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A última edição do ano de 2014 leva até você um assunto muito importante que gera uma reflexão de como podemos viver melhor e de forma mais leve, conservar o bom humor e o otimismo nos tempos atuais. A capa mais fofa nestes 10 anos de edição ilustra o trabalho do fotógrafo capixaba Vicentini em seu estilo Newborn! Edição Especial!
Citation preview
O trabalho do fotógrafo Vicentini no estilo Newborn
ARTE <<
O poder do otimismo!>> ViVER bEm
Caboclo Bernardo: condecorado por ato de bravura
>> CULTURA
EDITORIAL
momento-es
Otimismo hoje e sempre
Em plena virada de ano, esta edição da Mo-mentoES se propõe a ‘não levar a vida a sé-rio demais pois no fim ela vai rir de você’,
como diz o conselho pregado em algum vidro de carro por aí. Uma grande verdade contida nesta brincadeira é que o bom humor e o oti-mismo são grandes virtudes. Ser espirituoso, aliás, é um dos elogios que costumam ser feitos a quem carrega estas virtudes. Em ditados po-pulares, filosofias orientais, ancestrais, a associa-ção de humor, leveza e riso remete a uma noção de elevação espiritual e de transcendência. Por aqui, o humor sempre teve peso dez e a mais absoluta leveza.
A capacidade de brincar e de rir da nossa pró-pria condição humana, imperfeita por defini-ção, tornam o humor e o otimismo, ferramentas de conexão com outros planos de consciência, com o poder de nos salvar, nos arrancar da me-diocridade e elevar nossos espíritos.
Nunca é demais lembrar que na etimologia da palavra “diversão”, por exemplo, encontra-se a ideia de algo capaz de transportar nossas men-tes para um lugar “diverso”, fora do turbilhão tenso e sem nexo no qual costumamos nos enfiar até o pescoço, na ilusão de que estamos produzindo e agindo de forma eficiente dentro do “contexto social”.
Felizmente, contamos com alguns deuses do humor, uns mais outros menos hábeis, para nos remover desse redemoinho e nos levar para esta esfera um pouco mais nobre da existência. Portanto bora praticar o bom humor, o otimis-mo e neste novo ano que se inicia experimente não levar a vida tão a sério, seja Leve!
Da Redação.
6 MOMENTO ES | Ed 37
EDIÇÃO
nesta
>>08. ViVER bEm
O poder do otimismo! Se você tem dificuldades para enxergar o que há de positivo nas situações que vive, se se concentra mais nos problemas que nas soluções, pode ser que seu estilo emocional seja pouco resiliente (capacidade de se recuperar). Como, então, mudar de atitude? É possível?
>>12. SimPLES mENTESOs Toltecas foram uma civilização que habitou a parte central das América cerca de 500 anos antes de Colombo chegar por ali. Construíram basicamente quatro acordos de convivência que os auxiliou no desenvolvimento relacional intra e extra-psíquico, ou seja, consigo mesmo e com o mundo relacional a partir disso.
A fotografia de Recém-nascidos é uma tendência que cresce bem depressa no Brasil. Quando se trata de imagens em estilo Newborn, ou recém-nascidos retratados em delicadas posições, o fotógrafo Vicentini é referência nesse estilo no Espírito Santo.
>>26. ARTE
Há rumores com Caê Guimarães.
>>24. ASTROLÁbiO
Condecorado por ato de bravura, Caboclo Bernardo, nascido no ano de 1855, em Regência Augusta, entrou para a história no ano de 1887 após arriscar sua vida para salvar uma tripulação náufraga no Pontal do Rio Doce.
>>14. CULTURA
Assim ensinou Zaratustra: “A oportunidade de prati-car o mal aparece cem vezes por dia e a de praticar o bem uma vez por ano; que é melhor correr o risco de libertar um culpado que condenar um inocente”.
>>22. AbSTRATO
>>32. ESPORTE
Um esporte que pode ser considerado uma atividade até ancestral, subir montanhas e rochas: a escalada. Modalidades e benefícios.
momento - es
Índice
>>40.NEWS
Cine, ler e ouvir com Tiago Alencar. Arte, Meio ambiente e Versatilidade com Paulo DePaula.
>>46. AUTO
>>48. RE-CONExãONATURAL
Com belo visual e desempenho de arrepiar, modelo chega fi m do ano no País. Modelo con-versível DA BMW M4 Cabrio pode ir de 0 a 100 km/h em 4,4 segundos.
Thiago Teles (Gavião Marrom) é Terapeuta Holístico e Xamânico, facilita vivências, work-shops e cursos de reconexão com a natureza in-terior e resgate da ancestralidade. Estréia nesta edição com o tema ‘Nossas Relações e a Teia da Consciência’.
>>50. DiÁRiO DE bORDO
Como muitas pequenas Vilas de pescadores presentes em todo Brasil, Barra Grande, situada na Península de Maraú - BA possui toda uma magia. Suas praias de águas cristalinas atraem turistas de todo o Brasil e do mundo.
eXPeDIeNTeEdição nº 37 (Dezembro/Janeiro/Fevereiro)
Editor e Jornalista responsável:
Sérgio Coelho (MTB 3235/ES)[email protected]
Arleson Schneider (MTB 3085/ES)[email protected]
Editor de conteúdo: Lanay Rita
Colaboradores: Arleson Schneider, Oswaldo Baldin, Tiago Alencar, Tico Fonseca, Luciano Gualtieri, Lanai Rita, Andre Luiz, Sandro Souza, Marcos Pallas e Sarah Abner .
Colunistas: Caê Guimarães, Kleber Galvêas, Erlon Borges e Thiago Teles (Gavião Marrom).
Projeto gráfi co: Thiago Bittencourt
(27) 3062-2875 | (27) 99276-8245
Diretor de Arte: Thiago Bittencourt
Diagramação: Thiago Bittencourt
Diretor Comercial: Sérgio Coelho
(27) 98845-4695 | [email protected]
Distribuição: Dirigida e gratuita
Impressão: GM Gráfi ca e Editora
Produção: Moderna Comunicação
Revisão: Jorge Luiz Elias
Momento Espírito Santo @momento_es
Leia e baixe a revista digital:Issuu.com/revistamomentoes
Foto Capa:
Foto Arte Newborn.
Foto Vicentini.
Os artigos assinados não refl etem necessariamente a opinião da Revista Momento Espírito Santo.
8 MOMENTO ES | Ed 37
ViVER bEm
8 MOMENTO ES | Ed 37
O poder do otimismo
Ed 33 | MOMENTO ES 9
Texto Laiz Fidalgo
A diferença entre o otimista e o pessimista
está na forma de eles explicarem a
causa de eventos ruins ou bons que lhes
acontecem no cotidiano, ou seja, como é seu
‘estilo explicativo’. “Ser otimista não se reduz a
pensamentos positivos, para o neurocientista
americano Richard Davidson, autor de O Estilo
Emocional do Cérebro, seu fundamento se
encontra na maneira como se pensa sobre
causas.
Se você tem difi culdades para enxergar o que
há de positivo nas situações que vive, se se
concentra mais nos problemas que nas soluções,
pode ser que seu estilo emocional seja pouco
resiliente (capacidade de se recuperar), como
defi ne o neurocientista. Ou seja, você tem
difi culdades para se recuperar das adversidades.
Por exemplo: você pode achar que nunca vai
conseguir entregar um trabalho que esteja à
altura do que gostaria. Você vai se concentrar
no que considera serem as falhas do processo:
será que pesquisei o sufi ciente? Será que eu não
deveria ter seguido outra ideologia?
