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Revista dos antigos alunos do Santo Inácio N°3 | julho | 2012 Arraiá da Solidariedade Arsoi é um sucesso e arrecadação vai ajudar nos projetos sociais da ASIA

Revista Sino - Julho/2012

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Revista dos antigos alunos do Santo Inácio, edição de julho de 2012

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Arraiá da Solidariedade

Arsoi é um sucesso e arrecadação vai ajudar nos projetos sociais da ASIA

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N°3 | julho | 2012

Conheça a Ação Claveriana, o projeto social da ASIA que reúne voluntárias para confeccionar enxovais para recém nascidos da comunidade do Santa Martapágina 6

Arsoi é organizada pela primeira vez pelo CSI - era feito pela ASIA -, com algumas novidades. Lucro será revertido para projetos sociais da associação de antigos alunospágina 8

Nesta edição lançamos nova campanha para o envio de fotos antigas pelos ex-alunos da escola. Veja alguns exemplos e envie material para nós página 10

Perfil do antigo aluno Alexandre Henderson (95), apresentador do “Globo Ciência”, mostra a importância da educação e do CSI em sua vidapágina 12

Artigo do antigo aluno Guilherme Prista (94), que morou três anos na Espanha, faz um retrato da crise econômica na vida dos espanhóis página 16

Criador do site Kibe Loco e antigo aluno, Antônio Pedro Tabet, faz artigo sobre novas mídias e o limite das piadas na Internetpágina 20

Conselho Editorial Pe. Luiz Antonio de Araújo Monnerat,

SJ; Vera Porto; Izabela Fischer; e Maria José Bezerra

Jornalista Responsável Pedro Motta Lima (JP21570RJ)

([email protected])

Projeto Gráfico Ana Mansur ([email protected])

Diagramação Daniel Tiriba ([email protected])

Revisão André Motta Lima

Contato Publicitário 21 2421 0123

Produção ML+ (Motta Lima Produções e Comunicação)

Tiragem 6 mil exemplares

Gráfica Walprint

Fale Conosco [email protected]

www.revistasino.com.br

Fale com professores e alunos do Colégio Santo Inácio, seus familiares e mais de 2 mil antigos alunos que

recebem a revista em casa, pelo correio

Anuncie na Sino | (21) 2421-0123

Revista dos antigos alunos do Santo Inácio

Índice

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Neste terceiro número da nossa SINO, resolvemos lançar

uma campanha para que os antigos alunos nos enviem

fotos de seus tempos de colégio. A ideia surgiu após

constatarmos a forte mobilização causada pela publicação

de registros antigos nas redes sociais. A nossa proposta

é aglutinar as fotos no site da revista (www.revistasino.

com.br) e no facebook da publicação (www.facebook.

com/revistaSino), facilitando a procura daqueles que

perderam suas fotos ou estão em busca “dos velhos

tempos”. Nesta edição vamos levar para as nossas páginas

a primeira foto que recebemos, e que foi para o facebook.

O retrato da turma do quarto ano primário de 1959 nos

foi enviado por Ricardo Pessoa, que arriscou enumerar

o nome de todos os colegas, com as ressalvas de que

algumas grafias podem estar erradas e de que não se

lembrava de alguns sobrenomes. Fica o convite para envios

e manifestações. Ah, e farei a minha parte colocando uma

foto da minha turma do CA e assinando este editorial com

o meu diploma de alfabetização na cartilha da Talita.

Também temos matéria sobre a Ação Claveriana, o projeto

social da ASIA que ainda não havia sido mostrado nas

páginas da SINO. Vamos falar um pouco sobre este grupo

de senhoras que se reúne semanalmente para produzir

enxováis para recém nascidos da comunidade do Santa

Marta. Os antigos alunos têm uma forte participação

nesta edição. Além de termos um perfil com Alexandre

Henderson, o jovem apresentador do programa “Globo

Ciência”, que já citou o Santo Inácio algumas vezes

durante suas entrevistas, temos dois artigos feitos por

ex-alunos. Num deles, o jornalista Guilherme Coimbra

(94), que morou alguns anos na Espanha e está de volta

ao Brasil, fala um pouco sobre a crise que atingiu aquele

país, relatando algumas histórias. No outro, o criador do

site Kibe Loco fala sobre

novas mídias para chegar

até a Internet e debater

questões polêmicas como

o politicamente correto

nas piadas e até onde

podem ir as gozações.

Boa leitura.

Pedro Motta Lima (94)[email protected]

Campanha estimula envio de fotos antigas

Compartilhe conosco suas

memórias inacianasQuais professores marcaram sua vida?

Quais colegas de turma se tornaram grandes amigos? Com quem você perdeu contato e gostaria

de reencontrar?

Envie fotografias antigas e recentes, conte as histórias de época de colégio e diga como está sua vida agora.

Você também pode comentar as notícias da Revista Sino e sugerir pautas para as próximas edições, além de

enviar artigos sobre temas de seu interesse.

O material enviado poderá ser publicado nesta revista e em nossa página no Facebook.

Saudações inacianas!

[email protected]

facebook.com/RevistaSino

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Confraternizações em CorrêasA tradicional casa que o CSI mantém em

Corrêas, distrito de Petrópolis, está aberta

para confraternizações. Antigos alunos

podem matar a saudade dos amigos e

do espaço, que passou por reformas e

funciona como uma pousada, com 20

suítes (as disposições de quartos estão

em www.revistasino.com.br). Podem

ser fechados grupos de até 75 pessoas.

O local, cujos passeios geravam tanta

expectativa entre os alunos, tem piscina,

sauna, quadra poliesportiva, campo de

futebol e churrasqueira.

Os grupos interessados devem ter um

representante, que será responsável

pelo contato com o colégio, assim como

pelo depósito de 20% do valor total

do evento para garantir a reserva. A

diária com pernoite é de R$ 106 e inclui

café da manhã, almoço e jantar. Sem

pernoite, o valor é de R$ 56 e o jantar

é substituído por um lanche no fim da

tarde, antes da saída. Crianças com até

5 anos não pagam. As que tiverem entre

5 e 14 anos pagam meia. Refeições

poderão ser substituídas por churrasco

com o acréscimo de R$ 20 na diária.

Todas as bebidas são pagas por fora. Os

interessados em agendar uma data devem

mandar e-mail para antigosalunos@

santoinacio-rio.com.br ou ligar para

3184-6207 e falar com Izabela Fischer,

que fará uma consulta à agenda do local.

