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Revista da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro Ano 3 - Nº 1 - Maio e Junho de 2010

Revista Nossa Uenf - Ano 3 - Nº 1 - Maio/Junho 2010

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Revista da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

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Revista da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy RibeiroAno 3 - Nº 1 - Maio e Junho de 2010

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Equipe TécnicaFúlvia D’Alessandri e Gustavo Smiderle (jornalistas responsáveis)

Alexsandro Cordeiro, Felipe Moussallem e Marcus Cunha (projeto gráfico e diagramação)Nilza Franco Portela (técnica de nível superior)

Elizabeth Cordeiro Silva (auxiliar técnico-administrativo)Caroline Rovetta, Ruana Maciel, Pamella Mambreu, Perla Tavares,

Lorenna Pessanha, Camila Gabriela (estagiários, distribuição)

Tiragem: 10 mil exemplares - Distribuição: gratuita e dirigidaImpresso por: Primeira Impressão - Borzan Indústria Gráfica e Editora Ltda

Ascom: (22) 2739-7119 / 0800-025-2004 / [email protected] Reitoria: (22) 2739-7003

www.uenf.br

ExpedienteUniversidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF

Nesta Edição Seguindo em frente

Governador do EstadoSérgio Cabral

Secretário de Ciência e TecnologiaLuiz Edmundo Horta B. da Costa Leite

ReitorAlmy Junior Cordeiro de Carvalho

Vice-reitorAntonio Abel Gonzalez Carrasquilla

Diretor do CBBArnoldo Rocha Façanha

Diretor do CCT Alexandre de Moura Stumbo

Diretora do CCH Teresa de Jesus Peixoto Faria

Diretor do CCTA Hernán Maldonado Vásquez

A UENF chega aos seus 17 anos com a certeza do dever cumprido, mas também com a necessidade de se preparar para alçar voos ainda mais longos. A constru-ção do novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade – na verdade, uma releitura do seu Plano inicial, idealizado por Darcy Ribeiro – esta-rá no período de maior discussão nos próximos meses e acreditamos que, em pouco tempo, teremos, com a participação de toda a comunidade universitária, um documento capaz de nortear o seu crescimento e de-senvolvimento na direção mais adequada. Propostas já aprovadas no Consuni, como a expansão da Universi-dade em Macaé e a criação de um Centro no Noroeste são exemplos importantes.

Uma coisa é certa: não devemos alterar os princí-pios básicos do modelo de Universidade proposto por Darcy, cujos frutos hoje comprovam a sua excelência. Como bem avalia nesta Revista o nosso pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Edson Correa, a UENF al-cançou a sua maturidade, tendo conseguido superar, com sucesso, todas as dificuldades iniciais. Não é à toa que estamos entre as 15 melhores Universidades do país e somos a instituição de ensino superior onde a Iniciação Científica mais consegue cumprir sua finali-dade: criar vocações científicas.

Nesta edição, o leitor poderá ver que as pesquisas feitas na UENF já extrapolam seus muros, redundando em benefícios concretos para a população. Na área de saúde pública, por exemplo, todo o esforço de nos-sos pesquisadores em combater duas das doenças de maior prevalência em Campos e região – a toxoplasmo-se e a tuberculose – já sensibilizou o poder público e deu origem a parcerias tendo em vista a elaboração de políticas nestas áreas.

Verá ainda que é cada vez mais forte também a inte-ração da Universidade com o setor produtivo, visando à produção de tecnologias necessárias ao desenvolvi-mento do país. E que, além disso tudo, nossos pesqui-sadores não estão apenas voltados para a produção de conhecimento, mas esforçam-se para torná-lo cada vez mais acessível à comunidade.

Aliás, este é um dos objetivos da Revista Nossa UENF – fazer chegar à sociedade, numa linguagem cla-ra e acessível a todos, aquilo que é produzido dentro da Universidade.

Boa leitura!

Almy Junior (reitor da UENF)Abel Carrasquilla (vice-reitor da UENF)02

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Apoio às política públicas

Ciência e arte

Refletindo sobre a Ciência

Ciência chega à Escola

Por uma nova Economia

Universidade e empresas podem se entender?

Região terá 22 telecentros

Divulgando a ciência

Teses e Dissertações

Entrevista: Edson Correa

Tomografia para animais

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O Hospital Veterinário da UENF acaba de adquirir o melhor equipamento de tomografia computadorizada do país nesta área. Orçado em R$ 1,5 milhão, o aparelho foi adquirido através de um projeto de pesquisa, junto à Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), e servirá tanto para o atendimento à comunidade quanto para a realização de pesquisas.

— O aparelho é o único existente em Campos e o segundo em todo o Estado. Em todo o país existem 12 aparelhos deste tipo em uso. Trata-se de um equipamento de última geração, com 32 canais. Só para se ter uma ideia, o equipamento mais moderno em uso no Brasil possui apenas um canal — diz o diretor do Hos-pital, André Lacerda.

O equipamento realiza exames de imagem e é indicado em di-versas situações, nas áreas de neurologia, ortopedia, cardiologia, entre outras. Na neurologia, por exemplo, seu uso é indispensá-vel para o diagnóstico de algumas doenças, entre elas a hérnia de disco intervertebral. Serve ainda para o acompanhamento de pacientes oncológicos, na avaliação de tumores primários e me-tástases.

O público de baixa renda — que é atendido duas vezes na semana em horário específico — terá acesso gratuito à tomogra-fia. No entanto, nos serviços de rotina será cobrado o valor do custo operacional do exame: cerca de R$ 300. Segundo o diretor do Hospital, o equipamento deverá entrar em funcionamento no segundo semestre deste ano, sendo indicado para exames de ani-mais de pequeno e médio porte.

— Até então, quando necessário, encaminhávamos os pacien-tes para a realização do exame no Rio. Mas isso nem sempre era feito devido ao alto preço cobrado pelo exame, na faixa dos R$ 700 — diz Lacerda, que ainda aguarda a aquisição de outros equi-pamentos importantes, como os de ressonância magnética, cinti-lografia, hemodinâmica, radioterapia, entre outros.

— A tecnologia disponível no meio médico é imensa, o que pode enriquecer ainda mais a nossa capacidade de atendimen-to. Mas também necessitamos de mão de obra especializada para operar estes equipamentos e tornar o Hospital mais funcional — diz.

Tomografia para animais

Hospital Veterinário da UENF adquire mais moderno equipamento na área

Hospital Veterinário da UENF

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Grande parte das pesquisas realizadas na UENF tem como foco questões regionais e, por isso mesmo, podem ajudar o poder pú-blico subsidiando políticas públicas. Um bom exemplo são as pesquisas do Laboratório de Biologia do Reconhecer (LBR) do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) voltadas para duas doenças bastante comuns entre a população de baixa renda de Campos: a to-xoplasmose e a tuberculose. Diversas ações vêm sendo realizadas em parceria com a Se-cretaria Municipal de Saúde de Campos, com o objetivo de deter o avanço destas doenças.

A própria escolha das duas áreas de pesqui-sa se deu após a interação com médicos que atuam em Campos e tomou por base a alta pre-valência destas doenças no município, ou seja, o elevado índice de pessoas infectadas (mas

não necessariamente doentes). Um grande projeto vem sendo implementado, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Cam-pos, para criar um programa de gerenciamen-to da toxoplasmose através de diversas ações junto aos segmentos de saúde do município.

Intitulado “Toxoplasmose em Campos dos Goytacazes: dos dados da pesquisa ao mar-co zero na saúde pública”, o projeto tem por objetivo a diminuição dos casos da doença no município. Uma de suas vertentes é um estu-do que tem por finalidade descobrir se a alta prevalência da toxoplasmose em Campos está relacionada à genética da população. Para tan-to, estão sendo coletadas amostras de sangue no Hemocentro do Hospital Ferreira Machado.

O estudo dará continuidade a um traba-lho realizado em 2008, quando a então dou-

toranda Alba Rangel — que hoje faz estágio pós-doutoral na UENF — conseguiu encon-trar no organismo humano, pela primeira vez, moléculas que participam da resposta imune contra o protozoário Toxoplasma gondii. Tais moléculas são produzidas a par-tir de genes (segmentos do DNA, localizadas dentro dos cromossomos, em cada célula).

Segundo a professora Lilian Bahia de Olivei-ra, da UENF, a função dessas moléculas pode ser alterada quando há um polimorfismo genético, ou seja, quando há alterações nos nucleotídeos (estruturas que compõem o DNA). É possível saber se um determinado polimorfismo está associado à presença de uma doença quando são comparados os dados de polimorfismo de nucleotídeo único (SNP, do inglês Single Nu-cleotide Polimorphism) na sequência do DNA

Pesquisadores da UENF atuam em parceria com o poder público para deter algumas das principais doenças infecciosas do município de Campos

Apoio às políticas

públicas

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de grupos de indivíduos. Por exemplo, testes de comparação podem ser feitos entre grupos controle (não doentes) e afetados (doentes).

— O polimorfismo genético pode alterar a função das moléculas que participam da res-posta imune contra o Toxoplasma gondii, tanto favorecendo o hospedeiro, ou seja, conferindo a ele mais resistência à doença, quanto colo-cando-o em uma condição de maior suscetibi-lidade. Desta forma, é possível saber se uma pessoa é mais suscetível, por exemplo, a ter toxoplasmose ocular ou não — explica Lilian.

O secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano, reconhece os altos índices da toxo-plasmose em Campos e afirma que está com-prometido a aplicar no município os avanços científicos que surgirem da parceria com a UENF.

— Todas as parcerias entre a Academia e a Prefeitura que buscam evolução científica para a possível aplicação em ações que beneficiem a população devem ser incentivadas e absorvi-das pelo poder público, que tem como maior objetivo a melhoria da qualidade de vida da

população. A Secretaria Municipal de Saúde estará sempre à disposição para apoiar e in-centivar o desenvolvimento científico — afirma.

O projeto também prevê ações conjuntas com a Secretaria de Saúde de Campos visando ao cumprimento da lei municipal que estabe-lece a notificação compulsória da toxoplas-mose. Segundo Lilian, para que a notificação se transforme em realidade, é necessário que haja serviços de referência para diagnóstico e tratamento, que possam amparar os médicos.

— Não sabemos precisar o quão familiar é para a classe médica em geral reconhecer casos de toxoplasmose nos consultórios. Alguns estão mais preparados, pois recebem formação espe-cífica, como os infectologistas e oftalmologistas por exemplo. Estamos trabalhando em colabora-ção com a Secretaria de Saúde exatamente para abordar esta questão junto aos ginecologistas-obstetras, os pediatras e oftalmologistas, a idéia é ampliar para outras especialidades — diz Lilian.

O projeto inclui ainda diversas ações de ex-tensão universitária — sendo esta compreendida

como um instrumento de interação, uma via de mão dupla com a comunidade. Ainda este ano, por exemplo, serão oferecidos cursos a todos os profissionais de saúde na área de coleta e aná-lise de dados e gerenciamento de banco de da-dos, a ser ministrados por professores da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fiocruz.

Recentemente, foi aprovado um projeto na Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comu-nitários (PROEX) da UENF e outro está sendo submetido à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) com foco na extensão universitária. Os projetos de ex-tensão propõem ações voltadas para diferentes públicos — como médicos, estudantes e popu-lação em geral — com o objetivo de produzir material informativo sobre a toxoplasmose.

— Vamos ouvir cada um destes segmentos, trocar informações que possam nos ajudar a construir documentos informativos diferencia-dos para cada um deles. Isso será feito por meio de metodologia de pesquisa participante, que é própria da extensão universitária — explica Lilian.

Margem direita do rio Paraíba do Sul em Campos dos Goytacazes, ao norte da ponte da lapa.