Não que essas perguntas sejam o problema em
si. A questão é que quem tem pouca resiliência
tem difi culdade em se livrar de sentimentos de
raiva, tristeza, ou qualquer emoção negativa
após perdas, adversidades, reveses ou outros
tipos de aborrecimento. Além de se recuperar
mais rápido de adversidades, os otimistas têm a
capacidade de manter sensações positivas por
períodos prolongados de tempo. Para Davidson,
isso se traduz numa dimensão das emoções
chamada de atitude: “Pessoas normalmente
bem-humoradas tendem a ser otimistas; pessoas
cujos momentos de alegria podem ser medidos
A capacidade de ver o “copo meio cheio” nos ajuda a viver
de forma mais plena e feliz e ainda faz bem para a saúde.
Você já pensou em como pode desenvolver essa
característica e se tornar mais positivo?
Você já pensou em como pode desenvolver essa
característica e se tornar mais positivo?
10 MOMENTO ES | Ed 33
em microssegundos costumam se sentir
cronicamente tristes ou ser pessimistas”.
Precisamos entender, em primeiro lugar, que ser
otimista não é sinônimo de ignorar a realidade
e sim de conhecer a si mesmo e as variáveis que
controlam o comportamento, ou seja, conhecer
também os limites e entender que existem
problemas no mundo. O pessimista é visto como
alguém mais pé no chão, mas essa não é toda
a verdade. É possível enxergar a realidade com
bons olhos e, ao mesmo tempo, sem fantasias.
“Se a gente for absolutamente lógico e racional
(vai se perguntar): a gente está vivo para quê?
Para que se esforçar para fazer qualquer coisa,
se no fi nal a gente morre mesmo?”. Como, então,
mudar de atitude? É possível? Todo mundo
se levanta da cama porque nosso cérebro
tem a capacidade de formar esse conceito, de
que o esforço vale a pena, de que coisas boas
vão acontecer se você se esforçar e isso está
ancorado em pesquisas científi cas que mostram
ser possível mudar certos aspectos do “estilo
emocional”, como defi ne Richard Davidson, de
forma que consigamos exercitar o otimismo.
“O estilo emocional que se formou na vida
adulta não precisa se manter inalterado para
sempre”, escreve o cientista. “O cérebro tem uma
propriedade chamada neuroplasticidade, que é
a capacidade de modifi car de forma considerável
sua estrutura e seus padrões de atividade, não só
na infância, mas durante a vida adulta”.
Mais importante ainda, aponta o cientista, é que
podemos alterar esses padrões. Para que isso
ocorra, é necessário recorrer a exercícios mentais
que estimulem certas partes do órgão, de acordo
com o resultado que se quer. Por exemplo,
quem é resiliente (recupera-se facilmente das
adversidades) tem uma forte conexão entre o
córtex pré-frontal e a amígdala. Nesse caso, a
primeira estrutura trata de mandar sinais para
a amígdala, que é responsável por sentimentos
como medo e nojo. Os pessimistas têm poucas
dessas conexões, o que quer dizer que a
amígdala fi ca mais ativa e envia sinais negativos
para o cérebro.
ViVER bEm
Ed 37 | MOMENTO ES 11
O poder do otimismo
TERAPIA COGNITIVA
*A terapia cognitiva, uma forma de treinamento
da mente, é uma delas. Aprende-se a entender
como os pensamentos fl uem e a lidar com as
ideias negativas.
>> COMO PRATICAR O OTIMISMO?
A saída, diz Davidson, é treinar os “circuitos neuronais” (as conexões que nosso cérebro ativa quando
recebe alguma informação) para tomar outros caminhos. E isso é possível. Alguns métodos conseguem
criar esse círculo virtuoso.
MEDITAÇÃO
*Outro método é a meditação, tema de vários
estudos para Davidson. Ele percebeu que
ela consegue ativar setores do cérebro que
equilibram os pensamentos de pessoas muito
ansiosas ou muito pessimistas. Algumas horas
semanais de prática são sufi cientes para mudar
o padrão dos circuitos neuronais e incentivar
pensamentos positivos. Segundo ele, a
meditação nos faz lidar melhor com o estresse e
isso “faz com que consigamos nos recuperar mais
rapidamente de uma adversidade, enxergando o
mundo com olhos mais otimistas”.
Por isso, é importante entender que, seja com a
meditação, seja com a terapia cognitiva, chegar
mais perto do otimismo é uma questão de
prática, e não só de vontade. Para ter controle
dos pensamentos é necessário ter técnica e
paciência. Um rio não muda de curso de uma
semana para outra e nós não conseguimos
passar do espectro pessimista ao otimista tão
rapidamente. As difi culdades, porém, não
devem nos deter, e sim servir de incentivo para
que comecemos a acostumar nossos olhos a
enxergar um lado mais iluminado da vida.
TERAPIA COGNITIVA
*A terapia cognitiva, uma forma de treinamento
da mente, é uma delas. Aprende-se a entender
como os pensamentos fl uem e a lidar com as
ideias negativas.
criar esse círculo virtuoso.
12 MOMENTO ES | Ed 37
Sim
ples
men
tes
Os Toltecas foram uma civilização que habitou a parte central das América cerca de 500 anos antes
de Colombo chegar por ali. É válido sa-lientar que, assim como as terras tupini-quins, a mesma América era descoberta aos que aqui viviam e desenvolviam suas vidas pessoais e sociais.
Construíram basicamente quatro acor-dos de convivência que os auxiliou no desenvolvimento relacional intra e extra--psíquico, ou seja, consigo mesmo e com o mundo relacional a partir disso.
Os dois primeiros, dos quais falei na edi-ção anterior são: “Sejas impecável com tuas palavras” e “Não leve nada para o pessoal”.
E agora falarei sucinta e complementar-mente sobre o 3º e 4º acordos:
“Não faças suposições”
Minha mãe me disse certo dia: “Meu filho, te liguei e você não me aten-deu”. Perguntei a ela: “Você tem certeza disso? Você acredita mesmo que eu re-jeitaria a ligação de minha querida mãe-zinha?”.
“Eu acho que ela (ele) não que-ria me atender...”; “talvez ele (ou ela) não queira falar comigo...”; “bem que naquele dia eu percebi que...”. Falas semelhantes a essas expressam a realidade de que não poucas vezes estabelecemos uma conexão com os outros baseados numa imagem mental que nos ocorreu no mo-mento. Isto é comum e até mesmo “natu-ral”, mas a questão é se isto é funcional?
Ensinando seus alunos a maneja-rem suas emoções, Jesus os instrui a bus-carem aqueles com que tiveram algum
desafeto e estabelecerem um diálogo a sós. Oportunidade ótima para sanar as malfadadas “achologias”, transformando-as em aceitação e crescimento.
Nossa capacidade imaginativa, que tan-to nos enriquece e diferencia enquanto espécie humana, também nos prega algumas peças. O problema não está em imaginar, mas em fixar--se nisso. Ou seja, estabelecer uma conexão com os outros à partir de ideias construídas solitariamente é razão para muitos problemas, mesmo em tempos de celulares, internet e vas-ta rede social.
Onde estão os problemas também es-tão as soluções. Logo, treinar a redução de mi-nha “achologia”, suposições e construções de pensamentos unilaterais; pensar positivamente sobre eventuais ruídos comunicativos, trans-formar a ocorrência destes em diálogo franco,
Os Toltecas e eu (parte 2).Por Erlon V. Borges
Dr. Erlon Valadares Borges é Fisioterapeuta, especialista em Terapia Manual, Fisiologia do Exercício e Psicanálise. Atua com uma terapêutica física e emotiva visando a qualidade de vida de seus pacientes.” Contatos: [email protected] - (27) 3033-5869 / (27) 99801-6898
capacita-nos a extrair maior vitalidade e alegria de nossas relações interpessoais.
