem para dar publicidade e legitimidade às suas ações, bem como prestar informações aos contribuintes, aos cidadãos, aos munícipes en�im, numa linguagem clara e objetiva, sobre o cumprimento das metas �iscais �ixadas na LDO, relativas, principalmente, ao resul-tado nominal, resultado primário, gastos com pessoal, nível de endividamento, restos a pagar, etc. E, no caso especí�ico da avaliação das metas, trata-se de demonstrar se as mesmas foram alcançadas ou
não, identi�icando quais foram as di�iculdades encon-tradas e correções de rumo que a administração foi obrigada a adotar para ajuste da execução do orçamento. Em outras palavras, o objetivo dessas audiências públicas é dar publicidade das ações de governo, no que se refere ao cumprimento das metas �iscais.
A publicidade, sem sombra de dúvida, é condição necessária para a transparência, e tem por objetivo permitir que a sociedade conheça e compreenda as contas públicas em termos de recei-tas e despesas. É algo que deveria ser comum e corriqueiro em toda administração governamental, como geralmente é na administração das empresas, em que o corpo diretivo informa aos acionistas, por ocasião das assembleias ordinárias, a situação �inan-ceira e patrimonial da empresa. Sem informação sobre os atos dos agentes públicos, não há como a sociedade tomar conhecimento sobre o que tais agentes fazem ou deixam de fazer.
Observa-se, portanto, que as audiências públi-cas são uma das formas de participação popular que se prega no contexto constitucional vigente. A Carta Federal, é sabido, ao prever em vários dos seus dispositivos a possibilidade de participação direta do cidadão nas ações do governo, espelha seu viés democrático, que deve ser real e efetivo. Nesse sentido, esses eventos são uma forma de aprofunda-mento das relações entre representantes e represen-tados, visto que aqueles, apesar de legitimados pelo voto, por vezes mostram-se incapazes, sem esse apoio, de cumprir as promessas de desenvolvimento social e de combate às desigualdades, exigindo a atuação �iscalizadora dos representados, que passam a legitimar a atuação estatal, já que, além do esforço dos governantes, somar-se-á o apoio da população na de�inição dos desígnios administrativos.
Contudo, sob o ponto de vista operacional, não é tão simples assegurar um conceito útil para a partici-pação popular na Administração Pública através das
audiências públicas, pois, não raro, alguns gestores públicos tendem a abominar qualquer forma de interferência e controle das funções estatais e na própria de�inição das prioridades orçamentárias, ainda que legítimas e em favor dos interesses da coletividade.
Especi�icamente, no caso da avaliação das metas �iscais, essa di�iculdade é notada pelo fato de que, embora o aparato normativo obrigue a sua realização, não há como o gestor público induzir a efetiva participação popular. A complexidade do conteúdo nelas divulgado (resultado primário, resultado nominal, dívida pública, etc.), muitas vezes de di�ícil compreensão, e nem sempre su�icientemente esclarecido pelas autoridades, resulta na constatação de que, ao invés de possibilitar ao cidadão o acesso às prestações de contas, essas audiências públicas, quando mal conduzidas, cumprem um papel inverso à sua motivação, di�icultando a participação e criando, de forma tácita, um mecanismo de neutralização, apatia e acomodação dos munícipes.
Esse é um problema comum à parcela expres-siva dos Municípios que, desde a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, têm realizado diversas audiências públicas tanto no processo de elaboração, discussão, e aprovação dos orçamentos, quanto nas prestações de contas, porém ainda sem a necessária e�icácia em termos práticos, na medida em que, não raro, a população destinatária dessas ações tem se mostrado refratária a participar desses eventos.
Inobstante essas di�iculdades, no campo jurídico parece inquestionável que inexiste uma vinculação entre a validade e importância das audiências públi-cas com o número mínimo de participantes. Em outras palavras, se a Administração Pública, orga-niza, convoca, divulga e realiza a audiência com observância de todo o rito previsto na legislação e, mesmo assim, os resultados mostram-se aparente-mente infrutíferos em termos de efetiva participação popular, não se pode concluir, com esse argumento, que a mesma não tenha validade, pois, como visto, a ordem jurídica brasileira é rica, no plano normativo, de instrumentos legais, garantidores da participação popular nos atos da Administração Pública, mas pobre na vivência efetiva desse processo.
Na verdade este cenário apenas re�lete, de modo geral, a cultura de parte da população brasileira, que se habituou a tudo receber do poder público, prefer-
entemente de forma graciosa, na crença de que o voto transfere toda a responsabilidade pela gestão pública aos eleitos. Ocorre que, pela Constituição Federal, a democracia passou a ser também partici-pativa, ao lado da representativa. O problema é que não há penalidades para a população omissa.
Todavia, não é razoável que os vereadores, a quem essa mesma população concedeu outorga para representá-los, não compareçam, por exemplo, às audiências públicas de avaliação das metas �iscais, as quais, segundo a própria LRF (art. 9º, § 4º), são realizadas no ambiente da Câmara Municipal. Ao lado das atividades legislativas, o vereador tem a atribuição relevante de �iscalizar a gestão pública, sendo fundamental a sua efetiva participação nas audiências públicas a que se refere à Lei de Respon-sabilidade Fiscal. Nesse sentido, seria recomendável que as leis orgânicas estabelecessem como obrigação do vereador, o comparecimento a eventos dessa natureza.
Quanto aos resultados práticos, em face das limitações para alterar ou interferir no comporta-mento das pessoas, e sem frustrar o entusiasmo que se deseja daqueles que efetivamente participam desse processo, cabe, no presente momento, apenas a resignação com a consciência serena de que, no plano dos fatos, há ainda muito terreno a percorrer, pois, como visto, só o tempo poderá lapidar as arestas existentes e tornar esta democracia partici-pativa, por ora quase utópica, numa realidade concreta e e�iciente.
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Passados já treze anos de sua edição, a Lei de Responsabilidade Fiscal representou, indubitavel-mente, um novo marco na gestão dos recursos públicos, obrigando os entes públicos a apoiarem suas ações em quatro eixos fundamentais: planeja-mento, controle, responsabilização e transparência. Este último, segundo dispositivos da própria LRF, se concretiza através da realização de audiências públi-cas e com a divulgação ampla, inclusive pela Inter-net, de dados e relatórios que permitem identi�icar as receitas e as despesas em todas as suas fases.
No caso das audiências públicas, essas decorrem do art. 9º, § 4º da LRF, traduzindo-se na oportuni-dade que a Administração Municipal tem para dar publicidade e legitimidade às suas ações, bem como prestar informações aos contribuintes, aos cidadãos, aos munícipes en�im, numa linguagem clara e objetiva, sobre o cumprimento das metas �iscais �ixadas na LDO, relativas, principalmente, ao resul-tado nominal, resultado primário, gastos com pessoal, nível de endividamento, restos a pagar, etc. E, no caso especí�ico da avaliação das metas, trata-se de demonstrar se as mesmas foram alcançadas ou
não, identi�icando quais foram as di�iculdades encon-tradas e correções de rumo que a administração foi obrigada a adotar para ajuste da execução do orçamento. Em outras palavras, o objetivo dessas audiências públicas é dar publicidade das ações de governo, no que se refere ao cumprimento das metas �iscais.
A publicidade, sem sombra de dúvida, é condição necessária para a transparência, e tem por objetivo permitir que a sociedade conheça e compreenda as contas públicas em termos de recei-tas e despesas. É algo que deveria ser comum e corriqueiro em toda administração governamental, como geralmente é na administração das empresas, em que o corpo diretivo informa aos acionistas, por ocasião das assembleias ordinárias, a situação �inan-ceira e patrimonial da empresa. Sem informação sobre os atos dos agentes públicos, não há como a sociedade tomar conhecimento sobre o que tais agentes fazem ou deixam de fazer.