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Em Campos, assim como em outras localida-des do Brasil e do mundo, a toxoplasmose é uma doença com maior prevalência entre a popula-ção mais pobre. Enquanto nos países desenvol-vidos, como Estados Unidos e Reino Unido, por exemplo, a prevalência varia de 16% a 40%, nos países mais pobres, como os situados na Améri-ca Latina, este índice oscila entre 50% e 80%. O Brasil segue o mesmo padrão do continente — estima-se que 60% da população adulta seja por-tadora do Toxoplasma gondii, índice que pode chegar a 80% em algumas áreas mais pobres.

Em Campos, a prevalência de toxoplasmo-se entre a população de baixa renda é de 83%. O índice cai para 62% no grupo considerado “médio-baixo” e para 23% no grupo “médio-alto”, de acordo com inquérito realizado pela UENF entre 1999 e 2001, coordenado pela professora Lilian Bahia. No universo dos que apresentam o Toxoplasma gondii, a preva-lência para a toxoplasmose ocular — forma mais comum da doença, que também pode se manifestar no cérebro — fica entre 6% e 13% em Campos. A forma ocular da doen-ça pode causar desde problemas visuais mais simples até a cegueira parcial ou completa.

— Em recém-nascidos e em pessoas com o sistema imunológico debilitado (como infecta-

dos por HIV ou transplantados, por exemplo), pode haver também complicações neurológi-cas em maior ou menos grau. Há ainda estu-dos associando toxoplasmose e esquizofrenia. Embora não haja consenso a esse respeito, es-tudos mostram diferenças de comportamento em animais infectados pelo Toxoplasma em relação a animais não infectados — diz Lilian.

Grávidas devem ter cuidado redobrado, pois se houver infecção durante a gravidez há risco de abortamento do feto e até de nasci-mento de bebês condenados a morrer antes do primeiro ano de vida ou com sequelas de visão e/ou neurológicas graves. Segundo a pesquisadora, o nível de gravidade depende de uma série de fatores, tais como o grau de virulência do parasita que causou a infecção, quantidade de protozoários, entre outros.

Uma vez adquirido, o parasita permanecerá para sempre no organismo. O tratamento exis-tente se limita a diminuir ou eliminar a forma de proliferação rápida dos parasitas, chamada de taquizoíta. Os antibióticos e demais medica-mentos utilizados no tratamento não eliminam os parasitas que apresentam a forma de multi-plicação lenta, conhecida como bradizoíta. Es-tes ficam confinados a cistos formados no tecido do hospedeiro. O tratamento também diminui o

avanço da toxoplasmose ocular já estabelecida, quando esta se reativa. Ou seja, quando o pa-ciente que já tem cistos na retina apresenta no-vos sintomas oculares, como turvação de visão, por exemplo. O tratamento ocular varia de 30 a 45 dias, mas para bebês que nascem com toxo-plasmose pode durar de seis meses a dois anos.

— Por isso é muito importante detectar a to-xoplasmose na fase aguda, pois isto pode ajudar a não formar muitos cistos e, consequentemen-te, fazer com que a doença seja menos lesiva aos tecidos nervosos, aí incluída a retina — diz Lilian, lembrando que na Secretaria Municipal de Saúde existe um serviço de referência coor-denado pela pediatra Annelise Wilken, profes-sora da Faculdade de Medicina de Campos. O serviço foi criado a partir de sua tese de douto-rado na UENF, onde estudou os fatores de risco para a toxoplasmose congênita em Campos e o perfil da resposta imunológica específica contra o parasita no binômio mãe-filho. A experiência positiva está sendo repetida com o oftalmolo-gista Ricardo Guerra, que atua no Hospital de Guarus e é aluno do Programa de Pós-Gradua-ção em Biociências e Biotecnologia da UENF, onde vem estudando o perfil genético dos pa-cientes que apresentam lesão ocular por toxo-plasmose por meio da análise de alguns SNPs.

Áreas mais pobres têm mais toxoplasmose

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Foto Eliemar Campostrini / Uenf

Há muito tempo se sabe que os gatos e de-mais felinos são os principais responsáveis pela disseminação do Toxoplasma gondii no ambien-te — ao caçar pássaros e roedores, eles podem se infectar e expelir junto com as fezes os oo-cistos do protozoário. Mas desde 2001, graças ao trabalho do grupo de pesquisa coordenado pela professora Lilian Bahia, da UENF, sabe-se que os mananciais hídricos desempenham papel crucial nos grandes surtos de toxoplasmose.

Nesta época, durante um surto da doen-ça no Paraná, a UENF conseguiu mostrar, pela primeira vez no mundo, a presença do protozo-ário na água que era ingerida pela população, confirmando que a transmissão estava ocorren-do através da veiculação hídrica. Para tanto, foi utilizada metodologia desenvolvida na UENF pelo grupo de pesquisa liderado pela professora

Lilian Bahia, com a participação da aluna de ini-ciação científica Érika Almeida (que hoje atua na Petrobras). A pesquisa ganhou o prêmio Nakano de citações, dado pelo CDC (Centersfor Diseases Control and Prevention), de concorrência mun-dial.

— O resultado da pesquisa teve grande re-percussão no meio científico, levando a novos estudos com avanços significativos em muitas áreas, tais como ambiental, genética do parasita e novas metodologias para investigações sobre a contaminação ambiental — afirma Lilian. Segun-do ela, a veiculação hídrica pode ser uma das fontes de contaminação em Campos, uma vez que muitas comunidades consomem água não tratada de poços e lagoas da região. Novos estu-dos estão sendo feitos para investigar justamen-te qual a forma de contaminação predominante

no município nos dias de hoje, pois os fatores de risco são dinâmicos e o último estudo dessa natureza foi realizado em 2001.

Atualmente, cerca de 20 pessoas estão envol-vidas diretamente com os projetos de toxoplas-mose do grupo, tanto dentro da Universidade quanto fora dela, como em hospitais e escolas, assim como em outras partes do país e até do exterior. Uma luta contínua é pela obtenção de financiamentos para as pesquisas.

— Não é nada fácil, temos lutado junto com os colegas que trabalham com o tema dentro e fora do país para termos financiamentos especí-ficos. Esse é um trabalho que temos feito junto aos órgãos de fomento e aos gestores de saúde. Está no nosso papel convencê-los de que é im-portante que tenhamos recursos para estudar a toxoplasmose — conclui.

Água de poço pode ser fonte de contaminação

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Enfrentando Doença ainda é a principal causa de morte por infecção provocada por bactérias; cientistas da UENF buscam formas de controle

Cento e vinte e oito anos após a desco-berta de seu agente causador — o Bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis) — e 64 anos após o desenvolvimento do primeiro an-tibiótico eficaz contra a doença, a tuberculose ainda constitui a principal causa de morte de adultos por infecções bacterianas no mun-do. O Estado do Rio de Janeiro está entre os mais atingidos pela doença no Brasil, e o mu-nicípio de Campos tem números que superam o de muitas outras cidades do mesmo porte.

Na UENF, o grupo de pesquisa coordenado pela professora Elena Lassounskaia, do Labora-tório de Biologia do Reconhecer (LBR) do Cen-tro de Biociências e Biotecnologia (CBB), vem se debruçando sobre o assunto desde 2002. Em parceria com as Secretarias de Saúde de Cam-pos e de Macaé, foi concluído recentemente um levantamento sobre a evolução da tubercu-lose nos dois municípios nos últimos 15 anos. O objetivo foi avaliar qual o impacto das mi-grações causadas pela exploração petrolífera na evolução da doença. Os dados estão sendo ana-lisados junto aos Departamentos de Epidemio-logia das Secretarias de Saúde e Programas de Combate de Tuberculose de Campos e Macaé.

— Verificamos que, enquanto em Campos os números continuaram estáveis, em Macaé hou-

ve um aumento do número de casos de tuber-culose neste período, o que pode ser explicado pela maior taxa de migração a esta região. Mas, em Campos, este quadro pode mudar com o funcionamento do porto do Açu, pois o muni-cípio certamente irá receber um volume muito grande de pessoas de fora — avalia a professora.

Segundo Elena, enquanto Campos apre-senta 50 casos de tuberculose para cada gru-po de 100 mil habitantes, Macaé possui 70 casos para o mesmo número de habitantes. A pesquisa continua em parceria com o Labora-tório de Engenharia de Produção do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) da UENF, ago-ra com o objetivo de detectar a situação por bairros e localidades. Já se sabe, por exem-plo, que em Campos grande parte dos casos de tuberculose está localizada nos distritos de Guarus e Travessão. Uma surpresa, segundo a professora, foi encontrar um grande núme-ro de casos nos centros de Campos e Macaé.

— Ficamos surpresos porque os habitan-tes do centro, em média, não estão entre os de baixa renda. O que pode explicar esta situação é o fato de a tuberculose se disse-minar mais facilmente nos locais com a po-pulação flutuante durante o dia — afirma.

Os pesquisadores também estão avaliando

como vem sendo feito o serviço de diagnós-tico e o tratamento da tuberculose nos dois municípios. Um procedimento importante para deter o avanço da doença é a implanta-ção do tratamento supervisionado, conforme orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), acatada pelo Ministério da Saúde. O tratamento supervisionado tem por objetivo evitar que os pacientes interrompam o trata-mento antes do tempo necessário — seis meses —, evitando assim que se proliferem bactérias cada vez mais resistentes aos medicamentos.

— Para isso, é preciso levar o atendimento aos bairros e distritos. A tendência é as pessoas abandonarem o tratamento assim que se sentem melhor, principalmente quando estão distantes do Hospital Geral de Guarus, onde o Programa de Combate à Tuberculose realiza o serviço de diagnóstico e tratamento — afirma a professora.

O que se quer é evitar que se repita no Brasil a situação de países como a Rússia, por exemplo, onde predominam as cepas da Myco-bacterium tuberculosis resistentes às drogas. Lá o diagnóstico e o tratamento requerem muito mais recursos do que aqui. Além da necessidade de drogas mais potentes, o pa-ciente deve permanecer internado durante o tratamento, pois necessita de drogas injetáveis.

a tuberculose

Elena Lassounskaia e sua equipe de pesquisadores

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A infecção por tuberculose ocorre quando o indivíduo entra em contato com os aerossóis presentes no ar e expelidos por pessoas contaminadas. Um terço da população mundial está infectado pela M. tuberculosis. Entretanto, em 90% dos casos, o sistema imunológico consegue prevenir o desenvolvi-mento da doença nas pessoas infectadas. Descobrir os fatores que favorecem o desenvolvimento da doença progressiva em 10% dos casos é o desafio atual. O grupo da professora Elena se concentra na investigação das propriedades biológicas da micobactéria que podem fazê-la escapar do controle do sistema imune, levando à doença.

Mas como saber as particularidades das cepas prevalentes no Brasil e, es-pecificamente, em Campos? Os pesquisadores vêm realizando a genotipagem (avaliação das características genéticas) das cepas de Mycobacterium tubercu-losis encontradas em Campos e no Estado do Rio para saber o seu nível de virulência.

— Ao mesmo tempo, as propriedades biológicas das cepas encontradas aqui estão sendo comparadas com as das cepas existentes em outras partes do mun-do. A boa notícia é que a maioria das cepas que circulam no nosso meio não apresenta resistência às drogas. A notícia ruim é que alguns genótipos determi-nados de micobactéria são mais virulentos e competitivos em comparação com outros, o que contribui para sua disseminação. — afirma a pesquisadora.

Atualmente, a UENF integra a rede TB do Ministério da Saúde, responsável pelo combate à tuberculose. A Universidade é referência, em todo o país, na realização de testes de virulência de cepas da bactéria Mycobacterium tuber-culosis.