Outro conceito: quem “acha”, ainda não encontrou e quem “encontra” não ficará na achologia. Transformemos o que não sabemos numa expectativa positiva de preencher as la-cunas deixando as suposições de lado. Se ligar para alguém e não tiver êxito, transformemos dúvidas em perguntas. É mais saudável que transformá-las em acusação.
Os Toltecas entenderam que estes são comportamentos sociais que só existem a partir
de acordos consigo e com o outro. Entenderam que seus acordos trariam equilíbrio das saúdes emocional e física de si e sustentabilidade da vida comunitária. Isso é experimentar uma nova dimensão relacional com resultados transfor-madores. Seguramente tropeçaremos em nos-sos costumes cristalizados, mas será com persis-tência e esforço que conseguiremos abrir novos caminhos neuronais e alterar comportamentos. Quando falhar, aceite o fato de que o Criador te aceita a despeito das falhas e recomece.
“Faças sempre o melhor de si.”
Nem sempre estou bem. Dores físicas e emocionais associadas ou não a condições agu-das ou crônicas podem muitas vezes minar mi-nha pulsão de vida. Como dizia um amigo, “tem dia que parece noite”. Mas mesmo assim, e em meio a isso, posso extrair meu melhor.
Fazer o melhor de si está para além de moldar-se a algum padrão midiático onde o ser está ligado ao ter, explorando o vazio exis-tencial humano e retroalimentando-o. É saber conscienciosamente que estou realizando aqui-lo que é para ser feito, com as forças que tenho para fazê-lo e cujos resultados serão consequ-ências naturais deste modo de vida. É amar o que faz e fazer o que ama.
Este melhor de mim passará por varia-ções nas fases da vida, contudo é possível man-ter em qualquer delas um espírito animado e intenção consciente de realização.
Fazer o meu melhor representa teste-munhar para mim mesmo que estou empre-endendo o que é possível com as forças que possuo. Isto é uma verdadeira injeção de ânimo e remedia frustrações, ansiedade e depressão.
Significa perceber minha humanidade limitada, oscilante e falha, mas que carrega também um potencial de vida com significado.
Salomão, conhecido por seus provér-bios, adverte seu filho dizendo: “O que chegar as suas mãos, desenvolve-o conforme as suas forças”. Família, amigos, trabalho, saúde, desen-volve-o conforme suas forças!
Yeshua (Jesus) proclamou que a razão de sua encarnação foi para que o ser humano pudesse gozar vida e vida com abundância. Para aprendermos dia a dia a manejar a emo-ção, realizar nosso melhor e extrair vida até da morte. Este tipo de vida transcende o tempo/espaço e adentra as vias da eternidade.
Creio que a síntese da sabedoria dos Toltecas repousa sobre suas palavras quando diz: “ame seu Criador sobre tudo e as pessoas como ama a si mesmo”.
Façamos nosso melhor, amemos!
Fraterno abraço,Erlon
CULTURA
Ed 37 | MOMENTO ES 15
Caboclo Bernardo:condecorado por ato de bravura
Texto Sérgio CoelhoFotos Zanete Dadalto
A pacata vila de Regência, no litoral de Linhares, vibrou ao som dos tambores e das ca-sacas. A Festa de Caboclo Bernardo, uma das maiores mostras do folclore do Estado, atraiu cerca de 10 mil pessoas para Vila em três dias de evento este ano. Realizado pela
Prefeitura de Linhares, por meio das secretarias de Cultura e Turismo, alguns destaques do evento foram à conclusão da revitalização do Farol de Regência, o resgate da réplica da meda-lha imperial recebida por Bernardo, além do tradicional encontro de bandas de congos, com a participação de mais de 44 bandas de todo o Estado.
De acordo com o secretário Municipal de Cultura, Roberto Cordeiro, foram reproduzidas 100 cópias da réplica da medalha. Com estas cópias, o município homenageou algumas entidades como o Governo do Estado, Assembleia Legislativa do Espírito Santo, comunidade de Regên-cia, Câmara Municipal de Linhares e Capitania dos Portos. “Agradeço ao prefeito a oportuni-dade de resgatar a história de um herói linharense. O Bernardo foi condecorado pelo seu ato de bravura. Nosso objetivo é manter viva a memória de uma figura que tanto representa ao município”, diz o secretário Roberto.
“Tenho certeza que foi uma das festas mais bonitas e que conseguimos cumprir o nosso objetivo de alavancar o nome do Caboclo Bernardo”, avalia Fábio Gama, presidente da Associação de Moradores de Regência.
CULTURA
Segundo o secretário, as bandas de Congo que participaram dos festejos em comemoração ao centenário também foram homenageadas com uma medalha. As cópias restantes ficaram em posse da Secretaria de Cultura e serão utilizadas para presentear futuros prestadores de serviços relevantes à cultura do município. O comandan-te da Capitania dos Portos do Espírito Santo, Jayme Tavares Alves Filho, disse que a cerimô-nia foi uma oportunidade de reviver a história. “É um grande orgulho representar a Marinha na entrega da medalha. Na história do Brasil, o feito de Bernardo é um dos poucos com tan-ta magnitude. Estamos muito felizes por, mais uma vez, contribuirmos com a construção da história de Linhares”, destaca. O prefeito Nozi-nho Correa ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pela Secretaria de Cultura. “Vive-mos um momento histórico em Linhares. Estou feliz pelo resgate da cultura e pela valorização de um herói que salvou vidas”, pontuou.
Ed 37 | MOMENTO ES 17
Caboclo Bernardo:condecorado por ato de bravura
Nascido no ano de 1855, em Regência Augusta, Bernardo José dos Santos, o Caboclo Bernardo, aprendeu desde criança os segredos do rio e do mar, de onde tirava seu sustento como pesca-dor e catraieiro. Exímio navegador, Bernardo entrou para a história no ano de 1887 após arriscar sua vida para salvar uma tripulação náufraga no Pontal do Rio Doce. Era madrugada do dia sete de setembro, uma noite de tempestade, quando o Cruzador Impe-rial Marinheiro, que se dirigia em comissão de sondagem a Abrolhos, chocou-se contra o pontal sul da barra do Rio Doce, aproximadamente há 120 metros da praia do povoado de Regência. A população se mobilizou para tentar salvar a tripulação, mas pouco se podia fazer por conta do mar violento.
Foi quando, ao amanhecer do dia, Bernardo se dispôs a nadar até o navio levando uma corda por onde os tripulantes poderiam vir, um a um, pendurados até à praia. Dos 142 tripulantes, 128 conseguiram se salvar. Bernardo foi condecorado pela Princesa Isabel e recebeu uma medalha de ouro pelo ato de bravura. O herói morreu em 3 de junho de 1914.
O naufrágio do “Imperial Marinheiro“.
18 MOMENTO ES | Ed 37
CULT
UR
A
Caboclo Bernardo:condecorado por ato de bravura
Caboclo Bernardo recebeu uma medalha
humanitária de 1ª classe do Império
Brasileiro, a pedido da Marinha Nacional,
após salvar 128 dos mais de 140
tripulantes do navio Imperial Marinheiro
que caminhava para o naufrágio no dia
7 de setembro de 1859. A condecoração
aconteceu no dia 6 de outubro do mesmo
ano. A medalha era de ouro maciço,
medindo 2,5 centímetros de diâmetro e 3
de espessura. Veio gravada com a data “8
de setembro de 1887”.