Observa-se, portanto, que as audiências públi-cas são uma das formas de participação popular que se prega no contexto constitucional vigente. A Carta Federal, é sabido, ao prever em vários dos seus dispositivos a possibilidade de participação direta do cidadão nas ações do governo, espelha seu viés democrático, que deve ser real e efetivo. Nesse sentido, esses eventos são uma forma de aprofunda-mento das relações entre representantes e represen-tados, visto que aqueles, apesar de legitimados pelo voto, por vezes mostram-se incapazes, sem esse apoio, de cumprir as promessas de desenvolvimento social e de combate às desigualdades, exigindo a atuação �iscalizadora dos representados, que passam a legitimar a atuação estatal, já que, além do esforço dos governantes, somar-se-á o apoio da população na de�inição dos desígnios administrativos.
Contudo, sob o ponto de vista operacional, não é tão simples assegurar um conceito útil para a partici-pação popular na Administração Pública através das
audiências públicas, pois, não raro, alguns gestores públicos tendem a abominar qualquer forma de interferência e controle das funções estatais e na própria de�inição das prioridades orçamentárias, ainda que legítimas e em favor dos interesses da coletividade.
Especi�icamente, no caso da avaliação das metas �iscais, essa di�iculdade é notada pelo fato de que, embora o aparato normativo obrigue a sua realização, não há como o gestor público induzir a efetiva participação popular. A complexidade do conteúdo nelas divulgado (resultado primário, resultado nominal, dívida pública, etc.), muitas vezes de di�ícil compreensão, e nem sempre su�icientemente esclarecido pelas autoridades, resulta na constatação de que, ao invés de possibilitar ao cidadão o acesso às prestações de contas, essas audiências públicas, quando mal conduzidas, cumprem um papel inverso à sua motivação, di�icultando a participação e criando, de forma tácita, um mecanismo de neutralização, apatia e acomodação dos munícipes.
Esse é um problema comum à parcela expres-siva dos Municípios que, desde a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, têm realizado diversas audiências públicas tanto no processo de elaboração, discussão, e aprovação dos orçamentos, quanto nas prestações de contas, porém ainda sem a necessária e�icácia em termos práticos, na medida em que, não raro, a população destinatária dessas ações tem se mostrado refratária a participar desses eventos.
Inobstante essas di�iculdades, no campo jurídico parece inquestionável que inexiste uma vinculação entre a validade e importância das audiências públi-cas com o número mínimo de participantes. Em outras palavras, se a Administração Pública, orga-niza, convoca, divulga e realiza a audiência com observância de todo o rito previsto na legislação e, mesmo assim, os resultados mostram-se aparente-mente infrutíferos em termos de efetiva participação popular, não se pode concluir, com esse argumento, que a mesma não tenha validade, pois, como visto, a ordem jurídica brasileira é rica, no plano normativo, de instrumentos legais, garantidores da participação popular nos atos da Administração Pública, mas pobre na vivência efetiva desse processo.
Na verdade este cenário apenas re�lete, de modo geral, a cultura de parte da população brasileira, que se habituou a tudo receber do poder público, prefer-
entemente de forma graciosa, na crença de que o voto transfere toda a responsabilidade pela gestão pública aos eleitos. Ocorre que, pela Constituição Federal, a democracia passou a ser também partici-pativa, ao lado da representativa. O problema é que não há penalidades para a população omissa.
Todavia, não é razoável que os vereadores, a quem essa mesma população concedeu outorga para representá-los, não compareçam, por exemplo, às audiências públicas de avaliação das metas �iscais, as quais, segundo a própria LRF (art. 9º, § 4º), são realizadas no ambiente da Câmara Municipal. Ao lado das atividades legislativas, o vereador tem a atribuição relevante de �iscalizar a gestão pública, sendo fundamental a sua efetiva participação nas audiências públicas a que se refere à Lei de Respon-sabilidade Fiscal. Nesse sentido, seria recomendável que as leis orgânicas estabelecessem como obrigação do vereador, o comparecimento a eventos dessa natureza.
Quanto aos resultados práticos, em face das limitações para alterar ou interferir no comporta-mento das pessoas, e sem frustrar o entusiasmo que se deseja daqueles que efetivamente participam desse processo, cabe, no presente momento, apenas a resignação com a consciência serena de que, no plano dos fatos, há ainda muito terreno a percorrer, pois, como visto, só o tempo poderá lapidar as arestas existentes e tornar esta democracia partici-pativa, por ora quase utópica, numa realidade concreta e e�iciente.
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Publicações
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Marta Marques AvilaAdvogada, Doutora em Direito Público pela UFRGS,
Consultora Jurídica da DPM-Portal Legisla WEB
A FORMA FEDERAL DE ESTADONA CONSTITUIÇÃO DE 1988:
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1988
1. “Morfologia Política é a denominação que se propõe reservar àquela parte da Teoria Política do Estado que se preocupa com os critérios ou cânones utilizados, ao longo do tempo, para a classificação das modalidades institucionais que o poder político pode assumir.” (SOUZA JUNIOR, Cezar Saldanha. Morfologia Política e Sistema de Poderes. São Paulo: Tese para Exame de Livre-docência, 2003, p. 26.)2. SOUZA JUNIOR, Cezar Saldanha. Morfologia Política e Sistema de Poderes. São Paulo: Tese para Exame de Livre-docência, 2003, p. 100-111.)
PUBLICAÇÕES
Ana Maria JanovikArmando Moutinho PerinJúlio César Fucilini Pause
Lourenço de WallauMárcia Bello de Oliveira Braga
Edição E
stadual
Publicações
Publicações
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a expressa menção da autonomia municipal
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A forma de Estado é uma das pelo menos cinco categorias das quais se manifesta a organização fundamental de um Estado, cujo estudo constitui a Morfologia Política do Estado. A morfologia política corresponde ao estudo das formas, dos diferentes aspectos como o Estado se estrutura. Pode-se vislum-brar e classi�icar a organização de um Estado pelos seguintes critérios: forma de Estado (originalmente Federal ou Unitário), forma de governo (Monarquia ou República), sistema de governo (Presidencialismo, Parlamentarismo e Convencional), regime de governo (Democrático, Autoritário e Totalitário) e sistema de poderes (da Concentração à Hexapartição dos Poderes).
Concebe-se como Federal o Estado em que o poder encontra-se descentralizado por meio de uma Constituição. A opção pela forma de Estado federal no Brasil se deu a partir da Constituição de 1891. Concentrar-se-á, contudo, na Constituição vigente.
A Constituição brasileira, intitulada Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, logo no seu artigo 1º, menciona a opção pela forma federal, estabelecendo o que segue:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...)
O artigo 60, que trata das alterações à Constitu-ição, estabelece como limitação material, dentre as previsões do § 4º, a forma federativa do Estado. Essas previsões expressam tanto a adoção pela forma federal quanto a impossibilidade de seu abandono.
O artigo 18, que pertence ao título da organização do Estado, prevê:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Portanto, com base na própria previsão do texto constitucional, todos os entes têm como fonte de poder a Constituição e por este motivo não há hierar-quia entre eles. Neste mesmo artigo 18 a Constituição expressa que todos os entes são autônomos, ou seja, detém o poder que a Constituição determina. Assim, União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios são todos autônomos tendo em vista que é a própria constituição que assim estabelece, que
determina o campo de atuação de cada um dos entes componentes do Estado. As competências, portanto, pertencem a cada um dos entes em particular.
Sendo assim, o Município, que é um dos entes que compõe o Estado Federal brasileiro, é detentor de autonomia e titular de competências expressamente determinadas pelo texto constitucional. A autonomia municipal será exercida pelos seus dois Poderes, Legislativo e Executivo, que desempenham funções típicas e atípicas, podendo-se a�irmar como funções típicas do Poder Legislativo as de legislar, ou seja, de discutir e aprovar leis municipais, e o de �iscalizar os atos do Poder Executivo, que tem como funções típicas governar e administrar.