Aponte o leitor de QR Code de seu

celular e acesse o conteúdo de onde

você estiver

Conheça todas as regras de utilização de Corrêas visitando nosso site ou pelo QR Code abaixowww.revistasino.com.br

Maria Auxiliadora / Núcleo de M

ídia CSI

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ão

so

ci

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Há 31 anos senhoras garantem

que bebês nascidos na comu-

nidade Santa Marta, em Bota-

fogo, tenham um enxoval. Elas

fazem parte da Ação Claveriana, que

funciona desde 1981 dentro da Associa-

ção de Antigos Alunos do Colégio San-

to Inácio. Com verbas mensais da ASIA,

além das doações recebidas – que, por

sinal, sempre são muito bem vindas –,

estas voluntárias fazem camisas, lenções,

sapatos, casacos, toalhas e babadores,

tudo com muito capricho. São 12 enxo-

váis por mês, entregues para mães sele-

cionadas por uma funcionária da creche

que a ASIA mantém no Dona Marta, e

que é moradora da comunidade. A situ-

ação econômica da família é o principal

critério. E todos as doações vão com um

folheto sobre os primeiros cuidados que

devem ser tomados com os bebês, além

de dicas sobre higiene, saúde, segurança

e alimentação.

Apesar de existir desde 1981, no

formato atual, de confecção de roupas,

pode-se dizer que o projeto vem desde

1978, quando um grupo de mulheres,

estimuladas pelo então reitor da esco-

la, padre Aloysio Penna, se reuniu para

montar um trabalho social. “No início

nos reuníamos para subir o morro e

distribuir alimentos e roupas, uma ação

que, por sinal, é mantida pela igreja até

hoje. Durante nossas visitas percebemos

que as mulheres pediam muito por rou-

pas de bebês. Foi quando resolvemos

confeccionar os enxovais”, conta a atual

coordenadora da Ação Claveriana, Mag-

dala Teixeira, uma das senhoras que está

no projeto desde o início. “Felizmente,

a comunidade está muito diferente atu-

almente. No fim da década de 70 era

muita pobreza, barracos de madeira e

esgoto a céu aberto”, lembra-se.

O grupo foi inicialmente formado por

pessoas que participavam dos encontros

de casais promovidos pelo colégio e se-

nhoras que formavam do apostolado da

Igreja de Santo Inácio - que é uma orga-

nização criada pelos jesuítas para reunir

católicos com o objetivo de orar, evange-

lizar e promover ações sociais. Hoje em

dia, o grupo está aberto a quem quiser

doar um pouco do seu tempo à causa,

independente de ter ligação direta com o

colégio ou a igreja. “Atualmente somos

19 pessoas e nos reunimos uma vez por

semana, às quartas, das 14h às 16h. Mas

não há uma obrigação de vir sempre e os

trabalhos podem ser levados para casa.

Enfim, o importante é a participação”,

contou Lígia Lopez, que foi designada

como responsável para receber novas vo-

Costurando o futuroGrupo de senhoras se reúne semanalmente para confeccionar enxovais para os recém nascidos da comunidade do Santa Marta.

Neide Maioli Penello opera uma das máquinas de costura usadas pelas voluntárias do projeto

AÇÃO SOCIAL DA ASIA

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luntárias e para isso deixou seu telefone

de contato, o 9452-8174.

As reuniões, que já foram realizadas

na sede da ASIA e dentro do colégio,

acontecem na sede da Costura e Lactá-

rio Pró-Infância (Celpi), que fica na Rua

Bambina 160, em Botafogo. “Até o ano

passado, tínhamos uma sala na Acade-

mia Loyola, mas o prédio foi derrubado.

A irmã de uma funcionária da formação

cristã do colégio é a presidente desta ins-

tituição que faz um trabalho muito boni-

to. Ela, gentilmente, nos cedeu este espa-

ço, onde fomos muito bem acolhidas, e

estamos aqui”, contou Magdala, cercada

por panos, linhas agulhas, máquinas de

costura e, claro, de suas companheiras.

Mas as voluntárias ainda continuam

muito presentes no dia-a-dia do colégio. O

trabalho desenvolvido por elas, anualmen-

te, é visitado pelas oito turmas do ensino

infantil. “Adoramos receber as crianças.

Elas ficam encantadas com as máquinas

de costura e podemos falar um pouco so-

bre a importância de ser solidário. É muito

especial para nós”, conta Cordélia Ruffie-

re, mais uma voluntária de primeira hora,

que está desde 1981 no projeto. “Além

disso, o colégio faz uma campanha com

as famílias das crianças para estimular a

doação de material de costura, de roupi-

nhas, mamadeiras, fraldas, enfim, tudo

aquilo que é importante para um recém

nascido. A resposta é fantástica. Recebe-

mos roupas lindas”, conta Cordélia.

Talvez a únida dificuldade das crian-

ças seja pronunciar corretamente o

nome do projeto, Ação Claveriana. Cor-

délia e Magdala explicam o surgimento

do nome: “Quem nos sugeriu foi o pa-

dre Souza. Ele nos falou sobre São Pedro

Claver, um padre do Peru que tinha um

trabalho muito intenso com a população

pobre daquele país. Ele passou, então,

a ser nosso patrono. Por isso, o nome”,

explicam as amigas. Por sinal, o proje-

to acaba sendo responsável por muitas

amizades. “Nos frequentamos fora da-

qui também. São relações para o resto

da vida”, contam as decanas.

As amizades, por sinal, têm sido res-

ponsáveis por trazer sempre novas volun-

tárias para o projeto. A novata do grupo,

Mary Alô, que há quatro meses participa

das reuniões, foi trazida por uma amiga

da academia de ginástica, que, por sinal,

também foi responsável pela entrada de

Lígia. “Ela me falou sobre o projeto e re-

solvi conhecer. Estou vindo sempre des-

de então”, contou a caloura, enquanto

empunhava uma agulha de crochê.

As voluntárias da Ação Claveriana se reúnem às quartas-feiras, das 14h às 18h, na sede da Celpi, na Rua Bambina, em Botafogo

Durante o encontro elas costuram, fazem crochê e bordado para que as peças do enxoval, além de úteis, sejam bonitas. Além disso, colocam o papo em dia, pois o projeto é responsável por amizades de até 30 anos

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No primeiro ano em que o Arraial

da Solidariedade Inaciana (Arsoi)

foi organizado pelo CSI - até o ano

passado a tarefa era da ASIA -, os

resultados parciais mostram que o evento foi

um sucesso. A prévia do balanço - os núme-

ros serão fechados até a segunda quinzena

de agosto - apresenta um resultado positivo

de aproximadamente R$ 70 mil, valor que

será destinado às obras sociais geridas pela

ASIA, como a creche e a pré-escola que fun-

cionam na comunidade do Santa Marta e a

Ação Claveriana, apresentada nesta edição,

além do Ambulatório São Luiz Gonzaga e do

projeto Imagem Solidária.