Medalha
A medalha original desapareceu ao longo dos anos. Uma réplica foi cunhada em ouro maciço e elaborada com a ajuda do Departamento de Patrimônio Histórico e Acervo da Marinha.
22 MOMENTO ES | Ed 37
AbSTRATO
No séc.VII a.C. viveu, onde fica Irã/Afega-nistão, o profeta Zoroastro ou Zaratustra. Por inspiração divina compôs o Avesta,
conjunto dos livros sagrados persas. Ele pro-punha um Deus único, a conquista do céu por boas ações e não com o sacrifício de animais no templo. Contrariou os sacerdotes que o mata-ram a pauladas, aos 77 anos. Coerente, não per-mitiu o culto à sua personalidade, nem buscou a unanimidade.
Humanista pioneiro ensinou que “a oportuni-dade de praticar o mal aparece cem vezes por dia e a de praticar o bem uma vez por ano; que é melhor correr o risco de libertar um culpado que condenar um inocente”.
Conhecendo a natureza humana, atento ao crescimento da burocracia que afasta o gover-no do povo, observou que “as boas ações dos cidadãos costumam ficar na ante-sala dos go-vernantes, enquanto as suspeitas entram; a pri-meira suspeita é repelida, a segunda roça a pele, a terceira fere, a quarta mata”.
Desejoso em fazer brilhar as luzes da razão, re-formou costumes milenares consagrados entre árabes (holocausto de viúvas), mostrando que a razão era mais antiga do que eles.
Zoroastro recomendava a cautela e condenava a vaidade dos governantes, alertando que ela é como “uma bexiga cheia de ar, de onde saem ventos tempestuosos quando alfinetada”. Mil anos antes de Montaigne, sustentou que o bom senso, a tolerância e o diálogo são indispensá-veis ao governo dos povos: “Quando comer ali-mente os cães, ainda que o mordam”.
Após Zoroastro, Confúcio, Buda, filósofos gregos e romanos, Jesus, Maomé, filósofos renascentis-tas, iluministas, modernos e contemporâneos, confirmaram seus ensinamentos. Nietzsche, com seu livro: “Assim falou Zaratustra” (1883), popularizou Zoroastro em nosso tempo.
Assim ensinou Zaratustra
Por Kléber Galvêas
A Momento ES leva até você o universo de conceitos diferenciados do pintor capixaba Kleber Galvêas. Conheça a sua obra em: www.galveas.com.
Embora todos esses sábios, ora por inspiração divina, ora observando a natureza, buscan-do referências históricas, ou deduzindo com o exercício da razão, chegassem a conclusões semelhantes quanto à importância da dialética (tese - antítese - síntese), ainda hoje elegemos governantes primários que buscam, a qualquer preço, a unanimidade. Soberbos, dispensam contrapontos criativos do trabalho em grupo heterogêneo, julgando ser favorável (aos seus propósitos) controlar a informação e cooptar todos. Esse autoritarismo os leva à ruína.
Egoístas e vaidosos, sustentados nas alturas por bajuladores, só enxergam o poder e, quando o conquistam, querem conservá-lo a qualquer custo. Perdem o senso da realidade democráti-ca, da riqueza criativa na discussão e a força de uma nova síntese, da renovação.
No primeiro vacilo os mais espertos lhes tomam o poder e os condenam ao ostracismo. Não raro protagonizam tragédias.
Governantes egocêntricos lembram os castores do Oregon (USA) fazendo seus ninhos. Esses, algumas vezes, represavam a água do riacho formando um lago, prejudicando o abasteci-mento de quem estava à jusante e colocando em risco casas e plantações. A barreira feita de troncos e ramos, fi xados com a mesma habilida-de dos pássaros que constroem ninhos, poderia se romper. Assim, no velho oeste americano, quando iniciadas em área de risco iminente para os colonos, eram logo destruídas.
Erros administrativos e desvios éticos, produ-zidos com mais frequência por governos sem oposição, representam risco de revolução. Es-tes, assim como os troncos da represa do castor, não os podemos deixar acumular. Quase sem-pre basta deslocar uma peça para todo o siste-ma ruir, destruindo o que encontra pela frente.
Nosso descuido é perigoso. Nossa arma é o voto.
Por Kléber Galvêas
24 MOMENTO ES | Ed 37
AST
RO
LÁb
iO
Por Caê Guimarã[email protected]
Há rumores
de tempestades solares
de intempestivos rancores
de texturas ásperas
na superfície das cores
e em tudo que se fala e se grafa
assinala e contradiz
Há rumores
Há rumores, há rumores
há rumores
de afazias e escaras
de analogias vazias
de corroídos valores
e daquilo que se especula e pondera
analisa e confirma
Há rumores, há rumores
há rumores de vento na sala
de louças quebradas
de loucas danadas
de poucas badaladas
nos sinos das torres
Há rumores, há rumores
há rumores de fogo nas palhas
de traças nas páginas
de troças nas falas
nos tintos amargores
e em tudo que respira
volatiza
e incinera
Há rumores, há rumores
Há quatro anos nosso colunista, Caê Guimarães,
vem desenvolvendo um trabalho de interface
da poesia com música e artes plásticas. Por Bai-
xo da Pele Fria”, primeiro livro do poeta, escritor
e roteirista capixaba, foi publicado na Catalu-
nha pela Cobert Edicions, em edição bilíngue
português / catalão em 2013.
24 MOMENTO ES | Ed 37
26 MOMENTO ES | Ed 37
ARTE
Texto Sérgio CoelhoFotos Vicentini
A magia da vida
O que está em jogo é a realização de
um ato de amor com a vida. O olhar
de quem fotografa mergulha na alma
e a magia se faz no parar o tempo.
AR
TE
A magia da vida
Nuanças cromáticas são utilizadas para ge-rar um sentimento que está além do do-cumental para uma família determinada
e em um único clic o instante é congelado para a eternidade. Por vezes, o detalhe de um pé ou de uma pequena mão vale muito mais que um retrato inteiro. Cada bebe recém-nascido surge como uma continuidade divina da raça huma-na e, nesse sentido, perde a sua individualidade para integrar uma universalidade, que nos torna humanos pela capacidade de poder nos emo-cionar perante o belo e de ter a competência de reproduzi-lo e comunicá-lo às gerações futuras.
Ed 37 | MOMENTO ES 29
A fotografia de Recém-nascidos é uma tendên-cia que cresce bem depressa no Brasil. Quan-do se trata de imagens em estilo Newborn, ou recém-nascidos retratados em delicadas posições, Vicentini é referência nesse estilo no Espírito Santo. Já são mais de 250 bebês que passaram por suas lentes nos últimos dois anos. “É uma sensação indescritível, fazer parte de um momento tão especial é muito gratificante, é o que nos incentiva a oferecer sempre o melhor,” pontua Vicentini.
SOBRE VICENTINI
Desde 2000 fotografa profissionalmente. Suas lentes sempre estiveram focadas em foto-grafias de paisagens e natureza, trabalhos que se encontram expostos por vários pontos turísticos na grande Vitória. Mas ao lidar somente com gestantes por sete anos em parceria com um dos estúdios mais renomados do estado - o Studio Cypriano -, após o nascimento de sua sobrinha e a descoberta que se tornaria pai, suas lentes mudaram o foco. Com o apoio e sensibilidade da esposa Joyce Vicentini, a chegada da primogênita veio trazer a certeza que se dedicariam à fotografia de bebês, e assim iniciaram os trabalhos com recém-nascidos.
A magia da vida
Atento aos detalhes, suas imagens remetem sempre a uma expressão simples que se desta-ca por utilizar a luz natural e pouco flash. Muitas poses remetem ao bebê ainda dentro do útero, numa suave combinação de luz, acessórios e a magia espontânea que ocorre a cada vez que um novo bebê é fotografado.