Márcia Bello de Oliveira BragaMarta Marques Avila
Publicações
MANUAL DE LICITAÇÃO PÚBLICA: O PLANEJAMENTO
DA FASE INTERNA E O PROCESSAMENTO DA FASE
EXTERNA NA LEI Nº 8.666/1993
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VERB
ETES
Ana Maria JanovikAdvogada, Especialista em Direito do Estado pela UFRGS,
Consultora Jurídica da DPM-Portal Legisla WEB
Verbetes
ADMINISTRAÇÃO:
AGENTE POLÍTICO:
Em sentido amplo, o vocábulo administração signi�ica a direção, a gerência, o governo, a execução de determinada soma de negócios, seja em interesse privado, próprio ou de terceiros, seja em interesse de uma coletividade. Assim, de acordo com o caráter dos negócios geridos ou da natureza dos atos praticados, ter-se-á a administração privada e a administração pública.Geralmente a administração de negócios alheios decorre de mandato outorgado pelo administrador ou dono do negócio, seja em caráter geral ou para determinada parcela de negócios. Tal mandato pode ser particular ou decorrente de delegação ou representação coletiva, como nos casos de administração pública, na qual os poderes de gerência são outorgados ao administrador, via de regra, no Brasil, mediante eleições públicas.
Agentes políticos são pessoas �ísicas que exercem funções de governo, indissociavel-mente ligadas à atividade política de ordem superior, que se referem à direção geral do Estado em seu conjunto de unidades e órgãos, conduzidas para determinar os �ins da atuação estatal, de forma a ajustar a unidade, a autono-mia e a soberania do ente público. Pela própria natureza dessas funções políticas, elas �icam a cargo dos órgãos governamentais e se concen-tram, basicamente, no Poder Executivo e, em parte, no Legislativo.Celso Antônio Bandeira de Mello adota o conceito de que agentes políticos são os titulares dos cargos estruturais da organização política da Administração Pública, ou seja, “são os ocupantes de cargos que compõem o arcabouço constitucional do Estado e, portanto, o esquema fundamental do poder. Sua função é a de forma-dores da vontade superior do Estado”. (MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2004. p. 229).Estão abrangidos nessa de�inição, assim, o Presidente da República e o Vice- Presidente da República, os Governadores e os Vice-Governadores, os Prefeitos e os Vice-Prefeitos, e respectivos auxiliares imedia-tos (Ministros e Secretários), os Senadores, os Deputados e os Vereadores.O § 4º do art. 39 da Constituição da República, faz expressa referência aos agentes políticos, que são os membros de Poder, na condição de detentores de mandato eletivo, bem como os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais, que não são mandatários eletivos. Todos esses agentes, com efeito, exercem funções políticas de direção, cujas decisões in�luenciam diretamente os �ins da atuação estatal, de�inindo, conforme a sua convicção, ideologia e forma de administrar a coisa pública, os rumos das relações de organização, negócios e condução do Estado.
AGENTE PÚBLICO: Agentes públicos são as pessoas �ísicas incumbidas, em caráter temporário ou permanente, com ou sem remuneração, de realizar ou desempenhar alguma função pública.Na lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, agen-tes públicos, em um sentido amplo, designa “toda a pessoa �ísica que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da Administração Indireta” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 20ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 476.), por expressa disposição do art. 37 da Constituição, que inclui todas as pessoas ali referidas. Esse grande grupo de indivíduos que prestam serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da Administração Indireta, ainda segundo a autora, podem ser classi�icados em quatro categorias menores: (a) agentes políticos; (b) servidores públicos; (c) militares; e (d) particulares em colaboração com o Poder Público.De acordo com o art. 2º da Lei n.º 8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito, “Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designa-ção, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função...” na administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorpo-rada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.
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PÁGINAS AZUIS Perguntas e Respostas
Como deve ser apurado o valor máximo a ser repassado pelo Executivo ao Legisla-tivo Municipal?
O valor máximo a ser repassado pelo Poder Executivo ao Legislativo Municipal corresponde ao seu limite total de gastos, determinado pelo art. 29-A, da Constituição da República – CR.
Qual o limite total de gastos impostos ao Poder Legislativo Municipal?
O total das despesas do Poder Legislativo Municipal, incluindo-se os subsídios dos vereadores e excluindo-se os gastos com os inativos, não poderá ultrapassar os percentuais incidentes sobre o somatório das receitas tributárias e das transferências previstas no art. 153, § 5º, e nos arts. 158 e 159, da CR, efeti-vamente realizado no exercício anterior, considerando-se o número de habitantes, conforme o disposto no seguinte quadro:
O Poder Legislativo Municipal, no decorrer do exercício, pode aumentar o seu orçamento?
Sim. Desde que não exceda a limitação constitucional, constatado que o valor autorizado para gastos do Poder Legislativo do Município não é su�iciente para atender às suas
necessidades de manutenção, o seu orçamento poderá ser aumentado.
O Poder Legislativo Municipal, no decorrer do exercício, pode reduzir o seu orçamento?
Sim. O orçamento poderá ser reduzido para corresponder à real necessidade do Poder Legislativo Municipal, evitando sobra de recursos ou promovendo sua adequação. Nos casos em que tenham sido autorizados gastos superiores ao limite constitucional, a redução é obrigatória.
O Poder Legislativo Municipal é obrigado a conceder diárias aos seus servidores e vereadores nos mesmos valores �ixados pelo Poder Executivo?
Não. O Poder Legisla-tivo Municipal não está obrigado a vincular os valores de diárias àqueles �ixados pelo Execu-tivo, salvo se houver lei que assim estabeleça, devendo a sua concessão ser disciplinada em legislação especí�ica.
É possível, ao servidor público, receber valor inferior ao salário mínimo?
Não. A Constituição da República, em seu art. 7º, inciso IV, c/c art. 39, § 3º, veda a percep-ção de remuneração inferior ao salário mínimo estabelecido por lei. Segundo a interpretação que já era tendência nos Tribunais e foi
consolidada com a edição, pelo Supremo Tribu-nal Federal, das Súmulas Vinculantes nºs 15 e 16, a comparação é realizada considerando o total da remuneração percebida pelo servidor e não apenas o seu vencimento ou salário básico. Ou seja: o vencimento básico do titular de cargo e o salário básico do titular de emprego podem ser �ixados em valor inferior ao salário mínimo, desde que o total remuneratório destes servi-
dores, no qual devem ser computadas todas as vantagens que lhes são pagas, não �ique abaixo desse montante.
Quais os limites de despesa com pessoal dos entes públicos?
A Lei de Responsabilidade Fiscal �ixou os limites globais máximos para realização da despesa com pessoal da União, Estados e Municípios, correspondente a 50%,
60% e 60%, respectivamente, da Receita Corrente Líquida de cada ente.O percentual dos Municípios subdivide-se nos seguintes limites individuais: a) 6% para o Legislativo e b) 54% para o Executivo.
Quais os requisitos básicos devem ser observados pelo Presidente do Poder Legis-lativo Municipal para a contratação tem-porária de pessoal?
Elencamos, resumidamente:a) a legalidade da contratação se justi�ica na
medida em que é comprovada a excepcionali-
dade do interesse público a ser atendido, cuja satisfação apresenta caráter temporário, sendo indispensável a motivação da admissão;
b) previamente à contratação temporária de pessoal, deverá ser elaborada lei autoriza-tiva, que crie as funções em número certo e discipline, entre outros aspectos, as condições da contratação, direitos, deveres, carga horária, prazo e remuneração;
c) deverá ser realizado processo seletivo para contratação temporária de pessoal com ampla divulgação, obedecendo aos princípios da publicidade, impessoalidade e da e�iciência.
d) a forma de avaliação do processo sele-tivo simpli�icado se perfaz com critérios míni-mos que atendam a exigência da função a ser desempenhada, podendo ser realizada por meio de provas e/ou análise curricular.
