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Uma publicação do Hospital e Maternidade Santa Brígida.
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MATEREd
. 03
| MAI
/JUN
/JUL
/ 201
2
Uma publicação do Hospital Santa Brígida
ARTIGO
HISTÓRIA
Câncer de mama: divulgação de medidas preventivas é urgente
Residência: uma das marcas do HMSB
ANOS
HMSB
ÍNDICE
15
09HISTÓRIA
TURISMO
GASTRONOMIA05 PERFIL
04 PALAVRA DA DIRETORIA
21
25
29
Expediente
Projeto gráfico, linha editorial e conteúdo:
Vogg Branded [email protected]
Editora executiva:Silvia Elmor (MTb 4417)
Coordenação de conteúdo:
Tatiane Franco (MTb 7602)
Sugestões e Crí[email protected]
www.hmsantabrigida.com.br
Redação:Felipe Mendes
Lilian Júlio Viana
Diagramação:Jean Alberge Ribas
Revisão:Sabrina Becker
Atendimento:Ana Carolina Resende
A MATER é uma publicação trimestral 100% digital, desenvolvida pelo Hospital e
Maternidade Santa Brígida.
A revista Mater valoriza a arte paranaense.A cada edição uma capa exclusiva é produzida
por artista convidado.
GASTRONOMIA
ARTIGO
ARTISTA
Conselho EditorialAgostinho Noronha
Maria Izabel Checchia Kloss
Direção TécnicaLeônidas Noronha Silva
CRM 11686
4
A terceira edição da revista Mater
traz na editoria História uma mereci-
da referência à Residência Médica do
Hospital e Maternidade Santa Brígida
(HMSB). Achamos que esse seria o
momento ideal para tratarmos des-
sa atividade médico-científica, que
para nosso gáudio, vem trazendo
ao HMSB um grande diferencial no
atendimento e condução de nossas
pacientes.
O momento é oportuno porque ao
inaugurarmos o Pronto-Atendimento
Dra. Lúcia Checchia Franklin em-
prestamos o nome de uma das fun-
dadoras do Hospital Santa Brígida. A
também diretora do HMSB teve sua
vida profissional pautada pelo orgulho
e respeito à profissão, bem como pela
correta postura do médico no trato
com os pacientes.
Nesse agradável retorno ao passa-
do, lembramo-nos da luta empreendi-
da por essa médica, para que jovens
PALAVRA DA DIRETORIAque ingressam na profissão tratem-na
com respeito, orgulho e dignidade.
Certamente o desejo da Dra. Lúcia
foi, ao longo dos anos, amplamente
compreendido e disseminado entre
os jovens médicos, que criaram e
oficializaram a Residência Médica do
HMSB, formando profissionais com
um perfeito aprendizado técnico-
-científico e preparando-os para uma
carreira profícua e realizada.
Hoje, nossa residência médica ofe-
rece, aos obstetras e suas pacientes,
um enorme grado de segurança e
qualidade, trazendo para a comunida-
de um atendimento humanizado e de
respeito, valores sempre presentes na
vida da Dra. Lúcia Checchia Franklin
e de aqueles tantos outros que, com
seu trabalho, tornaram um sonho na
realidade que hoje é a Maternidade
Santa Brígida.
Obrigado a todos,
Diretoria do HMSB
Palavra da Diretoria
5
PERFIL
José Fernando Macedo: luta pela classe médicaAtuação política marcou a vida profissional desse cirurgião vascular
Já são 35 anos desde a formatura,
30 de atuação em consultório e em
centros cirúrgicos e quase 20 atuando
politicamente em favor da classe. José
Fernando Macedo, pai de um médico
cirurgião vascular, Dr. Rodrigo Mace-
do, e de uma nutricionista, Gabrielle
Macedo Salomão, é um profissional
incansável, não apenas nas áreas de
angiologia, cirurgia vascular e endovas-
cular, nas quais trabalha, mas também
na atuação política em defesa dos di-
reitos da classe.
Além da atuação na medicina, o
senhor também tem um forte his-
tórico de trabalho político junto à
classe. Hoje ocupa quais cargos e
quais os outros que já ocupou?