Apesar disso, o Laboratório ainda não obteve os recursos necessários para a instalação de infraestrutura adequada às regras de biossegurança exigidas para este tipo de pesquisa, consideradas de nível elevado (3). O projeto, orçado em R$ 500 mil, já está pronto.

— Todos os anos submetemos o projeto aos editais de fomento à pesquisa, mas infelizmente ainda não conseguimos. Não há risco para a população e o meio ambiente, porque nenhum material sai do laboratório sem passar por uma descontaminação completa. Mas é necessário criar as condições seguras de trabalho para os pesquisadores envolvidos neste tipo de pesquisa. A cons-trução da Sala de Biossegurança é de extrema importância para nossa institui-ção, que desenvolve pesquisas não somente na área de tuberculose, mas de AIDS, hepatite, dengue e outras infecções perigosas e prevalentes na região. A instituição deve cumprir a legislação de Biossegurança vigente — afirma.

A crescente resistência de cepas da Mycobacterium tuberculosis aos medicamentos fez com que o grupo se dedicasse também à busca por no-vos fármacos, a partir do conhecimento popular sobre as plantas nativas do Brasil. Em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) da UENF, os pesquisadores procuram nos extratos de plantas da Mata Atlântica e da Floresta Amazônica propriedades capazes de combater a bactéria.

— As drogas hoje utilizadas contra a tuberculose foram desenvolvidas nas décadas de 1940 a 1970. Desde então, nenhum outro medicamento foi descoberto. Infelizmente, não há interesse por parte dos grandes labo-ratórios, pois esta é uma doença que acomete mais as populações pobres — diz Elena.

O estudo dos efeitos antimicobacterianos de plantas populares, como Aroeira e Psychotria, estão em andamento.

Estudo das propriedades biológicas das cepas

Busca por novos fármacos

Equipe que estuda a tuberculose na UENF: cuidado máximo para evitar contaminação

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Dois distritos de Campos — Ururaí e Travessão — foram escolhidos para a realização de projetos de extensão na área de tuberculose e de outras duas doenças: a hanseníase (provocada pela Mycobacterium leprae) e a infec-ção respiratória ocasionada pela Mycobacterium avium. Em parceria com a Fiocruz do Rio de Janeiro e com os médicos da rede pública que atuam nestas localidades, os pesquisadores do Centro de Biociências e Biotecno-logia da UENF destribuirão questionários com o objetivo de medir a per-cepção das pessoas em relação a estas doenças. Estão previstas ações educa-tivas, bem como oferta de assistência e diagnóstico para os casos suspeitos.

— Este trabalho, se tudo der certo, pode vir a ser o início do tra-tamento supervisionado nestes locais — diz Elena Lassounskaia.

Além disto, a pesquisadora quer investigar a possível presença da bac-téria Mycobacterium avium na água que chega às residências. Muito resis-tente às drogas, esta bactéria é responsável por um tipo de infecção gene-ralizada que é uma das principais causas de morte entre pessoas com AIDS. Pessoas saudáveis podem conviver com a infecção, mas a doença pode se agravar quando, por algum motivo, as defesas do organismo diminuem.

— Estudos detectaram a Mycobacterium avium nas torneiras de Nova Iorque e Tóquio. O pior é quando ela sai pelo chuveiro e é inalada, porque vai direto para os pulmões. Em Campos temos muitos casos de infecção respiratória, não só de tuberculose. Precisamos saber se são provocados por esta bactéria — explica a pesquisadora, lembrando que neste caso a população será informada sobre quais desinfetantes devem ser utilizados, uma vez que a bactéria é resistente a várias substâncias, inclusive o cloro.

Provocadas por outras bactérias do mesmo género — Mycobacte-rium bovis e Mycobacterium avium paratuberculosis — as doenças do gado bovino também vêm sendo alvo de pesquisas na UENF. O grupo liderado pela professora Elena Lassounskaia, em colaboração com Laboratório de Sanidade Animal da UENF, vem tentando criar um novo método de diagnóstico para as doenças provocadas pelas micobactérias, atualmente responsáveis por grandes perdas econô-micas na agropecuária. O método se baseia na produção de anticor-pos monoclonais, capazes de diferenciar as bactérias que causam a tuberculose e a paratuberculose (ambas as doenças produzem le-sões similares, o que dificulta o trabalho de inspeção de carnes).

— Atualmente, a inspeção é feita somente a partir da análise visual da

carne. O diagnóstico diferencial específico não existe. É tudo muito precá-rio, pois uma grande proporção de carne produzida nos abatedouros pe-quenos ainda escapa da vigilância sanitária — diz Elena, que espera conse-guir criar um novo método de imunodetecção de M. paratuberculosis em fezes dos animais infectados, para facilitar a detecção da doença também no animal vivo (por enquanto o diagnóstico principal é post mortem).

Diferentemente da paratuberculose, a tuberculose bovina pode ser transmitida para o homem, sendo mais suscetíveis as pessoas que manu-seiam as carnes, como funcionários de frigoríficos, por exemplo. Antes da pasteurização, a transmissão mais comum se dava pela ingestão do leite.

— Nosso desafio é melhorar o diagnóstico das infecções micobacte-rianas que freqüentemente são negligenciadas — finaliza a pesquisadora.

extensão em

Diagnóstico para Tuberculose e Paratuberculose bovina

Ações de

Travessão e Ururaí

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Alunos da UENF estão mostrando que é possível assimilar, de forma lúdica e criativa, os conceitos complexos e abstratos da Neuropsicologia Cognitiva — campo da Psicologia que estuda o desenvolvimento de ativi-dades mentais como o pensamento, a imaginação, a linguagem, a motrici-dade e a aprendizagem. Eles fazem parte do Núcleo de Estudos e Pesqui-sas em Neuropsicologia Cognitiva (NEPENC) do Laboratório de Cognição e Linguagem (LCL) do Centro de Ciências do Homem (CCH) da UENF.

Inserida no projeto de extensão “Produção e divulgação de conhecimen-to neuropsicológico cognitivo através de expressão artística”, a Oficina de Objetos Anatômicos do NEPENC é coordenada pela professora Sylvia Joffi-ly (LCL/UENF) e teve início há cinco anos. As peças são criadas e confeccio-nadas pelos próprios alunos de graduação e mestrado, além de bolsistas e colaboradores voluntários. A maior parte delas é feita em sucata, mas há também peças feitas com sementes naturais da flora campista e biscuit.

— Os alunos não têm orientação de artesãos, porque o objetivo é jus-tamente pesquisar a capacidade cognitiva de cada um. Os alunos se es-forçam para produzir, da melhor maneira possível e de acordo com os limites da sua compreensão e aptidão manual, as estruturas e funções neuropsicológicas que estão sendo estudadas — explica a professo-ra Sylvia Joffily, lembrando que o acervo, com mais de 20 peças, já foi exposto em diversos eventos dentro da UENF e fora dela, como na As-sociação Paulista de Medicina (APM), na Fiocruz, entre outros locais.

Segundo a professora, a ideia surgiu quando alunos do mestra-do em Cognição e Linguagem manifestaram dificuldades em entender os conceitos ligados à Neuropsicologia Cognitiva. Como o curso é in-terdisciplinar e congrega profissionais de diversas áreas — Pedagogia, Psicologia, Filosofia, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Direito e Medici-na —, muitos deles não dominam tais conceitos. Além disso, o cur-so também vem absorvendo alunos com padrões cognitivos atípi-cos, como deficientes visuais, para quem a dificuldade é ainda maior.

— Tivemos que pensar em métodos paradidáticos que tornassem o ensino da Neuropsicologia acessível a indivíduos dotados de dife-rentes padrões cognitivos — afirma Sylvia, acrescentando que o estudo desta área desempenha papel fundamental na formação e no desem-penho dos profissionais que atuam em saúde, educação e trabalho.

arteOficina de Objetos Anatômicos da UENF usa criatividade para tornar mais compreensíveis os conceitos complexos da Neuropsicologia Cognitiva

Ciênciae

Errata – Na edição de março/2010 a Revista Nossa UENF utilizou de forma equivocada a foto de um neurônio produzido na Oficina de Objetos Anatômicos do NEPENC. O objeto, que ilustra as páginas 04 e 05, não foi produzido pe-los alunos do curso de Licenciatura em Pedagogia, como divul-gado na legenda, mas pela agora mestre em Cognição e Lin-guagem e membro do NEPENC Maria Júlia Gomes de Melo.

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Refletindo sobre a Ciência

Em sua rotina de trabalho, os cientistas precisam refletir continuamente sobre o papel social de suas pesquisas. É o que acredita a vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Wrana Panizzi, que participou da cerimônia de abertura do II Congresso Flu-minense de Iniciação Científica e Tecnológica (II Confict), realizado de 07 a 10/06, na UENF.

— É preciso pensar em que sociedade queremos construir e no sentido da produção científica para além do enriquecimento dos nossos currículos — defendeu.

Segundo Wrana, todo o esforço em torno da construção de uma política de ciência, tecnologia e inovação passa principalmente pela iniciação cienti-fica, a inovação, os grandes projetos estratégicos e a reflexão sobre o sentido último da produção científica.

Ela ressaltou a importância da Iniciação Científica não só para prospectar futuros cientistas, mas sobretudo para formar profissionais diferenciados e ca-pazes de se inserir em um mundo do trabalho em acelerada transformação.

— A Iniciação Científica é relevante para formar cidadãos capazes de do-minar o código científico, o que é fundamental para o exercício pleno da

cidadania no contexto contemporâneo — disse.Ao participar da mesa-redonda “Modelo de saúde, ciência e tecnologia”,

a professora Cecília Nunes, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), disse que não só os cientistas, mas também os estudantes de Iniciação Científica devem ter uma visão crítica da sociedade.

— A ciência não é neutra, e o cientista não está acima de qualquer coisa. Ele tem que ter compromisso social. Vocês não podem ser ingênuos, precisam ter consciência do que estão fazendo. Qual o Brasil que queremos? É impor-tante que cada um de vocês reflita sobre isso — afimou.

O II Confict reuniu o 15.º Encontro de IC da UENF, o 7.º Circuito de IC do IFF e a 3.ª Jornada de IC da UFF. O tema geral do Congresso foi “Florestas tropicais como modelo de desenvolvimento sustentável?”.

A solenidade de abertura teve ainda a presença do reitor da UENF, Almy Junior; do diretor do Polo Universitário da UFF em Campos (RJ), José Luís Vianna da Cruz; do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Uenf, Edson Corrêa da Silva; do coordenador de Pesquisa da UFF, Gustavo Naves Givizies; e do pró-reitor Adjunto de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFF, Romeu e Silva Neto.

Pesquisadores ressaltam importância do engajamento social dos cientistas durante o II Congresso Fluminense de Iniciação Científica

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Wrana Panizzi e Edson Correa (pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UENF)

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Tema foi debatido durante o II Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica

Com uma área desmatada de aproxi-madamente 72 milhões de hectares ou 720 mil quilômetros quadrados — quase duas vezes a área de alguns países, como a Ale-manha e o Japão, por exemplo — um dos principais desafios da Amazônia é conse-guir aliar desenvolvimento e preservação ambiental. A opinião é do coordenador geral de Extensão do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Carlos Al-berto Bueno, que integrou a mesa-redonda intitulada “Modelo de Saúde, Ciência e Tecnologia” durante o II Congresso Flumi-nense de Iniciação Científica e Tecnológica (Confict).

Além de manter a floresta primária em pé, todos os esforços em relação à Ama-zônia, na opinião de Bueno, devem estar concentrados na recuperação das áreas desmatadas, no desenvolvimento de ati-

vidades agrícolas apropriadas à região, bem como nas questões que envolvem a instalação de hidrelétricas, inclusão social, mineração, ferrovias, rodovias, hidrovias, portos e linhas de transmissão.