Uma das novidades deste ano, foi a

abertura da Arsoi para barracas não admi-

nistradas pela comunidade inaciana, através

de pais de alunos, voluntários da ASIA e es-

tudantes. Estandes, carrocinhas de produ-

tos como cachorro-quente Geneal, sorvete

Itália, crepes e comida japonesa, renderam

aproximadamente R$ 6 mil. A cobrança de

entradas, outra novidade implementada

neste ano, foi responsável por outros R$ 10

mil. E também foram obtidos por volta de

R$ 15 mil com patrocínios de empresas par-

ceiras. Além disso, houve a arrecadação das

tradicionais barracas, como a do Salcichão,

do Nordeste, do Rio de Janeiro... Elas foram

responsáveis por aproximadamente R$ 120

mil. Todos os valores somados darão a ar-

recadação bruta. Ainda serão descontadas

todas as despesas para se montar a festa.

E neste ano até o lixo produzido pela Ar-

soi teve um destino social – assim como já é

feito com o lixo diário produzido pela escola.

Houve coleta seletiva durante o evento e os

resíduos foram destinados ao projeto Light

Recicla, para que gere um desconto nas con-

tas de luz dos projetos sociais da ASIA.

Arsoi é, mais uma vez, sucesso de público e toda a arrecadação será usada nas obras sociais geridas pela associação de antigos alunos do colégio

Pais de alunos se aglomeram para ver e registrar a apresentação das quadrilhas ensaiadas pelos professores do colégio. Evento foi realizado no Centro Esportivo

Fotos: Pedro Motta Lima

Anarriê!

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A área de convivência criada onde funcionava a antiga piscina foi usada para instalação de brinquedos

Comunhão acompanhada de coral

As crianças pequenas tiveram um espaço dedicado a elas, com brincadeiras como pescaria e a de atirar bolas na boca do plalhaço

As barracas, responsáveis pela maior parte da arrecadação, vendiam doces, salgados e bebidas. Opções para todos os gostos

Foi realizada, na Igreja do colégio, no

dia 31 de julho, a missa em homenagem ao

fundador da Companhia de Jesus, Santo Iná-

cio de Loyola. A celebração, organizada pela

Rede Apostólica Inaciana (RAI), foi presidida

pelo reitor da Pontifícia Universidade Cató-

ria do Rio de Janeiro (PUC-Rio), padre Josafá

Carlos de Siqueira, S. J. Ao final da cerimônia,

foi apresentada a nova logomarca dos jesuítas

no Brasil (mais detalhes na próxima edição da

SINO). O último dia do mês de julho é a data

de morte de Santo Inácio e passou a ser o seu

dia no calendário litúrgico.

Saiba um pouco mais

Inácio de Loyola viveu em um mundo de

profundas mudanças, na Europa do século XVI.

Sua experiência de oração e a espiritualidade

que dela surgiu são sempre atuais, numa so-

ciedade de tantos conflitos e incertezas, na qual

somos desafiados a educar crianças e jovens.

O fundamento e a inspiração da ação edu-

cativa dos colégios jesuítas estão na experiên-

cia mística de Inácio de Loyola e na pedagogia

presente nos seus Exercícios Espirituais. Consis-

te na procura constante da comunicação com

o Deus de Jesus, nela encontrando os critérios

e valores para fazermos as opções exigidas no

dia a dia, seja como indivíduos, seja como co-

munidade. Sempre na busca daquilo que mais

nos aproxima da realização de nossa missão.

Dia de Santo Inácio é celebrado com missa no CSI

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Estas serão as primeiras das muitas

fotos de antigos alunos que pre-

tendemos publicar na SINO, no site

(www.revistasino.com.br) e no Fa-

cebook (www.facebook.com/revistaSino).

Nada mais justo que darmos destaque para

a primeira imagem que recebemos, logo

após o lançamento da primeira edição,

em março deste ano: a turma do quarto

ano primário de 1959, que nos foi enviada

por Ricardo Pessoa. Ele ainda se arriscou a

identificar todos os seus colegas e já pediu

desculpas antecipadas por possíveis erros

de grafia ou esquecimento de sobrenomes.

Se alguém quiser complementar o trabalho

feito por Pessoa, basta escrever para nós -

[email protected].

Para o lançamento da campanha, o

editor da SINO, Pedro Motta Lima (94),

também contribuiu com a foto de sua

turma do Curso de Alfabetização, o atu-

al primeiro ano do ensino fundamental.

Ele mandou as identificações, mas já

pede desculpas por possíveis erros ou es-

quecimentos. A outra foto é uma contri-

buição de Ana Karine Almeida (95), que

atendeu o pedido do colega Alexandre

Henderson (95), que tem o seu perfil pu-

blicado nesta edição, para enviar fotos

antigas da turma de colégio.

Esperamos receber muitas fotos e

contribuições para ajudarmos a matar um

pouco a saudade dos tempos de escola.

an

tig

os

al

un

os

Da esquerda para a direita começando pelo degrau de cima - 1º degrau: Carlos Alberto Mello dos Santos, Ronaldo de Andrade Lanzelotti, Alexandre Neri, Eduardo Garcia, Sergio Santos Klug, Anibal Espinola, Ricardo Lira de Melo, Humberto Torres Braz, Antonio Cruz Lopes e Ricardo Bartolo; 2º degrau: Marco Antonio Pita, Ciriaco Cristovam, Ricardo Lobo da Costa Pessoa, Eduardo Uchoa, Leonardo Porto Gadelha, Laport, Roberto Tunis de Virgilis, George Eduardo, Antonio Carlos Roselle e Luciano Roberto da Cunha Lima; 3º degrau: Heitor Jose Augusto Caiubi, Mauro Viegas, Marcio Antonio, Rogerio Salgado Bauer, Aldo de Sá Brito, Eduardo Pristo Paraiso Ramos, Paulo Gusmão, José Antonio Aboim, Antonio Lemos Bastos Neto e Sergio Luiz Dantas; 4º degrau: Ingles de Souza, Luiz Augusto Barbosa da Silva, Rubens Abdelai, Prof. Renato, Padre Gil, Prof. Francisco, Edison de Sousa Guedes, Tarcisio Otavio e Ari Escaf

saudadesPara matar as

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De cima para baixo, da esquerda para direita: Rafael Teixeira, Renata Cattapan, Jayme Chataque, Graziela Pedras, Felipe Oliveira Nunes, Walter Liu Cheng Costa (falecido ), Leonardo V. Grinstein, Carlos Afonso, Luiz Eduardo Ematné, Alexandre Abrão Martins, Larissa Morimoto Doi, Ana Karine Almeida, Alexandre Henderson de Oliveira, Daliana Seidl, Georges Ayoub Riche, Carolina Mello, Rodrigo Von Jess, André Ricotta, Trajano Oliveira, xxx ( Não lembro o nome ), Romário, Fuei ( Alexandre pode completar ), Javier, Renata Muniz, Carla Albano, Alexandre Romeiro, Luciana Carvalho, Christiane Magdalena, Renata Braune, Juliana Passos, Carolina de Castro, Mariana Couceiro, Ana Paula Vital Moreira e Aurélio de Queiroz; Professor: Lucas - História

No alto a Tia Alice, professora; De cima para baixo, da esquerda para a direita: Leonardo Khéde, Aline, Clarisse Costa, Camila, Bruno Otoch, Carlos Gustavo Ciarelli e João Paulo; Henri, Marcus Vinícius, Paulo Hugo, Pedro Motta Lima e Rodrigo Assemany; Alessandra Carla, João, Marcelo Lins, Cintia, Fabrício Vasconcelos, Fernanda e Marcus França; Flávia, Renata Maculan, Joana, Ana Cristina, Rafael Porto, Daniela Bastos, Gustavo, Márcio Penha e André Ladeira

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Um negro em

movimento.