É possível a admissão de estagiários pelo Poder Legislativo Municipal?
Sim. Para tanto, o Poder Legislativo deve dispor de normativa própria editada nos moldes da Lei Federal nº 11.788/08, e especialmente, observar a regra de que a admissão de estagiários não pode ter por objetivo o mero aproveitamento de mão de obra com custo mais baixo, devendo proporcionar-lhes o aprendizado.
Qual é o valor máximo da remuneração e do subsídio a serem pagos aos servidores e agentes políticos no âmbito do município?
Não poderão exceder o subsídio, em espécie, do Prefeito Municipal, que, por sua vez, está limitado ao subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Número deHabitantes
Percentual sobreReceita Base
Até 100.000100.001 a 300.000300.001 a 500.000
500.001 a 3.000.0003.000.001 a 8.000.000
Acima de 8.000.000
7%6%5%
4.5%4%
3.5%
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Rafael Edison Rodrigues
Advogado, Consultor Jurídico da DPM-Portal Legisla WEB
Como deve ser apurado o valor máximo a ser repassado pelo Executivo ao Legisla-tivo Municipal?
O valor máximo a ser repassado pelo Poder Executivo ao Legislativo Municipal corresponde ao seu limite total de gastos, determinado pelo art. 29-A, da Constituição da República – CR.
Qual o limite total de gastos impostos ao Poder Legislativo Municipal?
O total das despesas do Poder Legislativo Municipal, incluindo-se os subsídios dos vereadores e excluindo-se os gastos com os inativos, não poderá ultrapassar os percentuais incidentes sobre o somatório das receitas tributárias e das transferências previstas no art. 153, § 5º, e nos arts. 158 e 159, da CR, efeti-vamente realizado no exercício anterior, considerando-se o número de habitantes, conforme o disposto no seguinte quadro:
O Poder Legislativo Municipal, no decorrer do exercício, pode aumentar o seu orçamento?
Sim. Desde que não exceda a limitação constitucional, constatado que o valor autorizado para gastos do Poder Legislativo do Município não é su�iciente para atender às suas
necessidades de manutenção, o seu orçamento poderá ser aumentado.
O Poder Legislativo Municipal, no decorrer do exercício, pode reduzir o seu orçamento?
Sim. O orçamento poderá ser reduzido para corresponder à real necessidade do Poder Legislativo Municipal, evitando sobra de recursos ou promovendo sua adequação. Nos casos em que tenham sido autorizados gastos superiores ao limite constitucional, a redução é obrigatória.
O Poder Legislativo Municipal é obrigado a conceder diárias aos seus servidores e vereadores nos mesmos valores �ixados pelo Poder Executivo?
Não. O Poder Legisla-tivo Municipal não está obrigado a vincular os valores de diárias àqueles �ixados pelo Execu-tivo, salvo se houver lei que assim estabeleça, devendo a sua concessão ser disciplinada em legislação especí�ica.
É possível, ao servidor público, receber valor inferior ao salário mínimo?
Não. A Constituição da República, em seu art. 7º, inciso IV, c/c art. 39, § 3º, veda a percep-ção de remuneração inferior ao salário mínimo estabelecido por lei. Segundo a interpretação que já era tendência nos Tribunais e foi
consolidada com a edição, pelo Supremo Tribu-nal Federal, das Súmulas Vinculantes nºs 15 e 16, a comparação é realizada considerando o total da remuneração percebida pelo servidor e não apenas o seu vencimento ou salário básico. Ou seja: o vencimento básico do titular de cargo e o salário básico do titular de emprego podem ser �ixados em valor inferior ao salário mínimo, desde que o total remuneratório destes servi-
dores, no qual devem ser computadas todas as vantagens que lhes são pagas, não �ique abaixo desse montante.
Quais os limites de despesa com pessoal dos entes públicos?
A Lei de Responsabilidade Fiscal �ixou os limites globais máximos para realização da despesa com pessoal da União, Estados e Municípios, correspondente a 50%,
60% e 60%, respectivamente, da Receita Corrente Líquida de cada ente.O percentual dos Municípios subdivide-se nos seguintes limites individuais: a) 6% para o Legislativo e b) 54% para o Executivo.
Quais os requisitos básicos devem ser observados pelo Presidente do Poder Legis-lativo Municipal para a contratação tem-porária de pessoal?
Elencamos, resumidamente:a) a legalidade da contratação se justi�ica na
medida em que é comprovada a excepcionali-
dade do interesse público a ser atendido, cuja satisfação apresenta caráter temporário, sendo indispensável a motivação da admissão;
b) previamente à contratação temporária de pessoal, deverá ser elaborada lei autoriza-tiva, que crie as funções em número certo e discipline, entre outros aspectos, as condições da contratação, direitos, deveres, carga horária, prazo e remuneração;
c) deverá ser realizado processo seletivo para contratação temporária de pessoal com ampla divulgação, obedecendo aos princípios da publicidade, impessoalidade e da e�iciência.
d) a forma de avaliação do processo sele-tivo simpli�icado se perfaz com critérios míni-mos que atendam a exigência da função a ser desempenhada, podendo ser realizada por meio de provas e/ou análise curricular.
É possível a admissão de estagiários pelo Poder Legislativo Municipal?
Sim. Para tanto, o Poder Legislativo deve dispor de normativa própria editada nos moldes da Lei Federal nº 11.788/08, e especialmente, observar a regra de que a admissão de estagiários não pode ter por objetivo o mero aproveitamento de mão de obra com custo mais baixo, devendo proporcionar-lhes o aprendizado.
Qual é o valor máximo da remuneração e do subsídio a serem pagos aos servidores e agentes políticos no âmbito do município?
Não poderão exceder o subsídio, em espécie, do Prefeito Municipal, que, por sua vez, está limitado ao subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
GESTÃO AMBIENTAL E O PAPEL DO PODER LEGISLATIVO
Advogada, Especialista em Direito Público pela PUCRS,Consultora Jurídica da DPM-Portal Legisla WEB
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Cíntia Malta Kovaski
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O prédio da Câmara Municipal, por exemplo, poderá dispor de um reservatório para a captação e o armazenamento de água da chuva, bem como um sistema de distribuição, separado do reservatório de água potável, para uso secundário. Juntamente com o reservatório e com o sistema de distribuição, poderá ser instalado um sistema de condução de toda a água captada por telhados, coberturas, terraços e pavimen-tos descobertos. A água da chuva, captada e arma-zenada nos reservatórios próprios, poderá ser utilizada para �ins de irrigação, consumo sanitário, lavagem das instalações prediais ou qualquer outra utilidade diversa do uso potável.
Importante salientar, nesse exemplo, que toda essa adaptação deverá contar com um responsável técnico, que apresentará estudos para a manutenção dos reservatórios utilizados no armazenamento da
água captada pelas chuvas. Esses reservatórios, obvia-mente, deverão ser manti-dos em boas condições de higiene, de forma a evitar a contaminação da água e a consequente proliferação de doenças.
Alguns Legislativos Municipais, já cientes da necessidade de contribuir nesse processo de preserva-ção dos recursos naturais, têm, através da edição de Resolução de Mesa, adotado esse sistema de aproveita-mento da água da chuva no prédio da Câmara Munici-pal.
Outra questão de extrema importância, que deve ser observada na administração do Legislativo Municipal, é o gerencia-mento e execução do acondicionamento, coleta, trans-porte, tratamento e disposição �inal dos resíduos sólidos gerados dentro de suas instalações. O inadequado gerenciamento dos resíduos sólidos, “o lixo”, representa signi�icativa e preocupante parcela dos problemas ambientais.
Assim, por ser uma obrigação imposta pelo ordenamento jurídico a todos, pessoas �ísicas ou jurídicas, de direito público ou privado, o Legislativo deve contribuir de maneira positiva nas ações de preservação ambiental, bem como dar o exemplo à coletividade de que medidas simples, porém e�icientes, fazem parte das preocupações desse Poder, que entrega à coletividade o que ela precisa para um desenvolvimento social e econômico, dentro dos ditames da lei, e, também, de maneira sustentável.