— Hoje se investe mais em ações de controle e monitoramento da Amazônia, quando o ideal seria investir mais na produ-ção e socialização do conhecimento, que podem ajudar na formulação de políticas públicas. O resultado disso é que estamos criando cada vez mais conflitos — afirmou, lembrando que a Amazônia concentra 8% do PIB brasileiro e 11% da população do país ou cerca de 2,5 milhões de habitan-tes.

No entanto, ele reconhece que a visão dominante sobre o desenvolvimento da Amazônia mudou para melhor. Algumas idéias “absurdas”, segundo Bueno, foram

abandonadas, como por exemplo a de que a região poderia se transformar em produtora de alimentos para o mundo. Na sua opinião, as bases do desenvolvimento sustentável, na Amazônia, vão além das necessidades sociais, ambientais e de re-cursos financeiros.

— É preciso levar em conta a cultura local, bem como a ocupação do espaço geográfico — disse, lembrando que, den-tre as atividades econômicas desenvolvidas na Amazônia, as mais importantes são o agronegócio da fruticultura e da olericultu-ra tropical, a produção de mel de melípo-nas (abelhas sem ferrão) e a produção de peixes em canais de igarapé. Além disso, a região tem grande potencial para a pro-dução de energias renováveis, tais como solar, eólica e aquela obtida através de bio-massa e pequenas centrais hidrelétricas.

Desafiospara

Amazôniaa

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Trabalhos premiados durante o II Confict:PIBIC/UENF (Seleção feita por avaliadores do CNPq)

Genética: “Desenvolvimento de novos microssatélites localizados na região XP21.2-XP21.1 para o diagnóstico indireto de distrofia muscular de Duchenne” (Laís Gomes Sarlo/ Prof. Enrique Medina-Acosta).

Parasitologia: “Dinâmica populacional de Libyostrongylus dentatus E.L. douglassii (Nematoda: Trichostrongylidae) em avestruzes criadas no Norte Fluminense” (Rosane Teixeira Lelis/ Prof.Clóvis de Paula Santos).

Matemática: “Matemática e criptografia” (Flávio Anderson Filete/ Prof.Oscar Alfredo Paz La Torre).

Fisiologia: “Óxido nítrico e indução à tolerância ao estresse salino em plantas de milho” (Camila Queiroz da Silva/ Prof. Arnoldo Rocha Façanha).

Engenharia Civil: “Produção de argamassas a partir da ativação alcalina de cinza da casca de arroz e de sílica ativa por cal virgem” (Laura Rebel Moreira Alves/ Prof. Sérgio Luis Gonzales Garcia).

Solos: “Deficiência de macronutrientes e boro em plantas de Catha-ranthus roseus: sintomas visuais” (Monique Carriello Gama/ Profª Marta Simone Mendonça Freitas).

Microbiologia:”Atividade de heteropoliácidos sobre fungos e bacté-rias de importância veterinária” (Cristiani Miranda David Gossani/ Prof. Olney Vieira da Motta).

Engenharia de Materiais: “Estudo do processo de síntese do nitreto cúbico de boro usando o magnésio como catalisador” (Idalio Brasil Souza Neto/ Profª Ana Lúcia Diegues Skury).

Geografia e Antropologia: “Construindo a história dos povos indígenas da Bacia do Baixo Paraíba do Sul” (Hully Guedes Falcão/ Profª Simonne Teixeira).

Menção Honrosa PIBIC/UENF:

Bioquímica: “Superexpressão em Escherichia coli de uma proteína transportadora de lipídeos obtidas de feijão-de-corda e padronização de sua purificação” (Flávia Camila Vieira da Silva/ Prof. André de Oliveira Carvalho).

Ciência da Computação: “Simplificação de imagens por posteri-zação através de cores mais destoantes” (Herond Robaina Salles)/ Profª Sahudy Montenegro Gonzáles e Annabel del Real Tamariz).

Solos: “Produção de biomassa e teores de macronutrientes da camomila em resposta à adubação fosfatada e micorrizas” (Letícia Célia Heitor/ Profª Marta Simone Mendonça Freitas).

Engenharia de Materiais: “Caracterização e avaliação das propriedades de queima de argilas utilizadas para fabricação de telhas no município de Itaboraí-RJ” (Jhonatas Pereira Dias Vitorino/ Prof. Carlos Maurício Fontes Vieira).

Engenharia de Materiais: “Propriedades mecânicas e aspectos da microestrutura de Sistemas Epoxídicos DGEBA” (Lucivan Pereira Barros Junior/ Prof. Rubén J. Sánchez Rodríguez).

Engenharia de Materiais: “Estrutura e propriedades das ligas de Ti-(40-4X)%Nb-X%Mo com ENE termicamente tratadas” (Márcia Almeida Silva/ Profª Lioudmila Aleksandrovna Matlakhova.

Engenharia de Produção: “Inovação tecnológica e desempenho empresarial: estudo exploratório no setor de fabricação de alimentos em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro” (Kleber Christian Rodrigues/ Manuel Antonio Molina Palma).

Sociologia: “Reflexos da má qualidade de sono no cotidiano escolar” (Nathália Monteiro Andraus/ Profª Sylvia Beatriz Joffily).

Bolsas de outras modalidades (Seleção feita por professores da UENF)

“Análise das fontes de recursos polínicos utilizados por abelhas vibrado-ras” (Hellen de Azevedo Oliveira/ Profª Maria Cristina Gaglianone)

“Concentração de mercúrio em músculo de peixe-espada (Trichiurus lepturus L., 1758) no Norte do Rio de Janeiro” (Marcelo Pimentel Fonseca de Carvalho/ Profª Ana Paula Madeira Di Beneditto)

“Micromorfologia dos coléteres de Psychotria pubigera SCHL TDL. E Psychotria leiocarpa CHAM. & SCHL TDL. (Rubiaceae)” (Fernanda Gomes Trindade/ Profª Maura da Cunha).

“Propriedades termodinâmicas e de transporte dos gases e solução numérica do fluxo unidimensional de gás em meios porosos” (Natã Miranda Franco/ Prof. Adolfo Puime Pires).

“Desenvolvimento de protocolos práticos, curso e acompanhamento de aulas em laboratórios como propostas para melhoria do ensino de Ciências e Biologia” (Fernanda Silva de Souza/ Prof. Renato Augusto DaMatta).

“Perfil da atuação parlamentar na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes: Alinhamentos das agendas ‘políticas’ e ‘religiosas’” (Gabriela de Souza Fresen/ Profª Wânia Mesquita).

“Poliaminas como moduladores da embriogênese somática de Araucaria angustifolia” (Nathalia Torres Dutra/ Profª Claudete Santa Catarina).

“Utilização de etilenoglicol em diluente para criopreservação de sêmen ovino” (Aline Matos Arrais/ Prof. Ângelo José Burla Dias).

Todos os premiados do II Confict

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Para dar sentido prático à tão desejada apro-ximação entre universidade e escola, a UENF está atuando diretamente na montagem e imple-mentação de laboratórios de ciências em pelo menos cinco escolas públicas de Campos. Além de dotar os estudantes de melhores condições de aprendizado, permitindo uma abordagem prática dos conhecimentos, os projetos envol-vem a capacitação dos professores.

Entre as escolas participantes, quatro são es-taduais: o Colégio Benta Pereira, em Guarus; o Dr. Sylvio Bastos Tavares, no Parque Rosário; o Liceu de Humanidades de Campos, na zona cen-tral; e o Ciep da Lapa. A escola municipal é a José do Patrocínio, na Penha. Todas as iniciativas con-tam com apoio financeiro da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro). O objetivo é melhorar a qualidade do ensino oferecido aos alunos.

O professor Renato Augusto DaMatta, do Cen-tro de Biociências e Biotecnologia (CBB), é um dos pesquisadores da UENF mobilizados para a empreitada. Graças a um projeto aprovado pela Faperj em 2008, DaMatta e colaboradores pu-deram abrir duas frentes de atuação. No Benta Pereira, somaram forças com a direção da escola e promoveram a reforma e adaptação de dois vestiários para funcionarem como laboratórios. Os equipamentos já tinham sido adquiridos com recursos da Secretaria de Estado de Educação, como conta a diretora Beatriz Barbosa Diniz. No Dr. Sylvio Bastos Tavares, os recursos da Faperj captados pela UENF permitiram a compra dos equipamentos e reforma de uma sala de aula.

— É uma parceria muito boa. Sem ela, não teríamos condição de realizar nosso sonho do laboratório para aulas práticas — diz a diretora do Benta, Beatriz Diniz, lembrando que haverá

formação continuada no uso de tal laboratório para os 11 professores da escola.

Em março deste ano, a Faperj aprovou mais três projetos da UENF voltados para esta área. Um deles é coordenado pela professora Anto-nia Elenir Amâncio de Oliveira, do CBB/UENF, e prevê a implementação de um laboratório de ciências no Ciep Nilo Peçanha, na Lapa. É lá que os graduandos da licenciatura em Biologia da UENF fazem estágios supervisionados. O segun-do projeto - coordenado pela pesquisadora Ma-ria Eugênia Ferreira Totti, do Centro de Ciências do Homem (CCH/UENF) — será desenvolvido na Escola Municipal José do Patrocínio. Have-rá montagem do laboratório e capacitação dos professores de todas as áreas. E o terceiro, do próprio Renato DaMatta, vai revitalizar o labora-tório de ciências do Liceu de Humanidades de Campos.

A aproximação entre a escola e a universidade pública é quase sempre apontada como benéfica para ambas as partes, mas muitas vezes precisa de um empurrãozinho para acontecer. Além do incen-tivo da Faperj, a UENF conta com o entusiasmo de profissionais que compõem o seu quadro técnico ou discente e em outros horários atuam como professores em escolas de Campos. São basicamente eles (ou elas) que fazem a ponte entre a Universidade e as escolas.

No caso do Benta Pereira, o ‘meio de campo’ fica a cargo de Rosemary Cardoso Maciel, técnica do LBCT/UENF e professora da escola. No Sylvio Bastos Tavares, o papel é cumprido pelo professor Luiz Renato Maia Maciel, ex-aluno da UENF. No Liceu, é Fausto Paes de Carvalho quem conjuga a atuação como professor da escola e técnico da Universidade. E no Ciep Nilo Peçanha, da Lapa, há toda uma interação baseada nos estágios cumpridos pelos alunos da li-cenciatura em Biologia.

— Achei muito bom, aqui a gente vê na prática — opina a es-tudante Cinthia Borges Nascimento, 16 anos, que estuda desde a segunda série no Colégio Benta Pereira.

Ciência chega escola

Prática motiva os alunos

Pesquisadores da UENF montam laboratórios, capacitam professores e atuam diretamente na melhoria do ensino em escolas públicas à

Aluno do colégio Benta Pereira

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Divulgando

Reaberto em 2009, Espaço da Ciência

já recebeu mais de 2,3mil visitantes

Professor Ronaldo Novelli e alguns dos animais que compõem o acervo do Espaço da Ciência

ciênciaa

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Divulgar a ciência de forma lúdica e com-preensível para o público. Este é o principal objetivo do Espaço da Ciência da UENF, que já recebeu mais de 2,3 mil pessoas desde sua rei-nauguração, em setembro de 2009. Dentre os visitantes, a maioria é formada por alunos do ensino fundamental e médio, principalmente de escolas públicas de Campos, além de estudantes das faculdades situadas no município.