Assim o antigo

aluno Alexandre

Henderson (95) se define.

E depois de algumas horas

de conversa é fácil perceber

que não é pouco movimento.

Apresentador do programa

“Globo Ciência”, uma

parceria entre a Rede Globo

e o Canal Futura, Henderson

sempre que pode fala sobre

a importância do Santo

Inácio em sua formação.

Foi assim quando sentou

no sofá ao lado de Jô

Soares e também quando

foi convidado a participar

do programa “Tempos de

Escola”, apresentado por

Serginho Groisman, em que

um artista é chamado para

falar sobre o seu colégio. O

interessante é que Alexandre

passou apenas dois anos

no Santo Inácio - os últimos

do ensino médio. “Mas foi

como se fosse a vida inteira.

Fiquei até mais tempo em

outras escolas, mas nenhuma

teve a importância do Santo

Inácio”, contou.

Educação: passaporte para o sucesso

pe

rf

il

Henderson em frente ao Museu da Língua Portuguesa, durante gravação do “Globo Ciência”, em 2010

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A forma como entrou talvez expli-

que um pouco da relação que tem com

o colégio. “Sempre fui bom aluno e a

educação é algo muito valorizado em

minha casa, talvez por minha mãe ser

professora. Passei por alguns colégios,

mas sempre quis estudar no Santo Iná-

cio. Por conta própria, me inscrevi no

processo de seleção e passei. Sabia que

ficaria pesado para minha mãe pagar

a mensalidade, pois ainda tinha meus

dois irmãos. Fui ao colégio procurar o

reitor, que era o padre Felix, e expliquei

a situação. Consegui um belo desconto

e só então fui contar tudo para minha

mãe”, lembra Alexandre. “Ela ficou fe-

liz, mas me disse que eu tinha que estar

entre os 10 melhores alunos”.

Ou seja, a expectativa não era

pequena, o que poderia aumentar a

possibilidade de frustração no caso do

colégio não ser aquilo tudo. “Lembro

de entrar no 3º dia de aula. As pessoas

se conheciam há anos, pois o pessoal

entra muito cedo no Santo Inácio. Mas

vieram falar comigo. Logo no início

tive a sorte de conhecer a Ana Karine

(Mendonça Tavares de Almeida), que

até hoje é minha melhor amiga. Nos

aproximamos, pois a família dela é de

Fortaleza e tenho primos em Salvador.

Acabamos tendo o Nordeste como um

assunto em comum e, através dela, fui

conhecendo as pessoas e me entrosan-

do”, contou.

Durante os dois anos em que esteve

no colégio, Henderson foi o único negro

de sua série. “Apesar de perceber alguns

olhares de estranheza, nunca passei por

qualquer situação de preconceito no

colégio. Acho que isto tem a ver com a

formação que o Santo Inácio dá aos seus

alunos. Mesmo que não se fale especi-

ficamente sobre a questão racial, con-

ceitos de igualdade, fraternidade e so-

lidariedade se fazem sempre presentes,

assim como o tema da desigualdade”,

afirma ele, que cita as amizades que fez

como sendo o que mais lhe marcou. “Fiz

amigos de verdade. Havia uma pureza

naquela convivência. Eu podia contar

com meus amigos e eles comigo. Por ser

um aluno novo, havia sempre a preocu-

pação em me incluir”.

A questão racial sempre foi “bem re-

solvida”, como o próprio Alexandre defi-

ne, em sua cabeça. “Eu já tinha os rela-

tos familiares de preconceito racial, mas

sempre tive boas referências e exemplos

que nunca me deixaram ter uma postura

defensiva. Minha mãe era professora, o

irmão de meu avô foi promotor de Justi-

ça, na família temos engenheiros, advo-

gados... enfim, exemplos de sucesso para

que eu pudesse me espelhar”, conta ele,

que não se esquiva de temas polêmicos,

como as cotas raciais. “Não sou do mo-

vimento negro. Costumo dizer que sou

um negro em movimento. Mas acho óti-

mo que exista a discussão sobre as cotas,

pois é inegável que há uma distorção no

Brasil. Na UFRJ, uma universidade pública,

também eram poucos negros. Acho que

a cota é um ajuste, mas tem que ser algo

de curto prazo. A transformação tem que

ser no sistema educacional para que todos

tenham as mesmas ferramentas. Afinal,

não podemos esquecer que há o branco

pobre também. A igualdade de oportuni-

dades é boa para todos. Lembremos que,

em grande parte, a violência é fruto da

Gravação do “Globo Ciência” em Recife, em 2008, sobre o médico Josué de Castro, que fez o mapa da fome no Brasil, na década de 40

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desigualdade”, afirma, lembrando que os

exemplos também são importantes para

a juventude. “Ver negros em posição de

destaque é importante para os jovens”

A educação oferecida pelo Santo

Inácio também correspondeu às expec-

tativas do jovem aluno. “Logo no início

já percebi que o ritmo era outro, bem

mais puxado. Era um desafio para mim

e isso me ajudou na vida, pois me ins-

pirou a querer crescer e batalhar para

isso. Nunca fui o ‘filho do dono’ disso

ou daquilo. Estudei com pessoas que

tinham muito dinheiro, que eram de

classe média... enfim, que tinham uma

origem familiar diferente da minha. Eu

sabia que tinha que vencer pelo estu-

do”. Ele se sente recompensado por

todo o esforço. “Quando você fala que

estudou no Santo Inácio as pessoas te

olham diferente. Queira ou não queira, a

instituição é uma grife quando o assun-

to é educação. E isso, evidentemente,

ajuda no mercado de trabalho. Quando

recebi a Medalha Pedro Ernesto, na Câ-

mara Municipal do Rio, falei que tinha

estudado no Santo Inácio. No final, uma

senhora negra foi até mim e comentou

que ao me ouvir estava pensando que

‘com certeza, este menino tem uma for-

mação’. É muito bom ouvir isso”.