José Fernando Macedo (JFM):
Atualmente, sou vice-presidente da
Associação Médica Brasileira (AMB),
vice-presidente da Associação Médica
Luta pela classe médica
José Fernando Macedo
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do Paraná (AMP) e diretor de defesa
profissional da Sociedade Brasileira de
Angiologia e Cirurgia Vascular (Sbacv).
Sou ex-presidente nacional da Sbacv
(de 1997 a 1999), ex-presidente da AMP
(nos anos de 1991 a 1995 e de 2005 a
2011) e ex-presidente da Academia Pa-
ranaense de Medicina (de 2006 a 2008).
Em seu dia a dia, o senhor trabalha
para que os profissionais do Estado e
do país tenham melhores condições
de trabalho e remuneração. A relação
dos médicos com os planos de saú-
de é um dos seus focos de atuação?
(JFM): Por que o médico é obrigado
a atender de acordo com a tabela das
operadoras? O consultório é do médi-
co. Os custos dele podem ser muito
elevados e quem paga é o médico.
Se somados os valores das consultas
pagas pelas operadoras, o consultório
aberto pode dar prejuízo. Estamos tra-
balhando de graça e isso só aconteceu
por que os médicos deixaram. Temos
uma perda histórica de 500% em nos-
sos honorários. Os planos de saúde só
existem por que nós, profissionais, fomos
deixando as coisas acontecerem. Se
não existissem médicos, não existiriam
planos de saúde. O médico tem de olhar
para dentro de si e avaliar qual o valor do
atendimento a um paciente. Será que os
valores pagos pelas operadoras são cor-
retos? A classe também precisa investir
na educação continuada para que, cada
vez mais, o profissional perceba que tem
valor e que merece uma remuneração
mais digna.
Sabemos que hoje os planos de
saúde têm grande participação na
Luta pela classe médica
“ O médico tem de olhar
para dentro de si e avaliar
qual o valor do atendimento
a um paciente. Será que os
valores pagos pelas opera-
doras são corretos? “
7
PERFIL
realidade da medicina no Brasil.
Há alternativas?
(JFM): Eu defendo mudanças na
legislação, ou a implantação de novos
produtos e serviços para financiamen-
to das consultas. Já fiz uma pesquisa
em meu consultório: a maioria dos pa-
cientes não se incomodaria de pagar
pelas consultas. Elas não são o fator
determinante para alguém ter um pla-
no de saúde. As pessoas pagam os
planos para ter acesso, quando neces-
sário, aos serviços de urgência, emer-
gência, cirurgia, UTIs etc. Se houvesse
um novo produto, o mercado regularia
o preço da consulta. Quanto mais qua-
lificado o médico, quão melhor for sua
atuação, mais reconhecido pela socie-
dade ele será. Isso representaria um
resgate da relação médico-paciente.
O senhor pode citar medidas
práticas que tenham trazido resul-
tados efetivos?
(JFM): Sim. Quando diretor científi-
co da AMB, de 1995 a 1999, participei,
junto com o presidente da associação,
doutor Antônio Celso Nassif, da criação
de um modelo de atendimento médico
Luta pela classe médica
“ Quanto mais qualificado
o médico, quão melhor for
sua atuação, mais reco-
nhecido pela socie¬dade
ele será. Isso representa-
ria um resgate da relação
médico-paciente. “
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associação médica, com valores de
consulta reduzidos em relação ao aten-
dimento particular. Não há cobrança de
mensalidade nesse modelo e o usuário
paga apenas uma ficha cadastral para
manutenção do sistema.
do Sistema Nacional de Atendimento
Médico (Sinam), que surgiu em 1996.
Nesse modelo, os interessados fazem
seu cadastro e são atendidos nos
consultórios particulares de médicos
especialistas cadastrados e sócios da
Luta pela classe médica
Paralisação Efetiva
A mobilização e a união da classe médica podem trazer grandes frutos.
Nos últimos meses, entrou em pauta a Medida Provisória (MP) 568, que trata
dos salários de diversas categorias do serviço público. O texto original da MP
previa perdas salariais para os médicos, que teriam que dobrar o volume de
trabalho para manter os rendimentos.