Para realizar os ensaios, Vicentini conta com um estúdio na Enseada do Suá, em Vitória, ES, projetado exclusivamente para receber os pe-quenos, onde conta com a luz natural ideal, todos os acessórios e aquecimento entre 26 a 29 graus, em um ambiente totalmente higieni-zado, garantindo o conforto dos bebês e a tran-quilidade das mães.
Ter um registro deste momento é algo único na vida e que deve ser feito exclusivamente por profissionais treinados e com comprovada experiência para isso. “Minha prioridade é sem-pre o conforto e a segurança total do bebê. Até porque só é possível transmitir essa paz e as emoções desses primeiros dias se o bebê esti-ver bem e houver muita tranquilidade no am-biente”, diz Vicentini.
AR
TE
Uma fotografia é um instan-
te de vida capturado para a
eternidade.
Ed 37 | MOMENTO ES 31
ESTILO NEWBORN
As fotografias de Vicentini sobre bebês e prin-cipalmente recém-nascidos podem ser inter-pretadas como um ato de amor à existência humana. Existe ali a expressão de uma poética de extremo carinho e generosidade. Hoje um dos especialistas deste estilo no Estado, ao ver e sentir a beleza da fotografia desses peque-nos seres teve a certeza de que estava no rumo certo: capturar os instantes mais incríveis do começo da vida é uma dádiva de acordo com o fotógrafo. O profissional desenvolve um tra-balho único e especial com os recém-nascidos e normalmente os acompanham até o 1º ani-nho. Com a paixão de fotografar bebês e o comprometimento com a fotografia, tornou-se membro da ABFRN (Associação Brasileira de Fo-tógrafos de Recém-Nascido), com a missão de promover e apoiar, a arte, a integridade e a se-gurança de fotografar recém-nascidos, além de se especializar para aprimorar o seu trabalho, ao participar de palestras, workshops e congressos com os profissionais renomados.
“A câmera não faz diferença
nenhuma. Todas elas gravam
o que você está vendo. Mas
você precisa VER!”
(Ernst Haas)
ATENDIMENTO:www.vicentinifotografias.com.br
Bairro Enseada do Suá, próximo ao Shopping Vitó-ria, em frente ao Pelourinho. Endereço: Rua profes-sor Almeida Cousin, 125, 16º andar, sala 1614, Ed. Enseada Trade Center – Enseada do Suá - Vitória.
Tel: (27) 3317-0872 | 9 9820-8040.
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ESPORTE
Repetindo escalada de Itabira, 12 anos após ter sido conquistada. Foto: Sandro Souza
Texto Arleson SchneiderFotos Oswaldo Baldin
Sem limites
Um esporte que pode ser considerado uma atividade até ancestral, subir montanhas e rochas. Desde a épo-ca em que o homem era nômade, quando se depara-
va com uma montanha em seu caminho, nada podia fazer a não ser escalar para continuar sua trajetória. A escalada como esporte teve origem na Alemanha e Inglaterra no séc. XI.
Aqui no Espírito Santo quando se conversa sobre o assunto, logo surge o nome de Oswaldo Baldin, montanhista há 18 anos. São mais de 100 novas vias conquistadas em variados estilos no Estado. Já na escalada tradicional um de seus fei-tos foi abrir a maior via já conquistada: “Nada é o que pare-ce ser” possui 800 metros de extensão e fica localizada na Pedra Paulista, município de Itaguaçú. “Além dos benefícios físicos e psicológicos, acredito que a prática do esporte be-neficia também o turismo. Como Guia e Instrutor de Esca-lada também é possível realizar o trabalho de captação de imagens e produção de vídeo reportagens sobre o assunto, sempre divulgando as potencialidades do Espírito Santo,” pontua o profissional.
Visalização de uma nova conquista. Foto: André Luiz
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Escalada no Espírito Santo
Sem limitesES
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O Espírito Santo possui uma geografia e ge-ologia propícias para a escalada em rocha de acordo com Baldin. “De uma forma geral o Estado apresenta desde vias curtas e difíceis que estão presentes na modalidade da Esca-lada Esportiva, até as longas vias em pare-dões da Escalada Tradicional,” afirma.
Para a escalada esportiva, os principais locais no Estado apontados pelo profissional são: o Calogi localizado na Serra, o Complexo de Escaladas de Viana, a Falésia de Apeninos em Castelo, e o Morro do Moreno em Vila Velha, que é o mais antigo campo escola da escala-da capixaba. Cada um desses setores abriga mais de 40 vias (rotas), e dos mais variados graus, que atendem desde quem está ini-ciando no esporte, até os escaladores vete-ranos, o que proporciona socializar gerações nesses ambientes.
Na Escalada Tradicional o Espírito Santo tem uma grande história, e é reconhecido nacional-mente, por apresentar vias clássicas conquista-das entre as décadas de 40 à 70, como os Cin-co Pontões, O Frade e a Freira, Pico do Itabira, Pedra do Lagarto, Três Pontões, Pedra da Agu-lha, dentre outras conquistas. De acordo com Baldin, o Estado possui um enorme potencial para a prática do esporte e apresenta grandes paredes, o que proporciona que a cada dia mais vias de grande porte sejam conquistadas. “Hoje podemos destacar uma maior concentração destas vias longas presentes no sul do Estado, como no Complexo do Itabira em Cachoeiro de Itapemirim, e no noroeste do Estado, no Mo-numento Natural dos Pontões Capixaba, onde inúmeras montanhas estão dispostas entre os municípios de Pancas e Águia Branca,” explica.
Conquista de Big Wall na Serra. Foto: Marcos Palhares
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ModalidadesExistem algumas modalidades de escalada: O estilo Tradicional, Esportiva, Boulder e Big Wall. Na modalidade Boulder pode-se citar como referência para esta prática a Praia dos Padres, no município de Guarapari e o Mestre Álvaro, na Serra. No estilo Big Wall - que são escaladas em que os praticantes têm que passar dias na parede para conseguir concluir a empreitada – destacam-se vias no Itabira, Pedra do Vilante, Pontões de Mimoso e Pedra do Garrafão. Bal-din deixa claro que em todas as modalidades, certas condutas em relação ao meio ambiente devem ser praticadas por todos os escaladores, como levar o seu lixo para casa. “Portanto res-peito, ética e mínimo de impacto, são lemas es-sências para a prática deste esporte”, pondera.
ASSOCIAçãO CApIxABA dE ESCAlAdA – ACE
Criada no ano de 2003, essa é a entidade representativa do esporte no Espírito Santo, sendo filiada à Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada - CBME.
A ACE tem o objetivo de promover o esporte para o seu crescimento de for-ma organizada, segura e ética. Possibilita aos associados um meio comum de diálogo com as entidades ligadas ao esporte e órgãos do governo. Ao unirem esforços, os atletas conseguem com mais facilidade promover cur-sos, palestras, oficinas, eventos, ou qualquer outra atividade relacionada à escalada.
Oswaldo Baldin no Morro do Moreno. Foto: Fabio Ivan
Dias na parede, para realizar uma nova conquista em Pancas. Foto Sandro Souza.
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Sem limites
A Escalada desenvolve no indivíduo ap-tidões físicas e psicológicas. Antes de se movimentar com o corpo em uma parede rochosa, primeiro é necessário à mente ra-ciocinar o que deverá ser feito.
Os praticantes estão, na sua grande maioria, sempre atentos e dispostos a usufruírem desses ambientes de forma a minimizar ao máximo os impactos de sua passagem por ali, assim como atuam voluntariamente em
ações que objetivam sempre a manutenção e preservação das montanhas.