E quando Alexandre fala em formação,

ele não está se referindo apenas à questão

acadêmica. “Ali eu aprendi que não há

limites para os nossos desejos. Todos os

alunos querem ser muita coisa e correm

atrás para conseguir”, acredita. Além dis-

so, Henderson acredita que a auto-estima

de quem passou pelo Santo Inácio é dife-

rente. “Tenho vários amigos dos outros

colégios pelos quais passei. Sinto a dife-

rença. As pessoas acabam achando que

não têm condição de fazer algo ou que

não vão conseguir. O colégio me ajudou a

ver que eu posso. Há muito estímulo por

parte dos professores e das próprias famí-

lias. Isto ajuda demais”, afirma ele, que

cita alguns professores como influências

positivas. “A Lídia Bronstein, de Geogra-

fia, me fez pensar o mundo. A aula dela

Nas fotos enviadas por seus amigos de colégio, Henderson faz graça com a turma no pátio do Sino, se diverte numa viagem com os colegas de classe e, ainda com os amigos, participa de uma das edições do Sarau do Santo Inácio

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era interdisciplinar. Misturava política, his-

tória, assuntos atuais, nos estimulava a ler

jornais e saber de tudo que estava aconte-

cendo. Ela nos provocava. Gostava muito

também do Lélio, de Química, da Regina

Carvalho, de Português, e do Palhares,

que era muito carinhoso e delicado. Cho-

rei muito quando ele morreu. Também

tinha o Cataldo, de Matemática, com seu

bom humor e um discurso bacana sobre

superação. Gostava da Ilma, de História, e

também do Tobias, que era o coordena-

dor. Me sentia muito amado ali”.

A formação é fundamental para a

construção de uma carreira de sucesso,

mas o talento também conta muito. E no

caso de Alexandre pesou bastante. Logo

que se formou no Santo Inácio fez vesti-

bular para engenharia e passou. “Fui para

UFRJ, mas percebi rapidamente que não

era a minha. Acho até que poderia ser

um bom engenheiro, pois gosto de estu-

dar e de fazer as coisas bem feitas, mas

não era o que queria. Neste ano, então,

resolvi seguir os conselhos que sempre

ouvia dos meus amigos e me inscrevi para

fazer teatro no Gonzaguinha, no grupo

do Ernesto Piccolo e do Rogério Blat”.

Houve uma grande identificação, mas

Henderson preferiu não fazer a faculdade

de artes cênicas. “Precisava de um plano

B. Sabia que a vida de ator era complica-

da. Foi quando optei pelo jornalismo, que

cursei, também, na UFRJ. Ou seja, fazia

teatro, faculdade e ainda comecei a fazer

trabalhos como modelo”.

Vieram, então, as primeiras peças.

“DNA Brasil” foi a estreia, na Casa de

Cultura Laura Alvim. “Depois fiz “Ai, Ai

Brasil”, com o Sérgio Britto, e “Jornada

de um poema”, com direção do Diogo

Vilela, além de cinema com o Cacá Die-

gues”, contou. Na televisão, a estreia foi

na série “Brava Gente”, da Rede Globo.

“Enquanto isso, continuava a faculdade

e os trabalhos como modelo”.

As coisas estavam indo bem, ao pon-

to de Alexandre já estar ajudando em

casa, com a quitação do primeiro aparta-

mento e a compra, depois, de um imóvel

melhor. E nisso, mais um vez, ele lembra

da formação recebida pelo colégio. “No

meio artístico há muito deslumbramen-

to. Manter os pés no chão sempre foi

importante. E o Santo Inácio me ajudou

muito. Brinco dizendo que há um execu-

tivo dentro de mim. Sou atento com mi-

nha carreira, tenho disciplina, prezo as

relações interpessoais. E acho que muito

disso eu aprendi no colégio e até mesmo

com meus amigos”, explica.

Quando se formou, Alexandre foi cha-

mado para fazer uma série do Canal Fu-

tura chamada “Nota 10”. “Eles estavam

atrás de um apresentador negro que fosse

ator ou jornalista. Eu era os dois e tinha,

além disso, um bom currículo. Consegui

a vaga”, contou. O programa debatia a

questão racial nas escolas e teve uma boa

repercussão. “Quando os episódios aca-

baram, voltei a fazer televisão, como ator.

Trabalhei na novela “Paixões Proibidas”,

na Band, e quando acabei de filmar fui

convidado para apresentar o “Globo Ci-

ência”, que já faço há seis anos”. Durante

esta fase de apresentador já foram quatro

prêmios: o troféu Raça Negra, em 2009,

de melhor apresentador; uma homena-

gem da Secretaria de Estado de Ciência e

Tecnologia do Espirito Santo, em 2010; a

Medalha Pedro Ernesto, principal comen-

da da Câmara Municipal do Rio de Janei-

ro, em 2012; e o troféu Top of Business,

como destaque de apresentador de TV,

também neste ano.

Apesar do pouco tempo que tem en-

tre as constantes viagens pelo Brasil para

gravar o “Globo Ciência”, Alexandre con-

seguiu espaço na agenda para escrever o

livro infanto juvenil “O menino, a goiabeira

e a porta bandeira”, pela editora Uirapu-

ru (www.editorauirapuru.com.br). “Este

é um projeto que começou depois que o

Lázaro Ramos escreveu um livro infantil

para esta editora. Deu certo e eles resol-

veram fazer uma série. Eu fui o primeiro

convidado”, explicou o, agora, autor.

Henderson como ator, durante o espetáculo “Ai, ai Brasil”, quando foi dirigido por Sérgio Brito, em 2000

Veja a entrevista que Henderson concedeu no Programa do Jô, onde

ele menciona com carinho o CSI http://bit.ly/hendersonjo

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Ou aponte o leitor de QR Code de seu

celular e acesse o conteúdo de onde

você estiver

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| |

Em 2007, tomei uma decisão ra-

dical. Depois de mais de uma

década trabalhando no canal

Sportv, onde tinha entrado em

1996, como estagiário, e tinha chegado

a editor-executivo, pedi demissão para

aceitar uma bolsa de estudos em Madri.

Havia passado por um rigoroso proces-

so de seleção envolvendo jornalistas de

toda a América Latina e fora seleciona-

do para a sétima edição do Programa

Balboa, um intercâmbio de seis meses

promovido pela Fundación Diálogos,

da capital espanhola. O programa, que

já está no 11º ano, oferece trabalho em

meios de comunicação de ponta — El

País, El Mundo, ABC, Marca, Televisión

Española, Agência EFE, ente outros —,

além de palestras com os maiores espe-

cialistas de diversas áreas, como política,

cultura e sociedade espanholas. Estava

acompanhado de minha mulher, que fa-

ria um curso de jornalismo internacional

na Universidad Complutense de Madrid.

A previsão era passar de seis a nove me-

ses por lá, mas acabamos permanecen-

do por três anos, seguindo de perto o

início da crise mundial que abalou o país

e cujos efeitos estão longe de acabar.

O Programa Balboa me levou a tra-

balhar na Cuatro, a TV aberta do Grupo

Prisa, conglomerado que edita o El País,

jornal mais vendido na Península Ibérica.