Revoltados com a situação, os servidores públicos da área se uniram e
mostraram a indignação com a medida. Entre as ações tomadas, protestos
e paralisações, que atingiram, por exemplo, o Hospital de Clínicas (HC) da
Universidade Federal do Paraná (UFPR). A mobilização surtiu efeito: o texto foi
alterado pela Câmara dos Deputados e os ganhos foram respeitados. A MP
definitiva prevê a condição do contrato de 20 horas e os profissionais têm a
opção de trabalhar por 40 horas semanais, com vencimento dobrado.
“Essa MP atingiria diretamente os médicos dos hospitais universitários e já
caiu. Era um absurdo, depois de 30, 40 anos de atuação, o salário diminuir
pela metade”, afirma José Fernando Macedo, que acredita: outros grupos de
profissionais podem se inspirar na luta por seus rendimentos. “A greve do HC
foi fantástica, pois essa mudança não foi aprovada. Precisamos criar um plano
de cargos e salários para os novos médicos”, conclui.
9
Uma história com mais de 30 anos
e centenas de atores. A Residência
Médica de Obstetrícia e Ginecologia
é um dos principais diferenciais do
Hospital e Maternidade Santa Brígi-
da (HMSB) e representa muito para
a entidade. Lançado em 1975, ainda
como especialização em obstetrícia,
o programa transformou em realida-
de um desejo das fundadoras Elisa
Checchia Noronha e Lúcia Checchia
Franklin.
De lá para cá, muita coisa mudou.
No início, o programa durava um ano.
Em 1989, porém, passou a abor-
dar também a área da ginecologia e
teve a duração aumentada para dois
anos. O número de médicos atendi-
dos também dobrou: passou de seis
para 12. Outra importante mudança
veio no final da década de 90, com
o credenciamento junto ao Ministério
da Educação (MEC). Concluído no
ano 2000, o processo garantiu o título
oficial de Residência Médica.
Em paralelo à chancela do MEC,
o programa foi reconhecido também
pela Federação Brasileira de Gineco-
logia e Obstetrícia (Febrasgo) e pelo
Conselho Federal de Medicina (CFM).
O diferencial na formaçãoResidência médica em ginecologia e obstetrícia é um dos marcos do HMSB
HISTÓRIA
Residência: o diferencial na formação
Muitos ex-residentes seguem no HMSB, outros levam o nome do hospital para fora de Curitiba.
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10 Residência: o diferencial na formação
Em 2006, passou a ser realizado em
três anos curriculares, com cinco alu-
nos em cada turma anual – totalizan-
do 15 em todo o programa. Desde
então, tem como órgão responsável
a Comissão de Residências Médicas
(Coreme), que é subordinada à Co-
missão Estadual de Residências Mé-
dicas (CERM) e à Comissão Nacional
de Residência Médica (CNRM).
Contando todos os anos de his-
tória, cerca de 290 médicos já par-
ticiparam do programa. Muitos deles
permanecem fazendo parte do dia
a dia do HMSB. Cerca de 90% dos
médicos que atuam no hospital atu-
almente foram alunos da residência.
História profissional liga-
da à residência
Formado médico em 1976, o dou-
tor Celso Carlos Losso fez parte da
turma de 1977 da especialização.
Anos mais tarde coordenou o progra-
ma e permanece até hoje no HMSB.
Losso acompanhou de perto o de-
Cada turma anual conta com cinco alunos; hospital recebe 15 residentes simultaneamente
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11Residência: o diferencial na formação
senvolvimento do próprio hospital e
do programa, e afirma: “A estrutura
do hospital foi crescendo junto com
a residência. Posso dizer que tenho
uma grande relação com a residên-
cia. Tudo evolui, e eu percebo melho-
rias em todos os sentidos, principal-
mente em termos da formação”.
Dias atuais
Atualmente, a Coreme é com-
posta pelos médicos Claudio Wiens,
Amauri do Rosário e Afonso C. To-
sin Lopes, também ex-residentes do
próprio HMSB. Os três partilham o
orgulho de fazer parte da história do
hospital e acreditam que as posições
que ocupam representam o cumpri-
mento do dever como profissional e
formador, “principalmente a formação
como pessoa. Levaremos pela vida o
nome Santa Brígida. Sentimos orgu-
lho de ter participado dessa residên-
cia, por muitos chamada de família
Santa Brígida”, resume Amauri.