A questão da gestão ambiental passou a fazer parte da vida dos municípios brasileiros, efetiva-mente, a partir da Constituição da República de 1988, a determinar, no artigo 225, que o Meio Ambiente é bem de uso comum do povo, sendo responsabilidade do poder público e da sociedade a sua proteção, preservação e manutenção.
A necessidade de proteção do meio ambiente é antiga, em razão da valorização da natureza como “obra divina”. Com a constatação da escassez dos recursos ambientais e da maior frequência de desas-tres naturais, que começaram a prejudicar a vida na terra, a preservação do meio ambiente passou a ser preocupação mundial, não podendo ninguém fugir dessa responsabilidade.
Nesse contexto, a partir do comando constitucio-nal, ações capazes de preservar a qualidade ambi-ental, bem como de preve-nir e solucionar danosi-dades ao meio ambiente, por parte do Poder Público e também da coletividade, tornaram-se imprescind-íveis. Para isso, importante criar mecanismos para demonstrar a importância das ações e aumentar a consciência de todos para a preservação ambiental, promovendo mudanças de hábitos e de comportamen-tos, sendo também a coletividade chamada a participar da gestão do meio ambiente.
E qual a participação do Poder Legislativo nesse processo?
Sem dúvida é essencial. Não se pode olvidar que o Município como ente federado se compõe de dois Poderes, ambos corresponsáveis pela edição de normas jurídicas de sua competência.
Assim, ao Poder Legislativo, além de exercer suas funções de �iscalização e legislativa, cabe viabilizar as ações de gestão necessárias ao funcionamento de uma estrutura administrativa capaz de implementar medi-das objetivas e e�icazes voltadas à preservação ambi-ental, prevenção e solução aos danos cometidos contra o meio ambiente.
Como dito desde os primórdios que “o exemplo começa em casa”, deverá o Poder Legislativo, dentre outras ações de sua responsabilidade, implementar medidas ambientais dentro do próprio prédio da Câmara dos Vereadores que se insiram dentro desse dever de sustentabilidade.
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ROTEIRO DE ANÁLISE DO VETOBartolomê Borba
Advogado, Diretor da DPM-Portal Legisla WEB
Vice-Presidente da Câmara deve promulgar
e publicar em 48h
Promulgação e publicação em 48h?
Promulgação e publicação em 48h?
Arquivo
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
Veto foi mantido pelo Plenário?
Plenário:discussão e votação
Comissão emite parecer
Veto
Presidente da Câmara
Envio para o Prefeito
Lei
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Júlio César Fucilini Pause
ESTUDO DE CASO
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1. O Estudo de Caso refere-se à Informação DPM nº 2.888/2011.
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Advogado, Especialista em Direito Municipal pela UFRGS,Diretor da DPM – Portal LegislaWEB
1. A �iliação obrigatória ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, na catego-ria segurado empregado, dos exercentes de mandato eletivo – no caso dos Municípios: Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores – não vinculados a Regime Próprio de Previdência Social - RPPS, é determinada pela Lei Federal nº 8.212-1991, art. 12, inciso I, “j”, na redação determinada pela Lei Federal nº 10.887-2004, com vigência a contar de 19-09-2004:
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas �ísicas: I – como empregado:[...]j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; [...]
Antes dessa data a �iliação, então determinada pela alínea “h” do mesmo artigo, na redação da Lei Federal nº 9.506-1997, foi tida como inconstitucional, conforme Resolução do Senado Federal nº 26-2005. Nesse sentido, registra a jurisprudência:
CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO MUNICÍPIO. CONTRI-BUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AGENTE POLÍTICO. OCUPANTE DE CARGO ELETIVO FEDERAL, ESTADUAL OU MUNICIPAL. PRESCRIÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUANDO DO JULGAMENTO DO RE 351.171/PR. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DE NORMA ANTERIOR. IMPOSSIBILIDADE. LEI Nº 10.887/04. REMESSA OFICIAL. ART. 475, § 3º, DO CPC. SENTENÇA ULTRA PETITA. 1. Legitimidade ativa ad causam do Município, juntamente com as Câmaras Municipais, para �igurar no pólo ativo da ação ajuizada com o �ito de que sejam devolvidas as importâncias pagas a título de contribuições previdenciárias sobre a folha de salários, no que toca às remunerações dos ocupantes de cargos eletivos. 2. Com a vigência da Lei nº 10.352, de 26/12/2001, passou a ser desnecessário o reexame obrigatório pelo Tribunal de sentença proferida contra pessoas jurídicas relacionadas no art. 475, do CPC, quando essa estiver fundada em Súmula de Tribunais Superiores (art. 475, § 3º, do CPC). 3. A inclusão daquele que exerce mandato eletivo municipal, estadual ou federal entre os segurados obrigatórios do regime geral de previdência pela alínea h do inciso, I art. 12, da Lei nº 8.212/91, introduzida pelo § 1º, art. 13, da Lei nº
Assunto:
Consulta formulada:
Ementa:
Resposta:
Vínculo previdenciário. Vereadores.
Solicito parecer acerca de ser ou não devido o recolhimento da Previdência Social para Vereador que está vinculado ao Regime de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul, tendo em vista a disposição do art. 11, inciso I, “j”, da Lei Federal nº 8.213/1991.
A contribuição dos exercentes de mandato eletivo ao Regime Geral de Previdên-cia Social – RGPS é devida desde a Lei Federal nº 10.887-2004. O Vereador que concomitantemente exerce as funções de cargo, em relação ao qual está amparado por Regime Próprio de Previdência Social - RPPS, deve a este contri-buir em relação a tal vínculo e ao RGPS em relação ao mandato. Considerações.
Considerada a consulta formulada, opinamos:
9.506/97, foi declarada inconstitucional pelo STF no julgamento do RE 351.717/PR, ao fundamento de que a instituição de nova modalidade de contribuição previdenciária somente poderia ocorrer por Lei Complementar, nos termos do disposto nos arts. 154, I, e 195, § 4º, da Constituição Federal. 4. Os ocupantes de cargo eletivo federal, estadual ou municipal quali�icam-se como agentes políticos e não se enquadram no conceito de trabalhador previsto no art. 195, II, da CF. 5. As alterações trazidas pela Emenda Constitucional nº 20/98 não têm o condão de constitucionalizar a Lei nº 9.506/97. 6. A contribuição previdenciária sobre a remuneração dos ocupantes de cargo eletivo municipal, estadual ou federal somente passou a ter validade com a edição da Lei nº 10.887, de 21 de junho de 2004, respeitado o prazo nonagesimal previsto no art. 195, § 6º, da CF. 7. Havendo por sentença provimento mais amplo que o contido na petição inicial, impõe-se a reforma da sentença de modo a adequá-la ao pedido do autor. 8. Apelação do INSS a que se dá parcial provimento. 9. Remessa o�icial não conhecida. (grifamos)
2. Tratando-se, então, de servidor titular de cargo efetivo vinculado a um Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, que se elege vereador, duas regras deverão ser observadas:
(a) quando afastado do exercício do cargo, em razão da incompatibilidade de horários, nos termos do art. 38, III, da Constituição da República – CR, deverá contribuir somente para o regime de origem, independentemente da opção que �izer pela remuneração (a do cargo ou a do mandato), e
(b) exercendo concomitantemente as funções do cargo e o mandato de vereador, deverá obrigatoriamente contribuir ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, em razão do mandato, e ao Regime Próprio de Previdência Social – RPPS em razão do cargo. É o que explica de maneira clara e objetiva o art. 6º, XIX, c/c § 2º, da Instrução Normativa SRP nº 971-2009:
Art. 6º Deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de segurado empregado:[...]XIX – o exercente de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, salvo o titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações de direito público, afastado para o exercício do mandato eletivo, �iliado a RPPS no cargo de origem, observada a legislação de regência e os respectivos períodos de vigência;[...]§ 2º Na hipótese do inciso XIX do caput, o servidor público vinculado a RPPS que exercer, concomitan-temente, o mandato eletivo no cargo de vereador, será obrigatoriamente �iliado ao RGPS em razão do cargo eletivo, devendo contribuir para o RGPS sobre a remuneração recebida pelo exercício do mandato eletivo e para o RPPS sobre a remuneração recebida pelo exercício do cargo efetivo.