Diferentemente daqui, na Espanha os

meios de comunicação não escondem

o posicionamento político. O Grupo Pri-

sa tem uma linha editorial afinada com

o Partido Socialista Obrero Español, o

PSOE do então presidente de governo

— equivalente a primeiro-ministro —

José Luis Rodríguez Zapatero. Por isso,

a Cuatro e o El País foram dos últimos a

admitir que o país e o mundo estavam a

ponto de mergulhar numa séria crise.

Quando cheguei à Espanha, em ja-

neiro de 2008, fiquei impressionado com

a opulência. Madri era um canteiro de

obras. A cada semana, uma nova estação

de metrô era inaugurada. A expansão

do AVE, o trem de alta velocidade, era

tocada a pleno vapor. Com o sonho de

sediar os Jogos Olímpicos de 2016, o país

construía modernas — e caras — insta-

lações esportivas antes mesmo de estar

entre as cidades finalistas. A ‘Caixa Má-

gica’, magnífica sede do Torneio de Tênis

de Madri, por exemplo, ficou pronta em

2009 e custou mais de 160 milhões de

euros, hoje cerca de R$ 412 milhões. A

cada esquina, estação de metrô ou pági-

na de jornal, abundavam os anúncios de

crédito imobiliário. Praticamente todos os

espanhóis que eu conhecia estavam pa-

gando hipotecas de duas, três décadas,

com juros baixíssimos.

Nos três anos que passou na Espanha, o antigo aluno e jornalista Guilherme Coimbra acompanhou de perto as mudanças no dia a dia dos espanhóis

Textos e FotosGuilherme [email protected]

ar

tig

o

Reflexos de uma crise

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A corda começou a arrebentar jus-

tamente por aí. O primeiro sintoma de

crise foi o aumento da inadimplência.

Começava a estourar a bolha que cul-

minaria com muita gente perdendo sua

casa depois de ter pagado prestações

durante cinco, dez anos. Apareciam os

primeiros sinais de retração da constru-

ção civil, que quebraria imobiliárias e

empreiteiras e levaria o desemprego até

os mais de 23% atuais.

Maioria no contingente de traba-

lhadores braçais, os imigrantes, princi-

palmente equatorianos, colombianos,

marroquinos e romenos, foram os pri-

meiros a sentir os efeitos da crise. Como

sempre, na Europa, quando a torneira

se fecha, os estrangeiros não comunitá-

rios sofrem. Mesmo sem admitir a crise,

o governo Zapatero lançou um progra-

ma de repatriação voluntária, quando já

havia mais de 100 mil imigrantes legais

sem trabalho. Trabalhadores de fora da

Comunidade Europeia que decidissem

voltar para o país de origem recebiam

o equivalente a 40% do seguro desem-

prego de imediato e os outros 60% em

prestações. A gangorra tinha virado.

Pouco mais de dez anos antes, em 1996,

a Espanha tinha 500 mil imigrantes. Em

2008, eram 4,5 milhões de um total de

46 milhões de habitantes.

Nesse meio tempo, minha bolsa

acabou em agosto de 2008. O curso de

minha mulher estava perto de terminar,

mas ela já tinha acertado um contrato

de trabalho de seis meses com a Europa

Press, uma agência de notícias privada

espanhola. Com a previsão de ficar na

Espanha até o fim do ano, comecei a

buscar trabalho como free lancer para o

Brasil e um emprego, já que tentar viver

de ‘bicos’ pagos em reais tendo con-

tas em euros para pagar não era uma

boa ideia. Como tenho nacionalidade

portuguesa e falo alguns idiomas, con-

segui trabalho na Mondial Assistance,

seguradora multinacional com presença

no Brasil. Com um forte serviço de assis-

tência, a sucursal espanhola da Mondial

tinha mais da metade de seus quadros

composta por estrangeiros. Com a des-

valorização gradativa do Euro, o acha-

tamento dos salários e as perspectivas

sombrias da economia nacional, a cada

mês era mais difícil reter os funcionários.

Marroquinos, equatorianos e colombia-

nos estavam passando adiante suas hi-

potecas e voltando para seus países.

Enquanto isso, Zapatero, recém-ree-

leito, negava a gravidade da crise e via

o circo pegar fogo sem tomar nenhuma

atitude. Entre as poucas medidas palia-

tivas, o governo flexibilizou as leis traba-

lhistas para facilitar a contratação, mas o

tiro saiu pela culatra. Ficou mais fácil de-

mitir e as empresas, endividadas, come-

çaram a cortar pessoal. Para mim, ficava

claro que conseguir trabalho na minha

área, o jornalismo, seria impossível. Para

se ter uma ideia, o Grupo Prisa, onde eu

trabalhara por seis meses, simplesmente

encerrou as atividades da CNN+, o canal

24h de notícias que tinha em parceria

com a famosa rede americana, mandan-

Manifestação durante festa da independência da Catalunha, em Barcelona, em 11 de setembro de 2010, que é o Dia Nacional da Catalunha

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do nada menos que 300 profissionais

para o olho da rua.

Acuado, o governo do PSOE come-

çou uma reação tardia. Um ano depois

da reeleição de Zapatero, o desemprego

saltou de 8% para 18%. O presidente

iniciou uma reação que teve que passar

por setores antes intocáveis para os so-

cialistas. O colapso do sistema financeiro

e a retração do setor imobiliário, princi-

pal motor da economia espanhola nas

duas décadas anteriores, levaram o país

à recessão. Zapatero teve que mexer no

orçamento e cortar várias medidas so-

ciais que tinham sido bandeiras de sua

campanha pela reeleição.

O poder acabou mudando de mão na

Espanha no fim do ano passado, quando

o Partido Popular (PP), de Mariano Ra-

joy, venceu as eleições antecipadas com

44,63% dos votos válidos e sua coalizão

de direita conquistou maioria absoluta

no parlamento. Tradicionalmente, os

espanhóis são avessos a mudanças e só

trocam o governo quando ocorre algo

muito grave. Foi assim em 2004, quan-

do, poucos dias antes das eleições, um

atentado terrorista na estação de trem e

metrô de Atocha matou quase 200 pes-

soas. O então presidente José María Az-

nar sustentou insistentemente a tese de

que o grupo separatista basco ETA era

o autor do massacre. Quando a verda-

de veio à tona e a sociedade espanhola

soube que radicais islamistas estavam

por trás do ato, os eleitores castigaram

o PP nas urnas.

Sete anos depois, a direita voltou ao

poder impulsionada pela crise econômi-

ca. De 2008 a 2011, o país fora sacudido

por greves gerais e vira o número de de-

sempregados bater a casa dos 30% em

regiões como Andaluzia e Extremadura.