O programa de residência com-
HISTÓRIA
Claudio Wiens, Amauri do Rosário e Afonso Lopes compõem a Coreme atualmente.
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preende toda a Saúde da Mulher.
Além de obstetrícia e ginecologia ge-
ral, são abordados temas como ges-
tação de alto risco, vitalidade fetal,
ultrassonografia e infertilidade huma-
na, entre muitos outros. O convênio
mantido com o Hospital Erasto Gaer-
tner contempla as áreas de oncologia
ginecológica e UTI. Em um hospital
de Araucária, da rede do Sistema
Único de Saúde (SUS) são realizados
em conjunto cerca de 280 procedi-
mentos mensais, entre partos, cesa-
rianas, curetagens e diversos outros
procedimentos cirúrgicos.
Outro importante convênio é o que
é mantido com a Pontifícia Universi-
dade Católica do Paraná (PUC-PR).
A universidade realiza o processo
de seleção dos novos residentes do
HMSB, enquanto o hospital recebe
anualmente cerca de 120 alunos do
curso de medicina da PUC-PR para
estágio. “Estamos permanentemen-
te preocupados em qualificar a parte
docente e em equipar e estruturar
o hospital para que os profissionais
saiam daqui qualificados”, afirma Le-
ônidas Noronha da Silva, que tam-
bém foi coordenador do programa.
Residência: o diferencial na formação
Atualmente, alunos passam três anos no programa de residência.
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A chancela do MEC para a residência
– que até hoje é única em hospitais
particulares em Curitiba – foi conquis-
tada em sua gestão.
Os profissionais que deixam o
hospital e partem para outras loca-
lidades, principalmente no interior
do Paraná e no Estado de Santa
Catarina, levam o nome da entidade
e da residência. “O HMSB vira uma
referência também em todo o meio
médico e estudantil. O fato de ter
uma residência faz a instituição ga-
nhar prestígio perante o meio médi-
co”, complementa Claudio Wiens.
Em sua história, a Especialização e Residência Médica em Ginecologia
e Obstetrícia teve os seguintes coordenadores e preceptores:
Alfred Krawiek
Odete Veronica Dellatorre
Celso Carlos Losso
Walter Matheus F.Pereira
Farage Khouri
Amauri do Rosário
Mauricio Palmeira Checchia
Antonio Paulo Mallmann
Gleden Teixeira Prates
Jucenir Ferreira Marques
Álvaro Pigatto Ceschin
Francisco Losso
Leonidas Noronha Silva
Afonso C. Tosin Lopes
Claudio Wiens.
HISTÓRIA
Residência: o diferencial na formação
Dr. Leonidas Noronha Silva.
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14
CURTAS
INAUGURAÇÃO DO PA
No dia 07 de maio foi inaugurado o novo Pronto Atendimento (PA) do Hospital e
Maternidade Santa Brígida. Segundo Helena Nicoleti, supervisora do PA, a prin-
cipal mudança foi a instalação do sistema de triagem. “Com ele fazemos uma
pré-avaliação da paciente e classificamos os riscos pela Escala de Manchester.
Portanto, o atendimento não é mais por ordem de chegada e sim pela urgência
do caso”, explica Helena. As mudanças no PA são refletidas no número de con-
sultas. “Antes da reforma eram cerca de 30 a 40 pacientes atendidas por dia.
Agora o número de consultas diárias fica entre 50 e 60”, revela a supervisora.
COMISSÃO DE GESTÃO DE RISCO
O Santa Brígida possui uma Comissão de Gestão de Riscos interdisciplinar,
composta por enfermeiros, médicos e membros do administrativo e da dire-
ção. Semanalmente os integrantes da comissão se reúnem, identificando pos-
síveis riscos e elaborando indicadores que melhorem a segurança em cada
setor do Hospital. A comissão atua desde outubro de 2011 com trabalhos con-
duzidos pela Dra. Carla Martins.