3. Em resposta objetiva: o Vereador que é servidor ativo do Estado, titular de cargo de provimento efetivo, e que exerce concomitantemente o mandato, é contribuinte compulsório do Regime Próprio de Previdência Social do Estado, relativamente ao valor percebido pelo exercício do cargo efetivo, nos termos da legislação estadual, e é contribuinte compulsório do Regime Geral de Previdência Social – RGPS em relação ao mandato, enquadrado como segurado empregado. As alíquotas patronais e do segurado, a serem vertidas ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, incidirão sobre o valor do subsídio recebido pelo exercício do mandato, �icando a base limitada ao teto estabelecido pela legislação federal para a incidência da cota do segurado.
2. TRF 1ª R.; AC 2004.35.00.024230-1; GO; Oitava Turma; Relª Desª Fed. Maria do Carmo Cardoso; Julg. 04/09/2007; DJU 18/01/2008; Pág. 198) (Publicado no DVD Magister nº 20 - Repositório Autorizado do STJ nº 60/2006 e do TST nº 31/2007.3. Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: [...]III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
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1. A �iliação obrigatória ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, na catego-ria segurado empregado, dos exercentes de mandato eletivo – no caso dos Municípios: Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores – não vinculados a Regime Próprio de Previdência Social - RPPS, é determinada pela Lei Federal nº 8.212-1991, art. 12, inciso I, “j”, na redação determinada pela Lei Federal nº 10.887-2004, com vigência a contar de 19-09-2004:
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas �ísicas: I – como empregado:[...]j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; [...]
Antes dessa data a �iliação, então determinada pela alínea “h” do mesmo artigo, na redação da Lei Federal nº 9.506-1997, foi tida como inconstitucional, conforme Resolução do Senado Federal nº 26-2005. Nesse sentido, registra a jurisprudência:
CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO MUNICÍPIO. CONTRI-BUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AGENTE POLÍTICO. OCUPANTE DE CARGO ELETIVO FEDERAL, ESTADUAL OU MUNICIPAL. PRESCRIÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUANDO DO JULGAMENTO DO RE 351.171/PR. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DE NORMA ANTERIOR. IMPOSSIBILIDADE. LEI Nº 10.887/04. REMESSA OFICIAL. ART. 475, § 3º, DO CPC. SENTENÇA ULTRA PETITA. 1. Legitimidade ativa ad causam do Município, juntamente com as Câmaras Municipais, para �igurar no pólo ativo da ação ajuizada com o �ito de que sejam devolvidas as importâncias pagas a título de contribuições previdenciárias sobre a folha de salários, no que toca às remunerações dos ocupantes de cargos eletivos. 2. Com a vigência da Lei nº 10.352, de 26/12/2001, passou a ser desnecessário o reexame obrigatório pelo Tribunal de sentença proferida contra pessoas jurídicas relacionadas no art. 475, do CPC, quando essa estiver fundada em Súmula de Tribunais Superiores (art. 475, § 3º, do CPC). 3. A inclusão daquele que exerce mandato eletivo municipal, estadual ou federal entre os segurados obrigatórios do regime geral de previdência pela alínea h do inciso, I art. 12, da Lei nº 8.212/91, introduzida pelo § 1º, art. 13, da Lei nº
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9.506/97, foi declarada inconstitucional pelo STF no julgamento do RE 351.717/PR, ao fundamento de que a instituição de nova modalidade de contribuição previdenciária somente poderia ocorrer por Lei Complementar, nos termos do disposto nos arts. 154, I, e 195, § 4º, da Constituição Federal. 4. Os ocupantes de cargo eletivo federal, estadual ou municipal quali�icam-se como agentes políticos e não se enquadram no conceito de trabalhador previsto no art. 195, II, da CF. 5. As alterações trazidas pela Emenda Constitucional nº 20/98 não têm o condão de constitucionalizar a Lei nº 9.506/97. 6. A contribuição previdenciária sobre a remuneração dos ocupantes de cargo eletivo municipal, estadual ou federal somente passou a ter validade com a edição da Lei nº 10.887, de 21 de junho de 2004, respeitado o prazo nonagesimal previsto no art. 195, § 6º, da CF. 7. Havendo por sentença provimento mais amplo que o contido na petição inicial, impõe-se a reforma da sentença de modo a adequá-la ao pedido do autor. 8. Apelação do INSS a que se dá parcial provimento. 9. Remessa o�icial não conhecida. (grifamos)
2. Tratando-se, então, de servidor titular de cargo efetivo vinculado a um Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, que se elege vereador, duas regras deverão ser observadas:
(a) quando afastado do exercício do cargo, em razão da incompatibilidade de horários, nos termos do art. 38, III, da Constituição da República – CR, deverá contribuir somente para o regime de origem, independentemente da opção que �izer pela remuneração (a do cargo ou a do mandato), e
(b) exercendo concomitantemente as funções do cargo e o mandato de vereador, deverá obrigatoriamente contribuir ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, em razão do mandato, e ao Regime Próprio de Previdência Social – RPPS em razão do cargo. É o que explica de maneira clara e objetiva o art. 6º, XIX, c/c § 2º, da Instrução Normativa SRP nº 971-2009:
Art. 6º Deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de segurado empregado:[...]XIX – o exercente de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, salvo o titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações de direito público, afastado para o exercício do mandato eletivo, �iliado a RPPS no cargo de origem, observada a legislação de regência e os respectivos períodos de vigência;[...]§ 2º Na hipótese do inciso XIX do caput, o servidor público vinculado a RPPS que exercer, concomitan-temente, o mandato eletivo no cargo de vereador, será obrigatoriamente �iliado ao RGPS em razão do cargo eletivo, devendo contribuir para o RGPS sobre a remuneração recebida pelo exercício do mandato eletivo e para o RPPS sobre a remuneração recebida pelo exercício do cargo efetivo.
3. Em resposta objetiva: o Vereador que é servidor ativo do Estado, titular de cargo de provimento efetivo, e que exerce concomitantemente o mandato, é contribuinte compulsório do Regime Próprio de Previdência Social do Estado, relativamente ao valor percebido pelo exercício do cargo efetivo, nos termos da legislação estadual, e é contribuinte compulsório do Regime Geral de Previdência Social – RGPS em relação ao mandato, enquadrado como segurado empregado. As alíquotas patronais e do segurado, a serem vertidas ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS, incidirão sobre o valor do subsídio recebido pelo exercício do mandato, �icando a base limitada ao teto estabelecido pela legislação federal para a incidência da cota do segurado.
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APOSENTADORIA POR INVALIDEZE EXERCÍCIO DA VEREANÇA
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Antônio Augusto Mayer dos SantosAdvogado, Professor de Direito Eleitoral
Exercer mandato de Vereador não signi�ica manter vínculo empregatício, pro�is-sional ou relação trabalhista com a Câmara Municipal. A representação parlamentar corresponde a uma realidade constitucional de natureza política que expressa a soberania popular (CF/88, art. 1º, Pár. Único). O povo, ao exercer o sufrágio, delega poder para aqueles que são eleitos. Ao voto que proferiu no Supremo Tribunal Federal, o relator do Recurso Extraordinário nº 351.717/PR enfatizou que “O agente político, portanto, não é o “trabalhador” do inciso II do art. 195 da Constituição Federal, convindo escla-recer que esta, no art. 29, IX, deixa expresso que os vereadores estão sujeitos à disciplina dos parlamenta-res”.