A escalada desenvolve uma enorme cumplici-dade entre os praticantes, pois para escalar, a segurança de um está na mão do outro, a do seu parceiro. É necessário uma grande confian-ça entre os praticantes. Sempre lembrando que: a credibilidade de quem ministra este curso e o currículo do instrutor são de importância vital.
Benefícios
Conquista da Pedra do Pontilhão em Domingos Martins. Foto: Sarah Abner
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PRONTO PARA PRATICAR?
Planeta VerticalCursos de Escalada, Turismo de Aventura, Paredes de Escalada e Equipamentos.
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Oswaldo Baldin
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Produtor e Videomaker:
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Baldin ministrando curso em Pancas. Foto: Arquivo Planeta Vertical
Baldin na produção de filmes de montanha. Foto: André Luiz
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Nesse excelente filme dirigido pelo compe-tente e jovem diretor Vinícius Coimbra, vemos o desenrolar da história de um trágico triângu-lo amoroso. Rosa é uma jovem desequilibrada que conhece o rústico, porém conquistador, Bernardo. Rosa e Bernardo desenvolvem um relacionamento baseado em encontros furti-vos, recheados de tensão e loucura, principal-mente no que diz respeito à Rosa. Quando a moça descobre que Bernardo é casado, e que não pensa em oficializar seu relacionamento com a mesma, ela começa a usar de diversos artifícios para se aproximar da mulher e da filha do amante, criando assim, uma suposta amizade com Sylvia, a esposa, e Clarinha, a filha. Tendo ganhado a confiança de Sylvia, Rosa começa a fazer cada vez mais parte da vida da mulher de Bernardo, o que faz com que o mesmo viva com medo de ser descober-to. Baseado em fatos reais, este quebra-cabeça montado por Coimbra, tem um final chocante, revelando o lado sombrio, ou melhor, o lobo que cada um esconde dentro de si. O elenco, composto por Leandra Leal, Milhem Cortaz e Fabíula Nascimento corresponde ao brilhan-
Dica Cult com Tiago Alencar – Cine, ler e ouvir
Cine: O lobo atrás da porta
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tismo do roteiro. O longa levou para casa os prêmios de melhor filme e melhor direção no Festival de Miami, de melhor filme e melhor atriz no Festival do Rio e melhor filme na ca-tegoria Horizontes Latinos no Festival de San Sebástian, na Espanha. A autobiografia de Ali-ce B. Toklas
Filme: O lobo atrás da PortaDireção: Vinícius CoimbraElenco: Leandra Leal, Milhem Cortaz e Fabíula Nascimento
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Nessa excelente biografia do fotógrafo Sebastião Salgado, fica evi-dente a paixão com que Sebastião trata seu ofício, sempre respei-tando as culturas e os ambientes que fotografa. Além da relação de Sebastião com seu trabalho, é possível conhecer mais sobre a trajetória, os principais trabalhos e o engajamento que o fotógrafo e a sua mulher, Lélia, têm em causas humanitárias. O jovem, que saiu de Aimorés (MG), para estudar economia em Vitória, tornou-se maior do que podia imaginar. Premiado pela coragem de trocar uma promissora carreira de economista pela fotografia, Sebastião, hoje figura entre os principais fotojornalistas do mundo, tendo seu traba-lho reconhecido pelo forte envolvimento em causas humanitárias. Seus ensaios Êxodo (onde registra a peregrinação dos refugiados de guerras), Trabalhadores (registro sobre as formas mais desumanas de trabalho, vide o ensaio sobre “Serra Pelada”) e Gênesis (onde Se-bastião refaz os caminhos de Darwin e fotografa a natureza em sua totalidade) exemplificam o porquê desse reconhecimento. Leitura obrigatória para quem pretende trabalhar com fotojornalismo, ou fotografia artística, esse livro, é antes de tudo, um tratado sobre a paixão pelo que se faz, não importando a vertente escolhida. Outra dica que fica, é o respeito demonstrado por Sebastião no que diz respeito às etnias e culturas por ele registra-das. Sempre sabendo seu limite e até onde poderia ir dentro de determinado grupo, sem jamais deixar que sua presença influenciasse na rotina do ambiente.
Editora: ParalelaAutora: Isabelle FrancqValor: R$ 24, 90
Ler: Da minha Terra à Terra
Ouvir: Gabriel CoimbraO cantor e compositor capixaba Gabriel Coimbra, está lançando o seu primeiro disco “I, pra q pingo?”. Gabriel que tem em seu trabalho algo de autobio-gráfico nos presenteia com um disco totalmente surpreendente e agradável, mesclando diversos ritmos e temas. O cantor que tem como referências todo o romantismo de Roberto Carlos, o samba irre-verente de Martinho da Vila e vários outros grandes cantores (as) da música popular brasileira, nos per-mite apreciar um trabalho que embora soe sútil, é de uma ousadia imensa, pois lançar-se em um mer-cado que não está muito aberto para experimenta-lismo não é uma tarefa muito fácil, principalmente em Vitória, onde os artistas que fogem do conven-cionalismo não encontram o apoio merecido. Vale muito a pena conferir o trabalho de Gabriel, como disse no início, “I, pra q pingo?” é um disco surpreen-dente, traz toda a inquietude de seu “criador”, não nos deixando em nenhum momento indiferentes ao que Gabriel tem a nos dizer (cantar).
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O site “Arte Pública Capixaba” foi idealizado pelos artistas e pesquisadores Marcela Belo, Ciliani Celante e José Cirillo com a proposta de oportunizar o acesso às obras de artes plásticas presentes no espaço urbano capixaba, através de um ambiente eletrônico voltado exclusivamente para divulgar e resgatar a produção artística nas diversas modalidades, tais como: monumentos, esculturas, mosaicos, azulejos, grafi-tes, intervenções e arquitetura.
O internauta também poderá ter acesso a imagens de obras, artigos de pesquisado-res voltados ao tema, bem como ver on line os catálogos produzidos pelos pesqui-sadores.
A expectativa é que este portal seja uma fonte de pesquisa para alunos, professores e a comunidade capixaba em geral. O site está no ar, mas à medida que a pesquisa for avançando passará por constantes atualizações.
ArteSite é fonte de pesquisa sobre a ‘Arte Pública Capixaba’
Capa do livro Raphael Samú e os Mosaicos Murais: Experiências em Arte Pública
Capa do livro Marian Rabello e os Azulejos Murais: Experiências em Arte Pública
Obra: Não IdentificadoArtistas: Ficore, Ren e PontelloLocal: Centro de VitóriaFoto: Pontello
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O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) lançou o primei-ro módulo do Sistema e Licenciamento Ambiental Online, o Iema Online. Por meio deste sistema, será possível solicitar e emitir licenças ambientais simplificadas pelo site www.meioambiente.es.gov.br para empreendimentos de pequeno porte, além de autorizações, certidões, dispensas, entre outros documentos. O lançamento do Iema Online faz parte de uma série de iniciativas do órgão para a sua modernização.