NÚMERO DE NASCIMENTOS NO HMSB
Nos últimos dois anos o Santa Brígida ocupa o primeiro lugar na lista de hospi-
tais curitibanos que mais fazem partos, com 20% dos nascimentos da cidade
em 2010 e 21% em 2011. Só no último ano foram 5.352 partos, sendo que
92,6% dos nascimentos foram com a gestação a termo e 64,4% das pacientes
eram residentes na capital do Paraná.
Curtas
15
TURISMOMoradores da cidade do Porto, em Portugal, expressam seu
orgulho até nas telas do cinema. Entenda o porquê.
16
Porto: mais que vinhosCidade portuguesa é um dos principais destinos europeus na atualidade
“Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal
e Invicta Cidade do Porto”. O título
reflete bem o orgulho dos morado-
res da segunda cidade portuguesa.
Conhecida mundialmente por seus
vinhos e fundada oficialmente no
ano de 1123, deu origem ao nome
do país e até hoje mantém com Lis-
boa uma saudável rivalidade.
O Porto é, na atualidade, um dos
principais destinos turísticos de bra-
sileiros que visitam a Europa. Não
apenas pela facilidade da língua e
pela proximidade entre os países (há
voos que ligam a cidade a São Pau-
lo e ao Rio de Janeiro, além de inú-
meras conexões), mas também pelo
custo mais baixo, se comparado a
outros países do continente euro-
peu. E quem visita não se arrepende.
Porto: mais que vinhos
Rio Douro faz a divisa entre Porto e Vila Nova de Gaia
17Porto: mais que vinhos
TURISMO
A fama dos vinhos (falaremos
mais sobre eles na página 24) espa-
lhou o nome da cidade pelo mundo.
Entretanto, ela tem muito mais a
oferecer. O Centro Histórico é Patri-
mônio da Humanidade, reconhecido
pela Organização das Nações Uni-
das para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO). Entre os séculos
13 e 18, a área foi cercada pelas Mu-
ralhas Fernandinas, das quais, hoje,
restam apenas pequenos trechos.
A região central, também chama-
da de Baixa, viveu anos de degrada-
ção e abandono. Entretanto, foi cria-
do, em 2004, o Porto Vivo, programa
de reabilitação. Desde então, investi-
mentos públicos e privados valoriza-
ram a área, que pode ser percorrida
a pé e está repleta de atrações.
Visitas às caves do vinho do Porto são imperdíveis
PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE
18 Porto: mais que vinhos
LIVRARIA DE HARRY POTTER
Entre os principais pontos
da região está a Livraria Lello,
reconhecida internacionalmen-
te como uma das mais bonitas
do mundo, foi fonte de inspira-
ção para a escritora J.K. Ro-
wling, de Harry Potter, e serviu
de cenário para filmes da série.
As igrejas também merecem
atenção especial. A principal
delas é a Sé Catedral. As curio-
sas igrejas do Carmo e das
Carmelitas, construídas lado a
lado, valem a visita.
O centro também abriga a
Avenida dos Aliados, local de
construções como a Câmara
Municipal e a Praça da Liber-
dade, considerada o coração da ci-
dade. Pertinho dali estão a Torre dos
Clérigos, que permite uma bela vista
de toda a cidade, e a estação de São
Bento, uma bela construção do final do
século 19 de onde partem trens para ci-
dades próximas, como Braga, Aveiro e
Guimarães.
Livraria Lello
19Porto: mais que vinhos
TURISMO
RIBEIRA
PONTES
Parte do Centro Histórico, a re-
gião da Ribeira, junto ao Rio Douro,
é um dos principais pontos de en-
contro de turistas e moradores da
cidade. Com restaurantes, bares e
lojas, é um excelente ponto para ca-
minhadas e para embarcar em um
dos cruzeiros pelo rio, a bordo dos
Os passeios de barco, aliás, reve-
lam ângulos interessantes das pon-
tes, que marcam a paisagem da ci-
dade. Ligando o Porto a Vila Nova de
Gaia (cidade conurbada, onde ficam
as caves de envelhecimento de vi-
nho), as construções estão entre as
imagens mais conhecidas do Porto.