Para distinguir agente político de trabalhador, o Ministro Carlos Velloso invocou ensinamento de Celso Antônio Bandeira de Mello que elucida o ponto nodal da controvérsia:
Agentes políticos são os titulares dos cargos estruturais à organização política do País, ou seja, ocupantes dos que integram o arcabouço constitucional do Estado, o esquema fundamental do Poder. Daí que se constituem nos formadores da vontade superior do Estado. São agentes políticos apenas o Presidente da República, os Governadores, Prefeitos e respec-tivos vices, os auxiliares imediatos dos Chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários das diversas Pastas, bem como os Senadores, Deputados federais e estaduais e os Vereadores.
No âmbito da legislação federal, o Superior Tribu-nal de Justiça, quando decidiu o RESP nº 626.988/PR, rel. Min. Paulo Medina, DJ 18.04.2005, reconheceu legalidade na percepção dos proventos da aposenta-doria cumulativamente aos subsídios do cargo de Vereador. No julgamento do AgRgAg nº 1.027.802/RS, rel. Min. Celso Limongi, DJe 28.09.2009, cujo acórdão negou provimento a recurso do INSS, a orientação assentada na premissa de que “é possível a percepção conjunta dos subsídios da atividade de vereança com os proventos de aposentadoria por invalidez, por se tratar de vínculos de natureza diversa, uma vez que, a incapacidade para o trabalho não signi�ica, neces-sariamente, invalidez para os atos da vida política” foi rea�irmada. Em contrapartida, acórdão da Quinta
Turma lançado no RESP nº 966.736/RS, j. 23.08.2007, manteve o cancelamento da aposentadoria de bene�i-ciado eleito Prefeito Municipal.
Contudo, o entendimento majoritário dos tribun-ais admitindo a possibilidade de cumulação recon-hece que, na condição de agentes políticos, os aposen-tados por invalidez eleitos Vereadores não podem ter seus bene�ícios cancelados por presunção. Para esta hipótese, sob pena de nulidade, é necessário um procedimento formal e regular pelo órgão compe-tente. Ademais, consoante enfatizado pelo STF, face à representação popular assinalada pela CF/88, arts. 1º, Pár. Único e 14, caput, aqueles não se incluem dentre os prestadores de serviço ou trabalhadores celetistas.
Embora a matéria seja controvertida a ponto de várias cortes possuírem precedentes �ixados em ambos os sentidos no tocante à legalidade ou não da percepção cumulativa da aposentadoria por invalidez e o exercício de mandato eletivo, importa salientar que as distinções entre estas atividades são notórias. Enquanto os trabalhadores �irmam contratos, os vereadores disputam eleições; o salário do trabalha-dor é um direito social dotado de garantias legais que não se confunde com o subsídio �ixado em parcela única do mandatário; jornada de trabalho não se equipara à atividade parlamentar; férias e recesso parlamentar não são sinônimos, etc.
Também é possível uma análise do tema à luz do regime eleitoral quando, através do art. 14, §3º, a Constituição Federal estabeleceu taxativamente as
condições de elegibilidade para os candidatos a cargos eletivos. Diferente não se revela o entendi-mento infraconstitucional. A Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, não tipi�ica a aposentadoria como causa de inelegibilidade, quanto mais por invali-dez. Vale dizer: para o exercício da Vereança, não se exige a plenitude da capacidade �ísica. O fato da normatização eleitoral silenciar sobre esta questão evidencia que a mesma desimporta à representação popular. Caso contrário, o legislador a teria incluído expressamente em razão do casuísmo que caracteriza a LC nº 64/90.
Enquanto não incidir alteração legislativa equa-cionando a tensão que persiste entre os valores legais e constitucionais desta temática, prevalece a cumula-ção das referidas verbas face à premissa, a nosso ver acertada, de que o desempenho de mandato eletivo não autoriza autarquias previdenciárias presumir a cessação da incapacidade do bene�iciado ou que este tenha recuperado a sua aptidão para exercer atividades laborais. Neste ponto, segundo decidido pelo STF (AgRgRE nº 359.043/AM), para a anulação de um determinado ato administrativo que tenha repercutido no campo de interesses individuais do cidadão, é necessária a instauração do devido processo legal.
De rigor, o exercício da Vereança não pressupõe capacidade técnica ou habilitação pro�issional, apenas o atendimento às condições de elegibilidade e ausên-cia de inelegibilidades descendentes da Constituição Federal e normas pertinentes. Pelo fato de ser remu-nerada, esta função pública não con�lita à aposenta-doria, eis que conforme antes ponderado, prestar serviço e exercer mandato eletivo são atividades distintas, que exigem esforços diversos, possuem requisitos próprios e �inalidades incomunicáveis, razões su�icientes para o afastamento da incidência do art. 46 da Lei nº 8.213/91.
Em suma: a legislação federal veda o recebi-mento de aposentadoria por aquele que se encontra novamente apto e capaz de prestar serviço ou exercer a mesma atividade que exercia previamente. Os atos da Vereança são de natureza política e não pro�is-sional, sendo que a Carta Magna garante a todos os cidadãos, inclusive aqueles classi�icados como absolu-tamente incapazes para a prática de qualquer ato laborativo, o direito de disputar cargos eletivos e obter diploma. Assim, uma vez eleito e empossado no mandato de Vereador, este faz jus à percepção de subsídio em parcela única (CF/88, art, 39, §4º) sem prejuízo de seu bene�ício de aposentadoria eis que consoante a jurisprudência dominante, não há norma que impeça o inválido para o trabalho de ter outras fontes de renda.
1. Curso de Direito Administrativo. 13ª edição. São Paulo: Malheiros Editores, 2001, p. 229.
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Exercer mandato de Vereador não signi�ica manter vínculo empregatício, pro�is-sional ou relação trabalhista com a Câmara Municipal. A representação parlamentar corresponde a uma realidade constitucional de natureza política que expressa a soberania popular (CF/88, art. 1º, Pár. Único). O povo, ao exercer o sufrágio, delega poder para aqueles que são eleitos. Ao voto que proferiu no Supremo Tribunal Federal, o relator do Recurso Extraordinário nº 351.717/PR enfatizou que “O agente político, portanto, não é o “trabalhador” do inciso II do art. 195 da Constituição Federal, convindo escla-recer que esta, no art. 29, IX, deixa expresso que os vereadores estão sujeitos à disciplina dos parlamenta-res”.
Para distinguir agente político de trabalhador, o Ministro Carlos Velloso invocou ensinamento de Celso Antônio Bandeira de Mello que elucida o ponto nodal da controvérsia:
Agentes políticos são os titulares dos cargos estruturais à organização política do País, ou seja, ocupantes dos que integram o arcabouço constitucional do Estado, o esquema fundamental do Poder. Daí que se constituem nos formadores da vontade superior do Estado. São agentes políticos apenas o Presidente da República, os Governadores, Prefeitos e respec-tivos vices, os auxiliares imediatos dos Chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários das diversas Pastas, bem como os Senadores, Deputados federais e estaduais e os Vereadores.
No âmbito da legislação federal, o Superior Tribu-nal de Justiça, quando decidiu o RESP nº 626.988/PR, rel. Min. Paulo Medina, DJ 18.04.2005, reconheceu legalidade na percepção dos proventos da aposenta-doria cumulativamente aos subsídios do cargo de Vereador. No julgamento do AgRgAg nº 1.027.802/RS, rel. Min. Celso Limongi, DJe 28.09.2009, cujo acórdão negou provimento a recurso do INSS, a orientação assentada na premissa de que “é possível a percepção conjunta dos subsídios da atividade de vereança com os proventos de aposentadoria por invalidez, por se tratar de vínculos de natureza diversa, uma vez que, a incapacidade para o trabalho não signi�ica, neces-sariamente, invalidez para os atos da vida política” foi rea�irmada. Em contrapartida, acórdão da Quinta
Turma lançado no RESP nº 966.736/RS, j. 23.08.2007, manteve o cancelamento da aposentadoria de bene�i-ciado eleito Prefeito Municipal.