No fim de 2010, havia cerca de 100 mil

famílias espanholas sem que nenhum dos

membros de seu núcleo estivesse empre-

gado. O seguro-desemprego permite que

o trabalhador receba 75% da média dos

seus últimos três salários durante um ter-

ço do tempo de contribuição. Ou seja,

um peão de obra que ganhe mil euros

e seja demitido depois de três anos de

trabalho tem direito a um ano de segu-

ro com 750 euros mensais. O problema

é que ninguém encontra trabalho. Com

a economia estagnada, não se cria nada

novo. As poucas vagas que surgem são

tapa-buraco. E o governo se viu obriga-

do a estender o benefício. Trabalhadores

que provem que continuam buscando

emprego, mas não encontram, têm direi-

to a 400 euros mensais.

A deterioração do mercado de tra-

balho causou distorções impressionan-

tes. Victor Aguado, um amigo meu com

uma carreira consolidada como técnico

de som, com serviços prestados para fa-

mosas bandas pop espanholas, se viu de

repente sem qualquer trabalho durante

mais de três meses e me perguntou se

não havia vagas de operador de tele-

marketing na seguradora. Isabel García,

outra amiga, jornalista com mais de dez

anos de experiência, foi trabalhar unifor-

mizada como promotora de produtos

numa unidade do supermercado Carre-

four. Não que qualquer desses trabalhos

seja humilhante ou indigno, mas, sem

hipocrisia, o tal rebaixamento de escopo

assusta e mostra o grau de desespero dos

profissionais espanhóis. Num país com

quase 50% de desemprego entre os jo-

vens, é normal que nativos comecem a

cobiçar postos antes ocupados por imi-

grantes. O que fazer com um diploma de

direito ou engenharia nas mãos num país

onde não se cria nada novo? Rebaixar o

escopo ou partir para o exterior.

Muitos defendem a tese de que um

dos fatores que levaram a Europa à ruína

foi justamente o excesso de benefícios

sociais. Com a volta da direita ao poder,

esse discurso ficou ainda mais forte. E

há um certo embasamento. Em 2010,

precisei usar o sistema público de saúde

por causa de uma crise renal. Tive aten-

dimento de primeira. Meu médico de fa-

mília me encaminhou para um urologis-

ta, fiz radiografias, ultrassonografias e

Pintura convocando para a greve geral de 29 de setembro de 2010 contra os cortes sociais, em Barcelona - vaga general é greve geral em catalão. A outra foto, das bicicletas, foi tirada em Vitoria Gasteiz, que é a capital do País Basco. Os cartazes são pró-independência

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recebi medicação. Ao todo, gastei 3,50

euros. A assistência funciona perfeita-

mente, mas é deficitária. Mesmo assim,

discordo de quem é contra o sistema

de saúde universal. Não é preciso aca-

bar com ele, mas sim encontrar novas

formas de torná-lo viável, combatendo

a corrupção, evitando o mau uso de re-

cursos e talvez até aumentando a copar-

ticipação tendo como base a renda de

cada usuário do sistema.

Por fim, em meados de 2010, decidi

voltar. Embora tivesse uma vida tranqui-

la em Madri, com salário razoável, esta-

va trabalhando fora da minha área e as

perspectivas a médio prazo não eram

nada boas. O contraste com a pujança da

economia do Brasil, onde o desemprego

estava na casa dos 6% e a minha área,

Comunicação, apresentava excelentes

oportunidades graças à Copa de 2014

e aos Jogos Olímpicos de 2016, não me

permitiram pensar duas vezes. Há um

ano e meio de volta, pude ver de perto

o bom momento vivido pelo Rio e pelo

Brasil. Não me faltou trabalho desde que

cheguei. Hoje, estou no Comitê Orga-

nizador do Rio 2016. Só torço para que

o meu país faça as reformas necessárias

para que essa prosperidade não seja uma

onda passageira. Afinal, quando cheguei,

a Madri, em 2008, os espanhóis viviam

uma euforia parecida havia uma década

e meia e hoje estão como estão.

A Espanha vai estar sempre no meu

coração. O país que emergirá da crise

— que, tendo conhecido de perto esse

povo incrível, não tenho dúvida de que

será superada — jamais será o mesmo.

Terá que se reinventar para voltar a ser

competitivo e retomar a credibilidade no

mercado. Uma das frases preferidas de

meus colegas de trabalho era “nosostros

trabajamos para vivir, no vivimos para

trabajar”. Concordo com essa filosofia

de vida. Mas o sacrifício que os 46 mi-

lhões de espanhóis terão que fazer para

tirar o país do atoleiro exigirá uma mu-

dança radical de paradigma.

Guilherme Prista é jornalista formado

pela UFRJ. Trabalhou no Sportv de 1996 a

2007, onde foi responsável por transmis-

sões esportivas nacionais e internacionais

e trabalhou como editor-executivo dos

programas “Redação Sportv” e “Troca

de Passes”. Cobriu a Copa do Mundo de

2006. Em 2007, foi selecionado para o

Programa Balboa para Jovens Jornalistas

Latino-americanos e passou os três anos

em Madri. Hoje é editor de conteúdo do

departamento de Publicações do Comitê

Organizador dos Jogos Olímpicos e Par-

alímpicos Rio 2016.

compro livros

Av. Rio Branco, 185 Loja 10 - [email protected]

(21) 2215 3528

Compra e venda de livros e CDs usados

Um prédio em Barcelona tomado por faixas referentes à crise que assola o país

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A ladainha é a de sempre: “a

internet vai acabar com a

TV”, dizem os “especialis-

tas” (com muitas aspas, por

favor). Devem ser descendentes diretos

daqueles mesmos que outrora afirma-

ram com certeza categórica que o rádio

acabaria com o jornal e a TV acabaria

com ambos. Bobagem.

As novas mídias vieram com tudo.

Fato. Porém, continuamos restritos aos

limites do corpo. Basta reparar como le-

mos bem mais que há 25 anos. E isso

não tem nada a ver com os movimentos

cíclicos que trouxeram as malditas om-

breiras e capangas de volta (sim, sou he-

terossexual, mas leio editoriais de moda).

A informação é óbvia, mas poucos com-

preendem que quem mudou não foi o

receptor, mas, sim, o meio.

O jornal de papel vai acabar? Prová-

vel. Será lido no tablet ou no “sbrubles”

que inventarem até lá. Deixará de ser

jornal por causa disso? Claro que não.

Ou será que a TV deixou de ser o que é

quando largou o velho tubo Telefunken

e abraçou os leds de hoje? A forma vive

em constante e cada vez mais ágil mu-

tação, mas ela e o comportamento são

irmãos siameses. Seu notebook novinho

nunca substituirá a lareira que é a te-

levisão. Não é possível reunir a família

em torno de um iPhone e tampouco no

computador do escritório. E isso inde-

pende do conteúdo. E é aí que entra o

terceiro elemento dessa equação.

A internet faz com que qualquer pes-

soa com um telefone se transforme em

veículo. Hoje, todos somos editores de

nós mesmos. Para o bem e para o mal.