A Ponte de Dom Luís, a mais
conhecida da cidade, foi realizada
segundo projeto do belga Teóphile
Seyrig. A estrutura metálica lem-
famosos barcos rabelos, que trans-
portavam os barris de vinho.
bra a Torre Eiffel, em Paris, e não
é por coincidência. Seyrig foi sócio
de Gustave Eiffel, responsável pela
torre. Com dois níveis (o superior
fica 40 metros acima do inferior), a
construção é adaptada à peculiar
topografia da região. No tabuleiro
superior atualmente circula uma das
linhas do metrô, enquanto a parte in-
ferior é reservada a carros e ônibus
(ambos têm espaço reservado para
pedestres).
Ribeira
20 Porto: mais que vinhos
Contemporaneidade
Película Portuguesa
O orgulho dos portistas e a rivalidade da cidade com a capital ficam
claros quando é analisada a história do cinema do país. O primeiro fil-
me português é “A Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança”, de
1896. Realizada pelo pioneiro do cinema lusitano, Aurélio Paz dos Reis,
a película foi a primeira de uma série que conta com pelo menos outros
seis retratando a cidade – para lamento dos lisboetas, que só chegaram
às telas três anos depois, com “Aspectos da Praia de Cascais”, de Manuel
da Costa Veiga.
A tradição de retratar a cidade em filmes atravessou as décadas. Vários
profissionais realizaram ficções e, principalmente, documentários com a
intenção de mostrar o cotidiano da “Invicta”. Mais recentemente, “Porto da
Minha Infância”, documentário de Manoel de Oliveira, lançado em 2001,
mostrou a cidade pelos olhos de uma criança – no caso, o próprio diretor.
Rodado para marcar a escolha da cidade como Capital Europeia da
Cultura em 2001, “Porto da Minha Infância” foi aplaudido em diversos fes-
tivais de cinema pelo mundo – entre eles o de São Paulo. Entre outros,
conquistou o Prêmio C.I.C.T. UNESCO “Enrico Fulchignoni”, entregue du-
rante o Festival de Veneza. Para aqueles que desejam conhecer a cidade,
é um ótimo pontapé inicial.
Fora do centro, o Porto reserva
surpresas. Construções modernas
contrastam com a arquitetura clássi-
ca da Baixa. Destacam-se o Museu
de Arte Contemporânea de Serral-
ves e a Casa da Música – ambos
na região da Boavista. Para os fãs
de futebol, a pedida é o Estádio do
Dragão, casa do Futebol Clube do
Porto, um dos times mais vitoriosos
do futebol europeu.
21
GASTRONOMIACriados com dois ingredientes básicos – açúcar e gemas de
ovos – os doces estão entre os principais atrativos turísticos
de Portugal
22
Tão tradicionais quanto
o fado ou o bacalhau, os
doces são uma marca de
Portugal. Nascidos nos
conventos por volta do sé-
culo 15, eles atravessaram
os anos e até hoje encan-
tam lusitanos e visitantes.
A base da maioria das re-
ceitas é bastante simples:
açúcar e gemas de ovos –
que sobravam depois que
as freiras usavam claras
para engomar as roupas.
A tradição é tanta que
existem até os ovos moles
de Aveiro, que são feitos
exclusivamente de gema e açúcar,
envolvidos com uma fina capa de
hóstia. E para quem achou curioso
o nome dos ovos moles, há outras
nomenclaturas dignas de nota. De
sapatetas a velharocos, passando
por perronilhas, pescoços de frei-
ra, fataunços, arrufadas, melícias
e esquecidos. O fato é que, para
quem gosta de doce, qualquer
produto de uma pastelaria lusitana
é uma boa escolha.
DOCES SÃO MARCAS DE PORTUGAL
Doces e vinhos do Porto
De norte a sul, mistura de gemas e açúcar conquista os visitantes
Pastél de Santa Clara
De norte a sul, mistura de gemas e açúcar conquista os visitantes
23Doces e vinhos do Porto
GASTRONOMIA
Os doces portugueses mais co-
nhecidos são os pastéis de nata:
uma massa folhada com recheio
que, além das gemas e do açúcar,
leva creme de leite. A receita original
é da região de Belém, em Lisboa,
onde fica a Fábrica dos Pastéis de
Belém. Mas não se engane: Pastéis
de Belém, só os originais.