Meio - ambienteIeMA lança sistema que permite emissão de licenças online
www.artepublicacapixaba.com.br
www.facebook.com/artepublicacapixaba
Obra: Ciclos do CaféArtista: Marian RabelloAno de Execução: 1972Técnica: Pintura sobre AzulejoLocal: Realcafé Solúvel do Brasil - VianaFoto: Marcela Belo
Obra: Mural da UFESArtista: Raphael SamúAno de Execução: 1975 - 1977Técnica: Mosaico MuralLocal: Universidade Federal do Espírito SantoFoto: Marcela Belo
Obra: Monumento a Dona DomingasArtista: Carlo CrepazAno de Execução: Década de 1970Técnica: EsculturaLocal: Praça Presidente Roosevelt / Centro de VitóriaFoto: Marcela Belo
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Paulo DePaula tem extenso currículo de atividades cul-turais e artísticas, aqui no Espírito Santo e no exterior. Fundou como Diretor do Centro de Estudos Brasileiros do Itamaraty, em Washington, EUA, uma galeria bra-sileira de arte naquela capital. Lá apresentou vários artistas nacionais, e em 1964 levou a pintora capixaba Nice para sua primeira exposição nos Estados Unidos. Como Adido Cultural da nossa Embaixada em George-town, Guiana, criou o primeiro Centro de Estudos Bra-sileiros no Caribe, e também uma para exposições de Arte. Hoje, aos 82 anos, aposentado pela Ufes, reside em Barra do Jucu próximo ao ateliê, que sempre visita. Mantém no primeiro andar do seu sobrado, aberto a visitação, um mini museu do Teatro da Barra, que fun-dou em 1974, quando veio morar aqui.
Um dos recantos mais encantadores e visitados na Barra do Jucu é uma velha casa – a última pri-mitiva da região, então, aldeia de pescadores: o Ateliê Kleber Galvèas. Passando-se pelo portão de entrada o visitante caminha por um peque-no passeio entre árvores e flores, que o ladeiam e se encontram ou se entrelaçam sobre suas cabeças. É uma natureza rica e preservada, e nela, flores locais, que o artista mantém ao vivo e também as apresenta em suas telas, como as pequenas flores cor-de-rosa, que crescem em cachos, e se chamam amor agarradinho.
Esse Ateliê foi, na verdade, o primeiro lar do ar-tista após se casar com Anita Bonadiman, e ali constituírem sua família. Com a vinda dos filhos, o casal construiu uma casa no quintal (sem des-truir sua vegetação ou o pequeno lago, rodeado por árvores), e a antiga casa passou então a ser a realização do sonho de Kleber de ter seu Ateliê, fechando então a Galeria Atual, que funciona-va na Prainha, parte da frente da residência de sua mãe, D. Esther de Sá Oliveira Galvêas, que
Versalitilidade
Versalitilidade em um ATeLIePor Paulo DePaula
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foi na realidade a primeira pessoa a fazer Kleber se interessar pela pintura. Aluna de pintura da Irmã Tereza, Colégio do Carmo. Kleber e Anita mantém suas telas “naturezas mortas”, na sala de jantar, e no jardim da entrada do Ateliê há uma placa em sua homenagem. Seu interesse e inclinação para a pintura levou-o a aprender a arte com Homero Massena, pintor impressionis-ta, e vizinho, que recebeu do governo mineiro o Prêmio Viagem e, em 1912, foi para Paris onde frequentou a Academia Julien e conviveu e par-ticipou da vida artística de Paris.
Curioso, inquisidor e empreendedor, Kleber, continuou seu caminho de pesquisa e estudo. Após formar-se em Economia e obter licencia-tura em Ciências pela Ufes, viajou pela África e Europa, estudou medicina por um ano em Lis-boa, e voltou-se novamente para a arte. Matri-culou-se na Sociedade Nacional de Gravadores, e participou de uma exposição de gravura em metal ao final de um ano. Em Lisboa estudou também com o pintor tachista Peniche Galvêas. Pesquisador, o artista segue então para Londres onde participa com um grupo da restauração de uma casa em estilo Georgiano. Seu interesse pela restauração continua e ele a pratica tendo, como exemplo, A Partida de Araribóia, de Levi-no Fanzeres, e todo o acervo artístico da Assem-bléia Legislativa do ES e inúmeras telas de parti-culares. Esse trabalho pode ser visto em seu site www.galveas.com Cronista e escritor, ele é au-tor dos livro Identidade Capixaba, Demolindo a Identidade Capixaba e Homero Massena, para a coleção “Grandes Nomes do Espírito Santo”. Sua versatilidade, como vemos, abrange também diferentes estilos de pintura: impressionismo, expressionismo e abstracionismo. A forma em sua obra está sempre a serviço do conteúdo.
Sua arte já o levou a expor em Brasília, São Paulo, além de outros estados,várias cidades do ES e do exterior, como em Oregon, EUA, e Barbados, onde numa exposição de um dia, na nossa Embaixada, com o apoio do Clube de Co-lecionadores de Artes de Barbados – de uma exposição que abrangia paisagismo local e abs-tracionismo, vendeu quase todos os quadros, tendo os poucos restantes permanecido para venda em uma Galeria de Bridgetown.
Sua dedicação pelo meio ambiente fez dele um pioneiro nas lutas ecológicas no Estado (pela preservação de Jussará, Jacaranema, entre ou-tras) e anualmente expõe quadros feitos com o pó de minério que coleta, durante 50 dias, em uma tela deixada ao ar livre em sua varanda. Vi-sitar o Ateliê Kleber Galvêas é vivenciar a natu-reza, arte e cultura capixaba. É partilhar de sua rica experiência, pois o artista, dedicadamente nos recebe e nos leva a sentir o que vemos em suas telas e vivemos em nosso ambiente. Ve-nha! A porta está sempre aberta, todos os dias, das 9 às 18 horas.
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AUTO
BMW M4 Cabrio será lançado no BrasilFotos BMW/Divulgação
Exclusivo:A
UTO
Com belo visual e desempenho de arrepiar, modelo
chega no fim do ano ao País. Modelo conversível
pode ir de 0 a 100 km/h em 4,4 segundos.
Em nova geração, a linha M3, nas versões cupê e conversível, passou a se cha-mar M4. Os dois modelos da BMW serão lançados no Brasil até o fim deste ano com motor de 431 cv, muita eletrônica embarcada e belo desenho. Os
preços não foram divulgados.
O teto rígido se abre ou fecha em operação simples, de três etapas, que leva 20 segundos para ser concluída e pode ser feita com o conversível rodando a até 18 km/h. O motor de seis cilindros em linha é sobrealimentado por duas turbinas. Cada uma é responsável por dar conta de três cilindros.
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Ao pisar fundo no acelerador e girar o vo-lante para a esquerda, o conversível responde de pronto, os ponteiros do conta-giros e velocí-metro sobem rapidamente a as ultrapassagens são feitas sem sustos – bem antes de a próxima curva chegar. Nos trechos sem limite de veloci-dade nas rodovias alemãs, a pista da esquerda é o “hábitat” do M4 Cabrio.
>>VISUAL O capô longo típico dos modelos da mar-
ca, o para-choque dianteiro encorpado, as saí-das de escapamento duplas, as rodas pretas de 19” e o logotipo “M” na traseira formam um con-junto impossível de ser ignorado. Por dentro, os bancos são esportivos, com ótimo suporte lateral, e o volante fino e redondo é revestido de couro, com costura aparente nas cores da divisão “M”, azul e vermelha. A configuração do “head up display” usada no M4 Cabrio privilegia a esportividade.
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Rê-CONExãO NATURAL
Saudações aos leitores da revista Momento Espí-rito Santo! Venho a este espaço de palavras, partilhar uma reunião de palavras na tentativa de transmitir os resultados de minha experiência de vida. Meu nome é Thiago Teles, mas sou também conhecido como Ga-vião Marrom, um novo nome que adquiri após anos de busca no caminho do conhecimento.