No momento, o Espaço está abrigando uma exposição temática sobre o tema “Animais sil-vestres do Norte Fluminense”. São cerca de 100 peças de animais taxidermizados (empalhados) e mais de 300 peças em formol. O Espaço abriga ainda coleções científicas que não fazem parte da exposição ao público visitante, possuindo cerca de dois mil peixes e mais de 10 mil exemplares

de conchas brasileiras.— Os exemplares expostos provêm de ani-

mais mortos em estradas ou em Centros de Triagem — informa o professor Ronaldo Novelli, coordenador do Espaço da Ciência, lembrando que não existe local similar em todo o Norte/No-roeste Fluminense. No Rio de Janeiro, a mesma atividade, de divulgação da Ciência, pode ser encontrada no Museu da Vida e na Casa da Ci-ência.

Reaberto com o apoio da Reitoria da UENF e da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) — que investiu R$ 23 mil no projeto —, o Espaço da Ciência ocupa uma área de 300 m2 dentro do campus da UENF, próximo ao Centro de Ci-ências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA). De

1999 a 2004, o Espaço funcionou fora da UENF, em uma área na avenida Alberto Lamego. Na época, registrou a presença de mais de 50 mil visitantes.

— A hora agora é de repensarmos o Espaço. O projeto ainda não foi discutido, mas temos na UENF um enorme potencial de acervos que poderiam ser levados para lá, como as coleções de Arqueologia do CCH, os museus de insetos e do solo do CCTA, o Herbário e os animais taxi-dermizados do CBB, bem como os minerais do CCT — diz Novelli.

O Espaço da Ciência fica aberto à comunida-de de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. No caso de visitações de escolas, é preciso agendar com antecedência, através do telefone (22) 9261-5666.

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O desenvolvimento tecnológico da região e do país passa pela interação entre o meio acadêmico e o setor produtivo, e a UENF está dando passos importantes nessa direção. De-pois de firmar protocolo com a Petrobras para cooperação tecnológica nos estudos do pré-sal − ao lado da Unicamp, Unesp, UFRJ e UFF −, a UENF terá pesquisadores de doutorado com bolsas custeadas pela CGGVeritas. A CGGVeritas é uma empresa francesa de serviços geofísicos com atuação em nível mundial que resulta da combinação da Compagnie Générale de Géophy-sique (CGG) com a Veritas DGC Inc, em 2007.

O convênio estabelece um programa de for-mação de doutores com sólida base acadêmica associada ao conhecimento das necessidades tecnológicas do setor industrial. O foco está na superação dos desafios técnicos envolvendo a exploração e produção de hidrocarbonetos no pré-sal. Como informa o diretor de Proje-tos da UENF, Ronaldo Paranhos, a ideia é criar uma sinergia permanente entre as instituições participantes, contemplando a discussão dos problemas e desafios enfrentados pela indús-tria. A médio prazo, o horizonte é que o país assuma posição de vanguarda na tecnologia e

conhecimentos geofísicos aplicados ao pré-sal.− O convênio começa com uma bolsa

de doutorado, já implementada. A empresa pensa em logo aumentar esse número para duas bolsas. Mas o importante é a natureza diferenciada da bolsa, que visa à formação de quadros de alto nível para trabalhar nos projetos de desenvolvimento tecnológico da CGGVeritas − explica o professor Fernan-do Moraes, do Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP) da UENF.

A colaboração com a UENF e outras uni-versidades brasileiras está se dando principal-mente através da oferta de bolsas de estudos para alunos de doutorado que tenham inte-resse em desenvolver suas teses em umas das áreas técnicas a serem sugeridas pela CGG-BRASIL, notadamente nas áreas de Processa-mento Sísmico e Reservatório, relacionadas principalmente à Sísmica 4-D. O ambiente de investigação de maior interesse será o pré-sal das Bacias de Santos, Campos e Espírito Santo, incluindo a espessa camada de sal e os comple-xos reservatórios carbonáticos ali existentes.

Embora tenha atuação internacional, a empresa considera importante formar compe-

tências técnicas específicas em cada local de operação, de forma a proporcionar soluções tecnológicas locais. Nesta linha, a empresa se propôs a trabalhar com três universidades brasileiras que têm atuação na área de geofí-sica do petróleo: a UENF, a Unicamp e a Fe-deral do Pará. O convênio, firmado em 30 de abril, contempla não apenas as bolsas de dou-torado, mas também taxa de bancada para o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Reservatório e de Exploração da UENF, com recursos em torno de R$ 28 mil por mês. Trata-se, na visão do professor Ronaldo Pa-ranhos, de uma ‘agenda positiva’ na relação universidade-empresa, com ganhos recíprocos.

− Por um lado, é evidente que a empre-sa tem interesse em induzir pesquisas pela universidade em temas de seu interesse. Por outro, essa relação inovadora fortalece a pós-graduação em Engenharia de Petróleo da UENF, que, além das bolsas e da taxa de ban-cada, passa a trabalhar com temas ligados à fronteira do conhecimento e da tecnologia em geofísica do petróleo característica do Brasil.

Universidades e empresas podem se entender?Experiências na UENF estão mostrando que sim, com ganhos para as duas partes e para o país

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Reunião com a CGG Veritas

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É possível criar cenários econômicos sob me-dida para atender a determinados grupos sociais, independentemente da economia oficial? Expe-riências como a do Banco Palmas vêm mostran-do que a chamada economia solidária não é só possível como capaz de melhorar a vida de muita gente. O coordenador do banco, João Joaquim de Mello Neto, foi um dos destaques do II Encon-tro de Economia Solidária e I Aldeia de Experiên-cias Solidárias e Tecnologias Sociais, ocorridos na UENF de 18 a 20/05.

Implantado em 1998 no conjunto Palmeira, em Fortaleza (CE), o Banco Palmas é considerado uma das mais exitosas experiências de economia solidária do país. Suas ações se baseiam na idéia de que a própria comunidade deve produzir os bens de consumo de que necessita. Para tanto, o banco financia empreendimentos populares em diversas áreas e mantém uma moeda social pró-pria, o “Palma”, além de um cartão de crédito, o “Palmacard”, que possibilitam descontos em esta-

belecimentos do bairro.Segundo João Joaquim, a proporção de mo-

radores que hoje faz compras no próprio bairro saltou de 20% para 90%. Para que tudo dê certo, a análise das propostas de crédito leva em conta o potencial de consumo do bairro — cujo mape-amento é feito com a ajuda de uma ferramenta da internet. Desta forma, evita-se que o dinheiro seja empregado em empreendimentos que não têm chance de dar certo.

Uma amostra de como funcionam as moedas sociais pôde ser vista durante o evento, com a circulação do “motirõ”. A moeda — cujo nome remete ao termo indígena que descreve algo construído de forma solidária e que deu origem à palavra “mutirão” — foi utilizada durante a Feira de Trocas Solidárias, que ocorreu paralelamente ao encontro. Cada motirõ teve o valor equiva-lente a R$ 1 e pôde ser adquirido com materiais recicláveis, como óleo de cozinha usado, garra-fas pet, latinhas de alumínio e embalagens longa

vida (Tetra Pak).Teleconferência - Outro destaque do encon-

tro foi a participação, através de teleconferência, do coordenador Nacional da Rede de Incuba-doras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCP), Antônio Carlos Martins da Cruz, que deu um recado às instituições que apoiam a economia solidária. Segundo ele, é preciso dialogar com os responsáveis pelos empreendimentos populares, levando em conta suas experiências de erros e acertos, em vez de tentar partir do zero.

O evento teve a organização da ITEP/UENF (Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares), vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, com patrocínio da Fa-perj, Banco do Brasil, Governo Federal e apoio da Prefeitura de Campos, Programa Rio Rural, Fe-bracom (Federação das Cooperativas de Catado-res de Materiais Recicláveis), ITCP/COPPE/UFRJ, Ecoanzol e Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares.

Por uma nova economiaEncontro na UENF mostra que economia solidária é algo possível e oferece uma

amostra das tecnologias sociais criadas no país

João Joaquim de Mello Neto, coordenador do Banco Palma, comprando com o motirõ

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Projeto encabeçado pela UENF, em parceria com outras instituições e

ONGs, foi um dos 63 escolhidos pelo governo federal em todo o país

telecentrosRegião

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Primeiro Telecentro instalado na Casa de Cultura Villa Maria

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A UENF é uma das 63 instituições escolhidas pelo governo federal, em todo o país, para participar do Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades — Telecentros BR. De acordo com o projeto — que tem a parce-ria da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Instituto Federal Fluminense (IFF) e das ONGs Instituto Bem Estar Brasil (Ibeb) e Instituto Crescer — serão instalados 20 telecentros em Campos (RJ) e outros dois em Cardoso Moreira (RJ).

Cada um deles atenderá gratuitamente à comunidade na qual estiver inseri-do, proporcionando acesso gratuito às tecnologias da informação e da comuni-cação. Os telecentros oferecerão ainda cursos — a serem definidos pela própria comunidade, através de um Conselho que também definirá as regras de uso do espaço — com foco na capacitação e treinamento, tendo em vista o ingresso no mercado de trabalho e o empreendedorismo.

Além da instalação física (equipamentos e mobiliário), cada telecentro terá um monitor — escolhido entre alunos do IFF e pessoas das comunidades —, que será responsável pela orientação dos usuários e receberá uma bolsa men-sal de R$ 483 por mês, com vigência entre 01/07/10 e 31/12/11. Em cada tele-centro, haverá um servidor configurado com sistema operacional e aplicativos (softwares) livres e de código aberto, além de 10 estações com computadores configurados com o mesmo sistema e conexão à Internet através de banda larga.

As ONGs que participam do projeto já possuem experiência na área. O Ibeb, por exemplo, tem suas ações voltadas justamente para a captação de recursos voltados à inclusão digital e ensino a distância. A ONG foi a responsável pela articulação com a comunidade, enquanto o Instituto Crescer se comprometeu a disponibilizar softwares gratuitos da Microsoft. O projeto teve a assessoria técnica da Incubadora de Empreendimentos Populares da UENF (ITEP). Pela UENF, os trabalhos serão coordenados pelo professor Abel Carrasquilla, geren-te de Recursos Computacionais (GRC) e vice-reitor.

— Os telecentros serão instalados em locais escolhidos pelas associações de moradores ou rurais, ONGs de atuação local, escolas e estabelecimentos. Para os cursos a distância será utilizada a plataforma Amadeus, disponibilizada pela Universidade Federal de Pernabuco, num primeiro momento, por estar dispo-nível em plataforma aberta. A idéia é criar cursos que ensinem as comunidades a gerar seus próprios conteúdos, enquanto os parceiros darão apoio pedagógi-co e técnico em sua formulação — explica Marcelo Saldanha, do Ibeb.

De acordo com o projeto selecionado, os conteúdos dos cursos deverão atender às demandas e necessidades de cada comunidade. Eles serão criados e disponibilizados pelas instituições de ensino superior envolvidas, que darão todo o apoio técnico, administrativo e logístico às comunidades. A ideia, no entanto, é capacitar os líderes comunitários para que assumam parte da res-ponsabilidade de gestão dos telecentros, além de incentivar o empreendedo-rismo local.

— Além disso, queremos transformar os telecentros em centros de educa-ção, cultura, empreendedorismo e lazer, fazendo desses locais um mix de várias ações pró-ativas visando ao desenvolvimento local e regional — diz Marcelo.

Esta é a segunda vez que a UENF é contemplada com telecentros do go-verno federal. Da primeira vez, foi implantado o telecentro que hoje funciona na Casa de Cultura Villa Maria. São responsáveis diretos pela coordenação do projeto os Ministérios das Comunicações, da Ciência e Tecnologia e do Planeja-mento, sendo este último o responsável pela coordenação executiva.