No Porto, o doce mais tradicional
e conhecido é o Bolo de São João,
PASTÉIS DE BELÉM: FAMA INTERNACIONAL
que é vendido durante todo o ano,
mas surgiu durante as tradicionais
festas joaninas, que acontecem em
junho. A iguaria lembra um pouco
os panetones, principalmente pela
presença de frutas cristalizadas.
Entretanto, a receita leva vinho e
conhaque, além de rum. Vendido
em várias confeitarias da cidade (e
também do resto do país), é uma
ótima pedida.
Pastéis de Belém
24 Doces e vinhos do Porto
VINHOSOs vinhos do Porto são produzidos, na verdade, com uvas da região demar-
cada do Douro (a cerca de 100km da cidade) e envelhecidos na cidade de Vila
Nova de Gaia, separada do Porto pelo próprio Douro. Os turistas que visitam o
Porto têm a oportunidade de conhecer a sede dos fabricantes, os espaços onde
armazenam o vinho e, de quebra, provar os vários estilos. Saiba um pouco mais
sobre alguns deles lendo os quadros abaixo.
RUBY
Produzidos a partir de uma seleção dos melhores vi-
nhos de cada ano, que são misturados. O resultado
é um vinho forte, frutado e intenso.
LATE BOTTLED VINTAGE (LBV)
Um ruby engarrafado com a produção de um só
ano, em safras de boa qualidade, envelhecido após
um período de quatro a seis anos. Em alguns casos,
é necessário envelhecimento na garrafa. É muito en-
corpado e de coloração vermelha bastante intensa.
TAWNY
Envelhecidos em barris de carvalho, os tawny têm
coloração mais alaranjada que os ruby. Com pro-
cesso de envelhecimento mais acelerado, têm idade
média de aproximadamente três anos.
25
O câncer de mama representa
um evidente problema de saúde
pública no Brasil. Segundo dados
do Instituto Nacional de Câncer
(INCA), para 2012 a taxa de inci-
dência estimada é de 52.680 novos
casos, com uma taxa de mortalida-
de de 12.852.
Assim, é inequívoca a necessi-
dade de divulgação das medidas
preventivas primárias, investimen-
tos em educação médica continua-
da e de programa de rastreamento
(screening) acessível à toda popu-
lação. A ideia de que o diagnósti-
co precoce do câncer de mama é
fundamental para a indicação de
tratamentos mais conservadores
e está associado ao aumento da
taxa de sobrevida é amplamente
conhecida.
Como fazer o diagnóstico pre-
coce?
Na prática estamos falando em
fazer o diagnóstico na fase subclí-
nica da doença, ou seja, antes de
qualquer alteração clínica palpável
ou suspeita. Portanto, o papel dos
exames de imagem (mamografia,
ecografia e ressonância magnéti-
ca) passam a ocupar espaço fun-
damental.
Entre esses, a mamografia é o
único exame para uso no rastrea-
mento populacional com evidência
clínica comprovada de diminuição
na taxa de mortalidade. Assim, nos
Câncer de mamaUma abordagem racional para o rastreamento
ARTIGO
Câncer de mama: a importância do diagnóstico precoce
26 Câncer de mama: a importância do diagnóstico precoce
nossos dias não cabe mais o ques-
tionamento se a mamografia deve
ou não ser solicitada como rotina,
mas sim qual a qualidade dos exa-
mes realizados!
Mas, nesse contexto algumas
questões ainda não foram res-
pondidas. Com que idade deve
ser iniciado o rastreamento? Qual
a periodicidade e com que idade
parar o rastreamento? De fato as
políticas governamentais de rastre-
amento populacional adotadas em
Portanto, um estudo mamográfi-
co com periodicidade anual a par-
tir dos 40 anos está bem indicado
países desenvolvidos e no Brasil
são distintas e não existe consen-
so. Pensando no dia a dia do con-
sultório, como deve atuar o médico
ginecologista e os demais profis-
sionais responsáveis pela atenção
primária à saúde da mulher?
Do ponto de vista epidemiológi-
co a incidência do câncer de mama
é baixa antes dos 35 anos de idade
e aumenta de forma contínua e gra-
dativa após os 40 anos. (gráfico 1)
como rastreamento na população
de baixo risco.