Minha existência foi conduzida desde pequeno a esse contato com a natureza através de meus an-cestrais, aos quais rendo gratidão por simplesmente existir e por suas lições e ensinamentos que me fize-ram ir em direção ao trabalho com terapias naturais e vivências dos conhecimentos ancestrais, o que hoje é comumente conhecido como xamanismo. Atualmen-te desenvolvo palestras, workshops, cursos e vivências de reconexão com a natureza interior através desse conhecimento xamânico em todo o Brasil. Agradeço profundamente a preciosa atenção de vocês, pois a atenção é sem sombra de dúvidas o bem mais precio-so de um ser vivente.
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Nossas Relações: A Teia da Consciência
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Thiago Teles (Gavião Marrom) é Terapeuta Holístico e Xamânico, facilita vivên-
cias, workshops e cursos de reconexão com a natureza interior e resgate da an-
cestralidade.
Contato: www.facebook.com/gaviao.marrom ou [email protected]
Viver é um grande presente e o tempo pre-sente nos oferta a cada instante a opor-tunidade de relacionarmo-nos. Estamos
nos relacionando constantemente, e à medida que experienciamos essas relações crescemos em consciência.
Se encararmos que somos nós numa grande teia, perceberemos que estamos interligados e que tudo o que fazemos influencia diretamente no que nos rodeia. Essa compreensão nos traz responsabilidade, mas não com o peso que costumamos dar à palavra “responsabilidade”, pois trata simplesmente de aprendermos a ou-vir nosso coração para saber que nossos atos podem ser conduzidos para o crescimento ou para o desastre em nossas próprias vidas ou até mesmo na de outros nós que nos circundam na teia de consciência.
Quando nos permitimos ser esse sentir de nossos corações passamos a caminhar num caminho onde procuramos causar o mínimo impacto e com isso despertamos a consciência de ecologia profunda. Por ecologia profunda podemos encarar um tipo de relação que trata o bom viver consigo mesmo e consequente-mente com o meio ambiente em que vivemos, incluindo as pessoas, animais, vegetais e mine-rais, elevando nossos atos ao estado de harmo-nia interna e externa. Desta forma aprendemos a caminhar no caminho de nossos corações, onde nossa mente se aquieta e deixa de ser o
predador voraz que nos devora com preocupa-ções exacerbadas fazendo-nos temer o futuro, e liberta-nos das crenças limitantes adquiridas no passado, nos promovendo a oportunidade de vivenciar o presente momento, onde real-mente acontecem nossas relações verdadeiras.
Que possamos reconhecer a importância de sermos nós nessa teia de consciência ao exem-plo da expressão indígena Mitakuye Oyasin, que rende gratidão por todas as nossas rela-ções, pois ao sermos gratos por elas vibramos na própria teia a gratidão por simplesmente existirmos.
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diáriode
BORDO
Caminhada em Barra Grande
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Stand Up Paddle por Barra Grande
Texto Luciano GuarnieriFotos Tico Fonseca
Como muitas pequenas Vilas de pescadores presentes em todo Brasil, Barra Grande, situada na
Península de Maraú – BA possui toda uma magia. A energia do lugar é qua-se que inexplicável e faz com que os visitantes fiquem extasiados sem que-rer ir embora. Alguns tentam até fixar suas raízes por alí.
De um lado as águas ferozes do Atlân-tico, do outro, as entranhas do Rio Carapitangui. Ambos de beleza exu-
berante. O lado do mar proporciona uma caminhada espetacular de 9 km, da Vila às piscinas naturais de Taipu de Fora, outra pequena Vila de pesca-dores. O horário da caminhada quem dita é a maré. O mergulho é uma práti-ca constante e dos meses de agosto a outubro é possível apreciar as baleias Jubarte passando pela região. No ca-minho para se chegar as piscinas na-turais encontram-se opções de bares e restaurantes para passar o dia.
Luciano Guarnieri desbravando de stand up o Rio Carapitangui
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DiÁRiO DE bORDO
Já no lado do rio, além de opções de bares e res-taurantes estão os passeios para a cachoeira de Tremembé e outras pequenas ilhas, mas o que mais aguça o espírito aventureiro são as rema-das de Stand Up. Quilômetros e quilômetros a serem expedicionados em um cenário de man-guezais e pequenas ilhas. As águas calmas e rasas proporcionam mais equilíbrio e são ideais para o aperfeiçoamento de técnicas de remada. O por do sol no mar é um espetáculo a parte. Os passeios atualmente são realizados pela empre-sa Barra Grande Stand Up Paddle localizada no bar Macunaíma, na Ponta do Mutá.
A Península de Maraú atrai um público diversi-ficado principalmente no verão. Desde casais, a famílias, atletas e estrangeiros de toda a parte do mundo. No centrinho as opções gastronômi-cas são variadas. Tem pastelaria, tapiocaria, pi-zzaria, creperia, cafeteria, restaurantes italianos, regionais e naturais. As opções de hospedagem variam desde casas humildes às mansões. Pou-sadas e hotéis também variam em simplicidade e luxúria, se igualando no carisma e hospitali-dade local.
Passeio de lancha na cachoeira de Tremembé
Uma das diversas ilhas da Península de Maraú
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Como chegar:A PENÍNSULA DE MARAÚ está localizada na Costa do Dendê, no Estado da Bahia, 200 km ao sul de Salvador e 150 km ao norte de Ilhéus. Distância de Vitória: 12 h 49 (872,6 km) via BR-101.
>>VIA AÉREAO aeroporto mais perto de Maraú fica em Ilhéus (IOS). O aeroporto internacional mais próximo é o de Salvador (SSA). Transfer: É possível reservar um traslado entre o aeroporto e qualquer praia da Península de Maraú.
>>VIA TERRESTRECARRO: Para quem vem de Salvador, a melhor opção é pegar o ferry-boat para Bom Despacho, na Ilha de Itaparica, e seguir pela BA-001 até Camamu. Daí duas escolhas são possíveis: contornar a Baía de Camamu continuando pela BA-001 e a BR-030 (estrada de terra) ou deixar o carro num estacionamento vigiado em Camamu e pegar um barco para Barra Grande (mais rápido). Para quem vem de Ilhéus, o melhor caminho é pela rodovia BA-001 em direção a Itacaré e Camamu. O cruzamento com a BR-030 (estrada de terra) fica a 19 km depois de Itacaré.
ÔNIBUS: Várias empresas de ônibus operam de hora em hora entre o terminal do ferry-boat de Bom Despacho e o porto de Camamu. O tempo de viagem é de aproximadamente 5 horas.
Stand Up Paddle por Barra Grande
Caminhada espetacular de 9km, da Vila às piscinas naturais de Taipu de Fora
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Stand Up Paddle por Barra Grande
DiÁ
RiO
DE
bO
RD
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Dicas:Leve dinheiro em espécie,
pois não há caixas eletrônicos;
O sinal de telefone também
só pega em certos lugares, neste
caso resolva possíveis pendências
antes de se direcionar para
Península.Mas, como nem tudo são flores no Brasil, no Paraíso, assim como é denominada a Península pelo povo local, questões sa-nitárias, de segurança e educação ainda são precárias. Você copnsegue chegar a Península por terra ou por mar, mas é in-teressante já ir com dinheiro, pois o local não possui caixas eletrônicos. O sinal de telefone também só pega em certos luga-res. Em relação à questão ambiental falta comprometimento tanto dos moradores como de turistas e visitantes que ignoram
a Lei que proíbe o tráfego de veículos nas areias da praia. Decorrente destas ques-tões, a comunidade se organiza em grupos e associações para sensibilizar moradores e turistas sobre o quanto este paraíso é frá-gil e necessita ser preservado. Um destino que vale a pena conhecer!
Vista aérea da Península de Maraú