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Entrevista /Edson Correa

‘Chegamos à maturidade’Considerada pelo CNPq - por duas vezes - a universidade onde há

mais alunos de Iniciação Científica tornando-se mestres e doutores, a UENF chega aos seus 17 anos com grande maturidade na área de pesquisa. Na opinião do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Ed-son Correa, os resultados mostram o acerto do modelo implantado por

Darcy Ribeiro, que permitiu à Universidade, inclusive, superar as difi-culdades iniciais de financiamento. Nesta entrevista, Edson Correa faz um balanço da área de pesquisa na UENF, abordando questões como a infra-estrutura de pesquisa, novos cursos de pós-graduação, bolsas e produtividade dos pesquisadores. Confira.

Nossa UENF: A UENF foi implantada, em 1993, já com uma forte vocação para a pesquisa. Passados 17 anos, podemos dizer que a UENF avançou como se esperava nesta área?

Edson Correa: A situação atual da produção da UENF em conhecimento científico e formação de pessoal revela o acerto do modelo implanta-do para o seu desenvolvimento. Pesquisadores competentes e aporte adequado de recursos para infra-estrutura de pesquisa criaram condições ini-ciais de excelência. Estas originaram, rapidamen-te, além de projetos de pesquisa de qualidade, uma pós-graduação e também uma graduação de qualidade. Podemos considerar, então, que nestes 17 anos de vida, apesar de dificuldades interme-diárias, a pesquisa na UENF avançou significativa-mente.

Nossa UENF: A pesquisa na UENF é voltada, em sua maioria, para as questões locais. Em que medida elas podem ajudar no desenvolvimento regional?

Edson Correa: Esta é uma questão fundamen-tal. Uma universidade de excelência cria conhe-cimento e forma pessoal qualificado em vários níveis que podem atender toda a sociedade. No caso da UENF isto é verdadeiro, mas reforçam-se os resultados de grande demanda regional. Basta pensar nas atividades relacionadas com a produ-ção de petróleo e com a agricultura, por exemplo. Pesquisas em desenvolvimento na UENF podem contribuir não só para atividades econômicas tra-dicionais da região, mas também incentivar a sua diversificação aproveitando outras aptidões regio-nais. Cumpre destacar aqui a necessidade funda-mental do desenvolvimento de estudos nas áreas sociais e de planejamento urbano para instruir políticas públicas que visem a dar suporte ao de-senvolvimento acelerado que se espera na região, preservando a qualidade de vida, o respeito ao meio ambiente e a inclusão social. A UENF dispõe de grupos de pesquisa que atuam nessas áreas.

Nossa UENF: Como podemos classificar hoje a infra-estrutura de pesquisa da UENF? O que ain-da é necessário?

Edson Correa: Passado o período inicial de implantação e o esforço para corrigir os desacer-tos originados pela inadequada estrutura adminis-trativa inicial, a Universidade viveu momentos de dificuldade quanto ao seu financiamento e à ma-nutenção das suas atividades. Todavia, a estrutura inicial implantada permitiu que a UENF se desen-volvesse ainda de forma adequada na pesquisa e nas suas tarefas de formação de pessoal nos níveis de graduação e pós-graduação. O projeto institu-cional de Iniciação Científica auxiliou significati-vamente esse desenvolvimento. Nos anos recen-tes, em um quadro de financiamento à pesquisa mais favorável, tanto no plano nacional (Capes, Finep, CNPq) quanto no do Estado do Rio de Ja-neiro (Faperj), a UENF vem conseguindo avançar nas suas infraestruturas física e de equipamentos para a pesquisa. Vale lembrar as participações da ANP, Petrobrás e outras empresas no financiamen-to das pesquisas da UENF. Alguns gargalos, como disponibilidade de energia elétrica, climatização e espaço físico estão sendo equacionados

Nossa UENF: O que podemos destacar? Edson Correa: Equipamentos de grande porte

como a centrífuga geotécnica no CCT, o tomógra-fo (Faperj) no Hospital Veterinário, espectrôme-tros de ressonância magnética eletrônica e nu-clear (Faperj) no CCT, microscópios eletrônicos no CBB, microscópio de força atômica no CCT, espectrômetro infravermelho no CCTA e muitos outros. Em 2009, ao preparar-se institucionalmen-te para concorrer no edital de infraestrutura da Faperj, pesquisadores e colegiados da UENF con-seguiram avaliar demandas para um período de cinco a oito anos. Essa demanda de equipamen-tos, espaço físico e melhoria de instalações atingiu um valor estimado de R$ 24 milhões. Desse total a Universidade já obteve, em grandes projetos,

cerca de R$ 10 milhões (4,8 milhões no Finep CT-Infra, no Faperj-Infra-Estrutura, 0,32 milhões da Capes Pró-equipamentos), isto no período 2009-2010. Não estão incluídos aqui recursos impor-tantes obtidos com a Petrobrás, com concessões do Governo do Estado do Rio de Janeiro e com os inúmeros editais de portes menores da Faperj (APQ1, Desenvolvimento Regional, Apoio às Uni-versidades Estaduais do RJ), do CNPq (Universal) e outros.

Nossa UENF: Os pesquisadores da UENF vêm acompanhando a evolução positiva do financia-mento à pesquisa no Estado do Rio?

Edson Correa: Os professores da UENF, face aos sucessos constantes na obtenção de recursos, têm ampliado suas participações nos editais da Faperj e também do CNPq. Temos hoje um novo paradigma: a participação em editais traz boa pro-babilidade de obtenção de recursos, vale a pena aplicar. Acredito que, a continuar a regularidade do oferecimento de financiamento à pesquisa, cada vez mais nossos pesquisadores estarão incen-tivados a participar dos editais de fomento. Como é razoável imaginar, ainda temos um grande espa-ço a ocupar nos diversos editais de fomento à pes-quisa disponibilizados pelas agências nacionais e do nosso Estado.

Nossa UENF: Que avaliação o senhor faz dos nossos programas de pós-graduação?

Edson Correa: Estamos todos na expectativa da avaliação trienal da Capes (2007-2009) para os nossos programas de pós-graduação, resultados a serem divulgados em setembro deste ano. Os resultados parciais de 2008 e 2009 são promisso-res para a maioria dos programas da UENF. As visitas de avaliadores da Capes a alguns de nos-sos programas nos dão indicativos de que daqui saíram sempre com uma impressão muito positi-va. Na minha visão, todos nossos 13 programas avançaram em relação ao triênio anterior. Embora o processo de mudança de critérios que ocorre

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desde 2008, nas instâncias decisórias da Capes, te-nha trazido alguns sobressaltos e incertezas, com indicativos de ampliação do grau de exigências, acredito que teremos o que comemorar. Os pro-gramas têm evoluído no quesito planejamento. Questões como critérios de credenciamento de professores, visibilidade da divulgação de resul-tados, recuperação e ampliação da capacidade experimental e outros têm merecido grande aten-ção por parte dos programas. A Pós-Graduação da UENF entra em um estado de maturidade, como é possível verificar pelo expressivo aumento da sua capacidade de orientação de pós-graduandos. Consequentemente, a pressão por aumento da disponibilidade de bolsas é, compreensivelmen-te, grande.

Nossa UENF: Temos conseguido atender a esta demanda por bolsas?

Edson Correa: Conseguimos aumentar nos-sas quotas de bolsas. A UENF é provavelmente a universidade com maior percentual de disponibi-lidade de bolsas no Brasil. Estamos com percen-tual de cerca de 70% de estudantes demandantes com bolsa, para uma média nacional de cerca de 34%. Aqui entra, então, a necessidade de, defini-tivamente, incluirmos nos nossos planejamentos de vagas a oferecer nos processos seletivos a dis-ponibilidade de bolsas. Neste ano a UENF conse-guiu 15 novas bolsas de doutorado da Faperj. Em 2008 havíamos conseguido com a agência uma quota de 50 bolsas de mestrado e 30 de doutora-do. Estamos trabalhando com a Capes no sentido de ampliar o número de bolsas para a UENF. Um espaço a conquistar é com o CNPq,mas já tivemos alguns contatos iniciais com a sua nova presidên-cia nesse sentido. É importante sublinhar, todavia, que ainda há um grande espaço a avançar nas so-licitações individuais de bolsas por parte de nos-sos professores nos editais do CNPq. Embora seja uma competição nacional, mais difícil para uma universidade pequena como a nossa, o aumento do número de pedidos trará aumento de resulta-dos positivos.

Nossa UENF: Temos previsão de novos cur-sos? Quais?

Edson Correa: Finalmente, após uma árdua luta do Programa de Engenharia Civil, seu curso de doutorado foi credenciado pela Capes e ini-ciou suas atividades este ano, já com duas orien-tações em andamento e quatro vagas abertas para processo seletivo do segundo semestre de 2010. Já foi aprovada no Conselho Universitário

(Consuni) este ano a criação do programa de Pós-Graduação em Zootecnia, que tem a perspectiva de iniciar atividades em 2011. Há outros cursos que têm potencial para organizar programa de pós-graduação em prazo curto, como Farmácia e área de Alimentos. Em minha opinião, um esforço deveria ser feito para a organização de um cur-so de mestrado em Matemática, o que daria um impulso nas atividades de pesquisa nessa área da UENF. Da mesma forma, há outras áreas da UENF que poderiam organizar programas de PG. O Pro-grama de Políticas Sociais deve ser encorajado a organizar um curso de doutorado. Alguns de seus membros têm discutido essa questão.

Nossa UENF: Somos a Universidade onde há mais alunos de IC se tornando mestres e douto-res, de acordo com o CNPq. A que o senhor atri-bui isto?

Edson Correa: A UENF conquistou o prê-mio do CNPq Destaque do ano na IC em 2003, na sua primeira versão. Por força de regulamen-to a instituição vencedora fica sem concorrer ao prêmio por cinco anos. Voltamos a concorrer em 2009 e vencemos novamente. A Iniciação Cien-tífica é inequivocamente uma vocação da UENF. Há algumas razões para isso. Evidentemente que isto passa pela qualidade da nossa pesquisa e de nossos laboratórios. Uma das razões é o fato de que, por estarmos afastados de grandes centros e sermos uma universidade pequena, atraímos

para a PG um número significativo de egressos da nossa IC. Isto nos fornece bons alunos com treinamento inicial nas nossas linhas de pesquisa trazendo uma maior probabilidade de sucesso de titulação na PG. Obviamente que também entram nessa conta egressos da IC se titulando na PG de outras instituições. Mas o principal fator que me parece explicar esse sucesso é a combinação de uma grande disposição de nossos orientadores e pós-graduandos em receber e atender os graduan-dos da IC nos seus laboratórios com uma grande motivação dos jovens em conviver nos ambientes de pesquisa, a maioria deles de grande interesse para a sociedade e de grande atualidade.

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Edson Correa

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Ciências Naturais

Nos três primeiros meses deste ano, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais teve três teses de doutorado e nove dissertações de mestrado concluídas. Entre elas estão trabalhos envolvendo ferramentas para melhoria do ensi-no, o estudo de contaminantes do ar e dos rios e propriedades de diferentes tipos de biodiesel. Também há pesquisas que abordam a conser-vação de frutos tropicais, a investigação de atividade anticancerígena de certos compostos químicos e a atividade biológica de substâncias isoladas de espécie vegetal conhecida como jatobá, entre vários outros temas.