Contudo, o entendimento majoritário dos tribun-ais admitindo a possibilidade de cumulação recon-hece que, na condição de agentes políticos, os aposen-tados por invalidez eleitos Vereadores não podem ter seus bene�ícios cancelados por presunção. Para esta hipótese, sob pena de nulidade, é necessário um procedimento formal e regular pelo órgão compe-tente. Ademais, consoante enfatizado pelo STF, face à representação popular assinalada pela CF/88, arts. 1º, Pár. Único e 14, caput, aqueles não se incluem dentre os prestadores de serviço ou trabalhadores celetistas.
Embora a matéria seja controvertida a ponto de várias cortes possuírem precedentes �ixados em ambos os sentidos no tocante à legalidade ou não da percepção cumulativa da aposentadoria por invalidez e o exercício de mandato eletivo, importa salientar que as distinções entre estas atividades são notórias. Enquanto os trabalhadores �irmam contratos, os vereadores disputam eleições; o salário do trabalha-dor é um direito social dotado de garantias legais que não se confunde com o subsídio �ixado em parcela única do mandatário; jornada de trabalho não se equipara à atividade parlamentar; férias e recesso parlamentar não são sinônimos, etc.
Também é possível uma análise do tema à luz do regime eleitoral quando, através do art. 14, §3º, a Constituição Federal estabeleceu taxativamente as
condições de elegibilidade para os candidatos a cargos eletivos. Diferente não se revela o entendi-mento infraconstitucional. A Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, não tipi�ica a aposentadoria como causa de inelegibilidade, quanto mais por invali-dez. Vale dizer: para o exercício da Vereança, não se exige a plenitude da capacidade �ísica. O fato da normatização eleitoral silenciar sobre esta questão evidencia que a mesma desimporta à representação popular. Caso contrário, o legislador a teria incluído expressamente em razão do casuísmo que caracteriza a LC nº 64/90.
Enquanto não incidir alteração legislativa equa-cionando a tensão que persiste entre os valores legais e constitucionais desta temática, prevalece a cumula-ção das referidas verbas face à premissa, a nosso ver acertada, de que o desempenho de mandato eletivo não autoriza autarquias previdenciárias presumir a cessação da incapacidade do bene�iciado ou que este tenha recuperado a sua aptidão para exercer atividades laborais. Neste ponto, segundo decidido pelo STF (AgRgRE nº 359.043/AM), para a anulação de um determinado ato administrativo que tenha repercutido no campo de interesses individuais do cidadão, é necessária a instauração do devido processo legal.
De rigor, o exercício da Vereança não pressupõe capacidade técnica ou habilitação pro�issional, apenas o atendimento às condições de elegibilidade e ausên-cia de inelegibilidades descendentes da Constituição Federal e normas pertinentes. Pelo fato de ser remu-nerada, esta função pública não con�lita à aposenta-doria, eis que conforme antes ponderado, prestar serviço e exercer mandato eletivo são atividades distintas, que exigem esforços diversos, possuem requisitos próprios e �inalidades incomunicáveis, razões su�icientes para o afastamento da incidência do art. 46 da Lei nº 8.213/91.
Em suma: a legislação federal veda o recebi-mento de aposentadoria por aquele que se encontra novamente apto e capaz de prestar serviço ou exercer a mesma atividade que exercia previamente. Os atos da Vereança são de natureza política e não pro�is-sional, sendo que a Carta Magna garante a todos os cidadãos, inclusive aqueles classi�icados como absolu-tamente incapazes para a prática de qualquer ato laborativo, o direito de disputar cargos eletivos e obter diploma. Assim, uma vez eleito e empossado no mandato de Vereador, este faz jus à percepção de subsídio em parcela única (CF/88, art, 39, §4º) sem prejuízo de seu bene�ício de aposentadoria eis que consoante a jurisprudência dominante, não há norma que impeça o inválido para o trabalho de ter outras fontes de renda.
2. Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
ENUNCIADO Nº 14: O prazo para apresentação das razões de recurso no pregão é de 3 (três) dias consecutivos e ininterruptos, a contar da data da sessão em que foi manifestada a intenção motivada de recorrer (art. 4º, inciso XVIII, da Lei n.º 10.520/2002), e será contado na forma prevista no art. 110 da Lei n.º 8.666/1993, aplicável subsidiariamente ao pregão por força do art. 9º da Lei n.º 10.520/2002.
ENUNCIADO Nº 15: As minutas de editais, contratos, acordos, convênios e outros ajustes, devem ser previamente examinadas e aprovadas por asses-sor jurídico, integrante do quadro de servidores do Município, efetivo ou cargo em comissão, com base no artigo 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93.
ENUNCIADO Nº 16: É vedada a participação, direta ou indireta, em licitação, bem como na contratação, inclusive por meio de dispensa ou inexi-gibilidade, de servidor público do próprio Município, independentemente da função que desempenhe, de acordo com o artigo 9º, inciso III e §3º, da Lei nº 8.666/93.
ENUNCIADO Nº 17: O Registro de Preços tem prazo de validade limitado à um ano, nos termos do artigo 15, §3º, inciso III, da Lei nº 8.666/93, sem possibilidade de prorrogação.
ENUNCIADO Nº 18: O Registro de Preços será processado por licitação nas modalidades concorrên-cia pública ou pregão, conforme regulamentação do decreto municipal, de acordo com os artigos 15, § 3º, I, da Lei nº 6.666/93 e 11, da Lei nº 10.520/02.
ENUNCIADO Nº 19: Nas dispensas de licitação, previstas no art. 24, incisos III e seguintes, bem como nas inexigibilidades, disciplinadas no art. 25, ambos da Lei n.º 8.666/1993, a Administração deve formali-zar o processo administrativo de contratação direta, em observância ao que dispõe o art. 26, dele fazendo constar, em especial, a autorização ou rati�icação da autoridade superior, acompanhada da prova de sua publicação na imprensa o�icial, as razões que excepc-ionam a licitação pública, os documentos pertinentes de habilitação do contratado e a justi�icativa do preço ajustado.
Enunciados Técnicos DPM
ERRATAOs “Enunciados Técnicos” nº 1, 2, 3, 4, 5 e 6 publicados na Revista Legisla NEWS, Mês 01 – Edição 01 – Junho e Julho de 2013, correspondem, respectivamente, aos Enunciados Técnicos DPM nº 3, 7, 12, 9, 10 e 20.
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ENTO
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CAP
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AÇÃO
TÉC
NICA
CALENDÁRIO DE PALESTRASE TREINAMENTOS DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
Dias 14 e 15/08/20132º Congresso Potiguar de Municípios
Dia 05/09/2013 Treinamento sobre Sistema de Registro de Preços
Dia 18/09/2013Treinamento sobre Direito de Acesso à Informação
Dias 26 e 27/09/2013 Treinamento sobre Licitação Pública - Aspectos Práticos Aplicados aos Municípios
Dia 10/10/2013 Palestra sobre Gestão de Pessoas no Serviço Público Municipal
Dias 23 e 24/10/2013 Treinamento sobre Estágio Probatório do Servidor Público
Dias 11 e 12/11/2013Treinamento sobre PCASP 2013 e Contabilidade Pública
Dia 28/11/2013Palestra sobre Gestão Ambiental Municipal
Dias 11 e 12/12/2013 Treinamento em Quali�icação do Pregoeiro e Equipe de Apoio
Os eventos de capacitação realizados pela Escola Potiguar de Gestão Pública Municipal - EGP / FEMURN são reconhecidos e certificados pelo Ministério de Educação e Cultura - MEC.
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