No IDEPI - Diagnósticos por Ima-
26
79
2549
2
400
200
300
100
0
7
148188
20-24 30-34 40-44 60-64 70-74 80-84
INCA - Dados Epidemiológicos - Curitiba 2001/2005
50-54
223 233255
284324
370389
Gráfico 1
27
ARTIGO
Câncer de mama: a importância do diagnóstico precoce
gem, entre janeiro e maio de 2012
foram realizadas 7.982 mamogra-
fias onde observa-se um número
significativo de exames em pacien-
tes abaixo dos 35 anos. Evidente-
mente, parte desses exames foram
solicitados como investigação em
mulheres sintomáticas e não como
estudo de rastreamento.
Porém, de forma crítica deve-se
questionar qual o real benefício, qual
o potencial risco e qual o impacto
nos custos para as Operadoras de
Planos de Saúde (OPS) na indica-
ção de rastreamento em pacientes
jovens. Com relação aos custos, o
número exagerado de exames tem
sido apontado pelas OPS como fa-
tor impactante negativo na remune-
ração de honorários médicos. Com
relação ao risco, deve-se conside-
rar o potencial oncogênico causado
pela radiação.
Assim, quanto mais precoce o
início da mamografia maior será o
risco oncoindutor e maior a dose
cumulativa recebida pelas mamas
ao longo da vida. Esse dado é es-
pecialmente relevante e nocivo em
mulheres portadoras de mutação
deletéria no gene BRCA 1 e 2 (bre-
ast cancer gene - cancer hereditá-
rio), pois a ação de reparar o dano
causado no DNA pela radiação que
é exercida pelas proteínas codifica-
das por esse gene está prejudicada.
Na população de altíssimo risco há
uma tendência empírica de se lançar
mão de toda a propedêutica armada
disponível para aumentar a sensibili-
dade diagnóstica (tabela 1). Porém,
infelizmente, o rastreamento nessa
população é baseado em suposições
e que ainda não foram ou não podem
ser testadas de forma científica pros-
pectiva.
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Dr. Leonidas Noronha Silva, Titular da Sociedade Brasileira de Mastologia
Mestre em Clínica Cirúrgica – Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Diretor Técnico do HMSB
Uma boa estratégia, e que encontra apoio em uma série de artigos na literatura,
é o uso da ecografia mamária como método adjuvante da mamografia no scree-
ning de mulheres com mamas densas e na população de alto risco.
Os dados publicados no Guidelines/2012 do National Comprehensive Cancer Ne-
twork (NCCN ) considera as seguintes recomendações para essa população:
mamografia anual + exame clínico a cada 6/12 meses
ressonância magnética e mamografia anual + exame
clínico a cada 6/12 meses
estratégias redutoras de risco (tratamento cirúrgico/clínico)
iniciar mamografia dez anos antes do caso familiar de
primeiro grau mais jovem
idade > 25 anos
Tabela 1. População de Alto Risco
• Portadora de mutação BRCA
• História familiar de Câncer Hereditário de Mama e Ovário (HBOC)
• Câncer de mama em parente de primeiro grau < 45 anos
• Dois ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama
• Um ou mais parentes de primeiro grau com câncer de ovário
• História prévia de radioterapia de tórax < 30 anos
• História familiar de câncer de mama masculino
• Descendente de judeu Askenazi com história familiar de câncer demama e/ou ovário
Câncer de mama: a importância do diagnóstico precoce
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Filha da artista plástica Vivian Vidal,
Georgiana é formada em pintura pela Es-
cola de Música e Belas Artes do Paraná
(EMBAP), possui licenciatura em educa-
ção artística pela Universidade Federal do
Paraná (UFPR) e especialista em história
da arte do século XX, também pela EMBAP.
Já realizou exposições individuais no
Centro Cultural de São Paulo (em 2007),
no Museu Alfredo Andersen (em 2004) e
na Casa de Portugal (em 2002). No ano
passado ficou em 2º lugar no Concurso
de Pintura do Clube Duque de Caxias, e
em 2005 recebeu o Prêmio da 7ª Mostra
João Turin.
AR
TIS
TA D
A C
APA
Georgiana N. Vidal Maceno