Mestrado

Joziel Costa Creton Defesa: 18/03/2010 “Conceitos físicos envolvidos na temática do aqueci-mento global na perspectiva CTS: uma proposta de material paradidático” Glaucia Ribeiro Gonzaga Defesa: 22/02/2010“Diagnóstico e avaliação da contaminação por compostos orgânicos persistentes no baixo Rio Paraíba do Sul e seu estuário” Giovana Maria Mangueira de Almeida Defesa: 22/02/2010“Estudo de tratamentos térmicos em cerâmicas arqueológicas de Campos dos Goytacazes-RJ” Guilherme Rodrigues Lima Defesa: 11/02/2010 Título: “Estudo das emissões de gases poluentes gerados na exaustão de veículos movidos a GNV”. Juliana Baptista Simões Defesa: 12/02/2010 Titulo: “Estudo de propriedades espectroscópicas

e térmicas de biodieseis e sua correlação com propriedades importantes de combustíveis”. Silvia Marcia Barreto Peixoto Defesa: 05/02/2010 “Caracterização estrutural e térmica de vidros ópticos especiais dopados com neodômio”

Erick Bernabé Zanelato Defesa: 08/02/2010 “Análise fotopiroelétrica para difusividade térmica de materiais líquidos e pastosos” Larissa Codeço Crespo Defesa: 08/02/2010 “Planejamento e elaboração de atividades lúdicas para a educação em Química na 1ª série do ensino médio: implantação de uma ludoteca piloto e avaliação de seu desempenho” Aline Batista Rangel Defesa: 09/02/2010 “Estudo das propriedades dielétricas de amostras líquidas e pastosas em função da temperatura”

Doutorado

Sávio Figueira Corrêa Defesa: 25/02/2010“Estudo do efeito da atmosfera modificada sobre frutos tropicais utilizando a espectroscopia fotoacús-tica e técnicas convencionais” Patricia Silvana Silva Andreao Defesa: 25/02/2010 “Estudo fotoquímico e avaliação da potencial bioatividade de substâncias isoladas e modificadas de Hymenaea stigonocarpa” Almir Andreao Defesa: 25/02/2010 “Síntese e avaliação da atividade anticancerígena de caulibugulonas e análogos”

Produção Vegetal

O Programa de Produção Vegetal produziu 19 dissertações de mestrado e nove teses de doutorado de janeiro a março deste ano. As pes-quisas envolvem muitos temas de interesse da agropecuária regional, como cana-de-açúcar, maracujá, abacaxi, flores tropicais, adubação, qualidade de solos, controle biológico, pasta-

gens e qualidade de mudas

Mestrado

Priscilla Brites Xavier Defesa: 17/03/2010 “Germinação e aclimatização de Hamatocactus setispinus (cactaceae)”

Janaína Aparecida Hottz Rima Defesa: 26/02/2010“Bioatividade de ácidos húmicos tratados com ácido cítrico” Débora Jesus Dantas Defesa: 24/02/2010“Promoção do crescimento radicular por frações moleculares de ácidos húmicos” Willy Pedro Vasconcellos Prellwitz Defesa: 23/02/2010“Intercultivo de cana de açucar com Crotalaria juncea L” Mírian Peixoto Soares da Silva Defesa: 23/02/2010“Qualidade de mudas produzidas por miniestaquia e vigor de minicepas de cedro australiano, conduzi-das com tubetes e canaletões” Priscila Pixoline Eiras Defesa: 22/02/2010“Avaliação de diferentes densidades de semeadura e da poda na produção de sementes de Crotalaria juncea L.”

Luiz Fernando Miranda da Silva Defesa: 22/02/2010 “Avaliação de produtos alimentares para fins especiais” Juliana Sobreira De Souza Defesa: 22/02/2010“Produtividade de minicepas de cedro australiano e remoção de nutrientes pela coleta sucessiva de miniestacas” Andrezza Da Silva Machado Neto Defesa: 22/02/2010“Caracterização e viabilidade econômica do sistema produtivo de flores tropicais no Rio de Janeiro” Andréia Boechat Delatorre Defesa: 19/02/2010 Titulo: “Produção de celulases pelo micro-organismo termofílico Bacillus sp SMIA-2”. Késsia Barreto Lima Defesa: 19/02/2010 Título:”Fungos micorízicos arbusculares, bactérias diazotróficas e adubação fosfatada em mudas de mamoeiro”. Leisiani Maria Batista dos Santos Defesa: 24/02/2010“Caracterizção química das substâncias fenólicas de diferentes coberturas vegetais” Reynaldo Tancredo Amim Defesa: 22/01/2010 Influência de plantas de cobertura do solo na dinâmica de plantas daninhas e no desempenho do milho pipoca em plantio direto. Thiago de Freitas Ferreira Defesa: 03/02/2010 Influência do nematoide entomopatogênico Hete-rorhabditis baujardi isolado LPP7 na embriogênese, eclosão dos juvenis de segundo estádio, infecção e na prolificidade do nematoide fitoparasita Meloido-gyne mayaguensis (Tylenchida: Meloidoginidae). Drieli Aparecida Rossi Defesa: 10/02/2010 Avaliação morfoagronômica e da qualidade da biomassa de acessos de capim-elefante (Pennise-tum purpureum Schum.) para fins energéticos no Norte Fluminense.

A UENF se aproxima da marca das 2 mil teses e dissertações defendidas deste sua implantação. Nesta seção estão relacionadas aquelas que foram concluídas de janeiro a março deste ano, que somaram 101 pesquisas. Foram 82

dissertações de mestrado e 19 teses de doutorado no período .

Teses e Dissertações

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Ziraldo Moreno dos santos Defesa:10/02/2010 Avaliação de caracteres agronômicos da cultura do pinhão manso (Jatropha curcas) em função de espaçamentos, adubações e poda. Suelen Alvarenga Regis Defesa:18/02/2010 Conteúdo e qualidade do óleo das sementes em função dos estádios de maturação dos frutos e do processo de purificação do resíduo do maracujá. Ismael Lourenço de Jesus Freitas Defesa: 12/01/2010 Seletividade e eficiência de herbicidas no manejo de plantas daninhas em milho pipoca. Natalia Ribeiro Bernardes Defesa: 02/02/2010 Estudo da composição química e dos efeitos imu-nofarmacológicos do extrato dos frutos da aroeira (Schinus terebinthfolius Raddi).

Doutorado

Catia Regina Barbosa Eklund Defesa: 05/03/2010 “Produção de fitomassa para cultivo de minimilho sob sistema de plantio direto” Roberto Batista Marques Júnior Defesa: 25/02/2010 “Uso de ácidos húmicos e bactérias diazotróficas endofíticas na produção agrícola” Renata Vianna Lima Defesa: 24/02/2010“Crescimento de mudas, qualidade de frutos e germinação de sementes de passifloras em função de adubação mineral e orgânica” Rejane Siqueira Bernardes Defesa: 24/02/2010“Qualidade física de três solos do Norte Fluminen-se” Ana Paula Guimaraes Defesa: 24/02/2010“Caracterização bioquímica do fracionamento iso-tópico de 15 n no processo da fixação biológica de nitrogênio (FBN) e da eficiência energética da FBN em diferentes estirpes de bactérias diazotróficas” Sávio da Silva Berilli Defesa: 19/02/2010 ” Aclimatação de mudas micropopagadas e carac-terização físico-química de sensorial de cultivares de abacaxi” Silvio De Jesus Freitas Defesa: 19/02/2010 “Brassinosteroide e adubação no desenvolvimento

e nutrição de mudas de abacaxi”.

Aluno: Vanuza da Silva Pereira Ney Defesa: 04/02/2010 “Atividades agrícolas e não-agrícolas no meio rural do Estado do Rio de Janeiro”. Janice Maria Ribeiro Dias Defesa: 09/02/2010 “Alterações na resposta de plantas de cana-de açúcar aos estresses salino e hídrico durante a colonização por Gluconacetobacter diazotrophicus e produção do hormônio ácido abscísico pela bactéria”

Biociências e Biotecnologia

Com 14 dissertações de mestrado e quatro teses de doutorado concluídas de janeiro a março deste ano, o Programa de Biociências e Biotec-nologia é um dos que mais produzem trabalhos na área da ciência básica – cuja aplicação nem sempre é imediata. Entre eles há pesquisas de interesse da saúde pública (envolvendo temas como tuberculose, toxoplasmose, venenos de serpentes) e da agropecuária (estudos sobre carrapato bovino, bactérias associadas à cultura da cana, mecanismos de defesa de plantas).

Mestrado

Raul Ramos Furtado Dias Defesa: 16/03/2010 “Infecção oral por Toxoplasma gondii induz infla-mação intestinal e coriorretinite em camundongos resistentes à tolerância oral e encefalite nos camundongos susceptíveis” Simone Cayres de Souza Defesa: 11/03/2010 “Análise das alterações metabólicas de Canavalia ensiformis durante germinação e desenvolvimento pós-germinativo, e em resposta a insulina e compostos relacionados”

Ana Lídia Soares Rangel Defesa: 10/02/2010“Participação do sistema de defesa de Arabidopsis thaliana durante a associação com bactérias

endofíticas de cana-de-açúcar” Julianna Maria da Cunha de Oliveira SantosDefesa: 03/02/2010“Ativação diferencial de V-ATPases na membrana plasmática em linhagens de melanoma” Lucilene Ollivier de OliveiraDefesa: 22/02/2010“Uma visão integrada dos eventos proteolíticos de sementes de V. unguiculata ao longo dos processos germinativos e pós-germinativos, com ênfase em proteinases cisteínicas” Arianne Fabres de JesusDefesa:11/02/2010“Efeito do silenciamento por RNA de interferência da enzima GSK-3ß na formação de embriões do carrapato R. (Boophilus) microplus” Keilla dos Reis DutraDefesa:22/02/2010“Transição dimórfica em leveduras: ação da auxina e óxido nítrico.” Érica de Oliveira MelloDefesa:22/02/2010“Atividade antifúngica e mecanismo de ação da defensina PvD1 isolada desementes de Phaseolus vulgaris” Keysson Vieira FernandesDefesa: 23/02/2010“Desenvolvimento de um bioensaio para detecção de ricina e utilização da fermentação em estado sólido para destoxificação da torta de mamona e produção de lípase” Nathália Bastos LimaDefesa: 12/02/2010“Acompanhamento de proteinases serínicas em sementes de feijão-de-corda (Vigna unguiculata) em desenvolvimento, quiescência e germinação” Giliane da Silva de SouzaDefesa: 23/02/2010“Geração e caracterização de anticorpos monoclonais contra antígenos de M.avium subsp. paratuberculosis e M. bovis BCG para imunodiag-nóstico diferencial da paratuberculose e tuberculose humana e bovina” Flávia Pereira VieiraDefesa: 22/02/2010“Correlação entre a vulnerabilidade de aquíferos e a prevalência da toxoplasmose humana e animal em Campos dos Goytacazes região norte do estado do Rio de Janeiro” Renan Modesto MonteiroDefesa: 22/02/2010“Análise comparativa das V H+ -ATPases de organe-

las da via secretória de Saccharomyces cerevisiae” David Gitirana da RochaDefesa: 19/02/2010“Isolamento transcriptômico das sequências variáveis de IgY de galinhas poedeiras (Gallus gallus) antivenenos de Bitis arietans e Crotalus durissus terrificus”

Doutorado

Joseph Albert Medeiros Evaristo Defesa: 11/03/2010 “Análise proteômica de proteínas e glicoproteínas de Gluconacetobacter diazotrophicus e caracte-rização estrutural e funcional de uma proteína majoritária da membrana externa” Darlí Grativol Keller Defesa: 10/03/2010 “Cultivo axònico e morfologia de tripanosomatídeos floemáticos de Cocos nucifera L.; uma trajetória” Emílio de Castro MiguelDefesa: 04/02/2010“Mecanismos de defesa de plantas: estruturas se-cretoras, parede celular e processos que envolvem a secreção” Flávia Borges MuryDefesa:23/02/2010“Alfa-Glucosidase e seu papel na formação de hemozoína.”