O lado ruim é que nenhuma bolha

cresceu tanto quanto a do ego. Antiga-

mente, se você pensasse na mesma piada

que foi ao ar no “TV Pirata”, ficaria cheio

de orgulho e contaria para os amigos na

quarta: “Conta para eles, Solange! Não

falei a mesma coisa ontem?”. Hoje, se

você escrever uma piada no Twitter que

só sua tia e seus colegas de Bonsucesso

seguem, e três dias depois exibirem a

mesma tirada no “CQC”, você os acusa-

rá de plágio. Puro devaneio. É a chama-

da “inveja wagneriana”.

Outro aspecto negativo é que essa

liberdade trouxe – quem diria? – a falta

de liberdade. A horda dos politicamente

chatos é feroz no Brasil. E quem assis-

tiu aos “Trapalhões” bem sabe do que

estou falando. Didi, Dedé, Mussum e

Zacarias jamais poderiam ir ao ar hoje.

Seriam chamados de racistas, machistas,

homofóbicos e alcoólatras por todos

aqueles que carregam mais preconceitos

que os preconceitos que procuram.

Não estou defendendo a falta de li-

mites. Há de se separar tudo pelo bom

senso. É inegável que o “correto” cum-

pre importante papel social. Hoje, somos

muito mais cuidadosos com o outro do

que éramos nos recreios do Santo Iná-

cio. Isso é reflexo de maturidade pessoal

e social. Mas esse movimento também

trouxe uma espécie de ditadorzinho

oportunista. Aquele que quer ganhar

dinheiro com ONG sobre tudo. Certa

vez, um amigo afro-brasileiro (também

conhecido como “preto” pelo – ve-

jam só! – “Jornal Nacional”) reclamou

ar

tig

o

Humor levado a sério?Criador do Kibe Loco fala sobre novas mídias e defende o bom senso como o melhor limite para as piadas que circulam pela internet

Por Antônio Pedro Tabet*

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quando um apresentador utilizou a ex-

pressão “ovelha negra”. Ele dizia que a

expressão era pejorativa. Questionava o

inquestionável. Quando perguntei se ele

iria contratar um advogado faixa preta

para processar a emissora para ganhar

uma grana preta, acalmou-se.

Essa ignorância vestida de empáfia

é típica dos sabichões de gueto. Falta-

lhes a humildade para perceberem que a

velocidade do mundo atual não dá mais

rédeas para tais “verdades absolutas”. E

que é justamente essa a beleza da mo-

dernidade. Um tsunami que cria, recria

e abre espaços para o blogueiro na no-

vela das oito ou para o vesgo ensebado

e sem graça na MTV. Essa convergência

faz a madame do Morumbi dizer “cada

um no seu quadrado” e o garoto da

Rocinha saber operar um BlackBerry me-

lhor que o problogger de tecnologia, de

dedinhos valentes mas cujo bundão não

levanta da cadeira.

Quem insiste em bancar o xerife

das novas mídias pode até enganar

uma “meia-dúzia” de 20 mil trouxas,

mas para o cotidiano de milhões, so-

ará arrogante, patético e burro. Uma

espécie de tio obeso vestido de Rainha

da Inglaterra pegando ônibus errado

na Ilha do Governador.

Aliás, isso daria um belo webhit. E

mais! Seria chamado de humor inteligen-

te por todos aqueles que não sabem que

o mais inteligente é não classificar humor.

Ninguém tem mais tempo para preconcei-

tos. Ou vai dizer que o “Pedala, Robinho!”

do antenado e “muderno” “Pânico” não

é bordão à “Zorra Total”?

* Publicitário, autor, roteirista, criador

do site Kibe Loco e antigo aluno do CSI

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Quatro alunos do CSI - Maria

Beatriz Gomes e Bernardo

Miranda, do 1 ano do Ensino

Médio, e Ana Vitória França

e Vítor Pessini, do 2 ano - acabam de

chegar da Colômbia, onde fizeram um

curso de formação em liderança inaciana

no colégio San Bartolomé de La Merce,

em Bogotá. O curso Taller Internacional

de Formação Integral em Liderança Ina-

ciana tem apoio da Federação Latino-

americana de Colégios Jesuítas (FLACSI).

Segundo a assessora de responsabilida-

de social Juliana Lima, que acompanhou

o grupo, a intensidade das atividades

desenvolvidas, sem dúvida, terão refle-

xos na vida de cada participante.

“O curso proporcionou a todos nós,

educadores e alunos, uma experiência

incomparável com a espiritualidade ina-

ciana, de forma lúdica e extremamente

reflexiva”, contou Juliana. Segundo a as-

sessora, todas as etapas do curso foram

importantes para o amadurecimento do

grupo, tanto as atividades realizadas na

Fazenda La Esperanza, quanto a experi-

ência de missão por quatro dias nas co-

munidades de San Pablo e Canaletal, às

margens do Rio Magdalena.

O aluno Vítor Pessini ficou bastante

surpreso com o que viu, principalmente

durante a missão em Canaletal. “É uma

localidade muito pequena, com cerca de

600 habitantes, casas simples e problema

de abastecimento de água”. As dificulda-

des enfrentadas pelo grupo fizeram o jo-

vem refletir sobre o seu dia a dia. “A gente

tomava banho no rio ou usando canecos,

comíamos alimentos preparados de forma

diferente do que estamos acostumados.

Percebi que nem sempre agradecemos

por tudo a que temos acesso”. Bernardo

concorda: “Aprendi a apreciar até as coisas

mais simples que tenho e avaliar os contex-

tos antes de tomar decisões, procurando a

excelência. Embora isso seja ensinado em

todos os colégios inacianos, a partir do cur-

so Taller, incorporei a prática a meu dia a

dia”, explica Bernardo.

Para Ana Vitória, foi importante

vivenciar o aprendizado de liderança

nas mais diversas dimensões. “O senti-

mento da união da América Latina, as

amizades feitas com pessoas de outros

países do continente e, principalmen-

te, experimentar a rotina em realidades

diferentes, abrindo os meus olhos para

o mundo à minha volta, foram ganhos

pessoais de valor inestimável, que levarei

para o resto da vida”, afirma Ana, que

hoje afirma compreender melhor o sen-

tido da espiritualidade inaciana. Já Maria

Beatriz passou a ter certeza de que algo

precisa ser feito em prol da humanidade.

“O curso Taller reafirmou minha vonta-

de de mudar o mundo”, disse Maria.

Formação

Liderança para fazer a diferençaAlunos vão à Colômbia para participar de curso e dividir ensinamentos e experiência com colegas

so

li

da

ri

ed

ad

e

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Seja sócio Não é preciso ser ex-aluno

do Santo Inácio para ajudar a manter projetos como o

Ação Claveriana

Associação dos Antigos Alunos dos Padres Jesuítas - RJRua São Clemente, 216 - BotafogoRio de Janeiro - RJTel: (21) [email protected] w w . a s i a r j . o r g . b r

Page 24: Revista Sino - Julho/2012