Engenharia e Ciência dos Materiais

O processo de queima adotado na fabricação de artigos de cerâmica vermelha e estudos sobre propriedades de um tipo de aço inoxidável são os temas das três dissertações concluídas de janeiro a março deste ano no âmbito do Programa de Engenharia e Ciência dos Materiais da UENF.

Mestrado

Gisele Teixeira Saleiro Defesa: 12/03/2010 “Avaliaçâo do processamento de cerâmica verme-lha sob condições de queima rápida”

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Alice Barreto Bevitori Defesa: 10/02/2010 “Influência da pró-deformação plástica na microestrutura e propriedades de um aço inoxidável superduplex”. Isabela Leão Amaral da Silva Defesa: 10/02/2010 Título: “Efeito da temperatura na microestrutura e oxidação de um aço inoxidável superduplex”.

Ciência Animal

O Programa de Ciência Animal teve 14 dissertações de mestrado e duas teses de doutorado concluídas nos primeiros três meses deste ano. Foram pesquisas relacionadas a temas como nutrição de suínos ou bovinos de corte; procedimentos veterinários indicados para cães ou coelhos; peixes ornamentais; criação de caprinos e reprodução de equinos e zebuínos, entre outros.

Mestrado

Talita Pinheiro Bonaparte Defesa: 08/03/2010 “Milhos de diferentes qualidades sobre o desempe-nho zootécnico e a qualidade de carne e vísceras de suínos” Tiago Cunha Rocha Defesa: 23/02/2010“Raspa de mandioca na suplementação de novilhos de corte:desempenho, síntese microbiana e caracterização bromatológica” Marcella Braga da Silva Defesa: 23/02/2010“Avaliação da resposta imune humoral de gatos (Felis catus) imunizados com a vacina BIOCAN MR” Lara Lages da Silveira Defesa: 23/02/2010“Oxigenação extracorpórea por membrana (ECMO): parâmetros hematológicos e bioquímicos em cães (Canis familiaris) com e sem auxílio de terapia intensiva” Anderson Nunes Teixeira Defesa: 23/02/2010“Avaliação hemodinâmica, ventilatória e do tempo

de conservação da associação tiopental sódico-propofol (1:1) para anestesia em cães” Mario de Freitas Itho Defesa: 12/02/2010 “Indução de estro em éguas doadoras de embriões em anestro com uso de baixas doses de EPE e GH”. Roberto Gebe Abreu Defesa: 12/02/2010 “Colheita de amostra de ovário para biopsia com agulha Tru-Cut em éguas”. Marcella Costa Radael Defesa: 19/02/2010 “Efeitos da temperatura na ontogenia inicial de melanotenia neon (Melanotaenia praecox)”. Carlos Magno Anselmo Mariano Defesa: 22/02/2010 “Enxerto de túnica albugínea bovina, conservada em mel, como reforço de parede abdominal em cães”. Daniela Fantini Vale Defesa: 22/02/2010 “Parada circulatória cardíaca em coelhos (Oryctolagus cuniculus): observação dos efeitos da recirculação após oclusão venosa”. Luciana da Silva Mathias Defesa: 22/02/2010 “Bioatividade de moléculas naturais e compostos sintéticos sobre o fungo Sporothrix schenckii”. Mônica Jorge Luz Defesa: 22/02/2010 “Ovariosalpingohisterectomia pos NOTES trans-vaginal em cadelas: comparação com as técnicas convencional e laparoscópica pos dois portais”. Renato Moran Ramos Defesa: 22/02/2010“Uso da técnica de osteotomia e nivelamento do platô tibial para o tratamento da ruptura do ligamento cruzado cranial em cães” João Cardoso De Melo Defesa: 09/02/2010 “Estudo comparativo do enxerto conjuntival utilizando mucosa labial e mucosa conjuntival”

Doutorado

Marilia Henriques Rodrigues Defesa: 23/02/2010“Análise morfométrica e funcional do desenvolvi-mento testicular de caprinos de raça alpina criados em condições semi-intensivas”

Renato Travassos Beltrame Defesa: 22/02/2010“Impacto bioeconômico da sexagem de espermato-zóides em programas de produção in vivo e in vitro de embriões em zebuinos”

Engenharia Civil

Duas dissertações de mestrado foram apresentadas de janeiro a março deste ano pelo Programa de Engenharia Civil, envolven-do principalmente a área de estruturas. No mesmo período começou a funcionar o curso de doutorado, aprovado no final do ano passado pela Capes.

Mestrado

Daniele Haffner Marques de Oliveira Defesa: 26/02/2010 “Projeto ótimo de pórticos planos de aço – simula-ção computacional do colapso plástico” Thiago Gomes Viana Azevedo Defesa: 10/02/2010 “Comportamento de pilares de concreto geopolimé-rico com resistência média à com pressão de 40 MPa aos 120 dias”.

Engenharia de Produção

Análises envolvendo a minimização do custo de transporte de gás natural e o aglomerado produtivo do setor ceramista de Campos foram os temas tratados pelas duas dissertações de mestrado em Engenharia de Produção concluí-das de janeiro a março deste ano na UENF.

Mestrado

Poliana Figueiredo Cardoso Rodrigues Defesa: 25/02/2010“Uma heurística Grasp para minimização do custo de combustível no transporte de gás natural por gasodutos” Edson Terra Azevedo FilhoDefesa: 14/01/2010“Governança em aglomerações produtivas: um estudo de caso sobre o setor cerâmico de Campos dos Goytacazes”.

Engenharia de Reservatório e de Exploração

Baseado no campus da UENF em Macaé (RJ), o Programa de Engenharia de Reservatório e de Exploração está entre os que apresentam maior interação com o setor produtivo, em vista da natureza das pequisas que desenvolve. De janeiro a março deste ano, foram concluídas quatro dissertações de mestrado, envolvendo diferentes aspectos de interesse da indústria petrolífera.

Mestrado

Leandro Puerari Defesa: 24/02/2010“Determinação de permeabilidade relativa de rochas reservatórios com uso de métodos da análise de imagens” Edivagner da Silva Ribeiro Defesa: 24/02/2010“Uma estratégia eficiente para inversão da função constitutiva “condutividade de corrente total” de rochas, segundo o modelo de Dias” Wagner Moreira Lupinacci Defesa: 23/02/2010“Um método robusto de deconvolução esparsa no domínio da frequência” Fernando Diogo de Siqueira Defesa: 19/02/2010 “Teoria alternativa para estabilização da perda de injetividade”.

Cognição e Linguagem

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Como a linguagem da internet estaria influindo na capacidade de redação da juventude? Esta é a pergunta a que se tenta responder em uma das quatro dissertações de mestrado concluídas de janeiro a março pelo Programa de Pós-Graduação em Cognição e Linguagem.

Mestrado

Luana Manhães Tavares Defesa: 10/02/2010 “Internetês: uma dentre as possíveis influências na escrita da internet sobre a escrita dos discentes do quarto ciclo do Ensino Fundamental em três escolas (pública e privadas) de Campos dos Goytacazes” Luis Felipe Paes de Azevedo Defesa: 10/02/2010 “A percepção de profissionais e administradores sobre a comunicação empresarial no contexto da região de Campos dos Goytacazes”. Míriam Bastos Barbosa Defesa: 11/02/2010 “O discurso ortonímico na heterogeneidade de Fernando Pessoa”.

Edissa Fragoso da Silva Defesa: 09/02/2010 “Leitura do texto literário museificado no manual de língua portuguesa”

Genética e Melhoramento de Plantas

Com nove dissertações de mestrado concluídas de janeiro a março, o Programa de Genética e Melhoramento de Plantas desenvolveu estudos abordando a da cana-de-açúcar, milho, milho pipoca, batata-doce, café, maracujá, mamão, capim-elefante e Capsicum (pimenta e pimentão).

Mestrado

Juliana Ferreira da Silva Defesa: 10/02/2010 ”Isolamento e caracterização de estirpes bacteria-nas associadas cana-de-açúcar com características para a promoção de crescimento vegetal”. Érica Cristina de Oliveira Defesa: 15/01/2010 “Marcadores ISSR na formação de grupos heteróti-cos e na inferência evolutiva de milho pipoca” Monique Moreira Moulin Defesa: 15/01/2010 “Coleta, caracterização molecular e conservação de variedades locais de batata-doce (Opomoea batatas) do Norte do Estado do Rio de Janeiro”

Kellen Coutinho Martins Defesa: 18/01/2010 “Palinologia de capsicum spp.: caracterização, divergência genética e viabilidade polínica” Poliane Marcele Ribeiro Cardoso Defesa: 12/02/2010

“Diversidade genética da eficiência nutricional em café (Coffea arábica L.)” Ronaldo Viana dos reis Defesa: 19/02/2010 “Marcadores Moleculares Microssatélites aplicados ao melhoramento intrapopulacional do maracuja-zeiro amarelo” Monique Freitas NetoDefesa: 19/02/2010 “Estudos citogenéticos em espécies caricáceas com uso potencial no melhoramento genético do mamoeiro” Keila Silva da Cunha Defesa: 22/02/2010 “Seleção recorrente recíproca em famílias de irmãos completos em milho (Zea mays L.) monito-rada por marcadores moleculares ISSR” Roberta Samara Nunes de LimaDefesa: 22/02/2010 “Estimativa da diversidade genética entre clones de Capim-elefante (P. purpureum Schum) baseado em marcadores de DNA (RAPD e ISSR)”

Políticas Sociais

Um estudo sobre o funcionamento dos conselhos municipais de Educação foi o objeto da dissertação de mestrado concluída no período de janeiro a março no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais.

Mestrado

Otávio Cordeiro de Paula Defesa: 11/02/2010 “Breve estudo da implementação do princípio de descentralização do Estado: a ação política do Conselho Municipal de Educação”

Ecologia e Recursos Naturais

Uma dissertação de mestrado sobre a Lagoa de Iquipari, em São João da Barra (RJ), e uma tese de doutorado sobre o papel de plantas aquá-ticas em lagoas costeiras do Norte Fluminense foram os trabalhos concluídos pelo Programa de Ecologia e Recursos Naturais no período de janeiro a março deste ano.

Mestrado

Diogo Fonseca da RochaDefesa: 22/02/2010“Composição e distribuição espaço-temporal da taxocenose íctica e os impactos da abertura de barra sobre sua estrutura na Lagoa de Iquipari, norte do estado do Rio de Janeiro”.

Doutorado

Gustavo Gomes ChagasDefesa: 24-02-10“Contribuição das macrófitas aquáticas Typha domingensis e Eleocharis acutangula na dinâmica do carbono em ambientes aquáticos costeiros do Norte Fluminense”

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Page 28: Revista Nossa Uenf - Ano 3 - Nº 1 - Maio/Junho 2010

Pós-GraduaçãoGraduaçãoAgronomia

Ciência da Computação e Informática

Ciências Biológicas

Ciências Sociais

Engenharia Civil

Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo

Engenharia de Produção

Engenharia Metalúrgica

Licenciatura em Biologia

Mestrado e DoutoradoBiociências e Biotecnologia Ciência Animal Ciências Naturais Ecologia e Recursos Natu-rais Engenharia de Reservatório e de Exploração Engenharia Civil Engenharia e Ciência dos Materiais Genética e Melhoramento de Plantas Produção Vegetal Sociologia Política

Licenciatura em Ciências Biológicas a Distância

Licenciatura em Física

Licenciatura em Matemática

Licenciatura em Pedagogia

Licenciatura em Química

Licenciatura em Química a Distância

Medicina Veterinária

Zootecnia

MestradoCognição e LinguagemEngenharia de ProduçãoPolíticas Sociais

Presença da UENF no RJ